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Faz muito tempo que tento entender a Internet.

A minha tese de doutorado, aliás, ainda em produção,  é uma de tentativa nessa direção.

Em função disso, optei pelo  estudo histórico para entender a fundo como estes movimentos de mudança  ocorreram no passado. Reuni vários autores que fizeram estudos nesse campo histórico sobre a informação, conhecimento e comunicação.

(Estou reunindo a lista de todos para publicá-la  em breve.)

Pude observar que existem duas maneiras de olhar o passado nessa área.

Alguns optaram por observá-lo, a partir do estudo da tecnologia: a história do livro, da escrita, do rádio, da televisão, do computador…

Outros, entretanto, optaram pelo estudo dos ambientes de conhecimento e da informação, capitaneados por Pierre Lévy.

Não resta dúvida, que ambos nos ajudam a compreender o que passamos.

Os primeiros nos dão mais subsídios e dados.

E os outros nos contextualizam mais como essas tecnologias influenciam a sociedade.

( Isso não quer dizer que não haja matizes de um lado para o outro, em ambos os casos).

A tecnologia, entretanto,  enfeitiça, nos embriaga e muitas vezes não a colocamos no seu devido lugar.

O que dificulta no processo é a impossibilidade que temos de traçar bem o cenário quando estudamos a história de uma dada tecnologia.

A logica do todo tende a se perder na poeira.

É preciso, a meu ver, traçar, antes de se debruçar no passado, uma determinada maneira que explique como  a sociedade, a  tecnologia e os ambiente de informação e conhecimento se entrelaçam.

E só então, a partir dessa preciosa bússola, olharmos para trás.

Sem isso, o esforço é válido, mas pode ser pouco produtivo para tentar prever o futuro, missão de todas as Ciências.

Portanto, repito, essa lógica do entrelaçamento tecnologia informacional e sociedade  é fundamental para que possamos, a partir deste conceito básico, olhar o passado.

Se o mirarmos sem este tipo de articulação, teremos muito mais dificuldade de poder perceber as  diferentes mudanças que aconteceram ao longo da história dos ambientes de informação e conhecimento, tais como a chegada da fala, da escrita, do computador e, por fim,  da Internet.

Fica algo sem contexto e sem contorno.

Tenho dito aqui que essa nova abordagem histórica – contextualizada –  abre mesmo a possibilidade de uma nova ciência.

Um estudo que passou a ser fundamental para discutir o futuro da humanidade, pois achávamos que os ambientes de informação e conhecimento não mudavam, pois se alteravam muito  lentamente.

São, na verdade, vulcões e não montanhas.

A velocidade na troca de informação, da inovação atual, nos mostra que esses ambientes estão cada vez mais mutantes.

Se já era fundamental fazer o monitoramento dos ambientes de informação externos e internos antes da Internet, agora, então, que esses ambientes se modificam rapidamente:  Web 1.0, Web 2.0,  Web 3.0, incorporar este acompanhamento para ter subsídios na montagem da estratégia geral das empresas passou a ser um item fundamental de sobrevivência.

(Não se trata de quanto vai agregar, mas se você estará ou não competitivo no mercado! Isso merece um post, aliás)

Assim, é preciso um esforço coletivo para:

–  Melhorar nossas teorias sobre os ambiente de informação e conhecimento;

– Compreender, da melhor forma possível, como estes ambiente de informação e conhecimento se modificaram no passado;

– E, a partir dessa análise, compreender como eles podem evoluir no futuro, motivo principal de toda a teoria.

Este é o esforço que muitos novos e antigos pesquisadores estão fazendo  no mundo inteiro.

Falta você ajudar nessa obra!

Que dizes?

No último Wikishop que coordenei uma das brincadeiras de um dos grupos era, ao final de cada exercício, afirmar com ironia :

“Terminamos, o gabarito está pronto”. 😉

O conceito de verdade, pseudo-resposta “certa” para determinado problema, é o resultado de um ensino cartesiano, no qual fomos e continuamos sendo educados para muito mais  apertar botões do que pensar.

E achamos que não escolhemos teorias, mas que elas dominam sua mente, dominam.

Aperta aí que eu aperto aqui...

Aperta aí que eu aperto aqui...

Asssim, é possível que haja várias maneiras de se encarar todo tipo de problema.

Há, entretanto, ao se estudar qualquer objeto que se movimenta, uma certa lógica que tende a se repetir.

E nisso entra a Ciência, a procura de lógicas que se repetem para formar uma teoria, que nada mais tenta do que prever o futuro.

“Se isso acontecer desse jeito, a tendência é que ocorra aquilo…”.

Olhar para prever...

Olhar, acompanhar, para prever...

Existe, assim, na Ciência a procura da aproximação da verdade e nada mais.

Aproximar é uma coisa, dizer que vai ser assim, em tom absoluto, outra muito diferente.

O resto é fé ou dogma!

(Tem gente que jura que o homem não foi para a lua, foi tudo teatrinho. Como foram Eva e Adão que começaram toda essa brincadeira. Perdoai-os!)

Nas Ciências Humanas há uma lógica na economia, na sociologia, em que determinados estudos e teorias se aproximam mais do que outros de determinado objeto móvel.

Assim, ao se estudar qualquer fenômeno seria mais científico aquela lógica, ou teoria,  que consegue de naneira mais elegante e direta prever de alguma forma o futuro e ajudar a sociedade a tomar decisões.

“Sob determinadas condições x,y,x é mais provável  que uma economia entre em depressão do que se tivermos a.b, c”.

Isto é um dado?

Isto é um dado?

Muitos dizem que temos várias verdades e isso é fato.

Mas existem aquelas que se aproximam mais da lógica das coisas.

A capacidade de percebé-las, absorvê-las e aplicá-las para tomar decisões estratégicas é um dos fatores que faz toda a diferença entre as pessoas, empresas e países.

Pois  na vida tudo tem uma lógica e uma teoria.

Estão ali na prateleira para você escolher e pegar.

Todo cuidado é pouco, pois por mais prática que você achar que é a sua cabeça.

Por mais pragmática que você considere que é a sua forma de agir.

Você sempre partirá de um determinado conceito, de uma teoria.

A questão é saber o quanto este conceito está amadurecido e se é o melhor caiaque para descer a corredeira.

O difícil é abraçar os verdadeiros botes salva-vidas e não aqueles que, fantasiadas de salvadoras, são verdadeiras âncoras que nos levam cada vez mais ao fundo.

Diante disso, pergunto: qual teoria você escolheu para explicar a Internet?

Se você não optou por nenhuma.

Não me venha com teorias, pois a minha vida é prática.

Sorry, escolheram uma para você e que você, sem refletir muito adota, e toma decisões táticas e aleatórias, talvez movido pela fé.

No que tudo isso vai dar no longo prazo, nem Deus sabe, mas certamente tem alguma teoria explica. 😉

Que dizes?

Veja mais sobre o tema no post “O nó teórico“.

Nos rodapés dos seguintes artigos fiz atualizações:

Frases novas da minha coleção:

  • Simplicidade é a complexidade resolvida – Constantino Brancusi;
  • Muitas vezes as pessoas só sabem o que querem depois que você mostra para elas – Steve Jobs;
  • Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido – Henry Ford;
  • Foco signfica dizer não – Steve Jobs;
  • Concentre-se naquilo que  você é bom, delegue todo o resto – Steve Jobs;
  • Os objetos de arte são tristes e vazios pedaços de matéria pendurados no escuro enquanto ninguém olha. O artista faz somente metade da obra, o observador faz o resto – Vik Muniz.
  • O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes – Cora Coralina.
  • Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina – Cora Coralina.
  • A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original – Alberto Einstein.
  • A sinceridade não é dizer tudo que se pensa, mas crer em tudo que se diz – Tito Lívio.
  • Experiência não é o que acontece a você . É o que você faz com que acontece com você – Aldoux Huxley.

Estou lendo o livro a  “Cabeça de Steve Jobs“,  escrito por Leander Kahney.

Comprei na promoção da Submarino a R$12,90, dica by Twitter.

Bom, estamos falando aqui de um democratizador de tecnologia.

É um personagem que aparece de tempos em tempos na história das redes de conhecimento e  que tem como objetivo principal democratizar a tecnologia da vez.

Steve Jobs, Bill Gates e  tantos outros são personagens iguais a Gutenberg, inventor da prensa de tipos móveis, que permitiu a difusão do livro e, por sua vez, a expansão da rede de conhecimento escrita.

Prensa de tipos móveis.

Prensa de tipos móveis.

Jobs, Gates e Cia são viabilizadors da Rede de Conhecimento Digital.

Pessoas que começaram a investir a sua capacidade empreendedora de gerar novos negócios, através do desenvolvimento de uma tecnologia de informação e a que a sociedade necessitava em um dado momento.

Existem duas missões para estes atores na história:

  • Tornar a tecnologia mais barata;
  • E mais fácil de usar.

Ou seja, massificar para lucrar.

Vejamos na figura abaixo o papel destes personagens:

redes_jobs

Vivemos hoje um momento interessante no desenvolvimento e desdobramento da rede digital, que podemos detalhar da seguinte forma:

redes_jobs5

A partir da base de computadores instalados, que possibilitou o surgimento da Internet, temos um novo personagem importante que está na dianteira dessa segunda etapa, que estamos chamando de Web 1.0,  2.0:  o Google.

A empresa  assume um papel importante como o novo democratizador de tecnologia, tomando a vanguarda tecnológica, no processo espiral de desenvolvimento das etapas internas que levam as redes de conhecimento adiante.

(Não sei ainda se na mesma rede digital ou já inaugurando uma nova.)

Qual seria, podes me perguntar, então, a passagem de uma rede de conhecimento para outra?

A meu ver, é quando trocarmos a forma preponderante de articulação de ações, conhecimento e informação entre as pessoas, conforme Lévy.

  • Na rede oral tínhamos a relação de um para um.
  • Na rede escrita um para muitos;
  • E na rede digital iniciamos a comunicação muitos para muitos.

redes_jobs7

Acredito que só poderemos falar de uma nova rede de conhecimento quando tivermos uma nova forma de articulação entre os atores para gerar ações, conhecimento e trocar informação.

O meu palpite é já estamos indo nessa direção em um ritmo muito mais rápido do que no passado.

O que levava séculos, reduzimos agora para décadas.

Já tenho dito que essa nova articulação tende a ser com os agentes inteligentes (Inteligência Artificial), que já começa a sua fase de laboratório na sociedade.

O futuro não cai do céu, ele vai se construindo no presente.

A troca do eu-robô / robô-robô que é exatamente aquela que o Google pretende inaugurar com o IGoogle, por exemplo, (a rede aprende com os hábitos dos usuários).

O Google, na verdade, estaria assim, na verdade, tentado, ao impulsionar agentes inteligentes, assumir o papel de novo democratizador de tecnologia, inaugurando uma nova rede de conhecimento, a Rede Digital da Inteligência Artificial.

Viagem?

Caso esteja próximo de uma verdade, o Google estaria batendo na porta da  galeria restrita da história, junto com Gutenberg e seus pares modernos, que introduziram tecnologias de informação numa determinada época que, de alguma forma,  possibilitaram aos visionários de plantão (Lutero, Lenin, George Washington, etc) , utilizá-las para mudar o mundo.

Concordas?

Concordas?

Volta e meia me perguntam sobre o motivo do brasileiro ser um dos principais usuários do Orkut.


Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#MembersAll.aspx

Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#MembersAll.aspx

Hoje, suspeito que isso se deve à nossa cultura de massa ainda muito baseada na oralidade.

O Brasil, gostemos, ou não, ainda é um país oral.

Apesar de termos só 10% da população analfabeta, quem já se alfabetizou lê pouco.

Quando lê, pouco escreve.

E, quando escreve, pouco circula o que escreveu.

(Tenho amigos que têm vergonha de cometerem erros de português e, por causa disso, participam pouco de ferramentas interativas escritas na rede.)

Se isso acontece na classe média, imagina em outros segmentos?

As sociedades baseadas na cultura escrita tendem a conseguir as informações que querem sem a necessidade da conversa com o outro.

Criam, de certa forma, uma cultura independente dos relacionamentos.

Ou seja, em resumo: o Brasil, apesar de todos as campanhas de alfabetização, ainda pode ser considerado um país oral.

A maioria da sua população, ao invés de se informar´, através de livros ou jornais, prefere conversar, ouvir rádio e televisão.

É um fato.

No Japão 65% dos japoneses lêem jornal, na Noruega 62,3%, Na Alemanha 30%, na Eslovênia 25%, nos Estados Unidos 24,9%…temos 4,5% no Brasil – e perdemos para El Salvador (5,8%), Costa Rica (4,9%) e Chile (4,9%)…Que vergonha! (Fonte – Blog do JJ – Publicidade & Marketing)

Não é à toa que o próprio presidente da república diz que opta por ser informado através de conversas, do que pela leitura de jornais.

É o típico representante de uma parcela significativa do povo brasileiro.

Uma das explicações que podemos ter para essa necessidade de forte relacionamento – e pelo gosto maior por redes sociais – é justamente a falta de prática da leitura.

Note ainda que o brasileiro é o povo que fica mais tempo fica online no mundo.

O internauta brasileiro passa, em média, 21 horas 20 minutos navegando na internet por mês. São consideradas usuários ativos as pessoas que acessam a rede ao menos uma vez por mês de casa. O recorde de tempo de navegação é de dezembro de 2006, quando o internauta brasileiro passou 21 horas e 39 minutos na média do mês. A França, com tempo médio por internauta residencial de 20 horas e 55 minutos, os Estados Unidos, com 19 horas e 30 minutos, Alemanha, com 18 horas e 56 minutos, o Japão, com 18 horas e 31 minutos e o Reino Unido, com 18 horas e 29 minutos, foram os países que mais se aproximaram do Brasil, entre os dez medidos com a mesma metodologia (Fonte – Tempo do brasileiro na internet aumenta em mais de 3 horas em um ano.)

(Seria interessante uma pesquisa para comparar o tempo que o brasileiro fica on-line com a sua atividade em rede. Nós ficamos mais tempo fazendo exatamente o que? Olhando o perfil dos outros no Orkut? Seria isso?)

Se você está em uma encruzilhada na estrada cheia de placas e não sabe ler, certamente, você precisará conversar com alguém para saber que caminho tomar.

Já aqueles que sabem, passarão por lá sem  necessidade de nenhum tipo de contato humano.

O livro impresso e a disseminação da leitura criaram a independência, mas, por outro lado, tivemos um preço a ser pago: a diminuição do relacionamento oral.

Vide o ambiente metrô em uma cidade americana, por exemplo.

Se você entra num determinado ambiente em que existem placas explicativas ou compra determinado produto eletrônico, que vem com manual, terá dificuldade para se informar pelo papel se tem como prática ouvir e falar, ao invés da ler.

Por isso, talvez, tenhamos tanta gente perguntando nas ruas sobre uma informação que está numa placa acima das nossas cabeças!

Dessa maneira, a oralidade reforça a necessidade do relacionamento para contornar problemas.

Resumo da ópera: toda a rede de conhecimento traz um preço a ser pago.

Se a leitura massificada com a rede escrita trouxe, de certa forma, uma independência, ao mesmo tempo nos levou a uma  menor  necessidade do contato com o outro.

E isso, a longo prazo, tende a fazer com que as pessoas diminuam a prática de se relacionar para se informar.

A Internet com sua capacidade de troca de informações rápidas e  instantâneas traz um pouco de volta essa cultura oral, é um pouco, aliás, o que defende Piérre Lévy.

No caso do Brasil, isso é facilitado pelo ambiente oral, pois o país ainda não passou para valer, de forma massificada, pelo caminho do livro.

Assim, a interação – que é a grande marca das culturas orais – se expande na rede, principalmente, em países menos letrados

Some-se aí o clima tropical, a miscigenação, entre outros fatores culturais particulares brasileiros e tem-se uma explição mais plausível para o uso desenfreado do Orkut.

Temos, assim, uma população mais preparada para trocar em rede, que tem muito uma oralidade ainda viva.

Nosso desafio, porém, é transformar esse ambiente interativo com  menos fofoca , com mais educação e projetos inclusivos socialmente – talvez um dos nossos grandes desafios enquanto nação rumo à rede digital.

E você o que dizes?

(Já falei mais sobre o Orkut e Brasil por aqui.)

Projeto de troca de informações entre rádios comunitárias brasileiras: Radiotube, utilizando o icox, ferramenta de rede social livre, desenvolvido pelo ICO, no final de 2008.

A saga dos caçadores de mito continua.

 

Pirulito é uma coisa, informática e informação, outra!
Pirulito é uma coisa, informática e informação, outra!

Joãzinho quer um pirulito. Sai para a rua para saber aonde vai comprar. Conversa com o porteiro. Vai na esquina. Compra o pirulito. Volta para casa e liga a televisão.

Nessa simples ação temos o círculo completo que vai da necessidade, ao uso de um dada interface, a partir de um código, para se chegar à obtenção da informação e, por sua vez, conseguir realizar determinado objetivo.

Necessidade: pirulito.

Código: português.

Interface: voz e ouvido.

A informação: aonde se compra o pirulito.

Atendimento da necessidade: a compra do pirulito.

Nova necessidade: ver televisão.

Vejamos:

informatica_nao_e_pirulito

É importante, assim,  amadurecer, como disse o Luli na sua palestra inesquecível, que a informática, o uso do computador, é apenas um código, uma linguagem, com a qual trabalhamos para obter informação.

E aí complemento.

A informação também  não é o objetivo final.

A informação só serve se for para atender a uma determinada necessidade humana.

Ela não é o fim em sim mesma.

Assim como, a informática e o uso do computador.

É uma ferramenta, uma interface, cujos códigos específicos são usados para que possamos obter  a informação, que sempre visa, em algum instante, atender a uma dada necessidade.

 

Interface é o espelho que não é espelho.

Interface é o espelho que não é espelho.

 

No seu livro a Ecologia da Informação, Thomas Davenport, que comentei aqui,  lembra que as empresas da sociedade moderna passaram a valorizar, por vários motivos,  muito mais a tecnologia e esqueceram a importância da gestão da  informação.

Complementaria que também o pessoal que trabalha com a informação se esqueceu que esta  é apenas um meio para atender a uma determinada necessidade.

Ficando o pessoal que quer fazer negócio na empresa cuspindo marimbondo.

 

Achei um aqui!!! ;)

Achei um aqui!!! 😉

Assim, não podemos confundir, como vemos muito por aí,  do que é o meio para o que é fim. 

Joãozinho quando vai conversar com porteiro, por melhor que seja o papo do porteiro, quer obter uma informação para comprar o seu pirulito.

A informática ganhou um status tão alto nas empresas, que acabou batizada de  tecnologia da informação, mas começamos a perder a noção do que vem primeiro: o ovo ou a galinha?

 

Quem veio primeiro foi o ovolinha 1.0, depois o ovolinha 2.0...até separar o ovo e a galinha;)

Na discussão do ovo ou da galinha a competitividade vai para o galinheiro!!

Antes de tudo deve vir a a necessidade, o objetivo estratégico para atendê-la, depois como atingi-la, tendo a informação como suporte e, só então, as tecnologias necessárias para transformar aquelas necessidades em realidade.

No fundo, em muitos casos, está tudo de cabeça para baixo.

Não é à toa que as coisas têm dado muito mais  errado do que certo.

Exemplos?

“Aqui na empresa ninguém acessa o Youtube!”

Mesmo que o Youtube tenha  informações de importantes sobre concorrentes;

Mesmo que o Youtube tenha  informações importantes sobre o seu negócio;

Mesmo que Youtube tenha informações importantes sobre pessoas que refletem sobre o seu negócio.

Vejo muito a tecnologia da informação (segurança inclusive)  estar acima da verdadeira segurança de se fazer bons negócios.

(Tem muita empresa que acha que o seu negócio fim é a segurança da informação, tão forte e tão importante e tão presente é o status que  ganhou.)

A gestão e a tecnologia da informação, a meu ver,  deveriam garantir que a empresa consiga, recolher, da melhor forma possivel, informações que a mantenha competitiva.

Todas as ações que a colocam em desvantagem em relação aos concorrentes, na minha humilde opinião, isso sim deveria ser chamado de insegurança da informação e combatida a qualquer custo!!!!

 

Será que tem algo errado no teto?

Será que tem algo errado no teto?

Não estar dentro da nova cultura colaborativa é um problema grave.

Não perceber as mudanças dos ambientes de informações internos e externos da empresa é um problema grave.

Não monitorar as mudanças no clima ambiental interno para que as pessoas se sintam confortáveis para produzir e  colaborar é um problema grave.

São questões que o pessoal que lida com informação deveria estar bastante preocupado.

Portanto, aqui na rua o pessoal já combinou: Informática e informação não são pirulitos!

E ai na sua já chegaram a alguma conclusão parecida ou estão chupando dedo? 😉

(Na aba desse artigo, posso dizer também que o ensino de português nas escolas muito mais do que capacitar as pessoas para falar, escrever e ler – usar o codigo – virou estudar o código, o que deveria ser feito depois que este é absorvido, mas isso é papo para outro post.)

Escrito depois – Vi esta matéria no Globo. Convenhamos, não sejamos iguais aos chineses!!!

25/03/2009 - Globo - O mundo

25/03/2009 - Globo - O mundo

Tivemos uma noite agradável ontem na Valer, no lançamento da revista  Inteligência Empresarial, 32, quando discutimos a “sociedade da informação” (aquela que não existe). Abaixo, as fotos, em breve, palestra completa no YouTube, aguardem!

Da série: caçadores de mito

Nem pense em chegar aqui na rua e falar que estamos na primeira sociedade em rede.

 O Rex 2.0, pit bull da vizinha,  adora morder quem vem com esse papo.

 

Calma Rex, calma!

Calma Rex, calma! 😉

Eu mesmo já andei pensando desse jeito, mas depois uma algumas mordidas, mudei de opinião.

  • Uma empresa é uma rede
  • Um país é uma rede.

Existem, entretanto, diferenças entre as diferentes redes.

 Há redes que são mais verticais e outras mais horizontais.

Há redes que já existiam antes da Internet e redes que passam a existir a partir da Internet.

Uma rede vertical se caracteriza pela  passagem das informações por um determinado nó (rede estrela, na figura abaixo).

Diferentes modelos de rede.

Diferentes modelos de rede.

Uma rede horizontal é aquela que permite a troca de informações entre os diferentes pontos sem passar necessariamente sempre por um determinado nó (rede tipo canal múltiplo, ver figura). 

O computador e depois a Internet, sem dúvida, trazem  a possibilidade da comunicação entre determinados pontos da rede que não eram possíveis antes de suas tecnologias.

Por trazer uma nova tecnologia que virou nova cultura, inaugura um novo tipo de rede de conhecimento na sociedade.

A lista de discussão dos amigos da faculdade é, por exemplo, uma rede presencial pré-Internet que passou a se utilizar de ferramentas da rede digital para uma sofisticação da troca de informações.

 Já a comunidade de discussão sobre a linguagem de programação PHP,  reunindo pessoas que nunca se encontraram, é  um exemplo típico de uma rede só é possivel a partir da Internet, pois os participantes ão teriam a possibilidade de se encontrar anteriormente por se tratar de pessoas que moram em locais geograficamente distantes.

 

De que rede mesmo estamos falando? ;)

De que rede mesmo estamos falando? 😉

A missão dos profissionais de informação (ou já seria de informação em rede) é identificar os diferentes tipos de rede que existem em uma dada instituição para perceber quais são os problemas que estão enfrentando para a troca de informação entre seus participantes.

 A partir daí, analisar que tipo de melhoria é possível ser feita para que a troca seja cada vez mais dinâmica.

 Sobre este ponto de vista, é possível imaginar que podemos ter três tipos de problemas:.

  •  Metodologia – verticalização desnecessária? Apoio da direção? Formalizada ou Informal?
     
  •  Tecnologia – uso ou não uso das novas tecnologias? De forma adequada?
     
  • Psicologia – falta de motivação? Problemas culturais? Falta de treinamento?

Se olharmos o mundo como uma grande rede, veremos que a nossa tarefa de implantar projetos 2.0 ficará muito mais fácil, pois, a nossa função, de fato, não é a de introduzir a Internet, mas facilitar e criar redes pré e pós Internet, que sejam cada vez mais dinâmicas.

É outra coisa!!!

 

A estrada é outra!

A estrada é mais bela!

Cabe,  assim, diagnosticar e utilizar as tecnologias, metodologias e psicologias certas para que  possamos facilitar o mundo das redes menos dinâmicas para as mais dinâmicas.

Que achas?

Calma Rex, calma!

 

 

(Post mais antigo revisto)

Volta e meia o problema volta.

“Nós que vivemos na sociedade da informação”.

“Agora, nessa sociedade da informação”.

Isso é quase um carro da pamonha que passa todo dia aqui na porta.

Vamos dar um tempo e parar para pensar!!!

(Já postei sobre o assunto, mas vamos aprofundar.)

Ok, sem dúvida, precisávamos separar alguma coisa na Economia antiga para essa nova.

  • Antes, estavámos baseados em algo palpável. Não existia software, banco de dados;
  • O setor de serviços não era tão importante;
  • A marca das empresas não era um fator com tanta diferenciação;
  • O trabalhador era braçal e vendia poucas horas do seu cérebro;
  • Em algum momento, principalmente, com a globalização, o aumento populacional e, como consequência, a chegada do computador, fomos digitalizando o mundo e todos os registros que tínhamos sobre ele.

Assim, realmente estamos em outra sociedade diferente da construída pela Revolução Industrial.

Certo?

Mas será que é a da Informação?

A necessidade de conceituar e teorizar sobre determinado objeto visa facilitar a nossa aproximação de determinado problema.

  • Uma teoria consegue comprovar determinada  lógica do objeto estudado ao longo do tempo, é uma teoria consistente.
  • Uma teoria que se mostra cheia de problemas quando acompanhamos o objeto atrapalha, é uma teoria improcedente.

Você pode utilizar a que quiser para enfrentar problemas práticos, mas quando começar a patinar é momento de rever se pegou o trator (conceitos e teorias) que vai realmente te tirar do atoleiro.

Há uma mudança na sociedade e precisamos chamá-la de outro nome, o volume da informação cresceu e pimba: “sociedade da informação!”.

Foi bom para você?

Sim, mas agora não é mais suficiente.

Esse conceito afundou na realidade.

Vamos pegar um exemplo para demonstrar que a quantidade de informações é proporcional ao número de habitantes.

Quanto mais índio, mais apito....

Quanto mais índio, mais "apito"....

Vejamos o Brasil com dados arredondados:

Ano –  Habitantes

1550 – 15 mil

1660 – 184 mil

1760 – 1.800.00 mil

1860 – 8.500 mil

1960 – 70 milhões

2000 – 170 milhões

(fonte)

Hoje – 191 milhões

(fonte )

Nossa população praticamente se multiplicou por 10 a cada 100 anos.

Note que hoje para resolver as necessidades de cada pessoa é preciso:

  • Multiplicar por três as refeições na mesa todos os dias, ou 573 milhões de pratos de comida ( a cada dia!!!!!)
  • Multiplicar por dois o vestuário necessário para trabalhar e dormir, ou 382 milhões de tipos de roupas (se considerarmos que cada tipo de roupa tem meia, sapato, calça, roupas de baixo, etc) é muito mais.

Some ainda lazer, transporte, educação, comunicação, etc…o volume de dados necessários para manter essa população viva é gigantesco, gerando uma quantidade informacional absurda para que possamos resolver nossas necessidades.


O totó está cada vez maior...O totó está cada vez maior…

No livro “Here Comes Everybody“, de Clay Shirky (pg 27), ele traz uma visão interessante, que tenta demonstrar que o aumento das pessoas no ambiente não cresce apenas em número, mas cada vez mais em complexidade.

Ou seja, quanto mais gente, mais do que crescimento aritimético, temos pelo aumento do número de relações, uma expansão geometrica da complexidade.

Veja a figura abaixo:

Ou seja, quando saltamos de 15 mil, em 1550 para 191 milhões hoje em dia, ganhamos artimeticamente em tamanho e explodimos geometricamente em complexidade.

Em todas estas situações a informação ( e as redes que a sustentam)  foram fundamentais para manter o equilíbrio entre a população e suas necessidades.

Todas foram sociedades da informação, aritimeticamente e geometricamente compatíveis com o número de habitantes e a complexidade que a articulação entre as pessoas necessitou em cada etapa.

Quanto mais fomos evoluindo, mais precisamos sofisticar os ambientes de informação, suas redes de conhecimento.

É uma relação proporcional que ganha mais e mais complexidade a cada passo.

