Um Futurista entende que existem Cosmovisões que analisam determinadas forças de uma forma e que muitas vezes não são novas forças que surgem na sociedade.
Mas forças que antes eram sub avaliadas e que revelam outra faceta da sua essência – o que podemos chamar de Revisão da Essência das Forças.
Macro mudanças que ocorrem não são tecnológicas, mas nas mudanças das Cosmovisões, que podem, ou não ser provocadas, por novas Tecnologias.
Há, além das tecnologias, mudanças no ecossistema, novos fenômenos sociais, políticos e econômicos, novas éticas, novos gênios.
Tecnocultura significa que o ser humano não tem uma cultura, que desenvolve tecnologias, que são neutras.
As tecnologias são forças ativas e quando chegam na sociedade não mudam a cultura, por elas mesmas, mas abrem espaço para que inovadores possam criar novas formas de pensar e agir e modificar o status quo.
VER AO FINAL O DESCRITIVO DOS CONCEITOS ESTRUTURANTES DO FUTURISMO.
Futurismo é a ciência que estuda o futuro. E abrange, na sua atividade operacional, o apoio para que pessoas e organizações tomem decisões melhores.
O Futurista cria cenário, através do Mapa das Forças e como elas podem se desdobrar mais adiante, a partir de alterações no curto, médio e longo prazo.
O Futurista não prevê o futuro, mas apresenta o Mapa dos Cenários Prováveis para que Profissionais de Inteligência Competitiva possam criar o Mapa Competitivo para que o Operacional das organizações possa trabalhar.
Pode ter outros nomes: futurologia, ciência do futuro.
O Futurismo se distancia do Ocultismo ou da Vidência.
A vidência é feita por métodos não científicos;
E o Futurismo procura se basear em métodos científicos, de tentativa e erro.
Quando pensamos Futurismo aqui na Escola, imaginamos um Futurismo aplicado, pois o nosso conceito de Ciência é de que:
Não existe ciência sem problema;
Não existe problema sem cliente.
O objetivo aqui é criar série de métodos para melhorar a capacidade de prognosticar cenários para que se possa pratica a competitividade, ou seja, aproveitar oportunidades e reduzir riscos.
Temos aqui na Escola visão de que existem dois tipos de Futurismo:
Glossário de Conceitos Estruturantes pela ordem de criação:
Mapa das Forças – nível filosófico/teórico do Futurismo, ferramenta de análise que o Futurista trabalha para projetar os cenários (aprofundo o conceito aqui);
Mapa Competitivo – nível metodológico do Futurismo, no qual o Profissional de Inteligência Competitiva traça as ações estratégicas para manter alto nível de competitividade (aprofundo o conceito aqui);
Futurismo Indutivo – aquele que NÃO questiona filosófica e teoricamente o Mapa das Forças existentes (detalho mais o conceito aqui);
Futurismo Dedutivo – aquele que questiona filosófica e teoricamente o Mapa das Forças existentes (detalho mais o conceito aqui);
Profissional de Inteligência Competitiva – recebe o Mapa dos Cenários Prováveis do Futurista e entrega o Mapa Competitivo;
Mapa dos Cenários Prováveis – o que o Futurista entrega para o Profissional de Inteligência Competitiva;
Mapa das Tecnologias – a classificação das diferentes tecnologias e a capacidade que cada categoria delas tem para alterar o cenário futuro;
Tecnologias Genéticas – Tecnologias que alteram a forma como consumimos e nos reproduzimos;
Tecnologias Midiáticas – Tecnologias que alteram a forma como nos informamos, aprendemos, trocamos e nos comunicamos;
Essência das Demandas do Sapiens – conceitos que definem quais são as demandas permanentes da espécie, que se mantém inalterada no tempo, por isso é chamada de “essência”;
Tecno-Utópico/Distópico – forma de pensar não científica que consolida determinados Ciclos Mutantes da espécie como se fossem permanentes de forma negativa (distopia) ou de forma positiva (utopia);
Pêndulos Sociais ou Ciclos Mutantes– movimentos da espécie que vão para um lado e para outro, conforme o contexto;
Fenômeno Social Recorrente / Único – que se contrapõe a Fenômeno Social Único, como a chegada de extraterrestres, por exemplo. Caracteriza que Revoluções Midiáticas são recorrentes e não Fenômeno Único, como tem sido senso comum atualmente;
O Futurista é, no popular, aquele profissional que vai apresentar a tampa do quebra-cabeça futuro.
O PIC, a partir desta tampa do quebra cabeças, vai analisar como as pessoas e organizações vão conseguir se manter competitivas.
O Futurista (lida mais com filosofia e teoria) é o cenarista e o PIC é o estrategista (com metodologia).
E temos ainda outro profissional que vai operacionalizar as estratégias definidas,que, no caso do digital seria o Transformador Digital, que vai trabalhar com a metodologia definida pelos dois perfis de cima.
Se o cenário futuro estiver equivocado, o PIC vai ter problema e os que vão operacionalizar, idem.
Ao falar sobre projeção do futuro os autores falam a partir da página 71 em “prever tendências tecnológicas” (pg.71), “estudiosos das tendências técnicas” (pg.75).
E citam Ray Kurzwell como um Futurista a ser seguido.
O que cabe a pergunta é: um futurista prevê apenas alterações tecnológicas?
Se vamos procurar um nome podemos dizer que são Futuristas Tecnológicos, de nicho, mas não Futuristas, pois a mudança futura não se resume a apenas prever novas tecnologias.
Vejamos o trabalho de um Futurista na idade média.
Surge a prensa de Gutemberg.
Ali, há um empoderamento midiático da população, que permite a um Futurista imagina que haveria mudanças sociais, políticas e econômicas.
E que estas mudanças abriria um Ciclo Macro Inovador na sociedade, que permitiria tempos depois o Iluminismo e a Renascença, não necessariamente nessa ordem.
Um conjunto enorme de novas tecnologias seriam desenvolvido, a partir da chegada da prensa, que marcaria a Revolução Midiática Civilizacional do Papel Impresso.
As mídias não são uma tecnologia qualquer.
Um Futurista precisa ponderar a força das diferentes mídias e os impactos que terão na Tecnocultura para que possa prever mudanças, que são mais amplas do que as tecnológicas.
O problema do Futurismo atual é de que é um Futurismo Tecnológico, que imagina ser possível prognosticar o futuro apenas projetando as tecnologias, como se todas tivessem o mesmo peso na Tecnocultura.
Futurismo Dedutivo Bimodal é aquele que faz mergulho no passado, através da Antropologia Cognitiva e consegue enxergar que estamos vivendo um Momento Bimodal.
