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Versão 1.0 – 08/08/13

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Quando eu e o prof. Marcos Cavalcanti lançamos em 2006 o livro “Conhecimento em Rede”, fizemos um cenário “a” e uma metodologia “a” compatíveis entre si.

Aprendi diante dos problemas relevantes em que me envolvi ao longo dos últimos 10 anos: “Qual a consequência da Internet para a sociedade e o que podemos fazer para ampliar oportunidades e reduzir sofrimentos?” de que temos uma escala lógica de encadeamento para poder atuar na realidade (foram ferramentas de trabalho dentro do laboratório):

  • Filosofia – visão;
  • Teoria – as novas forças, a partir da nova visão e como a visão se encaixa em contextos;
  • Metodologia – como gerenciar as novas forças de forma consciente para reduzir sofrimento.

A visão que tínhamos era ainda parcial da natureza da mudança.

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Apontamos no cenário do livro uma mudança radical, mas a sobrevivência do atual modelo de governança da sociedade. Aliás, não havia ainda essa discussão sobre governança.

O primeiro livro talvez apontasse o aspecto mais tecnológico e não as mudanças na gestão que aparecem no segundo livro.

(Neste e-book, já introduzo duas novidades: a substituição do conceito de gestão por governança e o conceito da plasticidade cerebral.) 

A medida que vamos tocando na vida e experimentando, vimos que havia algo equivocado no tripé (filosofia, teoria e metodologia), pois o modelo atual das organizações não aceitava a nova forma de resolver problemas, como se fossem incompatíveis.

Como é possível algo ser incompatível dessa maneira?

Voltei para o laboratório para estudar.

Tive que refazer o cenário para o meu segundo livro, lançado este mês de agosto/13, “Gestão 3.0 e a crise das organizações tradicionais“. O que mudei?

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Pela ordem, tive, a vida me obrigou a pensar a hipótese de incompatibilidade dos dois modelos: o atual e o novo.

Na verdade, estamos vivenciando uma mudança da Governança da Espécie de um modelo de líderes-alfas, mais lento e controlado para um novo mais próximo das formigas que é muito mais dinâmico e descontrolado e, portanto, mais compatível com o aumento demográfico dos últimos 200 anos de 1 para 7 bilhões de habitantes.

Diante desse cenário, criamos uma crise metodológica, pois  uma coisa é uma startup que sai do zero, a outra é como passar de uma empresa tradicional para uma nova empresa?

A salvação foi o artigo  “Como administrar sua carteira de inovação?” da HBR de Maio.Nele, os autores defendem que uma empresa saudável é aquela que dedica a inovação de forma consciente, estratégica e planejada, pois sabe que o mundo agora é mutante, através de uma carteira de inovação, da seguinte maneira:

  • 70% – para melhorar pouco;
  • 20% – para melhorar bastante;
  • 10% – para inventar algo completamente novo.

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Note que a filosofia é muito boa, pois:

  • Admite que o cenário é mutante;
  • Admite que é preciso se planejar para ele;
  • E cria um espaço para a própria organização inventar coisas completamente diferentes do usual, ou seja, ela planejar novidades que podem significar o fim dos antigos modelos. 

Quando li esse artigo, vi com clareza o caminho para a implantação de projetos de migração do antigo modelo para o novo, através da criação de zonas livres de inovação, naqueles 10% de se inventar coisas completamente diferentes.

E aí surgiu a ideia das zonas de migração ou de inovação.

Estou já adotando a metodologia em um cliente e sobre esta experiência vou falar no próximo post.

Versão 1.0 – 07/07/13

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“Não importa o vasto conhecimento do mundo, mas come ele pode ajudar a ser mais eficaz no teu problema significativo”.

No post passado, vimos que precisamos procurar um projeto de vida mais significativa e acho que isso é fundamental para que você tenha um consumo de informação melhor.

Note que para saber se estamos consumindo informação de forma adequada precisamos de alguns parâmetros:

  • – por que e para que eu consumo do ponto de vista existencial e filosófico?
  • – como posso avaliar a qualidade do que consumo, a partir de algo mais significativo?

Obviamente, você pode ter uma vida profissional e avaliar se o que você está consumindo está ajudando a sua carreira e se você está ganhando mais com isso. É uma abordagem, mas eu prefiro escolher outra.

O parâmetro que eu prefiro é quando você alia profissão e vida significativa e escolhe um problema relevante que reduza sofrimento humano e isso seja sustentável ao ponto de você conseguir sobreviver de forma adequada sem depender de ninguém.

Feito isso, podemos avaliar como determinada peça ou fonte de informação ajuda a pensar e melhorar a minha capacidade de resolver o meu problema relevante.

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Assim, eu tenho coisas fundamentais para balizar e colocar uma cerca divisória naquilo que eu preciso consumir de informação:

  • a – ajuda a entender o meu problema relevante?
  • b- ajuda a ter uma melhor prática do meu problema relevante?

Note que não é necessário saber tudo, nem entender tudo, nem ser o especialistas de tudo, basta apenas se informar/conhecer para que possa ver e trabalhar melhor o problema relevante que você escolheu para minimizar sofrimento.

E a medição final sempre será: você está conseguindo reduzir o sofrimento do seu cliente/público preferencial?

As pessoas se perdem muito em estabelecer um limite até onde devem conhecer, pois ficam se comparando com outras pessoas, muitas delas que se dedicam profundamente a um dado assunto, mas não necessariamente está envolvido em um problema relevante.

São o que podemos chamar de “enciclopédias ambulantes” sabem muito sobre algo, mas não conseguem ajudar a mudar muita coisa no mundo. São falsas-autoridades que usam o conhecimento que têm não para reduzir o sofrimento dos outros e aprender com a vida, mas usá-lo como uma “arma” para manter seu posto de autoridade. Rejeite-as sem perdão.

O projeto significativo foge desse saber, a meu ver autoritário e ineficaz, para colocar a informação e o conhecimento a serviço da redução de sofrimento, que passa a ser um parâmetro ético e palpável para medir o quanto devemos nos aprofundar em cada tema.

O objetivo, por fim, é melhorar a nossa capacidade de pensar e atuar e isso pode ser medido na sua prática do dia-a-dia, a partir dos resultados que você pode aferir com seu cliente/público alvo. É isso que importa e nada mais. Você ter a satisfação de estar atendendo cada vez melhor aqueles que escolheu reduzir o sofrimento. Essa é a medida de um consumo de informação significativo!!!

Ou seja, a referência não é nenhuma autoridade que sabe tudo e quer que você a respeite pela quantidade de informação, mas a capacidade de cada um em se envolver em um dado problema relevante e se colocar como um eterno aprendiz para a cada passo aprender mais e mais, de forma eficaz, a minimizar um dado problema e o retorno que o seu cliente/público tem do seu trabalho.

O resto é fumaça e artificialidade.

Que dizes?

 

Versão 1.0 – 07/07/13

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De maneira geral, em minhas aulas os meus alunos vêm assisti-las para melhorar a sua vida profissional e procurar aplicações dos aprendizados no modelo produtivo de sua organização.

Constato que a maioria não tem projetos de vida, mas projetos profissionais para garantir a sobrevivência, que, por uma questão de pouca reflexão, confundimos com projeto de vida.

E há que se fazer uma diferença.

  • Um projeto profissional de sobrevivência – é aquele que nossa espécie é obrigada a percorrer para criar uma independência financeira de outras pessoas. É válido, mas não precisa ser o fim em si mesmo; 
  • Um projeto de vida – é aquele que nossa espécie necessariamente NÃO é obrigada a percorrer, mas é a que nos pode dar uma vida mais plena e significativa. E pode significar deixarmos algo melhor para quem vem depois – reduzindo um pouco o vazio existencial que todos sentimentos e sempre sentiremos.

O ideal – e talvez seja essa a busca humana – é aliar o projeto de sobrevivência ao de vida mais significativa. O problema que um acaba separado do outro, muitas vezes pelo de vida não existir – e acabamos levando uma vida profissional alienada e sem conceito.

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Nesse momento estamos sem uma filosofia, sem um norte, sem um conceito fundamental para definir as nossas escolhas e o dia-a-dia do nosso trabalho. Somos reativos e não proativos. Fatores externos como nosso chefe, o chefe do chefe, o salário, nossos avós, meu pai que nunca isso ou aquilo e vamos enchendo nossa mala de desculpas para fugir da responsabilidade de ser.

Mas o que seria o projeto mais significativo?

Existem variantes e não quero aqui estabelecer regras, pois existem diferentes temperamentos, situações, contextos, porém no que tenho refletido sobre o tema acredito que um projeto significativo é conseguir aumentar as taxas de alinhamento da sua melhor capacidade de servir a dado um problema relevante na sociedade que reduz sofrimento de outras pessoas.

Isso necessariamente pode ser feito no seu trabalho de hoje, de agora, pois todo serviço deve gerar valor para alguém, um determinado cliente, que se for melhor atendido, independente a sua insatisfação ou problemas como o seu chefe terá o seu sofrimento reduzido.

Ou seja, não é algo do outro mundo em outro planeta, mas no aqui e no agora.

Assim, a prática de servir para reduzir sofrimento não precisa esperar o paraíso, mas pode esbarrar nos limites da organização em que você trabalha que pode ser uma geradora de sofrimento ou simplesmente uma ignoradora do sofrimento alheio.

E, obviamente, podem haver lugares ou funções, ou mesmo a criação da sua própria empresa, organização não governamental,  em que você poderá aumentar a sua taxa de servir para reduzir sofrimento, o que te levará a uma vida ainda mais significativa, desde que haja um equilíbrio nesse processo com a capacidade de continuar gerando recursos para sobreviver – e isso é algo que vai exigir sabedoria (note que aqui neste link eu faço a distinção entre impotência e onipotência na escolha do problema significativo.)

E aí estabelece-se um conceito, uma filosofia de vida.

Tudo que eu farei, no curto, médio e longo prazo será balizado pela melhoria da percepção e aprimoramento da visão do problema relevante escolhido e como ele pode ser melhor minimizado a cada fase do processo.

É como se fosse um teleférico que fica acima de todas as intempéries, autoridades, no qual eu procuro olhar nos momentos de dúvida.

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As escolhas passam a ser conceituais, pois há que se avaliar o ganho financeiro e mais o seu papel como redutor de sofrimento. Não é um ou outro, mas a tentativa de um e outro.

E a prática que se estabelece é de aprendizado contínuo para ver como você pode aprimorar a sua atividade para compreender melhor o problema e atuar sobre ele.

Tal escolha define muito a questão do consumo da informação e conhecimento para exercer essa função, que falarei em outro post.

Versão 1.0 – 05/08/13

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Outro dia me convidaram para falar sobre os protestos do Brasil, via Skype.

Aceitei, pois era uma debate aberto, gratuito e com objetivo de aprofundar a questão.

Porém, ao detalhar com os organizadores me falaram que eu tinha de 5 a 7 minutos para falar.

Declinei do convite, pois não consigo apresentar a minha teoria sobre o tema em espaço tão curto e não acho que é possível discutir problemas complexos como este em tão pouco tempo.

Há uma incompatibilidade entre a complexidade do tema e a topologia/plasticidade da concepção do encontro, vou tentar explicar isso neste texto.

Este post, aliás, servirá como referência para todas as negativas que vou dar daqui por diante para esse tipo de debate. Vejamos, então.

Existem dois tipos de problemas:

  • Os mais simples e conhecidos – que todos podem opinar, a partir de sua vivência e experiência, que há uma maior horizontalidade social, pois há mais especialistas com algo a acrescentar. Aqui a sensação é muito importante, pois é algo que se domina;
  • E os problemas complexos – novos e profundos, que exigem uma dedicação maior para se debruçar sobre ele. que há uma maior verticalidade social, pois há menos especialistas com algo a acrescentar. Aqui é preciso um trabalho de maior racionalidade, pesquisa, pois é algo que está se entrando agora.

A discussão de ter ou não ter roleta no ônibus exemplifica o primeiro.

Uma pandemia  nova ou a chegada da Internet caracterizam o segundo.

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Assim, é um equívoco considerar que um debate sobre temas complexos pode ser organizado, tanto no perfil dos participantes, bem como do tempo de cada um, igual ao mesmo molde de debates que discutem questões menos complexas. 

Um será mais bem aproveitado se for mais vertical, tendo na mesa especialistas com tempo iguais de discussão sobre o tema e outro mais horizontal, com uma roda de conversa mais clara, dispensando praticamente especialistas.

Não quer dizer que vai ser totalmente um nem totalmente outro, mas vai variar conforme os desníveis.

A topologia/plasticidade dos encontros mais ou menos verticais vai depender do grau de novidade e tempo de reflexão que cada pessoa tem sobre o assunto. Em um tema complexo e novo é importante que as pessoas que tenham mais experiência acumulada e uma visão nova sobre o tema tenha mais tempo, pois vai ser mais eficaz para o coletivo a sua intervenção.

Ou seja, a topologia de rede, ou sua plasticidade, não pode ser uma ideologia fechada e dogmática, mas a cada momento variar conforme a experiência dos presentes no encontro ou na rede que está sendo montada.

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Em temas mais simples e conhecidos, no qual não há diferença entre a percepção do problema, será mais eficaz se houver horizontalidade.

  • – Em menos tempo possível;
  • – De forma mais clara possível;
  • – Quem tenha mais experiência acumulada sobre um dado problema;
  • – Possa compartilhar com os outros a sua experiência. 

O que tem mais experiência acumulada pode, assim:

  • Resumir o que vários outros já pensaram;
  • Compartilhar seus sentimentos e amadurecimentos;
  • E trazer algo mais adiante em termos daquela questão do que os demais.

Obviamente, que não estamos falando de assuntos, mas de problemas.

E estamos partindo do princípio de que estamos falando de abordagens abertas e não dogmáticas, a partir da troca e da complementaridade de quem discutiu menos de quem discutiu mais, com um ganho de vivência para ambos os lados.

Imaginei até que em um futuro próximo alguém que vai falar teria um tempo específico e a platéia poderia ter uma ferramenta que lhe daria mais tempo, se achasse que o que ele está dizendo está agregando, através de um algoritmo online que alteraria o tempo do relógio em frente ao que fala.

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Ou seja, longe de mim defender autoridades vazias, mas não podemos cair para o modelo inverso, no qual não há mais autoridades, elas vão existir mais desde que tenham algo a acrescentar na rede que participam e continuarão a ter mais tempo, até que a horizontalidade se restabeleça pelo movimento da rede e não por uma topologia/plasticidade artificial.

Os encontros para debater qualquer tema não pode ser rígido, pois a plasticidade do encontro pede modelos diferentes, conforme as pessoas que vão falar e ouvir. Ou seja, uma topologia/plasticidade é artificial toda vez que não atende à demanda de quem participa, seja em que formato for, mais horizontal ou vertical.

Por aí…

Que dizes?

Versão 1.0 – 05.08.13

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Bom, o último elemento para analisarmos a evolução humana das tecnologias cognitivas – plasticidade cerebral – estruturas de poder é a demografia.

Aqui vamos trabalhar com elementos de macro-fenômenos.

A nossa espécie, diferente de todas as outras, é a única que pode crescer sem limites, pois é capaz de inventar tecnologias para superar os novos paradigmas que o crescimento exige, como descrevi no meu livro “Gestão 3.0“.

O problema do nosso crescimento é de que vamos precisar sofisticar o modelo social, político e econômico em primeira instância para lidar com mais complexidade.

O que estamos dizendo aqui é a hipótese de que para criar esse novo modelo é preciso alterar, pela ordem:

  • – a tecnologia cognitiva, criando um descontrole de ideias;
  • – que nos leva  a uma nova plasticidade cerebral;
  • – que nos leva a reconstrução do modelo de sociedade, que vai se adaptar ao novo modelo cerebral criado.

A mutação na plasticidade cerebral se impõe como uma necessidade para superar a limitação da demografia anterior.

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Daí vem a sugestão que fiz no livro da passagem das matilhas pequenas, para maiores e agora para o modelo das formigas.

A plasticidade 3.0 que estamos construindo agora é mais próxima das formigas, que nos leva a um novo modelo de representação social, na qual o antigo modelo de verdade/realidade e representação mais rígido e mais fixo, vai dar lugar a esse novo mais capaz de lidar com a complexidade de 7 bilhões de habitantes. A aceitação dessa nossa migração e mutação genética da plasticidade cerebral, a meu ver, é a nossa rendição à nossa condição animal e a macro-movimentos da espécie.

Esta teoria é a base inicial, ainda nas fraldas, para começar a entender o fenômeno que temos pela frente, como os protestos brasileiros em jungo de 2013, e nos leva a um novo campo de estudo bastante promissor, que vai colocar de ponta cabeça a ciência humana.

Não, não fui eu que comecei com isso, foi o Levy, eu apenas estou aprofundando.

Tal visão vai nos levar a Governança 3.0, que é o que estamos experimentando a partir de agora.

Ou seja, há uma relação entre:

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Quando aumenta a demografia, há uma pressão por novas tecnologias cognitivas, plasticidade cerebral, novos conceitos de verdade/representação, que estruturam uma nova Governança da espécie.

Estranho né, mas me parece coerente.

Veja a filosofia de migração no próximo post.

Que dizes?

 

Versão 1.0 – 05.08.13

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Podemos observar que o uso continuado pelas novas gerações no mundo todo e no Brasil em particular, que é onde tenho acompanhado mais de perto, provoca uma mudança na plasticidade da mídia e depois do cérebro e no modelo de aceitação da representação/organizações/verdades vigentes.

O modelo da plasticidade cerebral 2.0, que podemos balizar da chegada da prensa, em 1450, passando pela mídia de massa, criou um critério de reforço da realidade/verdade específico.

AUTORIDADE PRODUZ – EU CONSUMO – ATRAVÉS DAS AUTORIDADES DE PLANTÃO.

  • – é relevante quem é uma autoridade de uma da organização;
  • – são poucos os canais alternativos de relevância;
  • – desconfie daquilo que não vem das autoridades;
  • – o modelo é vertical, individual;
  • – eu recebo e alguém transmite.

Há uma verticalidade e uma separação de construção da representação/realidade entre a sociedade, que se isola ao receber a mensagem “da verdade”.

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A plástica do cérebro se adapta a esse modelo, com algumas mudanças pontuais, a partir da consciência e da contra-informação que é construída a muito custo, que provoca rebeliões e algumas revoluções pelo caminho contra o modelo, mas a plástica da mídia e do cérebro ficam intocáveis.

Porém, não há nesse caminho desde a chegada da nova plástica cerebral 2.0 alterações substanciais no cérebro da humanidade.

O uso continuado das ferramentas de mídia social, apenas o uso, nada mais, independente daquilo que circula, foi criando uma nova plasticidade cerebral, que vai se aproximando à plasticidade da nova mídia mais horizontal.

Note que se modifica:

  • – é relevante quem tem algo para dizer e não a autoridade de uma da organização;
  • – são muitos os canais alternativos de relevância;
  • – desconfie daquilo que vem das autoridades, pois agora eu posso a cada informação ter uma ação diante dela: curtir, estrelar, compartilhar, comentar;
  • – o modelo é mais horizontal e mais coletivo;
  • – eu recebo/transmito.

A nova plástica cerebral 3.0, assim, não é fruto de uma conscientização diante do poder, no estilo clássico, mas uma não diagnosticada até aqui mutação cerebral que desarticula o padrão da plástica anterior, na qual estava estruturado o controle social das autoridades e das organizações de plantão.

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Ou seja, o atual modelo das organizações não é compatível com a nova plástica cerebral dos jovens, assim como o modelo da monarquia não o foi quando os jovens passaram a ler livros e ter uma relação diferente com a informação circulante no fim da Idade Média.

O que se modifica é a plasticidade cerebral, que exige um outro modelo de organização social compatível com essa nova plástica.

Podemos, se isso se consolidar com pesquisas de campo mais adiante, afirmar que a história humana pode ser completamente reescrita a partir das mudanças das tecnologias cognitivas, como sugere Pierre Lévy.

O que eu acrescento é que estas mudanças são fruto da modificação da plástica cerebral, que estabelece uma nova demanda social, que nos levou à Revolução Francesa e ao modelo social, político e econômico. E nos fará reinventar a atual sociedade.

Em outras palavras, o que estamos dizendo aqui que antes de qualquer coisa o ser humano vai mudando a sua plástica cerebral, compatível com as tecnologias cognitivas de plantão e depois vai procurando ajustar a sociedade a esse novo modelo cerebral e não o contrário.

O elemento que complementa tal cenário é o aumento da população, que vamos falar no outro post.

Versão 1.0 – 05.08.13

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Vamos supor que vivemos com dois estímulos cerebrais.

Interessa/representa – Não interessa/Não representa.

  • Interessa/representa – tudo aquilo que eu considero relevante, o que me leva a supor também que eu considero, respeito, paro para ouvir e pensar;
  • Não interessa/representa – tudo aquilo que eu considero irrelevante, o que me leva a supor também que eu não considero, não respeito, não paro para ouvir e pensar.

Um mendigo na rua, de maneira geral, não me interessa, pois é inofensivo (não estou aqui colocando juízo de valor, apenas mostrando como as coisas funcionam);

Um guarda que está revistando pessoas ou um cidadão suspeito que vem em minha direção com a mão na cintura vai me chamar a minha atenção, vai me interessar.

O mesmo vale para quem eu presto mais atenção e menos atenção.

O cérebro estabelece assim critérios daquilo que interessa e não interessa, representa e não representa. Este modelo é mediado pelas tecnologias cognitivas e sua plasticidade. A plasticidade externa define a plasticidade interna e vice-versa.

Acredito que se estudarmos mais a fundo esse processo vamos ver que há, ao longo do tempo de uso de um dado ambiente cognitivo, pela repetição, uma perda da espontaneidade do cérebro, que vai se habituando a escutar, respeitar e prestar atenção a determinadas autoridades e os que elas transmitem, em função do controle da plasticidade da mídia que é similar à plasticidade do cérebro.

Uma pessoa que diz algo no meio da rua, não será levada a sério da mesma maneira se ela disser a mesma coisa na televisão, pois nos habituamos a saber que, geralmente, o que se diz na rua não deve chamar a atenção e o que se diz na televisão.

É o vício do uso da mesma plástica, que determinou o modelo interno e externo.

Assim, a plasticidade cerebral passa a se adaptar e se condicionar a um modelo de representação da verdade/realidade, que é moldada pelo ambiente cognitivo.

plasticidade2Nosso cérebro se acostuma com um modelo de chamada de atenção e neste modelo preguiçoso e viciado ao longo do tempo as autoridades e as organizações estabelecem seu critério de verdade/realidade e criam o respeito/confiança nas autoridades/organizações de plantão.

A verdade/realidade é moldada pela plasticidade da mídia.

Porém, ela muda e muda também a do cérebro, criando uma ruptura social, proveniente do fenômeno da chegada de uma nova tecnologia cognitiva, que descontrola as ideias e, em última instância, a plasticidade cerebral.

Tal modelo interessa/representa, no qual toda a sociedade passa a ser estruturada se modifica completamente quando vivemos uma ruptura do ambiente cognitivo, pois o uso das novas tecnologias, antes de qualquer coisa, mudam a plasticidade do cérebro, promovendo uma mutação cerebral, o que nos leva a uma ruptura plástica com a estrutura de poder vigente.

Que é o que vamos ver no próximo post.

 

 

Versão 1.0 – 05.08.13

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O que podemos afirmar é que a estrutura de poder da sociedade se estabelece dentro de uma plasticidade cerebral tecnológica específica. Ou seja, nossa espécie tem um modelo cerebral que é condicionado pelas tecnologias cognitivas de plantão.

Ao longo do tempo no mesmo ambiente cognitivo, as relações vão se estabelecendo e sendo estabelecidas dentro dessa plasticidade cerebral. O cérebro se molda e cria seu parâmetro de realidade/verdade, no qual as organizações e as autoridades de plantão passam a dominar e controlar a sociedade.

Ou seja, é um modelo em que há uma compatibilidade entre o modelo da organização externa e a plástica cerebral interna, diante da adaptação do cérebro no consumo da informação/conhecimento, que é modelado pelas tecnologias cognitivas disponíveis.

Assim, sob este ponto de vista o controle social é exercido sobre uma determinada estrutura plástica cerebral-tecnológica, que se estabelece em um dado ambiente cognitivo, que pode ser alterado.

As tecnologias cognitivas, como vemos na história, não são estática, mudam.

E se assim acontecem, elas criam mutações cognitivas, principalmente aquelas que alteram o controle das ideias, pois estabelecem aos poucos uma nova plasticidade cerebral.

Todo o modelo de controle social que foi exercido sobre os humanos pré-mutação não tem o mesmo efeito de controle da verdade/realidade/autoridade sobre aqueles que já tem uma outra plasticidade cerebral, que é adquirida pela nova plataforma.

O que estamos dizendo é que o modelo de controle sobre a verdade/realidade é mutante e varia, conforme o ambiente cognitivo, que ao ser alterado muda primeira a plástica cerebral e depois, já alterada, vai procurar mudar a sociedade para que ela possa ser igual ao que se mudou dentro de cada um.

