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República 2.0

 

 A base da mudança aponta para uso de plataformas digitais colaborativas para tomada de decisões em todos os níveis.

Versão 1.0 – 12 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Se me perguntarem o que é deve ser a #Rede (movimento do grupo em torno de Marina Silva)  o que dizer?

Partido Republicano 2.0.

Há um movimento internacional, já com sintomas na Islândia, EUA, Espanha e agora na Itália, dos que eu conheço, que quer mudar a forma da representação política.

A base da mudança aponta para uso de plataformas digitais colaborativas para tomada de decisões em todos os níveis.

A #Rede é o primeiro movimento mais amplo no Brasil nessa direção.

É natural, pois a democracia avança, conforme o ambiente cognitivo de plantão:

  • A Grécia fundou a democracia no ambiente cognitivo oral com decisões  em praça pública;
  • As revoluções reintermediadoras de 1800, Americana e Francesa, fundaram a democracia do papel impresso, que havia surgido 350 anos antes;
  • E agora 200 e tantos anos depois vamos refundar com as opções que o mundo digital nos oferece.

Precisamos entender um macro-movimento, que os novos estudos cognitivos/produtivos/demográficos nos trazem e que mudam a concepção de como a história se movimenta.

Pela ordem, temos:

  • aumento demográfico – que será sempre o fator mais determinante para entender as macro-mudanças no mundo. Quanto mais gente, mais sofisticada terá que ser a sociedade para fugir de sucessivas crises;
  • – mudanças cognitivas – surgem novas ferramentas que empoderam o cidadão, que é uma resposta sistêmica para lidar melhor com o aumento demográfico;
  • mudanças organizacionais – as organizações são pressionadas a mudar, pois a tendência organizacional é sempre a de se voltar para ela mesma, cabendo a sociedade não deixar. Mudanças cognitivas empoderam o cidadão e mudam a gestão da espécie que sustenta as organizações.

Os principais analistas políticos, que não tem tempo para estudar mais a fundo estes fenômenos, entendem muito da política, dentro do mesmo paradigma, e fica difícil que entendam um movimento como este da #Rede ou do movimento cinco estrelas italiano.

  • A República que temos hoje é filha da chegada do papel impresso;
  • E a política do amanhã será filha da chegada da Internet.

Muitos que defendem a #Rede acreditam que é possível mudar o atual quadro com uma nova leva de entusiastas, não será.

O que vai garantir uma nova forma de fazer política é o uso intensivo de códigos e mais códigos que permitam uma nova representação.

A nova república só será possível com plataformas digitais colaborativas.

O objetivo é aumentar em muito a rotatividade e a meritocracia das representações.

Quem vai bem, sobe.

Quem vai mal, desce.

Para tornar tudo isso tangível, precisamos de experimentação, começando em pequenas cidades para que fique mais claro o que se pretende.

Não é discurso, mas uma nova forma de resolver problemas de representação, que só se tornará tangível com exemplos práticos.

É algo como o orçamento participativo do PT, mas agora em rede digital, com plataformas parecidas com o Wikipédia adaptada.

Temos muito a fazer e a conversar.

Que dizes?

 

 Avisa na chocadeira 1.0: um ovo de dinossauro analógico, nunca vai virar um pinto digital;

Versão 1.0 – 27 de fevereiro de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

A Folha de São Paulo, seguindo a miopia geral das organizações tradicionais, está praticando um esporte perigoso e não olímpico: tiro no pé (parece que tem praticado com eficiência).

Vejamos:

  • 1- fechou o seu conteúdo para vender um pacote de assinatura digital, o leitor só pode ler 20 matérias, depois aparece um banner impeditivo;
  • 2- fechou os comentários para quem não é assinante;
  • 3- não tem, como os outros jornais também não, critérios meritocráticos digitais para classificar comentários.

Os estrategistas dos jornais devem ter pensado muito para tomar a decisão e se basearam na experiência de alguns outros “concorrentes”, que estão vivendo a crise de dificuldade de alinhamento da velha ordem à nova ordem.

(Precisa avisar que a concorrência agora é a nova ordem com o Google anos-luz à frente.)

Olharam para o lugar errado, viram o concorrente errado, tomaram a decisão errada.

Vamos ao que Freud chamava de princípio da realidade:

  • 1- quem quer continuar lendo a Folha sem restrição, basta reinstalar o browser a cada 20 artigos, ou seja, não há restrição, apenas chateação – inócuo;
  • 2- os comentários, matérias de leitores, participação é a base do noticiário do futuro. O jornal faz uma pequena parte para provocar e o resto será uma bolsa de valores meritocrática de quem é interessante com quem não é. Estão mandando seus leitores comentarem em outro lugar? Justamente as pessoas que vão gerar valor no futuro?
  • 3- afirmam que os comentários não agregam valor, é tudo participação inócua. Claro que é, só existe relevância e significado quando a plataforma colaborativa é bem administrada e gerida para que o bom suba e o ruim desapareça e seja denunciado. Sem isso, é o que vemos na sociedade hoje, num mundo com 7 bi de pessoas e um ambiente cognitivo bolado há 200 anos atrás: quem poderia dizer algo não tem espaço e quem tem espaço demais não tem nada a dizer.

(Note que as bobagens que são ditas pelos midiáticos, que são ouvidos todos os dias pela Folha não fazem parte desse bolo, só o leitor é produtor de besteira.)

Leiam, PELO AMOR DE MEUS FILHINHOS, a tese de Bia Martins, que mostra como os jovens JÁ RESOLVERAM ESSE ITEM BÁSICO DO NOVO MUNDO.

A Ombudsman da Folha comentou o assunto na sua coluna no domingo passado.

Apresenta comentários irritantes para provar que o leitor mais atrapalha que ajuda, o que reforça a ideia da supremacia de quem está dentro do jornal (que sabe e domina) e quem está fora (que pouco sabe e deve apenas ler para ver se aprende alguma coisa).

O mundo é assim desde 1800, com seus líderes-alfas que nos representam no trono do papel impresso. A bastilha 2.0 se aproxima!

Porém, a base de qualquer projeto 2.0 da garotada, até de 10 anos, aprendam com o Clube dos Pinguins, da Disney, é a eterna vigilância.

Vandalismos são caçados pelos colaboradores e o que é bom sobe, valorizando quem tem algo a dizer e o que é ruim, desce.

Se não há uma plataforma digital colaborativa que faça isso, que permita reduzir ruído, fraude e vandalismo, não há como haver participação saudável, ponto.

O mundo atual não é melhor que o anterior, apenas temos plataformas que conseguem que tenhamos uma taxa maior de meritocracia, que é o que falta para nossas organizações, que se perderam no monólogo de massa.

Ou seja, a humanidade nasce egoísta, de novo Freud, é a sociedade que cria instrumentos para não deixar!

A Folha não vê o que dá certo e dá dinheiro: o Google e em especial o Youtube, que é o modelo do jornalismo do futuro.

A ver:

  • 1- tudo aberto;
  • 2- critérios de meritocracia do que é bom, sobe e o que é ruim, some;
  • 3- quem começa a bombar, passa a ser da casa e ganha o seu naco $$$ da plataforma;
  • 4- por fim, anúncios personalizados, segmentados, que permite juntar oferta com demanda.

Não me venham dizer que conteúdo de graça e venda de anúncio é algo que não dá certo, pois então temos que ir lá fechar a TV Globo e dizer que eles não dão certo há décadas.

O que não dá certo mais, na internet, é conteúdo aberto e anúncio não segmentado.

O que vejo é essa crise de visão generalizada por um lado.

E o Google com uma nova visão e um novo modelo de negócios ganhando fortunas, de outro.

A história mostra que quando uma organização cresce de mais e começa a sobrar dinheiro começa a olhar para os lados e ver o que pode comprar.

Se a antiga mídia não quer virar umas das Organizações Google, sugiro rapidamente sair de Matrix e começar a olhar o novo  mundo do jeito que ele é e não como gostariam que ele fosse.

Não rezar, parece, que não tem ajudado.

Que dizes?

Debate sobre a criação do Partido Rede por cnepomuceno no Videolog.tv.

Mais links: vídeo produzido pelo partido, colocado no Youtube.

Cobertura do Jornal Nacional.

 Quanto mais gente houver no planeta, mais fomos e seremos dependentes destas próteses tecnolólgicas/produtivas/cognitivas para viver melhor.

São tantas redes que nos confundimos.

Existe a rede humana e as suas próteses tecnológicas cognitivas/produtivas para viver melhor.

  • A prótese oral – da gestão da espécie das pequenas matilhas/aldeias;
  • A prótese escrita – da gestão da espécie das grandes manada/cidades/
  • A prótese digital – da gestão da espécie das formigas/megalópoles.

Quanto mais gente houver no planeta, mais fomos e seremos dependentes destas próteses tecnológicas produtivas/cognitivas para viver melhor.

Quando disse e muitos dizem, “A nova revolução é a rede!”, defendo que é a nova gestão de rede da espécie 2.0, baseado no modelo massificado das formigas, a Internet é a solução para este problema e não o objetivo.

Como as formigas conseguem funcionar e por que para continuarmos sermos humanos vamos imitá-las?

Elas emitem odores, rastros, como os cliques, comentários ou estrelas da Internet.

Assim, cada membro do formigueiro ao achar algo de interessante (um torrão de açúcar) passa a deixar um rastro/cheiro para os outros.

Naquele momento quem achou o açúcar comanda os demais, pela seu posicionamento e descoberta, através de um novo cheiro.

Acabado o açúcar, os cheiros voltam a uma estabilidade e a formiga que descobriu volta a ser comandada pelo cheiro do próximo.

O modelo das formigas deve ser adotado quando o número de membros da espécie explode. Só os humanos têm a capacidade de mudar de gestão da espécie, pois podem criar novas tecnologias que lhe permitem migrar de um para outro.

Sonho? Viagem? Utopia?

O Google é o principal exemplo do sucesso do modelo do formigueiro.

Quem é bem clicado e linkado (rastros) sobe; quem não é desce.

Quer algo mais formiga do que isso? Ninguém aponta, a não ser o algorítimo, que é uma prótese, sempre aperfeiçoada.

Não me digam que o formigueiro digital não gera valor, pois, do nada, O Google é a empresa que sacou antes a guinada e chegou antes, ganhando o dinheiro que está ganhando.

O Mercado Livre, a Estante Virtual, o Taxibeat, o Wikipédia, o Linux são exemplos do uso do “formigueiro” para viabilizar e gerar valor de uma nova maneira.

Agora, trata-se de se render e adaptar, um processo longo, pois mexe na placa-mãe de cada individuo e de todas as instituições da sociedade.

Que dizes?

O filme questiona, no fundo, o modelo de resolução de problemas do ambiente cognitivo passado, no qual alguém, um intermediador, a partir de intuições, preconceitos, senso comum, interesses precisam escolher e decidir pelos outros versus um novo modelo, de um ambiente cognitivo baseado no digital, procura superar essa camada para melhorar a eficácia da solução de problemas do mundo, através de um modelo mais racional e menos emocional, baseado mais em fatos.

Versão 1.0 – 17 de janeiro de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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Recomendo a todos o filme: “O homem que mudou o jogo”, que fala da dicotomia entre o olheiro 1.0 de beisebol intuitivo e o olheiro 2.0, baseado em dados e estatísticas.

O filme é uma metáfora do mundo que estamos entrando. Devo começar a passar o filme em sala de aula nos cursos mais longos.

Note que o enredo apresenta um impasse para um time pequeno, pois seus jogadores sempre são vendidos para times maiores e, apesar de bons resultados, nunca conseguem ganhar um campeonato.

Os olheiros 1.0 procuram resolver o problema pensando do mesmo jeito:  através de intuições e uma boa carga de preconceito + interesse.

Quem é mais bonito, marqueteiro, quem tem a namorada mais interessante.

Ou seja, os olheiros 1.0 estão encharcados de senso comum e se esquecem de algo fundamental: os dados, os fatos, o que a vida, na prática, apresenta e que deveria nos ensinar.

A saída para o manager, Brad Pittt, é contratar um nerd, Jonah Hiil, que, de posse de dados, consegue enxergar além do óbvio, pois ele olha para uma tela e não para as aparências.

Tira uma casca de senso comum da maneira de olhar para os jogadores, contratando um time de renegados mais baratos, mas com forte potencial.

O interessante do filme é o questionamento dos olheiros 1.0, intermediários, intoxicados de preconceitos, opiniões, com egos extremados, que rejeitam qualquer coisa que seja diferente da sua secular intuição frente a um novo mundo digital, que trabalha muito mais com dados mais consistentes.

O filme questiona, no fundo, o modelo de resolução de problemas do ambiente cognitivo passado, no qual alguém, um intermediador, a partir de intuições, preconceitos, senso comum, interesses precisam escolher e decidir pelos outros versus um novo modelo, de um ambiente cognitivo baseado no digital, procura superar essa camada para melhorar a eficácia da solução de problemas do mundo, através de um modelo mais racional e menos emocional, baseado mais em fatos.

A base de toda a mudança do mundo 2.0 está aí.

O questionamento dos velhos intermediadores, que já não conseguem mais lidar, como conseguiam antes, com o aumento cada vez mais radical da complexidade do mundo, fruto de um planeta super-populoso e cada vez mais interconectado.

É preciso uma nova forma de resolver velhos problemas.

Todos ficaram obsoletos, pois hoje temos condições de criar plataformas colaborativas digitais, com um tripé bem claro: o novo intermediador, que chamo de apicultor, que passa a não mais se basear só na intuição, mas cada vez mais em dados e algorítimos, turbinado por robôs, que capta informações, a partir do movimento real dos fatos e da colaboração, que ajuda aonde o robô fracassa.

Este novo modelo cria um novo ambiente, no qual conseguimos mais com menos, o que é objetivo de qualquer ambiente de gestão.

No filme, o time consegue bater o recorde de 20 vitórias seguidas e mostra os ajustes para que o sistema funcione, bem como a forte resistência de todos ao novo conceito.

Para quem trabalha no mundo digital, imperdível.

 No fundo, a única gestão possível é a da competição, que alinha todas as iniciativas de uma organização.

Versão 1.0 – 16 de janeiro de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

A gestão da inovação é a fumaça da vez, como já foi a do conhecimento.

No fundo, a única gestão possível é a da competição, que alinha todas as iniciativas de uma organização.

Competir é permitir que organizações públicas ou privadas façam mais com menos e melhor do que o concorrente direto.

Para competir é fundamental saber de onde viemos e para onde vamos, pois é preciso saber que correções e alinhamentos precisam ser feitos.

O que era competitivo ontem pode não ser mais hoje….

Perianto, inovar não é garantia de competitividade, assim como conhecer também não é.

É preciso olhar para o cenário e conseguir ver o que tornará uma organização mais competitiva do que outra.

(No caso do governo, do que o gestor que foi eleito ontem.)

Assim, alinhar melhorias inovadoras e adquirir conhecimentos devem ser norteados por essa meta da competição e não o contrário.

Será o norte principal que vai guiar os principais projetos corporativos, pois temos hoje com a rede digital colaborativa  uma nova forma de resolver problemas, de fazer muito mais com muito menos.

Algo como: gerir as novas mudanças para se alinhar ao futuro, na qual podemos até chamar de inovação, mas sem perder o norte do que é mais competitivo.

Só inova bem e de forma eficaz, assim, quem tem macro-projetos de futuro competitivo.

É isso, que dizes?

Que dizes?

 A revolução não é dentro da velha rede, mas construindo a nova rede!

Assembleia

Marina Silva vai criar um novo partido, saiu aqui.

(Marina, a meu ver, é a líder brasileira mais antenada com os rumos da política mundial, não é à toa que fez o prefácio de um dos melhores livros do ano passado “Terceira Revolução Industrial”, do Rifkin.)

Novo partido?

Nada contra, desde que tenhamos a noção histórica do cenário que estamos vivendo.

Estamos nos primórdios de uma Revolução Social da política, às vespéras de uma Revolução Francesa 2.0.

  • Qualquer iniciativa política que consiga entender esse cenário e use como tática usar o atual modelo para questioná-lo é válida.
  • Qualquer iniciativa política que não incoropore esse cenário e use o modelo atual como estratégia vai nos levar a mais ilusões.

 Por que uma Revolução Francesa 2.0?

Estamos aprendendo que o modelo de gestão da sociedade (no qual se inclui a política) é condicionado pelo ambiente cognitivo de plantão. Muda o ambiente, muda o modelo, foi assim no passado.

Tivemos três eras na política, assim como na gestão (ver mais sobre isso aqui):

  • A era da política oral – dos chefes tribais e dos reis;
  • A era da política impressa – da república, a partir de 1800;
  • A era da política digital – da incipente e emergente república participativa, via redes sociais.

Note que as Revoluções Americana e Francesa, precedidas pela difusão da cultura impressa 200 anos antes, foram movimentos reintermediadores de poder, decapitando metaforicamente (e na prática) os reis, que estavam atrapalhando o desenvolvimento humano e criando uma nova topologia, mais descentralizada: a república.

Houve uma mudança topológica de poder, pois o que era muito fechado em torno de um grande líder, se descentralizou com escolhas periódicas da população dos novos “reis”/”nobres”, políticos, presidentes, primeiros ministros.

Muito água passou por debaixo da ponte e 200 anos depois esse modelo topológico de poder, que foi um avanço para um mundo de 1 bilhão de habitantes se tornou obsoleto para um de 7 bilhões.

Os partidos e seus representantes aprenderam a dominar o jogo por completo, conseguiram aumentar a taxa de fisiologia a níveis nunca dantes navegados e colocar na lona à da meritocracia. Isso é fruto do aprendizado e uso por longos séculos do mesmo modelo topológico.

Não há, a meu ver, saída desse labirinto, pois todo o sistema leva para um caminho intoxicado, por mais que haja ainda pessoas bem intencionadas e honestas.

O sistema e seus desvios são sempre mais fortes do que a força de vontade dos bem intencionados, que são sempre a minoria. O que garante a transparência é uma nova topologia de rede para um mundo mais superpovoado.

Alguma coisa deve ser aprendida com o fracasso do PT, que acreditou ser formado por super-homens e super-mulheres acima do bem e do mal. A vida mostrou que o cavalo era manco.

Assim, criar um novo partido com a bandeira da desintermediação, se aliando ao movimento mundial, como no caso da Islândia, que elegeu e fez usa constituinte pelo Facebook, ou com os jovens espanhóis e americanos, que procuram um novo modelo de representação, que passa pelo digital e colaboração, pode ser um caminho de agregação, sim, ok.

Algo assim me parece algo interessante, mas deixando claro que o novo partido é criado para se auto-dissolver, como o início do filme de missão impossível – que visa pr0mover esse debate, tendo sempre claro que ao crescer o partido será carcomido pelo atual sistema intoxicado, pois a nova política é a nova rede. É preciso ter claro que se deve criar zonas de inovação 2.0 também na política, criando modelos de decisão cada vez mais em plataformas digitais colaborativas para tomada de decisão, espalhando a nova cultura pelo país, acelerando o processo de reintermediação inevitável.

Não se vai assim criar mais ilusões.

Não é possível mais acreditar no modelo topológico atual da política, pois este não tem saída. Não é o caso de reforma, puxadinho, mas de mudança completa da estrutura ao teto.

A luta é, como sempre foi, topológica:

Ou seja, a revolução não é dentro da velha rede, mas construindo a nova rede!

Se for algo assim, estou dentro até a raiz do cabelo.

Se for o sonho utópico e equivocado  igual ao do PT de 1979, do qual fiz parte, de que falta vontade política e honestidade e que agora sim chegaram os honestos e os com muita vontade política, estou fora, pois esta novela já é pra lá de repetida.

É hora de reunir, de novo, os bem intencionados, não fisiológicos, mas que precisam ter um ambiente aberto e transparente para que a vontade de sair do caminho de vários possa ser evitada não pela força de vontade, mas por uma rede aberta, que é capaz de não deixar o instinto humano agir na sombra.

Por aí, que dizes?

 

 

Grupo de estudos 2013:

“Revolução cognitiva e seus desdobramentos para o futuro do comportamento dos indivíduos, organizações e sociedade”

O grupo de estudos visa aprofundar o impacto da atual revolução cognitiva, a partir da chegada das novas mídias digitais, na sociedade, tanto em cada área, como nas mudanças comportamentais dos indivíduos e das organizações.

Será coordenador por Carlos Nepomuceno e visa analisar e questionar a visão dos participantes sobre o fenômeno.

O objetivo ainda é o de alinhar e alargar a percepção de todo o grupo para que passa entender e intervir de forma mais consciente diante do novo cenário.

O grupo pretende formar pensadores mais consistentes e estratégicos que possam realizar pesquisas, ministrar aulas, palestras, escrever, prestar consultoria e serviços com mais embasamento teórico e prático.

Os encontros não seguirão um roteiro prévio, pois se adaptarão ao ritmo da turma.

Teremos três meses iniciais, que poderão ser renováveis por mais três, a critério de cada pessoa.

Os encontros serão por Skype, às terças, de 19:30 às 21:30.

Após três meses, será emitido certificado para quem comparecer a 70% dos encontros.

O investimento para os três meses iniciais será de R$ 600,00, dividido em duas vezes: 50% para garantir a vaga, até o final de janeiro. E o restante até o final de fevereiro.

As aulas serão nos seguintes dias:

05, 12, 19, 26 de março;
09, 16, 23 e 30 de abril;
07, 14, 21 e 28 de maio.

Será feita uma seleção prévia que terá como critério o potencial de cada aluno para ajudar o grupo e mais tarde a sociedade a lidar melhor com a atual Revolução Cognitiva.

A turma terá o mínimo de 15 e o máximo de 20 participantes.

Será necessário apenas microfone.

As aulas se basearão nos textos do meu blog e indicações de outros autores, conforme demanda.

Quem tiver interesse me mande mensagem privada pelo Facebook.

Assim, não é a atual gestão que vai usar a Web 2.0 a eu bel-prazer, mas é a Web 2.0 que vai redefinir a gestão, como já ocorreu algo similar no passado!

Versão 1.0 – 08 de janeiro de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

O principal problema de interpretação sobre a Revolução Cognitiva se deve a relação entre gestão e comunicação.

Como Revoluções Cognitivas são fenômenos raros, não entraram no radar das teorias sociais de plantão.

E fica a dúvida Tostines: o que vem primeiro é a comunicação ou a gestão? Quem influencia quem?

A tendência natural é – de forma onipotente – achar que o ser humano determina os rumos da sociedade que tem livre-arbítrio para agir.

Porém, aos poucos, vamos percebendo que somos muito mais condicionados do que imaginamos, como detalhei aqui.

As tecnologias são necessárias, conforme crescemos demograficamente e ficamos em  uma espécie de eco-sistema tecnológico que nos condiciona e provoca mudanças inesperadas, a despeito da vontade consciente da sociedade. Esse aparato nos condiciona a nível macro, mas não nos determina a nível micro. Há brechas para mudar, mas dentro de margens tecnológicas definidas.

Isso pode doer no ouvido de muita gente, mas é a chave para entender a atual Revolução Cognitiva em curso, baseado nas intuições de Pierre Lévy, o autor-chave para compreender o DNA do fenômeno.

Assim, podemos dizer que o ser humano trabalha em duas camadas.

A mais abaixo é a da comunicação-informação-conhecimento, uma espécie de placa-mãe da sociedade, que é condicionada pelas tecnologias de plantão.

E uma camada mais acima que é a da gestão, de como nos organizamos para resolver nossos problemas.

É uma moeda de duas faces em relação.

Obviamente, que quando uma muda, a outra muda também.

  • Uma organização, por exemplo, com problemas de gestão tem problemas de comunicação/informação/conhecimento.
  • Uma organização, por exemplo, com problemas de comunicação/informação/conhecimento tem problemas de gestão.

Vivemos, entretanto, uma mudança das tecnologias de comunicação/informação/conhecimento, que nos levam a uma nova forma de solução de problemas, influenciando e modificando, definitivamente, a atual a gestão.

Podemos dizer, assim, que a gestão faz mudanças incrementais, diante do aparato tecnológico de comunicação/informação/conhecimento disponíveis, mas quando estes mudam, alteram inapelavelmente a gestão e também a sociedade.

eras

Falei mais sobre isso aqui.

Dentro dessa perspectiva, se falamos em três eras da comunicação/informação/conhecimento, podemos falar também em três eras da gestão, influenciadas pelas mudanças das mídias de plantão.

  • A gestão oral – com decisões tomadas, a partir da palavra;
  • A gestão impressa –  com decisões tomadas, a partir do papel;
  • A gestão digital –  com decisões tomadas, a partir do computador.

Todas elas tiveram fases intermediárias.

  • A gestão oral passou pela proto-linguagem e depois pela linguagem que conhecemos;
  • A gestão impressa passou pelo papel manuscrito e depois pela papel impresso, a partir de 1450;
  • E a gestão digital  passou pela computador isolado e depois pelo computador em rede, com ferramentas de colaboração, a partir de 2004.

Projetos de alinhamento à gestão digital estão além da implantação de ferramentas, pois por baixo e por cima da chegada das novas ferramentas há o surgimento de uma nova forma de solução de problemas, que altera o modelo da gestão.

É uma nova cultura de solução de problemas, mais adaptada à complexidade que 7 bilhões de habitantes nos trazem.

Assim, não é a atual gestão que vai usar a Web 2.0 a eu bel-prazer, mas é a Web 2.0 que vai redefinir a gestão, como já ocorreu algo similar no passado!

Projetos 2.0 de alinhamento à atual Revolução Cognitiva nos levam a uma revisão da atual gestão e metodologias que consigam, de forma mais barata e eficaz possível, migrar de uma empresa baseada na cultura da gestão impressa e digital 1.0 para o novo modelo digital 2.0, no qual a colaboração é a grande novidade, mais ágil e barata para lidar com problemas complexos.

Não é fácil o desafio que temos, pois estamos vivendo uma macro-mudança, rara e complexa.

Porém, passar por essa visão do problema para enfrentá-lo de forma mais madura é fator fundamental de sucesso.

É isso, que dizes?

 

Colaboração

 

uma corrente de pensadores sobre o fenômeno internet que vou conceituar de “utopistas humanos”.

Eles acreditam em uma alta taxa de liberdade humana diante dos condicionamentos sociais.

Que basta querer, que tudo acontece.

Na verdade, é a mesma filosofia que levou o PT a acreditar que bastava um novo partido e pessoas com vontade política para mudar o país.

Vemos agora que a topologia da política foi mais forte. O vício é sistêmico.

Óbvio que há exceções, mas o grosso segue e é condicionado pela topologia de plantão.

A margem de liberdade é bem restrita.

Assim, mudanças sociais são raras, pois lutam contra forte condicionamento.

A base para compreender a mudança atual passa por admitir que os ambientes cognitivos nos condicionam fortemente e que a sociedade irá mudar, pois temos em curso um novo ambiente topológico, que nos leva a uma nova sociedade.

Nossa margem de escolha é ampla, mas dentro de uma nova topologia que já está em curso.

Pode-se muito, mas dentro de determinados parâmetros.

Há quem não acredite em mudança nenhuma e os que acham que se pode mudar tudo – porém ou se tem uma visão que o ser humano é uma espécie condicionada (muito mais do que imagina nossa vã filosofia) ou ficaremos vivendo a fantasia do nada ou do tudo.

Assim, podemos muito, como um grande rio, mas desde que tenhamos a noção de sua profundidade e os limites de suas margens se quisermos superá-las.

É isso, que dizes?

 O principal problema do mundo hoje? Complexidade. E bem que tentamos, mas não conseguimos resolver  a contento com nosso modelo mental, metodologias e tecnologias do século passado.

Versão 1.0 – 28 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

O principal problema do mundo hoje?

Complexidade.

E bem que tentamos, mas não conseguimos resolver a contento com nosso modelo mental, metodologias e tecnologias do século passado.

Eis o drama que aparece em vários problemas complexos da sociedade.

  • Aumenta-se o volume de dados/problemas a ser administrado;
  • Os responsáveis para “despachá-los” precisam ser mais e mais numerosos e eficazes;
  • Isso tem um custo;
  • Como é caro, resolve-se atrasando a entrega;
  • Mais e mais precisamos de tempo (que não há) para resolver os problemas.

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Vejamos a alguns exemplos do conflito entre o problema de tempo x qualidade:

  • Este é o caso da Ciência, que leva de seis meses a um ano para aprovar um artigo, nem sempre de forma a garantir a qualidade do mesmo, deixando de fora vários inovadores, como detalhamos aqui;
  • Da fiscalização, que não consegue chegar em todos os lugares onde ocorrem irregularidades (vide o caso mais grave da crise financeira global);
  • Do jornalista/veículo de comunicação que não consegue informar corretamente o que está ocorrendo;
  • E, mais gritante, da Justiça que mais e mais fica cada vez mais cara e lenta.

O problema principal é que temos um modelo atual de solução de problemas, por falta de opção até aqui, que passa sempre por um intermediador/líder-alfa.

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O problema entra, mas espera que um intermediador diga o que fazer para dar a solução, criando um gargalo. Antes da Web 2.0, não havia solução, tentou-se de tudo, inclusive colocando computadores, melhorou, mas não de forma satisfatória.

Note, assim, que o circuito entre problema e solução esbarra no gargalo do intermediador, que é caro e lento. No caso da justiça, o juiz, que acaba pedindo para um assistente analisar processo às pressas, nem sempre com o devido cuidado.

A chegada da Web 2.0 introduz no mundo um novo modelo de solução de problemas, criando uma nova possibilidade topológica, na qual é possível incluir a colaboração com a ajuda de robôs, através de um modelo (em permanente construção) o principal esforço que tem sido feito é conseguir tirar o intermediador para ganhar velocidade a baixo custo, sem perder a qualidade.

Os projetos que podemos nos debruçar apontam nessa direção e têm resolvido problemas complexos, através de um novo modelo no qual o intermediador passa poderes para a colaboração e para os robôs.

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Note que tais projetos usam esse modelo para soluções complexas.

Google pesquisa:

  • Problema – possibilitar achar rapidamente a informação desejada;
  • Apicultor – gerencia a plataforma colaborativa;
  • Robô – vasculha e cria critérios (que são sempre aperfeiçoados de relevância);
  • Colaboração – através dos cliques e dos links se sabe quem tem mais peso na rede para subir ou descer no ranking.

O Wikipédia, a Amazon, o Taxibeat e diversos outros projetos usam esse modelo.

Pergunta-se: podemos usar isso em todos lugares, incluindo a justiça? Sim, não só acredito, mas vejo como ÚNICA SAÍDA.

Como funcionaria?

Pode ser um projeto privado, não precisa ser, no início público.

A plataforma colaborativa terá como missão  decidir sobre problema entre as partes, que aceitam tal arbitragem.

Vejamos um caso mais simples de contrato comercial.

  • “A” vai contratar “B” e resolvem usar a plataforma da justiça 2.0 para arbitrar em caso de problemas.
  • Digamos que “A” deposita “x” na plataforma e “b”, idem.
  • O dinheiro passa a render como uma poupança/ou algo similar e o robô cuida que os projetos sejam proporcionais ao “x” depositado.
  • Em caso de desacordo, pessoas que estão na plataforma são chamados a arbitrar sobre problemas alheios.

O critério de escolha deve ser aleatório, de cidades diferentes e anônimo entre todas as partes.

Como se fosse um juri popular anônimo, que pode pedir dados, informações.

Farão de forma correta, pois amanhã podem ser eles a serem arbitrados.

Colaborar arbitrando conta ponto e mérito para quem julgou o que vai ser importante na plataforma, tanto para descontos como para garantir o ranking do membro.

Membros ranqueados serão julgados por outros ranqueados.

(Pode-se pensar em várias formas de aperfeiçoar o sistema.)

A arbitragem decidida, transfere-se o valor arbitrado de “a” para “b”.

Nada é novo nisso, pois a arbitragem comercial já vem sendo feita por firmas especializadas para fugir da justiça lenta.

O que muda aqui é a possibilidade de cidadão poder arbitrar para outro cidadão.

Projeto isso para qualquer situação: seguro de carros, aluguel de imóveis, brigas de condomínio, etc…

Muitos dirão que existem problemas complexos que não poderão ser feitos pela arbitragem, mas pode-se pensar em advogados que podem ajudar na decisão, pagos pelas partes para esclarecer pontos, etc.

Nada é simples, mas vai se aprendendo com o tempo, começando com problemas simples e cada vez indo para os mais complexos.

Obviamente, que haverá, no início, desconfiança e o necessário ajustes constante da plataforma para evitar fraudes, mas com o tempo vai se ganhando experiência para que o processo ocorra de forma eficaz.

Ambas as partes escolhem a plataforma, com a solução muito rápida do problema.

Ganha-se em tempo e resolve-se de forma mais ágil o que hoje leva décadas.

É isso,

que dizes?

 

O problema é que estão implantando os projetos de redes sociais corporativas acreditando que vai se conseguir repetir na organização o que se vê do lado de fora no Facebook, Twitter, ou projetos inovadores, tais como o Google ou o Wikipédia, mas sem mudar a gestão. Isso tem criado forte problema para os profissionais responsáveis pelos projetos, pois promete-se algo que não será, de forma alguma, entregue.

Versão 1.0 – 27 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Há uma certa confusão no ar nos novos projetos de redes sociais corporativas.

Fala-se muito em colaboração, mas é preciso entender que, com a chegada da Web 2.0, temos  duas bem diferentes, com limites e potenciais distintos.

  • A colaboração tradicional –  oral, eletrônica e impressa – que é a utilizada, bem ou mal, nas organizações, que pode se aproveitar das das novas ferramentas das redes para fazer inovações incrementais. Aqui não se muda o modelo de gestão, apenas procura-se melhorar a comunicação, através de um uso parcial do novo ambiente, de forma bem planejada.
  • A nova colaboração – digital – que é feita também através dos rastros voluntários (comentários, curtir, estrelas) e involuntários (cliques), que gera inovação radical. Aqui se muda o modelo de gestão, pois introduz-se uma nova forma de tomada de decisão, através de um uso completo do novo ambiente, de forma bem planejada.

O problema é que estão implantando os projetos de redes sociais corporativas acreditando que vai se conseguir repetir na organização o que se vê do lado de fora no Facebook, Twitter, ou projetos inovadores, tais como o Google ou o Wikipédia, mas sem mudar a gestão. Isso tem criado forte problema para os profissionais responsáveis pelos projetos, pois promete-se algo que não será, de forma alguma, entregue.

O melhor livro do ano de redes sociais em 2012, “Mídias sociais nas organizações” tem o mérito de afirmar que esse modelo de implantação de redes sociais corporativa sem uma visão adequada está fracassando. Depois de pesquisar em 400 organizações americanas constatam que não está funcionando: 90% dos projetos não estão gerando resultado positivo para os negócios, por falta de visão. Veja o áudio que produzi aqui.

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Vamos compreender que colaborar é a junção de co (junto) com laboração (trabalho).

Assim, colaborar é trabalhar junto, através da melhoria da comunicação, que são dois lados da mesma moeda (trabalho/comunicação). Assim, crises de gestão são crises de comunicação e vice-versa.

Projetos de redes sociais corporativas visam, assim, aumentar a comunicação entre as pessoas para permitir que o trabalho possa ser feito cada vez melhor, de forma mais eficiente e inovadora.

Ao se implantar redes sociais corporativas, sem dúvida, há uma possibilidade de melhorar a comunicação e a colaboração tradicional, mas não deve se esperar um novo tipo de colaboração mágica ou miraculosa.

  • A colaboração tradicional trabalha dentro de uma topologia, na qual existe um modelo piramidal de gestão, com seus limites claros. A colaboração melhora a performance, mas não altera a topologia da gestão da organização. As decisões continuam a ser tomadas pelos atuais líderes, quase da mesma maneira, o que não prepara a organização para os desafios que temos pela frente: mais complexidade a ser resolvida de forma mais barata em menos tempo.
  • A nova colaboração digital introduz uma nova topologia, na qual existe um novo modelo em rede de gestão, com novos limites e possibilidades.  A colaboração melhora muito a performance, pois altera a topologia da gestão da organização. As decisões passam a ser tomadas de uma nova maneira, modificando o posicionamento e a atuação dos atuais líderes, gerenciando uma plataforma colaborativa, dividindo poderes com robôs e colaboradores. Essa nova colaboração prepara a organização para os novos desafios que temos pela frente: mais complexidade a ser resolvida de forma mais barata em menos tempo.

Assim, é muito importante saber os limites e os potenciais dos dois projetos.

  • A rede social corporativa tradicional vai apenas introduzir elementos para melhorar a atual colaboração tradicional, permitindo dar mais voz para os colaboradores, porém não terá forte impacto na inovação ou numa mudança de gestão, pois não estará se utilizado do que a rede digital tem mais forte: os rastros digitais para gerar um novo modelo de gestão, através de uma plataforma colaborativa inteligente;
  • Numa segunda etapa, de forma a criar zonas de experimentação/inovação 2.0, deve-se procurar resolver problemas complexos com a  nova colaboração digital, na qual os colaboradores começarão a usar de uma plataforma colaborativa, em uma nova topologia, uma nova maneira de tomada de decisões, mais ágil e eficaz, utilizando todo o poder dos rastros, dos robôs e da colaboração digital, nesta nova plataforma.

Veja as duas fases na figura abaixo:

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Tal divisão ajuda bastante, pois permite escalonar a mudança e não se iludir com falsos resultados, seja na fase 1 ou na fase 2.

O grande diferencial é de visão: a rede social corporativa não é apenas uma nova maneira de se comunicar, mas de se experimentar um novo modelo de gestão mais ágil, que é utilizar todo o potencial da colaboração digital para resolver os problemas complexos de forma mais ágil e com menor custo.

É isso, que dizes?

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 Apicultor é o melhor nome para um consultor 2.0, aquele profissional que ajudará as organizações a se alinhar com o novo mundo digital em rede.

Versão 1.0 – 21 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

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Este profissional, que pode ter vários perfis precisa estudar e aprender em três níveis:

  • Fase 1 – Visão – a revolução cognitiva muda a gestão de forma inapelável;
  • Fase 2 – Mudança – comece pequeno, mas já completamente no modelo 2.0, não misture, pois vais jogar dinheiro fora;
  • Fase 3 –  Plataforma – crie e aprenda a gerenciar uma plataforma colaborativa, na qual apicultor, robô e colaboração trabalharão de forma cada vez mais harmônica.