Temos hoje dois DNAs Administrativos na sociedade e isso é o ponto principal de mudança do futuro.
Haverá alterações na sociedade na forma como pensamos e agimos diante dos problemas sociais, políticos e econômicos.
O Futurismo Dedutivo Bimodal passa a ser uma corrente do Futurismo e ajuda a balizar o debate, pois apresenta conceitos que fazem contraponto aos hegemônicos do mercado.
O conceito Futurismo Dedutivo Bimodal é um dos pilares das Ciências Emergentes criadas para compreender a Era Digital, que denominamos Futurismo presente entre os tantos da Escola de Pensamento Digital Bimodal.
A principal encruzilhada para entender a Era Digital é a seguinte:
Vivemos fenômeno único na história, que nunca ocorreu. É tudo novidade?
Ou vivemos fenômeno recorrente na história, que já ocorreu, que nos permite entender com mais profundidade?
O mercado, fortemente influenciado pelo marketing e o Futurismo Indutivode curto prazo opta sempre pela primeira opção.
Com isso, fica impossível enxergar o futuro de forma mais consistente, pois não consegue separar o rabo do cachorro e nem o cachorro do rabo.
Quando comecei a estudar o digital esbarrei com o livro “Cibercultura” do Pierre Lévy e concordei com ele que estávamos diante de Fenômeno Social Recorrente.
Qualquer pessoa ou profissional que queira tomar melhores decisões na Era Digital terá que optar pelos autores, consultores, Futuristas ou Profissionais de Inteligência Competitiva, que optam pelo segundo caminho.
Podemos dizer que existem dois pólos problemáticos sobre o futuro:
Os utópicos – aqueles que acreditam num futuro melhor para todo o sempre;
Os distópicos – aqueles que acreditam num futuro pior para todo o sempre.
Lendo o livro cheguei a conclusão que o ponto de inflexão entre um e outro é como enxergam as tecnologias e a demografia.
Quem vê o aumento demográfico e as tecnologias neutras, não acredita na capacidade humana de reverter as crises que virão;
Quem vê o aumento demográfico e as tecnologias ativas, acredita na capacidade humana de reverter as crises que virão.
Podemos dizer que os utópicos têm uma visão das Tecnologia como alto mutável e fundamental para superar nossas crises e vice-versa.
O problema dos utópicos na Abundância Permanente é não entender que a espécie humana vive e viverá sempre Macro Ciclos de Abundância e Escassez, a partir de determinados fatores.
O salto que demos neste campo é incluir nesta equação alguns elementos:
As mudanças de mídia – que permitem a descentralização social, política e econômica;
As mudanças administrativas – que permite as alterações no modelo de comando e controle.
A saber:
Aumentos demográficos sem novas mídias descentralizadoras geram ciclos de escassez e centralização;
Aumentos demográficos com novas mídias descentralizadoras geram ciclos de abundância e descentralização.
Uma visão mais refletida e científica sobre este movimento não caminha nem para a distopia e nem para a utopia, mas para movimentos naturais de mais ou menos abundância e escassez, conforme estas forças.
Ofertas e Demandas são sempre progressivas, pois o que é bom hoje pode não ser bom amanhã;
De que a sensação de Abundância é subjetiva, pois hoje você pode ter uma sensação de conforto, mas amanhã terá outra;
De que a Escassez tem um piso da miséria, que pode ser considerado objetivo, pois não permite a sobrevivência.
Assim, quando falamos em Abundância para quem não vive na Escassez Absoluta podemos dizer que não existe um teto.
“Ciclos de Abundância podem nos levar a ter o desejo de ir também para Marte, algo que hoje não é um desejo tão latente, como viver 120 anos, igual ao vizinho” – disse o Léo Almeida.
Um dos principais problemas para as Organizações Analógicas Tradicionais é a falta de assistência diante do Digital.
Assistência aqui pode ser entendida como alguém – pessoa ou organização de consultoria – que possa traçar um diagnóstico/tratamento para manter a competitividade na Era Digital.
Vivemos hoje, a meu ver, o maior Big Bang Administrativo da história da espécie.
Estamos promovendo a mudança do Macro Modelo Administrativo, passando por uma forma de Comando e Controle Mamífero (Gestão) e indo em direção ao Comando e Controle dos Insetos (Curadoria).
Não é um cenário simples.
E aí temos alguns problemas encadeados:
Não temos Profissionais de Inteligência Competitiva bem formados;
Os que existem foram formados para Cenários Incrementais e não Disruptivos;
Querem pessoas que prometam que tudo será igual como antes.
E tudo isso junto e somado cria um ambiente propício para a perda radical de competitividade com perda de clientes para os novos concorrentes já em curso ou em vias de no curto, médio e longo prazo.
É uma situação atípica e que exige ações atípicas.
Podemos dizer que o mercado hoje vive o Luto Administrativo da Gestão.
Surge novo Macro Modelo Administrativo e as pessoas estão na fase inicial do luto, que tem outras, definidas assim por alguns estudos da Psicologia: negação, raiva, depressão, negociação e aceitação.
Vivemos hoje no mercado, claramente, a fase da negação.
As Organizações Analógicas Tradicionais querem ouvir todos aqueles curandeiros digitais, que jurem que o mercado continuará do mesmo jeito ou que as mudanças são muito mais incrementais do que disruptivas.
É por isso que a maior parte – que já está sendo atingida pela Curadoria – se mantém imóvel diante da perda de valor gradativa.
Temos na medicina um amplo leque de organizações que fazem exames. Igual aos legistas num crime.
O legista dá um laudo, mas quem investiga é o policial, muitas vezes o legista não sabe nem quem está sendo acusado.
É importante a separação entre quem tem que ajudar ou fazer diagnósticos e aqueles que vão executar.
Quando é a mesma pessoa há um interesse óbvio envolvido e também um certo “piloto automático” de que é sempre melhor operar.
Se um médico cirurgião está acabando de reformar o consultório e precisa de dinheiro, será que ele vai rejeitar alguém que pode esperar mais dois anos para ver se realmente precisa ser operado?
O ideal, do ponto de vista ético e operacional, que não.
O problema que temos hoje no mercado de Transformação Digital é de que o Diagnóstico/Tratamento estão sendo feitos pelas mesmas pessoas.
Empresas de consultoria vendem o exame, o tratamento e a operação e vendem o que é mais interessante, geralmente, para elas e não para o cliente!
A pessoa vende um pacote de Transformação Digital, no qual o diagnóstico/tratamento já está pronto e ele vende integrado, sem uma independência se o diagnóstico vai REALMENTE ajudar o cliente.