O ambiente oral, precisou da escrita (para deixarmos recados) e deste partimos para a rede digital, com o computador, (pavimentando e virtualizando o mundo, gerando processadores de dados fora das nossas cabeças),  e, ainda introduzimos a colaboração a distância do muito para muitos, conectando e permitindo a interação entre pessoas sempre á procura de relevância para sobrevivermos nesse mar informacional cada vez mais largo e profundo.

Ou seja, temos o sistema de informação compatível com o volume da população, nem mais nem menos.

Analisar a nossa sociedade como a da informação, como diz Castells , é um erro teórico.

( O mesmo vale para sociedade do conhecimento.)

Cuidado com a areia que você vai colocar no seu caminhãozinho..;)

Cuidado com a areia que você vai colocar no seu caminhãozinho..;)


Temos que ver não o que sempre foi, mas o que REALMENTE somos diferentes, a saber, um cardápio para escolha:

  • Sociedade do imaterial – nunca tivemos ou vendemos registros em computadores antes (estudemos o imaterial);
  • Sociedade do intangível – nunca o que não pode ser pego ou tocado, valeu tanto  (estudemos o intangível);
  • Sociedade do capital intelectual – nunca demos tanto valor ao trabalho mental (estudemos o capital intelectual);
  • Sociedade digital – nunca estivemos em um mundo digitalizado (estudemos o digital);
  • Sociedade em rede digital – idem, idem.

Temos que direcionar nossos esforços para compreender nossa sociedade, naquilo que realmente temos de novo e como vamos nos adaptar a essa nova realidade.

E não colocar cabelo em ovo e ficarmos perdidos sem entender a lógica do processo, patina na areia da praia.

Nem sempre cabelo nasce em ovo. ;)

Nem sempre cabelo nasce em ovo. 😉

Quando erramos o alvo, tão longe, acabamos inventando um mundo que não existe.

Gestões de uma porção de novidades que só nos atrapalham.

O ser humano não muda suas necessidades básicas, apenas sofistica aqui e ali.

Somos, de certa forma, os mesmos, mas muitos mais no planeta.

Precisamos, em função disso, de um ambiente informacional mais sofisticado, com o qual precisamos nos adaptar e, ao mesmo momento, corrigir na nossa forma de organizar, mais compatível com a nova realidade, o que não dava antes por falta de condições de articulação no ambiente passado.

(Note que a guilhotina é filha do livro e tirou a cabeça dos reis para criar o modelo do Governo que temos hoje.)

Assim, não me venham falar em sociedade da informação aqui na rua, pois o pit bull da vizinha  fica uma fera!!!

Concordas?

Ele tá tão mansinho…;)

A Hillary Clinton disse no México que o muro que separa os dois países não é a solução, mas, na mesma matéria, informa-se que os EUA continuarão a construir a parte que falta da obra.

O que se fala e o que se faz.

O que se fala e o que se faz.

O Lula, por exemplo, diz que o governo dele é voltado para o povo, mas os lucros dos bancos nunca foram tão grandes.

A diferença do que falamos para o que realmente fazemos, muito mais do que um problema político passou a ser um dilema tecnológico-informacional, pois no mundo carente de relevância a mentira (ou melhor, o desconhecimento da verdade pelo prório usuário) atrapalha cada vez mais.

O Google, principal representante desse futuro, por exemplo, anunciou que  já se basear somente naquilo que o usuário busca, mas também no website que visita.

É a tentativa de substituir o modelo atual do “aquilo que eu digo ou acho que faço”, por aquilo que “realmente faço e necessito”.

Essa inteligência necessária na rede para ampliar a relevância  exige a chegada de um novo personagem: o robô inteligente.

O meu robô....

O meu robô....

Qual a diferença dos softwares que temos hoje em dia na Web para o que vamos chamar de robôs inteligentes?

A Web, de certa forma é burra, não aprende com seus usuários.

Já os robôs aprenderão com os nossos hábitos, utilizando códigos de inteligência artificial, a partir das nossas ações, cliques, visitas, hábitos.

Sim, poderemos programar manualmente os nossos robôs.

E podemos dizer também quando vamos querer que ele aja automaticamente.

Mas a idéia é que “alguém artifical” estará nos ajudando a lidar e filtrar a massa cada vez maior de informação.

Seu personal robô assistente.

É uma escalada na qual tivemos para nos apoiar a recuperar e filtrar grandes massas da informação, entre outros,  as fichas catalográficas, os computadores, o Altavista, o Google e agora os robôs inteligentes.

Alguns softwares anti-spam, por exemplo,  já vâo nessa direçâo, aprendendo com seus hábitos para saber quem é e quem não é spammer.

A Inteligência Artificial será apenas um novo tipo de código desenvolvido por pessoas, que têm determinado tipo de opções pré-definidas com os quais o usuário vai interagindo e utilizando áreas de códigos e da base de dados em lugar de outras.

Diria que um campo novo e espetacular para quem quer o iniciar uma nova carreira, tanto na área de tecnologia, que precisará de programadores para os novos códigos, quanto para o  pessoal de informação, para quem caberá a concepção, a interface e o ajuste fino na relação de uso.

Um campo e tanto que se abre....

Um campo e tanto que se abre....

Do ponta de vista conceitual, é o surgimento de uma nova articulação entre os humanos na área informacional: tivemos camadas, no qual predominaram  o um para um (na rede de conhecimento oral), um para muitos  (na rede de conhecimento escrita), muitos para muitos  (na atual rede de conhecimento digital), e agora o eu-robô e, mais adiante, o robô-robô, um aprendendo e filtrando em cima do outro (na rede de conhecimento da inteligência artificial).

Quando?

Não muito longe.

Me interessa receber e-mails de fulano, mas não quando ele fala do Flamengo..;)

O site que vejo da Coca-Cola não será o mesmo que você vê.

Meu robô sabe que eu não gosto de Coca cafeínada.

E vai aprendendo quando eu clicar no site da Coca e me perguntará quando perceber alguma contradição.

Claro, se eu assim desejar.

(Sempre há a possibilidade na vida de se desligar o celular, sabia disso?) 😉

Viagem?

Nem tanto.

Quer quantos litros de informação?
Quer quantos litros de informação?

O New York Times publicou um artigo sobre softwares educacionais nos quais a Inteligência artificial passa a ser um instrumento importante no ensino nas escolas americanas.

Com esses novos softwares o estudante não só aprende como também ensinam aos robôs, num processo relacional.

O robô aprende com os erros dos estudantes e aprimora as lições. Os resultados são animadores.

Não, os professores não acabam, mas passam a apicultores e depois como gestores de robôs, além do dia-a-dia com a turma.

Se existe a possibilidade de discutirmos uma Web 3.0 (se é assim que vamos chamar a nova rede de conhecimento),  apostaria que estaremos discutindo uma Internet que aprende, cercada de inteligência artificial e de uma relação umbilical dos usuários e com seus robôs pessoais.

Saíremos do atual interação da vez  muitos para muitos para a articulação nova: eu-robô.

(Notem que a passagem de uma rede de conhecimento para outra se caracteriza pela massificação de um novo tipo de articulação informacional entre os humanos. Pela primeira vez, teremos robôs nos ajudando nesse processo, como forma de sobreviver ao caos informacional.)

E mais: a idéia também que os dos robôs pessoais poderão conversar com outros robôs pessoais, formando redes sociais de robôs-robôs, tudo na tentativa de ajudá-lo a ter mais relevância.

O futuro já está presente entre nós, basta ver as pequenas mudas que estão crescendo aqui e ali…

Dá medo?

Dá, mas não tem muito como pular do trem, tem?

O trem me parece cheio...

Me diga...

Um pouco mais sobre essa procura do que as pessoas realmente fazerm on-line no livro Click. Em português. E um capítulo grátis em PDF.

Pós-escrito – 08.04.2009

Robôzinhos em ação:

A Revista Info 278, de abril de 2009,  informa na matéria de “O Barato do Buscapé”,  que fala do “Buscapé na hora” um robozinho que informa ao usuário se a compra que ele está fazendo é a melhor opção entre outras lojas. Um exemplo do início das redes dos robôs? Vamos em frente…

Pós-escrito – 13.04.2009

Robôzinhos em ação:

O Globo de ontem publicou entrevista (precisa de assinatura – grátis – para acessar) com Luiz Alberto Oliveira, que aponta nessa direção do mundo de robôs, não falando apenas dos robôs na rede.luiz_alberto

Pós-escrito – 04.05.2009

Invention Could Revolutionize Internet Research

Sunday, 3 May 2009


The biggest internet revolution for a generation will be unveiled this month with the launch of software that will understand questions and give specific, tailored answers in a way that the web has never managed before.

Bom, seguindo a série de reflexões sobre  blogs….


Defes da tese de Moreno sobre blogs.

Defes da tese de Moreno sobre blogs. Da equerda para direita: Rosali Fernandez, Aldo Barreto, Nilton Santos e Moreno Barros.

Moreno,  quando defendeu a sua tese de mestrado sobre o assunto na nossa Escola , em março, (ainda não publicou na Web), disse que um blog pode ser de dois tipos de abordagens:

  • Eu acho
  • Eu vi

O “Eu vi” é daquele tipo de dicas. “Vi, gostei, bloguei”.

O “Eu acho” é opinativo. “Vi, humm, pensei, bloguei”.

Não quer dizer que não existam misturebas entre os dois estilos.

(O meu, por exemplo, faz parte do segundo time, pois acho que a minha lanterna vai jogar luz nessa escuridão conceitual, já que de informação e dicas o inferno está cheio.;)

Nessa linha dos blogs do “eu acho”, acredito que existe uma diferença radical entre uma idéia pensada e escrita.

A primeira é uma intuição. Como diz o Raul “um sonho que se sonha só”.

Um pensamento tácito para os que ainda acreditam em Gestão de Conhecimento.

Algo que você guarda e fica ali vagando como um fantasma no sotão.

 

Sai pensamento desse corpo que não te pertence!!! ;)

Sai pensamento desse corpo que não te pertence!!! 😉

Ao blogar, aquilo vai ganhando forma, contorno, sendo explicitado, linkando mais coisas na sua cabeça, criando novas maneiras de abordar o problema.

É a criação de uma expressão para algo intangível.

O escrever, assim, é um ato criativo, que, acredito, deve mexer com outros neurônios do cérebro.

É uma ação que consolida e cria um novo tipo de visão, o que não acontece quando apenas você repassa determinada dica.

E aí entra numa teia de registros das suas idéias, o próprio blog,  que vai sendo construído ao longo do tempo, como se fosse um modelo próximo – um espelho – mais próximo da maneira que o  seu cérebro funciona.

O que era  tácito em explícito.

Algo que  Vannevar Bush chamou da “Da Forma Com Que Pensamos” (em inglês: As We May Think)

Um cara irriquieto....

Um cara irriquieto....

Para ele, era preciso  inventar uma máquina informacional que pudesse refletir a maneira como o  nosso cérebro de fato funciona:

“A mente opera por associação, e isto torna indexar a informação de forma alfabética ou numérica, ineficiente. O pensamento é mantido em uma teia de conhecimento no cérebro; seria ideal encontrar uma forma de se fazer algo análogo de forma automatizada”.

As ferramentas na Web e, particularmente em um blog, se aproxima disso: rss, nuvem de tags, busca, categorias

Imagino que Leonardo da Vinci  já fazia isso no seu laboratório, rabiscando idéias, colocando tudo em papéis, muitos deles que se perderam, foram roubados ou extraviados pelo tempo.

Mas era um ambiente de blog sem a ferramenta.

Só que agora, com os blogs, na rede digital,  temos algumas diferenças:

– os alfarrábios são registrados e podem ser acessados pelos demais, não se perdem;

 

Imagina se Da Vinci não ia ter um blog!!!

Imagina o blog do Da Vinci!!!

– podem ser aticulados entre si. Quando falo em sabedoria, posso linkar com minhas idéias sobre o tema, sem precisar reexplicar;

– posso apontar outros pensadores que complementam o conjunto da obra;

– e vou avançando, comentando em posts antigos, complementando informações, numa espécie de livro sofisticado, dinâmico, articulado e aberto;

– recuperável por categorias, por tags, por busca, a critério de usuários.

– mais ainda: o RSS me permite sair do ambiente da minha URL e poder ser automaticamente replicado em diversos outros locais, multiplicando a mensagem.

Assim, um blog, como núcleo-semente da rede,  é quase o Memex ( a máquina sonhada por Vannevar), permitindo que pensadores possam – como nunca apresentar para a sociedade  algo mais perto do que já tivemos da maneira como as idéias fluem e saem do nosso cérebro, como nunca conseguimos antes.

O blog é, assim, como outras tantas possibilidades de explicação, também um mapa mental, um livro hiper mega sofisticado, a espera apenas de um Kindle da vida para facilitar a leitura  deitado ou sentado confortavelmente numa poltrona para se massificar e ser uma alternativa real e muito mais próxima da realidade da mente do autor, do que é um livro hoje em dia.

 

Não exatamente como nosso amigo aí de cima...

Não exatamente como nosso amigo nerdíssimo aí de cima...

 

Falta pouco.

Concordas?

Tática (<grego taktiké ou téchne = arte de manobrar [tropas]) é qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir a meta desejada num empreendimento qualquer.

 

Estratégia ( <grego stratègós de stratos, “exército”, e “ago”, “liderança” ou “comando” tendo significado inicialmente “a arte do general”. A estratégia começa com uma visão de futuro para a empresa e implica na definição clara de seu campo de atuação, na habilidade de previsão de possíveis reações às ações empreendidas e no direcionamento que a levará ao crescimento. A definição de objetivos, em si, não implica em uma estratégia. Os objetivos representam os fins que a empresa está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o meio para alcançar esses fins.

Fechei ontem com a turma  MBKM 18 o módulo sobre Centros e Redes de Excelência, feitos nos dias 16, 18, 23 e 25 de março de 2009, no curso de  MBA de Gestão de Conhecimento do Crie/Coppe.

A turma interagindo.

Depois de intensas discussões que, na verdade, duraram oito aulas em dois módulos – conhecimento em  rede e redes e centros de excelência –  fiquei a pensar sobre a questão das táticas e estratégias para implantar projetos 2.0 nas organizações,  a partir das questões levantadas pelos alunos.

É certo, quem está conduzindo o processo de Empresa 2.0 (ou o nome que venha a ser chamado) tem que saber exatamente para qual ilha estamos navegando

O mundo colaborativo já está aí na rua para quem quiser ver.

Para onde estamos indo?

Para onde estamos indo?

O que nos leva a pensar e agir em dois momentos distintos:

  • Definição de macro-estratégia geral para as empresas na área de informação e conhecimento, envolvendo, com certeza, o alto escalão que tem que ter uma visão clara do cenário. 

( O problema que a maioria das empresas não tem estratégia informacional. E quando tem dificilmente a incorpora como fator fundamental à estratégia mais geral da organização, ficando sempre algo periférico, mas que acaba tendo repercussões inesperadas e imprevistas de grande impacto, com desperdício de recursos por falta de planejamento – leiam Davenport em “Ecologia Informacional” – ou Choo em “A Organização do Conhecimento”.)

  • Definição de táticas para se chegar ao rumo traçado.

Na estratégia, antes de tudo, é preciso ter clareza da lógica do processo – de onde estamos partindo e para onde vamos, a partir do cenário concebido.

É o meu objetivo principal mostrar do alto de uma montanha para apontar uma GRANDE  mudança de ambientes informacionais de uma sociedade baseada no papel, na mídia de massa e no computador isolado para outra conectada mundialmente em rede colaborativa, na qual as organizações vão se moldar ao novo ambiente cultural-informacional.

 

De quanto mais alto pudermos ver um problema, melhor...

De quanto mais alto pudermos ver um problema, melhor...

Essa visão geral é fundamental para definir a macro-estratégia informacional  das organizações (um dos itens fundamentais para o futuro e sobrevivência da mesma).

Sem ela, até se pode chegar ao final com resultados, pois cada vez mais ficará claro o caminho,  com muitas táticas vistas e revistas. 

O problema apenas é o custo. Se  perderá, assim, sem planejamento, muito mais tempo e dinheiro.

Minhas aulas e wikishops visam permitir aos participantes esse olhar mais  amplo possível sobre estes fenômenos.

As táticas, entretanto, do dia-a-dia vão se alterar, a partir da realidade de cada ambiente. 

Elas não estão, é verdade,  suficientemente claras, pois é tudo ainda novo e está começando.

Vemos aqui e ali experiências colaborativas corporativas ainda tímidas.

Já percebemos, entretanto, que os projetos 2.0 terão nomes distintos, mas a visão geral é parecida: estamos saindo de empresas feudais, baseadas em caixas (departamentos) rígidas para outras mais horizontais que precisam de oxigênio informacional para troca e dinamismo.

 

Oxigenar é preciso!!!

Oxigenar é preciso!!!

Como isso vai se dar no detalhe? 

Aí se define táticas.

Veja que o HSBC optou por focar essa mudança para  Empresa 2.0, a partir do projeto de renovação da Intranet. Estão migrando de uma Intranet antiga para uma nova e, intuitivamente, migrando para um ambiente colaborativo mais próximo da Web que vemos em todo o lugar ainda fora das empresas.

Em cada situação pode-se ter espaços diferentes dependendo da cultura e da co-relação de forças internas.

O projeto pode-se chamar do nome que você quiser, pouco importa:

Gestão do Conhecimento 2.0, Gestão da Informação 2.0, Empresa 2.0, Intranet 2.0….

A tática depende de circunstâncias, mas a estratégia, não.

Os responsáveis pela mudança podem navegar por onde for mais fácil, mas não podem perder a visão do todo, pois se não conseguir sempre olhar para o horizonte, pode perder vento e tempo.

Cada brisa, faz diferença no percurso...

Cada brisa, faz diferença no percurso...

Acredito até, e tenho dito isso em sala de aula, que estamos precisando de mais conceitos.

Tenho recomendado para os estrategistas informacionais – que passam pelos meus encontros e palestras – que procurem com carinho mestrados e doutorados para fortalecer e solidificar a lógica das coisas com autores menos ao sabor dos ventos do mercado.

Os de mercado são melhores para as táticas, que devem ser aliados aos conceituais gerais, estratégicos.

Esse diálogo é rico e interesssante.

Nem um, nem outro, ambos.

A tática exige mais dado e informação.

A estratégia envolve  mais conhecimento e, por que não,  sabedoria.

É isso.

Que dizes?

Post no qual os alunos colocarão seus trabalhos nos comentários.

O caminho nada mais é do que ir em direção a si mesmo e a terra prometida nada mais é do que o processo de se comprometer consigo – Nilton Bonder, no livro “Tirando os sapatos” (recomendo para uma atitude em um mundo mais colaborativos).

O pessoal do Nós da Comunicação me entrevistou semana passada.

A entrevista para o Nós na Comunicação

A entrevista para o Nós na Comunicação

Ver completa aqui.

Abordaram um tema que eu ainda estou engatinhando: gestão da sabedoria.

Veja o que respondi  à repórter:

Nós da Comunicação – Qual é a definição do que você chama de “gestão da sabedoria”? De que forma o profissional pode contribuir para essa nova gestão no meio corporativo?
C. N. –
Vivemos uma tsunami informacional. Nesse contexto, qual é a diferença entre um cidadão e outro ou entre uma empresa e outra? Não é receber informações. É a sabedoria para entender o tipo de informação que está ali, perceber onde ela se encaixa e usá-la para avançar como cidadão, país ou empresa. Falo de um conceito que não utilizamos muito – a sabedoria, que pressupõe uma visão mais ampla e holística. A nova geração acha que a tecnologia vai resolver todos os problemas, mas ela é apenas parte deles. Um exemplo: o Second Life foi considerado o futuro da internet, as empresas investiram em ações nesse espaço e ele acabou ficando na periferia da rede. Como você distingue se algo é relevante ou não? É preciso ter visão histórica e conceitos para lidar com as informações que recebemos.

Num outro post eu tentei abordar esta questão diferenciação entre dado, informação, conhecimento e sabedoria.

Mas vamos avançar no conceito que considero ainda verde (colaborações são bem-vindas!).

Qual seria a diferença, então, entre conhecimento e sabedoria?

Sabedoria é a busca do auto-conhecimento.

A estrada está nos levando para onde mesmo?

Eu diria: o auto-conhecimento.

É a diferença do esperto para o sábio.

Da pessoa brilhante ansiosa para a serena.

Vejo pessoas que articulam muito bem, conseguem até relativo sucesso profissional, mas são extremamente enroladas na relação com a vida.

Ou com amigos, parentes, mulher, filhos, chefe, qualquer um.

Têm dificuldade de lidar com perdas, frustrações, sucessos e fracassos.

Perdem a calma com facilidade, vivem de mau com o mundo e consigo mesmo por mais inteligentes que sejam.

No fundo, temos fases que estamos desse jeito. É uma batalha diária para procurar o equilíbrio.

Calma...você é não é teu ego!!!

Calma...você é não é teu ego!!!

Ou seja, fala-se por ai que essa capacidade seria a tal Inteligência emocional, pode ser.

Mas a sabedoria não é algo, a meu ver,  focada para um determinado fim direto e imediato.

Uma coisa que fica num tapume, mas lá dentro rola de tudo.

Sou isso, mas escondo aquilo.

Uma pessoa sábia, a meu ver, é aquela que consegue se olhar de fora.

Percebe que existe um “Eu” dentro de nós condicionado, que reage rapidamente a qualquer impulso externo.

Essa capacidade que vai sendo desenvolvida – como uma atividade diária –  de perceber que nós somos algo maior, conectado com o mundo (pessoas e não pessoas) e que essa relação com essa grande rede é maior do que meus desejos imediatos, que se evaporam na primeira batida em algum poste da vida.

Eu não sou o meu ego….e posso olhá-lo de fora, como um filme. E até rir dele.

Há, aliás, uma tradição oriental bem consolidada de que não devemos nos enganar que somos nossos egos.

Até tem uma cena interessante sobre isso com o Brad Pitt, no filme “Sete Anos do Tibet“, quando a moça pela qual ele se apaixona escolhe o amigo menos glamuroso. Ele pergunta o motivo e ela responde algo assim:

“Aqui, valorizamos quem administra (ou não se ilude) com seu próprio ego”.

A procura para superar o próprio ego.

A procura para superar o próprio ego.

A sabedoria passa por essa relação harmônica com essa rede maior, da qual somos um mínimo pedaço.

Notem que nossa tendência é viver no passado e no futuro e tratar o mundo como se fosse uma ponte para atingir nossos nobres propósitos individuais, passando pelo presente como um trator.

De fato, só existe o presente, o resto é fantasia, estou certo?

O mundo, assim, saca e reage a isso, isolando-o da interação, algo cada vez mais importante e fundamental num ambiente em que a colaboração cresce de importância.

Num processo de coisificação de si mesmo e dos outros.

Como é uma cultura disseminada e estimulada, estamos todos isolados, vivendo nesse mundo de espelhos.

Será que somos o que os nossos egos nos contam todo dia?
Será que somos o que os nossos egos nos contam todo dia?

Arnold Toynbee, historiador, depois de muito estudar o humano, considerou que a única forma de mudança no planeta seria algo mais holístico e espiritual, depoimente no livro “A sociedade do futuro

Para não cairmos no papo de insenso e achar que o Nepô vai para um mosteiro semana que vem, considero que a procura de viver o presente, se relacionar com as pessoas e uma preocupação com a rede maior, tem deixado há tempos de ser um papo de ONG e alternativo.

E a  rede digital trará algumas contribuições interessantes nesse aspecto:

  • – a hipocrisia é rapidamente detectada hoje em dia em pessoas e empresas em função da multiplicação das fontes;
  • – o planeta está se repensando enquanto planeta;
  • – mais e mais consumidores farão opções ecológicas, no qual outros fatores serão levados em conta;
  • – e mais e mais teremos poder de denúncia, divulgação e mobilização.

Essa sabedoria genuína – e não a esperteza simulada –  passa basicamente pelas mudança das pessoas dentro e fora das organizações.

Nisso, o mundo colaborativo pode ajudar a discutir e ajudar nesse processo.

(Note bem, ajudar, mas não conduzir!)

Paro por aqui e volto ao tema depois que meu incenso já queimou todo ;).

Quem quiser ir adiante, sugiro a leitura do livro do Eckart Tolle, que ajuda bastante na  melhor harmonia dessa  relação homem-ego.

Me diga…


Está agendado para Junho:

governo20

Mais detalhes aqui.

Veja o último que fiz no mesmo estilo ano passado.

E a avaliação dos alunos direto no Gengibre.

Nos vemos lá!!!

Gente, dá um tempo….

Tá na hora de cair a ficha.

 

Relaxa e deixa a ficha cair...

Relaxa e deixa a ficha cair...

O ser humano tem necessidades que não mudam.

Pode ser a Web 87.0, mas vai ser tudo igual.

Comer, vestir, consumir, amar, se expressar, se reproduzir, ensinar, aprender, etc…

Podemos mudar a forma, mas nunca o conteúdo.

Não somos seres especiais ou diferentes por que temos uma tela na nossa cara e ficamos quase o dia todo na frente de um computador.

Cuidado com a arrogância.

Se isso não ficar claro, totalmente cristalino, todas as nossas análises sobre a rede digital vão por água abaixo.

Vamos ler Sheakspeare, pois o humano está ali retratado há mais de 500 anos, gravado como pedra: inveja, ciúmes, vingança, dor, alegria, vaidade, generosidade, angústia…

 

O cara mandava bem....

O cara mandava bem....

 

O palco do mundo é e sempre será manchado e iluminado pelas nossas necessidades.

As luzes são diferentes, a acústica é outra, mas o básico é o básico.

Começamos daí e depois vamos viajar e não o contrário, como vendo muita gente aí fazendo.

As redes sempre existiram.

Eram mais centralizadas e vão se descentralizando ao longo dos séculos.

Vivemos mais uma etapa desse longo processo.

O mundo é uma rede.

  • A rede humana;
  • A rede ecológica (animais, minerais e vegetais);
  • As redes das coisas criadas pelos homens (computadores, celulares, cabos, fios, dutos, ondas, lojas, carros, filiais).

Tudo se entrecuzando e se relacionando como aquele bolo de fios embaixo da tua mesa.

Tudo se embola em um sentido lógico...

Tudo se embola em um sentido lógico na direção, em última instância, da energia...

Precisamos das redes para nos articularmos, para sobreviver.

Sem rede, sem vida.

O que precisamos estudar é como cada rede humana, agora digital (que continua a se relacionar com as inumanas) chega e contribui para mudar a forma (não o conteudo) de como resolvemos nossas necessidades.

De novo:  necessidades são as mesmas, mas as formas que resolvemos, são diferentes.

A rede digital cria um novo mundo? Não, o humano continua humano, mas passa a se articular de forma diferente e, assim, cria novidades ( em maior ou menor grau), sempre  limitadas pela base que não se altera. Isso é fundamental!

Passamos apenas para um novo ambiente e incorporamos a forma de nos relacionar na nova rede da vez.

Como dizia Raul:

Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo…

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...

(Eu sou um ator, pois eu fingo que mudo, mas sou o mesmo, mudando…é desse jeito que interpreto o último verso que contradiz todo o resto.)

Assim, vamos dar um tempo nessas análises grandiloquentes sobre o mundo que muda completamente com a Internet, pois se  tudo muda, nada muda e perdemos o foco para poder acompanhar o que de fato está se alterando na nossa forma de sobreviver nesse planeta conectado.

Meio Romeu, meio Julieta..

Calma lá ainda e sempre seremos bem Romeus e Julietas.

Concordas?

E você? Tá nessa?

Hoje, se fala por aí que estamos vivendo a desentermediação de várias atividades com a Internet.

Jornais para que te quero?

Jornais para que te quero?

Os jornalistas, professores, bibliotecários, corretores, vendedores não serão mais o mesmos.

É verdade.

Mas isso não é a primeira vez que ocorre na histórias humana.

É mais uma regra do que exceção.

Fiquei pensando sobre o assunto enquanto assistia a defese de tese do Moreno Barros sobre blogs semana passada lá na Escola.

(Ele prometeu em breve disponibilizar a tese e a apresentação, não li ainda mas gostei do que vi.)

E ele falava sobre o processo de liberdade e direito de publicar que veio com os blogs.

Que agora é possível e antes não era.

É fato.

Mas fiquei a pensar.

Seremos nós os primeiros blogueiros?

Se pensarmos que os blogs foram as primeiras ferramentas de expressão de liberdade massiva na rede, pode até ser, que vieram substituir as páginas pessoais mais duras de editar e sem comentários.

Mas se pensarmos na história humana como MAIS UMA ferramenta de expressão, entre tantas outras, não.

(Entenda-se o termo blogueiro aqui por alguém que expressa suas idéias utilizando recursos de publicação alternativos de uma determinada época.)

Note que podemos considerar que o ato de blogar trata de expressar idéias, fora dos canais oficiais, de mercado, de ambientes organizados, ou comerciais de determinada época ou lugar. 

