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Versão 1.0 – 30/07/2013

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Os últimos dois séculos foram marcados pela contra posição entre o capitalismo e o comunismo.

O capitalismo foi um modelo econômico que exigiu o fim da monarquia e o estabelecimento de um novo modelo de governança da sociedade que era, do ponto de vista humano, mais complexo do que o modelo passado.

Foi um movimento questionador da governança e do modelo econômico que era mais obsoleto. O lado revolucionário da nova classe social é evidente, inclusive nos escritos de Marx.

A possibilidade de modificar governantes pelo voto e a liberdade de se criar projetos de novas organizações, bem como a liberdade de expressar seu pensamento são algumas das marcas desse novo ambiente, apesar de todas as limitações que são feitas, variando de país a pais.

Note que a Revolução Francesa foi inspirada pelos iluministas Gregos, dos quais os filósofos pós-prensa de Gutemberg se inspiraram.

Não foi um projeto explorador, mas renovador do planeta.

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A crítica de Marx ao capitalismo, que se estabeleceu de forma agressiva e violenta logo depois criou uma resistência de alguns pensadores.

Foi o que inspirou Marx para a criação de um novo modelo de sociedade sem classe, sem exploração.

Foi uma utopia que varreu o mundo e levou a construção dessa alternativa do bloco soviético.

Não se pode dizer que a experiência comunista tenha sido a que Marx imaginou, mas ali estavam contidas algumas ideias que podem sofrer revisão:

  • – a de que a falta da propriedade privada ou das classes sociais leva o humano a ser melhor;
  • – a de que a centralização da produção  consegue ser mais eficaz do que a iniciativa mais dinâmica dos empreendedores no modelo capitalista;
  • E de que um modelo de controle de ideias e de partidos únicos podem gerar inovação na sociedade.

Muitos dirão que o modelo de um socialismo democrático seria diferente, mas teria de alguma forma alguém escolhido para exercer alguma função e alguns critérios para que se mantivesse ou saísses daquele cargo.

Do ponto de vista da governança da espécie, se pensarmos em termos históricos, a proposta de governança (escolha das autoridades e sua reciclagem) não era diferente da proposta pelo capitalismo e democracia, apenas com a esperança de ser mais meritocrática.

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Acredito que a crítica as ideias de Marx, daquilo que podemos entender do que ele disse, pois entre a obra e a versão da obra existe um abismo, está na relação demografia x atendimento das demandas, que é, a meu ver, o motor da história, que não estava claro na época, talvez em Malthus, com sua visão aristocrática e cruel diante dos pobres.

Não se pode imaginar as sociedade crescendo com demandas cada vez maiores e mais complexas e, ao mesmo tempo, imaginar centralização de poderes e a manutenção da mesma governança.

A complexidade demográfica pede a complexidade da governança.

A monarquia foi aceita até completarmos 1 bilhão de habitantes em 1800.

O modelo do rei era incompatível com o aumento populacional e a complexidade do mundo, que só um modelo mais dinâmico do que o capitalismo poderia resolver.

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Muitos dirão que não se pode falar em população global, mas refuto, pois tudo que acontece no mundo se espelha nas grandes cidades.

Há uma relação entre o mundo que se expande e o tamanho das cidades, onde os humanos vivem e de onde saem as rupturas.

Podemos hoje com os elementos que temos (pensadores e novos fenômenos tecnológicos) apontar novas perspectivas políticas para o novo século, que é de sair da visão economicista (capitalismo x comunismo) e reviver o que ocorreu pós-chegada da prensa de forma mais consciente.

A luta da velha ordem – de uma governança centralizada e voltada para seus próprios interesses e benefícios pelo domínio do ambiente cognitivo versus uma nova governança mais descentralizada, mais voltada para o mérito e para o atendimento de forma mais eficaz das demandas de 7 bilhões de habitantes. O novo modelo social, político e econômico terá outro nome e é para que ele chegue mais cedo que os progressistas devem lutar.

Do ponto de vista, da luta política estamos, pela primeira vez, percebendo-nos como animais tecnológicos que somos, que vivemos em etapas tecno-cognitivas, que marcam modelos diferenciados de estrutura de poder. Precisamos ter a cada momento um ambiente cognitivo-produtivo compatível com o tamanho da população!

Ao se expandir o tamanho da espécie, que é algo que só o ser humano é capaz de fazer (já que os outros animais têm limitação), é preciso modificar o ambiente cognitivo, em primeiro lugar, que cria o ambiente propício para a revisão do modelo de governança da espécie logo depois, com alterações em toda a sociedade.

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Podemos dizer, assim, que tivemos as seguintes fases de governança visíveis até aqui:

  • A oral – dos chefes das aldeias pequenas, hereditários;
  • A escrita manuscrita – os imperadores, sacerdotes e nobreza – com o aumento das cidades, hereditários;
  • A escrita impressa – as monarquias, o clero e a nobreza, hereditários;
  • A eletrônica – os primeiros ministros, presidentes e parlamentares, mais rotativos; 
  • A digital –  com representantes ainda mais rotativos.

Se analisarmos a luta política do último século foi uma luta de cunho econômico, mas não de mudança de governança da espécie.

Falta-nos a visão filosófica do tecno-homus.

O que se pretendia era a superação de um sistema econômico injusto para um mais justo.

Porém, não era perceptível, até então, as variações da governança da espécie, o impacto das tecnologias nessa direção e o sofrimento e injustiça que o adiamento de tais mudanças provocam.

Arrisco a dizer que se Marx fosse vivo ele seria Marx 2.0!

É preciso sair da caixa para ver diferente.

Que dizes?

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