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liberalismo_sonho_impossivel (1) A procura da verdade é um exercício lógico, que deságua numa metodologia.

A lógica constrói metodologias.

E metodologias testam algo que parece mais lógico, na prática.

Assim, nada é lógico, sem ser testado.

Mas testar tem um custo.

Assim,  nada mais lógico, do que um debate lógico, antes de se testar e gastar.

Quanto mais caro for o teste, mais deverá se investir na lógica para reduzir o risco.

O resultado do teste de uma dada metodologia, portanto, é o resultado de uma dada lógica.

Crises de pensamento, ao final de eras cognitivas, nos levam a reduzir o exercício lógico.

A sociedade vive um momento de falsa estabilidade, que gera ações sem lógica.

A lógica foi dominada pelo discurso hegemônico de baixa lógica.

A lógica deu lugar a metodologias ilógicas, que se perpetuam por vir do centro de poder.

E não pela qualidade de sua lógica.

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É uma “ilogicidade” que se perpetua pela incapacidade da sociedade em debater a lógica.

Assim, há verdades mais verdadeiras.

São aquelas que tem uma lógica mais coerente, com metodologias mais precisas.

Que apostam no lado racional e lógico dos envolvidos.

E procura analisar os resultados de seus testes metodológicos, de forma mais transparente.

Revoluções Cognitivas demandam o retorno do estudo da lógica, pois cria-se um movimento de instabilidade (quebrando a falsa lógica) que exige mais e mais mudanças.

E é preciso, diante da multiplicidade de lógicas, discernir as que fazem mais sentido.

E isso nos leva ao investimento no diálogo, como ambiente propício para o debate da lógica.

Vimos aqui que temos dois tipos de cosmovisões: as de sobrevivência (políticas e econômicas) e as de transcendência (religiosas).

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Tais cosmovisões são afetadas por Revoluções Cognitivas.

Como e por quê?

Ambientes Cognitivos não surgem do nada.

Eles são criados, a partir da chegada de novas Tecnologias Cognitivas.

Ou seja, um dado momento histórico trabalha dentro dos limites tecnológicos que temos de nos comunicar.

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A capacidade de nos comunicar define a Governança da Espécie possível.

Assim, as Cosmovisões que teremos na sociedade vão flutuar, conforme a chegada ou o fim de um dado Ambiente Cognitivo.

As Revoluções Cognitivas, portanto, quando ocorrem, farão uma revisão das Cosmovisões atualizando-as.

Cosmovisões, ao final de uma Era Cognitiva, serão cosmovisões decadentes, pois perderam a sua lógica e conseguem sobreviver pela capacidade de se repetir e de ter criado uma “naturalidade cultural”.

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Por quê?

  1. Centros de Poder são Difusores de Cosmovisões;
  2. Centros de poder dominam os canais de difusão e passam a tornar suas cosmovisões hegemônicas;
  3. Os centros de poder perdem força numa Revolução Cognitiva, pois há novos agentes de difusão na praça;
  4. Estes novos Agentes de Difusão questionam a lógica das Cosmovisões, pois elas não tem mais uma narrativa de convencimento, mas apenas um discurso de repetição.

Haverá um renascimento das Cosmovisões, em uma etapa de ascendência, na quais as narrativas serão reatualizadas por uma nova lógica, movida pelos novos Agentes de Difusão.

É isso, que dizes?

Cosmovisão – conjunto de ideias e princípios culturais de uma corrente de pensamento da sociedade. Há dois tipos de cosmovisões: (de sobrevivência) as políticas e econômicas e (de transcendência) as religiosas (ver conceitos do blog aqui.)

COSMOVISOES

O ser humano tem duas preocupações centrais no mundo:

  • sobreviver – com cada vez mais qualidade (como sugere Mises;
  • transcender – criar algo que possa dar algum significado na vida e deixar alguma “pegada” no mundo, depois de morto.

Vejamos:

  • O desejo de sobreviver cria cosmovisões de como isso pode ser feito, através de cosmovisões de sobrevivência, que resultam em propostas para a sociedade políticas e econômicas;
  • O desejo de transcender cria cosmovisões de como isso pode ser feito, através de cosmovisões de transcendência, que resultam em propostas para uma conduta religiosa e/ou espiritual.

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Cosmovisões são criadas e/ou renovadas e entram em ascendência ou decadência após Revoluções Cognitivas.

É o que veremos a seguir.

É isso, que dizes?

Vejo gente que se diz anti-marxista, mas usa narrativas, conceitos e expressões cunhadas pela cosmovisão marxista.

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Tenho dito que o conceito esquerda e direita só faz sentido dentro de uma visão marxista. Fora dela, não tem lógica.

Hoje, temos pessoas que defendem um centro de poder forte versus um centro de poder fraco e poder para as pontas.

Um liberal, na raiz do termo, defende as pontas fortes, todo o poder para o indivíduo, leia-se cidadão e consumidor.

Do outro lado, temos os mercantilistas e os marxistas, que se unem pelo centro forte. E até alguns conservadores, que se dizem anti-marxistas, mas não são liberais.

Ou seja, querem manter um centro forte, mas não marxista.

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Expressões como Mercado versus Estado é uma falsa lógica, pois um liberal sabe que o Estado faz parte do Mercado e a tensão está entre organizações versus cidadão.

Outro conceito muito usado de foram equivocada é Organização Pública e Privada.

Falso, pois existem organizações estatais, gerenciadas pelo estado e privadas, gerenciadas por empresários.

Espera-se que as organizações sejam as mais públicas possíveis, sejam estatais, ou não, ou seja estejam para servir o cidadão da melhor forma possível e haja uma troca livre entre as partes.

Assim, um liberal tem que rejeitar a expressão serviço público, mas chamá-lo apenas de estatal, que na maioria das vezes tem uma baixa taxa de serviço ao público.

É isso, ficar atento é preciso, pois é nos conceitos, que formam uma narrativa, que se cria o embate cultura de ideias.

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Se não houver um policiamento constante, está se reproduzindo conceitos que reforçam ideias que são contrárias completamente ao que uma dada pessoa pensa.

É isso, que dizes?

Totalitarismo é um sistema político no qual o Estado, normalmente sob o controle de uma única pessoa, político, facção ou classe, não reconhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível.

Recomendo este documentário:

Narra a história, pouco difundida, dos holocaustos comunistas na União Soviética, que mataram mais de 11 milhões de pessoas, de forma deliberada, por motivos ideológicos, antes dos nazistas.

Apresenta a relação das origens do nazismo e do fascismo e destas com as ideias de Marx. Sim, Hitler e Mussolini tiveram um pezinho no Marxismo. E a Gestapo e a SS nazistas fizeram cursos com a polícia secreta russa para aprender técnicas de opressão.

E podemos especular sobre o ovo da serpente dos movimentos totalitários, ao procurar analisar as origens do pensamento que nos leva a esse tipo de regime que defende o “novo humano”.

Vejamos.

Haverá, isso faz parte da nossa história, sempre no mundo alguém que estará insatisfeito com a espécie humana.

Somos animais com características específicas que produzem uma sociedade complexa, injusta, violenta, marcada por guerras, descasos, problemas sociais, ecológicos, políticos, econômicos de todos os tipos.

A história nos mostra o que conseguimos ser de melhor ao longo de nossa jornada na terra. Obviamente, que quem chega, principalmente, os jovens olham para tudo isso e acreditam que algo poderia ser diferente. E surge um campo fértil para acreditar que tudo vai mudar se conseguirmos criar um novo ser humano. Todo o pensamento totalitário será sempre a-histórico, pois defenderá que tudo que foi feito até aqui é algo que pode ser reconstruído baseado em um movimento de ruptura e de reengenharia social-cultural.

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Assim, há uma divisão entre pessoas que:

  • aceitam essa “natureza humana” a partir da história e procuram tentar lidar com ela e construir uma sociedade que possa administrar o que o passado nos demonstra o que podemos ser. incorporando nossas falhas;
  • e aqueles que não aceitam essa “natureza humana” e querem que o ser humano – por algum tipo de reengenharia social – venha a ser outra coisa, a partir de purificações políticas, econômicas, sociais, raciais, etc.

O pensamento de não aceitação do ser humano a partir da sua história abre mão de algo que já demonstrou ser possível, para algo incerto para algo “completamente novo”. Uma mudança, a partir de agora, do ponto zero.

(E isso é que deve ser combatido fortemente nas escolas, na juventude para demonstrar o que esse tipo de pensamento gerou na história!!! Isso não é feito, ao contrário, é estimulado essa “visão crítica a-histórica” que acaba criando simpatizantes e líderes totalitários.)

Marx, ao comprar a ideia de Rousseau, do selvagem bom e a procura dessa bondade humana, passou a acreditar que todos os problemas humanos não eram da espécie, do indivíduo, mas da forma que a sociedade se organiza.

Ou seja, o problema não é de cada indivíduo, mas do conjunto dos indivíduos, que vivendo em uma sociedade sem classes, ou sem opressão, conseguiria se superar, chegando ao homem novo. Idem Hitler, Mao, Stalin, Mussolini, Fidel, Maduro, etc…

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O marxismo, assim, como o nazismo, como o fascismo e mesmo o anarquismo parte dessa premissa de que tudo que foi feito até agora pode ser ignorado e é possível com algum tipo de receita nova, começar do zero.

As tentativas totalitárias, assim, são totalitárias pois:

Por que é preciso que seja totalitária, pois precisa remodelar o ser humano que entra “a” e precisa sair “b”. É preciso, como tenta todo o regime totalitário, moldar o ser humano “estragado pelo passado” e “salvá-lo para o futuro”.

O Estado exerce uma função transformadora, o que precisa ser feito por:

  • – fortalecimento do centro, que sabe de onde o ser humano tem que ir, impondo do centro para as pontas esse modelo;
  • – uma purificação gradual, com mais e mais poder centralizado, que vai cada vez mais ficando mais radicalmente puro, eliminando os desviantes, pois não há outra forma, todos que não se encaixam no modelo.

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Assim, o problema do nazismo, do comunismo, do marxismo, do anarquismo e de todos os ismos, que acreditam na sociedade ideal, do novo homem, nos levam ao totalitarismo, pois o ser humano tem que ser algo que nunca foi.

E para que isso seja possível o mal precisa ser colocado em alguns humanos, que precisam ser eliminados, pois eles são tudo aquilo que leva à sociedade a esse estado de miséria, de opressão, etc. É preciso purificar um tipo de humano, criar um mito, um santo, bem como, ao mesmo tempo, demonizar um tipo de humano, que precisa ser rejeitado e eliminado, um diabo. A prática da eliminação passa a ser de uso frequente, pois há moralmente uma justificativa para fazê-lo, o que vai se espalhando como uma prática comum. A diferença precisa ser eliminada e não negociada, como é no modelo republicano.

(Algo bem utilizado também pelos movimentos religiosos fundamentalistas.)

E tem que se adaptar a algo que está na cabeça de quem lidera o projeto de “transformação” do velho humano para o novo humano.

O marxismo, assim, não poderá nunca deixar de ser autoritário ou totalitário, pois a opção filosófica adotada na sua origem é de acreditar que tudo isso que conseguimos até agora é algo que pode ser alterado pelo Estado, por um partido e por uma ideologia. E quem o segue está trazendo uma purificação humana ao mundo, são os salvadores da espécie, contra a natureza humana histórica que precisa ser combatida.

É uma não aceitação e negação da história humana.

A violência não nasce depois, quando o regime é implantado, mas ela nasce justamente na sua origem, pois há uma não aceitação do outro como ele consegue ser.

Eu defino como o outro tem que ser e quero impor essa minha visão criada em laboratório para o mundo, acreditando que sou um agente purificador da espécie, o que  torna todo o revolucionário totalitário um messiânico, dogmático.

E o que o torna um santo, pois o mal e o lado perverso da humanidade não está nele, pois conseguiu superá-lo na luta revolucionária em direção à sociedade ideal.

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É uma aposta em um laboratório humano, sem nenhuma base histórica, que comprove que há um pingo de realismo naquelas premissas.

Todo o movimento que parta desse ponto de origem, por mais bem intencionados que sejam seus atores, nos levará a muito mais violência do que o ponto de partida pois há um equívoco na maneira que se pensa a natureza humana.

A estrada é violenta, desde o princípio, pois cada seguidor daquela ideologia já é por si só uma pessoa que está se violentando, colocando as contradições da espécie fora de sua existência, tornando-se um auto-santo sem “pecado”.

O humano, dentro dessa lógica, não se define mais por si, mas há alguém que quer que ele seja algo que a história tem demonstrado que ele não consegue ser.

Note que os movimentos liberais clássicos pós-Idade Média caminharam em outra direção e, por isso, conseguiram construir sociedades menos violentas, comparadas às totalitárias.

(Não existe ser humano ou sociedade sem violência.)

Partiram da história e da natureza humana mais perto do que provavelmente é ou foi, o que nos leva a pensar sociedades mais adaptadas ao ser humano mais tangível, naquilo que ele demonstrou ser mais próximo do que somos ou podemos vir a ser.

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O liberalismo republicano e econômico com verdadeira liberdade para as pontas (coisa que tivemos pouco no século passado), permite que haja limites para a espécie, mas uma possibilidade de recriação gradual em direção a algo incerto, que não é pré-concebido por um centro que sabe o que somos.

O centro não define o que o ser humano deve ser, mas procura criar instrumentos para que ele vá se fazendo e se auto-definindo, via inovação contínua.

Desta forma, elimina-se a necessidade do modelo totalitário, pois o todo não é definido pelo centro, mas cada parte forma o todo.

Não existe a necessidade de criar fronteiras fechadas e impor a sociedade, ela vai sendo adotada por adesão.

A luta liberal, assim, é a luta, antes de tudo, filosófica da liberdade humana, anti-totalitária, justamente por não querer definir o que o ser humano é ou o que deveria ser. Procura ter a a humildade de aprender com a história e acreditar que a natureza humana não pode ser recriada por um centro ou por alguém, que de forma arrogante, vai definir aquilo que nós somos.

O liberalismo – no seu sentido clássico – procura abrir o espaço para que o ser humano se recrie das pontas para o centro e rejeita todo o regime que quer defini-lo do centro para as pontas.

O filme acima deveria passar nas escolas.

É isso, que dizes?

Um dos principais problemas quando falamos em mudança e a inovação é o problema do mundo perfeito.

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Há uma forma de pensar que se acredita que podemos construir, de alguma forma, um mundo perfeito.

Assim, a inovação ou qualquer mudança deve desaguar nesse paraíso na terra.

Ao trabalhar de forma realista com inovação e apontar que, qualquer mudança, nos leva de uma situação “a” para uma situação “b”.

Que “a” causa mais conforto ou menos sofrimento do que “b”, mas haverá uma taxa de desconforto em “b” e novos problemas a serem enfrentados é preciso superar o ponto de chegada do mundo perfeito.

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E isso gera uma frustração não com o processo de inovação, mas com o próprio paradigma de quem acredita que a chegada em “b” é algo definitivo e onde não haverá mais o que ser feito.

Quer se fazer um esforço único e definitivo de “a” para “b” e não se falar mais disso.

A frustração não é com o processo de inovação, mas com a forma que se pensa o mundo.

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É isso, que dizes?

Mercado:
lugar público onde negociantes expõem e vendem gêneros alimentícios e artigos de uso rotineiro.

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As pessoas gostam de demonizar a palavra “mercado”.

E colocam uma falsa dicotomia entre mercado versus estado.

Não existe sociedade humana sem trocas, pois o ser humano precisa sobreviver.

Quanto mais humanos, mas demanda, quanto mais demanda, mais trocas, quanto mais trocas, mais mercado.

Ou seja, em qualquer sociedade humana, independente o modelo econômico, haverá mercado.

Assim, podemos dizer que há os agentes estatais e privados – dentro do mercado – que é maior do que os dois, que atendem ao consumidor/cidadão, que dependem deles para viver com mais qualidade.

A discussão, assim, não é se haverá mercado, mas a discussão é:

Quem vai atuar e qual é a taxa de influência dos diferentes atores no mercado?

A tensão, assim, não está entre Estado x Mercado, mas entre mercado e as organizações que atuam nele e o consumidor/cidadão que é melhor ou pior atendido.

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Hoje, temos duas correntes, que criaram e incentivaram essa falsa dicotomia.

  • Os estatistas-estatais – que querem que os agentes estatais exerçam forte influência no Estado, incluindo trazendo para eles mais e mais funções, produtos e serviços, impondo ao consumidor muito mais do que se rendendo a eles;
  • Os estatistas-privados – que querem que os agentes privados, alinhados com agentes estatais, exerçam  influência no Estado,  trazendo para eles mais e mais funções, produtos e serviços, impondo ao consumidor muito mais do que se rendendo a eles;

O mercado do século passado foi o mercado em que as organizações muito mais impuseram suas regras à sociedade, do que o contrário, compartilhado pelos agentes privados e estatistas, reduzindo mais e mais o espaço do cidadão-consumidor.

No fundo, há apenas dois agentes no mercado, que têm interesses distintos e muitas vezes antagônicos.

As organizações que produzem e os consumidores que consomem.

O mercado será mais ou menos controlado pelas organizações ou pelos cidadãos/consumidores em uma tensão constante.

Assim, existe uma taxa de qualidade de mercado, no qual os consumidores/cidadãos, fim último de qualquer mercado, estão sendo atendidos, com mais ou menos qualidade.

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Quando se fala na terceira via política e econômica no novo século, que seria um liberalismo renovado, que não se trata de neoliberalismo, mas pós-liberalismo, ou um liberalismo 3.0 (oral, escrito e agora digital) recolocamos o debate sobre o significado do conceito “mercado”.

O mercado como um ambiente de trocas, na qual o consumidor/cidadão foi perdendo no século passado espaço para as organizações estatais e privadas, que fizeram um conluio para evitar que o consumidor pudesse exercer mais influência.

Como?

Criando cláusulas de barreira para que novas organizações pudessem oferecer novos serviços e produtos, que atendessem melhor ao cidadã/consumidor.

O livre mercado não é o mercado que vai explorar ainda mais o colaborador e o consumidor/cidadão. O livre mercado é aquele que vai eliminar, ao máximo, as barreiras de entrada para ampliar a competição.

Quando se aumenta a taxa de competição, quem se empodera é o consumidor/cidadão. E vice-versa: quando as barreiras são fechadas, no conluio das organizações estatais ou privadas com os agentes reguladores estatais, quem perde poder é sempre o consumidor.

Nos estudos que faço sobre Liberalismo 3.0, usando a Antropologia Cognitiva, percebo que há nessa tensão a influência da demografia e do ambiente cognitivo, a mídia disponível, que faz com que a centralização do mercado aumente quando temos mais complexidade demográfico e menos ferramentas de expressão e articulação do consumidor/cidadão.

Quando aumentamos a demanda de forma muito rápida, precisamos massificar a oferta e precisamos tirar poder do cidadão/consumidor, que só o recupera quando surge uma nova mídia, que permite que se possa personalizar a oferta sem prejudicar a demanda.

É preciso, portanto, sair da cosmovisão do século passado e combater o conceito de que o problema é mercado versus o estado.

Quando, na verdade, o que sempre tivemos na história humana são organizações versus a sociedade.

E ciclos em que as organizações se empoderam, diante da falta de mídia para o cidadão/consumidor e um reequilíbrio quando elas surgem.

O que teremos que fazer agora é aumentar o peso da sociedade sobre as organizações, descentralizando a taxa de centralização do mercado: e isso é a base do movimento pós-liberal que está surgindo.

Todo poder à sociedade, reduzindo as cláusulas de barreira das organizações. O livre mercado não é explorar mais, mas justamente impedir que se explore mais!!!

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O que coloca o movimento Liberal 3.0 em outro patamar, pois entra um movimento forte em defesa da descentralização do mercado.

É isso, que dizes?

Deus 3.0

Falta um estudo antropológico cognitivo sobre Deus.

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Deus é aquilo que nossa capacidade cognitiva é capaz de conceber.

Pressinto que todas as religiões abraâmicas só surgiram a partir da chegada da escrita.

O Deus único, vindo verticalmente se comunicar com os seres humanos, é o Deus da Escrita.

Aquele que tem uma mensagem e se comunica com alguém, que pode, então, “psicografar” a mensagem de Deus e dissemina, via escrita.

  • Moisés – dez mandamentos, judaísmo;
  • Jesus – bíblia, cristianismo;
  • Maomé – alcorão, islamismo.

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Estamos, na verdade, do ponto de vista cognitivo fechado dois ciclos:

  • – um mais contemporâneo (500 anos) – da escrita impressa (agregando mídia de massa);
    – um mais antigo – (6 mil anos) da própria escrita, incorporando o alfabeto.

Podemos dizer, assim, que teremos um Deus influenciado pelas mídia de plantão. E que provavelmente o novo ambiente cognitivo forçará uma mudança na concepção de Deus para os próximos séculos, influenciado pelo digital.

Teremos um Deus 3.0.

O quer seria ele?

Podemos supor que o Deus único, ou o Deus monoteísta, só foi possível pela chegada da escrita e da verticalização do mundo, que criou um modelo da governança da espécie, que saiu das pequenas matilhas para as grandes manadas.

Foi um Deus ordenador de passagem, que permitiu a organização das grandes civilizações em terno de imperadores, reis e depois de primeiros-ministros e presidentes.

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Há uma relação entre Mídia disponível – Deus – Governança da Espécie – demografia – e formas que resolvermos problemas – na área política e econômica.

A relação com Deus seria o segundo estágio, pelo menos no passado, estruturante do DNA das culturas.

O mundo 3.0 abre um novo mega-ciclo cognitivo aberto com a escrita há 6 mil anos, o que nos coloca diante de mudanças que abrem novas alternativa que irão perdurar por séculos.

O Deus monoteísta e centralizador não fará mais muito sentido.

As religiões sem centro, como a católica com o papo, farão cada vez menos sentido.

Talvez, tenhamos um retorno a micro religiões, como era no passado, antes da escrita, onde cada um adora o Deus que achar melhor, um Deus liberal.

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Tendo algo maior num sentido mais da espécie diante do Cosmos, algo mais religiosamente científico ou cientificamente religioso. Ou melhor que religioso, espiritualmente científico.

Deus não será mais o mesmo.

É isso, que dizes?

Há sempre uma dualidade quando falamos sobre fenômenos.

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Podemos dizer que há coisas sempre indefinidas, em aberto.

E outras mais ou menos fechadas.

  • O aberto é o que é complexo e pode ser indefinido e as filosofias e teorias têm dificuldade de fazer previsões.
  • O fechado é aquilo que é simples e pode ser mais definido pelas filosofias e teorias de plantão.

O ser humano é simples e complexo.

Sua simplicidade está toda ligada à sua “prisão” animal.

Somos animais que formam uma dada espécie e todos os seres vivos têm necessidades básicas, que são nossa âncora. O que nos faz, sob esse ponto de vista, caminhar para algo mais fechado e menos complexo.

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A dependência da sobrevivência nos dá um chão para qualquer análise sobre a sociedade. Somos tecno-culturalmente definidos, desde que esse lado animal esteja de alguma forma sendo suprido.

O que está em aberto e nos dá a complexidade é o que fazemos a partir desse elemento fechado e mais simples.

Quando, por exemplo, vemos teorias sociais, políticas e econômicas, que querem passar por cima desse lado da sobrevivência humano, elas pecam justamente por esquecer da nossa simplicidade.

Somos animais que precisam sobreviver e se reproduzir.

Diante disso, podemos, por exemplo, trabalhar com a Antropologia Cognitiva e afirmar que somos dados a ciclos cognitivos, quando nossa espécie cresce de tamanho e reinventa, pela ordem, a forma de se comunicar e estabelecer a governança da espécie.

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Este ciclo é compreendido, pois biologicamente não temos como fugir de nossas âncoras biológicas. Isso, entretanto, não quer dizer, que os ciclos serão simples, fechados, mas serão abertos, com diversas indefinições.

Assim, quando se questiona essa simplicidade humana diante de ciclos históricos, é o nosso lado animal que nos leva a eles, mas isso não quer dizer que possamos ser simplistas, diante da complexidade do que somos capazes de inventar, de forma complexa, a partir daí.

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É isso, que dizes?

Já faz tempo que trabalho com o conceito do pêndulo cognitivo.