Sob esse ponto de vista a história dos blogs começa nas cavernas…

Não seria o homem que pintou na caverna o primeiro blogueiro perdido?

O primeiro blogueiro postando...

O primeiro blogueiro postando nas "telas" da caverna...

Para ele, bastava, um espaço vazio, arranjar as tintas certas e meter o dedão na parede.

São eles os primeiros blogueiros desconhecidos, que nem tinham escrita, mas que deram início a isso tudo.

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta os olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita…(Chico Buarque)

É uma vontade humana de circular ideias no mundo por mais loucas que sejam…A vontade de se expressar e deixar para os seus contemporâneos e para os que vieram depois, um recado.

Blogar, assim, a meu ver, é o sonho eterno e sempre reciclado do humano de se expressar livremente sem amarras, em canais alternativos,  limitado pelas condições dos meios de comunicação disponíveis em cada época.

A cada nova rede de conhecimento, o ser humano amplia a possibilidade para mais gente poder se expressar, criando um processo de cíclico de desentermediação”.

Ou seja, repito: o que achamos que é exceção (blogs) tem que ser visto como regra….sempre foi assim e sempre será…(que me dá..).

Assim, a desentermediação não é exceção na rede, os blogs não são a última novidade na face da terra, mas mais um veículo, entre tantos outros, na luta do humano pelo direito de colocar a boca na corneta.

Assoprando idéias...

Assoprando idéias...

(Coloca aí no bolo as rádios piratas, os jornais alternativos, os filmes em super 8, etc…)

Vamos à história.

Vejam que os padres, antes de Lutero, eram os representantes de Deus na terra no fim da Idade Média, por volta de 1450.

A bíblia estava em latim e eram eles que faziam a gestão de conteúdo (missa) da “home page” (Igreja)  de Deus.

Não se permitia comentários e nem blogs alternativos.

Para quem tentava, o caminho era ser taxado de herege e ir ser assado na fogueira.

Vejam no filme Lutero a cena da inquisição em que perguntam se ele mantém o que ele escreveu no “blog” dele.

 

DVD que tem em qualquer videoloucadora.;)

DVD que tem em qualquer videoloucadora.;)

E ele diz algo assim:

“Se alguém me convencer, a partir do que eu li nas escrituras (Ele leu os originais já que ele era estudante de doutorado em Teologia), eu renego. Mas se for apenas pelo direito de pensar do jeito que eu penso, eu encaro qualquer fogueira”.

É uma frase de arrepiar qualquer neo-blogueiro.

Asssim, o processo de desentermediação visto nas esquinas de hoje tem que ser encarado não como uma exceção dos tempos Internéticos, mas como um processo de desenvolvimento da capacidade humana de ir adiante.

Sempre tivemos blogueiros no mundo, postando nos blogs que eram possíveis…

Note que qualquer intermediário dificulta a circulação de idéias.

É bom durante um tempo e, no momento, seguinte começa a incomodar.

 

Quem é útil hoje, pode não ser amanhã...

Quem é útil hoje, pode não ser amanhã...

Um  bibliotecário foi bom para ajudar-nos a organizar e achar livros.

Sem eles, seria o caos.

Hoje, pegamos e fazemos os livros nós mesmos. 

Cabe a eles um novo papel.

Assim, a desentermediação é sempre um processo mais inteligente para lidar com uma grande massa de informações, que antes não era possível em função dos limites impostos pelas tecnologias passadas (de produção, armazenamento e recuperação da informação), que exerciam sobre a sociedade um tipo específico de cultura e, por sua, vez um ambiente de poder.

Com novas possibilidades, se refaz um ciclo e novos blogueiros surgem no pedaço, criando um novo ambiente de troca de ideias e a exigência de um novo ambiente de poder, vide um micro exemplo atual: Obama.

(Imagina o que foi para a Idade Média quando em 50 anos, de 1450 a 1500 a Europa assistiu a explosão de mais de 13 milhões de cópias de livros impressos. Centenas de novos blogueiros passaram a postar sem o crivo da Igreja e do Rei!)

Assim, acredito que o  primeiro blogueiro nasceu nas cavernas e foi se desenvolvendo.

 

Um processo eterno de evolução...

Um processo eterno de evolução...

Considero, assim, que a compreensão para o  fenômeno dos blogs passa pelo estudo da  linhagem antiga de blogueiros na história. Sem eles, este post, com certeza, não seria possível!

Ou seja, estudar os blogs e seu impacto na sociedade é entender que não é algo novo, mas tem, sem dúvida, na ferramenta blog eletrônico elementos diferentes e são estes detalhes, tais como permitir comentários, tê-los incorporado ao texto, sua facilidade, baixo custo, capacidade de recuperação, de links, etc… que nos farão entender com mais precisão o fenômeno.

Uma regra geral, com detalhes específicos.

Mas nunca o contrário!!!

Fecho com Chico:

O que será que me dá,
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem governo nem nunca terá,
O que não tem juízo…

O que será?

Escrevo enquanto os helicópteros da polícia  passam e os tiros rolam na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, no Rio, talvez seja comum no futuro os  blogueiros precisarem de colete à prova de balas para postar. Ainda (quase) não é o caso….

Se eu fosse o Lula eu mandava colocar a estátua do Orkut Buyukkokten ali em Brasília na Praça dos Três Podres Poderes.

 

Orkut Buyukkokten - ele mesmo o pai da criança...

É bom que ele não usa óculos e não iam ficar roubando...

Foi ele que inventou o Orkut.

(Para quem não sabe a história do orkut – rede social –  está aqui.)

Foi ele que economizou bilhões de reais em treinamento para incluir quase de graça boa parte da jovem população brasileira na Internet colaborativa, já que na lei da interação:

O orkutiano aprende com o orkutiano!!!

Parece difícil, mas é fácil.

Qual foi a economia gerada pelo Orkut??? Me digam, por favor!!!

Quantos deputados e senadores deixaram de levar um percentual?

Antes do Orkut, era uma sinuca de bico.

Como vamos colocar e treinar essa massa de jovens para entrar na rede?

Como fazer com que eles se interessem por esse novo mundo?

Coloca-se telecentro? Via biblioteca? Via Escola?

Sim, tudo isso acima, mas perto da casa das pessoas também.

Surgiu a demanda (você ainda não está no Orkut?)  e, com ela, a necessidade (vai lá!)

O número é espantoso.

76% dos brasileiros (que estão nar rede)  têm Orkut

Criou-se a rede dos empreendedores dos cibercafés e lan houses nos bairros da cidade, populares, ou não, o que demonstra que temos alguma moral (aprendizado) a tirar dessa história toda para pensar o futuro;

Lã house...

– Será que o Estado não deveria procurar ser sempre mais apicultor (estimular a produção do mel) do que ordenhador de vacas (colocar as parcas tetas para consumo)? 

– Nessa linha, pergunta-se: qual  projeto existe do atual Governo para estimular, apoiar, suportar essa rede de lan houses populares? (se alguém conhece e estou sendo injusto, comente).

– Ou mesmo caminhar para as Wi-max (redes por cidades), barateando mais ainda o custo do acesso das lan houses, como tem feito o Governo do Estado do Rio, colocando acesso livre nas favelas, em Copacabana, etc…?

Pois bem, agora nos perguntamos qual é o é o próximo passo?

Como transformar Orkutianos em cidadãos 2.0? Gerar educação e  renda? 

Já que um computador em rede e no Orkut capacita para entrar no novo ambiente ecológico informacional, é um grande passo, mas não tira ninguém do lugar social que está.

É preciso projetos diferentes, outros Orkuts, menos Big Brothers, para estimular novas atividades e ações.

É preciso criar, por exemplo,  uma rede de professores 2.0.

Se o professor muda a cabeça, muda a escola.

Curso de reciclagem em todo o país:

Professor 2.0 ensinando professor 2.0.

(Um bom exemplo de rede social não Big Brother é o Radiotube, por exemplo, reunindo rádios comunitárias do Brasil inteiro, para compartilhar programas e idéias,  projeto como apoio da Petrobras.)

É preciso mais!

De qualquer forma, o fato já nos mostrou uma direção.

Muito mais do que Olimpíada, Copa do Mundo, precisamos colocar dinheiro em projetos concretos e realistas.

Apoiar, estimular, dar recursos e, principalmente, valorizar e reciclar os profissionais que multiplicam comos os de educação, bibliotecários, de saúde  no novo ambiente informacional.

(Quem mora no Rio sabe que o Pan deixou um rastro de desperdício na cidade.)

Chega de viajar na maionese!!!

Que tal para começar uma estátua do  Orkut Buyukkokten bem na Praça dos Três Podres Poderes  para que todos os orkutianos brasileiros em caravanas cíclicas possam render homenagem ao pai da Web 2.0 brasileira, que, por sinal, é turco.

(Não sejamos bairristas, o mérito a quem merece!!!)

 

Pode colocar a estátua do Orkut no lugar dessas 1.0. ;)

Pode colocar a estátua do Orkut no lugar dessa aí totalmente 1.0. 😉

Você é a favor?

Estive ontem no evento da IBM “Lotus Sphere 2009” e assisti a palestra de Luiz Prohmann, responsável pela implantação de uma Intranet colaborativa no HSBC, premiada pelo Nielsen Norman Group como uma das 10 melhores do mundo.

Apresentaçao aqui.

Palestra da HSBC no evento da IBM.

Palestra da HSBC no evento da IBM.

Das boas práticas para quem vai seguir os caminhos destaco do que vi ontem:

1- antes de começarem o projeto, entrevistaram, segundo eles, mais de 3500 funcionários dos mais diferentes escalões para saber os rumos a serem tomados, em um processo de baixo para cima, o que é fundamental para acertar os rumos do projeto;

2- optaram pela implantação gradual por fases, nas quais os usuários estão colhendo benefícios a cada etapa;

3- o pessoal da TI, (no caso Luiz Prohmann) falou na palestra – e tem isso como norma na implantação – de que se trata de um processo cultural e não tecnológico.

O que ainda me chamou a atenção:

1) lembrou que a palavra co-laborar, vem do latim laborar, trabalho, o que nos ajuda na a nossa velha bandeira do blog que colaborar é trabalhar juntos.

(Viajei no termo eu-laborar, que seria o trabalho do eu sozinho, ou dos departamentos isolados.)

2) a reafirmação da luta de todos contra a visão quadrada e compartimentada da troca de informações nas empresas, um slide bom sobre isso foi apresentado:

Como é e como deveria ser...

Como é e como deveria ser...

3- os anexos de e-mail agora são colocados na Intranet e depois vão, via links, para o destinatário, preservando e armazendo estes documentos de uma forma lógica e recuperável;

4-ainda: um banco afirmar que a colaboração veio para ficar e é apenas uma questão de tempo….fortalece bem a idéia, ligando ela, inclusive à produtividade, veja o slide:

O futuro virá...não tem alternativa...

4- por fim, a criação de blogs para o presidente, agora para diretores e a perspectiva para departamentos. Ainda vão chegar, não falaram nisso, de um para cada funcionário. E me parece que vão ainda pensar na idéia de que tudo que um empregado fizer vai para o seu blog, como tenho postado aqui.

Vou fazer contato com o palestrante para ver se consigo a palestra deles para meus 20 leitores.

É isso…

Ainda sobre a minha ida lá falarei:

Como as ferramentas das grandes empresas, tipo IBM, estão tentando chegar ao quarto de um adolescente, no mundo que virou de cabeça para baixo no qual a inovação de software está nas garagens e não nos grandes laboratórios. E ainda que a inovação hoje não é mais a idéia das ferramentas, mas como o mundo dos adolescentes vai “cair” no mundo formal corporativo, aí está o novo desafio, pois não se trata de como sera, pois já é, mas como se adequará, engraçado né…

Aguardem.

—————————

Pós-escrito – 2 de abril de 2009

Segue foto oficial do evento:

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Amigos, finalmente meu trabalho de doutorado começa a render frutos.

 

Número 32 - com meu artigo sobre Plataformas do Conhecimento.

Número 32 - com meu artigo sobre Plataformas do Conhecimento.

Pode-se obter a revista aqui.

É o meu primeiro debate sobre o tema.

Eis o texto do Marcos divulgando a palestra, é de graça, mas vagas são limitadas.

“Carissim@s amig@s!!!


Já de algum tempo que o Crie abandonou a idéia de que podemos fazer a
“gestão do conhecimento”. Preferimos a idéia de que devemos discutir como
fazer a gestão de uma organização na sociedade do conhecimento. Isto não é
um preciosismo de linguagem. Na verdade, quando dizemos que podemos fazer
a gestão do conhecimento estamos dizendo que é possível
gerenciar/controlar o conhecimento tácito, o que, manifestamente não
podemos. O que podemos é criar as melhores condições para que ele emerja,
que ele entre em ação. Mas não podemos “controlá-lo”.


Uma das pessoas que mais me alertou e me fez mudar o discurso foi o Carlos
Nepomuceno, que está concluindo um doutorado em Ciência da Informação
(IBICT)sobre o tema Plataformas do Conhecimento: de onde viemos e para
onde vamos? Ele escreveu o artigo âncora do número 32 da Revista
Inteligência empresarial, que lançaremos dia 02 de abril.


Numa tentativa de entender melhor a Internet e seus desdobramentos, seu
artigo e o debate com os presente deverá discutir:
– Se vivemos na sociedade do conhecimento ou na sociedade da rede digital?
– É preciso fazer a gestão do conhecimento ou a gestão das empresas na
sociedade do conhecimento em rede?
– Estamos afinal na primeira e única sociedade da informação ou em mais
uma sociedade da informação?


Carlos Nepomuceno (nepomuceno@pontonet.com.br) é professor, pesquisador e
co-autor do livro Conhecimento em Rede (Editora Campus), coordenador do
ICO, Instituto de Inteligência Coletiva e diretor da Pontonet.


Não percam este instigante debate!!!!


Lançamento da Revista Inteligência Empresarial
Dia: 02 de abril (quinta-feira)
Hora: 18h30
Local: VALER (Universidade Corporativa da Vale)
End:Av. Presidente Wilson 231 / 7o andar – Centro – Rio de Janeiro


A palestra é gratuita, mas como o espaço é limitado as pessoas devem
confirmar a presença mandando um email para paula@crie.ufrj.br ou
telefonando para (021) 2562-7843.


Grande abraço!!!


no Globo Online:


Marcos Cavalcanti
Coordenador do CRIE – COPPE/UFRJ

(Centro de Referencia em Inteligencia Empresarial)”

Sempre nos organizamos em rede.

Sempre precisamos do conhecimento e da informação para sobreviver.

Assim, não me parece próximo da realidade afirmarmos que somos a primeira sociedade do conhecimento, da informação ou da rede.

Pois seríamos, a partir daí, uma humanidade sem história.

Uma primeira sociedade nova na qual algumas coisas nunca vistas antes emergiram do nada como um gigante meio ET!!!

(Cuidado com muitos autores americanos, pois eles não gostam da história do mundo…)

O gigante é desconhecido?

O gigante é desconhecido?

Dentro dessa lógica, pela primeira vivemos tais aberrações, quando, na verdade, isso tudo que vivemos  tem passado.

A Internet não é um disco voador!

Há uma revisão teórica para pensar o mundo formado em redes.

A família é uma rede.

A empresa é uma rede.

Os paises são redes.

Que se articulam de determinada maneira.

Asssim, há redes e redes.

Podemos dizer que há uma mais ampla e geral, uma rede de conhecimento, na qual existe uma forma predominante, mutante e sempre mais sofisticada pela qual as informações circulam na sociedade, que criam ecologias informacionais distintas.

De forma arbitrária, pois se pode fazer outros cortes no passado, podemos identificar, inspirados em Lévy,  três grandes redes de Conhecimento na história humana:

  • A Rede Oral – baseada na fala – que permitiu a articulação entre os humanos no mesmo local, num modelo interativo um-um;
  • Rede Escrita – baseada nos alfabetos  – que permitiu a articulação entre os humanos , no qual o emissor poderia estar longe do receptor, num modelo interativo um-muitos, na qual se inclui, pela lógica o rádio e a tevê;
  • E, por fim, a Rede Digital, que se inicia com o computador, digitalizando os registros do passado e permitindo o modelo interativo muitos-muitos a distância, com a chegada da Internet.

Esses longos ciclos permitiram avanços na sociedade e foram ambientes informacionais que suportaram o aumento vertiginoso da população, nos dando a possibilidade da troca de idéias que necessitávamos.

(Na minha opinião, qualquer análise da sociedade atual que não leve em conta de alguma forma a relevância desses ciclos se arrisca fortemente a se afastar do que vivemos no presente e errar redondamente a respeito do futuro.)

O interessante é que cada uma dessas redes teve sua evolução própria, com uma lógica, digamos, bastante similar, o que – estudando mais a fundo – nos permitirá não só compreender determinados ciclos que estamos vivendo com a Internet, mas também o que possivelmente está por vir.

Há uma lógica que se repete!!!

Digamos que acontece algo da seguinte forma na vida de cada rede:

  • Uma nova tecnologia informacional aparece de forma rudimentar e é utilizada pelos nerds de cada época;
  • Cria-se uma indústria ou empreendedores que divulgam a nova tecnologia (os oradores, escribas, livreiros, fabricantes de computador, etc…), que reduz o custo do “acesso” às novas plataformas, como foi o caso da expansão da banda larga;
  • Massifica-se, assim, a tecnologia, que passa a se tranformar em cultura, vide a Web 2.0, a partir do uso intenso da banda larga;
  • A sociedade se adapta a nova forma de se produzir conhecimento;
  • Muda-se a sociedade, moldando o mundo humano a nova forma de articualção da nova rede (no nosso caso atual a da articulação muito para muitos);
Nem sempre avançar é evoluir....

Nem sempre avançar é evoluir....

  • Cresce a demanda por novos ambientes informacionais, que resolvam problemas do passado;
  • E surge dentro do processo uma nova Rede embrionária que servirá para enriquecer a anterior, num ciclo contínuo de mudanças.

Note que as Redes não se degladiam, mas se mesclam.

De uma forma inteligente, aproveita-se o que há de melhor em cada uma delas, num processo sábio de sobrevivência.

É essa lógica que me parece que se aproxima mais com o que estamos assistindo e nos possibilitará visualizar o futuro de novas formas de articulação, que suponho será, como mostra a história de novas articulações informacionais, do tipo eu-robô (agente de informação inteligente)  e dos robôs-robôs (negociando por nós), mas isso é assunto para outro post.

Que dizes?

Este post dá continuidade sobre aquele dos ecosistemas da informação

Logo depois complementei o assunto em:
A reforma do consumo e Web 2.0: você está pronto para dividir o poder?

Não vai ser difícil.

Será muito mais fácil do que imaginávamos a passagem das empresas feudais para as colaborativas.

 

O isolamento sem sentido está com os dias contados!

O isolamento sem sentido está com os dias contados!

A primeira ponte sobre o fosso já desceu.

A ferramenta “Google Search Appliance“, que acaba de ser lançada, ajudará na busca nos documentos internos das empresas, independentes dos feudos atuais.

Ou seja, está dada a largada para o Google corporativo, um ambiente interno meio parecido com o que já vemos aqui fora.

A busca do Google, entretanto, só vai funcionar direito se houver links. Explico: o Google no seu algorítimo estuda quem linka quem e define critérios de resultados.

Quanto mais Ibope tem um determinado site, mais pontos ganha quem recebe seu link.

Isso nas empresas, no início, vai ser complicado, pois ninguém linka ninguém no mundo feudal.

Nada serve ter uma base de dados sem relevância, sem critério de importância, o que está sendo feito na Web através da Inteligência Coletiva das massas, através do estudo dos links, que o Google sabiamente sabe coletar e depurar.

(Saímos do armazenamento sem colaboração para aquele que o usuário a cada acesso agrega alguma coisa à base.)

Aonde está o palalheiro que perdi minha agulha?
Aonde está o palheiro que perdi minha agulha?

 

O que nos jogará para a segunda etapa que é a criação dos blogs corporativos individuais, com direito a tags, folksonomias, comentários, RSS…

Cada funcionário terá o seu, publicará ali o resultado de seus esforços e o Google corporativo começará a separar o joio do trigo.

Some-se aí o esforço braçal coletivo de colocar relevância ao linkar, comentar ou dar nota para cada informação analisada.

(Note que hoje, se você lê um documento interno e não classifica, dá nota, comenta, nada. Aqueles cinco dez minutos dispendidos, vão literalmente para o lixo.)

E haja desperdício.

 

Não jogue o trabalho intelectual no lixo!!!

Não jogue o trabalho intelectual no lixo!!!

 

Diante desse novo suporte informacional, chegará a hora da lógica, a parte mais difícil, a nova cultura:

  • Eu trabalho e colaboro ao mesmo tempo.
  • Meu chefe já não é mais o “dono” único do meu trabalho.
  • Posso acessar a informação de outro feudo.
  • Serei valorizado pela importância que a comunidade me atribui.
  • Não, não se trata de um mundo bom, versus o mundo mau de hoje em dia.

Mas do mundo mais econômico e dinâmico, portanto,  necessário.

O mais complicado é a mudança cultural.

É onde entra a parte de quem manda, lá em cima, de ter clareza de que esse é o caminho. E apoiar nessa direção.

O resto, é tempo.

O grito que vem do auditório...

O grito que vem do auditório...

Não resta dúvida que as palestras não serão mais as mesmas.

A galera cheia de aparelhinhos, trocando impressões pelo Twitter e similares.

O palestrante terá um “silêncio barulhento”, no qual está sendo dissecado pelo público.

É uma resposta inteligente para a palestra no conceito antigo da idade da mídia do um (que sabe tudo) para-muitos (que ouvem calados).

O ideal agora é reduzir o tempo da apresentação inicial e deixar que a colaboração seja o tom, criando modelos nos quais as pessoas sejam parte integrante do processo.

Existem mil possibilidades  nessa direção.

Há perdas e ganhos nesse caminhar da palestra colaborativa.

Tenho para mim que uma das maiores dificuldades a ser superada pela  geração Y, que nasceu com a Internet, é a dificuldade de concentração.

Muita gente me fala que é uma cabeça multi-mídia, não resta dúvida, mas aumenta a dificuldade de ouvir o outro.

Há, além disso, o risco da superficialidade.

De viver de novidades e da falta de aprofundamento.

Veremos mais adiante muita gente sentindo a falta de se conhecer melhor conceitos, a história e as teorias,  formas de combater a ansiedade da informação, outra doença que cresce a olhos vistos.

Intuo que teremos um retorno aos mestrados e aos doutorados e menos necessidade de  MBAs.

Por outro lado, a revolta do auditório marca o fim das palestras de umbigo, nas quais o palestrante fala para ele mesmo, independente do outro lado.

Me acorda quando acabar...

Me acorda quando acabar...

No meio desse mar de novidades nos auditórios, existe o risco implícito de todo mundo falando muito, ouvindo pouco e não se informando quase nada.

Existe sim a possibilidade de se virar uma grande performance, mais do que um evento informativo e colaborativo, que ninguém lembra de nada no dia seguinte.

Portanto, há que ter cuidado!!!

Pode ficar marcado mais pela  farra do que pelo fato.

Concordas?

Já falei mais do Twitter por aqui.

Wikishop sobre Conhecimento em Rede na Prodesp

Antônio, Celso, Alfredo, Agnaldo, Felipe, Eu, Márcia, Mário, Júlio, Flávio, Edvar, Márcia, Marisa, Priscila e Vera.

Estive ensinando, aprendendo, discutindo, rindo e me divertindo durante quatro dias com o pessoal da Prodesp – Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo.  Nós chegamos a algumas conclusões sobre soluções e problemas para empresas 2.0, que compartilho neste post. Agradeço o carinho de vocês.

Quando se fala em blog  corporativo nas empresas, o mantra do pessoal é o seguinte:

Se eu compartilho,  não trabalho.
Se eu trabalho, não compartilho.

É o falso dilema das empresas modernas.

É a cultura consolidada de cada um publicando no seu HD, prestando contas para o seu chefe e indo para casa com a sensação do dever cumprido.

No fundo, todo o discurso da gestão de conhecimento, gestão da informação saudável, fala em colaboração, mas colaborar é trabalhar?

Em algum lugar do passado, em função das hierarquias necessárias para um outro tempo, no qual as redes eram limitadas ao espaço físico, acabamos nos fechando em áreas, departamentos, feudos, muralhas, fossos.

É o feudalismo corporativo em pleno século XXI.

Quem manda no meu feudo sou eu!!!

O problema é que a empresa está aí, no mundo.

O mundo está aí vivendo a revolução do vulcão Internet.

Ou seja, um novo ecosistema de informação.

Tudo é mais rápido, é preciso saber o que cada um faz, o que estuda, o que pode, o que não pode contribuir com o todo.

Não é uma questão de ser bacana, ou moderno, mas de necessidade e, principalmente, sobrevivência!

Como diria D.Pedro II:

Integração ou morte! 

O feudalismo corporativo é inoperante.

O chefe-rei do pedaço que diz que-tudo-que-se-produz-no-seu-reino-é-seu está vendo o  campo lá fora pegar fogo, mas só tem um balde para resolver o problema.

Vai dar?

Haja balde!!!

Haja balde!!!

De tudo que vi, li e mexi, nada foi mais gestão de conhecimento, gestão de informação do que essa garotada anda fazendo nos blogs, youtubes, flickrs, slidesshares da vida.

Tudo flui.

 

Nada melhor do que ver o que funciona lá fora...

Nada melhor do que ver o que funciona lá fora...

As empresas vão aderindo aos poucos.

É preciso apenas passar por algumas etapas e reflexões:

1- trabalhar e colaborar tem que ser a mesma coisa, o mesmo gesto;

2- isso é feito publicando tudo nas “nuvens” da sua empresa.

Acabou um relatório? Não, não vai para a mesa do chefe, mas para a sua “mesa virtual”;

3- na sua mesa virtual (ou blog corporativo), como queiram, estarão de forma fácil, colocados por você:

  • todos os seus trabalhos pedidos, pois é ali que você vai salvá-los;
  • sua foto, que você coloca uma vez e atualiza quando achar necessário;
  • seus parceiros de trabalho, formais e informais, incluindo da hierarquia, acima e abaixo, que você escolhe e, pela sua área da empresa, é escolhido;
  • os clientes que você conhece, fornecedores, já que a cada visita você tem que fazer um relatório e ele em vez de ir para gaveta vai para as nuvens;
  • seu perfil, que se coloca uma vez e se arruma quando tiver novidades;
  • o que você já acha que tem competência  e quer ter, já que a cada curso feito, pela empresa, ou não, você tem interesse em mostrar que sabe;
  • o que está lendo, estudando, vendo, fotografando, conhecendo, linkando, etc, pois quando mais você incluir dados relevantes, mas o seu “ranking colaborativo” vai subir e ele vai passar a ser valorizado (aonde entra o dedo da direção no processo);

Ah sim, o conjunto de mesas virtuais, através de ferramentas integradoras como um RSS, formam o seu “departamento virtual”. E os “Departamentos Virtuais” formam a empresa colaborativa 2.0.

 

O caminho para as nuvens é curto...

O caminho para as nuvens é curto...

No fundo, no começo nada muda, apenas você vai salvar exatamente o que faz na sua mesa virtual.

Depois, com a informação transparente, a colaboração e o aproveitamento dos dados vai surgindo naturalmente.

Será que alguém tem uma apresentação sobre XXXX?
Será que alguém já fez um relatório parecido?
Será que já fizeram um projeto igual?
Quem conhece esse cliente ou esse fornecedor,  que esperar deles?  

Tudo pesquisável por uma boa ferramenta de busca Googleniana, tagueado, folksonomizado.

O blog corporativo, assim, é o mesmo trabalho que você já tem, só que nas nuvens.

O que abre a empresa para uma nova etapa, diminuindo a importância dos departamentos, mas isso vem com o tempo.

Assim, tudo que o capital intelectual faz e, principalmente, deixa de fazer repetido, se aproveita, no mundo 2.0.

Qualquer coisa distante disso, é jogar horas de capital humano pela janela.

E capital humano é caro, né?

Nessa empresa 2.0, quem publicar apenas no HD ainda não trabalhou.

(Será que ainda teremos HD no futuro?)

Adeus boa parte do trabalho burro, repetitivo, ineficaz!

Está tudo ali na mão é só ir arrumando para que um não repita o que outro já está fazendo, o que cada vez vai ficar mais transparente.

Na empresa 2.0 tudo está na nuvem.

E pode acontecer algo parecido com o que o Agnaldo da Prodesp me contou em sala de aula.

Uma moça foi ao médico no serviço público e o prontuário dela foi para o computador compartilhado em rede.

Quando foi em outro posto de saúde,  a atendente achou os dados e disse para a moça várias informações existentes.

