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As intermediações sociais, sejam elas políticas, econômicas, religiosas são conjunturais, pois variam conforme a Era Cognitiva.

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Ou seja, as intermediações são fortemente influenciadas pelas Tecnologias Cognitivas disponíveis.

Tivemos, assim, três modelos de Intermediações sociais:

  • a intermediação oral – baseada na fala;
  • a intermediação escrita ( que podemos chamar de analógica) – baseada no texto (primeiro manuscrita e depois impressa)
  • a intermediação digital – baseada no computador (primeiro de forma centralizado e isolado e agora, com a Internet, descentralizado e interconectando pessoas).

As organizações se moldam a essa conjuntura cognitiva, pois se estabelece uma relação entre o poder de ambas as partes.

  • Quanto mais as organizações conseguem impor para a sociedade os seus interesses, mais ela aumentará seu custo e reduzirá o benefício;
  • Quanto mais a sociedade conseguir impor para a sociedade os seus interesses, mais ela aumentará os benefícios das organizações ao menor custo e vice-versa.

Vivemos os extremos destes dois momentos.

Ao final de um Ciclo Cognitivo, assistiremos o maior poder das organizações sobre a sociedade, um maior custo e um menor benefício. E, com a chegada de uma mídia descentralizadora, o início de um processo de reequilíbrio da intermediação.

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Haverá, assim, um processo de REINTERMEDIAÇÃO, que é a passagem de um modelo de intermediação (baseada na mídia anterior) para um novo modelo (dentro da nova mídia).

Basicamente, a sociedade ganhará força e procurará novas maneiras de conseguir aumentar o benefício das organizações, criando uma nova forma de medir e cobrar seu mérito.

(Entendo mérito pela capacidade de atração pela força das ideias e ação e não pela força.)

Vivemos hoje a crise da Intermediação Analógica e a luta política do século XXI é o da implantação de um novo modelo de intermediação que melhor o custo benefício das organizações, através de novas ferramentas digitais.

É isso, que dizes?

Vimos aqui o conceito de intermediação.

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Quero falar agora da taxa de qualidade da intermediação.

A intermediação terá uma baixa qualidade quando ela tiver um alto custo e baixo benefício para quem a utiliza.

A intermediação, portanto, se constitui em uma organização que ganha o poder da sociedade para prestar algum serviço ou fazer algum produto.

Ela presta um serviço à sociedade.

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O que tem que ser analisado para medir a qualidade da intermediação é o custo e a entrega do que ela se candidata a fazer.

Um bom intermediário é aquele que entrega com baixo custo e boa qualidade, ou um custo aceitável por quem adquire.

Temos uma baixa qualidade de intermediação quando:

  • – a intermediação consegue “matar” a concorrência;
  • – impede que haja novos players;
  • – e, a partir desta posição, ou aumenta o custo ou reduz a qualidade.

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Assim, a intermediação deixa de ser meritocrática, pois não se dá pela livre opção de seus usuárias, mas por imposição, pela força da falta de outras opções.

É uma intermediação sem autoridade pela atração, mas pela autoridade da imposição.

O que leva à sociedade a ter um custo alto para produtos e serviços e uma qualidade baixa de entrega.

Falarei mais sobre isso ao abordar a macro-crise da intermediação do século XX.

 

Uma sociedade com poucos habitantes tem uma baixa complexidade. E uma taxa de intermediação menor e vice-versa.

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O ser humano, em podendo sobreviver do seu próprio trabalho, em uma cultura de sobrevivência, tem uma baixa taxa de intermediação social.

Quando uma sociedade aumenta o número de membros, há a necessidade de uma maior divisão do trabalho e aumenta-se, assim, a complexidade e, com ela, a necessidade de intermediação.

Alguém tem que fazer uma determinada tarefa pelo outro.

Neste momento do aumento de complexidade, passamos de uma cultura menos complexa para uma mais complexa, criamos a necessidade de aumentar a taxa de intermediação, tanto econômica (alguém produz para outro alguém) e política (alguém decide por alguém um determinado problema público).

É neste momento que surge a necessidade de criação de instrumentos de troca, como é o caso do dinheiro e de valor, de reputação tanto de pessoas e organizações (que serão intermediadoras) sociais.

O aumento da taxa de intermediação, assim, vai ser consequência de mais complexidade, o que explica a passagem das aldeias tribais para o estado monárquico e deste para a república, em um processo de sofisticação da intermediação.

(Muitos anarquista defendem o fim da intermediação e citam os casos de tribos primitivas, mas esquecem o problema da complexidade, que obriga que se tenha algum grau de intermediação.)

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Assim, o problema não é a intermediação em si, pois ela sempre existirá para combater a complexidade.

O que temos de problema é qualidade de intermediação, o que falarei no próximo post.

É isso, que dizes?

Note bem que precisamos entender a macro-história para falar do futuro da Educação no Século XXI.

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Estamos saindo de um movimento de contração cognitiva para um de expansão cognitiva.

Uma mídia centralizadora reforçou, ao longo do tempo, o poder dos centros, reduzindo a capilaridade das redes. Assim, as organizações se fortaleceram e passaram a definir do centro para as pontas a visão de mundo, o que se reflete em todas as áreas, criando escolas formadoras de cidadãos/consumidores, que se ajustam a esse modelo.

Este modelo centralizado cria redes menos inovadoras e cria-se um modelo de produção de conhecimento do centro com baixa participação das pontas.

É um modelo de aprendizado, que se reflete no consumo de todos os outros bens e serviços, menos diversificado, baixando fortemente a taxa de diversidade da sociedade.

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Uma Revolução Cognitiva cria um macro-movimento da espécie de descentralização, de renascença das redes, de recriação da sociedade.

Há a quebra do modelo do centro para as pontas, aumentando a participação das pontas para o centro, que passam a se empoderar de mídia.

Todo o modelo social, político, econômico e até religioso hoje está baseado no modelo de contração, com forte peso do centro em relação às pontas.

Toda a mudança que veremos neste século se dará:

  • – com o empoderamento das pontas;
  • – o enfraquecimento do centro;
  • – e a necessidade de gerar um cidadão/consumidor com mais autonomia para recriar a sociedade.

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Isso modifica bastante a política estratégica educacional.

Hoje, o modelo segue uma orientação do centro, que formula um dado conhecimento, empacota e distribui, sendo o cidadão/consumidor, apenas receptor e não participante do processo.

Isso faz todo o sentido em redes centralizadas e controladas, mas é um fracasso quando temos o movimento de expansão, pois o conhecimento começa a “vazar” de todos os lados.

Os modelos tradicionais, analógicos, do centro para as pontas, não consegue acompanhar a produção do novo conhecimento e nem formar pessoas que sejam preparadas para lidar com ele.

(Note que não considero o modelo analógico perverso, ruim. Foi o modelo possível e necessário para a conjuntura cognitiva que tínhamos, hoje, entretanto, a conjuntura mudou e temos que nos adaptar à ela)

Passamos de um conhecimento sólido, fechado e consolidador, que é feito pelo centro para um conhecimento líquido, aberto e inovador.

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Tenho dito que são duas culturas em paralelo, distintas.

E que para sua implantação precisa de espaços separados.

  • Manter o esquema atual, sem grades alterações.
  • E criar espaços inovadores, completamente separados do modelo atual, para que se experimente o novo modelo.

É isso, que dizes?

Ninguém atua na sociedade sem uma cosmovisão.

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A cosmovisão seria uma base cultural-ideológica de cada pessoa, que a faz enxergar o mundo de uma dada maneira. A cosmovisão é mais do que uma ideologia, pois tem uma boa parte que é inconsciente, foi sendo formada ao longo do tempo.

E, por tendência, passará a ver a solução dos problemas dentro daquele ângulo.

O problema das cosmovisões é que elas são tão entranhadas nas pessoas, que passam a ser invisíveis, como se fosse “da pessoa” ou “natural da espécie humana”.

Assim, quem não pensa como a minha cosmovisão, está errado.

Ou a espécie humana é assim mesmo, a minha cosmovisão é o ser humano “natural” as outras são dos “malucos”.

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Os filósofos são aqueles seres fora da curva que conseguem trabalhar com o debate das cosmovisões. Eles, quando de fato se é filósofo, questiona a sua própria. E procura identificar as cosmovisões da sua época para poder atuar e agir sobre elas. Os grandes filósofos ou líderes políticos e religiosos, na verdade, são formuladores de novas cosmovisões.

As cosmovisões podem ser revistas, mas levam um longo tempo, pois precisam de algumas gerações para que sejam superadas.

Quando temos movimentos de Contração Cognitiva, um longo tempo de uma dada mídia concentradora e aumento demográfico, as cosmovisões ficam mais cristalizadas.

De maneira geral, a espécie não consegue alterar as cosmovisões, pois todas as vozes são reforçadoras das cosmovisões existentes, sejam sistêmicas e anti-sistêmicas.

Em uma Revolução Cognitiva, na qual há uma descentralização do poder de mídia, novas vozes passam a circular, incluindo de filósofos, e as cosmovisões “saem do armário”, pois começam a ser questionadas.

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Revoluções Cognitivas, assim, abrem espaço para o questionamento de cosmovisões antigas e a criação de novas cosmovisões, que vão procurar serem mais compatíveis com a complexidade do mundo, ou seja, com o número de pessoas no planeta.

Vivemos no início do século XXI o questionamento das atuais cosmovisões e a procura de novas. Serão elas que formarão a base para as mudanças sociais, políticas, religiosas e econômicas.

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Estamos, do ponto de vista comparativo, próximo do início da criação da Cosmovisão Republicana-capitalista, bem na sua fase inicial, com Lutero, Descartes, Bacon. na qual começamos a questionar como pensamos e como devemos nos relacionar com as organizações, formando uma nova sociedade.

Podemos dizer, por fim, que existe uma lei de sobrevivência das cosmovisões diante da realidade. No fundo, cosmovisões devem manter a espécie viva com melhor qualidade de vida.

Serão estas as cosmovisões que vão durar mais tempo.

Os formuladores das cosmovisões. na verdade, não criam ideias vazias, mas conseguem perceber “aquilo que realmente mais importa” para a espécie e conseguem formular cosmovisões que duram mais tempo.

É isso, que dizes?

Se você me perguntar como eu me defino politicamente, já posso te dizer: sou um liberal digital.

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Muita gente não gosta da palavra liberal, pois lê neoliberal e acredita que um liberal é aquele que defende tudo que aconteceu no mundo no século passado, toda a concentração e empoderamento das organizações, incluindo o estado, contra os cidadãos/consumidores.

Diria que se os pais da república – os liberais clássicos – entrassem no túnel do tempo e caíssem no século XX diriam que voltou-se à monarquia e é preciso reinaugurar a república e o próprio capitalismo. Eles criaram um modelo para uma dada complexidade, mas que não funciona para a complexidade atual.

Precisamos entender que na macro-história o mundo vive dois movimentos, conforme as Revoluções Cognitivas da vez:

  • O de descentralização, quando o cidadão é empoderado por mídias descentralizadoras, o que vimos a partir de 1450, com a chegada do papel impresso, que originou o capitalismo e a república. E a partir do fim do século XX quando disseminamos em larga escala a Internet, quando vamos reinventar o capitalismo e a república, criando o pós-capitalismo e a república digital.
  • E o de concentração, que ocorre quando as melhorias sociais nos permitem crescer demograficamente, mas não temos instrumentos tecnológicos para gerenciar as organizações, o que nos leva à concentração de poder.

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Nos movimentos de descentralização temos uma reestruturação social, o que nos permite crescer domograficamente, como fizemos de 1800 para cá de 1 para 7 bilhões, mas isso nos traz, entretanto, a obsolescência dos nossos modelos sociais, políticos e econômicos.

Há toda uma disputa dentro do mesmo ciclo, que chamei de redomas tecno-cognitvas, quando esbarramos nos limites tecnológicos de participação da sociedade, o que vai, aos poucos, empoderando as organizações num movimento do “rabo balançando cada vez mais o cachorro”.

Ou seja, o século XX foi o século no qual saltamos demograficamente e não tínhamos ferramentas para controlar as organizações. O que fez com que elas, como faz parte da nossa espécie, passassem a mandar em nós, sejam as públicas e privadas que ganharam cada vez mais poder e concentração. O século passado, assim, não foi o da falência da república e nem do capitalismo, mas a falência do modelo analógico de resolver problemas.

Revoluções Cognitivas têm o papel de abrir um grande portal para se fazer um macro-ajuste sistêmico na sociedade, não abandonando o que conquistamos, mas aperfeiçoando, através das novas ferramentas de participação disponíveis.

Uma revolução cognitiva empurra os limites da participação social para mais longe e isso nos faz poder entrar com uma nova cultura (via empreendedores de todos os tipos, inclusive políticos) para que inovemos na sociedade que temos.

Assistimo hoje, assim, o início da passagem de um modelo de Governança da Espécie Analógica (2.0) para um Digital (3.0), na qual um conjunto novo de ferramentas matemáticas nos ajudarão a lidar melhor com a nova complexidade de 7 bilhões, aumentando a diversidade social do planeta.

Um movimento liberal, assim, na acepção do termo,  é um movimento de resgate dos valores democráticos dos liberais clássicos, que resgata a defesa intransigente do cidadão/consumidor contra TODAS as organizações analógicas (sejam elas públicas ou privadas), que estão se servindo da sociedade,

Hoje, somos um cachorro sendo balançados pelos rabos.

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Num movimento liberal digital, por exemplo, estaremos e estaríamos do lado dos meninos que quiseram há anos no Brasil criar um site em que vizinho emprestava dinheiro para vizinho, mas o banco central impediu que fosse adiante.

Num liberalismo digital, ou liberalismo 3.0, temos que defender a desregulação que impede que a inovação floresça e que cada cidadão possa criar o seu próprio banco, se quiser, por exemplo.

Um liberal digital incentiva radicalmente o movimento do software livre, dos aplicativos de táxi, dos aplicativos de carona compartilhada, da fiscalização completa do estado do cidadão com celular. Da abertura da ciência para a sociedade, via plataformas digitais. Liberalismo digital rima e incentiva o empreendedorismo e a inovação, que vai tirando o poder dos monopólios ineficientes e recriando de baixo para cima a nova sociedade.

Os  liberais clássicos, assim, imaginaram há três séculos um sistema político e econômico, que pudesse fazer frente à complexidade de 1800, com 1 bilhão de almas, e agora nós temos que pegar o bastão deste pessoal (grato a eles) e fazer com que possamos criar um novo modelo para criar uma sociedade que comporte 7 bilhões de pessoas.

Ou seja, quem se diz progressista no século XXI não pode aceitar as fronteiras impostas pelo mundo analógico. Precisa começar uma nova estrada de algum ponto e este ponto são os valores dos nossos antepassados que tanto fizeram por nós e agora estão sendo chamados para nos ajudar.

O ponto de partida para a reconstrução do que temos, não se percam, são os valores dos criadores da república e do capitalismo, os liberais clássicos, que foram aos gregos para imaginar o que temos hoje.

Nós temos a missão de ir a eles (estudá-los) para recomeçar o caminho e inovar a partir deles. Ou seja, não é ficar neles e nem ignorá-los. Mas fazer o que eles fizeram com os gregos. Viram o que tinham e aperfeiçoaram.

São os valores filosóficos clássicos, turbinados com metodologias e tecnologias digitais que nos interessam!

Estamos refundando, portanto, a sociedade de 7 bilhões de humanos,  pois nossas fronteiras se alargaram com a chegada da Internet, assim como tinha ocorrido com o papel impresso.

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Existem poucas certezas e muitas dúvidas, as poucas certezas que tenho são:

  • – que o cidadão tem que voltar a ganhar poder;
  • – que este poder passa pelo digital sem as atuais intermediações analógicas;
  • – que as organizações têm que voltar a servir à sociedade;
  • – e que isso vai se dar com redes cada vez mais abertas, nas quais a sociedade terá muito mais poder de barganha do que tem hoje;
  • E que os valores fundadores da república e do capitalismo precisam ser resgatados e não combatidos.

Qualquer sistema político e econômico tem que ser muito mais dinâmico do que o atual, aumentando a diversidade humana que terá como desafio, nos manter vivos com um melhor nível de qualidade possível.

Isso nos ajuda muito a limpar a névoa que cobre esse nublado período de passagem, no qual o retorno a ambientes ainda piores e ainda mais centralizados aparecem como salvadores da pátria.

Uma crise só é, assim, superada quando temos um bom diagnóstico e um bom tratamento.

É isso, que dizes?

Sempre me chamou a atenção a vida dos padres.

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Fiz primeira comunhão e a figura do padre sempre me pareceu estranha.

Note que um padre não casa (não teria teoricamente problemas sexo-afetivos), não trabalha (problemas financeiros) e mora na igreja (não tem problemas de moradia). Esse modelo dá ao padre a possibilidade de estar acima dos outros humanos.

Que dá a ela aquele ar de despreocupação e falta de tensão que todas as pessoas têm, que é justamente esse ar angelical, uma pessoa fora do mundo terreno, sem interesses, que representaria a ideia da Igreja Católica.

Vemos pelos diversos escândalos sexuais, principalmente de pedofilia, o quanto isso é falso e hipócrita.

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A construção das sociedades pós-medievais, com a chegada da república, foi, no fundo, a desconstrução na vida pública da figura do humano desinteressado, sem interesses próprios.

Marx, a meu ver, apesar de ateu e contra as religiões, questionou as religiões, que chamou de ópio do povo, mas manteve o conceito de que existe na terra homens bons e maus, e os bons, que lutam contra o mau, são desinteressados.

Um revolucionário marxista tem muito de padre.

São pessoas aparentemente desinteressadas em benefício pessoal, estão acima do bem e do mal, são os padres sem batina, que querem apenas fazer o bem ao próximo.

O sistema republicano/capitalista é justamente o oposto disso.

O mérito e seu sucesso é apostar que o ser humano nunca é desinteressado.

E que a melhor forma de se conviver na sociedade não é escondendo estes interesses debaixo do tapete, mas que eles possam ser negociados, de forma aberta e transparente, à luz do dia.

Ou seja, se eu parto do princípio de que todo mundo tem seus interesses, vamos deixar claro como a regra do jogo será jogada.

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Muitos dirão que existem padres do bem e revolucionários do bem.

E que existem pessoas realmente desinteressadas na sociedade.

Não nego, apesar de não ter tido o prazer de conhecê-los.

Porém, o que posso dizer é que uma sociedade não pode se estruturar pela exceção, mas sim pela regra.

E quanto mais aberto for o interesse de cada um, mais transparente será o processo de negociação.

Uma sociedade, portanto, mais justa não é aquela que se esconde os interesses, mas justamente aquela que constrói modelos para que eles possam ser negociados com mais transparência.

É isso, que dizes?

Tenho agora usado filtros de foto antes de publicar.

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Graças as dicas da Cora Rónai.

Uso o Aviary e depois os filtros do Instagram.

Muitos dirão que você “falsifica” as fotos.

Dá no primeiro momento uma sensação esquisita de como se você estivesse “traindo” a realidade.

Pensando um pouco mais sobre o tema, comecei a perceber que, ao contrário, a câmera não consegue captar o que, de fato você vê.

O que você vê, no fundo, é a realidade filtrada por você.

Uma foto de uma flor, por exemplo, que eu gosto, às vezes me chama a atenção a textura, ora é a cor.

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Quando distorço o filtro, colocando algo sépia, e aumento a nitidez para deixar a textura completamente à mostra (como acima), estou dando a minha interpretação do que eu vi, gostei, mas a câmera não foi capaz de apresentar.

Eu escancaro, distorço exatamente para mostrar a realidade do jeito que que eu a vejo, aumentando a diversidade do mundo.

Uma foto assim consegue ver o que a câmera não permite, pois há os limites técnicos.

É um esforço a mais.

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A discussão impressionista e expressionista cai nessa linha.

No impressionismo você empresta algo mais à fotografia, usando os filtros para chamar a atenção daquilo que você gostaria.

Uma foto sem filtros, assim, seria uma foto expressionista, que é algo sem manipulação posterior, a câmera te representa. Os filtros, quando chamados, tornam a foto impressionista, pois você quer que elas tenham algo mais além do que a câmera te permitiu.

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Gosto muito de fotos de nuvens, por exemplo, quando aumento os contraste e o realce, elas ganham volume e contorno, aumentando a textura, dando ao céu aquilo que eu consigo ver com meu olho (ou com meu instinto), mas que a câmera não capta.

No fundo, estou ajudando a tornar a realidade mais próxima da minha percepção.

É isso, que dizes?

Toda metodologia política, que visa atuar na sociedade, é baseada em uma filosofia e uma teoria.

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A gênesis de toda a filosofia procura responder a pergunta: quem é o ser humano?

O liberalismo clássico que deu origem à república parte da premissa que o ser humano é fruto do seu meio, que ele é impotente diante do sistema e, assim, é preciso que o ambiente o coloque com uma maior taxa de prestação de serviço ao público.

Ou seja, se ele não for  fortemente fiscalizado, por tendência, na média, no geral, ele tenderá a colocar seus próprios interesses, velados, ou não, na sua prática pública.

Os monarquistas, os atuais marxistas e todas as correntes culturais advindas desse modelo pensam justamente o contrário.

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Que o ser humano, na essência é bom, ou aqueles que são oprimidos, pobres, trabalhadores. E é o sistema que os impede de exercer essa bondade.

Se for possível construir a sociedade dos bons, será viável uma sociedade mais justa, mais honesta governadas pelos bons.

A base deste pensamento é o da monarquia que acreditava na pureza do governante, que era escolhido por Deus e referendado pelo Papa.

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Numa sociedade de justos, honestos e bons, um conjunto de fiscalização da República é afrouxado, pois não há necessidade de controle dos homens bons.

E é aí que aparece o conceito de direita e esquerda, dos bons e dos ruins, dos pobres e dos ricos.

Quando discutimos política no atual século, principalmente na América Latina e no Brasil vemos justamente essa briga republicana (dos humanos impotentes diante do sistema) e anti-republicana (dos humanos acima do sistema).

O tempo tem demonstrado, e é bom que a história sirva para algo, de que o modelo republicano, testado nos últimos 200 anos, tem se mostrado MENOS ruim do que o modelo não-republicano.

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(Note que o menos ruim parte do princípio de que não existe sociedade perfeita.)

Assim, o debate é, antes de tudo, filosófico.

  • O modelo republicano, por tendência, e essa é a ideia liberal clássica (esqueça o que foi feito no século passado), cria a possibilidade da descentralização e fiscalização das organizações pelos cidadãos/consumidores, pois elas podem se virar contra a sociedade.
  • O modelo anti-republicano, por tendência, e essa é a ideia marxista clássica não vê a necessidade de fiscalização das organizações pelos cidadãos/consumidores, pois elas são formadas por pessoas honestas e justas, incorruptíveis.

