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Versão 1.0 – 29/07/2013

Bullying_by_KungFuPlum

Toda a estrutura social cria seu modelo de autoridade, que cria suas organizações e o modelo de validar a verdade e quem as profere.

Todos que desejam ter “credibilidade” precisam ser “carimbados” pelas autoridades de plantão que fecham os canais de distribuição de ideias.

Qualquer canal alternativo é invalidado, pois não se pode confiar em algo que não vem das autoridades de plantão, que são confiáveis.

O problema é que as organizações com o tempo de uso de dado ambiente cognitivo criam um processo de auto-sustentação e falsa narrativa para se manter nessa representação.

O que chamei de ditadura cognitiva.

Tal fenômeno cria um critério de validação e invalidação na sociedade quase sempre não meritocrático em um período pós-ditadura cognitiva.

Libertação

Quanto mais fechada, autoritária, anti-democrática é uma sociedade menos vozes discordantes terão espaço para falar e muito menos sobreviver, pois o ambiente vai rejeitá-las e, se possível, sufocá-las economicamente para que não se manifestem e não possam sobreviver a não ser aderir as organizações de plantão, modelando/moderando o discurso.

As falsas narrativas de um ambiente de baixa democracia são tão gritantes e contraditórias que só se sustentam no silêncio e na repetição da mesma ladainha do controle das ideias.

Assim, é preciso para que se mantenha o ambiente  dessa maneira, com a falsa-narrativa, é preciso invalidar as novas vozes, através de critérios de validação e de descredenciamento dos cidadãos-filosóficos.

De maneira geral, estimula-se a vergonha, a timidez, o medo de se falar ou escrever fora das normas. Criam-se normas, formas, diretrizes para que cada vez menos pessoas possam ser “confiáveis”, tudo em nome da credibilidade.

Porém, o que consegue entrar na norma, geralmente, carece de conteúdo para o conjunto geral.

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Exige-se conhecimento prévio e o mais interessante é que se cria autoridades de assuntos, que sabem tudo sobre um determinado tema, mesmo que nunca os tenham usado para nada prático.

Sabe-se sobre aquele tema, passam a sumidade, mas uma análise fria sob outro ponto de vista mais efetivo desmantela a  relevância daquele conhecimento para a sociedade.

Por isso, que a saída da qualquer ditadura cognitiva, para uma primavera de ideias, traz consigo uma migração de ensino, aprendizado, produção de conhecimento que têm foco em assuntos para o foco em problemas.

Uma sociedade estável é aquela que mantém a solução dos problemas sob rígido controle, cercado de interesses das falsas autoridades e, por isso, não se estimula um esforço para que sejam solucionados de forma mais efetiva em prol de mais gente.

Coisas sem sentido são feitas, pois a solução atende a dados interesses que não fazem parte de uma lógica comum.

Concentra-se os estudos em assuntos, eliminando a capacidade da sociedade em resolver problemas, pois as soluções não serão feitas de forma aberta e trans-aparente, mas de forma nebulosa, pois as organizações precisam esconder seu falso interesse pelo coletivo.

As falsas autoridades resolvem seus problemas pensando em si e não em ti.

Assim, qualquer modelo novo de pensar será atacado, não pelos argumentos dos novos, mas principalmente pela invalidação da fonte, pois ninguém pode sugerir novas soluções para velhos problemas, pois não estão “capacitados” para isso, pois as falsas-autoridades se encarregam dessa decisão.

Viver uma pós-ditadura cognitiva, assim, exige que os “não autorizados” pratiquem um novo discurso, com novas ideias, muitas vezes despossuídos de lógica no primeiro momento, mas ganham relevância, se estiverem:

  • a) focados de forma na solução de um dado problema, sem os vícios das falsas autoridades;
  • b) aberto por saber que tem que aprender com aqueles que desejam uma nova forma de solução e mesmo uma nova alternativa para o dado problema.

É uma validação vinda de baixo.

Por aí,

que dizes?

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