Feed on
Posts
Comments

Blogsário

A maioria dos erros consiste apenas em que não aplicamos corretamente o nome às coisas – Espinosa – da minha coleção de frases.

Bom, vamos definir termos, em eterna evolução:

  • Web 2.0 – momento de passagem na evolução da rede digital, a partir de 2004 , que evidencia a  massificação da articulação humana muitos para muitos, a distância, em função da expansão da banda larga, que, ao mesmo tempo, que melhorou reduziu o custo de acesso. Fenônemo já verificado em outros momentos da história, como na redução do custo do livro manuscrito para o impresso;
  • Rede Digital – ambiente de troca de informação humana, que se inicia em 1940 com o computador de grande porte, evolui para o microcomputador, na década de 80 e se expande com Internet, nos anos 90, tendo como relevância principal, a articulação humana muitos para muitos, a distância.
  • Internet – tecnologia cognitiva que permite a introdução da  articulação humana muitos para muitos, a distância na rede digital, a partir dos anos 90, além de permitir, como nunca antes visto, a integração de todas as redes de conhecimento anteriores;
  • Redes de conhecimento – ambientes de informação e conhecimento marcados por diferentes tipos de articulação humana, a partir de novas tecnologias de comunicação, a saber: a dos gestos e grunhidos, a da fala, a da escrita e a digital;
  • Gestão de conhecimento – termo utilizado de forma indevida, já que o conhecimento é uma ação cognitiva e sempre relacional, não podendo ser gerenciado ou gerido. Pode-se, no máximo, produzir  registros de competências e experiências. Mais sobre o tema;
  • Gestão da informação – termo utilizado de forma indevida, já que a informação é uma ação cognitiva e sempre relacional, não podendo ser gerenciada ou gerida. Pode-se, no máximo, gerenciar documentos.  Mais sobre o tema;
  • Sociedade da informação – termo utilizado de forma indevida, já que o aumento da informação é proporcional ao número de habitantes do planeta. Ou seja, temos a quantidade proporcional a 7 bilhões de pessoas, ou para ser exato, com a produção de 21 bilhões de pratos de comida por dia e toda a carga informacional que essa “massa de bocas” necessita. Ver mais;
  • Sociedade do Conhecimento – termo utilizado de forma indevida, já que do ponto de vista prático não há nada que nos aponte mais sabedoria do que civilizações passadas. Do ponto de vista econômico, como característica de uma sociedade pós-industrial, com a produção de produtos de maior valor agregado, com necessidade de conhecimento, não há ainda nenhuma teoria que faça a comparação dessa necessidade com civilizações passadas, como a dos artesões antes da Revolução Industrial, que também demandavam grande necessidade de conhecimento para realizar o seu trabalho. Ver mais.
  • Segurança da informação – atividade que deve garantir que todas as informações necessárias cheguem, possam ser acessadas e compartilhadas pelos usuários dentro do sistema informacional, de tal forma que possam executar suas tarefas e garantir a missão da organização;
  • Inteligência coletiva involuntária, colaboração involuntária, rastros involuntários – devido à digitalização dos registros, é possível com a Internet saber o caminho que cada usuário percorreu no seu trajeto informacional, dando à humanidade, pela primeira vez, possibilidades inusitadas de saber o que é mais ou menos interessante para quem se informa;
  • Inteligência coletiva voluntária, colaboração voluntária, rastros voluntários – devido à possibilidade do amadurecimento tecnológico de permitir a interção muitos para muitos a distância, a facilidade de inclusão de melhorias nos registros existentes, é possível com a Internet ampliar a colaboração humana, através de ações voluntárias e colaborativas para se chegar a determinados produtos ou serviços.

Seguem as fotos da palestra da ESPM, que ocorreu semana passada.

Agradeço o convite do Murad e Pellon.

E pelo esforço de me ajudar – de novo – nas fotos à Patricia Haddad.

As fotos.

DEBATE – Quarta – dia 17/06
18h: Palestra “Gestão do conhecimento diante da convergência tecnológica”,
com Prof. Carlos Nepomuceno (CRIE-UFRJ) – Mais detalhes.

II Encontro do EMERGE
Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência
“A Emergência na Comunicação em suas múltiplas experiências”

Local – UFF Niterói.

Toda a banda larga é inútil, se a mente for estreita – José Otávio, da minha coleção de frases.

Ah, meus 100 leitores….que dura é a vida de um blogueiro opinativo não-midiático….

Por que eu ainda escrevo e vocês?

Pior,  insistem em me visitar – e até comentar – nessa esquina perdida da rede?

Quanto mais eu leio e vejo os maiores absurdos, mais eu penso em vocês, amigos virtuais de jornada inglória.

Me apoiem, me incentivem, que já ando pensando em viver off-line em alguma serra perdida, movida à luz de vela.

Lá, onde meu único carregador será um jegue sem fio.

Lá, na minha casa de campo, com direito à estátua do Zé Rodrix no jardim,  na qual a única pseudo-antena apontada para o céu será minha vara de pescar.

Pacientes leitores, que me escutam e sabem o quanto eu tenho aqui com meu pitbull de plantão,  latido nas madrugadas contra o excesso de barulho e desatenção generalizada, que tem invadido esse já-ex-neo-utópico-sonho-do-socialismo-on-line.

Sim, só o humor constrói.

Agora, vem o caso do blog da Petrobras.

Antes de tudo, aliás, de cara, de sem-pulo:

Viva o Blog da Petrobras!!!

Quando todo mundo deveria estar batendo palma em pé para a primeira empresa do Governo, que cria um site colaborativo, mais dinâmico e permite comentários, ao contrário, leva tiro de todo os lados.

Claro, que houve erros iniciais no processo.

E erros continuam, mas vamos separar o óleo do petróleo.

O pré-sal da pimenta, antes que joguem o bebê e a água plataforma abaixo.

O Presidente da Petrobras  já disse ao Valor, de quinta, dia 10/06, que não colocará no blog as perguntas que o jornalista pedirem sigilo.

Ok, muito bom, parabéns!

É simpático, educado e de bom tom, pois não se divulga o trabalho alheio sem permissão.

(Detalhe, no novo mundo Web é o jornalista agora que tem que dizer baixinho: Mermão, é off-the-blog-records, ok!) 🙂

Tudo certo, isso se ajeita.

Teve também um filósofo,  que disse ao Globo,  no dia 10/06, que a Petrobras está praticando no blog “Terrorismo de Estado“.

Recomendo mandá-lo para Palestina em temporada de bombardeio para separar o míssel da missiva.

No fundo da polêmica, lá no âmago, há uma revolta contra a perda de poder da mídia. E um espanto, uma falta de informação, diante das novas possibilidades que a rede permite.

A mídia hoje tem sido obrigada a tirar, com abridor de latas, a armadura pesada que ganhou, a partir de 1450, com o surgimento da prensa do Gutemberg.

O jornal em papel é  mono, a  rede é polifônica.

O jornal de papel é estéril, a rede é, no mínimo,  estéreo.

Toda a empresa, principalmente do Governo, deve, deveria e deverá prestar conta direta a seus consumidores.

Seria bom, seria ótimo!

Atendê-lo em todas as suas dúvidas, pois em última instância são os micro-patrões, pedindo satisfações.

Isso deve ser saudado e não questionado.

E mais: os consumidores estão ganhando o direito de saber o que os outros consumidores perguntaram e o que a empresa respondeu a eles.

(Alías, esse é o novo direito humano de expressão e acesso à informação, que surge com a rede: leitor sabe o que o outro leitor reclamou, vide Amazon. Vou blogar mais adiante sobre isso.)

Isso, e apenas isso,  é a grande novidade da presença da Petrobras na rede, que, diga-se de passagem, não começou hoje, apenas agora permite comentários dos leitores em um site, digamos, mais vivinho do que o anterior.

O resto é fumaça!

Leitor agora lê a opinião de leitor sobre o que rola na empresa, estimulada pela Petrobras, que bom!!!

E com direito a réplica da empresa?

Melhor ainda!

São milhares de “jornalistas-participativos”, indagando, perguntando, sugerindo, denunciando, apurando.

Quanto a Petrobras vai economizar em pesquisa de opinião?

Saímos do SAC com fundo (onde a empresa escuta as queixas, mas não compartilha) para o Saco sem  fundo, na qual as críticas e elogios são compartilhados com o mundo.

Até rimou!

É aí vem a minha crítica ao novo site dinâmico e colaborativo da Petrobras, que muitos gostam de chamar de blog.

Galera, moderar comentário é tiro contra, bola fora, não é assim que rola por aqui no novo mundo colaborativo.

Não aceitem comentários anônimos, isso sim,  mas se um brasileiro (ou qualquer outro internauta, já que a Petrobras é multinacional)  quer comentar, ele tem o direito de fazê-lo sem censura, sem mediação.

Que digam os maiores absurdos, mas não falem pelas costas, falem diretamente a vocês!!!

Façam como fez o Globo on-line.

Deixe um espaço para denúncia de comentários indevidos, racistas, mentirosos.

Coloquem um filtro de palavrões.

É a comunidade que vai afastar os que estão ali para sabotar, para criar ruído e não somar.

Na rede, quem define isso é a comunidade e não o “dono” do site!

E quando as críticas forem improcedentes?

A empresa tem que trazer dados, abertos, claros, cristalinos.

Ah, bom,  e se, digamos,  a empresa estiver errando, a denúncia tiver procedência?

Aí, meu caro, vem o preço de ser colaborativo, de ser 2.0,  tem que mudar!

Pois denúncia no SAC é um fato isolado e no blog é um fato político!!!

Apenas isso!

E aí vem a segunda parte dessa novela, a pergunta que não quer calar:

  • Estará a Petrobras disposta a realmente dialogar?
  • Além disso,  de conversar e assumir seus erros, a partir do blog?
  • Será ela capaz de criar um espaço na sua hierarquica para fazer do Internauta colaborativo um guia para seu destino, através de ideias, críticas e sugestões vindas da rede?
  • Será que o projeto passou por essa reflexão mais profunda e estratégica?
  • Aviso aos navegantes 2.0  neófitos:  ser 2.0 não é um passo tecnológico, mas ideológico! Cultural.

    • Se as críticas forem censuradas, é uma empresa 1,2;
    • Se as procedentes não tiverem impactos nos rumos da empresa, será 1,5;
    • E se começarem a criar um novo canal de participação e decisão, aí sim, haverá um equilíbrio entre o mundo veloz, participativo e dinâmico 2.0 e a Petrobras 2.0.

    É esse o desafio saudável que a empresa assumiu no seu novo espaço virtual, repito, que muitos gostam de chamar de blog.

    Para o bem ou para o mal, o case servirá de modelo,  de discussão para todas as outras iniciativas, tanto no Governo, quanto fora dele sobre empresas colaborativas.

    É ver no que vai dar!

    Por enquanto,

    Viva o Blog da Petrobras!

    Concordas?

    As coisas não são o que são. Mas são o que somos – Talmude- da minha coleção de frases.


    Quando em maio de 68 os estudantes foram às ruas consideravam que a ideologia ia mudar o mundo.

    Talvez, todo ser humano engajado com a humanidade guarde a fantasia que a sua geração, seus contemporâneos farão a diferença.

    Que as mazelas do planeta começarão a ser resolvidas, a partir de agora, justamente conosco.

    O que nos leva a viver uma certa arrogância ilusória.

    A ideologia pura – como um motor de mudança – foi para o saco, como disse bem o Cazuza, pós-desbunde:

    “Eu quero uma ideologia para viver!”.

    A história mostra – conforme a interpreto – que as grandes mudanças sociais foram um misto de ideia  (com apelo popular), veiculada de forma satisfatória (com as tecnologias de informação e comunicação da época), pelas pessoas com capacidade de “fazer os outros dançarem” , no momento propício.

    O  computador e a Internet são  herdeiros do movimento cultural pós-68, pelo direitos civis e pela liberdade de escolhas individuais do parceiro sexual, às roupas, passando pela postura de vida e também o direito de publicar.

    Foi o que sobrou e motivou os pais desses engenhocas a trazerem para o mundo algo novo, que revolucionasse as mídias.

    A nova ilusão da vez:  a  revolução social, não pela ideologia, mas pela tecnologia.

    Saber a importância da nova mídia para mudar o futuro é uma coisa. Outra, é achar que a mudança da mídia é o objetivo final, é outra bem diferente!

    (Tenho discutido isso aqui veja post.)

    Castells em “Galáxia da Internet“, diz sobre a Cultura da Internet:

    ” (…) é uma cultura feita de uma crença tecnocrática no progresso dos seres humanos, através da tecnologia, levado a cabo por comunidades de hackers que prosperam na criatividade tecnológica livre e aberta, incrustrada em redes-virtuais que pretendem reiventar a sociedade, e materializada, por empresários movidos a dinheiro nas engrenagens da nova economia.”

    Há, entretanto, limites, fronteiras, que vamos tocando com nossos mouses.

    Gostaríamos que não existissem, não gostamos de olhar para elas, mas estão ali, esbarrando nos nossos monitores.

    O  livro impresso permitiu que um conjunto de autores se visse livre da censura da Igreja e da monarquia.

    Criamos uma indústria editorial, que passou a criar um novo  filtro, não mais ideológico-teológico, mas a garantia do  direito universal da expressão, desde que com apelo comercial.

    • Se vende, vai.
    • Se não vende, fica.

    A “fazenda editorial e midiática” estabeleceu as cercas delimitadas pelo custo/benefício.

    Com a rede, páginas pessoais, blogs, redes sociais expandimos, sem dúvida, estas fronteiras.

    O custo despencou!!!

    E tivemos a ilusão de que não haveria limites para as cercas.

    Se posso publicar de graça, o mundo irá me ler!

    Doce ilusão!

    O problema é que existem outros fatores que se mostram hoje limitantes, novas cercas, diferenciadas do passado, da Idade Mídia, mas existentes.

    • há uma limitação física cognitiva das pessoas, tanto em termo de tempo disponível e de interesse. Nem tudo eu consigo ler, ver e ouvir;
    • isso significa que podemos publicar, mas corremos o risco – da grande maioria, cada vez mais – de não ser lido, visto e ouvido, levando-nos a desistir, deixando meu navio blogueiro multimídia à deriva, fantasma;
    • mais: como no passado, nem todos têm algo de interessante a dizer, há bloqueios cognitivos (acreditaram em tudo que lhe contaram e repetem), além do perfil (mais tímidos, calados, receptores), como de ordem social (não tiveram capacitação para isso, até têm ideias a serem publicadas, mas infelizmente não sabem como);

    Há, assim, uma nova fazenda, com novas cercas.

    Um espaço mais amplo, é fato , do que na Idade Mídia ou Média, do livro impresso ou dos meios de comunicação de massa, mas com fronteiras invisíveis.

    Bombam na rede, podem ver:

    • Aqueles que se relacionam com algum tipo de mídia de alguma forma, os midíaticos dependentes;

    • Ou os independentes de mídia que trazem realmente algo diferente pelas suas idéias, ou algo de nicho, que irá atender a uma parcela específica, não coberta pela mídia, que ou farão  uma aliança com ela mais adiante, ou incorporarão essa atividade a sua fonte de sobrevivência ou aqueles poucos que resistirão até a morte, mesmo sem patrocínio.

    A cerca hoje existe, mas é mais sutil, delicada,  invisível.

    É um muro social não de pedra e tijolo, mas controlado “por satélites”.

    As pesquisas mostram que em uma lista de discussão 80% das mensagens são enviadas por 20% de seus participantes, algo similar acontece no Twitter, Facebook.

    No livro “Tempo de pensar fora da caixa” Ricardo Neves lembra a regra  do sociólogo italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) que diz que há uma estranha assimetria na natureza e na vida de forma geral, em que grande parte das coisas é de responsabilidade de uma pequena parcela, ou:

    “É uma minoria animada que faz a maioria dançar“.

    Na verdade, por essa ótica, na fase do livro, da mídia, os “multiplicadores” ou “apadrinhados do rei da mídia” tiveram voz, em detrimento dos outros 90% ou 80% que não tinham chance.

    As barreiras agora são menos evidentes, há um espaço maior para a meritocracia, tudo depende de o que você diz e a sua capacidade de se relacionar na rede e chamar a atenção – as novas fronteiras, entretanto, criam suas injustiças (e como):

    • Há pensadores interessantes que não tiveram e não têm marketing.
    • E há pensadores que repetem a mídia, que são apenas marketing vazio, mas ….como estão dentro da fazenda….prosperam e nem sempre a capacidade social da rede consegue trazé-los à luz.

    Quando vejo estes estudos de 80% e 20% não questiono a sua validade, mas acho que podemos olhar para eles de forma distinta.

    Os conservadores usam essa regra de Pareto como uma forma de justificar e consolidar o poder de uma dada elite.

    Os que querem mudar essa realidade, onde me incluo, acreditam que é importante sempre manter aberta a porta para os outros 80%, capacitando-os e estimulando-os, em um processo de participação cada vez mais gradual e ativa.

    E ainda fazendo com que os 20% mais falantes possam realmente representar mais e melhor a “voz dos 80%” dos que hoje preferem apenas aplaudir e, quem sabe, participar mais e mais amanhã, subindo sempre um degrau na escada da participação.

    É uma utopia, que move e moveu muitos transformadores do mundo, que acho que vale à pena nutrir.

    O sonho – que já foi meu – de querer mudar o mundo pela tecnologia, me parece uma nuvem cada vez mais fina, se dissipando no vale do silício (se me permitem).

    Passou a fase.

    Agora, é ver como mudamos o mundo com tudo isso.

    Estamos vivendo, no fundo, um acomodamento de expectativas.

    As regras mudaram sim, se alargaram, na “fazenda do direito universal de se expressar”, mas existem regras.

    A batalha pela melhora, aí sim, da condição humana continua, só que em outro paradigma.

    Queremos o direito de nos expressar para mudar o mundo e não o contrario, certo?

    Pergunta-se, enfim:

    Será que não estamos querendo demais da Internet?

    Será que não estamos esperando que ela faça sozinha o nosso trabalho?

    Será que não estramos transferindo para ela o que o humano não conseguiu realizar até hoje – se reiventar?

    Hoje, quando cantamos pelas ruas esbaforidos pelos celulares que queremos uma tecnologia para viver, pode se indagar:

    Será suficiente?

    Me digam.

    Já falei mais sobre isso aqui também.

    • Um Estado em cuja gestão se instala por muito tempo um grande déficit de conhecimentos históricos já não pode ser conduzido estrategicamente – Guy Debord – da minha coleção de frases.

    Não lembro bem do filme.

    Era francês e vi em uma mostra na PUC-RJ no início dos anos 80.

    (Descobri o nome: Les belles de nuit. 30/06/09)

    O argumento era de um cara que adorava dormir e quando acordava queria voltar para o sonho.

    O real o incomodava demasiado.

    Trocava a realidade pela cama.

    O tema, na verdade, recorrente na literatura e no cinema é um pouco a luta humana entre a razão e a loucura.

    Em estar presente e ausente.

    Em aceitar o fardo da vida ou escapar dela de alguma maneira.

    Estamos vivendo aonde exatamente?

    Matrix é talvez o filme que melhor tenha trabalhado esse mundo digital em rede.

    Nele, supostamente vivemos em óvulos dormindo, jogando nossa energia para um ambiente informacional, no qual as máquinas nos dominam e não nós dominamos as máquinas.

    Essa verdadeira tara bem disseminada e estimulada ao mundo digital, que nos leva a ficar 24 horas por dia plugados, via celular, Ipod, laptop, desktop, etc…está começando a nos colocar em Matrix, ou no sonho do nosso diretor francês.

    A loucura individual nos leva a teorizar e começar a achar que o que acontece na rede já é algo tão importante do que o que acontece na nossa vida debaixo do céu azul ou com nuvens.

    O vento na cara é substituído pela luz do monitor.

    No passado, eram os apaixonados pelos livros que viviam horas enfurnados em uma biblioteca.

    Ou os “off-line” que sonhavam acordados, como continuaremos sempre.

    O imaginário, não precisa de tecnologia, para se desplugar da vida.

    (Tanto que todo o trabalho de terapia oriental foca na respiração, que é um canal entre você e o mundo concreto à sua volta. Quem está no mundo da lua, geralmente não respira direito.)

    O máximo da loucura, da falta de leitura histórica,  é o conceito lançado semana passado do “novo socialismo” que a Revista americana Wired publicou, sobre o qual jornalistas e blogueiros brasileiros já saldaram como algo interessante.

    Já comentei ontem que é uma viagem a outro planeta, uma demência total.

    E mais: já dou o antídoto: O Homem Faz-se a Si Próprio,  livro de Childe, tem um  post sobre o tema que escrevi.

    Vejam o quadro do que Kevin Kelly, da Wired, considera marcos do “socialismo na história”:

    socialismo_tabela

    Na literatura dos historiadores que estudam a influência das tecnologias de comunicação no mundo (Lévy, Burke, Chartier, etc vejam uma boa lista aqui nas referências bibliográficas.) há uma boa discussão sobre isso do papel das mídias no social.

    A maioria, entretanto, considera que as tecnologias  podem influenciar mudanças sociais, possibilitam novo suporte para novas idéias, mas ficam por aí.

    O livro, segundo eles, foi fundamental para a Revolução Francesa, para a Reforma Protestante, para o Revolução Americana, Russa, mas não as determinou, viabilizou.

    Há, assim, os revolucionários da forma (aqueles envolvidos em melhorar as tecnologias, como Gutemberg, Linus, Gates, Jobs, etc) e aqueles que se apoderam dos meios para mudar o social, fora do ambiente informacional (Lenin, Guevara, George Washington, Robespierre, etc).

    Revolucionários tecnológicos e Revolucionários sociais.

    Note que na tabela da Wired mistura @lhos com e-bug@lhos.

    O Linux, a Amazon, o Youtube entram no mesmo saco da revolução cubana ou soviética!!!

    Há relação entre os ambientes de informação e estes fenômenos, sim existem, mas são meios, se Fidel e Guevara não tivessem subido a Sierra Maestra com armas e idéias, babau.

    Não adiantaria panfletos subversivos, como acabou acontecendo na Bolívia logo depois, onde Guevara foi morto, sem que a população soubesse de muita coisa.

    É, do ponto de vista de quem estuda o fenômeno histórico, algo completamente absurdo misturar forma (canal) com conteúdo (mudança social).

    Vejam que Hitler usou o rádio e o cinema para incentivar as massas pelo nazismo, o poder de um sobre todos, muito pouco colaborativo, apesar de midiático.

    Já Hugo Chávez – outro que abusa da mídia – usa a televisão para doutrinar os venezuelanos (com horas de discursos intermináveis) e luta de forma autoritária contra vozes discordantes.

    Pior ainda na tabela da Wired é considerar a eleição de Lula algo importante para o socialismo do planeta, do ponto de vista da ampliação da colaboração.

    Acho que eles não leram os blogs locais – estamos bem mal das pernas no campo colaborativo.

    Lula, apesar de uma origem de esquerda, tem feito um Governo completamente 1.0, se tanto.

    Popularidade não quer dizer “colaboratividade”.