Detalhemos:

Fase 1 – Visão – a revolução da comunicação muda a gestão de forma inapelável;

Esta é a parte mais difícil, pois o senso comum vai contra a lógica que teremos que enfrentar aqui.

Hoje, consideramos que tecnologias são neutras e não nos condicionam.

Teremos que compreender que elas são ativas e influenciam o ser humano, porém não o determinam. Há sempre margem de atuação, porém não de forma ilimitada.

E aprender que tecnologias cognitivas exercem um papel ainda mais relevante, pois são elas as responsáveis pela circulação de ideias da sociedade, influenciando o modelo de gestão e comunicação, que são dois lados da mesma moeda.

Mais ainda.

Iremos analisar que tecnologias cognitivas descentralizadoras, como foi o caso da prensa, em 1450, e agora da Web 2.0, a partir de 2004, provocam revoluções cognitivas.

Tais revoluções descontrolam e mudam a topologia da circulação das ideias, criando novos modelos de gestão e de comunicação.

Assim, não é bem a gestão que vai definir o novo modelo da comunicação, como os projetos atuais estão tentando sem sucesso,  mas será condicionada por ele de forma inapelável.

As organizações irão, de forma drástica, de forma planejada, ou não, mudar pressionadas pelas novas   organizações nativas ( startups), alterando o mundo dos negócios, pois o novo modelo de solução de problemas é muito mais competitivo do que o anterior.

Isso precisa ficar bem enraizado, pois é a base para a fase 2.

Fase 2 – Mudança – comece pequeno, mas já completamente no modelo 2.0, não misture, pois vais jogar dinheiro fora;

Nossos instinto natural é começar os projetos de alinhamento digital de dentro para fora das organizações, normalmente com projetos grandes e com mega-ambições, sem a visão acima apresentada.

Geralmente, como projetos de melhoria de comunicação, mas com ambições de mega espaços de colaboração e inovação, o que não tem ocorrido.

A realidade tem demonstrado que sem a visão é impossível entender a ruptura, que é muito grande e fora do comum.

Depois disso, como o modelo de gestão é outro, com nova topologia menos matilha com líder alfa e muito mais formigueiro, é preciso começar pequeno.

Os projetos devem partir de pilotos, mas com uma característica especial:  do lado de fora dos atuais processos organizacionais.

Do lado de fora, entende-se algo como um laboratório de inovação 2.0, que analisa e resolve  problemas de forma nova, sem incorporar os processos anteriores.

Há variantes aqui, pode ser uma nova empresa, até uma startup que vai crescendo para, aos poucos, auto-destruir de forma criativa o modelo de negócios anterior, ou algo similar.

A preocupação deve ser:

  • a) quem vai para lá deve ter passado pela nova visão e pelos conceitos apresentados aqui;
  • b) pessoas motivadas, de preferência mais geração y, de forma a ter sempre mais gente com a nova visão do que pessoas acostumadas com a anterior, para o poder da influência ser do novo para o velho e não o contrário;
  • c) não se levará para o novo ambiente processos, mas apenas problemas.

Tais requisitos nos levam para a fase 3.

Fase 3 – Plataforma – crie e aprenda a gerenciar uma plataforma colaborativa, na qual apicultor, robô e colaboração trabalharão de forma cada vez mais harmônica.

Definida a visão e a forma de migração, chega a etapa de aprendizado do gerenciamento da nova plataforma, que terá esse modelo abaixo:

plataforma

 

A administração aqui é um jogo de empurra, que começa pelo robô.

O robô deve ser o personagem que recebe o maior número de tarefas para que possa resolver os problemas. O robô erra menos e é mais infalível, pois ele automatiza melhor, por isso deve concentrar as atividades.

Um exemplo é o GPS, por exemplo para atividades externas.

Quando se precisar de localização de pessoas, objetos deve ser deixar que o robô entre, colocando chips para que o GPS possa enxergar o movimento, registras seus passos e poder alimentar automaticamente o sistema.

Internamente, o robô pode ver os cliques, o movimento na plataforma, o tempo de visualização de cada página, a atividade de cada participante para ir aumentando a base de informações e gerando dados para ajudar os outros dois personagens, o apicultor e a colaboração.

A colaboração deve assumir o papel que o robô não tem condições de assumir.

São questões subjetivas que precisam de uma visão humana, tal como analisar a qualidade de um dado serviço, se um motorista é mal educado, ou se ele não parou um coletivo ao ser solicitado.

Por fim, o apicultor, que exerce algumas funções, podendo ser um ou mais que um:

– aquele que cuida para que a plataforma funcione cada vez de forma mais harmônica, gerando menos vandalismo, ruído e mais relevância para seus usuários;

– extraindo de tudo que sai algo diferente, tal como um jornalista que passa a ser pautado pelos comentários, que entrevista os membros mais destacados da comunidade ou um fiscal de avião ou de ônibus, que consegue ser muito mais preciso na fiscalização;

– por fim, um super-apicultor, que passa a planejar muito melhor o futuro das suas atividades, ao aprender mais e mais os interesses atuais e futuros da comunidade da plataforma.

Tais etapas complementam a formação do profissional que irá ajudar as organizações a entender o atual momento e levar as organizações, de forma mais barata e eficaz para se alinhar ao novo mundo.

É isso,

que dizes?

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De frente para trás e da esquerda para direita, começando com o pessoal sentado ou agachado: Mariana, Kenia, Priscila, Joanna. Na fila em pé, começando de novo da esquerda para direita: Roberta, Manuela, Désiree, Bruna, Natasha, Juliana, Daniela, Mariana, Daniel e Derek. Na fila mais atrás, Juliana, Roberto, Eu, Victor, Alexandre, Guilherme e André.

PeerReview

Sobre os limites das topologia atual da Ciência, sugiro a leitura do seguinte artigo, que fala do impasse da Ciência atual: A XXI-century alternative to XX-century peer review.

Há em curso uma ainda incipiente, mas profunda revisão do fazer científico, que se resume em mudar o modelo atual de revisão pelos pares, que já mostra sinais de cansaço para um novo que está sendo chamada lá fora de “Open Peer Review systems” (revisão pelos pares de forma aberta).

(É bom que se esclareça que o termo open/aberto dá margem a diferentes interpretações, como ocorre como governo aberto, por exemplo. Há pessoas que entendem open peer review apenas como o fim do anonimato dos pareceristas. E há gente, que é o caso desse artigo acima citado, que propõe uma mudança no modelo como um todo, incorporando colaboração e a publicação sem nenhum parecer, que seria pós-moderado e não pré-moderado).

A defesa aqui é de um novo modelo de fazer ciência, que vai na linha do Clay Shirky, que nos leva a publicar para filtrar e não filtrar para publicar, o que muda completamente a maneira de se pensar a publicação acadêmica.

Não não existe apenas uma forma de se fazer isso, existem vários modelos de pós-moderação e antes que você ache que a ciência vai virar um caos é preciso abrir a mente para entender os atuais problemas e as soluções propostas.

Hoje, um conjunto de experiências por aí demonstram que o modelo do pós-moderado é bem eficiente, desde que seja feito por um novo tipo de profissional que conheça os macetes para evitar ruídos, vandalismos e possa construir um ambiente que gere relevância de forma barata e rápida.

O modelo dos pares se encaixa aqui nos meus escritos na metáfora do líder-alfa de resolver problemas complexos. E o novo que vou chamar de Ciência 2.0 é do formigueiro, criando inteligência de forma mais barata e eficaz, através da “comunicação química” das redes digitais.

Gostaria, entretanto, de chamar a atenção que esse artigo é uma análise de um modelo topológico de gestão que não é exclusivo da ciência. É algo matricial em todas as áreas que denota um modelo de tomada de decisões e de gestões adotado que está obsoleto.

Não conseguimos resolver problemas como esse da foto abaixo, com uma guardinha apitando na encruzilhada!!!!

Tal topologia, que é fortemente marcada pela chegada da escrita no mundo há 5 mil anos e massificada nos últimos 500 gira em torno de um líder-alfa, que decide, a partir do que consegue reunir de dados e informações.

A topologia da matilha, já disse aqui várias vezes,  funcionou bem para um mundo menos habitado e, portanto, menos complexo. Com a explosão das megacidades e a chegada de 7 bilhões de pessoas sem planejamento prévio nos deu como quase única alternativa partir para imitar algo próximo da comunicação química das formigas, através de rastros digitais que aumenta a nossa eficácia, pois cada uma que passa deixa o rastro para outra que vem – eis o grande ganho da rede.

O artigo que citei acima tem o mérito de tocar o dedo nas feridas do modelo da matilha, no caso apontando os defeitos da atual Ciência, que, repito, se aplica a todos os outros. Não sugere como mudar, mas apenas mostra claramente que é preciso usar as novas tecnologias para combater velhos vícios evidentes, que tem tornado a ciência mais um espaço, entre tantos outros da sociedade, intoxicado.

Vamos ao detalhamento do artigo de Grazia Ietto-Gillies.

A autora defende que o atual modelo de aprovação pelos pares não consegue mais resolver os problemas da ciência diante da complexidade do mundo atual. A sugestão é sair do modelo de aprovação de artigos pelos pares para o novo Open Peer Review systems, que não é, no caso dela, apenas do fim do anonimato, mas de um novo modelo de publicação.

O modelo atual segue a lógica do mundo impresso, da matilha e do líder-alfa, com todos os seus impasses:

  • O material é enviado para alguém;
  • Esse alguém cria critérios de edição;
  • Organiza todo o material, seleciona a partir de dado critério;
  • Publica o que considera pertinente;
  • E, no caso da ciência, através da aprovação por pares (outros pesquisadores).

O modelo funciona para jornais, revistas, acadêmicas, ou não, mas serve também para a tomada de decisões nas organizações. Alguém, com uma posição hierárquica definida pela sociedade atual, tem o poder de tomar decisões, a partir de critérios estabelecidos.

Ela levanta os problemas que nos deparamos com um modelo desse tipo com o aumento vertiginoso de artigos pedindo para serem publicados e esperando na fila:

  • como avaliar que um artigo tem qualidade?
  • como reduzir o custo para torná-lo público ( o que implica em um custo a mais para bibliotecas, pois têm que pagar por isso)
  • como reduzir o tempo entre a finalização do autor e a leitura pelo público?

A autora lembra que a avaliação dos pares muitas vezes tira o pesquisador de sua área de interesses para avaliar o artigo de outro pesquisador, que necessariamente não é do seu interesse. O que atrasa a pesquisa do primeiro, prejudica o segundo, pois é avaliado por alguém (nem sempre de boa vontade) que não estuda o mesmo assunto.

Destaca que a leitura é feita de forma a privilegiar o que temos como nosso paradigma em mente, criando um problema para ideias inovadoras e diferentes de quem tem que dar o parecer. Pior ainda: ela aponta que esse tipo de avaliação vai criando um “modelo de pensamento” que vai obrigando os autores a seguir uma dada linha, se quiser ver seu artigo publicado.

O problema tem se agravado, segundo ela, pois mais e mais há artigos para receber o parecer, o que reduz o tempo de avaliação, tornando tudo cada vez mais superficial.  Os custos aumentam e a verba que poderia ser destinada para outros fins vai toda para um processo caro de publicação, pois é preciso arcar com o custo da aprovação pelos pares, que vai embutido nas assinaturas para as bibliotecas.

O modelo dos pares, segundo ela, cria ainda critérios duvidosos de qualidade, pois o critério da escolha dos pareceristas nem sempre é tão eficiente. Cita o caso de pesquisadores  mais experimentes que pedem para pesquisadores mais jovens darem opiniões. (Isso ocorre também na justiça, no caso de juízes, que vivem o mesmo problema.)

O nó, segundo a autora, mais grave é que o sistema, apesar das falhas, define a vida profissional dos pesquisadores.

  • Quem consegue ser publicado em revistas prestigiadas, sobe;
  • Quem não consegue, idem, idem, para ou desce.

Ou seja, cria-se um corpo que passa a definir os rumos da ciência, através de uma válvula nem sempre eficaz. Tais critérios criam assim um modelo de abertura ou fechamento de portas, o que (digo eu) cria um modelo de pensamento cada vez mais único e intoxicado que reduz a capacidade de oxigenação. Que é o problema central de uma ditadura cognitiva, que se expande em todas as áreas.

A autora lembra que uma revista de prestígio tem a rejeição de 90% de seus trabalho, o que faz com o que o pesquisador vá batendo de porta em porta com seu artigo, o que acaba o levando a se render, retirando ideias novas ou que fazem parte de sua pesquisa, para ceder ao que quer os editores, criando um modelo que ao invés de criar novidades, caminha-se para a conservação das ideias.

Quem não se rende ao modelo, vê seu artigo rejeitado, por sua vez, sua carreira pendente, com pouco prestígio. O jovem autor com ideias diferentes acaba tendo, penso eu,  a escolha de sofia: ou eu mudo a minha maneira de pensar e me adapto, ou a minha carreira não deslancha.

Assim, o modelo de pares para a autora esbarra no:

  • tempo de publicação, que implica pela ordem:(a) o autor pode querer estabelecer prioridade intelectual;

(b) a comunidade de pesquisa se beneficiaria de libertação antecipada de resultados e de potencial adicional desenvolvimentos posteriores à interação entre leitores e autores, além disso, algumas pesquisas pode ser muito relevante para a vida humana ou para o negócio e para a economia;

                    (c) para alguns acadêmicos atrasos podem levar à perda de mandato com efeitos a longo prazo.

E ainda:

  • nem sempre eficaz critério de escolha dos artigos;
  • e um modelo mental de pensamento que passa a ser hegemônico e seguido para quem quer seguir carreira e ver seus artigos publicados.

Neste último vou citar a íntegra:

A distorção possível de caminhos de pesquisa (…) que sob pressão para ter publicações em revistas de topo, pode ter a inclinação para trabalhar em áreas, paradigmas, estruturas ideológicas aceitáveis ​​específica de uma dadarevistas, guiando seu comportamento e trabalho para cumprir as metas – incluindo de  se adaptar aos critérios de um periódico específico – em vez de fazer avançar a investigação e ciência”.

Ou seja, cria-se uma hegemonia do pensamento.

Quem pensa igual a mim, vai adiante. Quem pensa diferente, fica por aí na periferia acadêmica. 

A autora chama a atenção que novas ideias serão facilmente descartadas quanto mais o modelo persistir na avaliação de cima para baixo.

A proposta de um novo modelo 2.0, chamado aqui de procura resolver as seguintes questões de um novo modelo que:

  • é mais eficiente e  barato;
  • reduz o período de tempo entre o fim de um artigo e o aparecimento em domínio público e, portanto, a sua disponibilidade para o público leitor em potencial;
  • diminui substancialmente a probabilidade de fechar a porta de publicação às obras inovadores de pesquisa;
  •  elimina os textos pouco relevantes (pobres);
  • juntamente com a função de avaliação desempenha uma função de interação dentro da comunidade de pesquisadores.

O novo modelo permite que obras sejam publicadas com o que sugere Clay Shirky nesse novo mundo, que antes filtrava para publicar e agora publica para filtrar, criando uma construção social, através da interação direta dos leitores (pareceristas anônimos) que ajudam a chegar nas metas acima propostas.

Outras vantagens, segundo ela:

•  A abordagem bottom-up é susceptível de dar uma melhor avaliação por causa da grande número de contribuintes potenciais contra os árbitros poucos na ex-ante de cima para baixo;

• Quem vai  ler os documentos pertinentes e críticas gravação tendem a ser pessoas interessadas no
tema específico e, portanto, suas críticas são susceptíveis de ser relevante;
• Os comentários convida as pessoas a revelar sua identidade ao invés do anonimato.

Se analisarmos o diagnóstico que o autor faz, iremos aplicar isso a todos os problemas que temos hoje de agências que deveriam fiscalizar, mas não tem pernas, empresas que deveriam ser inovadoras, mas não conseguem, governos que deveriam ser mais eficientes, mas esbarram nos impasses do modelo de gestão/comunicação da matilha.

É uma discussão rica que passa por toda sociedade.

É preciso dizer, entretanto, que no novo modelo não é novo e está ainda em desenvolvimento, mas é, com certeza mais eficaz do que os atuais, vide Wikipédia, que é o modelo aproximado do que a autora está propondo, de forma muito mais sofisticada.

É isso,

que dizes?

Podemos, assim, afirmar que a crise do Euro, o baque econômico americano, a crise de fiscalização dos aviões no Brasil, do transporte coletivo, o engarrafamento de São Paulo, o problema de produção da Petrobras, enfim, todos os problemas complexos que temos que enfrentar se deve ao modelo obsoleto da matilha e do líder-alfa, que não consegue enxergar a força da topologia horizontal digital das formigas.

Versão 1.0 – 19 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Vivemos hoje uma macro-crise mundial que aparece de forma diferente em vários setores, mas tem a mesma causa: o modelo de gestão/comunicação que temos adotado nos últimos séculos, desde a chegada da escrita, que privilegia um tipo de topologia humana baseada no modelo das matilhas de lobo, com um líder-alfa muito bem demarcado.

O aumento vertiginoso do número de habitantes (crescemos 7 vezes em 200 anos), está nos levando, pelas beiradas do mundo, a adotar um novo modelo de gestão muito mais próximo das formigas, que é todo feito pela “comunicação química” que a rede digital agora permite.

Cada “formiga” deixa para a outra um rastro para ajudar a tomada de decisões de quem vem depois, com visão mais clara dos melhores caminhos, evitando erros básicos atuais e ampliando transparência e a possibilidade do aumento da taxa de meritocracia – que é a base do que podemos entender sobre democracia.

Ao estar na rede clicando  se está, querendo ou não, colaborando com os demais. Além dos cliques é possível, referenciar cada grão de informação comentando, estrelando ou curtindo, o que torna o ambiente muito poderoso para solução de problemas complexos.

E pergunta-se: qual problema não é cada vez mais complexo hoje em dia?

Nesse ambiente não há distinção entre trabalho e colaboração.

E é essa atividade dupla trabalho/colaboração em ambientes digitais o grande diferencial que vai marcar a futura gestão do século XXI, uma saída para as principais crises que estamos vivendo no mundo.

Como estamos com a cabeça completamente intoxicada pelo modelo passado e uma baixíssima taxa de abstração, vamos demorar, como sugere Clay Shirky um bom período nos afogando no caos, até começar a nadar de forma adequada.

Já disse aqui que a comunicação e a gestão são dois lados da mesma moeda.

Mas a que muda primeiro é a comunicação e depois a gestão, essa é a grande novidade que estamos aprendendo com a chegada de uma Revolução Cognitiva.

Podemos, assim, afirmar que a crise do Euro, o baque econômico americano, a crise de fiscalização dos aviões no Brasil, do transporte coletivo, o engarrafamento de São Paulo, o problema de produção da Petrobras, enfim, todos os problemas complexos que temos que enfrentar se deve ao modelo obsoleto da matilha e do líder-alfa, que não consegue enxergar a força da topologia horizontal digital das formigas.

Ou seja, aumentamos a complexidade ao termos 7 bilhões de pessoas no mundo, mas não atualizamos o modelo de gestão/comunicação. Queremos levantar mais peso com os mesmos músculos, não está dando certo.

Todas as mudanças sociais, políticas e econômicas que estão por acontecer terão como pano de fundo uma mudança topológica da migração desse modelo líder-alfa matilha para a do  formigueiro.

Amanhã vou postar sobre a crise da ciência, a partir deste artigo.

A XXI-century alternative to XX-century peer review

Por enquanto, é isso.

Que dizes?

Ao atingir o pico de 7 bi de pessoas, a matilha cede lugar a “comunicação química” do formigueiro digital.

Versão 1.0 – 17 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Há uma confusão do tamanho do himalaia sobre os novos projetos de redes sociais corporativas.

Para reduzi-la é preciso revisar o papel da comunicação na gestão.

Desde que o ser humano desceu das árvores, pois conseguiu desenvolver armas que o protegia dos animais, que temos usado a comunicação para sobreviver.

Resolvemos os problemas conversando, ensinando, aperfeiçoando.

Sem a comunicação, não sobreviveríamos no mundo, pois não temos garras, asas, rabos. Criamos tecnologias, a partir da troca de ideias, que nos permitiram criar essas “próteses” civilizacionais.

A comunicação é parte integrante da solução dos problemas e uma coisa (a gestão) condiciona a outra (comunicação).

Se mudamos a comunicação, mudamos a gestão e vice-versa.

Pois bem.

Vivemos atualmente, com a chegada de uma nova tecnologia cognitiva descentralizadora,  uma revolução na comunicação. Estamos descobrindo que a comunicação muda antes do que a gestão, achávamos o contrário.

Assim, o modelo está mudando e é preciso analisar como era e para onde vai.

A comunicação define a forma de tomada de decisões, como detalhei aqui.

Hoje, temos o modelo “líder-alfa das matilhas” para decidir.

  • Alguém mais experiente ascende a uma função de líder por um critério específico de meritocracia;
  • O líder recebe o encargo de decidir, a partir de sua experiência e dos dados que consegue colher.

O modelo é sustentável até um certo número de pessoas a serem geridas. Quanto mais vamos aumentando o número de indivíduos, o que nos leva mais e mais à complexidade, mais a decisão do líder alfa vai ficando mais difícil, pois leva mais tempo e são tantas variantes que ele não consegue mais ser eficaz.

O surgimento das redes sociais digitais nos levam para um novo modelo de decisão, baseado mais nos modelos da comunicação “química” das formigas do que no líder-alfa da matilha de lobos.

Pessoas (formigas) passam a se comunicar/informar em redes digitais, nas quais deixam rastros/cheiros, através dos cliques e das referências a cada acesso.

A grande vantagem que temos o movimento real – se conseguirmos extrair os dados desse processo.

Cria-se, assim, um novo modelo de comunicação que pode ajudar a tomada de decisões, de forma muito mais rápida e eficaz, pois mais e mais dados passam a ficar disponíveis, reduzindo a margem de erro na tomada de decisões.

A figura do líder-alfa vai cedendo lugar a um modelo de comunicação/gestão mais próximo de um formigueiro, no qual a liderança vai sendo trocada a cada situação, pois observa-se que em dada situação fulano ou beltrano podem decidir de forma melhor, baseado no vai e vem do movimento real das pessoas e não no suposto pela experiência do líder alfa.

Tal medição é barata e acessível, o que torna o modelo muito mais fácil de ser gerido.

É a mudança que estamos promovendo na espécie humana ao atingir o pico de 7 bilhões de pessoas. A matilha está cedendo lugar a “comunicação química” do formigueiro digital!

Assim, a ideia de implantar tal modelo, no modelo anterior é completamente ineficiente, pois são duas culturas diferentes de tomada de decisão.

Quando falamos em colaboração temos que separar duas colaborações:

  • A colaboração no modelo da matilha, do líder-alfa serve para que este tome a decisão, baseado em um modelo de meritocracia, cada vez mais obsoleto, que serviu a um tipo de organização;
  • A colaboração no formigueiro serve para que haja um rodízio de líderes, a partir da meritocracia das trocais reais, em um novo modelo de organização.

Não é possível querer a colaboração do formigueiro na matilha, pois fazem parte de duas culturas de tomada de decisão distintas.

Eis o grande impasse e o nó que a gestão tem pela frente diante de uma inusitada Revolução Cognitiva em pleno século XXI.

Enquanto não pararmos para refletir e pensar, iremos repetir, mais e mais o mesmo paradigma, gastando recursos e tendo resultados pífios.

Por aí,

que dizes?

 Uma alta taxa de abstração é fundamental para o diálogo, para a troca, para a inovação e para a colaboração, infelizmente não é o que temos como padrão hoje depois de décadas de ditadura cognitiva.

Versão 1.0 – 14 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Uma das grandes dificuldades que temos hoje ao ensinar, fazer consultoria, dar palestras é combater a nossa baixa taxa de abstração.

Ela é fruto da ditadura cognitiva que termina com o fim da era cognitiva impressa/eletrônica e o início da nova primavera digital. (Uma ditadura cognitiva, ao contrário de uma social, não tem um ditador de plantão, ela é condicionada pelas tecnologias de comunicação/informação disponíveis.)

Nesse contexto, temos uma escola reprodutora  e não criadora de conhecimento, o que nos leva a um aumento radical  do nosso piloto automático, que aposta tudo na memória e pouco no aumento da taxa de abstração.

Esse diagnóstico nos leva aos seguintes sintomas:

  • Temos a ilusão que a realidade existe;
  • Que a ciência estuda a realidade e não a percepção da realidade;
  • Que é possível com estudo chegar na realidade  como se ela fosse algo parado  e quem se mexe são as pessoas em direção à ela;
  • E, por fim, a incapacidade de criar, de inovar e sair das caixas: o eu e a realidade estão colados.

Só conseguimos criar, quando podemos olhar para como olhamos!

Gosto da frase:

“Ver diferente é a condição necessária para continuar a ver”Gaston Bachelard;

Gleiser no livro Criação Imperfeita quebra com essa ideia da realidade final ou definitiva ao sugerir que ela é histórica, inatingível, pois só conseguimos ver aquilo que medimos, a cada fase da evolução humana.

A realidade é datada!

Nossa capacidade de medir é condicionada por mentes e máquinas que se debruçam sobre ela. A realidade, assim, seria muito mais versionada (ou seja tem versões) do que achamos  e a cada época se modifica. A ideia de uma realidade sólida é fruto dessa incapacidade de abstração. A de uma realidade líquida, construída pela diálogo, vai ganhando forma, conforme a taxa de abstração vai subindo.

Assim, a ciência não é o estudo da realidade, mas o estudo das percepções que temos da realidade.

Como vemos na figura abaixo:

ciência

(Por isso, a filosofia – que é o estudo de como pensamos –  acaba aparecendo ao nos aprofundarmos em um dado problema, pois ajuda a analisar nossos modelos mentais. E o estudo das ciências é o estudo também dos modelos mentais que constroem as nossas percepções.)

Hoje a realidade (por isso entre aspas e mutante) é uma, amanhã será outra, a partir de nossos avanços (e também retrocessos), o que nos leva a ideia de que estamos em um movimento  e tudo depende de nossa capacidade enquanto grupo humano de avançar e individualmente de abrir espaço entre o eu e a percepção da realidade.

A variação da taxa de abstração

Podemos dizer, assim, que somos mais ou menos oprimidos quando conseguimos perceber a realidade como um movimento, como o qual nos relacionamos, como algo vivo. Quanto mais a realidade é sólida para uma pessoa ou um grupo, mais oprimido estamos por ela!

Podemos tentar sugerir que existiriam, assim, três camadas  humanas ao sentirmos/pensarmos o mundo:

realidade_eu

 

  • O eu que é como nos vemos;
  • Um espaço entre o eu e a realidade, que é minha percepção da percepção que tenho da realidade, um espaço vazio para olhar e ver como sinto e penso, ou seja uma capacidade de olhar de fora, de me ver pensando e sentindo, como se fossem dois – o que é a única forma de poder mudar;
  • E a realidade mutante, que está fora de mim, como algo observado e que me faz mudar as minhas percepções, a partir das trocas que estabeleço com fatos, experiências, pessoas, ideias, etc.

Note na figura abaixo que quanto maior for a minha capacidade de observar a percepção da percepção que tenho da realidade, mais aumento a minha taxa de abstração, pois eu consigo olhar para o que penso sobre a realidade, quase de fora,  não tendo a ilusão que estou vendo a realidade diretamente, o que abre espaço para a troca e o conhecimento não-dogmático, para a capacidade de ver e não ser “domesticado”.

Veja abaixo:

eu_realidade

 

Podemos chamar essa medição de taxa de abstração.

Quanto mais eu consigo olhar como olho/sinto o mundo, mais tenho capacidade de conversar, debater, aprender, pois mais sei que estarei sempre conversando sobre percepções e trocando percepções – de uma realidade inatingível.

Uma alta taxa de abstração é fundamental para o diálogo, para a troca, para a inovação e para a colaboração.

Uma pessoa que não consegue dialogar sobre a percepção da realidade tem uma baixa taxa de abstração, pois juntamente cola o seu eu na realidade, acreditando que tudo que ela vê É A PRÓPRIA REALIDADE.

Pessoas dogmáticas/fanáticas têm essa características, como demonstrado na figura abaixo:

eu_realidade2

O problema é que com uma ditadura cognitiva, como essa que termina agora, atingimos MUNDIALMENTE  uma baixíssima taxa de abstração com pouca capacidade de criar projetos diferentes dos atuais. 

Estamos muito próximos da figura acima.

Os efeitos das ditaduras na nossa visão de realidade

Assim, podemos dizer que individualmente quando fazemos psicanálise (ou outro método terapêutico qualquer), participamos de espaço de reflexão/ação, criamos espaço de nos olhar de fora através, por exemplo, da meditação, começamos a aumentar a nossa taxa de abstração.

A taxa de abstração é individual e cada um tem maior ou maior grau, dependendo do dia, semana, mês, ano, crises, fases e conjuntura da vida, etc. Além de algo que é genético, que leva a algumas pessoas terem um cérebro mais abstrativo do que os demais, tais como Einstein, Freud e Darwin, por exemplo, que conseguiram olhar a realidade muito mais do alto e fazer muito mais conexões inusitadas do que a maioria das pessoas.

Porém, há também a taxa de abstração coletiva e a relação desta com a da circulação das ideias e destas com as ditaduras sociais ou cognitivas.

Podemos lembrar que o primeiro ato de qualquer ditadura (a história está aí para comprovar)  é a de impedir a circulação de pessoas e ideias.

O objetivo é construir uma noção mais única da realidade, reduzir a taxa de abstração e fazer com que as pessoas aceitem as coisas como são, “deixem a vida nos levar”, reduzindo a entrada no ambiente cognitivo de novas ideias, que vão levar às pessoas a questionarem a sua noção da realidade.

A realidade será mais e mais aquela que os controladores dos fluxos determinar, pois não há nada que faça a contra-posição e que obrigue as pessoas a olhar como elas pensam. Isso ocorre de forma periférica e muito pontual.

Ditaduras trabalham fortemente para reduzir a taxa de abstração. Não é à toa que a arte e a filosofia são logo atacadas, pois vão na direção contrária.

Já existem vários estudos sobre  ditaduras sociais e até os efeitos destas nas sociedades e nos indivíduos.

  • São análises que estudam como um regime político em um dado país ataca a circulação de ideias e pessoas, a partir de uma ideologia autoritária e as consequências que causam.
  • Porém, não temos ainda estudos sobre ditaduras cognitivas, aquela em que um ambiente cognitivo global prejudica a circulação de ideias e pessoas, a partir de uma tecnologia restritiva, como é o caso das utilizadas nos ambientes cognitivos da escrita impressa e mídia eletrônica, que estão migrando, aos poucos, para outra etapa.

Podemos observar, assim, que  nos últimos séculos, a partir de 1800, fomos, aos poucos, mais e mais centralizando os fluxos das ideias, reduzindo, pela ordem:

  • o tempo cada vez mais longo da chegada de novas fontes na sociedade;
  • o que nos leva à redução da meritocracia;
  • redução dos pontos de vistas;
  • pasteuriza-se, assim,  as ideias circulantes;
  • cria-se uma baixa taxa de abstração e, portanto, de inovação.

O resultado disso é que reduzimos bastante a taxa de abstração das pessoas, que estão começando – bem no início –  a sair dessa ditadura cognitiva com a nova liberdade de circulação de ideias trazidas pela Web 2.0. Elas começam a ser demandadas para sair da caixa, mas justamente foram preparadas para continuar e nem ver que a caixa existe!

Vemos isso em todos os lugares.

As pessoas têm muita dificuldade de ouvir e receber novas ideias, ainda mais se elas forem bem diferentes daquelas que estão empacotadas na sua cabeça e coração. Não há espaço abstrativo para colher a novidade.

Estamos tão colados na realidade, como se ela fosse única e imutável.

Somos filhos da ditadura cognitiva que termina. Questioná-la é questionar as próprias pessoas, pois a realidade é a própria pessoa!

O eu e a realidade se misturam, como se fossem únicos, eis a gravidade do problema, que impede que surja o novo e a inovação!

Os efeitos da baixa taxa de abstração na capacidade de inovação

Uma baixa taxa de abstração coletiva, mundial, como é o caso nos leva a situações interessantes (e trágicas), a saber:

  • – as pessoas se voltam mais e mais para objetivos menores, individuais e pouco coletivos;
  • – se agarram ao prazer imediato, tal como em adquirir bens materiais;
  • – perdemos nossa capacidade de planejar no longo prazo, apenas no curto;
  • – aumenta-se, assim, a taxa de adoração material e reduz-se o espiritual (aqui entende-se como projetos coletivos da humanidade).

Como a realidade é imutável, pois é única e sólida, perdemos a capacidade de propor projetos coletivos, o que nos leva a nos voltar para o próprio umbigo, fortalecendo-se o individual em detrimento do todo.

Perdemos nossa capacidade de abstrair, de inovar, de sair da caixa para uma caixa maior (que seria mais espiritual = coletiva).

E o mais interessante que quando estamos com essa baixa taxa de abstração é justamente nesse final da ditadura cognitiva que mais precisamos dela, pois tudo começa a mudar, a inovação começa a ser algo bem difundido, como foi depois da revolução cognitiva do papel impresso, que nos levou à renascença.

Estamos, portanto,  amarrados, dogmaticamente e dramaticamente, em uma caixa pequena, apertada, escura, com pouco ar, pois nosso eu colou na realidade.

É um dilema grave.

Precisamos abstrair, inovar, criar, voar mas não conseguimos, pois fomos educados em um índice muito baixo de abstração e isso atinge também a geração y, que apesar de estar já no novo ambiente de forma integral, ainda é obrigada a frequentar a escola da ditadura cognitiva passada e ir para o mesmo espaço intoxicado dos ambientes organizacionais.

Por isso, tenho procurado nos meus encontros promover um intenso debate, apresentando uma realidade líquida e participativa, para abrir portas, que sempre existem esperando chaves, para aumentar essa taxa da abstração – prisioneira nesse velho castelo cognitivo que começa a ruir.

A batalha é essa.

É coletiva e mundial.

Pergunto: vais ajudar a aumentar a sua taxa e dos demais?

Tá dentro?

Que dizes?

 Vivemos a passagem da topologia da dependência do  líder-alfa para a da inteligência coletiva dos formigueiros.

Versão 1.0 – 13 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Quanto mais converso com meus alunos, mais vejo o tamanho do desafio que temos pela frente.

Temos que compreender uma mudança topológica do mundo, conseguir digeri-la e adotar práticas para poder lidar com ela.

Ufa, não é pouca coisa.

Nunca na história (desta humanidade como dizia o Lula) tivemos a chance de perceber a mudança dessa natureza (topológica cognitiva) e ter de lidar tão rápido com ela, pois cada vez as mudanças nas topologias estão ficando mais rápidas (se podemos dizer que séculos são rápidos, no caso da última).

Digamos que vivemos hoje a passagem na placa-mãe da sociedade de uma topologia para outra.

Uma topologia cognitiva define basicamente como nos organizamos como espécie em todos os sentidos: decidimos, produzimos, conhecemos, aprendemos.

Vivemos a passagem da topologia da dependência do  líder-alfa para a da inteligência coletiva dos formigueiros.

Em termos de topologia já tivemos três, conforme sugeriu Pierre Lévy: oral, escrita e digital.

Podemos dizer, assim, que estamos nos primórdios da topologia cognitiva 3.0, mais dinâmica e compatível a um mundo de 7 bilhões de pessoas, que vive em megalópoles.

Muitos dirão que há tempo para se preparar, mas há dois problemas aí:

  • – projetos que estão sendo feitos de redes sociais corporativas estão fora de foco e vão ser dinheiro jogado fora ( e os projetos estão aí em desenvolvimento);
  • – e a coisa agora está sendo muito mais rápida do que as anteriores, por causa da densidade e capacidade de inovação dos polos principais, todo cuidado é pouco, vide indústria da música.

Vejamos:

tabela

Detalhemos.

  • Note que há por baixo da sociedade uma topologia que define a forma de trocarmos informações.
  • Podemos apontar, conforme nos sugeriu Pierre Lévy, estras três etapas, que passam pela oralidade, escrita e agora a digital.
  • Cada uma necessária pelo crescimento da população, que força uma sofisticação topológica, que forma a placa-mãe da sociedade.
  • Podemos notar que as topologias têm fases, primeiro são beta-testadas em grupos menores e depois se massificam.
  • Se relacionam com o ambiente presencial, quanto menores os conglomerados, mais podemos horizontalizar, quando aumentam, é necessário verticalizar. Na nota topologia, estamos tentando horizontalizar a explosão demográfica, por isso estamos adotando o modelo das formigas.
  • O modelo topológico da espécie humana adotado té aqui é mais próximo das matilhas, com uma maior dependência do líder-alfa/
  • A sofisticação da topologia, com novas tecnologias cognitiva,  significa necessariamente o aumento de troca entre os indivíduos para manter a espécie funcional.

As topologias cognitivas atingem a toda a sociedade e é sobre ela que a gestão vai ser modelada. Assim, não é a gestão que define a topologia cognitiva, mas o contrário.

Veja o modelo abaixo, que segue um pouco as topologias passadas.

 

  • Note que na rede centralizada, todos dependem muito mais do centro, do líder-alfa, com pouca interação entre as pontas.
  •  No segundo modelo, divide-se um pouco o papel das pontas, mas ainda há uma forte centralização, que vai entrando cada vez mais em crise, conforme o tamanho da espécie vai aumentando, pois perde-se tempo ao se depender de um ponto específico.
  • E, por fim, na distribuída, que é o modelo mais próximo da topologia 3.0, apenas administrada, através de rastros digitais.

A passagem de um modelo de 2 para 3 é hoje impossível, pois precisamos do líder alfa para definir critérios de decisão e organizar o fluxo.

O que a topologia cognitiva 3.0 permite, através da rede digital, é a criação de trocas, a partir de rastros digitais, similar ao das formigas, que vai retirando a necessidade da supervisão do líder-alfa, cada vez mais trocamos com os pares palavras e rastros, o que vai nos permitindo consolidar um novo modelo de gestão mais eficiente do que o anterior.