São Profissionais que trabalham com mais abstração e tem capacidade de compreender as forças envolvidas.
São feitos para diagnosticar e propor mudanças, mas não executá-las, pois isso os levará a propor diagnósticos afinados pelos interesses de quem vai executar a metodologia de ação.
Por isso é preciso ter uma Ética do Profissional de Inteligência Competitiva, vejamos alguns pontos que me deveriam ser observados:
1 – o PIC não deve executar as Metodologias de Ações Competitivas propostas;
2 – deve acompanhar para fazer os ajustes, mas não se envolver diretamente, pois acabará influenciando o diagnóstico/metodologia;
3- ele deve ser remunerado para diagnosticar para que possa ter independência, mas se compromete com os resultados;
3 – o cliente para o PICnão tem razão, pois ele se compromete com diagnósticos e tratamentos que o cliente muitas vezes não quer aceitar.
Se encarrega de executar o Mapa de Ações Estratégias, pois isso acaba criando um problema ético. Isso é missão do Transformador Competitivo, aquele que segue as orientações para que o plano funcione.
A Transformação Digital Bimodal, diferente da Unimodal, sugere a criação de área separada para o aculturamento e início de negócios dentro da Curadoria.
Todo Profissional de Inteligência Competitiva deve entregar para seu cliente um Diagnóstico Competitivo e uma Metodologia de Reequilíbrio Competitivo .
O que ocorre no mercado hoje, algum ponto de inflexão (de mudança de cenário) que possa ter impacto na competitividade do cliente.
O Diagnóstico Competitivo deve apontar o Mapa das Forçascom Impacto na Competitividade que se modificaram e o provável cenário com a redefinição das Forças.
O Diagnóstico Competitivo é a Parte I da entrega para o cliente, sendo a Parte II a Metodologia de Reequilíbrio Competitivo.
Deve haver, obviamente, um alinhamento entre o Diagnósticos e a Metodologia de Reequilíbrio.
E a Metodologia depende do diagnóstico do que é a Era Digital.
E como irá afetar os negócios em cada um dos setores.
Conseguimos mapear dois tipos de Transformação Digital:
a Unimodal – aquela que acredita que os Ubers são Novo Modelo de Negócios e não de administração e que a TD é apenas inclusão de tecnologia na Gestão, que opera nos limites da Linguagens Midiáticas Oral e Escrita;
A ideia de que o ser humano é espécie racional é falsa.
O que temos de diferente é a capacidade de refletir sobre as nossas emoções e fatos.
Uma pessoa que consegue lidar melhor com as emoções e os fatos é aquela que “muscula” a percepção.
Somos seres reflexivos: “concentração sobre si próprio, suas representações, ideias, sentimentos”.
Sempre, em qualquer situação, há o desafio de analisar as emoções (dentro) e os fatos (fora) para decidir de forma mais eficaz diante dos nossos propósitos.
O resultado disso provoca carreira, livros, projetos, obras de arte, organizações, no permanente duelo entre o lado de dentro (emoções) e de fora (fatos).
Uma pessoa mais equilibrada emocionalmente é aquela que consegue estabelecer este jogo de pingue pongue entre fora e dentro, de tal forma a conquistar seus objetivos.
(Obviamente, dentro de parâmetros éticos coletivos.)
Um dos principais problemas que meus clientes trazem é o mito da razão absoluta, que, no fundo, é a fantasia de que conhecer é uma montanha e existe um topo.
Não existe, entretanto, pessoa racional ou emocional, mas alguém que está conseguindo, ou não, equilibrando melhor as emoções com os fatos, através da reflexão permanente.
Num mundo de tantas mudanças, entender este exercício permanente de reflexão fora-dentro/dentro-fora desta maneira é de grande ajuda.
Existe no mercado hoje uma espécie de mania de se criar uma marca e fazer dela uma espécie de bandeira.
Organizações Exponenciais é um bom exemplo.
Uma Organização tem resultados exponenciais se tomar determinadas medidas em relação aos concorrentes.
O Exponencial é um número comparativo a outro número. Exponencial não é um modelo que causa resultado.
É um adjetivo de uma medição comparativa de uma coisa com outra.
Quando analisamos, por exemplo, o modelo de franquia do McDonald com uma rede própria de fast food.
A franquia – modelo de administração de uma determinada marca – é mais exponencial em termos de crescimento e resultados do que uma que tem o controle total.
Há uma divisão de poder, que permite escalar mais o negócios e o resultado final é de que há uma exponencialidade maior.
Note, assim, que Organização Exponencial é o resultado de uma escolha da forma de pensar o negócio e o modelo de administração, que é superior a outra.
O que o mercado faz?
Cria uma marca e vende que Organização Exponencial é um modelo quando, na verdade, é o resultado de um modelo.
Isso é o que podemos chamar de Falso Fator Causal.
O mesmo ocorre aqui quando os autores começam a considerar Abundância um Modelo, vejamos os exemplos:
“A Abundância é uma visão radical” – pg. 25.
“A Abundância é uma visão gloriosa…” – pg. 43.
Se o livro tivesse o nome de Liberdade Digital ou Tecnologias Disruptivaspara populações carentes – digamos – nós teríamos um modelo a ser adotado – que teria como consequência = abundância.
Abundância é o contrário de Escassez e é um jogo complexo entre tecnologias, demografia, capacidade de inovação e, principalmente, superação de Éticas Primitivas.
Imaginar que o desenvolvimento de novas tecnologias vai nos levar a uma Abundância Permanente tem muito de Otimismo Não Científico.
Um conjunto de conceitos, pensamentos, que ajudam ao Sapiens a resolver problemas.
Quando fatos ocorrem que não se encaixam nos antigos, temos uma Crise de Paradigma, num setor, numa região, num determinado processo.
O que vivemos neste novo século, entretanto, é algo maior.
A forma como pensávamos o Sapiens, a pergunta número um da Filosofia “Quem Somos?” tem um erro paradigmático.
A relação do ser humano com a demografia, tecnologias, mídias e administração precisa ser alterada profundamente para podermos começar voltar a prognosticar o futuro.
A Era Digital quebra a forma como pensávamos sobre várias coisas, mas principalmente sobre a essência do ser humano.
Repare bem.
A maneira que pensávamos o humano e a sociedade NÃO SE ENCAIXA com o que está acontecendo neste século.
As mudanças ora em curso não foram previstas por nenhuma ciência humana, o que mostra que elas estão obsoletas.
Uma teoria tem que ser capaz de prognosticar passos futuros. É para isso que ela foi criada.
