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Tudo parece diferente, mas os dois partidos novos são bem parecidos.

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Ambos, vivem um movimento de resgate das ideias de descentralização do poder, ou talvez da auto-regulação do poder pelas trocas, com a força do indivíduo, cuja as bases remontam pós-Idade Média na luta contra o poder absoluto.

Ambos procuram fugir do modelo clássico marxista de centralização do poder.

(O marxismo é uma corrente de pensamento monárquica, semi-religiosa e medieval, que resolveu ignorar os filósofos libertários do iluminismo.)

Ouvi um vídeo do Constantino (http://youtu.be/aXAZDNeimvE), um dos ícones do pensamento liberal contemporâneo (pois o termo neoliberal está desgastado) do Brasil, criticando o caráter das manifestações de 2013.

Discordo dele.

Não houve nada mais liberal dos que as manifestações de 2013, pois não existe nada mais poderoso para quem defende o indivíduo do que cada manifestante portar o seu próprio cartaz.

Os movimentos liberais pós idade média foram chamados de liberais depois. Eles queriam pensar um ambiente social que pudesse criar uma sociedade com liberdade e justiça, longe do poder do rei.

Quem defende a liberdade de imprensa, alternância de poder, três poderes, justiça, livre iniciativa deve muito aos iluministas, depois chamados de liberais.

Eram movimentos de teóricos, filósofos, líderes políticos e religiosos que lutavam contra o absolutismo, as amarras econômicas, a falta de liberdade de expressão e pensamento.

Todos estes movimentos, a partir dos estudos da Escola de Toronto, podemos sugerir que foram provocados e incentivados pela Revolução Cognitiva do papel impresso e, a partir dos meus estudos, do aumento populacional, que obriga sempre a sociedade a descentralizar as redes humanas.

Quanto maior a complexidade, mais descentralizada terá que ser a rede humana, com mais autonomia e poder para as pontas, que é justamente que prega o Partido Novo, no seu víeis liberal clássico e a Rede Sustentabilidade.

Pude observar um ciclo expansivo cognitivo depois da prensa, a partir de 1450, que nos legou a Renascença e o Iluminismo, que estruturou as bases da Sociedade Moderna, sob duas grandes conquistas humanas, que foram a livre iniciativa para produzir e criar e alternância de poder tanto política quanto econômica.

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Vivemos hoje um novo ciclo de expansão da espécie humana, por dois motivos:

  • – o pico demográfico de 1 para 7 bilhões em 200 anos, que aumenta a complexidade e força um novo ciclo de descentralização social e político;
  • – e a massificação da Internet, a primeira base para a nova expansão descentralizadora.

Assim, o liberalismo clássico interpretou um movimento da espécie humana em direção à expansão e conseguiu dar uma expressão e regras para ele.

Não foi, assim, o liberalismo clássico que criou o movimento de descentralização cognitivo, mas foi o movimento de descentralização cognitivo, um fenômeno mais amplo, que motivou e deu sentido e nexo às ideias liberais.

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Isso só pode ser entendido quando incorporamos a visão da tecno-espécie, que de tempos em tempos, quando aumenta a complexidade demográfica, entra em um processo de descentralização por uma questão de sobrevivência.

  • Tanto a Rede Sustentabilidade, que não se acha um partido liberal percebe esse movimento, mas carece das teorias dos liberais clássicos para sustentar a ideia de uma rede descentralizada;
  • Quanto o Novo, que não percebe que vivemos hoje um novo ciclo descentralizador cognitivo, onde viveremos a chegada de um pós-liberalismo digital, uma nova renascença, não mais apenas grega, mas também dos clássicos europeus. Ou de um neo-iluminismo, que desaguará no pós-capitalismo e na pós-república.

Há muito mais semelhança entre estes dois movimentos do que supõe nossa vão filosofia e preconceitos do momento.

Por fim, o liberalismo, no seu sentido filosófico mais amplo, que é sempre um movimento que tentará interpretar e defender a descentralização de poder, com força cada vez maior para cada pessoa, terá mil defensores em diversos ambientes e partidos.

A luta pela liberdade, é bom que se entenda, nunca pode ser presa a um determinado grupo, pois é completamente incompatível dizer que fulano ou beltrano são donos da luta pela liberdade.

Liberdade é uma bandeira genérica pela descentralização do poder com o fortalecimento cada vez maior de cada pessoa.

  • Muitos se dirão liberais, mas serão falsos, pois defenderão a liberdade para centralizar as redes humanas.
  • E muitos se dirão não liberais, mas serão os verdadeiros amantes da liberdade, pois querem na teoria e prática descentralizar as redes humanas.

A dica que fica é.

Olhe para as propostas e as práticas dos que defendem projetos futuros, pois o objetivo que importa é garantir mais e mais a rede descentralizada, com mais e mais poder para o indivíduo. Este é, a meu ver, o tom do neo-iluminismo.

A ver.

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