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Ando discutindo muito depois das eleições de que falta aos projetos políticos no Brasil uma metodologia de poder.

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O que seria metodologia de poder?

Todo projeto que visa assumir uma função executiva na sociedade e não apenas parlamentar, como acabou sendo o PV, por exemplo, precisa de uma metodologia de poder.

A metodologia de poder visa transformar bandeiras, sonhos em formas de se obter os resultados esperados.

Todo grupo que defende um projeto de poder precisa definir como vai transformar aquele sonho em realidade.

De maneira geral, se verá que a maior parte dos projetos de poder terá o mesmo tipo de bandeira com maior ou menor ênfase: fim da desigualdade, melhoria da qualidade de vida, sustentabilidade,  educação e saúde, etc.

  • Isso é o que podemos chamar de sintomas a serem atacados.
  • Depois disso, temos o diagnóstico;
  • E o tratamento.

No Brasil, temos um modelo ainda primitivo de democracia, no qual a sociedade procura líderes e não projetos conceituais e com metodologia de poder.

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Não é que só os partidos não têm conceito, as pessoas, os eleitores também não procuram conceitos, nos projetos de poder.

Não de debate de metodologias para atingir as bandeiras desfraldadas.

Basta dizer que eu quero proteger o meio ambiente que eu já sou um partido ecológico, mas muitas vezes os métodos podem levar justamente a ter o efeito contrário do que estou propondo. Ou afetando outras áreas, que tornarão o discurso ecológico um entrave para as pessoas.

Assim, como vi ontem na TV a propaganda eleitoral do Solidariedade, um dos novos partidos brasileiros recém-criados, ele aponta os problemas do idoso, do desempregado, do mais carente, apela para o emocional, mas não aponta como vai melhorar aqueles problemas.

Aposta-se tudo nas pessoas que estão no partido, no caso Paulinho da Força, reforçando o modelo analógico de reconhecimento, com baixa taxa de debate de metodologias.

Dito isso, entramos em outro aspecto da questão.

  • Uma metodologia de poder reflete uma filosofia e uma teoria.
  • Uma forma de pensar e agir na sociedade.
  • Isso tem que ter necessariamente um espelhamento econômico;
  • E isso nos leva à relação sociedade estado, economia estado, espaço para a iniciativa privada versus atividade estatal.

Por quê?

A economia é o estudo da escassez e da abundância.

Se quiser dar outro nome, é dos problemas econômicos, que a espécie consegue sobreviver.

Não adianta, portanto, vide Venezuela, você criar uma bandeira pela igualdade e acabar com a rede produtiva privada, que levará a crises de abastecimento e, por sua vez, inflação desenfreada. Efeito rebote.

A economia é uma espécie de âncora, parede, daquilo que é possível fazer e sonhar, pois a espécie precisa continuar a comer todos os dias, pelo menos, uma ou duas vezes.

No caso do Brasil, precisamos, em média, colocar por dia 600 milhões de pratos de comida na mesa. E no mundo 21 bilhões, tudo isso bate na economia. Qualquer ação que altere processos econômicos tem que analisar o seu efeito rebote, bem como, como e de que forma tem que ser experimentada em espaços isolados (zonas de inovação) para poder ser amadurecida.

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Assim, um projeto de poder conceitual e que quer apontar saídas precisa definir qual é o seu espelhamento na economia e como pensa a questão da relação estado x iniciativa privada. E organizações eficientes e ineficientes, como estimular as primeiras em detrimento das outras?

Não adianta dizer que ser quer mais igualdade ou mais respeito à ecologia, sem que se possa mostrar que mudanças serão feitas na economia para que o resultado destas ações sejam no curto, médio e, principalmente, no longo igualdade e ecologia.

Muitas vezes as bandeiras do que ser quer esbarram justamente naquilo que se pode entregar e a incompreensão das leis econômicas levam as ações a ter um efeito reverso do pretendido.

Por isso, hoje, defendo que é preciso começar a criar um movimento no país que tenha um tripé conceitual baseado em alguns pilares, que pode servir para qualquer movimento ou projeto de poder:

  • – Liberal economicamente, aumentando o poder de escolha do consumidor, através de mais e mais livre iniciativa, com leis que permitam reduzir os monopólios ineficientes, tanto estatais quanto privados;
  • – Ecológico, através de saídas que possam fazer da defesa do meio ambiente um bem econômico, em que pessoas ganhem para preservar a natureza;
  • Descentralizador, no qual cada município e/ou estado possa cada vez mais definir suas políticas culturas de costumes, desde a questão do aborto, das drogas, dos casamentos homossexuais, eutanásia, células troncos, adoção, etc, sem um impossível embate nacional;
  • – E digital, que estimule e implante Plataformas Digitais Colaborativas como ferramentas para empoderar mais o mais o cidadão em todas as áreas, através de zonas de inovação, nas quais a cultura do reputacionismo digital (estrelas, curtir, comentários, etc) será mais e mais usado.

É isso, que dizes?

One Response to “Metodologia de poder”

  1. Acho que você tocou no cerne do problema, como fazer da teoria uma prática e como avaliar se a prática está atendendo as necessidades.

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