Quando as pessoas não se arriscam sobre o futuro é justamente por que temos uma crise científica.
A Filosofia tem nome para isso: crise de paradigma.
Porém, é algo ainda maior, pois estamos vivendo uma Macro Crise de Paradigma, pois a essência humana – aquilo que realmente somos – precisa ser revista nos alicerces.
Depois de me dedicar ao tema por vinte anos hoje enxergo o humano como Tecnoespécie, que tem Tecnocultura, o que nos permite crescer demograficamente. E tem nas mídias a sua placa-mãe.
Eis a regra.
Aumentou a população, haverá a chegada de nova mídia para criar novo ambiente social (comunicacional e administrativo) para lidar com o novo patamar de complexidade.
Esta revisão filosófica permite o ajuste teórico, que, por sua vez, altera metodologias e permite novo operacional.
Quem não fizer esta trajetória não poderá fazer prognósticos mais apurados sobre o futuro.
Simples assim.
A Escola de Pensamento Digital Bimodal está aí justamente para isso: sair do MIMIMI e trazer conceitos mais eficazes para se pensar e agir de forma melhor diante da nova Era.
Antes mesmo do Digital, nos primórdios, dos primórdios já se praticava a Inteligência Competitiva, pois alguém refletia sobre as emoções para gerar mais valor do que os concorrentes.
A especialização destes profissionais foi se dando, a partir da complexidade dos mercados.
Nós aqui trabalhamos com o que chamamos de Profissional de Inteligência Competitiva Bimodal, que consegue incorporar o desafio do Digital, com um viés de enxergar dois modelos administrativos distintos e paralelos.
Assim, podemos decupar o conceito Profissional de Inteligência Competitiva da seguinte forma:
Profissional – aquele que sabe resolver determinado problema;
Inteligência – quem lida de forma mais reflexiva sobre as emoções;
Competitividade – gerar mais valor para os clientes do que os concorrentes.
Assim, um PIC é aquele que sabe superar o calor da competição e gerar mais valor que os concorrentes, pois consegue enxergar melhor o cenário passado, presente e futuro.
Consegue orientar clientes para que possam reduzir riscos e maximizar oportunidades.
E aqui vamos ter nossa segunda grande discordância com os autores.
Se temos um viés de escassez/pessimismo e passamos a ter viés de abundância/otimismo é sinal de que algo gerou uma determinada inflexão:
mudança da direção ou da posição normal; desvio.
Há tentativa de justificar este Ponto de Inflexão na página 23 do Abundância. Para eles, há três fatores que farão a diferença no século. São forças Inflexivas:
O aumento da inovação individua das micro-empresas de garagem, o movimento DIY (Do-It-Yourself);
O tecno filantropismo que explodiu no novo século;
O bilhão ascendente (os mais pobres dos mais pobres) como uma força de mercado emergente, em função da Internet, micro finanças e tecnologia de comunicação sem fio.
Aqui temos um caso clássico, bem comum entre a forma de pensar do digital hoje, de confundir causa com efeito e efeito com causa.
(Isso aparece também na forma como o conceito Abundância é usado ao longo do livro.)
Temos que separar o que é uma nova força que Gera a Inflexão daqueles fenômenos que são gerados por esta força.
Um sufista “pega a onda” não é “a onda“.
Apesar de afirmar que “estamos vivendo num mundo de abundância de informação e comunicação“.
O autores não consideram a nova mídia, como nós fazemos aqui na Escola, como o principal ponto de inflexão, que causa mudanças de todo o tipo, tal como o aumento da inovação, da filantropia e dá chance de gerar abundância aos mais pobres.
Há uma inversão de causa e consequência e consequência com causa.
E isso, do ponto de vista científico se deve a principal Encruzilhada Teórica do século:
A Era Digital é um fenômeno social único?
Ou é recorrente?
Os autores, seguindo a linha da Escola de Pensamento Digital Americana acredita na primeira via e acaba por ter que se limitar a comparação do presente com o presente.
Não se vê, como quem opta pela segunda, que estas consequências podem ser observadas no passado, como o Renascimento que teve forte filantropia, principalmente na Itália.
E o crescimento brutal da inovação individual, devido à chegada da Prensa, em 1450.
Podemos, a partir daí, criar um conceito interessante, que é o do Otimismo Científico e o Otimismo não Científico ou mesmo do Pessimismo Científico ou do Não Científico.
O Otimismo Não Científico, como vemos no presente livro, parte de alguns “palpites“, a partir de análise do presente para o presente; O Otimismo Científico, como temos tentado produzir aqui na escola, que parte de “hipóteses“, a partir de análise comparativa dos fenômenos do presente com similares do passado.
O método Zeca Pagodinho: “deixa o conceito dos outros me levar”.
Há uma insegurança em duas pontas:
Ou eu não sei nada, sou um livro totalmente aberto;
Ou eu sei tudo, sou um livro totalmente fechado.
Não existe, entretanto, conhecimento científico que não seja feito em torno de problemas.
É preciso, antes de tudo ter um Problema-matriz para que se possa pensar, agir. Testar hipóteses, retornar com o que a vida nos ensina e repensar.
Procurar um Problema-matriz é a primeira etapa de quem quer começar a pensar com a própria cabeça.
E todo problema tem sempre Encruzilhadas Filosóficas, Teóricas e Metodológicas.
Quando você escolhe determinado caminho na Encruzilhada, está fixando determinada Certeza, mesmo que Provisória, de que aquele caminho é o mais adequado.
Quando escolhi Pierre Lévy, por exemplo, como Mentor Filosófico, optei na Encruzilhada Filosófica sobre o problema “compreender e agir diante do digital” por um dos caminhos disponíveis:
Ao escolher a segunda estrada, comecei jornada para ler autores que iam naquela direção, mas também passei a identificar os problemas de quem optou pela primeira.
Há um alinhamento importante do Abundância com a Escola de Pensamento Bimodal: a referência da Crise Demográfica, uma força relevante a ser colocada na Equação do Futuro, que muitas vezes não aparece na maioria dos livros sobre a Era Digital.
Há, portanto, atrelado um Ciclo de Escassez quando aumentamos a população. É algo tão simples e óbvio.
Assim, se se vamos falar de abundância, temos que falar da Explosão Demográfica, que gera escassez. Mas o que gera abundância? Tema que debato no quarto texto.
Podemos, portanto, dizer que não se pode pensar a Era Digital sem incluirmos nas variantes do problema a Explosão Demográfica.
Isso é um alinhamento conceitual importante do livro com a Escola.