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Ou seja, quando um jovem sai à rua do Brasil e diz que a autoridade e a organização não lhe representam, o que o cérebro dele está dizendo é:

“A minha plasticidade cerebral já tem outra configuração e o modelo de controle social que você exerce, do qual você controla os outros, não me controla mais”.

Assim, temos diante de nós um novo paradigma que nos vai obrigar a rever todo o passado e a compreensão de como as mudanças históricas ocorreram e a relação destas com a mudança das plasticidades cerebrais.

Para detalharmos isso, é preciso desenvolver um pouco mais a relação plasticidade x controle x aceitação das autoridades.

Que veremos no próximo post.

Versão 1.0 – 05.08.13

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Uma das principais descobertas da neurociência, nova ciência baseada nas descobertas sobre nosso cérebro, em função de novas máquinas de medição e pensadores, é de que ele não é estático, ou dividido apenas em dois lados.

O cérebro é uma rede mutante e se adapta ao ambiente e também as tecnologias que usa.

Ou seja, o cérebro de quem dirige um carro é diferente daquele que NÃO dirige que tem que “incoporar” o automóvel a ele. Há uma plasticidade mutante do nosso cérebro, que faz com que nos adaptemos as novidades tecnológicas.

Portanto, o cérebro é tão mutante, quanto as tecnologias cognitivas e aí temos um grande campo de estudo para pensarmos a relação da verdade/realidade na sociedade.

Note que como vimos nos últimos posts (aqui e aqui) de que a relação de poder e de representação das autoridades se estabelece, a partir da verdade/realidade dominante e esta a partir do ambiente cognitivo de plantão, regido pelas tecnologias cognitivas.

Ao se mudar as tecnologias cognitivas podemos supor que o cérebro se altera, muda a sua plasticidade para “incoporar” o novo modelo, assim temos:

plasticidadeNote que a realidade/verdade é dependente das tecnologias cognitivas e estas dependentes da plasticidade cerebral que se estabelece. Podemos dizer assim que quando mudamos as tecnologias cognitivas, alteramos nossa plasticidade cerebral e, por sua vez, podemos questionar, a partir daí a verdade/realidade.

É uma comprovação da ideia de McLuhan que afirmava que o meio é a mensagem.

Ou seja, não importa o canal que você assiste a televisão (modernizando o discurso dele) está mudando a plasticidade de seu cérebro.

O que nos leva a pensar sobre um novo paradigma de que o sistema de poder é relacionado a uma determinada plasticidade cerebral.

Isso vamos ver no próximo post.

 

 

Versão 1.1 – 07.08.13

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Como vimos no post passado, a verdade é resultado de vários fatores históricos e contextuais e, principalmente, o poder que as organizações de plantão de cada sociedade em estabelecer a sua verdade hegemônica, o que não quer dizer que não haja as periféricas com mais ou menos repercussão, conforme a conjuntura social, política e econômica.

Quanto mais satisfeito estiver o conjunto da população, menos haverá espaço para a contra-informação e vice-versa. Porém, quando temos mudança nas tecnologias cognitivas e estas alterações mudam o modelo de controle das ideias, há uma sequência de fatores encadeados, que modifica bastante a sociedade.

A filosofia do século XXI, a meu ver, deve e vai se debruçar sobre os efeitos das mudanças das tecnologias cognitivas e das descobertas da neurociência sobre a relação ser humano/sociedade-verdade/realidade.

Podemos dizer, assim, seguindo a trilha dos filósofos do século passado, em admitir que se cria um ambiente em tensão da verdade e da realidade nas sociedades e estes são passados através dos meios de comunicação que está disponíveis.

Assim, admite-se de que há uma relação de poder que estabelece verdades hegemônicas dentro de um dado ambiente cognitivo, que estabelece um fluxo das verdades/realidades de uma determinada maneira, tal como foi:

  • o ambiente oral – verdade/realidade transmitida pela oralidade;
  • o ambiente escrito – verdade/realidade transmitida pela palavra escrita;
  • o ambiente midiático – verdade/realidade transmitida pelo rádio e TV;
  • o ambiente digital – verdade/realidade transmitida pelas ferramentas digitais.

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Assim, a relação de poder das organizações em estabelecer as verdades/realidades hegemônicas está condicionada TAMBÉM pelas tecnologias cognitivas e as relações de poder que se estabelecem são feitas e moldadas a partir desse ambiente.

Pode-se supor, e isso tem lógica, que se muda o ambiente cognitivo e se estabelece uma nova forma de controle das ideias na sociedade, muda-se, por sua vez, algumas coisas na relação verdade/realidade dentro da sociedade.

Ou seja, incorpora-se mais um elemento condicionador na relação sociedade/humano – verdade/realidade além dos já existentes até aqui: história, linguagem, relações de poder.

E isso vai nos levar a chamar a neurociência para ajudar, que veremos no próximo post.

 

 Versão 1.1 – 07.08.13

(Sugiro ler o meu novo livro “Gestão 3.0”, pois este e-book é desdobramento daquelas descobertas/criações.)

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O que é a verdade?

Eis a questão que tem atormentado cada filósofo e cada ser humano ao longo da curta história do ser humano na antiga terra.

Podemos dizer que o conceito de realidade palpável e concreta, um muro, do qual vamos nos aproximando é falsa e argumentar contra ele não é tão difícil, basta algum tempo de reflexão.

(Tal visão não é a regra dos meus alunos em sala de aula, que vêm a realidade como algo bastante sólido e existente, fruto da intoxicação que a ditadura cognitiva nos legou.)

A verdade/realidade é histórica, contextual e depende de um conjunto de fatores.

Os principais, a meu ver, são:

  • – as ferramentas que temos para medir e aferir dados para que possamos nos aproximar e derrubar falsas-verdades;
  • – e o surgimento de mentes brilhantes, desconfiadas, associativas, que são capazes de criar novas relações entre fatos até antes não articulados.

É alguma coisa entre o que é possível medir e a nossa percepção, a partir de determinados contextos, grupos, locais, tempos, pressões. A verdade/realidade, portanto, é contextual.

Além disso, a verdade é uma “faca de dois legumes”, pois ao mesmo tempo que precisamos dela para tomar decisões, mesmo que sejam provisórias, elas acabam por nos viciar e criar falsas-verdades nos levando a erros e a crises.

É preciso acreditar, não acreditando, mas isso nem sempre é possível, como veremos.

A leva de filósofos da última metade do século passado nos trouxe outros elementos sobre a verdade, tal como Sartre, Bourdier e Foucalt, principalmente.

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Para eles, a verdade/realidade sempre será aquela que as organizações de plantão/poder estabelecem, pois toda organização tem um sonho imperial, de querer se manter na posição que chegou. Obviamente, que há graduações nisso para mais e para menos, dependendo de uma série de fatores, mas podemos dizer que o sonho imperial é o sonho de todos que conseguem algum tipo de autoridade social, seja o indivíduo ou o grupo.

Há uma luta surda entre diversas verdades, mas, como talvez inspirados em Marx, a verdade será aquela que quem controla os meios circulantes de ideia defender como verdade – será uma verdade mais acreditada por mais gente por mais tempo.

Gosto mais de trabalhar com taxas para sair dessa visão do preto e branco.

Ou seja, se colocarmos um termômetro para medir as grandes verdades de uma dada sociedade, aquelas que as pessoas não questionam tanto, veremos que elas são as que as principais organizações defendem ao longo do tempo e de forma sistemática, sendo hegemônica de forma distintas nos grupos.

Assim, o discurso das organizações que se estabelecem passa a ser o que a sociedade vai escutar, repetir e incorporar como se fosse a sua própria verdade.

Assim, a verdade/realidade é aquela que as organizações de plantão definem o que é a realidade, obviamente dentro de uma tensão constante, tendo como elemento principal, portanto, a linguagem e os meios de disseminação das ideais por onde elas trafegam, tais como as tecnologias cognitivas que atuam por sobre uma dada plástica cerebral. 

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O conceito de verdade/realidade é assim:

  • – dependente e relacionado com o modelo e a eficácia do controle de ideias exercido na sociedade;
  • – do tempo em que o mesmo tipo de controle é exercido;
  • – com a distância entre o que é dito e o que é feito para reduzir a taxa de sofrimento humano, ou o que podemos chamar de “taxa de hipocrisia”;
  • Das tecnologias cognitivas existentes;
  • E com a plástica cerebral hegemônica em uma dada época, moldada pelas tecnologias cognitivas.

 Podemos dizer, assim, que quanto maior for a taxa de controle/concentração das ideias pelas organizações, mais as pessoas vão ficando “adormecidas” em questionar a verdade, criando uma preocupante transparência entre a visão dominante e a sua possibilidade de questionar a mesma.

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A novidade que temos descoberto é que  o controle de ideias varia conforme as tecnologias cognitivas disponíveis a plástica cerebral que criam.

Um mundo sem Internet, portanto, é um e com ela é outro, pois as tecnologias cognitivas que demoram muito para variar, trazem com elas uma mudança do modelo da circulação das ideias na sociedade e alteram a plástica cerebral, criando um novo modelo de membro da espécie que não aceitará o mesmo modelo de controle/representação anterior.

E como a circulação das ideias são atividades diárias humanas alteram como o tempo a plasticidade cerebral, sobre a qual se aprende a exercer o controle. A plástica cerebral, assim, é responsável por algumas atividades:

  • – definir quem é e quem não é autoridade respeitável;
  • – e passar a confiar nessas autoridades para tomar decisões.

Assim, se mudam as tecnologias cognitivas, mudam, pela ordem:

  • – a plástica cerebral;
  • – e depois: a forma de se estabelecer autoridades;
  • – e depois o critério das verdades;
  • – e depois o modelo das organizações, que são moldadas pelos três fatores anteriores articulados.

Podemos dizer mais: toda a estrutura das organizações sociais se baseia no respeito/aceitação/manutenção das autoridades de plantão que gerenciam as organizações,que criam verdades e o respeito da sociedade baseado em uma dada plástica cerebral.

Mudou a tecnologia cognitiva, muda a plástica cerebral, muda o modelo de autoridade que será respeitado, muda a sociedade ao longo do tempo!

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Ou seja, aceitamos uma dada verdade/realidade das autoridades de plantão, que estão inseridas dentro de um ambiente cognitivo, que é determinado pelas tecnologias cognitivas disponíveis,m que acabam por criar uma plasticidade cerebral, que é compatível com esse modelo. Quando mudamos essas tecnologias, há um rearranjo do modelo cerebral e por sua vez da eficácia de controle social, que vamos ver no próximo post.

 

Versão 04/08/2013

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Gosto muito da ideia de Heidegger de que o ser humano é apenas um projeto humano.

Apenas uma promessa em aberto.

O que fará dele mais ele ou menos ele é o seu esforço, o que vai contra radicalmente a filosofia do Zeca Pagodinho, de que é a vida que vai nos levar.

Do ponto de vistar Heideggeriano, o que seremos depende do nosso esforço em assumir as rédeas de nosso projeto, apesar de tudo, de todos.

A vida que nos leva é o modelo conservador das organizações que nos comanda.

A base para que entremos nesse projeto de vida é sair das desculpas. não sou o que poderia ser, pois minha mãe isso, meu pai aquilo, meu chefe aquilo outro, a Dilma não me permite, o país é uma M, sou brasileiro sem muito orgulho.

A base da filosofia em Heidegger é que precisamos nos ver como doentes terminais o mundo, sem precisar um exame positivo de câncer agudo no pâncreas para isso.

Ser humano precisa – apesar de tudo que está nos impedindo de ser –  lutar para ser.

Na aba de Heidegger, Sartre e depois Foucalt procuram mostrar que o ser não o é, pois não querem que ele seja. Há interesse do modelo das organizações vigentes em cada sociedade em impedir que o ser, seja. E todos acabam se acomodando em uma zona de conforto, que vai nos levando a sucessivas crises.

Assim, esquece-se  da morte que nos cerca. Lembrar da morte, por outro lado, é algo que nos leva para uma atitude mais desenvergonhada, despudorada, assumidora de algo provisório que temos pela frente e nos tira do comodismo da falsa-eternidade.

Tal sentimento nos tira da caminha parecida com aquele óvulo de Matrix para que acreditemos que aquilo que eu sou é aquilo que eu gostaria de ser, ou poderia ser.

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Há, assim, em toda sociedade humana uma transparência dos interesses das organizações de plantão dentro dos projetos individuais, uma subjetivação do sujeito, tornando-o uma peça da engrenagem e não um agente da história.

Eu quero ser aquilo, sem refletir, que alguém projetou que eu deveria querer que eu fosse, através de uma repetição subliminar de interesses circulantes nos canais difusores de ideias.

Cria-se uma invisibilidade do outro em mim, uma transparência do desejo de quem está no posto da autoridade para que eu aceite a condição de deixar a vida me levar.

Não falo do atual poder destas organizações capitalistas ou de qualquer sistema político ou econômico, mas de todos os poderes que se estabelecem continuam, que precisam impedir a inovação, com receio de perder o seu espaço de autoridade, tornando a sociedade decadente e obsoleta. Ou seja, não se pode pensar em inovação, de fato, sem chegar a Heidegger.

Assim, para que isso seja possível cria-se um conjunto de forças invisíveis para que o meu projeto autônomo de humano se inviabilize, dentro de mim e fora de mim.

Em mim há uma auto-invalidação de que eu não posso ser diferente de todos os demais, pois não tenho capacidade para isso, já que sou igual a todos e não diferente.

Qualquer diferença será vista por mim por algo arriscado. Há uma vergonha tóxica que eu bebi ao longo de toda a minha vida que impede que eu procure a autoria dos meus pensamentos e sentimentos.

Não devo estar pensando ou sentindo o que sinto, pois eu não quero estar só.

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A solidão é vista como algo assustador.

Prefiro não ser do que ser sozinho.

Nascemos sozinhos e morreremos sozinhos, mas não queremos pensar/sentir isso.

Do outro, vem a inviabilização de forma velada e explícita.

Velada nos comentários dos que nos cercam que alertam – de algum modo bem sutil – de que é melhor seguir o fluxo, pois é algo mais seguro. Pode notar que todos que procuram um caminho mais seguro não lidam ou não refletem sobre a finitude da vida.

(O sistema de inviabilização nos cerca por todos os lados, não acredite que é a televisão ou alguém de fora que te inviabiliza, ele está do seu lado, todos os dias, incluindo a sua cara no espelho.)

Se somos eternos para que pressa?

Por outro lado, de forma explícita há um estabelecimento de estabelecimentos estabelecidos (assim mesmo de forma repetida) das autoridades de plantão, que, conforme o ambiente cognitivo, social, político e econômico conseguem fazer de seu posto o sonho de todas as autoridades de todos os séculos: ser algo imperial.

Há a tentativa de se voltar ao tempo dos imperadores, com direito de sangue especial e divino para que ele  possa ser autor da vida dele e condicionar a sua para que seja apenas uma engrenagem.

Eles são as autor-idades que vão carimbar o seu projeto de vida, a partir dos interesses deles, que geralmente são cada vez mais individuais (para manter o poder imperial) do que coletivos.

São eles que vão autorizar se seus sentimentos e pensamentos são dignos de serem multiplicados, através de filtros em todas as organizações. É um confessionário pós-moderno, no qual você vai aprovar a sua proposta de trabalho, sua tese de mestrado, se suas ideias podem entrar em circulação nos canais formais da sociedade.

Isso funciona em todas as organizações que têm poder de mídia.

Você precisa ser carimbado e, para isso, vai procurando se adaptar (e abrindo mão daquilo que traz de novo) para ser o papel que possa receber o ok.

Qualquer sociedade que se estabelece ao longo do tempo cria um modelo daquilo que é o “politicamente verdade” e que deve ser expandido e aquilo que é “politicamente mentira” e dever ser questionado, inviabilizando o ser de ser, tanto do ponto de vista afetivo/cognitivo (quem é você para tal arrogância?), bem como no econômico, pois haverá boicote a projetos alternativos de vida que não sejam as que interessem as autoridades de plantão.

Está em jogo o poder imperial (Foucalt chama de poder pastoral – dos pastores sobre as ovelhas).

De quando em vez, vejo expressões do tipo “fulano leu mal ciclano”, “fulano que não sabe tanto”, “fulano que não deveria”, “fulano que não tem consistência”. E aí entramos um pouco em  Deleuze que defende a ideia de que cada um tem na sua frente um problema que necessita problematizar.

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Deleuze

E é este problema fundador, a partir de critérios de cada uma de sua atuação (filosofia, ciência ou arte) que deve procurar ter seu espaço para criar e inventar novos conceitos.

Fazer ciência é criar, filosofar é criar e fazer arte é criar e nunca descobrir.

O principal inimigo reside no ponto de partida: nós mesmos para que não aceitamos passivamente a vida que querem que levemos num pagode sem fim.Há que nos vermos como seres mortais e colocar a emergência de sermos algo a mais, a despeito dos contextos que nos colocaram.

É isso,

Que dizes?

Versão 1.0 – 02/08/2013

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Filo – amor / Sofia – sabedoria.

Filosofia = amor à sabedoria.

Sabedoria, conforme sugere Aristóteles: agir da maneira acertada ou adequada.

Mas adequada para quem?

Assim, seria amar as atitudes adequadas, procurar as atitudes adequadas diante de atitudes inadequadas.

Ou seja, filosofar é procurar pensar e agir de forma adequada de acordo com alguns princípios definidos por aquele que filosofa – que deve amar tudo aquilo que é adequado, evitando o inadequado.

É algo aberto e não fechado, pois quem define os princípios é aquele que filosofa, a partir da sua consciência.

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Gosto da oração da serenidade, que é mais conhecida por ser utilizada pelos grupos dos anônimos em todo o mundo, que tem origem indefinida, veja detalhes aqui:

Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos, e sabedoria para distinguir umas das outras.

Note que o Senhor pode ser substituído por “meus botões”, “minha consciência” por “eu” e teríamos:

O individuo – que eu tenha a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras.

A sociedade – que nós tenhamos a serenidade necessária para aceitarmos as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.

Atribui-se essa proposta filosófica (que é muito mais do que uma oração) a corrente denominada “Cristianismo Prático”. E é interessante, pois está contido nessa visão uma síntese e superação difícil entre teologia (verdade que vem de Deus) e  racionalismo (verdade que vem da razão), um duelo filosófico ao longo de toda a Filosofia Moderna (a partir de 1450) se estendendo aos pós modernos (até os dias de hoje), pois procura um equilíbrio entre a impotência e a onipotência da existência humana.

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  • Ao saber que existe coisas que talvez não se possa modificar, coloca o ser humano em um contexto histórico, com suas limitações e condicionamentos, que os filósofos onipotentes preferem omitir. Ex. racionalistas, ideólogos dogmáticos da mudança;
  • Ao saber que existe coisas que se pode modificar, coloca-se o ser humano em um contexto histórico, com suas potências, liberdade e livre-arbítrio, que os filósofos da impotência acabam por restringir. Ex. Teológos, ideólogos dogmáticos da consevação.

O interessante é que na comparação entre impotência e onipotência, pede-se sabedoria, ou seja, filosofia, amor à sabedoria para perceber a diferença de como podemos agir entre estes dois campos, respeitando alguns limites, mas não deixando de procurar caminhos para superá-los quando for possível.

  • A onipotência nos leva a cruzar linhas que não se deveria, naquele dado contexto.
  • E a impotência nos leva a aceitar linhas que poderiam ser superadas naquele contexto.

Há uma arte no viver, que é entender cada situação pela nossa consciência e de mais ninguém.

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O interessante dessa comparação é de que não se coloca no outro, como era o caso da teologia, em Deus, e dos dogmas ideológicos, aquilo que o grupo determina, pois a atitude a ser tomada depende de cada um que deve procurar à filosofia e passar ele a ser seu próprio filósofo.

Nada mais adequado para um mundo “desliderado” como o que estamos entrando à procura de novos valores. Aqui se aponta uma saída: o valor é de cada um que deve procurar seus limites e crescer enquanto pessoa dentro de sua própria sabedoria e de mais ninguém!

Mas avisa-se de que cada decisão deve ser feita com sabedoria, com amor à ela, que é a base da filosofia.

O que não se pode modificar são regras da vida, a lei da gravidade, por exemplo, ou macro movimentos históricos, tal como os movimentos pós-Internet, ou uma prosaica ressaca na praia. Aquilo que podemos compreender, identificar e poder ter discernimento de que devem ser respeitados pela sua força, pois são  maiores do que nós como pessoas ou até sociedade. 

Mas por outro lado pode haver a artificialidade  em cada uma das regras, limites do seu tempo, emocionais, de dominação, que definem “verdades absolutas” que ninguém mexe, ousa questionar, ou que são sujeitas à punição em determinados momentos históricos, que devem ser testadas para saber se são “modificáveis”.

Essa não aceitação do “que não pode ser modificado” não é uma fronteira rígida, mas algo em aberto, a ser avaliado por cada pessoa individualmente ou pelo coletivo e não por alguém acima dela/dele.

Determina-se, assim, uma suspeita constante do que pode ser uma verdade/autoridade artificial que não nos representa e o que é, de fato é algo a ser respeitada, de fato, em um dado momento ou para sempre. Para a qual se exige sabedoria, ou seja o uso intenso da filosofia (de cada um) para balizar a forma que agimos e pensamos diante dos impasses.

É a filosofia e não uma autoridade externa que procura nos guiar, assim, para identificar o que é falso e que pode ser modificado, a despeito da história, do poder, das autoridades, das verdades correntes.

E o que não é talvez por agora em uma dada situação.

Quando alguém disser que é ou não é, pede-se apenas que se tenha sabedoria para se perceber a diferença entre a oni e a impotência. Ou seja, além de pensar, de estudar, de usar a inteligência, o uso da razão + emoção + intuição, o bem viver, para perceber que não se pode modificar, ou nunca, ou talvez em um dado contexto.

Se analisarmos a história, veremos o quanto o humano derrapou entre estes dois pólos individualmente e coletivamente, tanto para a onipotência desvairada, quanto para a impotência imobilizadora.

Essa procura da diferença entre o possível e o impossível, a meu ver é e sempre será o papel restaurador da filosofia de cada um e o resgate do papel da sabedoria no mundo, que é algo acima da razão ou da inteligência ou do conhecimento.

(O que nos leva a ver que uma sociedade do conhecimento pode ser muito pouco sábia.)

Este mantra filosófico me parece muito adequado para este nosso novo mundo que cada um precisa de novos valores que não podem ser impostos por ninguém, mas de cada um, que vai para a rua levantar o seu próprio cartaz, a partir da sabedoria acumulado naquele dado momento.

É um bom mantra para o mundo 3.0.

Por aí, que dizes?

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Debates sobre o tema extraídos dos vídeos no Canal do Youtube.

http://nepo.com.br/2013/06/04/como-ler-menos-e-saber-mais-curso-on-line-gratuito-sem-acompanhamento/

http://nepo.com.br/2013/07/02/como-ler-e-saber-2a-temporada/

Como ler menos e saber mais? – Primeira temporada

Texto bruto a ser trabalhado!

Fase básica

1. O conhecimento pós-revolução cognitiva

 

2. A passagem de um conhecimento sólido para um líquido

 

3. Estamos “desfiltrados”!

 

4. A qual problema você se dedica?

 

5. A qual problema você se dedica? Exemplo prático

 

6. As quatro camadas para avaliar um dado conhecimento

 

7. Quanto tempo vale se dedicar a um livro?

 

8. Como acelerar a leitura de uma revista?

 

9. Como acelerar a leitura de um livro?

 

Resumo final

 

1. O conhecimento pós-revolução cognitiva

Como ler menos e saber mais? Como trabalhar num mundo em que a informação está cada vez mais dispersa e intensa?

Primeiro, é importante entender que essa situação está relacionada a uma conjuntura cognitiva. Nós estamos entrando numa revolução cognitiva. E o que significa isso? Significa a entrada de uma nova mídia, uma mídia descentralizadora, que é a internet.

Essa mídia descentralizadora barateia o custo da informação e permite que um conjunto maior de pessoas possa trocar informações de maneira mais rápida na sociedade. Antes, os caminhos tradicionais que nós tínhamos eram o rádio, a televisão, os jornais e as revistas, que produziam e filtravam a informação para o mundo. Há hoje um volume muito grande de informação e podemos dizer que nós fomos “desfiltrados”.

Estamos vivendo uma conjuntura específica de um determinado momento, que é uma conjuntura histórica com a chegada de uma nova mídia. Isso aconteceu também em 1450 com o surgimento do papel impresso.

Na época, as organizações tradicionais, como a igreja, filtravam as ideias que chegavam à sociedade. Quando houve essa disseminação das ideias, as pessoas passaram a ter dificuldade para lidar com tanta informação (e com a ansiedade que ela gerou).

De certa forma, isso se repete agora. A escola nos formou para um mundo estável, muito bem organizado e estruturado em termos de fonte de informação. Nosso aprendizado era dividido em assuntos, disciplinas e memorização.

Esse tipo de preparação é extremamente prejudicial e tóxico quando entramos num mundo novo. Nesse mundo da tsunami de informações, o conhecimento deixa de ser sólido (pré-revolução cognitiva) e passa a ser líquido (pós-revolução cognitiva).

Então, temos um problema. E como vamos resolvê-lo?