    Não dá entrevista, não estimula a participação do cidadão no Governo, foca seu uso da mídia em um programa de rádio um para muitos, sem direito a comentários.

    O orçamento participativo que era a grande novidade do PT nos municípios não serviu para o seu Governo no âmbito federal, pelo contrário.

    O Cientista Político Chico de Oliveira, eleitor do PT, e hoje dissidente, disse ao Jornal Valor, em 27/05/09, por exemplo,  avalia que há  redução do Espaço Político da Sociedade na Era Lula:

    ” (…) vivemos na gestão dele  uma regressão política, porque no Governo Lula houve uma diminuição do grau de participação popular na esfera pública”.

    O Lula é totalmente 1.0, apesar de estar na lista Wired da História do socialismo no mundo!!!

    A colaboração é uma coisa. O socialismo é outra. A mídia é uma coisa. O seu uso é outra.

    Os nazistas foram bem colaborativos entre eles para promover o Holocausto, não foram?

    A mídia não fará nenhum revolução ou evolução, mas as pessoas que a usarem para compartilhar ou se perpetuar no poder.

    Costumo dizer que boa parte da literatura americana – ainda mais na área de tecnologia – é a-histórica, a-científica, totalmente confusa, pois quer entender fenômenos sociais com a dimensão da Internet com óculos de perto e nunca com telescópios, a partir do passado.

    E não é por falta de livros em inglês!!!

    Leiam, por exemplo,  “The Printing Revolution in Early Modern Europe” (link do Google Books), de Elizabeth Eisenstein, da Universidade de Michigan, um estudo da influência do livro na sociedade. É um início. Chegou esta semana aqui, comprei da Amazon.

    Todo cuidado é pouco! Não engula o anzol e chumbada que estão sendo jogadas no nosso laguinho periférico tupiniquim!!!

    Assim,  não façamos da Internet uma droga, mas um remédio, usando-a e pensando-a na dose correta.

    Não será a ela – por ela mesma – a mudar o mundo, mas pela nossa capacidade de compreendê-la e  usá-la para a ampliação do espaço humano no nosso planeta.

    Concordam?

    Mais sobre o tema.

    espm

    A vida é apenas aquilo que acontece a você enquanto você está ocupado com outras coisas – John Lennon – da minha coleção de frases.

    Gente, meus dedos estão ficando roucos!!!

    • Tem gente que faz sexo pela Internet (cada um por si e Deus por todos);
    • Tem gente que faz sexo com as pessoas que conheceu na Internet;
    • Tem gente que faz sexo e nunca esteve na Internet.

    O sexo, como a vida, independe da Internet!

    Nós não somos digitais.

    Nós usamos ambientes de informação para resolver nossos problemas de seres humanos.

    Não, nós não somos seres humanos para resolver só problemas digitais.

    Agora está se falando em novo socialismo!!!!

    Pior, que tem muita gente que engoliu o anzol, a chumbada e o caniço dessa “nova novidade” .

    A Web é um ambiente mais aberto e democrático de troca de informação, mas o mundo continua o mesmo, ou melhor, começa a sofrer (apenas começa) a influência desse novo ambiente.

    A história mostra que novos direitos civis  individuais serão conquistados, que possivelmente teremos grandes transformações, (grandes perdas cognitivas também), mas ainda não começaram….nada ainda foi feito para valer!!!

    Estamos na fase inicial!!!!

    Não seremos mais felizes com a Web, mas teremos chances de mudar algumas coisas, sabendo que o ser humano continua o mesmo com a sua violência inata, desde que descemos das árvores no passado.

    Para que haja mudanças na sociedade (não necessariamente nos seres humanos) é fundamental que existam revolucionários que queiram mudar o mundo usando as ferramentas colaborativas da Web.

    O Obama até foi um candidato 2.0, mas como presidente nem tanto.

    O Paulo Freire apresentou uma aula colaborativa 2.0, na década de 60.

    O PT era 2.0 nos orçamentos participativos, coisa que o Lula não implementou quando chegou ao poder.

    A colaboração não começa agora, mas podemos exercê-la à distância com resultados sem fronteiras.

    Ou seja, querer mudar o mundo, via colaboração, é um caminho.

    A colaboração não é fim, é meio para se chegar a algo.

    Foi o que Gandhi fez para conseguir a independência da Índia, com todos produzindo suas roupas e produzindo seu próprio sal.

    (Vejam o filme.)

    O Gandhi era 2.0, usava um jornal para fazer sua revolução pacífica e colaborativa.

    Um homem visionário + um meio informacional = mudança social

    Não é o martelo que vai definir que a casa vai ser construída.

    É como vamos usamos o martelo.

    Sem ele, não tem casa.

    Mas sem o projeto da casa, prá que martelo?

    Sim, desculpe informar, a Internet é apenas um martelo!!!

    Todos os transformadores da Web e suas ferramentas maravilhosas (Youtube, Orkut, Facebook, Flicker, Wikipedia) ainda fazem parte do ambiente informacional, são os revolucionários DO MEIO e não do social.

    Calma lá!!!

    É uma pré-fase.

    As estruturas sociais dos três poderes, das grandes empresas, monopólios, começam a sentir algum tipo de questionamento, mas nada ainda que possamos dizer que as ações sociais começaram para valer.

    Muito menos falar de novo socialismo.

    É uma fase, como foi com a chegada do livro, pré-mudanças,.

    Primeiro, muda-se a plataforma, depois a cognição e, por fim, queremos que o que temos na nossa cabeça se reflita na sociedade.

    É preciso estudar a história para não rimar Alice com Maluquice.

    O coelho do relógio parece que está deixando todo mundo louco!

    O que é real vira virtual e vice versa.

    Vejam o filme Garapa (fiz até poema sobre)  para assistirem em preto e branco como é o novo e atual socialismo brasileiro off-line.

    Fui!

    Recorremos a ganhos imediatos ou nos sentimos mais seguros investindo milhões de em equipamentos de hardware e software, do que modificando a cultura de nossas empresas – Débora C. Stephens, do livro Startup, que está na minha coleção de frases.

    Muita gente fala, mas são poucos ainda a implantar projetos 2.0 sem gelo.

    Não, colocar ferramentas colaborativas não é a mesma coisa.

    Pode até ser o começo, mas também pode ser uma maquiagem, refletindo claramente o receio de ir adiante em mudanças culturais.

    Cuidado com as armadilhas!!!

    A meu ver, projetos 2.0 tratam de preparar a instituição para entrar em uma outra velocidade, eliminando intermediários, mudando cultura.

    Saltar do ambiente do livro-tv-rádio (um-muitos) para o digital (muitos-muitos).

    Qualquer escapada longe dessa direção, é tática, sem estratégia.

    Sorry, nisso sou radical, mas dialógo, sem ser sectário.

    Nessa direção, é trabalho direto com pessoas, com seus medos, receios, dificuldades para mudança.

    É um processo difícil, muitas vezes, até, doloroso.

    Por isso, não é massivo. Por isso não é rápido.

    É algo que têm que começar na direção, no topo, que tem que dizer para todos:

    “É por aqui o futuro”.

    E, sendo assim, abre-se a porteira da mudança.

    É um trabalho de conversa com gente que quer escutar.

    Não adianta iniciar o trabalho com os mais “surdos” da organização.

    E surdez não escolhe idade!!!

    Já vi gente nova, mais surda do que gente bem madura.

    O pessoal que não quer mudar, entra na roda depois.

    Trabalha-se com medos, mas não se pode trabalhar com quem produz o medo, logo de cara, pois o projeto é uma semente em uma estufa, em condições precárias de vida.

    Todo cuidado é pouco até virar árvore.

    É isso.

    (Falo bastante sobre esses cuidados na segunda parte do meu livro Conhecimento em Rede. )

    Poucas organizações estão prontas para se comprometerem de corpo e alma com a reinvenção que necessitam pôr em prática para extrair inovação e criatividade de seus funcionários – Débora C. Stephens – da minha coleção.

    Este foi o primeiro post no meu blog há cerca de nove meses atrás.

    Mantenho-o lá atrás, mas começo aqui a  repensar algumas coisas sobre ele, abrindo os nove meses de nascimento desse espaço que vos cerca.

    Na palestra Sou+Web naquela época o pessoal da TIM perguntou:

    “Afinal, como será a empresa do futuro?”

    odelo vertical para cada vez mais horizontal.
    De algo “eu faço e toma pronto” para “vem aqui fazer junto comigo que eu te dou uma força mais adiante. Te dou algo que é a tua cara e você pode alterar quando quiser”.
    O mercado era um porque o ambiente de conhecimento era um; mudou o ambiente de conhecimento, a partir das novas tecnologias de informação e comunicação, e estamos diante de um novo mercado.
    É uma fase de transição dolorosa, mas necessária.
    Antes: eu bolo meu produto aqui e coloco lá no mercado…
    Mas hoje, com o processo colaborativo, o mercado está aqui, está lá, ou em todo o lugar? Existe ainda dois espaços, ou um só? Já que é muito barato você trazer o seu consumidor para dentro da “bolação” do seu produto… o tal “prosumidor”.
    Quando alguém coloca o consumidor para preparar a sua própria estampa da camiseta, fazer ele mesmo o seu pacote de turismo ou produzir o seu próprio carro, o que na verdade está se fazendo?
    Com um custo barato, via internet, estamos pedindo para o prosumidor clicar e ordenar para o robô da fábrica algo que ele já está comprando, não algo que vai comprar.
    É uma redução enorme de corte de custo: pesquisa, marketing, estoque… tudo!
    Ou seja, tentar enfrentar esse futuro pensando com a cabeça do passado é algo meio demodé… vai consumir dinheiro e não vai nos levar a lugar nenhum.
    Assim, quando a empresa pensa no seu negócio, não pode mais pensar em que é uma empresa de serviço… está indo pela caminho errado. Ela ERA uma empresa de serviços, agora é uma gestora de comunidades que tenta resolver determinados problemas de seus prosumidores.
    TIM, empresa gestora de comunidades de usuários de equipamentos móveis. É preciso que o usuário possa ele mesmo fazer o seu próprio plano, dizer com que amigos agora ele quer falar mais barato… como se fosse um Orkut ou um Twitter. Ele vai mudando e pagando menos.
    É um passo inicial…
    Quando Gutemberg inventou o livro, a Europa tinha uma estrutura hierárquica, centrada em reis e igrejas.
    O livro permitiu que um conjunto de idéias (que não andavam circulando no planeta) pudesse ser trocado. Daquele momento em diante as organizações puderam se reestruturar.
    Os reis e papas perderam a hegemonia com as revoluções que se seguiram, da francesa à russa.
    Com a internet o que está em cheque é um outro tipo de hierarquia: a dos que sabem o que a sociedade quer, do presidente da empresa, ao gerente de marketing, aos políticos, etc…
    Agora, todo mundo quer dizer e quer encomendar o que realmente lhe agrada.
    É um novo passo… e se a Tim, do nosso exemplo não entrar, e as demais forem adiante  nessa nova concepção, aparece a Tom… e fim de papo.
    Desenvolvo um pouco mais a idéia no segundo post sobre o assunto.
    Meu twitter: http://twitter.com/cnepomuceno
    Este post foi publicado também na webinsider e na Dicas-L.

    Hoje, depois de muitos posts e discussões gostaria de refazer a resposta de forma mais sucinta.

    1) o que percebo é que a parte mais abaixo da sociedade, a camada básica de troca de informação e conhecimento, mudou com a chegada da rede digital;

    2) essa camada, fundamentalmente, ganhou velocidade para atender a uma população de 7 bilhões de pessoas;

    3) assim, é preciso mais velocidade para gerar informação que dê conta de servir 21 bilhões de pratos de comida por dia, café, almoço e janta;

    4) o ser humano, a história tem mostrado isso, só consegue circular informação de forma mais rápida, se diminui o número de consumidores (o que não é possível) ou aumenta a velocidade do ambiente, retirando intermediários;

    5) o movimento nessa direção, em função da indústria do software, mais barata e de fácil distribuição, passa a ser feito de fora das empresas para dentro, nas tecnologias de comunicação e informação, foi assim nas homepages, nos portais, nas intranets, será assim nas redes sociais (As empresas virarão Orkuts.)

    6) ou seja, é uma novela das oito, todo mundo sabe que o galã beijará a mocinha, mas quer se saber exatamente como?

    E aí reside a sabedoria.

    Não é um processo em que a tecnologia fará diferença, mas como a usamos.

    É, basicamente, um processo cultural, a saber:

    1) compartilhamento de poder, a hierarquia atual foi muito útil, agora está emperrando processos;

    2) colaboração entre pares, chega de publicar no meu HD, é preciso ter ambientes virtuais aonde eu deposito o resultado do meu esforço para que todos leiam e comentem;

    3) estímulo de criatividade e capacidade de inovação. Errar faz parte do jogo.

    Esse seria um resumo, do que pensei e amadureci nestes últimos nove meses de blog.

    O blog, confesso, mudou minha vida e minha cabeça.

    Agradeço a todos que têm entrado e comentado.

    My Gengibre´s Podcast:

    Data, information, knowledge and wisdom

    The difference between data, information, knowledge and wisdom.

    Text of Podcast:

    There is a certain confusion between data, information, knowledge, and wisdom.

    Data is like a raindrop.

    You are walking and feel one, two, three drops.

    This doesn’t mean it’s raining.

    It could be an air conditioner dripping in a hot summer day.

    When you look at the sky and notice the clouds, watch the first lightning and feel more drops, you integrate that set of data and obtain the information:

    it’s going to rain!

    Knowledge is when  you perceive that because of the rain your´re going to get wet and you can’t arrive at work all soaked.

    Besides, you could catch a cold.

    So, that’s knowledge.

    Wisdom is what will you do with all this.

    If you are going to walk around in despair and get all wet or preserve yourself under a marquee, waiting until the rain stops.

    The harmony between data, information, knowledge, and wisdom is what we call the art of living.

    This works for every person, group, company, or country.

    That’s it. Thank you!

    Translated by Jones de Freitas Edited by Phil Stuart Cournoyer.

    There is a certain confusion between data, information, knowledge, and wisdom.
    Data is like a raindrop.
    You are walking and feel one, two, three drops.
    This doesn’t mean it’s raining.
    It could be an air conditioner dripping in a hot summer day.
    When you look at the sky and notice the clouds, watch the first lightning and feel more drops, you integrate that set of data and obtain the information:
    it’s going to rain!
    Knowledge is when  you perceive the rain will wet you and you can’t arrive at work all soaked.
    Besides, you could catch a cold.
    So, that’s knowledge.
    Wisdom is what will you do with all this.
    If you are going to walk around in despair and get all wet or preserve yourself under a marquee, waiting until the rain stops.
    The harmony between data, information, knowledge, and wisdom is what we call the art of living.
    This works for every person, group, company, or country.
    That’s it. Thank you!

    Se ser político é reclamar das injustiças. Então, eu sou político Patativa do Assaré, da minha coleção de frases.

    Todo dia útil rezo aqui o meu terço diário.

    São Judas Tadeu

    Um post longo, comprido, reflexivo sobre a minha vida de pesquisador, professor, consultor e todos os “or”, que me cercam.

    Escrever é um alongamento do cérebro, fundamental para organizar a quantidade de coisas que vejo, leio e escuto.

    É quase um calmante.

    Não, não escrevo geralmente sobre o que sei, mas procuro pular de para-queda no penhasco e falar do que estou descobrindo.

    Vi ontem no Discovery History no especial sobre “Cérebro“, (veja as reprises), que alguns humanos precisam acionar mais do que outros a Dopamina interior.

    É o meu caso.

    Gosto de me arriscar.

    Não quer dizer assim que ter um blog é regra, muito menos escrever todo dia, muito menos falar do que acaba de intuir.

    Desculpem, é a Dopamina!!!

    A mesma substância da Cocaína, do álcool, etc…

    Falam por ai que texto de blog tem que ser curto, que tem que ser isso, ou aquilo.

    Blog, como conceito, não existe, não tem regra.

    É o que você faz dele.

    É um veículo de comunicação que leva uma mensagem de alguém para outro alguém.

    Vocês sabem para quem eu falo?

    Para quem quer pensar comigo.

    E para migo que quer pensar com.

    Há algo de auto-reflexão compartilhada.

    Ordenador de pensamento.

    Repositório de idéias para uso futuro em sala de aula, na consultoria, etc.

    Tá tudo ai.

    Se fosse eu naquele avião indo para Paris, não ficaria devendo nada a ninguém.

    Tudo que eu pensei nos últimos tempos está no blog.

    Sem exceção!

    Incluindo palestras, fotos, etc.

    A vida é um blog diário.

    Não se iluda!

    O resto é possibilidades, turbulências e, algumas vezes, destroços.

    Claro que interessaria a pouca gente, mas pelo menos essa gente que se interessaria teria acesso as minhas últimas idéias.

    Isso é a rede hoje.

    Velocidade, velocidade, acesso, disponibilidade, troca, retro-alimentação, velocidade, velocidade.

    Você está na rede?

    O tempo é outro.

    Imagina um doutorando que fica quatro anos para colocar no papel as suas idéias.

    Quatro longos anos….

    Há quatro anos atrás a Internet começava a banda larga, não tinha ainda o Orkut, nem as redes sociais.

    Parece que fazem uns 20 anos.

    Certo?

    Tese tem que ser aberta, em blogs.

    E o resultado final é uma seleção de posts, que a academia vai analisar se o conjunto da obra faz com que aquele estudante tenha idéias novas e interessantes.

    Mas ainda: que as tenha compartilhado ao longo de todo o processo com a sociedade, tirando a academia do castelo de cartas sem fosso que entrou.

    Um dia será assim, falta tempo.

    Com diz a Tim, que captou no ar a necessidade do momento, precisamos de mentes sem fronteiras.

    Mas por aqui nesse país, o último a libertar os escravos do mundo, você para pensar um pouco diferente, tem que ter passaporte, cpf, identidade, carimbo, vacina e conhecer alguém na guarita, ou torcer para o mesmo time. 😉

    O Brasil é o país de todas as fronterias (ou melhor) barreiras mentais.

    Avisem a Tim!

    Obrigado Portugal pela parte que te cabe nesse Brasilfúndio!

    Ah tá, duas coisas que faltam dizer.

    Ah sim São Judas Tadeu, o protetor dos Twitteiros.

    Acenda uma vela para ter mais seguidores, mas não se iluda.

    Ser seguido, não é ser lido.

    Dos meus micro-blogs apenas 10%, quando muito, resultam em visitas aos meus posts.

    Ou seja, sou seguido na teoria, mas na prática para valer não sou.

    O mundo acha que sim, mas eu sei que não.

    Se você faz o que faz para mostrar para os outros e não por que é importante para você…

    Vai gastar vela.

    E nem sei se São Judas vai ficar contente….

    Por fim, fui ver ontem o filme “Patativa do Assaré”, que mostra um maravilhoso poeta oral, que conhecia, mas não tão a fundo.

    O filme demonstra que sabedoria nem sempre está ligada à leitura.

    Vejam o poema “Teia de Aranha”.

    Bem Web, bem Brasil:

    Aranha famosa artista/

    e ao mesmo tempo tramista/

    vive da desgraça alheia/

    Tem tudo a todo momento/

    pois nunca falta alimento/

    na tela de sua teia/(…)

    Assim vive o povo rude/

    sem conforto e sem saúde/

    Sem poder se defender/

    sofre e não acha desvios/

    Emaranhado nos fios/

    das aranhas do poder.

    Fui.

    As organizações devem se tornar ainda mais rápida do que jamais foram na adoção de mudanças, sob pena de se tornarem irrelevantes ou até mesmo desaparecerem – Ricardo Neves – da minha coleção de frases.

    Recebi da Campus/Elsevier o livro “Tempo de pensar fora da caixa“, de Ricardo Neves para resenhar.

    Já tinha blogado sobre o livro.

    Ele cita o autor americano Bernstein, W.J e o seu livro “The Birth of Plenty”, que pode ser lido na rede no site do Google Books.

    Ricardo Neves

    A teoria de Bernstein, que está detalhada no livro de Neves, admite que 1820 foi um ano miraculoso:

    “(…)o início da decolagem da espiral ascendente de prosperidade e da inovação para a humanidade” (…) Deste período em diante, a cada nova geração, os filhos vivem em melhores condições que seus pais”.

    Segundo Bernstein, ainda no livro de Neves, a humanidade a partir dali cresce a 2% ao ano. E Neves lança uma pergunta instigante: o que terá acontecido para que o ano de 1820 tenha sido o ano do milagre?

    Neves volta a Bernstein, que se utiliza das idéias de Douglas North.

    Para North, existem quatro fatores para essa explosão, que combinados que permitiram essa situação de “virada de mesa”:

    (Não há citação de que obra de North foi utilizada, mas eu suponho que pode se procurar algo aqui – Structure and Change in Economic History.)

    1820 – o ano do milagre…

    • a garantia do direito de propriedade – ou seja, os criadores devem receber incentivos para criar;
    • o direito das pessoas questionarem os limites impostos ao conhecimento usando métodos investigativos;
    • possibilidade de acesso daqueles interessados em promover inovação a um mercado de capital diversificado;
    • a liberdade e o aumento da mobilidade da circulação das pessoas, bens, serviços e informação, ou melhor, o florescimento do conhecimento na sociedade com a livre circulação de pessoas e ideias.

    O que me chama a atenção com mais esta peça do quebra-cabeça que ando montando, é de que talvez seja possível imaginar que na evolução das redes digitais, no passado e no futuro, haja espaço para um ponto de inflexão que podemos chamar  de “virada de mesa”.

    Notem que o último item citado por North o florescimento do conhecimento e a livre circulação de idéias é datado na Europa, a partir de 1450 com a chegada do livro milagre.

    Vários autores destacam o papel do livro, tanto no questionamento do poder da Igreja, quando dos reis, através das revoluções que se seguiram (Francesa, americana, etc…).

    Ou seja, 300 anos antes do tal ano miraculoso.

    Não foi algo que surgiu ali, mas veio crescendo ao longo do tempo.

    Esse fator tempo de evolulção é importante para nós que pensamos estratégias sobre o futuro da Web.

    Em 50 anos, a partir de 1450,  a Europa viu circular 13 milhões de exemplares de livros!!!

    Ou seja, muito antes de 1820 o novo ambiente de conhecimento começou a aumentar a sua velocidade, eliminando intermediários virtuais para depois tornar essa mudança “real”, principalmente, o poder da Igreja e dos reis.

    É de supor que durante um bom período a sociedade criou um período de preparação para a “virada de mesa”, que ocorreu 300 anos depois.

    Algo como o mundo social, espelhar o mundo “virtual” criado pelo livro impresso depois de um período de maturação.

    Ou melhor, a circulação de idéias ganhou tal velocidade ao longo do tempo, de tal forma que as instituições não eram mais compatíveis, com seus reis e papas com o ritmo do mundo ainda virtual, que se potencializou e passou ao dia-a-dia.

    (Entende-se virtual aqui como a capacidade cognitiva das pessoas que passa a funcionar de outra maneira, mas as instituições não são compatíveis com esta.)