Questionar a atual cultura das organizações, principalmente o estado, centralizado é passar por uma reciclagem filosófica, na qual a ideia do ser humano bom e sociedade ruim, deve ser problematizado para o ser humano ruim e a sociedade se defendendo dele.

É isso, que dizes?

Parto do princípio que cada indivíduo tem uma missão diária na mundo: sobreviver.

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Esta é a base do pensamento de cada pessoa, que depois de superada uma dada qualidade de sobrevivência, poderá pensar em melhorar esta qualidade.

O ser humano, assim, procurará sempre a melhor qualidade de sobrevivência possível.

Diria até que isso se dará a nível individual, da família, do grupo mais próximo e de toda a sociedade, conforme a qualidade de sobrevivência atingido.

Nas grandes crises, as pessoas se voltam para o seu umbigo e na bonança são capazes de mais altruísmo, essa seria a regra, claro, com exceções.

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(Não é à toa que nos países com muita imigração, quando há crises econômicas as propostas de rejeição aos imigrantes e, ao contrário, diminuem.)

Dito isso, a sociedade é formada por um conjunto de diferentes nichos, que só têm em comum que todos são consumidores.

Há empreendedores, que agregam trabalhadores de vários segmentos, que formam uma grande colcha de um sistema produtivo, que precisa prover a sociedade de bens e serviços.

No século passado, tivemos uma dicotomia entre uma visão marxista que dividiu sociedades e partidos entre comunistas/socialistas (pró-trabalhadores e mais pobres) e liberais/neoliberais/sociais-democratas (pró-empresas).

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Note que em ambos os casos, o consumidor, que é o cidadão, ficou de fora.

O resgate do pensamento liberal clássico é a defesa do cidadão. E a defesa do cidadão sempre será a defesa de uma qualidade de vida melhor, o quenos leva necessariamente a uma qualidade melhor de consumo: mais diversidade, mais opções, menor custo.

A terceira via política do século XXI é o surgimento de movimentos que defendam o consumidor contras todas as organizações que estejam contra a melhoria da qualidade de consumo, sejam elas privadas ou públicas.

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E para que a qualidade de consumo seja garantido para o maior número possível de pessoas, incutindo em todos uma luta diária para que isso seja garantido, não amarrando as organizações, mas, ao contrário, tornando-as cada vez mais e mais eficientes.

Volto a dizer que uma empresa pública é aquela que oferece o melhor custo-benefício, seja ela estatal ou privada.

É isso, que dizes?

Uma sociedade mais cidadã é aquela que tem uma melhor qualidade de consumo.

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Se colocarmos uma lupa sobre o que chamamos cidadania, parece-me que vivemos algo muito genérico e pouco objetivo.

É preciso aliar cidadania e qualidade de consumo.

Quando falo em qualidade de consumo, me refiro a tudo que o cidadão faz de esforço e recebe em troca por parte das organizações de plantão, inclusive as estatais, onde se inclui justiça.

Sim, a natureza se inclui como um ato de consumo, a qualidade da água, do ar, da praia, dos rios devem ser encarados como atos de consumo.

Bem como a manutenção da diversidade da vida animal, que impacta mais adiante na qualidade de consumo objetiva (custo dos serviços e produtos) ou subjetiva (sensação de bem estar).

Podemos incluir as relações entre as pessoas como relações de consumo, de respeito mútuo, das diversidades, seja quais  forem.

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Pensar a cidadania como ato de consumo nos dá algo muito mais concreto para analisar as sociedades, do que algo genérico como cidadania no abstrato.

Esta visão responsabiliza as organizações de plantão para que melhorem a qualidade de vida da sociedade, sejam elas organizações estatais ou privadas, através de uma relação melhor de custo/benefício dos produtos e serviços.

Ou seja, podemos ter uma qualidade de consumo horrorosa, mas o estado afirmar que está defendendo a cidadania.

Quando um cidadão não tem uma escola decente, saúde, não pode comprar determinados produtos melhores, tudo isso é um problema de cidadania, pois ele tem uma baixa qualidade de consumo, oferecida pelas organizações.

Uma sociedade cidadã é aquela que consegue que as suas organizações se tornem cada vez mais eficazes,  com um custo/benefício melhor, tornando-se públicas, independente se são privadas ou estatais.

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Há, assim, um foco na qualidade de consumo, que faz com que todo o cidadão passe a ser um fiscal da eficiência das organizações.

  • Hoje, ser cidadão é uma coisa.
  • E ser consumidor é outra.

Ou seja, aceita-se péssimos serviços e produtos, incetiva-se que tudo continue assim, mas por outro lado, fala-se em cidadania no abstrato?

Quando o Estado defende que a saúde ou a educação tem que ser estatal por uma questão de defesa da cidadania, temos que perguntar se o que se paga com o que se recebe está aumentando ou reduzindo a qualidade de cidadania/consumo da população.

Não bate!

É preciso dizer que ser cidadão é ter uma boa qualidade de consumo e aí os parâmetros mudam completamente.

(Podemos, por exemplo, que a cidadania na Venezuela despencou, pois a qualidade de consumo decaiu tremendamente.)

É isso, que dizes?

 

Estamos saindo de uma longa etapa de de pensamento preguiçoso.

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Hoje, temos uma relação deturpada de que:

  • – o estatal é público;
  • – e o que é público ou estatal é de graça.

Note que todas os produtos e serviços têm um custo, maior ou menor, que geram um benefício maior ou menor.

Isso é uma lei econômica em todas as sociedades, seja ela qual for.

Um serviço público é aquele, a meu ver, que consegue ter o menos custo possível com a melhor qualidade.

Que seria o ponto ideal ou a meta de todas as organizações.

Hoje, na América Latina e no Brasil, em particular, temos a fantasia do que os melhores serviços são os públicos e públicos é sinônimo de gratuito.

Como se colocássemos na conta do estado nos fará esquecer e resolver o problema, o que é um pensamento fantasioso e infantil.

É como se de um dia para a noite passarmos, por exemplo, o transporte privado para o público, o custo de comprar o ônibus, pagar o motorista, o trocador, fazer a manutenção, repor peças fosse acabar.

Como se o governo produzisse ônibus e mesmo que o fizesse, como se ele produzisse aço.

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E mesmo que o fizesse, o preço do ônibus e do aço não envolvesse custos.

Ou seja, tudo que produzimos e oferecemos de serviço tem um custo que deve ser o mais barato possível com a melhor qualidade para que seja, a meu ver, considerado público. Ser público é, assim, atender bem a população no menor preço possível.

Isso é uma luta social e diária de todos nós, toda vez que consumimos algo.

O problema do modelo de produção de bens e produtos estatais (note que não necessariamente públicos) é o custo.

Um aluno em uma escola pública tem um custo para a sociedade, que paga para que ele estude lá.

O parâmetro final de análise tem que ser: o custo do aluno na escola e a qualidade que temos ao final.

Quanto custa hoje um aluno em uma escola estatal?
E quanto custaria se este mesmo aluno estivesse em uma escola privada?

Se eu considero que os mais pobres deveriam, por exemplo, ter educação gratuita, me interessa saber quanto seria mais barato e de melhor qualidade para que isso seja feito.

É a procura da relação de custo/benefício.

Muitos dirão que educação não é mercadoria.

Erro.

Educação é um serviço estratégico, sem dúvida, mas é um serviço que deve entrar na roda de toda a métrica de qualidade dos serviços. Quando não se quer colocar a educação como um serviço, que deve ser medido, no fundo, está querendo se mascarar a péssima qualidade, com um discurso falso e ideológico, onde se gasta muito e se entrega pouco.

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Pois se o meu imposto vai para aquela educação, me interessa que o aluno tenha a melhor educação possível pelo menor preço.

O problema da escola estatal é que ela deixa de ser pública, se não oferece o melhor custo/benefício.

E isso acaba acontecendo pois temos:

  • – baixa competitividade entre as diferentes escolas;
  • – baixa meritocracia;
  • – baixo poder de consumo por parte dos pais dos alunos, que não podem mudar de escola, caso não estejam satisfeitos.

Neste caso, a lei de mercado de competir entre as escolas e pelo cliente não é válida.

Se eu desse um voucher (a partir dos impostos) para um pai e ele pudesse escolher a escola do filho entre as várias privadas disponíveis, eu ganharia um aliado para fiscalizar com o poder de consumo a melhor escola para o filho dele.

Hoje, eu não tenho isso. Eu não só dou ao governo o poder de fiscalizar, tiro dos pais esse poder, centralizo, portanto, a fiscalização e passo a ideia para a sociedade que a escola é de graça e que ninguém paga por ela.

Crio uma dependência entre o usuário da escola e o estado, quando deveria ser o contrário; O cidadão com o poder de consumo mandando nas organizações.

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O pai, inclusive poderia, complementar, caso queira, o bônus para colocar o filho em uma escola mais cara, se assim quisesse.

Note que ao falar em escola pública, assim, eu posso estar pensando em um modelo privado, que estaria com menos dinheiro da sociedade, dando mais qualidade de educação, descentralizando o problema e a fiscalização, pois cada dono de escola estaria cuidando bem do seu pedaço, incluindo o poder de consumo dos pais.

E estimulando uma competição de escolas pelos alunos.

Isso teria que ser testado em projetos pilotos e comparado a performance do atual modelo estatal com o novo modelo privado-com vouchers para os mais pobres.

O que interessa, volto a dizer, para a sociedade é defender uma escola pública (não necessariamente estatal) em que o brasileiro tenha o melhor ensino pelo menor custo.

Isso hoje não está acontecendo. E não há perspectiva que venha acontecer.

É isso, que dizes?

Vivemos hoje uma idade das trevas.

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Pode parecer absurdo, mas diria que uma idade das trevas se caracteriza pela baixa capacidade dos indivíduos da sociedade produzirem pensamentos próprios.

Esta crise do pensamento, se reflete profundamente na produção científica e no “modus operandi” da Ciência.

Há hoje em todas as organizações sociais, onde se inclui a academia, a prática de uma Governança Analógica ou Governança 2.0, que vive o final de um longo ciclo de concentração.

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A produção de bens e serviços das organizações foram, aos poucos, se voltando cada vez mais para os interesses de dentro das organizações, com baixa influência da sociedade. Esta é uma crise mundial, pois a mídia concentradora e o acelerado crescimento populacional nos levaram a essa crise.

Assim, a produção acadêmica, em particular, principalmente na área de humanas, passou a ser uma produção filosófica e teórica, mas sem metodologia.

A ciência, a meu ver, é, em última instância e este é o seu papel principal, produtora de metodologias e tecnologias que visam alterar a sociedade.

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A produção acadêmica na área de humanas princialmente, que é a base para as demais ciências, foi, aos poucos, cada vez, mas ou filosófica e teórica sem metodologia (tendência européia) ou totalmente metodológica sem filosofia ou teoria (tendência americana).

Em ambos os casos, criou-se uma fantasia de que independente o que eu penso, nada vai alterar a realidade, o que nos leva a um relativismo tóxico, pois cada um pode pensar de qualquer jeito, pois tudo se encaixa “na realidade” que não é nunca atingida pela produção científica, que não serve a ninguém.

O que, no fundo, é falso, pois o que acontece na prática é que a realidade não é afetada pelo pensamento acadêmico de nenhuma forma. E isso é a fonte do relativismo, que nos leva à patética situação:

Você pode pensar o que quiser, que isso não vai ter impacto nenhum.

O que cria uma neo epistemologia relativista, pois como não se consegue fazer a relação entre o pensar-agir, ilude-se que tanto faz o pensamento que tenho.

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A Governança 3.0, ou a renascença científica que estamos inaugurando, com a chegada das ferramentas da Internet, nos levará a um movimento científico, que apontará:

  • – uma interferência muito maior da sociedade no fazer científico, como vai acontecer em todas as outras organizações, via reputacionismo digital;
  • – uma relação muito maior, a partir daí, do pensar com o fazer e do fazer com o pensar, reduzindo a tendência ao relativismo.

O que nos leva a dizer que Revoluções Cognitivas matam relativismo científicos, pois trazem à realidade para as portas da academia.

Diria, assim, que o relativismo não é um mérito do avanço epistemológico, ao contrário, é um sintoma grave de uma crise profunda, na qual faz-se  ciência para os próprios cientistas, tornando a academia, que veio a ajudar a resolver problemas complexos da sociedade, ela mesmo um sério e complexo problema.

É isso, que dizes?

 

Uma análise leiga fala em termos absolutos.

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Um cientista, ou quem procura um método científico, precisa colocar graus em todos os fenômenos que analisa.

  • Não existe, assim, recessão, mas níveis de recessão.
  • Não existe democracia, mas níveis de democracia.
  • Etc.

É preciso, portanto, definir critérios, pontos que serão analisados e comparados com pontos no passado e fazer uma avaliação se estão em retração (notas menores) ou expansão (notas maiores).

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De maneira geral, quando converso com meus alunos, percebo que há uma tendência a uma análise leiga dos fenômenos, que acaba sendo menos criteriosa e mais emocional.

Os graus nos apresentam argumentos, pois define os pontos relevantes que serão analisados e a defesa se estão em expansão ou contração, o que permite que sejam comparados e avaliados. reduzindo, assim, a subjetividade da análise.

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No fundo, tornar uma análise mais científica é reduzir o grau de subjetividade.

Isso não significa que toda a análise em graus é mais objetiva, porém, quando se apresenta dados objetivos, permite-se que as críticas possam ser feitas, tornando passíveis de avaliação.

Ou seja, que discorda pode criticar o que está sendo apresentado. É o que Popper definia como uma ciência eficaz, não por apresentar verdades, mas por estar aberta a críticas para que possa ser aperfeiçoada.

Quando os dados são absolutos, que acabam, no “eu acho”, “eu sinto” dificultam o diálogo, que é, a meu ver, o papel da ciência: facilitar o diálogo sobre fenômenos para que possamos, mais e mais, na interação, aprender com eles.

É isso, que dizes?

 

 

Assim, tudo que é produzido, mesmo de forma privada, visa resolver um problema público e a questão que se coloca, então, é como pode fiscalizar mais e melhor para termos serviços e produtos melhores?

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Veja as duas definições da rede:

  1. relativo ou pertencente a um povo, a uma coletividade.
  2. 2.
    relativo ou pertencente ao governo de um país, estado, cidade etc.
    “poder p.”

Note que quando consideramos público algo do estado, partimos do princípio que tudo que é do estado pertence à coletividade.

O problema é que no meu conceito é que há uma relação entre o que é público e a capacidade de fiscalização pela sociedade.

Quanto menos capacidade de fiscalização, menos algo será público, seja da iniciativa estatal ou privada.

Acreditar que tudo que é do Estado pertence a todos, está caindo mais e mais por terra nos últimos anos.

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Ou seja, todo o produto e serviço é um bem público, que pertence a coletividade, que pagará por eles de alguma forma, ou diretamente, com seu próprio dinheiro. Ou indiretamente, pagando ao Estado e deixando quer ele entregue o produto ou o serviço.

Assim, tudo que é produzido, mesmo de forma privada, visa resolver um problema público e a questão que se coloca, então, é como pode fiscalizar mais e melhor para termos serviços e produtos melhores?

O problema, a princípio, assim, não é bem se é estatal ou privado, mas a capacidade que a sociedade tem de tornar o produto e o serviço público, fiscalizável.

Quando se fala em saúde ou educação gratuita, parte-se do princípio mágico, por exemplo que elas não são pagas por ninguém, mas pelo Estado.

O Estado não produz nada, ele vive de quem produz, que paga impostos.

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Ou seja, podemos questionar a capacidade do Estado prover estes bens e serviços e como ele pode descentralizar estes serviços, deixando que o cidadão tenha mais poder de fiscalização.

Dando para alguns, em função de renda, abatimentos ou gratuidades.

O que seria mais público?

E o que seria melhor fiscalizado?

Se olharmos o problema da sociedade por esse prisma, temos que ver como resolvemos o empoderamento do cidadão em fiscalizar os bens e serviços, sejam eles quais forem?

O que vejo no Estado Latino Americano no geral e no Brasil em particular, um modelo centralizador de cima para baixo, com baixo poder de fiscalização do cidadão.

Assim, o serviço acaba por não conseguir se aprimorar, ficando cada vez com pior qualidade. Com uma baixa competitividade.

O Estado pede servidores estáveis, estruturas mais permanentes e baixa competição o que, no longo prazo, vai criando vícios que dificilmente podem ser fiscalizáveis pelo cidadão. E quando são a legislação é tão amarrada, que não há possibilidade de mudanças.

O sistema fica cada vez mais menos dinâmico.

O que aumenta o custo/benefício. E o que recai por toda a sociedade, com o Estado podendo prover menos vagas, ou taxando cada vez mais a sociedade com a sua incapacidade de melhorar os serviços.

Muitos apontarão serviços e produtos em países com uma população mais educada e mais fiscalizadora, o que nos leva a trabalhar sempre nesse problema da educação para o consumo do cidadão.

Assim, quanto mais o cidadão tiver poder de consumo, melhor será para a sociedade no longo médio, prazo, pois aumentamos a nossa capacidade geral de fiscalização das organizações.

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Poder de consumo significa necessariamente fiscalização descentralizada.

Uma sociedade será cada vez melhor o quanto mais o cidadão for um consumidor fiscalizador, no qual as organizações terão que ser cada vez mais eficientes e meritocráticas, seja estatal ou privada.

Quando falamos em descentralização de poder e empoderamento do cidadão, vejo como motor principal o aumento do poder de consumo, sua capacidade de consumir e exigir serviços e produtos cada vez melhores.

E acredito que a competição entre os agentes e a fiscalização do cidadão em empresas menores e privadas torna isso mais fácil.

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Note bem que isso não significa nem o fim da educação e saúde gratuita, mas apenas um questionamento de quem vai oferecer estes produtos e serviços.

É isso, que dizes?

Escrevi aqui  que o atual sistema econômico, que chamamos de capitalismo, não foi pela sua natureza responsável pela concentração de poder no século passado.

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Disse que quando temos uma mídia centralizadora e picos demográficos (uma puxando a outra) teremos concentração de renda e de poder.

Esse movimento concentrador só pode ser revertido, se tivermos uma mídia descentralizadora.

Hoje, ouvi de novo a frase “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.

E podemos dizer que existe uma taxa de vigilância possível na sociedade, a partir do poder de mídia que tem cada cidadão.

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Quando o poder de mídia do cidadão é baixo a taxa de vigilância tende a cair e, por sua vez, o da liberdade, da diversidade.

Qualquer sistema social, político e econômico que tire poder de mídia do cidadão, poder de fiscalizar, se articular, trocar, implicará necessariamente em maior liberdade para as organizações de plantão avançarem sobre a sociedade, se servindo dela e não o contrário.

Veremos no novo século, com a mídia descentralizada, o espaço de vigilância social crescer e a redução da liberdade das organizações, empoderando a sociedade.

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É isso, que dizes?

 A maneira que pensamos está diretamente ligada à maneira que agimos e agiremos.Muita gente não dá bola para o pensamento alheio, olha para a boa vontade, muitas vezes, porém, toda metodologia tem consequências que precisam ser avaliadas.

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Desenvolver filosofias e teorias tem uma função:

Preparar metodologias de ação.

A maneira que pensamos está diretamente ligada à maneira que agimos e agiremos.Muita gente não dá bola para o pensamento alheio, olha para a boa vontade, muitas vezes, porém, toda metodologia tem consequências que precisam ser avaliadas.

E, ao ser avaliadas, deve-se rever filosofias e metodologias.

Desenvolver filosofias e teorias nada mais é do que desenvolver códigos que serão “rodados” nas ações.

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Assim, toda a ação é, na verdade, um “código” que está sendo testado e deve ser avaliado na sua base.

Ora, há um problema mais simples, ora mais complexo, que exige rever todo o código.

Não existe pensamento, assim, que não tenha consequências práticas.

Mesmo os pensamentos que determinam a “inação” nos leva a omissão de alguém sobre um determinado processo.

É isso, que dizes?

O capitalismo não é concentrador de riquezas. O que define movimentos de concentração e descentralização não é o sistema econômico, mas a mídia que temos disponível.

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Um sistema econômico, apesar do protesto dos utópicos, não tem que ser justo, mas tem que ser, antes de tudo, eficaz.

Quando queremos criar justiça em um sistema econômico, seja ele qual for, perdemos a sua função principal: manter a espécie viva!

Obviamente, que ao pensar na eficácia o sistema econômico não pode em nome da eficácia destruir a vida.

O capitalismo (que eu chamo de empresismo) venho substituir o feudalismo.

Se analisarmos do ponto de vista de sua eficiência, temos hoje a maior parte dos países vivendo deste sistema econômico em um mundo que saltou de 1 para 7 bilhões de pessoas. Pode-se reclamar da distribuição de bens e serviços, mas não da falta da produção dos mesmos, que é o papel principal de todo o sistema econômico.

Outro ponto.

Um sistema econômico só resiste ao tempo quando ele mostra eficiência.

Qualquer tentativa que não se encaixe com as demandas da espécie humana fica na estrada.

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O capitalismo é, assim, uma grande rede aberta de trocas entre agentes, que foi se concentrando a partir do último século.

Vou dizer isso a partir dos meus estudos.

O capitalismo não é concentrador de riquezas. O que define movimentos de concentração e descentralização não é o sistema econômico, mas a mídia que temos disponível.

O século XX foi o século da concentração de mídia de massa, que nos trouxe propostas sociais concentradoras, comunismo e capitalismo de estado, com baixa competitividade.

Por isso, digo que a separação esquerda e direita é pouco eficaz, pois tanto o que se chama esquerda e direita trabalharam no último século com projetos concentradores de poder. Veja mais neste áudio abaixo:

O sistema econômico que estamos vivendo, bem como o sistema político, estão COMEÇANDO A SAIR da sua fase mais concentrada.

Como disse McLuhan, o meio é a mensagem.

Ou seja, a mídia de massa é a produtora de concentração, pois empoderou as organizações e desempoderou a sociedade.

(Na minha análise, não havia outro jeito com o salto demográfico que tivemos e sem mídia descentralizada para criar novos modelos.)

Assim, todas as críticas que forem feitas ao capitalismo de estado do século XX contarão com meu apoio. porém o problema é que quando se critica, se sugere alternativas e aí mora o perigo. As pessoas querem combater o capitalismo tirando dele o seu grande mérito, que é a sua capacidade de reinvenção.

O que teremos no século XXI não é a invenção de um novo sistema econômico, mas a melhoria e a descentralização do atual. A sociedade humana não muda de sistemas econômicos como muda de cueca, pois isso pode implicar em fome generalizada.

 

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Todo o movimento anti-sistêmico, assim, a meu ver, não pode ser anti-capitalista, tem que ser anti-capitalista concentrador.