Vamos analisá-lo de uma maneira consciente. Não é questão de ter dificuldade com esse novo mundo, ele é, de fato, difícil. Existe hoje uma nova forma de produção de conhecimento e precisamos saber lidar com ela.

 

2. A passagem de um conhecimento sólido para um líquido

Estamos saindo de uma ditadura cognitiva. A nossa cabeça foi preparada para trabalhar num mundo estável e de pouco abstração, no qual as informações levavam muito tempo para se modificar em razão do livro impresso, que é a base do conhecimento que desenvolvemos.  Até mesmo as programações do rádio e da televisão eram muito caras para serem produzidas e, por isso, tinham uma determinada sequência e periodicidade.

Agora, precisamos lidar com um outro modelo. Estamos saindo de um conhecimento sólido para um líquido.

A questão é que a nossa cabeça (e a nossa percepção de realidade) foi montada para um mundo estável, não para o mundo instável. Ou seja, nosso modelo mental e toda nossa estrutura cognitiva e emocional estão acostumados a lidar com um mundo em que jornal, rádio e televisão organizavam e filtravam tudo para nós. E, como bebíamos das mesmas fontes, o conhecimento estava controlado e, a sociedade, informada.

Quando a internet chega, há um descontrole das ideias e da produção de conhecimento, semelhante ao que ocorreu com o surgimento do papel impresso.

Muitas pessoas começaram a produzir conhecimento relevante. Além das organizações tradicionais, fontes alternativas também começam a criá-lo. E pelo seu dinamismo e capacidade de inovação, elas podem ser mais interessantes do que as organizações tradicionais.

Isso gera uma avalanche de informação e temos dificuldade de lidar com ela. Por essa razão, precisamos mudar a maneira de trabalhar o conhecimento e a informação, precisamos de uma nova escola. E essa mudança terá que ser feita tanto na cabeça quanto no emocional.

Será necessária uma outra estratégia para trabalharmos nesse mundo instável. E o que é essa nova estratégia? Aumentar nossa capacidade de abstração e de percepção da realidade.

3. Estamos “desfiltrados”!

A chegada de uma revolução cognitiva e a disseminação do conhecimento de uma maneira independente dos canais tradicionais geraram uma dificuldade muito grande de separar o que é (ou não) interessante.

Antes, tínhamos um filtro sobre nós, porque a mídia de massa filtrava o mundo. Hoje, estamos vivendo um processo de “desfiltragem”. Isso é um problema sério, porque passa a ser necessário criar um filtro dentro da gente.

Para lidarmos com essa avalanche de informações, temos que começar a desenvolver uma ferramenta, que é um método chamado de dedutivo pela filosofia. O método dedutivo é o contraponto do método indutivo.

O método indutivo vem de baixo para cima, ou seja, a pessoa reúne e organiza os fatos e dá a eles um sentido. Quando há estabilidade na sociedade e no seu campo de estudo, o indutivo é interessante.

No entanto, se ocorrem mudanças de percepção e filosóficas como as que estamos vivendo agora, passa a ser preciso desenvolver o método dedutivo, que vem de cima para baixo.

Ele é mais sofisticado, porque trabalha com abstração, ou seja, a pessoa faz uma revisão sobre o ser humano e a sociedade, o ser humano e as tecnologias e o ser humano e a área em que se trabalha.

Monta-se um cenário, uma caixa de quebra-cabeças. Com as peças, constrói-se o novo cenário e, em seguida, parte-se para a análise de cada fato isoladamente.

Quando olhamos os fatos isoladamente, percebemos uma porção deles e queremos acompanhar todos. Fica impossível.

Para entendermos quais fatos são realmente relevantes na nossa área de estudo, precisamos de uma melhor qualidade de percepção.

4. A qual problema você se dedica?

A nova conjuntura cognitiva marca uma mudança muito grande na maneira de produzir conhecimento. Como lidávamos com a informação e como teremos que passar a lidar com ela num mundo de descontrole das ideias?

De forma prática, não adianta sairmos consumindo informação sem definir antes qual é o problema que procuramos minimizar na sociedade.

As pessoas geralmente falam “eu gosto de marketing”, “eu gosto de engenharia”, “eu gosto de medicina”. Mas nós somos profissionais de problemas. Você precisa identificar qual é o problema que quer ajudar a minimizar na sociedade. A definição disso será a base de tudo que você vai ler, estudar e discutir.

Então, escolha um caderno e faça dele o seu diário de bordo. Escreva qual é o problema que você procura minimizar na sociedade. Mas não vale dizer algo como “eu resolvo problema de marketing”. Marketing, em si, não é um problema. Pense exatamente qual é o seu problema.

Ao estudar um determinado problema, podemos aferir se estamos, realmente, melhorando a qualidade da solução que estamos dando a ele.

Se pegarmos muita coisa para ler, vamos nos perder.
5. A qual problema você se dedica? Exemplo prático

É fundamental que você decida qual é o problema que você procura minimizar na sociedade. Por exemplo, Carlos Nepomuceno é jornalista, passou a ser consultor, professor e hoje não se considera nem jornalista, nem consultor, nem professor.

Como ele se vê? Como uma pessoa que estuda um determinado problema e ajuda a sociedade e as organizações a lidarem melhor com ele. Alguém que busca compreender o problema e a dificuldade das pessoas em lidar com ele, ajudando-as a ter uma estratégia para isso.

A qual problema ele se dedica? Ao impacto da internet na sociedade. Como pode ajudar as organizações a minimizarem esse impacto, aumentando suas oportunidades e reduzindo seus prejuízos.

Com esse curso, ele parte para um segundo problema, que deriva do primeiro. A partir do momento em que você estabelece o seu problema, é preciso definir quais são as bases dele, em outras palavras, como você pensa esse problema.

Em seguida, é a vez de decupá-lo. Como atuamos nesse problema dentro da sociedade? Para responder a questão, vamos trabalhar em quatro níveis de análise: filosofia, teoria, metodologia e execução da metodologia.

Começando pela filosofia. Os paradigmas filosóficos que um problema tem na sociedade refletem como as pessoas normalmente o pensam. A partir disso, buscam resolvê-lo de uma determinada forma.

Defina autores e discussões que abordam uma questão filosófica do seu problema. Isso é fundamental, porque um livro pode apresentar discussões filosóficas, teóricas, metodológicas ou sobre a execução dessas metodologias.

Às vezes, temos uma metodologia bacana, mas a sua execução não está legal por algum motivo. No caso de um acidente de avião, por exemplo. Quando se faz a análise da caixa preta, a intenção é saber se todos os procedimentos estavam corretos.  Se estavam corretos, ok. Talvez o problema tenha sido que o piloto, por algum motivo, procedeu de forma diferente no momento do acidente, ou seja, um problema na execução.

A seguir, falaremos sobre teoria, metodologia e execução da metodologia.

 

6. As quatro camadas para avaliar um dado conhecimento

Dê uma olhada na separação feita em um diário de bordo sobre os quatro níveis de análise de um dado conhecimento. Temos que separar duas áreas: a estratégica e a operacional.

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filosofia

teoria

operacional

metodologia

execução da metodologia

Nesse quadro, vemos a discussão estratégica de qualquer problema e de qualquer área. Quando trabalhamos em uma área, estamos lidando, na verdade, com um problema.

Na parte estratégica, existem dois tipos de abordagem: a da filosofia e a da teoria. E, na parte operacional, há metodologia e execução dessa metodologia.

Os autores que discutem questões mais filosóficas ou mais teóricas, que vão balizar questões mais amplas do problema, estão na parte estratégica.

As pessoas costumam achar que metodologia nasce em árvore, mas não é verdade. A metodologia é filha de uma teoria, que é filha de uma filosofia. Se formos comparar, a filosofia é a bisavó, a teoria e a avó, a metodologia é a mãe e a execução é a filha. Quando temos um problema na execução da metodologia, por exemplo, ou é um problema da mãe, ou da avó ou da bisavó, dependendo da escala.

Para lidar melhor com a tsunami da informação, é preciso estabelecer como é que você vai trabalhar o problema escolhido. Já vimos a necessidade de definir o seu problema e sua forma de atuação.

Qual é a sua responsabilidade maior? Você trabalha de uma maneira estratégica ou operacional?

Mas, independente de o seu trabalho ser estratégico ou operacional, identifique os autores e as abordagens relacionados ao seu problema. Elas podem ser mais filosóficas, teóricas, metodológicas ou estarem relacionadas à execução das metodologias.

Qual é o suprassumo dentro daquele material? É uma abordagem filosófica? E ela me faz você questionar a maneira como pensa? E se você pensar diferente, o que isso vai significar em termos teóricos, de metodologia e de execução de metodologia?

 

 

7. Quanto tempo vale se dedicar a um livro?

Antes de comprar um livro, que tal dar uma olhada no seu início acessando a internet ou visitando uma livraria? Na loja, podemos sentar e partir logo para a conclusão do texto.

Pegue o livro, identifique o que ele traz de novo e diga em qual das quatro camadas de avaliação o encaixará. Escreva no seu diário de bordo.

Um título é a defesa de uma hipótese. A partir desse momento, o autor define uma determinada abordagem. Ele vai abordar, abordar e abordar e, ao final, fará sua conclusão. Então, em vez de perder tempo se perguntando se precisa ler tal livro, vá direto para a parte da conclusão.

O autor está fazendo uma abordagem filosófica do problema, propondo nova teoria ou metodologia? Ele diz “presta atenção, essa força tem muito mais importância do que a gente está dando” ou “olha, não faz assim não”. Talvez diga “nós temos uma metodologia legal, mas a execução não está boa”.

Aí você será capaz de dizer se vale a pena dedicar dois ou três dias a esse livro ou se basta dar uma olhada e uma anotada. Se a pessoa escreve um livro e “chove no molhado”, passe longe. Temos que identificar o suprassumo do material e avaliar se vale a pena se dedicar a ele e por quanto tempo.

Não se esqueça de anotar no seu diário de bordo o que cada livro agregou para você.

8. Como acelerar a leitura de uma revista?

Sobre perda de tempo, o primeiro erro é pensar que você precisa ler uma revista como um livro, do início ao fim. Isso acaba gerando ansiedade, porque achamos que alguma coisa em tal revista é fundamental e que vamos perder algo. E todo vez que olhamos para a revista, a ansiedade cresce.

Se você tem tempo para ler tudo, ótimo. Se o tempo é curto, olhe o índice da revista e veja quais são os artigos. Em geral, as pessoas passam direto por essa parte.

Um dos artigos interessa a você? Dê um pulo e vá nele. A Harvard Business Review Brasil, por exemplo, já coloca um resumo na própria página do artigo. Então, em vez de ficar ansioso, olhe esse resumo e veja se estão falando alguma coisa nova. Outros jornais e revistas já estão fazendo esse tipo de síntese.

É interessante também dar uma passada de olhos nas figuras para saber como as ideias estão sendo desenvolvidas. E, ao final, vá para o último parágrafo e dê uma lida para ver como o autor concluiu. Ao adotar essa estratégia, você já dominou o que determinada revista pode lhe trazer.

Crie uma escala de quais artigos são fundamentais para você, mais estrelas para os mais relevantes e menos estrelas para os menos relevantes. Quando estiver no ônibus ou esperando alguma coisa, vá lendo.

Adotando essa estratégia, você já deu uma geral na revista. O que conseguir ler depois, conseguiu. E o que não conseguiu, pelo menos já tem uma noção.

Aí se alguém falar sobre determinado assunto, responda “eu acho que a revista tal escreveu um artigo sobre isso, eu ainda não li, mas estou sabendo disso”.

 

9. Como acelerar a leitura de um livro?

Você já tinha mais de uma revista para ler e agora tem mais um livro? Calma.

Primeiro, dê uma olhada na orelha do livro. Muitas pessoas não prestam atenção nessa parte, mas ela é bem interessante, porque há um resumo do tipo de “approach” do autor.

Não leia livro na sequência. Pule para a conclusão. Ao ler o final, você saberá se o autor tem uma abordagem bacana. Se o livro tiver a ver com o seu problema, volte para o índice e escolha os capítulos do seu interesse. Sentindo que você já domina a ideia do autor, sua ansiedade baixa.

Se tiver tempo para ler o livro inteiro e for relevante para seu negócio, leia. Mas se não tiver, marque os capítulos. Assim, você não precisará ler o livro inteiro, apenas determinados capítulos. Sua ansiedade também baixa com isso.

Pegue o suprassumo do livro e entenda o que está sendo dito para depois, na necessidade, poder revisitá-lo. Não é precisa ler a obra inteira para compreender o que o autor quer transmitir.

Se for um livro que tem tudo a ver com a sua área, você se dedica mais. Se não tem, você se dedica menos.
10. Resumo final                            

Nossa proposta foi dar uma visão geral para que você trabalhe o conhecimento e a informação de maneira diferente, com estratégia, mais qualidade e sem ficar ansioso diante dessa tsunami de informação.

Precisamos montar um outro modelo mental para lidar com isso, já que o modelo passado usado nas escolas não é mais coerente com os dias atuais.

Não trabalhe mais com assuntos. Ao definir o problema que você deseja minimizar na sociedade, seja capaz de avaliar as informações e qualificá-las a partir dos resultados obtidos.

Está lendo o capítulo de um livro ou o artigo de uma revista? Ele está ajudando você a melhorar a maneira de resolver seu problema? Sim ou não.  Se não melhorou, reveja e comece a trabalhar de forma diferente. Use seu diário de bordo para anotar isso.

Ao se capacitar para ter uma qualidade melhor de leitura, você lidará com o conhecimento e a informação de forma mais eficiente e eficaz no dia a dia do seu trabalho.

 

Como ler menos e saber mais? – Primeira temporada
Fase intermediária

11.  Aprofundando o diário de bordo

  1. Aprofundando ainda mais o diário de bordo
  2. É preciso conhecer muito para ser mais esperto?
  3. Aprofundando a escolha do problema III
  4. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar I
  5. O que é teoria e como ela pode nos ajudar
  6.  Resumo final

13.                       Aprofundando a escolha do problema I

15.                       Aprofundando a escolha do problema II

18.  O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar II

 

1. Aprofundando o diário de bordo

 

O ideal seria que o diário de bordo não fosse feito em papel e por você sozinho. Que tal criar um blog no WordPress? Se não gosta de blog, crie um grupo no Facebook. Ao compartilhar suas anotações, você terá a oportunidade de conhecer  ambém a opinião dos outros.

 

O diário não deve funcionar como um fichário antigo. Não trabalhe livro a livro, por exemplo.
Ele é apenas uma nova fonte sobre determinado assunto. O mais importante é escrever o que o autor agregou para você.  Pensava de um jeito e passou a pensar de outro? Então, anote que tal autor falou sobre tal assunto em tal livro e a razão pela qual isso foi relevante.

 

 

2. Aprofundando ainda mais o diário de bordo

A ideia é que as anotações no seu diário de bordo sirvam como registro do seu processo de trabalho. Perceba que sua cabeça não trabalha fora de um processo.

 

Depois de cada informação obtida, é fundamental dar uma respirada. Não emende uma informação na outra e na outra.  Isso acabando virando uma espécie de comida que você come, come e, daqui a pouco, engorda e nem sabe o motivo.

 

Registre suas leituras para poder avaliá-las com calma.
Leu um capítulo de um livro? Respire e anote no seu diário de bordo. Leu uma revista? Respire e anote de novo.

Pergunte-se o que aquilo está lhe trazendo de novo, quais pontos são interessantes e o que é possível compartilhar com outras pessoas.

 

Quando tiver um “insight” a partir de algo que você leu ou palestra a que assistiu, anote. Concorda com tal coisa? Por que concorda? E se não concorda, por que não concorda?

 

Perceba que você está em um processo e acompanhe sua evolução. Ao criar um diário de bordo, assumimos que não somos donos da verdade e passamos a ser caçadores da verdade.

 

Passamos por fases. Pensamos e agimos conforme as provocações que recebemos na vida. Quanto menos provocação recebeu, menos você parou para pensar. Seu diário de bordo é um fôlego, é uma respirada para pensar.

 

Toda vez que você se aproximar de uma novidade, aproxime-se e, depois, afaste-se. Volte para o seu laboratório, anote o que tal pessoa disse e o que isso muda em você. Acompanhe as mudanças processadas internamente por cada tipo de leitura.

3. Aprofundando a escolha do problema I

Temos uma fantasia de trabalhamos com assuntos. Você não é um profissional de assuntos, porque eles são infinitos. Você é um profissional de problemas.

 

Precisamos fazer essa migração.

 

Ao pensarmos em problemas, questionamos a ideia do estudo por assuntos, que é extremamente autoritária. Isso ainda está em voga, porque faz parte do fim de uma ditadura cognitiva.

 

Anote no seu diário de bordo qual é o problema que você ajuda a minimizar na sociedade hoje. Vamos pegar o exemplo de um médico. Uma pessoa com um sintoma que a incomoda vai ao médico. Ele a recebe, analisa os sintomas e prescreve um tratamento, que pode ter um remédio ou não.

 

Qual é o problema que um médico ajuda a minimizar na sociedade? Ele minimiza doenças e sofrimentos, trabalhando com qualidade de saúde.
Em geral, todas as profissões trabalham com a minimização de sofrimento. Sofrimento, na verdade, sempre existirá, porque pessoas nascem e pessoas morrem. O mundo terá sofrimento, o nosso trabalho será minimizá-lo.
4. É preciso conhecer muito para ser mais esperto?

 

Se você trabalha, então está resolvendo um problema. A questão é se você está sendo mais ou menos eficaz nisso.

 

Precisamos saber usar conhecimento e informação para trabalhar melhor nosso problema.

Ao terminar uma leitura, pergunte-se se ela foi mais ou menos eficaz para ajudá-lo a resolver de maneira melhor o seu problema.

 

Desde o seu primeiro dia de trabalho, diga “eu quero resolver tal problema”. Veja o que vai ajudá-lo a pensar sobre ele. Mas, se você não tem prática e não lida com aquilo no seu cotidiano, a situação ficará complicada.

 

É difícil trabalhar num lugar em que percebemos problemas no dia a dia, mas não temos liberdade para fazer melhorias. Nesse caso, comece a procurar um trabalho mais significativo para que, quando sua maneira de pensar evolua, a organização queira evoluir também. Caso contrário, será bater de frente.

 

5. Aprofundando a escolha do problema II

 

Vamos pegar o exemplo do Carlos Nepomuceno. Ele tem uma empresa desde 1995 e começou trabalhando com a construção de páginas para web. Em um determinado momento, percebeu que não gostava de trabalhar com problemas de desenvolvimento de páginas. A subjetividade na escolha de uma cor, por exemplo, não o atraía. Buscando mais objetividade, foi dar aula e passou a trabalhar com a parte de desenvolvimento de softwares.

 

Isso mostra como a definição do seu problema é importante na definição da sua estratégia de formação e conhecimento.
É preciso entender com clareza o que você faz. Uma pessoa não trabalha com marketing, mas com o atendimento aos clientes ou com o marketing interno de uma organização.

 

Temos que saber exatamente o que fazemos para podermos melhorar nossa capacidade de trabalho. Saiba clareza qual é a sua função, quais autores falam sobre o seu problema e qual é o senso comum em relação ao tema hoje.

 

Ao ouvir algo que está fora do senso comum (diferente até mesmo da maneira como você pensa), é fundamental dar se conta dessa novidade e avaliar as consequências disso na sua maneira de trabalho.

 

Primeiro mudamos a forma de pensar para, depois, alterarmos a maneira de fazer.
6. Aprofundando a escolha do problema III

 

Não é preciso estar num mestrado ou doutorado para definir qual é o problema que você ajudará a resolver.

 

Sobre a academia hoje, podemos dizer que ela vive uma intoxicação. Por estar voltada para quem produz artigos, acaba não valorizando quem resolveu já soube resolver problemas no mercado. Assim, quem acaba dando aula está, muitas vezes, de costas para as questões da sociedade.

 

E pensam em assuntos muito etéreos. Não estamos dizendo teóricos, porque a teoria e muito importante para sua metodologia.  A academia está muito mais voltada para a arte do que para a ciência. Produzimos arte fingindo que é ciência e não uma ciência artística ou uma ciência filosófica.

 

Já as organizações não estão aprendendo com a prática. As definições vêm de cima para baixo. E, quando se vê que não está funcionando, a notícia não chega ao alto.

 

Ao buscar uma melhor qualidade de percepção, podemos esbarrar numa organização tradicional, fechada e hierárquica. E quanto mais intoxicada ela estiver, maior será a dificuldade de praticarmos um tipo de aprendizado e de estratégia de informação e conhecimento mais sofisticado.

 

Se isso ocorre com você, comece a pensar em partir para um lugar mais arejado, no qual você possa praticar sua estratégia.

 

Somos dependentes da sociedade em que vivemos. Em todas as sociedades humanas, somos dependentes do trabalho. E o modelo de trabalho nos faz definir o modelo da nossa estratégia de informação e conhecimento.

 

7. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar I
A filosofia é a tentativa de pensarmos de uma maneira mais abstrata. Quando resolvemos um problema, estamos desenvolvendo uma solução a partir de uma percepção, que começa na filosofia.

Se não nos dermos conta disso, ficaremos dependentes da metodologia e das teorias com as quais trabalhamos. A filosofia nos ajuda a ter uma visão macro de determinadas questões. E essa visão macro nos ajuda a trabalhar com as macrotendências.

A filosofia trabalha com as macropercepções da realidade. Ao começamos a mudar uma macropercepção, acabamos fazendo uma mudança teórica, depois uma metodológica e, por fim, em sua execução.

Como isso nos ajuda diante da avalanche da informação? Quanto mais percebermos que toda discussão engloba debates mais macros e filosóficos, mais saberemos quais são os grandes conflitos filosóficos de uma determinada área.

Até mesmo para saber em que tipo de percepção filosófica você se encaixa mais e qual é a mais eficaz para o seu trabalho.

 

8. O que é a filosofia e como ela pode nos ajudar II

 

Voltando ao exemplo do Carlos Nepomuceno. Ele se propôs a resolver o problema de como analisaremos a chegada da internet no mundo, suas consequências e como atuaremos para potencializar as oportunidades boas e minimizar as ruins.

 

E como a filosofia o ajudou? Ele leu o filósofo Pierre Lévy, que refez uma macrodiscussão sobre a neutralidade das tecnologias na sociedade, principalmente a das tecnologias cognitivas.

 

Até então, não se admitia que determinadas mudanças estivessem ocorrendo apenas pela introdução de uma nova tecnologia ou que, a partir dela, as pessoas tivessem que se adaptar a um novo ambiente.

 

Refazendo essa discussão filosófica, notamos a existência de duas linhas hoje. A daqueles que continuam a achar que a tecnologia é neutra e a de quem passa a pensar que a tecnologia não é neutra.

 

Cada autor trabalhará numa dessas linhas e produzirá teorias e metodologias relacionadas a ela.

 

Precisamos ter clareza dessa divisão para economizarmos tempo com o que se mostra pouco eficaz.

 

9. O que é teoria e como ela pode nos ajudar

As teorias são forças. A partir de uma determinada visão filosófica, você pode reposicioná-las.

 

Vamos pensar na dengue. Quando a doença surgiu na sociedade, as pessoas pararam para pensar o que estava acontecendo e chegaram até o mosquito infectado. Então, foi dito que um mosquito infectado, ao picar uma pessoa, causava dengue. Tivemos uma teoria aí.

 

Antes, podíamos nos perguntar como é que um mosquito tão pequeno seria capaz de uma doença. Nesse caso, estaríamos subavaliando uma força que agia no processo.
Temos que nomear forças e dar pesos a elas, contextualizando-as. Em determinada situação, qual é o peso da força A? Quais delas modificaram o equilíbrio existente até então? Isso pode ser pensando em relação à falta de um produto ou a um momento econômico específico, por exemplo.

 

E como isso pode nos ajudar a economizar tempo diante da tsunami de informação? Ganhamos tempo ao identificar quais forças são pontuadas pelo teórico que estamos lendo e se ele as trabalha bem.

 

Uma teoria sempre terá que ser avaliada na parte da execução da metodologia. Afinal, uma teoria puxa uma metodologia e, por fim, sua execução. A metodologia é a ação em cima das forças para podermos reequilibrá-las.

 

10. Resumo final

Quanto mais maduro você for ao lidar com a informação e conhecimento, mais trabalhará com a filosofia, a teoria e as macrotendências. E mais rapidamente perceberá se uma notícia traz alguma novidade ou não.

O slogan “Em 20 minutos tudo pode mudar” da Band News FM é o lema do ansioso da informação. Ele vai sempre achar que em 20 minutos tudo pode mudar.

Separe curiosidade e necessidade. Temos muita curiosidade e podemos nos perder nisso. Se você tem tempo, guarde uma parte dele para sua curiosidade. E isso é até interessante para que você não fique bitolado.

Mas, atenção, o importante é pensar quais são as fontes que realmente agregam a você. Exclua quem não lhe acrescenta nada.

Para isso, será necessária uma autoavaliação. Observe se a sua maneira de trabalhar melhorou e se você está ficando realmente mais eficaz.