Além disso, há algo relevante no Abundância, também alinhado com nossa Escola, de que as Tecnologias são espécie de “possível adjacente” (pg. 285).
O nome é confuso, mas significa que as tecnologias quebram fronteiras existentes quando chegam e, por sua vez, criam novas fronteiras.
Ou seja, o que permite que o Sapiens possa superar as Crises de Escassez – hoje e no passado – é o desenvolvimento de novas tecnologias..
Somos a Espécie mais Mutante, pois podemos inventar e recriar as tecnologias. Não temos uma cultura genética, mas uma Tecnocultura.
Note que o otimismo do Abundância e também, em parte da nossa Escola, se deve a visão filosófica distinta do senso comum.
Podemos enxergar dois opostos:
A Escassez não tem saída – se vê que as tecnologias recriam a nossa sociedade e a própria espécie. Isso aparece no livro Abundância nas páginas 19, quando os autores citam o livro pessimista “Limites do crescimento” e também as teses de Thomas Malthus;
A Escassez tem saída, pois se vê que as tecnologias recriam a nossa sociedade e a própria espécie.
O olhar pessimista sobre o futuro vê a Escassez como beco sem saída, pois não enxerga que o Sapiens supera as crises criando novas tecnologias.
“A tecnologia é um mecanismo liberador de recursos” (pg. 17).
Neste momento os autores do Abundância estão promovendo uma Revisão Filosófica do papel da tecnologia para o sapiens.
Tecnologia para eles e para nós é espécie de “porteira“, que quando surge abre uma série de recursos podem superar as crises de escassez.
“O problema não é a escassez, mas de acessibilidade” (pg.18).
Ou seja, os recursos são escassos, pois ainda não desenvolvemos tecnologias que permitam criar novas formas de resolver velhos problemas, tais como:
Petróleo por energia solar;
Falta de água potável por migração de água salgada por potável.
A base do otimismo, assim, dos autores se deve a mudança filosófica do papel das tecnologias para o ser humano.
“Poucos recursos são realmente escassos” (pg.18).
Se não houver essa revisão filosófica, veremos uma espécie estática e escrava do aumento demográfico e vice-versa.
É um alinhamento saudável que nos dá margem para oxigenar o tema.
Como dissemos no texto de abertura, nossa missão aqui é alinhar, desalinhar ou realinhar com os conceitos da Escola de Pensamento Bimodal, de tal forma a aprimorar a visão de todos sobre o futuro.
O livro de Diamandis e Kotler, diferente de outros do mercado, tem o viés otimista. Para eles, o futuro será melhor do que o presente e o passado.
O Abundância, assim, analisa que o que estamos fazendo hoje e continuaremos a fazer nos trará futuro melhor – o que é o primeiro alinhamento deles com a Escola, que tem visão similar.
Isso se deve ao nosso alinhamento comum ao papel das tecnologias na sociedade.
O senso comum é de que o ser humano é cultural e o nosso é de que é tecnocultural, o que nos dá margem muito maior de superar o que chamamos hoje de escassez.
Escassez, assim, por nós e pelo livro, é visto como um estágio no qual não há AINDA tecnologias que consigam transformar o que hoje é pouco em muito.
Porém, hoje, diferente dos autores, conseguimos enxergar um Ciclo Abundante, mas não Abundância permanente – como eles sugerem.
Quando se faz uma análise comparativa do passado do digital com outras mudanças de mídia – o que a Antropologia Cognitiva nos ajuda – podemos ter visão mais acurada sobre os fatos correntes.
Podemos dizer que a comparação nos faz enxergar os ciclos do Sapiens de forma mais acurada.
Nunca haverá escassez permanente ou abundância permanente, o que há são ciclos que variam conforme o tamanho da população, as mídias e os modelos de administração possíveis.
Assim, há alinhamento da visão otimista para as próximas décadas, mas partimos de diagnósticos diferentes.
Nós acreditamos num ciclo, ele em algo mais permanente.
Porém, diferente de alguns otimistas, acreditamos que não é, se analisarmos no passado, um ciclo de abundância permanente, pois Ciclos de Abundância, em geral, desencadeiam novo ciclo de Explosão Demográfica.
O que gera novo Ciclo de Escassez.
Pelo menos, é o que ocorreu até aqui. Podemos, assim, hoje pelo que estudamos na Escola afirmar que haverá Ciclo de Abundância, mas não abundância permanente.
Na verdade, temos promovido com estas leituras três análises:
O que há de alinhamento;
De desalinhamento;
E de realinhamento do que se lê com os conceitos da Escola.
Tenho dito que uma Escola de Pensamento não é formada por pessoas sem conceito “sei que nada sei” ou “sei que tudo sei” o que chamamos de Certeza Provisória, mas tem base conceitual que visa ajudar pessoas e organizações a pensar e agir de forma mais eficaz.
Obviamente, que cada autor externo abordará o tema da Era Digital e seus desafios de forma distinta, com variações conceituais, que podem nos levar a diagnósticos e tratamentos diferentes.
O exercício é de reflexão para consolidar ou rever conceitos, abrir novas frentes para que a Escola possa sempre estar avançando.
Bem vindo à oitava temporada!
Quer participar gratuitamente da nossa Comunidade? Me manda um zap: 21-00608-6422.
As mudanças atuais são tão profundas que é necessário um novo arcabouço teórico.
Entre as novas Ciências está a Antropologia Cognitiva, estudo comparativo das mudanças de mídia ao longo do tempo para poder compreender a Era Digital com mais eficácia.
As mudanças atuais são tão profundas que é necessário um novo arcabouço teórico.
Entre as novas Ciências está a Filosofia da Tecnologia, um novo ramo da Filosofia, que visa rever profundamente o papel das tecnologias para o Sapiens.
Dentro deste campo, a Escola de Pensamento Bimodal definiu alguns conceitos estruturantes, tais como:
Somos uma Tecnoespécie;
Por causa disso praticamos a Tecnocultura;
A Tecnocultura nos permite praticar a Complexidade Demográfica Progressiva;
E, até o momento, as mídias são as tecnologias que mais alteram a vida do Sapiens.
Há uma profunda revisão de paradigmas a ser feita nas Ciências Sociais para compreender a Era Digital.
Algumas forças tais como o Aumento da Demografia e Novas Mídias, por exemplo, eram subavaliadas como agentes relevantes para macro mudanças do Sapiens.
Entre as revisões necessárias será preciso reestruturar o que pensávamos sobre Administração.
Podemos dizer que toda a Ciência da Administração está vivendo profunda crise de paradigmas ou um corte epistemológico.