O risco de combater o capitalismo cai justamente na perda de eficácia do sistema econômico. Não há nada que possamos colocar no lugar, pois vai faltar bens e serviços.

Qualquer tentativa que se faça de mudança deve ser feita em zonas específicas, bem organizadas, para que se possa testar modelos alternativos, que sejam tão eficazes e com menos defeitos.

O pós-capitalismo tem que ser um projeto social-político dos descentralizadores, procurando dar mais eficácia ao sistema, procurando ver o que pode ser aperfeiçoado para melhorar a qualidade de vida.

Porém, não teremos um sistema econômico totalmente eficaz e zerado de defeitos, pois não é assim que o ser humano foi feito e nunca será.

Assim, os movimentos progressistas do século XXI, a meu ver, serão movimentos pós-capitalistas, mantendo o que ele nos trouxe de bom e aprimorando, mas nunca questionando a sua base com já quase 300 anos de eficiência.

Movimentos anti-capitalistas atuais muitos deles são concentradores, querem manter o centro forte, como é o caso dos movimentos neo-comunistas. Ou seja, querem tirar o capitalismo e ainda manter a centralização.

É o péssimo com o péssimo.

Os movimentos anarquistas ou libertários anti-capitalistas, que querem descentralizar, esbarram justamente na eficiência do sistema econômico, pois erram o alvo. E acreditam que é possível criar um sistema econômico alternativo global.

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Falta a todos nós, para fechar, uma visão da macro-história e o papel das Revoluções Cognitivas nela, que vai cada vez mais demonstrar que o que define a nossa qualidade de vida não é o sistema econômico, social ou político, mas a nossa capacidade de atuar na sociedade.

E o que define a nossa forma de atuação é a capacidade que a sociedade tem de fiscalizar as organizações, que estão completamente atreladas as mídias disponíveis.

  • De forma, mas ativa, com mídias descentralizadoras e com uma taxa de qualidade maior.
  • Ou de forma mais passiva, com uma taxa de qualidade menor.

É isso, que dizes?

Obviamente, que cada região vai reagir de uma dada maneira, mas haverá um conflito cultural daqueles que se beneficiam, gostam, se acostumaram com a centralização contra aqueles que não se beneficiam, não gostam e querem descentralização.

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Falei aqui da Redoma Tecno-Cultural.

Toda tecnologia abre a possibilidade de mudança cultural.

Porém, quando falamos em Revoluções Cognitivas isso ganha um cenário macro.

As Tecnologias Cognitivas são responsáveis pelo DNA da sociedade humana, das trocas entre as pessoas.

Quando massificamos novas Tecnologias Cognitivas temos um fenômeno do início de um novo macro-ciclo de reestruturação social, político e econômico, pois os limites de trocas humanas que eram limitados pela Tecnologia Cognitiva “A” pode ser ocupado pela Tecnologia Cognitiva “B”.

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Todas as organizações sociais são marcadas pela Redoma Tecno-Cultural disponível que acaba criando uma falsa ilusão de que “a sociedade é assim”.

A “sociedade é assim” regulada pelas tecnologias cognitivas disponíveis.

Quando alteramos as tecnologias cognitivas há um forte impacto na sociedade.

E neste caso temos dois resultados possíveis.

  • Quando as tecnologias cognitivas são centralizadoras, a cultura geral da sociedade tende à centralização;
  • Quando as tecnologias cognitivas são descentralizadoras, a cultura geral da sociedade tende à descentralização.

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Quando se fala em descentralização temos que tender um movimento macro, que acontece em diversos países ao mesmo tempo, pois as tecnologias cognitivas vão se expandindo.

Obviamente, que cada região vai reagir de uma dada maneira, mas haverá um conflito cultural daqueles que se beneficiam, gostam, se acostumaram com a centralização contra aqueles que não se beneficiam, não gostam e querem descentralização.

Assim, se analisarmos a última Revolução Cognitiva Descentralizadora, do ponto de vista Europeu, que é de onde somos influenciados,  vamos observar que ela gera um movimento religioso (protestantismo), político (república), econômico (capitalismo), que tem em comum a passagem de redes mais fechadas para redes mais abertas.

É o que prevejo que vai acontecer agora, alterando os modelos sociais, a partir da Internet, criando movimentos descentralizados de vários tipos.

É isso, que dizes?

Assim, quando criamos uma nova tecnologia ampliamos os limites culturais da sociedade!

Fiz este áudio e este texto complementa as reflexões.

A REDOMA TECNO-CULTUAL
https://www.youtube.com/watch?v=RRFDMw9-X-M&feature=youtu.be

O ser humano é uma tecno-espécie que tem limites culturais impostos por barreiras tecnológicas, quebradas as barreiras, quebra-se alguns limites culturais.

Vejamos estas figuras abaixo.

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É importante perceber que somos uma Tecno-espécie e vivemos em redomas tecnológicas. Nossa cultura, forma de agir e pensar, depende das possibilidades oferecidas pelas tecnologias.

Ou seja, se tenho um carro que anda a 60 KM vou criar uma cultura limitada a esse limite, que pode ser alterada se conseguir um que anda a 120 KM, pois a forma de pensar e agir sobre viagem, tempo e espaço, vai ser alterada.

Assim, quando criamos uma nova tecnologia ampliamos os limites culturais da sociedade!

 

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Uma nova tecnologia traz, então, uma área de expansão cultural, pois havia limites humanos que esbarravam em limitações tecnológicas, que passam a não existir mais.

É fundamental compreender que não é a tecnologia que muda a sociedade, mas é a possibilidade de expansão cultural, que será utilizada por aqueles que conseguem superar a barreira de pensamento e começar a experimentar as novas tecnologias para mudar a cultura.

Todos os modelos organizacionais sociais, políticos e econômicos são tecno-culturais e estão sujeitos às barreiras tecnológicas de maneira geral e, em particular, profundamente influenciados pelas Tecnologias Cognitivas, que alteram a forma de troca humana.

É isso, que dizes?

Sim, estamos em crise.

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Isso todos sentem, o difícil é fazer um diagnóstico.

Vou tentar o meu, a partir da Antropologia Cognitiva.

Quando falamos em crise é preciso compreender:

  • – os sintomas;
  • – as causas;
  • – e por que ela emerge justamente agora.

Os sintomas me parecem claros.

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As sociedades estão muito concentradas, alguns valores humanos foram negligenciados e vivemos um mundo sem uma narrativa sustentável, do ponto de vista da justificativa. A baixa diversidade humana nas decisões relevantes.

Isso se reflete nas crises ecológicas, sociais, econômicas e políticas para todos os lados, com um fundamentalismo crescente, querendo fugir da complexidade não em direção ao futuro, mas querendo uma volta ao passado.

As causas, a meu ver, são duas:

  • o salto demográfico, de 1 para 7 bilhões, que traz uma complexidade para a qual não temos ferramentas culturais para lidar, tornando as atuais organizações concentradoras com baixa fiscalização social;
  • – em função disso, uma concentração de mídia, que fez das atuais organizações sociais, políticas e econômicas instituições sem fiscalização por parte da sociedade, o rabo está balançando o cachorro.

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O motivo desta macro-crise se tornar mais evidente agora, é a continuidade do aumento da complexidade e a guinada macro-histórica da chegada da Internet (Uma Revolução Cognitiva), que permite uma saída e uma denúncia mais evidente da crise.

Muitos colocam a culpa no sistema econômico, social e político, na espécie humana, mas teremos que começar a lidar com um fenômeno novo que é um movimento de assumir nossa condição de espécie.

Não nos vemos como uma espécie dentro do planeta, que procura formas de sobreviver.

A hiper-conexão e uma população cada vez maior nos ajudará a nos ver como uma grande espécie que precisa proteger o seu espaço de vida, com fóruns globais de reflexão e de ação para algumas causas.

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A saída para a crise é e sempre será tecno-cultural, pois somos uma tecno-espécie, fortemente dependente do binômio tecnologia e cultura.

Conseguir inventar, a partir das novas tecnologias disponíveis, uma nova cultura social que possa colocar, de novo, as organizações com uma taxa de fiscalização maior por parte da sociedade.

Isso será feito não com centralização, mas com descentralização e um longo processo de empoderamento do cidadão/consumidor que terá que atuar de forma muito mais consistente nos rumos da sociedade.

Os movimentos reais de mudança nos levarão para esse movimento de descentralização social, similar ao que ocorreu pós-Revolução Cognitiva do Papel Impresso, no qual de um lado tivemos a Monarquia/Feudalismo (centralizadora e homogenizadora) e do outro lado a República/Capitalismo (descentralizadora e diversificadora).

(O capitalismo e a república centralizadora do século passado não são parâmetros para julgar os atuais sistemas políticos e econômicos na macro-história.)

A república capitalista foi uma nova cultura social humana criada, a partir das novas possibilidades (e posterior limites) que o papel impresso nos permitiu.

A crise, assim, não será resolvida com os velhos métodos, mas com uma nova cultura nascente que recriará novas instituições sociais, que terão que se abrir e ser criadas com um novo paradigma, que permita uma taxa muito maior de fiscalização da sociedade.

Neste novo ambiente cultural o cachorro vai querer controlar muito mais o rabo do que atualmente.

Teremos que ter um olho na ecologia e outro na produção, através de uso intenso de tecnologias cada vez mais descentralizadoras, que permitam a sociedade viver um novo ciclo mais compatível com 7 bilhões.

Nenhum paraíso, apenas menos crítico do que o atual.

É isso, que dizes?

 

Quando se fala em influência das tecnologias na sociedade, os puristas logo jogam pedras nos chamando de “deterministas tecnológicos”.

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Veja que somos uma tecno-espécie, a única do planeta.

Nossos limites de existência são dados pelas fronteiras tecnológicas.

Ou seja, fazemos aquilo que as tecnologias nos permite fazer.

Há sempre uma parede em que dali não conseguimos ir adiante.

(Claro que existem outros limites afetivos e cognitivos que os extra-classes nos levam, mas isso é assunto para outra área de estudo.)

Se não temos foguetes vemos os planetas de um jeito, com foguete começamos a pensar em ir para lá, como estamos indo. Assim, a cada nova tecnologia que surge uma barreira cultural humana é quebrada.

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É isso que eu vou chamar de Oportunidade de Recriação Cultural.

Uma tecnologia não faz a mudança social, mas ela permite que uma barreira seja quebrada, o que gera uma Oportunidade que será ocupada por alguém, que conseguirá perceber a nova possibilidade. É alguém que vai conseguir enxergar um novo espaço cinza e transformar uma maneira de pensar e agir (cultural), a partir da nova oportunidade, criando novas possibilidades culturais humanas.

O espaço cinza fica justamente entre o limite atual e o novo, que não é mais um limite tecnológico, mas um limite cultural.

Ou seja, a cultura não consegue incorporar aquela nova possibilidade, pois é algo novo que precisa ser inventado por alguém, deixando de ser uma área cinza e colocando vida ali.

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Assim, quando uma nova tecnologia surge gera uma Oportunidade de Recriação Cultural.

O ser humano pode incorporar uma nova possibilidade de ação e pensamento na cultura, pois não temos uma cultura, mas uma tecno-cultural, fortemente influenciada pelas tecnologias que nos limita e expande.

Por isso, que toda tecnologia nova gera um choque cultural entre a velha maneira de pensar e agir e a nova forma de pensar e agir, que se abre com a nova Oportunidade Cultural.

A Cultura que virá não é determinada, mas haverá uma nova cultura, que será fruto da capacidade daqueles que vão ocupar aquela área cinza entre a impossibilidade tecnológica e a nova possibilidade.

É essa característica da influência da tecnologia na cultura que precisamos avançar como o primeiro degrau para compreender a Internet.

É isso, que dizes?

O conceito é pertinente, pois já temos similares com a micro e macro-economia. Com as crises globais ecológicas, que exigem uma análise maior de tempo.

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E fenômenos mais macros, que afetam fatos micros.

Assim, a Antropologia Cognitiva, que é o campo de pesquisa que estuda os problemas causados e resolvidos pelas Revoluções Cognitivas na história trabalha necessariamente com a macro-história.

Ou seja, há fenômenos ecológicos, sociológicos, econômicos e sociais que afetam a macro-história.

  • A chegada dos europeus na América, por exemplo.
  • A extinção dos dinossauros.
  • Grades pestes.

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Podem ser vistos como fenômenos da macro-história que tem causas e/ou consequências que duram décadas, ou mesmo séculos.

 Assim, há pensadores que precisam se dedicar à macro-história, sob o risco da falta de compreensão de movimentos que ocorrem que não fazem sentido na meso ou na micro história.

Revoluções Cognitivas fazem parte de fenômenos macro-históricos.

A chegada do papel impresso, se analisada com vagar, é responsável por toda a configuração da sociedade moderna.

Sem papel impresso, não haveria república, capitalismo, revolução industrial e tudo que conseguimos, tal como salta de 1 para 7 bilhões de habitantes.

Nosso grande problema hoje, do ponto de vista estratégico, é de que os pensadores sociais e estrategistas estão diante de um fenômeno macro-histórico e estão ainda analisando e fazendo projeções, usando a micro-história. O que nubla completamente a visão, já que quando há fatos macro-históricos em curso, eles precisam ser analisados na sua devida proporção.

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O problema é que é justamente nesse momento que temos o fenômeno de uma cegueira histórica, pois há mudanças de cenário que alteram todo o processo social, mas que as ferramentas de análise não conseguem incorporar o fenômeno macro-histórico.

É isso, que dizes?

A crise atual se resume a:

Quem tem algo a colaborar tem pouco poder e quem tem muito poder não tem muito no que colaborar! É preciso mexer na equação de forma consistente.

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  1. 1.

    transitivo direto

    existir de permeio, situar-se entre.
    “muitas revoltas intermediaram esses dois períodos”
  2. 2.

    transitivo direto e bitransitivo

    pôr de permeio; entremear, intercalar.
    “i. fios de algodão”

Mirada de desconfianza

Se analisarmos a base das sociedades temos a questão filosófica e fundamental da intermediação.

A intermediação está presente em todas as atividades sociais, políticas e econômicas, pois há uma limitação de um para realizar determinada tarefa que é feita por outro, que passa a ser o intermediador da mesma.

Quando uma sociedade vai aumentando a sua complexidade, vai gerando uma demanda pela sofisticação das intermediações.

O problema não está na intermediação em si, como sugerem os anarquistas, mas na qualidade da intermediação.

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Em sistemas concentradores e com baixa dinâmica, as intermediações vão ficando lentas, pesadas, eternas, com baixa mobilidade, com baixa capacidade de interferência da sociedade. Foi o que ocorreu com a Monarquia e gerou a República.

Que é o salto do parlamentarismo diante do presidencialismo. Ou seja, quanto mais dinâmica é a capacidade de mudança de fora para dentro, mais se aumenta a qualidade da intermediação e menos ela fica sem meritocracia.

Há dois fatores fundamentais que definem, a meu ver,  a qualidade da intermediação na macro-história:

  • – a demografia;
  • – as ferramentas de participação (leia-se mídia), que define o poder que a sociedade tem de mudar os intermediadores.

O aumento demográfico gera mais e mais a necessidade de intermediação, o que esbarra na obsolescência de ferramentas de participação, baixando a qualidade da intermediação.

Ou seja, aumentos demográficos, geram demandas por tecnologias participativas mais sofisticadas.

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Os intermediadores ganham poder para a intermediação e não se consegue mais tirar deles, criando uma sociedade estática com baixa qualidade de intermediação.

Ou no que podemos chamar de autoridades intermediadoras sem liderança. O que gera pelo outro lado lideranças sem autoridades intermediadoras, que é a crise que estamos vivendo hoje. 

Ou seja, há um quesito liderança dos intermediadores, que ganham poder para nos representar em todas as áreas social, política e econômica, mas que se vai deteriorando a sua liderança, pois a sociedade vai perdendo a capacidade de interferir quando a autoridade vai deixando de ter liderança.

Ela deixa de ser uma intermediação meritocrática, pela força da narrativa e passa a ser uma intermediação autoritária pela força do poder de mídia centralizada, da repetição, de discursos vazios, seja mesmo pela força física.

Note que a narrativa dos atuais intermediadores, públicos ou privados, é de baixa capacidade de coo-vencimento (vencer pelos argumentos), precisando cada vez mais do marketing da repetição e emocional.

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A crise que estamos passando ao final do século passado e no início do atual pode ser resumida da seguinte forma:

  • – aumentamos demais a população;
  • – criamos mídias centralizadas para organizar o caos;
  • – e as atuais autoridades intermediadoras (em todas as áreas) perderam qualidade, pois passaram a ser menos fiscalizadas do que deveriam.

O movimento social, político e econômico do novo século, que chamo de Liberalismo 3.0,  mas pode se chamar de democracia ou economia digital, ou sociedade digital, vem procurar resgatar a qualidade da intermediação.

Como?

Empoderando a sociedade com o poder da nova mídia, criando um novo modelo de intermediação mais dinâmico, através do Reputacionismo Digital, que permite que elas sejam muito mais dinâmicas do que hoje, muito mais meritocráticas.

Assim, o principal problema do mundo é similar ao que tivemos com a monarquia.

Um intermediador que conseguiu poderes absolutos que está atrapalhando a sociedade na sua dinâmica, baixando a diversidade e a capacidade de participação da sociedade em definir seus rumos diante da nova complexidade.

Os movimentos políticos, sociais e econômico do século XXI devem vir para resolver essa crise da qualidade de representação, criando redes sociais muito mais dinâmicas do que as atuais, nas quais os intermediadores serão reintermediados por um modelo muito mais dinâmico e meritocrático.

É isso, que dizes?

Os dois novos partidos têm sido citados como a novidade na política brasileira, pois fogem do modelo de siglas sem conteúdo.

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Ando circulando pelas duas legendas, que além de quatro letras têm muito mais em comum do que se imagina.

Estamos vivendo o início de uma Revolução Cognitiva Descentralizadora.

A última igual a essa foi a chegada do papel impresso na Europa, em 1450.

Nestes momentos da história, como nos ajuda a enxergar a Antropologia Cognitiva, temos um movimento de empoderamento do cidadão que passa a ter mais voz na sociedade e inicia um profundo ciclo de inovação da espécie humana.

É um movimento que afeta a toda a espécie de maneira geral, pois no médio e longo prazo todos são afetados pelas mudanças provocadas pela nova forma de trocas humanas que passam a ser possível.

Há um movimento de descentralização de um poder para um novo modelo, que permite decidir com mais diversidade.

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Podemos analisar e comparar o modelo da monarquia e da república e vemos que demos um salto em termos de tomada de decisões por mais que ainda tenhamos falhas.

Vivemos agora a procura do novo modelo (vide manifestações de 2013) que vai nos levar a uma nova forma republicana bem diferente da atual, na qual o cidadão/consumidor terá muito mais poder de decidir não só sobre produtos e serviços, mas sobre os detalhes da sua vida, no micro e no macro.

A Rede, da qual participei desde o início, inclusive com uma palestra na data da fundação, em Brasília, há uma simpatia muito grande pelo novo modelo descentralizado e tecnológico, mas falta, a meu ver, um resgate do embasamento teórico dos liberais clássicos do passado.

E mesmo digo do Partido Novo, que é o liberalismo clássico revisitado.

(Acredito que começamos com partidos para terminar com eles no médio e longo prazo.) 

Os liberais clássicos, nada que ver com neoliberais do século passado, foram os arquitetos do modelo atual da república. O que eles fizeram?

Analisaram o modelo grego e adaptaram para um sistema muito mais complexo pós-idade média, para um mundo, a partir de 1800, com mais de 1 bilhão de pessoas.

(Devemos a eles, por exemplo, o modelo do executivo fiscalizado pelo legislativo e judiciário, que hoje no Brasil tem cumprido um relevante papel.)

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Nossa missão (liberais clássicos 3.0) agora é analisar esse esforço e recuperar o empoderamento do cidadão em uma sociedade complexa e construir uma ponte, que só será possível com muita tecnologia, que permita a descentralização do poder, social, político e econômico.

Isso se dará com a reconstrução do atual sistema econômico, que eu chamo de empresismo, mas que os críticos chamam de capitalismo, que permita construir um novo modelo que tenha com missão:

  • – energizar cada vez mais as pontas, com liberdade para  inovação, via livre iniciativa descentralizada;
  • – empoderar o consumidor/cidadão para que tenha uma voz muito mais ativa na sociedade, através da meritocracia, com cada vez mais oportunidades de consumo e não menos, como temos hoje.

Não vejo esse movimento descentralizador na América Latina na cultura marxista (nem na Espanha com o Podemos ou na Grécia com o partido de ulta-esquerda).

O marxismo e variantes da sua cultura rejeitaram as ideias liberais clássicas republicanas, não viram neles o mérito de nos permitir ter um mundo mais complexo, com um salto de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos.

Sem as ideias liberais clássicas, ou não teríamos crescido tanto, ou teríamos sérias crises de abastecimento.

Este salto demográfico não seria possível na monarquia, como foi impossível no bloco comunista pelo simples fato que há uma regra da Antropologia Cognitiva que diz que quanto mais complexidade tivermos no mundo, mais descentralizado terá que ser o poder. Um fenômeno que força e pede a criação e posterior massificação de uma mídia de massa descentralizadora.

A Internet, assim, é um equilibrador sistêmico da espécie que nos permita viver com mas diversidade humana em um mundo hiper-complexo de 7 bilhões de maneiras de pensar diferentes.

  • Ou seja, a meu ver não faz nenhum sentido falar em Rede sem as ideias liberais de energizar as pontas e a livre iniciativa, fundamental para termos produção na complexidade.
  • E não faz nenhum sentido falar de liberalismo sem o uso intenso das novas tecnologias.

São os dois movimentos que vão se expandir e tomar lugar no pós-neopopulismo, que começa visivelmente a entrar em decadência.

Vivemos o fim do sonho marxista terceiro mundista e precisamos colocar outra alternativa no lugar, que seja descentralizadora do poder, eficaz na produção e que consiga criar uma possibilidade de reduzir nossas falhas humanas.

Mas nunca acreditar que viveremos no mundo perfeito.

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Um liberalismo 3.0 que seja capaz de manter a espécie viva, lidando melhor com a complexidade demográfica, que continua a crescer, com mais diversidade da sociedade nas decisões.

Tendo o problema ecológico como um dos nortes, pois é um problema fortemente econômico que precisa de uma visão inovadora para ser superado.

Soluções que permitam equilibrar complexidade, produtividade e sustentabilidade, sem utopias e sem destopias.

É isso, que dizes?

Há uma relação entre mídia concentrada e poder concentrado.

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A Antropologia Cognitiva, que estuda rupturas da mídia no passado, nos permite ver dois movimentos da macro-história:

  • De centralização social quando a mídia é concentradora;
  • De descentralização quando acontece o inverso.