    Haveria, assim, uma realização da latência virtual, transformando o mundo, a partir de 1820, em um processo iniciado, praticamente 300 anos antes?

    Reis foram guilhotinados, novas igrejas surgiram (a protestante) e passou a exitir uma incompatilibidade entre o mundo das idéias e a sua realidade, de fato, que foi ganhando corpo ano a ano, até, na prática, permitir que o novo barco pudesse navegar sem as velhas âncoras.

    O mesmo  fato ocorre exatamente agora e daí a relevância do livro de Neves de jogar luz sobre este problema.

    Se formos comparar, estamos iniciando o processo em que o mundo no ambiente digital – com a sua velocidade de troca de idéias – inicia um processo de “virtualização”, projetando uma sociedade futura diferente dos atuais monopólios corporativos, a separação entre paises, que tendem a se organizar em federações (como é o caso da Europa, Nafta, Mercosul..)  e a falência da representação parlamentar nos moldes criados em 1789 com a revolução francesa, sem falar na justiça e no próprio executivo.

    Em termos de especulação, podemos indagar se a nossa atual “virtualização” 2.0 resultará em um momento bem demarcado de virada de mesa, na qual as novas forças com a nova dinâmica e velocidade chegarão finalmente “ao poder”?

    Na qual as novas idéias, não serão mais inovação, mas o mainstream?

    Passarão, assim,  a hegemônicas, transoformando a atual sociedade, criando um novo momento de inflexão da civilização em um novo ano miraculoso?

    Talvez seja possível, mas podemos comparar a complexidade do mundo de hoje ao de 1820?

    Neste momento, não estariam as pulgas do passado sendo jogadas para fora do planeta cachorro?

    Você acredita que teremos nova virada de mesa tão demarcada?

    (Note que a rede, apesar de vir crescendo, ainda não significou mudanças na forma de organização da sociedade. O mundo é 1.0 e as cabeças dos novos participantes já são 2.0. Essa imcompatibilidade pede ajustes.)

    Por fim, ainda pergunto:

    Tais ajustes serão tão demorados? Levarão 300 anos?

    (Acredito que a velocidade é outra, mas nesse momento não estamos lidando com tecnologia, mas superação de problemas e bloqueios cognitivos. Perda de poder, de previlégios. O que nos leva para revoltas sociais, mudanças, pressão e tempo.)

    1820 se repetirá? De que maneira? E quando?

    Me digam.

    Pessoal, finalmente está no ar:

    Tem continuação, ver aqui.

    Tenho observado na minha, digamos verdadeira pregação aberta  sobre as mudanças trazidas pela Rede Digital, um tipo de reação interessante.

    Há aqueles, que geralmente compõem a maioria, que se abrem para escutar.

    Alguns têm uma certa dificuldade, mas estão abertos.

    Muitos pincelam aqui e ali uma série de questões, mas há espaço para o diálogo.

    Porém, há também os resistentes.

    Que trazem para o ambiente um conceito fechado.

    Pode ser que haja a abertura para parte do processo, mas em alguns pontos há um labirinto sem saída.

    Algo que nem a própria pessoa amadureceu direito, mas que leu, achou bom e incorporou como a um espírito.

    E ao trazer o conceito importado, mas não digerido, se sente insegura e passa a defendê-lo com a força do ego.

    Sim, pois esse tipo de trepadeiras se aloja no ego.

    O conceito passa a ser a pessoa. A pessoa passa a ser o conceito.

    É um chiclete!

    Há quase uma impossibilidade de diálogo.

    Não se justifica o motivo de se chegar aquilo, mas o simples fato de ter lido em algum lugar ou de alguém “importante”.

    Mas, como disse e coloquei nas minhas frases, conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles.

    São partes de um processo.

    Nos ajudam a tentar a ver a realidade, uma parede móvel (ou várias)  a qual nunca vamos tocar, mas sempre continuaremos tentando.

    No momento, que interagimos com os outros é ótimo para os dois lados que haja espaço para a troca.

    Não existe o “você está errado” , mas o que você pensa e continua elaborando pode me ajudar no meu mesmo processo!

    Quando não é assim, o que estava circulando, deixa de rodar.

    O tempo fecha, as almas trancam.

    Complicado.

    É o que Gustavo Bernardo chama de dogma:

    Um dogma é uma sentença que não admite outra, e, portanto, não admite discussão, prova ou demonstração, bastando-se por si mesmo – Gustavo Bernardo.

    E segue:

    Pensar pela própria cabeça implica o enfrentamento dos dogmas Gustavo Bernardo.

    E, por fim, ele sentencia:

    São as sentenças emprestadas, as idéias que nos mandam repetir e reproduzir, papagaios e marionetes dos outros. Estas sentenças chegam e bloqueiam o aparecimento de outras, das nossas, das idéias que poderiam ser próprias se não fossem bloqueadas pelas alheias.

    Paulo Freire chamava esse tipo de pessoa, ou situação, de sectária, na qual o diálogo não é possível.

    José Castello sugere abertura:

    Para ler um livro, o leitor precisa, antes se despedir um pouco de si – José Castello.

    (As frases acima estão na minha coleção e alguns autores na minha bibliografia recomendada.)

    Não é fácil lidar com esse tipo de situação, pois os dogmáticos ocupam espaço e quanto mais questionados são, mais o ego se sente atacado e mais  irritados ficam.

    Estou, por enquanto, aprendendo a diagnosticar a situação para no segundo momento ver como lidar de uma forma mais sábia com ela.

    O que dizer?

    Sai desse corpo que não te pertence? 😉

    Não dar importância?

    Não alimentar?

    Tentar demonstrar que é um dogma e com dogmas não há diálogo possível em um espaço de troca?

    Conselhos são bem-vindos.

    Conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles – da minha coleção de frases.

    Ontem, tivemos uma boa discussão na turma sobre Governo 2.0, aqui em Brasília.

    Primeira constatação que tive: não levem tão a sério a definição de Tim O’Reilly. Ela é apenas um ponto de partida e não de chegada.

    Quando O´Reilly resolveu criar o termo, ele percebeu que várias coisas estavam acontecendo na Web e que justificavam criar uma marca, uma passagem.

    Criou e colou.

    Era um fato, algo estava mudando.

    Ele não é pesquisador e nem se propõem a isso.

    Nem tudo que O´Reilly juntou os cacos, necessariamente é da mesma natureza. São fatos isolados que juntos podem significar qualquer coisa.

    Indicam mudanças, talvez uma principal e outras bem secundárias.

    Por exemplo, a possibilidade de publicarmos na Web documentos, planilhas, etc, que é um dos pontos ressaltados por ele como constituinte da sua idéias de Web 2.0.

    Ao estudar o passado, pode-se ver que existe um ponto na evolução das redes de conhecimento no qual passa-se da fase de laboratório para a massificação.Veja que, por exemplo, usar a web como “meu escritório” é um processo que começa com o Webmail, ou para ser mais exato como o com o HotMail, em 1997, quando Sabeer Bhatia and Jack Smith percebem que as empresas estavam coibindo o acesso ao e-mail e seria interessante um acesso, via Web, bem antes da explosão da chamada Web 2.0.

    (Essa história é narrada no livro Startup.)

    É uma evolução importante na Internet, a liberdade do seu computador, uma continuidade, mas não uma ruptura cultural, como a criação das redes sociais, que têm envolvido milhões de pessoas em uma forma nova de criação de conteúdo on-line.

    É um Youtube é algo incomparável na história humana. Vai mudar radicamente a forma de vermos tevê dentro em breve.

    E tirar muitos de uma passividade do controle remoto.

    O mesmo podemos dizer do Orkut, etc…

    Um é um processo incremental, o outro, radical.

    No estudo do passado que tenho feito encontrei outras “webs 2.0s” e o que se destacou foi a mudança na forma de expressão humana.

    Notem que foi da interação das pessoas com o livro que pudemos sair da Idade Média, tirar os reis do trono e estabelecer a democracia que vemos hoje.

    Marcou a civilização.

    A massificação da cultura colaborativa, muitos para muitos, que estava latente na Web, mas que o alto custo da conexão não permitia aparecer com força.

    A banda larga foi o estopim, como o foi em 1500 com o barateamento do livro e a criação do livro de bolso, na massificação do livro manual (1.0) para o livro de impresso ( 2.0).

    É um momento de passagem importante para o novo ambiente de conhecimento – permitir velocidade.

    No centro da mudança e não na periferia.

    (Não quer dizer que não se tenha outras coisas, apenas não tive condições ou capacidade de ver.)

    A web 2.0 é, a meu ver, essa passagem, com a chegada da banda larga. Marca esse ciclo.

    Outros fatores são importantes, mas serão principais? Na verdade, é bom se relacionar com o termo e não torná-lo algo fechado.

    Obviamente, que cada um junta o quebra-cabeça de uma forma.

    Dados estão aí para formar informação, conhecimento, sabedoria.

    Mas, como tenho dito neste blog, há nesse processo todo um ciclo que é possível traçar, a partir do estudo de mudanças similares, como é o caso da Web 2.0, bem percebida, mas ainda não tão bem diagnosticada.

    De tempos em tempos, o ser humano precisa acelerar a velocidade de seus ambientes de conhecimento, eliminar intermediários e estabelecer novas formas de interação.

    Isso teve um forte impacto na sociedade passada e terá na futura.

    Há um centro no processo que não podemos perder de vista, pois podemos ficar com nossa mente nublada, sem, claro, saber que existem outras alterações importantes, mas não as fundamentais.

    Se não for assim, qualquer projeto que tenham algo periférico pode virar algo principal e muita gente falar que está totalmente 2.0, quando, na verdade, está apenas evoluindo de forma tímida o que já tinhamos anteriormente.

    O uso da Web 2.0 tem esse problema.

    Pegou, mas ainda está muito “colada” ao de O´Reilly, que me parece oportuna e aberta uma estrada para estudarmos e não estacionarmos.

    Caso contrário, pode vir a ser uma faca de dois legumes.

    Concordas?

    Vamos informar o que está ocorrendo no Planalto Central.

    O que é Internet:

    Um meio de comunicação de massa, que possibilita a interação de muitos para muitos, sem fronteiras de tempo e espaço.

    Tudo que existe quando você nasceu é absolutamente normalDouglas Adamsda minha coleção de frases.

    Feche os olhos e imagine-se dirigindo seu carro à beira de uma praia deserta: vento, sol, mar…

    Agora, com o mesmo automóvel, cruze um vale cheio de árvores, montanhas e um céu muito azul.

    Por fim, guie em um deserto quente, muita areia e calor escaldante. Conseguiu?

    Em algum momento pensou no carro? Cheguei a conclusão, aqui com meu mouse e teclado, depois de muito refletir, que ficar invisível é o principal objetivo de qualquer tecnologia.

    Quanto mais confortáveis nos sentimos, mas ela desaparece. Podemos chamar esse momento sublime de ponto de equilíbrio com as máquinas, ou se quiser ser pedante, invisibilidade tecnológica.

    Na verdade, todos os usuários, de qualquer tecnologia, procuram chegar nessa meta e preservá-la. Lembro da época quando senti que o carro deixava de ser algo exterior ao meu corpo e passava a ser uma extensão dele.

    O freio, a embreagem o acelerador se incorporaram ao meu cérebro como uma extensão das pernas e braços. Um controle total nas ladeiras, quebra-molas, qualquer lugar – eis a harmonia. Com o computador, a chegada nesse ponto de equilíbrio é muito mais complexa por vários motivos:

    O micro tem múltiplas possibilidades. É mais instável, do ponto de vista, mecânico que um carro.

    Tem uma parte lógica, softwares, que podem ser alterados pelo dono, algo ainda não disponível em um automóvel.

    É atacado constantemente por vírus, que desejam quebrar esta sintonia. Estamos constantemente modificando os nossos objetivos e, para isso, tentamos de forma contínua melhorar ou modificar a sua performance: implantamos novos programas, versões, placas e periféricos.

    Nesse processo, o que fazemos, na verdade, é ajustar um tripé complexo com as seguintes variantes: Escolher a ferramenta (software e hardware) que atendam os nosso interesses naquele momento.

    Conhecer os recursos para poder usá-los de forma adequada. Ajeitá-los a gosto e optar pela nossa melhor forma de utilizá-los.

    Quando conseguimos esse equilíbrio, vestimos a capa de invisibilidade no equipamento. Ele deixa de existir e passa a ser parte integrante de nós.

    Some a separação homem-máquina, que se integram para produzir. Quando mudamos os nosso objetivos, modificamos algo no equipamento ou resolvemos mudar a forma de operar iniciamos o ciclo à procura de nova harmonia.

    Geralmente, esse momento, quando não planejado, é traumático. Um usuário mais experiente só modifica o ponto de equilíbrio, através de um planejamento, pelo controle que já adquiriu do ambiente. Consegue também, através de backups e ferramentas, preservá-lo, mesmo que aconteçam acidentes com o hardware ou software.

    Um leigo geralmente é mais sujeito à ataques de fatores externos, perde o ponto diversas vezes durante a jornada, até entender a importância de preservá-lo. Saber preservar o ponto de equilíbrio faz parte da harmonia.

    Assim, as máquinas, na verdade, nascem para ficar invisíveis e nos ajudar a chegar aos nossos objetivos. Imagine-se agora na mesma praia: sol, pneu furado, vento, bateria arriada, mar e cabeça quente.

    Agora, me diga, existe algo além do carro?

    (Artigo de 2002, “remasterizado” para o blog.)

    A Estante Virtual é a rede social dos mortos. O blog dos independentes que não estão nas grandes redes das livrarias. E o Twitter dos duros.

    Não resta dúvida que o Twitter terá mais Ibope.

    Será o ano em que as listas de discussão, os MSNs, as Comunidades do Orkut e alguns blogs conseguiram se juntar em tribos dinâmicas e trocaram mensagens telegráficas de 140 caracteres.

    Pelo próprio tamanho dos textos, trocamos dados, dicas, fofocas, atividades.

    Estamos agora cada vez mais seguidos e seguimos.

    Mas, para esse blogueiro que vos fala,  é a Estante Virtual com seu acervo disponibilizado de 1.424 sebos e livreiros, de 247 cidades, atendendo 5 mil cidades do país com  436.963 livros até R$ 5 reais que levará meu voto.

    A Estante está sendo 10 vezes mais útil na minha vida do que o Twitter.

    No fundo, a estante é o Twitter dos mortos.

    Lá, podemos tirar das tumbas empoeiradas muitos dos autores e livros citados em vários lugares por um preço módico.

    É o sonho revivido das grandes bibliotecas do passado, com busca e entrega em casa.

    Digo mais: incorpora o muitos para muitos com avaliação dos leitores de cada transação feita.

    Veja o resultado:

    “97,2% das qualificações recebidas pelos sebos e livreiros do portal nas últimas 24h foram BOMÓTIMO.”

    Por causa disso, o atendimento que tenho recebido é impecável.

    Todos têm receio de serem mal avaliados.

    Por fim, complementando a campanha ainda digo que além de comprar já estou vendendo.

    Sim, montamos um sebo particular.

    Eu, minha sogra e minha filha de 12 anos.

    (Um particular pode colocar uma acervo até 100 livros, informe-se!)

    Aqui em casa, agora, o livro virou quase uma ação de bolsa de valores.

    Compra-se, lê-se, vende-se.

    O livro Fôlego, por exemplo, do australiano Tim Winton.

    Comprei no sábado, li até terça e vendi na quinta.

    Veja que tem mais gente que está fazendo o mesmo tem dois exemplares semi-novos vendendo até o momento clique aqui. Detalhe: o livro foi lançado mês passado!

    (É a estória de surfistas na Austrália, recomendo.)

    Assim, como se tivesse ido a uma biblioteca, ou a uma locadora.

    Compro a R$ 30,00 e vendo a R$ 25,00.

    O outro vende a R$ 20,00!

    Cada um paga R$ 5,00 reais pela leitura.

    Se a moda pega, vai dar uma sacudida no mercado dos livros.

    Os mais sábios poderão até dizer: por que não escolher entre as duas plataformas?

    Sim, claro, elas se complementam, ainda mais se você comprar os mortos na Estante e postar em nome deles no Twitter. 🙂

    Seria o ideal.

    Juntar sabedoria do passado com a velocidade do presente.

    Será que esse seria o verdadeiro caminho da modernidade?

    Mas antes que as revistas, jornais, canais de tevê e rádio inundem nossas mentes no segundo semestre e no final do ano com algo como “2009 – o ano em que Twittamos“.

    Eu já faço a anti-campanha.

    “2009 – o ano em que os mortos e os vivos, os duros e os autores independetes se encontraram na Web, através da Estante Virtual”

    Concordas?

    Vote e comente seu voto!

    [polldaddy poll=1655000]

    Fechamos sexta passada o Wikishop do IBEU 2.0.

    Muito bom e interessante.

    Abaixo as agraciadas com o sorteio dos livros:

    Marilda e Danielle.

    Marilda e Danielle.

    Peguei dois livros ditos de lazer para me distrair.

    Um experimento na crítica literária – de C.S.Lewis, autor conhecido pelas Crônicas de Nárnia e o “Av.Paulista” do inteligente provocador português João Pereira Coutinho, que escreve na Folha.

    Os dois livros têm algo em comum: os autores são cultos, críticos, escrevem bem, mas tem um grande problema: não acreditam em mudanças.

    São céticos, ácido e, guardam um pouco aquele esnobismo de quem chegou no alto da laje e olham com algum desdém os outros lá de cima.

    Esnobes? Um pouco.

    E, na verdade, entram num rol de pessoas que têm a capacidade aguda, ferina e precisa de detectar problemas nos outros e na sociedade, mas não acreditam que estes possam sair de onde estão e avançar.

    O Coutinho é mais sutil, o Lewis mais escancarado.

    Não se propõem a mudar e, por causa disso, acabam por colaborar, de certa forma, dependendo do ângulo que se lê, para reforçar no oprimido mais opressão.

    Dizem que Marx (socialista) adorava Balzac (monarquista) não pelas idéias do escritor francês, mas pela capacidade deste último em criticar a burguesia nascente.

    No meio do livro de Lewis foi me dando essa sensação de ser atingido pelos raios paralisantes.

    É curiosa a abordagem, mas sempre vão na direção da paralisia.

    Ele divide os leitores entre analfabetos (que não sabem ler), os iletrados (que lêem mal) e os letrados que teriam o bom gosto.

    Acredito que realmente isso exista.

    Conheço pessoas que se orgulham de ler livros policiais e tratam com desdém que nem isso lê.

    Mas, como um otimista realista acredito sempre que nosso papel é tentar fazer com que as pessoas saiam de um estágio A para o B, através de um processo de limpeza do lixo e da herança perversa social, da família à escola, na qual o (pr) ego (repositório de todos os nossos condicionamentos) fica imerso no senso comum.

    E uso a frase de Maslow da coleção:

    O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada se tirou – Abraham Maslow;

    É um trabalho de “limpeza” interior” para nos aproximarmos da sempre intocável e inatingível verdade pessoal.

    Criticar é bom para termos até um bom diagnóstico, mas cristalizar a “doença” como crônica e incurável, é cruel.

    É não compreender o processo dinâmico da sociedade que oprime para seguir adiante na mesma direção sem alteração da rota, no qual somos todos os oprimidos de plantão.

    É fazer da crítica que poderia ser transformadora em mais uma fonte de opressão.

    Por isso, nessa praia de ler e escrever recomendo tanto o Gustavo Bernardo com o seu imperdível Redação Inquieta, no qual acredita que as pessoas podem sempre dar um passo adiante.

    O que ele diz sobre isso:

    “Se tomarmos um problema “em si”, agimos como se ele fosse um objeto concreto, estático, que estará resolvido quando o agarrarmos. Como não podemos agarrar objetivamente os problemas, eles se tornam “impossíveis” de resolver. Se tomamos, ao contrário, um problema pelo alcance de suas relações, agimos então  como se ele fosse de fato, problema – acontecimento dinâmico e inagarrável, porém sempre possível de ser compreendido”.

    E eu complementaria – de ser contornado.

    Como também professor, acredito nisso.

    E te pergunto: na tua vida você costuma jogar raios tranformadores ou paralisantes sobre você e os outros?

    Me diga.

    Corram para as livrarias.

    Mais um a defender que não é o Conhecimento que faz a diferença nos momentos de mudança, mas a criatividade!!!!

    (Pergunto aos curi0sos: teremos daqui por diante momentos de não-mudança?)

    Destaco:

    ricardo_neves_3

    Vejam meu post sobre a Gestão do Desconhecimento!

    Vejam a matéria completa no site do Ricardo Neves.

    Já estou correndo atrás do livro e vou postar em breve novidades!!!

    As grandes narrativas são aquelas que nos libertam – José Castello, da minha coleção.

    Pessoal tem me pedido uma bibliografia básica nas minhas aulas, nas palestras, etc. Vai aqui o início da mesma depois vou melhorando, com comentários, links, etc.

    Sugestão: comprem na Estante Virtual ou pesquisem preço no Buscapé.

    Ela utiliza os conceitos das gerações, dos veteranos a Y. E defende que os que conseguem transitar, independente das idades, nas novas mídias é o pessoal trans.

    Transgeracional, o que nos leva a pensar que o processo não se passa pela idade, mas necessariamente de como lidamos com mudanças.

    De qualquer forma, acredito que há uma mudança cognitiva na nova geração e algum tipo de novo patamar só eles têm, no que é bom e ruim, como tudo na vida.

    Livros:

    • Convite à Filosofia – Marilena Chauí

    Um livro básico sobre filosofia, mas que serve de porta de entrada para começar a introduzir essa maneira de estar no mundo no sangue.


    • Competindo Pelo Futuro – C.K. Prahalad

    Lança o conceito de co-criação, que, no fundo, é o objetivo da implantação de qualquer projeto de redes sociais. Recomendo fortemente.

    • Os Avanços Tecnológicos e o Futuro da Humanidade – Rose Maria Muraro

    Apresenta uma visão histórica das tecnologias, apresentando as mudanças na humanidade com a chegada do mundo oral e escrito. Além disso, apresenta de forma clara o que significa termos uma população do tamanho da nossa e a velocidade que essa interação em massa significa. É um livro surpreendente!! Recomendo fortemente.

    • Criação Imperfeita – Marcelo Gleiser;

    Discute a história das reflexões humanas sobre as origens do universo, mas para isso precisa abrir uma boa e rica discussão sobre a filosofia por trás da ciência. O que nos dá a oportunidade – em alto nível – de pensar sobre nossos limites cognitivos e a nossa capacidade ou incapacidade de pensar fora da caixa. Extremamente fácil de ler, pulando algumas poucas partes mais técnicas (ver resenha que fiz aqui.)

    • Uma história social da Mídia – Asa Briggs e Peter Burke;

    Conta a trajetória principalmente do surgimento do livro impresso e seu impacto na Europa. Livro fundamental para quem é agente de mudança para entender que a Internet não é um disco voador!

    • Quem está no comando – Ori Brafman;

    Analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas.

