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Estive ontem com os alunos da turma do MBA de Gestão de Conhecimento, do Crie/Coppe/UFRJ para a minha ministrar a minha disciplina “Conhecimento em Rede”.

A  turma do MBKM discutindo o que é a Internet?

A turma do MBKM discutindo o que é a Internet?

O primeiro exercício que aplico em sala de aula é a construção coletiva dos conceitos:

– O que é a Internet?

– O que é Conhecimento?

Já faço esse tipo de exercício há bastante tempo e as discussões são sempre interessantes e enriquecedoras.

Há o interesse de saber como os alunos chegam pensando sobre os temas em sala de aula e como podemos trabalhar juntos para conseguir evoluir com os dois conceitos para começar o trabalho.

De maneira geral, há uma certa embolação natural entre o que é tecnologia, possibilidade e cultura ao lidarmos com a Internet.

O criador do HTTP e da linguagem de programação das páginas HTML, Tim Bernes Lee, esteve entre nós, no Campus Party e disse algo importante:

“A Web é uma imensa plataforma, uma tela em branco pronta para receber criações com as quais eu nunca sonhei”.

Um espaço aguardando ser preenchido com inteligência.

Um espaço aguardando ser preenchido com inteligência.

Ou seja, antes de mais nada a Web é uma tecnologia sofisticada de comunicação e informação, que possibilita o desenvolvimento de diversas camadas de inteligência.

Assim, tanto pode ser utilizada de forma sofisticada ou primária, depende de cada pessoa, cada grupo, empresa ou país.

Não é a rede que traz o novo, mas ela viabiliza, a partir de sua estrutura, que o novo seja possível.

A partir do seu uso e quando ela é incorporada ao dia-a-dia das pessoas, deixa de ser uma tecnologia externa e passa a fazer parte da extensão cognitiva de cada usuário.

Nesse processo, há a geração de uma nova cultura, a partir da tecnologia e do uso que se faz dela, num trinômio que nos leva a criar uma nova maneira de nos relacionarmos com o mundo.

O trinômio dos projetos Web.

O trinômio dos projetos Web.

Isso é possível, pois as mudanças das tecnologias da informação e da comunicação, diferentes de outras inovações tecnológicas, têm esse poder de influenciar tanto e toda a sociedade.

Depois da ação de respirar, se comunicar e informar são os verbos mais frequentes entres os humanos, por isso ao se alterar a forma, modifica-se também o conteúdo.

Muda a nossa maneira de olhar as coisas.

Assim, implantar projetos Web é uma atividade que envolve ferramenta, aclimatação, exploração de suas ricas possibilidades e criação de uma nova cultura.

Tecnologia só não resolve, como também boas idéias sem um plataforma decente ou uma boa preparação dos usuários.

Isso vale em todos os projetos Web.

Já sobre o conhecimento o senso comum é de que é algo palpável, alguma coisa que está dentro da nossa cabeça e quando apertado determinado botão ele sai para forma em formato de informação.

Não adianta apertar o botão.

Não adianta apertar o botão.

Entretanto, o conhecimento é um processo, um verbo, algo que pode ser utilizado apenas sob determinadas condições específicas.

Gosto, para provocar um debate, de perguntar, quando a Batata é comida? E quando um livro é informação e conhecimento?

Veja o post seguinte que escrevi.

Por fim, a verdade não existe (ver mais sobre este conceito) e o que procuramos é através da aproximação chegarmos mais perto do que poderia ser a realidade.

Os conceitos acima são as minhas aproximações, sempre sujeitas a detalhamento, aperfeiçoamento e melhor apresentação dos mesmos, o que torna o processo sempre vivo e interessante.

E você, o que pensa sobre o tema?

9 Responses to “Aula MBKM – o que é a Internet e o Conhecimento?”

  1. Gostei muito da colocação: Conhecimento é verbo…

    Uma boa comparação pode ser o pensar… Vc não tira o pensar da cabeça muito embora exista “pensamento”.

    Ninguém fala “me passa o seu pensamento” e da mesma forma talvez não devêssemos dizer “me transfere seu conhecimento”.

    Mas tenho pensado que o conhecimento está passado por uma transformação. Ele já foi palpável um dia e talvez até volte a sê-lo, mas nesse momento vivemos um período de transformações tão rápidas e intensas que o conhecimento deve ser renovado a uma velocidade maior do que ele pode ser transferido.

  2. cnepomuceno disse:

    Roney, quando você acha que o conhecimento foi palpável?

    Fiquei curioso…

    Acredito que ele sempre é algo que está ali como uma nuvem, que, de repente, chove, relampeja, se esconde, abre o sol…

    Me diga.

    Valeu a visita.

    Nepô.

  3. Nepô, acho que do jeito que você (e agora eu também) vê o conhecimento ele nunca foi palpável, sempre foi processo, sempre foi verbo, mas…

    Em períodos de relativa pasmaceira social-econômica-cultural talvez exista um tipo de conhecimento médio não seja tão instável e dê para tratar como algo mais material.

    Exemplo…

    Lá pelos fins da década de 50 entrando pelas de 60 e 70 a admnistração de uma empresa era algo mais ou menos matemático e previsível. Havia um conhecimento estabelecido de como fazer e administrar uma empresa e todas eram administradas mais ou menos do mesmo jeito.

    Lá pelo final da década de 70 o mundo começou a mudar intensamente. A IBM por exemplo passou uns 15 anos falindo… As fórmulas antigas não funcionavam mais e ficou evidente a necessidade de adaptação rápida através do processo de geração, adaptação ou criação de conhecimento que sempre foi um processo, mas mal dava para notar pois se modificava lentamente.

    Tenho que pensar mais sobre isso, mas era o que tinha em mente quando falei que o conhecimento pode ter parecido palpável um dia.

  4. Lucia disse:

    Muito boa essa discussão de vocês, devem continuar. Metendo o bedelho, concordo com o Roney. Para mim o conhecimento é palpável quando ele é explícito.

  5. Lucia disse:

    Explicando melhor, o conhecimento é palpável quando a batata vira comida.

  6. cnepomuceno disse:

    Lucia, se ele é palpável, deixou de ser conhecimento e virou dado, registro, não?

    O conhecimento não seria a memória RAM e o registro o que imprimimos na impressora?

    Me diga,

    Nepomuceno.

  7. Lucia disse:

    Tá certo Nepô, me expressei mal. Mas concordo com a visão quase palpável de um conhecimento não explicito mas tão lugar comum que todo mundo “sente”. O que vc descreveu como transição do estabelecido para o novo.

  8. cnepomuceno disse:

    É o conhecimento é um processo na cabeça, doido para ser impresso…veja a frase que coloquei hoje do Veríssimo, com uma minha:

    Escreve-se para se livrar do livro – Luis Fernando Veríssimo;
    Bloga-se para se livrar do post – (na aba do Veríssimo) Nepô;

    beijos

    valeu o comentário e a visita,

    Nepô.

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