O século passado foi marcado pela chegada das mídias de massa, que colaboraram para o empoderamento das organizações e desempoderamento do consumidor/cidadão. Ou seja, cada vez mais as organizações que deviam servir à sociedade, passaram a se servir dela, justamente pela perda de poder do consumidor/cidadão se articular, se expressar, se impor diante dessa avalanche.

Isso não é um fenômeno localizado, mas global, que atingiu de formas distinta toda a espécie.

Agora, com a descentralização da mídia temos dois movimentos:

  • Afetivo – um adensamento maior afetivo das pessoas, que deixam de estar isoladas diante da mídia de massa, através principalmente do Facebook;
  • Cognitivo – uma circulação alternativa de ideias, via Facebook, Twitter e Youtube, principalmente e todos os outros meios disponíveis.

O Oscar, como várias outras decisões organizacionais, privilegia a opinião e o pensamento das pessoas que são “de dentro” das organizações, desprezando a opinião de fora, o que cria desvios de pensamento e ação.

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O mesmo acontece com as revistas científicas, os critérios de seleção acadêmicas, as decisões de novos produtos e melhorias nos existentes das empresas, etc.

Ou seja, decide-se sem ouvir que “está de fora”.

Muitos dirão que é uma força perversa que nos levou a isso.

Eu tendo a dizer apenas que a falta de instrumentos e ferramentas para ouvir “quem está de fora” nos levou a esse desvio, que começa a ser questionado e com práticas alternativas, que nos levará ao que chamo de Governança 3.0.

Um modelo mais descentralizado que o atual de tomada de decisões, utilizando-se fortemente das novas tecnologias disponíveis.

Note que a escolha do Oscar é feita toda pelos membros da academia, que têm os critérios corporativos de quem vê o cinema por dentro.

Hoje, seria totalmente viável prêmios, através das rede sociais que levassem à visão de fora para dentro.

Mais e mais veremos essa incorporação da visão dos que estão de fora construindo um novo modelo de tomada de decisão mais eficaz, pois com mais olhos, desejos e necessidades, sem, entretanto, perda de eficácia.

É isso, que dizes?

Nestes anos todos de estudo e aula o principal problema não são os fatos inusitados, mas os que achamos que são “naturais”.

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Aquilo que achamos que sempre foi assim e nosso cérebro ignora estes fenômenos.

Isso do ponto de vista teórico e estratégico é trágico, pois são fatos que acabam sendo ignorados.

Exemplos?

  • O crescimento populacional.
  • A rede produtiva que nos traz mercadorias.

O aumento populacional é o principal fator de mudanças em uma dada sociedade, pois a complexidade vai ficando mais complexa.

A rede produtiva que funciona de forma invisível também é considerada “dada”.

Ou seja, quando se pensa em mudanças sociais, políticas e econômicas se considera que esse tipo de rede vai continuar funcionando.

E não é bem assim, pois é preciso de algumas pré-condições para que ela funcione e melhore mais e mais.

É isso, que dizes?

 

Existem duas forças que marcarão o século XXI.

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  • O crescimento populacional nos últimos 200 anos que cobra o seu preço e pressiona mudanças cada vez mais radicais na sociedade.
  • E a chegada de uma nova mídia descentralizadora, que inicia o processo de mudança.

Quando converso com muita gente que aponta diversas injustiças e “defeitos” da atual sociedade temos que levar em conta que o mundo moderno foi inventado há 200 anos para abrigar 1 bilhão de pessoas, com uma dada mídia e uma baixa conexão entre as diferentes regiões do planeta.

Os estudos da Antropologia Cognitiva nos mostram que a sociedade humana tem novos ciclos toda vez que surge uma nova mídia descentralizadora, que permite que mais gente possa participar da vida em sociedade e novos pensadores exercer uma visão alternativa.

Vivemos o início de uma nova era, que criará uma nova cosmovisão, que incorporará:

  • – a nova complexidade demográfica;
  • – as novas possibilidades da nova mídia;
  • – que criarão as novas bases sociais, políticas e econômicas.

Vivemos nessa primeira fase um processo de descentralização da sociedade, voltando a valores clássicos, que nortearão as bases da pós-República.

É como se fôssemos, de novo, separar o joio do trigo.

Nestes momentos, precisamos para empoderar as pontas regular menos e trabalhar mais com princípios.

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Ou seja, há uma regra que podemos afirmar das sociedades humanas que é:

Quanto mais gente tivermos no planeta, mais precisaremos descentralizar as redes humanas.

Os céticos perguntarão: e por que saltamos para 7 bi e não fizemos isso ainda?

Pois a descentralização precisa de uma mídia descentralizadoras que a viabilize.

Quanto não temos isso, o aumento populacional, traz centralização, pois é preciso concentrar para administrar a crise.

O que nos leva a mídias concentradoras.

Começamos um novo ciclo, que podemos chamar de liberalismo 3.0, que é o resgate das ideias descentralizadoras dos gregos (1.0) e dos liberais clássicos (2.0), que conceberam a república.

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Nestes momentos, há um regate em defesa do cidadão.

Esquecendo o trabalhador e o empresário, cada um com seu interesse particular, nem sempre voltado para o todo.

Muito a dizer, mas temos o ano todo para falar sobre isso, certo?

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As redes cognitivas estão acima das demais redes.

A economia, portanto, é condicionada pelas redes cognitivas, quando estas mudam.

As redes humanas são frutos da nossa luta contra a complexidade.

Quanto maior a complexidade, mais complexa terá que ser a rede humana.

Quando isso não é possível, por incapacidade tecnológica, a rede tende à centralização.

A descentralização só é possível quando as pontas ganham autonomia.

Esta autonomia é diretamente relacionada à capacidade das pontas em ganhar autonomia e ganhar poder decisão.

Para isso precisa:

– recursos;
– conexão;
– regras;
– capacidade de decisão.

O livre mercado será regulado pela capacidade das pontas em ter autonomia.

Quando isso não for possível, a regulação será pedida pelas pontas.

O centro geralmente quer aumentar o seu tamanho.

As pontas mais autônomas resistem.

O liberalismo mais descentralizado ganhará força logo depois de revoluções cognitivas.

É um equívoco o movimento liberal se aliar às organizações, pois o interesse delas e os compromissos com o livre mercado podem mudar com o tempo. O cidadão/consumidor, ao contrário, sempre terá interesse em ser melhor atendido, com os melhores preços.

 

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A base de um movimento liberal, portanto, deve focar no cidadão/consumidor.

Uma organização tem os seus interesses próprios e hoje, pode começar pequena e completamente a favor da livre iniciativa, e amanhã maior e já querendo manter e dominar mercado, ser a primeira a querer controle, proteção.

O maior interessado em redes descentralizadas, livre iniciativa e menor custo é o vidadão/consumidor, que estará tomando decisões e denunciando quando a livre iniciativa está se fechando e ele está sendo prejudicado.

Quanto mais esse consumidor adotar posturas liberais, incluindo a redução do imposto para poder controlar cada vez mais e ter mais poder de decisão, mas o mercado tende a se descentralizar, substituindo a regulação do estado, pela da sociedade pulverizada.

A luta liberal é, portanto,  a luta do consumidor/cidadão por melhores produtos e serviços, sejam públicos ou privados.

É preciso mostrar em cada caso, quando o consumidor/cidadão está sendo prejudicado sem a livre iniciativa. A luta liberal é a luta por uma sociedade em que o cidadão/consumidor passa a controlar a sociedade. Quanto mais controle do cidadão/consumidor, mas liberal é possível ser.

 

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Vejo muita gente defendendo a livre iniciativa, mas acaba optando pelo lado do lobo e não das galinhas, pois o livre mercado é maravilhoso para o empreendedor quem começa, mas nem tando para quem já domina uma parte dele.

Assim, quem poderá apontar se a livre iniciativa está sendo atacada é justamente quem tem sempre o interesse, sem mutação, por um mercado mais aberto e competitivo.

Esta é, a meu ver, a base de quem defende o Liberalismo 3.0, pois cada vez mais o consumidor tem mais poderes de informação e fiscalização.

Incentivar que tenha cada vez mais, faz parte dessa briga, incluindo o incentivo que mais e mais competidores possam entrar, eliminando barreiras.

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Em resumo, se o consumidor/cidadão não fiscaliza e os anti-liberais podem surgir de qualquer lugar, inclusive de quem já foi liberal, o negócio é contar com a pressão pulverizada da sociedade.

É isso, que dizes?

A humanidade vive de trocas.

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Não conseguiríamos sobreviver sozinhos, pois temos problemas que são interdependentes.

  • Quanto mais a sociedade vai ficando complexa, mais ela vai se sofisticando.
  • A base para que as trocas ocorram é a confiança.
  • E as trocas, conforme a complexidade aumenta, vão precisando ser feitas com desconhecidos.

Há, assim, a passagem de uma reputação de alguém que conhecemos para alguém que desconhecemos.

Esse desconhecimento do outro nos faz ter medo de trocar com ele, desconfiamos de que podemos ser enganados, algo nos ameça.

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A regulação destas trocas com os desconhecidos é feita pelo ambiente cognitivo que temos disponível.

Imagino que tivemos:

  • no mundo oral –  alguém que ia apresentar pessoalmente o desconhecido;
  • no mundo escrito manuscrito –  uma carta de recomendação com papel timbrado (lembram dos anéis reais que validavam as cartas?);
  • no mundo impresso – o nome aparecer em jornais de grande circulação, ou o início dos panfletos, que demonstravam que aquele desconhecido era “alguém em quem confiar”;
  • os meios de comunicação de massa – que encareceram tremendamente o valor da confiança para os desconhecidos, concentrando as redes, criando o conceito de marketing (gerar marcas para criar confiança de massa).

Tudo isso podemos dizer que era uma prática de Reputacionismo, que sempre acompanhou a humanidade quando fazíamos trocas, que variou conforme o Ambiente Cognitivo disponível.

Eu troco com quem confio e confio naquele que tem reputação.

Uma das grandes mudanças com a chegada do mundo digital é a introdução do Reputacionismo Digital. Que permite que eu possa negociar com desconhecidos, baseados em um modelo de reputação muito mais aberta do que antes.

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Em uma Plataforma Digital Colaborativa de troca de produtos (tangíveis ou intangíveis) eu classifico, a partir da colaboração de massa digital, via robôs (rastros involuntários) e contribuição espontânea  (rastros voluntários) cada um dos indivíduos.

Assim, eu barateio tremendamente o custo de reputação de cada pessoa e permito que muito mais gente possa negociar com muito mais gente, descentralizando a confiança.

Ou seja, é muito mais barato gerar confiança na Governança Digital do que era na Governança Analógica/Eletrônica.

Esta queda de custo de reputação e a permissão de troca entre pessoas antes desconhecidas e que não confiavam uma nas outras, é a principal mudança econômica, social e política que iremos assistir, pois as redes, finalmente, podem ficar mais descentralizadas sem perda de confiança das trocas.

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Temos uma mudança na forma de gerar reputação, democratizando as trocas, com base em um novo modelo de reputação, que as novas tecnologias cognitivas permitem.

É o que vai permitir que novos modelos sociais sejam possíveis, pois teremos, como já estamos fazendo, novas formas de nos trocar com desconhecidos.

Isso define as bases do que estou chamando de Liberalismo 3.0.

É isso, que dizes?

 

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Teremos bancos?

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Quando ouço a discussão sobre bancos, temos que pensar que eles existem, pois a atual conjuntura cognitiva criou um modelo de empresas que guardam e emprestam dinheiro, entre outras coisas, pois foi regulada, a partir de um dado limite tecnológico.

  • Se analisarmos o movimento dos táxis versus aplicativos.
  • Ou dos táxis versus o Uber.

Na qual novos atores entram no mercado para criar concorrência e quebram antigos monopólios, podemos pensar também em plataformas de dinheiro.

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Como funcionaria?

Do mesmo jeito que o sugestivo nome, “Mercado Livre” nos sugere.

  • Cada um coloca o seu dinheiro disponível e é uma transação direta entre fornecedor e consumidor, ou do emprestador com o tomador, através de estrelas.
  • Se quem pega dinheiro emprestado, paga sempre o processo é autorizado.
  • Assim, os juros que temos hoje cairiam tremendamente, pois seria muito mais dinâmico.

Vejam que isso já é válido em outros países do mundo e proibido no Brasil.

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É esse tipo de defesa que se constitui o Liberalismo 3.0.

É isso, que dizes?

Escolas de pensamento ficam conhecidas em função de ideias originais de um conjunto de autores, que defende uma posição em torno de alguns eixos centrais, que modificam a maneira de pensar corrente.

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Há uma sinergia entre eles e pesquisas correlatas,  que a rede de pensamento proporciona, que se cria um núcleo de pensamento, que acaba sendo chamado de “Escola”.

Há duas escolas que dialogam bastante, mas não tem conversado.

  • A Escola de Toronto, na comunicação, que tem como o maior expoente McLuhan (século passado) e Pierre Lévy (atual) mais colaboradores.
  • E a Escola Austríaca, na economia, que tem como maior expoente Mises e colaboradores.

A base do pensamento da Escola de Toronto pode ser resumida na frase “o meio é a mensagem” de McLuhan, que tem um significado profundo na maneira de pensarmos filosoficamente o ser humano.

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Ele apontou no meio do século passado que, independente do canal que assistimos, a televisão muda a sua cabeça, pois há mudanças no cérebro.

Tal afirmação, muito combatida na época, se levada filosoficamente, coloca o ser humano como uma tecno-espécie, em que há, pela ordem:

  • – mudanças que são provocadas pelas tecnologias que não temos controle, já que o cérebro tem uma autonomia parcial ao se ajustar, sem pedir licença, para uso das novas tecnologias cognitivas;
  • – que estas mudanças têm impactos sociais, pois um cérebro que se altera é um ser humano que se altera, que, por sua vez, altera a sociedade.

É algo como a quebra de uma onipotência humana que é rompida, pois uma parte relevante das mudanças que vivemos é devida a relação estreita e profunda com as tecnologias no geral e, em particular, às tecnologias cognitivas, que mudam o cérebro (nosso epicentro) sem nos pedir licença.

A história se move TAMBÉM  e MUITO por causa disso, o que muda completamente a maneira de pensarmos a evolução humana, desde então.

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Lévy, que é de Montreal, não se considera um McLuhaniano de carteirinha, mas todo o seu trabalho é FORTEMENTE influenciado por este conceito central da tecno-espécie (o que me faz chamá-lo de Toronteiro).

Vejamos:

  • Lévy supera McLuhan, pois ele consegue, com a chegada da Internet, apresentar um novo cenário histórico, no qual a massificação de novas tecnologias cognitivas marcam profundas mudanças históricas no ser humano (Eras Cognitivas: oral, escrita e agora digital).
  • As teses de McLuhan e Lévy, se levadas a sério, criam uma nova forma de analisar as sociedades e nos colocam diante de um novo século, um novo ambiente cognitivo e uma nova era humana, as partir da massificação da Internet;
  • O que eu fiz, seguidor que sou da Escola de Toronto, foi mostrar que tais mudanças são provocadas fortemente pela Demografia, trazendo a ideia da complexidade demográfica como motivadora do surgimento e massificação das novas tecnologias cognitivas e como uma saída sistêmica para reequilibrar a oferta e a demanda.
  • E de que em cada uma das Eras Cognitivas nós criamos um novo modelo de Governança da Espécie (similar de outros animais), saindo hoje da Analógica Eletrônica (baseada nos animais com um líder alfa bem marcado) para um novo modelo mais parecido com o das formigas, ou melhor, da Governança da Espécie Digital (detalhei isso na minha tese de doutorado e no meu último livro impresso.)

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Lévy chama de Inteligência Coletiva esse movimento de trocas, que ganha nova vitalidade com a chegada da Internet.

Tudo isso vai ter eco na Escola Austríaca de Economia.

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Vejam a definição dela no Wikipédia:

“A Escola Austríaca (também conhecida como Escola de Viena) é uma escola de pensamento econômico que enfatiza o poder de organização espontânea do mecanismo de preços. A Escola Austríaca afirma que a complexidade das escolhas humanas subjetivas faz com que seja extremamente difícil (ou indecidível) a modelação matemática do mercado em evolução e defende uma abordagem laissez-faire para a economia. Os economistas da Escola Austríaca defendem a estrita aplicação rigorosa dos acordos contratuais voluntários entre os agentes econômicos, e afirmam que transações comerciais devam ser sujeitas à menor imposição possível de forças que consideram ser coercivas (em particular a menor quantidade possível de intervenção do governo)”.

Há alguns termos fundamentais na descrição acima, que se aproximam do que nós “Toronteiros” temos estudado:

  • – organização espontânea = inteligência coletiva;
  • – complexidade das escolhas = complexidade demográfica.

A ideia de “menor imposição possível” nos remete ao que temos estudado da retirada de intermediários para tornar as redes mais dinâmicas, que bate justamente com a passagem de uma Governança da Espécie para outra.

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Da passagem das redes analógicas/eletrônicas para as redes digitais.

Como as duas escolas dialogam?

  • A Escola de Toronto serve de guarda-chuva para falar de algo básico da humanidade que é a capacidade das trocas.
  • A Escola Austríaca vê a necessidade da autonomia das redes para que se lide melhor com a complexidade, que foi justamente a conclusão que cheguei vindo da Inteligência Coletiva.

A ponte entre os “Austriqueiros” com os “Toronteiros” é a seguinte:

  • – Toronto dá a base para a percepção de um novo ciclo de inteligência coletiva no mundo, a base do que chamei de liberalismo 3.0, que, no fundo, visa facilitar a chegada da nova Governança da Espécie Digital;
  • – E a Áustria traz ferramentas para que isso seja possível, do ponto de vista econômico, tendo como base a defesa,  nos termos que eles usam, da Inteligência Coletiva do mercado.

O liberalismo 3.0, entretanto, não se resume à economia. Há os aspectos filosóficos, que nos remetem a política 3.0, a escola 3.0, a ciência 3.0, etc 3.0, que vão compor um novo movimento liberal.

É isso, que dizes?

Podemos dizer que temos ciclos de descentralização da espécie humana.

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Estes ciclos são motivados por dois fatores: um provoca e outro soluciona.

  • A complexidade demográfica motiva a procurar novas formas de descentralizar;
  • As tecnologias, em especial as cognitivas, permitem que a descentralização seja feita, a partir de uma Revolução Cognitiva (a massificação de uma dada tecnologia cognitiva descentralizadora de ideias).

Podemos, analisando o passado, perceber três movimentos de descentralização da espécie, que podemos chamar para ter um nome de Liberalismo (até que tenhamos outro melhor).

Liberalismo, entendo eu, é um conjunto de ideias dentro de um período histórico, que sugere e procura formas para promover a descentralização do poder social, político e econômico, que torna a sociedade mais dinâmica diante da complexidade crescente.

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Os ciclos e suas respectivas revoluções cognitivas são os seguintes:

  • Liberalismo 1.0 – provocado pela Revolução Cognitiva do alfabeto na Grécia;
  • Liberalismo 2.0 – provocado pela Revolução Cognitiva do papel impresso na Europa;
  • – Liberalismo 3.0 –  provocado pela Revolução Cognitiva Digital no mundo.

Há, assim,  ciclos liberais pela descentralização, a partir do Pêndulo Cognitivo.

  • Quando temos uma expansão de ideias e uma nova Conjuntura Cognitiva, abre-se um novo ciclo liberal, que nos leva a concepção de novos modelos sociais, políticos e econômicos. Neste momento o movimento liberal é propositivo do novo ciclo.
  • Há uma consolidação deste ciclo, em que o movimento liberal passa a defender o que foi consolidado, lutando para se manter, passando a ser reativo. Por isso, muitos chamam o movimento de conservador. Mas note que ele passa a conservador, mas antes foi renovador. É consolidador das ideias dos Liberais passados.
  • E de novo há um movimento dentro de uma nova conjuntura cognitiva, que nos leva a um movimento renovador pela descentralização de novo das estruturas sociais, políticas e econômicas.

Vivemos o terceiro momento: a passagem do liberalismo conservador, reativo, para um renovador, propositivo que tem como objetivo criar um novo ciclo de descentralização.

Ou uma nova Governança da Espécie, que falarei mais adiante.

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Nestas etapas há um resgate do pensamento liberal anterior em duas etapas, se analisarmos o espaço entre a Revolução Cognitiva do Papel Impresso (1450) e a atual Digital (final do século XX):

  • – há uma renascença – em que se volta aos clássicos liberais anteriores, uma revisão para uma reinterpretação;
  • e um iluminismo – que se sai da releitura e se projeta novas possibilidades, com propostas claras de revisão da sociedade.

Estamos entrando na fase da renascença.

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Assim, o movimento Liberal 3,0 deixa de ser conservador e defensor das conquistas do passado e passa a ser propositivo, tendo as novas bandeiras em torno das novas possibilidades que o novo Ambiente Cognitivo traz em termos de descentralização de poder e fortalecimento das pontas na rede, o indivíduo.

É isso, que dizes?

Tudo parece diferente, mas os dois partidos novos são bem parecidos.

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Ambos, vivem um movimento de resgate das ideias de descentralização do poder, ou talvez da auto-regulação do poder pelas trocas, com a força do indivíduo, cuja as bases remontam pós-Idade Média na luta contra o poder absoluto.

Ambos procuram fugir do modelo clássico marxista de centralização do poder.

(O marxismo é uma corrente de pensamento monárquica, semi-religiosa e medieval, que resolveu ignorar os filósofos libertários do iluminismo.)

Ouvi um vídeo do Constantino (http://youtu.be/aXAZDNeimvE), um dos ícones do pensamento liberal contemporâneo (pois o termo neoliberal está desgastado) do Brasil, criticando o caráter das manifestações de 2013.

Discordo dele.

Não houve nada mais liberal dos que as manifestações de 2013, pois não existe nada mais poderoso para quem defende o indivíduo do que cada manifestante portar o seu próprio cartaz.

Os movimentos liberais pós idade média foram chamados de liberais depois. Eles queriam pensar um ambiente social que pudesse criar uma sociedade com liberdade e justiça, longe do poder do rei.

Quem defende a liberdade de imprensa, alternância de poder, três poderes, justiça, livre iniciativa deve muito aos iluministas, depois chamados de liberais.

Eram movimentos de teóricos, filósofos, líderes políticos e religiosos que lutavam contra o absolutismo, as amarras econômicas, a falta de liberdade de expressão e pensamento.

Todos estes movimentos, a partir dos estudos da Escola de Toronto, podemos sugerir que foram provocados e incentivados pela Revolução Cognitiva do papel impresso e, a partir dos meus estudos, do aumento populacional, que obriga sempre a sociedade a descentralizar as redes humanas.

