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O áudio do artigo (exclusivo para os Bimodais, com exceção das quartas, quando disponibilizo na rede.)
O texto introduz a discussão sobre a bimodalização do livro “Psicologia positiva: uma mudança de perspectiva” de Evandro Borges, abordando inicialmente a necessidade de questionar conceitos tradicionais como Filosofia e Psicologia diante da Renascença Civilizacional Digital. Explora-se a transição de um momento civilizacional normal para um extraordinário, onde se propõe a criação de novos paradigmas estruturais para enfrentar os desafios da Civilização 2.0. O texto defende a adjetivação dos conceitos de felicidade e bem-estar, destacando a importância para uma compreensão mais precisa. Questiona a eficácia da Psicologia Positiva em lidar com os desafios da era moderna, propondo uma migração da Psicologia para o campo da Inovação Pessoal. Argumenta que a Psicologia Positiva é uma abordagem inicial na tentativa de superar a crise da Psicologia, porém ainda precária, propondo a criação de uma Ciência da Inovação Pessoal mais abrangente e integradora.
Frases de Divulgação do Artigo:
- Da mesma forma, que a Inteligência Artificial é uma macrotendência futura, diria que a explosão exponencial de guias da felicidade no campo da Inovação Pessoal é também.
- O Sapiens 2.0 precisa de guias mais fortes de felicidade para que possa enfrentar seus novos desafios.
- A sugestão é migrar a Psicologia para o campo da Inovação Pessoal, criando, simplesmente, uma nova ciência.
- A dicotomia Bem Estar e Felicidade é ruim, enganosa e atrapalhante.
- A Psicologia Positiva é uma proposta ainda meio tosca da profunda revisão que a Psicologia terá que passar diante da Civilização 2.0.
- O ideal na batalha pela Inovação Pessoal é que as pessoas consigam de forma mais autônoma seguir os Guias de Felicidade Mais Fortes.
- Precisamos de um campo mais amplo e mais abrangente, que mais ajuda do que atrapalhe nessa jornada humana por vidas melhores.
- O que ocorre é que estas sugestões de vida melhores acabaram encalhando nas praias dos clubinhos fechados da Filosofia e da Psicologia.
Vamos ao Artigo:
“Ignorar anomalias é manter-se cego às oportunidades do avanço científico.” – Thomas Kuhn.
Hoje começamos a Bimodalização do livro “Psicologia positiva: uma mudança de perspectiva” de Evandro Borges.
Permitam um primeiro Parênteses dos Escritos.
Parece estranho e fora de propósito, a princípio, alguém questionar conceitos ou campos de estudos tradicionais como Filosofia ou Psicologia como tenho feito por aqui.
Aqui, entretanto, isso se torna normal e natural, pois dentro da Ciência da Inovação Civilizacional conseguimos enxergar a Renascença Civilizacional Digital.
O que é isso?
O Sapiens, de tempos em tempos, promove uma Guinada Civilizacional, que é um ajuste entre uma determinada Complexidade Demográfica menos para uma mais complexa.
Se adaptarmos as ideias de um dos nosso Padrinhos, Thomas Kuhn (1922-96), podemos dizer que vivemos hoje uma Macro Anomalia dos Paradigmas da Civilização 1.0 e precisamos criar, em vários campos, os novos Paradigmas Estruturais da Civilização 2.0.
Isso afeta, principalmente, a Ciência Social geral, bem como, as Ciências Sociais correlatas.
Vivemos, assim, ainda inspirados em Kuhn, a passagem de um Momento Civilizacional Normal para um Momento Civilizacional Extraordinário.
Uma Renascença Civilizacional, fenômeno recorrente, tem a função de criar novos Paradigmas Estruturais para que possamos viver em novas Eras Civilizacionais.
Assim, o que parece meio loucura ou totalmente estranho em um Momento Civilizacional Normal, vai ser considerado natural, se olharmos do ponto de vista do Momento Civilizacional Extraordinário.