 

 

Como ler menos e saber mais? – Segunda temporada

1. Não existe a ideia de “estar bem informado”

2. As informações relevantes são poucas

3. Seja um solucionador de problemas significativos

4. As informações relevantes são poucas!

5. Prática lendo um artigo bom de uma revista

6. Preste atenção em bons

7. Questão custo x beneficio

8. Identificando as mudanças de paradigmas

9. Ainda a discussão de novos paradigmas

10. A questão das novas forças

11. Dicas finais

 

 

1. Não existe a ideia de “estar bem informado”

 

A nossa trilha é a discussão de como ler menos e saber mais.

 

Olhe no espelho todo dia de manhã e diga “não sou um profissional que precisa estar bem informado, o que preciso é solucionar melhor os problemas do meu dia a dia”. Deu para entender a diferença?

 

A ideia de estar bem informado é um saco sem fundo e vai deixá-lo numa ansiedade generalizada. O que é está bem informado se o seu dia tem 24 horas? Vai ficar se entupindo de informação sem nenhum parâmetro?

 

Você precisa solucionar melhor os problemas que tem diante de si. Para isso, precisará estar ciclicamente bem informado. E para estar bem preparado para solucionar cada vez melhor seus problemas, você tem que pensar no tipo de atualizações que necessita. Esse vai ser o seu parâmetro.

 

O que você está consumindo tem melhorado sua capacidade de resolver problemas? Sim ou não. Se sim, dedique-se àquilo. Se não, joga fora.

 

Estamos saindo da intoxicação de uma ditadura cognitiva. Num mundo estável, as pessoas se dedicavam a assuntos. Esqueça isso. Hoje nos dedicamos à solução de problemas.

 

E qual será o seu parâmetro para estar bem preparado em termos de informação e conhecimento para solucionar melhor seus problemas? Esse é um bom paradigma para balizar todo o processo de melhoria do seu consumo de informação e conhecimento.

 

 

2. As informações relevantes são poucas

 

Você é um solucionador de problemas e, por isso, precisa de informação e conhecimento para melhor solucioná-los. Essa é a nossa primeira discussão.

 

Agora, vamos entrar numa discussão ética, sobre a qualidade do profissional que você é e do ser humano que você é. Isso fará muita diferença na hora de pensar o consumo de informação e conhecimento.

 

Responda, para que você está trabalhando e que tipo de problema resolve? A partir daí, que tipo de informação e conhecimento você precisa?

 

Você trabalha num ambiente que tem como propósito ver as pessoas como se fossem objetos? O seu consumidor é apenas um comprador de produtos ou serviços? Sua organização não está nem um pouco preocupada em melhorar seus produtos ou serviços?

 

Se você está dentro dessa cadeia toda, acabará se fechando. Informação e conhecimento funcionaram como um ponto de fuga.

 

O ser humano sempre procura um reconhecimento, deixar um legado. Se você está em uma organização e não vê um processo de melhora, sua necessidade de informação e conhecimento vai começar a esbarrar nisso. Porque você começará a querer pensar coisas diferentes e o modelo da organização não é para quem pensa diferente.

 

Existe uma questão ética na sua vida. Você tem um tempo de vida, um tempo finito e precisa se perguntar para que você está aqui e qual é o problema que quer ajudar a resolver na sociedade. Essa questão existencial vai definir a qualidade da informação e conhecimento que você quer.

 

E quando você esta nesse processo de aprendizado e melhoria contínua, terá uma trilha de aprendizado pela frente, uma trilha de mudança e conhecimento a partir dessa visão.

 

Mas é preciso que haja um envolvimento afetivo e subjetivo com esse processo. Caso contrário, você buscará informação e conhecimento apenas para fugir de uma realidade que não quer ver.

 

Para darmos o próximo passo, é importante que você responda para que você está aqui e qual o problema quer ajudar a resolver na sociedade.

 

 

3. Seja um solucionador de problemas significativos

 

Nessa trilha de ler menos e saber mais, falamos sobre ética e trabalho significativo.

 

O termo “trabalho significativo” introduzido pelo Nepô se refere a trabalhos em que você escolhe um problema relevante na sociedade e busca minimizar o sofrimento das pessoas. Isso o levará a ser um solucionador de problemas.

 

Ao entrar num modelo de conhecimento líquido, vamos aprendendo a cada passo dado.

 

Você lançará suas hipóteses ao mundo, o mundo retornará determinadas coisas e você procurará encontrar soluções cada vez mais sofisticadas para ajudar as pessoas.

 

Mas esse modelo está contra o modelo geral que temos na sociedade hoje.

 

Não adianta querer melhorar o seu consumo de informação e conhecimento se o seu trabalho é pouco significativo. Curtir aprender acaba sendo a grande diferença de um profissional para o outro.

O Nepô conta que um dia esteve com o seu sogro no hospital para resolver um problema. Quando já estava tudo resolvido, uma das médicas veio perguntar sobre seu sogro. Ele respondeu que já estava tudo resolvido, mas, mesmo assim, ela disse que queria saber a história toda para aprender com o que tinha acontecido.

 

Fica claro que aquela médica tinha um envolvimento emocional e subjetivo com o seu trabalho. Ela não estava apenas cumprindo mais um plantão, queria aprender para melhorar. Essa ideia da melhoria contínua é que vai definir sua qualidade da informação e do conhecimento.

 

E, ao trabalharmos nesse processo, começamos a nos ver não mais como consumidores de assuntos, mas como solucionadores de problemas. Você tem uma solução 1.0 dentro de um determinado contexto e, quando começa a trabalhar com outros contextos, outras possibilidades de solução do problema surgem.

 

Você precisa ter um trabalho significativo em que aprenda e tenha espaço dentro daquela organização para fazer uma mudança quando algo não estiver legal.

 

Se isso não for possível, você passará a consumir informação e conhecimento de pouca qualidade para não ver o problema. E o problema é que você tem que fazer uma mudança na sua vida, ir procurar outro lugar em que você tenha espaço para fazer mudanças.

 

Uma coisa tem a ver com a outra. A qualidade no seu trabalho o levará a procurar informação e conhecimento com qualidade também.

 

 

4. As informações relevantes são poucas!

 

No diário de bordo do Nepô, está escrita a seguinte frase: “por incrível que pareça, as informações relevantes são poucas”.

 

Toda vez que vamos resolver um problema, temos um paradigma de solução para ele, ou seja, uma determinada maneira de pensá-lo.

 

Essa maneira é a caixa em que estamos inseridos. E, a partir dessa ótica , vamos ter uma metodologia e uma execução de metodologia de solução do problema.

 

O mais importante para melhorarmos a qualidade do nosso consumo de informação e conhecimento é perceber quais são os paradigmas dos autores.

 

Por exemplo, uma pessoa diz que estava resolvendo um problema de uma determinada maneira e agora está resolvendo de uma forma completamente diferente e está sendo muito legal. Obviamente, ela mudou alguma coisa, teve um clique na cabeça e deu um salto de qualidade.

 

O senso comum é o seu senso comum, o que a pessoa pensou diferente é o senso incomum. Você precisa identificar qual é esse senso incomum. Não passe batido por isso. Pare para pensar se ele faz sentido e por que faz sentido?

 

Reveja o seu parâmetro. E se você alterar determinada coisa, o que mudará em consequência disso?

 

Modificar a maneira de pensar tem a ver com filosofia, com a maneira como observamos o problema, ou seja, a nossa percepção.

 

Ao ter contato com um livro ou vídeo, identifique o que a pessoa está trazendo de novo. O diário de bordo é fundamental para isso. Serve para você anotar e perceber claramente “pensava assim e agora passarei a pensar de outra maneira”.

 

Se você não pensar diferente, não executará diferente.

 

Conheceu um paradigma novo? Pare, vá para o seu laboratório e pense nisso. Assim, você se capacita para pensar um problema de outra maneira, trabalhando de uma maneira diferente.

 

 

5. Prática lendo um artigo bom de uma revista

 

É importante pensar em que tipo de revista vamos acompanhar dentro de um espírito de solucionador de problemas. O Nepô gosta muito da Harvard Business Review.

 

Mas lembre-se de não ficar na ansiedade de ter que ler a revista toda. Isso não é produtivo. Vale mais se aprofundar num bom artigo do que ler 10 revistas correndo.

 

O mais produtivo é entendermos como as coisas funcionam, como as lógicas acontecem, como um processo se dá e como as forças interagem nele.

 

Cada problema é resultado de forças que estão em tensão. Se não fossem as pessoas seria fácil resolver um problema? Óbvio, mas não vamos resolver as coisas fora do mundo ou da sociedade. A sociedade faz parte da solução do problema.

 

Existem forças que estão dentro das pessoas e, na maior parte dos problemas que temos que resolver, o problema são as pessoas. Mas elas não querem levar isso em conta, porque o mais difícil, mais complexo é lidar com o outro.

 

Como solucionador de problema, você terá que entrar num ambiente em tensão. Existe um conjunto de interesses e dificuldades pessoais, cognitivas, afetivas que estão em torno dos problemas. Você precisa conhecer essas forças para poder atuar.

 

É muito importante entender que todo problema tem uma ecologia no seu entorno. As pessoas, suas tensões e seus problemas são parte integrante da sua solução.

 

 

6. Preste atenção em bons solucionadores de problema

 

Ao se aprofundar num artigo, todas as outras coisas relevantes que você precisa saber estarão ali.

 

Nava Ashraf é professora associada da Harvard Business School (EUA) e é uma ótima solucionadora de problemas. Vale a pena nos aprofundar em seu artigo “Natureza humana como solução” (http://www.hbrbr.com.br/materia/natureza-humana-como-solucao) para amadurecermos como solucionadores de problema.

 

O básico é aprendermos como funcionam as forças na solução de um problema. Quando percebemos a existência dessas forças e como elas agem, eliminamos a necessidade de ficar lendo um monte de coisa.

 

Como a ecologia humana funciona na solução de cada problema?

 

7. Questão do custo-benefício

 

Nava abre o artigo dizendo: “Na ultima década, governos e instituições mundo afora gastaram, ao todo, cerca de US$ 9 bilhões ao ano no combate a flagelos como HIV/Aids, malária e doenças transmitidas pela água. E, apesar disso, mais de 13 milhões de pessoas morrem a cada ano –a maioria em países em desenvolvimento –, devido a males para os quais já há prevenção ou tratamento eficazes. Qual o motivo?”

 

Ou seja, está se gastando muito e não se tem resultado. Só com esse início, já estamos degustando um artigo de qualidade.

 

Ela começa com a base de qualquer solucionador de problema que é a relação de custo-benefício. Todos os animais fazem uma relação custo-benefício de como gastar menos energia para se alimentar e sobreviver. As espécies que sobrevivem são aqueles que se adaptaram melhor a essa relação.

 

E todo solucionador de problema vai lidar com essa questão. Em qualquer artigo, temos que ver como essa pessoa esta apresentando a questão da relação custo-benefício.

 

A autora questiona qual é o motivo daquele custo-benefício não estar funcionando direito. Ela vai no coração do problema e diz que a relação de custo-benefício não está sendo feita direita, porque o problema precisa ser visto de uma nova maneira.

 

Toda solução de um problema é baseada num paradigma. Quando há uma relação de desequilíbrio, alguma coisa naquele paradigma precisa ser mudada.

 

Ela faz um questionamento filosófico sobre a maneira como o problema está sendo visto.

 

 

8. Identificando as mudanças de paradigmas

 

Nava diz que a relação de custo-benefício não está legal. Temos um problema de paradigma aí. E ela fala que precisamos ver a situação de outro jeito.

 

A autora introduz o paradigma da economia comportamental nessa discussão. E o que a economia comportamental introduz na ecologia do problema? A questão da natureza humana.

 

A economia comportamental é a junção de psicologia e economia. Ela mostra que as pessoas não estão introduzindo relações humanas nos problemas do trato da saúde. Projetos cheios de dinheiro esbarram no dia a dia das pessoas.

 

Existe um paradigma que ignora a natureza humana. Assim, Nava desafia o senso comum e cria um senso incomum. Ela afirma que , para melhorarmos a qualidade da relação de custo-benefício na área de saúde nos países pobres, temos que introduzir o pensamento da economia comportamental, a questão da natureza humana.

 

Nava desenvolve o artigo dizendo como a natureza humana atrapalha a saúde desses países e como ela está resolvendo esse problema. Olha que riqueza!

 

Podemos aprendemos uma série de coisas. Logo de início, ela fala da relação custo-benefício. Já no segundo e terceiro parágrafo, faz uma discussão de qual é o paradigma novo que teremos que ver.

 

O que pode podemos buscar sempre que uma pessoa propõe uma mudança e o seu paradigma novo.

Vale se perguntar: “O que fulano está querendo introduzir de novidade?”

 

 

9. Ainda a discussão de novos paradigmas

 

Ao introduz a teoria da economia comportamental, Nava vai estudar os problemas humanos.

 

Ela sai do paradigma de números e dados de problemas na área da saúde, que é muito forte, e passa a trabalhar com uma outra perspectiva.

 

Nessa visão da economia comportamental, que é muito rica, a saúde é uma cocriação entre quem presta e quem recebe os serviços. Não é o médico que chega e resolve um problema de saúde. Ela não trata o paciente como objeto.

 

Ao propor a cocriação, a autora quebra a maneira de fazer o trabalho hoje, que é de cima para baixo. A cocriação é uma macrotendência que aparece em diferentes lugares, até mesmo numa área como a da saúde.

 

Ela introduz novas ideias no paradigma antigo para melhorar a relação custo-benefício.

 

10. A questão das novas forças

 

Nós somos solucionadores de problemas e, nos artigos, vamos ver como as pessoas estão solucionando seus problemas. Você não vai ler para se informar e sim para resolver melhor seus problemas.

 

Quando Nava foi estudar o ser humano, ela quebrou um paradigma filosófico que nós temos. Ela percebeu que novas forças não estão sendo contabilizadas no problema e estão atrapalhando sua solução.

 

O ser humano não quer sempre o melhor para ele. Às vezes, fuma e não consegue parar, por exemplo. Existem duas forças internas numa pessoa, aquela que quer realmente melhorar e aquela que não quer.

 

A autora faz uma revisão filosófica do ser humano, de como nos vemos. Na equação da saúde , existe uma força que não está sendo vista, que é a do ser humano não aceitar as coisas que são melhores para ele. As teorias são compostas de forças.

O que ela trabalhará para ser mais eficaz? Vai ajudar a superar esse boicotador que existe dentro de cada um para melhorar a saúde das pessoas.

 

 

11. Dicas finais

 

Como saber se estou diante de um bom artigo? Essa percepção é um processo lento, você vai aprender isso.

 

O ser humano não estuda assuntos, somos solucionadores de problema. Ao estudar assuntos, você não tem métrica e nunca sabe qual é a medida certa. Come e come informação sem saber se é o suficiente. Aquilo não tem fim.

 

É preciso que você faça um círculo completo. Consuma um determinado artigo e depois vá para o seu diário de bordo. Avalie se a leitura melhorou a sua capacidade de solução de problema. Sim ou não. Se melhorou, melhorou como? O que esse artigo tem que gerou essa melhora?

 

Perceba e identifique o motivo de aquele instrumento de repasse de informação e conhecimento ter dado a você mais subsídios para resolver um determinado problema.

 

Mas, atenção, você não terá um modelo de consumo de informação e conhecimento melhor se não mudar a sua vida. Não dá para continuar com a mesma vida.

 

Você vai precisar ter um trabalho significativo num lugar em que possa aplicar o que está aprendendo. Se você descobre coisas novas, tenta levar para o seu mundo profissional e não consegue fazer nada, vai começar a rejeitá-las, porque aquilo lhe trará sofrimento. Você sairá para o ponto de fuga, o que é normal no ser humano.

 

É necessário que exista um casamento entre trabalho significativo e consumo de informação e conhecimento. Você não terá um consumo melhor se não tiver um trabalho mais significativo. Uma coisa puxa a outra. Caso contrário, você vai consumir informação e conhecimento mais para fugir da realidade do que para modificá-la.

 

 

 

 

Depois de 7 anos e muito apoio dos clientes e alunos, eis aí o novo livro:

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ENTREVISTAS:

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ELOGIOS/COMENTÁRIOS/INDICAÇÕES RELEVANTES:

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DEPOIMENTO DOS LEITORES (FAÇA O SEU NOS COMENTÁRIOS):

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PALESTRAS SOBRE O LIVRO:

 

Alunos de comunicação da Veiga de Almeida – 28/08/13.

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Vídeos de divulgação, ver aqui:

 

capa

ERRATA:

Ajude para que o ebook e a nova versão saiam sem erro.

Veja o que eu já achei e meus outros leitores acharam até aqui:

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Agradeço a todos que estão colaborando na revisão do livro, em especial Jones de Freitas, Jonas Nepomuceno.

 

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Temporada completa – todos os vídeos de provocação e as aulas.

Se você não tiver recursos para participar, não se acanhe pode ouvir tudo de graça e se beneficiar do nosso esforço para entender e lidar com a Revolução Cognitiva.

Veja tudo aqui.

Versão 1.0 – 30/07/2013

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Os últimos dois séculos foram marcados pela contra posição entre o capitalismo e o comunismo.

O capitalismo foi um modelo econômico que exigiu o fim da monarquia e o estabelecimento de um novo modelo de governança da sociedade que era, do ponto de vista humano, mais complexo do que o modelo passado.

Foi um movimento questionador da governança e do modelo econômico que era mais obsoleto. O lado revolucionário da nova classe social é evidente, inclusive nos escritos de Marx.

A possibilidade de modificar governantes pelo voto e a liberdade de se criar projetos de novas organizações, bem como a liberdade de expressar seu pensamento são algumas das marcas desse novo ambiente, apesar de todas as limitações que são feitas, variando de país a pais.

Note que a Revolução Francesa foi inspirada pelos iluministas Gregos, dos quais os filósofos pós-prensa de Gutemberg se inspiraram.

Não foi um projeto explorador, mas renovador do planeta.

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A crítica de Marx ao capitalismo, que se estabeleceu de forma agressiva e violenta logo depois criou uma resistência de alguns pensadores.

Foi o que inspirou Marx para a criação de um novo modelo de sociedade sem classe, sem exploração.

Foi uma utopia que varreu o mundo e levou a construção dessa alternativa do bloco soviético.

Não se pode dizer que a experiência comunista tenha sido a que Marx imaginou, mas ali estavam contidas algumas ideias que podem sofrer revisão:

  • – a de que a falta da propriedade privada ou das classes sociais leva o humano a ser melhor;
  • – a de que a centralização da produção  consegue ser mais eficaz do que a iniciativa mais dinâmica dos empreendedores no modelo capitalista;
  • E de que um modelo de controle de ideias e de partidos únicos podem gerar inovação na sociedade.

Muitos dirão que o modelo de um socialismo democrático seria diferente, mas teria de alguma forma alguém escolhido para exercer alguma função e alguns critérios para que se mantivesse ou saísses daquele cargo.

Do ponto de vista da governança da espécie, se pensarmos em termos históricos, a proposta de governança (escolha das autoridades e sua reciclagem) não era diferente da proposta pelo capitalismo e democracia, apenas com a esperança de ser mais meritocrática.

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Acredito que a crítica as ideias de Marx, daquilo que podemos entender do que ele disse, pois entre a obra e a versão da obra existe um abismo, está na relação demografia x atendimento das demandas, que é, a meu ver, o motor da história, que não estava claro na época, talvez em Malthus, com sua visão aristocrática e cruel diante dos pobres.

Não se pode imaginar as sociedade crescendo com demandas cada vez maiores e mais complexas e, ao mesmo tempo, imaginar centralização de poderes e a manutenção da mesma governança.

A complexidade demográfica pede a complexidade da governança.

A monarquia foi aceita até completarmos 1 bilhão de habitantes em 1800.

O modelo do rei era incompatível com o aumento populacional e a complexidade do mundo, que só um modelo mais dinâmico do que o capitalismo poderia resolver.

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Muitos dirão que não se pode falar em população global, mas refuto, pois tudo que acontece no mundo se espelha nas grandes cidades.

Há uma relação entre o mundo que se expande e o tamanho das cidades, onde os humanos vivem e de onde saem as rupturas.

Podemos hoje com os elementos que temos (pensadores e novos fenômenos tecnológicos) apontar novas perspectivas políticas para o novo século, que é de sair da visão economicista (capitalismo x comunismo) e reviver o que ocorreu pós-chegada da prensa de forma mais consciente.

A luta da velha ordem – de uma governança centralizada e voltada para seus próprios interesses e benefícios pelo domínio do ambiente cognitivo versus uma nova governança mais descentralizada, mais voltada para o mérito e para o atendimento de forma mais eficaz das demandas de 7 bilhões de habitantes. O novo modelo social, político e econômico terá outro nome e é para que ele chegue mais cedo que os progressistas devem lutar.

Do ponto de vista, da luta política estamos, pela primeira vez, percebendo-nos como animais tecnológicos que somos, que vivemos em etapas tecno-cognitivas, que marcam modelos diferenciados de estrutura de poder. Precisamos ter a cada momento um ambiente cognitivo-produtivo compatível com o tamanho da população!

Ao se expandir o tamanho da espécie, que é algo que só o ser humano é capaz de fazer (já que os outros animais têm limitação), é preciso modificar o ambiente cognitivo, em primeiro lugar, que cria o ambiente propício para a revisão do modelo de governança da espécie logo depois, com alterações em toda a sociedade.

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Podemos dizer, assim, que tivemos as seguintes fases de governança visíveis até aqui:

  • A oral – dos chefes das aldeias pequenas, hereditários;
  • A escrita manuscrita – os imperadores, sacerdotes e nobreza – com o aumento das cidades, hereditários;
  • A escrita impressa – as monarquias, o clero e a nobreza, hereditários;
  • A eletrônica – os primeiros ministros, presidentes e parlamentares, mais rotativos; 
  • A digital –  com representantes ainda mais rotativos.

Se analisarmos a luta política do último século foi uma luta de cunho econômico, mas não de mudança de governança da espécie.

Falta-nos a visão filosófica do tecno-homus.

O que se pretendia era a superação de um sistema econômico injusto para um mais justo.

Porém, não era perceptível, até então, as variações da governança da espécie, o impacto das tecnologias nessa direção e o sofrimento e injustiça que o adiamento de tais mudanças provocam.

Arrisco a dizer que se Marx fosse vivo ele seria Marx 2.0!

É preciso sair da caixa para ver diferente.

Que dizes?

 Versão 1.0 – 30/07/2013

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Heidegger

A ideia do filósofo Martin Heidegger do ser autêntico e inautêntico é relevante nesse momento.

Para ele, assumir nossa finitude/morte, nos faz ver o mundo de forma distinta.

Nos faz perceber que os condicionamentos que nos submetemos são efêmeros diante da perspectiva da morte e nos torna seres mais autênticos, quando procuramos nossa própria voz.

Nos faz, assim, sair de uma vida inautêntica para uma mais autêntica, procurando desenvolver a nossa capacidade de ser e estar no mundo, que não é dada pelo fato de termos nascido, mas é um esforço que precisa ser feito, uma potencialidade em aberto que pode, ou não, ser vivida e desenvolvida.

Podemos ser, não somos!

A ideia da tomada de consciência humana diante do seu tempo, da história, de sua angústia, situação social, etc aparece ainda em diversos filósofos contemporâneos, começando por Marx, que exerce ainda forte influência no pensamento brasileiro e em toda América Latina.

Não são poucos filósofos também que estabelecem, cada um a seu tempo, os condicionamentos da espécie humana, uns falam da prisão da linguagem, da história, da economia, que nos amarram.

Para eles, não se pode compreender o ser humano sem que nos coloquemos nesse entorno condicionante.

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Tomar consciência seria, então, sair de um estado de letargia que nos colocaram e acordar para uma dada realidade, que causa sofrimento, através da tirada da venda.

O filme Matrix, sob este ponto de vista, é bem nessa direção da tomada da consciência e bastante Hideggareano.

Tais tomadas de consciência, entretanto, não explicam propriamente os movimentos de Junho de 2013 no Brasil, pois foi algo que não passou por um processo individual, mas coletivo e rápido de inação para a ação, com um novo conjunto de demandas inusitadas contra as organizações de plantão. O que ocorreu aqui foi um fenômeno muito particular e específico, que podemos chamar de tomada de consciência tecnológica e não ideológica.

As engrenagens de poder da sociedade (qualquer uma) estabelecem organizações e narrativas (com taxas variáveis de falsidade) que vão, ao longo do tempo, aprendendo a controlar as ideias e dominar, assim, os ambientes cognitivos, conseguindo estabelecer a aceitação de uma alta taxa de falsa narrativa aceita pelo conjunto da sociedade.

O controle das ideias vai, se usarmos as teorias de Heidegger criando cada vez mais um conjunto de cidadãos “desautênticos”, pois vai ficando cada vez mais invisível a possibilidade de perceber que nossas consciência é a do outro, criado por alguém em nós.

Um conjunto de alegorias é criado e nos leva a viver um mundo Matrixiano sem que tenhamos a possibilidade da pílula vermelha.

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A filosofia tem dois tipos de abordagem nessa direção:

  • A dos filósofos aéreos – que nos vêem como almas sem corpo;
  • E os terrestres – que colocam corpo na alma e inclui aí todos os condicionamentos terrenos.