Quanto maior a complexidade, mais descentralizada terá que ser a rede humana, com mais autonomia e poder para as pontas, que é justamente que prega o Partido Novo, no seu víeis liberal clássico e a Rede Sustentabilidade.

Pude observar um ciclo expansivo cognitivo depois da prensa, a partir de 1450, que nos legou a Renascença e o Iluminismo, que estruturou as bases da Sociedade Moderna, sob duas grandes conquistas humanas, que foram a livre iniciativa para produzir e criar e alternância de poder tanto política quanto econômica.

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Vivemos hoje um novo ciclo de expansão da espécie humana, por dois motivos:

  • – o pico demográfico de 1 para 7 bilhões em 200 anos, que aumenta a complexidade e força um novo ciclo de descentralização social e político;
  • – e a massificação da Internet, a primeira base para a nova expansão descentralizadora.

Assim, o liberalismo clássico interpretou um movimento da espécie humana em direção à expansão e conseguiu dar uma expressão e regras para ele.

Não foi, assim, o liberalismo clássico que criou o movimento de descentralização cognitivo, mas foi o movimento de descentralização cognitivo, um fenômeno mais amplo, que motivou e deu sentido e nexo às ideias liberais.

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Isso só pode ser entendido quando incorporamos a visão da tecno-espécie, que de tempos em tempos, quando aumenta a complexidade demográfica, entra em um processo de descentralização por uma questão de sobrevivência.

  • Tanto a Rede Sustentabilidade, que não se acha um partido liberal percebe esse movimento, mas carece das teorias dos liberais clássicos para sustentar a ideia de uma rede descentralizada;
  • Quanto o Novo, que não percebe que vivemos hoje um novo ciclo descentralizador cognitivo, onde viveremos a chegada de um pós-liberalismo digital, uma nova renascença, não mais apenas grega, mas também dos clássicos europeus. Ou de um neo-iluminismo, que desaguará no pós-capitalismo e na pós-república.

Há muito mais semelhança entre estes dois movimentos do que supõe nossa vão filosofia e preconceitos do momento.

Por fim, o liberalismo, no seu sentido filosófico mais amplo, que é sempre um movimento que tentará interpretar e defender a descentralização de poder, com força cada vez maior para cada pessoa, terá mil defensores em diversos ambientes e partidos.

A luta pela liberdade, é bom que se entenda, nunca pode ser presa a um determinado grupo, pois é completamente incompatível dizer que fulano ou beltrano são donos da luta pela liberdade.

Liberdade é uma bandeira genérica pela descentralização do poder com o fortalecimento cada vez maior de cada pessoa.

  • Muitos se dirão liberais, mas serão falsos, pois defenderão a liberdade para centralizar as redes humanas.
  • E muitos se dirão não liberais, mas serão os verdadeiros amantes da liberdade, pois querem na teoria e prática descentralizar as redes humanas.

A dica que fica é.

Olhe para as propostas e as práticas dos que defendem projetos futuros, pois o objetivo que importa é garantir mais e mais a rede descentralizada, com mais e mais poder para o indivíduo. Este é, a meu ver, o tom do neo-iluminismo.

A ver.

O inimigo

O maior inimigo do liberalismo não é o comunista, mas o falso liberal.

Que usa a livre iniciativa para acabar com ela.

A ideia de Adam Smith que o mercado é regulado por um movimento invisível é bem contemporânea.

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A “mão invisível” nada mais é do que reduzir o espaço de um centro para que as redes possam se descentralizar e poder interagir com mais liberdade.

Faz parte de todo o movimento pós-1450 (com a chegada da Revolução Cognitiva impressa), na procura da Governança Analógica, que era algo mais descentralizado do que o binômio feudalismo-monarquia.

A ideia é de que há um movimento “não visível” ou de auto-gestão da sociedade que pode ser mais eficaz para gerenciar problemas do que a supervisão direta de alguém.

O conceito é sofisticado, pois exige algumas premissas:

  • – uma capacidade das pontas de sustentar essa autonomia com direitos e deveres;
  • – e uma maturidades dos agentes que defendem tal modelo para que alguns princípios éticos sejam defendidos.

A ideia da mão invisível é a base conceitual para o sistema republicano e do capitalismo (que eu chamo de empresismo).

Muitos dirão que o conceito é a invenção do tempo.

Sim, mas há dois fatores fundamentais para você ter a necessidade da passagem da mão visível (do rei) para a invisível da república:

  • – a complexidade demográfica;
  • – o avanço das tecnologias cognitivas descentralizadoras, que empoderam as pontas.

Há uma regra que descobri que é a seguinte:

  • Quanto mais gente no mundo, mais a sociedade precisará ser descentralizada.
  • E teremos que confiar mais e mais na auto-gestão das redes.

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A mão invisível 3.0, ou a mão invisível atual, é a base da Governança Digital, na qual estamos passando das regulações orais e escritas para as regulações digitais.

Mais do que digitais, as regulações algorítmicas ou matemáticas.

A base para que se possa ter um mercado autônomo é a confiança das transações e trocas.

Quanto mais gente foi aparecendo no mundo, mais a confiança ficou complexa.

Note que no século passado com o rádio e a televisão tivemos o surgimento de um tipo de confiança vertical eletrônica, na qual as grandes organizações acabaram ficando confiáveis com um alto custo de investimento nas marcas.

Tal processo criou um modelo de mão invisível, que passava pela mídia de massa, centralizando o processo.

Hoje, com a chegada da colaboração de massa digital, o reputacionismo digital, podemos ter uma auto gestão das reputações descentralizadas, o que abre a possibilidade de um processo de trocas muito mais descentralizado do que antes.

Tanto nos processos econômicos como políticos.

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Assim, o liberalismo entra em outra etapa.

Um liberalismo digital que se vale da mão invisível 3.0 para criar uma sociedade ainda mais auto-regulada , ou descentralizadamente desregulada.

É isso, que dizes?

 

 

Discordo da visão de Rodrigo Constantino deste vídeo:

As manifestações de 2013 foram em defesa do poder dos indivíduos e pelo fim da centralização política atual.

Foi, concordo com ele, um movimento sem causa, mas um sentimento de mudança pela descentralização política.

E o que é mais liberal na política do que a descentralização?

Falta ao Constantino conhecer a escola de Toronto e os efeitos da Revolução Cognitiva do papel impresso para o liberalismo, como os efeitos da Revolução da Internet para o Liberalismo Digital.

É isso,

Que dizes?

Aprendi algo com este vídeo.

Discordo e continuo a discordar da prática do Google de mudar o algoritmo para beneficiar seus próprios produtos. Falei disse aqui. Tal post foi a partir deste artigo do mesmo autor.

Porém, amadureci mais sobre a questão.

Não preciso para defender o livre mercado defender práticas anti-éticas que ele comete.

Posso lutar para que estas práticas sejam punidas.

A questão é o que eu sugiro de punição.

  • Uma é a centralização do estado punidor, que concordo com o autor que acaba sendo pior a emenda do que o soneto.
  • E outra é a do mercado.

Ou seja, eu não preciso dizer que amo o Google para defender o livre mercado, sabendo que ele anda vacilando. Eu posso fazer as duas coisas.

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 Já fui mais fã do Google do que sou hoje, pois acho que uma empresa quando cresce começa a ter práticas anti-éticas diferentes do seu início, até por que há maiores interesses, capital envolvido, etc.

Não gosto de práticas do Youtube (baixa remuneração de seus fornecedores de vídeo), do Facebook (traição de acordos com empresas que apostaram em apps).

Há claramente problemas de posturas de quem acompanha esse mercado faz tempo.

O problema, a meu ver, ficam em dois níveis:

  • – organizações cometem atitudes anti-éticas e podemos claramente criticá-las por causa disso (e a discussão do Google x Buscapé é ainda uma questão polêmica);
  • – a segunda questão, entretanto, é, sendo ética ou não, como a sociedade lida com essa prática?

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O que o autor discute e acho que com propriedade é de que não é organizando a competição de cima para baixo, via estado, que vai se revolver o problema, pelo contrário, pode piorá-lo.

Faz sentido.

Os argumentos são convincentes.

Mas é preciso separar duas coisas.

Não é por que eu acredite na auto-gestão das redes e na alternância de poder baseado na competição, o que me parece interessante, de que eu não vá ser um crítico e um analista das práticas anti-éticas quando acho que elas ocorrem.

E é isso que eu faria um retoque no discurso do autor, que me pareceu pouco balanceado, no afã de defender sua tese.

Na tentativa de defesa da ideia do anti-truste, que é válida, não me tira o direito de criticar práticas anti-éticas, mesmo de empresas inovadoras. Não estou contra a inovação do Google, que acho muito boa, mas quando se cresce vai se fazendo coisas contra os fornecedores e o consumidor que não são tão elogiáveis.

Não posso, em função de achar que o mercado vai resolver, que eu passe a mão por cima destas práticas.

E foi isso que chamei de liberalismo selvagem.

Não preciso elogiar a falta de ética.

Posso criticá-la, quando achar que devo, mas isso não quer dizer que eu queira impedir a competição, posso, aliás, ser um super incentivador de que novos concorrentes surjam justamente para que isso possa ser corrigido pelo e no mercado.

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O Google está cometendo um conjunto de erros estratégicos e punindo sua rede de fornecedores, o que abre espaço para a concorrência, tenho dito isso faz tempo e prevejo uma concorrência na área do Youtube, por exemplo.

O fato de eu dizer isso e criticá-lo não faz de mim alguém que é contra o Google ou que não tenha – como já fiz ao longo dos últimos anos – exaltado a sua capacidade de inovação, inclusive imitando várias de suas práticas.

Ou seja, não é o fato de termos uma empresa que foi e é inovadora, que eu não possa criticá-la quando começa a usar o seu tamanho para ter atitudes anti-éticas no mercado.

O que devemos estimular, e isso aprendi nesse debate, é de que não é abrindo processos contra ela que iremos resolver o problema, mas é procurar manter o mercado aberto e capaz de surgir novos concorrentes que possam se aproveitar destes erros. 

Ou seja, eu mantenho meu discurso ético e quero que o consumidor e os seus fornecedores (o buscapé era um fornecedor do Google) possam abrir espaço para reclamar e estimular a reclamação, que é justamente aí que vai se chamar a atenção para o espaço aberto para os concorrentes.

Eu não preciso dizer que o Google é a melhor empresa do mundo e que não comete vários erros éticos, para criticar quem entra em um processo contra ele.

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Eu posso criticar ambos os lados e apontar ao mercado que chegou a hora da concorrência.

É como se fosse uma ética competitiva.

É como se eu dissesse:

“Você está sendo anti-ético e eu farei de tudo que tiver ao meu alcance ou vou torcer para que o próprio mercado, te puna”.

É isso, que dizes?

 

 

O grande problema que temos hoje é o medo de falar besteira.

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Aprendemos na escola que alguém sabe e outro fica calado.

O que se aprende é justamente no momento em que confrontamos nossas ideias com a dos outros e conseguimos perceber como pensamos.

Há uma mudança radical no aprendizado, quando temos redes mais descentralizadas.

Abre-se uma espécie de espaço de aprendizado descentralizado e mais livre dos espaços formais.

Aprende-se muito mais “na rua digital” do que na escola.

O que precisamos para viver nesse novo ambiente?

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  • Uma separação entre a percepção e a realidade.
  • Ou o desenvolvimento da percepção da percepção.
  • Eu passo a olhar, filosoficamente, como eu percebo o mundo.
  • A minha percepção ganha versões, a partir das trocas.

Eu não entro nos debates para impor o que percebo, mas para justamente poder testar e rever a minha percepção para que eu possa perceber melhor.

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Isso nos remete a ideia de que há uma impotência humana de percepção da realidade e ela só é menos turva, pois sempre é turva, quanto mais gente puder interferir na mesma.

Quanto mais eu coloco minhas ideias na roda, mais chance eu tenho de que elas se aprimorem e vice-versa.

Isso faz parte de um novo ciclo cognitivo, em que saímos de uma escassez para uma abundância de informação que passa a circular na sociedade.

O que uma coisa se relaciona com a outra?

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Tudo.

O estudo que tenho feito demonstra que o que promove a descentralização política, social e econômica é a complexidade demográfica.

O que estou dizendo é o seguinte.

Quanto mais gente tivermos no mundo, mais as ideias liberais serão escutadas.

Ou melhor.

Quanto maior for a complexidade,  mais teremos que apostar em redes descentralizadas, auto-gestão, alternância de poder e de competição.

A complexidade pede descentralização.

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Os pensadores liberais são sensitivos que percebem as novas possibilidades de auto-gestão.

Quando alguém disser que é liberal e não quer alternância de poder ou de competição, é um falso-liberal.

O liberalismo, entretanto, trabalha em ciclos definidos pelas tecnologias cognitivas.

Quando temos um pico populacional e não temos tecnologias cognitivas que nos permitem descentralizar o poder, teremos controle. Isso pode ser visto principalmente de 1800 para cá, principalmente no século passado, com a chegada do rádio e da televisão.

Defendo a ideia que sem o rádio e a televisão o mundo seria um caos, pois cresceu muito em pouco tempo e precisou centralizar as redes para organizá-las.

O nazismo e o comunismo só foram viáveis por causa dessa centralização de mídia.

As bases do liberalismo, pós 1450, foram de descentralização da mídia do papel impresso.

Foi um período liberal, no qual se criou o empresismo (que chamam de capitalismo) no qual as ideias de descentralização dos reis estavam na moda.

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Hoje, a Revolução Cognitiva Digital nos permite falar de novo em descentralização é há, assim, o surgimento de um novo ciclo liberal, que pede redes mais descentralizadas ainda.

Os inimigos agora são os que criaram um empresismo de redes centralizadas, em torno do estado.

A luta é cotra um empresismo centralizado de baixa competição, de alta regulação, no qual os consumidores passaram a ser vítimas das organizações protegidas.

Dizem que tudo que vivemos é fruto do liberalismo, mas isso é equivocado.

Aonde houver uma centralização sem a possibilidade de competição e alternância de poder econômico, não se verá redes descentralizadas e auto-gestão.

Vivemos o início de um ciclo pós-liberal, que eu chamo de liberalismo digital.

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O que se quer com ele?

Descentralização para lidar melhor com a complexidade, que saltou de 1800 para cá de 1 para 7 bilhões.

 

O movimento liberal tem uma ética.

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E diria que se dá em primeiro lugar na capacidade do diálogo em torno da liberdade, como discuti aqui.

O liberal, filosoficamente falando, é justamente aquele que não sabe o que é liberdade, apesar de ser o maior defensor da mesma.

O liberal é aquele que sabe que a liberdade é algo negociado com os outros, dentro de espaços em que os argumentos possam ser debatidos.

  • A liberdade não é uma conquista emocional.
  • E nem é obtida pela força, (apesar de poder ser defendida pela força).

A liberdade é basicamente um estágio de coo-vencimento (em que não há vencedores) coletivo de argumentos válidos e aceitos por todos como os limites razoáveis e conjunturais. Ser livre é aceitar os limites impostos por argumentos válidos.

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Ou seja, a liberdade negociada de hoje está “no mercado do debate” que pode ser outra amanhã.

A luta liberal, entretanto, luta para que a liberdade seja a mais descentralizada possível.

E o inimigo da liberdade pode ser o amigo de hoje, desde que ele cresça e por causa da sua força, queira impor a sociedade uma liberdade sem argumentos.

Uma liberdade imposta, pela força que passou a ter.

Por isso, o liberal é um cara sempre desconfiado, pois a liberdade é um sabonete.

O aliado de hoje pode ser um inimigo da liberdade amanhã, pois pode usar da força que passou a ter e, em nome da antiga defesa da liberdade, ser hoje o limitador da mesma.

Por isso, o liberal é aquele que está sempre atento para a negociação da liberdade e da defesa que toda a liberdade seja argumentativa, que tenha uma lógica razoável para se impor na sociedade. Alguém que não é capaz de defender a liberdade que quer para a sociedade está tirando da sociedade a capacidade de discutir a liberdade que ele quer impor a todos.

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O grande desafio do liberal é justamente este.

Não se é amigo de pessoas e nem de corporações ou de qualquer coias, mas é um eterno amigo de argumentos razoáveis, que vão garantir que haja a possibilidade da liberdade negociada. Se alguém defende a liberdade sem argumentos é o primeiro passo para que deixe de ser um amigo de um liberal.

É isso, que dizes?

Ser liberal, no século XXI, é implantar a sociedade digital!

O liberalismo é algo que não existe.

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Mas ao mesmo tempo existe.

Explico.

Não existe, pois a liberdade é sempre uma luta contra algo conjunturalmente que quer impedir que se seja livre. Ou seja, se temos um movimento liberal ele precisa ser historicamente definido, pois o inimigo da liberdade de ontem não é o mesmo do que o de hoje.

Se alguém defende o liberalismo pelo liberalismo, está cometendo um grave equívoco, pois pode estar lutando contra moinhos de vento, ou o que é pior, estar aliado com o inimigo da liberdade em nome de um passado.

A monarquia por exemplo, já foi símbolo de liberdade, diante de chefes tribais, mas se tornou inimiga, pois houve a possibilidade de descentralizar ainda mais.

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O liberalismo, assim, é o espaço que reúne pessoas que vão se dedicar ao estudo de um conjunto de autores, que ajudam no debate da luta pela liberdade dentro de um dado contexto histórico.

Podemos dizer, assim, que o liberalismo tem três estágios diferentes de pensamento:

  • o filosófico – que define quem é o humano e seu papel de ser livre na sociedade;
  • – o teórico – que vai tentar entender o contexto histórico e as lutas da vez;
  • e o metodológico – que é a aplicação da análise teórica sobre a realidade.

Assim, há ciclos da luta liberal contra a opressão da vez.

Ou melhor, da macro-opressão da vez.

Podemos dizer que o liberalismo, assim, teve três etapas, se trabalharmos em uma visão mais restrita, eliminando os liberais gregos:

  • – o liberalismo republicano anti-monárquico;
  • – o liberalismo republicano anti-totalitário;
  • – e estamos entrando agora no anti-liberalismo analógico.

Note que o liberalismo, se analisarmos do ponto de vista das redes humanas, sempre visa a descentralização das redes.

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Quanto mais poder tiver as pontas, melhor para a sociedade.

(Isso implica, por exemplo, em criar a autonomia de pensamento, através da educação, como tivemos campanhas de alfabetização que nos permitiram criar as democracias europeias.)

Assim, o liberalismo da vez precisará ter uma análise histórica de como podemos descentralizar as redes do momento, permitindo mais poder para as pontas para que o indivíduo tenha mais e mais poder diante da sociedade.

Descentralizamos os reis, lutamos contra o retorno da monarquia no século passado, contra as ditaduras de todos os lados e agora temos um novo desafio.

Que é a luta contra a centralização das redes criadas em nome de um falso-liberalismo.

Ou o liberalismo que foi anti-totalitarismo, mas agora se concentrou e, em nome do liberalismo, mantém redes fechadas.

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O liberalismo contemporâneo está diante de uma Revolução Cognitiva, com a chegada de mídias descentralizadoras.

  • Todo o movimento liberal anti-monárquico é filho do papel impresso;
  • O liberalismo anti-totalitarismo viveu fortemente sobre a influência dos meios eletrônicos de massa;
  • E o liberalismo digital será filho da Internet.

Temos um novo ciclo de descentralização das redes.

E vamos percebendo que há uma relação estreita da luta pela liberdade com as tecnologias cognitivas e a conjuntura tecno-ecológica.

Ser liberal, assim,  no século XXI, é implantar a sociedade digital!

E os inimigos de hoje, nas sociedades mais avançadas, são justamente aqueles que não querem que haja a descentralização das redes digitais.

E isso vai nos levar a um debate profundo, pois muitos dos que achamos “aliados” hoje estão justamente usando da sua prerrogativa de centralização para evitar mais e mais descentralização.

Assim, a luta liberal é:

  • – redes mais e mais descentralizadas;
  • – inovação digital;
  • – e a garantia que o inovador de ontem barre, por estratagemas não meritocráticos, o inovador de amanhã.

Por fim, concluo:

Se o liberal não propõe sempre a descentralização do poder mais e mais para as pontas, ele deixa de ser um liberal.

Falaremos disso mais adiante.

É isso, que dizes?

A defesa pela liberdade pode ser um veneno.

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Sempre foi assim.

Liberdade é algo como um remédio, que depende da dose.

Por isso que os pensadores clássicos defenderam a ideia da liberdade com limites justificados.

Ou seja, não se pode tolher a liberdade, a não ser quando estamos diante de algo que fere o direito de alguém.

Se eu defendo para mim uma liberdade irrestrita, estarei, de alguma forma, oprimindo o direito do outro de ser livre. Estou impondo uma liberdade irrestrita em cima de alguém.

O dogmatismo liberal é aquele que defende a liberdade como um conceito absoluto, pois ser livre é saber negociar um ambiente melhor entre a liberdade individual e a coletiva. Este ponto melhor é sempre líquido, nunca sólido e é na capacidade de conversar e dialogar e não de impor, que se consegue avançar.

E destaco a palavra negociar.

E aí temos que criar uma espécie de “libertômetro”.

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Que é a capacidade de analisar argumentos inibidores da liberdade que são razoáveis, a luz da razão. Aceita-se limites, pois fazem parte daquilo que podemos dizer que é algo que é eficaz para a sociedade, entro de argumentos razoáveis.

Quanto mais aprimorarmos nosso “libertômetro” baseado em argumentos lógicos e racionais, mais teremos a capacidade de viver a liberdade coletiva e vice-versa.

O problema contemporâneo do liberalismo é se fechar na defesa da liberdade não argumentativa, não negociada, ou um liberalismo selvagem e radical, em que a minha liberdade é inegociável, o que deixa nesse exato momento de ser liberal, pois quero impor ao outro aquilo que eu considero “liberdade”.

Liberdade, no fundo, é algo negociado dentro de argumentos lógicos, em que aceitamos os limites em nome de um bem maior, ético. Aquele que se diz um liberal e não negocia está justamente deixando de ser liberal.

E a criação de espaços cada vez maiores para que essa negociação ocorra, baseada em argumentos, em que todos possam defender seus conceitos de liberdade, seus interesses e seus pontos de vistas.

Quanto mais espaço de diálogo pudermos criar na sociedade, mais livre ela será e vice-versa.

Assim, um liberal é um defensor do diálogo honesto e eficaz e um feroz combatente dos dogmas, inclusive aqueles que falam em nome do liberalismo.

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Ninguém é mais ou menos liberal, mas apenas sabe que tem alguma ideia de liberdade, que precisa ser negociada na sociedade para que possamos juntos analisar o que são os limites razoáveis para ela.

Ou seja, a liberdade é justamente a consciência de aceitar limites baseados em argumentos consistentes, que considero que não podem ser ultrapassados, pois estarão transpondo uma liberdade coletiva.