Defendo que a sociedade humana, do ponto de vista da macro-história, tem dois ciclos bem demarcados:

  • de concentração – quando há aumento demográfico e manutenção de mídias concentradoras;
  • de descentralização – quando há a chegada de mídias descentralizadoras.

Temos no mundo, assim, tais ciclos:

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Note que temos movimentos de mudanças tecnológicas que nos permitem criar e consolidar governanças da espécie ao longo do tempo, em movimentos de concentração e descentralização de mídia.

Tendo como referência e principal agente de mudança o aumento demográfico contínuo.

As marcas em vermelho crises da espécie, que estamos passando hoje se caracterizam pelos itens abaixo:

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Assim, quando temos Revoluções Cognitivas, temos pela ordem:

• Revisão e criação de Cosmovisões para combater as envelhecidas, que funcionam pela repetição, mas perderam a capacidade de se manter pela narrativa;

• Revisão de monopólios organizacionais estatais ou privados;

• Aumento da capacidade de pensamento, de projeção, de estratégia;

• Aumento dos valores dos cidadãos/consumidores diante dos valores corporativos;

• Criação de nova Governança da Espécie, com solução de problemas com redução de custo e aumento do benefício social.

É isso, que dizes?

Cosmovisão é um macro-conjunto de ideias que formam uma corrente de pensamento em um dado momento histórico da sociedade humana.

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Há cosmovisões políticas, o que inclui econômicas, e religiosas.

Toda cosmovisão é originada a partir de um dado autor e/ou uma corrente de autores, através de uma mídia que dissemina suas ideias.

Há dois momentos das cosmovisões:

  • sua origem e criação – que é feita quase sempre quando temos Revoluções Cognitivas;
  • consolidação e manutenção – após a disseminação das ideias originais, através de um trabalho continuado de propaganda e repetição.

Podemos citar como exemplos de cosmovisões:

  • Religiosas – judaica, islâmica, católica e suas variantes;
  • Políticas e econômicas – marxismo, mercantilismo e liberalismo.

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É interessante notar que as Religiões abraâmicas, que defenderam o monoteísmo e deram origem, pela ordem, à Torá, Bíblia e Alcorão foram todas baseadas no surgimento da escrita há cerca de 6 mil anos.

Antes delas, haviam tribos isoladas, com um ambiente cognitivo oral. Foi o papel manuscrito que consolidou o conceito do Deus único e disseminou estas cosmovisões dali por diante.

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Assim, cosmovisões precisam como elementos principais para serem criadas.

  • novos conceitos – defendidos por novos autores, que não tinham espaço na Era Cognitiva anterior, dominada pela cosmovisão passada;
  • nova mídia – que permite que estes novos autores tenham a possibilidade de disseminar a sua nova cosmovisão.

Hoje, com a chegada da Internet vivemos o fim de dois ciclos:

  • o mais recente – que é o da chegada do papel impresso, que tanto fez pela sociedade moderna;
  • o mais antigo – que é o ciclo da própria escrita, que marcou durante 6 milênios a nossa sociedade.

 

Assim, estamos diante de um novo ciclo humano em que nossas atuais cosmovisões, tanto religiosas como políticos-econômicas estão em processo inicial de revisão.

Devemos prever a chegada de novos pensadores, que passarão a limpo as atuais cosmovisões e irão criar novas.

Estamos no início da revisão profunda de cosmovisões muito arraigadas na espécie.

É isso, que dizes?

Toda mídia estabelece canais de comunicação na sociedade. E estes definem as possibilidades de transações comerciais.

  • Ninguém negocia com quem não consegue se comunicar.
  • E ninguém negocia em quem não pode confiar.

Uma das coisas mais importantes da atual Revolução Cognitiva digital é possibilitar a transação informacional e econômica entre desconhecidos, matando obsoletos intermediários e criando um novo ambiente de troca mais descentralizado.

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  • As mídias são o DNA social.
  • As mídias são reguladas pelas tecnologias disponíveis, bem como o DNA social.
  • As mídias estabelecem quem vai disseminar ideias na sociedade e quem vai recebê-las.

E cria-se uma limitação de relações entre pessoas desconhecidas.

Uma mídia social é um canal que une desconhecidos.

Os conhecidos usam a fala, a escrita.

As mídias de massa unem desconhecidos.

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Uma Revolução Cognitiva quando chega ela quebra barrerias entre desconhecidos.A intermediação anterior entre desconhecidos, que era moderam por um conjunto de intermediadores, é quebrada.

E surge uma reintermediação que expande a capacidade da troca informacional e, posteriormente, de produtos entre desconhecidos.

A chegada do papel impresso, que foi uma mídia que descentralizou, permitiu que desconhecidos pudessem se conhecer, através dos livros, posteriormente com a massificação da alfabetização das cartas.

Há, assim, uma quebra de inviabilidade de desconhecido se relacionar com desconhecidos, criando uma possibilidade informacional e depois econômica de que novos modelos de negócios possam ser feitos.

É o caso de todos os novos modelos de negócio, tais como Mercado Livre, Estante Virtual, aplicativos de táxi.

Assim, o grande salto de uma Era Cognitiva para outra é a possibilidade que passamos a ter de nos relacionar de forma mais horizontal com outros desconhecidos.

Como isso é feito no mundo digital?

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Essa regulação é feita, via algoritmos, que permitem a qualificação dos desconhecidos, que nos permitem saber quais desconhecidos são mais ou menos confiáveis.

Em termos econômicos isso tem um impacto profundo, pois uma barreira de negociação entre pessoas é superada.

Quando, por exemplo, eu compro de um produtor do interior de Minas, com mais confiança, estou estimulando uma descentralização de transações comerciais, que não era possível antes.

Ou alugo um apartamento de uma pessoa, sem corretor.

Isso faz com que novos negócios descentralizados possam acontecer, enfraquecendo o poder dos antigos intermediadores, que regulavam estras transações.

O mercado tanto informacional como econômico, assim, fica mais e mais centralizado por uma incapacidade tecnológica de desconhecidos negociarem com desconhecidos, o que nos leva a um novo boom econômico.

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Isso é feito, via Plataformas Digitais Colaborativas, reguladas por algoritmos, que aumentam a taxa de confiança das transações. Sem elas, os riscos continuam os de antes da Revolução Cognitiva.

É isso, que dizes?

Este debate com a Juliana no Clube 2015 está interessante:

  • Diria que tudo que em nós é animal, é mais óbvio.
  • E que tudo que nos é humano é mais complexo.

Quando temos muitas mudanças é preciso recorrer ao lado animal, pois é este lado que nos amarra, prende e nos torna mais simples de nos ver.

Não vamos, a não ser que tenhamos mudanças genéticas provocadas por tecnologias, deixar de nos alimentar, reproduzir, aprender, consumir, nos mover, etc.

Assim, temos uma relação umbilical, como todas as espécies, com o tamanho do bando e as formas voláteis, que só os humanos têm, de alterar ao longo do tempo modelos de comunicação e governança.

Isso me parece óbvio agora e nem tanto para o século que passou, em função da Revolução Cognitiva e a velocidade e qualidade das mudanças.

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O que é complexo é as variantes que esse tipo de mudança terá.

E isso torna o horizonte mais nublado, que são as idiossincrasias humanas diante destas mudanças óbvias.

  • Ou seja, o que é óbvio não pode determinar o que é complexo.
  • Porém, uma pseudo-complexidade não pode evitar que possamos nos debruçar no que é óbvio.

É dessa relação obviedade-complexidade que os estrategistas mais sofisticados poderão ajudar a sociedade a ir adiante.

Um tempero difícil, mas fundamental.

Ninguém disse que era simples.

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Porém, também não impossível.

É isso, que dizes?

Uma sociedade que não se comunica, vê a realidade de forma mais primitiva.

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Há um problema de visão e, por sua vez, de ação. Isso nos leva a um problema da qualidade das decisões. Qualidade de decisão pode ser medida na relação de custo benefício. Uma qualidade melhor nos leva a um custo menor e um benefício maior e vice-versa.

O problema de uma mídia concentrada é justamente as tomadas de decisões da espécie por cada vez menos gente dentro das organizações, reduzindo a diversidade do olhar e do agir.

Há, ao final de um ciclo cognitivo (espaço enter duas RCs), portanto, um déficit de diversidade, que faz com que as organizações tomem decisões cada vez com qualidade cada vez mais baixa.

Uma Revolução Cognitiva traz novas ferramentas de participação de massa.

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Estas tecnologias permitem um empoderamento cognitivo e afetivo de cada cidadão que passa a se capacitar para influenciar mais e ganha ferramentas para que isso seja feito. Assim, ganhamos uma sofisticação maior na tomada de decisões.

Foi o que aconteceu com a RC Impressa, que nos legou a sociedade moderna, empoderada pela massificação da escrita que permitiu organizações com melhor qualidade de decisão, se comparada as anteriores.

E piores se comparadas as que estamos criando pós-RC Digital.

A participação de massa, assim, não é inventada pela Internet, mas é aperfeiçoada por ela.

Há uma crise da participação de massa com a concentração de mídia e o aumento demográfico.

Há uma perda radical de diversidade do mundo.

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E a tomada de decisões fica cada vez mais concentrada na mão de centros cada vez mais narcisistas e absolutos.

Saímos, assim, de uma baixa taxa de participação de massa, dentro dos limites tecnológicos que temos e começamos um desafio de expandir esses limites, a partir da latência que existe e empoderados pelas novas ferramentas disponíveis.

O grande salto que temos hoje é a capacidade que os algorítimos, dentro das Plataformas Digitais Colaborativas, permitem em criar ambientes mais sofisticados de participação de massa.

Conseguimos nestes ambientes melhores benefícios,  com menores cursos, pois conseguimos justamente aumentar a diversidade, reduzindo o gap de percepção da realidade.

É isso, que dizes?

Um lado é igual as outras.

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Outro é diferente.

O que é igual?

Uma RC se caracteriza por descentralizar o poder de mídia.

Se há mais poder de emitir e receber ideias temos uma RC.

Ponto.

Porém, há diferenças, pois cada mudança de mídia tem a peculiaridade da mídia nova que está chegando.

A escrita expandiu nossos limites de um jeito.

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Assim, como a Internet permite expandir de outro.

O que há de novo na RC Digital é justamente a capacidade que temos de sofisticar a Participação de Massa.

Falarei disso mais adiante.

Se puder resumir os 20 anos de pesquisa sobre Internet diria o seguinte.

  • Picos demográficos provocam Revoluções Cognitivas.
  • Revoluções Cognitivas provocam modelos mais descentralizados e sofisticados de Governança;
  • Modelos mais sofisticados de Governança provocam picos demográficos.

É o resumo do que consigo compreender sobre a chegada da Internet no planeta, que é parte de uma macro mudança sistêmica em um modelo de espiral, onde vamos sempre de um ponto menos para outro mais sofisticado, diante da complexidade demográfica crescente.

A base para aceitar essa nova percepção se resume a.

  • Não somos uma espécie natural.
  • Somos uma espécie artificial, ou tecno-natural.
  • Somos humanos por que usamos tecnologia.
  • Somos naturalmente tecnológicos.
  • E tecnologicamente humanos.

Nenhuma outra espécie do planeta altera seus modelos de comunicação e governança, pois as outras espécies são escravas do seu condicionamento biológico.

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Nós temos uma independência diante dele, pois nós temos uma tecno-biologia, adaptativa.

Optamos por alterar a tecno-ecologia e fazemos adaptações biológicas, culturais e sociais, conforme a conjuntura tecno-demográfica.

Se formos detalhar a relação de causa e efeito, podemos dizer que picos demográficos aumentam a complexidade da espécie, que precisa de novos meios de comunicação parar se administrar.

Novos meios de comunicação expandem os limites organizacionais, criando modelos de governança mais sofisticados e novas relações cidadão/consumidor-organizações.

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Toda vez que aumentamos a demografia, por consequência, teremos, mais dia ou menos dia, que descentralizar o poder.

Podemos, como no século passado, criar ferramentas de mais controle, por falta de outras, mas isso criará mais e mais latências até que alguém vai criar ferramentas que descentralizam o poder, empodera as pontas e começamos um novo ciclo para uma governança mais sofisticada.

Vivemos hoje, assim, o fim de uma governança baseada na oralidade, na escrita impressa e nas mídias eletrônicas, que podemos chamar de Governança Analógica ou Governança 2.0.

(A Governança 1.0 era baseada na oralidade e na escrita manuscrita.)

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Hoje, estamos criando a governança 3.0, baseado em um mundo de 7 bilhões de habitantes, com uma complexidade muito maior, onde 70% das pessoas vivem em cidades grandes. Estamos, como já fizemos antes, reinventando a nossa governança, passando de uma mais simples para uma mais sofisticada.

O processo será longo e será mais eficaz aqueles que conseguirem, a partir destes novos fenômenos, compreender com mais clareza essa migração.

É isso, que dizes?

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Uma cosmovisão é criada por pessoas.

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Teóricos ou religiosos, que apresentam uma visão completamente nova do mundo.

Uma cosmovisão é o epicentro de uma nova cultura que surge.

Todas as cosmovisões precisam de um novo meio para se propagar.

Posso dizer, portanto, que quando temos uma Revolução Cognitiva, iniciamos um novo ciclo de cosmovisões.

As cosmovisões atuais serão revistas e reformuladas e surgirão novas cosmovisões.

Revoluções Cognitivas criam Cosmovisões.

Estamos no início, assim, de uma revisão de TODAS as cosmovisões do mundo, pois estamos começando um novo ciclo da história.

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É um momento de renascença humano, de iluminismo, fruto do empoderamento da mídia, onde:

  • – cada um tem mais poder de mídia que já teve;
  • – isso dá a cada um mais capacidade de tomada de decisões;
  • – e isso é a base para uma nova governança da espécie mais sofisticada.

Para que ela ocorra, é preciso que haja novas cosmovisões, que serão o epicentros das novas culturas daqui por diante.

Teremos como missão neste momento.

  • a) isolar as cosmovisões mais primitivas;
  • b) destacar as cosmovisões mais sofisticadas;
  • c) aperfeiçoar as cosmovisões mais sofisticadas.

Antes que me venham com questões morais, diria que uma cosmovisão mais primitiva é aquela que tem nos seus alicerces sugestões que tornam a sobrevivência da espécie mais difícil.

E cosmovisões mais sofisticadas são aquelas que são mais eficazes em manter a espécie viva. O que nos leva à questão de tornar viva e com mais qualidade.

Viveremos nesse início de século um embate entre a superação final das cosmovisões mais religiosas e dogmáticas, que têm na sua base uma incapacidade para lidar com a complexidade.

E começar a perceber o que existe de problema nas cosmovisões mais sofisticadas, que têm na sua base potencial, mas que estão sob uma intermediação menos sofisticada.

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É preciso separar os valores e os alicerces do modelo de intermediação que são coisas diferentes e não iguais.

  • Ou seja, uma coisa são os valores republicanos.
  • Outra diferente é o atual modelo de intermediação analógico da república.

É isso, que dizes?

O ser humano é a única espécie que altera a sua complexidade demográfica.

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Os outros animais criaram uma relação de sobrevivência baseada na quantidade de membros.

Cada espécie tem um modelo de comunicação e governança adaptados para o tamanho da espécie.

Uma alcateia de lobos é sustentável para um determinado número de indivíduos, bem como uma manada de zebras ou um colônia de formigas.

O ser humano não é uma espécie natural, guiada por instintos. É uma espécie artificial, uma tecno-espécie que consegue, a partir da adoção de novas tecnologias, superar barreiras e quebrar limites demográficos.

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Somos a única espécie que altera a base de sua estrutura de sobrevivência (comunicação e governança) ao longo do tempo.

A história da nossa governança é baseada em criação de intermediações, crescimentos demográficos, em função da nova sofisticação da governança e novas crises de intermediação.

Falta-nos tecnologias que permitam que possamos superar, de forma sustentável, a intermediação de plantão e entramos em um processo de crise, até que consigamos ferramentas para alterar a governança.

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Assim, vivemos, pela ordem:

  • – aumento do crescimento demográfico, em função da intermediação mais sofisticada;
  • – crises da intermediação;
  • – latências por Revoluções Cognitivas;
  • – Revoluções Cognitivas;
  • – criação de novos modelos de intermediação;
  • – aumento do crescimento demográfico, em função da intermediação mais sofisticada;
  • – crises da intermediação.

Assim, nossa espécie transita, passa pelos modelos de governança, similares aos dos animais, conforme o tamanho da população.

O intermediador de ontem, que cumpriu um papel, se torna obsoleto hoje. O modelo de intermediação, que estrutura toda a sociedade se torna obsoleto quando saltamos de complexidade demográfica.

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Revoluções Cognitivas tornam possível a criação de um novo modelo de intermediação mais sofisticado, incorporando das outras espécies novas formas para que nossa sobrevivência seja possível.

  • Saltamos, assim, das pequenas manadas para as grandes mandas, até a chegada da república, saindo da monarquia;
  • E agora vamos sair das grandes manadas para imitar o modelo de organização das formigas, através de rastros digitais.

Assim, vivemos hoje a crise dos atuais intermediadores que eram eficazes para um mundo muito menor.

Perderam o prazo de validade e estão sendo gradativamente substituídos pelo novo modelo de Governança Digital, que se baseia na Colaboração de Massa, que imita claramente a forma de organização das formigas.

É isso, que dizes?

A história não se repete, pois ela não é um círculo que dá no mesmo ponto, como poderia se imaginar na figura abaixo.

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Vivemos muito mais em um movimento espiral, em que há momentos em que há similaridades, porém com conjunturas diferentes, como vemos abaixo:

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Podemos dizer que Revoluções Cognitivas fecham longos ciclos históricos e abrem outros, sendo parecidos ao se olhar para o seu momento de final e início.

Não existe nada mais impactante na sociedade do que Revoluções Cognitivas. Revoluções Cognitivas por trazer para a sociedade mídias descentralizadoras criam macros movimentos de descentralização, sendo esta a sua característica principal.

Porém, por se tratar de um espiral, não podemos dizer que a macro-descentralização do papel impresso será igual a descentralização digital.

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Há fatores relevantes, a saber:

  • – a complexidade demográfica;
  • – o acúmulo cultural entre os dois momentos;
  • – a conjuntura tecnológica.

São os três elementos que me ocorrem como os principais para compararmos os momentos.

Assim, tivemos a descentralização impressa, assim como teremos a descentralização digital em que há um ciclo longo de empoderamento das pontas para lidar melhor com a complexidade crescente.

Porém, temos muitos elementos a trabalhar daquele período para este, que é o de reconstruir a sociedade a partir de organizações que empoderem mais às pontas, porém em uma conjuntura história bem diferente.

É possível comparar, mas sempre com ressalvas e isso é o papel da qualidades dos teóricos da Antropologia Cognitiva.

É isso, que dizes?

Coloquei neste áudio uma primeira análise sobre essa separação.

No áudio, comento que muita gente acredita que o fato da pessoa não ter lido uma linha de Marx não o faz um marxista.

Uma cultura, defendo, é maior do que uma ideologia.

A ideologia é a base da cultura, criada por alguém ou “alguéns”. Uma cultura social (política ou religiosa) nasce a partir das ideias de uma pessoa ou grupo.

E toda a ideologia tem alguns alicerces fundamentais, que criam as bases do edifício cultural.

É fato que uma cultura tem várias sub-culturas, mas tem um elo central que as mantém unidas dentro do mesmo guarda-chuva.

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No caso da cultura marxista, temos:

  • – o ser humano é bom, nasce bom, e a sociedade o deteriora;
  • – a luta política é um elemento santificador do ser humano;
  • – e na vida temos a luta de classes.

Estes três elementos formam alicerces antagônicos à cultura republicana e, por isso, são incompatíveis entre si.

Uma cultura marxista sempre irá, assim, contra os princípios da república.

Se a pessoa faz uma auto-crítica cultural terá que superar estes três pontos.

Foi o que fizeram os liberais clássicos para conceber a sociedade moderna, contra a cultura católica, que é estruturante, do ponto de vista de seus alicerces, da cultura marxista.

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É isso, que dizes?

A Escola Canadense de Comunicação estada há décadas as rupturas de mídia.

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Ou seja, eles já partem do princípio de que de tempos em tempos estas mudanças vão provocar mudanças profundas na sociedade.

Têm dados e reflexões sobre outras mudanças de mídia no passado, o que nos ajuda a formar uma base teórica mais consistente e comparativa para poder analisar o que acontece hoje com o que acontece no passado.

Um estrategista não é aquele sujeito que quer impor à vida o que ele gostaria. Mas é aquele que procurar entender a vida e ver como uma organização pode continuar competitiva, a partir das mudanças que a vida está provocando.

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Dentro dessa perspectiva, o maior aliado de um bom estrategista dedutivo é a história, pois se olhamos para trás e vemos o que aconteceu, não começamos a nos basear naquilo que o ser humano e a sociedade pode ser.

Mas aquilo que ela foi e como reagiu.

Isso nos dá uma margem de erro muito menor.

Quando estamos diante de rupturas de mídia precisamos de pensadores que se dedicaram no passado e no presente a estudar estas mudanças para reduzir a margem de erro das nossas análises.

Quando adotamos essa postura, não estamos projetando o que pode acontecer, a partir da minha intuição, mas o que aconteceu, já, de fato, e isso reduz o espaço para que eu me afaste do que provavelmente vai acontecer.

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Um estrategista dedutivo, portanto, que vai recriar paradigmas vai procurar uma escola que possa ser especialista no estudo do “gatilho principal” daquilo que está sendo a força principal provocadora de mudanças.

E, a partir daí, ele ganha um estofo e uma eficácia muito maior do que aqueles que trabalham sem uma comparação histórica.

A Escola Canadense de Comunicação analisou com bastante material, com causas e consequências:

  • – a chegada da oralidade;
  • – a chegada da escrita e do alfabeto grego;
  • – a chegada do papel impresso;
  • – a chegada do rádio e da televisão;
  • – e agora o da Internet.

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O que fornece ao estrategista dedutivo material suficiente para começar a criar um novo cenário e começar a recolocar as peças nos seus devidos lugares.

É isso, que dizes?

Vimos que os estrategistas precisam trocar de “software estratégico” do indutivo para o dedutivo, pois vivemos uma crise de paradigmas.

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O primeiro problema para se achar uma nova e boa teoria é nos perguntarmos qual é o gatilho que provoca essa crise de paradigma.

(Veja mais sobre crises de paradigma aqui.)

Ou seja, havia um “mundo conhecido” que começa a se desarticular, a partir de um fenômeno específico, que podemos chamar de “gatilho principal”, que dá início a um conjunto de mudanças.

Se identificamos esse gatilho principal, temos o início de uma boa jornada em direção a escolha da teoria mais adequada.

Muita gente fala das várias mudanças que estamos vivendo hoje no mundo e de fato existem várias novidades.

Mas um bom estrategista é aquele que procura identificar a causa principal que está provocando movimento disruptivos nas organizações.

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Quando analismos os últimos 20 anos e vemos:

  • – as mudanças na Indústria da Música;
  • – da mídia de maneira geral;
  • – em vários setores de negócio, na área de serviços.

Vamos analisar que elas aconteceram antes e depois da Internet.

E podemos dizer, assim, que o principal gatilho que temos hoje que está alterando de forma mais significativa e genérica as organizações tradicionais é a Internet.

Assim, na minha percepção eu diria aos estrategistas que a Internet é o gatilho principal, pai de todas as mudanças radicais que estamos assistindo.

E que a estratégia dedutiva a ser escolhida mais eficaz é justamente aquela que consiga entender o papel das mudanças de mídia na sociedade.

O que nos faz procurar nos estudos e teorias de comunicação aqueles estudos que possam nos ajudar a entender mudanças radicais de mídia.

Assim, um estrategista dedutivo eficaz seria aquele que vai procurar se capacitar a entender o que acontece épocas da sociedade em que é atingida por uma radical mudança de mídia.

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E aí começamos a ter algo mais consistente.]

Isso vai nos levar para a Escola Canadense de Comunicação.

Que se dedicou e se dedica ao estudo de rupturas de mídia, causas e consequências na história.

O que falarei mais adiante.

É isso, que dizes?

Uma crise de paradigma é algo que acontece na vida que não temos teorias adequadas para sua compreensão.

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O problema não é a vida que nos mostra novidades, mas a nossa incapacidade de compreender o que está acontecendo.