A Filosofia, por exemplo, é filha da Renascença Civilizacional da Escrita Manuscrita, quando os conceituadores gregos passaram a utilizá-la.
Tanto que Sócrates (470-399 a.C.) se recusou a usar a escrita e preferiu apenas falar e discursar.
Portanto, questionar, como faço neste artigo a Ciência Psicologia faz parte deste momento em que tudo se abre para esse tipo de revisão.
Permitam agora um segundo Parênteses dos Escritos.
Tenho dito que um dos meus Tapetes de Aladim (Estado de Fluxo) é justamente o prazer de organizar Ambientes de Diálogos confusos, que mais atrapalham do que ajudam.
Posso dizer para vocês que neste caso a Psicologia está nestas condições, principalmente, todo o embate entre a Psicologia Positiva e a tradicional.
Há ali sensações que fazem sentido, mas as conclusões e propostas precisam ser melhoradas.
Fecha parênteses.
Vamos ao texto.
Borges, logo no prefácio, afirma que:
“O tema central da psicologia positiva não é a felicidade, mas o bem-estar. O conceito de felicidade é subjetivo e não pode ser aplicado a todos, uma vez que cada indivíduo possui sua própria percepção de mundo.”
Aqui temos falhas lógicas na frase de Borges: “O conceito de felicidade é subjetivo”.
Sim, e eu diria que o de Bem Estar também. E por isso temos que aprofundar um pouco a diferença entre os dois.
Bem Estar e Felicidade se enquadram no que podemos chamar de Conceitos Corriqueiros, de largo uso, que precisam, quando vão ser tratados de forma mais científica, serem adjetivados.
O que nos diz o Tio Chatinho sobre a diferença entre os dois?
“Felicidade e bem-estar são conceitos relacionados, mas não são idênticos. Aqui estão as principais diferenças entre eles:
Felicidade: a felicidade é geralmente considerada uma emoção ou um estado emocional positivo e subjetivo. Envolve sentir prazer, contentamento, alegria e satisfação com a vida. A felicidade pode ser influenciada por eventos específicos, circunstâncias externas, relacionamentos, conquistas pessoais, entre outros fatores. É mais imediata e pode flutuar ao longo do tempo.
Bem-estar: O bem-estar é um conceito mais abrangente e holístico, que engloba diferentes aspectos da vida de uma pessoa. Geralmente é dividido em bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar social. O bem-estar subjetivo refere-se à avaliação subjetiva que uma pessoa faz de sua própria vida, incluindo sentimentos de felicidade, satisfação e significado. O bem-estar psicológico inclui aspectos como autoestima, autonomia, resiliência e autoaceitação. Já o bem-estar social envolve qualidade dos relacionamentos interpessoais, apoio social e senso de pertencimento.
Em resumo, enquanto a felicidade se concentra mais em sentimentos positivos e emoções momentâneas, o bem-estar aborda uma perspectiva mais ampla e duradoura do estado de vida de uma pessoa, incluindo aspectos emocionais, psicológicos e sociais.”
Vamos ver o que nos diz o Tio Gemini:
“Diferença entre felicidade e bem-estar:
Embora muitas vezes usados como sinônimos, felicidade e bem-estar são conceitos distintos com algumas nuances importantes:
1. Foco:
Felicidade: Emoção intensa e fugaz, relacionada a momentos específicos de alegria, contentamento e satisfação. É um estado psicológico subjetivo e momentâneo.
Bem-estar: Estado mais amplo e duradouro, que engloba a felicidade, mas também outros aspectos como: Saúde física e mental, segurança, satisfação com a vida em geral, sentido de propósito, relacionamentos saudáveis e realização pessoal.
2. Duração:
Felicidade: Vem em ondas, podendo durar segundos, horas ou dias. É passageira e influenciada por eventos externos.
Bem-estar: É um estado mais constante e duradouro, mesmo que oscilações ocorram. É construído ao longo do tempo e depende de hábitos e escolhas.