É uma tensão constante e, por isso, alguém que se diz filosoficamente liberal é aquele que não pode ter nunca uma visão fechada do que é liberdade, pois a liberdade é construída coletivamente pelo diálogo, como os preços, com uma negociação no “mercado das visões de liberdade”.

A liberdade coletiva é uma negociação permanente das liberdades individuais.

Quem diz que sabe o que é liberdade não é um liberal, pois está querendo impor, sem negociar, um modelo fechado de liberdade, o que gera a opressão do outro, pois esta liberdade é uma liberdade fechada, sólida, individual e dogmática e não uma liberdade aberta, coletiva, líquida e flexível.

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O liberalismo é justamente a capacidade de promover diálogos em nome da liberdade e dos argumentos para chegarmos juntos na melhor liberdade possível.

O liberal, por fim, é um promotor do diálogo honesto em torno da liberdade, em que ele é um promotor, incentivador e provocador e nunca um definidor do que é exatamente o termo.

É isso, que dizes?

Vimos aqui como avança a cadeia do conhecimento humano.

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Quando temos fenômenos na sociedade que não conseguimos entender direito, normalmente temos uma crise filosófica.

Há algo que pensávamos sobre o ser humano, no âmbito filosófico, que não bate com a realidade.

A realidade está batendo à porta e nos dizendo que ela não está se encaixando nos nossos paradigmas.

O grande equívoco filosófico do século é nos acharamos seres naturais e não tecno-seres.

Ou nos vermos como uma espécie animal especial e não uma tecno-espécie.

Gosto dessa frase que saiu nas aulas:

“Somos naturalmente tecnológicos, pois somos tecnologicamente naturais”.

Nossa opção pela tecnologia define a espécie.

Qual a diferença? O que muda?

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A filosofia que nos leva à tecno-espécie demonstra que somos muito mais influenciados pela tecnologia do que supunha nossa vã filosofia.

E isso altera tudo que vem embaixo, principalmente as teorias sociais, todas elas.

Podemos pensar a história humana marcada por momentos em que temos determinadas tecnologias que nos limitam as ações diante da natureza e momentos que superamos estes limites.

Ao superar limites, abre-se um gap entre o que não podíamos fazer e passamos a fazer, que nos permite recriar a cultura. Ou seja, a cultura é limitada e fortemente influenciada pelos momentos em que superamos barreiras ecológicas, via tecnologia.

 

Além disso, temos que separar diferentes categorias tecnológicas, com duas principais:

  • – as tecnologias de superação de limites físicos;
  • – as tecnologias de superação de limites cognitivos.

As de superação de limites físicos tem um impacto menor daquelas que superam limites cognitivos, pois o epicentro da espécie é o cérebro e quando ele supera barreiras, podemos ir mais longe para criar novas tecnologias.

Momentos da sociedade em que há a massificação de tecnologias de superação de limites cognitivos são marcantes para a nossa história.

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Há dois tipos de tecnologias de superação de limites cognitivos:

  • – as que concentram as ideias (rádio e televisão);
  • – as que descentralizam (livro impresso e internet).

Podemos dizer, assim, que a massificação das tecnologias de superação de limites cognitivos que descentralizam ideias é o fenômeno humano mais marcante da nossa história, pois quando ocorrem a espécie entra em processo de mutação.

Se abre um gape entre os limites cognitivos pré-expansão e o potencial que podemos ter depois, todas as atividades sociais, políticas e econômicas passam a ser passíveis de alteração.

O grande equívoco teórico, portanto, que é motivado pelo filosófico, dito acima, é considerar que a nossa história é marcada por algo diferente do potencial que passamos a ter com as novas ferramentas que nos empodera.

 

 A filosofia é uma espécie de STF do pensamento humano, um último recurso para analisar problemas teóricos e metodológicos de primeira e segunda instância.

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  • A filosofia e nem a teoria “encostam” na realidade.
  • Elas formulam metodologias, que, elas sim, atuam.

Quando temos uma metodologia ineficaz, podemos ter:

– problemas de implantação, que é apenas de como se implanta.

Ou problemas teóricos e filosóficos que estão embutidos na metodologia.

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Ou seja, há uma filosofia ou uma teoria que embasou a metodologia que tem problema.

É preciso, quando é este o caso, que um teórico possa analisar a metodologia, a teoria e a filosofia que lhe deram origem para que possa entender qual revisão precisa ser feita.

Quando Marx, por exemplo, diz que o papel do filósofo é de mudar a realidade e não pensar sobre ela, no fundo ele está transformando a filosofia em uma metodologia, tirando a capacidade de repensá-la.

Ou seja, quando isso se confunde, temos um dogma, que nada mais é do que uma metodologia que tem que ser aceita sem a ajuda filosófica de revisão das concepções.

Há limites que são oriundos de interesses legítimos da sociedade, tal como a defesa do meio ambiente, saúde, relações humanas. E há aqueles que são anti-liberais por princípio, que desejam aumentar o estado por uma questão de poder, que também é danoso para a sociedade.

Há uma relação pendular no liberalismo.

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  • Quanto mais controle houver da informação, mais a tendência teremos de um liberalismo selvagem.
  • E quanto mais a informação for disseminada, mais teremos um liberalismo humanista.

Note que o liberalismo é o incentivo à iniciativa privada, com liberdade de ação.

Liberdade de ação depende dos limites que a sociedade tem para se impor.

Sim, toda ação humana tem limites que devem ser impostos pela sociedade, pois uma organização está dentro de um contexto social.

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Não há liberdade total, pois a liberdade total não é liberdade, mas imposição da vontade de um que tem a liberdade total sobre o outro que não tem.

O que é preciso ver é a qualidade da liberdade e da imposição que está se discutindo e para isso serve o discernimento.

Se há dogmatismo, a primeira coisa que dança é o discernimento entre o que é um limite razoável e o que é um limite anti-liberal sem propósito.

Assim, todo o liberalismo terá uma variação de mais ou menos limites impostos pela sociedade.

Há limites que são oriundos de interesses legítimos da sociedade, tal como a defesa do meio ambiente, saúde, relações humanas. E há aqueles que são anti-liberais por princípio, que desejam aumentar o estado por uma questão de poder, que também é danoso para a sociedade.

É preciso fazer uma separação entre os dois.

O que se pode discutir é quem dá esses limites e isso vai no encontro da tecno-democracia digital, na qual é possível ter a maior participação da sociedade, em uma espécie de descentralização dos limites, que antes eram centralizados e anti-liberais por dogma e não por conceito.

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Vivemos, como a chegada da Expansão Cognitiva, com mídias descentralizadoras, o fortalecimento do liberalismo humanista, pois a sociedade não vai aceitar um conjunto de visões em nome de “liberdade plena das empresas” que prejudiquem a sociedade.

Haverá menos espaço para o liberalismo selvagem e um fortalecimento do liberalismo humanista.

É preciso separar os dois.

É isso, que dizes?

CELEBRIDADE DE MISSA

Celebridade é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade. (Esta definição do Wikipédia já era.)

http://nepo.com.br/2014/12/15/celebridade-de-missa/

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Era assim, pois ou você ia para os filtros de massa, ou não era “conhecido”.

Ou podia ser conhecido em um determinado círculo.

Hoje, há o que podemos chamar a passagem da celebridade de massa para a celebridade de missa.

A Internet, como o livro impresso fez também, permite que pessoas com menos apelo possam ser conhecidas por menos gente.

Ou seja, há mais espaço para que mais gente possa “fazer sucesso” em espaço menores.

É um tipo de celebridade de nicho.

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Nossos egos, entretanto, tanto para admirar como para ser admirado ainda funcionam com o critério da celebridade de massa.

Quando se aparece em um meio de massa, mesmo que tenha pouca audiência se está “na televisão”.

Quando se aparece em um meio digital, mesmo que tenha mais audiência, não é considerado “cool”.

A nova geração não pensa assim, mas a antiga pensa.

Isso muda muito a maneira que procuramos reconhecimento, pois antes podia se ter uma frustração de não ter um dado reconhecimento de massa, hoje é esperto, quem batalha e fica satisfeito por um reconhecimento de missa.

Todo o ser humano quer reconhecimento e o que era extremamente violento é que apenas alguns podiam ser reconhecidos pela massa.

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Hoje, se dividiu as fatias das celebridades e isso é mais saudável para a sociedade.

Ser uma celebridade de missa é muito bom, tirando os exageros.

Que dizes?

O MERCADO DAS PESSOAS

O mercado é necessário para que nas trocas, a inteligência coletiva possa definir valor e confiança das transações. Quanto mais complexo forem os processos, mas dependentes ficaremos do mercado.

http://nepo.com.br/2014/12/15/o-mercado-das-pessoas/

 

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A complexidade atual vai exigir que todos estejamos dentro de uma espécie de bolsa de valores das pessoas.

Chamo isso de reputacionismo digital.

Reputação sempre houve, mesmo no mundo oral.

Com a informática, passamos a ser avaliados “na praça”, através dos computadores.

E agora vamos ter estrelas, curtidas, notas nos acompanhando.

Li que o projeto do Google Glass anda em crise, mas acredito que ele vai mais adiante ajudar nesse aspecto.

Google Glass Prescriptions

Você vai ligá-lo para definir que lugar quer sentar e em que mesa, como que garçom. A cada produto terá alguma referência do mesmo, pois haverá uma conexão do produto com o seu óculos. Mesmo digo no táxi, no barraqueiro da praia, no flanelinha, etc…

Hoje, já ocorre isso com o celular.

Tudo isso se relaciona à necessidade humana de lidar melhor com a complexidade.

Quanto mais gente no mundo, menos desperdício deve haver.

E toda a informação que pudermos ter para tomar decisão com mais precisão, será bem-vinda.

Assim, podemos ver quem dos nossos amigos compra um dado produto na prateleira do supermercado, e ter alguma referência.

Se não for no Google Glass vai ser de outra maneira.

Isso é o aprofundamento do lado mercado.

O mercado é necessário para que nas trocas, a inteligência coletiva possa definir valor e confiança das transações. Quanto mais complexo forem os processos, mas dependentes ficaremos do mercado.

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Todos estaremos expostos à avaliação, não seremos mais empregados, escondidos por trás de muros das organizações e dos gerentes, mas seremos fornecedores, como já é hoje no Mercado Livre, na Estante Virtual ou no Taxibeat. Viveremos das boas recomendações e lutaremos para isso. É a neo-tecno-meritocracia em ação.

Será um mundo mais meritocrático e o que vai definir esse sobe e desce serão os algoritmos, aonde estará a briga de poder.

Haverá mil problemas e mil soluções.

O mundo não será pior e nem melhor, mas mais adaptado para 7 bilhões de pessoas.

É o preço que viveremos.

Seremos meio formigas deixando rastros não para ser formigas, mas para continuarmos sendo humanos.

Minha defesa é o resgate do liberalismo ético, humano e a favor da livre iniciativa, que poderá ser conquistado com mais e mais tecnologia, quebrando antigos modelos concentradores, não com regulação, mas com inovação.

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Do Wikipédia:

“”Os liberais defendem uma ampla gama de pontos de vista, dependendo de sua compreensão desses princípios, mas geralmente apoiam ideias como eleições democráticas, direitos civis, liberdade de imprensa, liberdade de religião, livre comércio e propriedade privada.”

Assim, não podemos dizer que existe um pensamento liberal, mas vários pensamentos liberais, até por que quanto mais o liberalismo vai ou foi se tornando hegemônico, mas variações vão haver de seus princípios.

Acredito que vivemos hoje uma crise do pensamento liberal, pois hoje se confunde liberalismo com concentração, defesa de monopólios, defesa das empresas frente à sociedade, tendo assim uma falta de ética.

Não existe liberdade total, já que toda liberdade vem acompanhada de responsabilidade para com o outro.

A meu ver, o liberalismo navegou na contração das ideias, diante da concentração de ideias e poder e fez com que as organizações, que se dizem liberais, passassem a ter muito mais peso na sociedade do que a sociedade peso diante das organizações.

O que digo é que as organizações passaram a se servir da sociedade e não mais servir à sociedade. Do meu ponto de vista, o liberalismo deve defender organizações que querem empreender, dentro de um compromisso ético e significativo de prestar um serviço à sociedade.

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A chegada da Internet inverte justamente é a que inverte a lógica do jogo e pressiona as organizações a serem mais éticas do que eram antes. E isso impacta no liberalismo, que deve procurar suas raízes descentralizadoras e o seu papel de servir a sociedade e não se servir dela.

Não de pode dizer que isso “não é liberalismo”, mas isso é MAIS UMA interpretação possível do liberalismo.

Do que eu chamo de pós-liberalismo ou tecno-liberalismo, que vai rever conceitos liberais que levaram à sociedade a algumas crises que está nos legando um retorno fundamentalista/populista no mundo.

A impressão que se tem que existe um segmento da sociedade insatisfeita o anti-sistema e o pessoal do sistema que é o liberal, o que, a meu ver, é falso.

O problema é que o liberalismo se acomodou e passou a ser confundido com capitalismo monopolizado e isso é preciso separar.

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Quando, na verdade, o atual modelo da sociedade centralizador, a meu ver, é anti-liberal, interpretando o liberalismo de uma forma a manter baixa a taxa do mérito e da inovação, sufocando a livre iniciativa e a competição, a base do que sugere o modelo liberal.

Quando alguém diz que o liberalismo é isso ou aquilo, o que ele está dizendo é a interpretação do que ele acha que é o liberalismo, que pode ser mais ou menos próxima do que é a visão hegemônica hoje.

 Minha defesa é o resgate do liberalismo ético, humano e a favor da livre iniciativa, que poderá ser conquistado com mais e mais tecnologia, quebrando antigos modelos concentradores, não com regulação, mas com inovação.

É isso, que dizes?

 

A crise do capitalismo hoje é justamente quando quem detém a concentração do capital e da baixa taxa de meritocracia se diz liberal, quando, na verdade, não é. 

Todo o pensamento tem uma expressão tóxica.

(Texto baseado neste artigo: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1990)

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É quando deixa de ser um pensamento aberto e passa a ser um dogma.

O liberalismo tóxico, vou definir este conceito,  é a defesa da liberdade das empresas como um fim em si mesmo, como se a empresa não fizesse parte da sociedade e tivesse as suas responsabilidades.

É esse tipo de liberalismo tóxico, que vai contra os conceitos fundadores do liberalismo, que têm ampliado a concentração e a redução da meritocracia da sociedade, tornando o liberalismo uma ferramenta de manutenção da concentração e não de descentralização do mérito e das oportunidades.

A meu ver, as empresas têm a função de resolver problemas na sociedade e recebem uma gratificação por causa disso, que chamamos hoje de lucro.

Acredito que o objetivo é resolver o problema e a motivação é o lucro. E o lucro deve ser socialmente aceito, desde que os problemas sejam resolvidos, dentro de determinados princípios éticos.

A sociedade deve criar instrumentos para evitar que essa liberdade passe por cima de alguns critérios éticos, tal como:

  • – prejudicar a sociedade e os consumidores;
  • – impedir a concorrência.

Toda liberdade deve ser acompanhada de responsabilidade.

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O liberalismo, entendo eu, deve se basear na defesa do mérito e na redução da desigualdade de oportunidades.

Assim, uma empresa que tem um negócio de material de hospitais não pode abrir um empreendimento de auditoria de material hospitalar, pois há um conflito de interesses aí. É anti-ético.

Talvez, mais do que a liberdade que é um conceito abstrato, pois tem que se falar de direitos e deveres.

E a defesa da liberdade pode entender limites como inimigo, quando, na verdade, é algo positivo para a sociedade.

Temos que pensar o pós-liberalismo ou o tecno-liberalismo como a defesa do mérito e o espaço para que o mérito sempre seja defendido.

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Quando um Google, por exemplo, começa a abrir diferentes negócios e passa a usar a sua busca para favorecer os novos negócios, em detrimento do mérito, temos um problema da liberdade do mérito, pois a taxa de mérito está caindo.

Ou seja, não se pode confundir liberdade pela liberdade com a liberdade pelo e com o mérito. Liberdade não pode ser confundido com “tudo deve ser possível”.

A crise financeira recente nos EUA foi justamente quando o capital concentrado passou a ter uma influência além do que deveria no Governo e nas agências fiscalizadoras. A sociedade ficou desprotegida.

Se o liberalismo não vai contra essa perda do mérito, o que acontece é que ele passa a ser o anti-mérito.

A crise do capitalismo hoje é justamente quando quem detém a concentração do capital e da baixa taxa de meritocracia se diz liberal, quando, na verdade, não é. 

E é do pensamento liberal defender os pequenos empreendedores diante dos grandes quando o jogo começa a se desequilibrar, tirando o mérito da disputa.

Não é possível que uma empresa possa abrir todo o tipo de negócio, quando um negócio tem um conflito de interesse em relação a outro.

Falei mais sobre isso aqui:

É isso, que dizes?

As organizações sociais se ajustam ao modelo de colaboração de massa praticado na sociedade.

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O modelo de colaboração de massa é um misto entre demografia e tecnologias cognitivas disponíveis.

A colaboração de massa regula a capacidade que a sociedade tem diante do poder tanto público quanto privado.

O que viemos hoje é o aumento radical da colaboração de massa da sociedade com organizações que estavam PRATICANDO um modelo passado.

Ou seja, hoje o cidadão/cidadã está aumentando radicalmente a capacidade de produzir colaboração de massa e exige que as organizações passem a trabalhar no mesmo modelo.

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Para isso é preciso que os especialistas de colaboração de massa criem produtos e serviços já no novo ambiente, que permita introduzir a participação efetiva, como poder de decisão, de fora para dentro.

Necessariamente para que isso seja possível e eficaz é preciso passar um naco de poder dos atuais intermediadores dos processos para algoritmos capazes de lidar com a colaboração de massa digital.

Por isso, que a passagem é dolorosa, pois o modelo de poder hoje é feito pela intermediação de processos, que terão que ser repassados para o novo.

É isso, que dizes?

O que marca a macro-história humana são dois elementos:

  • – tamanho da espécie e a complexidade que gera;
  • – tecnologias cognitivas para lidar com a complexidade.

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No que podemos estudar até o momento, podemos dizer que:

  • – quando temos picos de aumento demográficos, teremos a tendência à centralização de poderes e ideias;
  • – só haverá descentralização se houver uma redução da demografia ou o surgimento de novas tecnologias cognitivas, que permitam aumentar a taxa de colaboração de massa.

Nos últimos 500 anos, tivemos:

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  • A expansão com o papel impresso e a contração com as mídias de massa.
  • O aumento radical da população, em função da nova Governança da Espécie.
  • A chegada ao “fundo do poço” em função da concentração e aumento populacional, pois temos pouca diversidade com muita complexidade.
  • E o início, com a Revolução Cognitiva Digital, de um novo ciclo que nos levará à uma nova Passagem da Governança da Espécie.

Se a teoria está se aproximando dos fatos, podemos dizer que no futuro teríamos:

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Por que posso arriscar a dizer isso?

Por que a espécie demanda complexidade e a saída que temos para lidar com ela é reinventar, como uma boa tecno-espécie que somos, novas tecnologias cognitivas descentralizadoras para implantar modelos de Colaboração de Massa ainda mais sofisticados para lidar com ela.

Tenho trabalhado com a ideia da evolução sistemática da colaboração de massa dos seres humanos, que se dá no âmbito econômico com os mercados e no âmbito político com as representações.

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Uma Revolução Cognitiva nos possibilita ampliar a colaboração de massa em dois níveis:

  • – dá mais liberdade para que as ideias circulem, gerando mais autonomia para os indivíduos;
  • – e possibilita criar, com isso e por causa disso, novas ferramentas de tomada de decisão.

Quando temos uma Revolução Cognitiva que se caracteriza com a massificação de uma nova Tecnologia Cognitiva descentralizadora, temos como consequência um aumento da taxa da colaboração de massa na sociedade. 

O que antes não era tecnologicamente possível antes, passa a ser agora.

E isso nos leva a uma macro-movimento de mudança da espécie, no qual um conjunto de inovadores tentará interpretar esse macro movimento e transformá-lo em produtos, serviços, filosofias, teorias, metodologias, tecnologias, leis, normas, partidos, movimentos sociais e políticos.

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Vou arrisca a dizer que os macro-movimentos de mudança na sociedade são provocados por:

– a complexidade demográfica;
– e as tecnologias cognitivas que temos para lidar com ela.

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Os movimentos sociais, políticos e econômicos trabalham, a partir dessa conjuntura (demografia e tecno-ecologia) procurando criar elementos para lidar com estas nova oportunidades.

Assim, podemos dizer que os movimentos liberais políticos e econômicos dos séculos passados não foram criadores do movimento de descentralização, mas foram interpretadores deste movimento, atendendo a uma demanda de descentralização para criar sociedades mais sofisticadas com o aumento da taxa de colaboração de massa.

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Criaram na verdade a Governança da Espécie Impressa (e depois eletrônica), através dos conceitos chaves que foram: a livre iniciativa e a alternância de poder, via voto, inovando o modelo dos gregos.

Toda vez que temos esse salto enter uma Governança e outra há a necessidade de eliminar um intermediário que está atrapalhando.

No passado foi o rei e hoje são as organizações que querem intermediar processos, onde já se pode implantar a colaboração de massa digital.

O tecno-liberalismo que é o movimento político e econômico que visa implantar a Colaboração de Massa na sociedade, trazendo e implantando, na verdade, uma nova Governança da Espécie mais sofisticada diante de um mundo com uma complexidade demográfica de 7 bilhões.

A colaboração de massa é incentivadora da decisão de massa para fazer sentido e não promotora da enrolação de massa.

Muita gente fala da Internet e blá, blá, blá.

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Note que quando falamos do potencial da Internet para a espécie humana, olhado do ponto de vista macro, o que fará a diferença nos séculos futuros, teremos que analisar a chegada da colaboração de massa.

A colaboração de massa não foi inventada na Internet.

  • Tivemos a colaboração de massa, com pouca gente, no mundo oral, mesmo nas ágoras gregas;
  • A colaboração de massa no ambiente escrito manuscrito;
  • A colaboração de massa no ambiente escrito impresso;
  • E a colaboração de massa digital.

Há uma relação entre tamanho da população e o aumento da taxa da colaboração de massa.

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Quanto mais complexa for a demografia, maior terá que ser a diversidade da tomada de decisões, da participação da espécie na produção e nos rumos da sociedade.

Mais vozes coordenadas ajudam a sofisticar a sociedade.

Assim, quando analisamos o passado, tendo como base os últimos 500 aos, vemos que o mundo se globalizou em função da escrita impressa e criou um movimento em direção à autonomia das pontas.