Os terrestres são capazes de nos colocar elementos condicionantes, tal como Marx a economia, a luta de classes. Como Kant, o tempo e o lugar, por exemplo. Ou Wittgenstein que nos lembra da prisão da linguagem.

Não seria estranho acrescentar, por exemplo, as ideias de Wittgenstein que fala do aprisionamento da linguagem, de que esta linguagem não acontece sem um suporte tecnológico.

A voz precisa da boca, assim como a escrita do papel ou da tela.

Assim, o ambiente da linguagem da qual somos prisioneiros não pode ser visto como estático, se modifica por mudanças não condicionadas pelas organizações que exercem o poder, pois a massificação de uma dada tecnologia cognitiva nova é feita por fora da estrutura vigente. Foi assim com o alfabeto na Grécia, com o papel impresso no fim da Idade Média e agora com a Internet a partir do final do século passado.

E isso é a marca de uma Revolução Cognitiva que é tão difícil de ser compreendia pelo modelo de pensamento que temos até aqui, pois o fator tecnológico cognitivo e sua ruptura não entrou ainda no radar dos filósofos, com exceção de Pierre Lévy.

 Wittgenstein

Toda a estrutura de poder, assim, é baseada no domínio das narrativas da sociedade, que usam a linguagem do seu tempo e, por sua vez, uma dada tecnologia que a empacota e condiciona nosso modus operandi.

Uma revolta tecnológica como ocorreu no Brasil é uma mudança que marca a chegada, massificação, uso intenso e consequências de novas tecnologias cognitivas que vêm de fora das organizações de plantão e permitem que novas narrativas apareçam, questionando de fora para dentro, sem ainda um projeto ideológico, mas tecnológico.

A ideologia vai sendo construída depois, como foi com o conjunto de filósofos que construiu o que se chamou a Filosofia Moderna, a partir de 1450, que pela ordem priorizou a razão x fé e depois problematizou essa razão, criando a subjetividade e relacionando o homem a seu tempo, bases para a queda da Bastilha a criação da democracia que temos hoje. O que está a se dizer aqui em palavras claras é que foi o papel impresso que permitiu a Revolução Francesa, a partir do livre-arbítrio de vários pensadores que ocuparam o novo espaço entre a narrativa oficial-falsa e intoxicada e a nova narrativa mais autêntica que ele permitiu.

Cria-se um novo condicionamento e uma nova demanda por determinado tipo de autoridades que não são mais aquelas que estão aí. O abismo entre uma e outras são enormes!

A falsa narrativa das falsas autoridades que aprenderam a usar o ambiente cognitivo passado se vêem nuas diante de uma nova enxurrada de narrativas não comprometidas com o aparato de dominação social. São milhares de novos filósofos-tecnológicos que viram a luz, pois se descondicionaram do modelo passado, pelo uso intenso de um novo aparato tecnológico. Se recondicionaram cognitiva e afetivamente falando.

Isso é, entretanto, uma parte, mas não o todo.

A nova geração que se utiliza desse novo ambiente técnico-linguístico  estabelece afetivamente uma nova forma de respeito a uma dada representação e à autoridade, baseada em um novo tipo de mérito, pois passa a admirar quem tem algo para dizer e não mais a imagem que o ambiente cognitivo em decadência consegue estabelecer.

É como se pudesse de novo ver o fogo além da fumaça e surge o bordão que diz tudo em poucas palavras:
“Você não me representa!”.

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Habitua-se, assim, no uso do novo ambiente tecnológico (com destaque o Facebook) com um novo modelo de respeito por um novo modelo de autoridade, condicionada pela prática do uso do novo ambiente tecnológico e não pela tomada de consciência ideológica.

É uma característica da guinada tecnológica. Nada impede que em outros momentos vá haver a tomada de consciência ideológica ou existencial, só que agora não é este o caso. É a novidade que precisamos lidar: uma revolução cognitiva em pleno século XXI.

É uma tomada de consciência tecnológica, que prepara um novo modelo de governança da espécie, que os novos ambientes cognitivos permitem e são necessários para estabelecer um equilíbrio entre tamanho da espécie e governança.

(Falo disso no meu novo livro.)

Que dizes?

 

Versão 1.0 – 29/07/2013

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Toda a estrutura social cria seu modelo de autoridade, que cria suas organizações e o modelo de validar a verdade e quem as profere.

Todos que desejam ter “credibilidade” precisam ser “carimbados” pelas autoridades de plantão que fecham os canais de distribuição de ideias.

Qualquer canal alternativo é invalidado, pois não se pode confiar em algo que não vem das autoridades de plantão, que são confiáveis.

O problema é que as organizações com o tempo de uso de dado ambiente cognitivo criam um processo de auto-sustentação e falsa narrativa para se manter nessa representação.

O que chamei de ditadura cognitiva.

Tal fenômeno cria um critério de validação e invalidação na sociedade quase sempre não meritocrático em um período pós-ditadura cognitiva.

Libertação

Quanto mais fechada, autoritária, anti-democrática é uma sociedade menos vozes discordantes terão espaço para falar e muito menos sobreviver, pois o ambiente vai rejeitá-las e, se possível, sufocá-las economicamente para que não se manifestem e não possam sobreviver a não ser aderir as organizações de plantão, modelando/moderando o discurso.

As falsas narrativas de um ambiente de baixa democracia são tão gritantes e contraditórias que só se sustentam no silêncio e na repetição da mesma ladainha do controle das ideias.

Assim, é preciso para que se mantenha o ambiente  dessa maneira, com a falsa-narrativa, é preciso invalidar as novas vozes, através de critérios de validação e de descredenciamento dos cidadãos-filosóficos.

De maneira geral, estimula-se a vergonha, a timidez, o medo de se falar ou escrever fora das normas. Criam-se normas, formas, diretrizes para que cada vez menos pessoas possam ser “confiáveis”, tudo em nome da credibilidade.

Porém, o que consegue entrar na norma, geralmente, carece de conteúdo para o conjunto geral.

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Exige-se conhecimento prévio e o mais interessante é que se cria autoridades de assuntos, que sabem tudo sobre um determinado tema, mesmo que nunca os tenham usado para nada prático.

Sabe-se sobre aquele tema, passam a sumidade, mas uma análise fria sob outro ponto de vista mais efetivo desmantela a  relevância daquele conhecimento para a sociedade.

Por isso, que a saída da qualquer ditadura cognitiva, para uma primavera de ideias, traz consigo uma migração de ensino, aprendizado, produção de conhecimento que têm foco em assuntos para o foco em problemas.

Uma sociedade estável é aquela que mantém a solução dos problemas sob rígido controle, cercado de interesses das falsas autoridades e, por isso, não se estimula um esforço para que sejam solucionados de forma mais efetiva em prol de mais gente.

Coisas sem sentido são feitas, pois a solução atende a dados interesses que não fazem parte de uma lógica comum.

Concentra-se os estudos em assuntos, eliminando a capacidade da sociedade em resolver problemas, pois as soluções não serão feitas de forma aberta e trans-aparente, mas de forma nebulosa, pois as organizações precisam esconder seu falso interesse pelo coletivo.

As falsas autoridades resolvem seus problemas pensando em si e não em ti.

Assim, qualquer modelo novo de pensar será atacado, não pelos argumentos dos novos, mas principalmente pela invalidação da fonte, pois ninguém pode sugerir novas soluções para velhos problemas, pois não estão “capacitados” para isso, pois as falsas-autoridades se encarregam dessa decisão.

Viver uma pós-ditadura cognitiva, assim, exige que os “não autorizados” pratiquem um novo discurso, com novas ideias, muitas vezes despossuídos de lógica no primeiro momento, mas ganham relevância, se estiverem:

  • a) focados de forma na solução de um dado problema, sem os vícios das falsas autoridades;
  • b) aberto por saber que tem que aprender com aqueles que desejam uma nova forma de solução e mesmo uma nova alternativa para o dado problema.

É uma validação vinda de baixo.

Por aí,

que dizes?

Versão 1.0 – 29/07/2013

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Na guinada de pensamento provocado pela antropologia cognitiva, percebemos que a história humana é feita de rupturas de ambientes de circulação de ideias.

Há um movimento de controle e descontrole das ideias, em função do surgimento de uma nova tecnologia cognitiva reintermediadora e o não conhecimento da mesma pelas autoridades de plantão.

Veja na figura abaixo:

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As bolas em azuis marcam a chegada de novas tecnologias cognitivas reintermediadoras, tal como a fala, a escrita, o alfabeto, o papel impresso, a Internet.

Há um movimento de descontrole das ideias, na qual as falsas narrativas e práticas das autoridades vigentes – intoxicadas pelo período de controle –  perdem o sentido é há um amadurecimento do uso do novo ambiente cognitivo primeiro por quem está de fora do sistema.

As organizações/autoridades no ambiente de controle passado vão ficando conservadores e deixam que os “de fora” se utilizem primeiro da novidade, o que vai criando um movimento de narrativa alternativa, com novos atores, que passam a questionar a falsa narrativa e as falsas organizações. Cria-se, assim, um novo modelo de validação das novas autoridades que vem de fora do sistema, empoderados pelo novo ambiente cognitivo muito mais meritocrático. O novo ambiente expressa e valida cada vez mais quem diz/faz algo interessante, diferente e não mais pela posição ocupada na sociedade pelas falsas autoridades.

A vivência nos ambientes de mídias sociais, que muitos consideram alienantes e só com “abobrinhas” é algo, ao contrário, revolucionário, como ocorreu com a chegada de todas as outras mídias descontroladoras, pois:

  • a) cria um elo antes não existente entre os cidadãos;
  • b) começa-se a receber novas percepções fora das falsas narrativas;
  • c) começa-se a “muscular” as percepções;
  • d) cria-se um fortalecimento da auto-estima, pois vê-se que não se está só nas angústias.

Libertação

Toda a estrutura de falsas autoridades é montada na baixa taxa de percepção e de baixa auto-estima, que mantém a falsa narrativa com certo poder de controle, mesmo em ambiente pseudo-abertos e democráticos.

A quebra da ditadura cognitiva se expressa em movimentos autônomos, nos quais há principalmente, mais do que uma nova ideologia, ou uma nova concepção do mundo, uma percepção clara e evidente da falsa autoridade e sua respectiva falsa narrativa.

Não se sabe para onde se vai, mas se sabe claramente que o falso respeito pelas autoridades de plantão não se sustenta mais, que é a base para que uma sociedade possa caminhar para um mundo pós-ditadura cognitiva.

Ou se volta para um regime de força, como está acontecendo em alguns países árabes, ou se procura uma alternativa política para se recriar o modelo democrático, que é o que se tentou com certo êxito na Islândia, procura-se algo assim na Itália, Espanha e Estados Unidos. E agora também intensamente, talvez na vanguarda, o Brasil.

(Aqui temos um modelo pré-revolução francesa de exploração dos pobres analfabetos versus a consciência de um empoderada juventude digital, o que nos faz um caso único em todo mundo, pois vivemos um modelo de governo pós-revolução francesa, diferente de certa forma aos países árabes)

Efeitos

Ao lidar diretamente com meus alunos, percebo que há um grande gap de percepção da falsa narrativa.

Todo poder, seja onde for, que tem continuidade no tempo dentro de um mesmo ambiente cognitivo, tende a cria uma ditadura cognitiva e, por sua vez, um discurso mais unificado, criando cada vez mais uma transparência e invisibilidade do transmissor do canal.

Se crê que o seu discurso da falsa autoridade é o meu discurso.

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O que se pensa, se diz, se ouve é a verdade, a minha verdade, que eu passo a aceitar e reproduzir, como se fosse minha, pois há uma baixa taxa de percepção da realidade. Não percebo que a verdade foi construída por alguém, com determinado interesse específico para manter seu posto de autoridade com suas defesas para se manter no cargo com os benefícios cada vez mais voltados para si.

Não importa muito, na verdade, a discussão filosófica se a realidade existe ou não existe, se é finita, ou não, se é de Deus ou não, apenas que toda a realidade é interpretada por alguém que não é a pessoa que a reproduz.

O fundamental é empoderar as pessoas com baixa taxa de percepção a sua capacidade de começar a enxergar os códigos que são construídos pela falsa narrativa.

O filme Matrix é perfeito nessa direção, pois todo o ambiente é construído para que não se perceba a exploração das autoridades sobre a sociedade.

Neo e seus comparsas conseguem compreender e entender os códigos, mas não conseguem superá-los afetivamente, tanto que morrem se forem baleados, pois apesar da superação mental, precisam acreditar/confiar em uma nova ordem e em uma nova autoridade.

Por isso, Neo é o escolhido, pois é o único que pode superar afetivamente as autoridades, ser baleado e não morrer!

É isso que ocorre em uma das últimas cenas quando Neo é baleado e renasce, conseguindo ver o código e não mais sendo atingido pelo antigo modelo.

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É um neo-filósofo que já não acredita mais PARA VALER nas novas autoridades.

Houve uma superação afetiva-cognitiva completa e não parcial, como os seus comparsas. Por isso ele é o escolhido, aquele que tem capacidade para essa superação.

A partir dali, tudo que as autoridades tentam fazer com ele é inofensivo, pois ele superou a dominação tanto afetiva quanto cognitiva.

É essa tentativa de acreditar/confiar no novo modelo de geração de autoridades, via digital, o grande desafio da nossa época.

Podemos até usar estrelas, curtir, colaboração de massa algorítimos para muitas coisas sem grande repercussão na sociedade –   o grande desafio porém é acreditar que tudo isso pode ser usado para algo mais sofisticado tal como criar empresas, eleger políticos ou governar cidades.

É esse o desafio que precisamos superar.

Conseguir ver os falsos-códigos, não acreditar mais neles.

E acreditar naqueles que criamos.

Por aí, que dizes?

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“Todo filósofo vem combater as regras impostas pelas autoridades de plantão”

Toda a sociedade humana precisa se estruturar em organizações e estas produzem autoridades, que a governam.

Não haverá sociedade humana sem autoridades.

Podemos ter uma revolução socialista democrática no mundo e lá estarão as novas autoridades, escolhidas de uma determinada maneira e sendo mudadas de outra.

As autoridades fazem parte da nossa estrutura básica, assim como a criação de organizações.

Assim, toda organização é criada com um objetivo, quase sempre coletivo, que define sua meta para prestar algum serviço de valor para a sociedade.

Existem duas visões distintas quando pensamos no ser humano:

  • Uma que parte de Rousseau, da teoria do homem bom – que o ser humano nasce bom e é a sociedade que pode, ou não, torná-lo um inimigo;
  • Uma que parte de Hobbes, da teoria do homem é o lobo do homem – que o ser humano é um egoísta e é a sociedade que pode, ou não torná-lo um amigo.
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Rousseau

Note que o marxismo parte da visão de Rousseau ao identificar o capitalismo como “estragador” da vida do proletariado e acreditar que uma revolução regeneradora vai nos leva a um paraíso na terra, pois o homem, o trabalhador é bom, mas precisa de um outro sistema para exercer a sua bondade.

Sou adepto da versão de Hobbes por tudo que li, vi e vivi.

Assim, autoridades e organizações terão uma taxa maior de serviço à sociedade, desde que a sociedade possa controlá-las. Portanto, uma sociedade será mais justa se for possível que possa controlar as suas organizações.

Aí temos um problema do sentimento de continuidade das autoridades.

Toda autoridade ao se estabelecer em um determinado posto, fará de tudo para permanecer nele.

Tirando raras exceções que justificam a regra.

Uma autoridade, portanto, bem como uma organização, ao longo do tempo tenderá a dedicar a maior parte do seu tempo para criar barreiras para que a estrutura NÃO seja modificada e que NÃO haja mudanças, que as ameace.

Vão tentar criar novos critérios de substituição cada vez mais desfavoráveis à sociedade para manter as autoridades atuais e, se possível, criar mais em mais privilégios para quem está lá.

Isso acontece desde um professor em uma escola, passando por um reitor em uma universidade ou um presidente da república.

Um conjunto de pessoas  depende de sua permanência e ele passará a maior parte do tempo procurando se manter no cargo.

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Porém, há que prestar conta para a sociedade e aí entram algumas questões que a nova abordagem da antropologia cognitiva pode ajudar a entender melhor:

  • –  as autoridades precisam controlar as ideias circulantes;
  • –  precisam criar uma falsa narrativa para que se acredite que ele está trabalhando para o coletivo e não para si mesmo;
  • – e fazer com que a sua falsa narrativa circule, evitando que a sua luta para permanecer no cargo e os benefícios a despeito da sociedade apareçam.

(Isso não é algo brasileiro, mas humano.)

Obviamente, que essa luta pela manutenção da autoridade no cargo, vai criando um círculo de favores e estabelecendo benefícios que podem ser legais ou não, do ponto de vista jurídico. A organização, entretanto, vai cada vez mais se voltando de costas para a sociedade.

Vários autores já trabalharam com essa questão, destaco Foucalt e Bourdieu, dos que conheço até aqui. Porém, não fizemos ainda a relação desse aspecto com as revoluções cognitivas.

Um dado ambiente cognitivo quando se estabelece e se consolida nos leva a uma taxa cada vez maior de controle das autoridades sobre a sociedade.

A chegada do papel impresso, a partir de 1450, criou na sua fase de descontrole das ideias, o que gerou um novo modelo de governança, a partir da revolução francesa.

Este modelo entrou em uma fase de consolidação, fortalecida pelos meios de comunicação de massa, criando um controle cada vez maior das organizações sobre a sociedade.

Os movimentos atuais de revolta são contra esse desequilíbrio!

Menina Arame

As organizações e as autoridades se esforçaram por aprender e dominar os canais de circulação de ideias e se dentro deles para desenvolver a sua falsa-narrativa, na qual tudo que faziam era para defender a sociedade.

A sociedade passa, então, a viver uma falsa realidade criada pelas falsas autoridades nas suas falsas organizações, que fingem que estão aí para defender os interesses de todos, quando, na verdade, com o aumento contínuo do controle, passam cada vez mais a defender seus próprios interesses de perpetuação no poder e das benesses que isso significa.

O papel da filosofia e dos filósofos é, a despeito, de qualquer coisa procurar identificar aquilo que não faz sentido nessa falsa narrativa.

Filo = amor

Sofia = sabedoria

A sabedoria é justamente o oposto do que é falso, artificial, egoísta, velado, que visa o bem privado e não o bem comum, mesmo que seja privado.

Há duas etapas nessa luta filosófica:

  • – enquanto o ambiente cognitivo se mostra estável e não se modifica, é uma luta surda, isolada, uma voz anti-autoridade, mas sem uma perspectiva de um novo cenário;
  • – quando o ambiente cognitivo se mostra instável e surge o descontrole das ideias é uma luta mais aberta, várias vozes e escolas, com a perspectiva de um novo cenário, já apontando para novas autoridades.

Com a chegada de um novo ambiente cognitivo, tal como o alfabeto grego, o papel impresso ou a Internet passa a crescer a sua luta pela falsa narrativa e preparando o caminho por uma nova, de novas autoridades, de novas organizações, de nova governança.

Estas terão o seu tempo para serem criadas e gerar novo ciclo de conservação e de domínio delas sobre a sociedade, que precisará de novo ambiente cognitivo, filósofos e nova governança.

Vivemos hoje, com a chegada do descontrole de ideias digital, esse novo momento de trazer a luz aquilo que as autoridades de hoje, que não nos representam, a denúncia das falsas-narrativas e a procura de construção de novas narrativas, de nova autoridades e de novas organizações/governança.

Que vai durar um período até cair de novo no mesmo círculo vicioso.

Que dizes?

 

 

 

Não podemos mais separar a história da filosofia como fazemos hoje, pois há uma influência clara das mudanças nas mídias e escolas filosóficas. Temos que analisar a história da filosofia, assim, em movimentos de contração (quando a filosofia é relegada a segundo plano) e de expansão (quando ela volta à cena com força).

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Assim, se analisarmos relação de causa e efeito da história recente do mundo ocidental, desde a Grécia, podemos observar que houve uma ordem de acontecimentos:

  • Invenção e difusão da escrita manuscrita  – descontrole de ideias – surto filosófico – monoteísmo  novo modelo de governança;
  • Invenção e difusão do alfabeto grego – descontrole de ideias – surto filosófico – democracia grega, novo modelo de governança;
  • Invenção e difusão do papel impresso  – descontrole de ideias – surto filosófico – democracia francesa, novo modelo de governança
  • Invenção e difusão da Internet  – descontrole de ideias – surto filosófico – democracia digital, novo modelo de governança (?)

Obviamente, que esse campo está apenas começando, mas já nos dá uma base para repensar a forma que nos vemos e o passado.

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Note que filósofos revolucionários, ou um grupo grande deles, em surtos, só conseguem exercer suas ideias quando estão em um forte  ambiente de descontrole de ideias, que preparam um novo modelo de governança da espécie.

São filosofias que quebram o paradigma de um grupo de autoridades anterior e se dedicam a modelo uma autoridade mais representativa, pois não haverá sociedade sem autoridades.

A chamada filosofia moderna, por exemplo, que se afirma ter começado a partir de 1450, por motivos inexplicáveis, ganha agora uma nova explicação:  a chegada do papel impresso. Bem como a história moderna.

Dessa forma, se podemos desenvolver esse tema mais fundo, é possível afirmar que tivemos três blocos de filósofos:

  • Os orais – que difundiram sua mensagem pela fala;
  • Os escritos – que usaram a escrita nas suas diferentes etapas (tanto de suporte pedra, papiro, papel como de códigos desenhos e alfabetos);
  • Os digitais – que vão, como estão,  começando a difundir suas ideias pelo novo canal.

Por aí, que dizes?

Versão 1.2 – 11/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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A escola baseada na escrita era aquela que não tinha a possibilidade da distribuição do conhecimento tal como temos hoje em plataformas como o Youtube. A escola do século XXI fará um forte retorno a oralidade para ganhar tempo e eficiência, deixando o papel impresso como um complemento.

Veja a trilha de vídeos aqui.

 

Versão 1.0 – 24/07/2013
Se houver erros no texto, ajude, comentando. Este blog é apenas um rascunho compartilhado.

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Não haverá na espécie humana uma sociedade sem autoridade.

Do Wikipédia (pai dos burros digitais):

Autoridade é um gênero ou uma simples fonte de poder. É a base de qualquer tipo de organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. É uma espécie de poder continuativo no tempo, estabilizado, podendo ser caracterizado como institucionalizado, ou não, em que os subordinados prestam uma obediência incondicional, ao indivíduo ou a instituição detentores da Autoridade. Ou seja, a Autoridade transmite a mensagem fps 24 de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação e os indivíduos subordinados a esta autoridade aceitam e obedecem sem questionar.

Eu mudaria este texto para o seguinte:

Autoridade é um gênero ou uma simples fonte de poder. É a base de qualquer tipo de organização seja ela qual for.  É uma espécie de poder continuativo no tempo, que se estabiliza, podendo ser caracterizado como institucionalizado em que os subordinados prestam algum tipo de obediência  ao indivíduo ou a instituição detentores da Autoridade. 

Note que a definição do Wikipédia na fase final, seja lá quem escreveu, é de um tipo de autoridade, talvez característica do Brasil, uma autoridade impositiva, com baixa qualidade narrativa, veja abaixo:

Ou seja, a Autoridade transmite a mensagem fps 24 de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação e os indivíduos subordinados a esta autoridade aceitam e obedecem sem questionar.

Chama a atenção também de que se sugere que autoridade só existe em organizações hierarquizadas, o que nem sempre se dá desse jeito, pois em organizações mais horizontais há também autoridades, mas são aquelas que ficam menos tempo no “cargo” e são autoridades que se mantêm como tal pela qualidade da narrativa e prática e e não apenas pelo aprendizado das manhas do uso do poder.

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A ideia negativa da autoridade é tipica de uma sociedade com autoridades de baixo prestígio.

Gosto muito quando se define autoridade como aquela que é constitutiva no tempo, pois uma sociedade mais aberta e eficaz terá autoridades mais mutantes e isso nos leva a algo interessante, das eras das autoridades versus as tecnologias cognitivas. Podemos dividir as autoridades da seguinte forma:

Autoridades orais – note que no mundo oral, as autoridades eram hereditárias, escolhidas por Deus, sem margem de narrativa, pois se Deus escolheu aquela autoridade, não havia ninguém na terra que fosse tirá-la do cargo. Era a autoridade com poderes divinos, baseado em textos pseudo-psicografados que as garantiam e também a seus herdeiros. Eram autoridades perenes e de pouca rotatividade, que sobreviveu ao mundo escrito manuscrito. Todo o movimento do papel impresso, dos filósofos modernos foi o de questionar esse modelo de autoridade permanente, através do fortalecimento da razão e da força do indivíduo para tomada de decisões baseada nos fatos. 