  • Um estrategista dogmático, fechado, com problemas tentará ignorar e rejeitar os fenômenos da vida, tentando encaixá-los na sua teoria atual.
  • Um estrategista eficaz é aquele que vai tentar rever as suas teorias para saber se há algo que precisa ser repensado para poder incorporar aquele fenômeno dentro de uma nova teoria.

Quando todos os dados e fatos que acontecem e são previstos passam a fazer parte dessa nova teoria, temos algo mais robusto para trabalhar.

Quando começamos a não incluir estes dados, vemos que temos uma teoria ineficaz, já não mais suficiente para projetar o futuro e ineficaz para dar uma explicação lógica para o que acontece.

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  • Uma teoria ineficaz é aquela que fica a reboque dos fatos.
  • Uma teoria eficaz é aquela que consegue antecipar os fatos.

Simples assim.

É isso, que dizes?

A grande crise das organizações tradicionais é a crise dos estrategistas.

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Os estrategistas estão usando o software estratégico errado.

  • Quando temos na sociedade um cenário definido e eficaz, ou seja, há um consenso que funciona, trabalhamos com estratégias indutivas, que partem das micro-mudanças para ver com elas bate no cenário maior.
  • Quando temos na sociedade um cenário indefinido e ineficaz, ou seja, há um consenso que funciona mais, muitas dúvidas, trabalhamos com estratégias dedutivas, que partem das macro-mudanças para ver com elas bate no cenário menor.

Assim, nas crises de paradigma os estrategistas precisam procurar novas teorias mais eficazes que consigam explicar melhor o cenário para, a partir delas, refazer os paradigmas de análise e poder construir um cenário mais consistente sobre o futuro.

Isso exige que se vá ao mercado buscar novas teorias, pois as atuais está obsoletas.

O grande problema dos estrategistas é que há uma intoxicação de consumo de teorias de determinadas fontes.

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E que, por sua vez, estas fontes estão também intoxicadas.

Pois todo mundo vive e sobrevive dos paradigmas que estão defendendo.

E todos acabam criando um consenso que eles são os mais adequados, mesmo que passem a ser ineficazes como resultados.

Em crises de paradigma, como nos ensina Kuhn, no seu magistral livro sobre Revoluções Científicas, as melhores teorias serão aquelas que vêm de pensadores alternativos.

Einstein veio de fora para dentro e não de dentro do sistema para fora.

Os ambientes formais são bons para produzir teorias incrementais, mas não teorias disruptivas, que são perseguidas nos meios de produção acadêmicos tradicionais.

Toda a produção acadêmica é voltada parar que haja uma continuidade de pensamento e não rupturas.

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Ao analisar pensadores e filósofos pós  Idade Média, que recriaram o pensamento moderno, vamos observar que a maior parte deles, tais como Espinoza, Descartes, Lutero, Bacon vieram de fora dos meios tradicionais.

E foram os que fizeram a diferença.

Assim, um bom estrategista não é aquele que vai seguir a manada, mas vai procurar no mercado das teorias aquelas que são mais eficazes para lidar com a quebra de paradigma.

Com isso, estará praticando a Estratégia Dedutiva, que não vai ao mercado colher dados, mas vai procurar novos softwares para poder analisar os dados.

Assume que há uma crise no software indutivo que ele está usando, que não consegue ter um novo paradigma de observação.

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E aí você me pergunta?

Qual é a melhor teoria hoje disponível no mercado para analisar a realidade?

É o que falarei a seguir.

É isso, que dizes?

Comecei este assunto neste áudio:

Um estrategista, basicamente, trabalha com teorias.

Na mesa dele, entra dados da realidade e sai sugestões estratégias.

Ou seja, onde estamos e para onde vamos.

E o que uma organização deve fazer para se manter viva e competitiva no mercado, se possível liderando-o.

A mesa do estrategista precisa de algumas ferramentas para que ele possa processar os dados.

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E esse ferramental é uma espécie de “software”, no qual vai interpretar os dados.

Esse software de interpretação é composto por teorias, que vão ajudá-lo a colocar os dados nos seus devidos lugares.

  • Uma empresa competitiva, então, é aquela que tem bom estrategistas.
  • Bons estrategistas são aqueles que têm as melhores teorias para poder receber os dados, que várias outras organizações têm e organizá-los o mais próximo possível da vida;
  • Por fim, é preciso que seja capaz de fazer a segunda etapa, que é a saída da mesa do estrategista.

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Apontar projetos estratégicos que servirão de base para que uma dada organização saia do ponto “a” e chegue no ponto “b” ainda mais competitiva e mais líder do seu segmento.

O papel do estrategista é criar esse trabalho.

O papel da organização é absorver as sugestões e implementá-las.

A crise atual nos remete a dois tipos possíveis de “software estratégicos”:

  • o indutivo – quando há um paradigma de cenário consolidado e eficaz na sociedade;
  • o  dedutivo – quando vivemos uma crise de paradigma e é preciso criar um novo.

Falarei disso mais adiante.

É isso, que dizes?

Rodrigo Constantino detonou Paulo Freire neste artigo.

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Eu defendi aqui , entretanto, que um autor tem que ser visto, quando for o caso, sob dois pontos de vista: o teórico e o metodológico. Posso concordar com o diagnóstico do Paulo Freire sobre a crises da escola bancária, manipuladora, de baixa criatividade, mas discordar do método para resolver este problema.

Isso não me faz defender o Paulo Freire completo e nem me aliar com parte do diagnóstico que ele faz, que vários outros educadores estão fazendo de uma escola formadora de baixa criatividade e autonomia.

O problema que tenho não é com o Paulo Freire teórico, quando diagnostica a escola, mas com o Paulo Freire metodológico, quando sugere o que tem que ser feito!

  • Note que uma escola sempre será uma ferramenta de formação da espécie para a sociedade de plantão.
  • A sociedade de plantão será regida pelo modelo das organizações sociais, que será condicionada pela Governança da Espécie.
  • Que, por sua vez, sofrerá influência do estágio de evolução dessa Governança, a partir da complexidade demográfica e do estágio do ambiente cognitivo disponível (final, meio ou inicial).

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Ou seja, a escola não é o cachorro que balança o rabo, mas sempre será o rabo que será balançada pelo cachorro, no caso as organizações de plantão.

Muitos dirão que essa é uma visão funcionalista da escola, mas é a função que historicamente a escola ocupa na sociedade, queiram, ou não, os sonhadores.

Se quiser mudar a escola, tem que mudar junto toda a sociedade e nisso Paulo Freire estava com razão.

Uma sociedade precisa da escola, pois nossa espécie nasce zerada, diferente dos outros animais, que têm muito mais instinto embutido no DNA do que nós.

As outras espécies são mais naturais.

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Nós somos mais artificiais, cercados de cultura por todos os lados, fortemente influenciados pelas conjunturas cognitivas de plantão (oral, escrita e agora digital).

Assim, a escola é formadora de humanos para atender às demandas das organizações sociais.

(As organizações são as ferramentas sociais de solução de problemas.)

Vivemos hoje uma escola para apertadores de botões, pois há uma forte movimento centralizador,  influenciado pela explosão demográfica e pelas mídias de massa.

Ou seja, as organizações hoje se centralizaram e querem uma escola que entregue um aluno cumpridor de ordens e não criador de novas ordens! 

A educação é toda voltada para formar pessoas que irão seguir ordens de um poderoso centro, que dá baixa autonomia para as pontas.

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A escola não iria mudar, enquanto as organizações precisassem desse modelo de aluno para exercer a função de obedecer o centro.

Desse ponto de vista, toda a crítica e diagnóstico de Paulo Freire se mantém atual e é coerente com o que diz Morin e outros tantos críticos do atual modelo de escola.

Não é à toa que esse movimento de mudança escolar é liderado pelas novas organizações digitais, que começam a exigir um novo modelo educacional que possa formar alunos mais inovadores, pois a sociedade está mudando, pois existem novas organizações que estão liderando o processo: QUE NÃO PODEM RECEBER APERTADORES DE BOTÕES PARA TRABALHAR!

Precisam de alunos que tenham mais capacidade e autonomia para serem “menos apertadores de botões” e possam tomar decisões cada vez mais pela lógica e bom senso.

A metodologia Paulo Freire, sob forte influência marxista, sugere como saída da mudança da escola para do atual modelo centralizador para uma conscientização de classe e uma luta contra o opressor, identificado em uma classe social, os ricos, empresários, donos dos meios de produção.

Ou seja, ele quer um novo apertador de botões, que seja coerente com um novo centro e não a redução de TODOS OS CENTROS.

O que faz dele um admirador de modelos escolares em que os oprimidos terão liberdade para pensar sem a opressão capitalista, tal como o de Cuba, que não tem uma escola conscientizadora ou inovadora, mas um modelo de escola doutrinadora, ainda de apertadores de botões.

A crítica que faço é que o diagnóstico da escola centralizadora não será resolvido com mais centralização e qualquer modelo de escola que mantenha as pessoas como apertadoras de botão.

Uma escola do século XXI tem que ser uma escola abertas e livre, descentralizada, na qual os alunos e as novas organizações digitais descentralizadores farão um pacto em direção à inovação e a empoderamento das pontas.

É uma aposta na crítica de todos os centros.

Não é com o marxismo centralizador que resolveremos a crise da baixa autonomia da escola, mas na construção de um modelo mais aberto de sociedade, menos centralizado, com organizações mais inovadoras voltadas para a sociedade.

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Portanto, concordo com Freire que a escola só vai mudar com a mudança sistêmica e que a atual escola é extremamente tolhedora de criatividade. Discordo com a ideia que o novo sistema será centralizador, marxista, o que fortalece o centro, mas um novo ambiente em que a criatividade será estimulada para a criação de novas organizações mais sociais e descentralizadas, o que o marxismo, em absoluto, nos ofereceu ou irá oferecer.

É isso, que dizes?

Eu posso concordar com um diagnóstico e não com o tratamento.

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Quando eu defendo o diagnóstico de Malthus de que aumento populacionais geram crises produtivas.

Eu não me torno Malthusiano.

A metodologia para resolver o problema reduzindo o apoio para os pobres ficarem à míngua é outra parte do problema.

As duas coisas devem ser vistas em separado.

Há, portanto, dois momentos de um teórico:

  • Teoria (diagnóstico) –  o momento que ele faz um diagnóstico (baseado em uma dada teoria);
  • Metodologia (tratamento) – e um momento em que ele sugere um tratamento (quando ele aponta uma metodologia).

Eu posso aceitar um conjunto de críticas que Marx faz ao capitalismo, mas isso não faz de mim um marxista.

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Um marxista é aquele que adota a metodologia marxista de tomada de poder. Ou seja, vai além do diagnóstico e parte para o tratamento, no caso, no conceito da luta de classe e na criação de uma sociedade de uma classe só: oprimidos, pobres, trabalhadores.

É preciso, assim, ao analisar um autor separar o seu diagnóstico, que pode ser útil, da sua sugestão para mudar esse estado de coisas, é onde se encaixa Paulo Freire, que falarei dele depois.

É isso, que dizes?

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A proposta deste curso é capacitar para que possa ter uma visão mais clara do futuro, através de debates.

Todos os detalhes no Grupo do Facebook dos interessados.

Ver aqui: https://www.facebook.com/groups/1422829858041340/?ref=bookmarks

Valor: R$ 600,00 (opção de pagamento em 6 vezes)


 

Vou começar a escrever por aí esta frase no muro.

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Percebo que todo o conceito que temos de planejamento estratégico foi estruturado para um mundo que não vivia grandes rupturas.

Quando é este o caso uma Estratégia Indutiva, que parte dos fatos para o geral, tende a funcionar.

O problema é que grandes rupturas denotam que há uma forma de pensar no mundo equivocada.

A vida é a vida e se há grandes mudanças não é que a vida mudou, mas é que tínhamos alguns conceitos sobre ela que precisam ser revistos. A vida não está nem aí para os nossos conceitos. As pessoas tendem a achar que está havendo algo completamente inusitado, que vai passar, que não faz sentido e não param para pensar que é a nossa percepção de mundo que precisa ser ajustada.

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Assim, grandes alterações na vida denotam que precisamos grandes alterações na nossa forma de pensar, um método dedutivo, de tentar rever paradigmas, para depois tentar analisar o futuro. A grande crise das organizações tradicionais é justamente tentar entender tudo que está acontecendo pós-Internet com o mesmo olhar e paradigmas que tínhamos antes.

Como isso não se encaixa, ou se tenta emperrar as mudanças ou fingir que elas não existem, em um processo suicida de negação.

A melhor forma de sair da sinuca de bico é justamente adotar a Estratégia Dedutiva que procura rever os paradigmas para, só então, poder começar a refazer os passos do que precisa ser feito.

Isso tem um custo e um esforço para sair da mesmice.

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Nossos estrategistas, incluindo os super bem remunerados das empresas de consultoria e de visão de futuro, têm dificuldade de apostar nessa nova perspectiva.

Uma Estratégia Dedutiva aplicada à Revolução Cognitiva implica em revisar:

  • Filosofia – somos uma tecno-espécie que entra em mutação com novas tecnologias?
  • Teoria – será uma Revolução Cognitiva o maior divisor de águas da espécie humana?
  • Metodologia – como migrar de uma cultura cognitiva “a”, que cria um modelo de solução de problemas para uma “b”, com o avião voando?
  • – Tecnologias – quais as tecnologias que podem realmente nos ajudar nisso? E como fazer que Plataformas de Participação de Massa sejam eficientes?

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Podem lutar o que quiserem contra a vida, mas ela é mais forte que todos nós. É preciso ajustar nossas teorias a ela e não o contrário!

 

É isso, que dizes?

Tenho, desde 2013, desenvolvido uma metodologia da criação de Laboratórios de Participação de Massa em organizações tradicionais.

(O nome já foi Laboratório de Inovação colaborativo digital, mas acho que trocaria colaboração de massa por participação de massa e tiraria inovação, pois inovação confunde com gestão da inovação que não é exatamente isso que está se fazendo.)

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Hoje, revendo a metodologia, diria que estes laboratórios tem duas funções, ambas de implantação de uma nova cultura de solução de problemas, que gera menor custo e mais benefícios:

  • – compreensão e difusão de uma nova forma de pensar;
  • – compreensão e difusão de uma nova forma de agir, com projetos experimentais e pilotos, que formarão a base da nova organização.

Tais espaços têm que ser criados da seguinte maneira:

  • – com um viés estratégico de médio e longo prazo;
  • – ligados diretamente aos principais gestores da organização e não a nenhum departamento;
  • – com a clareza da organização da passagem de um modelo atual para um novo modelo de solução de problemas.

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Por fim, devem contar com recursos para:

  • – investir em capacitação;
  • – em separar parte do tempo dos voluntários para se dedicar às atividades de debate e ação do laboratório, que seria na forma de pensar;
  • – em investir recursos para a prototipação e desenvolvimento de projetos sugeridos e coordenados pelo laboratório, sendo este desenvolvimento dentro ou fora, conforme possibilidades;
  • – inclusão desta nova cultura em todas as decisões estratégicas de médio e longo prazo, com inclusão dos gestores no programa de capacitação.

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Os principais problemas de projetos desse tipo são:

  • – falta de compreensão da necessidade pelas organizações da migração cultural da forma de solução de problemas analógica/hierárquica para a digital/participação de massa;
  • – e a respectiva falta de investimentos em projetos dessa natureza, optando, quando é o caso, por projetos, pseudo-colaborativos operacionais dentro da própria estrutura.

Assim, parece-me que, desde que escrevi o livro “Gestão 3.0”, em 2013, a metodologia da criação de laboratórios continua válida. A alteração que precisa ser feita naquela proposta é mão acreditar que o laboratório de participação de massa é de baixo custo.

Não é.

Exige gradual investimento e isso é o principal fator complicador, pois são poucos os gestores, intoxicados pela atual governança que vão se dispor a investir em projetos dessa natureza.

Opta-se por algo mais gradual, que tem um custo maior, resultados pífios, mas a capacidade de venda é mais fácil.

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Projetos de implantação de Laboratórios de Participação de massa tem uma lógica e resultados mais consistentes, mas grande dificuldade de serem aceitos.

É isso.

 

Resumo da ópera. As organizações tradicionais acreditam que podem impedir o mundo 3.0. Que ele é apenas algo passageiro, ou que não nos afetará. Ganha-se tempo. E não se vê que temos agora uma disputa por liderança. E que elas estão ficando para trás!

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O Google, por exemplo, na área de mídia saiu na frente, tanto em texto como eu vídeo.

Hoje, concentra muito mais anúncios que todas as mídias tradicionais.

Tem o valor lá em cima e surgiu como um concorrente inesperado.

O Google saiu na frente e lidera a inovação em várias áreas do mundo.

A mídia tradicional fica tentando se reposicionar diante do novo cenário que o Google impôs a ela.

Mas não faz o seu dever de casa:

  • – o que, de fato, ocorre?
  • – o que e posso fazer?
  • – como produzir inovação disruptiva?
  • – e como implantar projetos de colaboração de massa?

Assim, o impasse que está colocando não é a meu ver, diante de uma Revolução Cognitiva, se vai ou não entrar, pois a massificação da nova mídia é massificada. O que se está discutindo é quem vai liderar esse processo e o espaço que cada organização tradicional terá no futuro depois que um novo líder assumir a frente do seu campo de atuação.

Tenho estudado o caso das prefeituras, por exemplo, onde existem projetos privados de participação de massa do cidadão (Colab), que várias prefeituras têm adotado, laboratórios de inovação fora do corpo tradicional e aplicativos independentes.

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Assim, não se discute se haverá maior participação de massa nas cidades, mas quem fará essas atividades, a que custo, com que velocidade. E isso os gestores públicos não tem compreendido, pois acreditam que nada precisa ser feito.

E quando resolvem fazer não se baseiam em estratégias eficazes.

É isso, que dizes?

Não podemos, entretanto, dizer que temos culturas, mas tecno-culturas, pois nossas limitações físicas são quase as mesmas, desde que quando descemos das árvores. O que mudou radicalmente foi a nossa capacidade de nos empoderarmos com tecnologias.

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Para meus objetivos de intervenção na realidade, defino cultura como:

“Um conjunto de pensamentos e ações que um determinado grupo defende ou vive dentro de uma dada sociedade”.

Ou seja:

  • Cultura, assim, não é pensar sobre algo.
  • E nem atuar sobre algo.

Mas o conjunto de ação e prática.

A cultura humana é, foi e sempre será artificial, pois foi criada dentro das nossas possibilidades e limites físicos e tecnológicos e visa ser eficaz, principalmente, para nos manter vivos. O resto é a qualidade, a cereja de bolo, que colocamos em cima.

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Há culturas que se tornam obsoletas por deixar de serem eficazes e se rendem diante de outras que acabam se tornando mais hegemônicas. Culturas hegemônicas normalmente não se propagam no tempo se não forem mais eficazes, pois a implantação de cultura na força tem fôlego curto, pois será geradora de crises.

  • Culturas mais eficazes se propagam pela atração.
  • As menos eficazes querem se perpetuar pela força.

Não podemos, entretanto, dizer que temos culturas, mas tecno-culturas, pois nossas limitações físicas são quase as mesmas, desde que quando descemos das árvores. O que mudou radicalmente foi a nossa capacidade de nos empoderarmos com tecnologias.

Assim, toda cultura humana é artificial e é limitada pelas tecnologias disponíveis.

Por isso, teremos SEMPRE mudanças culturais quando temos novas tecnologias. E, em especial, mudanças muito mais acentuadas quando temos novas tecnologias cognitivas, que alteram a plástica cerebral, antes de tudo e, por sua vez, o equilíbrio entre o privado e o público, entre o indivíduo e as organizações.

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Há uma nova co-relação de forças, com a chegada de novas tecnologias cognitivas, que estabelece mudanças na relação sociedade-organizações.

  • Quando as tecnologias cognitivas concentram, as organizações ficam mais concentradas e ganham força;
  • Quando as tecnologias descentralizam, as organizações ficam menos concentradas e a sociedade e cada indivíduo ganha força.

Além disso, há novas fronteiras de participação, que passam a moldar o DNA das novas organizações.

Ou seja, individualmente há uma mudança em cada cérebro de cada indivíduo. E coletivamente há uma alteração da relação indivíduo-sociedade, através das organizações ao longo do tempo, pós Revolução Cognitiva.

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Uma cultura mais sofisticada se utiliza destas novas ferramentas para pensar e agir sobre os problemas. Assim, Revoluções Cognitivas são impulsionadores de criação de novas Tecno-Culturas, implantadas na sociedade pelos seus evangelizadores (com filosofia e teorias) e implantadores (com produtos, serviços e metodologias)

É isso, que dizes?

Esta é uma dúvida que muitos alunos me fazem em sala de aula.

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Na verdade, não.

Mas haverá uma reciclagem geral no que imaginamos o que é liderança.

Liderar é assumir um papel de protagonista para tomada de decisão.

Quem lidera, parte-se do principio, que tem mais clareza e propósitos coletivos para ajudar a sociedade a decidir.

O líder, assim, é aquele que ajuda a tomada de decisões eficazes.

Há, portanto, o julgamento do líder, pois a decisão que é tomada tem que corresponder a uma dada eficácia e expectativas em quem o alçou ao papel de líder.

Assim, há um ciclo entre:

  • – aceitar uma dada liderança;
  • – aceitar suas sugestões;
  • – ver os resultados;
  • – mantê-la, ajustá-la ou tirá-la do seu papel de líder.

O líder, assim, passa a ter uma dada autoridade para exercer determinadas funções, seja um professor universitário ou um presidente de um grande grupo internacional.

  • Uma autoridade é uma liderança encapsulada.
  • Uma autoridade é aquele que deve ser um líder.
  • Quanto mais houver liderança nas autoridades de plantão, melhor estará uma dada sociedade.

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Podemos, então, dizer que uma sociedade mais promissora é aquela que tem métodos eficazes de manter líderes nos postos de autoridade e vice-versa, de tirar ou mexer nas autoridades, que vão perdendo a liderança. A taxa de liderança das autoridades é assim um critério de avaliação de eficácia de uma dada sociedade.

Na profunda Crise Cognitiva que vivemos, quando uma dada Era Cognitiva chega ao fim, as organizações vão, aos poucos, se voltando para elas mesmas e temos um momento em que a taxa de liderança das autoridades vai ficando cada vez menor.

Ou seja, há cada vez menos liderança nas autoridades de plantão.

Elas são autoridades pela burocratização dos métodos de seleção, promoção e demissão das organizações do que por força de sua capacidade de realmente liderar para decisões mais eficazes para a sociedade.

Ou seja, temos várias lideranças no mundo sem autoridade e várias autoridades sem liderança, pois as organizações perderam a capacidade de se reciclar e foram criando metodologias de meritocracias voltadas de dentro para dentro, reduzindo o espaço da sociedade interferir nesse processo.

Isso não foi feito por limitações culturais, mas por limitações tecnológicas, que criam limitações culturais.

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A Revolução Digital, com os algoritmos e a participação e a colaboração de massa, procura reequilibrar a taxa de ter mais lideranças nas autoridades de plantão.

Será líder em um dado momento aquele que tiver mais aceitação de um conjunto de pessoas da sociedade. Com uma diferença. A cota de autoridade que receberá será muito mais líquida do que as atuais, pois dependerá de uma avaliação constante.

Assim, haverá menos espaço para autoridades que perderam a liderança, pois ficarão menos tempo como autoridades, em função do novo ambiente de transparência e de participação algorítmica de massa.

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É essa uma das grandes promessas destas novas plataformas colaborativas, nas quais já se exerce a Participação Algorítmica  de Massa, através da geração de Karmas Digitais de cada agente, onde a reputação passa a ser o critério do exercício da autoridade e da liderança. As pessoas trocarão de papel entre autoridade e liderança de forma muito mais dinâmica e as autoridades que serão criadas ficarão muito menos tempo nos seus postos, quando forem perdendo a taxa de liderança.

 

É isso, que dizes?

Uma sociedade precisa criar instrumentos para produzir verdades mais verdadeiras.

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Ou seja, é preciso que organizações sejam criadas com credibilidade para serem referências para que decisões sejam tomadas pela sociedade.

Isso faz parte inerente de todas as espécie, há que se escolher líderes que possam ser a referência em momentos de tomada de decisão.

São organizações produtoras de verdades, que servem de referência.

O que damos o nome de “renomadas”.

Ganham nome, pois têm (ou deveriam ter) credibilidade para ser referência.