    • Presença – Peter Senge e outros;

    Aborda a importância de começarmos a usar o outro lado do cérebro mais holístico e integrado com o todo;

    • Levar Adiante

    Biografia do “pai” dos Alcoólatras Anônimos, uma rede descentralizada que deu certo;

    • A Organização inconformista – Celso Campos

    Ali, descobri que toda a discussão sobre empresas 2.0 é mais velha do que minha avó, só faltavam as ferramentas.

    • BLOG – Entenda a revolução que vai mudar seu mundo – Hugh Hewitt;

    Análise história sobre os fenômenos do blog, comparando, inclusive, com Lutero.

    • Cibercultura – Piérre Lévy;

    Visão geral sobre a história para chegarmos à Web.

    • A Galáxia da Internet – Manuel Castells;

    Um interessante capítulo histórico sobre as tribos que ajudaram na formação da Web;

    Defende que a sociedade do conhecimento e da informação são um erro teórico;

    • Redação Inquieta – Gustavo Bernardo;

    Fundamental para blogueiros;

    • O lado oculto da mudança – Luc de Brabandere;

    Visão consistente de como devemos encarar mudanças;

    • Só por Prazer – Linus Torvald;

    Romance bem suave que mostra com o Linux surgiu;

    • Amazon.com – Robert Spector;

    Mostra que Jeff Bezos apostou tudo na relação com o usuário;

    • O poder do Agora – Eckart Tolle;

    Fundamental para entender a força destrutiva do ego, item importante para vivermos na sociedade da rede digital;

    • Conhecimento em Rede – Nepomuceno e Cavalcanti;

    Meu livro com o Marcos. Faz um histórico da rede desde as cavernas e, na parte 2, apresenta uma metodologia para implantar projetos no universo 2.0;

    • Sociedade do Futuro – Arnold Toynbee;

    Visão humanista sobre as civilizações do renomado historiador, aos 82 anos, defendendo mudanças espirituais como o único caminho para transformações consistentes;

    • Here Comes Everybody – Clay Shirky;

    Um bom roteiro para entender diversas mudanças com a Web;

    • Pedagogia do Oprimido – Paulo Freire

    Há que se dar o desconto da fase em que foi escrito, no qual a luta de classes era fortemente determinante. O oprimido que ele coloca ali pode ser lido hoje como toda a humanidade. Fundamental para repensar a Escola 2.0.

    Teses:

    Veja também os livros que estou querendo comprar em inglês e português.

    Nenhum saber é absolutamente seguro – Francis Bacon – da minha coleção de frases.

    Tenho trabalhado bastante neste blog sobre o nosso espanto contemporâneo a cerca do fenômeno Internet.

    Fomos surpreendidos por algo que, aparentemente era estático, como uma montanha, mas se mexe como um vulcão.

    O movimento contínuo das plataformas do conhecimento sobre o qual escrevi um artigo centífico e é, aliás, o tema da minha tese de doutorado.

    Os estudiosos da nova história admitem que temos que repensar a maneira como estudamos o passado.

    Para eles, o passado não é estático, recebe novos olhares, em função das novidades do presente.

    Ou como diz Peter Burk:

    Cada geração, vivendo com os problemas do presente, interroga o passado pensando em suas próprias questões (…) O historiador escreve para o seu tempo, consciente de que uma próxima geração vai fazer seu trabalho de outra maneirada minha coleção.

    É uma eterna reatualização!

    Assim o presente, em função de novas descobertas, tecnologias ou fenômenos nos faz revisitar o que passou sempre com outros olhos, relendo de outra maneira, às vezes, os mesmos documentos e autores.

    A Internet está cumprindo este papel de instigadora do retorno à história social com novos paradigmas.

    É preciso revisitar os diferentes estudos sociais que não levaram em conta a importância das Plataformas do Conhecimento, que tiveram um papel mudo por se tratar de movimentos  imperceptíveis, que exercereram influência de médio e longo prazo nas civilizações.

    Eram, sem dúvida, difíceis de serem avaliadas no momento vivido, como foi o surgimento da fala, da escrita, do livro manuscrito ou do livro impresso.

    Tivemos uma mudança com a comunicação de massa, mas ainda assim, nada que pudesse fazer a releitura de forma clara que podemos fazer agora com a chegada da Web.

    É um novo tipo de mundo!

    Pela primeira vez, somos capazes, em função da nossa realidade, de ver com clareza o que era nebuloso pelos mais sábios dos nossos antepassados.

    As mudanças nas bases de troca de informação condicionaram a sociedade de forma marcante, mas não nos demos conta até aqui.

    A Web, com a sua velocidade, com nossa capacidade de rever o surgimento e os condicionamentos impostos pelo livro impresso, por exemplo, de trocar e acessar diferentes autores que estudam o tema, nos permite hoje compreender que é possível desatar esse nó teórico.

    O que era antes algo lento tem se acelerado e terá que fazer parte das estratégias humanas de sobrevivência.

    Já que o processo está se acelerando, ainda mais agora com a digitalização.

    O que era no tempo do hardware, agora é no tempo do software!

    É tanto assim que agora já o encaramos como versões 1.0, 2.0, etc…

    Para onde vamos com nossas plataformas de conhecimento?

    Como nos adpataremos à elas?

    E como podemos nos beneficiar para torná-las a serviço do humano e não ao contrário?

    Saber estas respostas são peças-chaves para definir nosso futuro.

    Criei esta pirâmide para demonstrar que a base da mesma é muito pouco estudada, até aqui, mas que necessitará cada vez mais atenção, inclusive inaugurando uma nova Ciência.

    piramide_açoces

    As plataformas condicionam a maneira que pensamos.

    A maneira que pensamos definem as ações que temos.

    E estas ações, por sua vez, a médio e longo prazo reestruturam as organizações sociais, que passam a ser o espelho da maneira nova que passamos a pensar os problemas.

    É um processo, antes de tudo, de desentermediação para se ganhar velocidade, que molda a sociedade.

    O que antes era verdade inquestionável, depois da nova plataforma passa a ser dúvida, a partir da mudança cognitiva dos novos habitantes, que re-olham nossas instituições.

    Um tema que abordei em detalhes neste post sobre a nova lógica matemática da Web.

    É isso, o que achas?

    Toda a banda larga é inútil, se a mente for estreita – do Twitter do José Otávioda minha coleção de frases.

    Você às vezes não tem a sensação que o Brasil está totalmente em Matrix?

    Que todo mundo está em um mundo paralelo (da novela ao futebol) com tubos nas nossas cabeças?

    Que alguém está assistindo ao jogo enquanto tem uma galera ficando sempre com toda a arrecadação?

    De que há um mundo colorido de um lado e algo preto e branco de outro?

    Já até tive um blog que falava desse assunto no extinto Globoonliners.

    Cheguei, depois de muito refletir, que Matrix não é um lugar, mas um estado de espírito.

    E que é dentro de nossa cabeça que fazemos todas as ilusões do mundo.

    (Vi isso ontem também naquele filme “Quem somos nós?”)

    Não há um prisão fora, mas dentro de nós.

    Engolimos ao mesmo tempo a chave, a cadeia, com tudo que tem dentro no processo longo de “Educação Social”.

    E não conseguimos saber, aonde começa a grade e onde começamos nós.

    Paulo Freire considera que o oprimido tem dentro de si o opressor.

    E por isso é um trabalho de dentro para fora e não o contrário.

    Há algo tatuado no fundo da nossa placa-mãe.

    E achamos que estamos certíssimos, quando, na verdade, estamos repetindo o código de Matrix.

    Gustavo Bernardo fala que somos cavalos das idéias dos outros.

    De tróia? De bites? De Twitters?

    É o trabalho perfeito.

    Você repete o que o repetidor queria que você fizesse sem saber.

    Automático.

    Como no filme do Simonal, quando a platéia continua cantando “Meu Limão, meu limoeiro” e ele sai para tomar um cafézinho e volta, mas o povo continuou cantando.

    Pior que ele desdém do pessoal, com um certo desprezo.

    Tentar viver fora de Matrix não é fácil.

    Mas, pelo menos, é interessante.

    Concordas?

    Tenho falado muito sobre a tese dele, mas cadê a tese?

    Apertei 😉 e chegou.

    Aqui está a apresentação em PPT.

    E o link provisório para o PDF.

    Divirtam-se e comentem.

    Fazem alguns anos lancei um livro de poesia no antigo Armazém Digital.

    Eles produziam livros por demanda, mas infelizmente o projeto não se sustentou e fechou.

    Acredito que há mais de ano.

    Conheci o Jack London, dono do Armazém, no projeto de prototipação da Booknet (primeiro site de comércio eletrônico brasileiro), que depois foi vendida para a Submarino.

    Jack in loco.

    Jack in loco.

    Fui o primeiro autor do Armazém, em função do meu relacionamento com o Jack.

    Juntou a fome (meu livro pronto) com a vontade de comer (ter o primeiro autor.)

    Dei o título do livro “Poema para 50 leitores”.

    (Na verdade, o livro tinha duas capas invertidas, um era de contos e outro de poema, dependendo de que lado que você começava.)

    O título “50 leitores”   era uma clara intenção de mostar que uma obra independente tinha méritos – ou não – a despeito da quantidade de vendas ou leitores que viesse a ter.

    Era a minha micro tribo, minha cauda curta.

    Me lembrei do fato, conversando com a Dora, uma das minhas alunas no curso do Senac.

    E, por acaso, lendo o livro “Av.Paulista” do inteligente provocador português João Pereira Coutinho, que escreve na Folha, ele disse algo que se junta com esta estória.

    Desencava o pensador francês Michel de Montaigne.

    Segundo Montaigne há uma diferença entre estima e respeito.

    Ou melhor, entre auto-estima, que depende da aceitação dos outros.

    E auto-respeito, que depende apenas da opinião pessoal.

    Na verdade, ao pensarmos sobre o fator QUANTIDADE de  nossos “seguidores”, seja no blog ou no Twitter ou na venda de um livro  há sempre uma ponta de vaidade.

    Não nego.

    Olho para ver como anda a minha audiência no blog quase todos os dias.

    Há, além da vaidade, uma curiosidade para saber que ações resultam em mais ou menos leitores e seguidores.

    Mas, independente o número de leitores, escrevo no blog, antes de tudo, para exercitar os neurônios, alongar a massa encefálica, opinar sobre as coisas do mundo, criar um arquivo pessoal disponível e deixar meu legado, sabe-se lá o que me aguarda amanhã .

    Não a cabeça sem uma musculada... ;)

    A cabeça também precisa muscular.. 😉

    E acho que isso define um pouco o que queremos ao estarmos virtualmente presentes.

    Se é uma meta per si, independente dos outros, auto-respeito.

    Ou se algo feito para os outros, o que fará aumentar – e muito – a ansiedade por mais e mais seguidores, movidos pela auto-estima, ou pelo ego.

    Um pouco a discussão do (pr)ego e do lego.

    O paradoxo é que se um blog que passa a idéia de algo feito exclusivamente para bombar, cheira a fake e acaba tendo o efeito contrário, estou certo?

    Acaba se contaminando justamente com o que vemos e estamos cansados na mídia de massa e perde, assim, a sua graça e originalidade de algo independente.

    Se existe uma filosofia que acompanha os blogueiros, desde a época das cavernas seria essa: existir por uma necessidade individual do autor, independente de todo o resto.

    Note que um blog não midiático – assim como um livro de poesia independente – terá um público restrito, que, dependendo da qualidade pode ir saltando de esferas.

    Esfera dos amigos, dos amigos dos amigos, até chegar, quem sabe a um fenômeno digno de uma audiência de mídia ampliado, que pode, ou não, se manter, voltar para trás, sempre dependendo da sinceridade do autor e originalidade do tema na avaliação de seus leitores.

    É cíclico.

    Isso deveria ser consequência de um bom trabalho e não meta.

    Independente do caminho a ser traçado e do resultado – com aumento ou não da audiência – um blog, um livro independente, seja lá o que for, nesse mundo veloz, é sempre algo para uma certa micro tribo permanente.

    Seus seguidores fiéis de todos os lançamentos e de todos os comentários.

    E sobre eles você exercerá, conforme o tempo e a qualidade do trabalho, algum tipo de influência.

    Já é muito e, esteja certo, ajuda bastante o ecosistema humano do planeta, pois é um a mais a colaborar com idéias diferentes das “oficiais”, alargando nossa visão das coisas.

    Estamos saindo da perversa sombra de décadas das monopolistas difusão da Idade Mídia, quase sempre de âmbito nacional para encarar com paixão nosso valoroso, importante e insubstituível micro-público.

    Pois bem, voltando à história do livro para 50 leitores iniciada lá em cima.

    Naquela noite de autógrafos, ao longo das horas foi chegando gente e mais gente.

    E a edição do livro provisioramente esgotou!

    Resolvemos, então,  brincar com a coisa, já que estávamos produzindo livros na hora para ir suprindo a demanda.

    Mudamos o título para “Poemas para 100 leitores”.

    Aumentamos a tiragem também no título. 😉

    Assim, quem chegou cedo, saiu com uma capa. E quem chegou depois, do meio para o fim, com outra.

    Coisas do mundo Digital.

    E eu fiquei feliz da vida com meus cento e poucos leitores, com meu auto-respeito e auto-estima dando piruetas.

    Forma e conteúdo se fecharam na mesma noite.

    Um tipo de bicho diferente para os padrões midiáticos, que temos há anos tatuados na nossa cabeça.

    É hora de meter um laser e tirar.

    Que dizes?

    E você qual é a tua? Estima ou respeito? Diga lá.


    Aquele que não conhece história, está condenado a repeti-la – George Santaiana – frase da coleção.

    Individualmente, estamos vivendo intensamente a hiperminésia.

    Nossa luta inglória para acompanhar os dados que saltam de todas as janelas do planeta.

    A incapacidade de juntar 2 com 2.

    Não estamos conseguindo chegar nem a informação.

    É só dado, dado, dado.

    O que gosto de chamar de fofoca.

    A sociedade do dado.

    A sociedade da fofoca.

    Ou como gostava de dizer já em 1967 Guy Debord, estamos na “A Sociedade do Espetáculo”.

    (É mais um que diz que sem história não se consegue fazer estratégia.)

    Para começar a subir na escada precisamos consolidar informações, que é juntar os diferentes dados.

    Passar pelo conhecimento e começar a jogar na praia da sabedoria.


    Um longo caminho que começa no como fazemos as coisas e não exatamente o que fazemos.

    E depois que passamos a fazer diferente, voltamos ao que fazemos de uma nova maneira.

    Veja uma discussão sobre isso com o Ego e o Lego.

    Muito bem, agora vamos a outro diagnóstico mais grupal.

    Se estamos vivendo a sociedade da hiperminésia individualmente, no âmbito coletivo estamos caminhando a passos largos para o túnel escuro da amnésia coletiva.

    Lemos e vemos o que está na rede, nos contemporâneos que jogam dados para os outros pescarem.

    Ficamos mordendo os dados e morremos pela boca, ou pelos olhos, como queiram.

    Note que a chegada da escrita ao mundo permitiu a recuperação da memória humana.

    Antes era o papo do eu te conto e você me conta.

    Não se sabe de nada daqueles tempos, supõem-se o que aconteceu.

    Não há registros.

    Viemos acumulando, através dos livros, a passagem de pensadores mais ou menos brilhantes, que vêm escrevendo, aos poucos, com muita dedicação e suor o manual do mundo.

    É preciso revisitá-los com nossos olhos de Século XXI.

    Tirem dos túmulos os historiadores, os filósofos e os artistas!

    Muitos deles não estão na rede.

    E se estão, não estão dando Hits.

    Seria bacana um blog de cada filósofo, não?

    Como se vivos fossem.

    (Eles estão fazendo falta!)

    E o que vemos?

    Nós, no alto da sociedade da arrogância, nos proclamamos a sociedade do conhecimento e da informação (ambas um mito).

    Estamos cada vez menos no estágio da sabedoria – ponto alto – e estamos cada vez mais nos dedicando ao dado solto, a rabeira da cadeia alimentar informacional.

    Vamos dormir com a certeza do dever cumprido, mas de comprido e rico não tem nada.

    Doce ilusão que nos embala na falsa rede do conhecimento.

    É o obscurantismo reinventado.

    Achamos que podemos entender para onde o ciclone vai no olho dele.

    Para traçar sua rota é preciso se afastar ao máximo, ver de cima.

    É urgente nos dedicarmos 80% do tempo informacional que dispomos (quando possível)  ao conhecimento dos sábios do passado para poder  olhar de quando em quando para os dados do presente com sabedoria.

    E não o contrário, como é de uso corrente.

    (Saiam de tudo que é lixo, dos e-mails, fujam, esqueçam, deletem, finjam-se de mortos.)

    Há o risco do retorno a uma Idade Média pós-moderna, no qual o computador em rede será nossa mais nova revista de fofoca atualizada com tudo que temos direito.

    Quem quer fazer a diferença, estar no mundo, ajudar aos outros e, por que não, ter uma vida profissional gratificante, deve fugir da boiada.

    Múúúúú 😉

    Termino com Nelson Rodrigues:

    “Toda unânimidade é burra”.

    E complemento:

    “Ainda mais em rede”.

    Que tal sair da burrice coletiva que estamos caminhando para abrir mais brechas para a inteligência coletiva?

    Que dizes?


    Estive ontem com os alunos de pós em Mídias Digitais do Senac do Rio, em Copa.

    Vamos ter uma série de encontros para discutir a cultura na Web, em torno do conhecimento.

    DSCN3831

    Fizemos o exercício do “O que é a Internet?”.

    DSCN3833

    Vejam o resultado final:

    A Internet é uma rede mundial de comunicação e de transmissão de dados tão importante quanto à da escrita que mudou mais uma vez as formas de relacionamentos interpessoais, tornando-nos cada vez mais dependentes e vulneráveis.

    Acabamos entrando por discussões de Sul a Norte e não trabalhamos alguns pontos polêmicos da definição.

    Sobre a vulnerabilidade.

    Estamos mais ou menos vulneráveis na rede?

    Me diga.

    Falamos sobre dependência, ego.

    Lembrei do Alice no Pais das Maravilhas, ao falar que a Twittosfera é uma ilusão.

    Entramos dentro das tecnologias e nos perdemos do mundo.

    A Patrícia deu uma boa dica. O filme Existenz.

    Veja a sinopse:

    eXistenz, do canadiano David Cronenberg, é um filme que analisa de uma forma pertinente o mundo dos videojogos, o seu realismo e a alienação por ele provocada.

    Falávamos de Matrix e da alienação pela tecnologia, o mal moderno. E ela sugeriu este filme.

    Não vi ainda, verei e comentareí.

    Norma viu um filme sobre os Incas no Futura.

    Ficou impressionada com o sistema de transporte e de comunicação deles.

    O interessante é que vai passar hoje na TV a última parte:

    Série: Civilizações Secretas: Incas e Maias – Dinastias Reais na Selva
    Quinta, dia 21/05 – 23:30

    Composta por uma vasta rede de 70 cidades, a civilização Maia na América Central prosperou no coração da selva por mais de 2.000 anos. Como a civilização maia foi capaz de se desenvolver em meio à selva hostil, onde há escassez de água devido à hidrografia desprivilegiada da região? Neste episódio final da série, esse instigante mistério será revelado.

    Vejam os horários da série completa. Deve ter a que passa sobre comunicação.

    Por fim, rolou o debate se estamos, ou não, na sociedade do conhecimento e da informação, e eu passei o link do texto do Castells no qual defende  que tanto a informação, quanto o conhecimento sempre foram importantes.

    Mas que não vivemos nem na sociedade de um ou de outro.

    Para não dizer que professor não mata a cobra e mostra o mouse que a matou…;)

    Veja o trecho

    This approach is different from the conceptual framework that defines our societies as information or knowledge societies. To be blunt, I believe this is an empirical and theoretical error“.(pg.8)

    Vamos adiante.

    Alunos, por favor complementem.

    PS – Note que muitos já fizeram anotações de aula neste post. Vou adotar a partir da agora esse critério. Vou sempre abrir um post antes e pedir para que anotem nele. Se tivermos avaliação dos alunos, essa anotação já entra como critério, na defesa sempre de alunos convexos (se auto-ajudando) e a turma côncava (ajudando aos que não estão em sala de aula.) Veja um post sobre isso.

    Fotos completares:

    If a man does not know to what port he is steering, no wind is favorable to him (Seneca).

    We are living through an unprecedented event in human history: in just one generation we have passed through three knowledge platforms: from a digital platform (1950-1990) to networks (1995-2004), and, from the latter, to collaborative networks (2004-?).


    Why did we invent grunts, speech, writing, books? Why did human beings invent the computer? Why, afterwards, did we conceive networks and why are we now already disseminating collaborative networks?

    What reasons lead us to create knowledge systems based on increasingly more dynamic information and communication technologies?

    These are questions I have raised in my doctoral research for the Postgraduate Program in Information Science, UFFIBICT agreement, funded by the CNPq, and under the guidance of professor Aldo Barreto.

    This is a continuation of the study I initiated with Marcos Cavalcanti, when we published Conhecimento em Rede (Networked Knowledge), released by Campus Publishing House last year.

    This work has now developed into my first academic paper “Knowledge Platforms”, published in December 2007 by the online magazine DataGramaZero. A summary is presented here.

    We start from the principle that humankind – unlike other living beings on the planet – self organizes through knowledge systems in order to survive. Their central core is communication and information technologies – in historical order: grunts, speech, writing, the book, the computer, mass media, networks, and now collaborative networks (whose central core consists of collaborative tools).

    Knowledge systems have always had the mission of disseminating and confronting ideas, extracting from information relevant meanings to generate development and allow the human species to survive and evolve throughout centuries, in order to eat, dress, find shelter, create…

    Up to now, knowledge systems have not gained their due historical importance because it used to take centuries for them to change. Presently, this has shifted in the ongoing innovative environment. They started to be altered every decade (with a trend for this interval to diminish), thus gaining the status of a key concept to understand our future.

    We conceptualized these systems as Knowledge Platforms that, throughout history, have helped in the struggle for human survival.

    Here are, in a preliminary presentation, the basic rules of these platforms that I have so far determined in my research:

    1. Knowledge platforms are not linear. On the contrary, they show breaks and ruptures. They are exhausted by incapacity to sustain their efficiency in an evolving society (consider, for example, oral discourse, the book, the computer, and the internet itself without collaboration). When the cycle is completed, the platform starts to decline and a new one arrives, incorporating and transforming the information flow of the previous platform with new dynamism.

    2. Hence, a new platform arises to solve impasses (entropies) created and left over by the previous one, and to bring in a new space for society’s innovation and development. Printed books and newspapers were used by Martin Luther to end the Catholic Church monopoly over knowledge, and networks brought us the MP3. Collaborative networks, still incipient, brought about the Linux. Both break with current knowledge production monopolies.

    3. However, at the same time it unties knots, the new platform itself already entails new entropies by increasing information speed and flow in a more dynamic way. From its very inception, it generates new problems of meaning in so far as it does not allow for transforming the scattered volume of information into knowledge, thus creating the need for a new platform at the same time as it solves a problem.

    4. The new platform that arises is always contained in the previous one, as were the different collaborative environments on networks, from chats to Yahoo Groups, prior to the mass dissemination of collaborative networks.