Autoridades escritas impressas/mídias de massa  – note que no mundo escrito impresso, as autoridades hereditárias foram perdendo a vez para autoridades mais rotativas, escolhidas pelo cidadão, que ganhou racionalidade, não era mais assim Deus que a escolhia, mas o próprio humano que amadureceu. Criou-se um certo rodízio de poder, ainda mais depois das Revoluções Inglesa, Americana Francesa. Era a autoridade com poderes terrenos, baseado em uma narrativa das escolhas. Eram autoridades com maior rotatividade. Todo o movimento do mundo digital, dos filósofos digitais, tal como Lévy é o de de questionar esse modelo de autoridade atual, através do surgimento de novo modelo, para  nos guiar para um mundo hipercomplexo: a inteligência coletiva, que passa a ser o novo personagem dessa trama;

Autoridades digitais  – note que no novo mundo digital, o rodízio das autoridades ganha velocidade ficando ainda mais rotativo, através dos cliques e estrelas. A nova geração, já acostumada com este novo modelo de criação de autoridade, passa a definir muito rapidamente o que considera relevante e eficaz (curte/cinco estrelas) do que não é (não curte/menos estrelas). O modelo é similar, apenas mais rápido e dinâmico, estabelecendo uma nova forma de escolher. As autoridades digitais precisam estar o tempo todo atentas para se manter no seu posto, pois o sobe e desce é muito mais participativo e dinâmico. Este é a base do modelo da democracia digital que vai invadir todas as organizações.

Note que o objetivo das autoridades, do ponto de vista do que interessa para a sociedade, é que elas sejam as mais eficazes possíveis e que pensem o mais coletivamente possível no exercício do cargo. Procura-se, assim, uma meritocracia para garantir que isso ocorra o tempo todo.

Não acredito nem em meritocracia absoluta e nem em altruísmo, o que vai garantir uma melhor taxa (sempre teremos taxas) é a capacidade de criar ambientes de trans-aparência para que essa cobrança permanente seja possível, reduzindo a margem da narrativa/ação de baixa qualidade.

A necessidade de novas autoridades, por fim, é pautada pelo aumento populacional, que gera um novo volume de demandas e mais e mais necessidade de autoridades mais eficazes obriga que se migre do modelo “a” para o “b”, o que ocorreu na chegada da escrita manuscrita e depois com a impressa. E agora ocorre o mesmo com o mundo digital.

Queremos autoridades mais qualificadas para enfrentar problemas mais dinâmicos e complexos!

Há com a chegada desses novos ambientes um empoderamento do cidadão, não só pela trans-aparência das narrativas e atos das autoridades, mas um maior poder de articulação e de pertencimento na sociedade, aumentando a estima geral, o que é péssimo para autoridades com baixa qualidade.

O jovem já pratica essa nova forma de criação de respeito e de liberdade de seguir quem diz algo de relevante, o que torna as antigas autoridades algo completamente obsoleto, de onde vem o grito claro: “você não me representa, a sua narrativa não me representa”.

Essa passagem da autoridade da escrita/mídia de massa para as digitais é o estopim de todas as crises que viveremos nas próximas décadas, necessitado renovar ou revolucionar todas as organizações.

Muitos dizem e se perguntam se estamos diante de uma revolução, sim, estamos mas ela já ocorreu quando os jovens perderam, em função do novo ambiente cognitivo, o respeito pelas atuais autoridades, base para a manutenção do sistema atual.

O que veremos a seguir é a capacidade disso que está dentro deles, ganhar forma e sair para fora, criando um novo modelo de autoridades, baseada no digital e na gestão pela inteligência coletiva.

Por aí…

Que dizes?

 

Versão 1.1 – 23/07/2013

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  • Quando Moisés desceu com os 10 mandamentos debaixo do braço, encontrou seu povo adorando o bezerro de ouro.
  • Quando Lutero releu criticamente a bíblia e resolveu interpretá-la de forma diferente da Igreja, viu que os santos não faziam sentido. A Reforma Protestante, a partir de 1500, na Alemanha, promoveu a destruição (literal) das estátuas. Não há símbolos até hoje nas igrejas luteranas. (Veja o filme.)
  • Quando os jovens no Brasil tomaram as ruas em junho de 2013  dirigiram sua raiva para os atuais símbolos de poder (os palácios, os bancos, as lojas).

Em todas situações que um símbolo obsoleto não mais representava um novo momento, a partir de uma nova tecnologia cognitiva.  Tudo isso faz parte do questionamento dos símbolos do poder e de status, ambos interligados, mas que não se conseguia ver o papel da tecnologia nesse questionamento.

Podemos, seguindo a linha dos filósofos contemporâneos como Foucalt e Bourdieu, superar a visão mais simplista  de poder de que há apenas uma separação entre aqueles que são donos dos meios de produção e os que não são.

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Tais autores (devem haver outros ainda não encontrados – ajudem) trabalham com a construção do poder em cada organização humana, independente sistemas políticos-econômicos, que se estabelece por elementos simbólicos.

Bourdieu defende o conceito de capital simbólico (veja os filmes e ganhe tempo)  e Foucalt toca no assunto quando aborda a microfísica do poder (veja os filmes e ganhe tempo).

Podemos imaginar, assim,  que toda a sociedade precisa de autoridades – aqueles que são autores – que tem não só o poder central, , mas todos os outros em torno dele nas diversas organizações sociais, responsáveis por tomar as decisões por nós e regular as fluxos das trocas, sejam elas tangíveis e/ou intangíveis.

O problema não é tê-los, ou não, mas como tê-los, regulá-los e fazer com que tenham mais princípios coletivos do que individuais, melhorando a  narrativa  que justifique seus atos.

Estas autoridades, sejam elas macro ou micros, constituem uma grande teia de poder, que se estabelece em toda a sociedade (em todas elas) e cria, de forma mais ou menos aberta, o seu modus-operandi.

Nossa capacidade de sermos sociedades mais ou menos eficazes depende da qualidade das nossas autoridades, que se expressam em narrativas que criam para se estabelecer no poder, através de uma taxa de aparência, que está mais próxima do que se diz com o que se faz. E do que se faz por interesses mais coletivos e/ou individuais.

Cabe a este enorme conjunto de autoridades estabelecer com mais capacidade de participação e influência as regras:

  • – de funcionamento social;
  • – do método de ascensão de um cidadão não-autorizado para um que seja autorizado, através dos critérios de ascensão, eleições, concurso, contratação, etc;
  • – de definição do que é de fato “verdade” aeita, através do controle do fluxo das ideias, tais como revistas acadêmicas e meios de comunicação de massa.

Tais autoridades se mantêm em seus cargos e funções de três maneiras, com taxas distintas de convencimento sobre a sociedade:

  • pela força – que elimina normalmente a circulação de pessoas e ideias, evitando a voz dissonante, sem narrativa;
  • pela alta taxa de controle dos fluxos das ideias – que estabelece a circulação das ideias, mas de forma quase unidirecional, com uma baixa qualidade de narrativa , que procura vencer pela repetição e pelas técnicas do marketing político/social;
  • pela baixa taxa de controle dos fluxos em multicanais – que permite uma sociedade mais rica de diálogos e de construção/reconstrução com uma taxa  mais alta das narrativas, na qual se procura vencer pelos argumentos, em vários canais de participação.

Ao analisar todas as sociedades, podemos perceber diferenças de qualidade de narrativa das autoridades em uma democracia mais amadurecida, tal como a Finlândia, Dinamarca e o Brasil, por exemplo, que são elementos que podem (e já são) estudados pela sociologia e a política.

Porém, há um fator tecno-condicionante, além das teorias política/sociológica atuais, que é o fator tecnológico como um elemento determinante nessa relação.

Independente da maturidade democrática, a capacidade de diálogo e conversa e de se estabelecer mais diálogo, depende das limitações das tecnologias cognitivas, pois elas define a qualidade das conversas e a taxa da qualidade das narrativas existentes.

Por mais, que na Dinamarca se estabeleça um diálogo e narrativas melhores do que no Brasil, ambas as narrativas estarão limitadas pelo modelo cognitivo de uma mídia de massa versus uma Internet, que expande e potencializa esse diálogo, afetando a qualidade da democracia em ambos os países.

As tecnologias cognitivas com suas limitações são usadas por todas as nações e o uso continuado estabelece um modelo de controle de fluxos, mesmos em países com uma qualidade melhor de narrativa. Há um fenômeno que vou chamar provisoriamente de “ditadura cognitiva”, que é o uso continuado de uma dada tecnologia cognitiva, que tem alguns aspectos:

  • a) sua limitação intrínseca;
  • b) o aprendizado pelas autoridades em usá-la que empodera a organização em detrimento do poder do cidadão.

O uso continuado, assim, vai aos poucos reduzindo gradualmente a qualidade da taxa de narrativa das autoridades, baixando a qualidade do diálogo em todas as sociedades, mesmo aquelas mais amadurecidas.

Um meio de comunicação de massa unidirecional, que permite o aumento do controle das ideias, vai, aos poucos, intoxicando a sociedade. As autoridades vão baixando a qualidade da narrativa e a população gradualmente vai aceitando.

Há, assim, um “bezerro de ouro” que vai se construindo, pois passa a se adorar cada vez mais a autoridade aparente, a celebridade construída pelo marketing, pelo bom uso do ambiente cognitivo disponível e não  por um mérito mais coletivo. Quem reconhece o mérito é sempre uma outra autoridade com algum interesse de manter o status quo. Muitos apontam os efeitos do capitalismo sobre esse fenômeno, que pode ter seu quinhão, mas estudamos muito pouco ou quase nada a influência do próprio ambiente cognitivo, suas mudanças e seus limites para fortalecer esse tipo de cenário.

É como se fosse uma espécie de buraco negro que vai atraindo, ao longo do tempo, mais buraco negro, cada vez mais fortalecendo uma falsa narrativa e se alimentando dela, criando um círculo vicioso, tornando as autoridades cada vez mais falsas, menos meritocráticas e menos representativas.

Quanto mais temos limitações nas ferramentas tecnológicas mais as narrativas da sociedade tendem a empobrecer, pois passam a ser menos controladas de fora para dentro, aumentando a taxa de aparência e reduzindo o diálogo, gerador de uma narrativa de melhor qualidade.

Não é à toa que a palavra de ordem que surge é a trans-(a) parência.  Note que a palavra transparência significa transpor aquilo que é aparente.

Assim, podemos afirmar que se temos um longo período de uma dada tecnologia cognitiva que reduz o diálogo, há um acomodamento cognitivo-afetivo por parte da sociedade e uma aceitação da baixa taxa de narrativa das autoridades de plantão. Ama-se cada vez mais as falsas autoridades, com falsas aparências, um falso amor, tornando a tomada de decisões cada vez menos eficazes, pois cria-se uma miríade do real.

(O caso típico é a crise financeira americana provocada pela falsa-regulação das adoradas agências reguladoras, que estavam, como ainda estão, totalmente controladas por quem deveriam controlar.)

As autoridades passam gradualmente a serem autoridades aparentes, ou falsas-autoridades, desprovidas de uma narrativa mais consistente.

(Vê-se isso quando o governador do Rio é perguntado sobre o uso indiscriminado do helicóptero e ele responde que o faz, pois todos fazem, não há argumentos, apenas uma narrativa superficial, que se estabelece pelo controle dos fluxos e não mais em uma sociedade mais dialógica.)

Há, assim, um falso amor, pois há que haver amor/respeito entre as autoridades e a sociedade.

Este gap entre a falsa-narrativa e a procura de uma narrativa de mais qualidade, pois tudo são narrativas, é a base do conflito entre a velha ordem impressa/midiática e o mundo jovem 2.0  do novo tecno-ambiente cognitivo.

  • Moisés desce da montanha com a tábua escrita, que questionava o oral. O Bezerro fazia sentido em um mundo sem a palavra escrita, que permitia melhorar a qualidade da narrativa;
  • Lutero  levanta na sua revolta a bíblia impressa, que questionava o oral/palavra manuscrita de baixo acesso. Os santos faziam sentido em um mundo sem a palavra escrita impressa. No filme, volto a sugerir que veja, a batalha é o tempo todo por uma narrativa baseada em argumentos e não em falsos-símbolos.
  • O mesmo acontece no Brasil, empoderado pela Internet versus as autoridades de baixa qualidade de narrativa, voltadas claramente para seus próprios interesses. Mais do que representar o egoísmo ou o capitalismo, estas autoridades representam o ambiente cognitivo passado.

Para fechar, que ficou longo, podemos dizer que há uma influência na relação da escolha e permanência das autoridades nos tecno-ambientes cognitivos, pois elas se sustentam com uma baixa qualidade de narrativa, a partir do controle das ideias que uma dada tecnologia cognitiva permitem depois de um longo tempo de uso e domínio pelas organizações de plantão.

Ao se alterar esse cenário, que se dá rapidamente com a chegada de uma nova mídia que aumenta a taxa de diálogo e a estima dos cidadãos,  a falsa-narrativa fica cada vez mais evidente. Há, assim, uma desilusão, um desamor pelos símbolos, pois se percebe a sua falsidade, daí a raiva.

Foi o que provocou muitas revoluções no passado: a incompatibilidade entre as o modelo de governança das autoridades de plantão, criadas a partir de um ambiente cognitivo, e um novo ambiente que sobe muito rapidamente a exigência da qualidade da narrativa, tornando impossível que as antigas autoridades consigam se superar.

Não é um problema do que se diz, mas sobretudo o que se acostumaram a fazer, o que Bourdier chama de hábitos sociais.

A grande dificuldade é superar essa raiva e o desamor para tentar constituir no lugar um novo modelo de autoridade, com taxa de narrativa de mais qualidade, mas isso só pode ser construído usando os mesmos elementos que o revelaram: o novo ambiente cognitivo, através do seu novo potencial, no caso a comunicação algorítmica, que não se baseará mais apenas no querer quebrar, mas no construir, o que dá muito mais trabalho e exige alta capacidade de abstração e formulação.

Este é o nosso macro-desafio do século XXI.

Mas falo disso mais adiante.

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Série completa de vídeos que produzi sobre o tema.

Veja aqui.

 Veja meus vídeos sobre o tema aqui.

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A filosofia é o campo de estudos que se dedica às questões mais amplas do ser humano.

É a mãe de todas as ciências.

E, por causa, disso é antecipatória.

Antes das teorias, das metodologias e teorias sempre há um filósofo que abriu a estrada, abrindo um novo tempo de pensamento humano, como vemos na figura abaixo:

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Assim, podemos ver o futuro muitas vezes, a partir das propostas de alguns filósofos, que pressentem a era seguinte e preparam o terreno, superando impasses para que as ciências de desenvolvam.

Ao estudar a abordagem dos filósofos em cada época, acredito que posso propor a divisão entre duas grandes linhas: os do ar e os da terra.

  • Os do ar são aqueles que, por sua abordagem, resolveram tratar o ser humano como um homem sem corpo, não animal, não condicionado, que acreditava que dependia dele e de mais nada o seu destino, podemos citar os idealistas, muitos que antecederam o que se chama hoje a filosofia moderna e contemporânea e vários dentro dela, que não sentiram necessidade de incluir no seu pensamento o lado humano, o que não quer dizer que não traga, por causa disso, questões interessantes;
  • Os do terra são aqueles que, por sua abordagem, resolveram tratar o ser humano como um homem com corpo, incluindo seu lado animal, condicionado, que acreditava que seu destino dependia também de fatores externos, tais como o momento histórico, a economia, a linguagem os fatos.

Assim, não podemos dizer que é ilógico que a nova leva de filósofos procure novas abordagens e incluam novos fatores condicionantes ao humano, que antes não eram levados em conta, sendo filósofos da terra, mais coerentes com seus antepassados mais próximos.

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Assim, podemos apontar os trabalhos de Pierre Lévy (e seus possíveis influenciadores, que ainda não posso precisar) como inaugurais desse novo tempo, já que introduz a tecnologia como o novo elemento condicionante e em especial as tecnologias cognitivas, tais como a fala e a escrita no passado e o mundo digital para o futuro.

Dessa maneira, se pensarmos ser viável considerar que o humano é condicionado pela tecnologia como não imaginamos antes e vem como já sugeriu Marx com a economia e Wiggenstein com a linguagem trazer um novo modo de pensar e nos permitir rever o passado, o presente o futuro com novo olhar.

Não podemos dizer que a filosofia vai se espantar com algo assim, apenas deve procurar ver se faz sentido – já que não será o primeiro a procurar um novo campo de condicionantes para repensar toda a lógica, ainda mais quando surgem impasses, tais como compreender os motivos e causas dos protestos de junho no Brasil, motivados nada mais e nada menos por TECNOLOGIAS COGNITIVAS (no caso a Internet).

Se faz sentido e as tecnologias cognitivas podem ser considerados locomotivas da história, como tentarei demonstrar em posts futuros, podemos rever até a própria história da filosofia, que seria demarcada de outra maneira, agora marcada pelas quebras das tecnologias cognitivas:

  • A Filosofia 1.o ou oral – que vai até a chegada da escrita e principalmente do alfabeto, marcando principalmente o mundo ocidental, com a filosofia Grega – que marcou o mundo ocidental até o fim do feudalismo;
  • A Filosofia 2.0 ou escrita impressa – que vai de 1450, até a chegada do computador, em 1960 e da Internet 30 anos depois – que modulou toda a história, passando pelas revoluções liberalizantes;
  • Filosofia 3.0 ou digital – que se inicia com a chegada da Internet e, a meu ver, será demarcada pela revisão humana do papel das tecnologias e das tecnologias cognitivas da sociedade como um novo elemento condicionante humano.

Tal revisão, nos leva a um novo tempo filosófico e que vai marcar as ciências humanas, com revisão em todos os problemas, fará revisão na maneira que pensamos a educação entrando por alguns áreas do estudo do cérebro e da psicologia.

Por fim, como fator adicional e causador destas rupturas o aumento da população, que cria periodicamente novos modelos de governança, já penetrando no campo político, social e econômico.

Que dizes?

 

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A partir de artigos publicados por:

Cacá Diegues, Clóvis Rossi, Cristovam Buarque e Merval Pereira.

Veja a trilha completa aqui. 

Filosofia 3.0

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A história da filosofia precisa ser revista.
Podemos analisá-la em três momentos: a filosofia oral, escrita e agora a digital.
Como produzimos conhecimento e quem tem a “autoridade” para dizer o que é a verdade;
E o que a colaboração cria de quebra nessa construção da verdade das autoridades analógicas.

Veja os vídeos aqui.

Veja o primeiro:

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Um novo campo de estudo que surge com o objetivo de compreender com mais eficácia a chegada da Internet e suas consequências.

Faço uma ressalva, pois prefiro agora chamar de tecno-cognitiva para se diferenciar de outra antropologia cognitiva que não se dedica exclusivamente às mudanças tecnológicas.

Vídeo aqui, veja:

Veja o conjunto completo de vídeos aqui. 

 

Olhos_vendados

Descubra o que é o dogmatismo e como lidar com ele. Explore estratégias para superar ideias fixas e ampliar seu pensamento.

Do Wikipédia, com ajustes feitos aqui:

Os dogmas expressam verdades talvez não certas, indubitáveis e não sujeitas a qualquer tipo de revisão ou crítica.  Dogmatismo é uma atitude natural e espontânea que temos desde criança com senso. É uma tendência a crer que o mundo é do jeito que aprendemos. Ou que nos ensinaram. Há uma adesão cega a um determinado grupo, causa ou ideia inabalável.

Cada vez mais me incomoda o dogmatismo, que vou dividir em dois.

  • O dogmatismo temporário  – é aquele  que passa é cultural e contextual;
  • O dogmatismo crônico – é aquele que não passa, é quase genético;

Os primeiros depois de um tempo em ambientes abertos e de diálogo, avançam.

Os segundos, infelizmente, não.

O dogmatismo crônico tem os seguintes sintomas:

  • Abraça fervorosamente uma causa ou um grupo;
  • Tem verdadeira adoração/veneração pelos líderes e por tudo que os membros da causa ou grupo fazem ou dizem;
  • Tudo que é feito é bom, de boa fé, sem possibilidade de crítica;
  • Está dispostos a ver sempre o lado bom dos atos dos membros de seu grupo, pois eles têm o poder da verdade;
  • Falta ao mundo conhecê-los e a seus atos melhor;
  • O seu grupo ou causa é melhor do que todas/todos as outras/outros, pois é redentor, está mais perto de algo “divino”/perfeito;
  • Assim, tudo pode ser explicado a luz da boa vontade;
  • Porém, precisa eleger um inimigo mortal, um grupo rival, que este sim é mau e é o inverso de tudo aquilo que o seu grupo não é;
  • Tudo que o grupo rival faz é de má fé, com segundas intenções perversas e vice-versa.

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O dogmatismo crônico, portanto:

  • Não dialoga, procura doutrinar;
  • Não pergunta, só tem respostas, muitas vezes xingamentos;
  • Vira/aceita ser um objeto de manobra da causa/grupo que abraça;
  • Quer transformar você num objeto de manobra para fazer parte desse grupo especial;
  • É alguém que quer apenas quer convencer (vencer alguém de suas certezas absolutas);
  • A última coisa que o dogmatismo vai admitir que é prática o dogmatismo, ele apenas propaga a verdade;
  • Você ainda não viu, mas vai ver um dia, ele vai te ajudar com muitas persistência;
  • O dogmatismo, por fim, é persistente.

O dogmatismo crônico, portanto, procura trabalhar com a baixa auto-estima e a baixa taxa da percepção com quem fala para poder encampar mais um “fiel” ao grupo/causa e reconhecer naquele que não vai aderir, como um “infiel”, aquele que vai se tornar nosso inimigo e alvo das campanhas da verdade.

No Facebook, o dogmatismo crônico tem uma linha do tempo de baixa adesão, pois é restrita apenas ao grupo de fiéis, que saem de lá em direção à linha do tempo alheia para sua campanha redentora da humanidade, na qual inclui a sua timeline.

Como lidar com eles?

a) se o dogmatismo é passageiro – basta conversar, carinho e afeto que vai;

b) se é REALMENTE crônico, não tem, jeito só resta se render, tentar ignorar, ou quando é muito eloquente, persistente e começa a atrapalhar o diálogo se afastar/cortar da lista para não se desgastar. Use os recursos de afastamento invisível, pois procurar dialogar será um caos.

O dogmatismo crônico é, portanto, abusivo, autoritário, não inclusivo.

Vai contra um mundo mais aberto ao diálogo. E é extremamente danoso quando se quer criar um ambiente de diálogo, pois rapidamente o que é conversa, vira briga.

O dogmatismo crônico adora ambientes de confusão, pois é menos hostil do que o do diálogo.

Por fim, o dogmatismo é a pai de todas as guerras.

Combater é preciso!

Que dizes?

Esquerda 3.0

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A visão esquerda/direita é econômico-centrada;
Só podemos entender a luta política do novo século quando passamos a ver as mudanças na tecno-ecologia;
A esquerda 1.0 foi formada pelos iluministas e renascentistas que lutaram contra o poder do rei;
O capitalismo e a república são o resultado da luta política da esquerda 1.0;
Só conseguiremos ter uma visão mais clara dos caminhos da política se lutarmos por uma nova governança da espécie!

Veja o vídeo que abre.

Veja a sequência toda.

 

 

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  • Somos uma tecno-espécie, em uma tecno-sociedade, com nosso tecno-ego;
  • O Facebook nos tirou do isolamento da mídia de massa e nos colocou em uma nova tecno-ecologia;
  • Nela, já somos outra tecno-espécie humana: com mais auto-estima e com uma qualidade maior de percepção da realidade.
  • A mudança que queremos na sociedade já aconteceu dentro de nós, queremos apenas que ela seja representada na sociedade.

Começa por este:

 

Veja a trilha completa dos vídeos aqui.

 

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Não conseguiremos entender o século XXI com a ferramentas teóricos-filosóficas do século passado;
A montanha filosófica-teórica da economia, política e sociedade como motor da história;
A nova montanha filosófica-teórica dos efeitos das tecnologias;
Os efeitos das tecnologias cognitivas;
As causas endógenas e exógenas.

Veja o vídeo #1:

 

Siga a trilha dos vídeos.

 

 

 

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Nós não somos um só;
É preciso saber administrar nossos fantasmas;
O problema entre fatos e percepções;
A invisibilidade da mídia;
A ditadura cognitiva;
A educação transformadora;
Educar para empreender, inovar e ter visão estratégica.
Lições do flime “Hanna Arendt”.

Veja aqui.

 

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Vejam trilha de vídeo que fiz sobre este assunto:

Siga a trilha completa aqui.

Faz tempo que procuro achar uma representação para mostrar a diferença de concepções sobre algumas visões sobre o mundo que estamos entrando.

O ponto básico, teórico, é exatamente qual é o fator social que nos impulsiona a ter macro-mudanças na sociedade e inaugura novas eras.

Note que não estamos falando de micro eventos.

Não se pode explicar tudo na análise macro, mas podemos procurar fatores que são mais relevantes do que outros.

Estamos, desde que comecei a estudar, diante de duas visões, que diria que estão entre Drucker (pai ou considerado pai) do conceito de sociedade do conhecimento versus Pierre Lévy (um pouco seguido por Castells) de sociedade em rede.

Drucker vê a economia como macro-motor da história. E mudanças na economia, bens intangíveis, marcam a sociedade.

Assim como Lévy considera que são as mudanças nas tecnologias cognitivas que inauguram Eras civilizacionais, Era Cognitiva Digital, ou Sociedade em Rede Digital.

Tendo a concordar com Lévy e o meu estudo, minha tese e meu livro, introduzem, como novidade o fator populacional.

Assim, consegui chegar a esses três desenhos.

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Que acham?