A produção da verdade, entretanto, sofre dois problemas ao longo do tempo e uso:

  • – são criadas dentro de um modelo cognitivo, que tem prazo de validade, conforme as tecnologias cognitivas disponíveis;
  • – tendem à concentração e a ampliar os interesses daqueles que lá estão, criando um espírito de corpo, que vai, aos poucos, reduzindo a sua capacidade de aumentar a taxa de verdades produzidas;
  • Assim, há um desgaste das autoridades, que vão perdendo liderança, ou seja a capacidade de guiar grupos na tomada de decisões.

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Ou seja:

  • Quando há um equilíbrio de forças entre estas organizações e a sociedade, do ponto de vista cognitivo, há um investimento maior em narrativas coerentes, aposta-se na lógica e na força dos argumentos. A verdade se baseia mais na lógica e menos em quem a professa. Vale o QUE se diz.
  • Quando há um desequilíbrio de forças entre estas organizações e a sociedade, do ponto de vista cognitivo, há um investimento maior no marketing, nas autoridades, na força da repetição em narrativas coerentes, aposta-se menos na lógica e na força dos argumentos. Vale QUEM diz.

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Hoje, ao final de uma Era Cognitiva encontramos uma grande crise na produção da verdade da sociedade.

Há um despreparo social para passar do modelo da autoridade da verdade para a liderança da verdade.

  • A autoridade da verdade é respeitada pelo posto que ocupa na sociedade e na proximidade que tem com as estruturas de mídia centralizadas.
  • A liderança da verdade é aquela que, independe da posição que ocupa, tem uma lógica e argumentos convincentes.

Isso não quer dizer que não existam autoridades com liderança, mas as organizações não estão preparada para filtrar dessa maneira.

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A produção da verdade 3.0 cria um novo modelo de escolher as verdades mais verdadeiras, através da participação e colaboração de massa, dando cliques, estrelas e comentando aqueles que, por algum motivo, chamam a atenção.

É um movimento que procura resgatar uma verdade menos interessada e distante das organizações tradicionais produtoras da verdade.

No futuro, as novas Organizações 3.0 produtoras da verdade adotarão essa nova cultura emergente.

Para isso, precisamos de um longo ciclo de reciclagem da sociedade que hoje é incapaz de, por si só, dar crédito a uma liderança sem autoridade, pois não tem ferramentas para julgar com a própria cabeça se há lógica no que está sendo dito.

Não temos autonomia de pensamento suficiente para podermos julgar uma verdade mais verdadeira quando ela é apresentada por alguém que não faz parte do establishment. A educação que terá que ser inventada é aquela que permita essa autonomia de pensamento para vivermos em um mundo de redes de conhecimento muito mais descentralizadas do que estamos acostumados.

É isso, que dizes?

  •  A co-laboração é o trabalho conjunto.
  • A participação é a ideia de fazer parte.

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Qual a diferença quando analisamos a Revolução Cognitiva Digital.

O que se está procurando com os projetos digitais participativos não é aumentar a colaboração, que é um sub-produto de tudo, mas aumentar a participação da sociedade nas decisões.

Um projeto de implantação da nova Governança Digital, assim, não é medido pelo aumento de colaboração, mas de participação nas decisões.

Quando se fala decisões está se falando em resultados tanto de produtos, serviços, registros, onde se inclui leis e decisões públicas.

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Assim, quando implantamos a nova Cultura de Participação 3.0 não estamos abrindo uma “caixa de sugestões digital” para as pessoas colaborarem, mas estamos criando um novo ambiente cultural em que se possa incorporar a participação das pessoas efetivamente.

Ou seja, ao votar na qualidade da tripulação da Gol, a empresa está transferindo A DECISÃO do pagamento variável daquela equipe para o consumidor.

Ou seja, não é colaboração, mas participação na decisão.

A empresa transfere a decisão para o consumidor, estabelecendo uma nova relação tripulação-consumidor mais meritocrática do que a anterior.

Claro, que há aí um conjunto enorme de metodologias e tecnologias, incluindo algorítimos para que tudo seja menos injusto e mais eficaz, porém se vê o que estamos falando de diferença entre participar (tomar parte da decisão ) e colaborar (ajudar a quem decide, mas que este não transfere a decisão).

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Podemos talvez adjetivar a colaboração e chamar de colaboração com decisão e colaboração sem decisão, mas se estabelece que participar é tomar parte das decisões e avançamos nos conceitos.

É isso, que dizes?

Tenho trabalhado muito com o conceito de Tecnologias Cognitivas, que empoderam o cérebro em várias áreas.

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Porém, acredito que um dos aspectos mais relevantes das Tecnologias Cognitivas, além de outros, é criar Tecnologias de Participação.

Tecnologias de Participação permitem que fronteiras culturais sejam rompidas.

Note que as organizações são estruturadas para tomar decisões por nós.

É uma terceirização de produção (de produtos e serviços) e de decisões públicas que a complexidade da sociedade nos obriga a terceirizar, o que antes era feito diretamente pelos cidadãos.

Assim, o DNA da governança, que define o modelo organizacional, é feito a partir das Tecnologias de Participação disponíveis.

Quando criamos a dobradinha capitalismo-república, na verdade, criamos um modelo de governança em que se atribui a terceiros o poder de decidir por nós um conjunto de atividades.

Escolhemos desde políticos até organizações, a partir do modelo e limites das Tecnologias de Participação disponíveis.

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Assim, há uma relação de custo – benefício da forma de produzir e uma qualidade de decisões que passam a ser feitas, a partir da Governança de plantão, que é condicionada pelas Tecnologias de Participação.

Quando há um aumento demográfico, a qualidade das decisões tende a cair, pois cada vez menos gente passa a participar das decisões, há menos diversidade, e uma tendência de se reduzir o risco.

Aumenta-se gradualmente o custo e se reduz os benefícios.

A crise que vivemos hoje é justamente uma crise de Governança da Espécie, pois nossa Cultura de Participação é baseada nos modelos analógicos, que nos impedem de ter mais gente participando das decisões.

Os novos ambientes de participação digital, através de algoritmos, criam a participação de massa, em que se tem mais gente participando das decisões.

Um equívoco ao lidar com essa nova cultura é perceber essa migração e compreender que as organizações são filhas da Governança Analógica que era limitada pelas Tecnologias de Participação disponíveis.

O DNA das novas organizações que vingarão no futuro é a criação de uma nova Cultura de Participação, na qual as fronteiras culturais são rompidas e pode-se, via algoritmos, superar, sem perder o dinamismo, o modelo anterior.

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Estamos criando uma cultura de participação mais compatível com a complexidade de 7 bilhões de habitantes. 

É isso, que dizes?

A queda de 46% para 10% em três meses pode ser explicada pelo modelo de campanha da presidente, no chamado marketing político anti-republicando, que foi executado, ao estilo do Foro de São Paulo pelo seu marqueteiro principal: João Santana.

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De maneira geral, o conceito da república é:

  • – cosmovisões diferenciadas que convivem na mesma sociedade, com metodologias diferentes de atuação na sociedade;
  • – que se estruturam em partidos, que defendem a cosmovisão e suas metodologias e as aplicam após ser escolhidos.

A criação do Foro de São Paulo e de um projeto de poder, chamado de Socialismo do Século XXI, com um forte viés anti-republicano, trouxe à cena o marqueteiro, dito de sucesso, João Santana.

O marketing político que ele passou a fazer nas campanhas de Chavez e Maduro, com um currículo sempre ligado aos projetos do Foro, até fora da AL:

Lula da Silva (2006) e Dilma Roussef (2010 e 2014), no Brasil; Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013), na Venezuela; Mauricio Funes, em El Salvador; Danilo Medina, na República Dominicana; e José Eduardo Santos, em Angola. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Santana).

O modelo não é assim para se manter a república rodando, mas um projeto de vencer as eleições, de qualquer maneira, para implantar um novo modelo político de forte controle de uma cosmovisão sobre as outras, que perderiam a capacidade moral de estar no poder, vide Venezuela, onde ele apoiou Chavez e Maduro.

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Assim, a campanha não é feita para se governar depois, mas para ir, como foi na Venezuela, através do enfraquecimento das instituições republicanas, implantar um regime de força/marketing, no qual não há oposição.

A campanha “vitoriosa” não visa portanto, como o nome já diz, marketing, defender e propagar a marca (a cosmovisão do grupo) dentro da república, defendendo as suas qualidades, mas apenas a desqualificação do adversário e criar a peça publicitária que for para ganhar.

É um estilo de marketing político anti-republicano, que explora todas as brechas da legislação para chegar e se manter no poder.

O problema é o pós-eleição como vemos agora no Brasil, pois, diferente da Venezuela, não se avança aqui no regime de força e é preciso haver algum elo entre a campanha e o governo: o que simplesmente foi abandonado já nos primeiros dias.

O marketing político republicano exige um compromisso entre o que se diz que vai fazer o que vai fazer de fato, dentro de um limite razoável de possibilidades.

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A grave crise que enfrentamos de uma presidente com 10% de aprovação a menos de 4 meses de mandato é justamente o esvaziamento total dos princípios republicanos, expressos na campanha.

Ela não representa ninguém, pois quem não votou nela não acredita ser ela a pessoa indicada de defender a sua cosmovisão. Es os que votaram se sentem traídos, pois ela não faz o que disse que ia fazer. Alguns setores mais iludidos acreditavam que o PT ia caminhar para o modelo Venezuelano, o que encobriria essa crise, mas isso é quase impossível no Brasil, já que diferente de lá, entre outros aspectos:

  • – o PIB não é estatal;
  • – o exército não é bolivariano;
  • – não existem milícias;
  • – o país tem 200 milhões de habitantes;
  • – há uma complexidade muito maior;
  • – e há centros como São Paulo, que é completamente avesso ao modelo estatista proposto.

Ou seja, fizeram o marketing político venezuelano no Brasil, ou o marketing do Foro de São Paulo e o resultado é este.

O marqueteiro, como diz no Wikipedia dele: “Considerado um dos mais importantes consultores políticos do Brasil – e, entre eles, o de maior projeção internacional.” Tem um modelo de fazer marketing anti-republicano, que consegue até eleger, mas não é capaz de garantir a governabilidade, quando a corda é esticada como foi.

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É preciso criar instrumentos que impeçam esse tipo de marketing perverso, ao ponto, por exemplo, de impedir o candidato que continue governando depois de um escancarado e explícito estelionato eleitoral.

É isso, que dizes?

Tem muita gente empolgada com o Podemos Espanhol, que aponta para uma “nova forma de fazer política”.

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Quero me posicionar de forma bem pessimista em relação a ele.

Cheguei a conclusão que teremos versões diferentes do que estamos chamando de Democracia Digital. Não quero dizer que depois das fortes crises que o Podemos irá passar, principalmente entre os indignados versus a cúpula,  não possa surgir algo interessante.

Ou o que o próprio Podemos, por baixo,  não possa, em função da descentralização, derrubar os atuais dirigentes, que se dizem representantes do novo.

A questão que se coloca como uma contradição evidente é.

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Como um líder de um movimento novo pode ter ajudado a países considerados pouco democráticos e centralizadores do tipo Bolívia e Venezuela? Equador e Nicarágua?

http://es.wikipedia.org/wiki/Juan_Carlos_Monedero

Há um forte viés marxista, totalitário nas bases do projeto que é completamente contraditório com os conceitos de redes abertas e participativas. Além disso, todo o movimento que se diz “Partido” deve defender claramente que é partido para criar algo novo.

Nada poderá vingar no médio prazo, sem que tenhamos a ideia de que o conceito de partido é fortemente analógico.

Monedero, um dos líderes, foi assessor de Chavez e de vários outros países:

El 27 de enero de 2015 la Hacienda española y la Universidad Complutense de Madrid iniciaron sendas investigaciones contra él por sus servicios de asesoría a los gobiernos de Venezuela, Bolivia, Ecuador y Nicaragua realizados en 2010 para la creación de una unidad monetaria en Latinoamérica, por los cuales habría percibido 425 000 euros.20 21 Posteriormente presentó una declaración complementaria de su renta como persona física, ya que en 2013 había creado la empresa Caja de Resistencia Motiva 2, sin empleados ni estructura organizativa, para facturar el dinero obtenido en estos trabajos, declarando su renta mediante el Impuesto sobre Sociedades.22

 

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Ou seja, a democracia digital não pode ser uma bandeira no abstrato, pois ela vai necessariamente herdar as contradições do século XX. E para elas tem que ter respostas filosóficas, teóricas, metodológicas e tecnológicas. Haverá no embate deste início deste século a mesma defesa dos valores republicanos e capitalistas versus e aqueles que NÃO são republicanos e capitalistas.

A ideia de um modelo marxista em rede me soa completamente contraditório. A base marxista não é o de empoderar o cidadão, mas o de criar um centro forte que, segundo eles, vá “proteger” o cidadão independente com vontade própria.

Existe um camarada que faz parte de algo maior do que ele.

No marxismo, se defende o coletivo por sobre o indivíduo e não o contrário. Redes abertas, ao contrário, precisam desesperadamente de autonomia das pontas, ou seja….

Assim, esse é o conflito principal do Podemos, que é tentar construir uma rede aberta em uma ideologia fechada/totalitária, que foi originada na monarquia e no clero da Idade Média, em que todos devem se fechar na dualidade ricos x pobres ou empresários x trabalhadores.

Os valores do liberalismo clássico, que foi justamente que operou a passagem, pós idade média, empoderados pela palavra manuscrita, da monarquia/clero-feudalismo (mais centralizado) para o da república-capitalismo (menos centralizado) me parecem mais consistentes, em termos filosóficos, teóricos e metodológicos, para iniciar (vejam bem começar) a passagem da república-capitalismo analógico para a república-capitalismo digital.

O problema é que os movimentos pseudo-liberais modernos do século XX se tornaram estatistas, (ou algo estranho como o termo neoliberais), e abandonaram os conceitos pré-republicanos, muitas vezes pelos próprios limites tecnológicos disponíveis. Viraram um tipo centralizador capitalista, no capitalismo mercantilista de estado.

Que são opositores, a princípio, às mudanças de descentralização que estão em curso. Contra eles os indignados do mundo levantaram a voz.

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E se tem a impressão que os neo-movimento anti-capitalista e anti-republicano (do qual o Podemos faz parte e o PT idem) seriam os progressistas, quando, na verdade, defendem do ponto de vista conceitual um modelo filosófico, teórico e metodológico mais próximo da monarquia que seria ainda mais atrasado e centralizador do que temos hoje.

É aí que o fundamentalismo do Podemos se cruza com o neopopulismo na AL e este com os movimentos fundamentalistas religiosos em outras partes do mundo. Todos têm a mesma base da cosmovisão analógica e centralizadora pré-republicana, que é fortemente totalitária (heréticos versus os não heréticos).

Vejo muito mais chance dos movimentos como os Ciudadanos, partido liberal espanhol ou os Libertários dos Estados Unidos abraçarem a democracia digital do que os de cultura marxistas entrarem no modelo de rede aberta.

(Aliás, o movimento dos indignados no mundo de 1% versus os 99% não eram anti-capitalista ou anti-republicano, no fundo, eram e são anti-concentração e é esta a bandeira, da descentralização de massa, que será promissora, a procura de um movimento progressista e realmente descentralizador que o abrigue. Seu maior aliado será os algoritmos que permitirão à colaboração de massa)

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No Brasil, temos um campo fértil futuro, que imagino que será composto por muitos jovens:

  • – parte da Rede Sustentabilidade;
  • – grande parte ou fortemente do Partido Novo, que surge, que precisa abraçar os conceitos tecno-democráticos;
  • – e outros movimentos liberais pingados que estão por aí;
  • – parte do PSDB, não estatista e não neoliberal (os não-mercantilistas);
  • – e ainda muito poucos, poucos mesmos, desgarrados e não marxistas do PT;
  • – independentes de maneira geral.

Muitos dirão que tudo será diferente e que haverá algo sem forma, muito diferente disso tudo.

Pode ser, porém por temperamento e talvez por estudar a história acredito que o ser humano trabalha com pontes de passagem. Precisamos criar estas pontes agora.

Porém, nunca fomos tão rápidos nas mudanças como agora. Deixo em aberto.

Tais movimentos tentarão rimar liberalismo clássico – com pós-capitalismo, pós-república e democracia digital.

Por aí.

Que dizes?

 

Populistas são como vendedores de biscoitos no sinal: oportunistas.

Vivemos um retrocesso no início deste século.

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Há um oceano de gente excluída pelas organizações de plantão.

O século passado, marcado pela concentração de ideias, criou taxas altíssimas de excludentes sociais. Vivemos, como no fim da Idade Média, no qual há centros de poder pouco preocupados com o conjunto da sociedade.

Isso gerou um oceano de pobres, carentes, sem esperança, que são “lenhas” fáceis para o fogo fácil de ideologias que prometem o paraíso na terra para o dia seguinte.

Assim, é tempo de populistas de todos os tipos.

Populistas são como vendedores de biscoitos no sinal: oportunistas.

Percebem as oportunidades de poder e investem nisso.

Assim, não haveria vendedores de biscoito sem engarrafamento.

Bem como, populistas sem miséria.

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Não é à toa que os vendedores de biscoito adoram e (às vezes) provocam engarrafamentos, bem como, populistas adoram manter a miséria viva.

Há, porém, dois tipos de populistas.

  • Os populistas sem uma ideologia totalitária – que passam mais facilmente no tempo;
  • E os populistas COM ideologia totalitária – que se perpetuam.

O totalitarismo é a característica de uma cosmovisão que:

  • – se julga superior a todas as outras;
  • – acredita que precisa de uma sociedade para chamar de sua;
  • – de que todas as pessoas na sociedade vão aderir àquela cosmovisão;
  • – e as que não aderirem não podem viver nela.

A característica do totalitarismo é a exclusão e a necessidade de precisar de um inimigo, geralmente com uma cosmovisão e resultados práticos mais eficazes.

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Há na cosmovisão totalitária sempre um traço de inveja e a defesa de que o mérito obtido pelo inimigo escolhido é indevido. Assim, se estaria reparando uma injustiça, eliminando o outro, pois ela não merece estar no posto que está.

Não quer dizer que não se tenha algo parcial de realidade nisso, mas isso pouco importa, pois o pensamento totalitário é binário e dual. Bem e mal, nós e eles, os fiéis e os infiéis, os que amam (nós) e os que odeiam (eles).

A base da cosmovisão é sempre a mesma.

A sociedade moderna procurou, e isso levou séculos, com a chegada de república criar uma sociedade de convivência de cosmovisões distintas.

Isso foi um avanço.

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Porém, o que enfraqueceu a república/capitalismo (gosto de chamar de empresismo) foram:

  • – a explosão demográfica, que foi justamente o resultado da própria república, um pico ascendente depois de 1800, vejam o mapa:

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  • – a concentração de mídia, que serviu como um organizador do caos, diante da explosão demográfica (lado eficaz da concentração);
  • – e a concentração de poder e narcismo organizacional, que nos levou mais e mais para a redução da diversidade social e o aumento radical das desigualdades (lado perverso da concentração).

O final do século passado, portanto, nos deixou o legado de um modelo republicano concentrador, que é um prato cheio para os fundamentalistas de biscoito de plantão pregarem o fim da república.

Ou seja, se defende uma volta ao passado, justamente por não termos tido ferramentas para superar as crises que os méritos republicanos nos legou.

Querem acabar com a única possibilidade que temos de sair, com um projeto que nos leva ao retorno da monarquia/clero, no qual o pensamento herético/não herético e inquisições eram e passariam a voltar a ser uma prática (veja Venezuela, discurso corrente do PT, Terroristas do Estado Islâmico, entre outros).

Uma Revolução Cognitiva é, assim, um ajuste sistêmico da espécie para poder reequilibrar a tomada de decisões, empoderando a sociedade, diante das organizações.

Porém, o modelo que vamos perseguir não é a defesa da república analógica, pois ela é incapaz de dar conta da nova complexidade.

Os movimentos progressistas, não fundamentalistas, não concentradores, precisam se apoderar das novas tecnologias para conseguir recriar o modelo, de tal forma a que a sociedade possa descentralizar o poder, sem perder o dinamismo, empoderando as pontas, tudo que os totalitários não querem.

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Este é o desafio que temos pela frente.

Temos associado que só é possível ser “bom” ou éticos se temos debaixo de nós (ou acima) uma religião.

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Religiões, a meu ver, são definidas pela sua proposta diante da morte e a sua grande força é justamente esta: dar conforto, respostas para as pessoas diante dessa tragédia humana.

Sabe que vai morrer e não pode fazer nada diante disso.

Ou seja, se um dia formos imortais, ou quase isso, será que as religiões serão tão necessárias?

Independente isso, podemos entrar em outro campo.

É possível ser ético sem religião?

O problema é que as religiões, ao definir um significado para a morte, sempre há algo depois, que estruturam todas as religiões, passam a defender, a partir disso, um significado para a vida.

Note bem que a vida passa a fazer sentido, pois existe algo que vem depois.

É muito difícil não cair para um hedonismo não religioso se sabemos que somos iguais às formigas e que nossa vida começa e acaba aqui.

Assim, a ética religiosa, seja ela qual for, é baseada em que há algo depois da vida e esse algo define a nossa existência.

Seria uma ética religiosa, pois há algo além de nós.

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E aí surge a figura de alguma coisa maior do que o ser humano na figura de Deus, que extrapola nossa vida individual e, além da morte, dá esse sentido mais ético em relação à existência.

Há, porém, a possibilidade da ética sem religião que é o que procura apontar a filosofia, que incorpora Deus de outra maneira, não pela emoção, ou procura do conforto, mas pela procura de lógica.

Assim, podemos apostar em um sentido maior na procura de um legado, que talvez preencha alguma demanda do ego e da tentativa de deixar uma marca, como se fosse possível transcender a morte, deixando algo.

Vê-se bem isso nos túmulos.

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Há, assim, uma procura de significado não por um sentido religioso, vida depois da morte e o compromisso com Deus, mas algo que poderia ser deixado, como um túmulo como este da moto, que deixaria uma pegada da pessoa na “areia da vida”.

O que seria uma procura espiritual, ma não necessariamente religiosa.

Nos dois casos estamos lidando com o mesmo fenômeno: o medo da morte e o que podemos fazer a partir dele.

Há, assim, em ambos os casos a necessidade de se ter um significado.

O que nos leva a outro ponto que é o bem-estar e a luta contra a depressão, uma das maiores doenças do século, sejam as provocadas por doenças químicas ou as conjunturais por crises existenciais.

A falta de significado, seja religiosa, ou espiritual, é justamente o que dá, para um conjunto de pessoas, uma sensação de vazio.

Tem gente que vive bem também sem isso.

Crises existenciais são em geral crises de falta de significado.

Assim, defenderia a seguinte ideia:

  • – ter um significado na vida, como algo que pode deixar um legado, cria na pessoa um propósito;
  • – este propósito, seja religioso, ou não, gera um projeto de vida;
  • – este projeto de vida, pode abarcar sentimentos coletivos, no sentido do bem servir ao público;
  • E este conjunto de condutas podemos definir como uma ética, que tem algo de espiritual, pois transcende a matéria e a vida, mas que não é necessariamente religioso.

Muitos dirão que tem gente que é ética e não tem um propósito de vida, seriam os céticos éticos.

Porém, estou aqui a pensar em um tipo de ética espiritual de transcendência.

A pensar.

Acredito que temos cosmovisões, como detalhei aqui, coletivas e individuais.

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Uma influencia a outra, porém, cria a diversidade que caracteriza a espécie humana.

A cosmovisão individual, acredito eu, é definida por alguns valores, mas principalmente pela relação que a pessoa tem com a morte e o legado que pretende deixar ou não deixar.

Uma pessoa hedonista é aquela que abriu mão de deixar um legado, seja de forma consciente ou inconsciente, pois não acredita, pela ordem, que haja vida depois da morte ou que a vida valha a pena para algo.

O aqui e o agora e os prazeres que a vida oferecem são suficientes, há um ceticismo em relação a qualquer mudança.

(Já percebi até que existem ceticismos tóxicos, que não só não acreditam em mudanças, mas fazem de tudo para que não ocorram para provar a sua tese.)

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Do outro lado, existem aqueles que acreditam que estamos de passagem entre dois mundos e que há outro do outro lado e sua vida é regida por essa visão.