A paciente, impressionada, comentou:

“Empresa fofoqueira essa sua, hein”. 😉

Saber é tudo!

Mais sobre o tema.

Oh vida, oh azar – Hardy ha-ha.

Quando inventaram a faca, uma parte do mundo pensou: ” como será bom cortar um pão de forma mais fácil”. E a outra: “Finalmente, um instrumento perfeito para matar fulano”.

As tecnologias servem aos propósitos humanos, para o bem ou para o mal.

A faca não tem nada com isso...

A faca não tem nada com isso...

Elas, em si, são apenas camadas sob as quais caminhamos para diversas direções.

Assim, quando há novidades no front temos os Nerds (difusores) lutando contra os Freds (reativos).

Aqueles que acham que chegou o paraíso versus os que estamos às portas do apocalipse.

Ninguém tem razão na casa de Noca – só o bom senso.

Só que como é careta não ser moderno, o discurso predominante é o dos Nerds, que, muitas vezes, passam por cima de posições interessantes dos Freds.

Um Fred em ação.

Ninguém vai pegar uma faca e enviar na própria barriga, mas não quer dizer que não vai ter ninguém no mundo que não vá se suicidar com a faca.

Ao se ler “Primo Basílio” do Eça de Queirós, por exemplo, temos retratato ali o ambiente de papo de final de tarde.

As pessoas se sentavam na sala, ou na varanda, para falar do mundo.

A estória se desenrola praticamente nesse ambiente.

Um espaço interessante de troca, que o rádio invadiu, depois a televisão. E agora com a Internet, em alguns casos, resgatou-se.

Meu filho chega da escola e vai para o MSN continuar o recreio.

É melhor ele ali do que na frente da tevê.

Ou não é?

Na tevê, ele só recebe e não interage, já no MSN….

E ainda se puder ainda sair de casa para jogar bola, etc…show!

O que é melhor interação com colegas no MSN ou na televisão?

O que é melhor interação com colegas no MSN ou na televisão?

Considerar que o rádio que tirou o Primo Basílio do papo de final de tarde só trouxe coisas boas (as notícias do mundo, que ampliou o universo regional) é parcial, como também pode ser a interpretação de de que foi uma bomba encadeadora da desintegração do lar e da conversa da família.

Há uma inevitabilidade de algumas tecnologias.

O trem, o avião, o rádio, o telefone….

Elas são necessárias para um planeta que tem cada vez mais humanos.

Tudo vem para tornar isso possível, tirando, obviamente, ações interessantes, características, que perdem espaço.

Quando inventamos o livro, perdemos a capacidade de guardar estórias no cérebro – nossa memória encurtou.

O mesmo hoje podemos ver com as calculadoras, nossa capacidade de fazer contas de cabeça se reduziu.

Mas se temos as calculadoras por que calcular de cabeça? Mas o cálculo de cabeça desenvolve uma parte do cérebro que ficará atrofiada? O que colocar no lugar?

E por aí vai o debate…

O jogo do perde e ganha.

O jogo do perde e ganha.

Não devemos ouvir apenas os utopistas, os nerds, pois há um conjunto de fatores nocivos de cada tecnologia que deve ser combatido, adaptado, não com um processo de fora do movimento, mas dentro dele para poder influenciar e não ficar jogando água no chope.

Como é uma luta entre opostos, cada um estica, ao máximo, o seu ponto de vista, o que torna o discurso de ambos os lados, em alguns momentos, monocromáticos.

O livro “The cult of the Amateur” – de Andrew Keen, um nerd arrependido, é, por exemplo, ponto de encontro dos Freds.

O pai dos Freds e dos Hardys...

Andrew Keen - 0 guru dos Freds.

Lá, ele questiona a Web 2.0 de cabo a rabo.

Acredita que a participação das pessoas pela rede vai mais trazer ignorância, narcismo, mediocridade.

E que iremos sentir falta de um bom editor que dê sentido ao caos.

Vocês me perguntam, concordas?

Não, mas em parte, há riscos no processo que temos que ficar atentos.

Estamos construindo, às duras penas, esse novo tipo de filtro sem um editor formal e não é fácil.

Mediocridade, narcisismo e superficialidade podem crescer. É preciso cuidado.

O que está para trás não era o ideal, não significa que tudo que vem é melhor.

É preciso muita discussão e negociação para se chegar a um bom senso.

Estamos em um processo de mudança de longa data  que, na verdade, começou com o rádio e depois principalmente com a tevê, que vem tirando dos jovens o gosto pela leitura individual, que desenvolve, entre outras coisas, o bom hábito da concentração.

Mas, de certa forma, a Internet, em parte, resgata o que a tevê e o rádio deixou para trás: o diálogo e o retorno da escrita e da leitura, mesmo que a midiática.

A tevê me deixou burro demais – Titãs.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=7wv7NabwtC0&feature=related]

Alertar e propor ações concretas para suavizar os impactos da tecnologia é algo fundamental, saudável.

Se colocar na frente da onda e mandar a ressaca diminuir o tamanho, é uma atitude tão narcisista – para chamar a atenção para si – daquilo que se pretende combater.

Tem gente que não quer colaborar, mas só aparecer.

Tem gente que não quer colaborar, mas só aparecer.

Na televisão, antigamente, tínhamos um desenho do Lipi e do Hardy, o Leão pró-ativo e da Hiena reativa e pessimista.

Para um, tudo ia dar certo; para o outro, “oh vida, oh azar”, o buraco.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=LA0czf_aeW0]

No final, eles se entendiam e vinham os comerciais.

Que achas?

Quanto mais rápida é a alteração técnica, mas nos parece vir do exterior – Pierre Lévy – da minha coleção de frases.

Há algum tipo de interesse de acompanhar a evolução do Pão de Açúcar? Ou do Corcovado?

Cadê os montanhólogos?

Cadê os montanhólogos?

São montanhas paradas, que evoluem microscopicamente, foram formadas há milhões de anos e estão ali estacionadas no tempo.

Não há os montanhólogos. Por quê?

Não há necessidade.

Já um vulcão são outros 500….

Um vulcão é uma montanha pró-ativa! ;)

O vulcão é uma montanha pró-ativa! 😉

Vulcão mata gente.

Tem uma lógica se afirmarmos  que um vulcão não é uma montanhazinha qualquer. Concordas?

Inventaram, então, por necesidade, os vulcanólogos.

O que tem movimento e impacto social, se estuda.

O que não tem…deixa quieto.

As ecologias da informação tem algo de vulcão.

Por estarem quietas ao longo dos séculos, os seres humanos olhavam para elas como se fossem montanhas – paradas.

Relembro da minha coleção de frases:

Uma tecnologia só é uma tecnologia, se você nasceu antes dela – Alan Kay.

Hoje, uma criança acha que o ser humano sempre teve televisão. E o que o celular já faz parte do nosso corpo.

Os vulcões pareciam montanhas.

O problema é que passaram a entrar em erupção de forma constante no último século, do rádio ao Twitter.

Tudo muito rápido e se pergunta aqui na rua: cadê os vulcanólogos da informação para explicar esses fenômenos e nos proteger deles?

Quem achar por aí, avisa...

Quem achar por aí, avisa...

Quem poderá saber exatamente a dinâmica da erupção atual e da próxima do vulcão das ecologias informacionais?

Ou seja, os diferentes ecosistemas da informação sempre existiram, só que estavam tão “montanhas”, que não tínhamos a noção de sua capacidade de produzir larvas e mais larvas, de repente, como foi com a Internet e seus desdobramentos.

Há um nó teórico no ar, pois se os ambientes de informação se modificam e moldam a sociedade, é preciso estudá-los.

Defendo o que disse Castells:

1) não somos a sociedade do conhecimento, esse sempre foi importante;

2) somos a sociedade da rede.

Veja o texto literal, na qual ele questiona a idéia da sociedade da informação e do conhecimento:

” This approach is different from the conceptual framework that defines our societies as information or knowledge societies. To be blunt, I believe this is an empirical and theoretical error“.(pg.8)

Mais adiante ele afirma, como o título do artigo propõem,que vivemos na sociedade da rede:INFORMATIONALISM, NETWORKS, AND THE NETWORK SOCIETY: A THEORETICAL BLUEPRINT.

É sobre a rede que nossa atual ecologia se equilibra e não sobre o conhecimento ou a informação, que sempre foram importantes e fundamentais, dosados pelo tamanho da população planetária.

Assim, a rede digital é bola da vez no mundo vulcânico da informação.

Sempre formos sociedades da informação e do conhecimento, baseados em  ecologia informacionais mutantes.

O que muda é a ecologia, o resto: a necessidade da informação e do conhecimento permanecem as mesmas.

Sem elas, não sobreviveríamos enquanto espécie!!!!

É preciso termos nova ciência e cientistas que estudem a fundo as ecologias informacionais, se quisermos desatar os nós do passado e, principalmente, não embolar mais essa barafunda de fios, no futuro.

Um novo cientista para colocar tudo nos seus devidos lugares.

Um novo cientista para nos ajudar a colocar tudo nos devidos lugares.

Concordas?

O Time Magazine quer dizer que os Rolling Stones
Já não cabem no mundo do Time Magazine
Mas eu digo (Ele disse)
Que o que já não cabe é o Time Magazine
No mundo dos Rollings Stones Forever Rockin´And Rolling. (Caetano Veloso).

 

No mundo de Caetano.forever.com.br ;)

O jornal Valor publicou matéria entitulada “Nova mídia elege e fiscaliza“. O artigo aborda o “uso” da Web 2.0 na eleição de Barak Obama.

Abre-se o artigo assim: 

“A recente experiência americana mostra que plataformas digitais (Internet e celular) podem ser estratégicas em campanhas eleitorais.”.

 O que me incomodou e me incomoda ao discutir implantações de projetos Web 2.0 é essa idéia de que faremos uso de novas mídias.

Não se trata de novas mídias para se fazer uso, mas de um mundo novo que exige novas práticas.

Repito: as novas tecnologias informacionais estão criando um novo ambiente de conhecimento.

Nesse novo ambiente, há uma nova possibilidade de troca de informações. 

Uma realidade bastante diferente quando implantamos ao longo dos últimos dez anos projetos na Internet, como um site ou uma Intranet.

Considerávamos este projetos como da competência  do marketing ou da comunicação.

Naquele momento, de certa forma, estávamos realmente usando uma nova mídia no mundo 1.0.

Implantávamos uma nova tecnologia, mas interação continuava a mesma.

“Eu público e você lê.”

 A Web 2.0, entretanto, é o amadurecimento, a evolução do mundo em rede, que nos traz uma nova forma de interação. 

“Nós publicamos e discutimos”.

Um novo paradigma...eu e você publicamos...

Um novo paradigma...eu e você publicamos...

O que implica naturalmente na adoção de novos valores na forma de interagir com os usuários e, no caso aqui, com os eleitores.

E fácil prever que muitos políticos brasileiros irão tentar imitar o presidente dos EUA.

Mas, como diz Caetano, “o que o que já não cabe é o Time Magazine, no mundo dos Rollings Stones”.

Ou melhor,  não foi Obama que usou a “nova mídia”, tratou-se de um novo tipo de campanha eleitoral mais próximo do mundo 2.0.

Na qual nem o candidato é o mesmo, nem os eleitores.

É outra coisa, mermão

Um novo candidato para novos eleitores...

Obama e um jeito novo e curioso de simbolizar a Web 2.0...;)

Qualquer tentativa de “usar a estratégia Obama”, pode ser um bom tiro pela culatra!

 

Concordas?

 

Parada, a informação queima!

Parada, a informação queima!

Se isso era realidade no passado, sempre foi assim, o processo se acelerou com o computador e mais ainda com a Web.

Uma carta para Portugual quando Cabral chegou ao Brasil levava três meses para ter uma resposta.

Tudo, nesse interim, aguardava as ordens do rei.

Nesses mais de 500 anos, entre a chegada de Cabral ao país e o nosso mundo Web, tivemos vários ecosistemas da informação, cada um mais ágil do que outro.

Hoje, com a Web, se fala on-line com Portugal, por e-mail, se quiser, mas pelo MSN, Skype, a um custo arrasadoramente menor do que nos tempos do Pero Vaz Caminha.

Noambieente de conhecimento em rede digital da atual sociedade, a retroalmentação ganhou uma nova velocidade.

A informação boa é aquela que circula, que é comentada, que recebe nota, que é identificada pela massa, que nunca está parada!

Ou seja:

– Que a ela seja sempre incorporada novos registros para ser, ao longo do processo, enriquecida pelos demais usuários e cada vez mais relevante, pois é uma entre milhares;

– Que ela esteja acessível, de graça e em rede;

– Que tenha cada vez menos ruído, comentários bobos, indesejáveis, tags que não representem o que significam;

– E, para isso, compartilhada cada vez mais, através de comentários, palpites e edições, como nos Wikis.

A informação escondida ou (quase) parada tinha valor, quando o ecosistema era lento e quem guardava uma carta na manga acabava tendo vantagem,

A carta na manga é não deixar a informação parada.

A carta na manga é não deixar a informação parada.

Hoje, a informação precisa circular e rápido, pois se não estiver em movimento e compartilhada em rede, se tornará inútil.

O rei da cocada preta de colocar a informação no armário já foi poderoso, hoje está fora de moda.

Um exemplo?

Um vendedor de celulares descobre um novo filão, a partir do uso diferente de um equipamento de uma firma no interior de São Paulo.

O tempo em transformar esse dado em uma decisão estratégica, vai depender do ambiente informacional implantado.

Se a informação tiver espaço para circular, ser analisada,  potencializada por uma ação de markentig rápida, a empresa sai na frente.

Sai na frente, quem cria um ambiente informacional dinâmico.

Sai na frente, quem cria um ambiente informacional dinâmico.

Para isso, tudo tem que se adequar ao ambiente de rede, no qual cada usuário, independente em que ponto hierárquico da empresa esteja, possa gerar dados relevantes, que possam ser agregados pelos outros, como as experiências mais ricas da Web aqui fora tem demonstrado.

Ou seja, nos tempos da Web-Dengue: informação e água parada só dão mosquito.

Concordas?

This post, in English.

Ter um blog dá trabalho? – pergunta um amigo.

Se você leva a sério, sim, bastante.

Estou aqui aberto aos visitantes...

É um acervo enorme de links, textos, fotos, idéias a ser armazenado.

Acaba descobrindo que faltou uma crase aqui, um erro acolá.

Tenho relido os textos mais lidos no blog para fazer uma revisão permanente.

Assim, não acho que um blog é para todo mundo.

Desde que criei o meu, entretanto, ele mudou muitas coisas na minha vida.

1) passou a ser um espaço no qual as minhas reflexões desaguam;

2) é uma espécie de fio sobre as nuvens, que, independente do tempo me dá um norte (com clientes ou sem clientes, essa é minha loja);

3) é uma digitalização das minhas idéias soltas, que passam a ser compartilhadas, recuperadas e comentadas, criando um acervo e, por que não, um legado acessível a quem estuda o tema.

Meu trabalho é diário, pois ter uma loja é trabalho.

E aí vem essa idéia que começou a se concretizar na minha cabeça.

Um blog é a loja do consultor.

O consultor vende exatamente o que?

Horas ou idéias?

Diria: vende idéias e pode cobrar por horas.

Se alguém quer te contratar, precisa saber qual é a sua “mercadoria”.

Um consultor vende vento....que pode ajudar o barco do cliente a navegar...

Um consultor vende vento....que pode ajudar o barco do cliente a navegar...

Para quem vive de consultoria, ainda mais na web, não ter um blog é a morte.

Vale tanto para a forma, quanto para o conteúdo.

Dessa forma, quando sou contratado saio da minha loja, vou lá, atendo e volto.

Estou aqui atrás do balcão, recebendo os meus visitantes, limpando a vitrine, colocando novos produtos, saudando quem comentou, quantos vieram.

Passeando pela loja dos meus pares.

Os resultados estão vindo devagar, sem pressa.

E mantém o meu principal instrumento de trabalho (minha cabeça, com sua capacidade de pensar, intuir e linkar) sempre afiada.

Pode vir, estou aqui atrás do balcão para te dar “Bom dia!”.

É só sentar aí para tomar um café!

Há um  problema cada vez maior nesse mundo conectado, com informação abundante.

É difícil separar o que é relevante da fofoca.

(Entende-se fofoca tudo que dali a dois dias você não lembra.)

Como o excesso de informação nos dá um certo ritmo, uma ansiedade, queremos consumir rápido qualquer coisa.

Mas estamos realmente bem informados?

No Instituto Nepô de Observação acredito que podemos fazer o seguinte gráfico:

apresentacao12

Como vimos no post anterior sem uma estratégia do que é fundamental, ficamos sobrecarregados.

Se alguém reclamar que não tem tempo mais para nada por causa do excesso de informação, saiba que ali reside um problema de estratégia.

Note que se você não sabe o que é praticamente imutável na sua área de atuação, aquelas que mudam muito lentamente, ou praticamente permanecem estáveis, ficará muito difícil saber como encaixar as novidades.

Em resumo:

Se não sabermos o que raramente muda, fica difícil compreender o que muda toda hora.

Fica complicado localizar as pequenas mudanças e encaixá-las no quadro maior.

Considero como informação extremamente relevante:

  • O estudo aprofundado e revisitado da história da sua área de interesse;
  • Dos autores fundamentais e dos “gurus” como estão pensando hoje;
  • Do perfil e procedimentos básicos dos atuais participantes daquele movimento, tanto os da velha geração, como o da nova;
  • As novas tecnologias relevantes (geralmente comentada e recomendadas) pela sua rede de “gurus”, aquelas que passam a fazer diferença e merecem a sua atenção.

Ou seja, tudo que vai lhe ajudar a atuar melhor no campo escolhido.

Me parece que vivemos hoje mais de fofoca, de Big Brother, sabendo sempre da última, mas estamos cada vez mais mal informados.

Estamos trocando consistência por superficialidade.

Fofoca  é distração, interação, tem o seu espaço, mas  não informação fundamental que vai tomar quase todo o seu tempo!!!

Fofocar é bom, mas não exagera!!!

Mora da história: fofocar é bom, mas não exagera!!!

Que achas?

Não tem jeito!

Você não vai dar conta de tudo que acontece nesse nosso mundo conectado.

Somos mais humanos, com mais registros, limitados pelo nosso tempo acordado e o equilíbrio entre trabalho e lazer.

Basicamente, estar perdido em dados, é, antes de tudo, um erro estratégico.

Você precisa aprender a dizer não.

Assim, para dizer sim, é preciso definir:

  1. Qual é a minha banda?
  2. Que música toca?
  3. Para que coreto ela vai?
  4. E quem pode me ajudar a dançar e tocar melhor?
Onde tua banda toca?

Onde tua banda toca?

Tudo que está fora dessa contexto, pode ser visto, quando você estiver com tempo de sobra.

(Será que você ainda tem algo assim?)

Vejamos os detalhes:

Qual é a minha banda?

É preciso definir um ou alguns nichos promissores, sem, claro, perder a noção do todo, mas qualquer acompanhamento que fizer terá que levar em conta a sua praia.

(Não existem pesquisas aleatórias, pense sempre em acompanhamento da banda!)

(Vou depois postar sobre o nicho do mimado e do focado – no primeiro se força a barra, no segundo se aproveita a onda.)

Que música toca?

Saber escutar para não se perder no ritmo.

Saber escutar para não se perder no ritmo.

Todo nicho tem características perenes e mutantes. O importante é ter uma base boa daquilo que não se modifica para poder separar daquilo que se altera. Isso se chama teoria, conceitos, reflexões e, principalmente, visão histórica. É importante partir de bases sólidas, senão toda novidade boba vira bomba nuclear.

Para que coreto ela vai?

A idéia de que os nichos não se mexem já era antiquada, agora é um veneno. Há mudanças claras com a digitalização e conexão de tudo, que torna o processo cada vez mais dinâmico. Analisar as informações nessa perspectiva de como se encaixa na estratégia geral, ajuda muito.

Em qual coreto seu nicho vai tocar amanhã?

Em qual "coreto" seu nicho vai tocar amanhã?

E quem pode me ajudar a dançar e tocar melhor?

Cada nicho de interesse, tem os seus “gurus” (os caras que conseguem ver por cima da multidão).

São eles que sempre estão antecipando o futuro, dando ordem ao caos e ajudando a nos localizar no mapa. Muito mais importante do que se perder em detalhes, vale estudar a fundo esses caras, seguí-los em todos os cantos e aprender com eles como encaixam as peças no tabuleiro.

Os “gurus” podem ser até amigos, sempre ligados. Ou pessoas que você não conhece.

Seguir o guru certo faz toda diferença...

Seguir o "guru" certo faz toda diferença...

Montar essa rede demora um tempo, mas é o bem mais precioso que você pode contar para estar realmente por dentro do que vai te interessar hoje e amanhã.

Uma rede de  “gurus” dos nichos nos protege de possíveis alterações no ambiente, antecipa movimentos e nos economiza tempo.

Fora essa bem montada rede informacional anti-ansiedade, o resto é lazer.

Aproveite e relaxe.

A estrada  tem que ser curtida.

Concordas

Concordas?

Nada mais na contra-mão do que a recente demissão de 4 mil funcionários da Embraer.

Para que lado está se olhando?

Para que lado está se olhando?

A Embraer é nitidamente o Brasil do conhecimento, da tecnologia de ponta, na qual os empregados devem ter escutado várias vezes a idéia de que “precisamos fazer o compartilhamento do conhecimento”.

Mas na hora da verdade  – quando o bicho pega –  vale a lógica do acionista, do modelo do ecosistema de informação passado: da hierarquia, do poder na mão de poucos e no da força de trabalho braçal e não intelectual.

O interesse dos acionistas não é o mesmo dos empregados.

Hoje, os acionistas não são aqueles que trabalham.

Ou seja, a empresa é da colaboração, do conhecimento, no discurso, mas, na prática, até a primeira crise considera o trabalhador uma peça na engrenagem e não a própria engrenagem.

Para quem quer construir uma “empresa do conhecimento“, um fato traumático  como esse é um péssimo começo.

Se houver volta, como tem se tentado, o ambiente colaborativo nunca mais será o mesmo!

O barco só é o mesmo quando afunda?

O barco só é o mesmo quando afunda?

Há uma contradição clara sobre o que se fala da nossa atual sociedade (de que todos têm que colaborar)  e o modelo real do capitalismo vigente.

É uma dicotomia, pois vivemos a ecologia informacional da rede, que acelera a inovação e pede criatividade, versus o modelo empresarial baseado na exploração dos trabalhadores por hora trabalhada.

Note que um cartão de ponto consegue medir o tempo que um empregado ficou no trabalho. Mas como medir que um funcionário está dando a sua melhor capacidade de criar?

No ambiente passado, bastava fiscalizar.

Agora, há que se criar um ambiente saudável para que haja o envolvimento.

Estamos saindo do capitalismo forçado para o de adesão.

Da competição entre os setores e empresas, para o da colaboração.

Não é um discurso socialista, mas realista.

Veja a lógica:

Sem motivação, não há criação.

Sem criação, não há inovação.

Sem inovação, não há competitividade.

E sem competitividade….

Ou seja, o “novo-trabalhador-participante-e-acionista”  se não se sentir embalado no mesmo barco (de fato e de direito) sempre ficará de pé atrás, com a criatividade no bolso.

Assim, ou o empregado entra na lógica do sistema e passa a ser parte integrante dele, ou tudo vai parecer, como se vê hoje com as atuais demissões, um papo para boi dormir.

O papo de empresa do conhecimento não pode embalar o boi...

O papo de empresa do conhecimento não pode embalar o boi...

O ambiente informacional colaborativo vai para o buraco. E, com ele, o futuro da empresa.

O capitalismo do conhecimento fake não terá vida longa, pois o ambiente informacional mudou e com ele – como a história mostra – haverá uma revisão no modelo da organização do poder em todas as instâncias.

Ou se mudam os valores, ou o pessoal vai procurar quem realmente esteja construindo um novo modelo de negócio inclusivo.  O mercado e a competividade mostrarão – como já têm feito –  que esse caminho é o mais adequado ao novo momento.

O processo da transformação de novos valores em novas instâncias de poder, não é imeditado, mas será inevitável: foi assim na história.

Estamos entrando no capitalismo colaborativo, na qual a idéia de que há um patrão que organiza a empresa e colaboradores que podem ser demitidos na primeira crise já estão e  ficarão cada vez mais anacrônica.

Empresa do Conhecimento?

Empresa do conhecimento: verdade ou armadilha?

Concordas?

A Ecologia da Informação é um conceito apresentando por Thomas Davenport, que evoluí aqui com meus botões para o seguinte:

Um ecosistema de informação é um ambiente de troca de informação, que passa a ser preponderante em uma sociedade e, por sua dinâmica, adotada em todo o planeta.

 

Há no mundo um ecosistema informacional hegemônico.

Há no mundo um ecosistema informacional hegemônico.

 

Os ecosistemas se modificam, a partir de uma nova tecnologia de informação, pois barateia o custo da circulação das idéias.

As alterações nos ecosistemas estão diretamente relacionadas ao aumento populacional, já que mais habitantes demandam mais produtos e serviços, que geram mais necessidades informacionais, tornando os ecosistemas passados obsoletos, gerando uma demanda por novos para facilitar a troca e o compartilhamento de conhecimento.

Obviamente que há sub-sistemas, até hoje, temos tribos indígenas sem escrita, populações de analfabetos, de não usuários de computadores ou da Internet, mas podemos dizer que há na sociedade um preponderante.

O ecosistema, portanto, é  hegemônico, mas não evolui de forma homogênea na sociedade.

São movimentos seculares que agora, com a inovação constante das novas tecnologias de informação, ganharam outro ritmo e ficaram mais evidentes.

Ou seja, sempre existiram, mas como demoravam para mudar pareciam imóveis.

Podemos destacar na história humana os seguintes ecosistemas da informação:

O do silêncio – quando ainda não falávamos, gesticulávamos ou grunhíamos;

O dos grunhidos e gestos – antes da fala;

O oral – quando os grunhidos passaram à palavras;

A escrita –  ao registrarmos o que falávamos;

O livro impresso – quando desenvolvemos tecnologias que reduziram o custo da distribuição da palavra escrita;

Das mídias de massa – ao podermos espalhar a voz e a imagem cada vez mais longe;

Do computador – que expandiu a possibilidade do armazenamento e recuperação da palavra impressa, da voz e dos gestos;

Da rede – que permitiu integrar todos os outros ecosistemas, reduzindo o custo de todas as ações informativas.

A cada ecosistema humano de informação estabelecemos uma forma de articulação entre as pessoas.

Até o surgimento da escrita, toda a articulação humana era feita de forma presencial, eu te vejo, você me vê, nós nos falamos.

Passaremos chamar de articulação informacional um para um, inspirados por Pierre Lévy;

Com a escrita, iniciamos a jornada da articulação um para muitos, à distância, que foi cada vez mais se sofisticando, até a chegada da rede;

Com a rede, iniciamos a articulação  muitos para muitos, também a distância, inaugurando além de um novo escositema, mas criando ainda uma nova forma de articulação.

(Notem que nas cavernas podíamos ter a articulação um-para-muitos, ou muitos-para-muitos, mas sempre limitados ao espaço físico com a presença de todos os atores. A novidade dos ecosistemas posteriores foi poder incluir novas formas de articulação à distância.)

Com a rede, temos uma dupla passagem nos ecosistemas informacionais, similar à passagem do ecosistema oral para o da escrita, ainda inspirados em Lévy.

Ou seja, há uma dupla passagem: novo ecosistema (da rede) e nova possibilidade de articulação (muitos para muitos a distância).

A rede – agregadora de todos os outros ecosistemas anteriores – conseguiu, ainda, além disso,  reduzir drasticamente todos os custos das atividades informacionais dos ecosistemas passados , como mostra a tabela abaixo:

 

ecosistemas1

 

 

Houve a redução na difusão, articulação, armazenamento e recuperação da informação. Além de criar uma desintermediação do acesso à informação, já que as bases de dados, antes localizadas em ambientes não acessíveis e regionais, migraram para a rede.

E permitiram que o próprio usuário possa, cada vez, mais interagir direto com estas bases de dados, permitindo, inclusive, que possa incluir seus registros (blogs, comentários, venda, etc), com rápido e barato armazenamento e recuperação da informação.

A história nos mostra também que mudanças nas ecologias de informação têm forte impacto na sociedade e gera três movimentos distintos:

  1. O surgimento de novos hábitos informacionais;
     
  2. Que geram novas lógicas e valores, a partir da circulação e articulação de nova idéias;
     
  3. Por fim, a nova lógica se tranforma em uma nova cultura, que passa a exigir novas estruturas de poder, já que a maneira que a informação circula está diretamente ligada a forma que pensamos e concebemos como devemos nos organizar socialmente.