 

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A ciência foi criada para dar soluções a problemas complexos;
Ela não estuda assuntos, mas problemas.
Não faz sentido avaliar pesquisadores por artigos.
A métrica deve abranger o conjunto da atividade voltada a solução de problemas.
É preciso rever o modelo da academia, da mesma maneira que estamos revendo o do parlamento.
A ciência brasileira gasta muito e resolve pouco.
Por fim, precisamos experimentar o modelo 2.o de publicação de artigos.

Veja os vídeos!

 

 

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Sem filosofia, não vamos inovar, empreender ou ter visão estratégica.
Temos um grave problema: nossa taxa de qualidade de percepção é muito baixa.
É preciso elevar essa taxa e a mídia de massa poderia ajudar.

Veja os vídeos.

Veja a sequência completa dos vídeos e se inscreva para participar do grupo do Facebook.
Crowdcurso a caminho.

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Veja aqui.

 

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Veja a mudança de cultura com a chegada do mundo 3.0 nos táxis do Rio e São Paulo.

Além de entrevista com Sandro Barreto, gerente de marketing do Taxibeat.

Veja vídeos aqui.

Versão 1.0 – 01/07/2013

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Tenho percebido depois de anos participando de grupos, seja a distância ou presenciais, de que perdemos nossa capacidade de diálogo. Somos “monolagadores”.

Precisamos aumentar a taxa de capacidade de diálogo. Vou fazer aqui algumas regras para uso específico no Facebook, mas que pode se aplicar no geral.

1 – A minha área do Facebook é a minha sala de estar a distância, na qual estão meus amigos, alunos, clientes;

2 – Quando eu faço um post todos os meus amigos podem participar do debate, virando, a partir daquele momento o meu espaço, no qual pessoas que não se conhecem passam a conversar. Assim, comentários que surgem a partir dele, passam a ser de minha responsabilidade, pois cada trilha criada, a partir de um post meu vai envolver a discussão de pessoas que são da minha rede de relacionamento. O que acontece ali é algo que eu posso e devo ajudar a melhorar a capacidade de diálogo;

3 – Assim, é justo que eu estabeleça critérios, que podem ser discutidos, aperfeiçoados, porém que quero que sejam respeitados;

4 – O Facebook é formado, assim, por milhões de salas de estar de cada um, a partir de comentários e se cada um cuidar do seu espaço a taxa de vandalismo, dogmatismo, falta de educação, monólogo tenderá a se reduzir em todas elas;

5 – Estar participando das conversas dos comentários, a partir dos meus posts é um privilégio, assim como é eu estar participando nos comentários de outras pessoas. Tenho que ter tanto respeito, como se tivesse na casa de alguém;

6 – Portanto, se ficamos amigos no Facebook, eu devo respeitar as regras dos comentários nos seus posts, assim como gostaria que respeitasse às minhas;

7 – Nos meus comentários, quero preservar a educação e o respeito. O fato de você não conhecer pessoalmente a pessoa do outro lado, não quer dizer que possa faltar o respeito com ela. Elas são também minhas/meus amigas/amigos;

8 – Não é respeitoso xingamento, ofensa, agressões gratuitas, nem de pessoas presentes ou de qualquer outra no âmbito público. Ou seja, se você não gosta de um político, não o ataque, pois algum dos meus amigos pode se sentir ofendido. Apenas, argumente os motivos de sua insatisfação para que haja troca de argumentos e não de ofensas;

9- Quero discutir nos comentários dos meus posts argumentos;

10 – Xingar seja lá quem for não leva ninguém a lugar nenhum, pois traz o debate para o emocional e fica o problema em pessoas e não nos contextos. Não vamos mudar o mundo procurando separar bandidos de mocinhos, mas aperfeiçoando a nossa capacidade de falar e ouvir;

11 – Assim, não há provocação que justifique a falta de respeito. Nestes casos, independente, de quem seja vou retirar as pessoas da minha lista de amigos. Não vejo problema em brigar, mas escolham outro lugar, pois assumo que não podemos avançar com falta de respeito;

12 – Vou pedir também que evitem o dogmatismo. O dogmatismo se caracteriza por verdades absolutas que as pessoas têm e querem convencer as outras de que estão “certas”. Paulo Freire dizia que o radical defende posições e dialoga. O dogmático não quer conversar, apenas convencer. O dogmatismo além de ser chato, atrapalha a conversa, pois alguém não escuta o outro, pois está fechado. Se você tem verdades absolutas não é educado conversar, basta guardá-las para você, criar um grupo que compartilhe dessa verdade e entrar em discussões que esteja aberto para aprender e ensinar.

Agradeço a ajuda!

4 vídeos:
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Colocando a pandemia no laboratório;
Identificando o genoma do vírus;
Os efeitos das tecnologias na sociedade;
Os efeitos das tecnologias cognitivas horizontalizantes;
A comparação com o passado;
A revisão filosófica do ser humano como um homus tecnologicus.

Veja os vídeos aqui:
http://www.youtube.com/user/cnepomuceno/videos?shelf_index=8&view=46&tag_id=UC9YMdo4X-GYLqWGTuShZbUQ.3.pan&sort=dd

 

Confiança 3.0

Confiança 3.0 (4 vídeos)

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O modelo de confiança muda, conforme a conjuntura tecno-cognitiva!
Por que perdemos a confiança nas organizações de massa?
O gap entre o discurso e a prática;
As organizações algorítmicas e o resgate da confiança e a meritocracia
http://migre.me/fdLwa

4 vídeos sobre: COMUNICAÇÃO ALGORÍTIMICA E DEMOCRACIA DIGITAL

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1- o modelo de representação é histórico, não foi Deus que criou! 😉
2- a representação política tem que ser sintonizada com o tamanho da população;
3- uma revolução cognitiva tem um lado que destrói o antigo ambiente e cria uma nova comunicação (no caso a algorítimica) para construir o novo;
4- não faz sentido, realmente, pensar no fim dos partidos sem algorítimos, do mesmo jeito que não faz pensar em partido com algoritmos.
Veja e comente.
http://www.youtube.com/user/cnepomuceno/videos?view=46&shelf_index=3&tag_id=UC9YMdo4X-GYLqWGTuShZbUQ.3.cal&sort=dd

REPENSANDO A POLÍTICA – 5 VÍDEOS QUE APRESENTAM:

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Política é o apelido de tomada de decisões;
A luta de classes é uma visão anacrônica
O erro filosófico do PT e o que podemos aprender com ele
A democracia digital já tem cases para análise no Brasil

http://www.youtube.com/user/cnepomuceno/videos?sort=dd&tag_id=UC9YMdo4X-GYLqWGTuShZbUQ.3.pol&shelf_index=3&view=46

ASSIM NÃO CAMINHA A HUMANIDADE

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Quatro vídeos que apontam os impasses políticos para o século XXI:
Revisão de como caminha a história, a compreensão do papel da tecnologia e da demografia. E o fim da falsa dicotomia esquerda x direita:
http://www.youtube.com/user/cnepomuceno/videos?view=46&shelf_index=6&sort=dd&tag_id=UC9YMdo4X-GYLqWGTuShZbUQ.3.como-não-caminha-a-humanidade

Há um impasse entre o modelo de governança atual da sociedade e o novo mundo que surge.

É um ajuste sistêmico em que muito mais gente quer ter voz e espaço, mas o modelo atual de comunicação, gestão e governança não permitem.

Veja os vídeos:

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Comunicação Algorítmica #1 – Estudos avançados sobre Revolução Cognitiva

Comunicação Algorítmica #2 – Estudos avançados sobre Revolução Cognitiva

Comunicação Algortítimica #3 – Estudos avançados sobre Revolução Cognitiva

A morte do rei – Estudos avançados sobre Revolução Cognitiva

Tsunami Brasil Nordeste (20)

Estou junto com a Lilian Calmon em uma nova jornada.

Discutindo e aprofundando algo que foi importante para mim e repasso: como gerenciar melhor o verdadeiro mar revolto de informações e de conhecimento a nossa volta?

Segue o roteiro dos vídeos que produzi que vão virar e-books, oficina presencial, curso a distância acompanhado.

Se tiver interesse em acompanhar a evolução do movimento, entre nesse grupo do Facebook.

Veja aqui:

http://www.youtube.com/playlist?list=PL7XjPl0uOsj9Kqjok2unSRZa7W9scTagf

 VENHA CONHECER E DISCUTIR COMIGO – MEU NOVO LIVRO “GESTÃO DA ESPÉCIE 3.0 – E A CRISE DAS ORGANIZAÇÕES TRADICIONAIS” – SAI PELA CAMPUS ATÉ AGOSTO!

Veja detalhes aqui!

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 VENHA CONHECER E DISCUTIR COMIGO – MEU NOVO LIVRO “GESTÃO DA ESPÉCIE 3.0 – E A CRISE DAS ORGANIZAÇÕES TRADICIONAIS” – SAI PELA CAMPUS ATÉ AGOSTO!

Veja detalhes aqui!

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A realidade não é:

  • tangível – não conseguimos pegar;
  • parada – sempre está em movimento;
  • combinada – pois existem fatos que mudam o que combinamos;
  • individual – pois existem fatos e percepções coletivas que afetam a todos;
  • definitiva – pois sempre haverá explicações melhores;
  • pura – pois é sempre filtrada por mim ou por alguém;
  • sensitiva – pois tem coisas que ocorrem que nós não percebemos;
  • enquadrada – pois é sempre mais ampla do que as percepções;
  • confiável – pois sempre haverá uma deturpação;
  • cotidiana – pois sempre poderá haver um fato que muda algo ou tudo;
  • imaginada – pois a imaginação é apenas parte do processo, que vira ação depois.

O que acrescentas?

 

 

Veja os vídeos, listas completa aqui.

Veja o pacote completo:

 

 Se a sua percepção da realidade é problemática, a atuação, será idem e vice-versa!

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Sim, o mundo, principalmente depois da Internet, ficou mais rápido, mutante, descontrolado e perigoso para quem não se adaptar.

  • Antes, tinha sucesso a organização e o profissional, que sabia fazer direitinho.
  • Hoje, faz a diferença quem consegue se adaptar rápido.

Para isso, é preciso apurar duas ferramentas fundamentais:

  • – a percepção da realidade;
  • – e a atuação na realidade.

Dois lados da mesma moeda.

Se a sua percepção da realidade é problemática, a atuação, será idem e vice-versa!

O objetivo deste e-book, que vai virar livro impresso, que já virou curso e uma banda larga no meu canal do Youtube, veja os vídeos.

É um espaço de pesquisa/ajuda para que possamos sair desse gap horroroso do nosso país que fala muito, mas muda muito pouco.

O objetivo é ir no nó principal: nossos corações e mentes extremamente conservadores.

O objetivo é irmos tomando consciência e desatando tais impasses para conseguir separar:

  • – o eu;
  • – a minha percepção da realidade;
  • – e os fatos, que estão mais próximos do que podemos chamar de “realidade”.

Assim, podemos começar a ter espaço para o diálogo, para a troca e ir alterando o mundo, com a visão mais clara do que está ocorrendo e como posso tirar proveito disso.

Quer vir junto?

Como funciona?

Perfil dos interessados:

  • Diretores e estrategistas educacionais;
  • Diretores e estrategistas organizacionais, públicos ou privados;
  • Sócios de agências digitais;
  • Sócios de startups ou envolvidos com capital de risco.

Duas horas para discutir as principais questões que o aflige.

  • Parto da minha experiência com empresa digital, desde 1995;
  • Pesquisador estratégico, com projetos em diversas organizações;
  • Analista de negócios do Banco Stock Máxima, por ocasião do boom da Internet.

O objetivo:

  • – ajudar a pensar diferente e mais amplamente sobre os problemas;
  • – ter um espaço de reflexão que normalmente não temos no cotidiano;
  • – e poder corrigir possíveis equívocos, reduzindo custos e aumentando resultados.

Procure-me.

cnepomu@gmail.com

(21)-9608-6422

(21)- 22461323

 

 

 

 

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 Podemos dizer, falando de organizações, que quando temos cenários estáveis, forças conhecidas atuando, é hora de acelerar, pois há certeza dos resultados e vice-versa, quando há cenários instáveis e desconhecidos é hora de parar para refletir, pois é preciso compreender como se deve atuar.

A pragmatite aguda é uma doença cognitiva grave que está aí fortemente espalhada pelo  mercado.

Os sintomas são os seguintes:

  • – Parar para pensar é perda de tempo;
  • – Conheço tudo, apenas preciso fazer mais rápido;
  • – Teorias e cenário são coisa de mané;
  • – Me mostre ferramentas, cases e metodologias, pois estou com pressa.

É bom lembrar que todo carro tem dois pedais fundamentais e indispensáveis, um que é para acelerar e outro para frear, dependendo do contexto.

Ninguém pode ser contra um ou outro, pois serão fundamentais para conduzir os passageiros e escapar de possíveis acidentes.

Tudo depende do contexto do trajeto.

  • Há contextos que é preciso acelerar, desde que a estrada e o local de destino estejam bem definidos;
  • E há momentos de frear e reduzir o ritmo quando a estrada está com problemas ou não se sabe direito para onde está se indo.

Podemos dizer, falando de organizações, que quando temos cenários estáveis, forças conhecidas atuando, é hora de acelerar, pois há certeza dos resultados e vice-versa, quando há cenários instáveis e desconhecidos é hora de parar para refletir, pois é preciso compreender como se deve atuar.

Novas forças sociais, que vão desde uma tsunami, novos concorrentes ou a chegada de uma nova mídia precisam ser devidamente diagnosticadas antes de se acelerar.

  • Porém, há momentos no mundo em que as organizações estão se reconstruindo e estão abertas a se repensar, mais racionais;
  • E momentos em que estão consolidadas, decadentes, fechadas, como agora, emocionais que não conseguem refletir.

Há assim duas crises sobrepostas e altamente perigosas:

  • Taxas de emoção muito alta;
  • Diante de um mundo que pede razão, teorias e reflexão.

As organizações não têm estrutura para lidar com determinadas mudanças, que estão acima dos cenários conhecidos, como vemos aqui neste post.

Ou seja, não são, não querem, não consideram importante frear para rever teorias, só tem espaço para acelerar e praticar.

Emoção + instabilidade de mercado + aceleração = perda de valor, aumento de gastos inúteis, confusão e incoerência.

A pragmatite aguda é o principal mal do mercado hoje, com consequências agudas para a vida das organizações.

É isso, que dizes?

 Fala-se de aumentar a colaboração, mas a colaboração atual impressa, oral ou digital sem algoritmo, tem limite, pois é feita em um ambiente que tem uma taxa limite de participação/atendimento.

Versão 1.0 – 27 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

 

Colaboracao-e-Cooperacao

Recebo do Gustavo Morsch, um dos meus alunos do grupo de estudo as seguintes boas questões após assistir meu vídeo: Por que as redes sociais corporativas não estão funcionando? 

Ele diz:

“Primeiro eu gostaria de diferenciar as redes sociais corporativas com o objetivo de se relacionar/comunicar com os consumidores/cidadãos e as redes que tem como objetivo a colaboração interna. Acredito que as redes que estamos falando tem muito mais um objetivo de comunicação interna do que externa e é dessa que eu gostaria de fazer algumas reflexões”.

Respondo:

A separação entre as duas redes (interna e externa) é feito dessa maneira atualmente, pois imaginamos que existe uma organização que faz, empacota, oferece e procura convencer. De outra que está vindo, que faz tudo isso junto com o consumidor.

A empresa do século XXI trabalha para melhorar a plataforma, na qual o consumidor co-cria. Quando falo em co-criar não é fazer o produto, pois a maioria não vai ter tempo para isso, mas vai ter muito mais espaço para escolha e manda “imprimir” o que ele quer, ou seja, ele terá muito mais customização e margem de escolha que temos hoje.

Ou seja, não há a divisão entre a rede interna e externa na concepção de produtos e serviços, pois o consumidor/cidadão é co-criador e não um consumidor passivo do que foi combinado internamente.

A rede interna servirá como um suporte/administrador e gerenciador em alto nível do que vai sendo co-criado para que o processo seja cada vez mais eficaz.

A proposta de separação rede de dentro e rede de fora já faz parte do modelo mental atual, tentando adaptar o que está vindo com o que temos. A tendência é termos um ambiente integrado e a rede “de dentro” ser a gestora da plataforma, reduzindo o ruído atual da  comunicação oral e escrita com o consumidor  e aumentando cada vez mais a comunicação química, via algoritmos, na qual o consumidor já resolve seus problemas diretamente na plataforma.

Ponto 2:

Vejo o fracasso das redes atuais com diversas causas, sendo parte dela não relacionada com a rede social em si, mas no modelo mental dos funcionários e, por consequência, a cultura estabelecida. Nesta discussão temos que levar em consideração que temos perfis de pessoas muito distintos dentro de uma empresa. Desde pessoas que ainda tem receio de usar o computador até a chamada geração Y ou Z (geracoes que ja nasceram com o computador ou a internet). Para este ultimo grupo a premissa de colaboração é muito mais forte e natural. 

Note que, como discutimos na reunião passada do grupo, vai haver um tempo de adaptação e um amadurecimento tanto da organização e seus colaboradores, bem como, do consumidor.

Ponto 3:

A minha experiência em usar uma rede social corporativa (usamos o Yammer) foi excelente. Passamos a ter um espaço muito mais dinâmico para construção e compartilhamento de informações. Eu usava até muito mais do que o próprio facebook! Desta forma, não acredito que o simples fato de que as redes não estarem funcionando agora signifique que elas não possam funcionar.

Bom, aí temos uma discussão super-interessante.

Você diz: “Passamos a ter um espaço muito mais dinâmico para construção e compartilhamento de informações.“.

Este problema de redes sociais que não funcionam é típico de organizações com grande contingente de colaboradores internos e consumidores. É sobre estas que tenho afirmado que temos forte problema de adotar a colaboração de massa, pois só é possível se você mudar o modelo.

Fala-se de aumentar a colaboração, mas a colaboração atual impressa, oral ou digital sem algoritmo, tem limite, pois é feita em um ambiente que tem uma taxa limite de participação/atendimento.

Em empresas e ambientes menores/deparamentos, pode haver melhorias de comunicação com as novas tecnologias, pois a rede social vai ser um salto diante do e-mail. Porém, não se deve se iludir que estamos com esse passo já adotando o novo modelo, pode ser uma etapa de aculturação apenas.

Sim, tais ferramentas podem ajudar a quebrar barreiras, ganhar velocidade e pode até reduzir custos, mas o ambiente para que isso possa acontecer tem que ser:

  • – menor, mais controlado, pois é um espaço para mais conversa;
  • – entre pessoas que estão na mesma equipe ou departamento, pois os processos ganham velocidade, mas são os mesmos processos que eram já feitos.

São novas ferramentas de comunicação, de colaboração no modelo atual, mas não de colaboração de massa!!! Não são escalonáveis!

Sim, pode haver uma melhora da comunicação interna, ainda mais em organizações que já eram um pouco mais  horizontais e com perfis abertos a esse tipo de colaboração.

O que o livro que cito no vídeo “Mídias Sociais na Organização” está falando é de colaboração de massa e não apenas de mais colaboração em pequenas equipes ou a atual colaboração impressa/oral/digital sem algoritmo.

E de empresas muito grandes e não de pequenas.

E aí temos a confusão e o problema de escala, basicamente, que é o que a Internet vem tentar ajudar.

  • De um lado temos hoje a colaboração baseada na comunicação pelo computador, papel, fone ou oral, que tem um limite de pessoas que podem participar e vai precisar alguém que organize o caos, o que nos dá o problema do tempo de resposta do atual líder-alfa.
  • De outro a colaboração de massa  baseada na comunicação digital, com os rastros e algoritmos que superam o problema de limite de pessoas que podem participar, pois o algoritmo dá sentido ao caos, o que nos dá a solução para o tempo de resposta, pois as novas premissas da organização são incorporadas na plataforma e permitem a relação direta consumidor/robôs/algoritmos.

Ou seja, a meu ver, estamos incluindo com uma rede social corporativa no processo de comunicação, produção, colaboração o rastro digital, o que chamo de “comunicação química das formigas”, onde se inclui os algoritmos  que é o que vai permitir escalonar o processo.

Numa rede social corporativa que podemos dizer que “está dando certo”  quando podemos garantir que se multiplicarmos por muitos o número de participantes, se o ambiente permitirá escalonar e para isso precisamos mudar o modelo de gestão, pois é outro modelo de tomada de decisões.

Se a sua empresa crescer e tiver dois mil  funcionários o modelo de colaboração do Yammer seria sustentável? Não haveria necessidade de sofisticar a plataforma? E como o cliente poderia participar mais desse processo? E se um concorrente lança uma plataforma que o cliente é mais pró-ativo?

Podemos pensar nesse modelo Yammer para resolver problemas das grandes cidades, justiça, organizações com milhares de empregados e consumidores, como as de celulares?

Estamos aí falando de novas ferramentas de comunicação para resolver problemas de baixa colaboração.

Quando falamos de redes sociais corporativas estamos falando de problemas de comunicação com alta taxa (quantidade) de colaboração, onde entra a colaboração de massa e que exige a mudança do modelo de gestão e de posicionamento do líder-alfa.

Que dizes?

Gostei das provocações.

 Uma revolução cognitiva vem para descontrolar ideias, produtos e serviços, reformar as organizações para permitir que um novo tamanho da população tenha um modelo organizacional mais compatível com seu tamanho.

Versão 1.0 – 27 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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Liberdade

Podemos dizer que estamos com a chegada da Internet vivendo uma passagem relevante na vida das organizações.

  • Há um fato antigo, que se repete.
  • E um fato novo.

O antigo é um descontrole das permissões, que ocorre com a chegada de uma revolução cognitiva.

Uma revolução cognitiva vem para descontrolar ideias, produtos e serviços, reformar as organizações para permitir que um novo tamanho da população tenha um modelo organizacional mais compatível com seu tamanho.

Ao longo da civilização, a partir de 1450, com a chegada do papel impresso, na qual a sociedade foi gradualmente cada vez pedindo menos  permissão para o poder constituído para disseminar ideias, produtos e serviços.

Pela ordem: o papel impresso que ampliou a troca de ideias, gerou depois a república, que reduziu  o poder dos reis  e o capitalismo, que nos libertou dos senhores feudais.

Palavra de ordem: liberdade para pensar e produzir!

O fato novo podemos apontar:

  • a dimensão da liberdade do que podemos fazer agora para projetar e produzir ideias, produtos e serviços, em escala muito mais global e instantânea;
  • a velocidade em que tudo isso acontece, em função do tamanho da população, que transita em um mundo digital em rede hiper-conectado;
  • como fazemos tudo isso, pois o meio digital é muito mais dinâmico que o impresso,  pois estamos todos trabalhando em cima de placas de silício e números, que permitem mudar muito mais do que era possível antes e por muito mais gente, sozinhos ou em grupo;
  • além da possibilidade de fulano acrescentar algo no que ciclano colocou para circular, que é a incorporação da comunicação química das formigas, ver mais sobre isso no post sobre gestão da espécie.

Elevamos bastante a taxa de co-criação do mundo.

Podemos dizer que a co-criação, ou o aumento da colaboração e da participação, é uma característica de uma Revolução Cognitiva, pois temos problemas mais complexos que precisam de uma maneira mais coletiva para solucioná-los.

Toda vez que temos problemas que um não pode resolver, criamos um coletivo que resolve por nós. Esta, no fundo, é a histórias das organizações sociais, que foram criadas para resolver problemas que um ou poucos não podiam lidar.

Ou seja, pela ordem:

  • Mais gente no planeta;
  • Mais complexidade;
  • Novos ambientes cognitivos, que criam espaços de ampliação da co-criação para poder solucionar o problema da complexidade que mais gente no planeta nos traz.

Uma revolução cognitiva, portanto, nos traz, antes de tudo, ambientes de co-criação para para tornar a complexidade mais administrável.

O que difere agora é o como estamos fazendo isso, pois a Internet é uma Tecnologia Cognitiva Reintermediadora, como foi o papel impresso, porém com características próprias e únicas, que é o seu lado digital, o volume de acesso, a sua diapasão e o mais importante:

A possibilidade de alteração nas mensagens, produtos e serviços depois que estão circulando….

O papel das organizações, diante de tudo isso, se modifica radicalmente.

  • Antes, as organizações tinham a missão de selecionar e preparar as ideias, produtos e serviços para a circulação na sociedade;
  • Hoje, elas tem a missão de criar ambientes digitais (plataformas digitais colaborativas) para que as ideias, produtos e serviços sejam produzidos e alterados cada vez mais por usuários ou grupos de usuários, via co-criação, que o ambiente digital permite.

É uma mudança radical de foco, pois antes havia uma pré-moderação de ideias, produtos e serviços. E hoje o que gera valor é a pós-moderação para que o que for produzido seja o mais adequado para que ocorra de forma mais eficaz possível o encontro da oferta com a demanda.

Hoje, assim, vivemos um processo de reintermediação da produção de ideias, produtos e serviços, vamos ver dois gráficos abaixo.

O primeiro do estágio pré-internet:

pos_moderacao

O segundo a tendência que estamos tendo no estágio pós-internet:

pos_moderacao2

 

  • Antes, as organizações projetavam para circular ideias, produtos e serviços.
  • E hoje tem como missão de criar um ambiente digital para que o próprio usuário ou micro-organizações possam livremente circular ideias, produtos e serviços. A organização cuida para que isso seja feito de forma cada vez mais eficaz!!!