Todos os movimentos que procuraram um caminho inverso, mais dia ou menos dia, geraram crises, pois a rede social criada foi pouco sofisticada para lidar com a complexidade, tal como os movimentos que tenderam à centralização.

A colaboração de massa, assim, vem para que possamos aumentar a diversidade das decisões e permitir que as redes sociais sejam mais descentralizadas para lidar melhor com a complexidade.

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Teremos movimentos que nos levarão:

  • – para o passado, querendo centralizar as redes, como uma reação fundamentalista ao novo;
  • – o movimento de querer manter tudo do jeito que está;
  • – e o movimento inovador que quer implantar estas novas redes para descentralizar ainda mais a sociedade.

Assim, especialistas de colaboração de massa, seja em que área for, têm como a missão aumentar a taxa de colaboração de massa, dando poder às pontas, alterando a atual Governança.

Vamos tirar um intermediador para reintermediar o processo em grandes Plataformas Digitais Colaborativas.

Um especialista em colaboração de massa tem um duplo papel:

  • – Ele é um técnico na implantação do novo modelo tecnológico;
  • – e ele é um ser político, pois vai introduzir uma nova governança na sociedade, com toda a resistência e persistência que isso vai demandar.

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É o momento histórico que vivemos e termos que ter consciência dele.

Por fim, digo que a colaboração de massa é incentivadora da decisão de massa para fazer sentido e não promotora da enrolação de massa.

É isso, que dizes?

 

Por que defendo o tecno-liberalismo como única saída para a espécie

http://nepo.com.br/2014/12/12/por-que-defendo-o-tecno-liberalismo-como-unica-saida/

Quanto mais complexa for a demografia em termos de quantidade e qualidade, mais teremos que descentralizar o poder, dando autonomia para as pontas e isso é justamente o que propõe movimentos liberais: autonomia econômica e política.

Por que estamos vivendo momentos de tanto conflito?

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Por que temos duas propostas na América Latina de como devem ser nossas vidas daqui por diante.

Há um movimento no continente que tem questionado de forma veemente os dois pilares da sociedade moderna, que foram as bases das Constituições de todos os países até aqui: livre iniciativa e alternância de poder.

Imagina-se colocar no lugar, um Estado provedor, dominador, controlador, manipulando segmentos mais pobres, às custas de emperrar os setores mais dinâmicos, não se cria uma sinergia entre os dois pólos, mas uma oposição perversa.

Um grupo que tem uma superioridade moral que deve ficar no poder o mais tempo possível, como tem se proposto, através da reeleição indefinida, ou campanhas eleitorais que mostram que o adversário é um inimigo que não pode voltar “em hipótese nenhuma”.

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E a tentativa de domínio do PIB pelo Estado gradualmente, como vimos no Dilma I, a criação do bolsa-empresário. Ou as estatizações do gás e do petróleo, na Bolívia e Venezuela, respectivamente.

Querem criar o “socialismo do século XXI”, que, no fundo, é um capitalismo de estado (pior do que o atual), com um modelo entre o que é Cuba (em termos de democracia direta dos amigos do poder) e a China (em termos de economia), tendo como gestor um governante carismático, que faira o papel do monarca. No fundo, é um modelo adaptado da monarquia na república – marca dos modelos populistas.

O problema é que estas propostas não são explícitas, claras, são feitas por debaixo do pano, de forma suave, sonsa.

Unconnected bridge above the Colorado River

Não estaríamos aqui perdendo tempo com estas propostas medievais e monárquicas de uma ideologia que já deu o que tinha que dar, se não:

  • – tivéssemos tido o salto chinês justamente em direção à livre iniciativa, que demandou produtos que vendíamos, algo que durou 10 anos e coincidiu com a ascensão dos governos neopopulistas;
  • – uma pós-ditadura mal digerida, na qual os fundamentalistas totalitários saíram dela como os defensores da liberdade, da honestidade e da justiça, quando vemos que não é bem assim;
  • – e as gritantes desigualdades sociais, que o modelo de capitalismo de estado que temos hoje não conseguiu vencer.

Digo a vocês que temos pela frente a necessidade de criar um novo movimento que é pós-liberal e não neo-liberal.

Qual a diferença?

O pós-liberalismo vai resgatar os conceitos dos fundadores do liberalismo, que lutaram contra os reis e os senhores feudais e tiveram no papel impresso sua grande arma de descentralização do poder. Hoje, temos que usar a Internet para poder aumentar a livre iniciativa, incluindo os mais pobres, como força propulsora e não freio, e a alternância de poder com muito mais representatividade.

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  • O movimento neopopulista quer nos levar para trás, talvez uns 100 anos;
  • O movimento neoliberal concentrador (um falso liberalismo) quer manter a atual concentração;
  • E o tecno-liberalismo ou pós-liberalismo quer descentralizar o poder e o capital, usando todos os recursos da Internet para promover as mudanças.

Diria que esse movimento tecno-liberal vai apenas procurar facilitar, com novas filosofias, teorias, metodologias e tecnologias um macro-movimento da espécie que precisa (urgente) de uma sociedade mais sofisticada para lidar com a complexidade de 7 bilhões de habitantes.

Quanto mais complexa for a demografia em termos de quantidade e qualidade, mais teremos que descentralizar o poder, dando autonomia para as pontas e isso é justamente o que propõe movimentos liberais: autonomia econômica e política.

Quanto mais tempo adiarmos esse caminho, mais sofrimento e violência serão gerados, pois teremos modelos menos eficazes para lidar com as crises que a complexidade demográfica nos impõem.

Urge crescer esse movimento.

É isso, que dizes?

Vivendo e aprendendo.

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O que eu mudarei na metodologia de laboratórios?

Gosto mais do nome agora de:

Laboratório de Colaboração de Massa.

O objetivo?

Capacitar pessoas para que possa analisar e implantar projetos de colaboração de massa para solução de problemas complexos das quais as organizações, ou na organização patrocinadora do laboratório são responsáveis.

Teremos duas redes no laboratório:

  • rede conceitual – que é responsável por pensar e definir os projetos de forma conceitual:
  • rede operacional – responsável por executar os projetos conceituais.

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Detalhando a rede conceitual:

  • A rede conceitual funciona muito bem com a criação de um conselho de especialistas;
  • Tal conselho atuará através de articulações presenciais e a distância, conforme o caso, demanda, possibilidades, que irá desenhar os projetos a serem executados;
  • Recomenda-se alguém fixo dentro da rede, com horário integral, para servir de articulador dos projetos e atividades, com uma função de secretaria;
  • O conselho deve ser formado por pessoas que fizeram o curso de capacitação em colaboração de massa;
  • O tempo de dedicação dos conselheiros gira em torno de 10% da carga horária;
  • A definição do que será feito é uma negociação entre o conselho e o gestor da organização que abriga o laboratório.

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Detalhando o laboratório operacional:

  • A rede operacional funciona muito bem com a criação de uma equipe de especialistas, com articulações presenciais e a distância, conforme o caso, demanda, possibilidades, que irá operacionalizar os projetos conceituados pela rede conceitual;
  • A equipe da rede operacional pode ser permanente ou parcial, interna ou externa, conforme o que for mais eficaz, deve ser formado, de preferência, por pessoas que fizeram o curso da capacitação em colaboração de massa, com dedicação ao projeto, conforme demanda.
  • A definição do que será executado é definido pela rede conceitual, que passa a ser a gestora do projeto, através de modelo de controle que se mostrar mais eficaz.

O objetivo do Laboratório de Colaboração de Massa é melhorar os serviços e produtos que lidem com problemas complexos, tendo como foco a melhoria de qualidade de atendimento, através do aumento gradual da participação do consumidor ou cidadão na co-criação em todas as etapas dos produtos e serviços, desde a concepção até a pós-venda.

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Não se trata de implantação de projetos tecnológicos, mas de uma mudança de Cultura de Gestão e de Governança, que implica necessariamente na forma de tomada de decisão e execução dos projetos.

É isso, que dizes?

Tirar o intermediador e não colocar a colaboração de massa no lugar não é criar um projeto 3.0, mas a Casa da Mãe Joana 3.0.

Estamos vivendo a crise dos serviços de táxis digitais.

Vejam duas notícias:

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http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/nova-deli-proibe-todas-empresas-online-de-taxi-apos-caso-de-estupro.html 

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http://www.superpride.com.br/2014/12/usuarios-do-easy-taxi-denunciam-assaltos-feitos-por-motoristas-irregulares.html

O que eu tenho dito é o seguinte.

Vivíamos uma governança nos serviços de táxi regulados pelas cooperativas, quando se queria um serviço especial, que não fosse pegar diretamente na rua.

As cooperativas faziam um serviço, bem ou mal, de filtro dos motoristas problemáticos, que representavam o modelo intermediado criado na sociedade de massa, desde a chegada do papel impresso.

Ou seja, a governança tinha um intermediador regulador.

Para que esse intermediador regulador analógico possa sair do circuito, você tem que colocar algo no lugar que possa fazer a filtragem dos picaretas que vão desregular o serviço, pois o mundo digital não acaba com a desonestidade, mas pode ser uma ferramenta para reduzir, de outra forma, que ela prospere.

Isso se dá na passagem da governança analógica para a digital, via reputacionismo, com o uso intenso da colaboração de massa.

No meu livro, Gestão 3.0.

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Eu falava justamente dos aplicativos de táxi e apontava que o modelo só seria sustentável se adotado o critério do Taxibeat, que permitia a escolha do motorista pelo passageiro, através da experiência coletiva e compartilhada de outros usuários, como passou a ser o padrão na Internet em outras áreas, tal como Mercado Livre, Estante Virtual, Airbnb.

Tirar o intermediador e não colocar a colaboração de massa no lugar não é criar um projeto 3.0, mas a Casa da Mãe Joana 3.0.

O papel do especialista em colaboração de massa é justamente permitir que os ambientes de produção possam ser confiáveis, através da auto-gestão dentro da Plataforma Digital Colaborativa.

O especialista tem como missão, via colaboração de massa:

  • – reduzir fraudes;
  • – vandalismo:
  • – e aumentar o grau de confiabilidade dos serviços e produtos.

A saída que teremos para evitar retrocessos e problemas cada vez mais graves é adotar a colaboração de massa. Um ambiente de uso de táxi  que não é cooperativa e não tem reputacionismo, é um vácuo entre dois mundos, o analógico e o digital.

O problema, para fechar, não é só de estupro e assalto, há os mais cotidianos, tal como o taxista fechar a corrida e não aparecer, e vice-versa, sem a regulação da reputação isso não será minimizado.

É isso, que dizes?

Quando se abre uma caixa de sugestões digital e não se dá bola para o que está se colocando lá dentro. Isso é uma enrolação de massa e não colaboração de massa!

Seja um especialista

Há uma emergência pela colaboração de massa.

Co-laborar é trabalhar junto.

Hoje, a internet trouxe ferramentas que permitem que esse trabalho junto possa contar com a participação de muito mais gente, através de algorítimos, que regulam as relações e as interações entre as pessoas para permitir uma tomada de decisão com mais diversidade.

Ou seja, a colaboração de massa pressupõe que haverá decisões cada vez mais qualificadas, que incorpora as contribuições dos usuários para melhoria dos processos.

Ou seja, passa a ser o núcleo criador de uma nova Governança da Espécie, que é a possibilidade de se decidir com muito mais gente sem a perda de produtividade.

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Colaboração de massa é, assim, decisão de massa.

Quando se abre uma caixa de sugestões digital e não se dá bola para o que está se colocando lá dentro. Isso é uma enrolação de massa e não colaboração de massa!

A colaboração de massa é a nova ferramenta humana para lidar com problemas complexos com mais diversidade e eficiência.

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Se não gera eficiência, reduz custo e melhora os processo para todos ou não é colaboração de massa, ou está sendo pessimamente desenvolvida.

 

Ontem, ministrei a sexta aula para a turma avançada da Iplan, quando discutimos sobre detalhes do laboratório.

A aula em particular pode ser vista aqui:

Todos os áudios desse curso podem ser vistos aqui:

Mas senti necessidade de detalhar, ao discutirmos um possível projeto de fiscalização de transporte 3.0,  uma classificação relevante sobre esse tipo de projeto com uso intenso de colaboração de massa.

Há dois tipos possíveis de colaboração de massa:

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  • Decisão direta do usuário – a plataforma é feita para entregar ao usuário a decisão, como é o caso do Mercado Livre, ou TaxiBeat. Há o reputacionismo de cada fornecedor e o usuário, a partir dos dados disponíveis de cada um, toma a sua decisão.
  •  Decisão indireta do usuário – a plataforma é feita para criar mecanismo que levem CADA VEZ MAIS a colaboração do usuário, mas a decisão não pode ser direta, pois não há possibilidade de escolha, como é o caso de transporte público, por exemplo.

São duas realidades diferentes.

Na primeira, o processo é mais fácil, pois o especialista de colaboração de massa apenas entrega o reputacionismo e deixa por conta do usuário criar o mérito, usando o que tem disponível para a tomada de decisão.

No segundo caso, é mais complexo, pois todo o processo terá se que ser alterado, pois o peso que a colaboração terá que ter não depende apenas do usuário, mas que todo o sistema se adeque para que o peso do usuário seja cada vez maior.

Vejamos a figura:

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E aí vamos ter duas situações distintas.

  • As plataformas de colaboração de massa que serão utilizadas para fiscalização de terceiros, que o Estado fiscaliza pelo e para o cidadão;
  • E as plataformas de colaboração de massa que serão utilizadas para a fiscalização do serviço do próprio Estado.

As duas implicam mudanças culturais e resistências distintas, mas que devem ser analisadas na implantação pelos especialistas.

É isso, que dizes?

 

 

Vejamos a imagem abaixo:

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Note que aumentos demográficos não pedem licença. Eles acontecem.

E quando acontecem elevam o problema da complexidade humana.

É possível controlar o crescimento populacional, o que poderia ser um ato voluntário da sociedade, mas quando se deixa crescer livremente está se criando um movimento autônomo da espécie, que altera a ecologia humana.

Ou seja a Ecologia Humana é FORTEMENTE influenciada pela demografia, pois 30 milhões de brasileiros em 1900 têm uma demanda bem diferente do que 200 milhões, em 2014. 

O movimento ecológico demográfico, assim, é um fenômeno autônomo, pois IMPÕE uma agenda para toda a sociedade, pois todos os dias há demandas de pessoas que precisam sobreviver.

Isso não é algo adiável, mas uma demanda diária.

Outros animais resolve este problema na própria ecologia.

Os seres humanos, além da ecologia tem a seu favor, pela característica da espécie, a tecno-ecologia, que passa a ser pressionada por soluções, a partir dos problemas ecológicos, que tem na demografia uma dos fatores principais de preocupação.

A tecno-ecologia tem dois movimentos culturais:

tecno_ecologia

  • A tecno-cultura que tem os autores das tecnologias, que conseguem produzir novas tecnologias;
  • E os usuários de tecnologia, que, como o uso, passam a criar novas tecno-culturas.

Mas a produção da tecnologia não é cultura?

Sim, é cultura, mas é uma cultura de nicho daqueles que podem criar tecnologias.

Quem cria tecnologias, entretanto, imagina como pode ser o seu uso, mas não exatamente como será.

O uso da tecnologia é, por si só, criador de uma nova cultura de uso.

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O que quero dizer com tudo isso é que existem movimentos que têm uma certa autonomia na sociedade, que são, pela ordem:

  • – o crescimento demográfico e a complexidade que traz, no que estamos chamando de ecologia humana;
  • – e as tecnologias que se desenvolvem e criam cultura, limites e possibilidades, principalmente as cognitivas.

Assim, quando temos picos demográficos, vamos ter como consequência pressão na tecno-ecologia por novidades.

Enquanto a novidade não chega os ajustes passam a ser culturais, com mudanças sociais, econômicas e políticas dentro da mesma tecno-ecologia.

Quando surgem novas tecnologias cognitivas há uma quebra de paradigma e podemos começar a recriar um novo ambiente cultural, alterando radicalmente ao longo de tempo o social, a economia e a política.

É isso, que dizes?

 

 

 

homo-sapiens-neanderthalensis (1)

Podemos dizer que vivemos hoje o fim de um longo ciclo do Ambiente de Pensamento Analógico, iniciado com a Revolução Cognitiva do papel impresso, iniciado em 1450, quando a escrita, finalmente, se massificou.

Naquele momento nossos antepassados conceberam o mundo que vivemos, o que chamamos de Sociedade Moderna Ocidental, que hoje é praticamente global.

Estamos saindo da etapa do Homo Sapiens 2.0, que tem um cérebro impresso-eletrônico e indo para uma nova mutação da espécie do Homo Sapiens 3.0, que viverá sob a égide de um cérebro digital.

O Homo Sapiens 2.0 teve duas etapas:

  • – a de criação da nova Governança até 1800;
  • – e o da consolidação da mesma de 1800 até 2004, quando a Internet entra no processo de massificação com a chegada da banda larga.

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O primeiro desafio que tivemos foi o de conseguir vencer o modelo monarquia-igreja, criando um novo modelo de sociedade mais descentralizada, que nos legou um cérebro com mais autonomia, mas essa autonomia esbarra hoje em novas desafios.

Precisamos ser mais autônomos do que somos, pois a complexidade é muito maior, entrando em um novo ciclo de reflexão e na construção de um novo Ambiente de Penamento, que nos levará a uma nova sociedade.

Muitos dirão que não podemos falar da espécie como um todo, pois temos diferentes modelos no momento. Mas uma Governança da Espécie mais sofisticada será sempre adotada pelos centros de decisão do planeta.

Ou seja, aonde houver a maior carga de decisão nestes lugares a Governança da Espécie será adotada.

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O pensamento analógico escrito-eletrônico deu o que tinha que dar.

E viveu nos últimos 100 anos, sob a égide da concentração das ideias, no movimento de contração, o que abafou a autonomia de pensamento.

Temos agora a missão de, novamente, resgatar os pensadores clássicos da renascença grega e da renascença escrita impressa para construir a renascença digital, que será responsável pela criação do novo Ambiente de Pensamento, que será a estrada por onde os Homo Sapiens 3.0 vão caminhar.

É isso, que dizes?

AMBIENTE DE PENSAMENTO

http://nepo.com.br/2014/12/09/ambiente-de-pensamento/

O ambiente de pensamento é a capacidade que temos para lidar com a complexidade.

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Nosso cérebro não é estático.

Ele é co-dependente das Tecnologias Cognitivas, já que o ser humano tem um tecno-cérebro e os outros animais têm cérebros.

A plástica cerebral de um humano que não sabe ler é diferente de um que sabe.

Assim, a espécie é mutante, conforme as tecnologias cognitivas que temos.

Quanto mais gente tivermos no planeta, mais nosso cérebro terá que se adaptar a nova complexidade.

A primeira mudança da espécie mutante é o aumento demográfico, que cria a latência por mudança, pois começamos a ter um cérebro menos sofisticado do que pede o contexto.

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Saltos demográficos são acompanhados, pela ordem:

  • – de novas tecnologias cognitivas;
    – por mudanças no cérebro;
    – pela criação de um novo ambiente de pensamento;
    – que se reflete em um ambiente social.

O ambiente social, assim, é reflexo direto da complexidade demográfica.

  • Quando temos aumento de complexidade, teremos, no primeiro momento, um movimento de contração da diversidade da espécie, com centralização, criando mídias centralizadoras e uma sociedade que abafará a subjetividade para poder gerenciá-la, consolidando a governança atual, com mudanças, no máximo incrementais.
  • Quando temos aumento de complexidade, teremos, no segundo momento, um movimento de expansão da diversidade da espécie, com descentralização, criando mídias descentralizadoras e uma sociedade que incentivará, de novo, a subjetividade para poder usá-la como ferramenta de inovação para criar uma governança mais sofisticada, será um movimento de mudanças radicais.

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O primeiro passo da chegada de uma nova Governança da Espécie é a mudança cerebral que o próprio uso das novas Tecnologias Cognitivas promovem no cérebro.

Este movimento é involuntário e provoca mudanças de percepção e emocionais, mas sem a consciência do que está em jogo, como as manifestações de 2013, no Brasil e outras em todo o mundo.

Há, no segundo momento, um processo de conscientização das mudanças e o início da formulação de novas premissas, explorando a nova conjuntura tecnológica e as sensações que o cérebro passa a provocar, dentro de um novo ambiente social, já com a nova tecnologia emergente.

Esse movimento de tentar compreender as novas possibilidades (do lado de fora) e estas sensações de mudança (do lado de dentro) é o que podemos chamar de criação de um novo Ambiente de Pensamento, que será o gerador de um novo Ambiente Social, com propostas concretas de alterações do que eu chamo de Tecnologias Sociais (leis, métodos) para produzir (economia) e decidir os rumos das nossas vidas (política).

A criação do Ambiente de Pensamento, ou do novo Ambiente de Pensamento é o movimento racional que precede o movimento de uma nova Governança da Espécie, que será feito por filósofos e teóricos, que estão já vivendo o novo Ambiente Cognitivo.

Normalmente, como no passado, a construção desse novo Ambiente foi feito de fora para dentro das organizações tradicionais.

É isso, que dizes?

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Vivemos na América Latina o retorno do debate pré-1964.

De um lado um discurso anti-liberal e do outro um liberal.

A ditadura resolveu fechar as portas e criou um intervalo de tempo, em um país fechado, nem liberal e nem anti-liberal, mas um tipo de capitalismo de estado forte.

O debate foi enterrado e está renascendo agora.

Voltamos ao ponto de partida, pois tudo que é mal vivido, volta.

O neopopulismo prega uma cultura anti-liberal.

Não é um movimento comunista e nem socialista (que é um nome charmoso do comunismo), mas tem uma cultura anti-liberal, uma frente anti-liberal difusa, sem argumentos, apenas com ações e práticas centralizadoras.

Note que o liberalismo surgiu como uma forma de desbancar a monarquia e os senhores feudais, com a proposta de uma sociedade laica e não centralizada, sem um soberano, mas com rodízio de governantes, via voto, imitando algo da Grécia, que chamamos de alternância de poder.

Este modelo é anos luz mais sofisticado do que tínhamos até então, viva os liberais!

Houve um longo processo para isso, através de uma autonomia de pensamento , via papel impresso, que nos permitiu lidar melhor com a complexidade, através de uma rede de agentes, via livre iniciativa + alternância de poder.

O movimento anti-liberal, que começou pela própria monarquia, depois ganhou um viés comunista, nazi-socialista, fascista, capitalista de estado foram movimentos contra a descentralização.

Sim, isso mesmo o movimento liberal foi um movimento pela descentralização de poder e do capital, que nos trouxe até aqui (depois vou falar da crise que vivemos hoje do que podemos chamar de neoliberalismo concentrador).