Podemos dizer, assim, que hoje a sociedade já passou pelas primeira etapa das mudanças dos hábitos, já  está gerando gradualmente uma nova cultura e valores e se prepara, como vimos na eleição do Obama, para começar uma nova etapa de questionamento dos modelos de poder em todas as instâncias.

Já vemos e veremos no futuro mudanças similares à difusão das novas idéias, através dos livros impressos, que resultaram em diversas revoluções (francesa, americana, industrial, russa, etc)  e moldaram a sociedade que vivemos.

Entretanto, se compararmos às mudanças anteriores, com o grau de alteração do escosistema atual, da rede, podemos dizer que nessa escala nunca havíamos tido tantas novas variantes e com um agravante: em escala global.

É muito difícil prever o que está por vir, mas, certamente, podemos ter algumas pistas iniciais, por exemplo:

– uma desentermediação cada vez maior, rediscutindo todas as instâncias hoje necessárias dos três poderes legislativo, executivo e judiciário;

– um mudança no modelo empresarial capitalista, que envolva fornecedores, consumidores e trabalhadores em um ambiente mais colaborativo; 

– A passagem de ambientes sociais hierárquicos para verticais, entre outras.

Mais: as alterações dos ecosistemas informacionais farão parte de nossa vida, vide a Web 1.0, Web 2.0 e se fala agora na Web 3.0..

Não serão mais seculares, mas cada vez mais próximas e visíveis.

Em função disso, teremos que criar uma ciência multidisciplinar  para estudar esse novo fenômeno e repensar a maneira de como olhamos a história passada e nos preparar o futuro, pois a influência destes ecosistemas foi muito maior do que imaginávamos anteriormente.

Há uma clara crise teórica a ser resolvida.

Vivemos, portanto, um momento interessante, único, particular, instigante – um cruzamentos da humanidade.

O nascedouro de uma nova civilização, baseada na rede, o que não quer dizer que será melhor que as anteriores, pelo contrário, mas que terá uma forma organizacional completamente distinta da que estamos acostumados atualmente.

As mudanças sociais, como vimos na história,  são  mais lentas que o avanço tecnológico, mas são constantes e definitivas.

(O poder hegemônico da Igreja e da Monarquia, como tivemos na Idade Média,  foram enterrados depois do livro impresso, em um processo que demorou quase 300 anos. As mudanças atuais, entretanto, pela dinâmica da rede não levarão tanto tempo.) 

Nossos filhos já demonstram, de certa forma,  o que virá pela frente: um novo ambiente de troca.

Cabe a nós – ao invés de fugir da onda – estar dentro dela para influenciar ao máximo que tudo que virá seja sempre a favor do que há de humano em todos nós.

E você o que diz disso tudo?

Esse post é uma atualização do artigo sobre Plataformas do Conhecimento, que faz parte do trabalho do meu doutorado, que conta com o apoio do CNPq.

Ao se implantar projetos 2.0, na verdade, não estamos instalando uma nova tecnologia, mas dando um up-grade no ambiente informacional das organizações.

 

Certa vez, em uma destas crises do futebol, um “gênio” qualquer sugeriu que se aumentasse o tamanho da trave para ver se saía mais gol.

A...se o gol fosse maior...

Ah...se o gol fosse maior...

Toda vez que temos problemas humanos para resolver, optamos por investir em novas tecnologias (um gol maior).

Lidar  com seres humanos é algo de uma complexidade e um custo grande, nada melhor do que fingir que determinada solução mágica resolve  nossos problemas.

E varremos o fundamental (relações humanas)  para debaixo do tapete (tecnológico).

Cuidado para não tropeçar no tapete, repleto de problemas...

Cuidado para não tropeçar no tapete, repleto de problemas...

Tenho relido o livro “Ecologia da informação” de Thomas Davenport, com o sub-título “Por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação”.

O livro é a base, o fio da meada, para quem deseja levar a sério a implantação de projetos 2.0 nas empresas. O autor há alguns anos já nos lembrava que:

  1.  não encaramos até hoje os ambientes de informação de forma devida, se trata de um ambiente ecológico humano e não um problema técnico;
     
  2. preferimos criar mega-departamentos de tecnologia da informação, esquecendo-se que a tecnologia deveria ficar a serviço dos negócios, da competição e da interação entre as pessoas – e não o contrário;
     
  3. não colocamos a estratégia da informação como um dos itens fundamentais no planejamento das organizações;
     
  4. os departamentos de informação (e agora os de gestão de conhecimento) não estão subordinado ao alto escalão e, com isso,  perdem força;

(Deveriam, na verdade, ser um comitê permanente formado por todos os departamentos com um grupo pequeno executivo a este subordinado – minha opinião sobre o tema – vou desenvolver essa ideia mais adiante em outro post).

Até aqui, ambientes de informação eficientes sempre foram fundamentais para os negócios, mas as barreiras geográficas, os mercados cativos, os monopólios e a não valorização da meritocracia interna, em função do modelo hierárquico das empresas – acabaram por colocar tudo isso em segundo plano.

A nova verdade está brotando.

 

Estamos diante da semente de um novo capitalismo....

Estamos diante da semente de um novo capitalismo....

A tendência agora é que estes fatores intangíveis sejam cada vez mais um diferencial competitivo no capitalismo colaborativo.

Assim, há que se pensar que deveria haver um estímulo e um gerenciamento dos ambientes informativos.

Mais e pior: achávamos que os ambientes informativos eram estáticos.

Mas estamos descobrindo que eles se movem!!!

(Tudo que se move e é fundamental para os negócios precisa de  gerenciamento, monitoramento, atualização, treinamento, criação de nova cultura, etc).

Tivemos a Era do papel, passamos pela mídia de massa e pelo computador e agora estamos no da rede.

E já entrando na  rede colaborativa.

Enfatizo: ao se criar uma empresa colaborativa estamos, sem dúvida, fazendo up-grade no ambiente informacional, o que passa por uma nova cultura, criação de novos valores, reestruturação do próprio conceito da organização. Todo o resto é tentar aumentar o tamanho da trave!

Ou seja, as empresas que não gerenciam, não cuidam, não discutem, não investem na “saúde” dos seus ambientes informacionais terão muito mais dificudade para compreender o que estamos passando, portanto,  implantar as políticas adequadas para continuar a ser competitivas no mundo 2.0.

Esse processo, no fundo, nos mostrará o quanto estávamos errados no passado, ao acreditar que nossos negócios seriam resolvidos com tecnologia e não com a melhoria sistêmica do ambiente.

É um risco enorme colocar, por exemplo, a implantação de projetos 2.0 na mão só de tecnólogos. 

Têm tudo para fracassar!

Esse  nosso momento, lembra bastante a cena final do filme “Show de Truman”, com o Jim Carrey, quando o personagem descobre que sempre viveu em uma bolha artificial (nossa visão dos ambientes de informação) e ao navegar até o “horizonte” o barco bate na parede pintada de nuvens (que mostra o limite da nossa visão).

 

O limite da visão tecnicista sobre os ambientes de informação chega ao fim!!!

O limite da visão tecnicista sobre os ambientes de informação chega ao fim!!!

 

Implantar projetos 2.0 nas empresas para mantê-las  competitivas passa, antes de tudo, por uma  revisão completa sobre como pensamos o gerenciamento dos ambientes de informação.

Uma ruptura radical com o passado para a preparação de uma uma etapa da humanidade, que troca conhecimento de uma nova maneira e vai moldar a sociedade, a partir dessa realidade.

É preciso ter esse espírito aberto, pois o projeto 2.0 pode virar mais uma tentativa de inócua de aumentar o gol para ver se o jogo melhora.

E o “time” – com as melhores tecnologias do planeta – ir direto para a segunda divisão do novo capitalismo colaborativo.

Concordas?

(Este artigo é uma continuação das reflexões que começaram com este: A Web 2.0 é um salto entre duas ecologias da informação!)

Para não bater na mesma tecla, resolvi trocar de piano…:)

Minha prima, sempre atenta, me enviou o link para o artigo “Six ways to make Web 2.0 work“, um estudo recente da McKinsey Quarterly sobre as dificuldades iniciais das empresas, principalmente americanas, em implantar a Web 2.0.

A adoção de projetos nessa área será muito complicada  se não tivermos a noção exata de onde estamos nos metendo.

Se não soubermos o tamanho da onda da mudança, é impossível surfar.

Se não soubermos o tamanho da onda da mudança, é impossível surfar.

O estudo, aliás, destaca isso ao afirmar que um dos principais problemas dos administradores é saber, afinal, o que é essa atual mudança, veja o trecho:

Many of the dissenters cite (1) impediments such as organizational structure, (2) the inability of managers to understand the new levers of change, and a (3) lack of understanding about how value is created using Web 2.0 tools.

Podemos pedir um apoio nessa discussão para um antigo, badalado e que-não-deve ser-esquecido livro que lança o termo “Ecologia da Informação”, de Thomas Davenport.

( O livro está esgotado, achei antes do Carnaval  um na Estante Virtual, era o último.) ;(

O autor – cansado dos fracassos na implantação de gerenciamento da informação nas empresas com visão puramente tecnológico – defende que é preciso ter uma visão holística (daí o termo ecologia da informação) para lidar com o problema, na qual o ser humano é fundamental para que o ambiente informacional sirva aos propósitos de cada organização.

Tenho defendido aqui neste blog – quase um mantra – de que o ser humano, adotando o linguajar de Davenport – vive diferentes ambientes ecológicos informacionais hegemônicos na sociedade, que se modificam com o tempo, a partir da entrada de novas tecnologias radicais de Informação e Comunicação que os leva, de tempos em tempos, para uma nova ecologia da informação e do conhecimento.

(Ver meu estudo no doutorado no departamento de Ciência da Informação da UFF/IBICT, com apoio do CNPq.)

 

Ambientes informacionais ecológico - preserve-os!!!

Ambientes informacionais ecológico - preserve-os!!!

Estas mudanças são influenciadas pelo aumento da população e pela necessidade de criarmos ambiente cada vez mais eficientes para atender às demandas dos novos e cada vez mais numerosos habitantes.

Essa nova ecologia modifica a maneira que recebemos a informação, se massifica, se torna hegemônica e, a partir desse ponto, altera a nossa maneira de pensar.

A partir daí, cria uma nova cultura, nos faz adotar novos valores, em função das novas interações de ideias que permite, reconstruir todo o ambiente social, como vemos na figura abaixo:

A ecologia da informação e a ecologia social. 

Ou seja, não temos ainda estudos suficientes de como os novos ambientes informacionais modificaram o mundo, o que exige uma nova Ciência, mas temos pistas de que esse processo sempre foi preponderante, mas como demorava muito tempo para mudar, acabamos não percebendo ou não dando a importância devida ao seu fluxo.

Agora, com a velocidade das mudanças nesses ambientes informacionais (Web 1.0, 2,0, etc), esse tipo de pesquisa, se tornou estratégica para pessoas, organizações e países.

 

Acompanhe a evolução das ecologias da informação.

Acompanhe a evolução das ecologias da informação.

 

 

Fica muito difícil percebermos a amplitude dessa mudança atual, com a chegada da rede, pois temos que procurar no passado remoto mudanças ecológicas no ambiente informacional similares, como a introdução da escrita, do livro, dos meios de comunicação de massa e do computador.

No artigo da McKinsey argumenta-se sobre a última onda (” the latest wave in corporate technology adoptions”) e se compara a chegada da Web 2.0 como ERP e CRM:

Some historical perspective is useful. Web 2.0, the latest wave in corporate technology adoptions, could have a more far-reaching organizational impact than technologies adopted in the 1990s—such as enterprise resource planning (ERP), customer relationship management (CRM), and supply chain management (Exhibit 1). The latest Web tools have a strong bottom-up element and engage a broad base of workers. They also demand a mind-set different from that of earlier IT programs, which were instituted primarily by edicts from senior managers.

A possibilidade de comparação, entretanto, é outra.

Teremos que analisar as empresas que começaram a alfabetizar seus funcionários, ou a introduzir computadores no seu ambiente.

 

Web 2.0: é um salto entre duas ecologias da informação!

Web 2.0: é um salto entre duas ecologias da informação!

Adotaram os novos ambientes ecológicos disponíveis para continuar competitivos.

Quem sabia ler, ficou com as melhores terras!

Essa dificuldade dos administradores de compreenderem o novo ambiente e mesmo saber que resultados poderão obter no futuro é um desafio teórico, antes de tudo.

A compreensão do fenômeno Web e agora com a sua plenitude das redes sociais e da interação, marca uma passagem do ser humano por dois ambientes ecológicos distintos e cria uma ruptura da maneira como vemos a sociedade, a forma de gerenciar empresas e do próprio capitalismo, que tenderá a algo completamente colaborativo – difícil de compreensão nos dias de hoje. (falarei disso em outro post).

Não é exagero dizer isso, pois antes do livro tínhamos uma dupla de atacantes que era a Igreja e os reis, que perderam lugar para a nova burguesia, que, a partir da possibilidade de um novo suporte, muito mais eficiente para disseminar idéias, colocou o antigo regime na guilhotina.

 

Criou a idéia do parlamento, da república e do modelo que temos atualmente de sociedade.

O novo ambiente informacional baseado na rede e no compartilhamento introduz uma mudança ainda mais profunda do que a do livro. E terá a longo prazo mudanças ainda mais radicais na sociedade, que ainda está engolfada no  ambiente ecológico do livro (papel) e dos meios de comunicação de massa (grande mídia).

Pela primeira vez, temos, por exemplo,  a possibilidade de troca a longa distância, da capacidade de armazenamento imediato das idéias, enriquecidas por vários usuários, recuperados por ferramentas de busca, um ambiente ecológico que migra de um modelo interativo do um-para-muito para muitos-para-muitos.

O ambiente informacional – a ecologia da difusão do pensamento – influencia e é influenciado pela sociedade, mas quando se estabelece, não permite – como a história prova – volta para trás, arrastando toda a ecologia social a seu reboque, não pelo suporte, mas pela sua capacidade de tornar possível o antes  impossível (vide Linux, Napster, Skype, Amazon, etc…).

Perde o sentido, então, se falar sobre retornos com essa nova implantação, pois sob esse ponto de vista, a introdução do novo ecosistema é vital para se manter nos  negócios!!!

Qual o valor de não morrer???!!

O que temos diante de nós, ao pensarmos em projetos 2.0, não é implantar uma nova tecnologia dentro de uma determinada empresa ou organização, mas a reinvenção da sociedade, passando pela mudança das empresas e das organizações, a partir de uma nova tecnologia e toda a cultura que ela impulsiona.

É a introdução de um novo capitalismo!

Ou seja, não é uma tecnologia que vai entrar pela porta do fundo, será adaptada e absorvida, como outras tantas.

É uma faísca que liberará diversos galões de gasolina hoje armazenados na sociedade, prontos para queimar, mas o livro, a mídia de massa e o computador ainda não haviam permitido, em função da articulação entre os cidadãos que permitiam.

Agora, essa articulação é ampla, geral e restrita. 

E, principalmente, muito mais barata!

Não é fácil, portanto, analisar e encarar esse movimento de forma mais ampla, pois nossa cabeça tende a pensar pequeno para não nos perdermos, influenciados que estamos pela ecologia informacional em declínio.

É um processo natural e humano. 

Mas temos que ver as coisas do tamanho que são.

É mais fácil pensar em todo o processo de forma menos abrangente, mas, infelizmente, se não soubermos exatamente o tamanho da onda, ficaremos na praia tentando aplicar modelos de resultados que serão varridos pela água.

Quando há uma nova ecologia informacional – a história tem demonstrado – não há solução: ou adotamos rapidamente a sua nova lógica, ou ficamos para trás.

Assim, ao se implantar projetos 2.0 é querer transformar (para valer) a estrutura organizacional, tornando-a compatível com a nova ecologia de conhecimento emergente, que está cada vez mais dinâmica e adaptada ao mundo de 7 bilhões de passageiros.

É vida ou morte!

 

Concordas?

Concordas?

Se você mora no Rio, não poder perder a Exposição de Vik Muniz.

 

 

De perto é uma coisa, de longe outra...

De perto é uma coisa, de longe outra...

O artista brasileiro – internacionalmente conhecido – trabalha com o conceito de que para ver a realidade é preciso  se aproximar e afastar do objeto várias vezes, o que pode nos levar, por exemplo,  observar de perto centenas de soldado de brinquedos colados à uma menina olhando o horizonte, conforme o ponto de vista, como vemos acima.

Os quadros são formados de fragmentos de vários objetos (do luxo ao  lixo) e bem de pertinho, muitas vezes não fazem sentido, ao se afastar vão formando uma imagem maior que apresentam nexo.

O perto e o longe se completam.

Um rosto de estrela formado por diamantes.

Um rosto de estrela formado por diamantes.

Em um texto da exposição (ver abaixo), ele lembra que no mundo digital e conectado temos muita informação, mas não conseguimos conceituar e nem filtrar.

Texto na exposição.
 Baixe e amplie para ler melhor.

 

Esse exercício do está perto – está longe, assim, ajuda a perceber o conceito, aí já introduzindo minha visão do problema, que nos leva  do dado à sabedoria, passando pela informação e pelo conhecimento.

Esse jogo permite-nos receber cada filigrana, mas tentando encaixá-la no quadro mais geral, para fazer sentido, em um jogo de quebra-cabeças, no qual os mais sábios fazem a diferença.

Não tem jeito.

Uma das únicas possibilidades que temos de sair da superficialidade é a procura da história, da comparação, da aproximação e do afastamento para vermos melhor.

Tudo nasceu lá atrás  com suas contradições, discussões. Ignorá-las é não conseguir se afastar do objeto e colocá-lo em perspectiva.

Não conhecer o passado, nos impede de observar melhor o presente e  futuro, nos leva a ver apenas manchas, ao invés de imagens maiores.

Lixo e poeira para compor a arte.

Lixo e poeira para compor a visão geral.

Temos que ter uma opinião por mais precária que seja, a ser consolidada a cada novo dado,  informação, conhecimento…e agir com sabedoria para montar um quadro dinâmico e poder tomar decisões necessárias, mesmo que seja não fazer nada.

O exercício de Vick nos leva a pensar nesse jogo:  se aproxima e afasta….entre o uso e reflexão.

Entre a montoeira de notícias que nos chegam todo os dias, do que é importante e o que é lixo, um exercício cada vez mais fundamental para a sobrevivência, ligando, assim,  os pequenos fatos da vida e sua relação com todo o universo.

Ou seja, o lixo pode virar luxo, ou vice-versa, dependendo de como você se aproxima e afasta.

Concordas?

Por fim, a imagem que tem mais a ver com a nossa tribo 2.0:

O mundo digital formado por rebotalhos de computadores

O mundo digital formado por rebotalhos de computadores. Olhe de perto.

 

 

E aí?

Vai lá no Vick?

Um papo inicial e ainda prospectivo sobre mídia, web 2.0, egos e novos valores.

Ele esteve aqui pelo Rio, tomou um mate na praia, que está (ou estava)  sendo leiloado pela Internet.

O mate do Tom Cruise vale quanto?

O mate do Tom Cruise vale quanto?

Existe o fã que é doido e o artista que quando confunde o que ele representav com o que  é, acaba doido também.

O problema é relacional.

Não existiria Tom Cruise sem os fãs, nem vice-versa.

O sucesso – que hoje virou sinônimo de ser conhecido por mais gente – muitas vezes não importa como – às vezes sobe a cabeça da maioria.

 

O que tem de Deus por aí...dá uns dois Orkuts cheios!

O que tem de Deus por aí...dá uns dois Orkuts cheios!

O artista criador, entretanto, vive justamente da relação entre a procura do quase  nada e a coisa observada, para poder ter uma imagem diferente e poder produzir algo novo.

Um espanto!

Para criar, é preciso deixar de ser...

Para criar, é preciso deixar de ser?

Acreditar, assim, na fama com algo dado não seria um péssimo aliado para a criação?

O papo é meio fora de esquadro, pois  falamos um pouco sobre egos, ontem.

Estivemos discutindo em sala de aula no curso “Conhecimento em Rede!, do MBKM,  (postei mais sobre as aulas), do Crie/UFRJ com a apresentação do Aloy Jupiara, agora no Extra on-line, sobre o problema do ego e a Web 2.0.

(Aloy foi um dos responsáveis pela implantação da colaboração no Globo on-line.  Ver palestra do ano passado com ele – a  turma 18 criou um blog coletivo, que tem artigos interessantes).

Se com os artistas, lidar com o ego é algo importante para voltar a criar, para os jornalistas de maneira geral  é também agudo.

Estão dando nó em pingo d´água por causa dos comentários dos leitores e sua participação cada vez mais ativa nas mídias de massa.

Minha função de filtrar, agora está se transformando em me relacionar com a minha comunidade? 

É outra crise de ego, diferente do artista, mas similar.

E, na primeira abordagem do tema, disse para o Aloy, já no chope depois da aula: a Web 2.0 para valer traz uma nova cultura e com ela novos valores individuais.

Todos nós estamos nos readaptando enquanto pessoas e grupos. 

Não tem fuga!

Um deles é esse de baixar a força do ego.

Durante a palestra ele falou de repente de Budismo, de humildade e fomos juntando os cacos.

O editor hoje dá lugar ao gerador de participações. Veja mais sobre isso em Apicultores e ordenhadores de vaca.

Pierre Lévy no livro Cibercultura andou dizendo que a Web era o retorno, em alguma medida, ao mundo oral, no qual as coisas iam sendo criadas, mudadas e evoluíam coletivamente, obras abertas

Diferentes da mensagem fechada e unidirecional do livro, rádio e tevê…

 

Livro fundamental em sua estante.

Livro fundamental em sua estante.

Com a Web, entretanto, compomos coletivamente a distância e registramos nossas conversas, coisa que no passado não rolava.

Conforme ando aprendendo no livro “Direito Autoral – da antiguidade à Internet“, do João Henrique da Rocha Fragoso, a expressão direito do autor só surgiu entre nós, através de Louis d´Héricourt, um advogado francês, em 1725.

A defesa do autor é fruto da difusão do livro e das novas mídias. 

Antes era um anonimato danado,  quando tudo eram palavras ao vento.

Não existia a necessidade de dizer que fulano escreveu isso ou aquilo, pois, na verdade, a obra estava sempre andando…cochichada.

Guardava-se histórias na memória e quem conta um conto, inventa um ponto.

Assim, a idéia de que os novos gestores de comunidades poderão exercer a sua função com o mesmo ego do passado pode não funcionar, não é  condizente, pois justamente estamos saindo do jogo, mais para apitar do que fazer gol e dar cambalhota.

Muitos egos da mídia estão no divã.

Vai dar dinheiro:

“Analista especializada em baixar bola de editores traumatizados”

O Tom Cruise acha que ele é Tom Cruise, mas, no fundo, diante do espelho, ele não é.

 

Ontem e hoje...

Ontem e hoje...

Ele é o Thomas Cruise Mapother IV , nascido no dia 3 de Julho de 1962, em Syracuse, nos Estados Unidos, que hoje é ator.

Tom Cruise é apenas uma marca distante do homem, que precisa ser bem administrada para que ele não se perca no mundo.

(O papo ficou meio exotérico…mas é o que rolou…)

Concordas?

(O tema sobre o Ego e a Web 2.0 voltará, aguarde!)

As fotos em sala de aula da palestra do Aloy:

Aloy apresentando o Jornal Extra Colaborativo.

Aloy apresentando o Jornal Extra Colaborativo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais fotos:

PS – tenho mexido bastante neste texto depois de publicado, pois é uma área ainda nova….quem estranhar, avise.

Uma mudança tecnológica é um trem com dois vagões.

Oi, olha o trem...

Oi, olha o trem...apitando, chamando quem sabe do trem (Raul Seixas)

Primeiro, entra no túnel a tecnologia, apitando.

Depois, vem o carro cultural, mudando.

Há quem queira teorizar sobre esse novo mundo de fora.

É isso e aquilo, mas não experimenta, não sente, não se acultura.

É a teoria tecno-fóbica (os Freds), de quem não quer se “sujar”, mas tem toda uma concepção sem passar pela tecnologia com os seus próprios sentidos e emoções.

Quem não vai para lama, não se estabelece...

Quem não vai para lama, não se estabelece...

Fica uma coisa meio sem parâmetro, vendo o fenômeno de fora, como se isso fosse possível.

Só existe uma forma de pensar e até mudar esse carro em disparada: estando por dentro.

Pierre-Lévy, que levou muita cacetada por aí, defende isso no seu livro Cibercultura, falou elegantemente algo assim logo no início do livro, que vou traduzir mais ou menos assim no popular.

Peru de fora não tem como se manifestar.

E segue:

E quem quer precisa entender que o processo não está dado, mas em construção.

Não pode influir, pois não sabe como a banda toca.

Do outro lado da cerca, do menino sem pijama listrado, estão os Nerds, teórico-fóbicos.

É preciso haver diálogo entre os dois fóbicos...

É preciso haver diálogo entre os dois fóbicos...

Para eles, tudo é natural, abram alas que eu vou passar com minha nova tecnologia tinindo em folha.

Para estes, não há problema cultural, acomodamento social, reflexão.

É uma visão estreita e que não só os afasta do resto da sociedade, como, cria um verdadeiro fosso entre quem poderia ajudar, mas é tão fechado que atrapalha.

O fosso entre quem só pensa, ou só usa.
Há um fosso entre quem só pensa, ou só usa.

Paulo Freire – que vai voltar à moda – dizia no Livro “Pedagogia do Oprimido” que existem os radicais e os sectários.

Os primeiros têm princípios, mas dialogam.

Os segundos, só querem convencer e evangelizar, já que o outro é alguém a ser doutrinado.

Note que é necessário um equilíbrio entre os tecno-fóbicos e os teórico-fóbicos, ambos podem ser sectários, cuidado.

Sejam radicais nas posições, mas escutem o outro lado. A humanidade só chegou até aqui por causa do bom senso…que sempre prevaleceu.

Ou seja, sejamos radicais, sem perder a ternura jamais!

Se uma mudança tecnológica é uso e aculturação, é preciso equilibrar novidades com leituras, discussões e reflexões.

Saber as novidades, mas pensar o que aquilo significa e como podemos sabiamente tirar um proveito humanista.

Vejo blogs tecnos sem conceito.

Vejo blogs teóricos sem uso.

Cabe a nós, na luta contra a ansiedade da informação, saber mesclar as duas correntes para conseguir enxergar o quadro com mais nitidez.

http://i139.photobucket.com/albums/q289/peopleware_04/imagem_portugal_equilibrado.jpg

Quem se equilibra, não se trumbica...

Concordas?

A discussão continua no outro post sobre a Exposição de Vick e sobre as Hienas e os Leões, aguarde.

Uma discussão sobre sites abrigadores e agregadores.

Converso  com um amigo por fone.

E chegamos ao “x” da questão de novos projetos Web.

Abrigar ou Agregar?

Antes que o pessoal ache que estou defendendo a liberação da maconha e já praticando, explico.

Hoje, um projeto tipo Flickr é um repositório de fotos (que abriga), que permite que se criem projetos baseados naquelas fotos (que agregam), veja no link uma seleção de projetos baseados em agregadores para o Flickr.

E um exemplo concreto abaixo:

hélice de fotos do Flickr sobre a Europa.

Um exemplo de um projeto que agrega: hélice de fotos do Flickr sobre a Europa.

Se você, por exemplo, está com idéia de desenvolver um projeto (que abriga) saiba que a praia das redes sociais já está meio lotada, as grandes oportunidades agora, a meu ver, estão no agregamento.

Os abrigadores (Flickr, Orkut, Youtube) foram os pionerios, os primeiros escaladores do Everest da camada do compartilhamento das redes sociais.

Eles fazem parte da nova camada inteligente da Web sobre ela, uma nova camada já está começando: agregar em cima de quem abriga.

Digamos que a Internet já foi:

  • Máquinas com comandos Unix sobre o protocolo TCP-IP;
  • A camada dos ícones, do HTML e do HTTP, com sites e portais;
  • A camada das redes sociais;
  • E estamos entrando no mundo dos agregadores e do RSS.

Veja um texto que abordo o declínio da URL e a massificação do RSS.

Assim, os agregadores têm muito mais capacidade, flexibilidade, usabilidade que qualquer serviço isolado.

Resolvem o problema dos abrigadores, que estão presos a uma URL, a um login e uma senha.

O usuário, entretanto, quer liberdade para publicar aonde quiser!!!

Eu já tenho um blog em um endereço, estar no Orkut, no Flickr, mas isso tudo está nos deixando isolados, com pouca relevância, precisamos agora juntar os cacos.