    5. Therefore, each platform has a mother technology, a central core that drives everything else forward. Yesterday there were grunts, speech, writing, the book, the computer, electronic networks. Today we enter the platform of collaborative networks – in which collaborative tools propel the new dynamics, as we already mentioned above.

    6. Thus far, platforms have always been created in a non-planned, spontaneous way, through core technologies. Their initial conception lacked the dimension of their true potential. Gutenberg did not plan movable type to make the European revolutions that followed his invention viable; nor did US scientists imagine that their long-distance network (much later dubbed the internet) would have billions of users in less than 20 years, and that it would change how society is configured.

    7. When appropriated and disseminated by those who want to change and innovate, new platforms undergo a rapid expansion cycle with the adherence of the planet’s inhabitants who intuitively perceive their advantages over a previous platform. Thus, what defines the dissemination of a platform is not only the will to spread it but also its real capacity to accelerate information flow and, through this, ensure people’s adherence. Hence, no platform without massification.

    8. However, platform diffusion is not homogeneous. There are still indigenous tribes who have no writing; communities of adults who cannot read; others who never saw a computer, and many people who already use it but had never connected to any network, let alone participated in online communities.

    9. Although they are not homogeneous, these platforms tend to lead the pack when it comes to value generation. They attract the most dynamic sectors that need them to survive. In the course of time, they impose the new pattern on the rest of society. The fact is that wherever it exists and creates wealth, the new platform will be adopted and widely used! The opposite happens where it is not adopted: it will leave behind a wake of poverty – those who knew how to read got the best lands!

    10. Each platform that arises opens up a new cycle of social, political, and economic changes. It outlines the environment so human beings can come up with new ideas and thus move the wheel of history in their struggle for power (to possess, to be, to dominate, to do). There would not have been the French Revolution without books and newspapers; nor Linux without the internet. One change feeds the other in a dialectical process.

    Therefore, we are living through an unprecedented event in human history: in just one generation we have passed through three knowledge platforms: from a digital platform (1950-1990) to networks (1995-2004), and from the latter to collaborative networks (2004-?).

    This creates a new contemporary paradox: each new platform entails more speed, more solutions, more problems, and more entropy, in an increasingly shorter cycle.

    As a sphinx, it asks us, so far with no answer in Google or Wikipedia: Decipher me or I’ll devour you!

    Translated by Jones de Freitas – Edited by Phil Stuart Cournoyer.

    Temos que manter a tecla F5 eternamente pressionada” – Ana Cristina Fiedler (mãe do Bruno, entrevistada pelo Caderno Digital do Globo e publicado em 18/05/09), já está na minha coleção de frases.

    Fala-se muito em gerir conhecimento.

    Eu abandonei o conceito conhecimento, informação, rede e comunicação para algo mais consistente que é a produção da verdade, veja mais sobre isso aqui.

    Já postei que isso é impossível, mas tudo bem.

    Quem quiser insistir na linha, sugiro, então, mudar o objeto: passar a gerir o desconhecimento.

    Explico.

    Estamos vivendo o aumento da velocidade da circulação das idéias.

    Esta, na verdade, é a grande novidade que a Internet traz.

    Mais velocidade, mais fichas que caem, novos produtos que surgem.

    Encurta-se o tempo da inovação.

    A tendência é esse processo se acelerar cada vez mais, enquanto tivermos  aumento populacional e, por sua vez, a exigência de mais e mais velozes ( e por consequência complexos) ambientes de conhecimento.

    Hoje, viver é mudar.

    Na verdade, sempre foi, mas o tempo engana, como já disse Einstein.

    Hoje, o trem não só parece correr mais rápido como, de fato, corre.

    Assim, é preciso sermos gestores de mudança (gosto mais de ambientes de mudança.)

    E não de consolidação.

    O conhecimento é visto como algo estático, um substantivo, ao invés de um verbo,

    (Veja o exercício que fizemos com o pessoal da Facha para quebrar esse paradigma.)

    Tudo muda aqui fora, mas não queremos ver, com medo de perder nossa identidade.

    E aí está o problema: o conhecimento superficial e consolidado se aloja no ego humano.

    E o ego é um buraco no qual achamos ilusioramente que somos nós.

    Deixamos de ser nós mesmos para virar um time, um partido político, um autor, um pensamento, uma identidade.

    Há nesse jogo de espelho algo que se perde, pois o que deveria ser relacional:

    ” Eu estou PT. PMDB, PSDB, etc…”. Passa a ser “Eu sou PT, PMDB, PSDB, etc”.

    E enrolados na bandeira afundamos com o navio.

    (Obviamente, não estou a falar do troca-troca de partidos dos políticos, mas daqueles que ainda acreditam em ideologias partidárias no Brasil.)

    Toda a filosofia oriental – que não chegou ainda para valer no mundo corporativo ocidental – aponta o problema gigantesco de se acreditar que somos o nosso próprio ego.

    (Um bom autor que resume o pensamento oriental de forma didática e atualizada é Eckart Tolle.)

    Nossa vida se resume a achar que somos o som, quando, na verdade, somos apenas eco.

    No ego – o eu falso – estão depositadas nossas verdades mais superficiais.

    Quantas vezes em uma reunião vemos que uma pessoa não defende uma idéia, mas apenas a sua identidade?

    E a identificação é tanta, que não há jeito de separar a idéia – que é passível de reflexão – da pessoa.

    Toynbee afirma no livro “Sociedade do Futuro” que não existe nada mais ridículo do que brigar por idéias.

    Ele diz:

    “Animosidade em assuntos morais e políticos me parece algo extremamente infeliz e deplorável; jé em termos intelectuais me parece grotesca”, da minha coleção de frases.

    Obviamente, isso só será possível,  se ambos os lados do debate  não se consideram – eles mesmos – as próprias  idéias!!!

    E não algo relacional: a idéia que tenho hoje, que pode mudar, a partir da nossa interação.

    Paulo Freire separou os dois personagens entre o radical ( o que abre-se para o diálogo) e o sectário (o que quer doutrinar.)

    Acredito que o primeiro se relaciona com o seu ego de uma forma mais saudável (consegue se separar dele). E o segundo, não.

    Assim, a gestão do desconhecimento começa por:

    • gerar a sabedoria para perceber quem realmente somos (auto-conhecimento) que nos afasta das nossas falsas verdades;
    • aprender a desaprender;
    • deixar que o lego (veja post) apareça;
    • para, assim,  de forma relacional – comparar o que lemos, o que vemos para nos permitir fazer uma bissetriz criativa para inventar o novo.

    O papel de quem quer provocar mudanças, do empreendedor ao professor, assim, passa ser, como sempre deveria ter sido, ajudar a desconhecer, a olhar para nossas verdades sempre de forma relativa.

    Para que o ego e não o lego tome conta do jogo como tem feito cada vez mais.

    É isso.

    Que dizes?

    O ego e o lego

    “Deixe o texto descansar sobre a geladeira durante uma noite, como massa de pão. Isso quando você tiver esse tempo todo, é claro. No dia seguinte, logo pela manhã, você vai ver como a idéia vem, fresquinha, descansada, brilhante! “- Waldemar Ciglioni – do livro Deu Branco.

    Quem é essa criatura dentro de nós que trabalha enquanto dormimos?

    Outro dia eu estava pensando nisso.

    Essa vida de blogueiro, doutorando, palestrante e consultor é trabalho mental o tempo todo.

    Chega no sábado você quer relaxar, mas o freio não funciona.

    Achava que era o meu ego que não se desintonizava.

    E logo cedo já me irritava com o pensamento obsessivo.

    Um dia – seguindo os conselhos dos mais sábios – deixei de resistir e observei o que vinha.

    E, na verdade, era um quase assessor interno que vinha despachar as pendências da semana.

    Resolvi batizar esse assessor desconhecido de Lego.

    O ego todo mundo já ouviu falar.;)

    O lego chega para…despachar com o “presidente”, no caso você mesmo:

    Assunto 1 – uma boa sugestão esta;

    Assunto 2 – outra boa idéia, aquela.

    Nessa, descobri que, na verdade, a nossa mente não para enquanto dormimos, ela continua a operar em cima das demandas passadas.

    E, ao invés de reclamar, peguei um papel e lápis e comecei a anotar as dicas.

    Ok, ok, bom, parabéns, muito bem, ótimo trabalho.;)

    Fechou?

    Ok, posso ir agora para o fim de semana? 😉

    E já entrei no sábado sem criar marola, (ficando unplugged)  ou seja, sem abrir computador, ler e-mail, livro ou revista de trabalho.

    Deixando o ego quieto, sem acionar, por sua vez, o lego.

    Com isso, dá uma limpeza no sótão.

    No Domingo, tava limpo, às vezes vem uma idéia ou outra.

    E taco num caderno e deixo lá para entrar na segunda com eles, mas sem prejudicar o período sabático e fundamental de descanso mental do fim de semana.

    Quando o despacho não é objetivo também pode dar uma atrapalhada.

    Chega uma hora em que o papo fica repetitivo.

    E aí tem que dar aquela parada.

    É sutil a fronteira do ego e do lego.

    Um fio tênue.

    A diferença: o ego é repetitivo e o lego criativo.

    O ego é compulsivo. O lego vem e vai.

    É um pouco o que o Lévy disse no livro Cibercultura.

    A palavra Pharmakon, grega,  é remédio ou veneno, depende da dose.

    O mesmo ocorrer com o ego (compulsão) com o lego (criatividade).

    Um pode invadir o espaço do outro.

    Cabe-nos observar e não deixar.

    É delicada a operação, mas fundamental para a sua saúde mental!

    Concordas?

    Mais uma foto da nossa equipe pensando sobre o futuro:

    DSCN3726

    De pé (da esquerda p/ a direita)
    1) Luciana Martins
    2) Danielle Ferreira
    3) Paulo Lima
    4) Ana Luiza Ferreira
    5) Nepô :-)
    6) Vladmir Nesimi
    7) Adriana Augusto
    8  Sandra Arnaud
    9) Fabiana
    10) Gladys Coutinho
    11) Marcinha Pedrosa
    12) Marilda
    13) Danielle
    14) Regina Fendt

    Sentados (da esquerda p/ a direita)
    1) Cintia Rabello
    2) Ana Lucia Reis
    3) Patrícia Martins
    4) Cláudia Rebello
    5) Adriana Calainho (atrás da Cláudia)
    6) Ana Cristina Araújo
    7) Lilian Vaisman
    8  Tatiana
    9) Renata Pinheiro Machado
    10) Sandra Mazzoni

    Aldo Barreto no estudo sobre informação desengavetou Galileu:

    ”(…)  estruturas de armazenagem tendem a crescer em volume periódico e cumulativamente e terão em um determinado momento que enfrentar um problema de forma e conteúdo. A menos que existam estratégias de adaptação, os estoques tenderão a quebrar por seu próprio peso; transformar-se em agregados inúteis de informação por terem um exagerado excedente de informação não relevante”, (Barreto, 2007).

    Tive contato com essa teoria da similitude, via Aldo, em função das minhas inquietações, a paritr do projeto de colaboração do Globo On-line – que acompanhei de perto – e, principalmente, em função das conversas com Aloy Jupiara, que me descreveu como foi o processo, ao abrir aquele site noticioso para comentários.

    Mais e mais leitores entravam para opinar e era preciso uma nova forma para gerenciar aquele conjunto de informações.

    Aloy ficava até de madrugada “fiscalizando” os comentários. Até que um dia não conseguiu mais (faltaram cabeça, troncos e membros) e resolveu “pedir ajuda” para a auto-gestão, através de denúncias de posts indevidos e filtros de palavras, um aplicativo dentro do software do jornal on-line.

    [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=xtVOoyUTF0c]

    Na verdade, ali a teoria de Similitude de Galileu batia: quando o volume aumenta é preciso mudar de forma.

    O que o Globo fez:

    • 1) abriu para comentários (pois era necessário dar vazão para mais notícias em uma cidade cada vez maior, a qual o jornal não consegue cobrir);
    • 2) e novas formas de gerenciar esse novo movimento.

    Até aqui eu tinha ido.

    Venho desenvolvendo nas minhas pesquisas do doutorado de que a causa principal desta mudança de forma é justamente uma lógica relacionada à população.

    Quanto mais habitantes = mais necessidade de consumo = que gera mais necessidades informacionais = que pede novas formas de administração da informação, gerando novos ambientes, como o do livro e agora o da Rede.

    Desenvolvi algo nessa linha aqui.

    Muito bem, mas faltava um fator fundamental nessa nova lógica, que só agora caiu a ficha.

    Qual o fator preponderante nessa mudança de forma?

    Intuo hoje que seja a velocidade.

    Ou seja o item mais evidente, a nova forma (citada por Galileu) necessária para manter o equilíbrio nos ambientes informacionais é aumentando o fluxo interno do sistema para que a informação flua, já que é impossível matar gente (por mais que alguns tenham tentado) e impedir que essas gente consuma (por mais que alguns ainda tentem também).

    O que sobra: mexer na velocidade, eliminando barreiras.

    Se eu não consigo controlar mais pessoas que chegam, que geram informação, eu aumento a velocidade pela qual elas circulam para manter o equilíbrio.

    Na verdade, o exercício do poder é justamente tentar controlar essa velocidade para não perder o controle do fluxo, colocando barreiras para que não saia da lógica central, mas, como a história tem demonstrado, de tempos em tempos, é necessário dar um upgrade no processador de conhecimento humano, saltando de um ambiente para outro, cada vez com mais necessidade de velocidade.

    O que assistimos com a Web  é o surgimento de uma nova velocidade nas áreas periféricas do sistema, que, por sincronização (vou falar disso em outro post) obriga a quem quer estar competitivo (veja o post sobre feudalismo corporativo)  a “piscarem” no mesmo ritmo como os vaga-lumes, que estão já em outro ritmo.

    Foi assim, por exemplo, com o e-mail.

    Um sistema de conhecimento, veja abaixo o modelo do Aldo:

    Gira em círculos de entrada e saída.

    Da entrada das idéias, até a retroalimentação do próprio sistema.

    Há um tempo de duração, entre estas duas pontas: entrada e saída.

    Uma carta demorava meses.

    Hoje, é ao vivo.

    (A Web 2.0 – isso também será assunto de outro post, suplanta a fase inicial da velocidade de comunicação e introduz o aumento da velocidade no armazenamento. Hoje, todos salvam. O primeiro acelerou o processo, mas não tinha abalado (ainda) a estrutura de poder. O segundo, não, mexe na memória, nos bancos de dados, pois a história passa a ser escrita por outras pessoas. E isso muda a sociedade.)

    A aplicação da teoria de Galileu nos ambientes de conhecimento, que gera uma mudança de forma, pode se relacionar, principalmente, a necessidade do aumento da velocidade.

    Ou seja, ainda no campo das suposições, quanto mais o volume de dados crescer, mais rápido ele precisará circular, se não ficará obsoleto e não servirá para nada, segundo Galileu e Aldo.

    Se pusermos isso em uma lógica  matemática (ainda incipiente) teríamos algo assim:

    I x Q = V

    I= Informação

    Q = Quantidade

    V=Velocidade (da troca de informações entre os participantes do ambiente.)

    Há uma relação entre as três variáveis, quanto maior a multiplicação das duas primeiras, necessariamente terá que ser maior a outra.

    Nos ambientes de conhecimento hegemônicos, no caso da Internet, teríamos como variáveis:

    POPULAÇÃO = NECESSIDADE DE CONSUMO (DE TODAS AS ORDENS)  = VOLUME DE DADOS NECESSÁRIO PARA ATENDER A ESSA DEMANDA = VELOCIDADE COMPATÍVEL

    Há que se fazer algumas ressalvas ao se utilizar uma lógica matemática em fenômenos sociais:

    1) diferente de uma fórmula da física que o resultado sempre é o mesmo, a lógica (veja bem a diferença entre as duas) acima é o núcleo da tendência de mudança. Pode acontecer, deve acontecer, pois é a lógica, mas não acontecerá da mesma maneira em todos os lugares.

    (Até hoje temos índios que não tem escrita!)

    É sobre esta lógica, sobre este núcleo básico, que as coisas podem funcionar, mas não é ainda o resultado final.

    É para onde as coisas tendem a fluir.

    Ou melhor, sempre tenderam, mas não percebíamos por ser uma lógica que se relaciona à população, que cresce lentamente.

    2) a necessidade da fórmula ajuda na tangibilização da lógica. Não quer dizer que é essa exatamente, pode haver, com certeza, outras variáveis que iremos trabalhando, mas aí está um dos núcleos principais;

    3) a procura de uma simplicidade básica, o tal do ovo do Colombo, nos leva a sofisticar as digressões e não o contrário. Partir de algo simples, potencializa, caso se aproxime da lógica real.

    Perguntas possíveis e respostas que me dei.

    Para aumentar a velocidade do ambiente o que é preciso?

    Cortar os pontos em que a informação tem dificuldade de circular.

    Como?

    Colocando mais tecnologias que permitam acelerar a dinâmica. E depois incorporar mais gente para ajudar no processo para: armazenar, filtrar, consultar, retirar informações.

    Ou seja, todo o processo de horizontalização da rede tem um único propósito: ganhar velocidade.

    Blogs, comentários, Twitters, orkuts, YouTubes….são processos para se atingir a esse objetivo e não o contrário!

    Retirando, assim,  do processo os burocratas: os antigos intermediários.

    Exatamente igual aconteceu com os padres no surgimento do livro.

    Deixaram de ser os únicos a lerem a Bíblia para os fiéis, que passaram a ler direto.

    Portanto, no ambiente do livro impresso: mais autores, mais fontes, mais lugares de consulta, etc.

    É assim com a Internet.

    É assim com o Twitter, que gira mais rápido do que uma lista de discussão, por isso  tão mais interessante.

    É ainda uma teoria experimental, sujeita à chuva e trovoadas.

    Ótima e propícia para discussão em um blog no processo de tese aberta, que estou desenvolvendo.

    Pegue seu guarda-chuva, que já estou com o meu.

    Te pergunto, afinal:pode uma fórmula matemática explicar a Internet?

    Que dizes?

    Bom, fechamos nosso curso da facha com uma avaliação colaborativa.

    DSCN3724

    A foto não está tão boa, Cris manda a boa, mas aqui vai o time: (No alto, começando pela esquerda) Roberta, Beatriz, Natalie, Camila, Tatiana, Rodrigo, Vanessa, Edson, Carlos. (Segundo pelotão, também vindo da esquerda): Fernanda (com o rosto cortado), Lorena, Julia, Luci, Brida, Eu, Marcos, Juliana, Thiago. (Na penúltima fila mais abaixo) Juliana (de vinho), Patrícia (com a mão levantada), Carla, Rosane, Alexandre, Priscila, João, Rany, (pronucia-se como Rãni) o outro João de camisa listrada ficou cortado, mas aparece na foto lá debaixo do post. E no último escalão:Luiz (de camisa vermelha) e Cristina (fim de jogo.). Fim. E, aliás, cadê o Vitor na foto? Procura-se Wally.;)

    (Primeiro, pela primeira vez, dei a nota em sala de aula com a participação dos alunos.

    Quem foi às sete aulas – teve 7 pontos;

    Que participou dos quatro  trabalhos em sala de aula – ganhou 1;

    Depois, tivemos a avaliação de participação em sala de aula – mais 1;

    E, por fim, a participação individual no meio digital (que precisavam justificar onde e quando) – mais 1.

    (Não valeram as  participações digitais que a turma não tomou conhecimento, fortalecendo a idéia de uma turma o tempo todo convexa e não côncava.)

    Expus o critério e cada aluno sugeriu a sua própria nota, através de um papel entregue ao professor.

    Avaliei sozinho e devolvi com a nota que achei válida.

    Aula final: turma discutindo no terraço, aviões passando e as viagens rolando...

    Aula final: turma discutindo no terraço, aviões passando e as viagens rolando...Foto:by Cristina.

    E quem se sentiu injustiçado, ficou de defender mais pontos por e-mail.

    Alguns pontos positivos da avaliação:

    1- tudo se resolve em sala de aula, algo útil para quem trabalha;

    2- o aluno se auto-avalia, a maioria foi perfeita na avaliação, bem dentro do que eu achava;

    3- o professor não sai da aula com a burocracia de ter que ver trabalhos, o que, a meu ver, burocratiza;

    4- criamos um critério objetivo para valorizar cada aluno. Confesso que foi a forma mais justa, desde que dou aula;

    5- valorizamos muito a presença, participação na aula e on-line, que é o fundamental nesse tipo de curso; quem venho, acabou, ficando com a nota  8.

    Visual do terraço, onde rolou a última aula. O Rio é o Rio. Ponto.

    Visual do terraço, onde rolou a última aula. O Rio é o Rio. Ponto. Foto by Cristina.

    Se é preciso avaliar, que seja algo claro, transparente e coerente com o mundo da colaboração que tanto defendemos.

    Na avaliação da turma, o pessoal achou bom, mas podem expressar a opinião por aqui também.

    Bom, o curso foi ótimo, aprendi muito no processo, sentirei saudades do pessoal.

    Sugiro ao Nino que na formatura todos os professores sejam chamados e seja promovida uma festinha bem 2.0, com todo mundo podendo conversar e se reencontrar.;)

    Outra foto

    Nela o João já aparece, mas o pessoal da esquerda some.

    Mais fotos feitas pela Cristina. ]

    E ainda as fotos da Brida:

    Tô dentro

    politicos_chega

    DSCN3719

    Não há detalhes, apenas fotos.

    O projeto está empolgante.

    Tudo que existe quando você nasceu é absolutamente normal – Douglas Adams – da minha coleção de frases.

    O ser humano, diferente dos animais, não cria nos seu próprio corpo “ferramentas” para sobreviver.

    Não temos garras, mas facas.

    Não temos peles, mas casacos.

    Não temos rabo, mas escadas.

    Optamos enquanto espécie por desenvolvermos  um poderoso cérebro, que cria  os instrumentos para para sobrevivermos.

    (Um livro interessante que vai fundo nesse assunto é o de Gordon Childe “O Homem faz-se a si próprio“, que comprei na Estante Virtual.)

    As ferramentas (luvas, sapatos, óculos, binóculos, carros, aviões, computadores) são as tecnologias que criamos para lidar melhor com o meio ambiente.

    Somos, por isso, mais versáteis.

    Vestimos e tiramos.

    Diferente do mamute que criou pelos durante milênios da Era do Gelo e quando esquentou, foi extinto.(Leiam Childe.)

    As tecnologias são criadas para que possamos nos manter vivos.

    E são atualizadas, melhoradas, evoluem em função das mudanças na escalada humana cada vez mais numerosa, complexa que a tudo invade, do Ártico à Marte.

    Assim, temos nossas necessidades de população que se expande e demandam cada vez mais –> mais e mais tecnologias.

    Gui Kawasaki no seu livro “Regras para revolucionários”  lembra que toda tecnologia quando adotada, envolve inicialmente um grupo pequeno e depois se massifica, quando cai no gosto popular.

    Ele lembra, entretanto, que nem o uso nem a venda dessa tecnologia  pode ser medido pelo grupo de aficcionados inicial, pois estes farão uso em uma dada direção, mas que rapidamente com a popularização isso tenderá a mudar.