Vide os modelos de gestão do Taxibeat, Mercado Livre, Estante Virtual, todos baseados no Karma Digital, rastros, nos quais quem compra ajuda a mostrar onde e quando comprou e alguns classificam a qualidade do atendimento, ajudando aos que vem depois a tomar decisões melhores e mais seguras.

Essa é a grande mudança, pois conseguimos administrar muito mais gente, com um modelo de gestão muito mais barato, pois formiga humana ajuda formiga humana.

Assim, a topologia define a gestão e não o contrário.

tabela

Nosso problema é que a atual topologia está nas camadas mais profundas do nosso cérebro e precisamos criar métodos para conseguir vê-las e poder modificá-las. Isso é a parte mais difícil.

Toda a estrutura social, incluindo a escola, prepara e está moldada para o modelo ineficaz da matilha, sendo hoje o formigueiro a aberração, causando forte estranhamento.

É possível migrar com menos sofrimento?

Sim,  difícil, porém cada vez mais necessário.

É isso que dizes?

 Se analisarmos o histórico e a evolução do atendimento pelo telefone/celular, vemos uma evolução cada vez maior na automatização do atendimento visando reduzir o exército de atendentes, que seriam os ouvidores/intermediadores para aumentar o exército de solucionadores. Ou seja, quanto menos ouvidores e mais solucionadores, melhor!

Versão 1.0 – 12 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Há uma pergunta no ar.

As organizações devem começar a atender clientes/cidadãos pelo Twitter e Facebook?

Muitos acham que sim, eu acredito que não.

Vamos ao debate.

Um cliente/cidadão faz contato com uma organização, pois geralmente tem um problema a ser resolvido, seja ele informacional ou operacional.

Se analisarmos o histórico e a evolução do atendimento pelo telefone/celular, vemos uma evolução cada vez maior na automatização do atendimento visando reduzir o exército de atendentes, que seriam os ouvidores/intermediadores para aumentar o exército de solucionadores. Ou seja, quanto menos ouvidores e mais solucionadores, melhor!

Vejamos os detalhes do processo de um call center maduro em termos de telefone:

  • O robô do call center identifica o telefone de quem liga e já sabe quem é;
  • O usuário tecla um conjunto de opções e espera-se que, sem nenhum contato, o problema corriqueiro seja registrado para solução;
  • Quando é algo fora do padrão, recorre-se ao atendente;
  • Cria-se um protocolo, problema resolvido, envio de mensagem avisando que está tudo ok.

Nesse processo, que nos dá uma boa experiência, podemos perceber que é fundamental:

a) conhecer quem chama;

b) encaminhar o problema de forma mais rápida possível, com retorno;

c) se possível, tudo via robôs, pois é mais rápido, que seria melhor para os dois lados, desde que se resolva o problema.

Assim, um call center eficaz é aquele que consegue resolver o maior número de problemas, através de uma plataforma inteligente/colaborativa que consegue compreender e resolver o problema dos clientes/cidadãos no menor tempo possível.

Veja na figura abaixo:

call_center_2.0

 

Assim, tecnologicamente quanto mais automático for o call center, melhor para os dois lados, desde que problemas sejam solucionados.

O ideal seria conseguir automatizar o ambiente para restabelecer o equilíbrio entre ouvidores e solucionadores.   A meta é que tenhamos o menor número de ouvidores de carne e osso possível para o maior número de solucionadores. Automatiza-se o ouvido para ter mais braços e pernas para resolver e não enrolar.

O problema, assim, do ponto de vista técnico, é conseguir que uma plataforma inteligente e colaborativa, centrada no potencial digital em rede,  seja criada para que possa conhecer cada vez mais o cliente/cidadão, receber o problema e acionar automaticamente os solucionadores, a partir de algorítimos  para tomar atitudes, focando-se na melhoria da performance de todo o ambiente, de forma sinergética e integrada.

Nos mesmos moldes do telefone, mas com mais molho:

  • O robô da plataforma  identifica o usuário, pois  já sabe quem é;
  • Atribui a ele um Karma digital, que é construído, a partir da pertinência das reclamações feitas;
  • Soma problemas para criar critérios de prioridade;
  • O usuário informa, via telefone, computador ou celular e espera-se que, sem nenhum contato, o problema corriqueiro seja registrado para solução;
  • Quando é algo fora do padrão, recorre-se ao atendente;
  • Cria-se um protocolo, problema resolvido, envio de mensagem avisando que está tudo ok.

O Twitter e o Facebook, porém,  não permitem que o problema seja encaminhado direto dessa maneira, pois ele entra “desformatado”, o que exige que seja destacada uma equipe de ouvidores/intermediadores, cada vez maior, para:

  • Monitorar;
  • Ler as reclamações;
  • Incluir dentro da formatação da plataforma;
  • Para poder dar continuidade à reclamação.

Quanto maior forem as reclamações desformatadas, mais vamos precisar de gente para formatá-la, o que cria a maldição do call center, pois terá que se reduzir o esforço da solução. Mais e mais o atendimento sai do “solutionation” para o “enrolation”.

E não há nada mais evidente do que o enrolation no mundo cada vez mais transparente de hoje em dia.

Quanto mais crescer as reclamações desformatadas, mais será necessário  gente, carne e osso, para recebê-la e formatá-la para poder automatizar a solução do problema. E mais vai se aumentando a frota dos ouvidores/intermediadores e tendo pouco espaço para aumentar a dos solucionadores.

O que aumentará as reclamações, haverá queda de eficiência do atendimento, aumentando a reclamação cada vez mais desformatada.

É um ciclo que vai levar a uma crise.

Vale a expressão que tenho repetido sempre:

A organização não vai entrar nas redes sociais, mais criar a sua para co-criar com seus clientes/cidadão.

A plataforma inteligente colaborativa (que é a rede social organizacional), assim, passa a trabalhar com três personagens:

tripe_plataforma

  • O apicultor é o gestor da plataforma digital colaborativa que tem como missão melhorar a performance mais e mais de todo o ambiente, fazendo tudo aquilo que o robô e a colaboração não conseguem;
  • O robô é o automatizador da plataforma digital colaborativa que tem como missão melhorar a performance mais e mais de todo o ambiente, fazendo tudo aquilo que o apicultor e a colaboração não conseguem;
  • A colaboração é a criação do rastro dos clientes/cidadãos que vão pautar a plataforma digital colaborativa a melhorar a sua missão, fazendo tudo aquilo que o robô e o apicultor não conseguem.

Exemplo de fiscalização de ônibus em uma grande cidade adotando a plataforma colaborativa de atendimento:

  • O robô tem chips e consegue ver o tempo de circulação de uma dada frota para saber se há ônibus suficientes, bem como saber quantos passageiros passaram pela roleta, podendo criar um equilíbrio entre carros e passageiros para reduzir os carros super-lotados. Ninguém faz melhor isso do que chips + robôs + gps;
  • A colaboração é capaz de saber se o motorista é educado, se o ônibus está bem conservado e se algum deles que não parou no ponto, os chips não conseguem enxergar isso;
  • E o apicultor vai cuidar que tudo isso funcione e ajudar a tomar as decisões baseados nos dados acima colhidos, sendo ele o “aprimorador” do ambiente, coisa que a colaboração isolada e o robô são incapazes de fazer. Objetivo do apicultor é o de conhecer melhor os gargalos para que se crie um processo inovador em espiral.

Note que as pessoas não querem conversar/ por conversar com as organizações, mas resolver seus problemas e sugerir mudanças, se o tempo de solução for caindo e melhoras forem ocorrendo, cada vez mais as pessoas irão utilizar os canais adequados, o que dará mais e mais escala, reduzindo a necessidade de ouvidores/atendentes humanos,  aumentando  que interessa, o de solucionadores.

Criar o hábito da reclamação, via Twitter e Facebook é algo insustentável a longo prazo, pois vai se aumentar o exército de intermediadores/ouvidores e reduzir o de solucionadores, não trazendo o usuário para a rede social da organização, mas deixando-o de fora, criando demandas cada vez mais difíceis de serem automatizadas.

Por fim, cabe lembrar que as organizações hoje definem metas, normas, formas e “empurram” estas decisões tomadas por alguém para que o cliente aceite as regras.

Muitas das reclamações são feitas por não aceitar as regras, muito mais do que resolver problemas dentro das regras.

As organizações hoje tomam decisões e informam a seus clientes/cidadãos da regra do jogo, não constroem junto, na relação, esse processo. As regras não são co-criadas. A plataforma colaborativa tem como base o aprendizado conjunto.

Exige uma mudança na maneira de se pensar a organização. H0je as organizações são voltadas para o lucro, acima de tudo. Amanhã, serãro voltada para a relação saudável com o cliente/cidadão acima de tudo, sendo o lucro a gratificação pela satisfação das partes na relação. 

O atendimento atual, na verdade, reflete esse modelo:

  • Organização impõem normas e procedimentos;
  • O cidadão/cliente tem que aceitar estas regras.

Não há diálogo, aprendizado, aperfeiçoamento.

O atendimento é unidirecional, não se vai para aprender, mas apenas para ensinar, que é o que acontece em sala de aula, nos consultórios médicos, ainda na mídia, fruto da intoxicação do modelo de matilha x o novo do formigueiro/colmeia.

A taxa de diálogo é muito baixa, pois estamos saindo desse modelo piramidal e hierarquizado, que é cada vez mais ineficaz.

Assim, é um erro de visão querer resolver os problemas que vêm das “redes sociais”, pois a crise não vai diminuir, mas, pelo contrário, aumentar,

O atendimento 2.0, portanto, deixa de ser um espaço de apenas ouvir, mas para dialogar e procurar co-criar para melhorar, solucionar, inovar. Sem uma plataforma colaborativa isso é impossível!

Um atendimento 2.0 exige um novo modelo de tomada de decisão da organização, na qual define princípios e as regras do jogo do que ela está disposta a fazer para atender o cliente/cidadão e deixar a roleta do diálogo girar, aprendendo mais e mais na conversa.

Entra-se na relação para aprender e fidelizar. E não para convencer e impor. O caminho é um ambiente de aprendizado, que o que for padrão se soluciona e o que for fora do normal se conversa, procurando nos dois casos aperfeiçoar cada vez mais para que a relação seja cada vez melhor.

Isso é ser moderno e não parecer moderno!

É isso, que dizes?

PS – imagina-se uma inteligência artificial que possa captar dados do twitter e facebook? Ainda não conheço, mas se for algo viável e eficaz, estaria dentro da mesma ideia, incorporando-se a plataforma.

 

 Nascemos e somos, assim, domesticados para nos aculturarmos e somos semi-hipnotizados para seguir o  senso comum. Ou seja, quem não reflete sobre o que pensa e sente, repete o que já existe e vice-versa.

Versão 1.0 – 11 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

(Post a partir dos debates com a Dig 9, turma de Gestão Estratégia em Marketing Digital da Facha, na cadeira que ministro “Conversão 2.o”)

Talvez a maior consequência da ditadura cognitiva que acaba é a realidade tóxica.

A realidade é e sempre será algo filtrado por alguém, por um aparato de mídia de plantão, como vemos na figura abaixo:

Somos seres dependentes desse ambiente cognitivo, sem o qual não sobrevivemos.

Nascemos e somos, assim, domesticados para nos aculturarmos e somos semi-hipnotizados para seguir o  senso comum. Ou seja, quem não reflete sobre o que pensa e sente, repete o que já existe e vice-versa.

Temos uma tendência a agir, conforme a maioria, pois nos sentimos menos sós.

Em uma ditadura cognitiva, no qual um ambiente cognitivo tem as ideias fortemente controladas aumenta a taxa de intoxicação da “realidade”.

A “realidade” (sempre entre aspas por ser inalcançável) é  um misto de sensações e pensamentos que temos que nos chega, através de códigos diretos e indiretos.

  • Os códigos diretos são aqueles que criamos. Ex: quando estamos sozinhos em uma praia e filtramos a praia com nossas experiências;
  • Os códigos indiretos são aqueles que criam para nós. Ex: quando vemos a foto ou lemos alguém descrevendo a praia e somos filtrados pela experiência dos outros.

A intoxicação da realidade é, assim, algo presente em cada ser humano com taxas variáveis.

Hoje, temos uma alta taxa de intoxicação, pois quanto mais um ambiente cognitivo é controlado, menos paramos para pensar sobre novas ideias, olhares, percepções e mais tendemos a seguir a preponderante.

Isso se reflete fortemente na escola que prepara alunos para memorizar, repetir e não criar e abstrair. Organizações centralizadas e domesticadoras e não inovadoras.

Querem falar de inovação, mas a inovação começa justamente na nossa capacidade de não aceitar a realidade tóxica!

Além da macro-intoxicação, cada um vive a sua, a partir das dificuldades de repensar a sua vida, suas emoções e seus pensamentos.

Todo trabalho terapêutico, seja ele qual for, visa criar uma reflexão sobre o que sentimos/pensamos/agimos para saber  se estamos repetindo padrões/neuroses/compulsões ou se temos condições de reinventá-los para reduzir taxas de sofrimento.

Quando começamos a viver uma nova macro-primavera cognitiva com novas ideias, de fontes oxigenantes na sociedade, precisamos começar a ter espaço interno para escutá-las e trocar com elas, ou seja, nos libertarmos da hipnose cognitiva que acredita que a realidade existe e você já conhece boa parte dela.

Não, apenas você está intoxicado, parado, encaixotado na realidade que construíram em torno da sua pessoa. Seu espaço de oxigênio é limitado e curto.

O ritmo das mudanças aumenta e – para que possamos nos adaptar a esse novo mundo – precisamos nos afastar da toxina do senso comum, das verdades absolutas, da realidade sólida.

Sair da caixa é desintoxicar e conseguir nos olhar de longe para conhecer mais e mais os filtros que nos nublam a visão.

Esta é a tarefa mais difícil na passagem da ditadura para a primavera cognitiva.

Nosso ego, a forma que somos reconhecidos, a maneira que achamos que somos úteis, é toda baseada naquilo que sabemos, aprendemos, fazemos, nosso domínio sólido, que atrapalha a relação com esse novo mundo com uma taxa de liquidez maior.

Precisamos ter espaço interno para dialogar, pois temos que levar para os outros os vazios, as dúvidas, que serão preenchidas ao longo do diálogo cada vez mais presente na primavera cognitiva.

Todas as profissões, organizações vão passar por essa etapa de desintoxicação para voltar a dialogar e se preparar para a mudança constante.

Não, não é algo fácil, mas precisamos encarar esse caminho da desintoxicação se quisermos atuar nesse novo ambiente.

É isso,

que dizes?

O MELHOR QUE VI POR AÍ EM 2011!

Bom, o ano acabou, fiz aqui minha lista dos melhores do ano no mundo 2.0.

Espero que seja um bom resumo para vocês.

Projetos relevantes:

Waze – rede social para facilitar o trânsito;

Taxibeat – rede social para uso mais eficaz do táxi;

Livros relevantes:

Mídias sociais na Organização

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O primeiro livro que diz com todas as letras que as redes sociais corporativas não estão funcionando. Não concordo com o que sugerem para resolver, mas já é um grande passo.

A terceira revolução industrial

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O livro ajuda bem a perceber a dimensão da mudança. O autor acredita que uma revolução da comunicação com a da energia provocam revoluções industriais.

O poder do Hábito

O livro mostra bem o quanto somos condicionado pelos nossos hábitos. E como podemos superá-los. Dá uma boa base para pensarmos o condicionamento de um ambiente cognitivo por outro. Quebra a ideia de liberdade total humana diante dos fatos da vida.

Filmes:

Formigas – A Força Secreta da Natureza – o filme não é tão novo, mas consegui descobri-lo este ano, já estou utilizando em sala de aula. O vídeo demonstra como as redes sociais são modeladas, através de rastros similares aos das formigas. No vídeo, fica claro que não há separação entre comunicação e trabalho, que são dois lados da mesma moeda;

A caça de Madoff – o filme também não é novo, mas entrou no meu radar este ano, quando caiu a ficha que aqui temos uma boa metáfora sobre alguém que tem uma visão, mas o mercado não aceita. Um corretor descobre que o modelo de Madoff é fraudulento, mas ninguém acredita, até que tudo estoura. O mesmo tem ocorrido com a discussão sobre o mundo 2.0, o mercado não quer acreditar nas evidências, que vem de pessoas de fora do sistema.

Artigos relevantes:

Duvidar é preciso – Valor – 08 de abril – Carla Rodrigues entrevista Michael Shermer;

Não importa o que te dizem, você é criativo” – Globo 08 de abril – Renato Grandelle entrevista Shelley Carson;

Com ajuda da ciência, criatividade para todos – Valor 22 de março – Jonah Leher;

As redes sociais do cérebro – Folha – 06 de abril  – Drauzio Varella;

O vício de estar sempre promovendo mudanças – Valor – 11 de abril – Betânia Tanure; (As empresas fingem que mudam para parecer moderna);

‘National Geographic’ impressa pode estar em extinção – WSJ – 04 de abril; (apresenta de forma sucinta as macro-tendências para as empresas de mídia);

Cuidado com as resenhas de hotéis na web – Valor – 05 de abril; (Problema típico de gestão da informação 2.0);

Mudar o negócio é um processo e cabe ao líder cuidar dele – Valor 03 de fevereiro (visão da nova gestão) – Betânia Tanure;

Quando a empresa vai para o divã –  Valor 03 de fevereiro (visão da nova gestão).

Feedback é um meio de promover relacionamentos – Valor – 25 de abril (diálogo organizacional);

Indiano prega ‘capitalismo consciente’ contra a crise – Folha – 13 de maio (visão de uma nova filosofia para as empresas);

Tudo pelo cliente, diz o presidente da Zappos – HBR – revista de maio (como a comunicação muda em uma empresa nativa digital);

É preciso democratizar mais as finanças – Valor – 18 de maio (necessidade de nova filosofia nas finanças, fala de crowdfunding);

 Como administrar sua carteira de inovação -> HBR de Maio -> (boa dica, dividir a inovação por partes, deixando 10% para iniciativas transformadoras).

Inovação 2.0 –  HBR de Maio -> (finalmente, alguém ligou rede social e inovação e mostrou um case concreto: Tecnisa – matéria relevante).

Você ainda tem tempo de parar para pensar? -> Valor 22/05 – Betânia Tanure (ótimo/como sempre).

Inovação vira clichê no dicionário empresarial – Valor 25/05 – (discussão sobre a banalização do termo invoação.)

O mundo beta permanente – Folha 16/01/2011 (matéria antiga, mas estou revisitando ela só este ano.)

Com o fim da era industrial, é hora de reinventar tudo – Valor 03/07/12 (Tapscott recorre à história para compreender a Internet)

A revolução que dará o poder ao consumidor está em curso – WSJ – 23/07/2012 (Doc Searls);

Mining the Power (and the Profit) of Conversation NYT – 15/09/2012;-

 Crise também é de relações do trabalho, diz sociólogo do ócio – 16/11/2012;

Por que as empresas querem mudar, sem mudar – (18/10/12).

 

Decisões 2.0

 Quanto maior a complexidade das decisões, o que implica em mais dados e menos tempo, mais o modelo do líder-alfa perde competitividade, pois é preciso um tempo de processamento que torna esse tipo de decisão lenta e nem sempre eficaz.

Versão 1.0 – 10 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Um modelo de gestão, seja ele qual for, é baseado em tomada de decisões.

Temos diferentes momentos em que se é preciso decidir, ou continuar do jeito que está ou mudar alguma coisa, seja no macro, ou no micro.

Quase algo binário:

  • 0 – continua;
  • 1 – muda.
Decidir é optar por 0 ou 1.

A tomada de decisão entre 0 e 1 adota critérios informacionais.

Quanto mais e melhores forem as informações e as fontes, melhor, teoricamente, podemos decidir.

Note, assim, que precisamos atribuir valor aos dados e as fontes que o produzem, que recebem também dois valores, no geral:

  • Confiáveis – 1, são incorporados à decisão;
  • Não confiáveis – 0 ignorados.

No mundo atual, regido pelo ambiente cognitivo impresso/eletrônico há um critério para determinar quais são os dados e fontes confiáveis.

Pessoas que conseguem um certo grau de hierarquia na sociedade ganham o valor “confiável” e vice-versa. São dados e fontes que utilizamos para decidir.

(Tenho defendido que esse modelo se baseia na influência dos líderes-alfa da matilha.)

Assim, criamos um ambiente de decisões baseado naqueles dados e fontes que são apontados pelo ambiente cognitivo como confiáveis.

Porém, há um limite de performance de dados e fontes a ser administrado pelo líder-alfa.

Quanto maior a complexidade das decisões, o que implica em mais dados e menos tempo, mais o modelo do líder-alfa perde competitividade, pois é preciso um tempo de processamento que torna esse tipo de decisão cada vez mais lenta e nem sempre eficaz.

A chegada de um novo ambiente cognitivo digital procura um novo modelo de estabelecer confiança nos dados e fontes, baseado no critério das formigas/abelhas, que procura incorporar a inteligência coletiva tanto dos dados, como das fontes.

Diferente do critério líder-alfa, que trabalha muitas vezes sozinho ou com poucos ajudantes, o modelo do formigueiro vai permitindo que cada dado ou fonte seja também (não é exclusivo) pelos participantes do processo. Ou seja, ao clicar, comentar ou qualificar cada dado ou fonte estou ao mesmo tempo consumindo, me relacionando e informando a todos para que possam tomar decisões mais consistentes, do que aquelas tomadas no modelo anterior.

O modelo anterior, assim, começa –  conforme a complexidade aumenta ( e isso não é reversível) –  a tomar decisões cada vez menos precisas e de forma mais lenta e vice-versa.

Por isso, torna-se inevitável a adoção do modelo do novo ambiente cognitivo, pois será cada vez mais eficaz.

Esta é a principal mudança da gestão atual para a nova gestão.

É, por causa da performance, irreversível.

É isso,

que dizes?

Ok, confesso, estava na expectativa de começar a consumir livros eletrônicos.

Porém, quando penso livros eletrônicos imagino um conjunto de facilidades, que detalhe aqui.

Tudo bem, vai demorar, mas fiquemos com a substituição das matérias pelos bits para não pagar fretes, evitar poeira, deixar de matar árvores.

Mas os preços dos e-books da Amazon no Brasil são mais caros do que já temos na concorrência entre as diferentes opções, que é comparação de preços buscapé (livros novos) e estante virtual (livros usados).

Vejamos apenas dois exemplos.

Poder do hábito, livro novo, mais vendido na área de negócios pelo Valor:

AMAZON – R$ 25,26

EXTRA, via Buscapé – R$ 24,86

ESTANTE VIRTUAL – R$ 32,00 (aqui não compensa comprar na estante)

Poder do hábito, livro usado, um clássico na área de auto-ajuda:

AMAZON – R$ 12,34

Buscapé – R$ 11,70

ESTANTE VIRTUAL – R$ 7,90 (aqui  compensa comprar na estante)

 

Muitos dirão que há o frete e o tempo, mas não era isso que se esperava, ou se espera de um livro digital, já que a compra de algo que é um PDF melhorado, que custa muito menos para distribuir está caríssimo, superando o preço que o próprio mercado consegue pratica no mesmo produto.

Uma palavra: muita expectativa e uma grande decepção

 

A conclusão que se chega é que as organizações não vão entrar nas redes sociais, mas vão se tornar redes sociais para poder continuar competindo em pé de igualdade.

Versão 1.0 – 06 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Estive nestes últimos dias em intenso debate com meus alunos de diferentes lugares.

Vamos resumir o que amadurecemos juntos.

Estamos vivendo a passagem de uma organização migrante, aquela que nasceu antes da Revolução Cognitiva/produtiva e precisa se adaptar para ganhar competitividade.

Visão:

O primeiro passo é ganhar a visão.

Conseguir entender pela ordem:

  • Que estamos introduzindo rapidamente e de forma massificada novas tecnologias cognitivas descentralizadoras  na sociedade;
  • Tecnologias cognitivas são responsáveis pela forma da circulação das ideias;
  • Tecnologias cognitivas descentralizadoras geram o descontrole da circulação de ideias;
  • A circulação das ideias é a placa mãe da sociedade;
  • Quando muda a topologia da troca de ideias, a sociedade muda ainda mais quando há o descontrole.

Isso é algo fundamental, pois cria uma visão estratégia inapelável de futuro. Há uma necessidade de uma migração de gestão das organizações.

Estamos saindo de uma dada topologia de circulação de ideias para outras com outro modelo.

A circulação de ideias é a responsável pelo modelo de gestão!

O modelo de gestão define competitividade.

Quem não entra em um modelo mais competitivo, está assinando uma sentença de morte.

Hora de rezar para estar em um mercado menos aderente a nova topologia.

Podemos dizer mais.

A circulação das ideias/modelo de gestão são condicionados pelo tamanho da população.

Quanto maior o número de habitantes mais sofisticada, ágil e eficaz deve ser a circulação de ideias e o modelo produtivo.

O salto de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos explicam a latência de algo novo e urgente, que possa permitir um surto inovador para solucionar crises produtivas/informacionais que a topologia atual não permite.

O modelo topológico atual da circulação de ideias é o da matilha de lobos.

Precisamos para resolver problemas ter um líder-alfa que regula a circulação.

O líder é escolhido por critérios da topologia passada, que funcionou bem para um mundo com menos gente, mas agora entrou em colapso, pois aumentamos a população e nos concentramos em grandes cidades.

O líder-alfa é lento diante da complexidade atual.

 O novo modelo topológico é mais parecido com o das formigas, através da colaboração intensa nas redes digitais, nas quais cada ser humano deixa um rastro para o outro que vem depois poder agir de forma mais eficaz e meritocrática.

Avisa: não há separação entre o canal de produção e de comunicação.

Quem clica deixa rastro, quem comenta deixa rastro, quem curte deixa rastro e assim podemos começar a criar um novo modelo de gestão mais ágil, meritocrático, compatível com o tamanho atual da população e os problemas complexos que ela gera e demanda.

Assim, a conclusão que se chega é que as organizações não vão entrar nas redes sociais, mas vão se tornar redes sociais para poder continuar competindo em pé de igualdade, lidando com problemas cada vez mais complexos.

A migração:

Bom, se essa visão do processo de alinhamento inevitável do futuro está mais clara, é preciso montar a estratégia de migração.

O primeiro passo é criar um núcleo consciente do que está ocorrendo para tirar emoção diante do problema para colocar razão, método e maturidade.

Ter medições mais compatíveis com  uma gestão estratégica e não uma gestão emocional e sem lógica!

Minha sugestão é a criação de uma “tropa de elite 2.0”, que deve ser capaz de:

  • – entender o que se passa;
  • – conhecer, a fundo, o novo modelo topológico e onde ele é mais aderente para começar;
  • – perceber como se dá a relação entre robôs, colaboração e o apicultor/formicultor (que se encarrega de organizar e usar os dados para gerar mais relevância, eficiência, reduzir ruídos, aumentando benefícios e diminuindo custos);
  • – poder receber um problema complexo e desenhar um ambiente colaborativo compatível.

A tropa de elite 2.0 se constitui como uma rede multidisciplinar, nunca um departamento,  que é capaz de, via uma plataforma colaborativa, receber ou sugerir projetos, dar um parecer e criar um primeiro esboço para o envio do projeto, já com um “banho de loja 2.0” para um laboratório/escritório de projeto 2.0 a ser criado.

O escritório/laboratório 2.0 é o responsável para implantar os novos projetos, na fase de implantação.

A implantação:

Bom, o novo escritório/laboratório deve ser composto por pessoas da “tropa de elite 2.0”, já em tempo integral,  e ser capaz de trabalhar de forma isolada dos processos atuais da organização da topologia passada.

Aqui serão trazidos problemas e nunca antigos processos, que passam a ser resolvidos com a nova topologia.

A tropa discute, pois envolve vários setores, e o laboratório/escritório executa, acompanhado pela tropa durante todo o processo para um aculturamento contínuo.

Todos os novos projetos serão feitos, via protótipos, começando pequeno para o devido aculturamento para se avaliar, aprimorar e recomeçar, mas sempre com o DNA integral da nova topologia.

Os projetos topológicos não se misturam, pois são culturas de solução de problemas diferentes!

Os critérios para os projetos 2.0 iniciais são problemas que:

  • 1 – têm grande quantidade de dados envolvidos;
  • 2- mudanças caóticas ao longo do tempo, que impossibilitam um controle regular;
  • 3- ou seja, processos complexos, para os quais a topologia passada não consegue solução nem que aumento o custo, pois o benefício nunca será eficaz.

Exemplos:

  • fiscalização de ônibus, aviões, hospitais, escolas, etc;
  • produção personalizadas;
  • problemas variados e diferentes.

Nestes problemas complexos a colaboração, o robô e o apicultor/formicultor conseguem uma melhor relação custo/benefício.

Outros problemas que não se encaixam ainda na complexidade devem ser desenvolvidos já pensando na migração para a colaboração, um papel fundamental para evitar futuro desperdícios.

É difícil?

Sim, por isso é missão para tropas de elite. 😉

São projetos estratégicos de longo prazo, que vão dar resultados de curto prazo na redução de desperdício em projetos 2.0 ineficazes e a longo prazo na manutenção da competitividade da organização.

Se não forem iniciados logo, a crise diante do novo mundo será cada vez maior!

Que dizes?

Cenário – para onde vamos?

Versão 1.0 – 06 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Na foto, Antônio, João, Denilton, Renato, Eu, Luiz e Luiz.

Resultado de um dos exercícios no:

SEMINÁRIO EXECUTIVO –  GESTÃO 2.0 NO SETOR PÚBLICO

Conceitos e implantação de projetos no contexto do conhecimento participativo, geração Y, filtros de informação e “re-controle” de poder que interagem com as organizações públicas.
 3 e 4 de dezembro de 2012 – Hotel Mirasol – Copacabana – RJ

Há uma necessidade de mudança de paradigma para enfrentar o desafio de continuar a atender as crescentes demandas e expectativas da sociedade e participar do movimento global de mudanças dos ambientes organizacionais.

Tais mudanças nos levam a promover:

  • Criação e compartilhamento de bases de informação colaborativas;
  • Colaboração participativa para criação e disseminação do conhecimento;
  • Reintermediação de processos;
  • Descentralização;
  • Desenvolvimento de novas competências e novas tecnologias.

Com o objetivo de:

  • Integrar melhor as pessoas;
  • Estimular a meritocracia;
  • Aumentar a agilidade na tomada de decisões;
  • Ganhar agilidade da informação.
  • Ampliar a transparência dos processos;
  • Agregando assim mais valor para a organização.

 

 

Apresento as principais tendências sobre o futuro da escola diante da atual Revolução Cognitiva. Vídeo de 20 minutos para divulgação do conceito.

Não se vê muita vantagem, com razão, de ler em um tablet/celular/computador do que no papel. É o mesmo processo digitalizado, mas o que temos pela frente como grande vantagem não é isso! Estamos fazendo mais do mesmo. Ou seja, digitalizando a topologia atual, ao invés de migrar para uma nova topologia.

Versão 1.0 – 06 de dezembro de 2012
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Saiu no Valor hoje um artigo sobre a chegada do novo livro digital, que vai nos ajudar a pensar sobre a migração para o mundo 2.0 de maneira geral e, em particular, o caso das editoras.

Roberto Feith, diretor-geral da Objetiva e presidente do conselho da DLD (Distribuidora de Livros Digitais, empresa que representa as editoras Record, Objetiva, Sextante, Rocco, Planeta, LPM, Novo Conceito e da canadense Harlequin) aponta as mudanças no seguinte artigo “Livro digital estimula novos gêneros e outro perfil de leitor“.

Ele acredita que vamos ter agora:

  • – passagem de obras do papel para digitais;
  • – redução do tamanho dos textos: a ideia é publicar obras de até 15 mil palavras.

Note que a relação do modelo texto-leitor continuará igual.  Muitos dirão que gostam do papel, não gostam de ler em telas, que o preço do digital ainda não compensa, etc.

Não se vê muita vantagem, com razão, de ler em um tablet/celular/computador do que no papel. É o mesmo processo digitalizado, mas o que temos pela frente como grande vantagem não é isso! Estamos fazendo mais do mesmo. Ou seja, digitalizando a topologia atual, ao invés de migrar para uma nova topologia.

A Cultura 2.0, que nos traz o grande diferencial, é justamente a criação de uma plataforma que permite uma nova maneira de estabelecer a troca entre o produtor-consumidor, em qualquer área. Não há possibilidade de se beneficiar disso de forma mais relevante, a não ser criando a nova plataforma, como vemos no modelo abaixo:

 

Nesse modelo o autor e o leitor e o leitor e o leitor estão na mesma plataforma, que permite:

O autor:

  • – escrever direto na plataforma;
  • – atualizar os textos na plataforma, quando achar que deve, espalhando para todos que o recebem;
  • – receber comentários, sugestões, críticas;

O leitor:

  • – Receber as atualizações feitas pelo autor;
  • – Poder compartilhar a leitura com seus amigos, alunos, conhecidos, etc, tanto o livro todo, quanto uma página, um parágrafo, uma frase;
  • – Poder traduzir qualquer texto de qualquer língua para qualquer língua;
  • – Poder tirar uma dúvida sobre qualquer palavra;
  • – e conhecer o histórico de leitura sobre cada texto, obtendo as marcas feitas por quem já leu, a critério do leitor.

Note que tais vantagens nos levam para um novo mundo de leitura de livros, que será uma grande vantagem principalmente nos livros técnicos, didáticos, de conhecimento.

É um salto quântico do que temos hoje e quando tivermos algo assim ninguém mais poderá dizer que prefere o livro de papel, a não ser para casos muito particulares.

Concordas?

Que dizes?

A tropa de elite 2.0 não deve ser um setor novo na organização, mas uma articulação em rede das pessoas que passam a ter a capacidade de criar projetos com a nova topologia 2.0.

Versão 1.0 – 06 de dezembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Estou com um projeto de Inovação 2.0 em um cliente.

Formamos um grupo voluntário (que foi depois selecionado por mim) disposto a conhecer a guinada 2.0 para posterior aplicação.

Estamos criando um treinamento, no qual espero:

  • – apresentar o tamanho da mudança com a chegada da topologia 2.0;
  • – mostrar que tal ruptura é inevitável e precisa fazer parte da futura gestão;
  • – procurarmos juntos identificar o novo DNA;
  • – capacitá-los a identificar novas oportunidades para implantá-lo;
  • – e possibilitar que façam o desenho adequado dos novos projetos 2.0 para reduzir a taxa de risco e ampliar oportunidades, mantendo-os competitivos.

A tropa de elite 2.0 não deve ser um setor novo na organização, mas uma articulação em rede das pessoas que passam a ter a capacidade de criar projetos com a nova topologia 2.0.

Minha próxima sugestão é que criemos uma plataforma colaborativa para integrar os membros, que possam ser os primeiros a utilizar a nova cultura internamente e que passariam a ter a missão de:

  • – se especializar cada vez mais, a partir da troca constante;
  • – espalhar, através de treinamentos formais e informais a nova visão para a organização;
  • – passar a analisar TODOS os novos projetos da organização, que envolvam tecnologia, ou não,  para análise de como podem se encaixar no mundo 2.0;
  • – definirem o novo desenho topológico dos projetos;
  • – ajudando, ou apoiando, os novos projetos 2.0.

Assim, o ideal é que esse novo núcleo organizacional possa gerenciar a migração gradual da organização do modelo topológico atual para o novo 2.0, de forma a não iniciar nenhum projeto que se mantenha na topologia passada, a não ser em última instância, pois a tendência é jogar dinheiro fora com projetos que já nascerão antiquados.

O modelo da atuação da tropa de elite 2.0 pode ser visto na figura abaixo:

1– Todos os novos projetos da organização passam agora sempre a ter  um “banho de loja 2.0” para análise de como podem ser adaptados para a nova topologia, no curto, médio ou longo prazo, pela tropa de elite 2.0;

2– Cria-se um ambiente colaborativo, que é um misto de Facebook, com formulário de sugestão de propostas para análise;

3 – A tropa de elite passa a fazer parte desse ambiente colaborativo para se manter integrada e poder fazer a análise colaborativa;

4– A análise colaborativa avalia cada projeto e vê como pode utilizar a nova topologia para já colocá-lo em perspectiva de migração já agora ou futura;

5– Os novos projetos já saem, ou ficam mais preparados no futuro breve para adotar a nova topologia.

Os projetos podem em podem ser reativos, que vêm dos setores – setor -> tropa;

Ou pro-ativos por sugestão da equipe da tropa de elite para os setores – tropa -> setor.

Por enquanto, é isso, que dizes?

 

 Uma Revolução Cognitiva, da qual estamos fazendo parte, querendo ou não, entendendo ou não, entretanto, é algo bem diferente. É fazer a melhor colaboração possível, porém em um ambiente tecnológico/topológico diferente. A colaboração é trazida pela mudança da tecnologia, da topologia e não apenas pela ideologia! O esforço ideológico é muito menor, pois a Revolução Cognitiva traz a colaboração para o mundo como uma saída sistêmica.

Versão 1.0 – 27 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Se não entendermos que estamos vivendo uma mudança topológica do mundo, acabaremos  nos iludindo sobre projetos para melhorar a colaboração nas organizações.

Colaboração é algo que sempre foi desejável, na ideia de aumentar o trabalho mais coletivo do que individual.

  • Paulo Freire, na década de 60, defendia uma escola mais participativa, mudando o papel do professor, era uma proposta com alta taxa ideológica de colaboração para aumentar a troca entre os alunos;
  • O livro “Virando a própria Mesa” do Ricardo Semler defendia há duas décadas uma empresa mais colaborativa,  era uma proposta com alta taxa ideológica de colaboração para aumentar a troca entre os trabalhadores e os gestores;
  • As iniciativas do PT, já quase abandonadas, do orçamento participativo nas cidades era algo nessa linha,  pois era uma proposta com alta taxa ideológica da colaboração para aumentar a troca entre os cidadãos;
  • As redes presenciais dos Alcoólatras Anônimos (AA), idealizadas por Bill Wilson e pares, que hoje ajudam milhares de doentes é uma proposta com alta taxa ideológica da colaboração para aumentar a troca entre os alcoólatras.
Defendiam uma nova topologia, porém dentro de uma sociedade que existia uma topologia hegemônica, na qual a colaboração desse tipo era uma exceção e não a regra.
O Taxibeat quando estabelece a colaboração entre passageiros para avaliar os motoristas está propondo também colaboração, mas de outra natureza.  É uma  proposta com alta taxa tecnológica e topológica de colaboração, com baixa taxa de ideologia. É a regra do novo ambiente tecnológico/topológico e não a exceção.
  • A colaboração pela ideologia  é aquela que muda algo dentro do mesmo ambiente topológico;
  • A colaboração pela topologia/tecnológica é aquela que procura a melhor colaboração possível, porém dentro de outro ambiente topológico.