O WordPress na barra lateral, já tenta fazer algo parecido, veja do lado do meu blog, tenho minhas fotos, meus vídeos, meus links, meus livros, meus slides, etc…

É um agregador…

Ou seja, queremos liberdade, mas com relevância e coerência.

É necessário agora agregar a minha participação!!!

O Me adiciona caminha nessa direção, seria um agregador de  endereços na Web .

A nova camada, baseada em referências em cima da URL, tais como APIs e RSSs, criará serviços em cima das redes sociais, que passarão a ser, os neos-protocolo TCP-IP.

Estamos a procura de mega-agregadores que possam colocar no mesmo local minha vida virtual, que, independente, aonde publico, estou unificado, através de um lugar que “me reúne”.

As ferramentas para isso começam a aparecer.

Se você vai começar a pensar em montar um projeto Web, reflita se vale à pena abrigar ou agregar, não esqueça que

Em praia lotada, malandro não monta barraca…

:

Concordas?

Concordas?

Liste abaixo nos comentários os riscos e as oportunidades que visualiza com a Rede.

Riscos e oportunidades...

Riscos e oportunidades...

Defina, se for o caso, em que área estamos falando, Educação, Governo, Corporação. Coloque o nome das pessoas que compõe o grupo.

Grato, abraços

Nepomuceno.

O trabalho dos alunos que serão respondidos nos comentários deste post, partirão das seguintes perguntas:

O que muda com a rede?

O que muda com a rede?

  • O que eu acho que muda com o ambiente de conhecimento da rede?
  • Como me sinto em relação a isso?
  • Como posso me aproveitar desse movimento individualmente?
  • Como possa ajudar a organização em que trabalho?

Os alunos do curso podem postar abaixo.

abraços,

Nepomuceno

Peter Drucker  respondia a quem lhe perguntava sobre o futuro:

” Olhem as árvores pequenas, que, quando crescerem, formarão a nova floresta”.

Olhar o futuro, é olhar para o que vai crescer...

O futuro geralmente já está entre nós...

Ao se pensar sobre o futuro da Web e, por consequência, da sociedade que galopa nesse ambiente seria interessante chamar a atenção para duas mudanças radicais que estamos passando.

Nunca na história desse planeta ..;)

1- novas e tantas tecnologias de comunicação e informação surgiram da sociedade para as grandes corporações e não o contrário;

2- os adultos aprendem a lidar com elas depois dos jovens.

Vamos aos fatos.

As impressoras de livros eram máquinas complexas, exigiam um custo para serem desenvolvidas.

Sim, Gutemberg era  um empreendedor, tinha uma micro empresa, mas precisou de recursos, e não foram poucos, para colocar tudo para funcionar.

As impresoras de Gutemberg.

A impresora de Gutemberg.

O custo inicial foi caro.

O mesmo pode ser dito para se produzir e distribuir em larga escala  rádios, tevês, computadores.

Na Web, o custo inicial de produção de um ICQ, de um Netscape, de um Napster ou do Skype, que dão suporte as nossas camadas de inteligência são apenas de códigos, acessíveis por igual a todos, ficando a distribuição zerada de custo pela própria característica da rede.

E mais: barata para fazer e de graça para consumir.

Ou seja, por causa dessa característica, o futuro da Web vem de fora (social) para dentro (institucional), uma grande novidade – dos micro-empreendedores sociais com seus usuários ávidos por novidades, que criam um grande caldo de experimentação que depois desagua nas empresas e na sociedade.

Vide os Portais, as Intranets, o VOIP.

Tudo veio de fora para dentro.

O futuro da sociedade e das empresas – ambientes mais formais – já está dado, basta ver as redes sociais do Orkut e similares.

A IBM, por exemplo, com o Lotus Connection concretiza esse ambiente orkutiano nas grandes organizações.

O futuro do futuro?

Olhar para os nerds tarados que sempre estão na ponta.

Muito do que eles fazem hoje, teremos na sociedade informal “amanhã” e depois de uma garimpagem e aculturação “depois de amanhã” no formal.

Outra novidade nesse novo ambiente de cabeça para baixo é de que nunca na história desse planeta….;) os pais aprenderam uma dada tecnologia de informação e comunicação depois que os filhos.

O mundo de cabeça para baixo...

Plante bananeira para se sentir melhor...;)

Veja que quem “instalou” o rádio ou a tevê em casa foram adultos, que ensinaram depois para as crianças como mexer. Os livros precisavam ser “operados”, através da alfabetização, feita por um professor ou responsável.

O ambiente de conhecimento seguia uma norma do mais velhos para os mais novos.

Na nova experimentação de fora para dentro, são os jovens que saem na frente e se aculturam, definem, articulam e depois os com mais idade vêm atrás.

Isso tem lados e lados.

Os adultos precisam e terão que engolir a arrogância sem água.

Os jovens já se acham o rei da cocada preta sinistra, o que até é bom para a auto-estima, vão ter que mais adiante baixar la bolita, pois  ser safo em tecnologia é bom, mas é apenas uma parte desse complexo sistema de estar vivo em sociedade.

Mais adiante, como muitos hoje, já carecem de ensinamentos relevantes e sabedoria, que não vem ainda em nenhum pen drive.

É a nova negociação entre as gerações com momentos de comédia e dramas, todos, no mínimo, interessantes.

(Obama na campanha dele conseguiu unir jovens e seniors para criar um ambiente 2.0.)

Arrisco até mais, acho que seremos a primeira e única geração a viver esse choque, pois estamos nos preparando para conviver cada vez mais com mudanças.

Nossos filhos com 50 anos verão nossos netos mais safos que eles com mais tranquilidade.

O que era exceção, passará à regra.

Nessa linha Marcelo Tás no livro “Além das Redes de Colaboração“, de Pretto e amigos, diz lá.

O futuro?

“Olhem as criancinhas…”

Ou seja,  futuro já é.

Basta olhar pro lado…

(Ou seria para baixo?)

Concordas?

Concordas?

Deve ter algum motivo para os judeus ortodoxos não comerem carne de porco.

O que era um aprendizado ou ensinamento válido, virou uma tradição e depois dogma.

Todos nós, em diferentes níveis, estamos cercados de tradições sobre as quais não paramos mais para pensar.

Não me venham com novidades....

Não me venham com novidades....

No Natal, damos presentes, pois é o dia da solidariedade do amai-vos uns aos outros.

Na Páscoa, ovos, pois é a fertilidade, apesar de coelho por mais tarado que seja, não por ovos.

(Deve ter sido algum erro de tradução pelo caminho.)

E assim vamos entranhados de condicionamentos registrados e não conscientes na nossa placa-mãe, desde o berço.

Se apertarem o botão “x” respondo “mamãe”. Já o “z”, “papai”.

Que tal uma atualização no boot da sua placa-mãe?

Que tal uma atualização no boot da sua placa-mãe?

O trabalho terapêutico sério – e que funciona – nada mais é do que tentar colocar o paciente fazer viver no presente, sem os fantasmas do passado.

Um processo de destraumatização, de descondicionamento, de autoconhecimento para viver e recriar e se relacionar com o presente. E não viver num eterno passado imutável e num futuro idealizado.

Há uma novidade com a chegada da valorização do capital intelectual na sociedade contemporânea, conectada e em rede.

“Robôs sociais” foram excelentes para uma sociedade dominada pela Igreja, pelo grande capital, o robô humano repetitivo e sem criatividade interessava ao sistema.

Agora, esse condicionamento estimulado está entrando num beco sem saída.

A sociedade da mudança e, portanto, da inovação, pede o descondicionamento!!!!

O Capitalismo Cognitivo pede criatividade.

E vai começar a demandar pessoas descondicionadas, não ortodoxas, não dogmáticas.

A alma da criatividade e da inovação é o descondicionamento.

Quanto mais tradicionalista, dogmática é a cabeça da pessoa menos ela terá capacidade de pensar fora do quadrado.

Um quadrado pode não ser tão quadrado!

Um quadrado pode não ser tão quadrado!

Longe de mim querer dizer que todo judeu ortodoxo não é criativo.

Mas as tradições – sem questionamento – servem para dar segurança às pessoas, fazem-na fazer parte de uma determinado tribo, coletivo, isso é natural.

Mas a embotam, tornam a mente repetitiva, cansada, óbvia.

Obviamente, que agora não é chutar o pau da barraca do passado, o que seria também uma atitude dogmática.

Não vamos chutar os bons ensinamentos do passado!

Não vamos chutar os bons ensinamentos do passado!

É preciso separar o joio (condicionamento burro) do trigo (ensinamento sábio).

Analisar o que existe de vazio, de deturpação do ensinamento, do repetitivo e sem sentido na tradição.

Para haver mudança, é preciso estar aberto para perceber aonde há sabedoria no passado e saber recriá-la, a partir não da tradição, mas da sua importância em termos de conteúdo, ensinamento para o presente.

Uma atualização diária da nossa placa-mãe.

Você já atualizou a sua placa-mãe hoje?

Com esse olhar, estamos abertos para o novo, sem neglicenciar o passado, pelo contrário, tirando dele realmente aquilo que nos faz ser mais humanos e menos tradicionalistas condicionados –  o que nos leva, normalmente, justamente ao desumano e à ignorância.

Ou seja, cravo no poste:

A tradição sem reflexão é a vitória da mediocridade!

Concordas?

Estive anteontem com os alunos da turma do MBA de Gestão de Conhecimento, do Crie/Coppe/UFRJ para a minha ministrar a minha disciplina “Conhecimento em Rede”.

E resolvi registrar aqui mais um exercício de reflexão que gosto de fazer em sala de aula, pois nossa visão sobre informação sempre se baseia em algo sólido, consolidade, em arquivos, documentos, pastas.

Quando, na verdade, o importante para que tudo aconteça é o processo, a cultura e, fundamentalmente, as pessoas.

Bom, o que levanto em sala de aula….

  • Quando um livro é informação?
  • Ou quando uma batata é comida?
A batata só é comida em processo....

A batata só é comida em processo....

Comecemos por essa última indagação.

A batata quando nasce é uma raiz em possibilidade, uma comida em potencial.

Ou um “registro alimentício” passível de virar informação na boca de um usuário guloso.

Muitos gostam de chamar de dado, mas mesmo para um dado, precisa estar em movimento. Um dado é um lobo e a informação, a matilha.

Gosto da viagem que fiz no Gengibre sobre o assunto nas minhas últimas férias.

Voltando à batata.

Quando crescida, colhida, lavada, cortada, frita, empratada, engolida, mastigada, digerida e enzimada a batata passou por todo esse processo, mas nunca, de fato, foi comida, substantivo.

Para observar a batata enquanto comida só é possível ao longo do processo. Se um ciclo todo ocorrer você pode dizer que aquela batata específica virou comida, outras tantas apodreceram.

Veja que somente quando a batata já não é mais nada, desde que jantada ou almoçada, ela vira comida apenas no passado, pois é uma realização que depende de um processo, diretamente ligado ao uso que determinada pessoa fez daquele alimento.

Não existe comida enquanto estado, substantivo.

A comida é um estado relacional, que depende do uso que fazemos dela.

Uma fruta é apenas uma fruta, se for comida, virou comida.

Ou seja, a batata é um alimento, mas não quer dizer que aquela específica vai virar comida.

O mesmo ocorre com um determinado livro.

)

Um livro não é batata!/ 🙂

Um exemplar que está em uma prateleira.

Enquanto papel com tinta ele é potencialmente um conjunto de registros parado e inútil, a espera de um processo informacional.

É apenas um registro, que pode se transformar em um dado, uma informação, ou mesmo um conhecimento.

Se for queimado, por exemplo, foi um livro queimado, que não serviu para nada. Ou se for em japonês, na mão de quem não conhece o idioma é apenas um conjunto de desenhos sem nexo, que pode ser vir de suporte para a porta.

Mas não é dado, nem mesmo informação.

Para se transformar em informação precisa ser, antes de tudo, catalogado para ser encontrado, pego, lido, compreendido e ter criado algum significado, que se incorpore de alguma forma na rede complexa do cérebro de quem o leu e voltar, a qualquer momento, através de um determinado estímulo, o que podemos chamar de conhecimento.

Assim, a informação não existe enquanto substantivo, mas só pode ser vista em processo, em potencial, a ser realizado, a partir de uma determinado conjunto de ações, igual à comida e a batata.

A informação só é possivel em movimento.

Um livro é apenas um dado, um conjunto de folhas inúteis, até que entre em relação com um dado leitor, que tem capacidade de se relacionar com ele.

Oferece um potencial diferente, obviamente, do que uma cadeira, uma mesa, uma planta.

Assim, como a batata, enquanto comida, do que um pedaço de madeira, uma garrafa plástica ou uma borracha.

O livro e a batata só serão informação e comida, a partir do processo em que vão estar inseridos, antes disso, são insumos armazenados, potencialmente úteis para virar outra coisa, mas só a partir de um dado movimento.

Parados, são apenas um futuro ovo a ser posto por uma galinha.

Náo conte com o ovo na galinha...

Náo conte com o ovo na galinha...

O que nos leva a dizer que a informação só existe em movimento. E, de prático, o que é a missão com quem lida com ela e com conhecimento, antes de tudo, é ajudar para que o processo se dê.

Que ela realmente vire comida.

O que significa o envolvimento cada vez maior do usuário que vai entrar no jogo. O investimento, assim, é na relação dos insumos com as pessoas e não apenas nos acervos, nas batatas e nos dados, pré-informação e na tecnologia.

Sem relação, não há nenhuma informação.

Qualquer processo informacional que não leve em conta a importância da relação do usuário com os registros disponíveis está fadado a se tranformar em algo inútil.

É um processo do umbigo do profissional da informação e do conhecimento com ele mesmo, que finge que está lidando com a informação, mas, na verdade, está fazendo a gestão do vazio.

Se já era assim no passado, imagina agora com a Web!

Ou seja:

Informação e água parada só criam mosquito.

Concordas?

Estive ontem com os alunos da turma do MBA de Gestão de Conhecimento, do Crie/Coppe/UFRJ para a minha ministrar a minha disciplina “Conhecimento em Rede”.

A  turma do MBKM discutindo o que é a Internet?

A turma do MBKM discutindo o que é a Internet?

O primeiro exercício que aplico em sala de aula é a construção coletiva dos conceitos:

– O que é a Internet?

– O que é Conhecimento?

Já faço esse tipo de exercício há bastante tempo e as discussões são sempre interessantes e enriquecedoras.

Há o interesse de saber como os alunos chegam pensando sobre os temas em sala de aula e como podemos trabalhar juntos para conseguir evoluir com os dois conceitos para começar o trabalho.

De maneira geral, há uma certa embolação natural entre o que é tecnologia, possibilidade e cultura ao lidarmos com a Internet.

O criador do HTTP e da linguagem de programação das páginas HTML, Tim Bernes Lee, esteve entre nós, no Campus Party e disse algo importante:

“A Web é uma imensa plataforma, uma tela em branco pronta para receber criações com as quais eu nunca sonhei”.

Um espaço aguardando ser preenchido com inteligência.

Um espaço aguardando ser preenchido com inteligência.

Ou seja, antes de mais nada a Web é uma tecnologia sofisticada de comunicação e informação, que possibilita o desenvolvimento de diversas camadas de inteligência.

Assim, tanto pode ser utilizada de forma sofisticada ou primária, depende de cada pessoa, cada grupo, empresa ou país.

Não é a rede que traz o novo, mas ela viabiliza, a partir de sua estrutura, que o novo seja possível.

A partir do seu uso e quando ela é incorporada ao dia-a-dia das pessoas, deixa de ser uma tecnologia externa e passa a fazer parte da extensão cognitiva de cada usuário.

Nesse processo, há a geração de uma nova cultura, a partir da tecnologia e do uso que se faz dela, num trinômio que nos leva a criar uma nova maneira de nos relacionarmos com o mundo.

O trinômio dos projetos Web.

O trinômio dos projetos Web.

Isso é possível, pois as mudanças das tecnologias da informação e da comunicação, diferentes de outras inovações tecnológicas, têm esse poder de influenciar tanto e toda a sociedade.

Depois da ação de respirar, se comunicar e informar são os verbos mais frequentes entres os humanos, por isso ao se alterar a forma, modifica-se também o conteúdo.

Muda a nossa maneira de olhar as coisas.

Assim, implantar projetos Web é uma atividade que envolve ferramenta, aclimatação, exploração de suas ricas possibilidades e criação de uma nova cultura.

Tecnologia só não resolve, como também boas idéias sem um plataforma decente ou uma boa preparação dos usuários.

Isso vale em todos os projetos Web.

Já sobre o conhecimento o senso comum é de que é algo palpável, alguma coisa que está dentro da nossa cabeça e quando apertado determinado botão ele sai para forma em formato de informação.

Não adianta apertar o botão.

Não adianta apertar o botão.

Entretanto, o conhecimento é um processo, um verbo, algo que pode ser utilizado apenas sob determinadas condições específicas.

Gosto, para provocar um debate, de perguntar, quando a Batata é comida? E quando um livro é informação e conhecimento?

Veja o post seguinte que escrevi.

Por fim, a verdade não existe (ver mais sobre este conceito) e o que procuramos é através da aproximação chegarmos mais perto do que poderia ser a realidade.

Os conceitos acima são as minhas aproximações, sempre sujeitas a detalhamento, aperfeiçoamento e melhor apresentação dos mesmos, o que torna o processo sempre vivo e interessante.

E você, o que pensa sobre o tema?

O BXXXX conserta bicicletas na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro há alguns anos.

Por ali, não existe outra loja, só ele que vai aos fins de semana arrumar as bikes do pessoal.

Bicicleta com problema é complicado levar longe, pois tem que ter suporte no carro.

O BXXXX percebeu a carência e se estabeleceu por ali.

No atual choque de ordem da cidade, quiseram levar as bicicletas e o povo não deixou, fez manifestação, cercou o local.

As bikes que estavam ali não só eram dos moradores, mas sem aquele ponto não haverá onde consertar as ditas cujas.

O BXXXX faz parte daquela ordem estabelecida entre os moradores da cidade, que pagam impostos, e uma pessoa que oferece um serviço ainda não 100% legalizado.

O BXXXX é um empreendedor informal do Rio de Janeiro, que viu uma oportunidade de atender uma demanda.

Quando quebra, para onde se leva?

Quando quebra, para onde se leva?

Qual é o papel da prefeitura em um caso desses? Passar o rodo ou ajudar a legalizar?

Como seria se o BXXXX fosse na Prefeitura e pedisse para se estabelecer? Existe este canal?

É o mesmo que acontece com o L*&*&, que vende coco também na Lagoa.

Mandaram recolher o facão.

“Agora, quem gosta de comer a carne do coco, não pode mais” – ele me disse. E completou: “Dizem que o facão poderia ser usado para algum tipo de violência”.

São anos de uso sem nenhum caso registrado.

Não era o caso de se procurar outra alternativa (como uma máquinta tipo guilhotina) e dar tempo para a adaptação?

Não, não sou contra o choque de ordem, até por que o Rio de Janeiro virou o lugar em que o bem comum tem placa com o nome do dono.

Mas é preciso rediscutir o que é ordem, pois choque é algo que todo mundo conhece e já estamos escaldados e traumatizados.

O Kanitz tem um texto ótimo sobre o tema.

Ele alega que os problemas do Brasil começam pela bandeira.

Qualquer inovação é feita primeiro com o progresso e depois a ordem e não o contrário.

Quando se quer ordem em demasia e em primeiro lugar, evita-se a criatividade e, portanto, o progresso.

O caminho anti-natural das coisas...

O caminho "anti-natural" das coisas...

Qualquer cidade tem um “modus-operandi” oficial e extra-oficial.

Na praia, por exemplo, quando o mar está sujo o carioca toma banho de chuveiro de água doce (de graça) colocado pelos ambulantes, que alugam ainda cadeira e barraca.

O pessoal não tem onde guardar todo esse material e põe nas kombis nas ruas, que agora estão sendo rebocadas.

Se deixa o cara ficar na praia, tem que ter um lugar oficial, mesmo pagando para a Prefeitura, para aque ele coloque as barracas e cadeiras.

Já teve a primeira manifestação do pessoal contra o choque de ordem.

O que nos traz de novo a discussão, afinal, o que é de fato é a ordem?

Pela ordem, o estado deve dar saúde, educação, garantir moradia, manter as ruas e praias limpas, evitar que aqueles que não zelem pelo bem comum sejam punidos.

Isso é feito? Há um choque de ordem para que estas metas estejam sendo atingidas? E como faz o contribuinte que vai a praia e no calor não pode entrar na água que está suja?

Muitos postos de salva-vidas, pagos, não são acessíveis para quem está na areia. Tem filas, o que tornaria o programa um verdadeiro martírio.

O chuveiro na areia é uma inovação genial.

A Prefeitura deveria abraçar a idéia e incorporá-la à nova ordem.

Existe, assim, uma relação entre a população e a ordem oficial, que vai se virando.

É a ordem natural das coisas.

Nas brechas, na sombra do poder oficial, as pessoas criam alternativas para ver as suas demandas atendidas.

Isso não quer dizer que seja fora da ordem, mas é algo que está em uma ordem informal, que pode ser passada para a formal, basta que a autoridade tenha sensibilidade para dialogar com os atores que vivem na cidade.

No filme “Edifício Master” sobre um prédio enorme em Copacabana, perguntaram ao síndico como ele lidava com a demanda diária de tantos moradores?

Ele, na melhor frase do longa, diz algo assim:

“Aqui, eu tenho duas pedagogias, a do Piaget e a do Pinochet”.

Piaget ou Pinochet?
Piaget ou Pinochet?

Ou seja, primeiro conversa. E, só então, se não der resultado, a força.

(Os síndicos são, aliás, um ótimo canal de interlocução de qualquer prefeito. São os micro prefeitos da cidade. São ouvidos? )

Um prefeito tem que ter a sensibilidade de perceber que a cidade tem uma lógica e ter contato com ela se estabelece, através do diálogo, o que hoje, com a Internet se tornou ainda mais fácil.

É uma forma de envolver toda a população nesse diálogo, deixando de ter um Prefeito que coloca as coisas na sua ordem, mas criar um movimento integrado de que as iniciativas na ordem natural das coisas vão construindo colaborativamente a cidade cada vez mais adequada aos cidadãos-colaboradores.

Assim, tornando a cidade cada vez melhor para quem nela mora e dando emprego e formalizando aqueles empreendedores, que se forem expulsos de suas atividades, vão para a marginalidade.

Concordas?

Mais sobre o tema.

O problema do bem comum é que todo mundo acha que é seu.

Ou quando a pessoa amplia:

“É o bem comum da minha panela.”

Largar o osso? Eu?

Largar o osso? Eu?

O Estado de Israel preocupa-se com o bem comum dos seus cidadãos e não com o bem comum do em torno do país, daqueles outros lá.

O pessoal da Zona Sul do Rio se preocupa com o seu bem comum e não com o em torno dos moradores das favelas, mendigos, camelôs…

Quanto mais fechamos a idéia de bem comum, mais difícil se torna ter soluções para os problemas das necessidades humanas.

Todo ser humano quer resolver os seus problemas e do grupo que está em torno, o que é usual, mas não necessariamente sábio.

Se não colocamos isso na balança e temos uma visão inclusiva de todas as pessoas, alguma hora um míssil ou uma bala perdida vai cair na nossa cabeça, nos lembrando de forma radical e inesperada que aquele pessoal está lá com também necessidades a serem resolvidas.

Eric Hobsbawn no seu livro “A Era dos Extremos” aposta que um dos grandes desafios do nosso século é a explosão populacional.

Como lidar com a explosão populacional?

Como lidar com a explosão populacional?

Cada novo habitante do planeta traz as suas necessidades que precisam ser atendidas de alguma forma.

Não tem jeito.

É um sistema complexo que necessita de algum tipo de equilíbrio.

A força, o muro, a exclusão, a violência são sempre os mais fáceis, mas os menos duradouros, pois as necessidades continuam lá latentes, a espera de um momento para voltarem a se manifestar de uma forma ou de outra sempre mais explosiva e radical.

Quem tem necessidade, vai escolher um canal mais curto ou longo para ver o que deseja atingido.

Hugo Chavez, por exemplo, é um salvador para os pobres da Venezuela que nunca foram incluídos naquele país.

São massa de manobra fácil, em função dos anos de invisibilidade para quem estava no poder Venezuelano que os considerava fora do bem comum.

Agora, paga-se o preço autoritático dos anos dessa visão equivocada da “Democracia Venezuelana”, que, no fundo, era para inglês (ou americano) ver, pois se fosse democracia de fato um Chavez não seria possível.

O mesmo pode-se dizer de Evo Morales.

E de certa forma de Lula, que consegue dar alguma coisa para um grupo de cidadãos que não estavam nem no bolsa-família.

É uma solução fácil para um problema complexo.

Não resolve, mas elege.

Para quem não tem nada, qualquer apito é fábrica.

O muro aplaca, mas não resolve...

O muro aplaca, mas não resolve...

A Internet é uma resposta humana para criar um sistema informacional compatível com um planeta de 7 milhões de necessitados.

A forma como se organiza, inclui, dá voz é um espaço em construção para que uma nova cultura inclusiva seja possível, baseada na horizontalização dos desejos.

A verdade, entretanto, que essa nova cultura necessária não depende apenas de banda larga ou de celular.

A Internet facilita nessa direção, mas não é nada mais do que uma ferramenta que torna isso, digamos, menos difícil.

A potencialização das necessidades de cada um depende, a meu ver, de uma revisão da maneira que pensamos o que é de fato ser humano, o que nos levará, na sequência, a repensar o nosso conceito um tanto quanto deturpado de bem comum.

Concordas?

A colaboração da informação em rede vai afetar tremendamente a forma de organização das empresas.

A força intelecutal ganha poder quando a criatividade acontece. O fator fundamental para manter essa nova  força de trabalho criativa é o ambiente da informação.

Lidar com a informação é uma arte....a ser desenvolvida.

Lidar com a informação é uma arte....a ser desenvolvida.

No passado a informação, fazia a diferença para quem comandava o negócio, mas não para quem estava produzindo camisas no chão da fábrica.

Cada vez mais investimos na passagem do topo para o chão.

Colocamos computadores, fizemos treinamento, reengenharias e criamos  um setor para ficar responsável por manter o ambiente informacional ativo e operante (gestão da informação).

Hoje, com o advento da rede colaborativa esse cenário está se alterando.

O usuário, para manter a relevância de todo o sistema, é chamado para colaborar.

O setor da informação muda de papel, passa de produtor a articulador.

E isso altera completamente a lógica anterior.

Todos seremos um pouco profissionais de informação.

Arrisco mais:

cada vez menos estaremos envolvidos com o resultado final e mais estaremos trabalhando para que o ambiente prospere, transferindo o que é repetitivo para os robôs (computadores), o que é uma atitude, sem dúvida inteligente.

(No fundo, já fazemos isso um pouco, mas não de forma consciente.)

Colaborar, assim, será manter o ambiente informacional  inteligente!

Não colaborar ou gerar ruído será um crime capital!

Quanto mais inteligente é o ambiente, mais preparado está para as mudanças e mais terá capacidade de gerar valor.

Assim, um ambiente informacional inteligente é fundamental para que uma empresa tenha sucesso.

Hoje,  “estou trabalhando ” é:

Trabalho burro = organização burra.

Trabalho burro = organização burra.

– reuniões infrutíferas;

– cabeça voando;

– repetições;

– tarefas sem sentido.

Eu escondo o jogo e você esconde, nós escondemos, não colaborando com o todo, o que gera um pobre ambiente informacional, tendo um impacto forte no resultado final, cada vez mais punido pelo dito mercado.

E você o que acha?

Ou está meio ocupado trabalhando para discutir essas coisas? 😉

Mais sobre o tema.

A Web 2.0 tem demostrado que grandes grupos humanos podem se gerenciar de maneira muito mais fácil – Clay Shirky – (da minha coleção de frases fundamentais.)

A atual crise, na minha ingenuidade de não economista, se resume no seguinte.

Chegaram para um “mendigo americano” e perguntaram se queria comprar uma casa com piscina.

O mendigo que queria uma casa com piscina. Ao vivo e a cores.

O mendigo que queria uma casa com piscina. Ao vivo e a cores.

“Yes, great!” – respondeu.

Emprestaram a grana e venderam o papel do empréstimo, com carimbo da raposa (agentes de risco) que tinha que tomar conta do galinheiro (mercado de empréstimos).

A ideia boa se espalhou e muito gente sem condição nenhuma de comprar nem um bombom, abriu hipoteca oferecendo de garantia um carrinho de supermercado.

Show me the Money....

Show me the Money....

Um belo dia o mendigo disse, o que já se sabia, “vou voltar para debaixo da ponte”.

E o mico começou a ser empurrado para cada vez mais otários, na escala dos malandros.

E deu no que deu.