    Há um encantamento com ela que deturpa seu uso que será feito de forma diferente quando massificada.

    Na verdade, toda a tecnologia nova que vem ao mundo só é utilizada, pois atende de alguma forma uma necessidade humana.

    Quando se encaixa, se massifica.

    Quando é apenas viagem na maionese do seu inventor, desaparece.

    Assim, essa fase inicial da tecnologia, na verdade, não se caracteriza por uma cultura, mas por uma adaptação, uma atualização de uma necessidade que era feita de uma forma e passa à outra.

    E terá seus neófitos que a utilizarão de uma dada maneira, mas que com o tempo, popularização, ela servirá à humanidade com todas as suas demandas.

    Note que a necessidade continua a mesma, mas a forma como a resolvemos é atualizada, o que, às vezes, dá a impressão que está surgindo uma nova necessidade, quando, na verdade, é apenas uma alteraçao de velhos hábitos.

    O humano é sempre o humano, por mais distorcido que possa parecer.

    O humano é sempre o humano, por mais distorcido que possa parecer.

    No post “A ilusão da Twittosfera” afirmo que o Twitter é mais uma das muitas possibilidade humanas de se comunicar, através da Internet, que atualiza outras tantas.

    Não gera uma cultura, apenas um encantamento provisório dos primeiros usuários, que se deliciam com a nova possibilidade, criando um clima ilusório.

    Algo como ocorreu com o telefone.

    Imagina quantas pessoas ficavam ligando para os outros no início, criando a telefonosfera???

    Depois, entrou na rotina.

    Adoro essa frase da minha coleção:

    Uma tecnologia só é uma tecnologia, se você nasceu antes dela” – Alan Kay

    Assim como ocorreu com a própria Internet, blogs, orkuts, etc…

    A tecnologia não tem alma. O ser humano tem alma, ou pelo menos, subjetividade.

    A cultura não se dá pelo uso de dada tecnologia, mas o que conseguimos gerar através dela, seja por que ferramenta for.

    Aí vem uma palavra interessante> incorporar.

    Veja a frase de uso comum:

    Quando incorporamos dada tecnologia, ela se torna invisível.

    (Um post que gosto: “Em busca do computador invisível“)

    Este termo in-corpor-ar.

    É trazer aquela coisa externa para o nosso próprio corpo.

    Ou seja, “cognitizamos” o carro.

    (Tenho um artigo sobre isso: “Em busca do computador invisível“.)

    Não há mais carro, pois o que há é eu vou para tal lugar.

    O como é secundário.

    O Twitter, assim, será, aos poucos, “invisibilizado”, como um telefone.

    Ele é um meio para nos comunicarmos, não um fim em si mesmo, portanto, não gera cultura, mas viabiliza cultura.

    O que há hoje não é cultura, mas encantamento!

    Assim, me parece mais próximo da verdade dizer, desculpe Lévy, mas que também não há uma cibercultura.

    Há a cultura do mundo que tem agora a Internet como um elemento de geração importante.

    E nela que a maioria das pessoas produzem suas subjetividades.

    Quanto mais emprestamos nossa subjetividade, mas a  Web (e todas as ferramentas que a melhoram) se tornarão invisiveis.

    É uma atualização importante da forma de se produzir cultura, mas não uma cultura tecnológica, nem mesmo uma tecno-cultura.

    Cultura apenas.

    O resto é viagem temporária dos nerds.

    Ou seja, uma cultura na qual a rede (hoje enquanto está visível)  é um fator fundamental.

    Focarmos na ferramenta como elemento central da mudança da cultura é olhar para a tinta e não para o polvo.

    Ou seja, é o ser humano em uma nova etapa, em uma nova forma de se expressar.

    Sob esse ponto de vista, a Twittosfera é apenas uma adaptação de uma latência que tínhamos.

    Note que o Rodney no comentário que faz nesse post, diz assim:

    “Um bom exemplo do que você está apontando são as diversas discussões sobre a (indesejada) orkutização do Twitter”.

    A orkutização do Twitter é a popularização da ferramenta que servirá à grande massa.

    É o mesmo que dizemos hoje da popularização da rede, que se deu através do Orkut.

    O Orkut, na verdade, foi uma evolução da Internet.

    Lá, os usuários ganharam rosto, interesses (comunidades) e puderam mostrar a sua rede de amigos para os demais.

    Não houve uma Orkutosfera, apenas uma nova tecnologia evolutiva que nos deu mais recursos para resolver nossos problemas de informação e comunicação em um mundo cada vez mais urbano e anônimo.

    A Internet melhorou, ficou mais humana com o Orkut, assim como está ficando mais dinâmica e humana com o Twitter, apenas isso.

    Aumentamos a cada dia a possibilidade de colocar nossas subjetividades para fora, “destecnologizando” a ferramenta.

    É, assim,  a cultura humana se utilizando de novos meios para expressar suas antigas perplexidades.

    Não é, assim, a cultura da rede sempre temporária e ilusória, mas a cultura humana  também (e agora)  através da rede.

    Concordas?

    A natureza é neutra – Nietzsche – já está na minha coleção de frases.

    A tecnologia também é neutra.

    Fazemos dela o que quisermos.

    É uma tela branca, limitada apenas pelas possibilidades, tamanho, formas de uso, etc.

    Pela lógica, não há possibilidade de criar a Twittosfera, nem a Blogosfera, nem a Internetosfera.

    Todas estas ferramentas amorfas, telas brancas diante de nós, servirão aos propósitos humanos.

    Quanto mais humanos,  mais propósitos.

    A pergunta “O que você está fazendo?” no Twitter induz a um uso inicial.

    Quanto mais tempo utilizarmos a ferramenta, mais nos libertaremos dessa pergunta.

    Iremos colocando nossos traços para o bem ou para o mal:

    • O que você está publicado no seu blog?
    • O que você está comendo?
    • Quem você está comendo?
    • Quem você está matando?
    • Que genomas acabas de decifrar?

    O uso de qualquer ferramenta começa homogêneo e pode dar uma falsa impressão, uma ilusão passageira, que marcará aquele tipo de tela branca.

    Um computador na mão do neófito é muito a cara do fabricante de software.

    Há pouca customização.

    Em um especialista, muda-se tudo, customiza-se os mínimos detalhes.

    É o amadurecimento do uso de cada ferramenta que vai emprestando à tecnologia nossa subjetividade e afastando qualquer possibilidade de se identificar traços culturais na tecnologia.

    O cinema é o cinema.

    O cinema novo foi o ideário de um grupo em cima daquelas possibilidades.

    Já postei que o blog venceu quando morreu a blogosfera.

    O uso do Twitter hoje, no qual seguimos como boiada “O que você está fazendo” vai se perder no tempo.

    A Internet em um cibercafé é vasta:

    • Um, fala com a namorada na Argentina, via Skype;
    • Outro, bloga;
    • Outro Twitta;
    • Outro Orkuta!

    A idéia de procurarmos criar uma cultura em torno de dada ferramenta nos levará a um beco sem saída, pois o humano sempre tenderá a repetir com ela o que já faz aqui fora, com novas possibilidades.

    Não há, assim, uma nova cultura, mas uma atualização da mesma em um novo ambiente, basta o tempo deixar rolar.

    Não me venham, assim, falar em Twittosfera e outras tantas eras aqui na rua.

    O pitbull da vizinha começa a babar horrores.

    Au, au.

    E tu, criatura Twitteira, que dizes?

    Como deverá ser:

    – uma campanha;

    – um mandato;

    – e uma cidade 2.0?

    Este é o exercício que tivemos na aula da Facha ontem. Veja a proposta dos alunos.

    Grupo 1  – propõe o “Zé Vergonha”.

    As propostas estão nos comentários.

    Mais fotos da turma.

    Quanto mais teconologia tivermos, mais filosóficos teremos que ser.

    A hiperminésia é a doença que causa a exacerbação da capacidade de retenção que impede a separação entre aspectos relevantes e irrelevantes dos eventos, segundo Roberto Lent em “Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência”.

    Exatamente o oposto da amnésia, a hiperminésia faz com que a pessoa lembre de tudo, mas tenha dificuldade de articular as coisas.

    Arriscaria a dizer que estamos vivendo fortemente traços  dessa doença na atual sociedade.

    Tem muita gente à beira da internação.

    Vivemos colados à tela de um computador recebendo informações e cada vez menos conseguimos juntar lé com cré.

    Em todas as minhas palestras o tema ansiedade da informação aparece.

    Como lidar com tanta informação?

    Já disse aqui que o que vivemos não é o excesso de informações, mas o da fofoca.

    Entende-se aqui fofoca por tudo aquilo de supérfluo que consumimos, que não nos leva a lugar nenhum.

    Tecnologia e explosão informacional precisam de sabedoria.

    (Sugiro ouvir meu podcast no Gengibre sobre a diferença entre dados, informação, conhecimento e sabedoria.)

    Vejam a figura da situação ideal para agirmos:

    piramide da sabedoria

    O paradoxo é o seguinte: quanto mais eu recebo registros e os articulo na minha cabeça os dados, informações e conhecimentos, menos tenho sido capaz de me separar deles e tomar decisões com sabedoria.

    Quantidade e qualidade não se juntam.

    Estranho né?

    Ou seja, quanto mais perto estou do problema, menos capacidade eu tenho de observá-lo a distância e ter uma clareza para resolvê-lo.

    Contraditoriamente, no momento de mais uma explosão informacional, é necessário caminharmos em direção contrária.

    É preciso reduzir a carga da informação na fofoca e se concentrar no que amplia, para nos basear nossas decisões cada vez mais na  sabedoria e menos no dado, na informação e no conhecimento, todos processos cognitivos.

    Precisamos em todas as esferas e urgente:

    • Ampliar o conhecimento histórico para discernir o que é bobagem do que importa;
    • Aprofundar o estudo da filosofia para perceber o que é lógica do que é papo furado;
    • E resgatar a importância da arte (poesia, artes plásticas, literatura, teatro, etc)  para ampliar a maneira que vemos o mundo – menos numeral e mais intuitiva.

    A tecnologia é neutra.

    Uma faca serve para cortar o pão e matar o outro. Depende do psicopata que está lanchando. 😉

    Quanto mais tecnologia injetamos na veia, mais temos que fortalecer nossos traços humanos, valores, ética, amplitude de horizontes.

    É preciso humanizar o mundo tecnológico e não o contrário!!!

    Parece estranho, mas quanto mais estudo para entender a rede, mais livros tenho comprado nos sebos para estudar a história das coisas.

    Pense na forma que você tem tomada as decisões na sua vida e na sua empresa.

    Quanto mais perto você estiver dos registros, dos dados e até mesmo da informação ou do conhecimento “neutro”, mais você estará sendo tático e menos estratégico.

    A tática só funciona se ela fizer parte de um contexto geral, de um cenário adequado.

    E cenário não se ganha fofocando, seja em que ferramenta da moda estivermos no momento, mas sim alargando seu horizonte, através da filosofia, história e arte, dando-lhe amplitude da sabedoria.

    É doido?

    É, mas me parece que é por aí que a cobra se enrosca.

    Que dizes?

    Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência
    ROBERTO LENT

    “Toda história é contemporânea.” – Benedetto Croce – da minha coleção de frases.

    Por indicação do prof. Marcos Veneu da Casa de Rui Barbosa, a quem recorri por e-mail, conheci Jaques Le Goff, defensor de uma nova forma de se encarar a história, que muitos chamam de a “Nova História“.

    Para Le Goff:

    “O passado continua sendo interpretado, sempre é urna leitura contemporânea que se faz e, na compreensão do passado, temos de integrar essa leitura renovada, sempre recomeçada”, em entrevista que pode ser lida aqui. Ou também podem ser vistas suas idéias no  livro Memória e História em texto completo.

    (Aliás, descobri este site scribd.com, que tem muitos livros e artigos em texto completo. Para ler é direto, para baixar; exige cadastro gratuito.)

    Ou seja, novos dados, documentos, equipamentos, fenômenos, conceitos, cabeças surgem e aparecem  que nos possibilitam olhar o passado de forma diferente.

    Outra idéia interessante do autor é que não existe a história do homem, mas a história do homem em sociedade, sempre relacional.

    Somos fruto do nosso meio e podemos, a partir da relação que estabelecemos com seus diferentes aspectos criar a história relacional com esse meio.

    Assim, o estudo histórico seria sempre o estudo relacional do homem com alguma coisa:

    • a história da relação com a natureza;
    • a história da relação com os filhos;
    • a história da relação com o poder.
    • a história com a informação, com o conhecimento, etc ( o que é a nossa praia aqui.)

    Ou seja, nunca o homem isolado. Nunca um objeto, mas sempre um em relação ao outro.

    Parece óbvio, mas todas as biografias dos GRANDES mitos mostram que nem sempre se vai por esse caminho.

    Essa visão nos daria sempre a possibilidade de um trabalho sistêmico, holístico e ambiental de cada estudo, analisando o geral para compreender o específico.

    Ainda destaco do que li de Le Goff a idéia que o mergulho no passado deve ser feito, a partir da procura de certas regularidades, comparatismo das história das diversas sociedades e das diferentes estruturas.

    Com isso, é possível procurar modelos (não necessariamente únicos) que possam explicar fatos do presente que ocorreram no passado, para que possamos melhor compreender o que ocorre hoje.

    O que Le Goff nos ajuda para compreender o mundo 2.0?

    • 1- a compreensão mais ampla da Internet passa pelo estudo da evolução da relação do homem com os ambientes de conhecimento e de informação na história, que acontecem agora e aconteceram no passado;

    (Vejam bem dos ambientes de conhecimento e não da história do livro, do rádio, do computador, etc,  mas da relação do ser humano com estas tecnologias, em um ambiente.)

    • 2- é preciso, então, a partir da percepção que estes ambientes de produção de conhecimento ou informação se movem, compreender seus modelos, regularidades para que possamos ter mais clareza nos movimentos atuais da Web e possíveis (vejam bem prováveis) passos futuros, a partir de modelos passados;

    Assim, o estudo histórico dos ambientes de conhecimento do passado passa a ser uma releitura da sociedade, a partir de um fenômeno novo que nos mostra que o que achávamos que era montanha é vulcão.

    Le Goff passa a ser mais um autor-chave para o capítulo da abordagem histórica sobre os ambientes de conhecimento da minha tese de doutorado em andamento.

    Por fim, destaco o que acho que é a missão de quem quer compreender para valer a Web, a partir da história.

    Le Goff:  O historiador é um “especialista das mudanças das sociedades” – e nós especialistas nas mudanças nos ambientes de conhecimento da sociedade.

    E a sua função é “introduzir alguma racionalidade na história  vivida e na memória” – através de regularidades que podem nos mostrar melhor o que de fato é novo ou já aconteceu muitas vezes antes.

    Indico o pensador aos amigos de jornada.

    E fecho com a frase que ouvi do Prof. MarcosVasconcellos na palestra da FGV:

    “Aquele que não conhece história, está condenado a repeti-la” – George Santaiana – também da minha coleção de frases.

    Estive fazendo palestra ontem na Fundação Ceperj.

    dscn3718

    Fiz o exercício coletivo de criar uma definição para Internet para uma turma para lá de esperta.

    Veja o resultado:

    O que é Internet?

    Rede global de informações, relacionamento, cooperação e prestação de serviços em tecnologia digital, indispensável e irreversível no mundo atual, que revolucionou a comunicação, gerando uma nova linguagem social.

    O que causou mais polêmica foi o uso da palavra indispensável na definição da Web.

    A Internet é indispensável para os índios? Para um camponês no meio do mato?

    A discussão rendeu.

    Mantivemos, pois o termo indispensável denota que quem quer gerar riqueza, ser competitivo no mundo de hoje, ter possibilidades de sobreviver com possibilidades de gerar renda, tem que adotar esse novo instrumento.

    Ele é indispensável pela sua dinâmica ser mais adequada a um mundo superpovoado que estamos hoje com quase 7 bilhões de boquitas para alimentar.

    (Multiplica por 3 e veja quantos pratos têm que ser colocados na mesa a cada dia no planeta. Já desenvolvi uma teoria sobre isso aqui.)

    Obviamente, que uma pessoa que queira se isolar do mundo, ou uma tribo, poderá viver a sua vida, mas terá os limites de não conseguir ser competitivo.

    Você dirá: mas todos precisam ser competitivos?

    Claro que não, mas quem está no jogo e, no caso, eram muitos servidores públicos, ou querendo entrar na profissão, certamente têm que olhar a rede como algo indispensável e irreversível.

    Irreversível?

    Sim, pois nunca um ambiente de conhecimento voltou para trás.

    Nem abandonamos a fala, nem a escrita e menos agora o computador, com ou sem rede.

    Não tem jeito.

    Arrisco na minha velha teoria: se morrem 90% das pessoas na terra, a Internet perde o sentido, assim como o celular.

    Ficarão como algo de luxo, mas não com a febre e o termo indispensável como é hoje.

    É uma teoria.

    Precisaria de uma bomba atômica para provar. 🙂

    Enquanto não monto uma, a partir de alguma comunidade do Orkut, vamos filosofando. 🙂

    Adorei o encontro.dscn3716dscn3717

    Dharma; “o que leva a realização de Abhyuadya (prosperidade neste mundo) – retirada daqui.

    Comecei a ler o livro “Startup“, de Jessica Livingston”, que a editora Negócios me enviou para comentar no blog.

    De cara, apareceu a frase do Steve Wozniak, fundador da Apple, que diz o seguinte:

    “Na vida, temos que valorizar aquilo em que somos bons”, que já foi para minha coleção de frases.

    Já estava com este post sobre Dharma na cabeça e acho que agora ele sai.

    Na trajetória do Wozniak, o que me parece óbvio é que ele percebeu qual era a sua diferença em relação às outras pessoas.

    “(…) grande talento para criar projetos com poucos componentes usando todos os recursos possíveis” (…) usar coisas baratas e rápidas usando a abordagem certa (…) combinar chips com muita eficiência”.

    Está tudo lá no livro, salpicado.

    O tema –  fazer aquilo que somos bons (Dharma) –  foi também abordado no livro-testamento  “A Sociedade do Futuro” do historiador Arnold Toynbee, que, aos 82 anos, fez um balanço de sua vida.

    (Ele não usa a expressão Dharma.)

    Nele, ao se perguntar sobre o motivo de ter dedicado toda a vida ao estudo de história, ele diz:

    “Estudo história por prazer. Pela maneira como encaro esse prazer, poder-se-ia dizer que estudo História porque esse é o caminho através do qual posso encontrar uma maneira de comungar com a Divindade espiritual máxima. Dessa forma, o “prazer” pode ter também o mais sério de todos os propósitos concebíveis”.

    Toynbee defende a harmonia entre essa divindade e os desejos individuais. Para ele, existem grandes variedades de dons naturais entre os seres humanos e todos eles são válidos e até mesmo indispensáveis para o bem estar da humanidade.

    Ele define assim as aptidões:

    • Para a tecnologia – capazes de dominar o mundo físico (a maioria);
    • Para lidar com as pessoas – capaz de se relacionar com outros seres humanos (alguns);
    • E os que tendem para a arte (segundo ele, minoria).

    Ele acredita que para todos os campos existem os criativos e os receptivos. E ainda os que fazem e os que ensinam.

    E defende que haja uma educação capaz de estimular e treinar as pessoas, conforme o seu perfil, o que podemos chamar de Dharma.

    Eckart Thole no livro “Um novo mundo – o despertar de uma nova consciência” defende que qualquer um que alcance a unificação espiritual com seu trabalho estará construindo um novo planeta.

    O que Toynbee defende que:

    “Os aspectos materiais da vida não são um fim em si mesmo, apenas um meio”.

    Voltando à tecnologia, Jessica Livingston lembra que os empreendedores entrevistados no livro queriam, antes de tudo, mudar o mundo e não ficarem ricos, o que veio como consequência e não o contrario.

    Lembra um pouco a história da Amazon, que não está neste livro, mas em outro “Amazon.com“, na qual Jeff Bezos destaca a importância do investimento o tempo todo na idéia e não nos resultados imediatos.

    (Quando a Amazon começa, todas as mesas era feitas das portas das salas para economizar, diferente do Brasil, na época da bolha, quando a maioria dos novos empreendedores, ao primeiro dinheiro que entrou, se apressaram a alugar andares corridos nos prédios comerciais mais caros.)

    Os resultados da Amazon parecem que estão vindo.

    No fundo, do que se trata aqui?

    Lutar para fazer  o que se gosta, algo cada vez mais valorizado na sociedade da criatividade acelerada.

    O mais interessante que isso ocorre em etapas:

    1. saber o que você realmente gosta de fazer;
    2. testar se você realmente é bom nisso, sua performance em relação a outros na mesma posição;
    3. fazer disso uma estratégia de vida, avaliando se o que você escolheu, de fato, tem mercado.

    Ou seja, focado ou mimado?

    Focado = ciente do seu papel e das possibilidades;

    Mimado = viajando na maionese.

    4 – abrir mão do consumismo (note bem excesso de consumo e não de consumir o necessário) para poder juntar dinheiro e poder dizer não para tudo aquilo que aparecer que vai te levar para longe do teu Dharma.

    Ser =saber dizer não.

    Fazer, assim, o que se gosta é um bem também para a humanidade.

    • Nos coloca presente.
    • Nos torna mais leves.
    • Politiza nossa ação, pois estamos defendo uma causa e não batendo ponto;
    • Aprendemos o tempo todo com o que fazemos.
    • E o resultado final é apenas uma parte de um longo processo, pois o prazer de estarmos plenos, não tem preço.

    Um exercício interessante não lembro se li nesse livro, acho que sim, é: você se vê no seu enterro e pensa o que gostaria que as pessoas que te conheceram estariam pensando ou falando sobre você no velório. Aquele conjunto de pensamentos e discursos que você gostaria que fossem ditos e pensados seriam as metas de sua vida e as coisas pelas quais você deveria se esforçar para obter.

    (Verás que o material tende a aparecer pouco nesse exercício.)

    Ou como digo aqui, teu Dharma.

    Que dizes?

    Bom, continuando nosso curso da Facha, hoje resolvi trabalhar a fundo o conceito do Conhecimento.
    Processo ou algo consolidado?

    Bom, continuando nosso curso da Facha, ontem resolvi trabalhar melhor o conceito do Conhecimento.

    Processo ou algo consolidado?

    Verbo ou substantivo?

    Bom, fizemos um exercício de grupo para saber: o que muda sempre, de vez em quando ou não muda nunca nas nossas complexas cabecinhas?

    Foram três horas, descontando o intervalo, para chegarmos a algumas conclusões interessantes, sujeitas a aprofundamento mais adiante em sala de aula ou no blog, já que trabalhamos com conceitos vagos e genéricos, mas é um espelho do que uma turma e um professor acham sobre o tema.

    facha_foto

    Parte de nossa simpática turma, antes de começar a aula.

    O que não muda nunca, segundo concluímos:

    • Certeza da morte (carnal);
    • Fatos marcantes que conseguimos lembrar;
    • Auto-consciência.

    (Na verdade, os três itens que diferenciam a nossa cabeça da cabeça de um animal.)