Note que os pensadores acima citados tinham uma visão de mudar algo dentro do mesmo ambiente tecnológico/topológico, seja na educação, na empresa, na política, na saúde procurando brechas para aumentar a participação das pessoas, através de uma nova visão, mas dentro de um ambiente tecnológico/topológico, no qual eles eram a minoria insatisfeita.

Era uma proposta de colaboração fortemente ideológica por não aceitar as regras do jogo.

Era algo que levava a colaboração ao limite possível do mesmo ambiente cognitivo, forçando, ao máximo, todas as possibilidade. Colaborar daquela maneira era algo opcional, que passava por uma ideologia forte, pois acreditava-se que podia se inovar de forma radical, ampliando a colaboração e tendo melhores resultados.

  • O DNA da colaboração estava ali como alternativa, procurava-se uma nova topologia.
  • Os movimentos da Primavera Árabe, dos jovens da Espanha e dos americanos já tem essa nova topologia, na qual a colaboração é a regra,  falta-lhes a nova ideologia.

É invertido, típico dos tempos que estamos vivendo: uma mudança social imposta pela tecnologia e não pela ideologia. Eis a marca estranha e pouco compreendida de uma Revolução Cognitiva!

Uma Revolução Cognitiva, da qual estamos fazendo parte, querendo ou não, entendendo ou não, entretanto, é algo bem diferente. É fazer a melhor colaboração possível, porém em um ambiente tecnológico/topológico diferente. A colaboração é trazida pela mudança da tecnologia, da topologia e não apenas pela ideologia! O esforço ideológico é muito menor, pois a Revolução Cognitiva traz a colaboração para o mundo como uma saída sistêmica.

Revoluções Cognitivas mudam os ambientes e as topologias cognitivas e estabelecem uma nova forma de comunicação/produção, na qual muda-se a colaboração não por uma nova visão ideológica, mas pelo uso adequado de uma nova tecnologia/topologia, que impõe a colaboração com algo intrínseco ao uso.

Assim, é algo bem diferente!

O problema é que olhamos para a colaboração que ocorre nestes novos ambientes tecnológicos/topológicos e queremos, num passe de mágica, adotá-la, como se bastasse dizer:

Abracadabra colaboração!

E ela se inicia.

Note que o modelo piramidal topológico que vivemos só admite a colaboração com uma alta taxa de ideologia para que possamos tirar leite de pedra, pois a topologia atual de trocas produtivas e de comunicação não foi feita topologicamente para isso.

E com o seu longo período de uso está com alta taxa de intoxicação. Os interesses já aprenderam como se utilizam do ambiente para continuarem no topo. O esforço para mudar isso é completamente desproporcional aos resultados que serão obtidos.

Para termos a nova colaboração tecnológica/topológica, é preciso criar ambientes, plataformas, para que ocorra, que muda completamente a cultura de trabalho e de comunicação que estávamos até então  acostumados.

Só teremos a nova colaboração topológica/tecnológica dentro de ambientes dessa natureza, criando a plataforma.

Assim, não vamos entrar nas redes sociais, mas criar redes sociais para poder vivenciar os benefícios da nova topologia da colaboração.

Qualquer tentativa de implantar a colaboração mantendo o mesmo ambiente é  apenas ideológica e terá que enfrentar todas as resistências que Freire, Semler, o PT e o povo do AA enfrentaram (e não foram pouca).

Não existe magia, apenas topologia.

O difícil é aceitar e encarar a mudança que isso significa.

É isso, que dizes?

 A chegada do mundo 2.0 marca o início da passagem de um mundo do bando/matilha centralizado em líderes/alfa para o modelo muito mais formigueiro, gerenciado pelo rastro que vai sendo deixado por cada “formiga”.

Versão 1.1 – 26 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Ontem, vi este filme na Net: “Formigas – a força secreta da natureza“,  no Youtube com legenda. Recomendo e vou começar os testes de incluí-lo nas minha aulas.

Destacaria do filme:

  • – que o principal avanço que fizeram sobre o  estudo da formiga, segundo o pesquisador, é o de como elas usam a comunicação como fator de gestão, a base principal  para que elas possam realizas as atividades do formigueiro sem um líder-alfa, tomando decisões sem perder a eficácia;
  • – a comunicação das formigas é toda baseada na troca de rastro de odores que elas deixam, enquanto trabalham, que vão se somando a cada nova formiga que passa. Colaborar e trabalhar é tudo o mesmo barco. Tal prática as permite  saber aonde como voltar ao formigueiro, onde está a melhor comida, o que cada um dos diferentes perfis das formigas fará para que a outra possa colaborar, além de outras decisões sobre reprodução, ataque, mudanças de “sede”, etc..

Não há na organização das formigas um comando central, que define o que será feito, mas cada formiga vai deixando um certo odor, que somado a outros, vai ficando mais forte e define, a partir da força do odor, o melhor caminho.

A base da organização das formigas é uma rede de odores, que é a comunicação/produtiva, que permite que elas operem de forma independente a um  macho/fêmea-alfa como outras espécies de animais, como os leões ou as hienas, que não deixam de ser eficientes.

Note que uma espécie com menos membros pode ser eficiente tendo um líder mais definido e com mais poder sobre as ações, porém o tamanho da matilha/bando deve permanecer pequeno, pois há um limite de administração, em função da coordenação possível que a comunicação/gestão do líder alfa permite. O aumento de número da população exige uma sofisticação no modelo da comunicação/produção.

Há uma relação de causa e efeito, assim, entre:

  •  o tipo de comunicação e a gestão;
  • o tipo de gestão adotada com o tamanho dos membros de dada espécie;
  • quanto maior o tamanho dos membros, menos bando/matilha/líder-alfa e mais formigueiro/comunicação de odores.

As formigas – as abelhas fazem algo parecido –  adotaram a gestão/comunicação da  “democracia de odores” em função do número de habitantes no formigueiro. É uma forma rápida e eficaz de cada um ir “votando” e ajudando aos demais para que o que vem depois possa se beneficiar da visita da anterior, tal como estamos começando a fazer nos projetos 2.0.

O filme, assim, é um grande apoio educativo para a discussão da mudança 2.0, que estamos passando e a compreensão da nova sociedade que estamos entrando, pois passa de forma rápida e curta uma visão complexa. Nele, podemos mais facilmente afirmar que estamos saindo da sociedade hierárquica dos líderes-alfa.

Estamos, assim, saindo do modelo de comunicação/gestão atual  criado, a partir de 1450, com a massificação da escrita centralizadora, que definiu topologicamente um modus-operandi baseado em líderes-alfa do que em um formigueiro de odores.

Os líderes-alfa tomam a decisão, a partir de seu “pseudo-conhecimento” do bando. Porém, a coordenação centralizada dos processos, entretanto,  que funcionou para um tamanho de matilha/bando, tem seus limites, pois deixa de ser eficaz quando o tamanho do “formigueiro” salta de 1 para 7 bilhões, em 200 anos, como foi o nosso caso, ainda mais quando resolve se concentrar cada vez mais em grandes cidades.

A chegada do mundo 2.0 marca o início da passagem de um mundo do bando/matilha centralizado em líderes/alfa para o modelo muito mais formigueiro, que só é viável dentro de plataformas colaborativas que permitem o uso dos rastros digitais.  Sem a geração e o uso eficiente de rastros digitais, vamos sempre precisar de líderes-alfa.

No filme das formigas, assim, a base dessa nova organização é feita, através de odores, que são deixados nas trilhas para que as outras formigas possam ser orientadas pelas que já passaram, definindo a melhor decisão a ser tomada pela nível do cheiro deixado. Quanto mais, mais forte!

Não custa nada para as que vão na frente ir odorizando o caminho, pois elas andam e expelem o odor ao mesmo tempo, criando um modelo meritocrático de voto bem eficaz. Eu trabalho e, ao mesmo tempo, informo ao resto o que estou vendo e as decisões que estou tomando. Não há separação entre colaborar e trabalhar, pois é tudo a mesma coisa.

É a base da colaboração/trabalho da web 2.0 que temos tanta dificuldade de enxergar.

Tudo se resume, assim, ao rastro comunicacional/produtivo, que só é possível ser gerado em plataformas colaborativas em um modelo de gestão que os perceba e utilize!

É uma forma de tomada de decisão mais eficaz, pois não parte da intuição do líder-alfa, mas da experiência do grupo, para que possa definir a decisão mais eficaz a ser tomada, reduzindo o risco de erro.

Ao se trabalhar e agir está ao mesmo tempo votando e orientando as decisões.

Note que nas organizações humanas no modelo atual matilha/bando a tomada de decisão é menos precisa, pois alguém necessita – a partir de seu conhecimento de líder/alfa – definir o que é melhor para o coletivo, sem mais conseguir ter o “feeling” do novo conjunto:

  • editoras –  que livros lanço, para quem, quantas cópias?
  • bancos – para quem empresto, a quanto, de que maneira?
  • governo – aonde invisto, de que forma, com que detalhes?
  • justiça – como julgo este ou aquele caso?
  •  mídia – o que cubro ou dou destaque, como?

A margem de erro de uma decisão tomada no modelo líder/alfa é cada vez maior, conforme o tamanho do “formigueiro” vai aumentando, ficando cada vez mais lenta, cara e ineficiente. Além disso, a própria chegada de uma mídia descontroladora, vai tornando cada formiga cada vez mais diferente, exigente, mais rápida, com poder de reclamar e se auto-mobilizar.

Arrisco dizer que todas as crises que temos hoje políticas, sociais e econômicas são resultado desse modelo topológico, que precisa se rever, mas resiste, o que é humano, porém precisamos agora ter forças para superar nossas limitações.

Uma revolução cognitiva, assim, marca a chegada de um novo modelo topológico comunicacional/produtivo mais dinâmico, só possível em plataformas colaborativas.

Nelas, temos, então como novidade:

  • – a relação entre cada cidadão/cliente e a informação/trabalho é feita diante de uma tela, que permite deixar rastros/odores;
  • – o acesso é feito, através de cliques, que deixam um rastro involuntário, mesmo que não se queira;
  • – e é possível deixar comentários, estrelas, curtições que são rastros voluntários, ampliando ainda mais o potencial, desde que tudo seja fácil, agradável e que todos sintam que estão colaborando para o todo, com retorno para si.

Esse conjunto de “odores” voluntários e involuntários vai deixando uma trilha para ajudar o coletivo a tomar decisões mais precisas do que o modelo anterior do líder/alfa.

Tal mudança vai  “formigarizando”  a sociedade.

É uma meritocracia das decisões mais precisa do que a anterior, mais barata e compatível com a passagem do tamanho do número de habitantes a ser atendido e gerenciado, que cresceu 7 vezes nos últimos 200 anos.

Somos, entretanto, uma espécie que tem características diferentes, pois não nos guiamos apenas por instintos, pois temos a capacidade de repensar o que fazemos e nos agarrar ao modelo que temos e seus interesses específicos.

Não, não funcionamos como um coletivo vivo em prol do todo, pois há os interesses individuais e  seus desejos muitas vezes são contrários ao do grupo, mesmo que sejam ineficientes – são nossas neuroses, defeitos, contradições que nos impedem de ir adiante.

O velho instinto de vida versus o de morte, a luta do bem (do coletivo) contra o mail (o instinto individualista).

Porém, há a necessidade numérica demográfica que nos arrasta e um novo modelo que demonstra ser um caminho mais eficaz , sendo aceito primeiro pela nova geração com projetos concretos e experimentais turbinados pelo capital de risco (santo capital de risco!).

Eis, portanto, o papel dos agentes de mudança 2.0:  criar os melhores “formigueiros” possíveis para reduzir o sofrimento das formigas, que não conseguem mais ver resolvidos seus problemas na topologia do obsoleto modelo do líder-alfa anterior.

O bando cresceu e a topologia tem que ser outra!

É isso, que dizes?

A Internet não vai salvar o mundo Saramargo!

Versão 1.0 – 22 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Segundo o pai (ou seria a mãe?) dos burros 2.0, a Wikipédia, o Iluminismo foi:

Movimento cultural de elite de intelectuais do século XVIII na Europa, que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento prévio.

Os iluministas acreditaram que quanto mais inteligente fôssemos, mais a humanidade avançaria em um processo evolutivo em direção a um mundo melhor. A base dessa crença girou em torno do papel impresso.

Quanto mais livros, melhor.

Já disse aqui que toda teoria que não se mostra eficaz, necessita de uma revisão filosófica, pois a filosofia define a potência e a onipotência humana.

Os iluministas acreditavam, por exemplo, que o homem é muito mais razão que emoção. E quanto mais usassem a razão, melhor seríamos.

Não é o que pensa a Lilian que me escreve, motivada pela entrevista que concedi para o Jornal Hoje da Tv Globo:

Mais de um ano depois eu me deparo com este post e simplesmente descreve a minha realidade …  não consigo viver sem o Facebook, nem longe de qualquer aparelho eletrônico com acesso a internet, já procurei grupos que pudesse me ajudar sem sucesso, e só tive exito quando comecei a terapia. Com todas a facilidade do mundo virtual as pessoas  passam mais tempo no computador que com a Família  Atualmente vivo uma luta diária contra meu desejo do Facebook. neste exato momento tive uma crise e ao ler o post e os depoimentos veio a minha memoria  tudo que quase perdi por causa do Facebook. Quantos trabalhos da Faculdade com nota baixa feito nas coxas para suprir meu desejo de estar incluída no processo. O emprego que quase perdi. Infelizmente as pessoas não veem como um vicio,acham que é irresponsabilidade e imaturidade, assim como eu pensei no inicio, em pensar que isso começou porque eu queria acompanhar a vida de um paquera pelo facebook… Obrigada por dividirem essas opiniões e experiências comigo… mais uma hora “ciberlimpa”.

Vocês poderão dizer que a Lilian é exceção. Não acho.

É preciso redefinir a base do pensamento iluminista. Eles acreditavam que o ser humano é uma ilha de emoção cercada de razão por todos os lados. Acredito, por experiência própria, que somos uma ilha de razão cercada de emoção por todos os lados.

As tecnologias cognitivas, onde se inclui o livro e a Internet, têm um forte poder de melhorar a nossa qualidade funcional de vida.

Foi o livro que permitiu um controle melhor sobre os processos, bem como o computador.

Ou seja, o piloto automático da sociedade se estabelece, a partir dos processos que conseguimos construir. Desse ponto de vista, do piloto automático, podemos dizer que há algum tipo de evolução, com a sociedade criando leis que impedem determinado tipo de abuso contra o ser humano.

Além disso, melhoramos a forma de lidar com os processos, já que somos cada vez mais no mesmo espaço.  Se hoje, por exemplo,  conseguimos a carteira de motorista em uma semana e não mais em um ano, que era o tempo que levava quando eu fui tirar a primeira, na década de 1980, devemos muito ao computador.

O mesmo podemos dizer quando acessamos o banco, vamos ao cinema, compramos livros usados, tudo pela rede.

Obrigado Internet!

Porém, essas facilidades funcionais, que incluímos na vida dos nossos pilotos automáticos, não nos fazem ser pessoas melhores, apenas pessoas mais funcionais, num mundo cada vez mais habitado.

A melhora individual, ou coletiva, é justamente a capacidade que temos de olhar o piloto automático do lado de fora, conhecer o automatismo das nossas neuroses e saber lidar melhor com elas para nos humanizarmos mais, como diz a Lilian, mais uma hora “ciberlimpa”, ou com uma taxa maior de humanidade, já que nosso automatismo nos desumaniza.

Sim, acredito que o espaço de troca entre as pessoas que a Internet permite PODE ajudar nesse auto-conhecimento. Veja bem a caixa alta e o  negrito: PODE.

Desde que possamos equilibrar nossas vidas e saber lidar com ela de forma a não nos desumanizarmos emocionalmente, no centro de um discurso racional-humanizante.

Em resumo, a nova ecologia cognitiva que a Internet traz para o mundo, seguindo a pista de Lévy, nos condiciona, mas não nos determina.

O que nos determina, tanto em termos funcionais, práticos e emocionais, subjetivos, um reforçando o outro, é a nossa capacidade de lidar nos dois setores de forma harmônica.

Nem tanto razão, nem tanta emoção.

Equilíbrio.

E isso é um esforço de saber usar a rede com sabedoria, evitando as sua armadilhas, como a que ocorreu com a Lilian de forma mais aguda, mas como acontece conosco todos os dias, quando não conseguimos passar nem dez minutos sem saber se alguém comentou algo sobre nós, ou interessante nas redes sociais.

Por aí,

que dizes?

 

 Quanto mais blogs acadêmicos tivermos para especulação, mais teremos espaço para que pesquisadores antes de ir a campo possam amadurecer bem mais suas hipóteses, economizando muito tempo em pesquisas com especulações imaturas.

Versão 1.0 – 16 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Outro dia uma amiga me perguntou se este blog aqui que vos escrevo é acadêmico.

Disse que não, mas depois, pensando,  achei que é.

Vamos clarear.

Como tenho dito aqui, estamos migrando de um tipo de validação social para outra.

Hoje, as organizações definem as suas “autoridades” por critérios específicos.

No caso da academia, através de títulos, artigos publicados, instituição que o pesquisador está alocado.

Do ponto de vista da atual validação, pode-se considerar um blog acadêmico:

  • – feito por alguém da academia;
  • – que siga as normas de publicação estabelecidas.

O blog seria um pré-pint (textos antes de impressos) por parte dos pesquisadores.

A nova topologia de rede define outros critérios de validação e procura resgatar princípios que acabam sendo perdidos pela topologia atual, que acaba, pelo tempo de prática, por criar processos viciados (como já detalhei no blog).

Pensar em projetos 2.0 sempre é resgatar princípios perdidos pelo ambiente intoxicado da baixa meritocracia da topologia atual.

Assim, se resgatarmos os princípios da Ciência, temos como ideia geral que pode ser vistas em blogs que podemos considerar acadêmicos:

  • – a escolha de um problema e um método de análise;
  • – defesa de argumentos, passíveis de serem questionados;
  • – espaço para troca de argumentos;
  • – a aceitação daquele blog por dada comunidade, através da medição do Karma Digital.

Os títulos, o local e se há artigos publicados podem ser também critérios de avaliação, mas não seriam os únicos e nem os definitivos. O mais importante (em função de estar dentro do novo ambiente cognitivo)  é a validação por uma dada comunidade da relevância daquele blog, através do Karma Digital – que é o modelo de validação da nova topologia.

Dito isso, acredito que a Ciência trabalha em duas fases:

  • – Especulação (hipóteses);
  • – Comprovação (pesquisa).

Acredito que o espaço do blog cai muito bem na primeira. Um espaço para exercitar e discutir hipóteses, antes de ir a campo para aprofundar os argumentos e comprovar.

Quanto mais blogs acadêmicos tivermos para especulação, mais teremos espaço para que pesquisadores antes de ir a campo possam amadurecer bem mais suas hipóteses, economizando muito tempo em pesquisas com especulações imaturas.

Desse ponto de vista, o meu blog seria acadêmico/especulativo, pois trabalha com um método aberto de conversa com os leitores (fruto de discussão também presencial com meus alunos), apresenta argumentos e estabelece diálogos quando chegam, via comentários, as contra-argumentações.

É a neo-academia mais aberta que muitos pesquisadores do mundo todo estão usufruindo e se beneficiando.

Por fim, digo mais: quem consegue exercer esse tipo de diálogo aberto, usufruindo de todo o potencial para produzir conhecimento na nova topologia,  consegue ir muito mais adiante de forma mais rápida.

Que dizes?

 Estamos aprendendo que quanto mais antiga for a topologia de rede, mais ela tende a ficar obsoleta, pois as autoridades escolhidos dentro desse ambiente aprendem a dominar os macetes da representação, os canais de circulação de ideias e mudam, muitas vezes, as normas, a seu critério, para se manter como autoridades cada vez mais ilegítimas.

Versão 1.0 – 14 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Avançamos bastante na análise das mudanças que a Web 2.0 traz para o mundo.

Em resumo, observamos que ela traz uma nova topologia de rede, que muda a cultura humana, mas vamos tentar detalhar mais aqui como isso se dá em detalhes.

O ser humano precisa para viver em sociedade de estabelecer representações.

Precisamos definir critérios para dizer quem são as nossas autoridades, pois não conseguimos fazer tudo e precisamos delegar para que alguém que faça por nós – quanto melhor, melhor.

(Entende-se autoridade qualquer cargo com poder de decisão ou ação em um dado processo.)

Qualquer sociedade/organização será, assim, avaliada na sua taxa de eficácia por estes critérios de representação das autoridades de plantão. E também pela sua capacidade de fazer a revisão destes critérios.

A base da sociedade, assim, é estabelecida pelos critérios das escolhas das autoridades, que irão fazer um conjunto de atividades por nós que nós não conseguimos ou temos tempo para fazer sozinhos.

Vamos escolher autoridades para:

  • – decidir por nós;
  • – filtrar por nós;
  • – produzir para nós;
  • – e nos anteder em tudo aquilo que não conseguimos sozinhos.

Estabelece-se normas de como alguém pode ter determinada representação social para exercer um determinado posto, desde médicos, advogados, políticos, juízes, jornalistas, organizações, empresas de mídia, etc…

E “votamos” todos os dias ao comprar produtos ou serviços de “a” ou “b”.

Quem nos atende bem, continuamos com eles. E se não atendem, mudamos.

 

Uma sociedade/organização, portanto, é mais ou menos eficaz para resolver seus problemas em função das autoridades e os critérios definidos para escolhê-las, mantê-las e tirá-las da posição que ocupam. Quanto mais meritocráticos forem estes critérios, teoricamente, mais a sociedade consegue ter sempre  autoridades mais eficazes para representá-la.

Há, assim, o que podemos chamar de validação social das autoridades.

Essa validação, estamos aprendendo mais agora, é fortemente dependente da topologia de rede de plantão.

Com a chegada da Revolução Cognitiva Digital a topologia de rede muda e afeta fortemente os critérios de representação, algo completamente novo dentro das teorias sociais e de gestão.

Ou seja, a validação das autoridades foi, é e será limitada pelas possibilidades que a topologia de rede permite.

Estamos aprendendo que quanto mais antiga for a topologia de rede, mais ela tende a ficar obsoleta, pois as autoridades escolhidos dentro desse ambiente aprendem a dominar os macetes da representação, os canais de circulação de ideias e mudam, muitas vezes, as normas, a seu critério, para se manter como autoridades, criando uma certa ilegitimidade.

É a lei topológica do poder.

Tal lei nos releva que quanto mais antiga for uma topologia mais ela tende a perder aos poucos o poder pelo mérito e ganhando mais e mais o poder pela força do aprendizado dos macetes da topologia em vigor.

Vai-se aumentando a taxa de esperteza, dos fins em si mesmo e reduzindo a dos princípios e da sabedoria!

Quem tem o osso não quer largar e aprende formas cada vez mais sofisticadas de mantê-lo na boca!

Esse processo vai tirando meritocracia do ambiente como um todo, intoxicando os critérios de escolha e tornando-o ambiente cada vez mais viciado por mais que os critérios sejam reavaliados dentro da topologia de plantão, pois ela tem limites claros de mobilidade. Só uma nova topologia pode fazer uma mudança mais profunda.

  • Ou seja, revoluções sociais mexem o sistema dentro da mesma topologia.
  • Revoluções cognitivas mudam a topologia.

A topologia de rede, assim,  estabelece limites meritocráticos,  pois o ambiente tem dificuldade para  se reinventar, pois tende a ir se intoxicando de si mesmo.

Há, entretanto, um fator determinante para que haja uma mudança topológica global: o aumento da população.

O fator quantitativo obriga uma revisão constante em todo o ambiente, pois mais gente, significa mais demanda, mais inovação, criando crises contínuas de representação.

Pede-se mais e mais  meritocracia para resolver de forma mais eficaz os  problemas, mas e vai se esbarrando nos limites/paredes da topologia viciada de plantão.

Cria-se uma invisível latência topológica!

Uma Revolução Cognitiva vem resolver de forma sistêmica esse impasse da representação  sem que haja atores conscientes completamente de seu papel ao usar/criar/apoiar/defender novas tecnologias cognitivas desintermediadoras.

Ao introduzir uma nova topologia de rede, permite-se na sequência uma mudança da forma de representação, ampliando os limites definidos pela topologia passada, tirando, aos poucos, a força das antigas autoridades, que dominavam os macetes da antiga topologia, mas não da nova.

É preciso uma revalidação das autoridades, como problematizei aqui.

A nova topologia permite, assim, estabelecer novos critérios de representação das autoridades.

  • A revolução cognitiva do papel impresso, em 1450,  trouxe mais fontes de informação, troca e, portanto, transparência, criando um ambiente mais aberto do que o passado;
  • a revolução atual digital, a partir de 2004, traz tambémmais informação, troca e, portanto, transparência, criando um ambiente mais aberto do que o passado e permite ainda, isso é novo, critérios de validação pelo Karma Digital, através de cliques involuntários e expressão voluntária (curtir, estrelas, comentários, etc) – o Google é filho exatamente desse novo modelo dos rastros voluntários e involuntários, por isso gera tanto valor, pois consegue uma boa taxa de meritocracia na nova topologia.

Procura-se, assim, com a nova topologia constituir novo ambiente mais meritocrático do que anterior para que se possa rever o modelo de representação, através de uma oxigenação e uma desintoxicação de todo o ambiente, reintermediando as antigas autoridades, que perderam gradualmente o mérito, se afastando dos problemas e criando crises contínuas.

É a tentativa de se dar um salto meritocrático na sociedade até que um novo conjunto de autoridades aprenda os macetes do novo ambiente, tornando-o novamente viciado em um ciclo constante da procura de um modelo sempre mais eficaz para atender as demandas da sociedade.

São ciclos longos (já foram séculos, agora talvez sejam décadas) e estamos vivendo o final de um ciclo agora, com uma topologia intoxicada diante de uma nova fortemente oxigenante.

É isso,

Que dizes?

 

Veja a íntegra aqui:

 A diferença entre as duas topologias é gritante, pois estamos aprendendo que é a topologia de rede quem define a cultura da sociedade (incluindo a organizacional), condicionando a política, a economia e o ambiente social e não o contrário.

Versão 1.0 – 13 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Como tenho desenvolvido aqui no blog, vivemos sob o efeito de uma Revolução Cognitiva.

Uma Revolução Cognitiva é um fenômeno raro na humanidade que provoca mudanças profundas na sociedade pela chegada e massificação de uma nova tecnologia cognitiva desintermediadora capaz de alterar a topologia de rede existente.

Podemos ter mais clareza agora ao afirmar que todo o ambiente social (incluindo econômico e político) é regido pela topologia da rede de plantão, como vemos na figura abaixo:

Podemos dizer que todas as organizações tradicionais trabalham e trabalhavam na topologia de rede passada, mais vertical, centralizada, com um modelo específico de validação do mérito, baseado na indicação hierárquica.

Quem praticamente dizia quem tinha mérito no ambiente era/é quem estava/está no topo da pirâmide, o que com o tempo vai bloqueando o espírito inovador, trazendo estagnação e, portanto, crises, ainda mais com o aumento contínuo da população, pois os interesses do topo intoxicam o novo que quer surgir.

Em uma Revolução Cognitiva, a sociedade adere à nota tecnologia cognitiva desintermediadora e passa a viver do lado de fora das organizações uma nova topologia de rede, que é  mais horizontal, mais descentralizada, com um modelo específico de validação do mérito, baseada atualmente na indicação do mérito, através do Karma Digital.

Quem passa a definir também  (pois se soma) o mérito (em menor ou maior grau) é quem faz parte de um dado ambiente mais descentralizado, através dos cliques involuntários e das indicações voluntárias  (seguir, curtir, estrelar, comentar, etc).

Os atores passam a ser regidos pela nova cultura meritocrática, com um amplo leque de variações, mas condicionados pelas “paredes” da nova topologia.

Não somos tão onipotentes como achamos e nem temos o total livre-arbítrio que gostaríamos, pois temos que  viver dentro da topologia de rede de plantão, que nos condicionou e irá sempre nos condicionar.

A diferença entre as duas topologias é gritante, pois estamos aprendendo que é a topologia de rede quem define a cultura da sociedade (incluindo a organizacional), condicionando a política, a economia e o ambiente social e não o contrário.

Ou seja, a nova topologia é mais dinâmica e quem adere a ela fica mais competitivo!!!

A nova topologia de rede digital é mais sofisticada do que a anterior: com seus problemas e qualidades, que precisam ser dominadas para serem gerenciadas.

Já defendi aqui no blog várias vezes que a nova tecnologia digital desintermediadora é aceita, massificada, divulgada, espalhada, pois atende as demandas latentes de uma população muito maior do que a anterior, que quer se informar, trocar, aprender, se comunicar.

 

 

A nova topologia, que nos leva à uma nova cultura humana, traz para o mundo um ambiente mais meritocrático, pois permite:

  • – novas fontes de informação pela redução do custo de circulação de ideias;
  • – maior troca de ideias, em menos tempo que na topologia passada;
  • – criação de Karmas Digitais, que permite criar um novo modelo de meritocracia tanto para pessoas, como para documentos, sites, fotos, filmes, tudo que esteja on-line;
  • – além da eliminação radical das fronteiras de tempo e espaço, quebrando intermediadores ao longo de sua evolução.

A nova topologia é, assim, um novo e bem-vindo ambiente de inovação muito mais sofisticado e dinâmico do que a passado e por isso a sociedade, que é, por sobrevivência, evolucionista por natureza, tenderá ao longo do tempo a migrar para esse novo modelo topológico, criando novas formas de gestão tanto organizacional, como política e econômica, como já temos visto a experiência em diversas projetos-pilotos nativos, na área pública e privada.

A questão que está colocada é como o mundo faz uma migração da topologia passada para a nova?

O problema principal é que as organizações de plantão não conseguem AINDA perceber o que de fato está mudando e têm procurado promover a passagem alterando práticas que estão na topologia passada, acreditando que estão mirando para a nova, mas, de fato, não estão!

Afirmo:  não é uma mudança de comunicação, tecnológica, nem na gestão, mas topológica da rede humana!!!

E como se faz mudanças topológicas humanas?

(Não, não existe um livro “Mudanças topológicas para Dummies”) 🙂

É preciso, pelo que tenho experimentado, criar uma célula separada (zona de inovação 2.0) para que os novos e velhos problemas passem a usufruir de forma integral e sem toxinas da nova topologia, dentro de uma plataforma plena da tecnologia cognitiva desintermediadora.

É preciso entender, assim,  que as duas topologias são incompatíveis, pois criam critérios de validação de processos, pessoas, métodos e documentos de forma distinta. Ou seja, resolvem os velhos e novos problemas de maneira diferente!

  • Na topologia passada são poucas pessoas que definem o valor, dão ideias, definem o rumo dos processos – critérios mais fechados de ação e de decisão;
  • Na nova,  mais gente define o valor, dá ideias, define o rumo dos processos – critérios mais abertos de ação e de decisão, pois o modelo de validação permite.

Na zona de inovação 2.0 teremos um novo ambiente mais meritocrático e aberto, que permitirá a inovação com outra dinâmica, mais compatível com a sociedade do lado de fora.

Ou seja, são dois mundos que convivem em paralelo, mas com  dinâmicas de solução de problemas distintas!

Por isso, que viver o início de uma Revolução Cognitiva é tão pirante!

As organizações nativas, os pensadores 2.0 e a geração Y estão mostrando o caminho e é através deles que o novo mundo está chegando e se estabelecendo, com toda a resistência e incompreensão que temos assistido.

Por aí..

Que dizes?

 Estamos, no início do século XXI, descobrindo que existe uma visão 3D, em um novo campo, mais profundo do que os demais: o da topologia de rede, que se altera de tempos em tempos.

Versão 1.0 – 12 de novembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Hoje vou ser entrevistado para a TV Escola do MEC sobre o futuro do ensino.

(Sim, aviso quando for publicado na rede)

Vou dizer lá o que digo nas palestras, aulas e entrevistas sobre quando perguntado sobre o futuro de qualquer organização no mundo.

É preciso admitir e conhecer  novos códigos das redes, que estão mais abaixo e condicionam todos os outros mais acima. Quem consegue ir mais fundo nessa direção tem mais facilidade de entender e se preparar para administrar o que virá.

Sim, hoje temos uma visão 2D da sociedade.

Temos as teorias micro e a macro: economia, política e fenômenos sociais.

Ou seja, aprendemos a lidar com um conjunto de áreas de estudo e teorias que nos explicam a relação de causa e efeito do que pode provavelmente acontecer nesse mundo 2D.

As atuais teorias sobre gestão se baseiam nesse paradigma limitado, da era pré-digital.

(Comecei a detalhar mais isso também aqui.)

Porém, estamos, no início do século XXI, descobrindo que existe uma visão 3D, em um novo campo, mais profundo do que os demais: o da topologia de rede, que se altera de tempos em tempos.

Estes códigos, mais ligados à “placa-mãe” quando se alteram, mudam os demais.

Isso é algo completamente inusitado, mas  temos que saber lidar, pois se muda a sociedade e o ambiente de negócios é preciso saber gerenciá-lo.

Veja um mapa das mudanças em curso:

A chegada de uma nova era cognitiva tem o poder de, através da chegada de uma nova tecnologia cognitiva alterar a topologia da rede da qual estruturamos toda a sociedade.

Com a nova topologia, a sociedade passa gradualmente a migrar de uma topologia da era passada para a nova. Assim, o processo de migração que temos que fazer é de uma era cognitiva para outra, incorporando uma nova topologia de rede!

Há dois ciclos, o da centralização, quando começa-se um processo de estagnação e de continuidade, assentamento. E outro de descentralização, de ruptura, de mudanças e descontinuidade, quando se altera uma topologia mais fechada para outra mais aberta.

Como vemos na figura abaixo:

Note que há uma nova topologia de rede que abre espaço para novos atores e ideias circularem na sociedade, que criam um pico de mudanças, que nos leva a um processo de mudança global para depois haver um controle da nova topologia pelos poderes constituídos. O que nos leva para uma centralização das redes e uma intoxicação, pois as ideias não circulam como poderiam.

Estamos, assim, saindo do final de uma era, com vários sinais de decadência da sociedade.

Na figura abaixo, temos o resultado dos momentos de baixa e topo, criando aumento na taxa de decadência ou de princípios:

Estamos começando a sair de uma topologia de rede fechada, vertical, intoxicada, com o seguinte diagnóstico das organizações de plantão, entre outros sintomas:

  • – alta taxa de comunicação unidirecional das organizações com a sociedade;
  • – autoridades por domínio da circulação das ideias e não por princípios;
  • – medições  de dentro para fora e não de fora para dentro (lucro como fim em si mesmo);
  • – baixa taxa de adaptação ao novo;
  • – pouca visão estratégica de médio e longo prazo;
  • – costume de lidar com mundo mais estável e problemas menos complexos;
  • – gestão por ordens e não por bom senso nas pontas;
  • – baixa taxa de abstração de colaboradores;
  • – alto custo para solução de problemas.

Tal diagnóstico esbarra na curva ascendente da nova era que começa a exigir justamente o aumento das taxas em outra direção:

  • – aumento da taxa de comunicação bidirecional com a sociedade;
  • – autoridades por por princípios, legitimadas por ações e não discursos;
  • – medições  fora para dentro (lucro como resultado da solução de problemas);
  • – se acostumar a lidar com mundo instável e mais complexo;
  • – aumento da taxa de adaptação ao novo;
  • – gestão por bom senso nas pontas e não por ordens;
  • – cada vez com mais visão estratégica de médio e longo prazo, incorporando a visão 3D da mudança de topologia de rede em curso;
  • – aumento da taxa de abstração de seus colaboradores;
  • – redução de custo para solução de problemas, através do uso intenso da nova topologia.

Quando analisamos as propostas de várias organizações, pensadores vemos que vários destes pontos aparecem, mas o diagnóstico da nova topologia de rede não foi feito, o que dá menos clareza na tomada de decisões, pois não se consolida de forma mais clara o cenário.

Por fim, para fechar, é bom dizer que as novas eras cognitivas são influenciadas pelo aumento da população, pois quanto mais gente tivermos no mundo mais sofisticados devem ser nossos ambientes cognitivos. Se não conseguimos nos informar, aprender, conhecer, trocar, nos relacionar, através de uma nova topologia de rede, simplesmente, temos dificuldade de crescer em quantidade e qualidade.

Fato: a visão 3D é o pulo do gato para atuar no mundo 2.0. Ela vai economizar muito os gastos, reduzir riscos e aumentar oportunidades.

O difícil é conseguir sair da intoxicação que estamos vivendo para ter clareza de adotá-la.

Eis o desafio!

Que dizes?

 Podemos dizer que o intermediador/autoridade começa mais a atrapalhar do que ajudar, que é a base de toda a mudança que estamos vivendo. A tentativa, via projetos com nova topologia, tirar o antigo intermediador/autoridade passado e criar um novo, com novas bases!

No Wikipédia, em português, temos a seguinte definição de autoridade:

Autoridade é um gênero ou uma simples fonte de poder. É a base de qualquer tipo de organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. É uma espécie de poder continuativo no tempo, estabilizado, podendo ser caracterizado como institucionalizado, ou não, em que os subordinados prestam uma obediência incondicional, ao indivíduo ou a instituição detentores da Autoridade. Ou seja, a Autoridade transmite a mensagem de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação e os indivíduos subordinados a esta autoridade aceitam e obedecem sem questionar.

Em inglês, traduzido pelo Google, temos:

Autoridade (do latim auctoritas ) é um direito conferido pela reconhecida posição social . Autoridade, muitas vezes refere-se a energia investida em um indivíduo ou organização pelo Estado . Autoridade também pode consultar a reconhecida experiência em uma área de conhecimento acadêmico. Uma autoridade (capitalizado) refere-se a um órgão em que certa autoridade (com minúsculas um ) é investido.