O que era funcional antes, agora ficou obsoleto.
Temos que entender daqui por diante a Administração como um subproduto das Tecnologias da Comunicação e Informação.
Até então, imaginávamos, de certa forma, que a Administração comandava os ambientes informacionais, mas é justamente o contrário.
Quando alteramos as Mídias, o Modelos de Administração se altera também, no que estou chamando de Administração Mutante.
Há dois fatores que modificam radicalmente os Modelos de Administração:
Os canais midiáticos – que são responsáveis pelo fluxo informacional, mais ou menos controlado, o que dá mais ou menos poder para as organizações sobre os consumidores e vice-versa;
As mudanças que estamos assistindo precisam de uma revisão profunda das bases filosóficas administrativas para que os novos Administradores possam lidar não só com:
A nossa forma de agir e pensar precisa de mudança profunda, mas continuamos a usar aquela parte do cérebro dos velhos hábitos, aonde repousa absoluta o nosso piloto automático.
Talvez, seja por isso que Thomas Kuhn (1922-96) disse que grandes mudanças na ciência nunca conseguem ser absorvidas pela geração do antigo paradigma.
Uma geração precisa morrer e o paradigma com ela.
Tenho dito aqui – inúmeras vezes – que estamos vivendo o maior Big Bang Administrativo da história do Sapiens.
Temos a chegada de nova Mídia, que modifica a forma de controle informacional e cria, com a Linguagem Midiática dos Rastros, a Curadoria– modelos administrativo muito mais sofisticado do que o atual.
Por isso, tem criado o que podemos chamar de verdadeiroSuicídio Organizacional, com empresas insistindo no velho apesar dos resultados numéricos demonstrarem claramente que estão no caminho equivocado.
A necessidade de mudar completamente a rota, é um dos temas de debate na Formação Bimodal.
A Revolução Midiática Civilizacional está promovendo o maior Big Bang Administrativo da história do Sapiens, pois estamos migrando de uma espécie que baseou o seu Macro Modelo Administrativo pela Linguagem Sonora (Oral e Escrita) e agora estamos adotando a dos Rastros (Digital).
Isso é uma disrupção no Macro Modelo Administrativo, alterando profundamente o DNA Administrativo (forma como promovemos o comando e controle de informações, pessoas e processos).
Pior.
Tudo isso em espaço muito curto de tempo, num ambiente de alta complexidade demográfica e interconexão.
Inflexão quer dizer mudança da direção ou da posição normal; desvio.
Vivemos hoje no mundo e no Brasil o que podemos chamar de Inflexão Cognitiva, que tem dois fatores distintos, mas articulados:
O recontrole da Informação – de um modelo mais centralizado para outro mais distribuído, a partir dos novos Canais Midiáticos, o que provoca a rejeição do status quo vigente, que se mantinha pela falta de transparência informacional;
O surgimento de nova linguagem – de um modelo sonoro (mamífero) para o de rastros (insetos/formiga), o que permite o surgimento de novas organizações em todas as áreas, negócios, educacionais, políticos, o que provoca decadência do status quo vigente, que se mantinha pela incapacidade de superação dos antigos limites.
Quando estas tecnologias se massificam se inicia um processo de Inflexão Cognitiva que afeta toda a sociedade humana.
O que era feito de um jeito, passa a não mais ser aceito (há uma rejeição do velho) e o surgimento do novo (através de novo modelo administrativo mais sofisticado, a partir da chegada da nova linguagem).
A Inflexão Cognitiva é o resultado direto, em duas etapas, primeira a rejeição e depois a criação do novo, do que chamamos aqui de Revolução Midiática Civilizacional.
Quando falamos em Mídia aqui na Escola de Pensamento Bimodalestamos nos referindo a um aparato tecnológico, que é responsável por diversas demandas humanas a saber:
Mediação das trocas de todos os tipos;
Aprendizado;
Informação.
As mídias (do termo meio em latim, aquilo que está entre nós) regulam as trocas humanas, são uma espécie de placa-mãe da sociedade.
Podemos dissecar a mídia em dois aspectos:
os canais – que regulam a distribuição da informação;
a linguagem – que é a base do modelo administrativo das organizações mais sofisticadas a cada etapa do Sapiens.
Quando surgem novas mídias, alteramos esta placa-mãe de partimos para mudanças sociais, conforme a característica de cada mídia.
O problema que temos hoje é que se diagnosticamos que vivemos um Momento Bimodal, a Metologia de Ação Competitiva mais adequada é a da Transformação Digital Bimodal.
Obviamente, que se não se tem o Diagnóstico Bimodal não é possível ter uma Metodologia Bimodal.
O mercado hoje trabalha com a Transformação Digital Unimodal. E, por causa disso, as Organizações Analógicas Digitais estão perdendo competitividade.
Temos defendido a necessidade de:
Que a liderança dos projetos de Transformação Digital seja feito por Profissionais de Inteligência Competitiva;
E que estes profissionais tenham formação Bimodal para ter visão mais amadurecida do processo;
Assim, organizações podem tirar ainda o máximo dos Limites da Gestão e aproveitar os novos recursos da Curadoria.
Tais temas são abordados na nossa Formação Bimodal.
Convido a faze parte, basta me mandar um zap: 21-99608-6422.
O Momento Bimodal é o diagnóstico que os Profissionais de Inteligência Competitiva Bimodal fazem sobre o atual momento, a partir da chegada de Revolução Midiática Civilizacional.
Existe uma máxima dos que adoram agir sem refletir de que há de um lado a teoria e do outro a prática, como se fossem lutadores de boxe.
Prática no senso comum é sinônimo de operacional. E teoria é de perda de tempo, daí vem a frase:
“Na teoria é uma coisa, mas na prática…”.
Porém, desenvolvemos aqui na Escola a Filosofia dos Problemas, na qual há reorganização da relação dos diferentes níveis de se refletir e agir sobre determinado problema.
Problemas são a base de tudo, que são “atacados” por metodologias.
Metodologias são feitas baseada pelas Teorias, que nada mais são do que Mapas de Forças para que se possa atuar sobre elas.
Assim, não há uma briga entre estas instâncias, mas apenas uma interação entre elas, conforme um problema se mostra mais ou menos complexo ou mais ou menos desconhecido.
Em Geral, o Mapa da Transformação Digital irá traçar uma divisão:
Mapa para a Gestão – projetos de inovação incremental e radical, dentro dos limites deste DNA Administrativo. com equipe específica dentro da organização;
Mapa para a Curadoria – projetos de inovação disruptiva dentro dos novos limites do novo DNA Administrativo. com equipe específica fora da organização.