    Não quero mudar!!!!

    Não quero mudar!!!!

    O que muda sempre, mais ou menos, dependendo de cada pessoa, vou colocar aqui, aleatoriamente, o que acho que mudaria com mais intensidade (+++) ou com menos intensidade (+) pela média, de forma intuitiva, já pensando depois da aula e mexendo um pouco no que concluímos.

    Juntei partes:

    • Habilidade Corporal/Manual/etc /(+);
    • Habilidade Cognitiva/Gostos gerais/Ideais/Comportamento/Postura/Projetos de vida /Opinião/Conceitos/  Sonhos/ Caminhos (horizontes)/Identidade/Estilo/Postura//I (++);
    • Desejos/Humor (+++);

    O exercício é só especulativo, mas nos dá uma dimensão interessante sobre o que tende a mudar mais ou menos em nossas vidas.

    E o que é permanente.

    Concordas? O que mudaria?

    Alunos? O que complementariam?

    Mais uma foto da nossa simpática turma:

    Não existe nada mais no espírito de rede social colaborativa, que se multiplicaram na Internet, desde sua origem, do que os grupos de mútuo-ajuda não tecnológicos, tal como o AA (alcoólatras  anônimos), criado na década de 50.
    Pontos em comum:
    – um problema que só pode (ou é muito melhor) ser resolvido em grupo;
    – auto-organização;
    – estrutura não-hierárquica;
    – troca de muitos para muitos, só que presencial.
    Como estes grupos existem há décadas, reforçam a ideia de que o humano procura se organizar de forma inovadora quando modelos tradicionais não resolvem determinados problemas com, ou sem tecnologia.
    É o caso da  rede dos engarrafados, via celular, principalmente em São Paulo;
    Dos radioamadores, primeira rede tecnológica muitos para muitos à distância também do século passado;
    Redes acadêmicas de pesquisadores, até por carta, mais antigas ainda.
    Estes casos nos lembra o conceito de similitude de Galileu e dos seres vivos de Thompson:
    Quando é impossível resolver problemas informacionais de um jeito, muda-se de forma e vai-se para outro.
    Podemos, assim, estudá-las e entendê-las, também no passado, e analisar de forma comparativa o que muda a  distância, nos possibilitando uma visão mais apurada e menos midiática.
    Ou seja, as atuais redes sociais não são discos voadores, que caíram do céu, mas apenas fenômenos sociais que se repetem com mais velocidade, escala e a distância, em função da nova tecnologia digital em rede, ganhando, assim, novo colorido.
    Aliás, como tudo na Web, na qual o ser humano apenas traz as suas velhas necessidades e as atualiza, se renovando, para melhor ou para pior, nesse processo.
    Concordas?

    Não existe nada mais no espírito de rede social colaborativa, que se multiplicaram na Internet, desde sua origem, do que os grupos de mútuo-ajuda não tecnológicos, tal como o AA (Alcoólatras  Anônimos),  criado na década de 50.

    Pontos em comum:

    • – um problema que só pode (ou é muito melhor) ser resolvido em grupo;
    • – auto-organização;
    • – estrutura não-hierárquica;
    • – troca de muitos para muitos, só que presencial.

    Como estes grupos existem há décadas, reforçam a ideia de que o humano procura se organizar de forma inovadora quando modelos tradicionais não resolvem determinados problemas com, ou sem tecnologia.

    É o caso da rede dos engarrafados, via celular, principalmente em São Paulo;

    Dos radioamadores, primeira rede tecnológica muitos para muitos à distância também do século passado;

    Redes acadêmicas de pesquisadores, até por carta, mais antigas ainda.

    Estes casos nos lembra o conceito de similitude de Galileu e dos seres vivos de Thompson:

    Quando é impossível resolver problemas informacionais de um jeito, muda-se de forma e vai-se para outro.

    Podemos, assim, estudá-las e entendê-las, também no passado, e analisar de forma comparativa o que muda a  distância, nos possibilitando uma visão mais apurada e menos midiática.

    Ou seja, as atuais redes sociais não são discos voadores, que caíram do céu, mas apenas fenômenos sociais que se repetem com mais velocidade, escala e a distância, em função da nova tecnologia digital em rede, ganhando, assim, novo colorido.

    Aliás, como tudo na Web, na qual o ser humano apenas traz as suas velhas e imutáveis necessidades e as atualiza, se renovando, para melhor ou para pior, nesse processo.

    Concordas?

    O consumidor está muito mais rápido do que as organizações – Don Schultz – da minha coleção de frases.

    Estivemos ontem terminando de assistir juntos no curso da Facha o filme Lutero.

    Dividimos a sessão em duas para termos bons debates.

    Vimos no post passado Web 2.0: você está pronto para dividir o poder? algumas características da evolução das redes de conhecimento. E ainda constatei que a Reforma Protestante foi o resultado da passagem no ambiente de conhecimento da escrita do livro manuscrito (Livro 1.0) para o livro impresso (Livro 2.0).

    O  interessante a se observar nessa passagem, igual a que vivemos hoje, é que há uma luta básica pela liberdade.

    O novo ambiente de conhecimento na época de Lutero, basicamente, permitiu a ele e seus seguidores irem à Igreja com mais informações.

    Note que no filme ele não quer uma nova Igreja, mas o direito de ler e interpretar as escrituras com liberdade.

    Como não deixaram, quiseram, inclusive, colocá-lo na fogueira, surgiu a concorrência – uma nova Igreja, com uma leitura diferenciada da mensagem de Jesus.

    O que vemos naquela época, durante o filme,  é basicamente a luta pelo direito da liberdade religiosa, que não havia.

    A Igreja queria ter o monopólio da conversa com Deus, que só falava Latim. 😉

    (Vai ver que foi aprendendo outras línguas com o tempo.) 😉

    No "Portal" da época de Lutero, só quem podia ter acesso à Deus era o Papa!

    Lutero, pelo menos no filme, não luta por uma nova Igreja, a princípio, mas ele quer ter o direito de:

    • ler as escrituras no original;
    • ter a sua própria interpretação;
    • escrever sobre o que ele acha sem que seja chamado de herege;
    • E publicar em alemão as suas conclusões.

    Ou seja, basicamente a mudança na cabeça dele começa a partir do acesso aos livros manuscritos, que poucos podiam ler.

    Ele passa, assim, a “consumir” religião de uma outra maneira, em função do que leu e se informou.

    Assim, se libertou de todo o obscurantismo que a falta de informação impunha a ele e a todos os seus contemporâneos.

     

    Nada mais didático para entendermos o mundo atual, a chegada da Internet (Web 1.0) e a explosão da colaboração (Web 2.0).

    Veja que já conquistamos vários novos direitos com a rede, que começam uma grande reforma na relação do fiél (consumidor) com a sua Igreja (fornecedor de produtos e serviços), vários deles grandes monopólios,  a saber:

    • Temos hoje informações sobre a empresa pela Web, seus diferentes produtos, o atendimento disponível, dados do manual, etc;
    • Podemos comparar preços entre eles (vide sites como Bomdefaro, Buscapé, etc…);
    • Conseguimos ler o que outros consumidores acham daquele mesmo produto;
    • Bem como, mais opiniões da mídia especializada sobre o mesmo, tanto em português, como em outros idiomas;
    • Podemos nós mesmos, ao consumir, expressar nossa opinião;
    • Baixamos, copiamos, distribuímos o que é digital;
    • Conseguimos ainda vender e revender ao mercado (Mercado Livre e agora com a Estante Virtual);
    • E, por fim, podemos comprar fora da nossa cidade ou do país.

    Esse conjunto de informações pré-consumo e ações no mercado como também fornecedores faz do consumidor 2.0 um outro tipo de cliente completamente diferente para sacar o cartão de crédito do bolso.

    Em resumo:

    Não consumimos mais com a  informação da Idade Mídia (termo usado pelo Luli).

    Temos mais informação para consumir.

    Estamos aprendendo a consumir com a informação da Idade da Rede Colaborativa!

    Sabemos mais  do que o próprio fornecedor (corretor, médico, professor), que não está muitas vezes pronto para esse mundo.

    E quando temos mais informação, estamos abertos à revolta, pois há uma raiva latente acumulada da exploração que sofremos no ambiente de conhecimento anterior.

    • Temos raiva de termos sido obrigados a comprar um CD com 20 músicas, a um preço abusivo, quando queríamos uma só;
    • Temos ódio de termos pago a cada nova versão do Windows ou do Office um preço absurdo por algo cheio de bugs;
    • Não gostamos de pagar por algo quando existe similar mais barato e melhor;
    • E vemos, por exemplo, parlamentares e governantes menos 2.0 fazendo gato e sapato com o nosso suado dinheiro.

    As revoltas latentes se transformam e se transformarão em atos de rebeldia presentes e futuros.

    • Inventamos o software livre;
    • Trocamos músicas e filmes pela Web;
    • Pesquisamos, pesquisamos, comentamos, comentamos, ajudamos aos outros a terem cada vez mais informação para não serem enganados;
    • Fazemos blogs e comunidades independentes criticando marcas, empresas, produtos, serviços, etc;
    • Os políticos terão também o seu troco. É uma questão de tempo e de Luteros 2.0 que aparecerão.

    Pelo simples prazer de nos vingar, de ajudar, de melhorar, de mudar.

    O recente escândalo das passagens no Congresso é algo nessa direção.

    As informações foram disponibilizadas na rede e o pessoal começou a estudar o assunto.

    Abriu-se a caixa de Pandora.

    O consumidor 2.0 quer Empresas, Congressos, Governos 2.0 num mundo 2.0.

    Ou seja, ele antes de comprar, vai se informar muito mais do que na Idade da Mídia.

    Estamos abrindo as caixas lacradas do ambiente anterior, como é típico na passagem de um ambiente de conhecimento para outro.

    Nesses momentos, com a rede, ganhamos a troca (consumidor-consumidor) e o acesso à  informação antes secreta,  fechada a sete chaves. E muito, muito mais opções no mercado.

    Assim, projetos 2.0 não são formas de enrolar o novo consumidor, mas devem ser voltados para uma mudança de atitude da empresa, que terá que se reformar, para lidar com esse novo homos_informadus_consumus_est.

    Essa nova espécie é  informada e informante como nunca fomos no passado.

    Se não cair essa ficha, é melhor nem passar perto do orelhão 2.0.

    Índio já não quer mais só apito, quer apitar também e bem alto!

    [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=5Dn33_2IGrY&eurl=http://nepo.com.br/&feature=player_embedded]

    Veja o filme, chegue às suas conclusões e comente.

    Hardly anything could be more against common sense than the recent dismissal of  4,000 Embraer employees.

    In what direction are they looking?

    Embraer is clearly part of the Brazil of knowledge, cutting-edge technology. Surely its employees have quite often heard the notion that “we need to share knowledge.”

    But, when push comes to shove, when it hits rock bottom, the shareholder’s logic and the former information ecosystem model prevail: hierarchy, power in the hands of a few, manual labor and not intellectual work.

    Shareholders’ interests are not the same as employees’.

    Today, shareholders are not those who do the work.

    So, the company claims in its discourse to be a collaborative, knowledge enterprise, but in practice, when hit by the first crisis, treats its workers as spare parts, not as an essential driving force.

    For one who wants to build a “knowledge company“, such a traumatic fact is a very bad starting point.

    Even if the company backs down, in response to ongoing negotiations, the collaborative environment will never again be the same!

    Are we all in the same boat only when it sinks?

    There is a clear contradiction between what is talked about in our current society (all people have to collaborate) and the actual capitalist model.

    It’s a dichotomy because we live in the network informational ecology, which speeds up innovation and demands creativity, while the corporate model is still based on the exploitation of workers by the hour.

    Note that a punch-card system is capable of measuring the time the worker stayed at the job. But, how can you measure if an employee is using his or her maximum creativity?

    In the past environment, supervision was enough.

    Now, a healthy environment must be created to get people involved.

    We are leaving forced capitalism to one based on free adherence.

    From competition between sectors of the same company, to collaboration.

    This is not a socialist discourse, just a realistic one.

    Note the logic:

    Without motivation, there is no creativity

    Without creativity, there is no innovation.

    Without innovation, there is no competitiveness.

    And without competitiveness….

    So, if the new employee-participant-shareholder doesn’t feel to be in the same boat (in fact and in law), he or she will always hold back, and keep creativity in the pocket.

    Either the employee is in tune with the logic of the system and part of it, or all this talk will sound like the pied piper – as shown by the current dismissals.

    flautista

    The talk about knowledge corporation can’t even fool a child.

    The informational collaborative environment goes down the drain; and with it, the company’s future.

    Fake knowledge capitalism won’t last long because the informational environment changed and with it – as history shows – there will be a revision in the model of power organization at all levels.

    Either values are changed or people will look for those who are actually building the new model of inclusive business. Market and competitiveness will show – and already have done – that this path is the most adequate at this moment.

    As history has shown, the process of transforming new values into new power structures is not immediate, but is inevitable.

    We are entering the age of collaborative capitalism, in which the idea that a boss organizes the company and collaborators can be fired at the first signs of a crisis already is and will increasingly be anachronistic.

    Knowledge corporation, is it partnership or a trap?

    Do you agree?

    Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

    Poema dedicado ao mundo dos seguidores e seguidos.

    Quem te deu curso, certidão?

    O fugido ou o achado?

    Na mesma trincheira ou do outro lado?

    (Jogando granadas ao céu?)

    O imposto?

    Reconhecido ou devolvido?

    O que morre?

    Quantos pais há afinal no país dos países?

    Nenhum, poucos, sem condição de contar?

    Ou é aquele que encontramos na margem
    e, sem esforço, nos levam, rios, ao mar?

    Diz.

    Pode rebolar que não tem jeito.

    Ao abrirmos para comentários, blogs, redes sociais estamos questionando o poder de alguém por alguém.

    Tens dúvidas?

    Isso fica claro no filme Lutero, que estou discutindo com meus alunos na Facha.

    Os dois momentos da humanidade são bem parecidos.

    Vimos que as redes de conhecimento organizam o mundo. E podemos dizer agora que têm diversas fases internas, eu separaria em:

    1) fase de laboratório – quando a nova tecnologia de informação e comunicação está se desenvolvendo em laboratórios;

    2) adoção por entusiastas – quando começa a ser usada por um grupo de entusiastas;

    3) criação de indústria – quando ganha escala e uma indústria;

    4) massificação – quando passa do uso restrito para um uso massificado, a partir da redução do custo de acesso;

    5- hegemonia – quando o novo meio passa a ser a principal fonte de produção de conhecimento;

    6- entropia – quando começa a mostrar seus problemas e surge, na fase de laboratório, a nova rede de conhecimento.

    A Web 2.0 é a fase 4 da evolução da rede digital, com a chegada da banda larga.

    Podemos dizer também que o livro impresso foi passagem da fase do Livro 1.0 para o Livro 2.0.

    O Livro 2.0 é filho da Prensa de Tipos Móveis, que veio substituir os livros manuscritos.

    A prensa inventada por Gutemberg foi uma tecnologia que ampliou o poder da escrita, pois basicamente reduziu o preço do livro, que antes era caro, pois produzido um a um por copistas.

    As múltiplas cópias, a partir de um original ampliou o poder da nova tecnologia emergente  (o livro escrito) , potencializando e espalhando o seu alcance, através da redução de custo e das campanhas de alfabetização para que todos pudessem usufruir do novo suporte de difusão de idéias.

    Copistas em ação, blogando. ;)Um livro manuscrito era muito caro, pois precisa de copistas!!! – Copistas em ação, blogando. 😉

    A tecnologia massificadora da Web 2.0 é a banda larga, que surge para valer, a partir de 2004.

    Todos os sites de redes sociais explodem a partir dali.

    Até ali a Web era colaborativa, participativa, mas não massificada.

    Tudo era na base do modem, telefone e pagamento por hora.

    Muito caro.

    Bom, diante disso, voltemos ao filme, pois a massificação, nos leva à hegemonia e a criação, enfim, de uma nova cultura de massa, baseada no novo ambiente de conhecimento.

    É o que estamos assistindo agora, que, com o filme, podemos ver seus desdobramentos.

    Na época, 1500, era a igreja que detinha o monopólio do saber.

    A maneira de ver o mundo era feita, através da  Bíblia (livro manuscrito) e dita nas missas, ambas em Latim.

    Ninguém pode comentar nadica naquele portal fechado.

    Lutero tem acesso às escrituras em um curso de doutorado.

    Ou seja, ele está na fase do Livro 1.0 (manuscrito) e lê o que está escrito no super-secreto portal, na qual se tem acesso aos textos antigos.

    Só com posse daquelas informações, ou seja, no ambiente 1.0, cai a ficha dele.

    Adaptando para o tempo de hoje, ele diz:

    “Existem mil formas de interpretar a palavra de Jesus!!! Vou passar a minha visão e vou colocar no meu blog, a porta da Igreja.”

    (Ele prega seus escritos com pregos. Havia um mural coletivo ali. Seria um Twitter do passado?)

    Durante todo o filme ele repete:

    “Eu só quero dar a minha interpretação do que li nos textos que tive acesso.”

    Ou seja, o direito de comentar no blog fechadão da Igreja!

    Um seguidor de Lutero – talvez seu gerente de marketing ou assessor de imprensa da época (é obscuro isso) 😉 – arranca o papel da porta da igreja (tecnologia do Livro 1.0)  e leva para a prensa (Tecnologia do Livro 2.0).

    Naquele momento Lutero saía da fase do Livro 1.0 e passava para 2.0.

    Ele estava postando suas idéias sobre as escrituras, com bastante divulgação, começa a ter impacto na coleta da Igreja que cai 1/5 (a lábia estava se esgotando) e, então, chega o nome de Lutero em Roma.

    O Cardeal diz a Lutero:

    “Só quem pode interpretar a bíblia é o Papa!”.

    (Ou seja, nosso site não está aberto a piruadas!)

    O assessor do Cardeal:

    “Você não está aqui para debater. Entra lá e diz: eu nego!”.

    O próprio Papa:

    “Quem é esse padreco que está discutindo coisas em alemão e não em latim? Covarde!”.

    Tudo gira em torno de algo simples.

    O poder de mudar a forma da Igreja agir e pensar.

    Só quem pode dizer como a banda toca é o Papa.

    O mesmo Cardeal, tempos depois, quando o Papa morre diz:

    “Ele teve tudo para reformar a Igreja e não o fez”.

    Ou seja, se fechou no modelo anterior, tentou mandar Lutero para a fogueira (a vala da época), tudo para manter as coisas do jeito que estavam, com todos os defeitos visíveis.

    O monopólio do poder rima com arrogância, soberba, atitudes irracionais e violentas.

    A bola tá suja, mas é minha!

    A bola tá suja, mas é minha!

    (Não, não estou falando da Indústria da música!) 😉

    O problema do Papa da época é que esqueceu de combinar com a concorrência.

    Surge a Igreja Protestante exatamente pela incapacidade da Igreja católica se repensar e criar fóruns para que isso pudesse ser feito, a partir da base da pirâmide.

    A conta pesada de não abrirem para comentários está sendo paga até hoje.

    O exemplo nos diz muito sobre a chegada das empresas no mundo da participação livre e colaboração aberta da atualidade, da Web 2.0, em função da experiência do passado.

    Eu diria:

    1- quem não está em processo de abertura, de querer realmente mudar com seus usuários, é melhor não abrir-se para a Web 2.0. E combinar com todos os seus concorrentes para fazerem o mesmo. 😉

    2- o critério da colaboração e da participação é o da verdade. Você não joga mais contra seus consumidores e fornecedores, faz a rede e atua com eles. É uma mudança cultural e exige preparação na gestão, pois há um descolocamento de poder do centro para as pontas.

    É fato: você passa a governar de outra forma.

    3- a mentira, o problema, o defeito serão descobertos mais rápido que antes, é preciso se justificar a cada piscar do cursor, apresentar argumentos, e, quando for convencido de que fazem sentido, mudar. E não tapar com a peneira.

    O mundo mudou depois do Livro 2.0.

    Reis foram guilhotinados. A Igreja passou a algo periférico.

    Veja o futuro no passado.

    Alugue o filme ou veja no Youtube.

    [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=5Dn33_2IGrY]

    As revoluções aconteceram (Protestante, Francesa, Americana, Industrial, Russa)  viabilizadas por esse novo ambiente informacional, na qual um padre e outros tantos visionários apenas queriam comentar no blog do monopólio da vez e mudar o que eles achavam, acham e acharão que não estava legal na sociedade.

    Lutero não era um demônio, apenas mais um curioso engajado, como tantos outros.

    Os Luteros estão aí com seus Linux, MP3, Skypes e virão muito mais, querendo mudar o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, a sua empresa, a nossa empresa, a nossa vida, o país e o mundo.

    E conseguirão o impossível antes, já usando a nova tecnologia colaborativa da rede.

    (Vide Obama.)

    A pergunta é: você está pronto para compartilhar o poder com eles para sobreviver?

    Pergunte e responda ao seu espelho:

    “Espelho, espelho meu….”

    E depois pense em projetos 2.0, não antes…

    Concordas?

    Inovação – significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores – retirada do Wikipedia.

    Estive ontem na sede da FGV de São Paulo para participar como palestrante de mais um encontro do Fórum de Inovação, que reúne diversas empresas, professores e pesquisadores da área.

    Silvana Aguiar, da Antar e professora da casa, ao iniciar o encontro, e homenagear três colegas, deixou escapar uma lágrima que se esborrachou no xale que vestia.

    E daí, daquele pingo, tempos depois, comecei minha palestra.

    Disse  + ou – o seguinte, conforme minha parca memória: 😉

    Para criar, é preciso estar presente.

    Estar presente, signfica trazer o subjetivo para o profissional.

    Silvana, que chorou, não estava ali a trabalho, mas sim a “passeio”.

    Quando todos deveriam dizer o contrário.

    Quando se encontra o “eu estou” com o “que eu faço”, consigo ser e ter prazer.

    (e até chorar emocinado.)

    Damos um salto.

    Os “links” começam a brotar de todos os lados, tudo clareia.

    E o que, então, é inovar?

    Trazer o novo ao velho.

    A capacidade de criar.

    Pergunto: é possível criar no tranco ou na ausência?

    Existe a possibilidade da inovação a seco?

    Um neurônio pega no tranco, ou no cafuné?

    Exemplos de grandes inovações à chibatada ou no tédio?

    Disse ainda depois + ou – o seguinte:

    Tenho amadurecido, a partir de alguns projetos que participo algo assim:

    1- sempre vivemos em rede, mas não nos dávamos conta. A Internet apenas escancarou o fato;

    2- exercemos três ações para sobreviver no mundo: pensamos, agimos e nos relacionamos.

    3- as redes, nosso canal de contato com o mundo, são o espelho destas ações.

    Ora, uma, ora outra.

    Ora todas.

    O ideal para quem quer tirar o máximo de cada grupo, ou de cada empresa é a procura incessante atrás do equilíbrio entre estas ações nas redes que o cercam.

    Não adianta um lenhador com o machado cego.

    Tem que parar para afiar. E trocar com outros lenhadores para melhorar a técnica.

