O problema do bem comum é que todo mundo acha que é seu.
Ou quando a pessoa amplia:
“É o bem comum da minha panela.”
O Estado de Israel preocupa-se com o bem comum dos seus cidadãos e não com o bem comum do em torno do país, daqueles outros lá.
O pessoal da Zona Sul do Rio se preocupa com o seu bem comum e não com o em torno dos moradores das favelas, mendigos, camelôs…
Quanto mais fechamos a idéia de bem comum, mais difícil se torna ter soluções para os problemas das necessidades humanas.
Todo ser humano quer resolver os seus problemas e do grupo que está em torno, o que é usual, mas não necessariamente sábio.
Se não colocamos isso na balança e temos uma visão inclusiva de todas as pessoas, alguma hora um míssil ou uma bala perdida vai cair na nossa cabeça, nos lembrando de forma radical e inesperada que aquele pessoal está lá com também necessidades a serem resolvidas.
Eric Hobsbawn no seu livro “A Era dos Extremos” aposta que um dos grandes desafios do nosso século é a explosão populacional.
Cada novo habitante do planeta traz as suas necessidades que precisam ser atendidas de alguma forma.
Não tem jeito.
É um sistema complexo que necessita de algum tipo de equilíbrio.
A força, o muro, a exclusão, a violência são sempre os mais fáceis, mas os menos duradouros, pois as necessidades continuam lá latentes, a espera de um momento para voltarem a se manifestar de uma forma ou de outra sempre mais explosiva e radical.
Quem tem necessidade, vai escolher um canal mais curto ou longo para ver o que deseja atingido.
Hugo Chavez, por exemplo, é um salvador para os pobres da Venezuela que nunca foram incluídos naquele país.
São massa de manobra fácil, em função dos anos de invisibilidade para quem estava no poder Venezuelano que os considerava fora do bem comum.
Agora, paga-se o preço autoritático dos anos dessa visão equivocada da “Democracia Venezuelana”, que, no fundo, era para inglês (ou americano) ver, pois se fosse democracia de fato um Chavez não seria possível.
O mesmo pode-se dizer de Evo Morales.
E de certa forma de Lula, que consegue dar alguma coisa para um grupo de cidadãos que não estavam nem no bolsa-família.
É uma solução fácil para um problema complexo.
Não resolve, mas elege.
Para quem não tem nada, qualquer apito é fábrica.
A Internet é uma resposta humana para criar um sistema informacional compatível com um planeta de 7 milhões de necessitados.
A forma como se organiza, inclui, dá voz é um espaço em construção para que uma nova cultura inclusiva seja possível, baseada na horizontalização dos desejos.
A verdade, entretanto, que essa nova cultura necessária não depende apenas de banda larga ou de celular.
A Internet facilita nessa direção, mas não é nada mais do que uma ferramenta que torna isso, digamos, menos difícil.
A potencialização das necessidades de cada um depende, a meu ver, de uma revisão da maneira que pensamos o que é de fato ser humano, o que nos levará, na sequência, a repensar o nosso conceito um tanto quanto deturpado de bem comum.
Concordas?
[…] não sou contra o choque de ordem, até por que o Rio de Janeiro virou o lugar em que o bem comum tem placa com o nome do […]
Carlos,
num momento em que vivenciamos a era dos extremos da violência urbana, espetacularizada pela mídia televisiva, principalmente; da consagração da corrupção; das ilusões políticas perdidas, sejam socialistas, sejam democráticas, não temos como alimentar alguma esperança positiva para a solução dos graves problemas da humanidade. Além do mais, a lógica do sistema econômico mais perfeito que a humanidade já criou é o da exclusão e concentração, com suas consequências nefastas e encantadoras também. Agora, a preocupação é com a sobrevivência da espécie, porque não será possível sobreviver a tanta degradação, seja a do próprio tecido social, seja o da natureza. Parece que a humanidade já se convenceu de que a vida social é isso mesmo que está aí: cada grupo por si.
o ruim do blog é que não podemos corrigir as bobagens que escrevemos, enquanto participante. ora, esperança, só pode ser positiva, ô Ô.
Laerte, a toda a ação vai uma reação.
Pensadores apostam que há saídas filosóficas para o caos, tentando reconstruir a forma como pensamos o humano, como pensamos, ou achamos que pensamos.
Sou curioso e incentivador da não-violência, vamos adelante,
abraços,
Nepô.