3. Medição:
Felicidade: Difícil de medir objetivamente. Questionários e escalas subjetivas podem ser usados para avaliar a percepção individual de felicidade.
Bem-estar: Mais fácil de mensurar. Indicadores como PIB per capita, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Esperanza de vida podem ser usados para avaliar o bem-estar de uma população.
4. Busca:
Felicidade: Muitas vezes vista como um objetivo final, algo a ser perseguido incansavelmente. Essa busca pode gerar frustração e infelicidade.
Bem-estar: Envolve um processo contínuo de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e busca por uma vida com mais significado e propósito.
Em resumo:
A felicidade é como um raio de sol que ilumina a vida, enquanto o bem-estar é como um clima ameno e agradável que nos permite aproveitar cada dia com mais plenitude.
Ambos são importantes para uma vida plena, mas a busca pelo bem-estar pode ser mais gratificante e sustentável a longo prazo.
Exemplos:
Felicidade: Ganhar na loteria, se casar com o amor da sua vida, receber uma boa notícia. Bem-estar: Dormir bem, se alimentar de forma saudável, praticar atividades físicas, ter relacionamentos saudáveis, se sentir realizado no trabalho, ter um senso de propósito na vida.”
Vejamos o dicionário online o conceito felicidade:
“Sensação real de satisfação plena; bem-estar. Estado de contentamento, de satisfação; júbilo. Condição da pessoa feliz, satisfeita, alegre, contente; alegria.”
Aqui, temos claramente um problema de adjetivação, que é bem comum em conceitos muito usados e que acabam sendo evitados.
Note que para demonstrar a confusão eu pergunto ao Tio Gemini a diferença entre Alegria e Felicidade, eis a resposta:
“Alegria: Emoção intensa e efêmera, como um pico de felicidade. É uma explosão de contentamento e júbilo. Felicidade: Emoção mais suave e duradoura. É um estado de satisfação e bem-estar mais constante. Duração: Alegria: Passageira e fugaz. Dura segundos, minutos ou horas, dependendo da intensidade do estímulo. Felicidade: Mais duradoura, podendo durar dias, semanas ou até meses. É um estado mais persistente.”
Já o Tio Chatinho nos diz:
“Alegria: Refere-se a um estado emocional de contentamento, prazer ou satisfação momentânea. A alegria pode ser causada por eventos específicos, como encontrar um amigo querido, alcançar um objetivo ou experimentar algo agradável. É uma emoção transitória e pode ser mais efêmera do que a felicidade. Alegria é frequentemente associada a momentos de prazer ou realização pessoal. Felicidade: É uma condição mais duradoura e abrangente de bem-estar emocional e satisfação com a vida como um todo. A felicidade pode incluir sentimentos de alegria, mas vai além disso, incorporando um senso geral de propósito, significado e contentamento com a vida. Está mais relacionada à percepção de como a vida está indo, em vez de apenas emoções momentâneas.”
Quando eu peço aos chatboxes a diferença entre Felicidade e Alegria, a Felicidade deixa de ser de curto prazo e passa a ser um bem estar de longo prazo – o que demonstra claramente a confusão do uso dos dois termos.
A melhor forma de evitar confusão entre Conceitos Batidos é adjetivá-los.
(Conceitos Batidos ou Corriqueiros – muito usados e que precisam de adjetivações para que possam ser aplicados de forma mais adequada, tal como felicidade, bem estar e egoísmo.)
Não podemos, por exemplo, falar em egoísmo sem colocar logo em seguida os adjetivos tóxico e saudável, como nos ensinou uma de nossas Madrinhas, Ayn Rand (1905-1982).
Pelo que vimos no detalhamento acima, os dois chatboxes consideram o seguinte (algo que vamos discordar mais à frente):
Felicidade são sensações que nos invadem no curto prazo;
E Bem Estar passa a ser sinônimo de longo prazo.