E ainda aqueles que não acreditam em vida após a morte, mas que querem deixar um legado, como uma “pegada” no mundo. (Talvez aqui esteja hoje grande parte das pessoas.)

O ser humano é o único animal que tem a consciência da morte, por antecipação. Os outros animais sabem que outro se perdeu e demonstram, em vários casos, a sua perda. Mas não tem um problema antecipatório com a morte.

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Nossa existência é fortemente marcada pela relação que estabelecemos com a morte e define fortemente a cosmovisão individual.

Um dos maiores problemas que temos é que esse tema é pouco debatido e não se aprofunda com discussões abertas as cosmovisões das pessoas, que as levem a assumir de forma consciente a suas vidas.

Vou falar um pouco de como sinto e vejo a cosmovisão individual que não acredita no pós-morte no outro post. Que seria uma visão não religiosa, mas ética.

É isso, que dizes?

Vejamos a tabela abaixo:

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  • Note que existe no computador uma área acessada apenas por hiper-especialistas, que são os códigos de máquina.
  • É ali que as peças se entendem entre si.
  • Por sobre elas, temos um sistema operacional que “conversa” com os códigos de máquina e permite que sejam desenvolvidos aplicativos. Ou seja, o sistema operacional é a ponte entre as peças físicas do computador e os aplicativos.
  • E os aplicativos fazem a “ponte” entre o sistema operacional e os registros, que são o resultado final de um computador, para o qual foi criado.

Podemos dizer que o pensamento humano tem as mesmas camadas.

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Vou chamar de Cosmovisão Cognitiva Básica aquele tipo de linguagem muito próxima à plástica cerebral, que é influenciada pelas tecnologias cognitivas de plantão.

Há, assim, influências na nossa Cosmovisão Cognitiva Básica quando há mudanças de tecnologias cognitivas, por sermos uma tecno-espécie e alterarmos nossa cultura diante da tecno-ecologia ainda mais mudanças nas ferramentas que dão suporte e empoderam o cérebro.

Podemos dizer que a espécie humana sofre mutações cognitivas, quando o ambiente cognitivo é alterado. Esse movimento é independente e voluntário, pois o cérebro tem uma função voluntária diante dos ajustes da plástica cerebral para lidar com as novas tecnologias.

Há sentimentos e pensamentos que passam a ser possíveis, ou estimulados, em função destas mudanças.

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A partir daí, há uma mudança gradual, não mais voluntária, mas impulsionada por “especialistas”, no caso filósofos, que passam a criar novas Cosmovisões Filosóficas, que vão criar as bases para o que vem a seguir:

  • Cosmovisões teóricas;
  • Cosmovisões metodológicas e Tecnológicas.

Assim, o que estou defendendo é que Revoluções Cognitivas, pela ordem:

  • – Alteram o cérebro e provocam mudanças involuntárias na forma de ver o mundo de dentro para fora;
  • – Que isso é captado por filósofos, que, diante de novas perspectivas e nova forma de sentir e pensar, sugerem novas cosmovisões filosóficas;
  • – Que levam a mudanças das Cosmovisões teóricas e tecnológicas.

Vivemos neste momento a chegada da primeira etapa, na qual há uma primeira geração já com o processo de mutação cognitiva em curso, pós-Internet colaborativa, e uso intenso de computadores e, principalmente, equipamentos móveis.

E que a seguir iniciaremos, como tem feito Lévy e vários outros, o processo de criação de novas Cosmovisões.

É isso, que dizes?

Escrevi aqui que meritocracia precisa de uma filosofia para fazer sentido.

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Vivemos o fim de uma Era Cognitiva analógica, na qual as organizações se empoderaram muito em detrimento da sociedade.

É uma crise de governança, pois crescemos muito em tamanho, mas não tínhamos ferramentas participativas para aumentar o poder de voz da sociedade sobre as decisões.

Podemos dizer, assim, que o reconhecimento das pessoas passou a ser cada vez mais definido do centro pelo centro e cada vez menos das pontas para o centro.

Ou seja, bom é aquele que é reconhecido pelo centro e presta os melhores serviços a ele e não para as pontas, a sociedade, onde estão o consumidor e o cidadão.

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A meritocracia analógica é da baixa participação social.

Não é perversa em si, mas era incapaz de incorporar a voz da sociedade para definir o mérito, criando distorções, pois não tinha ferramentas participativas que permitissem um novo modelo.

Todo o movimento de implantação de Plataformas Digitais Colaborativa nos leva a criar um novo modelo de meritocracia mais e mais influenciado pelas pontas.

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A meritocracia 3.0 tentará resgatar mais e mais o peso da sociedade na definição de quem deve ser mais ou menos reconhecido pela sociedade.

Uma sociedade mais meritocrática, na qual a sociedade tenha mais peso nas decisões, nos leva a decisões melhores, a pessoas melhores nas organizações, o que nos leva quase sempre a redução de custo e aumento dos benefícios.

Gosto de uma frase que apareceu em sala de aula que define o que entendo por meritocracia e mais agora com a meritocracia 3.0.

Reduzir o espaço de autoridades sem liderança e aumentar os de lideranças sem autoridade.

Esse é o grande desafio organizacional das sociedades e organizações do século XXI, só possíveis com as novas tecnologias.

É isso, que dizes?

Percebo que tem muita gente que usa meritocracia como um palito de picolé.

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Ou seja, acreditam que o palito é o picolé, mas não é.

Meritocracia precisa ser embalada por alguma camada, “sabor”,  para virar um picolé.

Não existe meritocracia no abstrato.

Meritocracia é o conjunto de normas, regras, critérios que define como uma organização/sociedade escolhe, retira, promove, estimula, dá reconhecimento para quem nela vive ou trabalha.

Ou seja, a meritocracia é dada a alguém por alguém, por algum critério.

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  • Podemos ter uma meritocracia nazista ou corrupta.
  • Ou uma meritocracia liberal ou comunista.
  • Ou ainda uma meritocracia com mais ou menos participação da sociedade.

Ou seja, a meritocracia é um substantivo que precisa ser adjetivado por algum adjetivo.

É preciso colocar filosofia dentro dela.

Se alguém diz que é contra a meritocracia, pode apenas estar dizendo que é contra o método de avaliação, pois sem meritocracia uma sociedade tende a não inovação.

Assim, quando alguém perguntar a você sobre meritocracia, pergunte de qual meritocracia estamos falando.

É isso, que dizes?

O pós-liberalismo hoje é o movimento mais progressista de todos que estão no cardápio, pois quer mudanças profundas sociais, políticas e econômicas, que devem incorporar a mais liberal de todas as tecnologias existentes: a Internet!

Esqueça tudo que você tem na cabeça sobre liberalismo, neo-liberalismo e outros bichos.

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Liberalismo é o movimento filosófico, teórico e metodológico descentralizador, que conseguiu criar pós-idade média um modelo mais descentralizado (república e capitalismo) e mais sofisticado de governança em relação à monarquia.

O liberalismo, na minha leitura, tem três camadas:

  • Filosofia – liberdade do indivíduo para definir o seu destino, com limites a partir de argumentos lógicos e razoáveis e não pela força ou imposição de ideias;
  • Teoria – a sociedade só melhora de forma permanente e contínua com redes mais descentralizadas, ativas e dinâmicas, que sejam capazes de inovar sempre;
  • Metodologia – criação de ambientes sociais que impeçam que as organizações ineficientes prosperem, sejam privadas ou estatais.

O liberalismo não é um conceito estático, mas este conjunto de valores acima, que tem a sua metodologia atualizada, conforme a conjuntura.

Já ouvi muita gente afirmar que o nome não é bom, pois está intoxicado pelo século passado. Problema do século passado e não do liberalismo.

Já ouvi gente dizer que os liberais apoiaram no Brasil a escravidão e a ditadura. Se alguém se disse liberal e o fez, eram apenas pessoas que estavam usando o conceito de forma oportunista.

Nos estudos que tenho feito da chegada das Revoluções Cognitivas na sociedade vejo um encontro fértil entre a Escola Canadense de Comunicação (Lévy e McLuhan) e a Escola Austríaca de Economia (Hayek e Mises).

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Quando Lévy fala em Inteligência Coletiva, o que se espelha um pouco também em Clay Shirky em Cultura da Participação estamos falando que é preciso deixar que os indivíduos tenham poder de mídia para aferir o que é melhor para a sociedade.

Ou talvez, menos ruim (este conceito de menos ruim é algo bem liberal).

Mises defende que um sistema econômico só consegue tomar decisões melhores, com menor custo e maior benefício para a sociedade, quando os indivíduos estão livres para fazer as suas escolhas. Cada compra é um voto em um determinada “organização candidata”.

Ou seja, é preciso deixar o consumidor escolher o que ele acha melhor para saber o que deve e o que não deve prosperar.

Quando se ouve mercado livre, os inimigos do liberalismo e a favor da centralização lembram a crise financeira da década passada para detonar o projeto.

Nada menos liberal do que um sistema financeiro concentrado, que manda no governo, idem Congresso, define o que quer e quando a bomba estoura, fica com os lucros e joga o prejuízo para a sociedade.

Não isso não é liberalismo e nem é livre mercado, isso é mercantilismo e capitalismo de estado, justamente o contrário do que Mises sugeriu, fruto da concentração de poderes que tivemos no século passado, a meu ver, incentivado fortemente pelas mídias concentradoras, que fortalecem as organizações e tiram poder dos indivíduos.

O problema do movimento liberal, mesmo os que se chamam de liberais clássicos, é não se abrir para os novos desafios do liberalismo, que vou chamar de liberalismo 3.0 ou pós-liberalismo.

Muita gente considera o movimento liberal conservador.

Diria que se um liberal se disser conservador é por que ele não é liberal.

Ele só poderia se dizer conservador se vivesse em uma sociedade que já tivesse uma alta taxa de liberalismo, coisa que não se encontra hoje por aí, já que tivemos no século passado ou o comunismo ou o capitalismo de estado, com baixa taxa de poder para o cidadão/consumidor. 

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Temos como desafios novos para o que estou chamando de pós-liberalismo ou liberalismo 3.0:

  • – o impasse ecológico;
  • – os gigantescos desníveis sociais, que alimentam a radicalização de movimentos anti-descentralização e anti-civilizatórios, tanto os fundamentalistas neopopulistas-marxistas da AL como os religiosos do Oriente Médio;
  • – e o estímulo de implantação da nova cultural digital participativa.

É preciso defender e estimular redes cada vez mais descentralizadas, mais abertas, mais liberais, que possam dar respostas a estas questões de forma inovadora e criativa, sempre empoderando o cidadão/consumidor mais e mais.

Precisamos gerar valor econômico quando queremos proteger a natureza e , reduzir as desigualidades sociais, usando as redes participativas para isso. Ou seja, algo sustentável precisa ser economicamente viável e algo que não é ecologicamente sustentável gerará problemas econômicos mais adiante.

O problema que temos hoje com a ecologia é justamente ver a ecologia como problema e não solução.]

É preciso colocar uma visão econômica, em que defender a natureza seja fonte de geração de valor para a sociedade. O mesmo com o combate à pobreza, que deveria ser algo fortemente promissor em termos econômicos e hoje ao invés de uma grande oportunidade vemos com um problema.

O mesmo com a educação e a saúde ou o saneamento básico.

Deixa a garotada inventar empresas empreendedoras para resolver estes problemas de forma criativa, tirando da mesmice do estado uma solução encharcada de incompetência e corrupção!

Ou seja, ao invés de aumentar os impostos para reduzir a desigualdade deveríamos reduzir os impostos, pois mais e mais pessoas começam a entrar no mercado de trabalho e colaborar com o barco, procurando menores custos e mais benefícios.

O pobre tem que ser mais um empreendedor a gerar riqueza para ele e  para todos!

Precisamos ter uma visão inovadora, na qual possamos criar um novo movimento mais adequado para uma complexidade demográfica de 7 bilhões, que permita a descentralização das redes sociais, políticas e econômicas, fortalecendo cada vez mais o cidadão/consumidor em benefício da sociedade.

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Assim, o liberalismo ou o que chamo de pós-liberalismo não são e nunca foram um movimento conservador, dos ricos, das grandes corporações, mas valores que devem ser resgatados e atualizados.

Isso é o anti-liberalismo.

São movimentos pró cidadão/consumidor, que precisam, de forma inteligente e descentralizada, sustentável ecológica, social e economicamente falando, resolver os grandes desafios do novo século.

Não vejo outro caminho.

É isso, que dizes?

Há um debate hoje sobre o pensamento binário esquerda e direita, que faz parte de um debate do século passado, que é fruto, a meu ver, de uma cosmovisão marxista.

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Há uma divisão entre ricos/maus/perversos (direita) e pobres/bons/salvadores (esquerda).

Quando tentamos abandonar esse binarismo, vamos cair em outro binarismo ou iremos para um pensamento não binário?

Há algumas coisas para iniciar esse novo e interessante debate.

Diria que o pensamento, se constitui através de diálogos da pessoa com ela mesma, com outras pessoas e com a conjuntura em que ela vive.

Em determinadas situações, há pólos mais definidos, que exigem um pensamento mais binário e há momentos que se pode ter uma menor taxa de binarismo.

Portanto, vou defender que o pensamento binário é conjuntural e que em determinados contextos, pessoas que você se relaciona, ou momentos histórias essa taxa vai subir ou reduzir, conforme cada situação.

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Digamos que estejamos no meio do meio do século passado com a ascensão do nazismo, um projeto totalitário de poder, que invade países, mata pessoas e tem um projeto de dominar o mundo, a partir de uma fictícia visão racial. Seria possível não ter uma visão binária?

Nós (não nazistas) versus eles (nazistas).

Podemos, então, dizer que a visão binária não é absoluta, mas ela aparece, a partir de taxas de binarismo, diante de conjunturas mais radicais, de crises de pensamento ou de implantação de dado modelo mais radical de projeto, que nos abriga a aumentar a nossa taxa de binarismo.

Vejo isso em sala de aula, quando tenho alunos mais dogmáticos ou uma turma mais aberta ao debate. Dogmatismos tendem a aumentar a taxa de binarismo e vice-versa.

Não se pode, portanto, defender o não-binarismo como uma bandeira, pois há momentos em que se deve se posicionar contra determinadas ideias e bandeiras, no que podemos chamar projetos anti-civilizatórios, dogmatismos, autoritarismos, dogmáticos, etc.

Note que não estou aqui falando apenas de contato com pessoas que aumentam a taxa de binarismo, mas de projetos macros de poder político em que situações vão se extremando entre duas culturas completamente opostas entre si, na qual você acaba tendo que tomar um dado partido, o que nos leva a um aumento conjuntural da taxa de binarismo.

Podemos dizer também que existem falsos binarismo e isso nos leva a ter que ter sabedoria para saber separar o falso binarismo do necessário aumenta da taxa de binarismo, como uma proteção contra ações anti-diálogo e anti-civilizatórias.

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Nestes momentos em que há um projeto anti-civilizatório em curso a tendência é que as pessoas vão se posicionando contra e a favor e se criando um binarismo.

Na minha opinião, é o caso da América Latina com o projeto neopopulista totalitário, em que o outro (que não concorda com um dado projeto) não deve ter direito, seja de voz ou de exercício de poder. Isso é dito e se vê práticas claras nessa direção, com respaldo dos simpatizantes.

Neste momento, temos um aumento da taxa de binarismo, pois há uma resistência a um projeto considerado anti-civilizatório, pois pessoas começam a temer perder seus e dos outros direitos considerados básicos.

Há ainda momentos na história em que se cria dois pólos de pensamento de cultura opostas, entre duas culturas políticas e econômicas distintas, que nos leva ao aumento da taxa de binarismo.

  • Posso lembrar, por exemplo, os defensores da monarquia versus a república;
  • Ou ainda a defesa, ou não, da escravidão.

Em que houve uma visão binária.

Bem como comunismo versus capitalismo no século passado.

Ou ser era a favor, ou contra.

Obviamente, que há uma diferença de diversidades de pensamento político e implantação de regimes totalitários e anti-civilizatórios.

 

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Hoje, por exemplo, acredito que temos duas correntes que serão polarizadas no século XXI, que são os movimentos descentralizadores (usando as novas tecnologias da rede, que implanta uma nova cultura) versus os centralizadores, que ganharam novos nomes sociais, políticos, econômicos e religiosos.

Os fundamentalistas do IE, por exemplo, são centralizadores radicais, pois querem um retorno a centralização pré-república, em um estado baseado totalmente na religião, algo superado pela sociedade moderna.

Do meu ponto de vista, eles seriam os centralizadores radicais, bem como um projeto der centralização AINDA mais light (comparado ao IE) como o da Venezuela, do ponto de vista da violência, seria um centralizador radical ainda em fase moderada.

Os esforços de barrar iniciativas de implantação de projetos de redes descentralizadas seriam reações moderadas a esse macro-movimento de descentralização.

Como acredito em forças de ação e reação em momentos de crise, nossa maneira de pensar acaba sendo regida por estes contextos e conjunturas, aumentando ou reduzindo a taxa de binarismo.

Ou seja, há momentos que é positivo, civilizatório, ser binário, pois nos dá a garantia de que aquele tipo de movimento não pode se expandir, criando uma oposição clara a ele, sem dúvidas.

Cria-se a necessidade de definir que tipo de movimentos anti-civilizatórios precisam ser combatidos fortemente e dos quais um grupo passa a ser oposição e outro situação e vice-versa.

Há reação há projetos de mudança, que aumentam a taxa de binarismo.

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E, a partir dessa definição de campos, que sempre haverá na sociedade, em todas as épocas, movimentos mais ou menos binários para construir novas opções, entre aqueles que compartilham de cosmovisões, que podemos considerar civilizatórias e os anti-civilizatórias.

O que há ainda é dogmatismo binário sem necessidade ou a defesa do não binarismo, quando ele é necessário.

Para início de conversa, é isso.

Ando discutindo muito depois das eleições de que falta aos projetos políticos no Brasil uma metodologia de poder.

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O que seria metodologia de poder?

Todo projeto que visa assumir uma função executiva na sociedade e não apenas parlamentar, como acabou sendo o PV, por exemplo, precisa de uma metodologia de poder.

A metodologia de poder visa transformar bandeiras, sonhos em formas de se obter os resultados esperados.

Todo grupo que defende um projeto de poder precisa definir como vai transformar aquele sonho em realidade.

De maneira geral, se verá que a maior parte dos projetos de poder terá o mesmo tipo de bandeira com maior ou menor ênfase: fim da desigualdade, melhoria da qualidade de vida, sustentabilidade,  educação e saúde, etc.

  • Isso é o que podemos chamar de sintomas a serem atacados.
  • Depois disso, temos o diagnóstico;
  • E o tratamento.

No Brasil, temos um modelo ainda primitivo de democracia, no qual a sociedade procura líderes e não projetos conceituais e com metodologia de poder.

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Não é que só os partidos não têm conceito, as pessoas, os eleitores também não procuram conceitos, nos projetos de poder.

Não de debate de metodologias para atingir as bandeiras desfraldadas.

Basta dizer que eu quero proteger o meio ambiente que eu já sou um partido ecológico, mas muitas vezes os métodos podem levar justamente a ter o efeito contrário do que estou propondo. Ou afetando outras áreas, que tornarão o discurso ecológico um entrave para as pessoas.

Assim, como vi ontem na TV a propaganda eleitoral do Solidariedade, um dos novos partidos brasileiros recém-criados, ele aponta os problemas do idoso, do desempregado, do mais carente, apela para o emocional, mas não aponta como vai melhorar aqueles problemas.

Aposta-se tudo nas pessoas que estão no partido, no caso Paulinho da Força, reforçando o modelo analógico de reconhecimento, com baixa taxa de debate de metodologias.

Dito isso, entramos em outro aspecto da questão.

  • Uma metodologia de poder reflete uma filosofia e uma teoria.
  • Uma forma de pensar e agir na sociedade.
  • Isso tem que ter necessariamente um espelhamento econômico;
  • E isso nos leva à relação sociedade estado, economia estado, espaço para a iniciativa privada versus atividade estatal.

Por quê?

A economia é o estudo da escassez e da abundância.

Se quiser dar outro nome, é dos problemas econômicos, que a espécie consegue sobreviver.

Não adianta, portanto, vide Venezuela, você criar uma bandeira pela igualdade e acabar com a rede produtiva privada, que levará a crises de abastecimento e, por sua vez, inflação desenfreada. Efeito rebote.

A economia é uma espécie de âncora, parede, daquilo que é possível fazer e sonhar, pois a espécie precisa continuar a comer todos os dias, pelo menos, uma ou duas vezes.

No caso do Brasil, precisamos, em média, colocar por dia 600 milhões de pratos de comida na mesa. E no mundo 21 bilhões, tudo isso bate na economia. Qualquer ação que altere processos econômicos tem que analisar o seu efeito rebote, bem como, como e de que forma tem que ser experimentada em espaços isolados (zonas de inovação) para poder ser amadurecida.

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Assim, um projeto de poder conceitual e que quer apontar saídas precisa definir qual é o seu espelhamento na economia e como pensa a questão da relação estado x iniciativa privada. E organizações eficientes e ineficientes, como estimular as primeiras em detrimento das outras?

Não adianta dizer que ser quer mais igualdade ou mais respeito à ecologia, sem que se possa mostrar que mudanças serão feitas na economia para que o resultado destas ações sejam no curto, médio e, principalmente, no longo igualdade e ecologia.

Muitas vezes as bandeiras do que ser quer esbarram justamente naquilo que se pode entregar e a incompreensão das leis econômicas levam as ações a ter um efeito reverso do pretendido.

Por isso, hoje, defendo que é preciso começar a criar um movimento no país que tenha um tripé conceitual baseado em alguns pilares, que pode servir para qualquer movimento ou projeto de poder:

  • – Liberal economicamente, aumentando o poder de escolha do consumidor, através de mais e mais livre iniciativa, com leis que permitam reduzir os monopólios ineficientes, tanto estatais quanto privados;
  • – Ecológico, através de saídas que possam fazer da defesa do meio ambiente um bem econômico, em que pessoas ganhem para preservar a natureza;
  • Descentralizador, no qual cada município e/ou estado possa cada vez mais definir suas políticas culturas de costumes, desde a questão do aborto, das drogas, dos casamentos homossexuais, eutanásia, células troncos, adoção, etc, sem um impossível embate nacional;
  • – E digital, que estimule e implante Plataformas Digitais Colaborativas como ferramentas para empoderar mais o mais o cidadão em todas as áreas, através de zonas de inovação, nas quais a cultura do reputacionismo digital (estrelas, curtir, comentários, etc) será mais e mais usado.

É isso, que dizes?

Temos uma admiração pelo Estado como nossos antepassados tiveram com a Igreja.

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Note que o projeto “igreja católica” foi algo muito bem concebido para criar uma aura de sagrada e acima dos problemas mundanos.

O padre não trabalha, não casa, não tem filhos.

É um cara que não tem as mesmas preocupações dos fiéis, desinteressado e, por isso, ele é superior aos demais humanos, tem uma pseudo-paz e pode atender e compreender os problemas dos pecadores.

Assim, ao longo do tempo, transferimos essa aura imaculada da Igreja para o Estado.

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O Estado seria algo, como a igreja e os padres, que estaria acima da sociedade e pode resolver os problemas das pessoas de forma desinteressada.

As pessoas que trabalham no Estado, diferente dos empreendedores, não teriam seus próprios interesses, pois não haveria o lucro e as pessoas, atendidas por ele, estarão protegidas da ganância.

Assim, fizemos uma relação Estado (puro) e empreendedorismo (impuro). Bem e mal, o que vai se somar depois à esquerda e direita. Causas nobres e causas perversas, etc.

Isso é o que se vende e cria-se o mito, uma forma de pensar a solução dos problemas de maneira geral, pensando em modelos estatistas, como uma forma mais “pura” e mais “limpa” de resolver todos os problemas.

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O estado ganha o estado de solução boa para qualquer problema, pois há um desinteresse, versus uma solução perversa que é o da iniciativa privada, o que afastaria a iniciativa privada, perversa, de algumas áreas de atuação.

(De fato, nossa visão de iniciativa privada é a que temos do século XX de monopólios que dominam o estado e não de um possível ambiente de livre iniciativa aberta, meritocrática e competitiva.)

Assim, de um lado teríamos os interesses mundanos e no outro não há, pois os servidores com suas estabilidades no emprego, sua forma de servir à população, como servidores públicos, são a melhor solução para os problemas, que seriam os padres modernos, acima do lucro e dos interesses.