Note que há uma diferença nas duas.

A primeira é muito mais absoluta do que a segunda, típica visão de um brasileiro e de um americano sobre o tema.

Digamos que autoridade vem do verbo “ser autorizado” a ter determinada posição de poder na sociedade para fazer algo.

Há, assim, diferentes tipos de autorizações. Aquelas em que a “posição autorizada” não pergunta para ninguém e toma/mantém o poder sem legitimidade social  (hard power) ou aquela que há uma negociação e a sociedade “autoriza” tal pessoa a estar naquela posição, através de um processo qualquer de seleção, mais ou menos eficaz (soft power).

A escolha e a manutenção de dada autoridade é assim uma taxa que vai de mais representativa e aceita para uma mais imposta e autoritária.

Autoridade, portanto, não é sinônimo de autoritarismo, pois sempre vamos precisar de algum tipo autoridade para nos representar, o que vai variar é o como autorizamos.

Quanto mais representativa e legitimada, menos autoritária uma autoridade é.

Dito isso, vamos para a relação de autoridades diante das novas topologias das redes.

Temos visto aqui que o que está mudando na atual sociedade é a mudança em um código baixo e desconhecido de uma topologia de rede mais centralizada para uma mais descentralizada.

A topologia de rede mais centralizada da Idade Mídia estabelece um tipo de escolha/manutenção da autoridade com uma taxa maior de imposição do que em uma topologia de rede mais descentralizada.

Isso vale tanto para o micro como para movimentos macros.

Além disso, a continuidade de uma topologia mais centralizada cria uma intoxicação dos processos de escolha, pois vai se aprendendo a burlar as normas (ou mesmo adaptando-as às circunstâncias).

Estamos, entretanto, com a chegada da topologia de rede digital vivendo um processo global de reautorização das autoridades de plantão, que tinham sido autorizadas pelo modelo da topologia de rede passada, mais fechada e menos transparente.

Digamos que a taxa de legitimidade das autoridades anda baixa, pois era fruto da topologia fechada.

Todas as autoridades estão sofrendo um choque de reautorização!

Desde profissionais, tais como médicos, professores, jornalistas, escritores, artistas, bem como as organizações públicas ou privadas entraram em um ciclo de questionamento do seu direito de ser autoridades.

Uma autoridade que foi escolhida para exercer uma função social – ou seja um processo produtivo – quando passa a exercer o seu poder para algo diferente do que foi autorizada, isso começa a pesar para toda a sociedade.

Podemos dizer que o intermediador/autoridade começa mais a atrapalhar do que ajudar, que é a base de toda a mudança que estamos vivendo. A tentativa, via projetos com nova topologia, tirar o antigo intermediador/autoridade passado e criar um novo, com novas bases!

Passaram a ser reavaliadas pela força da nova topologia de rede digital que permite muito mais transparência, troca, diálogo, informação. Saem as autoridades baseadas no instinto, impulso, emoção, aceitação cega e entra mais a razão, argumentos, troca e diálogo.

Uma nova topologia de rede, como estamos vendo e vivendo, estabelecem, através da descentralização e novas fontes de ideias e, principalmente, novos critérios de autorização e validação das autoridades, através do Karma Digital faz com que entremos em um grande ciclo de reautorização social.

O aumento radical da taxa de trocas humanas de pessoas que tinham se perdido no tempo e espaço faz com que criemos um ciclo virtuoso de mais racionalização e de procura de re-autorizar as autoridades de plantão não mais pela emoção, mas pela razão.

Começa-se um processo de revisão das atuais autoridades à luz de dados que estão cada vez mais transparentes (pelas ideias circulantes) e a procura de motivos que realmente revalidem aquele poder que tinha sido aceito e baseado a sua força em uma topologia de rede viciada no tempo.

As antigas autoridades agora precisam entrar de novo na briga, em outro campo de batalha, com outras regras, para reconquistar a sua autoridade cada vez mais perdida em uma topologia de rede mais aberta.

Essa é a principal dificuldade ao se falar em projetos de migração da topologia passada para a nova.

Não estamos falando de nada conhecido, mas de um macro-movimento do mundo de mudança de topologias de rede que questionam as autoridades de plantão que perderam a possibilidade de serem autorizadas em um mundo mais transparente, do diálogo, das trocas.

As novas gerações tenderão, cada vez mais, reconhecer as novas autoridades, não mais por que “estão no topo”, mas pela força dos argumentos e pela reconhecimento, via Karma Digital.

Assim, passa a ter uma lógica sistêmica o discurso das organizações voltadas para o cliente, voltada a princípios, etc…

É o grande movimento de inovação civilizacional que estamos entrando, questionando antigas autoridades, que são autoridades não pelos méritos, mas pelo antigo poder adquirido em um mundo topológico que está iniciando seu fim.

Precisam ser reautorizadas para continuarem a exercer o seu poder.

Que dizes?

 

 

 Estamos entrando em uma nova etapa dos estudos da sociedade, descendo para um patamar mais baixo das mudanças humanas: a topologia de rede, códigos fundamentais para ajudar nos projetos 2.0.

Versão 1.0 – 09  de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Antes lidávamos com os códigos micro e macro sociais, políticos e econômicos, que podemos chamar de aplicativos que rodavam em  um dado sistema operacional social. O micro é o aplicativo, o macro o sistema operacional e embaixo de tudo temos as mudanças topológicas da rede.

Toda nossa noção de mudanças históricas da sociedade estavam no estudo destes códigos, que rodavam em uma plataforma definida por uma dada topologia de rede estável, antes invisível, que podemos chamar de códigos da placa-mãe da sociedade. Como não se mexiam, não os conhecíamos, não tínhamos estudado em detalhes.

Hoje, começamos a entendê-los, estudá-los e poder começar a gerenciá-los. São os “códigos de máquina” mais abaixo do que estes, que é a base dos projetos 2.0.

Ou temos noção do que estamos lidando com algo completamente novo, ou simplesmente vamos mexer em um ambiente sem saber os resultados.

Veja figura abaixo:

Podemos dizer que os códigos das topologia de rede, que se alteram quando uma dada tecnologia cognitiva permite novas formas de circulação de ideias.

Estamos mudando os códigos da placa-mãe da sociedade e por isso estamos tão assustados!

Essa mudança, até hoje, não foi consciente é espontânea e tem aceitação, pois vem ao encontro de um grande conjunto de latências da sociedade.

Não é a primeira vez na história que mudamos tais códigos (chegada da fala, escrita 1.0 e da escrita 2.0 – prensa), mas é a primeira vez que temos a consciência da mudança.

E, por isso, poderemos agir nela de forma mais clara e com mais precisão.

Sim, os códigos baixos definem todos os outros.

E sim quando se alteram obrigam a mudança do sistema operacional e dos aplicativos, alterando toda a sociedade.

Na minha avaliação, a topologia baixa da rede da sociedade precisa ser alterada quando temos combinados os seguintes fatores:

– Aumento radical da população;

– Forte controle das ideias de uma dada topologia de rede, que nos leva a:

– Crise de representação das autoridades de plantão;

– Crise produtiva do modelo de intermediação da topologia da rede passada.

Ou seja, projetos de nova topologia de rede vão procurar necessariamente, pela ordem:

– Se apoderar da nova topologia de rede de forma eficaz para basear os projetos;

– utilizar os novos códigos para reintermediar o antigo intermediador;

– o que inclui: mais transparência, eficácia com menor custo.

Quem quer lidar com o mundo 2.0 precisa dominar estes códigos, pois se não estará lidando com os códigos mais acima, que já não são suficientemente precisos para lidar com a mudança em curso.

Que dizes?

http://www.videolog.tv/cnepomuceno/videos/858936


Palestra na íntegra, de ontem 2:10 minutos.
Para o Projeto do IplanRio (órgão de tecnologia estratégica da Prefeitura do Rio) Inovação 2.0.

Mídias sociais nas organizações – meus áudio s/ o livro de McDonald e Bradley  (Acabou de sair)  -> áudio -> http://bit.ly/U65zXf

Estamos saindo de um tipo de intermediação da rede para outro. Os projetos que estão trazendo valor promovem uma reintermediação nos processos informativos e produtivos.

Versão 1.0 – 06 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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A web 2.0 tem muitos véus.

O primeiro, mais fácil de ver, é a maior interação.

A maior parte dos projetos 2.0, assim, são “interativos”.

Porém, há mais.

O mais relevante, que terá mais impacto nas nossas vidas, é a mudança de topologia da rede.

Estamos saindo de um tipo de intermediação da rede para outro. Os projetos que estão trazendo valor promovem uma reintermediação nos processos informativos e produtivos.

O controle atual dois fluxos já deu o que tinha que dar: ficou viciado e caro.

A maior parte das crises que temos por aí pode se encaixar neste diagnóstico.

Todo projeto 2.0 propõe uma nova plataforma digital com novo intermediador mais sofisticado, que consegue de forma inteligente promover e usar a colaboração da comunidade e robôs.

Objetivo:

– gerir melhor, com menos custo, processos cada vez mais complexos.

Assim, se existe a possibilidade de um novo ambiente mais barrado e eficaz todo o sistema produtivo tende a migrar para lá.

É a lei da competividade.

Por que não migramos para lá?

– pouca capacidade inovadora;
– novidade que exige grande poder de abstração;
– metodologias ainda incipientes.

Porém, é uma questão de tempo.

Quem perceber antes, vai para uma praia mais deserta.

Que dizes?

 O interessante é observar o que ocorre, em particular, na crise decadente,  no campo da ensino e pesquisa.

  • Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais fechada e centralizada, mais ela tenderá a se voltar para assuntos;
  • Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais aberta  e descentralizada, mais ela tenderá a se voltar para problemas.

Versão 1.0 – 31 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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A ciência, a despeito da intoxicação atual, nasceu para resolver problemas.

Dos mais simples, aos mais complexos.

No fim da atual era cognitiva impressa/eletrônica/digital vertical, que levou todas as instituições a um estado de estagnação e decadência, a academia também se fechou mais nela mesma.

Não, não é culpa só das pessoas, mas principalmente da topologia das redes.

Topologias de rede cognitivas verticais, que se perpetuam no tempo levam organizações a se  voltarem para elas mesmas, mais e mais.

O interessante é observar o que ocorre, em particular, na crise decadente,  nesse campo da ensino e pesquisa.

  • Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais fechada e centralizada, mais ela tenderá a se voltar para assuntos;
  • Quanto mais a instituição/pessoa estiver em uma rede topologicamente mais aberta  e descentralizada, mais ela tenderá a se voltar para problemas.

Por quê?

Assuntos não são medidos e problemas não.

  • Uma instituição que se fecha não quer ser fiscalizada e os assuntos escondem os resultados, pois é um saco sem fundo.
  • A que se abre passa a ter na fiscalização o seu oxigênio e cai para problemas, que facilita muito a medição.
Podemos, assim, dizer que:
  • Assuntos são lagos sem conexão com rios, pois mais e mais se fecham nele mesmo;
  • Um assunto só é relevante quando aparece em dado contexto, o que é raro, pois se perder em assunto é a coisa mais fácil do mundo;
  • Assuntos são instrumentos de opressão intelectual, pois quem domina tudo sobre um determinado assunto, não admite diálogo e vai mais e mais perdendo conexões com a sociedade;
  • Por trás de assuntos se esconde o mérito, pois não se sabe a utilidade do mesmo para a sociedade.

Por outro lado, problemas são diferentes.

  • Problemas são rios com conexão ao mar de todos os problemas.
  • Um problema é relevante, pois sempre aparece necessariamente em um contexto (se não não é um problema), quando ele é ineficaz fica logo evidente;
  • Problemas são ferramentas humanas que reduzem a opressão intelectual, pois todos podem, de alguma forma, ajudar, pois admitem diálogo;
  • Problemas escancaram o mérito, pois facilmente pode se medir a utilidade do mesmo para a sociedade.

Organizações fechadas que se abrem passam mais e mais a valorizar problemas do que assuntos.

A  nova topologia de rede digital é baseada em problemas, que é uma forma de desintoxicação da topologia passada.

Fecho assim com Popper que diz que não estudamos assuntos, mas problemas.

Porém, acrescento, quanto mais fechado for nossas instituições de ensino e pesquisa mais se voltarão para os primeiros e deixarão os segundos.

É isso.

Que dizes?

 

 Estamos falando de códigos de redes, que estão mais abaixo do que os códigos que até então estávamos acostumados a conhecer e a gerenciar.

A expressão: “as organizações são feitas por pessoas” é interessante, mas nem sempre real.

Mais real seria dizer que as organizações são feitas, infelizmente, por poucas pessoas.

A taxa de influência das pessoas nas mudanças organizacionais varia, porém são sempre abaixo do que se gostaria para que possamos dizer que são “feitas por pessoas”.

Acredito ser mais adequado que as organizações são feitas por códigos criados e mantidos por pouca pessoas que têm o direito de alterá-los.

Quanto maior, mais antiga, vertical, fechada e menor grau de inovação do setor, mais a organização, infelizmente, condiciona seus colaboradores do que o contrário.

Isso vale para qualquer instituição, país.

Há uma tensão permanente, porém com a corda sempre é mais grossa para o lado que está mais no alto da pirâmide.

 Digamos que podemos afirmar que as pessoas são muito mais condicionadas pelas instituições de plantão do que o contrário.

Processos, regras, normas, leis, relações procedimentos internos e externos são instrumentos para a perpetuação desse condicionamento.

Assim, as instituições são feitas por processos, aos quais as pessoas nem sempre podem questionar, ou mesmo mudar.

 Mudanças organizacionais/institucionais ocorrem em contextos muito particulares, diante de conjunturas específicas, principalmente nas crises, quando mudar é o último recurso. As organizações são feitas, portanto, por processos, que condicionam às pessoas.

Por outro lado, pessoas não atuam sozinhas na sociedade, diretamente.

Por nossas mais variadas limitações, precisamos das instituições para sobreviver: família, escola, partidos, organizações públicas e privadas.

Assim, a sociedade e o ser humano são condicionados pelas instituições de plantão, com taxas variáveis, maior ou menor, conforme cada contexto.

Os processos criados e pouco mutantes das instituições, assim, condicionam a sociedade.

Até aqui, pode-se questionar a taxa, mas podemos dizer que há um nível de condicionamento.

Os mais otimistas dirão que o ser humano tem mais espaço e os pessimistas menos.

 Há, porém, nesse contexto uma nova teoria no ar na relação condicionado/condicionantes.  Lévy, se for lido nesse contexto e de forma mais detalhada, defende que as instituições sociais  são fortemente condicionadas, em alguns momentos da história, pelas topologias das redes cognitivas.  Isso é algo novo e inusitado

(Na verdade, ele fala de outra forma com outros conceitos, mas estou interpretando).

O que Lévy sugere, é que novas topologias das redes cognitivas condicionam, por baixo, de forma inapelável, as instituições e a própria sociedade.

Como vemos na figura abaixo:

As pessoas “pilotam” a redes, mas elas têm um certo grau de autonomia como agentes de mudança em separado, tirando um mito da neutralidade tecnológica, que é bem difundida.

Não saem fazendo passeata, mas criam ambientes e uma modelagem mental com as quais as passeatas pedindo mais descentralização podem ser mais facilmente feitas e desejadas, conforme conjuntura social, política e econômica.

O que é algo que vai hoje contra o senso comum, ainda mais nas Ciências Humanas.

Há uma onipotência humana  que considera o ser humano detentor de todas as possibilidades do mundo e com baixa taxa de condicionamento, ainda mais por alguma tecnologia.

Na análise das forças condicionadas e condicionantes da sociedade, teríamos, então:

 Antes da nova teoria das redes de Lévy (e vários outros):

 Instituições e seu códigos -> Humano.

 Depois:

 Nova topologia da rede ->  Instituições e seu códigos -> Humano.

 O código das redes estaria mais profundamente enraizado na sociedade e teria certa independência de ação, de influência, além daquela que imaginamos.

Ou seja, são independentes aos códigos institucionais de plantão.  A nova topologia introduz um novo código de desregulação e descentralização, vindo mais debaixo de uma área que até então estava na sombra das nossas teorias.

Quando se alteram as topologias de rede, a sociedade muda, pois passa a operar em uma nova topologia de troca, que condiciona as ações humanas, que estão mais acima.

Como isso ocorreu em momentos longínquos da história, não podíamos relacionar causa e efeito. Porém, agora estamos vivendo essa migração topológica. E tudo que altera a sociedade, deve fazer parte do radar de todos que têm que administrá-la.

Podemos dizer, assim, que os códigos institucionais atuais foram construídos em cima de uma topologia de rede passada, que conseguiu ser absorvida e “domesticada” pelas instituições, criando a sociedade que estamos acostumados. Com os novos códigos, estamos tendo mudanças que vêm de outro agente de mudança, do qual não estávamos acostumados: os códigos topológicos da rede.

Há, assim, um  gap topológico entre quem já utiliza a nova e a velha topologia e isso é a base mais complexa quando pensamos em estratégias organizacionais para fazer o alinhamento.

As organizações e seus processos atuais estão em um tipo de topologia do lado de dentro e surge uma nova topologia do lado de fora.

Quebra-se, assim, de forma inusitada, a sequência lógica e o poder das organizações sobre a sociedade e as pessoas: essa é a base para compreender uma certa autonomia de uma revolução cognitiva aos códigos institucionais atuais.

Está se formando pela nova topologia um novo humano condicionado por uma nova topologia de rede nova e virgem, antes das instituições condicionadoras (novas ou velhas) aderirem a ela e conseguirem domesticá-la para um novo ciclo de (re)  intermediação.

Dessa maneira, como dizia o “Capitão McLuhan”:  a nova topologia passa a ser a mensagem – ou melhor: a topologia agora é outra!

Há, assim, uma defasagem entre o novo humano (que já nasce no novo ambiente), que passa agora a ser recondicionado pela topologia e não mais apenas pelas instituições, criando uma crise entre os dois ambientes.

Isso ocorre mais claramente na nova geração, que vive dois mundos paralelos, entre entre duas forças condicionantes antagônicas, pois são duas topologias distintas.

Veja a figura:

As teorias de plantão sobre a sociedade, que procuram explicar o fenômeno, de maneira geral, partem do princípio anterior do condicionamento das pessoas às organizações e por isso são teorias antagônicas , pois uma não incorpora o novo agente de mudança: a topologia de a rede em mutação.

Estamos olhando, simplesmente, para códigos distintos!!!

Uma para os já conhecidos. E outra descobrindo uma camada mais abaixo: novos códigos topológicos da rede.

Estamos, portanto, claramente diante de uma ruptura paradigmática, assim como tivemos a análise da evolução por Darwin, o Inconsciente por Freud, chegamos agora a uma nova ruptura: a da influência das topologias de rede na história do mundo.

Não se pode obrigar ninguém a concordar com Lévy, mas o que ele propõe de forma clara – se for lido de forma mais aprofundada – é claramente a proposta de rever como a história muda, trazendo um novo elemento, um novo código topológico de redes, que antes estava invisível. É uma proposta de guinada no pensamento e não de continuidade do mesmo.

O que há de novo na teoria da rede cognitiva é que ela aponta um grau de condicionamento da sociedade, das instituições (organizações inclusive)  a novos códigos topológicos – um campo de estudo, de códigos mais baixos da sociedade, que, até então, não lidávamos.

E agora não só podemos conhecê-lo, como gerenciá-lo, o que nos leva a começar a pensar em uma gestão por redes, que vai lidar com esse novo campo e ajudar as instituições a poder gerenciá-lo de forma mais eficaz.

Pode-se, sim, se aceita a teoria da quebra de análise dos novos códigos topológicos, incorporar as demais teorias, rearrumando com o novo paradigma, mas não o contrário, pois trabalha-se com nova lógica, novas descobertas e novos fatores condicionantes, a partir dali, com práticas e alinhamentos bem diferentes do que estamos acostumados.

Por isso é algo mais preto no branco, pois antes era assim e agora é assado, como sugere Kuhn nas grandes rupturas paradigmáticas da ciência – considero que agora é o caso.

Ou seja, não estamos diante da revisão de duas teorias similares, que partem do mesmo paradigma e códigos, mas é a descoberta de um novo código topológico, até então desconhecido, que funda um novo paradigma teórico, que exige revisão do que pensávamos anteriormente.

Uma quebra paradigmática das forças que influenciam a história e a própria humanidade.

Agora, precisamos conhecer e tentar gerenciar em outro nível mais abaixo, o que muda completamente o alinhamento organizacional que deve ser feito depois da chegada da Web 2.0, que introduz uma nova topologia de rede.

  • De um lado está Lévy, que diz que estamos na sociedade digital em rede, pois está olhando para os códigos mais abaixo – o que nos leva para um gerenciamento de mudanças;
  • Do outro, Drucker, quando fala da sociedade do conhecimento, pois está olhando para os códigos mais acima, os organizacionais e mais conhecidos – que nos leva a outro.

(Como detalhei aqui)

Por isso, podemos falar na oposição de uma teoria à outra (sociedade do conhecimento x sociedade de uma nova topologia de rede), pois partem da observação de códigos diferentes, uma mais superficial e outra mais profunda.

Como ocorre também na medicina que estuda os códigos genéticos ou na física, ao estudarmos  os movimentos quânticos.

E é esse o centro do diagnóstico que temos que fazer n sociedade para tomar as decisões sobre o que faremos com a chegada da Web 2.0.

  • Quem trabalha no mesmo paradigma, vai para um lado, não vendo o alinhamento necessário à nova topologia;
  • Quem trabalha no outro, por lógica, acaba indo para outro, incorporando a nova topologia como premissa principal do alinhamento a ser feito.

É isso.

Que dizes?

 Uma aluna me questionou por que não podemos falar em Sociedade do Conhecimento? O que há de mal nisso?

Versão 1.0 – 30 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Estive em intenso debate semana passada com a turma 24 do MBKM, curso do MBA de Gestão de Conhecimento da Crie/Coppe/UFRJ, no qual dou aula há vários anos.

Uma aluna me questionou por que não podemos falar em Sociedade do Conhecimento? O que há de mal nisso?

Tenho questionado bastante essa visão.

Eu respondi a ela e agora no blog:

  • Ao defender a sociedade do conhecimento estamos fazendo um diagnóstico da sociedade que temos hoje. E um diagnóstico teórico, nos leva a uma metodologia, que nos leva a formação de pessoas e que nos leva ao desenvolvimento de tecnologias;
  • O que nos leva a implantação de práticas nas organizações, que nos leva a resultados, que nos leva ao aumento ou a redução de competitividade, a custos e benefícios com a nosso prática;
  • Tudo por causa de um diagnóstico teórico, que nos leva à macro-metodologia, como é o caso da gestão do conhecimento, filha direta da sociedade do conhecimento.

 Se algo começa a dar problemas na metodologia, que é a vacina, precisamos rever o diagnóstico. Certo? E é isso que temos que fazer agora que a gestão do conhecimento entrou numa encruzilhada diante das redes sociais digitais.

Veja bem, quem vê House com frequência, sabe a relevância de um diagnóstico para tratar da doença.

Se estamos na sociedade do conhecimento precisamos criar um “tratamento”, uma macro-metodologia (ver mais sobre macro-metodologias aqui) que nos leve a ajustes na organização, a partir dessa visão.

Não é algo impune.

Se eu pudesse pautar um Congresso da SBGC, por exemplo, eu me concentraria em levar gente para discutir o diagnóstico sociedade do conhecimento, pois a Gestão do Conhecimento é uma “vacina” criada, a partir da picada desse “mosquito”.

Vou pegar do Wikipédia um trecho, como exemplo,  sobre sistemas de gestão de conhecimento, que é algo bem prático da aplicação da metodologia:

Os Sistemas de Gestão do Conhecimento (Knowledge Management Systems) são soluções de TI que amparam as iniciativas empresariais típicas de Gestão do Conhecimento como identificação, criação, apresentação e distribuição do conhecimento dentro do contexto corporativo. (MVL)

Os Sistemas de Gerenciamento de Conhecimento tem como importante objetivo proporcionar habilidades (a gerentes e organizações em geral) que apoiem a tomada de decisão, e consequentemente aumentem a vantagem competitiva da empresa.

Tais sistemas possuem como principal característica a coleta de dados, que posteriormente serão processados para que se obtenha um conjunto de relevante informações que serão agregadas e distribuídas em forma de conhecimento dentro da organização.

Note que “Sistemas de Gerenciamento de Conhecimento” são criados dentro das organizações (pela TI ou comprados de uma organização de SGC) e são ferramentas específicas para lidar com um modelo de gestão que levará a empresa da era industrial para a do conhecimento.

Não são considerados, assim, como sistemas de gerenciamento do conhecimento válidos pela GC  o modelo de troca e compartilhamento que está sendo desenvolvido pela garotada fora das organizações, responsável pelo desenvolvimento dos softwares livres, a venda e compra por desconhecidos no Mercado Livre (ou Estante Virtual), pedir táxi por uma aplicativo do celular, via Karma Digital.

Por que não?

Por que a visão da sociedade do conhecimento prevê que as organizações são as agentes das mudanças no mundo, a economia rege as estratégias e os modelos de gestão irão criar modelos “mais modernos” de solução dos problemas atuais de dentro para fora, como sempre foi.

Quem faz os sistemas de GC “somos nós aqui dentro”, o que acontece hoje lá fora é algo que vamos analisar mais tarde.

Não vão se render, assim,  ao conceito maior das redes cognitivas (by Pierre Lévy) que afirma que  quando redes cognitivas  se transmutam, o mundo as segue e não o contrário.

Ou seja, a mudança ocorre de fora para dentro, sem dó nem piedade!

A organização não faz o seu sistema, mas se adapta ao sistema que está sendo feito lá fora, a uma nova topologia de rede, (ver mais aqui) pois é muito melhor, testado, validado para resolver problemas complexos e mutantes.

Note bem, são dois diagnósticos, que nos levam para tratamentos COMPLETAMENTE DISTINTOS!

  • Ou vamos para a sociedade do conhecimento, tendo a organização como indutora desse processo, baseado nas mudanças econômicas, que nos levam de uma sociedade/organização industrial para a do conhecimento, via Peter Drucker. A economia é a mudança;
  • Ou vamos para a sociedade do digital em rede, tendo a organização como seguidora desse processo inapelável, baseado nas mudanças cognitivas, que nos levam de uma sociedade/organização  impressa/eletrônica/digital vertical com uma topologia de rede fechada e vertical para uma sociedade/organização digital em rede, com uma topologia de rede mais aberta e horizontal, via Pierre Lévy. A rede é a mudança.

É o duelo Jungle Fight de Lévy x Drucker nos canais teóricos/metodológicos. 😉

Note que as visões poderiam se integrar, se fossem dentro do mesmo paradigma, mas não são.

Tudo que acontece fora – um novo modelo de resolver problemas – não faz parte do conceito geral da sociedade do conhecimento, pois está fora do diagnóstico da Sociedade do Conhecimento, que não consegue entender isso que está acontecendo do lado de fora: o mundo 2.0, que é uma mudança das topologias das redes cognitivas, que é um outro diagnóstico e pede outro tratamento!

E isso nos leva a duas metodologias diferentes.

  • Quem acredita na sociedade do conhecimento implanta sistemas de GC.
  • Quem acredita na Sociedade de rede Digital procura implantar projetos de Redes Sociais Corporativas, ou a nova Gestão por Redes.

Os projetos são teoricamente incompatíveis, ou um ou outro, e não é isso que está acontecendo nas organizações, pois não estamos revendo o diagnóstico!!!

Por isso, o caos está implantado!

Note que há uma relação, assim, entre:

  • Diagnóstico: sociedade do conhecimento;
  • Tratamento: gestão do conhecimento;
  • Aparelhos cirúrgicos: sistemas de Gerenciamento do conhecimento.

Começamos a perceber que a força principal nas mudanças em curso não é no modelo econômico, as organizações não vão ensinar, desenvolver, ou criar, comprar sistemas de gerenciamento de conhecimento, mas vão aprender com os jovens como lidar também com o conhecimento com a nova geração. alinhando a topologia atual da rede organizacional a outra, mas dinâmica!

Ou seja, o alinhamento não é algo híbrido que parte de empresas que vão oferecer produtos de “gerenciamento do conhecimento”, mas é aprender a usar as metodologias e tecnologias que estão aí fora, mostrando a sua eficácia – pois como dizia o Capitão Nascimento: o alinhamento agora é outro!

É a topologia, mané!

  • O diagnóstico: sociedade digital em rede;
  • Tratamento: aderir, criar e implantar redes sociais corporativas;
  • Aparelhos cirúrgicos: utilizar o que o mercado (fora das organizações) já desenvolveu, agora adaptando para o mundo corporativo.

Dois caminhos que nos levam a lugares e resultados diferentes.

Assim, a base da revisão que a GC deve ser: voltar ao laboratório e se perguntar se era o Peter Drucker estava realmente “certo”, ou se é melhor conhecer mais e se aprofundar  em Pierre Lévy para se chegar a um diagnóstico mais preciso do mundo atual?

Os fatos estão demonstrando, mais e mais, nessa luta de teórico grande, qual lado do ringue tem conseguido fazer mais pontos.

Que dizes?

Dominar os novos códigos das redes é um grande diferencial competitivo, pois vai se ter mais consciência do que pode ser feito e um planejamento melhor, reduzindo riscos e aumentando as oportunidades.

Versão 1.0 – 29 de outurbo de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Estamos fazendo algo muito diferente hoje em dia nas teorias  do novo século.

No campo da medicina, a partir da evolução da ciência, estamos conseguindo agir diretamente no código genético. O que definirá um novo modelo de medicina, completamente diferente para as próximas décadas.

Ao atuar no código genético, desemos um patamar e começamos a conhecer e a interferir aonde não víamos/ou tínhamos domínio, pois antes era assim:

A doença -> o diagnóstico -> tratamento.

Hoje, temos:

O código genético -> a doença -> o diagnóstico -> o tratamento.

Ao descer uma camada, temos ainda mais controle sobre os processos, algo que era impensável no passado, graças ao aprofundamento e conhecimento dos códigos.

Amanhã, medicina será cada vez mais operar nos códigos genéticos, como tivemos o avanço dos exames nas últimas duas décadas.

Se hoje os médicos se baseiam em exames, amanhã será no mapa genético, que é algo anterior, preventivo.

Ou seja, passamos a ter a possibilidade de atuar em um nível mais abaixo, criando ações que vão evitar até que a doença possa aparecer, antes mesmo dela vir e fazer um mapa de quais doenças cada pessoa tem mais propensão com cuidados para evitá-las.

Algo impensável no consultório dos médicos hoje em dia.

O que nos levará a reduzir o sofrimento de muitos humanos e vai exigir um novo tipo de medicina, a medicina 2.0, genética.

Isso se dá também na física no mundo quântico, pois podemos atuar e poder alterar em camadas mais profundas e mais próximas do micro-mundo, que nos permitirá criar produtos e intervenções nos processos nunca antes imagináveis, pois passamos a dominar e conhecer um nível mais abaixo do código do nosso ambiente.

A física quântica, é a física 2.0, pois é uma ruptura com a tradicional e nos permite atuar nos códigos que não tínhamos acesso e nem sabíamos que existiam.

Fala-se, assim, no computador quântico que vai conseguir ser muito mais rápido do que os atuais e muito menor.

Na área de gestão organizacional está ocorrendo um fato similar com a chegada das teorias mais consistentes sobre mídias sociais, que são estudos sobre as redes cognitivas.

A partir das pesquisa que um conjunto de autores têm promovido (destacaria Pierre Lévy como o principal), estamos começando a dominar um novo campo: o código cognitivo, suas redes, as mudanças históricas.

O código des redes está abaixo de todos os outros, é o código organizacional da sociedade, do qual somos completamente dependentes e condicionados, mas não sabíamos.

A nova gestão vai trabalhar mais assim:

O código cognitivo  ->  estratégia ->  metodologias de migração ->  gestão das redes cognitivas.

Seria as novas teorias  da sociologia/antropologia 2.0 (que incorporam os códigos da rede ou a Ciência das Redes), que nos dariam a gestão 2.0, algo mais preciso para gerir as atuais mudanças do mundo.

Esse campo muda todas as teorias sociais/organizacionais de plantão, pois estuda um nível mais abaixo (e desconhecido até aqui) da sociedade.

Descobrimos, a partir dele que há códigos cognitivas que se alteram com o tempo e que a sociedade muda ciclicamente na história a topologia de suas redes cognitivas mais básicas, alterando todo o resto. Esse campo fundamental estuda os códigos das redes cognitivas, que estão abaixo da gestão, da comunicação, da inovação, dos departamentos, dos quais podemos começar agora a atuar, como nunca antes.

É um nível de consciência de alterações no ambiente que nunca tivemos e nem sabíamos que existia!! É uma espécie de placa-mãe social (organizacional também), que estamos aprendendo que se modifica na história e que precisamos saber gerenciá-los, se quisermos atuar de forma mais eficaz no mundo de hoje.

Esta nova vertente da sociologia/antropologia/gestão está sendo possível por dois motivos:

  • – estamos vivendo uma mudança de topologia de rede global, com a chegada das mídias mais sociais,  o que nos facilita ver os códigos se transmutando o que nos obriga  entender melhor o fenômeno (antes eles estavam menos visíveis);
  • – e quem conseguiu entender melhor pode hoje ter consciência de algo mais profundo na sociedade, que está se movendo, a partir da história,  o que nos dá a possibilidade (pela primeira vez)  de começar a ter consciência e atuar nesse nível (o que não era possível antes, por falta de conhecimento).
Dominar essa nova teoria é um grande diferencial competitivo, pois vai se ter mais consciência do que pode ser feito e um planejamento melhor, reduzindo riscos e aumentando as oportunidades.

Ou seja, os teóricos/profissionais desse novo campo têm como desafio capacitar os gestores para ter essa consciência e desenvolver metodologias para poder atuar e intervir nele para colher resultados.

Os desafios:

  • – é um campo novo e tudo que é novo assusta;
  • – estamos ainda tateando a teoria;
  • – não temos gente formada;
  • – precisamos melhorar a forma de transmitir a teoria;
  • – conseguir métodos para vencer a resistência;
  • – e criar metodologias compatíveis, que comecem a apresentar resultados ao intervir no código.

Porém, já temos os primeiros passos para compreender que ao pensarmos a implantação de projetos, tais como:

  • – gestão de inovação;
  • – gestão de conhecimento;
  • – redes sociais corporativas.

É preciso ter consciência de que, de fato, estamos tentando alterar com estes projetos algo mais abaixo, passando do ambiente cognitivo impresso/eletrônico/digital sem rede para o novo ambiente cognitivo da rede digital, que cria outro código.  Não é como muitos apregoam uma mudança de comunicação, nem na gestão, nem de tecnologia, mas num nível mais abaixo, quântico/genético das organizações: estamos mudando os micro-códigos da topologia de rede – em uma escala mais profunda, da qual não tínhamos nem consciência e nem acesso! Mas vamos ter que ter!

Por isso, que projetos desse tipo são tão complexos e exigem um modelo completamente novo de abordagem muito menos usual do que estamos acostumados.

Pode assustar, mas é para mexer nesse nível mais profundo dos códigos organizacionais  que estamos caminhando como grande diferencial competitivo entre as organizações.

Qualquer ação de alinhamento ao mundo das mídias digitais sem a consciência dessa camada mais profunda é um tiro no escuro!

Se preparar, é preciso, pois se é fato que precisamos lidar  com eles – quanto mais cedo, melhor!

Que dizes?

Podemos chamar de macro-metodologia as que propõem migração de uma organização de um tempo passado para um tempo futuro.

Versão 1.0 – 25 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Toda metodologia de gestão faz parte de um diagnóstico.

Estamos com um problema “x” precisamos de um tratamento “y”.

A metodologia é o tratamento  “y”.

(Sim, temos metodologias de todos os tipos, inclusive para diagnósticos, mas aqui estou falando de metodologias de gestão, um conjunto grande de práticas e processos encadeados que ajuda a organização a gerar valor.)

O diagnóstico é feito antes, por poucas pessoas, que definem para onde algo está indo e qual é o alinhamento que deve ser feito, pode ser no micro ou no macro.

A macrovisão é feita geralmente por pensadores considerados experimentes, filósofos, “gurus” que definem para onde estamos indo e as metodologias são criadas para criar uma ponte para essa “visão”.

Ou seja, há um alinhamento da atual gestão a uma nova, a partir de um diagnóstico, que nos leva a um tratamento – a metodologia.

Uma metodologia é um conjunto de práticas de migração de um ponto para o outro. E de continuidade deste ponto, a partir de um novo patamar.

Um caso interessante é analisarmos a curta história da Gestão de Conhecimento (GC), a meu ver decadente, como detalhei aqui, mas que está ainda presente dentro das organizações. E que pode nos servir de base para pensarmos a nova metodologia da vez “implantação de redes sociais corporativas”, ou gestão 2.0.

Notemos que na GC  tivemos:

  • 1) o diagnóstico que estamos agora em uma sociedade do conhecimento;
  • 2) que o conhecimento é algo fundamental nas organizações;
  • 3) e que é preciso fazer uma alinhamento de empresas com a gestão industrial para empresas baseadas no conhecimento.

A Gestão do Conhecimento é uma metodologia ousada, pois faz um cenário geral, macro do mundo, e estabelece para as organizações uma prática geral de migração que muitas adotaram (ou tentaram).

Podemos chamar, assim, de macro-metodologia aquelas que propõem uma migração de uma organização de um tempo passado para um tempo futuro.

A macro visão foi fundamental.

Aprender com a experiência dessa prática é muito interessante para pensarmos projetos de redes sociais corporativas ou da gestão 2.0.

Diferente daquela, por enquanto, a implantação de redes sociais corporativas não é:

  • – considerada uma metodologia de gestão, mas de comunicação ou de tecnologia;
  • – não parte de uma macro-visão do mundo, mas como se fosse um pequeno ajuste organizacional;
  • – não se assume como macro-metodologia de gestão;
  • – não faz parte dos projetos estratégicos de migração de um mundo “a” para o “b”.

Podemos dizer que a visão da sociedade do conhecimento tinha um elemento de tempo menos agressivo. Percebeu-se a mudança gradual, mas teve-se um certo tempo para ver, analisar e procurar mudar.

