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O que estamos aprendendo é que quando uma tecnologia cognitiva reintermediadora chega ao mundo, ela vem construir uma nova topologia de rede. E essa nova topologia de rede muda o mundo e as organizações vão na aba.

Versão 1.0 – 24 de setembro de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Continuação das reflexões feitas aqui.

O que muda na sociedade/organizações com a chegada da Web 2.0?

  • Comunicação?
  • Forma de trabalhar?
  • Forma de controlar processos?
  • Ou formas de gestão?

Todas estas, mas motivadas pela mudança maior:

A mudança da topologia das redes – a placa mãe da sociedade.

Estranho né?

Pois é, mas é esse é o conceito fundamental para entendermos onde estamos e para onde vamos.

O ser humano é dependente da topologia de rede dos ambientes cognitivos.

Quando eles mudam, tudo muda.

Pode levar tempo, mas é inevitável.

E deve guiar os projetos de rede social corporativas, que estão tendendo a achar que são mudanças na comunicação/e/ou tecnologia.

Avisa: tal visão não é eficaz. Vai se gastar muito com pouco resultado!!!

Quando algo assim ocorreu para podermos comparar na história e termos mais segurança?

  • Quando passamos do mundo oral para o escrito (há certa de 5 mil anos), que se consolidou e se massificou com a chegada da escrita impressa, há cerca de 500 anos;
  • E agora com a passagem do escrito/eletrônico/digital vertical (que moldou nossa sociedade) para o digital em rede (que funda a nova era).
Sim, mudanças macros desse porte.

O que estamos aprendendo é que quando uma tecnologia cognitiva reintermediadora (escrita e digital)  chega ao mundo, ela vem construir uma nova topologia de rede. E é a topologia de rede que define a sociedade e não o contrário!

Ou seja, a política, a economia, as organizações, a gestão, as escolas irão se adaptar à nova topologia de rede de plantão!!!!

O mais esquisito de tudo isso é que a nova topologia de rede é um movimento espontâneo, não planejado, não consciente, que muda tudo na história.

Que os marxistas, os dogmáticos e os paranoicos por conspirações secretas me desculpem, mas é isso que estamos aprendendo com a vida, depois de muitas (não poucas)  horas em um debate intenso na rede, pela rede e com a rede (só assim colaborativamente para avançar).

Em resumo: somos muito mais teleguiados e dependentes dos ambientes cognitivos do que imaginávamos.

Quem define a topologia do  “formigueiro” e da  “colméia” são as tecnologias de rede disponíveis e nós só nos adaptamos a elas, aí sim tendo espaço para variar, mas dentro de um dado condicionamento.

O que estamos vivendo hoje, então?

A passagem de uma topologia verticalizada com um centro muito forte para um modelo mais descentralizado.

Alguns dizem que antes não era rede e agora é rede.

Discordo.

Antes era rede mais centralizada e agora é mais descentralizada.

A nova topologia de rede, que chamamos de cultura 2.0,  criou novos modelos de controle.

Ou seja, a topologia de rede, que define os fluxos de ideias, condiciona a comunicação, o controle dos processos, a gestão, o conhecimento, a informação, etc…

Antes o controle era feito por fluxos que tinham que passar pelo centro, pois não havia outra maneira de fazer.

Hoje, as organizações têm como ferramenta possível a adoção de uma nova topologia, através das redes digitais que permitem que haja um novo (re)controle mais barato do que o anterior e tão eficiente quanto: através da colaboração, dos rastros digitais que vão sendo deixados e de robôs informacionais, turbinados por algoritmos.

Vide o modelo Mercado Livre, por exemplo.

Ou seja, uma nova organização será aquela que vai trabalhar em uma nova topologia de rede, através do uso intenso de plataformas digitais colaborativas com uso de inteligência artificial (algoritmos) para resolver problemas de forma mas barata e eficiente.

Simples assim, complicado assim.

Nunca na história dessa humanidade, 🙂 estivemos tão despreparados para uma mudança como essa, pois ela será muito mais rápida do que as anteriores. A diferença é que hoje já temos pensadores que nos ajudam a ter mais consciência do que está ocorrendo. Porém, não adianta que eles existam, se as organizações continuarem a insistir em não escutá-los!!! Achando que pensar o passado com essa proporção é coisa de acadêmicos, ou teorias vazias. Novos desafios exigem novas formas de resolvê-los!

Quando uma nova topologia de rede chega, o que ocorre?