Podemos perguntar para alguém se ela está se sentindo bem, se está com um bem estar e ela responder que sim, pensando apenas naquela semana.
O termo de Felicidade e Bem Estar precisam, assim, de adjetivações para um uso mais interno e científico dos mesmos:
Felicidade Mais Conjuntural – de curto prazo, que seria o Bem Estar Conjuntural;
Felicidade Mais Estrutural – de longo prazo, que seria o Bem Estar Estrutural.
Em ambos os casos, vamos precisar dos adjetivos Conjuntural (de curto prazo) e Estrutural (de longo prazo).
Sim, temos usado o termo Felicidade sem adjetivos, neste caso, é um Conceito Mais de Sala.
Vejamos a diferença entre Conceito de Sala e Cozinha:
Conceitos de Sala – menos explicativos, mais abertos, utilizados em um público mais geral, com menos demanda de clareza mais científica em momentos que não se tem muito tempo para um detalhamento maior, como em palestras ou em áudios e vídeos mais curtos;
Conceitos de Sala – mais explicativos, mais fechados, utilizados em um público mais especializado, com mais demanda de clareza mais científica em momentos que se tem mais tempo para um detalhamento maior, como em cursos ou em áudios e vídeos mais longos.
Sob este ponto de vista, Felicidade e Bem Estar sem adjetivações são mais Conceitos de Sala e como adjetivações de Cozinha.
Nós usamos o conceito Felicidade sem adjetivos, mas deixamos claro, quando temos mais tempo para explicações, de que se trata da procura da Felicidade e do Bem Estar Estrutural, de longo prazo, e não da Felicidade ou do Bem Estar Conjuntural, de curto.
Quando Borges diz:
“O tema central da psicologia positiva não é a felicidade, mas o bem-estar.”
Podemos traduzir que o objetivo do que ele quer expressar é gerar uma sensação positiva no longo prazo – uma Felicidade (ou um Bem Estar) Mais Estrutural do que Conjuntural.
Dessa forma, podemos dizer que:
A dicotomia Bem Estar e Felicidade é ruim, enganosa e atrapalhante.
Na sequência, o próprio Borges usa o conceito de “Felicidade Plena”:
“A felicidade plena, a meu ver, é um estado mental que depende de fatores internos e externos, como relacionamentos positivos que agreguem emoções positivas, como alegria, coragem, motivação, inspiração, sentimento de ser acolhido e amparado, dentre outros.”
Felicidade Plena é a Felicidade Mais Estrutural de longo prazo.
A Psicologia Positiva, assim, quer propor Teorias e Metodologias para que possamos ter uma Felicidade Estrutural de longo prazo.
Obviamente, que o Ambiente de Diálogo está bagunçado e precisa de ajustes.
O que coloquei no Glossário Bimodal sobre Felicidade, a partir destas reflexões:
Felicidade – estado de bem estar que pode ser visto e avaliado no curto Felicidade Mais Conjuntural e no longo Felicidade Mais Estrutural. Nosso GFB 2.0 visa ajudar em ambos os casos, mas principalmente no segundo.
Quando defendemos a ideia de um Guia da Felicidade Bimodal 2.0 está implícito que estamos nos referindo à Felicidade Mais Estrutural do que a Felicidade Mais Conjuntural.
E se formos falar de Bem Estar, nos referimos a um Bem Estar Continuado e não Momentâneo.
Mudemos de assunto.
Diz Borges:
“O conceito de felicidade é subjetivo e não pode ser aplicado a todos, uma vez que cada indivíduo possui sua própria percepção de mundo.”
Aqui vamos esbarrar no problema da nossa relação com a realidade.
Sim, todos temos percepções diferentes, mas existem coisas que são comuns a todos.
Se você pular da janela do décimo andar, você pode ter a percepção de que dá para pular, mas a realidade vai te mostrar que esta percepção é inadequada.
O que nós temos de diferente uns dos outros não é a percepção, mas Singularidades.
