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Tive um almoço com um amigo e ele disse que gostaria de ver minhas ideias mais difundidas no Brasil.

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Passei boa parte do papo apresentando para ele várias tentativas nessa direção.

E depois, sozinho, pensando vi que a referência da conversa foi a visão do outro sobre mim, ou sobre as minhas ideias e não a minha referência comigo mesmo.

Faz tempo que resolvi que o meu processo de produção teórica deveria seguir um trabalho contínuo de escrita todos os dias, diálogo com meus alunos, leitura, interação com a realidade, a partir da minha metodologia de ação.

Percebi por trabalhar em uma área macro-estratégica, com macro-histórica, de que esse tipo de pensamento e prática terá pouca aceitação no curto prazo, pela própria característica do trabalho, ainda mais no Brasil.

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Assim, tinha uma opção, ou seria vendável e teria que desenvolver teorias que se encaixassem no mercado de forma mais rápida, ou passar para um esquema mais de beira de mercado, procurando brechas para manter ativo o trabalho.

Assim, a opção que fiz foi de assumir um compromisso comigo de coerência intelectual para que pudesse desenvolver meu trabalho de forma a ser mais eficaz no médio e longo prazo, a despeito de não ser bem aceito no curto.

O que pensei é que este meu amigo me trouxe a visão de fora para dentro, de que eu deveria ser mais ouvido, perdendo a referência de dentro para fora de que eu estou construindo um projeto, difícil, mas coerente com o que acho que deve ser o meu caminho.

As tentativas que fiz de divulgar mais o meu trabalho de formas mais rápida, além do que já tenho de aceitação na Internet, me levaria a fazer algumas concessões na coerência intelectual, o que acabaria por levar a uma perda de qualidade.

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Assim, o problema não estaria comigo, mas com a própria dificuldade das pessoas em ter espaço para se abrir para novas ideias, que é um problema em um mundo fechado para o novo e um país concentrador de celebridades com baixa taxa de mérito.

E de que um projeto profissional teórico, na área que escolhi sobre o futuro, terá mais dificuldade de ter espaço na sociedade, daqueles que conseguem resultados mais imediatos, mesmo que sejam ineficazes no médio prazo.

E isso me leva a um questionamento de cada um do que se quer da vida, qual é o seu projeto?

Ser aceito e reconhecido é algo que faz bem para todo mundo, quem não quer, mas existe em cada sociedade o preço de um reconhecimento, digamos nacional, ou mais amplo, que você tem que saber se está disposto a pagar.

Vivemos hoje uma profunda crise de valores e acredito que uma delas é que as pessoas querem reconhecimento rápido e adaptam seus projetos profissionais a esse objetivo.

Procuro fazer o movimento contrário, sobrevivendo dignamente com o apoio de quem reconhece o meu trabalho, mas sem fazer concessões para ganhar velocidade no reconhecimento.

Tomei para mim que é APENAS a minha consciência que deve ser a base para saber se estou avançando, ou não, no processo de conhecimento do problema que abracei: os efeitos sociais de uma revolução cognitiva e o como a sociedade pode lidar com eles.

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Acredito que isso junta a forma e o conteúdo, pois não se pode ter um conteúdo novo em uma forma antiga.

Acredito que o tempo vai recompensar o esforço.

E se não for recompensado, me sentir coerente com um projeto de vida, uma vida mais significativa, já me alimenta.

Acordo toda segunda feira animado e isso não tem preço!

É isso, que dizes?

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