Assim, a GC foi algo que não partiu de algo mais operacional, mas entrou com uma metodologia macro, de ajuste grande, da qual todas as organizações foram simpáticas e tiveram mais tempo para aceitar o conceito.

As redes digitais são mais agressivas, pois, na verdade, nos mostram que a visão da sociedade de conhecimento estava equivocada. Estávamos, desde antes entrando na sociedade digital, que venho evoluindo e agora explodiu de vez e tornou o processo todo muito mais dinâmico.

Estamos pagando o preço do erro de visão, que deu origem a GC, da sociedade do conhecimento, que era, no fundo, a sociedade digital no seu primeiro estágio, ainda não participativo.

E que agora chegou de vez.

O que deve se analisar é que havia um erro na visão, no diagnóstico inicial, o que nos levou a uma macro-metodologia de gestão para a sociedade do conhecimento equivocada, pois estávamos e estamos entrando na nova sociedade digital em rede, que é a força principal das mudanças.

Estávamos olhando para os efeitos das mudanças econômicas (industrial -> conhecimento), mas não vimos o efeito cognitivo (ambiente cognitivo impresso/eletrônico/digital sem rede -> digital com rede colaborativa), o grande impulsionador das mudanças, de fato, como a vida tem demonstrado.

 

O problema que temos hoje para agir na gestão é que falta ainda pensadores de porte, com peso principalmente na mídia de massa (que ainda rege o mercado) que defendam uma “Gestão digital 2.0”, que venha a tomar o lugar da atual GC, como uma nova macro metodologia de gestão.

Acredito ser mais fácil migrar de uma GC para uma Gestão Digital 2.0, pois é um ajuste mais fácil, de uma metodologia macro para outra, do que iniciar projetos de redes sociais pela comunicação ou pela tecnologia.

Os projetos nas organizações assim se alinhariam em torno desse central: migração da organização impressa/eletrônica/digital sem rede para a digital com rede colaborativa, que é uma revisão da atual GC, revisando a sua origem, da sociedade do conhecimento para a digital em rede.

E isso inclui toda a gestão e suas perdidas variantes:

  • – de informação;
  • – de conhecimento;
  • – de inovação;
  • –  educação corporativa;
  • – de pessoas, etc.

E isso exige muito esforço.

A criação da revisão da macrovisão, de uma nova metodologia, de novas tecnologias e cursos de preparação dos novos profissionais.

Nada disso ainda existe, mas é urgente, pois vai estourar em breve.

Pierre Lévy que já apontava essa macro-visão, desde 1999, mas não teve ou tem a força de um Peter Drucker, o defensor da ideia da sociedade do conhecimento, baseado numa visão econômica e não cognitiva, eis o erro.

O mesmo podemos dizer do Tapscott e do Rifkin, que chegaram a mesma conclusão.

Estamos esperando, chupando o dedo, para que o macro-ciclo da revisão da gestão recomece nas organizações, fazendo o ajuste necessário para o alinhamento ao futuro, agora muito mais sofisticado do que antes, pois é uma mudança muito mais radical na maneira de se pensar o trabalho e controle dos processos.

Mas as empresas, infelizmente,  não estão habituadas a pensar, mas apenas a seguir uma cartilha de um guru (de preferência americano).

Aguardemos?

Que dizes?

Primeiro vamos demitir todos os gerentes
http://www.hbrbr.com.br/materia/primeiro-vamos-demitir-todos-os-gerentes

Do artigo de Sergio Bolliger: 

Future Melbourne

Dentre nossos exemplos, o Future Melbourne (Melbourne Futura) se inscreve como iniciativa de governo para a colaboração social relativamente a tarefas governamentais. Ou seja, em que políticas públicas direcionam e articulam ações governamentais de disponibilização de ferramentas sociais para essa colaboração. No caso, a ferramenta utilizada foi um wiki.

O Patient Opinion (Opinião de Paciente)

Não é uma iniciativa de governo e tampouco controlado por uma organização governamental; mas, no entanto, desde seu início é apoiado, financiado e integrado ao funcionamento de organizações governamentais de saúde do Reino Unido. Deve sua existência, principalmente, à iniciativa individual de um médico clínico geral e agente de saúde da medicina estatal britânica. Dentre nossos exemplos, ilustra como os benefícios de iniciativas não originadas de programas governamentais (seja da parte de servidores, seja de agentes privados) podem ser virtuosamente aproveitados pelas organizações governamentais. Evidentemente, dependente, para tanto, de uma política governamental voltada para tanto e estruturada com mecanismos administrativos e de financiamento adequados, onde parece ter grande papel a autonomia administrativa para a alocação de recursos do serviço nacional de saúde inglês e políticas de apoio ao terceiro setor.

CITIX

Por meio do CITIX, cidadãos que se cadastram podem assinalar em mapa ocorrências, eventos e locais de interesse público, que ficam disponíveis à consulta da população

 

 

O que estamos aprendendo é que quando uma tecnologia cognitiva reintermediadora chega ao mundo, ela vem construir uma nova topologia de rede. E essa nova topologia de rede muda o mundo e as organizações vão na aba.

Versão 1.0 – 24 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Continuação das reflexões feitas aqui.

O que muda na sociedade/organizações com a chegada da Web 2.0?

  • Comunicação?
  • Forma de trabalhar?
  • Forma de controlar processos?
  • Ou formas de gestão?

Todas estas, mas motivadas pela mudança maior:

A mudança da topologia das redes – a placa mãe da sociedade.

Estranho né?

Pois é, mas é esse é o conceito fundamental para entendermos onde estamos e para onde vamos.

O ser humano é dependente da topologia de rede dos ambientes cognitivos.

Quando eles mudam, tudo muda.

Pode levar tempo, mas é inevitável.

E deve guiar os projetos de rede social corporativas, que estão tendendo a achar que são mudanças na comunicação/e/ou tecnologia.

Avisa: tal visão não é eficaz. Vai se gastar muito com pouco resultado!!!

Quando algo assim ocorreu para podermos comparar na história e termos mais segurança?

  • Quando passamos do mundo oral para o escrito (há certa de 5 mil anos), que se consolidou e se massificou com a chegada da escrita impressa, há cerca de 500 anos;
  • E agora com a passagem do escrito/eletrônico/digital vertical (que moldou nossa sociedade) para o digital em rede (que funda a nova era).
Sim, mudanças macros desse porte.

O que estamos aprendendo é que quando uma tecnologia cognitiva reintermediadora (escrita e digital)  chega ao mundo, ela vem construir uma nova topologia de rede. E é a topologia de rede que define a sociedade e não o contrário!

Ou seja, a política, a economia, as organizações, a gestão, as escolas irão se adaptar à nova topologia de rede de plantão!!!!

O mais esquisito de tudo isso é que a nova topologia de rede é um movimento espontâneo, não planejado, não consciente, que muda tudo na história.

Que os marxistas, os dogmáticos e os paranoicos por conspirações secretas me desculpem, mas é isso que estamos aprendendo com a vida, depois de muitas (não poucas)  horas em um debate intenso na rede, pela rede e com a rede (só assim colaborativamente para avançar).

Em resumo: somos muito mais teleguiados e dependentes dos ambientes cognitivos do que imaginávamos.

Quem define a topologia do  “formigueiro” e da  “colméia” são as tecnologias de rede disponíveis e nós só nos adaptamos a elas, aí sim tendo espaço para variar, mas dentro de um dado condicionamento.

O que estamos vivendo hoje, então?

A passagem de uma topologia verticalizada com um centro muito forte para um modelo mais descentralizado.

Alguns dizem que antes não era rede e agora é rede.

Discordo.

Antes era rede mais centralizada e agora é mais descentralizada.

A nova topologia de rede, que chamamos de cultura 2.0,  criou novos modelos de controle.

Ou seja, a topologia de rede, que define os fluxos de ideias, condiciona a comunicação, o controle dos processos, a gestão, o conhecimento, a informação, etc…

Antes o controle era feito por fluxos que tinham que passar pelo centro, pois não havia outra maneira de fazer.

Hoje, as organizações têm como ferramenta possível a adoção de uma nova topologia, através das redes digitais que permitem que haja um novo (re)controle mais barato do que o anterior e tão eficiente quanto: através da colaboração, dos rastros digitais que vão sendo deixados e de robôs informacionais, turbinados por algoritmos.

Vide o modelo Mercado Livre, por exemplo.

Ou seja, uma nova organização será aquela que vai trabalhar em uma nova topologia de rede, através do uso intenso de plataformas digitais colaborativas com uso de inteligência artificial (algoritmos) para resolver problemas de forma mas barata e eficiente.

Simples assim, complicado assim.

Nunca na história dessa humanidade, 🙂 estivemos tão despreparados para uma mudança como essa, pois ela será muito mais rápida do que as anteriores. A diferença é que hoje já temos pensadores que nos ajudam a ter mais consciência do que está ocorrendo. Porém, não adianta que eles existam, se as organizações continuarem a insistir em não escutá-los!!! Achando que pensar o passado com essa proporção é coisa de acadêmicos, ou teorias vazias. Novos desafios exigem novas formas de resolvê-los!

Quando uma nova topologia de rede chega, o que ocorre?

  • – muda a cultura de quem se relaciona com ela;
  • – cria um novo modelo cognitivo/afetivo dentro e na relação das pessoas entre si;
  • – esse modelo novo dentro das pessoas começa a procurar formas de transformar a topologia anterior na nova topologia;
  • – isso implica em uma luta da velha topologia contra a nova em todas as frentes possíveis.

Se analisarmos as lutas políticas que mais impactaram na sociedade no passado recente, como a Revolução Americana e Francesa, foram as que consolidaram uma nova topologia de rede, terminando os reis e os sacerdotes, que eram filhos do mundo oral (ao longo de milhares de anos).

Ou seja, a luta política e de gestão atual não se dá dentro da antiga topologia (que é a que vivemos), mas a luta para que ocorra uma nova topologia, pois ela é capaz com menor custo, menos esforço e menos tempo dar os melhores resultados!

(Quando Marina Silva lança o movimento Nova Política, ela, na verdade, está defendendo o movimento da nova topologia de rede! A rede mais aberta é (e sempre foi) a revolução!)

O que isso impacta na implantação de projetos de redes sociais corporativas?

Muito.

Pois não se trata de implantar uma nova forma de comunicação, de processo, de trabalho, uma nova tecnologia, uma nova gestão apenas, mas uma nova topologia, na qual existe uma outra forma completamente nova de organização e controle.

Isso é que dá o nó na cabeça.

Estamos falando de promover a migração da topologia de rede atual para uma nova, na qual muda a forma de circulação de todos os fluxos.

Por isso, defendo a tese de que (vou usar caixa alta):

NÃO É POSSÍVEL IMPLANTAR UMA NOVA TOPOLOGIA DE REDE NA TOPOLOGIA ANTIGA, POIS ELAS SE ODEIAM!!! 😉

Não é possível, é algo que não existe, não existiu e nem existirá, pois a história está aí para nos ensinar algo. Não existe empresa 1,5. Ou ela tem a topologia atual, que funcionou razoavelmente para um mundo que está acabando, ou ela migra para a nova.

O meio termo deve ser evitado, pois é híbrido e causador de crises.

Se temos a consciência disso, por que insistir?

Basta aprofundar o estudo.

O que foi possível no passado, migrar aos poucos, agora não funcionará, pois é um processo muito mais rápido….e mais: já temos pensadores que podem nos ajudar a acelerar essa passagem. Assim,  nada justifica não fazê-lo, a não ser o receio da mudança. E isso se resolver com muita conversa!!!

O que durou milênios, portanto, virará décadas, em alguns casos, como já se viu na industria das ideias (mídia, música, cinema) anos.

É preciso realizar uma passagem bem planejada para criar a nova topologia de forma completamente nova e depois ir migrando. Nada restará das organizações atuais ao longo do tempo e quem perceber isso antes e com clareza, navegará em águas limpas e profundas, pois vai criar atalhos.

Vocês podem dizer:

  • Radical o Nepomuceno, né?
  • Não, radical a mudança que estamos vivendo. Sou apenas um dos mensageiros, um topólogo das novas redes, portanto,  não me atire pedras! Se quiser ter raiva, tenha  do planeta super-populoso que pede um novo modelo de rede mais flexível e mais inovador!

Ou seja, você pode não concordar com o que é dito, mas gostaria que você ouvisse tais argumentos, pensasse e decidisse, pois o futuro da sua organização e muito do que ela vai gastar nos próximos anos com projetos de “redes sociais corporativas” sem pé nem cabeça, depende dessa decisão.

Se é para mudar que seja rápido,  com a menor taxa de sofrimento possível.

Certo?

Como dizia meu pai: “quando a cabeça não pensa, o corpo paga”.

Concordas?

 

No Brasil e no mundo:

Com balanço, “Times” revelará resultado de reestruturação

” Em setembro, o periódico lançou a Radio BDC, de “rock alternativo” com transmissões exclusivamente pela internet. Publicou livros eletrônicos que reuniam seus artigos, apoiou eventos como festivais de arte de verão e liberou para assinantes réplicas eletrônicas gratuitas da edição impressa.

O centro de inovação próprio Globe Lab lançou ideias de empresas iniciantes, enquanto “The Hive”, uma nova seção on-line, acrescentou a cobertura de tecnologia e de empresas de
compras de participações de Boston e imediações.”

Stefanini reforça inovação com Woopi

No mercado de tecnologia da informação, o investimento em inovações é o principal atalho para que uma empresa novata se destaque. Entretanto, em muitos casos, os investimentos nessa área ficam em segundo plano à medida que essas companhias crescem. A Stefanini – multinacional brasileira de serviços de TI – está invertendo esse processo. Com projetos pontuais, a empresa nunca teve uma operação estruturada de inovação, o que não impediu a expansão de seus negócios. Agora, decorridos 25 anos de sua fundação, a companhia decidiu criar uma unidade de pesquisa e desenvolvimento.

O ponto de partida para essa estratégia é a aquisição da brasileira Woopi, que será anunciada oficialmente hoje. Com sede em Sorocaba (SP), a companhia aposta em conceitos como inteligência artificial para desenvolver aplicativos de internet e softwares voltados a segmentos como mídia digital e mercado financeiro. “A Woopi tem um perfil mais inovador e acadêmico. É uma forma de aproximar a Stefanini desse mundo”, afirmou Marco Stefanini, fundador e executivo-chefe da empresa que leva seu nome.

O valor do acordo foi mantido em sigilo. Financiado com caixa próprio, o negócio integra o plano anunciado pela Stefanini no fim de 2011. Na época, a companhia projetou um investimento de R$ 300 milhões em aquisições no Brasil e no exterior até 2014. Desse montante, a previsão inicial era destinar um aporte de R$ 15 milhões para estimular projetos de inovação.

O acordo com a Woopi envolveu a compra de 51% de participação acionária. Pelos termos da transação, os fundadores da companhia, Alexandre Winetzki e Fábio Caversan, permanecem na operação, com uma fatia de 49%. Os dois executivos irão atuar na estruturação da nova área de inovação, que terá como polo inicial o centro de pesquisa e desenvolvimento da Woopi, em Sorocaba. Atualmente, a unidade conta com uma equipe de cerca de 50 pessoas. A ideia inicial é expandir essa estrutura. O próximo passo será criar pequenas células de inovação dentro dos dez centros de serviços da Stefanini no Brasil. A aproximação com centros de pesquisa e universidades de todo o país também está no radar.

Segundo Winetzki, a nova estratégia de inovação da Stefanini será baseada principalmente em duas abordagens. “Parte do orçamento será destinada à pesquisa de ponta pura, com produtos que podem ou não gerar valor. Temos muito claro no projeto que é preciso correr esse risco”, afirmou o executivo.

A segunda abordagem será voltada à criação de tecnologias diretamente ligadas às demandas de negócios identificadas junto aos clientes da Stefanini. Nesse horizonte, Winetzki destaca, por exemplo, sistemas analíticos de crédito e avaliação de risco. “Nosso objetivo é colocar em prática todo o potencial de inovação que a Stefanini já possui, mas que, curiosamente, não tinha um catalisador até então dentro da empresa”, disse.

O acordo com a Woopi é a nona aquisição da Stefanini desde 2009. Além de consolidar a expansão internacional da companhia – iniciada em 1996, com a abertura de uma unidade na Argentina – essa abordagem foi um dos principais impulsos para que a empresa registrasse um salto na receita de R$ 285 milhões, em 2006, para R$ 1,24 bilhão em 2011.

Para 2012, a previsão inicial da Stefanini era apurar uma receita de R$ 1,67 bilhão. No entanto, a companhia está ampliando essa projeção para R$ 1,9 bilhão. A nova cifra inclui a contribuição das operações da processadora brasileira de cartões Orbitall, adquirida pela companhia em abril desse ano.

As estratégias da Stefanini não estão restritas ao mercado brasileiro. Com atuação em 30 países, Marco afirma que um dos focos da companhia no próximo ano será ampliar os investimentos para divulgar a marca no mercado internacional. Atualmente, a empresa tem cerca de 40 clientes no exterior, que respondem por aproximadamente 40% da receita da Stefanini. “Pretendemos dobrar essa base de clientes globais no prazo de três a cinco anos”, disse.

Ainda:

http://www.valor.com.br/arquivo/896821/ibm-amplia-cidade-tecnologica
 

 Se a gestão do conhecimento não fizer uma revisão conceitual tende a agravar mais e mais a crise que está vivendo, atrapalhando muito mais do que ajudando as organizações.

Versão 1.0 – 25 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Esta semana estarei fazendo palestra sobre Gestão do Conhecimento na Transpetro.

O que vou dizer por lá?

(Vou gravar e depois coloco aqui.)

A gestão de conhecimento, apesar de algumas dúvidas, é apenas uma metodologia.

(É uma macro-metodologia, pois quer tirar a organização de um tempo presente para uma visão futura, mas isso falo amanhã.)

Como disse aqui, uma metodologia é uma linguiça de frango, na qual está embutida o ovo e o frango.

  • O ovo é a filosofia.
  • O frango a teoria.
  • E a linguiça de frango uma metodologia, que contém os outros dois e que procura, tornar uma visão de cenário, em realidade.

Uma metodologia eficaz é aquela que consegue um bom alinhamento (sempre em revisão)  entre o ovo, o frango e a linguiça.

A gestão do conhecimento parte da ideia – o que fez um certo sentido – de que estávamos/estamos vivendo dentro das organizações algo diferente, a partir das últimas décadas do  século XX.

O frango/teoria se baseava na hipótese de que estávamos passando da sociedade industrial para algo diferente que foi batizada de sociedade do conhecimento, na qual a força do trabalho com ideias tem mais peso para gerar valor, do que a força do trabalho braçal.

(Há um mérito relevante, o que ajudou a tirar as organizações de um certo acomodamento.)

Ou seja, quando falamos que estamos entrando na sociedade do conhecimento, partimos do princípio de que é esta a principal característica da nova sociedade e é para lá que estamos indo e um conjunto de ações articuladas dentro das organizações, que ganhou o nome de Gestão de Conhecimento, nos ajudarão a chegar lá.

Mas se o diagnóstico da sociedade do conhecimento estiver equivocado?

Todo o conjunto de ações, incluindo tecnologias, pode nos levar para um caminho equivocado!

Este é o ponto que questiono: a hipótese da sociedade do conhecimento, a meu ver, é pouco consistente.

Bom, diante disso, criou-se, assim,  a gestão do conhecimento, uma metodologia para alinhar o passado (industrial/produtos tangíveis) para o futuro (organizações do conhecimento/produtos cada vez mais intangíveis com mais valor intelectual embutido).

Acredito que várias percepções dessa visão batem com a realidade, pois as organizações precisam de fato mudar para se adaptar a um mundo completamente diferente, para o qual estamos entrando: mutante, horizontal, colaborativo.

Mas será o do conhecimento?

A pergunta que não quer calar, entretanto,  é se, realmente, o diagnóstico feito lá atrás, que deu origem a todo o resto, a da teoria sociedade do conhecimento faz tanto sentido assim depois da chegada da Internet e as diferentes interpretações que suscitou.

Se algumas premissas dessa  visão são equivocadas (filosofia/teoria) a metodologia pode muitas vezes não ajudar como poderia ou até atrapalhar, se não for submetida o tempo todo a revisões filosóficas/teóricas à luz da experiência.

Assim, alguns problemas se colocam e perguntas são feitas e nem sempre bem respondidas no cotidiano da implantação da gestão do conhecimento, pois vê-se em questões práticas os “buracos” teóricos:

  • – a gestão do conhecimento deve ser um projeto (com início, meio ou fim)  ou um departamento?
  • – é algo que pode ser feito por algumas pessoas dentro da organização ou por toda a organização?
  • – qual a diferença entre gestão de inovação e do conhecimento?
  • – como se relacionam gestão do conhecimento e educação corporativa (que é também conhecimento)?
  • – e com a gestão de informação?
  • – e, por fim, como se relaciona gestão do conhecimento com os novos projetos de redes sociais corporativas, ou Intranet 2.0 participativas?
Tais perguntas são difíceis de responder e muitas vezes evitadas, pois demandam uma revisão teórica, que nem sempre se consegue/quer fazer, ainda mais se encara-se a metodologia como filosofia, de forma dogmática.

Assim, defendo que a metodologia “gestão do conhecimento” deve voltar para o laboratório teórico/filosófico para ganhar um banho de loja e voltar com outra roupagem (com outro nome?), pois vou afirmar que AS PREMISSAS TEÓRICAS ESTÃO E ESTAVAM EQUIVOCADAS!

O que acho que precisamos rever no laboratório?

  • 1) Filosoficamente, o ser humano não varia taxas de conhecimento, ao longo da história. Cada sociedade tem a taxa de conhecimento que precisa, merece, consegue utilizar, em função do ambiente cognitivo/econômico/social/político. Assim, acredito ser falsa a afirmação de que agora somos (sem argumento sólidos)  os super-humanos do conhecimento. Tudo que não se repete na história, tende a ser algo falso. pois já estamos há muito tempo nesse mundo para trazer algo completamente novo;
  • 2) Teoricamente, as forças relevantes que estão mudando a sociedade são, a meu ver: o aumento radical da população (de 1 para 7 bi em 200 anos), que criou latência e pressão inovadora em todo o ambiente produtivo, que resultou no surgimento espontâneo de tecnologias cognitivas, que surgem para procurar ajudar a fazer mais com menos e mais rápido. Assim, o que achamos que era a sociedade do conhecimento, é, na verdade, a sociedade digital, com o computador de grande porte, a partir de 1940, criando mais e mais intangibilidade no mundo, explodindo agora com a Internet colaborativa;
  • 3) Metodologicamente, portanto, o alinhamento necessário não é à Sociedade do Conhecimento, mas à Sociedade Digital e agora à Sociedade Digital em Rede colaborativa, o que nos leva para uma ação bem diferente do que a GC está propondo nas organizações. Por isso, que projetos de redes sociais corporativos estão “brigando” com os de GC, bem como os de inovação, de educação corporativa, de informação, etc…
Vou, assim, tentar diagnosticar melhor o problema.

As bases filosóficas e teóricas da GC foram criadas em um momento do mundo em que se precisava-se agir, a partir de alguns parâmetros, pré-Internet, porém, hoje com os pensadores que já temos (McLuhan (revisitado), Lévy, Rifkin, Tapscott, Longo) está mais claro que a visão econômica como grande fator central de mudança do mundo deve ceder lugar à visão cognitiva, que é uma força mais determinante numa grande ruptura de ambiente como a atual, tal qual estamos assistindo com a chegada da rede digital.

Ou seja, na história (que nos ajuda) é possível identificar que quando mudam as tecnologias cognitivas, ainda mais com descontrole de ideias (como foi com a escrita impressa e agora a Internet), a economia, a política, a sociedade e as organizações se adaptam a esta e não o contrário. Parece-me algo mais consistente para basear argumentos lógicos.

Tal revisão conceitual, nos leva a pensar em uma nova metodologia, pois a necessidade de alinhamento é outro, pois o ovo, a galinha e a linguiça têm uma relação distinta da que imaginávamos.

Precisamos sim alinhar as organizações ao mundo digital em rede colaborativa, a uma nova topologia menos vertical e mais horizontal, que estão contidas na GC, mas por um viés completamente distinto, pois as tecnologias são completamente outras.

Os adolescentes estão nos ensinando como resolver problemas que pareciam complexos.

Se a gestão do conhecimento não fizer essa revisão conceitual profunda e aproveitar tudo que já foi acumulado, principalmente seus  profissionais altamente capacitados, tende a agravar mais e mais a crise que está vivendo e atrapalhar – muito mais do que ajudar –  as organizações que precisam ir para outra direção – rumo à sociedade digital em rede e não para a sociedade do conhecimento!

Uma linguiça  não pode, de forma alguma acreditar que ela é o ovo e o frango, mas sempre saber que veio do ovo e do frango. E se algo não está dando certo é preciso rever suas origens e práticas.

Mas isso não está sendo feito.

Porquê?

Formou-se um corpo de profissionais que defende a metodologia como se fosse filosofia/teoria, não conseguindo refazer o caminho, perdendo o foco principal que é o de alinhamento das organizações ao mundo futuro.

Alinhar as organizações ao presente e ao futuro sempre foi o objetivo de hoje e sempre será dos profissionais de gestão, ainda mais num mundo cada vez mais mutante.

Somos, é bom lembrar,  antes de tudo, profissionais de gestão.

E a gestão sempre será a que o mundo do lado de fora exigir e não o contrário, como estamos insistindo.

Hora de aceitar pegar o retorno.

Que dizes?

 

Quando pensamos em projetos de Redes Sociais Corporativas estamos falando de uma visão geral sobre o mundo que está vindo e as ações que faremos para fazer o alinhamento INEVITÁVEL a ele.

Versão 1.0 – 23 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Note que neste artigo abaixo temos uma visão interessante, mas equivocada sobre a gestão 2.0.

Ótima para debate.

Enterprise 2.0: The case for starting small

Ao ler o artigo autor encara a ” implantação de empresas 2.0″  como uma micro metodologia para melhorar a gestão, como foram a reengenharia ou a da qualidade.

Tivemos a gestão da qualidade, a reengenharia e agora a 2.0.

Mas há diferenças.

A do conhecimento e a 2.0 são macro-metodologias, pois percebem uma macro-mudança no mundo e apontam uma migração de um mundo “a” para o “b”. através de etapas a serem cumpridas.

Não servem para resolver questões pontuais, como o autor acima sugere  (tradução do Google):

A melhor pergunta a fazer é: “Enterprise 2.0 a solução correta para um problema ou objetivo que a minha empresa tem?”

Note que está encarando a implantação de uma rede social corporativa como mais uma ferramenta metodológica para solucionar problemas. Algo opcional, que o cliente pode ou não utilizar, como qualquer setor.

Acho que não tem lógica, pois  não vê o cenário geral do que está acontecendo.

O que estamos vivendo hoje, entretanto, pela lógica simples, a olho nu, vemos que é bem diferente.

  • Temos do lado de fora das organizações usuários praticando um novo modelo de troca, compra, conversa, conhecimento, informação.
  • Temos startups operando nessa direção e os concorrentes se preparando para uma mudança nessa direção;
  • Os jovens, os futuros consumidores, caminhando para essa direção, incluindo os que são contratados;
  • Os nossos clientes  usando para se articular, reclamar e falar mal no mesmo ambiente, gerando seguidas crises.

Ou seja, não estamos falando de algo opcional, uma metodologia de uma empresa de consultoria que pode ser ou não utilizada, mas um novo mundo para o qual de forma IRREVERSÍVEL teremos que estar nele de outra maneira.

Assim, se formos lidar com esses projetos como algo opcional, ou mais uma metodologia para resolver problemas específicos, temos aí um problema de visão e de cenário.

  • Uma coisa é uma metodologia que vou usar, se quiser.
  • Outra é o telefone, o fax, o computador que TENHO que usar, pois é assim que o mercado está fazendo e isso me obriga a aderir para ser competitivo.

A diferença da Internet 2.0, entretanto,  para as redes do fax, do telefone e mesmo do computador sem rede, é que  ela condiciona uma nova forma mais ágil de controle dos processos e de se trabalhar para a qual o mundo está caminhando, completamente distinta da maneira de se fazer a gestão hoje.

Assim, quando pensamos em projetos de Redes Sociais Corporativas estamos falando de uma visão geral sobre o mundo que está vindo e as ações que faremos para fazer o alinhamento INEVITÁVEL a ele.

Ou seja, a passagem de uma organização com uma topologia de rede vertical para uma mais horizontal.

A gestão 2.0 não é assim uma nova forma de comunicação, mas de gestão!

A questão é: como faremos essa passagem de forma a gastar o menos, com os melhores resultados possíveis?

Imaginemos, como exemplo,  uma ponte que precisa ser construída entre duas cidades.

Podemos imaginar que não queremos, que não temos recursos para fazê-la agora, nem cabeça, mas que será preciso fazer provisoriamente uma balsa, mas todos sabem que mais dia menos dias a ponte terá que ser feita.

Se sabemos o ponto do rio melhor para fazer  a ponte, mesmo que seja para depois, podemos fazer o ponto da balsa ali, pois mais adiante poderemos com tudo que vai girar em torno da mesma, evitando que um novo local seja criado, pois vai se gastar bem mais.

Novos softwares, contratações, mudanças de processos, etc…já devem prever o futuro, pois todo passo deve ser previsto incorporando aquela percepção.

Essa é a ideia do laboratório e das ações no modelo atual.

  • O laboratório concentra novas formas de trabalho.
  • E a rede social corporativa atual só pode colaborar, nada mais que isso, com uma comunicação mais aberta, porém  sem alterar processos, pois a mudança de processos é tão radical, que precisam ser feitas partindo-se do zero, por isso o laboratório.

Não se pode iludir as métricas nem de um e nem de outro!

E assim economiza-se tempo e dinheiro.

De fato, a maior parte das organizações não têm essa visão estratégica e vai tender a implantar novas formas de comunicação como se fossem novas maneiras de trabalho e vice-versa: e a coisa tende a desandar, se gastando muito e com poucos resultados, pois justamente estão confundindo o que é mudança inevitável com metodologia opcional.

E é essa visão equivocada o que os profissionais responsáveis por essa implantação devem evitar.

Que dizes?

 

 

 

 

 

 É preciso criar um grupo multidisciplinar, se possível com os todos os setores da organização, ou com os mais relevantes, com o aval da diretoria, que terá como missão promover a migração de uma topologia mais vertical para uma mais horizontal.


Versão 1.0 – 22 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Diante do impasse das Redes Sociais Corporativas, descrito aqui, temos que ter uma metodologia para fazer a passagem de uma organização 1.0 para uma 2.0.

As etapas:

  • 1 –  alinhamento de visão;
  • 2 – criação de laboratório 2.0;
  • 3 – carteira de projetos do laboratório de migração;
  • 4 – execução do projetos definidos pelo laboratório de migração.

Isso não pode ser feito:

  • – sem uma visão estratégia de onde estamos e para onde vamos;
  • – encarado apenas como um projeto operacional, sob a responsabilidade de um dado setor;
  • – sem o envolvimento e o comprometimento da alta direção;
  • – sem a formação de uma equipe multidisciplinar;
  • – sem ser visto como um projeto de inovação radical de topologia de rede;
  • – sem a criação de um grupo de trabalho que vai gerenciar a mudança em todas as suas etapas em todas as iniciativas da organização dali por diante.

Pode-se fazer sem os elementos acima? Pode!

Mas o custo vai ser muito mais alto e os resultados incertos.

A maioria das organizações, por tradição, vai optar por esse vôo cego.

A ideia inicial da metodologia que venho desenvolvendo é de criar uma zona 2.0 de inovação, uma espécie de startup dentro da empresa para criar um pólo da nova cultura, com nova topologia de rede, comunicação e, por sua vez, gestão.

Acredito que podemos amadurecer tal projeto, aperfeiçoando a ideia,  mas a prática está demonstrando ser preciso ter alguém responsável por essa migração.

Assim, antes da zona de inovação, é preciso criar um grupo multidisciplinar, se possível com os todos os setores, ou com os mais relevantes, com o aval da diretoria, que terá como missão promover a migração.

Como premissa, esse grupo tem que passar por um forte treinamento para compreensão do desafio que se se tem pela frente.

É preciso ter um alinhamento da visão de onde estamos e para onde vamos, pois se isso não for feito, volta-se o tempo todo para a “maneira que já conhecemos para tocar novos projetos”, deixando de lado as premissas da mudança específica em curso, que são do ponto de vista da história da gestão – inusitada.

Não temos base e nem parâmetros  para uma mudança desse tipo.

O projeto é inovador em todos os sentidos.

Isso não pode ser algo superficial, mas tem que ter a consciência de todos de que há uma mudança de topologia de rede em curso e que o modelo atual de gestão e de comunicação da empresa interna e externa vai sofrer uma mudança significativa.

Se a organização não quer levar a discussão nesse nível, não consegue, não vê valor, não precisa, não tem condições.

Muitas organizações não terão “cabeça” para planejar uma mudança desse porte, que depende de uma visão muito abstrata.

Isso é até coerente, tudo certo!

Porém, o que é incoerente é não querer aprofundar, mas ao mesmo tempo querer  criar redes sociais corporativas sem um entendimento das consequências.

Uma decisão tem que ser coerente com a outra, certo?

Ou não se faz nada, ou se faz de forma consciente, certo?

Esse alinhamento de visão exige um documento que a represente, que deve ser o guia pelo qual todos vão seguir. O nível de compromisso exigido implica que as pessoas do grupo que formarão o laboratório de migração passaram por uma forte preparação para ter a EXATA NOÇÃO DO DESAFIO.

Como o qual, a alta direção assina embaixo.

Isso é premissa para que o projeto ande da forma adequada.

Se houver dúvida no meio do caminho, é preciso voltar para a etapa 1: alinhamento de visão, rediscussão das premissas que definiram o norte do projeto: o mundo muda para lá e é para lá que vamos!

Aí vamos ter que lidar com duas etapas:

  • Como criar a cultura nova – um ambiente desintoxicado que já nasça dentro de um ambiente com nova topologia, modelos de gestão e comunicação alinhado com o mundo 2.0 do lado de fora;
  • Como ir aculturando internamente a antiga para a nova – para que a migração seja feita paulatinamente.

Esse laboratório deve concentrar os esforços de todos os novos projetos de software, de mudança de gestão, de qualquer área para que tenha coerência para o mundo que estamos indo.

Os projetos devem estar alinhados, pois não adianta se ter uma área querendo projetos com uma visão de uma rede descentralizada e outros propondo projetos com o modelo antigo.

O laboratório deve servir como um conversor topológico de rede.

Entra visão, conceito, tecnologia, metodologia, processo 1.0 e devem sair 2.0.

Por isso, é importante criar uma célula já com a nova topologia, tendo um modelo novo de solução de problema para observar como é feito, o que é a mudança em si e como foi feita.

Os processos anteriores vai sendo deixados de lado.

Porém, é possível usar ferramentas novas nos processos antigos?

Sim, é possível, mas tudo de forma encadeada dentro de uma lógica de migração integrada, de tal forma a não se gastar esforços em algo que migrará para outro modelo em breve.

Por aí.

Que dizes?

Avisa para quem quer implantar redes sociais corporativas: há uma relação siamesa entre topologia de rede, gestão e comunicação: não se pode mudar uma, sem mudar as outras.

Agradeço ao Augusto de Franco por me fazer avançar, a partir deste texto dele.

Versão 1.0 – 19 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Quando pensamos Rede Social Corporativa achamos que é possível fazer uma mágica que é a seguinte, parodiando uma música:

Vou mudar a topologia de rede, mas não vou acender agora. 🙂

Essa é uma dificuldade humana diante de uma Revolução Cognitiva.

E isso parte de uma premissa equivocada que temos sobre as organizações, pois nunca tivemos, em período recente,  a mudança de topologia de rede externa, como estamos presenciando agora.

Essa é a principal mudança de uma Revolução Cognitiva, que dá um verdadeiro nó na nossa cabeça, gerando MUITA CONFUSÃO.

Explico.

Nossas organizações são reflexos da topologia de rede hegemônica na sociedade.

A topologia de rede é definida pelas tecnologias cognitivas de plantão.

Quando temos um tipo de mudança específico nas tecnologias cognitivas, que mudam a topologia de rede, temos mudança, em sequência,  na forma de comunicação e na gestão.

Não se muda uma, sem mudar as outras.

A topologia de rede hegemônica atual, que vem sendo praticada há séculos, desde o surgimento da escrita, é altamente centralizada, piramidal, com hierarquia rígida, bem definida, o que nos impõe um tipo de modelo de comunicação e, por sua vez, de gestão.

Essa topologia tem um tempo de tomada de decisão, de fluxo de troca, que ERA compatível com o tempo externo do mercado que operava todo na mesma tipologia.

Algumas empresas mais fechadas, outras mais abertas, mas sempre na mesma topologia de rede: piramidal e centralizadora, compatível com o modelo hegemônico do mercado.

Uma Revolução Cognitiva tem essa grande mudança nas nossas vidas.

Uma tecnologia cognitiva despretensiosa (Internet) vem para a sociedade e se massifica, alterando a forma de comunicação entre as pessoas e, por sua vez, sem que percebamos a topologia de rede, criando algo descentralizado no lugar da piramidal.

Não é um projeto planejado por ninguém.

Acontece por um conjunto de latências e de pessoas que vão investindo em algo novo, sem um projeto político estratégico planejado de mudança de comunicação ou de gestão, da mesma maneira que tivemos a chegada da escrita, do alfabeto, do livro manuscrito, impresso, tevê, rádio, etc.

Assim, a gestão e a comunicação estão estruturadas sobre uma “placa-mãe”, que é a topologia de rede, definida pelo perfil da tecnologia cognitiva de plantão. Se há uma mudança nessa base, a gestão e a comunicação são alteradas.

Assim, não é possível começar um projeto de Rede Social Corporativa, implantando apenas uma tecnologia nova, pois  ela NECESSARIAMENTE  provoca uma nova topologia de rede (que é a base das trocas humanas), abrindo uma  contradição entre esta e o modelo de comunicação e de gestão implantado.

Abre-se uma caixa de pandora das crises.

É algo novo, que gera uma CONFUSÃO DANADA nas organizações.