A Gestão se caracteriza pelo uso da Linguagem Midiática dos Rastros para promover o comando e controle dos processos e das pessoas.
Hoje, se considera sinônimo Gestão de Administração.
Para a Escola de Pensamento Bimodal a Gestão é um tipo de Modelo Administrativo datado no tempo, que vai perdendo valor pela chegada da Curadoria – novo Modelo Administrativo, que passou a ser possível por causa do Digital.
O conceito Gestão –com este novo significado – é um dos Pilares Teóricos Estruturantes da Escola de Pensamento Bimodal.
Período de tempo iniciado, a partir da chegada de novo Aparato Midiático baseado em tecnologias digitais, a partir do final do século passado.
As Eras Históricas, para a Escola de Pensamento Bimodal, são divididas pelo tempo do surgimento e massificada de cada Mídia, tal a influência que estas exercem no Sapiens.
Tivemos no tempo, a Era Oral, Era Oral/Escrita e agora a Digital.
“Forma de pensar o conhecimento em que há conceitos filosóficos estruturantes sobre determinado problema, mas estão abertos a experimentação, a dúvida e à revisão”.
Certeza Provisória é um contraponto à:
Incerteza Absoluta – em que sempre está se revendo tudo, sem bases filosóficos e teórica estruturadas;
Certeza Absoluta – que se não se revê nada, pois se sabe tudo sobre determinado problema, como se problemas não estivessem sempre em mutação.
Fenômeno Social Único – algo que nunca ocorreu na história humana, inédito, como se uma nave com ETs pousasse em pleno final da Copa do Mundo;
Fenômeno Social Recorrente – um fenômeno que já ocorreu na história de forma diferente, com a chegada e massificação de novas mídias.
Vejamos:
Quando se procura entender o Digital como Fenômeno Social Único se perde a possibilidade de comparação e de aprendizado com o passado. Estuda-se o digital do presente para o presente;
Quando se procura entender o Digital como Fenômeno Social Recorrente se ganha a possibilidade de comparação e de aprendizado com o passado. Estuda-se o digital do passado para o presente.
A análise do Digital como Fenômeno Social Recorrente é um dos Pilares Teóricos da Escola de Pensamento Bimodal, o que nos dá mais chance de precisar nosso diagnóstico e prognósticos sobre o futuro, pois nossa base comparativa é infinitamente maior.
Lévy é representante, mesmo que não assuma isso, da Escola Canadense de Comunicação (também conhecida como Escola de Toronto), que estuda há décadas as mudanças de mídia no passado.
Ali adotei Lévy como o meu Mentor Filosófico, o que me ajudou a estruturar meu pensamento.
Temos, diante de qualquer problema, grande dificuldade se adotamos dois pólos distintos:
a Incerteza Absoluta– “sei que nada sei“, “sou uma página em branco“, o que nos leva a assumir o papel de “biruta ao vento“, que vira a cada livro que é lido;
Ou da Certeza Absoluta– “sei que tudo sei”, “sou um livro completo” e não tenho mais nada a aprender sobre determinado problema, o que se chama por aí de dogmatismo.
Problemas são voláteis, pois mudam conforme o contexto e o pensar e agir para poder lidar com eles exige sempre uma postura aberta, mas baseada em alguns conceitos básicos.
A certeza vem daquilo que é mais certo, daquilo que é mais eficaz e se, por exemplo, concordamos com Lévy de que mudanças de mídias são Fenômeno Sociais Recorrentes – o que é evidente (chegada e massificação da Oralidade, Escrita e agora do Digital) percebemos a relevância de comparar o momento atual com o passado, o que nos permite um salto de qualidade de análise.
Quando converso com muitos clientes e falo de Uberização (a implantação da Curadoria nos negócios), muita gente diz que não faz parte da “sua filosofia”.
A filosofia dos negócios, das organizações, são os valores abstratos que conduzem os negócios.
Podemos dizer que mudanças incrementais e radiciais são mudanças muito mas na forma de agir do que de pensar;
E que a disrupção é muito mais a mudança da forma de pensar do que de agir.
Quando falamos de mudanças incrementais e até radicais estamos falando de mudanças de teorias e metodologias e não de filosofia.
O Netflix, por exemplo, é uma mudança radical em relação à TV Globo, sem dúvida, mas filosoficamente mantém o mesmo modelo administrativo.
Alguém define o que deve entrar na grade e oferece ao público. Isso é a filosofia, o DNA Administrativo da Gestão.
O Youtube, entretanto, não tem um Gestor na porta de entrada, tem o DNA Administrativo da Curadoria.
Os vídeos entram sem nenhuma limitação e é a interação do consumidor com eles que vai definir se terá mais ou menos destaque para cada usuário.
O Youtube é o exemplo típico da Curadoria em ação, pois permite:
mais diversidade;
mais flexibilidade;
mais exponencialidade.
O Youtube tem um DNA Administrativo muito mais parecido com o das formigas do que a TV Globo e o Netflix, que se assemelham ao modelo dos mamíferos.
Transformar: criar nova formação, através de um método “Trans”..
Digital: conjunto de tecnologias midiáticas contemporâneas, que abre novas oportunidades de negócios.
Assim, se há a passagem “Trans” de determinada formação para outra, é preciso definir um “mapa” da nova formação para se saber para onde se vai.
O mapa é algo prático, pois vai evitar se jogar dinheiro fora e acabar em “rua sem saída”.
Só se vai para a estrada sem mapa, quando se sabe bem o caminho. Quando é desconhecido, é preciso do mapa.
É obrigatório, assim, para se ter bons resultados, criar o Mapa da Transformação Digital, que define a rota de passagem de “a” (formação atual) para “b” (nova formação).
Algumas perguntas se fazem relevante:
quem, qual profissional, está mais capacitado para fazer o mapa da Transformação Digital?
Qual a métrica será utilizada para medir resultados de que o projeto foi bem sucedido?
A meu ver, é preciso não perder os valores milenares dos negócios:
Como sempre, um empreendedor, seja de que tempo for, procura a maior taxa possível de competitividade.
Assim, é preciso compreender que:
Se inova para competir. Se usa a tecnologia para competir. Se muda processos para competir.
E, por causa disso, me parece lógico convocar Profissionais de Inteligência Competitiva, com formação específica para a competitividade, que tem como missão manter o valor das organizações.
Assim, deve ser profissional focado não em inovação, ou tecnologia, ou marketing, mas, sobretudo em garantir a competitividade.
O problema, entretanto, é que, como se trata de prever o futuro, há diferentes visões para a nova formação a ser criada.
