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O TECNO-LIBERALISMO OU O LIBERALISMO DIGITAL

O liberalismo foi a bandeira que implantou na sociedade uma nova Governança da Espécie, a República/Empresismo mais sofisticada do que o binômio Monarquia/Feudalismo. E agora tem uma missão de implantar o colaboracionismo e a República Digital.

http://nepo.com.br/2014/12/09/o-tecno-liberalismo-ou-o-liberalismo-digital/

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Comecemos pelo seguinte.

Toda vez que houver aumento da complexidade demográfica haverá uma latência pela descentralização produtiva e de representação política. É o que eu chamo de “lei do restaurante a quilo”: ao aumentar a complexidade, tira-se intermediários (o cardápio, o garçom e o cozinheiro por demanda) para permitir se ganhar agilidade e dinamismo.

Tal latência só será transformada em tecnologias políticas (leis e métodos) quando houver a massificação de tecnologias cognitivas, que permitam, pela ordem:

  • – aumentar a autonomia das pontas;
  • – processar a diversidade sem perder a capacidade produtiva;
  • – criação de regras que transformem a inovação em tecnologias políticas, que apontem um novo modelo de Governança da Espécie.

Vivemos esse ciclo descentralizador com a chegada do papel impresso e estamos revivendo agora com a Internet.

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Tal movimento tem a seguinte característica:

  • – criação de um novo modelo de Governança da Espécie;
  • – que nos leva a descentralização produtiva e de representação política, que ganha um nome de movimento político, que, no passado, foi chamado de liberalismo.

Ou seja, o liberalismo foi a bandeira que implantou na sociedade uma nova Governança da Espécie, a República/Empresismo mais sofisticada do que o binômio Monarquia/Feudalismo. E agora tem uma missão de implantar o colaboracionismo e a República Digital.

Ou seja, o liberalismo analógico ou impresso veio ao mundo para conceber a nova Governança da Espécie, que nos legou:

  • – redes descentralizadas produtivas, através da livre iniciativa;
  • – propriedade privada, que consolidam estas redes;
  • – alternância de poder.

Estamos vivendo hoje um movimento similar, não igual, ao vivido por volta do século XV, XVI, com a massificação da nova tecnologia cognitiva, no qual os filósofos começaram o processo de questionamento do modelo de pensamento anterior.

Antes da mudança da Governança da Espécie mais descentralizada é preciso criar um ambiente de pensamento mais autônomo que permita que um novo modelo de autonomia seja possível.

As discussões, por exemplo, de Edgar Morin sobre pensamento complexo vão nessa direção. É a etapa inicial da criação das bases da nova Governança da Espécie, que nos levará a um movimento pós-liberal, ou tecno-liberal, ou liberal digital, no qual iremos construir um novo modelo de Governança da Espécie.

O liberalismo, assim, é um destruidor da centralização passada e um construtor da nova descentralização futura.

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O problema que temos hoje é que o movimento liberal não tomou ainda consciência da relação de suas demandas com as Tecnologias Cognitivas, desta com a complexidade demográfica e desta com a nova Governança da Espécie.

O liberalismo impresso questionou o poder do rei, da igreja e dos senhores feudais, o seu lado destruidor, tendo em paralelo o seu lado construtor da nova Governança da Espécie.

O movimento que deve ser mais crítico a tudo isso que está aí é o movimento pós-liberal, que vem justamente introduzir na sociedade uma nova Governança da Espécie, questionando quem quer atacar as ideias liberais do passado, mas também quem quer manter estagnado o modelo do presente.

Vivemos de 1800 até hoje um movimento de consolidação do liberalismo, em defesa de alguns conceitos, que acabaram se empedrando, pois o aumento demográfico nos levou necessariamente à concentração.

O liberalismo que por natureza é descentralizador, acabou se transformando em um movimento pró-centralização, impulsionado pela concentração das tecnologias cognitivas, o que o levou a ser chamado de “neoliberalismo”.

O liberalismo passou a ser um movimento conservador dos símbolos de 1800, mas sem um caráter de inovação, que agora, de novo, passa a ser possível.

O pós-liberalismo nos faz voltar aos seus fundadores, pois agora há a opção, com as novas tecnologias, como no passado, da promoção da descentralização das iniciativas e da representação política, via novas tecnologias.

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É o momento de reconstrução de uma nova Governança da Espécie, que revive o movimento pós-liberal pela descentralização de poder, com capacidade produtiva.

Este é o movimento que vai nos levar ao futuro, porém terá que combater a tendência do passado, com os movimentos neo-fundamentalistas do mundo, que querem voltar a conceitos pré-1800, ao poder monárquico e semi religioso, ainda mais incapazes de lidar com a atual complexidade.

O Tecno-liberalismo passa, assim, de movimento conservador de ideias para um movimento de inovação e renovação da Governança, que pode voltar a se chamar de pós-liberalismo ou qualquer nome que aponte para a descentralização.

É isso, que dizes?

Áudio que complementa o texto:

 

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