O movimento liberal, na sua raiz, é pela descentralização de poder e do capital, da livre iniciativa, como uma forma de lidar melhor com a emergente complexidade.

Há muito de resgate do pensamento monárquico e religioso, medieval, na luta anti-liberal.

O liberalismo por acreditar em redes descentralizadas é muito mais próximo desse novo mundo que estamos entrando, através do que eu chamo de um tecno-liberalismo, do que um movimento monárquico-medieval-religioso do controle de um centro sobre a sociedade, com redes verticalizadas.

Assim, quando vemos o bipartidarismo americano, temos um ambiente a meu ver primitivo, de nós e eles, mas há um entendimento tácito do pós-liberalismo como base para os dois partidos.

Eles dizem: “somos liberais com divergências”.

Não se questiona a rede descentralizada, a propriedade privada, a alternância de poder. O nós e eles fazem parte de uma briga de primos dentro de uma casa, mas todos aceitam que aquela é a casa que se habita.

É um debate pós-liberalismo para um aprofundamento do mesmo.

No Brasil, o neopopulismo propõe uma revisão dos fundamentos liberais, sendo duas casas propostas: uma liberal e uma anti-liberal, a briga do nós e eles não se dá com um acordo tácito de que é um pós-liberalismo aceito.

Está se questionando o que ocorreu no mundo pós-1800 em termos de evolução das sociedades modernas, se propondo um modelo mais próximo da monarquia, de um centro forte e controlador, das pessoas “do bem”.

Assim, questiona-se, por exemplo, o direito da alternância de poder, pois quando se diz “eles não podem voltar” é justamente os conceitos liberais que não podem ser aceitos pela sociedade.

Como se os conceitos liberais fossem concentrador de poder e iniciativa, que é justamente o que o liberalismo mais defende.

Há uma confusão GIGANTESCA no Brasil entre o que se chamou de “neoliberalismo concentrador” do liberalismo descentralizador, que é a origem do temo.

Ou seja, muita gente é anti-liberal para descentralizar o poder, mas está propondo uma vacina que promove mais centralização!!!!

Falta de debate.

O que está em jogo na América Latina (e talvez no mundo) é um debate longo que ocorreu na Europa no século passado e que agora volta com força, pois vivemos uma crise nas ideias liberais, mas estamos com o diagnóstico equivocado.

O que falta é a percepção do papel da tecnologia cognitiva descentralizadora nos movimentos políticos e perceber que estamos diante de uma nova etapa pós-liberal, ou tecno-liberal.

Por isso, acho que a crise liberalismo tem causas tecnológicas, falarei mais disso a seguir.

 

Liberalismo (1)Muitos se horrorizam ao se falar em liberalismo, pois foram educados a pensar em neoliberalismo (algo perverso) e já ligam a bancos e a concentração de renda.

O liberalismo na sua essência, ao contrário, é o movimento de descentralização de poder, tendo o individuo como base.

As manifestações de 2013 no Brasil foram tipicamente pela descentralização, como acredito que é a base do liberalismo e seus filósofos fundadores, como Thomas Paine, que queria derrubar o rei.

O problema do liberalismo é que ele parou no tempo e seus neo-defensores não conseguem ver a Internet como a ferramenta principal para o aprofundamento das suas ideias.

São liberais que precisam ser sacudidos pela inovação.

Ou melhor, perderam o espaço da defesa de seus conceitos e não tiveram ferramentas tecnológicas para continuar descentralizando.

Tivemos no século passado, dois movimentos que jogaram o movimento liberal para o canto:

– o crescimento populacional (que aumenta a complexidade e nos leva à necessidade de homogenização e centralização da espécie);

– a concentração de ideias, que nos levou à concentração de renda e o fortalecimento das organizações, os rabos que passaram a balançar os cachorros..

A Internet é por excelência liberal, pois defende uma rede descentralizada, com um centro cada vez menos poderoso.

O início do movimento liberal foi motivado justamente pela chegada do papel impresso, que permitiu um cérebro mais sofisticado para que vivêssemos uma nova etapa de descentralização do mundo.

Agora, estamos às portas de um novo movimento tecnológico cognitivo, que nos levará a um novo ciclo de descentralização, que podemos chamar de pós-liberal.

O problema que temos: os movimentos, digamos tecno-liberais, que resgatam a força do indivíduo, através de redes cada vez mais descentralizadas esbarram nos movimento anti-liberais dos dois lados:

– de quem é anti-liberal e anti-capitalista e no fundo neo-monarquista;

– e de quem é anti-liberal e quer um capitalismo de estado centralizado, que é um falso-liberal, que jogou os conceitos dos fundadores para o fundo da gaveta.

A saída para a crise da democracia e o resgate do movimento liberal no mundo, se dá através do uso das tecnologias, que permitem agora a descentralização com sustentabilidade e diversidade, via algoritmos.

Ou seja, temos novas ferramentas para descentralizar sem perder a capacidade de gerenciar a diversidade humana, o que antes era praticamente impossível.

Assim, vamos combater a crise moderna com mais liberalismo e não menos.

Temos que promover um tipo de pós-renascença e pós-iluminismo, resgatando as ideias liberais de seus fundadores, que são muito próximas daqueles que defendem hoje o poder descentralizador da Internet, que tem inimigos de todos os lados.

E criar um movimento tecno-liberal para combater a centralização tanto dos que nunca aceitaram as ideias liberais, como dos falso-liberais, que concentram o poder e capital, criando um falso liberalismo, que todos chamam de forma equivocada de neo-liberalismo.

O tecno-liberalismo, acho eu, é a terceira via para o século XXI e é o que vai nos ajudar a superar essa profunda crise de representação que entramos, que está nos levando para alternativas que nos levam para propostas pré-1800, muitas delas medievais, fundamentalistas, semi ou completamente religiosas e dogmáticas.

O TECNO-LIBERALISMO OU O LIBERALISMO DIGITAL

O liberalismo foi a bandeira que implantou na sociedade uma nova Governança da Espécie, a República/Empresismo mais sofisticada do que o binômio Monarquia/Feudalismo. E agora tem uma missão de implantar o colaboracionismo e a República Digital.

http://nepo.com.br/2014/12/09/o-tecno-liberalismo-ou-o-liberalismo-digital/

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Comecemos pelo seguinte.

Toda vez que houver aumento da complexidade demográfica haverá uma latência pela descentralização produtiva e de representação política. É o que eu chamo de “lei do restaurante a quilo”: ao aumentar a complexidade, tira-se intermediários (o cardápio, o garçom e o cozinheiro por demanda) para permitir se ganhar agilidade e dinamismo.

Tal latência só será transformada em tecnologias políticas (leis e métodos) quando houver a massificação de tecnologias cognitivas, que permitam, pela ordem:

  • – aumentar a autonomia das pontas;
  • – processar a diversidade sem perder a capacidade produtiva;
  • – criação de regras que transformem a inovação em tecnologias políticas, que apontem um novo modelo de Governança da Espécie.

Vivemos esse ciclo descentralizador com a chegada do papel impresso e estamos revivendo agora com a Internet.

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Tal movimento tem a seguinte característica:

  • – criação de um novo modelo de Governança da Espécie;
  • – que nos leva a descentralização produtiva e de representação política, que ganha um nome de movimento político, que, no passado, foi chamado de liberalismo.

Ou seja, o liberalismo foi a bandeira que implantou na sociedade uma nova Governança da Espécie, a República/Empresismo mais sofisticada do que o binômio Monarquia/Feudalismo. E agora tem uma missão de implantar o colaboracionismo e a República Digital.

Ou seja, o liberalismo analógico ou impresso veio ao mundo para conceber a nova Governança da Espécie, que nos legou:

  • – redes descentralizadas produtivas, através da livre iniciativa;
  • – propriedade privada, que consolidam estas redes;
  • – alternância de poder.

Estamos vivendo hoje um movimento similar, não igual, ao vivido por volta do século XV, XVI, com a massificação da nova tecnologia cognitiva, no qual os filósofos começaram o processo de questionamento do modelo de pensamento anterior.

Antes da mudança da Governança da Espécie mais descentralizada é preciso criar um ambiente de pensamento mais autônomo que permita que um novo modelo de autonomia seja possível.

As discussões, por exemplo, de Edgar Morin sobre pensamento complexo vão nessa direção. É a etapa inicial da criação das bases da nova Governança da Espécie, que nos levará a um movimento pós-liberal, ou tecno-liberal, ou liberal digital, no qual iremos construir um novo modelo de Governança da Espécie.

O liberalismo, assim, é um destruidor da centralização passada e um construtor da nova descentralização futura.

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O problema que temos hoje é que o movimento liberal não tomou ainda consciência da relação de suas demandas com as Tecnologias Cognitivas, desta com a complexidade demográfica e desta com a nova Governança da Espécie.

O liberalismo impresso questionou o poder do rei, da igreja e dos senhores feudais, o seu lado destruidor, tendo em paralelo o seu lado construtor da nova Governança da Espécie.

O movimento que deve ser mais crítico a tudo isso que está aí é o movimento pós-liberal, que vem justamente introduzir na sociedade uma nova Governança da Espécie, questionando quem quer atacar as ideias liberais do passado, mas também quem quer manter estagnado o modelo do presente.

Vivemos de 1800 até hoje um movimento de consolidação do liberalismo, em defesa de alguns conceitos, que acabaram se empedrando, pois o aumento demográfico nos levou necessariamente à concentração.

O liberalismo que por natureza é descentralizador, acabou se transformando em um movimento pró-centralização, impulsionado pela concentração das tecnologias cognitivas, o que o levou a ser chamado de “neoliberalismo”.

O liberalismo passou a ser um movimento conservador dos símbolos de 1800, mas sem um caráter de inovação, que agora, de novo, passa a ser possível.

O pós-liberalismo nos faz voltar aos seus fundadores, pois agora há a opção, com as novas tecnologias, como no passado, da promoção da descentralização das iniciativas e da representação política, via novas tecnologias.

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É o momento de reconstrução de uma nova Governança da Espécie, que revive o movimento pós-liberal pela descentralização de poder, com capacidade produtiva.

Este é o movimento que vai nos levar ao futuro, porém terá que combater a tendência do passado, com os movimentos neo-fundamentalistas do mundo, que querem voltar a conceitos pré-1800, ao poder monárquico e semi religioso, ainda mais incapazes de lidar com a atual complexidade.

O Tecno-liberalismo passa, assim, de movimento conservador de ideias para um movimento de inovação e renovação da Governança, que pode voltar a se chamar de pós-liberalismo ou qualquer nome que aponte para a descentralização.

É isso, que dizes?

Áudio que complementa o texto:

 

Uma saída para a Folha, caso mantenha a política, é premiar os compartilhadores.

A Folha de São Paulo é o único jornal brasileiro que conheço que resolveu adotar o modelo NYTimes para acesso a seus artigos.

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Pior que a Folha só o Valor, que não permite acessar as matérias por completo.

O Valor até consegue um certo sucesso, pois é um jornal de nicho, quase monopólio no país, com um perfil próprio, de pessoas menos afeitas à tecnologia.

A Folha, entretanto, concorre com o Estadão, O Globo, Veja e todo o noticiário brasileiro.

Assim, muita gente que quer ler a Folha, via digital, tem que pagar um valor mensal.

O modelo, igual ao do NYT, prevê que você possa acessar 10 artigos sem aparecer um anúncio que inviabiliza a leitura.

O que acaba acontecendo? Você usa um browser anônimo ou abre uma guia anônima e lê o jornal sem restrição, quando chega as 10 matérias, no mesmo dia, basta reabrir o browser que tudo volta ao normal. Ou seja, para quem tem um pouco mais de habilidade é um esforço inútil de proibição.

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Eu uso no Android, o Dolphin Zero, que me permite fazer tudo isso, mas me dificulta muito o compartilhamento de matérias.

Ou seja, a Folha aposta na qualidade, mas deixa de ser competitiva na distribuição de seu conteúdo pelos leitores, criando um hábito de leitura da concorrência e restringindo a sua entrada nas Mídias + Sociais.

Obviamente, que o jornal deve ter seus dados e isso deve estar compensando de alguma forma, do ponto de vista financeiro, não sei se na criação de novos públicos mais jovens mais adiante.

Uma saída para a Folha, caso mantenha a política, é, por exemplo, premiar os compartilhadores.

O usuário pode “pagar” em dinheiro ou pela quantidade de compartilhamentos, quanto mais compartilha, mais pontos ganha e continua a usar de graça.

Quem lê e não compartilha, pagaria.

Dentro do que pensam, que acho que é um erro estratégico, seria uma saída.

Qual seria a saída de longo prazo mais eficaz?

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Um startup de inovação do grupo para criação de projetos completamente novos em plataformas digitais colaborativas, quase um Facebook de notícias, onde colunistas/repórteres oficiais e colunistas/repórteres populares competiriam/colaborariam, via colaboração de massa e reputacionismo, com anúncios a La Google

É isso, que dizes?

 

BOLIVARIANISMO E POPULISMO NA AMÉRICA LATINA PARA DUMMIES

A América Latina está vivendo um movimento continental anti-liberal, que ataca dois pilares da sociedade moderna: a livre iniciativa e a alternância de poder.

São movimentos que questionam, no fundo, as bases da sociedade moderna criadas com as revoluções liberais do final do século XVIII, que tinham como objetivo reduzir o poder do rei e dos senhores feudais.

Nada de lá para cá se mostrou mais eficaz para se colocar no lugar, apesar de várias tentativas no campo comunista, que, no fundo, era um retorno a um pensamento medieval, religioso e totalitário de controle da sociedade, exercido, até então, pela igreja.

Há, entretanto, a concentração tanto da livre iniciativa e da alternância de poder que deram uma falsa impressão que elas eram as inimigas.

Criou-se uma cultura anti-liberal no continente pós ditaduras, onde as propostas comunistas (com colorido socialista) apareceram como mocinhas e o liberalismo como o grande vilão da história.

O que era algo apenas latente, ganhou força com a vitória de Chávez há 15 anos na Venezuela, que resgatou algo perdido, que é a proposta de um mal costurado e confuso “socialismo no século XXI”, que ganhou consistência com a criação em 1990, do Foro de São Paulo.

O Foro marca um esforço coordenado dos partidos anti-liberais da América Latina, que passaram a se articular de diversas maneiras, inclusive financeira.

O movimento neopopulista anti-liberal latino-americano atinge diversos países com um discurso anti-liberal com mais ou menos intensidade no viés comunista.

Aonde o Estado manda no PIB (Venezuela e Bolívia) vai se ouvir dos líderes a defesa do “socialismo do século XXI”. Aonde o Estado depende da livre iniciativa, vai se ver um discurso mais difuso, com ações anti-liberais.

Assim, podemos dizer que o neobolivarianismo (já que Bolívar não tinha nada de comunista) é a defesa explícita do socialismo do século XXI. E que é um viés do neopopulismo geral, que tem como marca o anti-liberalismo.

O populismo, no fundo, é um tipo de monarquia dentro da república, onde um líder carismático ganha poderes acima das instituições, criando algo híbrido entre monarquia e república.

O populismo, assim, não é um movimento que tem um viés ideológico, mas apenas uma metodologia, de ver qual é o melhor discurso e prática para se manter o maior tempo possível no poder, sempre com projetos de curto prazo.

Não vai se encontrar nem lógica, nem coerência em um movimento populista, a não ser táticas a cada contexto para permanecer no poder, passando por cima de qualquer conceito ético ou moral.

O neopopulismo da América Latina se sente confortável com as ideologias anti-liberais, pois têm em comum o Estado forte e controlador da sociedade, principalmente, da redução do espaço da alternância de poder.

O populista define a sua moral e a sua ética e usa as ideologias disponíveis a seu bel prazer, conforme cada caso.

O neopopulismo tem se caracterizado com duas ações:

– o populismo social – todos caminham nessa direção, com políticas assistencialistas para angariar os votos;

– populismo econômico – que se abre mão dos controles conhecidos da economia sobre a inflação e gastos, como têm feito Maduro (inflação 70%), Cristina K (40%) e Dilma (6,5%).

A guinada brasileira, por exemplo, de um Ministro da Fazenda não-populista modifica o rumo para a volta do populismo apenas social e não mais também econômico, pois estávamos indo pelo mesmo caminho da Argentina.

Chile, Uruguai, Bolívia, por exemplo, estão indo na direção do populismo social com uma economia mais controlada.

A marca que podemos ver em todos os países é:

– tentativas em várias áreas para o aumento de controle da sociedade pelo Estado;
– redução forçada da pobreza, de forma rápida e não sustentável, pois os mais pobres passam a depender do Estado;
– permanência no poder, através do beligerante discurso nós (os bons) eles (os maus);
– tentativa de minar a alternância de poder;
– descontrole da sociedade sobre o Estado, aumentando a taxa de corrupção;
– visão de curto prazo, sempre tática e nunca estratégica;
– deficiência de propostas para lidar com os problemas estruturais tal como saúde, educação, segurança, crescimento com sustentabilidade, inovação.

O neopopulismo vive em 2014, com a eleição da Bolívia, Uruguai e Brasil, a meu ver, seu momento máximo e o início do fim, pois o que estão prometendo não está sendo entregue.

Navegaram na época de ouro das commodities, quando conseguiram manter um projeto populista social, sem quebrar com a economia. Agora, as duas coisas ficarão cada vez mais incompatíveis.

Solução?

Como vimos no Brasil em 2014, um aumento cada vez mais radical de táticas de manipulação de todo tipo nas campanhas eleitorais ou de fechamento do regime, como tem sido feito na Venezuela.

A primeira derrota anunciada do neopopulismo será, a meu ver, na Argentina, em 2015, começando um processo em dominó ao longo da próxima década, com reflexos nas eleições intermediárias

O risco que temos é sair do neopopulismo com viés comunista e irmos para um outro de viés financeiro, com mais e mais concentração de poder e capital.

Temos que preparar um movimento alternativo que é o do tecno-liberalismo, em que mantemos a livre iniciativa e a alternância de poder, mas de forma mais descentralizada, via novas tecnologias, com o empoderamento real da sociedade, com mais transparência e controle do Estado pelo cidadão diretamente.

É isso, que dizes?

A ver.

duque de caxias

 

http://nepo.com.br/2014/12/03/os-10-erros-sobre-o-debate-da-educacao-para-o-seculo-xxi/

Vamos aqui apontá-los:

  •  1- acreditar que a modernidade é a introdução de tecnologia em sala de aula;
  • 2- não compreender a chegada de uma Revolução Cognitiva, que altera a Governança da Espécie, que pede um cidadão/cidadã com mais autonomia de pensamento;
  • 3 – considerar que o professor continuará com o papel de intermediador de conhecimento e não de mediador e provocador de conhecimento;
  • 4- considerar que o ensino continuará sendo baseado em assuntos e não em problemas, unindo interessados independente idade e/ou localização;
  • 5- acreditar que o material didático será produzido apenas por um centro e sem a alteração e criação do mesmo pelos alunos e educadores em ambientes abertos e colaborativos, de fácil adaptação;
  • 6- não compreender que os encontros presenciais devem ser feitos para incentivar a conversa e a troca, usando novas tecnologias apenas para contatos a distância, salvo conteúdos do uso e aprendizado da própria ferramenta digital;
  • 7 – considerar que a sala de aula é o espaço para transmissão de conhecimento e não a Internet, quando cada um faz o seu horário de aprendizado, com forte auto-didatismo, permitindo, assim, a gravação e a disseminação dos encontros presenciais para assimilação por qualquer um que desejar quando e onde quiser;
  • 8- apostar ainda na memorização e não na capacidade de articulação de conhecimentos, que permite sintetizar, analisar e construir cenários;
  • 9 – acreditar que a escola é que muda a sociedade e não a sociedade que define que escola que necessita para fazer o contra-ponto nas virtudes e defeitos de cada época;
  • 10- não perceber que a escola deve atender à demanda de um mundo com 7 bilhões de habitantes que vai exigir um cidadão/cidadã muito mais sofisticado.

Vamos aqui apontá-los:

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  • 1- analisar as manifestações de 2013 no Brasil, sem a devida comparação com as mudanças descentralizadoras de mídia no passado, como a chegada da prensa em 1450, na Europa e a sua influência no surgimento do capitalismo e república;
  • 2- analisar as manifestações de 2013 no Brasil, sem uma comparação com as demais feitas em todo o mundo, que denota um movimento de questionamento novo da política, através das palavras de ordem “vocês não mais me representam”/ “não é esta democracia que queremos, mas uma que vamos inventar”);
  • 3 – não considerar que há um movimento neofundamentalista em todo o mundo que é uma reação de oportunistas e fanáticos, manipulando setores mais pobres e desinformados, que visam não só barrar as mudanças digitais, mas também conquistas humanas do passado, tal como a carta dos direitos humanos;
  • 4- não analisar que esse movimento neofundamentalista global repercute na AL, através do movimento neopopulista continental, com agenda similar, via Foro de São Paulo, com viés fortemente anti-liberal, com ataques principalmente à livre iniciativa e alternância de poder, e, em alguns casos, aos direitos humanos, como na Venezuela, dando poderes mais absolutos a seus governantes, com os abusos à sociedade que isso geralmente implica;
  • 5- não analisar aonde aparece a influência deste movimento neopopulista latino-americano no governo brasileiro com o descolamento de Lula das instituições e partidos, como uma entidade separada de todo o resto, com forte poder decisório autônomo, o que explica a falta de discurso coerente, não mais baseado em compromissos com conceitos filosóficos e políticos;
  • 6- não incluir na equação da análise política mundial o aumento demográfico de sete vezes nos últimos 200 anos, suas demandas, aumento de complexidade e, posterior, necessidade de ajustes na mutante Governança da Espécie, em direção à Governança Digital e sua óbvia influência nos futuros ajustes políticos, sociais e econômicos em todo o planeta;
  • 7 – não incluir na equação da análise política brasileira o aumento demográfico de sete vezes, nos últimos 100 anos, suas demandas, aumento de complexidade e, posterior, necessidade de futuros ajustes políticos, sociais e econômicos;
  • 8- não compreender que o avanço para o novo ambiente social não será feito de forma espontânea, mas dependerá de filósofos, teóricos e, posteriormente, agentes políticos, através da participação intensa cotidiana, via aparelhos digitais;
  • 9 – acreditar na espontaneidade dos debates, via Facebook, por exemplo, sem as Plataformas Digitais Colaborativas de Massa, que usam intensamente algoritmos, que regulam o reputacionismo, a meritocracia digital, no que podemos chamar da nova comunicação matemática;
  • 10- não considerar o ser humano uma tecno-espécie, sensível às radicais
    mudanças na tecno-ecologia social, com alterações na plástica cerebral, principalmente dos mais jovens (o meio é a mensagem), que os fazem seres mutantes procurando construir uma sociedade mais compatível com seus novos cérebros.

Produzi este áudio complementar:

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