Em resumo: vai ser preciso colocar um outro tipo de fiscal para tomar conta do galinheiro, que não tenha interesse de comer as galinhas.

Nesse cenário, abre-se um novo ciclo que vai ter um desdobramento inesperado.

Estou lendo o livro “Here Comes Everydody“, do Clay Shirky.

Um livro que eu recomendo fortemente - Shirky é brilhante!

Um livro que eu recomendo fortemente - Shirky é brilhante!

Ele traz um conceito interessante.

Hoje, as ferramentas 2.0 são mais baratas para gerenciar grandes grupos.

Cita diversos casos nos quais é possível com recursos mínimos administrar – sem grande investimento hierárquico – um número grande de pessoas, o que no modelo tradicional, acarretaria um custo impraticável.

Hoje, assim, o que era caro começa a ficar barato.

Portanto, já tivemos a fase de redução de custo com a Web, entre outros:

  • Comunicação (vide Skype, MSN, E-mail);
  • Publicação (blog, sites, etc);
  • Compartilhamento (listas de discussão, comunidades, etc).

E o gerenciamento de grandes grupos vai ser a bola da vez, marcado o início da mudança nas organizações, no processo evolutivo no novo ambiente de conhecimento, através de novas camadas de inteligência.

a redução de custos nas novas organizações 2.0.

A bola da vez: a redução de custos nas novas organizações 2.0.

Será feito através da importação dos conceitos das redes sociais, cada vez mais dinâmicas e com a interferência de todos os atores do processo, dos consumidores a fornecedores – com menos verticalização, menos gerentes – numa horizontalização, só possível, através da auto-colaboração assistida, que é o novo modelo que começa a se mostrar viável.

Veja mais sobre auto-gestão de colaboradores em dois outros posts.

Um e dois.

O modelo empresarial – necessário até aqui – exige níveis hierárquicos para que tudo funcione a contento.

Está começando?

Sim, está, mas vai sofrer um salto com a crise, já que o custo de implantação é mais cultural…e vai sobrar tempo para se replanejar nos próximos anos dentro das organizações mais sábias.

Perdido por um…

No tabuleiro da crise, ganhráa quem souber mexer as peças 2.0.

No tabuleiro da crise, ganhráa quem souber mexer as peças 2.0.

É uma situação que nos leva a uma oportunidade de ampliar o novo ambiente de conhecimento, que começou com um mendigo que queria uma casa com piscina, um executivo esperto que aceitou seu carrinho de supermercado como garantia e passou adiante o papel podre carimbado por uma raposa que fingiu que estava dormindo e deixou tudo acontecer.

Enquanto a raposa dormia, as galinhas sumiam no horizonte...

Enquanto a raposa "dormia", as galinhas sumiam no horizonte...

E haja sofrimento por todo planeta….

Concordas?

Este artigo não é recomendado para crianças. 😉

Vamos aos fatos.

Não é possível que um velhinho de barba e roupa vermelha rode em uma noite todo o planeta.

O bom velhinho é um bom velhinho?

Nem a Amazon consegue ser tão eficiente.

Já sobre a Gestão do Conhecimento podemos dizer que:

1- só é possível fazer a gestão de algo concreto.

De livros, mercadorias, de documentos, até de pessoas, pois elas têm nome, CPF e Identidade, são concretas, palpáveis, existem, são substantivos.

(Mesmo de mercadorias imateriais, como um software é possível, pois existem os códigos que podem ser manipulados.)

2- não faz-se gestão de algo que pode vir a ser, nem do futuro, nem do que passou, como o passado. Não é possível assim administrar sonhos, idéias, conhecimento.

Eles não existem, podem, ou não, ocorrer, são irrreais, possibilidades, são verbos em movimento, que dependem de uma série de circustâncias reais para tornar com a sua ação algo concreto, aí sim, um substantivo gerenciável.

É possível, por exemplo, fazer a gestão do ambiente para produzir novas idéias.

Mas tudo é apenas possibilidades, diminuição de taxa de erro, etc…

Escritório do Google - espaço para personalização.

Escritório do Google - espaço para personalização.

Criar um espaço confortável, para proporcionar o bem estar das pessoas;

Perceber, a partir da experiência e dos desejos, aonde cada um pode render mais e como.

(O Caetano gosta de ambientes calmos e pouco agressivos em uma entrevista. Já o Brizola gostava da polêmica.)

Ou seja, cada pessoa tem um potencial e precisa de um determinado ambiente para se sentir confortável para que aquela complexidade toda (emoção, razão, espírito) consiga – a partir de determinadas condições – apresentandos determinados problemas, produzir determinados resultados.

São condicionantes.

Faz-se assim, no máximo, gestão dos potenciais (ou seja das pessoas e do seu perfil), gestão do ambiente, gestão do que foi produzido (informação), mas não do conhecimento que é um algo sempre em processo.

Parafraseando Raul Seixas:

Conhecimento que se sonha junto é informação.

Sim, a meu ver, Gestão do Conhecimento é um mito inventado, que adotamos por um período, mas que já está na hora de superá-lo, pois ele tem gerado mais confusão do que solução.

A Internet com suas ferramentas de colaboração apresenta o tempo todo soluções para a gestão dos potenciais, ao querermos mais e mais saber dos desejos de cada um.

Vide os livros recomendados pela Amazon. A busca personalizada do iGoggle.

A sociedade das mudanças aceleradas pede que a gestão dos potenciais intelectuais seja bem feita, pois é desse criatividade que as organizações ganham competitividade.

E antes que você me pergunte.

Não, não coelhinho da páscoa também não coloca ovos de chocolate.

São verdades dificeis de serem encaradas.;)

São verdades difíceis de serem encaradas.;)

E você o que acha disso tudo?

Mais sobre o tema.

Não se espantem se criarem um novo grupo de mútuo-ajuda denominado os “powerpointicos” anônimos.

Power Point demais, pode matar.

Power Point demais pode matar.

Daquele pessoal que acorda tremendo de manhã, já com a meta de enviar dez Power Points para todos os seus amigos.

São portadores de um tipo de compulsão contemporânea, que precisam “levar uma mensagem” qualquer ao mundo e, principalmente, a todos os seus irritados amigos.

Ajude um webchato a achar seu grupo de mútuo-ajuda.

Ajude a seu amigo a encontrar o seu grupo de mútuo-ajuda....

Amizade é….

Deus é….

As baleias precisam…

Os esquilos necessitam….

E por aí vai.

Mas note que estamos em uma guerra.

A guerra contra o excesso da informação.

A guerra contra o excesso da informação.

Todos em trincheiras, lutando contra o fluxo gigantesco da informação para gerar relevância.

Nessa luta inglória existem algumas armas fundamentais:

O problema daqueles que acham que tem uma missão na terra e a Internet é seu espaço de evangelização acabam por se transformar em mais um inimigo.

O que clamamos é por relevância.

Que se alguém quer nos mandar algo, que olhe para nossa vida, nosso histórico, que seja algo realmente relevante.

Estes são os amigos de fé.

Notem que já temos o próprio ambiente, os spammers e é inconcebível que tenhamos que também os amigos-compulsivos-do-Power-Point atirando na nossa nuca.

E o que fazer contra essa doença?

Tecla DEL? Silêncio? Um toque (quase sempre infrutífero) para os que têm TOC (Transtorno obsessivo compulsivo)?

Talvez seja a hora de se criar os grupo dos “powerpôinticos” anônimos e cada um deles o fundamental primeiro passo.

Sou impotente diante da minha doença e preciso de ajuda….

Leva fé que tem cura.

Leva fé que tem cura.

Só por hoje não vou mandar Power Point para meus amigos.

Só por hoje, só por hoje……

Que dizes?

Mais sobre ansiedade da Informação neste blog.

Toda as grandes necessidades humanas geram um processo complexo para sua realização.

Leonardo da Vinci há tempos imaginou o helicóptero.

Faltava a da Vinci a tecnologia para sua proposta.

Faltava a da Vinci a tecnologia para sua proposta.

A necessidade: se deslocar rápido por sobre o solo;

A proposta: um artefato com hélice;

A tecnologia: ao se inventar um conjunto de peças juntas que realmente voava, que viabilizaram a proposta;

A cultura: todas as atividades sociais e econômicas que giram em torno dos helicópteros.

Ou seja, hoje ao olharmos um helicóptero, nada mais é do que um helicóptero. E não uma discussão a ser feita sobre um monte de peças que voam.

Uma tecnologia quando vira cultura, cai na invisibilidade.

A tecnologia quando assimilada, torna-se invisivel.

A tecnologia quando assimilada, torna-se invisível.

(Mais sobre a ideia.)

Gosto da frase da minha coleção, que ilustra bem esse assunto:

Uma tecnologia só é uma tecnologia, se você nasceu antes dela – Alan Kay

Analisemos da mesma forma um blog para não confundir alhos (cultura) com bugalhos (tecnologia) como se vê por aí:

A necessidade: permitir que todas as pessoas possam expressar suas idéias da forma mais barata e fácil possível.

(Este desejo acompanhou, acompanha e acompanhará o ser humano enquanto existirmos.)

A proposta: um artefato que facilita essa expressão, melhor do que as antigas páginas pessoais, que existiam na Web até o surgimento dos blogs, feitas à base do HTML e do FTP e que permitisse também a retroalimentação, como comentários, tais como cartas de leitores em jornais, tudo ágil e fácil;

A tecnologia: um conjunto de softwares que viabilizaram essa necessidade e a proposta;

A cultura: todas as atividades sociais e econômicas que giram em torno dos blogs.

Assim, os blogs criaram uma cultura, que tinha no seu centro uma tecnologia: fácil de fazer, de manter e de se comentar.

Esse trinômio colou como um chiclete nos sem-mídia.

Essa tecnologia, não necessariamente a cultura alternativa, começa a influenciar toda a rede, pois a interface dos blogs é muito melhor do que tudo que já foi inventado dentro e fora das organizações.

A experiência, o volume do uso, aperfeiçoou de forma brilhante estas ferramentas, pois tinha um ambiente de inovação mais propício.

Hoje, os recursos técnicos de um blog gratuito na rede é mais poderoso que uma cara ferramenta de gestão de conteúdo.

Um exemplo?

Eu tinha um site.

www.pontonet.com.br

Era da minha empresa, paradão, pesadão, bem 1.0.

Aquele website não me ajudava a vender as minhas idéias, que são o meu produto.

Resolvi fechar “o loja”, colocando um link para o blog (meu novo site), no qual tenho recursos que nunca sonhei nem nos mais sofisticados gestores de conteúdo que já conheci.

Fechando o loja.

Fechando "o loja".

Tudo de graça!

O movimento que fiz: fechar um site estático e concentrar tudo em um blog, me levou para um modelo de helicóptero mais moderno.

Nessa linha, vão se mesclar aos antigos gestores de conteúdo, que seguirão o modelo da tecnologia blog. Não haverá diferença entre um site institucional e um blog.

Vão ter a mesma cara.

Serão dois sites com a tecnologia blog, um mais formal e outro mais alternativo. Mas a forma de se publicar será a dos atuais blogs.

Um gestor de blog deixa na poeira os antigos gestores de conteúdo.

Ou seja, até aqui temos na redes blogs e sites.

Blogs = informais, alternativos;

Sites= institucionais e oficiais.

Teremos, assim, uma grande pororoca tecnológica.

A tecnologia dos blogs estão invadindo a Web.

A tecnologia dos blogs está invadindo a Web.

Dessa maneira, não terá mais sentido falar em blogs, enquanto tecnologia, pois a Web inteira, dentre em breve, terá a cara dos blogs de hoje: fácil de publicar e manter, de incluir RSSs, de se comentar e o que mais pintar pela frente.

Que nome daremos a esses novos projetos tecnológicos?

Blogsites? Siblogs?

É a vitória do conceito interativo “blog”, que, para vencer, deixará de existir enquanto tecnologia, ficando apenas a cultura dos blogueiros:

“Aqueles que se expressam de forma livre em ambientes Web”.

Ou seja, a meu ver, não haverá mais sistes estáticos, sem vida, sem comentários, sem RSSs.

Quem mantiver algo assim, estará mortinho.com.br.

O Blog, enquanto ferramenta, será o padrão da Web.

Assim, os blogs (tecnologia) estão desparecendo, pois tudo será site interativo, com a web batendo um blogão….;)

Discordas?

Foi logo ali no ano passado que o Luli Radfahre marretou em sua palestra marcante e inesquecível o ensino nas escolas brasileiras.

Parecia aqueles alunos do Pink Floyd derrubando o muro.

Marreta na educação do passado.

Marreta na educação do passado.

Dias tempos ele blogou o seguinte, depois de uma tempestade de elogios e críticas:

“Quero começar pelos argumentos mais usados por quem tem aquela velha opinião formada sobre tudo e não está disposto a contribuir com o debate: que eu não tenho autoridade para expor o tema”.

E seguiu:

“O primeiro desses argumentos eu considero simplesmente estúpido – não por mim, mas pela idéia de “autoridade” em si, autoritária por definição. A sugestão que alguém precise “ser autorizado a” ou “ter o direito de” expor um novo conceito, tema, opinião ou tendência é servil e contraditória, típica de uma época em que o poder e a informação eram bens centralizados e controlados (para quem insiste no argumento recomendo a leitura de minha série “o fim da Idade Mídia“, publicada há alguns posts neste blog)”.

Não vou aqui defender o Luli, pois ele não precisa.

Quero aproveitar essa idéia de que fulano não tem autoridade, não tem propriedade para falar de tal ou qual assunto, aliás, um problema nada novo.

Notem que antes do livro impresso, só quem publicava era a Igreja nos livros manuscritos.

Quando muitos começaram a poder passar suas idéias para um livro impresso – saiu-se de uma panela e ampliou-se para um panelão maior, mas continuamos com os escolhidos que tinham propriedade e autoridade para falar daquele assunto na “mídia oficial”.

É o que ele chamou de Idade Mídia (um bom termo que já incorporei).

Não havia, até a chegada da Web, pitacos de fora.

Os veículos disponíveis e os editores (do rádio, jornais e tevês) filtravam quem não era do clube.

Cadê a carteirinha da panela?

Cadê a carteirinha da "panela"?

Quem não tinha autoridade ou propriedade, ou fazia um jornal de mimeógrafo, uma rádio pirata – restrita aos amigos ou uma dada região – ou chupava o dedo.

Existia os com espaço na mídia e os sem-espaço.

(Na verdade, isso ainda não acabou, mas o espaço do miméografo hoje é infinito.)

Os sem-mídia estavam rodeados por uma cerca de arame farpado chamada custo da publicação.

Ops, tá fechado!!!

Ops, tá fechado!!!

O preço de publicar despencou com a rede e, agora, com a facilidade de se ter espaço em um blog, cada um dar o seu pitaco se massificou.

Não existe mais autoridade e propriedade para opinar.

Basta blogar, de onde e quando quiser, desde que não minta ou ofenda ninguém.

Quem vai dizer se aquilo que é dito serve para alguma coisa é quem vai ler, ignorar ou replicar.

E aí entra a nova cultura.

Você hoje tem milhões de canais na rede para mudar a gosto seu controle-mouse-remoto.

E a tecla DEL, inventada por Deus, para apagar aquilo que acha que não faz parte do seu interesse.

E aí está a nossa forma de dizer o que achamos.

Ignorar completamente.

Ou ler/comentar.

E, se gostar, espalhar.

Ignorar pode, questionar o direito de publicar, não mais.

Ou bem como respondeu o Luli.

Quem não gostou dos temas apresentados pode tampar os olhos e achar que é invisível.

É um bom recado que deveria constar na página de entrada de todo bom blog.

Se você não gostar de algo e não quer mais ler, ignore.

Se não gostar,não leia.

Se não gostar,não leia.

Desvendará, assim, de forma rápida e fácil, o misterioso caso do blog invisível.

Concordas?

Uma tecnologia só é uma tecnologia, se você nasceu antes dela – Alan Kay (mais uma frase para a minha coleção)

Sinceramente, não quero saber se você acabou de comer Miojo.

Um miojo no final da noite é massa!

Um miojo no final da noite é massa!

Se está escutando a última música da Madona.

Ou resolveu ir neste fim de semana comer maionese envenenada em um cruzeiro de solteiros ou encheu a cara com conhaque malhado.

navio cruzeiro

Cuidado com a maionese!!!

O Twitter – para mim – é um ambiente de trabalho!!!!

A maioria os meus amigos ainda não chegaram lá .

E no dia que tiverem, terei três logins:

Um pessoal – fechado; (ainda não tenho)

Um de trabalho – aberto; (cnepomuceno)

E um para bate-papos em eventos – (nepoeventos)

(Não acho que quem assina a minha lista tem que acompanhar as milhares de abobrinhas que acontecem em um evento e que deveriam ficar entre quem está lá. Quem quer saber mais, entra no #espaço reservado aos posts daquela atividade.)

Não sou contra quem tem rede de amigos. Não sou contra quem gosta de Miojo, da Madona ou de Cruzeiros de solteiros. Ou quem gosta de entornar um Dreher.

Se beber, não blogue.

Se beber, não blogue.

Ou ainda quem manda cem posts por dia no Twitter.

Só não quero segui-los.

Ponto (com).

Quero apenas um Twitter para chamar de meu.

Uso o celular de um jeito. O carro de outro. A tevê plugada no Animal Planet.

(Adoro ver bicho, pois aprendo muito sobre gente.)

Ou seja, cada um é cada um, já dizia um gênio desconhecido.

Hoje, dei uma limpada na minha lista de quem eu sigo, que estão fora do meu padrão de qualidade de um “Twitter-para-chamar-de-meu”.

Vou fazer o mesmo nos blogs que assino no Googler Reader.

No meu caso, quero quem tenha idéias e dicas interessantes.

E seja menos ansioso.

Quem enche linguiça é açougueiro.

Cada um tem o blog que quer, apenas não os quero na minha lista do Google Reader.

Ponto (.br).

Quero algo que atenda as três “ades”:

Qualidade, sem ansiedade e serenidade, tudo rimadinho.

E, para ser coerente, sou super comedido com quem me segue.

Mando um ou dois posts por dia no Twitter e no blog.

Tudo trabalho.

Pode perguntar aí na rua.

Estou meio de saco cheio da ansiosa cultura do “estou por dentro”.

Da galera mega-antenada-parabólica.

Se o cara não souber da última, da última, da última vai ser chamado de Mané na turma.

Você ainda tá acendendo com essa pilha?

Se está, aqui vai um poema dedicado a você, ansisoso desconhecido:

Cuidado, antenado demais se atrapalha,
não consegue saber onde começa o fio
e onde termina a tomada…

E tu vais ficar calado diante disso tudo? 😉

Mais Twitter neste blog.


Quem vai explicar a Internet?

A Web é um desses assuntos que exige um novo enfoque.

Há um nó a ser desatado.

Há um nó a ser desatado.

A Ciência evoluiu ou por ferramentas que lhe permitem ver o antes impossível (microscópio, telescópio, robô submarino para alta profundidade) ou fenômenos que, pela repetição no tempo e estudos, nos possibilitam uma nova teoria.

A sequência de introdução constante de novas tecnologias de comunicação e informação, tais como (livro, jornal, rádio, tevê, computador web) nos mostra que mais do que fenômenos isolados e sem nexo, há um movimento cíclico de mudanças.

Estes movimentos giram em torno de sistemas ou ambientes de conhecimento humano, que, como eram espaçados não chamavam a atenção, nem exigiam um estudo mais aprofundado.

As coisas eram soltas e sem conexão entre elas.

Não era claro que algo se alterava de tempos em tempos.

Algumas coisas mudaram de lá para cá:

1) as mudanças são mais constantes e rápidas;

2) o que nos permite ver com mais clareza que são e serão sempre presentes e carecem de uma teoria que as expliquem.

Dessa forma, para entendermos a Internet é preciso situá-la dentro deste contexto geral de mudanças cíclicas e não com um novo fenômeno, como um disco voador que pousou na terra.

Ela faz parte de algo que tem uma história, na qual não tínhamos uma pista de onde escavar para ver os antigos ossos.

Portanto, mudanças nas tecnologias de comunicação e informação têm ciclos e são diferentes das demais, pois alteram de forma mais radical a sociedade.

Ou seja, a Web venho escancarar algo que não havia necessidade de se estudar , mas agora se tornou vital para compreender de onde viemos e para onde vamos.

Assim, as tecnologias de informação e comunicação são um centro mutante de sistemas de conhecimento que sempre foram necessários para o ser humano existir, este sim, para sempre presentes enquanto sobrevivermos enquanto espécie.

A necessidade do conhecimento, através da informação e da comunicação é perene. As formas que fazemos isso mudam de tempos em tempos de maneira radical.

Esse é o centro dessa nova lógica.

Estes ciclos são vitais para definir e se entender mudanças na sociedade humana.

Precisamos, assim, de uma nova Ciência, na qual o objeto não será mais a comunicação, a informação ou a computação, vistas de forma isoladas, mas um todo coerente, tendo como objeto central os sistemas e ambientes de conhecimento do ser humano, que têm como núcleo central as mutantes tecnologias da inteligência (informação e comunicação).

É o típico momento no qual Thomas Kuhn chamou de quebra de paradigma científico.

Thomas Kuhn e os novos paradigmas da Ciência

Thomas Kuhn e os novos paradigmas da Ciência

Os antigos preceitos não são mais suficientes para explicar o fenômeno e surge a necessidade de um novo, que jogue uma nova luz ao ainda não totalmente explicado e acaba por tornar o que ficou para trás obsoleto.

O estudo dos sistemas de conhecimento recolocarão, a meu ver, em seu devido lugar a Comunicaçâo e a Ciência da Informaçâo (e mesmo parte da Ciência da Computação), que tiveram vidas separadas enquanto puderam, mas chegaram a seu limite.

Entender a Web na sua dimensão fará aos pesquisadores destas áreas, cedo ou tarde, procurar um campo de estudo (como muitos vêm fazendo) baseado na pesquisa dos ambientes de conhecimento, o único que nos permitirá a ter uma história coerente das grandes mudanças na produção da informação e da comunicação humana (grunhido, fala, escrita, livro manuscrito, impresso, jornais, rádio, televisão, telefone, computador, web).

O novo campo jogará, por fim, nova luz à sombras em outras Ciências, como a Economia, à Sociologia, à Filosofia, Antropologia, entre outras.

Algo assim permitirá um resgate e uma releitura da história e poderemos perceber a influência que as alterações nos sistemas de conhecimento e suas mudanças tiveram na sociedade.

Um novo campo do conhecimento para olhar de novo o passado e prever o futuro.

Um novo campo do conhecimento para olhar de novo o passado e prever o futuro.

Concordas?

Sobre o tema recomendo ainda ler.

A conquista humana da natureza tem sido algo brilhante, mas o uso inadequado, desastroso – Arnold Toynbee – da minha coleção de frases.

Estamos cercados de alguns mitos complicados devido a nossa eterna arrogância de animais mais complexos do planeta que querem a cada geração ser especial entre outras, achar que agora tem algo muito diferente no ar.

A verdadeira sociedade da arrogância e não do conhecimento.

A verdadeira sociedade da arrogância e não do conhecimento.

Sempre tem algo especial, mas nunca de um jeito completamente novo, que já nâo tenha ocorrido em diversos outros momentos na história dos humanos no planeta.

Assim, me parece que:

Não somos a sociedade do conhecimento.

Somos mais uma, menos equilibrada que muitas outras anteriores, que já foram mais pacifistas, ecológicas, integradas e humanas.

Não somos a sociedade de informação.

A quantidade deve ser sempre feita em proporção ao número da população do planeta.

Nunca fomos tantos (quase 7 bilhões) e é natural que cada vez tenhamos mais e mais dados para transformar em informaçâo, conhecimento.

Portanto, somos mais uma geração nessa eterna produção contínua e cada vez maior de conhecimento.

(Lembro que quando surgiu o livro, os iluministas também se consideravam na sociedade do conhecimento.)

Talvez seja melhor gravar um CD e de tempos em tempos, colocar para tocar a cada geração, uma espécie de hino à falta de humildade:

Somos nós a sociedade do conhecimento e da informação!

Não estamos evoluindo

Tecnologias e tudo que está em torno não significa evolução.

São respostas às demandas básicas ou supérfluas da nossa sociedade.

Evoluir me parece que se trata de ganhar mais equilíbrio com o meio, com os outros, com nós mesmos e nesse quesito, me parece, que estamos levando nota baixa.

Note que país mais rico (materialmente) do planeta é o mais pobre em exemplos de humanidade (ou você é perdedor ou vencedor) para com eles e para com os outros.

Será este o exemplo a ser seguido?

O planeta está morrendo

Nâo, não está.

O planeta já passou por crises muito piores, quando recebeu um meteoro enorme pela proa, na qual morreram todos os dinossauros e só sobraram aqueles dos filmes do Spielberg.

Outras espécies virão depois de nós...

Quem está ameaçada é a espécie humana, que, se desaparecer, a Terra saberá trazer de volta novos animais e espécies menos agressivas que a nossa.

Por fim, ninguém é dono da verdade

Não existe realidade, mas apenas aproximações desta, a partir, sempre, de comparações do que vemos agora com muitas fontes, do que ocorreu no passado, de como se desdobrou lá e como pode ser que ocorra aqui.

Qualquer outra tentativa é procurar um submarino único em jogo de batalha naval.

A22? Água!

A22? Água!

Ou seja, me parece, que muito mais do que sociedade do conhecimento, ou sociedade da informação, vivemos em mais uma sociedade da arrogância, uma característica, aliás, da verdadeira falta de informação e de conhecimento do que realmente somos.

E contra ela, me desculpem, não há tecnologia que dê jeito!

É uma questão de resgatar a gestão da sabedoria, algo cada vez mais fundamental, mas, infelizmente, ainda não valorizada no dito mercado.

Concordas?

–Pós escrito –

Está rolando discussão sobre este post no Webinsider.

Pós-escritos:

19.02.09 ———-

Recomendo o texto complementar de Eliana CardosoO Leitor.

12.03.09 ———-

E ainda um post meu sobre um caminho mais holístico.

O criador do HTTP e da linguagem de programação das páginas HTML, Tim Bernes Lee, esteve entre nós, no Campus Party.

Mais detalhes aqui.

bernes lee campus party

Bernes Lee na Campus Party

Destaco:

“A Web é uma imensa plataforma, uma tela em branco pronta para receber criações com as quais eu nunca sonhei”.

A cada novo ciclo da Web uma nova camada de inteligência é colocada para facilitar a vida, aumentar a relevância e dar algum sentido ao caos cada vez maior em um planeta que não para de aumentar o número de habitantes.

Antes do surgimento do RSS (RSS é um subconjunto de “dialectos” XML que servem para agregar conteúdo ou “Web syndication”, podendo ser acedido mediante programas ou sites..mais) se eu encontrava alguém na rua o endereço do meu blog www.nepo.com.br, bastava.

Mas a pessoa não viria ou virá ao meu blog todos os dias me visitar.

Ela precisa de um robô que faça isso por ela. E por isso o endereço do RSS passa a ser hoje mais importante do que a URL, que é apenas a porta de entrada para pegar o RSS.

A URL é estática e uma primeira referência.

O RSS é dinâmico, pois ao mesmo tempo que serve para o seu personal robô saber as novidades do blog do Nepô ou de quem você desejar, (no link acima tem o endereço do meu RSS, clique para ver como seu computador vai reagir).

(Um exemplo de personal robö é o Google Reader, que lê a RSS e abre uma página para mim com todas os meus RSS escolhidos e e programados, ou manda para meu celular, ou aparece no rodapé do meu computador, ou poderá tocar no meu relógio, como já vi em feiras futuristas.)

)

Um personal robô para quem está perdido no ciberespaço - perigo, perigo...:)

Pode ainda republicar o conteúdo selecionado em outros locais, como já faço na parte lateral do blog ou como vou transformar o blog do ICO em um agregador de RSS de cabeças brilhantes nesse campo (estamos em produção).

Assim, temos um novo mundo de endereços que estão acima da URL tradicional, em uma nova camada, colocando um novo colorido na tela branca que Lee falou lá na Campus Party.

Ontem mesmo, uma equipe de cineastas, que está com vontade de fazer um projeto meio Youtube sobre os problemas do Rio de Janeiro me ligou e me perguntou qual a chance de algo assim dar certo?

Comentei que o usuário quer liberdade de publicar seu conteúdo sem barreiras, desde que o local seja aberto, permita gerar RSSs e com ele – ou qualquer um – possa espelhar o que publicou aonde quiser.

Me parece que já temos sites de vídeos e senhas suficientes para outras aventuras nesse campo.

Seria um risco, defendi.

O que não temos, complementei, e estamos carentes são mais agregadores, que permitam reunir, por exemplo, através de RSS (e similares) conteúdo, a partir, aí sim, de um determinado tema como o Rio de Janeiro, por exemplo.