Há uma aura sagrada no Estado Imaculado.

O problema é que entre o mito e a realidade, existe um abismo.

A realidade é outra.

Qualquer organização, seja ela pública e privada, tem seus interesses corporativos, pois todo ser humano acorda de manhã com uma ponta de preocupação de como vai pagar as contas no final do mês, ou melhorar a sua vida.

Assim, um servidor público, normalmente, é, antes de tudo, mais uma pessoa interessada em resolver o seu próprio problema e depois os dos demais. Bem como seu chefe, o chefe do chefe dele e o chefe maior, que está pensando nas próximas eleições, tanto em termos de fundos para a campanha como de votos.

Há nas entranhas do estado uma rede de interesses, como há também na Igreja, que é velado para justamente se criar um mito de que ali é um espaço sagrado, sem lucro privado, mas com outro modelo de “lucro!” que podemos chamar de “lucro estatal”.

Quanto mais seguro e protegido for este servidor e quanto menos cobrança tiver de fora (da sociedade) para dentro, mais ele, ao contrário do que se diz, vai se voltar para os seus próprios interesses e não o contrário.

O que move o ser humano, de maneira geral, para sair da sua casca corporativa individual é o risco de que ao atender o outro de forma inadequada vá haver algum prejuízo na sua capacidade de sobrevivência no curto, no médio e longo prazo.

Obviamente, quem em toda regra há exceções (pessoas que não se movem por esse tipo de foco), mas isso não pode definir políticas gerais.

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Assim, uma das reformas fundamentais que temos que fazer no Estado é introduzir a competição e a cobrança do consumidor, vinda de fora para dentro, para fazer com que haja uma luta para que cada servidor/chefe/chefe do chefe/chefe máximo preste um melhor serviço para a sociedade.

Deve haver uma pressão para que o servidor público mantenha uma taxa elevada de serviço ao público.

Ou seja, o “padre estatista” tem seus interesses, que muitas vezes são opostos aos da sociedade.

Uma das formas é sair da armadilha estatista e transferir serviços para a iniciativa privada com a garantia da livre concorrência, via legislações que protejam o consumidor e não grupos de empresas.

Quando falamos em desestatização de serviços e produtos e o repasse deles para um ambiente de competição meritocrática, não estamos, na verdade, trocando um ambiente sem interesse para outro com interesse.

Estamos, na verdade, mostrando que talvez um ambiente em que o interesse seja mais transparente, sem ilusões mitológicas, possa ser mais fácil de ser gerenciado do que aquele que as esconde.

E que a dinâmica da relação organização-consumo seja mais meritocrática.

O mito do estado desinteressado, agravado pelos problemas de corrupção que podem ocorrer, de indicações não técnicas, de redução do poder do consumidor/cidadão nos leva a repensar o papel do estado.

E rever a sua passagem para um mercado privado competitivo.

Dessacralizando a ideia de que temos hoje de que Estado significa um espaço acima do bem e do mal.

Que dizes?

 

 

Consumidor 3.0

Existe uma luta surda na sociedade hoje contra os monopólios ineficientes públicos e privados, que foram criados no século passado.

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  • A concentração de mídia gera concentração de renda e poder.
  • Bem como, a descentralização de mídia, nas asas da Internet, pressiona para a desconcentração de renda e poder.

Existem dois movimentos, que considero mais eficazes, em paralelo, para reduzir estes monopólios.

  • Legislações – que protejam mais e mais a livre iniciativa, que evitem que o estado cresça, bem como, que organizações privadas ineficiente possam, via lobbies, criem nichos de mercado de baixa competição, desempoderando os consumidores.
  • Tecnologias participativas digitais – que sejam estimuladas para que mais e mais se implantem o Reputacionismo Digital, que permite de baixo para cima a avaliação de produtos e serviços, não só exercendo o poder de consumo, mas também o de indicar para os outros consumidores as falhas, repartindo experiências (exemplo Reclameaqui.com.br).

Assim, o movimento de descentralização social não será apenas feito, através de criação de plataformas, mas, também por projetos políticos de descentralização, com espelhamento econômico.

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Uma redução radical do estado, bem como, das organizações privadas que usam o estado e legislações que foram criadas para manter seus monopólios ineficientes, vide, no nosso caso, bancos, empresas de aviação, empreiteiras, planos de saúde, empresas de telefonia, de rádio e televisão.

O governo, por exemplo, defende a regulamentação da mídia e o melhor que temos que fazer é justamente o contrário: desregular, abrindo a mídia para empresas estrangeiras, liberando faixas de rádio e de televisão, sem anuência estatal, para termos muito mais emissoras, do que temos hoje.

O mesmo na área bancária, onde sites que querem que vizinho empreste dinheiro para vizinho sejam proibidos, como já ocorreu no país.

Ou ainda que empresas de aviação estrangeiras possam competir com as nacionais, ou pequenas empresas possam ser criadas pelo interior do Brasil.

O problema é que temos uma visão, quando falamos em livre mercado, de que o livre mercado é para que grandes grupos controlem o estado, criando um livre mercado para monopólios ineficientes. Ou seja, para um livre uso do mercado pelos monopólios ineficientes, que é o que tem acontecido até então no século XX.

Isso não é livre mercado, isso é mercantilismo, com proteção para os monopólios ineficientes agirem, com um certo conluio dos estatistas com os mercantilistas, que se invertem, mas mantém seus privilégios, a despeito do consumidor e da sociedade.

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Livre mercado para valer é algo que é simples ver se está acontecendo. Nele, quem tem poder é o consumidor. Se não é assim não é livre mercado. Quem passa a mandar não são as organizações, mas o cidadão/consumidor, que passa a ser a balança para definir que empresas vão adiante e quais vão para trás.

Isso é sim liberalismo na veia, mas mais do que liberalismo precisamos entender que vivemos no início de uma revolução cognitiva e temos hoje uma nova forma de “reputacionar” produtos e serviços, sejam eles estatais ou privados.

Por isso, acredito que temos que falar hoje de liberalismo 3.0.

Plataformas digitais colaborativas permitem a participação de massa, na qual empresas que são concessionárias ou administradas pelo Estado podem ser avaliadas de fora para dentro como um critério de avaliação, continuidade e permissão para reajustes, por exemplo.

(Estou ajudando a bolar um projeto destes aqui no Rio para fiscalização pelo cidadão da frota de ônibus.)

Assim, o liberalismo 3.0 (novas legislações e novas tecnologias) será a arma do consumidor 3.0, que defenderá um estado cada vez mais limitado, um ambiente cada vez mais competitivo, e, portanto, livre, no qual o consumidor terá cada vez mais voz e poder, reduzindo custo e aumentando benefícios.

Em tal modelo, no qual teremos menos serviços estatais, os recursos do estado serão maiores para combater as desigualdades que, a meu ver, devem ser resolvidas, através de entrega de vouchers para que o cidadão mais carente possa também escolher o melhor serviço privado para resolver seus problemas.

E não ser obrigado a ter apenas uma opção de escolha estatal como é hoje, que pela qualidade do serviço,  nem sempre podemos chamar de pública.

É isso, que dizes?

 

Uma campo de estudos na área social traz para a sociedade a possibilidade de analisar a sociedade sob um novo ponto de vista.

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A Antropologia Cognitiva, que se dedica ao estudo das rupturas de mídia no passado, analisar uma “time line” de tempo muito longa, pois mudanças de mídias demoram séculos a acontecer e a mostrar seus efeitos.

Assim, em dados contextos históricos temos embutidos sempre algo do ambiente cognitivo de plantão, que rege um modelo de sociedade.

As sociedades espelham sempre os limites e as possibilidades das tecnologias cognitivas disponíveis.

Dito isso, podemos observar que vivemos no início do século XXI o fim de um longo ciclo iniciado em 1450, com a chegada do papel impresso, uma mídia descentralizadora, que nos legou a sociedade moderna.

Com dois movimentos.

  • O de expansão até o século XX;
  • E o de contração, todo o século XX, com a chegada das mídias de massa.

A chegada da Internet, outra mídia descentralizadora, marca o fim de uma Era Cognitiva, que teve seu momento de expansão e de contração.

O momento de expansão permitiu um salto demográfico (de 1 para 7 bilhões), que nos levou ao movimento de contração.

Expansões demográficas criam a pressão por mídias descentralizadoras e, enquanto não chegam, reforçam mídias centralizadoras, que reduzem a diversidade da sociedade e tornam a organização social mais administrável.

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Chegamos ao final de um longo processo no qual as sociedades esbarraram nos limites da Era Cognitiva passada.

Vivemos hoje uma crise proveniente de um longo período de contração de ideias e de expansão demográfica.

O que houve foi um desempoderamento gradual da sociedade, um fortalecimento das organizações, que foram nos levando a crises de diversas naturezas, pois, de certa forma, voltamos, mesmo com a república a um modelo absolutista de baixo dinamismo e de influência de fora para dentro das organizações.

Criamos um certo poder absolutista, uma baixa participação da sociedade nos rumos das sociedades.

  • Isso se dá com a baixa autonomia de pensamento, através do incentivo por um sistema educacional repetidor;
  • E em uma baixa taxa de participação da sociedade sobre os rumos da sociedade.

Uma Revolução Cognitiva descentralizadora tem o poder de expandir os limites de participação.

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(Toda tecnologia cognitiva é também uma tecnologia participativa.)

Assim, assistimos movimentos de inovação, fortemente baseados nas novas tecnologias, que usam as tecnologias para quebrar barreiras participativas que as tecnologias cognitivas anteriores não permitiam.

Assim, não há superação da crise dentro dos limites estabelecidos pelas tecnologias passadas. O século XXI assiste e assistirá mudanças sociais, políticas, econômicas e religiosas movidos pelas novas tecnologias participativas. Portanto, sem novas tecnologias digitais participativas, não haverá mudanças profundas e radicais, diante da demanda exigida.

Porém, as tecnologias, como tenho discutido no blog, são indutoras de novas culturas, formas de agir e pensar, o que nos leva a necessidade das traduções desse macro-movimento em projetos sociais, políticos, econômicos e religiosos.

Tais projetos muitas vezes não terão a noção desse macro-movimento, que fica mais fácil de ser compreendido pelos Antropólogos Cognitivos, que estudam justamente esses macro-movimentos “tectônicos sociais”.

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A crise, da qual estamos no seu epicentro, é uma crise cognitiva, de uma cultura que já deu o que tinha que dar e estruturou nossa sociedade e a capacidade que teremos de nos abrir para uma nova, em que as tecnologias são apenas uma ponte indispensável para nos levar ao outro lado do rio.

É isso, que dizes?

Superar crises, portanto, um exercício de superar narrativas!

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  • Crises humanas são resultados de testes pouco eficazes de uma dada metodologia;
  • Metodologias partem de teorias das forças em movimentos;
  • Que partem de uma visão filosófica geral que qualifica e dá peso a estas forças.

Assim, está embutida em uma crise uma dada visão de mundo em diferentes escalas.

Uma crise é um sintoma de que algo que está sendo pensado de uma maneira tem problemas, ao ser tentando na vida. É um retorno que a vida está dando em relação às nossas pretensões de interferir nela.

Um analista de crises deve, assim, procurar compreender quais são os conceitos embutidos em uma dada crise para poder fazer um diagnóstico e poder apontar os problemas e possíveis superações.

(Um analista não é neutro e tem que ter a capacidade de trazer visões e ações mais eficazes das que estão sendo praticadas.)

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Uma crise, assim, é um questionamento da vida a uma dada maneira de pensar e agir.

A vida está apontando que algo ali não se encaixa naquele momento, naquele lugar, daquele jeito, com aquela forma de agir e pensar. Crises são “notas de provas da vida” sobre um determinado jeito de pensar o mundo.

Assim, o ator ou atores que provocaram a crise contém dentro de si uma forma de agir e pensar que está, de alguma forma, se mostrando ineficaz.

E que precisa ser revista para que possa se superar a crise e não provocar outras.

Em uma crise na vida, assim, está contida uma crise de narrativa daqueles que estão criando os processos que geram crises.

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Ao se analisar uma crise, assim, e tentar superá-la necessariamente nos leva a uma análise das narrativas.

Narrativas são ferramentas de análise da sociedade que geram ações, formadas por conceitos estruturantes.

Os conceitos estruturantes são “tijolos”, que formam uma “parede” de visão e agir.

O primeiro passo para uma análise de crises é iniciar pelos tijolos, procurando definir bem os conceitos para que se possa começar a rever toda a narrativa.

Um analista de crises, portanto, é alguém que vai ser um redator de uma nova narrativa, precisando melhor os conceitos.

Em uma crise, geralmente os conceitos vão perdendo sua consistência semântica de facilitar as definições para ganhar aspectos menos objetivos e mais subjetivos, emocionais, morais.

Os conceitos passam a ser uma ferramenta de marketing em defesa de uma dada visão e não mais uma ferramenta que permita uma análise mais objetiva do processo.

Um diagnóstico de uma crise é, portanto,  sempre um exercício de análise das ações e do discurso dos envolvidos para ver aonde existem incoerências e falta de lógica.

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Superar crises, portanto, um exercício de superar narrativas!

É isso, que dizes?

A Rede Sustentabilidade é um projeto de poder.

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Todo partido que se estrutura ou um movimento que coloca candidatos a cargos executivos têm um projeto de poder.

Um projeto de poder faz o seguinte:

  • – apresenta um conjunto de sintomas que precisam ser superados pela sociedade;
  • – tem um diagnóstico de por que acontecem;
  • – e apresenta uma metodologia de solução.

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Assim, é um ciclo completo.

A maior parte dos projetos de poder no Brasil e no mundo hoje apresentam quase sempre os mesmos sintomas, tem um diagnóstico precário e uma metodologia de solução quase igual.

Desigualdades sociais, crise ecológica, justiça, etc fazem parte dos sintomas, mas isso é o início de conversa.

O diagnóstico precisa ser mais fundo e apontar as causas dos problemas e os possíveis ajustes para que se tenha um projeto completo, conceitual e consistente.

Os novos projetos de partidos-techs, podemos dizer assim, estão aparecendo por aí, como o Podemos na Espanha e a Rede Sustentabilidade no Brasil têm sensação, baseada na intuição, de que a Internet poderá ajudar a resolver um conjunto de problemas da humanidade. Porém, é algo vago, sem uma visão mais ampla.

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Passam a ser núcleos que têm uma simpatia pelas novas tecnologias, mais do que os demais, mas precisamo ir muito mais fundo do que isso.

E aí entra a questão econômica.

A economia é a base para que mudanças ocorram de forma sustentável. Não adianta querer mais igualdade social, mas isso precisa ter um projeto econômico que consiga reduzir a desigualdade sem que isso signifique perda de dinamismo e, por sua vez, crises de abastecimento, ou aumento da pobreza.

Um projeto de poder tem que começar, a meu ver, pela economia, com algo que possa ser sustentável economicamente, que é aonde a espécie sobrevive, para depois pensar como esse novo modelo econômico pode provocar a redução dos sintomas apontados.

Não é economicismo, mas justamente começar pelo que é fundamental para a espécie (sobreviver) para depois ir pensando em como podemos sobreviver cada vez melhor e com mais qualidade. Não adiante um projeto ambicioso, ideal, perfeito, que economicamente vai gerar fome e miséria.

Não adianta em dizer que sou a favor dos pobres, como agora no Brasil, e sair dando dinheiro que não posso dar a eles e gerar inflação e desemprego, mais adiante, voltando à estaca zero, com o pobre ainda mais dependente do estado do que era antes .

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Há uma macro-tendência que define movimentos pós-revoluções cognitivas e isso se chama descentralização das organizações. Ou se quiserem melhor, reempoderamento da sociedade.

Isso se dá, através do incentivo cada vez maior do uso dos novos meios digitais, como uma fonte maior de troca e a implantação de Plataformas Digitais Colaborativas que permitam gerar a grande novidade da rede: colaboração de massa, via reputacionismo digital.

Isso cria uma nova cultura de se pensar a solução de problemas na sociedade.

Um movimento que queira pensar o futuro tem que passar por esse tipo de processo e isso vale para tudo, inclusive para a economia.

O problema que isso exige inovação e a descentralização das organizações, sejam públicas (principalmente por serem mais fechadas às mudanças e menos dinâmicas) e privadas, aumentando o poder do consumidor.

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Os valores de empoderamento do cidadão/consumidor serão encontrado nos liberais clássicos, na defesa da propriedade privada (como núcleos de empoderamento individuais), livre iniciativa, com o cidadão na ponta elegendo e fiscalizando os produtos, com concorrência cada vez maior.

Assim, o espelho da Inteligência Coletiva de Pierre Lévy está perto das ideias de Mises, por exemplo, de uma sociedade mais aberta para as trocas.

É uma forma de pensamento invertida do que estamos acostumados, pois acreditamos que é o Estado que será o responsável de resolver os sintomas apontados.

Temos a visão do homem bom, que no estado fará o bem, mas, na prática, o que acontece é a criação de corporações cada vez mais pesadas que reduzem o poder das pontas, centralizando mais e mais o poder.

O modelo mais maduro de lidar com a economia é o seu espelhamento do projeto político das redes descentralizadas, que se espelha no que eu chamo de Liberalismo 3.0.

Muitos dirão que já conhecem o neoliberalismo, que foi a concentração de poder do século passado. E eu digo que o Liberalismo 3.0 tem como missão justamente empoderar o cidadão/consumidor para que isso não aconteça.

A conjuntura cognitiva mudou e precisamos repensar processos.

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E nisso entra a questão ecológica e os problemas das desigualdades sociais, que precisam ser reinventados, deixando de lado seu viés anti-capitalista, que é um diagnóstico equivocado, procurando a criação de modelos sustentáveis, que as pessoas passem a ganhar dinheiro para preservar a natureza.

Num modelo de pós-capitalismo sustentável e mais social, já que a sociedade terá muito mais força do que tem hoje nos rumos das nações.

É esse modelo completamente inovador e difícil de ser pensado que garantirá os projetos dos movimentos que prosperarão, a meu ver, no futuro.

É a minha receita para um debate profundo na Rede, que tem que se afastar mais e mais do pensamento centralizador, seja marxista ou mercantilista do século passado e se reinventar por completo para realmente trazer algo de novo para a sociedade.

É isso, que dizes?

Note bem que um pensamento totalitário é aquele que exclui um segmento da população por algum motivo e tem um projeto de poder baseado em um pensamento único ou similar. É um reino dos iguais.

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Ou seja, todos que viverem em uma dada sociedade, considerada ideal, devem pensar dentro de um mesmo pensamento.

Assim, a meu ver, não existe e nunca existirá um pensamento totalitário moderado.

A pessoa imagina um projeto de país que ele acha melhor, que é excludente na sua base, seja contra uma raça, religião, classe social.

O que um totalitário vive não são graus de moderação, mas graus de conjuntura.

Se eu posso, ou não, criar este país do pensamento parecido.

Assim, o problema do totalitarismo é que ele está embutido na sociedade, com um falso manto de moderação, mas não é moderação, é apenas capacidade de criar, ou não, a sociedade que ele imagina ideal, na qual o outro será excluído.

Podemos viver com totalitários fundamentalistas e achar folclóricos, mas teremos crises profundas quando o grupo de pensamento deste pessoal chega ao poder e todos os seus apoiadores começarem a apoiar atos e ações consideradas completamente anti-éticas ou anti-civilizatórias em nome de um bem maior.

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Pois descobriremos que havia uma falsa moderação.

O que havia, na verdade, era uma falta de espaço para exercer o totalitarismo, que sai da toca.

Assim, percebe-se que, ao questionar o projeto totalitário de seu amigo, você passa a ser seu inimigo, pois há um projeto de poder futuro excludente, a todos aqueles que não pensam daquele jeito.

Você só é amigo se pensar do meu jeito. E vão se criando guetos dos que pensam do mesmo jeito. Pode-se criar uma falsa amizade, mas que vai se tornar cada vez mais polêmica, quando o projeto totalitário avançar. O amigo de hoje pode ser o inimigo de amanhã tranquilamente.

O marxismo e a sua cultura vibra nessa direção, bem como, os projetos fundamentalistas, que têm um projeto de estado religioso. São pré-republicanos e não admitem uma cultura da convivência dos opostos.

É um problema de filosofia estruturante e não de método.

Muita gente conseguiu superar essa cultura totalitária e abraçar a república ao longo dos últimos séculos, que tem como base justamente a convivência de contrários, a partir de regulares eleições, que vão definindo o que a sociedade quer experimentar.

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Nenhum dos grupos dentro de uma república, entretanto, por mais que não goste do outro, admite e aceita que o outro possa governar, ou sua maneira de pensar.

No totalitarismo não há o pensamento do outro como um pensamento válido, pois há uma verdade e um projeto de poder que precisam ser exercidos de forma única.

Por mais republicano que digam que são, no fundo, a maneira de pensar e de sentir a voz discordante é totalitária, pois se pensa (e muitas vezes se age) para que o outro não tenha voz.

Não existe a possibilidade de alguém se dizer marxista, que acredita que a luta de classes é a base da história e se dizer republicano.

Se o dono dos meios de produção é o inimigo nunca poderá haver uma república. A república é justamente a superação da luta de classes e a superação do marxismo e do conceito de esquerda e direita.

Discute-se o tamanho do estado e outros fatores, mas essa questão fica superada, como mais um ponto a ser debatido num ambiente democrático.

Por isso, um amigo totalitário tem um tipo de relação com você quando o  grupo dele não está no poder e outra quando está, pois amplia-se nele o lado excluidor do pensamento do outro.

O totalitário às vezes não se dá conta do mal que faz aos outros com esse tipo de atitude.

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E nem se dá conta, muitas vezes, o que um projeto desse tipo pode causar a um país, pois ele não consegue perceber que a sua filosofia e a sua metodologia vai nos levar a uma sociedade cada vez mais centralizada e violenta, onde outros terão que ser silenciados, de alguma forma.

Todos passam a ser uma espécie de corrente fechada contra um inimigo maior e imaginário.

  • Assim, é preciso combater um totalitário dele mesmo.
  • E a sociedade deles, pois toda a exclusão gera violência.

O que acontece hoje no Brasil, com um governo populista de cultura fortemente marxista é um aumento radical da taxa de totalitarismo no Brasil, com pessoas que sempre se mostraram falsamente moderadas e agora estão expressando plenamente a sua filosofia de pensar, que sempre foi essa, mas se expande.

Elas não eram moderadas, eram apenas totalitárias sem espaço para exercer a sua forma de ver o mundo.

Por isso, as relações pessoais com os marxistas estão cada vez mais complicadas.

É isso, que dizes?

Marilena Chauí diz que odeia a classe média, mas foi a classe média, incluindo ela, que criou o PT. Foi a classe média que sempre criou inovação no país, pois tem capacidade de pensar algo diferente e uma insatisfação que os mais riscos não têm.

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Todo o país que gera riqueza é um país que a classe média está no poder.

O objetivo, aliás, quando se pensa em um país estável e próspero é pensarmos uma classe média ativa.

O desprezo de Chauí e do PT pela classe média se deu por volta do final do segundo mandato do Lula, quando ele, no seu jeito peculiar de ser e de querer o poder a qualquer preço, definiu os novos rumos do partido: “o voto da classe média é caro, vamos passar a falar para os pobres”.

Naquele momento o PT deixou de ser um partido inovador, que poderia sofrer mutações ao longo do seu caminho para se transformar em um partido populista, com uma narrativa voltada toda para os “mais pobres”.

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Aos poucos, o discurso do PT passou a ser cada vez mais incompreensível para a classe média, pois via-se que não havia lógica entre o que se fazia e se falava, os dados que eram e são apresentados.

Os argumentos deixaram de ser detalhados, pois era como se a classe média deixasse de existir no país, o que foi criando, mais e mais, um afastamento da classe média com o PT.

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A estratégia do PT de isolar a classe média estava baseada na seguinte conjuntura: nós dominamos as ruas e não há um movimento no país capaz de dar voz a esse segmento que nós estamos ignorando.

As manifestações de 2013 foram justamente o grito da classe média contra essa política de aniquilamento intelectual de sua capacidade de colaborar com os rumos do país.

Naquele momento, a Internet começava a mostrar que seria a arma para que a classe média, reintermediasse as antigas organizações mobilizadoras, todas aparelhadas pelo PT, e pudesse fazer de forma direta a sua manifestação.