Geralmente, o projeto de Rede Social Corporativa cai no colo da Comunicação, que começa por implantá-lo, porém a organização não tem consciência de que ao implantar a nova tecnologia cognitiva descentralizadora internamente, vai começar a mudar a topologia de rede e, por sua vez, o modelo da comunicação,  forçando, sem planejamento, ou vontade, uma mudança na gestão.

E isso nos leva ao impasse, pois a organização acha que está implantado APENAS MAIS uma tecnologia como qualquer outra, como está acostumada, e não percebe que no caso específico está colocando um CAVALO DE TROIA ali para dentro, pois ao implantar a dada tecnologia, está trazendo uma nova topologia INCOMPATÍVEL com o modelo de gestão e de comunicação interna.

KABUM!

E aí vem o impasse.

  • Se não colocar, passa a ficar incompatível com a topologia de rede que o mundo está adotando.
  • Se colocar, precisa fazer um trabalho estratégico, de mudança, de inovação, uma grande ruptura para a qual não está preparada, não tem consciência, e muitas vezes, NÃO QUER (apesar de precisar)!

Se ficar o bicho 2.0 come, se correr, ele pega.

O projeto se inicia, mas logo os colaboradores passam a entender que não podem participar do novo ambiente como o fazem lá fora, no Facebook, por exemplo, pois esbarram nos seguintes impasses:

  • a) a gestão, ou seja os processos de trabalho, correm por um lado e a tecnologia implantada, por outro, pois são duas redes de trabalho paralelas. Uma rede piramidal e centralizada define os processos de trabalho pelo qual o pessoal é pago e presta contas. E a outra descentralizada é algo fora do trabalho, um a mais, que vem atrapalhar a minha vida. Há uma forte tendência de ninguém usar, pois a gestão tem que ser compatível com o modelo de comunicação;
  • b) as pessoas, quando se animam a usar, como a tal ferramenta de comunicação, (digamos solta, como se fosse uma mega caixa de sugestões aberta),  começam a sugerir mudanças nos processos organizacionais, pois é o que motiva a participar (ninguém comunica algo se não estiver insatisfeito), mas logo se vê que o espaço para sugerir coisas, não é compatível com o espírito do projeto, que não é de inovação, mas apenas de implantação de uma falsa modernidade,  sem consciência dos efeitos da nova tecnologia. Há uma forte tendência de ninguém usar.

O projeto tem tudo para jogar dinheiro fora, gerar crises internas, frustrações, tirar o emprego de meia dúzia de pessoas, a empresa sofrer um retrocesso danado  em direção ao mundo 2.0 novo que está chegando.

A moral da estória vai ser:

“Isso aqui não funciona, pois não faz parte da cultura da empresa!”.

Claro que não faz parte, é algo completamente diferente.

Porém, temos que avisar lá dentro, que a cultura aqui fora está mudando, sem pedir licença para a atual cultura da empresa!!!

Ou seja, implantar o projeto de Rede Social Corporativa de forma equivocada pode ser a pá de cal no futuro competitivo da organização, gerar crises e jogar muito dinheiro pela janela.

Não, não é uma tarefa fácil, pois como uma empresa que está vivendo a sua vida normal, definida, vai assumir a mudança DO TAMANHO DA que temos que assumir?

Ainda mais com toda a intoxicação emocional/cognitiva que estávamos acostumados com uma dada topologia de rede, gestão e modo de comunicação que durou séculos????

É uma gestão de mudança para uma mudança que ninguém enxerga que tem que fazer no curto prazo?

E alguém demanda: vamos implantar o projeto de Rede Social Corporativo

KABUM!

(Se alguém for se suicidar, favor, não colocar esse artigo no verso da carta de despedida.) 😉

A tendência de voltar para trás é grande, muito grande.

O único caminho existente para tal impasse é contar com gente que realmente entenda o que está acontecendo e abrir a porteira da conversa, do diálogo, da compreensão para TODOS JUNTOS termos a consciência do desafio organizacional que temos pela frente e passar a  procurar saídas viáveis, etapas, passos a serem dados, de forma organizada,  sem perder duas coisas de vista: a necessidade de mudar para a nova topologia e os problemas que isso vai gerar, criando etapas, mas sempre em direção a mudança inevitável.

Difícil, bota difícil nisso.

Que dizes?

 Nada melhor do que olhar para os lados e aprender com os outros, se o paradigma geral é o mesmo. Porém, quando há uma grande mudança em curso (e hoje estamos vivendo isso com a chegada da Internet) esse modelo é altamente venenoso.

Versão 1.0 – 18 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Muita gente quer saber muito sobre ferramenta.

Somos intoxicados por cases, ferramentas, tecnologias, um passo a passo.

São décadas de piloto automático ligado.

E até acho que funcionou, pois a academia resolveu se esconder do mundo e começou a criar teorias sem pé nem cabeça.

E toda teoria para ser respeitada e testada deve acabar em uma metodologia.

E aí criamos esse modo de pensar prático, de curto prazo,  dentro de um mundo muito mais estável de um paradigma meio perene.

Ou seja, nada melhor do que olhar para os lados e aprender com os outros, se o paradigma geral é o mesmo. Porém, quando há uma grande mudança em curso (e hoje estamos vivendo isso com a chegada da Internet) esse modelo é altamente venenoso.

Pois bem, mas independente disso, podemos dar uma volta e ir no cenário, a partir de revisões teórico-conceituais-filosóficas, adotar uma metodologia nova, como defendo aqui, mas vai faltar o último estágio: a tecnologia, pois sem ela todo o resto não se tangibiliza.

O que seria uma plataforma 2.0?

Bom, temos que ter como premissa que a organização 2.0 é uma grande plataforma de colaboração e participação dos diferentes stakeholders.

Conceitualmente falando, essa plataforma vai dividir tarefas e responsabilidades entre quatro personagens centrais:

  • O gestor geral –  dedicada a manutenção da mesma  que é responsável por manter a plataforma funcionando com boa performance;
  • O gestor da interação –  ajudar a reduzir ruídos, aperfeiçoar os mecanismos de colaboração e conseguir extrair disso tudo aquilo que os outros dois personagens não conseguirem por conta própria;
  • Os colaboradores internos e externos – que são responsáveis pela interação, produção, cooperação para a produção dos produtos e serviços definidos pelo problema geral escolhido pela organização para serem resolvidos;
  • Os robôs informacionais – que vão estabelecer os critérios de troca viáveis pelos custos de cada transação, pelas regras automáticas, que vão permitir agilidade da plataforma sem a intervenção dos gestores.

Esses quatro personagens devem ser utilizados com todo o seu potencial.

Ou seja, cada um deve fazer ou passar para os outros aquilo que o outro faz melhor.

Peguemos algo bem prático para facilitar.

Digamos que é uma plataforma de um grande jornal que publica notícias e é preciso gerenciar todo o trânsito do que é publicado, anunciado, vendido dentro do jornal.

  • Um comentário racista não consegue ser visto pelo robô e nem o gestor da interação consegue monitorar tudo que sai.  Quem pode? Os colaboradores que denunciam, a partir da leitura. Tais denúncias, se forem muitas, podem sofrer a ação de robôs para facilitar a vida.
  • Palavrões? Impossível para os outros, mas o robô é capaz de não deixar que entrem. Novos palavrões para fugir do robô? O gestor da interação pode identificar e ir capacitando cada vez mais o robô para resolver.
  • O colaborador externo quer colocar um anúncio? O robô pode negociar com ele para que seja colocado da melhor maneira com retorno para ambos os lados.
  • Comentários em demasia em uma determinada matéria? O robô consegue fazer uma separação dos mais lidos, mais comentados, mais indicados, etc, criando um resumo para quem chega.
  • Um artigo sobre a repercussão de uma matéria que bombou? O gestor de interação pode se encarregar disso.
  • Um gráfico geral sobre se as pessoas concordaram ou não com o que a matéria aponta: robô.
  • Um aprofundamento do tema com um debate entre os principais colaboradores, ao vivo? Um misto dos três atores: o robô aponta, os colaboradores aceitam participar e o gestor da interação promove o encontro.

Essa boa relação entre estes quatro elementos é o que vai definir um bom uso e a criação de uma rede social produtiva, utilizando, ao máximo, o potencial das novas ferramentas, conceitos e filosofia.

Adapte para a sua realidade.

O desenvolvimento da plataforma, a meu ver,  deve seguir essa linha de raciocínio.

Que dizes?

 Costumo dizer que radical é a mudança e não a metodologia.

Versão 1.0 – 17 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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PALESTRA NA ÍNTEGRA PODE SER VISTA AQUI:

Este é o tema deste evento de hoje à noite, palestra com o patrocínio da e-create. Vou auto-responder algumas auto-perguntas, que servirão para quem vai e quem não vai.

Vamos à elas:

Qual é o futuro das organizações com a chegada das mídias sociais?

Estamos diante de uma Revolução Cognitiva que altera a forma do ser humano se relacionar com a informação e, por sua vez, de como controlamos processos. O que nos leva a uma mudança na forma de se fazer a gestão, pois gerir é controlar e não se controla nada se não temos informação. É um tripé.

Estamos saindo de organizações que definiam o quê e o como para aquelas que definem apenas o quê, deixando o como por conta dos usuários.

Ou seja, de organizações ordenhadoras de vaca à apicultoras.

As novas organizações se transformam em gerentes de plataformas digitais colaborativas, robôs informacionais, que calculam as transações possíveis a serem realizadas, a partir dos custos.

Posso, assim, deixar que meus clientes decidam sozinhos ou coletivamente, que tipo de produto/serviço querem, quando, onde, de que jeito. E até se vão revendê-los no mercado, ou criar os seus próprios, agregando valor para toda a rede, desde que continuem na minha plataforma.

Estamos entrando no mundo em que quem tiver a melhor plataforma para fazer isso, vai gerar mais valor!

Tudo está em aberto, tudo é válido, desde que o cálculo feito na plataforma pelos robôs atenda os interesses, de forma transparente, de todos os envolvidos, incluindo a organização, que é dono da mesma.

Serão grandes plataformas digitais colaborativas que serão criadas para que os clientes se articulem, conversem e imprimam seus desejos, o que é completamente incompatível com o modelo de gestão e como pensamos negócio hoje em dia.

É para tal cenário que estamos indo, que vale para para a escola, para o governo, para o Congresso, para as cidades…questão apenas de tempo e lugar.

Mas como passar das organizações atuais para as novas neste modelo proposto?

No passado, acreditava ser possível fazer a migração das organizações atuais para o novo modelo, através de projetos internos, graduais, começando em um determinado setor e se expandindo.

A prática, o estudo, as observações me mostraram que isso não é viável. São duas culturas diferentes, duas linguagens distintas, tal como o aramaico e o japonês.

Ou seja o tempo e custo para que se entendam  são tão altos, que não me parece a melhor metodologia.

Desenvolvi com meus alunos e clientes um novo modelo de migração, pela ordem:

1) assume-se que o modelo atual de gestão está com seus dias contados em função da Revolução Cognitiva (a parte mais difícil, pois nunca estivemos tão despreparados do ponto de vista cognitivo/emocional para viver uma mudança tão grande);

2) cria-se um processo de passagem, através de uma carteira de inovação planejada;

3) cria-se uma “start-up” totalmente aculturada no mundo 2.0, com plataforma correspondente, para criar uma zona de futuro, no qual problemas serão passados para lá, com iniciativas “aculturadoras” na empresa mãe, que vai migrar gradualmente para a nova.

Esta “start-up” é a nova organização que irá crescer e terá como missão “matar” a antiga, passando os problemas e pessoas para lá e deixando os processos intoxicados pela cultura passada para trás.

Não é uma medida muito radical?

Costumo dizer que radical é a mudança e não a metodologia.

Se um médico observa que seu paciente tem câncer no pulmão e só há uma operação para mantê-lo vivo, podemos dizer que é um método traumático, doloroso, mas inevitável.

Tudo se resume ao diagnóstico e o melhor tratamento.

Não quer dizer que haja um apenas, mas é possível, como em tudo, analisar depois se deu, ou não, resultados.

Se vejo que a gestão atual vai acabar e consigo calcular isso, através de estudos e observações, o que me resta a fazer a não ser comunicar a meu “paciente/cliente”?

Faço e refaço meus cálculos, de forma aberta, em encontros participativos, no blog, nas palestras com bastante discussão. E apresento meus argumentos, como cheguei a essas conclusões.

Deixo que cheguem à essa conclusão pela razão e não pela emoção, como estamos mais acostumados.

Não, não acordei no meio da noite com essa visão.

Foram anos de estudo e prática em cima do mesmo problema: o que a Internet traz para o mundo e como alinhar com o mundo que ela trará?

Você, então, se considera um profeta digital?

Não sou um adivinho e nem tenho bola de cristal.

Não cheguei até aqui sozinho e nem do dia para noite. Tenho um longo tempo, desde 1992, trabalhando e estudando com meus alunos estratégias de como ajudar as organizações com o mundo digital.

Gostaria muito, como já achei no passado, que pudéssemos ter algo menos radical, mas a vida tem se mostrado dessa forma e é preciso que olhemos para ela sem intoxicação do paradigma passado e consigamos nos alinhar.

Se alguém me apresentar uma empresa migrante que está conseguindo resultados implantando redes sociais corporativas, através de mudanças pontuais aqui e ali, serei o primeiro a querer  conhecer profundamente os detalhes.

Como já visitei várias e vi que tem muita fumaça e pouco fogo.

Vejo crise na mídia, na indústria da música, nos bancos, nas editoras de livros, no comércio, nas empresas de telecomunicações, de maneira geral. Na área pública, nas estatais, nas agências reguladoras. 

A base da crise é sempre a mesma: aumento de volume de demandas, com o mesmo modelo de gestão, com crises de qualidade de atendimento, aumento de custo e redução de receitas, com um cliente/cidadão cada vez mais exigente e milhares de startups comendo o lucro pela beirada.

Estou mentindo?

Imagina se a Indústria da música criasse há 10 anos um Napster para experimentar, ela mesma, será que estaria na situação que está hoje? E os jornais e as editoras de livro?

Há uma certa lógica no que estou dizendo.

Digo mais, se fosse com o senso comum do mercado hoje teria muito mais clientes do que tenho, porém não teria os que vou ter no futuro. 😉

Tenho que oferecer para meus clientes resultados.

Prefiro ter poucos satisfeito, por agora,  do que diversos, como vejo por aí, sem nem saber que métrica vai adotar para analisar se o seu projeto de rede social corporativa está dando resultados.

É esse vôo cego que estamos procurando combater com estudos participativos, hoje com mais de mil participantes, entre aulas, grupos de estudos e palestras.

O problema, então, é de visão?

Toda crise tem embutida dentro dela um problema de percepção.

Ou seja, toda crise é uma crise também de percepção.

Pensávamos a vida de um jeito e a vida veio  mostrar que havia um equívoco na forma de pensar a vida, o que gerou a crise.

Assim, para não repeti-la precisamos repensar como pensamos. Ver a realidade de forma diferente, pois uma crise mal-vivida é uma crise que volta.

As mídias sociais geram crises de todos os tipos para as organizações.

Destacaria duas: de marca e de competitividade.

No campo das marcas, que envolve filosofia, fica mais claro que as organizações tornaram-se muito mais egoístas do que já foram. O controle das ideias do ambiente cognitivo impresso/eletrônico, que formou a Idade Mídia (de massa), nos levou para organizações voltadas para seu próprio umbigo.

Isso é humano: quanto menos controle social, mais a taxa de egoísmo tende a crescer.

O consumidor/cidadão, entretanto,  está muito mais consciente, articulado e empoderado do que antes, o que nos leva a uma redução da taxa de egoísmo, pois amplia-se à da transparência.

O que era possível de fazer no escuro no passado veio para a luz agora.

E isso gera crises filosóficas da marca, de princípios, constantes, o que leva relevantes pensadores a começar a defender um capitalismo social, que é basicamente empresas voltadas para os clientes e não apenas para o interesse de curto prazo dos acionistas, do lucro como objetivo final e não como algo que se consegue, a partir de uma boa relação com os stakeholders.

Além disso, há um novo modelo de solução de problemas, que gera crises de competitividade, frente a novos modelos de negócio, que aparecem de todos os lados.

Quem adota todo o potencial da rede digital nos negócios consegue de forma mais barata, dinâmica e precisa resolver antigos e novos problemas.

Isso abala a competitividade de quem não adota o novo modelo, tanto na área privada, quanto na pública, que tem a competitividade eleitoral.

Estamos assistindo a um carnaval de startups desfilando na avenida cada vez mais em mais e mais setores. Esse desfile será o grande incentivador das mudanças que as organizações 1.0 relutam em fazer, cada uma no seu tempo, pois quanto mais ligada estiver em bens intangíveis, mais urgente será a premência da mudança.

E uma metodologia como essa aparecerá cada vez mais como uma opção mais barata, gerenciável, sustentável e passível de ser implantada, pois tem por trás dela um diagnóstico mais preciso de onde estamos e para onde vamos.

Simples assim.

Adoraria que alguém, pela lógica e dados, provasse através de argumentos que o que é dito aqui pode ser melhorado e que pontos mereceriam ajustes.

Estamos todos no mesmo barco, querendo mudar para um futuro que gere  valor. Estou tentando desenvolver o que chamo de consultoria orgânica, algo que possa ser construído pela lógica dos fatos e não do que eu gostaria que fosse acontecer, ou que eu quero que aconteça, independente da realidade, o que chamo de agrotóxicos cognitivos.

Ajuda aí.

 Há com a chegada em 2004 das redes sociais digitais algo diferente, que tem um impacto completamente inusitado na forma de controle, na intermediação e na gestão. Há uma mudança no modelo, reintermediando o antigo intermediador!!!

Versão 1.0 – 12 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Fica difícil compreender as mudanças necessárias na gestão pós-Revolução Cognitiva sem rever o que compreendemos como gestão.

Colocamos tantas camadas sobre o conceito “gestão” que agora fica difícil ver que algo muito básico dentro dela está mudando.

Vamos tentar.

Gestão, podemos afirmar, que é a procura de controlar determinados processos e nos adaptarmos a aqueles que não temos controle.

Nessa relação entre estas duas variáveis vai a capacidade de se fazer uma gestão eficaz.

  • O controle, assim, é a base de qualquer modelo de gestão.
  • Para controlar, é, portanto,  preciso intermediar os fluxos dos processos.

E a intermediação dos fluxos é feita, através de registros, que representam os processos.

  • Um fiscal de linha de ônibus, que controla o fluxo dos veículos, anota o número de passageiros, a hora que o ônibus passou. Ou seja, ele controla os ônibus, através dos registros em papel. Ele é um intermediador, que se baseia em papéis.
  • Um gerente de uma padaria se baseia nos dados das registradoras (que registram) para saber o que foi vendido, o que precisa ser resposto e o que está vendendo mais ou menos. Ou seja, ele controla a padaria, através dos registros em papel. Ele é um intermediador, que se baseia em papéis.
  • Um gerente de uma empresa de petróleo, que é responsável pela produção de um determinado poço, controla os processos, através de dados que são coletados, pelo fluxo do óleo que sai por um determinado tubo, que gera registros digitais. Ou seja, ele controla a produção, através dos registros no computador. Ele é um intermediador, que se baseia no computador.

Assim, podemos dizer que toda a gestão, controle de processos, é feita baseada nas ferramentas cognitivas que temos disponíveis para controlá-los.

A base do controle é justamente utilizar essas ferramentas para conseguir controlar melhor os processos.

Podemos dizer, assim, que o modelo de gestão é e sempre será condicionado pelas ferramentas cognitivas para se fazer o controle da forma mais eficaz possível.

O mundo antes da escrita tinha problemas graves para se organizar, pois tudo era feito na memória, não havia registros.

Digo mais: havia um teto de crescimento populacional por causa da não-escrita. Ou seja, chegava a um ponto que a população tinha demandas que não eram atendidas e isso gerava crises de desabastecimento, o que impedia que crescesse, pois o modelo de controle tinha um limite claro,  prejudicando a eficácia dos processos.

A escrita surgiu, como uma latência civilizacional, justamente para permitir os registros e o melhor controle dos processos.

Conforme a humanidade foi crescendo em números, os processos foram ficando cada vez mais complexos e fomos tendo necessidade de inventar, cada vez mais, sofisticadas tecnologias informacionais, que apoiavam mais e mais na eficácia do controle.

O computador, que surge em 1940, tinha esse objetivo.

Permitir controlar cada vez mais volume de dados, através de um tempo de resposta compatível com as exigências.

Assim, fazer a gestão é uma fórmula parecida com esta.

VD/MC=TR

  • VD = Volume dos Dados dos processos a serem gerenciados ( o que implica quantidade de pessoas);
  • MC =  Modelo de Controle;
  • TR = Tempo de Resposta eficaz para gerar valor.

Podemos dizer que o computador exerceu um forte impacto na gestão e foi um dos diferenciais mais competitivos no último século.

Quem soube utilizá-lo, se deu melhor do que quem não soube.

A chegada da Web 2.0, a segunda fase da Internet, é a continuidade do avanço do mundo digital.

  • – 1940 – chegada do computador de grande porte;
  • – 1980 – do microcomputador;
  • – 1990 – da Internet;
  • – 2004 – das redes sociais digitais.

Há, porém, com a chegada em 2004 das redes sociais digitais algo diferente, que tem um impacto completamente inusitado na forma de controle, na intermediação e na gestão. Há uma mudança no modelo, reintermediando radicalmente, diferente do passado, o intermediador!!!

Ou seja, as novas ferramentas permitem, de forma barata e eficaz, que seja possível que haja um fluxo dentro do ambiente, no qual o antigo intermediador mude de posição, transferindo cada vez mais poder para o usuário final, um processo que se iniciou com o microcomputador.

E isso se dá na mudança de diversos processos, que já podem ser vistos a olho nu, sem necessidade de grandes pesquisas.

  • – o correntista assume o papel do caixa;
  • – o cinéfilo assume o papel do bilheteiro;
  • – o passageiro assume o papel do atendente da companhia aérea.

Há, assim, uma reintermediação dos processos, com uma gradual passagem de mais e mais poder para as pontas para que a fórmula esteja equilibrada: VD/MC=TR.

Ou seja, o volume de dados, seja compatível com o modelo de controle para que se tenha um bom tempo de resposta.

Há, em curso, um processo gradual de reintermediação dos processos, revendo o papel do antigo intermediador, que era o fator principal que estava atrasando o fluxo.

Essa é, a meu ver, a resposta da civilização para o aumento radical da população de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos. Precisamos reequilibrar a fórmula e agora só nos resta, com as mídias sociais, rever o intermediador de plantão.

Essa é a base principal da mudança que estamos passando.

Os novos modelos de negócio que estão surgindo, pode reparar, em vários exemplos vão sempre nessa direção: de reintermediação dos processos, de um centro lento para uma rede mais ágil, com mais poder nas pontas.

Para aumentar a velocidade da resposta, estamos revendo o modelo de controle do antigo intermediador e colocando no lugar novos atores.

Que atores seriam estes?

O primeiro é o próprio usuário, que passa a:

  • – gerenciar sua presença na rede, seus amigos, as comunidades que quer participar, criando a sua própria “praça digital do interior mundial” (Facebook);
  • – assistir a sua própria televisão, podendo ser ele também um canal, selecionando tudo aquilo que lhe interessa (Youtube);
  • – criar coletivamente a sua própria enciclopédia, alterando aquilo que ele conhece e acha que está inadequado (Wikipedia);
  • – desenvolvendo o seu próprio programa de computador para que outros o utilizem de graça (Linux);
  • – criando redes de vendas das mais diferentes (Mercado Livre, Estante Virtual), reintermediando a cooperativa de táxi (TáxiBeat), criando suas próprias camisetas (camiseteria).
O segundo são os algorítimos informacionais, que começam a gerenciar mais e mais os processos de grandes e instáveis fluxos em todos os processos. O melhor exemplo é o da bolsa de valores dos EUA, na qual 80% das transações já são feitas peles algorítimos que orientam os robôs informacionais!!

Note, assim, que na chegada das outras tecnologias cognitivas, sempre motivadas pelos mesmos motivos de melhoria dos processos, havia um certo aumento incremental de empoderamento da ponta e revisão da intermediação, mas não de forma tão radical como agora.

É uma passagem da água para o vinho.

Por isso, chamamos de revolução cognitiva.

Há uma revisão do papel dos antigos intermediadores e o objetivo principal é uma revisão no modelo de controle para se oferecer respostas mais rápidas, pois o volume de dados cresce cada vez mais. E o antigo modelo de intermediação não consegue mais ter um tempo de resposta compatível, por mais que coloque recursos: o paradigma de controle agora é outro!!!

O fato interessante, conforme aprendemos no passado, que o modelo de gestão é algo fortemente competitivo. E quando surge no ambiente um modelo que consegue resolver a equação de uma forma mais eficaz, todo o resto é obrigado a segui-lo para não perder espaço.

Não há escapatória!

As organizações estão encarando a atual mudança como mais uma mudança tecnológica e de comunicação, que, de fato, é, porém, agora, em função das características das novas tecnologias, há uma revisão radical no modelo de controle.

E o problema é que dentro do modelo de controle está embutido um modelo de poder, de interesses, de relação com nossos egos, de reconhecimento social, de status.

Tudo isso precisa ser revisto para se manter competitivo e este é o grande problema.

É uma revisão profunda para a qual não estamos nem um pouco preparados.

Vide este post sobre a pororoca cognitiva.

Preferimos não ir fundo, pois no fundo há a necessidade de uma grande mudança.

É melhor não ver.

Há, assim, a necessidade de um consciente e racional gerenciamento de processo de mudança para promover a reintermediação dentro de uma nova cultura de controle, no qual há um forte empoderamento das pontas.

Por isso, o mundo vai mudar, aos poucos, como estamos vendo de forma inapelável, através de uma nova cultura de gerenciamento de processos.

E é essa percepção e necessidade de alinhamento que deve ser feita ao se pensar em organizações 2.0.

Difícil?

Sim, mas muito mais difícil se não entendermos o DNA da mudança, pois temos apenas três opções:

  • Liderar;
  • Aderir;
  • Ou ser absorvido por ela.

Concordas?

Nunca na história dessa humanidade vivemos uma crise de percepção tão grande e nunca estivemos tão despreparados!

Versão 1.0 – 08 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

O principal problema que temos hoje para compreender as consequências da atual Revolução Cognitiva é o enorme fosso entre o que está acontecendo e o que achamos que está acontecendo.

Digamos que estamos vivendo o início de uma macro-mudança civilizacional, mas todo nossa maneira de pensar problemas está preparada para micro-mudanças.

Há um choque entre a taxa de percepção possível e os fatos.

Nossa maneira de pensar o mundo foi toda preparada para um mundo com uma taxa de mudança baixa, para andarmos com o piloto-automático ligado, para uma realidade pré-existente, para uma caixa permanentemente cobrindo  nossas cabeças.

Não fomos educados para recriar o mundo, mas para aceitá-lo do jeito que ele é!

Porém, estamos entrando na primeira fase de uma Revolução Cognitiva que tudo isso está sendo FORTEMENTE questionado.

É, de fato um choque!

Como vemos abaixo:

Anota: estamos saindo de um período de estabilidade cognitiva no mundo.

De fato, temos a ilusão que o mundo é aquilo que achamos que é, mas não necessariamente.

Nossa visão de realidade é fortemente intoxicada pelo controle das ideias. Assim, podemos dizer que a realidade é mais ou menos aquilo que os canais que controlam (controlavam) as ideias dizem (diziam) repetidamente o que é.

Quanto menos canais tivermos, mais veremos o mundo conforme estes canais e vice-versa.

Nosso senso de realidade e de verdade é, assim, condicionado pelo controle das ideias.

Uma revolução cognitiva é justamente a explosão de novos canais de ideias, um descontrole dos canais antes controlados – um fato raro e, portanto, relevante para o futuro da civilização, pois é algo que chega ao mesmo tempo para várias regiões do planeta.

O fenômeno em si tem como consequência uma gradual reconstrução da visão que temos do mundo, pois novos olhares passam a disputar com os canais “oficiais”.

Assim, o mundo passa a mudar, pois:

  • – novos canais criam novas realidades;
  • – a revolução cognitiva avança recriando mais e mais o mundo, talvez se aproximando mais dos fatos que antes não conseguíamos ver melhor, pois não podíamos compartilhar visões;
  • – o próprio novo canal cria produtos e serviços, afetando a indústria de ideias;
  • – e cria, por fim, um novo modelo de controle informacional, alterando o modelo de gestão de todas as organizações.
Haja mudança concentrada!!!

É um novo ciclo inovador que se abre, pois vemos o que era antes considerado “conhecido” de forma diferente e cada vez menos nublado.

Há, assim, uma forte reconstrução da realidade e da verdade em todos os setores, refazendo as fórmulas-mães de todos os campos.

Aumenta-se a velocidade das mudanças, pois estamos, aos poucos, dissolvendo a realidade mais dura e mais sólida dos poucos canais para uma mais líquida de canais variados, com trocas cada vez mais intensas.

O modelo de controle e de gestão de todas as organizações precisa começar a lidar com esse mundo menos consolidado, pois a criação de produtos e serviços passa a ser feita nesse novo ambiente, “fora da caixa”, de uma verdade mais multi-facetada e criada por elementos externos ao sistema.

Por isso, a necessidade de quebrar os muros para fora e os de dentro, dando mais espaço para a participação dos que não tinham voz, pois tudo que sabíamos sobre o mundo está em processo de revisão profunda.

Entramos em um ciclo de revisão filosófica de nossas mentes!

Estamos apenas começando esse ciclo.

O nosso papel, como profissionais responsáveis por esse alinhamento, é o de criar pontes entre a percepção distorcida e aproximar do que está acontecendo (o máximo possível, pois nunca chegaremos lá).

Por aí, que dizes?

Volto a dizer: ninguém entra em redes sociais, mas cria a sua rede social para fazer negócios de uma forma diferente.

Versão 1.0 – 10 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Jornal Valor publicou esta semana o seguinte artigo: “Citi amplia uso do Twitter para serviço ao cliente“.

No artigo, diz que a empresa está agora com um atendimento especial para usuários de redes sociais. E cita o caso de uma cliente na fila do banco que Twittou e logo foi atendida pela “super equipe 2.0”.

O modelo de uso do Twitter pelo Citi é igual a de tantas outras empresas.

Digo com todas as letras: matematicamente é insustentável. Quanto mais crescer, mais problemas trará.

Basta fazer as contas.

  • 1) se o atendimento pelo Twitter é mais rápido, vamos migrar para lá;
  • 2) quanto mais Twitteiros, mais terá que ter gente para resolver o problema;
  • 3) ou seja, a equipe especial 2.0 das redes sociais vai crescer para manter esse nível de atendimento rápido;
  • 4) o profissional 2.0 é muito mais caro do que um de call center, o que obrigará a um custo cada vez maior, com um padrão de excelência que não conseguirá se manter.
Como essa conta vai fechar?

Qual o projeto do Citi para daqui a dois anos?

É o mesmo caso que comentei sobre o case do Governo do Rio Grande do Sul.

Quanto mais Twitteiros e sucesso tiver o o projeto 2.0 em atrair seguidores e ouvir reclamações, menos sustentável ele será!!!

Pior: o Citi está criando dois tipos de clientes.

  • Os clientes nerds diamond que reclamam por redes sociais;
  • E os não-nerds, que continuam a reclamar pelo telefone.

Falta ao Citi e ao mercado de maneira geral sair do emocional e passar para o racional diante da macro-mudança cognitiva.

É preciso começar a ter o mínimo de estratégia sobre o uso do novo ambiente cognitivo.

A saber:

Não é o atendimento que precisa mudar, mas o modelo de negócio!!!

As organizações são o que são, pois viviam em um mundo de um cliente passivo, sem os atuais recursos digitais disponíveis. A Internet permite que haja um cliente ativo, com recursos digitais novos para que se estabeleça essa NOVA relação.

O que tem que se fazer é não considerar tudo isso como um inimigo, mas como um grande aliado para se repensar o modelo de negócios.

Volto a dizer: ninguém entra em redes sociais, mas cria a sua rede social para fazer negócios de uma forma diferente.

Sugiro ao Citi, como aos meus clientes, criar uma zona de inovação completamente nova para se procurar um novo modelo de banco, no qual a rede social é o centro dos negócios, no qual o usuário não vai reclamar, mas criar o seu próprio jeito de resolver seus problemas.

Exatamente como?

Não sei, é preciso no processo com os colaboradores externos e internos ir descobrindo.

O caminho é esse, numa rede social de negócios desse tipo quanto mais gente entrar, mais sustentável fica e não como este exemplo do Twitter do Citi, que é justamente o contrário, algo completamente insustentável.

Que dizes?

 

 

 A construção dessa metodologia seguiu caminhos diferentes dos tradicionais, pois foi necessário trabalhar com métodos sustentáveis sem agrotóxicos cognitivos;

Versão 1.0 – 10 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Ontem, apresentei pela primeira vez a minha nova metodologia para meus alunos do curso de “Estratégia em Marketing Digital” da Facha/IGEC, no módulo “Conversão 2.0“.

Já é, acredito,  minha nona turma e a primeira vez que entro em aula já com a nova metodologia.

Nela, temos embutida uma visão de cenário e uma solução de alinhamento.

A visão (depois de vários anos estudando com meus alunos, doutorado no meio) é que com a chegada da Web 2.0:

  • – Estamos diante de uma guinada civilizacional;
  • – O modelo atual de gestão não será mais sustentável no futuro, pois é lento, caro, pouco eficaz e não consegue atender mais os anseios dos novos consumidores/cidadãos/stakeholders, em função de um modelo arcaico de controle;
  • – É preciso criar um novo modelo, a partir de uma nova cultura de recontrole dos processos, baseado fortemente nas novas plataformas digitais, através da colaboração, mobilidade e uso intenso de robôs informacionais, turbinados por algoritmos;

O alinhamento necessário é o seguinte, sendo a base da nova metodologia:

  • Projetos de redes sociais corporativos são basicamente projetos de inovação;
  • Visam mudar a gestão da organização de um modelo mais vertical para um mais horizontal;
  • Isso pode ser feito de forma mais barata, rápida, gerenciada e indolor, ao se criar zonas de inovação 2.0, na qual todos os conceitos 2.0 serão testados, através de novos métodos para solucionar novos e velhos problemas;
  • A zona 2.0 de inovação é a empresa do futuro e para lá só vão pessoas e problemas, deixando os atuais processos na empresa atual, que vai desaparecer com o tempo, migrando para o novo ambiente e nova cultura.

A construção dessa metodologia seguiu caminhos diferentes dos tradicionais, pois foi necessário trabalhar com métodos sustentáveis sem agrotóxicos cognitivos, a saber:

  • – encontros baseados no diálogo, com participação intensa dos alunos, sem uso de tecnologias em sala de aula (não, não usamos  Power Point) 😉 ;
  • – encontros baseados em argumentos e problemas e não assuntos (que são autoritários e pouco eficazes);
  • – visão, a partir da história, filosofia e de pensamento dedutivo (do macro para o micro), quebrando a ditadura atual que é de pensamentos sempre empíricos, dos cases, da obsessão por ferramentas sem metodologia (vindo do micro para o macro), que não funciona bem em grandes rupturas;
  • – trabalho continuado de longo prazo, a despeito das demandas de curto prazo, que batem à porta;
  • – uso intenso de tecnologias colaborativas, quando estávamos a distância, através das conversas no blog, no Twitter, Facebook e listas de emails, além de grupos de estudos presenciais e a distância;
  • – criação de rede de ex-alunos, com os quais mantenho estreita relação para continuação das conversas. Ou seja, nada termina, tudo se renova;
  • – leitura continuada dos principais pensadores, através de todas as redes possíveis, sem preconceito: eletrônica, impressa e digital;
  • – consultoria participativa, com intenso debate com meus vários clientes.

Assim, posso dizer que a atual metodologia é orgânica e sustentável.

Alinha-se a um conjunto de iniciativas no mundo, tanto na área da produção de alimentos, de energia, entre outras, que, no fundo, procuram um novo modelo de reintermediação, à procura de novos princípios, que possam resolver de nova maneira, antigas crises.

Estes movimentos são convergentes e sinergéticos.

É um novo modelo de criação cognitiva e digo mais: só com esse tipo de troca, por causa dele, com ele, foi possível chegar as atuais conclusões, tanto do cenário, como a melhor forma de atuar nele. Não se muda nada, sem mudar o caminho…Gandhi na veia.

Nosso desafio agora é o de começar a fase de testes da nova metodologia para ver se todos os cálculos feitos até aqui vão bater.

O que será avaliado em breve, de forma simples e fácil, com o aumento do valor gerado para os clientes, como menos custo e mais benefícios.

Aguardem!

Que dizes?

O mundo é tão sólido, porque as ideias eram controladas. Num mundo de ideias descontroladas, tende a ser mais líquido.

Versão 1.0 – 09 de outubro de 2012
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Sabe como se combate o excesso de informação?

Com fórmulas.

Sim, fórmulas.

Vou explicar.

Num mundo estável, com ideias controladas, poucas fontes e pouco espaço para cabeças inovadoras, há sempre uma estabilidade de pensamento.

O mundo é tão sólido, porque as ideias eram controladas. Num mundo de ideias descontroladas, tende a ser mais líquido.

A percepção central do mundo – que controla os meios de circulação de ideias – chega a algumas fórmulas de como tudo funciona e passa a repetir até que todos se convençam que elas são as únicas e verdadeiras.

Fórmulas são, apenas, uma relação de causa e efeito de diferentes forças que interagem.

As alternativas não têm espaço e se tornam off-fórmulas.

Algumas:

  • É preciso centralizar a energia para resolver o problema do mundo;
  • Só o agro-negócio vai resolver o problema da fome.

Fórmulas nada mais são, assim, repito,  do que relações entre causas e efeitos de fenômenos.

E assim criamos uma espécie, como gosta o Gleiser, de aquário cognitivo, onde todos se acomodam a percepção do mundo, cria-se um modus operandi, com uma taxa de injustiça aceita por todos e vamos caminhando, com crises pontuais.

Assim caminha a humanidade.

A chegada de uma Revolução Cognitiva joga nova água no aquário, ou melhor, cria um novo aquário e pede que os peixes comecem a migrar.