O objetivo da Ciência da Inovação Pessoal é justamente o de sugerir percepções, ou Paradigmas como prefiro, que levem as pessoas a terem vidas melhores. E que tais sugestões sejam adaptadas às Singularidades de cada pessoa.
Paradigmas (ou percepções) são criados para serem testados e avaliados se estão adequados para a nossa compreensão e relação com a realidade.
O papel das ciências é nos ajudar a entender e lidar melhor com os fenômenos, evitando que determinadas percepções sejam utilizadas, pois mais atrapalham do que ajudam.
Questionando Borges eu modifico a frase dele da seguinte forma:
“O conceito de felicidade é subjetivo e não pode ser aplicado a todos, uma vez que cada indivíduo possui sua própria percepção de mundo.”
Sugestões mais fortes sobre uma vida mais feliz podem ser aplicadas a todos, desde que se deixe claro que cada um vive em determinados contextos e com a sua Singularidade – o que exige adaptações.
E aqui temos um impasse na conversa sobre felicidade, pois há uma visão de que cada um tem a sua e não se pode sugerir nada para ninguém.
O que é um erro.
É preciso separar duas coisas Sugestões Gerais sobre Felicidade das Adaptações Específicas da Felicidade, vejamos:
Sugestões Gerais sobre Felicidade – recomendações de visão, atitudes e métricas que foram se mostrando mais consistentes ao longo do tempo;
Adaptações Específicas da Felicidade – a partir das Sugestões Gerais sobre Felicidade, as adaptações que cada pessoa fará, a partir do seu contexto e das suas Singularidades.
Todos temos uma percepção de mundo, um caminho a ser trilhado, mas existem teorias e metodologias que, se bem usadas, podem ajudar a todos, independente das suas idiossincrasias.
Podemos seguir determinados Guias de Felicidade Mais Fortes, que nos ajudam a ter estilos de vida que funcionaram mais do que os outros.
Outro assunto, já dentro do contexto do título.
O tema do livro de Borges é a Psicologia Positiva.
A Psicologia Positiva, segundo Tio Chatinho é:
“A Psicologia Positiva é uma área da psicologia que se concentra no estudo e promoção dos aspectos positivos da experiência humana, como felicidade, bem-estar, resiliência e qualidade de vida. Em vez de se concentrar apenas nos problemas e patologias, como fazem algumas abordagens tradicionais da psicologia, a Psicologia Positiva busca entender o que faz as pessoas prosperarem e florescerem. Essa abordagem foi popularizada pelo psicólogo Martin Seligman na virada do século XXI. Ele propôs que a psicologia deveria se concentrar não apenas em corrigir as deficiências e patologias, mas também em cultivar as virtudes e forças humanas. Assim, a Psicologia Positiva investiga temas como gratidão, otimismo, engajamento, relacionamentos positivos e propósito de vida. Essa área da psicologia se tornou bastante influente, tanto na pesquisa acadêmica quanto na aplicação prática em áreas como aconselhamento, coaching, educação e desenvolvimento organizacional. O objetivo geral da Psicologia Positiva é promover uma vida mais satisfatória, significativa e gratificante para as pessoas.”
Qual é o problema que vejo aqui?
A Psicologia – uma nova ciência contemporânea – surgiu com a mesma intenção de antes, da época de Sócrates e anteriores, melhorar ainda mais o trabalho dos filósofos “os médicos da alma” na direção de gerar um Bem Estar Continuado.
É o que nos diz o Tio Chatinho:
“A psicologia como disciplina formal surgiu no final do século XIX, embora suas raízes remontem a tempos antigos com filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles que exploraram questões relacionadas à mente e ao comportamento humano. No entanto, foi no século XIX que a psicologia começou a se desenvolver como uma disciplina científica distinta. Wilhelm Wundt, frequentemente considerado o pai da psicologia moderna, fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig, Alemanha, em 1879. Desde então, a psicologia tem evoluído e se ramificado em várias escolas de pensamento e áreas de especialização.”