Houve uma reintermediação das ruas!

As forças da reação perceberam que precisavam barrar esse avanço e incentivara e/ou não quiseram, puderam impedir a violência de pequenos grupos organizados.

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Voltou-se, então, ao modelo anterior de discurso para os pobres, um país imaginário de uma elite absolutista que conversa diretamente com a pobreza absoluta, ao modelo Venezuelano e quem não goste que vá para Miami, como sugere Stédile.

O problema é que a toda ação existe uma reação.

As manifestações de ontem tiveram o aprendizado de 2013, em vários pontos:

  • – foram convocadas para domingo durante o dia, em que as ações de baderneiros ficam  muito mais restritas;
  • – o policiamento foi descentralizado, com policiais circulando em diferentes pontos;
  • – e grupos mais organizados, dentro do novo modelo de descentralização, aparecem como mais força, como o Movimento do Brasil Livre, os Revoltados on-line, entre outros.

Ontem, a classe média ganhou de novo o seu papel de protagonista, pois consegue perceber claramente a falta de narrativa coerente do governo e rejeita radicalmente a ideia de que não terá um papel relevante nos rumos do país.

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O projeto neopopulista, principalmente nas capitais, perde a sua força, pois é preciso incorporar coerência, lógica, conceito.

E isso leva o governo atual a uma profunda crise, pois ele foi todo pensado e projetado pelo João Santana a ser tocado, sem a capacidade de reflexão da classe média, sem lógica, sem coerência e sem conceito.

O PT em 79 foi criado pela classe média e os movimentos sociais e políticos para as próximas décadas sairá da mesma classe média, que agora conseguiu criar um modelo mais sustentável de se manifestar.

Será difícil impedir que isso se propague, ainda mais com o desemprego galopante que se avizinha.

O Brasil colocou mais um pé no mundo 3.0, através de uma classe média renovada e empoderada por uma nova metodologia de participação.

O país começa a mudar, de verdade, por causa disso.

É isso, que dizes?

Tivemos duas manifestações no Brasil esta semana.

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  • Uma, organizada pelos meios e organizações tradicionais, baseados no ambiente cognitivo analógico, no dia 13/03/;15, com pouca gente.
  • Outra, organizada pelos novos meios e organizações inovadoras, baseadas no ambiente cognitivo digital, no dia 15/03/;15, com um número expressivo de pessoas.

A crise que vivemos hoje é de raiz  cultural, dentro dos limites que tínhamos do ambiente cognitivo do século passado.

A mídia de massa e antes o papel impresso (livros, jornais, etc) moldaram  as organizações, a partir de sua característica. Organizações verticais, com forte hierarquia, que, com o aumento demográfico, foi mais e mais aumentando o poder do centro em detrimento da ponta a sociedade.

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A crise que vivemos hoje é que somos hoje 7 bilhões de pessoas e nossas organizações foram boladas para um mundo de 1 bilhão de pessoas. É uma crise da cultura analógica, que criou as atuais organizações a sua semelhança, que se tornaram obsoletas diante da nova complexidade de 7 bilhões de pessoas.

Cidades hiper-povoadas pedem um novo modelo cultural de organizações.

Não são apenas mudanças sociais, políticas e econômicas, mas uma nova forma de pensar o mundo, na qual a base é a descentralização de poder. 

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Não é o estado apenas o problema, mas todas as organizações que criaram modelos de meritocracia corporativos de dentro para dentro. Valoriza-se hoje quem mais presta serviços para a corporação e não para a sociedade. Isso não é uma perversão proposital, mas uma consequência natural do modelo analógico que temos.

Isso acontece nas escolas, nas universidades, na ciência, nas organizações, públicas e privadas e na política.

A saída da crise cultural profunda é um projeto social, político e econômico que tenha como bandeira geral a descentralização de poder e a implantação de novas Plataformas Digitais Colaborativas que são e serão cada vez mais regidas por algoritmos sofisticados, que permitem o gerenciamento da colaboração de massa.

Precisamos criar formas para que se aumente a participação social nas organizações sem perder a dinâmica, reduzindo a taxa do rabo balançando o cachorro.

E isso tem sido demonstrado pelos novos empreendedores, que criam modelos geniais como o Mercado Livre, o AirBnb, a Estante Virtual, os aplicativos de táxi, o Youtube e mesmo o Facebook, todos baseados no Reputacionismo Digital, que permite que desconhecido possa colaborar com desconhecido.

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Precisamos, agora, adaptar essa nova maneira de pensar e resolver problemas para o mundo tradicional, através de experiências pilotos em zonas de inovação para que possamos acelerar o futuro.

As manifestações de ontem colocaram o Brasil no início deste processo.

Recolocando a classe média, de novo, como o epicentro inovador do pais, falarei disso depois.

É isso, que dizes?

Um bom ponto de partida é o conceito de cosmovisões.

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A cosmovisão marxista criou a ideia da esquerda e direita e dentro dela estabelece uma lógica entre ricos e pobres.

A dicotomia entre ricos e pobres sempre será usada na história, por alguém, ainda mais quando tivermos crises e mais ainda em forte concentração de poder como agora. Robin Hood sob este ponto de vista era de esquerda e o Xerife de Nottingham de direita.

A lógica dessa cosmovisão, que é um tipo de pensamento social, que não vem como o marxismo, mas que teve eco na cultura católica e tribais entre ricos e pobres, é binário e divide o mundo com ênfase radical de diferente interesses pelas posses.

De fato, em vários momentos as classes sociais podem definir interesses, como tantas outras peculiaridades do mundo. Enfatizar isso é opcional, conjuntural.

Isso é opcional em uma cosmovisão.

Não é assim, PODE SER ASSIM, caso a pessoa queira provocar esse tipo de sentimento de inveja, que sempre é mobilizador.

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Ao se concentrar FORTEMENTE OU UNICAMENTE na dicotomia pobre-rico e fazer com que isso se espelhe em direita-esquerda está se forçando e ressaltando UM dos aspectos das diferenças sociais.

É opcional, tanto quanto dividir em raça, região, religião, etc….

Uma cosmovisão, assim, é algo criado por alguém ou por alguéns, forma uma cultura e é difundida na sociedade, querendo impor, em uma corrida de cosmovisões, sua hegemonia.

Não é uma verdade, ou uma realidade, mas uma das cosmovisões oferecidas com uma lógica,um propósito, que serve bastante na luta pelo poder e no convencimento de simpatizantes.

Se você entra na sua lógica interna, passa a ser uma armadilha da qual você não tem como escapar. Você entra em uma lógica que rege uma cosmovisão e que ela te impede de construir algo diferente. O jeito é identificar a cosmovisão e poder sair dela, o que é difícil, quando uma cosmovisão consegue que parte da sua lógica seja de uso corrente na sociedade.

Quer ver?

Eu sou filho de mãe judia e não me considero judeu.

Na cosmovisão judaica, quem é filho de mãe  judia é judeu.

Ou seja, eu posso aceitar, ou não, a cosmovisão judaica.

Eu, na minha cosmovisão, escolho a minha religião, ou cultura, que não acredito que possa ser sanguínea e rejeito a lógica da cosmovisão judaica, não necessariamente questionando-a, mas passando ao largo.

Não compro a lógica!

Posso dizer que naquela cosmovisão existe este pensamento. uma lógica, mas que eu não sou obrigado a entrar nela para que eu defina minha identidade, pois ela é uma nesga criada de como um grupo vê a sociedade e não como ela de fato é.

Se eu me digo liberal, ou parto do liberalismo como uma identificação política na sociedade, eu escolho uma cosmovisão, sob a qual coloco o adjetivo digital, (liberal digital). Neste momento, estou procurando me posicionar, a ter um projeto que me auto-define para mim e para os outros.

Isso parte da minha consciência e eu abraço uma cosmovisão por opção pessoal, a partir de reflexões feitas.

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E para um liberal não há esta ênfase fundamental como referência entre pobres e ricos, isso não é a minha base de pensamento, pois este tipo de divisão, na minha forma de pensar, é inerente à sociedade humana.

Isso sempre houve e sempre haverá diferenças sociais.

Ou seja, é chover no molhado, como acreditar em um mundo sem religião, ou sem ódio, violência, inveja, etc….

A história serve para mostrar mais ou menos quem somos. O que nos resta é nos render a ela e ver como podemos, a partir das nossas imperfeições, tentar a sociedade MENOS RUIM possível. 

Um liberal se preocupa em permitir que as desigualdades sociais não sejam consolidadas, estáticas, que os mais ricos sejam mais ricos pelo mérito, que os que não são ricos possam querer lutar para ser e tenham condições para isso.

O liberalismo é a defesa permanente do aumento da taxa de mérito social.

(Os neoliberais do século passado não tinham esse foco, ao contrário.)

A luta  constante pelo aumento da taxa de mérito gera riqueza e consegue, de uma forma melhor, resolver o nosso grande impasse: ter produtos e serviços para atender as necessidades da espécie.

Um liberal tem, assim, outra lógica.

Diria mais:

Que o pensamento liberal é fruto da última Revolução Cognitiva do papel impresso e que todos os pensadores liberais resolveram criar uma nova cosmovisão para fazer frente à que era hegemônica a cosmovisão católica-monárquica. 

E ainda:

A construção da cosmovisão liberal clássica foi feita para criar a república, um ambiente político mais descentralizado do que era o do rei e que permitia acabar com o conceito de verdade centralizada,  de heresias. E um sistema econômico mais dinâmico que pudesse lidar com a complexidade emergente da época.

Criou-se a possibilidade de uma abertura de rede econômica (que chamaram de capitalismo – o nome é da cosmovisão marxista) e de uma rede política (república) que foi a cosmovisão liberal clássica, que nos levou ao que chegamos hoje.

Uma Revolução Cognitiva, assim, é provocadora de novas cosmovisões, pois ao descentralizar ideias oxigena a sociedade tira os filósofos alternativos do armário (incluindo os descentralizadores), permitindo uma inovação social, que antes, com a concentração das ideias, não era possível.

Assim, não só eu não aceito que seja definido por uma cosmovisão que não é a minha, como a própria cosmovisão liberal impressa, digamos assim, precisa ser refeita.

E o que temos em comum entre a atual Revolução Cognitiva impressa e a digital.

Em ambos os casos, o movimento liberal clássico foi o único que defendeu a descentralização de poder e de renda, reforçando o poder dos indivíduos, as pontas das redes humanas, que estava centralizadas com a monarquia.

(Os liberais conseguiram superar a visão católica vigente do rico versus pobre, os marxistas engoliram esse anzol com chumbada.)

Na cosmovisão liberal de hoje ou ontem não faz sentido o conceito de esquerda e de direita, por uma questão de ênfase em um aspecto da realidade que é de rico x pobre. A preocupação não é não ter mas ricos, mas por que o cara fica rico, se mantém rico e como um pobre pode e deve ter chances de chegar lá também. É a batalha pelo mérito. (Se houver um liberal defendendo uma organização ineficiente, pode ter certeza que os valores liberais foram jogados ao mar.)

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O que a história nos mostra, fazendo uma releitura, são dois movimentos (que variam conforme a conjuntura cognitiva) que querem manter a centralização de poder e renda. E os que querem descentralizar o poder e a renda, através do mérito.

A concentração de poder e renda é péssima para a sociedade, pois aumenta o custo das organizações (que ficam menos dinâmicas e passam a balançar o cachorro) e reduz o benefício para a sociedade.

A descentralização, como poder de mídia para a sociedade, dá poder ao indivíduo para fiscalizar mais e mais as organizações (sejam elas públicas e privadas) e abre para que a taxa de meritocracia aumente, pois a cada compra está se qualificando organizações, bem como agora, com o reputacionismo digital, através dos curtiu/não curtiu, estrelas, e comentários.

O que é estranho é que o movimento liberal é visto como conservador e talvez o seja, pois parte dele está apegado aos liberais clássicos, como se agora não fosse justamente o momento de revisitá-los não para copiá-los para recriá-los, principalmente atualizando valores nas novas fronteiras digitais.

Eles fizeram justamente o que temos que fazer agora: recriaram a cosmovisão dos gregos, que é a mãe da nossa sociedade.

Analisaram um ambiente fechado e concentrado (feudalismo/monarquia) e recriaram, a partir de valores baseados na descentralização e no empoderamento do cidadão, uma nova cosmovisão, que os levou a recriar os sistemas políticos e econômicos, na dobradinha capitalismo/república. Agora, temos que reconstruir, a partir da ideia de descentralização de poder pelo mérito uma nova.

Hoje, temos que combater tanto o comunismo de estado como o capitalismo de estado, ambos concentradores de renda e poder, que duelaram no século passado, por causa, a meu ver de dois fatores: o aumento demográfico e/como consequência e causa, a concentração da mídia.

O resto é esta crise geral de TODAS AS ORGANIZAÇÕES que vemos hoje. Se combate com liberalismo 3.0, implantado plataformas digitais colaborativas, nas quais a sociedade vai tentar aumentar a taxa e controle do cachorro, que anda sendo fortemente balançado pelo rabo.

Eu, assim, não sou de direita ou de esquerda.

Sou um descentralizador social, como foram os liberais clássicos impressos, agora sou um descentralizador digital, que combate as centralizações de renda e poder do século passado, com valores liberais.

É isso, que dizes?

O final de uma Era Cognitiva é sempre marcada por uma separação entre o pensar e o fazer.

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Os pensadores estão distantes dos fazedores.

Cria-se filosofias e teorias no vazio, pois não se constroem metodologias (e destas metodologias) para saber se faz algum sentido.

O mundo acadêmico vive da publicação de artigos por artigos, essa é a métrica, o que demonstra claramente a decadência da nossa maneira de pensar a ciência. A ciência quando foi inventada tinha como missão lidar com os problemas complexos que a sociedade não conseguia resolver e não produzir conhecimento no vazio.

Hoje, a ciência, ela mesma, é um problema complexo que a sociedade tem que resolver, pois deixou de ser uma solução.

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É essa crise de separação entre a filosofia-teoria das metodologias que nos leva para outro sintoma da crise: o relativismo.

Que é a ideia de que cada um tem a sua própria verdade.

Cada um sim te a sua percepção da verdade, mas que umas são mais ou menos eficazes e, para isso, precisamos de metodologias e, principalmente, métricas para começar a testar cada uma das propostas.

A separação entre o fazer e o pensar é típico de uma sociedade dominada por um centro poderoso, empoderado pelas mídias de massa, que consegue fazer com que o rabo balance o cachorro.

Quem pensa não tem nenhum compromisso com quem faz.

E quem faz não pensa muito.

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Ou seja, o que é feito não é feito, baseado em aprofundamentos teóricos e filosóficos, pois é tudo baseado no que podemos chamar de “marketing acadêmico”.

As ideias valem por quem as estão dizendo, pelo poder da autoridade, empoderada pelos títulos e não pela força dos argumentos e pela capacidade de demonstrar, na prática, as suas hipóteses.

Perdemos o poder de argumentação quando se separa a teoria da prática.

Pois o certo é certo por quem diz e não pelo que se comprova.

O remédio para a crise é a implantação de uma nova cultura cognitiva, na qual o cachorro passa a recuperar a posse do seu rabo, através da implantação de Plataformas Digitais Colaborativas, baseadas no reputacionismo digital, no qual há uma aproximação do pensar e do fazer.

E um novo ambiente de meritocracia que permite que a sociedade participe mais desses critérios.

É isso, que dizes?

 

Pessoas têm visões diferentes sobre o mundo.

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Diria que pessoas têm cosmovisões diferentes do mundo.

Não existe uma cosmovisão fechada.

Pessoas usam algumas cosmovisões intercaladas, entre elas, a marxista, a liberal, na área política e econômica. A católica, protestante, espírita.

Pessoas têm interesses de sobrevivência distintos.

Um empreendedor tem, por tendência, uma visão de mundo diferente de um funcionário público, por exemplo.

E tem temperamentos distintos.

Tudo isso cria percepções e mais percepções sobre o mundo, que vão se multiplicando a mil. O que nos leva a um conceito de eficácia, que também é complexo, mas é melhor do que o do certo e do errado.

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O certo e do errado termina em uma conversa.

O eficaz precisa de uma comprovação qualquer.

E aí chamamos a ciência, dados, métricas para poder avaliar.

Obviamente, que dependendo de cada cosmovisão e perfil as pessoas vão definir métricas diferentes para medir a eficácia.

Porém, a coisa aí, ainda bem, vai ficando mais sofisticada, pois a filosofia e a teoria, nos jogam para uma metodologia e os dados precisam criar uma coerência.

Se um médico diz que é melhor operar um paciente de uma dada maneira ao invés de outra, temos que ver, por exemplo:

  • – custo da operação;
  • – tempo de recuperação;
  • – efeitos pós-operatórios no curto, médio e longo prazo.

Assim, podemos dizer que o tipo de operação “a” tem se mostrado mais eficaz do que a operação “b” por causa destas métricas.

Quem não concorda, pode:

  • – questionar a métrica;
  • – ou aceita a métrica, mas duvidar dos resultados da pesquisa.

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Se alguém for questionar a eficácia terá que apontar novas métricas e o debate será muito mais sofisticado do que apenas você está certo ou errado.

O que acontece num mundo como o nosso, que estamos saindo de forte concentração de ideias, que perdemos a capacidade de comunicação horizontal.

Há verdades impostas de cima para baixo, vindas de todos as organizações, principalmente da escola, que têm a resposta certa para as questões das provas.

Você acerta ou erra, leva zero ou dez.

Assim, criamos a cultura do certo e do errado e não da eficácia.

Como o que importava não era bem a força dos argumentos e do que se podia provar, mas o que o centro definia como o que era certo e errado, nos habituamos com esse modelo.

Um mundo inovador, aberto, descentralizado precisa criar a cultura do mérito, da eficácia e do poder de argumentação, que mais e mais, vai se dedicar a comprovar a eficácia das ideias e dos processos.

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Hoje, vivemos em uma conjuntura, graças ao momento cognitivo,  um mundo de ideias sem metodologia, que vou escrever em outro post.

É isso, que dizes?

Todo mundo passa.

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E todo mundo tem a fantasia de deixar uma pegada para talvez ficar mais tempo.

É uma ilusão, um passatempo.

Eu sou da linha que se tudo é um passatempo aqui na terra, você tem que definir qual é o seu de forma consciente.

E dentro da vida possível, tentar criar um projeto de vida sustentável, que permita que você consiga aliar pegada com sustento, o que não é fácil.

Considero que isso é um fio condutor que fica acima do cotidiano, como se fosse um teleférico, que de quando em quando olhamos para ele para nos guiar.

É algo que parte sempre do auto-conhecimento, que é algo entre o que somos, podemos ser e as oportunidades que aparecem e pegamos e aquelas que construímos e aquelas que negamos.

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Tudo isso define o nosso caminho.

O problema que temos é que somos inconscientes do nosso projeto.

Adoramos viver como o Zeca Pagodinho: deixa a vida nos levar.

Diria que uma vida significativa é uma vida que procura, sabendo que vivemos um passatempo, diante das 100 bilhões de galáxia, nossa poeirenta vida de poeira, da poeira, da poeira, da poeira, que nos permita acordar na segunda animados.

O resto tudo é besteira.

Sem animação, caímos na depressão, nos remédios, etc.

Assim, se não vamos pular da ponte, temos que nos animar para tocar a vida e isso pede algum projeto que tenha pegada sustentável ou uma sustentável pegada.

E isso tem um preço, pois nem tudo vai ser pegada e nem tudo será sustentável.

E aí vai a arte da coisa.

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E, por fim, há um custo, pois você traça uma meta para chegar na segunda feira mais animado e no final da vida com uma sensação de vazio menor.

Por aí, que dizes?

Todo inovador é um sonhador.

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Quer algo diferente do que está aí.

Imagina um cenário e corre atrás dele.

  • O sonhador é o que sonha, apenas.
  • O inovador é o que sonha e cria um projeto.

Assim, inovar é tentar tornar um sonho realidade. E, obviamente, que há que, ao longo do projeto, que ter que adaptar o sonho ao que a realidade vai demonstrando.

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E aí, ao longo do processo, que vamos ver a diferença de um inovador para um sonhador.

  • O inovador é aquele que consegue negociar com a realidade.
  • O sonhador é aquele que quer impor seu sonho à realidade, da maneira que foi concebido.

Muitos dirão que o inovador é um “estragador” de sonhos.

E é neste momento que entramos com outro ponto importante.

O inovador é alguém que não pode se prender apenas a produtos ou a serviços, pois eles se adaptam no tempo. O inovador é alguém que consegue ver um conceito por detrás dos produtos e trabalha para que aquele se torne realidade. O inovador, no fundo, é alguém que traz uma nova cultura para a sociedade embutida em um produto ou serviço.

E ele fará com que a implantação dessa nova cultura gere valor para a sociedade, apresentando resultados para quem a implanta e para quem vai utilizá-la.

O inovador, assim, é alguém que introduz uma nova cultura, que gera mais valor tanto para quem a implanta, como para quem a vai utilizar. Uma nova cultura é, assim, embutida, promovida e viabilizada, através de um novo produto e/ou serviço.

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E aí vem a parte da implantação, na qual se negocia a tática e a estratégia.

A tática é aquilo que pode e deve ser negociado para se ter uma estratégia de longo prazo.

A estratégia é aquilo, na qual está embutido o conceito, do qual não se pode abrir mão.

Não é algo fácil e por isso, podemos dizer que existe alguma arte para inovar.

Pessoas que têm dificuldade de lidar com frustração serão pessoas que vão dificultar o trabalho da inovação.

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Gosto do mantra da serenidade dos grupos dos anônimos, que espelha bem o desafio dos inovadores:

Serenidade para aceitar o que não posso mudar;
Coragem para o que posso. E sabedoria para perceber a diferença.

Se encaixa como luva.

Discuti aqui de que a sociedade humana precisa valorar atores e processos para que possa tomar decisões.

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E existem duas formas de se fazer isso.

  • De dentro das organizações para fora, com baixa participação da sociedade, o que nos leva a um aumento do custo e uma redução dos benefícios, por uma falta de precisão.
  • De fora das organizações para dentro, com maior participação da sociedade, o que nos leva a uma redução de custo e um aumento dos benefícios, por uma maior precisão.

Há uma relação entre a mídia e a economia aqui.

Quando temos ambientes cognitivos centralizados, temos menos capacidade de participação da sociedade, o que dificulta que a valoração seja feita pela sociedade.

Assim, a tendência é cada vez mais termos um aumento de custos, pela centralização, e redução de benefícios.

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Que é o nó da crise que vivemos hoje.

A chegada de uma Revolução Cognitiva alarga as fronteiras ecológicas da nossa capacidade de comunicação.

A sociedade se empodera e passa a trazer mais dados para o ambiente social, permitindo que haja uma valoração mais aprimorada de atores e processos.

Isso acontece em todas as mudanças de descentralização de mídia.

Porém, além da maior taxa de participação da sociedade, reduzindo o poder das organizações, temos mecanismos que serão (e estão sendo criados) para que se estabeleça uma nova Cultura de valoração de ações e processos.

Esta cultura não só se baseia em mais gente podendo participar, mas, no caso atual, com a introdução de novas tecnologias de valoração, que é o caso do Reputacionismo Digital.

O Reputacionismo Digital é o resultado do arquivamento em bases de dados de todas as transações que são feitas pela sociedade, os atos de troca de todos os tipos, que permitem agora as organizações saberem o que está acontecendo de forma mais aprimorada.

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Esta base de dados, que o pessoal tem chamado de Big Data permite que as decisões sejam tomadas com mais precisão, reduzindo custos e aumentando benefícios.

Passou a ser uma arma competitiva.

Porém, a extração de dados é apenas uma parte do processo, que já estava presente antes da chegada da Colaboração de Massa.

Além, do que podemos chamar dessa colaboração de massa involuntária, coletada na base dos cliques, temos ainda a colaboração de massa voluntária, a baixo custo, através de estrelas, comentários, curtiu, gostei ou não gostei.

Tudo isso é feito com auxílio de sistemas fortemente baseado em algorítimos.

Isso cria uma nova camada mais humana, que permite que se aprimore ainda mais o ponto de vista das demandas da sociedade de fora para dentro das organizações.

Todos os projetos inovadores de sucesso: AirBnb, Mercado Livre, Estante Virtual, TaxiBeat, entre tantos outros, estão justamente fazendo a diferença, pois estão usando o reputacionismo digital para a tomada de decisões.