As fórmulas começam a ser alteradas, pois muito mais gente passa a criar novas percepções, novos projetos, que começam que mostrar que aquelas fórmulas antigas eram muito mais inventadas do que “certas”.

Desfaz-se, na verdade, o equilíbrio de percepções, nada além disso.

Assim, digamos, que há um “refresh”, um recalcular as formulas de plantão de todos os lados.

Estamos vivendo, antes de tudo, um borbulhar de novas fórmulas de mais e mais gente, criando novas relações de causa e efeito de todos os lados.

Portanto, o que precisamos agora é de filtros (pessoas físicas e jurídicas) que nos ajudem a:

  • – conhecer novas fórmulas;
  • – questionar – de forma consistente – as fórmulas atuais;
  • – apresentar o desdobramento que a nova fórmula trará.

Portanto, é perda de tempo se informar, a partir de fórmulas passadas, se elas estiverem sendo questionadas, pois provavelmente vamos gastar tempo e mais adiante vamos ver que o paradigma daquele conjunto de leituras não faz mais sentido.

Isso vale para tudo.

Estamos, assim, no epicentro da crise das instabilidades das fórmulas.

O problema que não temos costume nem de trabalhar com fórmulas e nem, muito menos, de poder criar novas fórmulas, pois isso implica em discussões mais amplas, genéricas e filosóficas.

Porém, nesse mundo instável, o que precisamos é disso:

  • – saber qual a fórmula de plantão;
  • – conhecer bem a opinião e os argumentos de todos que as estão questionando;
  • – se posicionar para ver quais os argumentos devem ser procedentes;
  • – e, em sendo, quais possíveis desdobramentos que uma nova fórmula (causa e efeito)  nos aponta para o futuro, pois primeiro mudamos a maneira de pensar e depois o como fazemos as coisas.

Estudar, portanto, fórmulas é algo muito antecipatório dos fatos.

Quanto mais nos concentrarmos nessa missão, menos tempo vamos perder com informações passadas e mais eficazes vamos ser para ter uma visão do que nos reserva o futuro.

Concordas?

Os adivinhos não valem pela força de seus argumentos, mas pelo mito que é criado em torno deles pela mídia de plantão.

Versão 1.0 – 08 de outubro de 2012
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Adivinho é um cara que recebe a luz.

Do nada, em algum lugar, ele vê.

E o futuro se descortina.

E ele prescreve ações.

O mundo digital está cheio de adivinhos, que tudo sabem, tudo apontam, mas não mostram a memória de cálculo.

Sabe por que?

Não as tem.

Eles vêm o futuro baseado nas observações do presente.

No que os filósofos chamam de visão empírica.

O problema que se basear em intuições, num mundo que não tem tempo e dinheiro a perder, é um jogo de roleta russa na casa da mãe joana do tiroteio de cego. 😉

É o empirismo na veia do qual ficamos completamente viciados nas últimas décadas.

Os projetos de redes sociais corporativas estão sendo feitos prescritos por adivinhos, cuidado!

Digo mais.

É tempo da ciência, que  precisa nos ajudar, urgente!

A diferença de um adivinho e de um cientista,  é: um procura calcular, o outro adivinhar para se chegar as conclusões de forma mais consistente.

O adivinho não tem cálculos, apenas intuições.

O cientista precisa de dados, causa e efeito para chegar, a partir de parâmetros, no caso, de uma Revolução Cognitiva do estudo do passado.

Marilena Chauí nos ajuda da seguinte maneira.

Diz que é preciso para o desenvolvimento das teorias partirmos do princípio da razão suficiente, que é a procura de causa ou motivo para tudo que acontece.

Na razão suficiente há duas possibilidades: as causas acidentais ou causais, que ocorreriam apenas uma vez, para um determinado momento particular, ou aquilo que é universal e necessário, que se repetiria, por razões a serem estudadas, ao longo do tempo.

A maior parte dos estudos sobre mídias sociais, internet, redes sociais digitais etc parte do princípio que tudo é novo, ocorre apenas agora, que é a primeira, que é algo completamente novo e que não temos repetições, algo que vem do passado.

Mais e mais temos pensadores que vão, entretanto, em outra direção.

Estão seguindo a linha de Lévy que analisam a Internet como mais uma mudança radical nas tecnologias cognitivas de plantão e que isso não ocorre pela primeira vez, mas já aconteceu no passado e sobre ele temos que nos debruçar para entender melhor.

Ou seja, reduzir nossa taxa de adivinhos e aumentar a de cientistas.

Digo mais.

Nós estamos habituados com adivinhos, pois estamos em um mundo intoxicado por crachás, celebridades e mitos criados pelos poucos canais de validação das pessoas.

Reagimos emocionalmente quando vemos alguém que é “nacionalmente ou internacionalmente conhecido”.

Ou seja, aquele cidadão vale pelo local em que aparece e não pelo que, de fato, é, pensa, colabora com a sociedade.

Nestes parâmetros, a Xuxa tem mais valor do quem um Ferreira Gullar, que vai precisar um Nobel para ser conhecido por mais gente.

Vivemos de levantar a bola de um cara ou uma cara, por que a mídia reconhece com todos os interesses atrelados que isso implica.

Quando um adivinho apresenta um cenário, sem cálculos, na verdade, ele pede que você acredite nele pela força do poder da mídia que tem por trás e quase nunca pelos argumentos apresentados.

A verdade é por aquele que diz (sua força na mídia ) e não pela lógica embutida.

E isso é algo que reflete essa passagem de um mundo de ideias controladas, que alguém precisa filtrar o outro para que aquele outro tenha seu valor reconhecido.

Quem aparece na Tevê é reconhecido por alguém como uma pessoa importante e quem não aparece, não é.

Isso se reflete AINDA nos gurus digitais de plantão. Eles valem por quanto aparecem, mas não pelos seus argumentos.

Nos convencem, assim,  pela emoção, pela fé, pelo credo. E não pela razão.

E assim estamos encarando esse mundo 2.0, com a intoxicação da falta de argumentos lógicos e gastando dinheiro na emoção dos adivinhos intuitivos, mas pouco eficazes.

Por isso, que sugiro ao invés de comprar tecnologias se compre velas – para rezar! 🙂

É preciso um banho de desintoxicação para que possamos olhar tudo isso de forma diferente.

Que discutamos argumentos e não coelhos da cartola!

Chega de velas, santos e adivinhos!

Que dizes?

PS- por sugestão, troquei o termo profeta para adivinho, pois é mais representativo do que quero dizer.

 No paradigma atual, quanto mais meus alunos trabalharem duro, mais os clientes ficarão insatisfeitos.

Versão 1.0 – 05 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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Não é fácil a vida dos profissionais de comunicação e afins nos tempos atuais.

Vivemos, antes de tudo,  uma crise grave de percepção.

O que dificulta muito a atividade profissional, pois o mercado está instável.

Os clientes não sabem exatamente o que querem.

  • Quem sabe mais ou menos o que ocorre não tem poder.
  • E quem tem poder não sabe mais ou menos o que ocorre.

Ou seja, quanto mais meus alunos trabalharem duro, mais os clientes ficarão insatisfeitos.

Difícil.

Comecemos pela grave crise de percepção.

  • Achávamos, antes da Internet, que era o mundo que condicionava totalmente a comunicação.
  • Hoje, estamos acordando que é a comunicação e suas tecnologias que nos condicionam em grande medida.
  • Ou seja, não é bem a gestão, os departamentos de marketing e comunicação que vão determinar como será a nova comunicação com os stakeholders.
  • Mas é a nova comunicação com os stakeholders que vai determinar como será a gestão e os departamentos de marketing e comunicação.

Ou seja, temos que nos render às evidências: o controle passado, passou.

E é preciso aprender a andar de bicicleta – de novo.

Sabe qual é, então, o problema?

Temos uma crise filosófica, na qual a visão que tínhamos da relação do ser humano,  da sociedade e da comunicação estava equivocada, pois nunca tínhamos vivido plenamente, com tantos recursos de análise, uma Revolução Cognitiva.

Normalmente, crises filosóficas desse tipo levam décadas para serem absorvidas, pois da filosofia nascem as teorias de como tudo vai se desdobrar e das teorias vêm as metodologias, as tecnologias e os novos profissionais, adaptados a tudo isso.

Porém, não temos tempo para tudo isso!!!

Temos que entender a crise filosófica rápido, dar um salto teórico e já sair definindo todo o resto sem pousar o avião.

Nada disso está acontecendo.

O motivo: estamos vindo de décadas de estabilidade cognitiva e aprendemos a resolver os problemas de uma forma muito empírica e pragmática, sempre dentro de um mesmo paradigma.

Nossos cursos, demandas, estratégias, espaços para discussão, visão, absolutamente tudo foi feito para resolver no curto prazo, utilizando partes do nosso cérebro que não conseguem lidar  com maiores reflexões.

Nossa caixa anda muito apertada e quando saímos dela vamos para outra que não é muito maior!

As pessoas relacionam fortemente o “parar para pensar” como perda de dinheiro e assim vamos descendo a ladeira, sem saber que ladeira, onde vai dar e se o carrinho de rolimã tem freio!

Podemos dizer como gostava o Lula:

Nunca na história dessa humanidade vivemos uma crise de percepção tão grande e nunca estivemos tão despreparados!

Há um gap do tamanho da ponte Rio-Niterói entre o que percebemos o que está acontecendo de fato do lado de fora.

Não é à toa que os projetos 2.0 estão começando a gastar dinheiro, sem resultados.

Não se sabe nem qual a métrica a ser adotada.

O erro não está na tecnologia, na tecnologia, no perfil profissional, mas bem mais em cima na visão que temos do problema.

E isso é muito mais complicado, pois querem que o mundo colabore (dentro e fora das organizações) em organizações que não foram concebidas para recebê-las!!!

É grave a crise!

Procuro nos meus encontros apresentar argumentos lógicos que ajudem a demonstrar o tamanho do problema.

Não é incomum me pedirem para que apresente a receita do bolo (de um bolo que ninguém nunca fez), de ferramentas, de um “how to”, pois precisamos resolver rápido, pois é assim que sempre resolvemos, mas SEMPRE NO MESMO PARADIGMA.

Precisamos hoje, porém,  de um conjunto de novas ferramentas mentais, COMPLETAMENTE DIFERENTES DO QUE ESTAMOS ACOSTUMADOS.

Meus alunos precisam levar esse novo ponto de vista ao mercado, justamente para um mercado que não quer ouvir o que eles estão levando.

Duro.

Um impasse do tamanho do Himalaia.

O que conspira a favor – pois a vida continua – é que a crise filosófica é antes de tudo prática, objetiva e concreta.

Filosofia, aviso, também é ferramenta – que, quando bem utilizada, gera dinheiro!

A crise filosófica vem justamente em função de algo que observamos, mas não sabemos compreender direito.

Nada mais.

A filosofia é uma ferramenta humana para resolver impasses, apenas não sabemos utilizá-la, por falta de necessidade e – por sua vez – de prática.

Mais e mais está se gastando dinheiro com mídias sociais e não está se tendo o retorno esperado.

E se está, assim, se aumentando o espaço na sociedade para escutar um outro lado, que consiga ver o problema de outra maneira.

E aí um novo espaço (mais lógico) vai, aos poucos se abrindo,  para quem está mais consciente da crise e tem ferramentas mais adequadas para lidar com ela.

Este é o salto de qualidade de alunos que mergulham mais fundo nesses dilemas.

Vai demorar mais um pouco para eles verem os resultados, mas quem apostar nesse caminho mais longo e fecundo,  vai chegar bem melhor ($$$)  do outro lado, gerando valor.

É acreditar nos cálculos, nos argumentos e no estudo de cenário – e segurar o tranco!

Por aí…

Que dizes?

 O livro, que prestou grandes serviços para a humanidade (aplausos), é caro, lento (para ser publicado), volumoso e pouco flexível diante do novo livro digital (que ainda não mostrou todo seu potencial, mas vai).

Versão 1.0 – 04 de outubro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Todo conhecimento humano para ser transmitido no tempo e na distância precisa de um suporte.

Hoje, consideramos que o livro impresso é o principal suporte (muitos o consideram, até insubstituível).

Fazemos a apologia do livro, mas, ao contrário, temos sempre, como humanistas que somos (ou deveríamos ser), defender a circulação de ideias no melhor suporte possível!

Sim, novas alternativas surgiram com a chegada do meio digital e é para lá que vamos, sem retorno, sem tecla “undo”.

Quanto mais rápido, melhor!

O livro, que prestou grandes serviços para a humanidade (aplausos), é caro, lento (para ser publicado), volumoso e pouco flexível diante do novo livro digital (que ainda não mostrou todo seu potencial, mas vai).

Note que o livro impresso não permite (e nunca irá):

  • – ser alterado depois de publicado pelo autor/autores/leitor (quando autorizado);
  • – ser compartilhado e distribuído, de forma rápida e barata;
  • – ser traduzido por ferramentas de idiomas;
  • – permitir  links para outros textos;
  • – inclusão de vídeos e áudios a baixo custo;
  • – comentários dos leitores;
  • – leituras coletivas por amigos e/ou desconhecidos;
  • – busca fácil pelo seu conteúdo.
(Imagina poder estar lendo um livro e entrar em uma conversa com todos que estão lendo o mesmo livro naquele momento. Veja bem, poder entrar, quem não quer não entra!!!)

Podemos dizer que todo suporte de conhecimento sobrevive até que se tenha outro melhor.

Muitos têm apego ao suporte, o que é humano, mas não sustentável (nem racional) no tempo.

Sempre digo:

Ideias, saiam desse corpo que não te pertence!

As ideias, aliás, de maneira geral, não gostam de se sentir presas e, como água, migram para o caminho mais fácil.

Foi assim e assim será.

Se olharmos como a nova geração se relaciona com o conhecimento, teremos uma visão clara de para onde vamos de forma inevitável.

O futuro, mais do que digital, é compartilhado!

Bye, papel!

O epicentro do conhecimento será um suporte muito mais dinâmico, móvel,  barato, flexível e coletivo.

Não temos ainda algo assim, mas vamos ter.

E se queremos uma escola de qualidade é este esforço que deve ser feito para colocar para as crianças sempre a ponta dessa nova tecnologia, pois é aí que estaremos à frente!

Por isso:

Grato livro, adeus livro!

Que dizes?

Estamos saindo de um ambiente intoxicado, no qual  todos os canais de informação tinham um forte interesse naquilo que era veiculado sobre produtos e serviços, pois eram passíveis de serem anunciados. Ninguém ia “cuspir no prato em que comia”. A alta a taxa de interesse na informação circulante reduzia bastante a de meritocracia social.

Mandei a seguinte frase para o Facebook:

Quando a taxa de circulação de ideias sobe, a da meritocracia acompanha e vice-versa.

E recebi como retorno de uma amiga:

“Será? Eu juro que quero muito acreditar.”

A ideia de acreditar é um ato de fé.

Como procuro ser um jornalista independente – e agnóstico –  que gosta de propor  provocações lógicas (que alguns podem chamar de filosóficas-científicas), vamos desenvolver um pouco o tema, a partir de argumentos e constatações visíveis a olho nu.

(O que espero aqui não é que acreditem, ou não,  mas que considerem os argumentos consistentes ou que possam contra-argumentá-los).

A Internet, como tenho dito aqui, rompeu um modelo secular de controle de ideias da mídia impressa e eletrônica, através do surgimento de novas fontes, por um lado, e a possibilidade do usuário poder apontar (e deixar registrado para os outros) aquilo que ele considera meritório.

Estamos saindo de um ambiente intoxicado, no qual  todos os canais de informação tinham um forte interesse naquilo que era veiculado sobre produtos e serviços, pois eram passíveis de serem anunciados. Ninguém ia “cuspir no prato em que comia”.

As críticas de plantão, quando haviam, eram moderadas e feitas apenas por poucas pessoas.

O boca-a-boca era entre conhecidos e em ambientes locais.

A chegada do ambiente 2.0, a partir de 2004,  permitiu, assim,  o aumento da taxa de transparência, pois  além do obrigatório clique, que veio desde o berço da Internet,  passou a permitir, de forma fácil e de graça:

  • – compartilhar;
  • – curtir;
  • – estrelar;
  • – comentar;
  • – em alguns casos como no Wiki (mudar);
  • – entre outras colaborações participativas.

Note que temos com essa prática uma mudança RADICAL em relação à meritocracia passada, pois ao consumir o cidadão/consumidor pode (não necessariamente vai)  avaliar e deixar um rastro (muito mais desinteressado do que no passado) para que outros possam saber o que achou da sua experiência.

O que era aceito, não sabido, desconhecido no passado, passou a vir para a luz do dia, aumentando o espaço de avaliação de mais gente por mais gente.  Os ofertantes de produtos e serviços, em função desse novo ambiente mais aberto, precisa se readequar;

Estamos saindo, portanto, do marketing do controle, da repetição, do “enrolation” para o da conversa, do diálogo e mais focado em princípios.

Isso vale para todos os serviços e produtos, pois é essa a grande mudança do ponto de vista meritocrático que temos no novo mundo. E é o grande salto de qualidade que as organizações devem tomar internamente e externamente para criar inovação.

Hoje, qualquer produto/serviço está sujeito a ser identificado por:

  • – mais clicados;
  • – mais compartilhados;
  • – mais curtidos;
  • – mais estrelados;
  • – mais comentados positivamente;
  • – mais comentados negativamente;
  • – mais blogados positivamente;
  • – mais blogados negativamente;
  • – e até mais wiki-modificados.

Cria-se com essa prática um conjunto de informações “não-oficiais” e não diretamente interessadas diretos na venda/apoio de conhecidos e de desconhecidos sobre um determinado produto, serviço, arquivo, pessoa, vereador, taxista, livreiro, cinema, hotel, restaurante, etc…

Ou seja, há um aumento radical da taxa de informação “não interessada” ou se preferirem “menos interessada”  na/da sociedade, desintoxicando os canais de informações, que antes tinham uma alta taxa de interesse embutida, pois o canal que informava era o mesmo que vendia anúncios.

Esse aumento de troca entre conhecidos e desconhecidos nos leva a um aumento da transparência e necessariamente a um aumento da meritocracia, reduzindo bastante o espaço de determinadas sombras existentes.

Antes da Internet, um músico, por exemplo, só poderia chegar a um reconhecimento nacional se passasse por alguns filtros das gravadoras, que tinham lá seus interesses, critérios, parentes, etc.

O tempo de “a” início da luta pelo reconhecimento nacional para “b” reconhecimento era longo e penoso.

Hoje, continua-se podendo ser alçado por gravadoras mais tradicionais, mas cada vez mais novos músicos passam pelo critério do próprio público, através de lançamentos, via rede, em muitos casos conseguindo sobreviver só com seus fãs diretamente, reduzindo o tempo entre “a” e “b”.

Isso pode ser medido, basta promover pesquisas.

Exemplos?

  • A Folha de São Paulo contratou uma nova leva de colunistas que vieram dos blogs;
  • Os novos humoristas que hoje fazem sucesso (Marcelo Adnet como grande representante) vieram todos do Youtube.

Nada aponta que isso vá se reduzir, ao contrário, vai aumentando, pois é de lá que a nova geração reconhece novos talentos.

(E já criando a cultura de reconhecimento de nicho e não mais a necessidade de reconhecimento nacional, como um critério de “sucesso”.)

Digamos que uma sociedade consegue melhorar seus produtos e serviços, através da troca desinteressada e constante entre pessoas que não tenham interesses individuais envolvidas na informação que circula e é compartilhada.

E aí se pode argumentar, como saiu no Globo ontem, “Muito cuidado com o “boca a boca” virtual” de que essa meritocracia 2.0 já tem um conjunto de gente contratada para manipular os dados na Internet.

Sim, essa será uma reação para todos aqueles que querem, ao invés de adotar novas práticas, tentar manter o modelo passado, o que, aliás, é humano.

Porém, os ambientes 2.0 já estão exigindo um novo tipo de mentalidade, metodologia e tecnologias que devem procurar – cada vez mais – aprender com os erros para evitar a manipulação.

O ser humano não está ficando bom com a Internet, mas apenas tendo que parecer muito melhor do que era em função da nova pressão social. Essa nova pressão e esse fingir que é bom acaba fazendo que a pessoa adote com o tempo hábitos  por costume, o que nos leva a um novo patamar humano. Foi assim no passado, por exemplo, com o fim da escravidão.

Por fim, podemos destacar que o trabalho principal do Google ao melhorar seu algoritmo, por exemplo, criando normas para evitar que mudanças nos códigos nas páginas – não meritocráticas – as elevem ao topo.

Ou seja, a velha e eterna luta entre os interesses coletivos x o individuais.

Essa é a metodologia 2.0 em ação para garantir que a taxa de meritocracia continue alta e subindo, até que um grupo  consiga formas de controlar as ideias desinteressadas circulantes.

Aí podemos ter de novo a taxa caindo em um eterno ciclo de sobe e desce.

Por aí, que dizes?

 

Texto produzido coletivamente pela DIG XI.

Processo de produção durante a aula e ganhadora da Batata de Ouro! 😉

Quando aumenta a informação, diminui a ilusão.

O Descontrole de ideias e a “revolução” que isso gera nos levam a necessidade do entendimento do passado para compreensão do presente e melhor preparo para o futuro.

O aumento populacional gera latências e demandas. Surgem assim novas tecnologias cognitivas que  expandem nossa forma de pensar e alteram o ambiente.

A difusão do pensamento do consumidor e a ameaça gerada para as corporações aumentam a distância entre as empresas 1.0 e o consumidor 2.0.  A desintermediação das ideias gera novos questionamentos, novos  conceitos e quebra de véus.

Temos assim um consumidor/cidadão mais ativo, que desafia as  empresas a  procurarem novos modelos de gestão conduzindo a  um diálogo mais eficiente.

O véu cognitivo está dentro de cada um de nós.

 

 Não temos mais tempo para ler todos os livros, por isso precisamos de um ambiente para criar resumos inteligentes.

Ainda não acordamos para a mudança radical que estamos vivendo no mundo do compartilhamento do conhecimento pós Internet. Estamos saindo do ambiente da escassez das fontes e indo para o da multiplicidade delas.

Isso requer algumas mudanças relevantes para lidar melhor com a informação, principalmente dos canais que vivem de circular ideias na sociedade (editoras de livros, jornais, televisão, etc).

  • a) precisamos focar cada vez mais na essência dos fenômenos;
  • b) entender a causa e efeito e desdobramentos;
  • c) mais sínteses;
  • d) mais significado.

Basta ir para uma livraria que temos vontade de consumir muitos livros,  pois os temas nos interessam, mas não necessariamente o livro, pois além de caros, são onerosos de atenção.

É esse o ponto que chegamos.

Precisamos de um modelo de passagem entre o que fazemos hoje e o que precisamos amanhã.

Tenho um projeto em mente e vou desenvolver aqui com vocês.

(Primeira coisa: não falo de romances, poema, contos, etc, pois isso é outro departamento. Refiro-me a livros técnicos e é disso que vou desenvolver aqui.)

Produzimos livros hoje com a mesma concepção do que fazíamos antes da revolução cognitiva.

E isso é inviável.

Temos que mudar o modelo de transmissão de conhecimento.

Não temos mais espaço interno para “dedicar tanto tempo” para tudo que gostaríamos de apreender.

Ou seja, precisamos de uma síntese efetiva para saber o que é hoje o senso comum -> qual a nova visão que o livro traz sobre ele -> quais são os argumentos que sustentam essa nova visão?

Na verdade, essa base ajudaria boa parte dos leitores periféricos daqueles livros, que teriam  uma noção do que se trata.

Assim, na Resumopedia teremos o seguinte:

  • Livros já lançados pelo mercado – que estão por aí em todos os lugares.
  • Projetos de livros (vou usar o termo livro por enquanto) -> autores que iriam apresentar seus projetos;

Um livro já lançado teria, via sistema, registrado pelos leitores:

  • Capa (com todos os dados);
  • ISBN.
Cada leitor que leu o livro faz um resumo, seguindo a orientação geral do site, com um número de caracteres determinado:
  • Qual área do livro?
  • Qual a visão atual sobre o tema?
  • O que o livro traz de novo? (se traz algo de novo).
 Modelo Wiki com gente, podendo melhorar o resumo, comentários, estrelas, curtir, compartilhamento e aplicativo para celular que, pelo ISBN, pode ter acesso ao resumo, além de links para entrevistas do autor sobre o livro em vídeo, áudio ou texto.

A pessoa só irá comprar o livro se tiver um interesse a mais do que o resumo já vai dar, economizando tempo, caso considere que ficou satisfeita com o resumo feito.

Por outro lado, teríamos os projetos de livros.

O candidato a um projeto de livro entra com o seu resumo e defende a ideia do livro que ele gostaria de desenvolver, que pode ficar só no resumo, com a possibilidade de incluir entrevistas, áudios e vídeos.

Os leitores que se interessarem encomendam, sugerem, propõem caminhos e ajudam o autor, ou comprando parte da obra, ou apoiando a pesquisa, etc, com modelo integrado de crowdfunding/crowdsourcing, podendo até dividir a pesquisa.

Conforme os resumos vão sendo desenvolvidos sobem ou descem na escala do site, conforme os critérios de popularidade, além de perfil dos leitores, que podem ser divididos em graduados, mestres, doutores, pós-doutores, profissionais da área júnior, pleno ou senior.

Essa é a ideia básica.

O que melhorariam?

 

Quanto maior o controle de ideias, maior será o véu e menos as pessoas terão consciência dele. E vice-versa: quanto menor o controle, mais fontes independentes de ideias, menor será o véu e mais teremos consciência dele.

Versão 1.0 – 27 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Temos a ilusão da verdade.

Consideramos, pela pela ordem que:

  • – ela existe;
  • – é possível chegar a ela;
  • – e que a nossa “verdade” foi construída apenas por nós.

O filme “Matrix” é uma boa metáfora sobre o que é a verdade e o que vou chamar de “véu cognitivo“.

  • Há uma “realidade” que interessa a alguém, que nós “engolimos” e aceitamos como nossa.
  • Esse véu é maior ou menor coletivamente, conforme o ambiente de controle de ideias.

Quanto maior o controle, maior será o véu e menos as pessoas terão consciência dele. E vice-versa: quanto menor o controle, mais fontes independentes de ideias, menor será o véu e mais teremos consciência dele.

Uma Revolução Cognitiva tem esse poder mágico de, uma hora para outra, massificar novas fontes de ideias e romper gradualmente, conforme avança, com os véus de plantão.

O que era verdade absoluta passa a ser questionada, pois há um radical aumento da taxa de troca de informações e a confrontação com novas ideias inusitadas.

E o mais interessante: a sociedade, passamos a perceber, que  é do jeito que vemos –  com seus modelos, interesses, verdades, ajustes, modelos de gestão – por causa do controle das ideias e do véu existente.

Quando há um descontrole das ideias, as verdades que estão embutidas naquele véu vão se esmaecendo!

Há, em paralelo, um amadurecimento afetivo, pois é preciso saber escolher, por si só as fontes em um mundo mais “desfiltrado”.

  • Na última Revolução Cognitiva, questionou-se o poder do rei, o fato dele ser escolhido por Deus e ter sangue azul, verdades absolutas.
  • Hoje, questiona-se o lucro como fim em si mesmo, o direito que temos de sermos humano-centrados, entre outras absolutas verdades.
  • Lá, se falava da república, agora falamos de uma democracia digital.
  • Lá, se falava de um sistema econômico mais dinâmico, hoje falamos no capitalismo social, ou pós-capitalismo mais humano e mais eficiente, baseado em coletivos inteligentes e robôs informacionais.

Na figura abaixo, procuro demonstrar como a sociedade estrutura seu modelo de gestão, a partir do controle das ideias:

  • As organizações sociais estruturadas, ao longo do tempo, se apoderam dos canais de fluxo de ideias e passam a ter uma alta taxa de controle sobre elas;
  • Criam com esse controle um véu cognitivo que estabelece um senso comum na sociedade;
  • Por dentro desse véu estão alguns interesses velados, que não teriam tanta lógica se houvesse mais debate, novas fontes de ideias e um aumento da taxa de troca entre as pessoas;
  • Cria-se um senso comum, que é algo como a média daquilo que acreditamos ser razoável, ou a verdade, que não podemos questionar, porém só se sustenta com a alta taxa de controle específica;
  • E, por fim, esse conjunto de aparatos (controle + véu + interesses + senso comum) estabelece um equilíbrio de uma gestão social, ou representação, que é aceita por todas como a melhor possível, não por ser a melhor, mas por ser a disponível e sem alternativas.

Vejamos agora o que ocorre em uma Revolução Cognitiva:

  • Entram novas fontes de ideias na sociedade, que passam a representar novos interesses, com um aumento radical da taxa de troca de ideias entre as pessoas;
  • O véu cognitivo começa a se esmaecer, com a construção de outro senso comum;
  • Novos modelos de gestão mais dinâmicos são apresentados e testados, que são agora viáveis, em função da nova tecnologia cognitiva (antes não eram possíveis);
  • Construindo um novo modelo de organização, baseado em novas filosofias, a partir de novos interesses.
  • Por tendência, estes novos interesses representam melhor os anseios da sociedade, que estão mais frescos, do que os anteriores, representando um retorno a determinados princípios deixados de lado em função do forte controle passado.

O que temos que perceber – e isso é a grande ajuda do estudo das Rupturas Cognitivas – que somos o que somos, pois fomos condicionados pela taxa de controle das ideias e pelo véu cognitivo que foi criado e aceito como se fosse a nossa verdade.

Todo o modelo social e de gestão é fruto disso.

É sobre essa base que ele foi estruturado.

Quando há uma mudança radical nesse equilíbrio, todo o resto se modifica, pois o véu se esmaece e algumas verdades que eram insustentáveis à luz do dia, vem abaixo.

Por aí,

que dizes?

  Prever que vai fazer sol amanhã, baseado na metereologia, não é ser otimista, mas apenas ter confiança que os métodos que prevêem o tempo são cada vez mais fidedignos.

Versão 1.0 – 27 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
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No meu último post, tive alguns comentários dos meus alunos do módulo “Conversão 2.0” do curso “Estratégia em Marketing Digital“, turma XI, do IGEC/FACHA.

Um deles escreveu:

“Peço desculpas, mas lamentavelmente não consigo ser otimista suficiente”.

Nele, defendo que estamos vivenciando o aumento da taxa de princípios sobre a taxa de interesses individuais.

Acredito que seria melhor dito:

A queda da taxa de interesses de poucos sobre os demais e o aumento da taxa do interesse dos demais sobre poucos.

Chego a conclusão de que tudo que pode ser medido, não é pessimista ou otimista, mas apenas dados que refletem algo mais próximo da realidade.

Vamos aprofundar.

Acredito que é de fácil comprovação que hoje o cidadão/consumidor passe a contar com formas de avaliar melhor o produto, serviço e o passado de cada organização.

Podemos apontar que nos últimos 10 anos vimos surgir:

  • ferramentas de busca –  (Google, Bing, etc) que nos permitem pesquisar sobre qualquer assunto, entre eles o produto, serviço e o passado de cada organização;
  • ferramentas de troca de ideias entre conhecidos –  (Facebook, Twitter, Orkut) que nos permitem saber a opinião dos nossos amigos/conhecidos sobre qualquer assunto, entre eles o produto, serviço e o passado de cada organização;
  • ferramentas de troca de ideias entre desconhecidos – (Reclameaqui, entre outros, ver lista aqui), que nos permitem saber a opinião dos nossos amigos/conhecidos sobre sobre qualquer assunto, entre eles o produto, serviço e o passado de cada organização;
  • ferramentas de comparação de preços –  (Buscapé, Bomdefaro, etc) que nos permitem comparar qualquer produto e até serviços;
  • ferramentas de publicação individual –  (Blogger, WordPress, entre outros) que nos permitem escrever e ser lido sobre qualquer produto e até serviços;
  • ferramentas de compra a distância – o que permite fazer negócios longe do nosso local de trabalho e moradia (Todos os sites de comércio eletrônico do Brasil e fora dele);
  • ferramentas de compra de produtos usados – o que permite comprar o que outros já usaram, sendo mais um competidor e uma alternativa ao novo (Estante Virtual, Mercado Livre, Livronauta);
  • ferramentas de compra de desconhecidos – o que permite comprar o que outros já usaram, sendo mais um competidor e uma alternativa ao novo (Mercado Livre, Livronauta, Estante Virtual).

Pode-se levantar a estatística disso, mas digamos que:

  • – este conjunto de ferramentas tem sido cada vez mais utilizado;
  • – pessoas têm trocado cada vez mais;
  • – mais gente entra na Internet a cada dia;
  • – e isso não é algo que volta para trás, ou vai arrefecer, pelo contrário, isso tem ido para o celular e está cada vez mais presente na vida do cidadão/consumidor.

Alguém pode contestar estes fatos?

Não seria, assim, otimista afirmar, mas apenas constatar, de que as organizações viviam em um ex-ambiente em que havia uma relação desequilibrada entre a sua taxa de poder determinar  regras, verdades, produtos e serviços para a sociedade e a resposta desta em questionar. Certo?

Mais: que essa taxa vem caindo ao longo do tempo, em função destas novas ferramentas.

É real isso ou otimista?

Os dados estão aí.

Ao analisar essa nova relação de poder entre organizações de plantão x consumidores/cidadãos podemos dizer que hoje há um aumento do poder de escolha, de decisão, de pressão, de denúncia, de troca que antes não havia.

Assim, podemos afirmar, sem ser otimista, que existe um fato novo no mercado: o consumidor/cidadão ganhou poder.

Talvez, isso já seja consenso.

O que não é consenso é:

Essa nova co-relação de forças trará um ciclo virtuoso de interesses coletivos em detrimento de interesses individuais, como ocorreu na última Revolução Cognitiva do papel impresso? (Ver mais sobre isso nesse post.)

E aí teremos dois pólos.

  • De um lado, os interesses individuais de alguns, que insistirão em tentar impor seu projeto;
  • Do outro, o interesse de mais gente, de um coletivo maior, que não aceita mais a antigas  taxa  de desigualdade.
Um grupo menor só consegue manter seus interesses. ao longo do tempo, em detrimento da maioria de duas formas:
  • – Ou controla pela força física;
  • – Ou pelo controle das ideias circulantes, asfixiando, ou se utilizando de forma competente dos meios que passaram a dominar reduzindo o fluxo das ideias circulantes.
A outra alternativa de controle, a mais nobre, quando há esse despertar da sociedade, via nova mídia,  é sair dos modelos clássicos e partir para um controle baseado na negociação, na troca, na conversa e no convencimento pelo exemplo e atitude, para onde estamos indo.
  • Seria o controle dos princípios, que é o que tem aumentado a taxa atualmente.
Ou seja, você não vai impor ao mercado/sociedade aquilo que você quer ou deseja, apenas baseado nos seus interesses de grupo menor, mas terá que negociar com ele para que o outro lado também seja ouvido e atendido.
Não por que se quer, mas como meio de sobreviver no novo ambiente, que assim exige.
Para isso, você tem que se apresentar como alguém que não está apenas vendo o “seu lado”, mas também o da sociedade/mercado.

Para você poder criar essa relação é preciso que mostre que seus objetivos, atitudes, posicionamento esteja voltado – de fato – para esse interesse do coletivo acima do individual.

E aí temos o resgate dos princípios, que nada mais é do que uma taxa maior do interesse coletivo em detrimento do individual.

Ou seja:

Quanto mais a taxa de interesse individual ou de pequeno grupo conseguir se impor na sociedade em detrimento da maioria, mais teremos naquele momento uma maior taxa de interesses privados, particulares, em relação à sociedade.

E o contrário também é válido.

Quanto mais a taxa de interesse coletivo ou de mais gente  conseguir se impor/ ou limitar  na sociedade o poder de uma minoria, mais teremos naquele momento uma maior taxa de interesses coletivos da sociedade, gerais, em relação aos grupos menores.

Isso não é um otimismo, pois é algo que pode se mensurar.

Tudo que é passível de mensuração, assim, sai da ideia de otimismo x pessimismo (que é algo que se baseia em subjetividades, opiniões) e entra na mensuração, nos dados que podem ser levantados e analisados e é para isso que a Ciência deveria existir.

(Nosso estranhamento é fruto da novidade: somos condicionados pelo controle e descontrole da mídia de forma que não sabíamos que novos espaços democráticos surgem pelo descontrole de uma nova mídia que chega – isso é muito novo e recente.)

Portanto, o que afirmo é o seguinte.

Em uma Revolução Cognitiva, há um empoderamento maior da sociedade que impede que as organizações de plantão continuem a exercer seu modelo produtivo/ideológico da mesma maneira, voltadas para si. Este interesse de poucos estava  intoxicado por um modelo de uma alta taxa de controle de ideias, em função de uma mídia na qual se conseguia ter uma boa taxa de controle. A mídia perde força, o modelo baseado nela, idem.

Tal situação, continuada ao longo do tempo no modelo mais controlado, faz com que as organizações se voltassem mais para os seus interesses particulares (projetos individuais/de pequenos grupos) do que para algo mais coletivo projetos mais amplos/de grupos maiores).

Ao falarmos de princípios, portanto,  estamos defendendo que o projeto de grupos maiores, não necessariamente da maioria, estabelece princípios mais abertos e que o que for gerado deve ser compartilhado por mais gente, em uma relação de troca mais satisfatória para ambos os lados.

Estamos, na verdade, fundando uma nova democracia baseada  em novos valores, a partir dos quais haverá uma nova relação entre as organizações e o cidadão/consumidor menos desigual que a atual.

Isso não é uma linha contínua, o que seria otimismo,  mas um reajuste, que pode durar por um período e estabelecer um novo patamar de troca social, um novo reequilíbrio entre as duas forças, que irão variar conforme as novas organizações  digitais consigam controlar a circulação de ideias da mídia que desponta.

E isso não é pessimismo, mas apenas a constatação que é um vem e vai.

Portanto, diria ao final que só podemos chamar de otimismo ou pessimismo algo que não pode ser medido.

Prever que vai fazer sol amanhã, baseado na metereologia, não é ser otimista, mas apenas ter confiança que os métodos que prevêem o tempo são cada vez mais confiáveis.

Grato aos meus alunos por me inquietarem.

Que dizes?

 

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