A batalha do ser humano para viver vidas mais plenas, significativas e saudáveis, portanto, NÃO começou com a Psicologia, mas há milênios atrás.
Quando alguns Conceituadores começaram a conversa da Psicologia Positiva, na verdade, estão propondo – de alguma forma – o resgate das antigas propostas de sugestões de vida melhor.
A Psicologia Positiva é uma proposta ainda meio tosca da profunda revisão que a Psicologia terá que passar diante da Civilização 2.0.
Diz Borges:
“A grande maioria das grades curriculares que hoje integram os cursos superiores de psicologia estão atreladas às teorias do início do Século XX, enquanto que a psicologia aplicada na prática se faz necessária para pessoas do Século XXI. E isso é um desafio para qualquer psicólogo. Como podemos, então, utilizarmos de ferramentas tão antigas em tempos modernos e globalizados onde a informação corre na velocidade da luz?”
O que a Psicologia Positiva diagnostica bem a crise da Psicologia e o que ela não resolve bem como solução?
A Psicologia Positiva identifica bem o problema limitante da atual Psicologia (que seria Negativa) de apenas pensar neste campo de forma pósventiva, na cura das “doenças psicológicas” na vida das pessoas;
Porém, sugere a criação de um novo ramo da Psicologia, que tem um nome inadequado, deveria ser Preventiva, e não propõe de forma explícita um resgate dos conceituadores do passado que se dedicaram à felicidade e o bem estar;
Por fim, ainda opera com a Ciência Social 1.0 e não enxerga a Guinada Civilizacional que estamos passando, a Ciência Social 2.0, que demanda o surgimento da Ciência da Inovação Pessoal.
A Psicologia Positiva é o início da tentativa de superar a crise da psicologia, mas de forma ainda precária.
Se eu digo que vou criar a Psicologia Positiva estou me opondo a que? A Psicologia Negativa, certo?
Pela lógica, passaríamos a ter a Psicologia Positiva e a Psicologia Negativa.
A “Psicologia Negativa” é aquela que parte dos problemas e a Psicologia Positiva partiria para evitar que as pessoas tenham problemas.
O que é algo estranho.
O que temos, na verdade, são duas abordagens quando pensamos nas duas Psicologias do jeito que está no livro de Borges:
A Psicologia Preventiva (e não Positiva) – que oferece uma série de Teorias e Metodologias para que as pessoas possam levar vidas melhores de forma autônoma e independente;
A Psicologia Pósventiva (e não Negativa) – que oferece Teorias e Metodologias para aqueles que NÃO conseguem levar vidas melhores de forma autônoma e independente.
Assim, é falsa a dicotomia entre a Psicologia Positiva e a Negativa, sendo uma apoiadora da outra.
Quando alguém, por exemplo, abraçar e seguir um Guia da Felicidade de forma autônoma, ele pode contar com apoio de Profissionais da Inovação Pessoal preventivos;
Quando alguém, por exemplo, NÃO consegue abraçar e seguir um Guia da Felicidade de forma autônoma, ele pode contar com apoio de Profissionais da Inovação Pessoal Pósventivos.
O ideal na batalha pela Inovação Pessoal, entretanto, é que as pessoas consigam de forma mais autônoma seguir os Guias de Felicidade Mais Fortes.
O que temos, assim, na verdade, no novo campo da Ciência da Inovação Pessoal são diferentes abordagens dos Guias de Felicidade Mais Fortes.
Note, assim, que estou aqui questionando não só a dicotomia Psicologia Positiva versus Negativa, mostrando que é Preventiva e Pósventiva, mas não só isso.
Introduzo a proposta mais ampla de rever a Ciência Psicologia.