São dois modelos de missão das organizações completamente diferentes.

  • Na fase pré-Internet, tínhamos um líder-alfa ativo, preparando o que ia circular de ideias, produtos e serviços;
  • Na fase pós-Internet, temos um líder-alfa nos bastidores, organizando o que está circulando para que o encontro entre oferta e demanda seja o mais eficaz possível.

Que dizes?

 

Veja o vídeo.

 Podemos dizer que estamos saindo de uma fase de consolidação e indo para uma de expansão. Tal fase se caracteriza pelo surgimento de novas tecnologias cognitivas reintermediadoras, que vêm depois de um salto demográfico permitir a formulação de um novo modelo de gestão da espécie, descontrolando ideias.

Versão 1.0 – 26 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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Como vimos no post passado, ajustamos a sociedade, conforme o aumento populacional.  Quando crescemos precisamos ajustar o ambiente cognitivo/produtivo para atender às novas demandas.

Este movimento nos leva a dois movimentos distintos:

  • O de expansão – que é em direção à criação/experimentação de uma nova gestão da espécie;
  • O de consolidação – que é a consolidação de uma dada gestão da espécie.

Tais movimentos são causados pelo aumento demográfico e regulados pelas tecnologias cognitivas que podem descontrolar/recontrolar as ideias.

Vejamos abaixo:

Assim caminha a humanidade7

Podemos dizer que estamos saindo de uma fase de consolidação e indo para uma de expansão. Tal fase se caracteriza pelo surgimento de novas tecnologias cognitivas reintermediadoras, que vêm depois de um salto demográfico permitir a formulação de um novo modelo de gestão da espécie, descontrolando ideias, a saber:

  • A fase de consolidação é aquela que vai recontrolar as ideias, criar, de fato, novas organizações e consolidar a nova gestão da espécie. Na sua fase final, a maturidade e o aprendizado nos leva à decadência;
  • A fase da expansão é aquela que vai descontrolar das ideias, propor novas organizações, projetá-las, experimentá-las e procurar uma nova gestão da espécie, a sua fase inicial nos leva a renascença.

Vejamos isso no tempo:

tabela_consolidacao_expansao3

Note os marcos:

  • 1450 – papel impresso, uma tecnologia cognitiva reintermediadora, que promove o descontrole das ideias;
  • 1800 – implantação política/organizacional da nova gestão da espécie, que foi gestada ao longo de 350 anos;
  • Até 1990 – consolidação e decadência da atual gestão da espécie, pois as organizações aprenderam a dominar o novo ambiente, criando uma fase decadente.

Tais fatos nos levam a um movimento no qual, temos na consolidação e expansão um conjunto de tendências, como vemos na tabela abaixo:

tabela_consolidacao_expansao2

Podemos dizer que essa ideia de expansão/consolidação é a base do estudo das mudanças, tal como sugeriu Thomas Kuhn no livro “Revoluções Científicas”.

Ou Toynbee no livro o “Estudo da História”, no qual diz que toda civilização (e podemos dizer que os momentos cognitivos marcam as eras civilizacionais) há uma transição entre uma fase estática e uma dinâmica.

Ou um padrão de interação entre desafio/resposta.

Um dado movimento gera um desafio e pede uma resposta, que é dada por uma minoria criativa, que vê diferente, pois está fora do ambiente e consegue procurar um novo caminho, criando novos protagonistas.

A ideia de minorias criativas aparece tanto na visão de Kuhn, mas também de Schumpeter que defende a ideia de que o capitalismo avança pela fusão de jovens empreendedores com o capital de risco, ambos à procura de novas aventuras.

As estratégicas organizacionais devem se preparar para lidar com o movimento de expansão, que é o que estamos entrando.

Que dizes?

 

Clique no link para acessar o vídeo!

 

 A indústria das ideias vai conseguir gerar mais e mais valor quanto mais tiver a capacidade de incentivar as mudanças em direção à nova gestão da espécie. E vice-versa: vai perder valor quanto mais se colocar como um elemento bloqueador de tais mudanças.

Versão 1.0 – 22 de março de 2013
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Para entender a crise da industria das ideias (entenda o conceito aqui), precisamos desenvolver uma nova teoria sobre como as ideias são controladas na história, pois essa indústria trabalha basicamente com o controle e o descontrole das ideias, diante de novas tecnologias cognitivas que surgem e se consolidam.

Há uma ilusão de que a conjuntura na qual atual é estática e imóvel, mas não é!

O negócio de venda de ideias é conjuntural e varia ao longo do tempo. Esse movimento que durou séculos tende a se modificar com mais rapidez em décadas e tal aprendizado terá que fazer parte das estratégias organizacionais.

Se analisarmos o período da última grande revolução cognitiva que tivemos, com a chegada do livro impresso, a partir de 1450, que é onde podemos nos basear. Foi ali que a escrita se massifica e muda o mundo para valer, a partir do descontrole das ideias.

Podemos, diante daqueles fatos, dizer que a sociedade vive ciclos relacionados entre aumento demográfico, novos ambientes cognitivos  e gestão da espécie (detalhei sobre isso aqui.) Tais demandas nos levam para movimentos de retração e expansão, como vemos abaixo no gráfico:

organizacoes_controle3

  • Uma nova tecnologia cognitiva – reintermediadora, que surge e cria um descontrole das ideias, criando um movimento de expansão do pensamento para formular o novo modelo da gestão da espécie;
  • E um movimento de retração, de consolidação da gestão da espécie, quando é implantado. De recontrole das ideias, quando surgem tecnologias cognitivas intermediadoras para ajudar nesse processo, que podemos lembrar dos jornais de grande circulação, rádio e tevê);
  • E tecnologias cognitivas reintermediadoras para superar o impasse como o da chegada do papel impresso e o da Internet, que expandem o pensamento e formulam o novo modelo de gestão da espécie.

A lógica para esse movimento é:

  • Quanto mais aumenta a população;
  • Mais precisamos de novos ambientes cognitivos/produtivos mais sofisticados;
  • Descontrolamos as ideias por causa disso, para formular tais ambientes;
  • Que nos dá a base para evoluir a nossa gestão da espécie para administrar um número maior de pessoas no mundo;
  • Que precisa consolidar o ambiente, através do recontrole das ideias e a consolidação das organizações.

Nessa direção, temos, então, um movimento de controle e recontrole da sociedade sobre as organizações da seguinte maneira:

  • Quando há maior controle das ideias –  as organizações aumentam a taxa de descontrole de seus atos pela sociedade, pois aumenta a sombra e se reduz a transparência;
  • Quando há o descontrole das ideias –  a sociedade aumenta a taxa de controle dos atos organizacionais , pois aumenta a transparência e se reduz a sombra.

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Podemos ver esse ciclo mais abaixo:

organizacoes_controle

 

O gráfico acima, podemos ver:

  • Descontrole das ideias – uma nova tecnologia cognitiva reintermediadora surge e permite que as ideias se descontrolem e possibilitem propor um novo ambiente/conjuntura político-organizacional para a gestação de uma nova gestão da espécie;
  • Novo modelo de gestão da espécie – se estabelece e cria a necessidade de um recontrole das ideias para a sua consolidação;
  • Recontrole das ideias – o novo ambiente procura promover o recontrole, nos levando para uma nova crise, se o aumento demográfico continua no mesmo ritmo, que é a tendência.

Na verdade, o gráfico acima nos dá uma nova visão sobre mudanças históricas e o posicionamento das indústrias de ideias ao longo da mesma.

  • Na fase de descontrole das ideias –  que é de reconstrução do ambiente cognitivo, o papel da Indústria das ideias é a de filtrar e de procurar dar sentido ao novo volume que surge, a partir de outros, do novo. A geração de valor será baseada na capacidade de promover significado das “novas vozes” que eclodem para trazer a mudança necessária. Atrai a atenção quem dá ordem ao caos (vide Google). Exerce um papel renovador, que incentiva a revisão das visões em curso, com um papel maior de cenarista, analista e sintetizador do que virá;
  • Na fase de recontrole das ideias –  que é de consolidação do ambiente cognitivo, o papel da Indústria das ideias é produzir conhecimento a partir de seus próprios quadros, a geração de valor será baseada na capacidade de gerar significado das “novas vozes” que surgiram. consolidando uma visão social Gera valor quem aprofunda a ordem  (vide rádio e televisão). Exerce um papel conservador, que incentiva o reforço da visão em curso, com um papel maior de narrador, detalhista e produtor de conteúdo que precisa se consolidar e se disseminar.

Vivemos hoje a fase do descontrole das ideias e o que vai gerar valor para as organizações das ideias é a sua capacidade de:

  • – filtrar o novo fluxo;
  • – separar o que é interessante do que é irrelevante;
  • – revelar novos talentos para que possam promover as mudanças necessárias;
  • – o principal objetivo é revisar a sociedade.

A indústria das ideias vai conseguir gerar mais e mais valor quanto mais tiver a capacidade de incentivar as mudanças em direção à nova gestão da espécie. E vice-versa: vai perder valor quanto mais se colocar como um elemento bloqueador de tais mudanças.

A única forma de gerar valor é adotar o novo ambiente cognitivo, ser um empreendedor/inovador da nova onda, pois conseguirá mais e mais adesão dos novos elementos, que serão os novos líderes da nova gestão da espécie.

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  • No movimento de descontrole das ideias, temos uma sensação de que o conhecimento da sociedade é mais líquido do que sua fase anterior, pois ele é atualizado com mais velocidade.
  • No movimento de recontrole das ideias, temos uma sensação de que o conhecimento da sociedade é mais sólido do que sua fase anterior, pois ele passa a ser atualizado com menos velocidade.

As fases variam também:

  • No descontrole há uma sensação maior da sociedade de estabilidade;
  • No recontrole há uma sensação maior da sociedade de instabilidade.

Por fim, as fases nos levam a:

  • Na fase do recontrole há uma divisão das ideias por assuntos, disciplinas, perdendo-se o foco em problemas – é uma fase consolidadora, na qual grandes questões foram resolvidas, pede-se menos filosofia e mais aplicação prática;
  • Na fase do descontrole há um retorno aos problemas,  perdendo-se o o foco assuntos ou divisão de disciplinas – é uma fase renovadora,  na qual grandes questões são reabertas, pede-se mais filosofia e menos aplicação prática.

Que dizes?

 

Esta divisão é fundamental, pois o impacto da chegada da Internet fica mais transparente, pois a rede digital permite que as mercadorias que circulavam de uma determinada maneira, passem a circular de outra, alterando completamente o modelo de negócios.

 

 

Versão 1.0 – 21 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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O estudo dos efeitos e consequências da Internet nos obriga a dividir os possíveis impactos nas diferentes organizações.

Classicamente, poderíamos dividir os efeitos pelas organizações de serviço e produto.

Porém, o problema é que isso nos levaria a um erro, pois um restaurante é serviço e sofrerá os efeitos da Internet bem diferente de uma escola ou de um jornal, que também são prestadores de serviços.

Há uma mudança em curso na rede de circulação de ideias e me sinto mais confortável fazendo a divisão da seguinte maneira:

  • Indústria de matérias – tudo que depende do transporte para entrega por vias aéreas, terrestre ou náutica (onde se inclui parcialmente alguma indústria de serviço, no caso o restaurante, lavanderia, cabeleireiro);
  • Indústria de ideias – que poderia (ou já o faz)  entregar seus serviços, via Internet, vendendo e comercializando mudanças/reforços cognitivos/sensitivos.

Esta nova divisão é fundamental, pois o impacto da chegada da Internet é maior na indústria de ideias, pois é a própria rede, na qual as ideias são “vendidas” que se modifica, alterando completamente ou parcialmente a maneira de se fazer negócio.

A Indústria de matérias é atingida na encomenda, nos pedidos, na forma de gestão, mas não se altera o canal de circulação das mercadorias, que ainda depende de meios físicos. Na indústria de ideias, não, se altera a forma de distribuição, além de sentir o movimento de controle e descontrole e vários outros.

Ao analisarmos a Internet, temos que separar estes dois efeitos para começar um trabalho mais rigoroso.

Pertence a indústria de ideias, objetivo deste e-book: mídia de todos os tipos, incluindo entretenimento,  empresas educacionais, escolas, área jurídica, ciência (falta algo?).

Como elas serão atingidas, discuto no próximo post.

Que dizes?

 

Aqui, faço um resumo do debate sobre o futuro da política.

 

Veja o vídeo aqui.

Sugiro ver http://www.eldiario.es/turing/partidos-red-aire-fresco-politica_0_109889157.html

 

O que concluo dos meus estudos é que o fator principal para mudanças da sociedade é o aumento populacional, que nos impõe mudanças tecnologias/cognitivas, que desaguam em mudanças de como nos organizamos.

Versão 1.1 – 25 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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Vivemos três conjunturas, que definem a sociedade:

  • A conjuntura demográfica – o número de habitantes do planeta;
  • A conjuntura tecnológica/cognitiva – que define o modelo de comunicação que temos para ajudar a gestão da demografia;
  • A conjuntura organizacional/política – que é como nos viramos com as duas outras conjunturas, definindo o modelo de como tomamos decisões, que forma o modelo da gestão da espécie (ver mais sobre este conceito aqui.).

O que concluo dos meus estudos é que o fator principal para mudanças da sociedade é o aumento populacional, que nos impõe mudanças tecnologias/cognitivas, que desaguam em como organizamos a sociedade.

Como vemos abaixo:

Assim caminha a humanidade4

  • Demografia – note que o fator principal das mudanças humanas no longo prazo é o tamanho da população;
  • Tecnologias Cognitivas – as tecnologias cognitivas nos permitem criar um ciclo virtuoso para imaginar, pensar, experimentar e criar uma nova gestão da espécie;
  • Gestão da Espécie – que é implementada para nos permitir continuar crescendo e atendendo o tamanho atual da população com uma taxa razoável de qualidade de oferta.

Refuto assim que é a luta de classes ou a economia as responsáveis pelas grandes mudanças humanas. Obviamente, que ocupam papel relevante nos micro-movimentos, assim como a política, mas estas são condicionadas pelos macro-movimentos demográficos tecnológicos-cognitivos, que abrem a possibilidade das mudanças econômicas, sociais e políticas.

Se olharmos para esse cenário geral teremos mais facilidade de ver o que virá, do que olhando isoladamente e economia ou a política.

Esta é uma guinada importante para quem pretende fazer estratégias sobre o futuro.

Que dizes?

 

 

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Bom, grupo de estudos 02 do ano:

Grupo de estudos:
Pessoal, quem está dentro?

“Gestão da Espécie 3.0 – estamos indo para o modelo de gestão das formigas.
O que devemos entender para aplicar nos projetos de redes sociais”

Turma já se formando aqui.

O grupo de estudos visa aprofundar o impacto da atual revolução cognitiva, a partir da chegada das novas mídias digitais, na sociedade, tanto em cada área, como nas mudanças comportamentais dos indivíduos e das organizações.

Será coordenador por Carlos Nepomuceno e visa analisar e questionar a visão dos participantes sobre o fenômeno.

O objetivo ainda é o de alinhar e alargar a percepção de todo o grupo para que passa entender e intervir de forma mais consciente diante do novo cenário.

O grupo pretende formar pensadores mais consistentes e estratégicos que possam realizar pesquisas, ministrar aulas, palestras, escrever, prestar consultoria e serviços com mais embasamento teórico e prático.

Os encontros não seguirão um roteiro prévio, pois se adaptarão ao ritmo da turma.

Teremos dois meses iniciais, que poderão ser renováveis por mais dois, a critério de cada pessoa.

Os encontros serão por Skype, às terças, de 19:30 às 21:30.

Após dois meses, será emitido certificado para quem comparecer a 70% dos encontros.

O investimento para os dois meses iniciais será de R$ 500,00, dividido em duas vezes: 50% para garantir a vaga, até o final de abril. E o restante até o final de maio.

Os encontros serão nos seguintes dias:

04, 11, 18 e 25 de junho;
04, 11, 16, 23 de julho

Será feita uma seleção prévia que terá como critério o potencial de cada aluno para ajudar o grupo e mais tarde a sociedade a lidar melhor com a atual Revolução Cognitiva.

Será necessário apenas microfone, acesso a uma boa conexão, leitura ao longo da semana dos textos recomendados e a presença no horário das aulas.

As aulas se basearão nos textos do meu blog, livros, e-books e indicações de outros autores, conforme demanda.

Quem tiver interesse me mande mensagem privada pelo Facebook.

Palestra feita na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro – dia 16/03/2013 – por ocasião do Dia do Consumidor.

 

Gestão da Espécie 3.0 – por que vamos imitar a gestão das formigas? por cnepomuceno no Videolog.tv.

 Nós somos anti-naturais, pois quando temos um impasse qualquer, criamos tecnologias para superar o problema!

Versão 1.0 – 15 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
Continuação do texto de ontem;

Bom, o primeiro passo para a revisão da história humana é compreender que somos homo-tecnologicusque a tecnologia nos liberta e nos condiciona.

Quem quiser entender a espécie humana tem que olhar para as tecnologias, se não vai ver algo que não somos nós!

A hipótese da gestão da espécie é razoavelmente lógica, pois podemos nos comparar os outros animais . Todo ser vivo estabelece uma forma de se relacionar em grupo. As espécies sociais, aquelas que vivem em matilhas, bandos ou colônias, estabelecem uma relação entre:

  • Tamanho do grupo;
  • Capacidade de comunicação;
  • Modelo de liderança.

Há um limite de tamanho para um bando de lobos ou de leões, pois depois de um determinado número o líder-alfa, que toma as decisões vai ter problemas para conduzir o bando.

Os leões não podem mudar o modelo de comunicação ou de liderança, pois são “imexíveis” a curto prazo, pois tal padrão faz parte do seu DNA. O bando de leões é limitado, assim,  em termos de tamanho de membros como as zebras, os búfalos, os elefantes.

O ser humano é diferente. Nós não temos limitação de tamanho do bando, pois nós, como vimos antes, DESDE QUE  consigamos criar órteses que permitam nos expandir.

Só podemos superar o problema do aumento do bando se desenvolvermos tecnologias que viabilizem esse crescimento, se não entramos em colapso, que é o que está acontecendo agora.

Nós somos anti-naturais, pois quando temos um impasse qualquer, criamos tecnologias para superar o problema!

As órteses que regulam a capacidade de comunicação e o modelo de liderança são as tecnologias cognitivas (intermediadoras ou reintermediadoras), que definem nossa capacidade de inovar e tomar decisões, nos permitindo de tempos em tempos expandir o tamanho do bando.

Ou seja, quanto mais habitantes tivermos no planeta, mais órteses cognitivas precisamos criar para viabilizar o aumento do tamanho da espécie.

A crise que estamos vivendo em função do salto demográfico de um para sete bilhões nos últimos 200 anos se explica justamente por causa desse impasse tecnológico-cognitivo.

Saltamos em tamanho, mas não tínhamos ainda desenvolvido órteses que nos permitissem modificar o modelo de gestão da espécie que abrigasse esse novo tamanho do “bando”. Há uma incompatibilidade do modelo de gestão da espécie e o novo tamanho de membros. É esse ajuste macro-sistêmico que nos faz massificar a Internet e todas as mudanças que estão ocorrendo na sociedade. O atual líder-alfa – que toma a decisão por nós – está obsoleto, pois o tempo que leva para decidir é incompatível com a necessidade da manada.

formigas1

 

O modelo do líder-alfa foi planejado para um mundo:

  • com menos gente;
  • mais estável;
  • no qual a complexidade da decisão era uma e o tempo era adequado à demanda.

O aumento populacional amplia a complexidade, exige um tempo de resposta mais rápido em um ambiente em que a qualidade de demanda aumentou.

Tudo isso torna o nosso líder-alfa atual obsoleto:

  • A justiça é lenta por causa disso;
  • O parlamento é lento por causa disso;
  • O governo é lento por causa disso;
  • As organizações privadas são lentas por causa disso;
  • A ciência é lenta por causa disso;
  • A escola é lenta por causa disso;
  • A mídia sé lenta por causa disso;
  • As editorias de livros impressos são lentas por causa disso;
  • As enciclopédias impressas eram lentas por causa disso;
  • A indústria da música é lenta por causa disso;
  • Etc e tal são lentos por causa disso!

O modelo adotado das grandes manadas, de um líder-alfa carimbador e regulador está obsoleto. Vivemos, assim, a criação de um novo ambiente cognitivo-produtivo que vai mudar a gestão da espécie no mundo, que nos permita tomar decisões mais rápido.

Estamos saindo de uma gestão da espécie baseado em líderes-alfa das grandes manadas e indo para o modelo das colônias de formigas, que estabelece a comunicação química (curtir/estrelas/comentários), a única forma de prescindir dos atuais líderes-alfa de plantão para ganhar velocidade de decisão.

Vamos transformar nossas organizações em grandes formigueiros, que é o que já vemos nas organizações nativas, tais como o Facebook, Google, Youtube, Taxibeat, Mercado Livre e Estante Virtual.

Este é o salto que a órtese Internet está nos permitindo, modificando a gestão da espécie que se consolidou nos últimos 200 anos.

O que as organizações precisam é adotar uma metodologia de migração, pois são modelos de gestão da espécie incompatíveis.

É esse tipo de consultor/profissional que consiga ver desse jeito e que possa ajudar a migrar que estamos precisando urgentemente no mercado.

Amanhã falamos mais sobre isso. Por aí, que dizes?

Viver é inventar-se: inventar sua vida, sua função no mundo, sua presença – Ferreira Gullar.

Versão 1.0 – 14 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Veja bem a foto acima.

É assim que viemos ao mundo.

Todo o resto em torno do bebê: a luva, o estetoscópio, o berço, o lençol, o prédio da maternidade são órteses, tecnologias, que nos permitem estar aqui.

Assim, nada do que é humano é natural, pois diferente dos outros animais somos  “homo-tecnologicus“.

Note que os outros animais para sobreviver incorporaram no seu DNA artifícios para sobreviver.

Eles “engoliram” as tecnologias, transformando-as em parte integrante do seu corpo.

Nós fizemos isso apenas quando aprendemos a falar e desenvolvemos um cérebro capaz de inventar órteses para sobreviver.

Assim, a história humana é a história das órteses que conseguimos criar e que nos libertam e nos condicionam. Só entendemos aquilo que somos se estudarmos as tecnologias que criamos para ser.

etapas

 

Não há, portanto,  nada natural no ser humano, pois mesmo as tribos mais primitivas estão em um mar de tecnologias que as permite existir.

Podemos dizer que a humanidade está assim, pois são ou eram estas a conjuntura tecnológica que tínhamos.

Só podemos entender o ser humano ao compreender os efeitos que novas órteses/tecnologias que chegam ao mundo para nos libertar e nos condicionar.

Assim, temos que saber separar diferentes tecnologias e entender o que elas significam para nosso passado, presente e futuro.

É falsa, portanto, qualquer tentativa de explicar o ser humano que não leve em conta o estudo das tecnologias, pois sem elas não conseguimos entender o contexto das possibilidades que tínhamos, temos e teremos.

Há dois tipos de tecnologias, grosso modo:

  • As não-cognitivas –  que expandem nossa capacidade física;
  • As cognitivas – que expandem a nossa capacidade cerebral.

As primeiras são tecnologias filhas, pois não nos tornam mais flexíveis para inventar novas tecnologias;

As cognitivas são as mães, pois quando melhoramos as órteses cognitivas podemos expandir a nossa capacidade de criar novas órteses.

A história, assim, é marcada pelo surgimento de tecnologias cognitivas, que conseguem expandir nossa capacidade de criar novas órteses.

As tecnologias cognitivas são responsáveis por:

  • – capacidade de criar e inovar;
  • – definir como se estabelece o controle das ideias na sociedade;
  • – definem o modelo de gestão da espécie.

Dentre as tecnologias cognitivas temos dois tipos:

  • As tecnologias cognitivas intermediadoras – que não descontrolam as ideias, pelo contrário reforçam o controle e um modelo que já existe, não expandindo a inovação e preservando a gestão da espécie de plantão;
  • As tecnologias cognitivas reintermediadoras – que descontrolam as ideias, quebram o controle e o poder do ambiente que já existem, expandindo a inovação e criando um novo  modelo da gestão da espécie de plantão.

As primeiras continuam, as outras descontinuam, nos trazem revoluções e mudanças radicais da espécie.

Assim, podemos entender a história humana como etapas de consolidação e ruptura da forma que nos organizamos, conforme a chegada de cada tecnologia cognitiva reintermediadora.

controle_descontrole_ideias20No quadro acima, podemos ver que:

Uma nova tecnologia cognitiva reintermediadora gera ruptura no modelo, que chega a um determinado ápice que a base social se modifica para haver uma consolidação, com o surgimento de tecnologias cognitivas intermediadoras.

Se aplicarmos isso nos últimos 200 anos, teremos o seguinte quadro:

controle_descontrole_ideias21Ou seja, estamos vivendo um processo de ruptura, que vai nos levar a uma mudança radical na sociedade, a partir da chegada de uma nova gestão da espécie.

Falaremos mais disso amanhã,

o que dizes?

 

 

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