  • – muda a cultura de quem se relaciona com ela;
  • – cria um novo modelo cognitivo/afetivo dentro e na relação das pessoas entre si;
  • – esse modelo novo dentro das pessoas começa a procurar formas de transformar a topologia anterior na nova topologia;
  • – isso implica em uma luta da velha topologia contra a nova em todas as frentes possíveis.

Se analisarmos as lutas políticas que mais impactaram na sociedade no passado recente, como a Revolução Americana e Francesa, foram as que consolidaram uma nova topologia de rede, terminando os reis e os sacerdotes, que eram filhos do mundo oral (ao longo de milhares de anos).

Ou seja, a luta política e de gestão atual não se dá dentro da antiga topologia (que é a que vivemos), mas a luta para que ocorra uma nova topologia, pois ela é capaz com menor custo, menos esforço e menos tempo dar os melhores resultados!

(Quando Marina Silva lança o movimento Nova Política, ela, na verdade, está defendendo o movimento da nova topologia de rede! A rede mais aberta é (e sempre foi) a revolução!)

O que isso impacta na implantação de projetos de redes sociais corporativas?

Muito.

Pois não se trata de implantar uma nova forma de comunicação, de processo, de trabalho, uma nova tecnologia, uma nova gestão apenas, mas uma nova topologia, na qual existe uma outra forma completamente nova de organização e controle.

Isso é que dá o nó na cabeça.

Estamos falando de promover a migração da topologia de rede atual para uma nova, na qual muda a forma de circulação de todos os fluxos.

Por isso, defendo a tese de que (vou usar caixa alta):

NÃO É POSSÍVEL IMPLANTAR UMA NOVA TOPOLOGIA DE REDE NA TOPOLOGIA ANTIGA, POIS ELAS SE ODEIAM!!! 😉

Não é possível, é algo que não existe, não existiu e nem existirá, pois a história está aí para nos ensinar algo. Não existe empresa 1,5. Ou ela tem a topologia atual, que funcionou razoavelmente para um mundo que está acabando, ou ela migra para a nova.

O meio termo deve ser evitado, pois é híbrido e causador de crises.

Se temos a consciência disso, por que insistir?

Basta aprofundar o estudo.

O que foi possível no passado, migrar aos poucos, agora não funcionará, pois é um processo muito mais rápido….e mais: já temos pensadores que podem nos ajudar a acelerar essa passagem. Assim,  nada justifica não fazê-lo, a não ser o receio da mudança. E isso se resolver com muita conversa!!!

O que durou milênios, portanto, virará décadas, em alguns casos, como já se viu na industria das ideias (mídia, música, cinema) anos.

É preciso realizar uma passagem bem planejada para criar a nova topologia de forma completamente nova e depois ir migrando. Nada restará das organizações atuais ao longo do tempo e quem perceber isso antes e com clareza, navegará em águas limpas e profundas, pois vai criar atalhos.

Vocês podem dizer:

  • Radical o Nepomuceno, né?
  • Não, radical a mudança que estamos vivendo. Sou apenas um dos mensageiros, um topólogo das novas redes, portanto,  não me atire pedras! Se quiser ter raiva, tenha  do planeta super-populoso que pede um novo modelo de rede mais flexível e mais inovador!

Ou seja, você pode não concordar com o que é dito, mas gostaria que você ouvisse tais argumentos, pensasse e decidisse, pois o futuro da sua organização e muito do que ela vai gastar nos próximos anos com projetos de “redes sociais corporativas” sem pé nem cabeça, depende dessa decisão.

Se é para mudar que seja rápido,  com a menor taxa de sofrimento possível.

Certo?

Como dizia meu pai: “quando a cabeça não pensa, o corpo paga”.

Concordas?

 

5 Responses to “É a topologia, mané!”

  1. Antunes disse:

    Nepo, acho que a palavra-chave é “Gestão da Mudança”: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_mudan%C3%A7a

    …segundo John Kotter, existem 8 etapas para um processo de mudança bem sucedido: 1a. Criar um sentido de urgência.

  2. Nadia disse:

    Gostei do texto. Na realidade a organização em rede já existe desde que o mundo é mundo, mas as tecnologias potencializam a capacidade humana de se organizar desta forma. O que eu acho que é as organizações (públicas ou privadas) estão muito aprisionadas em um velho modelo burocrático que não consegue ter essa visão relacional que temos que ter para lidar com essas organizações.

  3. […] sistema, mas se adapta ao sistema que está sendo feito lá fora, a uma nova topologia de rede, (ver mais aqui) pois é muito melhor, testado, validado para resolver problemas complexos e […]

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