A URL não é mais importante como já foi (obrigado URL!!!), mas o que conseguimos agregar com os conteúdos existentes, através dessa nova camada de RSSs voadores.

Obviamente que se pode ter conteúdo local, com um site similar ao Youtube, mas sempre aberto para quem quer “desovar” ali o seu conteúdo e para quem apenas quer espelhar.

É um novo momento.

Espelhar ou desovar, eis a questão.

Ou seja, o RSS é o filho da URL, mas esperto, mais dinâmico e sabido.

Independente que só, andarilho, hippie, cigano.

Quem quer projetos 2.0 precisa pensar seriamente se tem força para ser repositório de conteúdo de primeira mão ou apenas agregador de RSSs em temas relevantes?

Foi o recado que deixei.

E você o que a sua sabedoria pode ajudar nesse post de quarta-feira chuvosa depois de feriado?


Nós não somos estudantes de uma matéria qualquer, mas estudantes de problemas – Karl Popper.

Toda a Ciência tem um ponto de partida.

Nasce da necessidade de resolver um problema humano. Uma impossibilidade que nos leva a estudar determinado assunto.

A partir desse ponto, inventamos ou equipamentos (telescópios, microscópios, máquinas de raio-x) que nos permitam detalhar os objetos.

Ou inventamos ferramental teórico que nos permita compreender o que se passa e o que provavelmente acontecerá. E como podemos nos preparar para conviver com estes fatos.

Nessa linha, existem objetos inacessíveis com as tecnologias atuais (o material do solo de outros planetas, por exemplo), fenômenos novos como a Aids ou a Internet, que abrem novos campos de estudo.

O problema original, entretanto, se desdobra em diversos outros e nesse caminho é normal que o problema a ser resolvido torne-se secundário em um processo virtuoso.

Existe também, o que é mais comum, que o problema fique cada vez mais distante e, por diversos fatores burocratizantes, a própria Ciência se transforme de solução em problema.

O cachorro que deveria saber onde está o rabo, virou o rabo atrás do cachorro.

O rabo procura um cachorro.

O rabo procura um cachorro.

Burocratiza-se a Ciência que passa a ser um “Ministério”, com seus carimbos, burocratas, normas, regras e leis, que supostamentem defendem à inovação, mas muitas vezes acabam tendo o efeito contrário.

Passa-se anos discutindo os detalhes, sem ir ao âmago da questão, em um processo claro de neurose científica.

Me alinho com Edgar Morin quando no livro “Cabeça bem-feita” defende o resgate de uma nova cultura científica que resgate o sentido de orientá-las para a condição humana.

Não há nada pior do que uma academia fechada nela mesma, com a cabeça cheia sem conseguir articular aquele conjunto de autores de tal forma a contribuir com a sociedade.

A academia está dentro da sociedade e só faz sentido quando se relaciona com ela de forma intensa. Isolada (como prefere ficar) é apenas mais uma fonte de despesas e barulho.

Os problemas são uma dádiva para quem estuda.

Eles ajudarm a organizar o pensamento, dão um sentido de realidade as nossas viagens e nos faz situar determinado conceito no geral das coisas, evitando a “acumulação estéril”, definida assim por Morin:

“Onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido”.

Morin defende, assim, uma educação e, por sua vez, uma Ciência que nos oriente para os problemas fundamentais de nossa própria condição e de nossa época.

O isolamento da maior parte de nossa academia, perdida nos seus falsos problemas egóicos, cria-nos ruídos. Quem deveria ajudar muitas vezes, atrapalha.

É um pouco o que diz Marcos Cavalcanti, quando defende um novo sentido para as pesquisas acadêmicas com a sua sensacional e emblemática estória do Ronco do Boi.

Eu estudo o que eu quero....

Eu estudo o que eu quero....

Um pesquisador que estudava o ronco do boi, quando perguntado sobre o motivo da pesquisa, simplesmente respondeu: “por que eu estou afim”.

Cavalcanti defende que :

“A Universidade não pode continuar de costas para a sociedade, pesquisando só o que interessa aos pesquisadores”.

Eu complemento dizendo que a Universidade pode criar sim problemas, está ali para isso, mas que ajude a sociedade a resolver os seus.

E não criar uns tantos falsos e estéreis a seu bel prazer, financiada pela sociedade.

A arte está em fazer com que ela se aproxime da realidade com sabedoria e liberdade em um processo inovador e criativo, envolvendo todos os atores, não apenas os “de dentro”.

É preciso resgatar a idéia original da academia: um conjunto de estudiosos empenhados em melhorar a vida sobre a face da terra, reduzindo, ao máximo, o que é estudo do próprio umbigo.

Concordas?

Pós-escrito – 07 de fevereiro —-

O tema foi discutido no fórum alternativo mundial. A posição do pensador francês que saiu no Globo de hoje  é a que defendo:

Vigilância social para acabar com o "umbiguismos" das pesquisas...

Ninguém pode ser um grande economista se for somente um economista”, Hayek.

A frase acima pincei do livro do Edgar Morin “A cabeça bem-feita” e serve para qualquer profissão, basta mudar para: profissional de tecnologia, da informação, educador, sociólogo, antropólogo….

Ninguém pode deixar de ser holístico (ter a visão ampla) num mundo tão interconectado.

A importância de não perder a visão geral...

A importância de não perder a visão geral...


Não é de hoje que se pede por aí que para compreender o fenômeno da Web se junte perfis.

Muitos analisam, por exemplo, a Web e mesmo a Web 2.0 de várias maneiras, mas é fundamental perceber que existe um gatilho econômico que dispara estas fases.

E isso se chama a grana!

Ou no popular:

“Quanto custa a parada?”

Vamos ao passado.

O livro escrito a mão era caro.

Precisava de um bem remunerado escriba produzir aquele tijolo durante meses.

Difícil para distribuir, para manter e ganhar escala.

O livro manuscrito era um produto caro.

O livro manuscrito era um produto caro.

Era um difusor de informação caro.

O livro impresso derrubou o custo desse suporte informacional.

Gerou uma indústria que teve e ainda tem como missão baixar custos, fomentar a demanda, distribuir, ganhar novos mercados.

Yochai Benkler, no livro com visão econômica “The Wealth of Networks“, lembra que a nossa contemporânea mudança radical na forma de se organizar a produção da informação, através da Internet, é o resultado do declínio vertiginoso dos preços dos computadores, da comunicação e do armazenamentos de dados.

Há, assim, o nem sempre lembrado fator: “custo do acesso às mídias e de produção de conteúdo”, como barreira fundamental a ser vencida para a massificação e utilização do meio.

Hoje, somos quase um Roberto Marinho com um personal jornal (blog), uma rádio, via celular, (Gengibre) e um canal de televisão (Youtube) por causa do custo inviável.

Hoje, ser uma rede completa de mídia sai quase de graça.

O preço despencou, o que nos dá uma visão melhor da Web 2.0, por exemplo.

O grande diferencial, a partir de 2004, quando já se havia espalhado os computadores, já estavam com os modens, a cultura tinha se disseminado, mas o grande gargalo era o custo do acesso.

A Web 2.0 é, assim, filha da banda larga, que permitiu:

a) mais velocidade;

b) acesso 24 horas pelo mesmo preço, (prática que a maioria dos provedores discados, já tinha incorporado);

Somados a toda uma cultura já disseminada, um parque de computadores e uma já bem consolidada indústria Web, etc…

A banda larga, assim, liberou os usuários para vivencidar a interação, que sempre esteve na Web, mas para quem tinha grana, subsídio, ou trabalhava na área, ou era fanático.

O interessante é que esses multi-fatores devem nos levar a pensar o fenômeno da Web sob diversas óticas diferentes em um cipoal de causas e efeitos, como sugere Pascal:

Sendo todas as coisas causadas e causadoras, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e todas elas mantidas por um elo natural e insensível, que interliga as mais distantes e as mais diferentes, considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, assim como conhecer o todo sem conhecer, particularmente, as partes, Pascal;

Portanto, não se pode ignorar a questão do custo, que hoje, por exemplo, tem limitado bastante o uso do celular.

No Japão, por exemplo, o pagamento do acesso é mais pelo fixo e ilimitado, tanto na voz como aos dados, uma realidade, que muda completamente a maneira de uso.

Celular japonês - preço fixo e 24 horas de uso.

Celular japonês - preço fixo e 24 horas de uso.

Pensem em algo assim no Brasil e a profusão que teremos de serviços de upload automático para a Web de fotos, vídeos, áudios, além de chats, troca de mensagens, etc…

A questão do custo dos suportes parece-me ainda pouco estudada, mas terá um destaque cada vez maior nas análises que fazemos e faremos da Web que precisa de mais economistas como o Bencker para nos ajudar nesse desafio.

Um economista não pode ser só um economista, mas quando traz uma visão diferente, ajuda.

E você concorda?

Reflexões, a partir da experiência do Globo On-line

Tenho acompanhado com especial atenção a implantação do projeto da colaboração do Globo On-line, já entrevistei os responsáveis, participei de inúmeras palestras com o Aloy Jupiara.

[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=xtVOoyUTF0c]

Nada como um caso concreto para amadurecermos algumas idéias.

Nesse processo, comparando a outras experiências que já vi por aí podemos dizer que a adoção da Internet colaborativa segue alguns passos.

São eles?

1) a fase do ouviu o galo cantar.

O Galo 2.0 canta e o novo dia acontece....

O Galo 2.0 canta e o novo dia acontece....

O pessoal do Globo esteve fora do Brasil em seminários e se convenceu que a colaboração chegou para ficar na mídia. Foram influenciados pela tendência lá fora e por diversos livros que leram por aqui, artigos, palestras, etc.

Um caldo de previsões que passaram a compor um novo tipo de visão daqueles profissionais.

2) depois de ouvir estes primeiros cantos, vem a segunda etapa – “é inevitável, temos que implantar“;

Notem que é um passo enorme perceber a tendência e passar de um convencimento de um grupo na empresa, para transformar isso em um projeto, conseguir recursos, convencer à direção, etc…

3) feito isso, passamos a fase do “se atirar do penhasco na nova aventura“.

É o momento que a equipe escolheu a ferramenta e abriu o jornal para os comentários dos leitores. Naquele momento, estavam saindo do modelo tradicional do-eu-escrevo-e-você-lê. Para o eu-escrevo-e- você-comenta.

Um salto gigantesco. Se inicia a nova e tapa em um mundo novo.

A fase seguinte é a da “avalanche colaborativa”.

Os leitores passam a comentar aos borbotões.

O Aloy me disse que passava madrugadas no jornal, lendo todos os comentários, até que um dia ele percebeu que isso era inviável que precisava criar uma nova maneira de administrar aquele novo tipo de produção de informação.

A nova etapa é a de assumir e consolidar a nova cultura, que passa por:

a) os modelos tradicionais de gestão da informação do-eu-escrevo-e-você-lê já não servem mais para esse novo ambiente;

b) começa-se a criar cultura e desenvolver novas ferramentas para ajudar a gerenciar esses comentários.

A nova cultura se baseia na auto-gestão dos leitores, que passam a apontar abusos, através de softwares próprios para isso na nova fase do o eu-escrevo-e- você-comenta.

Está feita a passagem da Web 1.0 para a 2.0.

A passagem entre a cultura da gestão da informação 1.0 para a 2.0

A passagem entre a cultura da gestão da informação 1.0 para a 2.0

Agora, se trata de melhorar as ferramentas, aculturar mais e mais a equipe e toda a empresa, espalhar a cultura para outras áreas, incluindo os leitores.

É um processo doloroso, rico, difícil, mas que todos em algum momento vamos passar.

Quanto mais a curto prazo, melhor.

O Jornal passou a ser referência nessa área no Brasil, imitado por vários outros.

E você acrescentaria mais alguma etapa?

Descubra a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria no podcast de Carlos Nepomuceno. Aprenda a transformar dados em decisões sensatas!

 

Em mais um podcast no Gengibre.

Do dado à sabedoria….

A íntegra do podcast:

Há uma certa confussão sobre a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria.
O dado é um pingo de chuva.
Você está andando e sente um pingo, um segundo pingo, um terceiro pingo.
Aquilo não significa que é uma chuva, pode ser um ar condicionado, pingando num dia de calor.
No momento em que você olha para o céu e repara que existem nuvens e que começa ver os primeiros
raios e sentir mais pingos, complementa aquele conjunto de dados e chega a uma informação: vai chover!
O conhecimento é quando você percebe que com a chuva você vai se molhar e se você se molhar não vai poder
chegar ao trabalho todo molhado e que você pode ficar resfriado.
Então, isso é um conhecimento.
A sabedoria é o que vai fazer com tudo isso.
Se você vai continuar andando deseperadamente no meio da chuva e se molhar todo, ou vai se preservar
numa marquise e deixar a chuva passar.
A harmonia entre o dado, a informação, o conhecimento e a sabedoria poderíamos resumir que é a arte de viver.
E isso funciona tanto para cada pessoa, para cada grupo, para cada empresa e para cada país.
É isso, muito obrigado!

Há uma certa confussão sobre a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria.

O dado é um pingo de chuva.

Você está andando e sente um pingo, um segundo pingo, um terceiro pingo.

Aquilo não significa que é uma chuva, pode ser um ar condicionado, pingando num dia de calor.

No momento em que você olha para o céu e repara que existem nuvens e que começa ver os primeiros

raios e sentir mais pingos, complementa aquele conjunto de dados e chega a uma informação: vai chover!

O conhecimento é quando você percebe que com a chuva você vai se molhar e se você se molhar não vai poder

chegar ao trabalho todo molhado e que você pode ficar resfriado.

Então, isso é um conhecimento.

A sabedoria é o que vai fazer com tudo isso.

Se você vai continuar andando deseperadamente no meio da chuva e se molhar todo, ou vai se preservar

numa marquise e deixar a chuva passar.

A harmonia entre o dado, a informação, o conhecimento e a sabedoria poderíamos resumir que é a arte de viver.

E isso funciona tanto para cada pessoa, para cada grupo, para cada empresa e para cada país.

É isso, muito obrigado!

 

Papo no Gengibre

Mais um podcast no Gengibre

Vi hoje que a CBN lançou um novo site.

O leitor agora pode colaborar

A colaboração na CBN

A colaboração na CBN

 

Em sendo uma rádio o ideal que a pessoa pudesse postar de um celular direto para salvar um áudio, que pudesse entrar, se for o caso, no ar.

Um casamento da CBN com o Gengibre.

Não sou cupido…mas acho que dá liga.

O que você faria se fosse Prefeito?

Minha filha de onze me perguntou isso outro dia. E fiquei a matutar.

Toda a prefeitura tem um impasse.

Problemas demais e recursos de menos.

Um prefeito antigo, ou populista, fará da sua sua gestão a do Salvador da Pátria.

“Eu sei e posso resolver tudo”.

O prefeito 2.0 caminhará por uma estrada diferente.

“Eu vou articular a população para me ajudar a detectar e resolver os problemas”.

O cidadào passa a participar da vida da cidade.

O cidadão passa a participar da vida da cidade.

O PT nos bons tempos tinha isso bem enraizado. O tal orçamento participativo, que era uma marca do partido, mas acabou se perdendo.

Assim, uma prefeitura moderna é aquela que o prefeito incentiva, abre espaço e modela toda a máquina com os recursos mais modernos para fazê-la cada vez mais dinâmica para atender aos interesses dos cidadãos.

Para isso, é necessário um investimento, no modelo Amazon de uma central única de atendimento, via fone, celular, SMS, web, e-mail, Twitter, MSN, Skype, na qual o cidadão aponta os problemas.

Acoplado à central, um serviço bem esturuturado de “entrega” de serviços, através de motos e helicópteros (nas cidades maiores) que vão aos lugares para verificar o problema e ver quem da máquina pode ser acionado.

A entrada dos pedidos pelos cidadão à prefeitura passa a ser uma só e não várias como é hoje em dia, desperdiçando recursos e dispersando os resultados.

As motos e helicópteros vão como “paramédicos” e acionam a outra estrutura posterior, quando for algo emergencial ou colocam como medidas a serem tomadas como política de solução de médio e longo prazo.

Nestes casos, entrando na pauta do orçamento participativo daquela região, que pode ter como ferramenta de apoio as interações, via redes sociais.

Note que uma equipe de manutenção de semáfaros passarão a agir não mais para saber aonde está o problema, isso passa a ser missão do cidadão, como já é feito em Curitiba, por exemplo, há alguns anos.

(No Rio, há um telefone para denunciar problemas nos sinais, mas não é divulgado em cada um deles. Vi em Curitiba um número de telefone de três dígitos para que isso seja feito!)

O mesmo vale para denúncias, via celular, de caminhões parados, fazendo entregas em horários fora da lei, irregularidades urbanas, etc…

Teremos mais técnicos de manutenção nas ruas e menos supervisores para saber aonde está a agulha no palheiro.

Informatiza-se e coloca-se interação em todo o processo com resultados abertos para cada cidadão acompanhar a sua denúncia e dos demais.

E saber quantas vezes aquele problema já apareceu no call center e qual a solução proposta.

O processo todo passa pelo envolvimento de toda a cidade, através da divulgação de um fone e de uma página Web, números de protocolos e o controle das autoridades dos resultados dos pedidos.

Deixando o cidadão de frente da inoperânica da máquina, com possibilidade maior de cobrança, em relação ao modelo vigente.

Implanta-se o projeto em versões 1.0, avalia-se, vai-se para a 2.0, e evoluindo cada vez mais para que a estrutura de atendimento da cidade esteja ao alcance de cada cidadão em um processo contínuo de evolução, cada vez mais digital e participativo.

Um prefeito que constrói esse modelo deixa uma herança inestimável, pois uma cidade participativa dificilmente volta para trás, pois cada cidadão se sente, de certa forma, no comando.

E isso não tem retorno.

E você?

O que faria se fosse prefeito?

—- pós escrito – 

Hoje, dia 07 de fevereiro – saiu no Globo que a Prefeitura do Rio vai utilizar o Eu-repórter (colaboração de leitores no Globo on-line) para auxiliar na luta contras as irregularidades.

Já é um primeiro passo na direção da cidade 2.0, mas ao invés de ser uma política centrar do Governo é algo periférico, não só na forma, como no conteúdo, pois a Prefeitura não pensa em criar a sua própria central.

Detalhes na imagem abaixo:

globo1

Estou lendo “Here Comes Everybody” de Clay Shirky.

Clay Shirly - mais um que tem dois o

Clay Shirly - mais um que tem "dois olhos".

O autor,que tem a impressionante marca de mais de 6500 seguidores no Twitter, tem duas boas características: tem dois olhos, na expressão de Kanitz. E sabe contar uma estória. Não é prolixo.

Procura passar o que vê de novo, a partir de exemplos concretos, que são apresentados e dissecados.

No primeiro capítulo, ele conta a triste estória com final feliz da perda de um celular que acabou recuperado pela dona, a novela virou um blog, que teve repercussão na mídia americana.

Em resumo: menina perde celular no táxi, que é encontrado por outra menina. Ao tentar recuperar o celular, a que perdeu pede para a que achou, devolver.

Recebe de volta uma série de desaforos.

A malandra que achou passa a tirar fotos.

Malandro de mais se atrapalha.

Malandro de mais se atrapalha.

Não sabia, entretanto, que havia programado no aparelho um serviço de publicação de fotos automática na Web, o que facilitou saber depois quem era a criatura.

Um amigo da que perdeu o fone, cria um blog e começa a contar a estória e os desdobramentos on-line. O fato ganha a mídia, a polícia se vê obrigada a intervir e acaba prendendo a malandrinha.

Do caso, Shirky mostra que a recuperação do celular foi possível, em função no novo ambiente de troca de informações e uma série de fatores agregados, o que acabou obrigando o assunto a entrar na limitada pauta da polícia e da mídia, que acabaram agindo.

O fato teve ter assustado a malandrinha, pois nunca ela imaginou que poderia ser rastreada, pois, ao entrar em rede, alguém acabou chegando no seu perfil da rede social. E bum!

O que me chama a atenção nessa história é o susto tecnológico que uma nova mídia ao entrar no ar e se massificar acaba dando nas pessoas.

Sugiro sempre (chego até a passar em sala de aula) que meus alunos assistam ao vídeo Lutero, que tem, aliás no Youtube, dublado.

Lutero - o filme - recomendo pegar na Locadora

Lutero - o filme - recomendo pegar na Locadora

No filme, Lutero é quem “perde o celular” e o Papa é o malandrinho que não acha que seus atos injustos terão alguma consequência.

Do filme, destaco:

Na parte 3, Lutero descobre os absurdos que a Igreja fazia em nome de Deus;

Na parte 4, começa a pensar de forma diferente e começa a pregar as suas idéias, ainda de forma restrita;

Na parte 5, note ao final, na marca de 9:00 minutos do filme, que Lutero divulga suas idéias pregando-as na porta da igreja, através de um papel escrito pelas próprias mãos;

Na parte 6, temos a guinada de todo o processo, o Ponto da virada. Nesta cena, por volta dos 2:56, um seguidor de Lutero arranca a página da porta da Igreja e leva para a impressão, alterando todo o contexto e possibilitando uma nova etapa na difusão das idéias revolucionárias do padre alemão;

Na parte 7, o resultado da divulgação das idéias por toda a Alemanha. Note que no início desta parte o Papa se refere a Lutero como Monjezinho. Poderá ver ao longo do filme a descrença da Igreja quanto ao resultado das novas idéias.

E, por fim, a revolução protestante.

(Os segmentos acima não seguem uma lógica, pois existem partes do filmes sobrepostas, sugiro pegar na locadora).

Nem o livro, nem a prensa é citada pelo filme, mas ela está como viabilizadora de tudo, como pano de fundo, como a Internet está para a recuperação do celular.

A diferença – e isso é mostrado no filme é:

1) Havia a possibilidade de imprimir panfletos, o que tornou as idéias locais de Lutero nacionais (o mesmo que aconteceu no caso do celular);

2) A nova velocidade de diapasão e alcance é algo que surpreende a todos, principalmente quem está no poder ou se beneficia de alguma forma do anonimato ou da falta de consequência de seus atos, (ainda sobre o caso do celular).

O fato ilustra ainda outras descrenças e realidades contemporâneas:

Microsoft x Linux/software livre;

Indústria Cultural x Napster (e sucessores, como E-mule e outros).

E será ainda visto mais adiante quando algumas estruturas monolíticas e impenetráveis começarem a ruir, como é o caso no Brasil, da Justiça e do Parlamento.

As novas mídias, como a Internet, de hoje, e os livros, panfletos e jornais, pós-idade média, iluminam sombras numa velocidade espantosa e mudam as sociedades para sempre.

Por mais que os inconsequentes não acreditem.

Concordas?

Sendo todas as coisas causadas e causadoras, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e todas elas mantidas por um elo natural e insensível, que interliga as mais distantes e as mais diferentes, considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, assim como conhecer o todo sem conhecer, particularmente, as partes”, Pascal.


Não me sai da cabeça a pergunta que um gerente da Transpetro me fez durante uma palestra: “Como lidar com a ansiedade da informação?”.

Ansiedade da Informação

Ansiedade da Informação

Respondi, na época que seria importante perceber que temos dois tipos saber quem acompanhar. Saber escolher aqueles que conseguem separar o joio do trigo.

Continuo acreditando nisso, o que é um eterno processo de seleção.

Há pensadores que conseguem identificar em cada fenômeno, cada novo projeto, site, programa, colocando-o em um devido contexto.

São o que Edgar Morin chama dos cabeça bem-feita.

Cabeça-feita

Cabeça-feita

Ele considera que a nova escola deveria estimular a todos uma formação para capacitá-los a ter o que ele chama de conhecimento pertinente.

Aquele que é capaz de “situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita”.

Para ele, o conhecimento progride não tanto por sofisticação, formalização e abstração, mas, principalmente, pela capacidade de contextualizar e englobar.

Assim, para ele, temos dois tipos de reflexão hoje em dia, os cabeça-cheia e os que tem a cabeça-feita.

Os primeiros têm o saber acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido.

Os outros, os cabeça-feitas, por outro lado, conseguem ter:

– uma aptidão geral para colocar e tratar problemas;

– princípios organizadores que permitam ligar os aberes e lhes dar sentido.

Quando vemos a avalanche que temos todos os dias com milhares de mensagens de e-mails, twitters, novos posts de blogs que acompanhamos, na verdade, vemos o quanto nossa cabeça anda mais cheia do que feita.

O que me faz pensar todos os dias sobre a minha prática de estar por dentro das coisas.

Um livro com o do Morin “A cabeça bem-feita” colabora bastante para evitar ansiedades desnecessárias.

Cabeça bem feita - Edgar Morin

Cabeça bem feita - Edgar Morin

Que pensas?

A cabeça bem-feita A cabeça bem-feita by Edgar Morin

Estou lendo…aqui de Teresópolis…

My review

rating: 4 of 5 stars
O que já destaco do livro?

“Conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita. Podemos dizer até que o conhecimento progride não tanto por sofisticação, formalização e abstração, mas, principalmente, pela capacidade de contextualizar e englobar”. (pg 15)

(…) “considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não atrofiada”. (pg 16)

View all my reviews.

De Buenos Aires  – Longe de mim, jogar pedra em projetos Web 2.0.

Projetos web são trabalhos duros.

Projetos web são trabalhos duros.

Sei, por experiência própria que um projeto qualquer de software na Web envolve:

  • Os conceitos que temos naquele momento,
  • Nossa capacidade de inve$timento;
  • A equipe que conseguimos montar e coordenar para desenvolver o projeto:
  • E o tempo para colocar tudo no ar e o esforço de eliminar bugs.

Assim, minhas críticas vão na direção da melhoria do projeto.

O Wikipedia permite a edição de seus vócabulos em um código básico, próximo ao HTML.

Antigamente, as páginas pessoais, avós dos blogs, eram assim também.

Com o tempo, os editores se sofisticaram.

Hoje, aqui no WordPress tenho a opção mais Light, parecida com um editor de texto e a mais sofisticada no HTML.

No Wikipedia, isso não ocorre, mas deveria para ampliar o leque de usuários colaboradores.

Mais: se existem mil regras, deveria haver uma espécie de formulários, graduais para os leigos.

Os robôs ajudariam a facilitar a interface.

Os robôs ajudariam a facilitar a interface.

Supomos.

Que tipo de vocábulo queres criar?

Uma biografia?

Então, se abriria um formulário com todos os campos para que você preenchesse. Em cada um com as regras necessárias e gerando a formatação ideal para o projeto.

Quem fosse leigo, entraria por ele.

Os experientes, pelo tradicional.

Isso evitaria, falhas, descuidos e, por sua vez, broncas e, aumentaria, assim, a participação de gente que quer colaborar, mas acaba se assustando com um ambiente ainda hostil.

Quem acham?

Vejam meus comentários sobre este projeto  em Papo de Wikipedia.

—-Pós escrito —

Debate interessante sobre este post acontecendo no Webinsider.

De Buenos Aires – Tive as minhas tentativas.

Não me considero um usuário leigo, mas a edição é ainda toda feita em um código muito próximo ao HTML. Mais: as regras estão em texto e não nas ferramentas e, como são tantas, não é difícil você cometer alguns deslizes.

Rapidamente, alguém entra no que você criou e dá algum “toque”, broncas, avisos.

Quando quis introduzir, por exemplo, uma descrição do ICOX, software que eu coordenei o projeto, me baseei no vocábulo do Linux.

Por desconhecimento, precipitação, alterei algo da descrição do Linux e, sem querer, infelizmente, salvei.

Recebi, rapidamente, uma reprimenda.

Faz uns seis meses e até hoje minha mancha está lá, me lembrando da minha falha, lembrando de problemas de vandalismo, dando um desconto por eu ser novato.

Ok, cometi um erro, mas a minha ficha nâo deixa de ficar “suja”?

Ou seja, ainda não é uma boa interface essa participação. É algo hostil, que por mais que você capriche sempre tem alguém para te dizer que falta algo.

Já ocorreu em outros verbetes.

Coloquei Alternex:

Hoje, ainda está assim:

ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.

Apesar de já ter procedido o ajuste, do jeito que considero possìvel:

Os dados deste artigo foram coletados da tese de Mestrado para o curso de ciência da Informação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “Na Távola da Internet: Centro de Informação AlterNex/RNP”, [1] de Carlos Nepomuceno” .

Mais suavidade no lidar com novatos e, principalmente, mais investimento em ferramentas de edição ajudariam muito que mais e mais gente ajudasse, comento no próximo post sobre isso.

Considerar que um colaborador vai ficar horas lendo todo o manual, me parece um bom sonho, mas, na prática, pouco factível.

Vejam meus comentários sobre este projeto em Papo de Wikipedia.

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