A sugestão é migrar a Psicologia para o novo campo da Ciência da Inovação Pessoal, criando, simplesmente, uma nova ciência, de forma mais ampla e completa. Vantagens:
A Ciência da Inovação Pessoal é um subcampo de algo maior que é a Ciência da Inovação (que substitui a Ciência Social), na qual temos a Ciência da Inovação Civilizacional, que nos ajuda a entender de forma mais clara o contexto;
A Ciência da Inovação Pessoal abarca todos os Conceituadores do presente e do passado que tiveram foco na melhoria da qualidade de vidas das pessoas, separando-os em preventivos e pósventivos (exclusivo dos ex-psicólogos);
E a ideia de que é necessário a criação de diferentes Guias de Felicidade, a serem escolhidos a critérios dos clientes, para que as pessoas possam ter vidas mais adequadas neste novo conceito de um Ambiente Civilizacional mais descentralizado e, portanto, com muito mais escolhas.
Acredito que a ideia de um campo de estudo denominado Psicologia, nesta altura do campeonato, mais atrapalha do que ajuda!
Proponho migrar a Psicologia para o campo da Inovação Pessoal, que é muito mais abrangente, complementar, facilitando em muito o resgate histórico dos antigos conceituadores do passado.
Por quê?
Note que desde o início dos tempos, o tema de vidas melhores e mais felizes vem sendo tema dos principais pensadores.
Tudo isso não pode ser perdido.
O que ocorre é que estas sugestões de vida melhores acabaram encalhando nas praias dos clubinhos fechados que se tornaram a Filosofia e a Psicologia. Vejamos:
Quando alguém fala em Felicidade é papo de Filosofia e auto-ajuda e não de psicólogos;
Quando alguém fala em depressão, neurose e problemas de todos os tipos é papo de Psicólogo e não de projetos de Felicidade não conhecidos, fracos ou mal utilizados.
Todos os pensadores do passado, onde se incluem Filósofos e Psicólogos, tiveram e têm apenas uma meta: ajudar as pessoas a terem vidas melhores. Certo?
Precisamos de um campo mais amplo e mais abrangente, que mais ajuda do que atrapalha nessa jornada humana por vidas melhores.
Sim, podemos dizer que as propostas de Sócrates, por exemplo, por vidas melhores, estava dentro da ideia de levar as pessoas a inovar na vida pessoal. Assim como tudo que Freud e seus seguidores propuseram depois.
A Ciência da Inovação Pessoal é uma proposta de um novo Ambiente de Diálogo, que une, de forma mais adequada, filósofos, psicólogos e vários outros conceituadores e profissionais que têm como missão levar vidas melhores para as pessoas.
A Ciência da Inovação Pessoal resgata Teorias e Metodologias do passado e do presente e as une em um campo único, dividido apenas entre as ações preventivas e pósventivas.
Qual a diferença?
Guias de Felicidade são gerados para que possam servir de bússola para a vida das pessoas de forma autônoma e independente.
Inclusive para amplo uso, desde cedo pelas crianças.
Quando alguém não conseguir abraçar determinado guia, de forma autônoma, que é uma ferramenta preventiva, pode recorrer a um especialista para uma ação pósventiva.
Sim, teremos diversas abordagens dentro da Ciência da Inovação Pessoal, que serão diferenciadas pelos Guias de Felicidade propostos.
Profissionais da Ciência da Inovação se diferenciam pelos Guias propostas, que vão ser considerados mais fracos ou mais fortes.
Os Guias de Felicidade se dividem e se dividirão, conforme respondemos a seguinte questão: que atividades um Sapiens deve fazer, independente das suas particularidades, para ter uma vida mais plena no longo prazo?
A Bimodais, por exemplo, respondeu a esta questão, defendendo que a principal missão do Sapiens, independente do seu perfil particular, é procurar desenvolver, ao máximo, o seu Potencial Singular.
Temos, portanto, aqui dentro da Ciência da Inovação Pessoal Bimodal um viés Singularista, que se reflete no nosso GFB 2.0.
Nós optamos pela linha Singularista proposta por Mihaly Csikszentmihalyi (1934-2021), que defende que o Sapiens deve procurar aquilo que o deixa em Estado de Fluxo.