Este modelo de valoração permite que haja uma cultura completamente nova de tomada de decisões, mais precisa, com resultados melhores e com custos menores.

Todo o movimento social, político e econômico que assistiremos daqui por diante se dará em torno da implantação dessa nova cultura, que é mais sofisticada que a atual e é a base da sociedade humana do século XXI.

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É uma cultura que consegue lidar melhor com a complexidade, descentralizando o poder das organizações, sem, entretanto, reduzir a dinâmica, ao contrário, aumentando e reduzindo custos.

É isso, que dizes?

Uma das grandes críticas da Escola Austríaca de Economia, em especial Mises, contra o socialismo é justamente o fato de que numa sociedade sem mercado, não é possível valorar as coisas, nem definir preços.ValorInvest_Fevereiro_Web

 

Aqui, Mises se encontra com Pierre Lévy, que fala de inteligência coletiva.

A livre troca entre as pessoas tem o grande mérito de gerar valor para processos, bens, pessoas, organizações.

Estas trocas geram dados e são estes dados que permitem que decisões mais precisas sejam tomadas, através da produção de uma inteligência coletiva em rede.

Quando centralizamos decisões, perde-se a capacidade de entender as demandas da sociedade e torna mais difícil para o gestor tomar decisões, pois ele cada vez mais fica no escuro.

A saída é a padronização e o investimento na redução da diversidade para que se possa produzir em massa.

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Assim, regimes centralizadores tenderão a reduzir a diversidade humana e descentralizadores, ao contrário.

Vivemos no século passado um forte movimento pela centralização, provocado pelo aumento demográfico, que levou à complexidade às alturas, diante de uma mídia concentradora.

Assim, uma sociedade mais descentralizada e em rede terá uma capacidade de valorar melhor as ações e atores sociais, criando e definindo um tipo de mérito e podendo tomar decisões mais apuradas.

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  • Quando temos movimentos de contração cognitiva, entretanto, a valoração de ações e atores sociais passa a ser feito cada vez mais do centro para as pontas, a partir dos interesses e do ponto de vista de quem está no centro.

E vice-versa.

  • Quando temos movimentos de expansão cognitiva, entretanto, a valoração de ações e atores sociais passa a ser feito cada vez mais do das pontas para o centro, com uma taxa maior dos interesses de quem está do lado de fora.

É o que vamos chamar de valoração digital, que vou falar a seguir.

É isso, que dizes?

Digamos que estamos passando o sonho marxista, ou de uma república com estado forte e protetor, mas o que colocaremos no lugar?

Vivemos o fim de uma era no país.

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Mais do que o fim da Era PT, vivemos o fim ou o início do fim da ilusão marxista, como salvadora da pátria.

Desde a ditadura militar, um grupo de pessoas foi considerada os heróis do povo, que lutaram pela liberdade e pela igualdade.

Criamos um mito de que eles eram os salvadores da pátria.

Hoje, depois de 12 anos de poder, um conjunto grande de pessoas, principalmente de classe média, o berço do PT, pois os metalúrgicos do ABC eram também de classe média. Somados a intelectuais de todos os tipos, se tem claro os furos do projeto marxista.

Antes de tudo, a cultura marxistas é anti-republicana e anti-capitalista e procura criar uma centralização de poderes no Estado protetor. O populismo torna isso mais evidente, mas as experiências do século passado reforçam essa visão. Tudo é centralizado, o que torna a sociedade menos dinâmica, com problemas graves de produção.

Digamos que estamos passando o sonho marxista, ou de uma república com estado forte e protetor, mas o que colocaremos no lugar?

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O contra-ponto ao Petismo é o tucanismo, uma social-democracia, no qual o Estado é menos protetor dos pobres, mas é protetor dos amigos do rei.

No qual, as organizações privadas conseguem ter forte influência no estado, o que seria a marca do neo-liberalismo, ou mercantilismo, ou capitalismo de estado.

Hoje, acredito que temos que começar um movimento pós-liberal no Brasil, não confunda com neo-liberal, que é a refundação da república e do sistema econômico, através de melhoria de suas virtudes e valores.

Na minha análise e diagnóstico o século XX teve uma forte concentração não pelo demérito nem da república e nem do capitalismo, mas vivemos sob a influência de dois movimentos em paralelo:

  • – o aumento vertiginoso da população;
  • – e a concentração de mídia.

Uma reforçando a outra, o que nos fez assistir fortemente a concentração de poderes e renda.

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O movimento progressista do novo século é pós-republicano e pós-capitalista, em que procura preservar os valores dos dois sistemas, mas inovar, através do novo potencial da nova mídia, como fizeram os liberais clássicos, com o papel impresso, a partir de 1450.

É preciso reduzir a ineficiência dos monopólios estatais e privados, criando organizações mais abertas para a sociedade.

Isso se dá com a implantação de Plataformas Digitais Colaborativas nas quais o cidadão/consumidor passa a se empoderar, de baixo para cima, para criar uma sociedade não só dinâmica, mas muito mais participativa.

Mantemos, como é o projeto da república e do capitalismo, uma melhor qualidade produtiva, com mais participação social, evitando que o rabo balance o cachorro como é hoje.

Assim, um pós-liberal defende um estado limitado, mas também a luta contra os monopólios privados, que conseguiram em conluio com o estado, manter a sociedade em um estágio primitivo de participação.

Note que o projeto do Podemos da Espanha, por exemplo, que procura dar uma resposta a atual crise filosófica republicana não é pós-liberal, pois procura com um discurso tech centralizar o poder, ao invés de descentralizá-lo.

(Vide o apoio que os seus líderes deram a Hugo Chavez, inclusive profissional em troca de dólares para montar o modelo do socialismo do século XXI).

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Assim, a democracia digital passa pelo resgate dos princípios dos liberais clássicos daquilo que eles têm de valores, adaptando-os ao mundo digital.

É isso, que dizes?

Quando afirmo que o marxismo beira à monarquia, muitos amigos marxistas me xingam.

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Outros dizem que não estou interpretando bem Marx.

Digamos, assim, que existe um marxismo de uso corrente, não os que cada um interpreta, que tem como base:

  • – a luta de classes:
  • – a proposta de implantar um sistema de uma classe só;
  • – a visão do revolucionário honesto e bom, que a luta o humanifica. Ele é honesto por que defende causas que considera justa.

Note que Marx e seus seguidores foram contra os liberais clássicos, que conceberam a república-capitalismo, com um projeto diferente.

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Porém, o projeto republicano levava em conta alguns fatores humanos, tais como:

  • – era preciso construir uma sociedade sem um rei centralizador;
  • – mais descentralizada e mais dinâmica, como mudanças mais permanentes na economia (livre iniciativa) e na política (eleições sistemáticas);
  • – na qual a corrupção, os interesses, as injustiças fazem parte integrante da sociedade e precisam ser administradas e não extirpadas da espécie humana.

O projeto republicano-capitalista foi e é uma ideia que procura atrair pelos resultados e não pela força, como detalhei aqui.

Houve para que chegássemos na república um conjunto de revisões filosóficas sobre o ser humano para construir o modelo republicano, no qual a monarquia estava na berlinda.

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As bases marxistas não passaram por essa revisão à monarquia.

Ou seja, saltaram direto para questionar o modelo republicano, mas não incorporaram os questionamentos feitos ao modelo monárquico-religioso, tornando-se, assim, uma defensora de um modelo filosófico passado e mais primitivo diante de uma complexidade cada vez mais emergente.

O modelo republicano, que começa pelos questionamentos de Lutero, em 1500, na Alemanha, vai questionar o poder da igreja-monarquia, e vai se estendendo até 1800, quando se foi afastando mais e mais Deus da política.

E criando uma sociedade menos centralizada.

Criou-se o conceito de que a liberdade é a eterna vigilância e, diferente de Rousseau, o ser humano nasce para defender seus próprios interesses, seja ele rico ou pobre. O modelo menos ruim de sociedade deve criar instituições, como sugeriu Freud bem depois, que possa conter estes impulsos, que são parte INERENTE do ser humano.

O pensamento marxista acredita que a luta revolucionário é redentora e que a sociedade é que gera estes sentimentos, digamos negativos, nas pessoas.

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(Note, assim, que há FORTE similaridades da figura dos líderes revolucionários marxistas com santos e dos militantes com padres, todos acima do bem e do mal, escolhidos para trazer o paraíso na terra.)

Segundo os marxistas de plantão, eles têm uma verdade (que é o aspecto religioso e dogmático) que é melhor que todas as outras e deve ser implantada na força e não pela atração e sucesso de suas ideias e práticas.

Note que Cuba está do mesmo jeito há mais 50 anos e as pessoas não vão para lá e nem pode sair. Ou seja, não é um projeto que trabalha na atração dos méritos, mas na imposição, pela força, um modelo de pensamento.

Vivemos, na prática, com a chegada do neo-populismo na América Latina, que não tem uma ideologia marxista pura, mas uma cultura marxista, que traz essa cosmovisão pré-republicana embutida no pensamento e nas ações.

Por isso, não existem adversários políticos, mas inimigos de classe.

É um pensamento que parte dessa cosmovisão monárquica-religiosa, que, na época, chamava isso de heresia e de inimigos de Deus.

As pessoas sentem desse jeito e muitas são incapazes de perceber esse movimento.

Outro ponto que me chama a atenção é a ideia de Marx de que “cabe ao filósofo mudar o mundo e não pensar sobre ele!”. Isso é uma visão extremamente autoritária, como consequências nefastas, pois a filosofia é uma espécie de tribunal superior do pensamento, que serve para refletir cosmovisões.

No momento em que eu elimino o questionamento da minha cosmovisão, eu a transformo em um dogma, ou seja, não há o que questionar, não há recursos, nós estamos com a verdade e pronto.

Abaixo da filosofia dogmática só há a metodologia de ação: implantar essa filosofia no mundo sem aceitar questionamentos.

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O problema que temos é que o modelo republicano-capitalista, que conseguiu a proeza (pouco percebida) de nos permitir saltar de 1 para 7 bilhões a população de humanos na terra, foi concebida em 1800 para um mundo de menor complexidade, dentro da Conjuntura Cognitiva do papel impresso e depois da mídia de massa.

Hoje, a complexidade é outra, bem como o ambiente cognitivo teve suas fronteiras alargadas. Neste contexto, podemos refazer os conceitos republicanos-capitalistas para algo mais sofisticado, em uma pós-república e um pós-capitalismo, que deve aprimorar o que temos, a partir dos conceitos dos liberais clássicos.

E não jogar o bebê fora da bacia junto com a água.

É isso, que dizes?

Falo mais sobre isso neste áudio:

Detalhei aqui por que a escola vai mudar.

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Na verdade, estamos passando da cultura analógica cognitiva para a digital, que implica em um modelo mais interativo e participativo de conhecimento.

O conhecimento digital, ou do século XXI, ou o conhecimento 3.0 (oral, escrito e agora digital) recoloca o conhecimento a partir de problemas.

Toda vez que temos o fim de uma Era Cognitiva teremos uma crise educacional, pois o modelo se voltará para a concentração, e nos assuntos, se distanciando dos problemas da sociedade.

Finais de Eras Cognitivas nos levam à concentração e a baixa inovação.

Ou da inovação concentrada.

Assim, um movimento novo pede que os problemas sejam recolocados, pois a espécie entra em processo de mutação e recriação da sociedade, com as novas fronteiras tecno-cognitivas.

Vivemos o início de uma era de iluminismo e de renascença, na qual vamos ajustar a sociedade para a nova complexidade cognitiva de 7 bilhões de habitantes.

O conhecimento passa a ser feito na ponta e na interação, através do diálogo com as pessoas que sofrem o problema.

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Não somos preparados para situações teóricas, para suposições, mas para a construção do conhecimento “no campo” junto com as pessoas que sofrem ou que são responsáveis para reduzir sofrimentos.

Em função disso, há uma mudança na maneira de criar conhecimento, que deixa de estar concentrada no aprendizado através dos centros de estudos, dos livros e de autores consagrados.

O processo é feito junto com as pessoas que vivem os problemas em um processo interativo, onde os livros, os autores, o conhecimento acumulado é chamado TAMBÉM para ajudar, mas não é o centro, é parte.

Tenho praticado esse tipo de trabalho, pode ver isso nas minhas aulas, no meu canal do Youtube, nas quais o conhecimento é criado junto com as pessoas, através de análise da melhor forma de pensar e agir sobre um dado problema.

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Isso é o início da tentativa de procurar o conhecimento interativo, mais horizontal, que vai procurar ser mais eficaz do atuam conhecimento impositivo, mais vertical, que impede que os problemas sejam o centro e que cada encontro seja produtor de uma nova rodada de aprendizagem.

É isso, que dizes?

Um fato interessante ao se estudar Revoluções Cognitivas e viver o início de uma delas é perceber como é difícil passarmos de um modelo estratégico de semanas para o de séculos.

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O final de uma Era Cognitiva, que durou 500 anos, da chegada do papel impresso até hoje, nos coloca em uma grave crise, na qual as organizações ganharam muito mais poder do que deveriam.

Digo que vivemos um profundo momento, no qual o rabo balança o cachorro.

As organizações se acostumaram a planejar em cenários de curtíssimo prazo, pois havia uma estabilidade cognitiva garantida.

Novos concorrentes eram raros.

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Uma rede de proteção legal e operacional foi criada que dava as organizações tranquilidade para fazer pequenos ajustes na sua estratégia.

As áreas estratégicas, os conselhos de administração, os executivos foram todos formados para lidar com mudanças pontuais de cenário.

O problema é que uma Revolução Cognitiva, que traz revoluções culturais, não pede licença a esse modelo.

E há, assim, uma contradição entre o que a realidade demanda em termos de mudanças e atitudes das empresas e a capacidade das empresas em compreender a mudança e colocá-las nas estratégias, com projetos coerentes.

Ou seja, as organizações montaram departamentos estratégicos semanais, quando se precisa hoje de visões seculares.

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Estamos vivendo um momento em que há uma mudança radical na macro-história e os departamentos estratégicos foram concebidos para lidar com a micro-história.

Assim, a maior parte das organizações não consegue ter ferramentas estratégicas para poder guiá-las diante das mudanças atuais.

E ficam a mercê da sorte de que o seu setor não seja atingido pela nova cultura digital, que traz um novo modelo de reintermediação com uma relação de custo/benefício, bem superior ao modelo atual.

Há uma crise profunda, que começa nos departamentos estratégicos, que não tem ferramental suficiente para lidar com o novo cenário.

É isso, que dizes?

Há dois grandes erros das organizações analógicas.

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O primeiro é não conseguir enxergar a mudança cultural radical que estamos vivendo na sociedade.

O que as coloca em um processo de alto risco, de ver surgir um novo concorrente, que consegue introduzir uma nova cultura cognitiva, mais eficaz, com uma relação de custo/benefício muito superior à atual.

Aquelas que conseguem enxergar algo nessa direção, procuram implantar a nova cultura de dentro para dentro, o que torna o processo complicado e difícil.

Experiências demonstram quem quando temos duas culturas radicalmente distintas, é preciso criar áreas separadas, da atual produção e da experimentação da nova cultura.

O motivo é simples.

A cultura implantada é fortemente arraigada e tem uma força muito grande de atração para que nada a altere.

O ser humano é medroso e zela pela sua sobrevivência.

Qualquer novidade é visto como um risco pela maioria.

Além disso, a nova cultura, sendo radicalmente distinta, precisa trabalhar em uma área completamente “desintoxicada” para poder provar o seu mérito e ser mais eficaz.

  • – mudanças tecnológicas radicais pedem esse tipo de projetos, como foi o desenvolvimento do Kindle pela Amazon;
  • – ou o projeto de introdução do capitalismo na China Comunista nas zonas de livre comércio.

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Tal projeto tende a ter uma relação de custo/benefício melhor do que a implantação de uma cultura radicalmente distinta dentro da estrutura da organização.

O problema é que novas culturas assustam e criam rejeições principalmente nos estrategistas das organizações, que, na sua maior parte das vezes, tendem a um certo conservadorismo.

O problema da cultura digital é que ela é vista como uma continuidade e não uma ruptura organizacional.

Acredita-se que a chegada das Plataformas Digitais Colaborativas, a grande novidade da Internet para as organizações, não são processos (r)evolucionários, mas sim evolucionários.

E procura-se misturar as duas culturas com resultados problemáticos.

Por causa dessa dificuldade de percepção, o investimento para esse tipo de projeto entra na escala dos operacionais.

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E quando se fala em zonas de inovação separadas, com custos separados e equipe separadas, isso não é bem absorvido, pois não se acredita que a mudança é tão radical.

A experiência que tenho vivido com os primeiros projetos ao implantar essa metodologia de zonas separadas têm esbarrado justamente no investimento.

Ou seja, já conseguimos entender que é necessária a separação, mas falta o investimento para que esses projetos sejam feitos de forma completamente separada, com verba e equipe exclusivas, distantes dos processos atuais.

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O processo é longo.

É isso, que dizes?

Toda vez que vou palestrar para professores, sinto no ar um clima de ceticismo.

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Pensam eles:

“Lá vem mais um mané querendo falar de mudança na escola. Já foram tantos e nada mudou!”.

#Fato.

Porém, tenho argumentos que, de maneira geral,  balançam esse ceticismo.

Vejamos.

A atual escola foi concebida a partir de 1450 com a chegada do papel impresso. Podemos, do ponto de vista das tecnologias cognitivas, dizer que a atual escola é a escola impressa. O modelo de produção escolar simula a cultura do papel impresso.

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  • Alguém produz o livro, distribui, ele é lido e absorvido sem alteração.
  • O material didático é centralizado, fechado e repassado aos alunos, que têm que provar que o memorizaram.
  • A cultural do papel impresso forma a cultura da escola.

Quando falamos em introduzir NOVAS tecnologias na escola, (pois quadro negro, giz, carteiras, livros, canetas e cadernos são tecnologias), estamos falando em introduzir uma nova cultura cognitiva.

Não se trata de introduzir tecnologia, mas uma nova cultura de aprendizado, coerente com:

  • – um mundo muito mais complexo, formado por 7 bilhões;
  • – que nos obriga dar mais poder para o cidadão, a ponta da rede;
  • – e para isso é preciso aumentar a autonomia dos alunos.

Estamos diante do mesmo momento que criou a atual escola e, por isso, vamos começar o processo radical de mudança, introduzindo uma nova cultura, não uma nova tecnologia.

A nova cultura é a cara do mundo digital:

  • – líquida;
  • – mutante;
  • – mais participativa.

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Veremos que a solidez do papel impresso, que tinha graves limitações de mudança de texto ao longo do processo, vai possibilitar um novo modelo mais participativo.

O papel impresso nos obrigou a trabalhar por assuntos e disciplinas, pois era e ainda é impossível nesse modelo lidar com a criação nas pontas.

A massificação exigiu que o processo seja feito do centro para as pontas, de cima para baixo, com reduzido espaço de participação em sala de aula.

O estudo a partir dos problemas, que unificaria os conhecimento, precisa de tecnologias mais dinâmicas, que é a que temos agora.

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Assim, estamos diante de uma nova Era Cognitiva, que inaugura de maneira geral uma nova cultura de intermediação na sociedade, da qual a escola sera reinventada.

Isso não pode ser feito dentro da atual sala de aula, mas em espaços separados, em uma metodologia própria de migração de culturas radicalmente distintas.

É isso, que dizes?

Tive um almoço com um amigo e ele disse que gostaria de ver minhas ideias mais difundidas no Brasil.

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Passei boa parte do papo apresentando para ele várias tentativas nessa direção.

E depois, sozinho, pensando vi que a referência da conversa foi a visão do outro sobre mim, ou sobre as minhas ideias e não a minha referência comigo mesmo.

Faz tempo que resolvi que o meu processo de produção teórica deveria seguir um trabalho contínuo de escrita todos os dias, diálogo com meus alunos, leitura, interação com a realidade, a partir da minha metodologia de ação.

Percebi por trabalhar em uma área macro-estratégica, com macro-histórica, de que esse tipo de pensamento e prática terá pouca aceitação no curto prazo, pela própria característica do trabalho, ainda mais no Brasil.

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Assim, tinha uma opção, ou seria vendável e teria que desenvolver teorias que se encaixassem no mercado de forma mais rápida, ou passar para um esquema mais de beira de mercado, procurando brechas para manter ativo o trabalho.

Assim, a opção que fiz foi de assumir um compromisso comigo de coerência intelectual para que pudesse desenvolver meu trabalho de forma a ser mais eficaz no médio e longo prazo, a despeito de não ser bem aceito no curto.

O que pensei é que este meu amigo me trouxe a visão de fora para dentro, de que eu deveria ser mais ouvido, perdendo a referência de dentro para fora de que eu estou construindo um projeto, difícil, mas coerente com o que acho que deve ser o meu caminho.

As tentativas que fiz de divulgar mais o meu trabalho de formas mais rápida, além do que já tenho de aceitação na Internet, me levaria a fazer algumas concessões na coerência intelectual, o que acabaria por levar a uma perda de qualidade.

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Assim, o problema não estaria comigo, mas com a própria dificuldade das pessoas em ter espaço para se abrir para novas ideias, que é um problema em um mundo fechado para o novo e um país concentrador de celebridades com baixa taxa de mérito.

E de que um projeto profissional teórico, na área que escolhi sobre o futuro, terá mais dificuldade de ter espaço na sociedade, daqueles que conseguem resultados mais imediatos, mesmo que sejam ineficazes no médio prazo.

E isso me leva a um questionamento de cada um do que se quer da vida, qual é o seu projeto?

Ser aceito e reconhecido é algo que faz bem para todo mundo, quem não quer, mas existe em cada sociedade o preço de um reconhecimento, digamos nacional, ou mais amplo, que você tem que saber se está disposto a pagar.

Vivemos hoje uma profunda crise de valores e acredito que uma delas é que as pessoas querem reconhecimento rápido e adaptam seus projetos profissionais a esse objetivo.

Procuro fazer o movimento contrário, sobrevivendo dignamente com o apoio de quem reconhece o meu trabalho, mas sem fazer concessões para ganhar velocidade no reconhecimento.

Tomei para mim que é APENAS a minha consciência que deve ser a base para saber se estou avançando, ou não, no processo de conhecimento do problema que abracei: os efeitos sociais de uma revolução cognitiva e o como a sociedade pode lidar com eles.

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Acredito que isso junta a forma e o conteúdo, pois não se pode ter um conteúdo novo em uma forma antiga.

Acredito que o tempo vai recompensar o esforço.

E se não for recompensado, me sentir coerente com um projeto de vida, uma vida mais significativa, já me alimenta.

Acordo toda segunda feira animado e isso não tem preço!

É isso, que dizes?

A grande crise que vivemos hoje é que as organizações atuais, que fazem a intermediação na sociedade, passaram anos e anos aprendendo a lidar com a intermediação analógica.

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A intermediação analógica, baseada no papel impresso, criada em 1800, com as revoluções liberais, que estruturaram a república e o capitalismo, foi concebida para um mundo de 1 bilhão de pessoas.

Hoje, nós temos 7 bilhões.

E, como vimos, existe uma relação entre a complexidade e a qualidade da intermediação.

Hoje, nossas organizações são incapazes de promover uma melhor relação de custo/benefício, pois todo o modelo foi estruturado para um mundo com muito menos gente. E com os limites de um ambiente cognitivo impresso.

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Quando o mundo cresceu, as organizações passaram por dois movimentos:

– perda de qualidade de entrega;
– e um processo gradual de engessamento.

Passaram a ser “autoridades” não pelo mérito de seus produtos e serviços, mas pela incapacidade de escolha da sociedades.

Podemos dizer que temos uma situação, do ponto de vista de intermediação, de uma intermediação não pelo mérito ou convencimento, mas uma intermediação pela força, seja de repetição de mensagens por mídias concentradas, seja pelas regras de mercado que impede a renovação das organizações.

O movimento de mudança social, política e econômica é justamente a implantação de intermediações ou reintermediações mais sofisticadas, que reequilibrem a relação de custo/benefício, a favor da sociedade.

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E a criação de organizações que sejam reconhecidas pelo seu mérito e não pela falta de escolha. E um ambiente social, político e econômico que impeça que elas voltem a aprender a dominar o mercado, impondo de novo o seu modelo.

É isso, que dizes?

 

 

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