A Transformação Digital Unimodal – com enfoque tecnológico hegemônica no mercado, no qual o modelo administrativo continua o mesmo, turbinado por novas tecnologias, Aqui temos o resultado do Futurismo Indutivo;
A Transformação Digital Bimodal – com enfoque tecnocultural ainda periférico no mercado, no qual o modelo administrativo se modifica por causa das novas tecnologias. Aqui temos o resultado do Futurismo Dedutivo.
São dois mapas de Transformação Digital completamente distintos.
O enfoque tecnológico é incremental ou, no máximo, radical com o diagnóstico de que vivemos ambiente administrativo único;
Na Gestão, temos o comando e controle dos gerentes sobre pessoas/processos e a responsabilidade direta sobre a qualidade dos produtos e serviços;
Na Curadoria, temos o comando e controle dos curadores sobre algoritmos, que definem as regras das pessoas/processos e a responsabilidade indireta sobre a qualidade dos produtos e serviços.
Na Gestão, temos o comando e controle dos gerentes sobre pessoas/processos e a responsabilidade direta sobre a qualidade dos produtos e serviços;
Na Curadoria, temos o comando e controle dos curadores sobre algoritmos, que definem as regras das pessoas/processos e a responsabilidade indireta sobre a qualidade dos produtos e serviços.
A Curadoria é, assim, “filha” do novo aparato de mídia e, por causa disso, quebra barreiras e limites do Macro-Modelo Administrativo anterior.
Vivemos, portanto, um raro momento, pois temos alteração do Macro-Modelo Administrativo por causa da chegada do novo aparato de mídia.
E mais: uma mudança disruptiva.
Todas as teorias sobre a administração precisam de revisão, pois, até aqui, não se imaginava que a administração é resultado do aparato de mídia disponível.
Mudou a mídia, mudou o Macro-Modelo Administrativo.
O conceito disrupção significa interrupção do curso normal de um processo.
Há algo novo, que permite que aquele processo seja mais adequado para resolver determinado problema, desafio, desconforto.
“Disruptar”, assim, é aprimorar, de forma significativa determinado processo.
Diria mais.
Disruptar é alterar filosicamente determinado processo, revendo alguns paradigmas fortemente consolidados.
É desconfiar de valores estabelecidos.
A disrupção exige, portanto, capacidade para rever aquilo que está aparentemente consolidado.
É misto de coragem, aventura, desrespeito ao estabelecido.
Porém, é mais do que mudar, pois existe a mudança incremental e radical de determinado processo.
Disruptar é algo reservado a poucas pessoas que têm capacidade maior de abstração e de rebeldia diante do estabelecido.
A disrupção é, assim, mais individual, fruto de mentes específicas, do que de equipes.
A disrupção, assim tem que necessariamente rever a essência/motivação das forças envolvidas num determinado processo.
Quando um processo, por fim, sofre disrupção gera barreira enorme para os concorrentes, pois há a necessidade de romper os paradigmas envolvidos.
É preciso revisão filosófica de conceitos arraigados, geralmente em curto espaço de tempo, o que exige grande esforço de abstração intelectual para a qual a maior parte das pessoas do mercado não está acostumada.
E é isso que traz a perda de valor vertiginosa dos concorrentes.
Um dos principais problemas que temos hoje é a nossa incapacidade de pensar de forma eficaz.
Depois de muito estudar o Digital, acabei por construir uma tabela que me permitiu analisar este problema “como lidar com o novo mundo digital?”, mas que serve para qualquer outro.
Eis os níveis na tabela abaixo:
Note que um problema é um desconforto de alguém sobre alguma coisa. Uma chuva não é um problema em si, mas se você tem que andar debaixo dela passa a ser um desconforto a ser superado.
O ser humano vive desconfortos e quer superá-los e precisa de níveis de análise distintos para que possa entender com o que está lidando.
Note que na tabela há um encadeamento de níveis, interligados, que se uma Metodologia não está funcionando, pode haver um equívoco no mapa teórico que foi criado,
O detalhamento das forças e a relação entre elas.
E o o mesmo se dá no Mapa Filosófico, que determinada a motivação de cada força para que se possa desenvolver as camadas mais abaixo.
Aplique o método em um dos desconfortos que tem ser sup erados e veja o potencial deste Método.
Temos dito que para entender o que virá é preciso utilizar o Futurismo Dedutivo.
Dedução significa rever paradigmas para reanalisar os dados e indução analisar os dados com os mesmos paradigmas.
Existem algumas revisões necessárias, por exemplo, que o Sapiens é a única espécie do planeta que cresce demograficamente de forma conectada.
Baratas e ratos também crescem, mas sem conexão entre as diferentes colônias.
Por causa do aumento demográfico somos obrigados a alterar a nossa Tecnocultura, tanto as mídias, como o modelos de administração.
Assim, podemos dizer que o Sapiens vive sob a égide da Complexidade Demográfica Progressiva.
Esta visão torna mais fácil compreender as atuais mudanças, pois se crescemos demograficamente SOMOS OBRIGADOS a atualizar a forma como nos comunicamos e nos organizamos.
Vivemos hoje fenômeno macro-histórico muito raro: uma mudança disruptiva no DNA Administrativo do Sapiens.
Quando se está em uma cooperativa de táxi, temos o DNA Administrativo da Gestão, que utiliza a Linguagem Midiática Oral e Escrita para praticar o comando e controle sobre pessoas e processos.
O DNA Administrativo da Gestão tem determinada lógica interna de comando e controle de pessoas e processos e limitação para lidar com a complexidade das demandas;
O DNA Administrativo da Curadoria tem outra lógica interna de comando e controle de pessoas e processos e outro patamar de limitação para lidar com a complexidade das demandas, sendo – por ser mais, sofisticada, mais exponencial do que o modelo anterior.
Por causa disso, podemos proferir a frase:
“De um pé de cooperativa de táxi, jamais vai nascer um Uber!”
O mesmo podemos dizer de um canal de televisão, de um hotel, de uma loja da esquina. São DNAs Administrativos distintos e para se promover a mudança de um para outro é preciso começar em área separada.
De um lado podemos aprimorar o DNA Administrativo da Gestão, mas sempre cientes das limitações;
E de outro o DNA Administrativo da Curadoria.
A consciência de que vivemos hoje dois DNAs Administrativos INCOMPATÍVEIS entre si é fundamental para qualquer pessoa, profissional e organização.
Os DNAs Administrativos do Sapiens são sofisticados de tempos em tempos para permitir a compatibilidade entre a Complexidade Demográfica Progressiva e os Modelos Administrativos que praticamos.