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O pós-liberalismo hoje é o movimento mais progressista de todos que estão no cardápio, pois quer mudanças profundas sociais, políticas e econômicas, que devem incorporar a mais liberal de todas as tecnologias existentes: a Internet!

Esqueça tudo que você tem na cabeça sobre liberalismo, neo-liberalismo e outros bichos.

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Liberalismo é o movimento filosófico, teórico e metodológico descentralizador, que conseguiu criar pós-idade média um modelo mais descentralizado (república e capitalismo) e mais sofisticado de governança em relação à monarquia.

O liberalismo, na minha leitura, tem três camadas:

  • Filosofia – liberdade do indivíduo para definir o seu destino, com limites a partir de argumentos lógicos e razoáveis e não pela força ou imposição de ideias;
  • Teoria – a sociedade só melhora de forma permanente e contínua com redes mais descentralizadas, ativas e dinâmicas, que sejam capazes de inovar sempre;
  • Metodologia – criação de ambientes sociais que impeçam que as organizações ineficientes prosperem, sejam privadas ou estatais.

O liberalismo não é um conceito estático, mas este conjunto de valores acima, que tem a sua metodologia atualizada, conforme a conjuntura.

Já ouvi muita gente afirmar que o nome não é bom, pois está intoxicado pelo século passado. Problema do século passado e não do liberalismo.

Já ouvi gente dizer que os liberais apoiaram no Brasil a escravidão e a ditadura. Se alguém se disse liberal e o fez, eram apenas pessoas que estavam usando o conceito de forma oportunista.

Nos estudos que tenho feito da chegada das Revoluções Cognitivas na sociedade vejo um encontro fértil entre a Escola Canadense de Comunicação (Lévy e McLuhan) e a Escola Austríaca de Economia (Hayek e Mises).

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Quando Lévy fala em Inteligência Coletiva, o que se espelha um pouco também em Clay Shirky em Cultura da Participação estamos falando que é preciso deixar que os indivíduos tenham poder de mídia para aferir o que é melhor para a sociedade.

Ou talvez, menos ruim (este conceito de menos ruim é algo bem liberal).

Mises defende que um sistema econômico só consegue tomar decisões melhores, com menor custo e maior benefício para a sociedade, quando os indivíduos estão livres para fazer as suas escolhas. Cada compra é um voto em um determinada “organização candidata”.

Ou seja, é preciso deixar o consumidor escolher o que ele acha melhor para saber o que deve e o que não deve prosperar.

Quando se ouve mercado livre, os inimigos do liberalismo e a favor da centralização lembram a crise financeira da década passada para detonar o projeto.

Nada menos liberal do que um sistema financeiro concentrado, que manda no governo, idem Congresso, define o que quer e quando a bomba estoura, fica com os lucros e joga o prejuízo para a sociedade.

Não isso não é liberalismo e nem é livre mercado, isso é mercantilismo e capitalismo de estado, justamente o contrário do que Mises sugeriu, fruto da concentração de poderes que tivemos no século passado, a meu ver, incentivado fortemente pelas mídias concentradoras, que fortalecem as organizações e tiram poder dos indivíduos.

O problema do movimento liberal, mesmo os que se chamam de liberais clássicos, é não se abrir para os novos desafios do liberalismo, que vou chamar de liberalismo 3.0 ou pós-liberalismo.

Muita gente considera o movimento liberal conservador.

Diria que se um liberal se disser conservador é por que ele não é liberal.

Ele só poderia se dizer conservador se vivesse em uma sociedade que já tivesse uma alta taxa de liberalismo, coisa que não se encontra hoje por aí, já que tivemos no século passado ou o comunismo ou o capitalismo de estado, com baixa taxa de poder para o cidadão/consumidor. 

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Temos como desafios novos para o que estou chamando de pós-liberalismo ou liberalismo 3.0:

  • – o impasse ecológico;
  • – os gigantescos desníveis sociais, que alimentam a radicalização de movimentos anti-descentralização e anti-civilizatórios, tanto os fundamentalistas neopopulistas-marxistas da AL como os religiosos do Oriente Médio;
  • – e o estímulo de implantação da nova cultural digital participativa.

É preciso defender e estimular redes cada vez mais descentralizadas, mais abertas, mais liberais, que possam dar respostas a estas questões de forma inovadora e criativa, sempre empoderando o cidadão/consumidor mais e mais.

Precisamos gerar valor econômico quando queremos proteger a natureza e , reduzir as desigualidades sociais, usando as redes participativas para isso. Ou seja, algo sustentável precisa ser economicamente viável e algo que não é ecologicamente sustentável gerará problemas econômicos mais adiante.

O problema que temos hoje com a ecologia é justamente ver a ecologia como problema e não solução.]

É preciso colocar uma visão econômica, em que defender a natureza seja fonte de geração de valor para a sociedade. O mesmo com o combate à pobreza, que deveria ser algo fortemente promissor em termos econômicos e hoje ao invés de uma grande oportunidade vemos com um problema.

O mesmo com a educação e a saúde ou o saneamento básico.

Deixa a garotada inventar empresas empreendedoras para resolver estes problemas de forma criativa, tirando da mesmice do estado uma solução encharcada de incompetência e corrupção!

Ou seja, ao invés de aumentar os impostos para reduzir a desigualdade deveríamos reduzir os impostos, pois mais e mais pessoas começam a entrar no mercado de trabalho e colaborar com o barco, procurando menores custos e mais benefícios.

O pobre tem que ser mais um empreendedor a gerar riqueza para ele e  para todos!

Precisamos ter uma visão inovadora, na qual possamos criar um novo movimento mais adequado para uma complexidade demográfica de 7 bilhões, que permita a descentralização das redes sociais, políticas e econômicas, fortalecendo cada vez mais o cidadão/consumidor em benefício da sociedade.

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Assim, o liberalismo ou o que chamo de pós-liberalismo não são e nunca foram um movimento conservador, dos ricos, das grandes corporações, mas valores que devem ser resgatados e atualizados.

Isso é o anti-liberalismo.

São movimentos pró cidadão/consumidor, que precisam, de forma inteligente e descentralizada, sustentável ecológica, social e economicamente falando, resolver os grandes desafios do novo século.

Não vejo outro caminho.

É isso, que dizes?

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