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Marilena Chauí diz que odeia a classe média, mas foi a classe média, incluindo ela, que criou o PT. Foi a classe média que sempre criou inovação no país, pois tem capacidade de pensar algo diferente e uma insatisfação que os mais riscos não têm.

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Todo o país que gera riqueza é um país que a classe média está no poder.

O objetivo, aliás, quando se pensa em um país estável e próspero é pensarmos uma classe média ativa.

O desprezo de Chauí e do PT pela classe média se deu por volta do final do segundo mandato do Lula, quando ele, no seu jeito peculiar de ser e de querer o poder a qualquer preço, definiu os novos rumos do partido: “o voto da classe média é caro, vamos passar a falar para os pobres”.

Naquele momento o PT deixou de ser um partido inovador, que poderia sofrer mutações ao longo do seu caminho para se transformar em um partido populista, com uma narrativa voltada toda para os “mais pobres”.

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Aos poucos, o discurso do PT passou a ser cada vez mais incompreensível para a classe média, pois via-se que não havia lógica entre o que se fazia e se falava, os dados que eram e são apresentados.

Os argumentos deixaram de ser detalhados, pois era como se a classe média deixasse de existir no país, o que foi criando, mais e mais, um afastamento da classe média com o PT.

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A estratégia do PT de isolar a classe média estava baseada na seguinte conjuntura: nós dominamos as ruas e não há um movimento no país capaz de dar voz a esse segmento que nós estamos ignorando.

As manifestações de 2013 foram justamente o grito da classe média contra essa política de aniquilamento intelectual de sua capacidade de colaborar com os rumos do país.

Naquele momento, a Internet começava a mostrar que seria a arma para que a classe média, reintermediasse as antigas organizações mobilizadoras, todas aparelhadas pelo PT, e pudesse fazer de forma direta a sua manifestação.

Houve uma reintermediação das ruas!

As forças da reação perceberam que precisavam barrar esse avanço e incentivara e/ou não quiseram, puderam impedir a violência de pequenos grupos organizados.

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Voltou-se, então, ao modelo anterior de discurso para os pobres, um país imaginário de uma elite absolutista que conversa diretamente com a pobreza absoluta, ao modelo Venezuelano e quem não goste que vá para Miami, como sugere Stédile.

O problema é que a toda ação existe uma reação.

As manifestações de ontem tiveram o aprendizado de 2013, em vários pontos:

  • – foram convocadas para domingo durante o dia, em que as ações de baderneiros ficam  muito mais restritas;
  • – o policiamento foi descentralizado, com policiais circulando em diferentes pontos;
  • – e grupos mais organizados, dentro do novo modelo de descentralização, aparecem como mais força, como o Movimento do Brasil Livre, os Revoltados on-line, entre outros.

Ontem, a classe média ganhou de novo o seu papel de protagonista, pois consegue perceber claramente a falta de narrativa coerente do governo e rejeita radicalmente a ideia de que não terá um papel relevante nos rumos do país.

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O projeto neopopulista, principalmente nas capitais, perde a sua força, pois é preciso incorporar coerência, lógica, conceito.

E isso leva o governo atual a uma profunda crise, pois ele foi todo pensado e projetado pelo João Santana a ser tocado, sem a capacidade de reflexão da classe média, sem lógica, sem coerência e sem conceito.

O PT em 79 foi criado pela classe média e os movimentos sociais e políticos para as próximas décadas sairá da mesma classe média, que agora conseguiu criar um modelo mais sustentável de se manifestar.

Será difícil impedir que isso se propague, ainda mais com o desemprego galopante que se avizinha.

O Brasil colocou mais um pé no mundo 3.0, através de uma classe média renovada e empoderada por uma nova metodologia de participação.

O país começa a mudar, de verdade, por causa disso.

É isso, que dizes?

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