O Estado de Fluxo, segundo ele, interpretação nossa, ocorre quando as pessoas conseguem colocar para rodar o seu Potencial Singular.
Borges se pergunta:
“Como podemos, então, utilizarmos de ferramentas tão antigas em tempos modernos e globalizados onde a informação corre na velocidade da luz?”
Sim, a resposta que ele sugere ainda não é a ideal, mas já aponta a necessidade de uma revisão geral da Psicologia.
Na Ciência da Inovação, concordo com ele, precisamos: “uma compreensão mais ampla de “saúde mental”, ao invés do modelo tradicional de “doença mental”.”
Na verdade, é preciso dividir em duas etapas as atividades.
Os Profissionais da Inovação Pessoal devem sempre procurar gerar a independência de seus clientes para que eles usem sozinhos os Guias da Felicidade.
Quando não conseguem, precisam de abordagens mais profundas, pósventistas, sempre com o foco de ajudar ao uso autônomo dos Guias da Felicidade.
Veja o que diz Seligman um dos principais conceituadores da Psicologia Positiva:
“O tema da psicologia positiva deveria ser a felicidade, que o principal critério para a mensuração da felicidade seria a satisfação com a vida e que o objetivo da psicologia positiva era aumentar essa satisfação com a vida.”
Diz Borges, ainda na falsa dicotomia Felicidade/Bem Estar:
“O autor reavalia tais concepções e então chega a conclusão de que atualmente o tema central da psicologia positiva deva estar focado no bem-estar, que o principal critério para a mensuração do bem-estar é o florescimento, e que o objetivo da psicologia positiva é aumentar esse florescimento. A psicologia Positiva é, portanto, uma mudança de perspectiva do modelo tradicional de psicologia. Ela nasce de uma necessidade de se investigar as origens da saúde, ao invés de buscar o que há de “doente” nas pessoas.”
Nada melhor do que a citação acima para definir a Inovação Pessoal Preventiva.
E ainda esta que vai abaixo:
“Aqui o foco seria a potencialização do que ainda há de saudável no indivíduo, explorando suas forças pessoas, ao passo que a outra alternativa seria a de minimizar o que há de “doente”.”
Ele se pergunta:
“Seria a depressão apenas uma consequência da presença de aspectos negativos na vida do indivíduo, ou seria também decorrente da ausência de aspectos positivos?”
Sim, o que temos hoje na sociedade é o isolamento da ideia de Felicidade Estrutural, como algo menor e sem importância, retirando todo o ensinamento do passado nesse campo.
É preciso resgatar tudo isso e disseminar estas Teorias e Metodologias para que se reduza a necessidade do papel dos Profissionais da Inovação Pessoal Pósventivas.
Termino o texto assim.
O Sapiens 2.0 precisa de guias mais fortes de felicidade para que possa enfrentar seus novos desafios.
Hoje, os “médicos da alma” estão muito mais preocupados em resolver os problemas de guias fracos de felicidade e não criar guias mais fortes para que isso não ocorra.
Da mesma forma, que a Inteligência Artificial é uma macrotendência futura, diria que a explosão exponencial de guias da felicidade no campo da Inovação Pessoal é também.
É isso, que dizes?
“Nepô é o filósofo da era digital, um mestre que nos guia em meio à complexidade da transformação digital.” – Leo Almeida.
“Carlos Nepomuceno me ajuda a enxergar e mapear padrões em meio ao oceano das percepções. Ele tem uma mente extremamente organizada, o que torna os conteúdos da Bimodais assertivos e comunicativos. Ser capaz de encontrar e interrelacionar padrões é condição “sine qua non” para se adaptar aos ambientes deste novo mundo.” – Fernanda Pompeu.
“Os áudios do Nepô fazem muito sentido no dia a dia. É fácil ouvir Nepô é colocar um óculos para enxergar a realidade.” – Claudio de Araújo Tiradentes.
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Forte abraço,
Nepô.
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