    Se pode ser em torno de uma festa, melhor.

    Parar para afiar e trocar, não é perda de tempo.

    Perda de tempo é cortar árvore com machado cego sem tomar conhecimento de formas melhores de fazer o mesmo serviço!

    Ação -> Parar para pensar – > se relacionar –> Ação

    Existem redes mais voltadas para cada uma destas atividades.

    Mas é preciso que a gestão das empresas passem a ver o ambiente de REDE como objeto de atuação e o EQUILÍBRIO entre estas três ações, como missão.

    Basta ver as redes dos adolescentes  na Web, que, estão ao mesmo tempo, se relacionando, aprendendo e fazendo.

    Mais alguns anos serão eles que ditarão o novo mercado de trabalho.

    Questão de tempo!

    (Não é à toa que o Obama se cercou de vários para ganhar!)

    São, nesse aspectos, gurus de uma nova cognição mais adequada à rede de conhecimento digital.

    Disse pós-depois + ou – o seguinte, salpicado:

    1- a experiência de Centros e Redes de Excelência da Petrobras/Coppe são uma boa tentativa metodológica de um equilíbrio entre ações em redes com uma meta (União de empresas + governo + universidades.) – Ver livro “A Revolução Estratégica – Luiz Fernando Da Silva Pinto.”, link para usados na Estante Virtual.

    2- que o Brasil é filho de um centro de excelência (reis, empresários e Escola de Sagres de Portugal, que viabilizaram o nosso re-descobrimento pelos Europeus;

    E já nas perguntas:

    3- que é preciso que o professor volte a sala de aula (que saiu espiritualmente) há anos. Para voltar a aprender a ensinar. Escola com professor zumbi (desmotivado) é meia-escola;

    O que ouvi e gostei:

    dscn3703

    • A apresentação do Levi sobre o trabalho de “apicultor’  na Fiat, na década de 70, quando os próprios empregados fizeram seu roteiro de ônibus para pegá-los em casa. Ele já era 2.0 e não sabia;

    dscn3712

    dscn3713

    "Criança precisa resgatar a natureza para se contrapor à tecnologia". E "É preciso resgatar para elas a sabedoria de sermos humanos".

    No mais, não lembro. Ou posto depois.

    PS – Quem esteve lá ajuda, por favor, nos comentários.

    Um trecho gravado pelo Lévi, vejam aqui.

    Passei a primeira parte do filme Lutero.

    É o melhor filme para compreender a passagem da Web 1.0 para a 2.0.

    Depois do filme os alunos consideraram que hoje, algo parecido acontece da seguinte maneira:

    Igreja = políticos – enganação
    Lei Azeredo – controle
    Google X Twitter
    Microsoft x Apple
    Jornal impresso x notícias on-line
    Indústria fonográfica x MP3
    União de pessoas x poder estabelecido
    Pregar papel x discutirem (fórum)
    Consultores malandrinhos x empresas ingênuas

    Aberto o post para mais comentários.

    Outras observações sobre o filme:

     

    Toda reforma tem um custo;

    O que fazer com novas informações – se perdem;

    Informação para o bem e mal;

    Má interpretação, agindo de forma contrária;

    Grego – alemão gerando dúvidas;

    Reação com a concorrência;

    Reação igual a Indústria;

    Governo querendo regular a Internet;

    Saber questionar;

    Instituiu uma mudança definitiva;

    Economia, política, música;

    Quebra de doutrina;

    Mudança de forma de se relacionar com a Igreja;

    Internet alterou a forma de nos relacionarmos.

    Convexo – o que reflete para dentro; côncavo – o que reflete para fora.

    Nunca dei aula para turma com computador na frente de cada aluno, conectados em rede.

    Pode parecer estranho, mas minha aula é conceitual.

    Não preciso de laboratório, micro.

    Ou ainda, talvez, não saiba como adaptar a minha aula de história dos ambientes de conhecimento a esse instrumento.

    Já dei muitos cursos de habilidade tecnológica em programas, nos quais computador é fundamental.

    Nos conceituais, é algo a pensar.

    O que fazer?

    A turma vai comigo ou vai com cada um por si para o seu mundo virtual?

    Resolvi discutir o tema com o pessoal e adotei algumas idéias:

    1- continuo meus exercícios de grupo (aluno discute com aluno);

    Nesse exercício a sala computadores fixos, mesas fixas, mais atrapalharam  do que ajudaram.

    (Veja todo mundo em pé na foto.)

    . Ou seja, na alta tecnologia a colaboração presencial é complicada. Irônico, não?;

    2- haverá premiação nas notas para quem agregar para a turma, em sites como o Twitter, Google Docs. comentários nos posts da aula, que faço no meu blog;

    3- falei da importância da sinergia – aluno-aluno, alunos-professor. Ou seja, pede-se em sala de aula não fumar, não beber 😉 e não responder e-mails, ou fazer o trabalho atrasado da empresa;

    4- questionei se o fato de estando juntos ali era justo com alunos e professor não poderem ler depois, durante ou depois os papos paralelos? A idéia é todos produzindo para todos.

    5- estimulando para a turma acessar junto diferentes sites, pedindo, inclusive, pesquisas durante a aula de pontos obscuros.

    Os resultados aparecem com o pessoal compartilhando os rabiscos em sala de aula, me enviando por e-mail o que anotaram. Já coloquei nos meus posts alguns resultados, já que tenho postado todos os dias de aula, com a foto da turma, algumas discussões e incluído ali o que vem da turma para turma.

    Ver aqui os posts.

    Acho que o problema que anda aparecendo com insistência hoje é que queremos trazer compulsivamente o que está no mundo virtual para o presencial.

    E esquecemos que o presente é bom também.

    Pessoa-Pessoal. Grupo-Grupo.

    Aliás, o ambiente mais rico, pois incorpora todos os cheiros, tatos, olhares, trocas…com uma dinâmica informacional ainda imbatível.

    A Internet e o celular, – é bom lembrar – vieram para ampliar a conexão do humano com outro humanos e não o contrário.

    Devem ser bem usadas para nos tornarmos cada vez mais humanos com a tecnologia e não perder o que já havia.

    É bom falar com quem não está aqui, mas também garantindo o papo com quem está.

    Ou não?

    Diga aí.

    Sou hoje o que tenho e não o que faço.

    Para ter o que quero, topo qualquer coisa, pois tenho cartões de crédito a saldar.

    E sou aquilo que faço para ter.

    E nessa confusão de verbos, não tenho prazer de ser.

    Como o ter não dá prazer, entro na sinuca de bico moderna.

    Pois não sou o que quero – para ter.

    E quando tenho, não sou.

    E não me tragam espelho!

    Por mais Nike que vista.

    Todos querendo ter, não sendo. não fazendo o que gostam, o que querem – para continuar tendo.

    É a coisificação do homem, pois não há mais prazer no fazer.

    E quando não temos prazer no fazer, não estamos.

    Ou meio estamos.

    Bingo!

    Quando não sou, viro coisa, sem  história, sem sentido, sem fluxo.

    Não crio.

    Não estou em cada momento, pois eu estou coisificando o presente.

    Coisificando as pessoas.

    Coisificando-me.

    Não há processo.

    Se isso é válido para outros países, no Brasil isso ganha dimensões absurdas.

    Não temos noção o quanto somos oprimidos.

    Quer uma medida?

    O quanto você não gosta do que faz?

    E por que você não faz o que gosta?

    Daí começam as revoluções.

    Nossa mudança real começa pela luta contra a nossa coisificação que nos impuseram e nós aceitamos sem gelo.

    Que começa sempre do individual para o coletivo.

    E não o contrário.

    A verdadeira luta é contra a SUA coisificação, em primeiro lugar, e depois a dos outros!

    Depois, sim, coletivo de gente que se junta querendo ser, aí vamos.

    O Brasil é um país triturador de sonhos!

    O Brasil é um país triturador de sonhos!

    Do jeito que está, como vemos,  conhecimento passa a ser coisa, a informação passa a ser coisa, pois nós ainda somos coisas.

    Não estamos em processo.

    Fazer do conhecimento um processo é mais do que outra coisa (no sentido figurado) uma plataforma política.

    Uma luta contra a falta do prazer de ser.

    Que dizes?

    PS – Não, este post não tem saida, por enquanto, só entrada.

    Ontem, falamos de conhecimento.

    Levei uma batata (de verdade)  para discutir que conhecimento não  é coisa, mas processo.

    Sugiro dar uma olhada na outra aula no mesmo estilo no MBKM.

    Lá, expliquei melhor do que em sala de aula ontem.

    Fiquei inspirado e coloco no blog o que quis dizer em sala de aula e não consegui, pois fui falando de outras coisas e sai com a sensação de falta.

    Santo blog!

    Veja minhas reflexões sobre a aula no post sobre ter, ser e coisificação.

    Me digam o que acham da discussão. Podemos voltar com ela em sala de aula.

    Na quarta, vamos passar o filme Lutero.

    Fotos:

    A maioria dos erros consiste apenas em que não aplicamos corretamente o nome às coisas. – Espinosa – da minha coleção de frases.

    Continuamos a saga deste blog caçando mitos.

    Já defendemos que não existe a tal sociedade do conhecimento, que a sociedade da informação é uma fantasia, que fazer a gestão do conhecimento é coisa de Papai Noel e agora vamos argumentar contra o termo gestão da informação.

    Não há nenhuma possibilidade de se fazer gestão da informação.

    Explico.

    De um lado temos a rede armazenada de registros, livros, jornais, revistas, arquivos, imagens, sons, que acessada podem (veja bem, podem) se transformar em dados, informação, etc.

    Do outro, a rede de neurônios, que ativada,  (veja bem, podem) formar o que chamamos de memória, inteligência, conhecimento, sabedoria e toda a nossa capacidade cognitiva.

    Estas duas rede não funcionam sozinhas, isoladas, mas em processo dialético.

    Tanto o cérebro para funcionar precisa de informação, como o pulmão precisa de ar,  da hora que acorda até dormir, como a informação, em estado de registro, precisa do cérebro para ser acionada.

    (Os cheiros, toques, barulhos, etc, são tipos de informação.)

    O cérebro e os registros, ao se encontrarem, formam a memória RAM do ser humano.

    Ao se separarem, voltam a objetos sem vida.

    Só existem no encontro.

    Vejamos.

    O livro na cabeceira é apenas um livro numa  cabeceira .

    Uma pessoa dormindo no meio da tarde, é apenas uma pessoa dormido no meio da tarde.

    Quando aquela pessoa acorda e abre o livro começa a ler, aproxima, estabelece o encontro mágico entre a sua rede de neurônios com a rede de letrinhas que está naquele livro.

    Da qualidade desse encontro, na capacidade daquela rede de neurônios se relacionar com aquela rede de letrinhas é que temos um processo informacional/cognitivo –  rico ou pobre.

    Não é possível separar no momento em que se estabelece essa pororoca informacional/cognitiva o que é exatamente a informação do que é o conhecimento.

    É um processo interativo em que não há separação entre eles.

    Qualquer tentativa de coisificar cada coisa, ou o  processo caímos em uma atitude reducionista, que empobrece o que o ser humano tem de diferente – e digamos mais nobre – em relação aos outros animais: capacidade que já nos levou à montanha e ao abismo, conforme o gosto de cada freguês e de cada civilização.

    Exatamente o mesmo processo de se fazer uma vitamina de abacate.

    O abacate é o abacate, o leite é o leite de, e o liquidificador é o liquidificador.

    Já diria um gênio. 😉

    Quando estão separados podem ser visto enquanto objetos isolados, mas que não compõem o processo final, mais rico e elaborado, de se fazer a vitamina.

    É importante um bom abacate? É.

    Um leite sem data de validade vencida? Sim, certamente.

    Um bom liquidificador? Muito bom!

    Mas para se ter a boa vitamina, é preciso monitorar cada parte, tendo em vista o processo.

    A medida de cada coisa para se ter uma boa vitamina.

    Quando se perde a visão do todo, do processo, perde-se o sentido cada item em separado.

    É impossível separar naquele exato momento da batida no liquidificador, no momento da junção das coisas, quando o leitor está lendo o livro na cabeceira, o que é leite ou abacate.

    Não existe, portanto a possibilidade de se fazer gestão da informação.

    Você pode no máximo fazer a a gestão do abacate.

    Ou seja, gerenciar os registros armazenados. Organizá-los de uma forma que fiquem disponíveis para a hora de se bater a vitamina, mas devem ser vistos como elementos de um processo e não separados, o que faz toda a diferença.

    Mas aí você pode dizer.

    “Ah…Gestão da informação é só um apelido!”

    O problema dos apelidos, é que eles acabam confundindo, criando departamentos, cursos, MBAs, pós-graduações, que acabam se perdendo na parte, sem começar pelo todo.

    Se o processo tem um nome, está na hora de usá-lo!

    Não existe também a possibilidade se fazer a gestão da rede de neurônios das pessoas, a tal gestão do conhecimento.

    Tanto informação quanto o conhecimento só podem ser vistos em processo.

    Não se pode gerenciar o processo, pois ele é individual e acontece dentro da cabeça de cada um, numa relação impenetrável, como tem repetido Aldo Barreto, na sua longa trajetória.

    Ou melhor, você pode convidar todo mundo para uma festa, escolher o melhor DJ, colocar cerveja gelada no melhor congelador da Brastemp, convidar os amigos mais animados.

    Mas nada garante que alguém vai dançar.

    Esse é o mistério.

    Mas – parte-se do princípio que se você gerenciar bem o ambiente da festa – tem tudo para bombar.

    É o que nos resta: gerenciar o ambiente para que tudo aconteça, o resto é por conta do outro.

    Na qualidade desse encontro entre a rede de neurônios e a de registros é que teremos um bom resultado, chegando ao objetivo final, que  é o que vai sair de concreto desse cada vez, mais ou menos rico, processo a informacional-cognitivo.

    A visão reducionista, muito usada hoje em dia, que separa o abacate do leite, que transforma tanto a informação, quanto o conhecimento em objetos sem sentidos, enquanto elementos,  é um dos principais problemas da gestão da nossa civilização, cada vez mais carente de uma boa vitamina.

    Essa visão, que parte de uma teoria equivocada nos leva a erros práticos gigantescos.

    Cegos cuidando da tromba (geastão do conhecimento), do rabo (gestão da informação)…mas é, afinal, um elefante?

    Só há a possibilidade ao se tratar de informação e conhecimento de se fazer gestão dos ambientes, nos quais vão ocorrer os processos informacionais cogntivos: a feitura da vitamina!

    Assim, Gestão de ambientes de conhecimento. Ou, se preferir, gestão dos ambientes informacionais, no qual as pessoas e os registros convivam em harmonia, se sintam confortáveis,  tendo habilidades e capacidades para exercer a sua tarefa, recebendo os subsídios informacionais que precisam, de forma confiável, no tempo adequado.

    Meta: tornar amigável os ambientes de produção de informação e conhecimento, tendo como foco o melhor resultado, conforme a missão de cada organização, país, grupo, pessoa, etc…

    Ou seja, do processo de se fazer a vitamina, na qual o abacate, o leite e o liquidificador são partes fundamentais do processo, mas com o objetivo de se fazer a melhor vitamina e não o contrário.

    Seja lá o que for esse contrário. 😉

    Concordas?

    Is there any interest in following the evolution of the Sugar Loaf or Corcovado?

    Where are the “mountainlogists”?

    They are unmoving mountains, which evolve very slowly, and were formed millions of years ago.

    There are no “mountainlogists”? Why?

    There is no need for them.

    A volcano is a horse of a different color.

    Volcanoes are pro-active mountains.

    And they kill people.

    It’s logical to affirm that a volcano is not just any mountain. Do you agree?

    Then, by necessity, volcanologists were invented.

    Whatever has movement and social impact is studied.

    What doesn’t, we leave alone.

    Information ecologies have something to do with volcanoes.

    Because they were unchanged for centuries, human beings looked at them as static mountains.

    I resort to my phrase collection:

    Technology is anything that wasn’t around when you were born.” (Alan Kay)

    Today, a child thinks that we always had television; and a cell phone is already part of our body.

    Volcanoes looked like mountains.

    The problem is that they began to erupt constantly in the last century – from the radio to the Twitter.

    Everything was very fast and people ask on the streets: where are the information volcanologists to explain these phenomena and protect us from them?

    Whoever runs into one of them, please let us know.

    Who might know the exact dynamic of the current and the next eruption of the informational ecology volcano?

    Different information ecosystems always existed, but they looked like “mountains,” and we had no idea of their capacity to spew, all of a sudden, lava and more lava, such as the Internet and its developments.

    There is a theoretical knot hanging in the air, because if information environments are being modified and are shaping society, we need to study them.

    I agree with Castells when he said:

    1. We are not the knowledge society. Knowledge has always been important.

    2. We are the network society.

    Here is the text in which he calls into question the notion of information or knowledge societies:

    “This approach is different from the conceptual framework that defines our societies as information or knowledge societies. To be blunt, I believe this is an empirical and theoretical error.” (pg-8)

    Later on, he asserts in the very title of the article that we live in a network society: INFORMATIONALISM, NETWORKS, AND THE NETWORK SOCIETY: A THEORETICAL BLUEPRINT.

    Our current informational ecology is based on the digital network, not on knowledge or information – the latter factor has always been fundamental. Its importance increases in proportion to the growth of the planet’s population.

    Thus, the digital network is next in the volcanic world of information.

    We have always been information and knowledge societies, based on an ever-changing informational ecology.

    The ecology does change, but the need for information and knowledge remains the same.

    Without them, we would not have survived as a species!

    It’s necessary to have a new science and new scientists to profoundly study informational ecologies, if we are to undo past theoretical knots, and especially not to entangle further this mess of wires in the future.

    A new scientist to help us to put everything in the right places.

    Do you agree with me?

    (More Neposts in English.)

    Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.


    O Médico 2.0

    Verdade seja dita com todas as LETRAS MAIÚSCULAS:

    A Internet é horrível, uma verdadeira INFERNET, a verdadeira morte para o médico – ou qualquer – profissional que não se atualiza, pois arrisca do seu usuário/paciente estar melhor informado que você!!!.

    Tapar esse sol com a peneira é um erro enorme!

    Saiu no Globo no último Domingo a matéria “Discutindo a relação médica“, na qual detalharam como o aumento da informação possibilitada pela rede aos pacientes têm influenciado na relação destes com seus médicos.

    relacao_medica

    Antes da rede, as informações sob determinadas doenças eram apenas de exclusividade de acesso aos médicos.

    • Os resultados de Congressos não estavam “Googláveis”
    • Paciente não aprendia com paciente;
    • Não havia o acesso possível a relatórios ou pesquisas médicas sobre a doença ;
    • Ou sobre as diferentes linhas de conduta possíveis, etc..

    (Já que para cada problema humano sempre há diferentes pontos de vista, seja em que área for!)

    Isso não quer dizer que os pacientes agora são os novos médicos.

    Mas também não quer dizer que são mais os mesmos.

    O processo de desentermediação das informações que atinge diversas profissões: bibliotecário, professores,  jornalista, médicos, corretores de bolsa, de imóveis, de carro, entre tantas outras exige de todos nós uma nova postura.

    O intermediário já não será mais o mesmo, pois o usuário, a quem presta serviço,  mudou.

    A relação, no fundo, continua parecida, com necessidade de alguns ajustes importantes, alguns serão feitos agora no consultório e outros com a incorporação das redes sociais, como elemento importante de cura, da qual falarei um pouco mais abaixo.

    Eles saem  de um papel de ordenhador de vacas e assume o de apicultor, mas continuam com o mesmo propósito:  ajudar ao seu paciente/usuário, mas com uma postura menos controladora.

    Pois desde Hipócrates, não tem nada que questione o diálogo cada vez maior entre profissional da saúde e paciente, basta ver o juramento do médico.

    Subimos de patamar.

    Os "usuários 2.0" querem ir para "consultórios 2.0" com "médicos 2.0".

    Índio quer diálogo, pois ele também tem acesso à informação.

    Que exige um outro tipo de postura por parte de quem detinha o antigo poder do acesso ao néctar informacional.

    A relação de poder agora é diferente e deve ser incorporada de forma sábia e não rejeitada!

    Discute-se, assim,  em um nível mais sofisticado, horizontal, do que era antes.

    O poder é mais negociado, mas o médico tem a última palavra, o paciente é que escolhe, como sempre foi, se vai adiante com o tratamento, ou não.

    E aí vem um problema fundamental da  NOVA ABORDAGEM 2.0.

    Se eu estudo oito anos em uma Faculdade de Medicina, me atualizo constantemente, me dedico a um determinado tipo de problema de saúde, aprendi com meus pacientes a aplicação de diversas alternativas, me capacito para poder lidar com ela.

    Sou um especialista, que, deve, a princípio, estar aberto para as novidades, que acabam chegando à Internet e ficam acessíveis também aos pacientes.

    Na verdade, a novidade é que o paciente vai ao consultório com a intenção de saber também se o seu médico está antenado e é capaz de resolver bem o problema.

    Em mente aberta, não come insegurança!

    Mente aberta, tem menos insegurança!

    É um teste, por um lado, e a necessidade de diálogo, por outro, para saber o que o médico acha sobre o que ele leu, ouviu falar e discutiu com outros doentes sobre aquelas novidades.

    É também um debate cada vez mais informacional.

    Nesse novo encontro, o paciente não pode achar que pode ser arrogante com o médico, nem o médico com ele.

    Ambos trocam impressões sobre a quantidade enorme de informação disponível sobre aquele problema, de forma madura e saudável!

    Tudo sempre é um grande aprendizado.

    Ou como dizia Pessoa:

    “Tudo vale à pena…”

    Xô arrogância de ambos os lados!

    Os riscos do processo:

    • É aquele vendedor de seguro que não viu a nova tabela de prêmios na rede, que você achou em 20 segundos.
    • O vendedor de aparelho de tevê que sabe menos do que você que ficou duas horas rodando a rede lendo notícias, inclusive em inglês.
    • Ou o médico que nunca ouviu falar do último remédio que todas as comunidades dos pacientes crônicos daquela doença estão comentando.

    Se a rede deixa nú o rei que não se atualiza, é uma grande oportunidade para o antenado, pois pode, a cada visita de cada doente, estar aprendendo novidades, pois a rede é vasta, os pacientes idem, com mais tempo do que ele, em alguns casos, para chegar a determinados dados.

    O rei que não se atualiza hoje, está nú!

    O rei que não se atualiza hoje, está nú!

    E mais aprender como paciente aprende com outros paciente.

    Assim, o paciente não é mais apenas o doente, mas também um anunciador de novidades, que podem ser discutidas e trabalhadas no consultório.

    E discutir com o paciente, a partir de sua vasta experiência, que ele não tem.

    Todos ganham com isso, principalmente a saúde!

    Concordas?

    (Por fim, já fui uma consulta com meu homeopata em grupo de pacientes com problemas similares. Foi a minha primeira consulta verdadeiramente 2.0, pois o médico já era um apicultor de fato de uma rede social de pacientes, uma tendência interessante e, nesse caso, que altera não só a abordagem, mas muda a própria idéia de consultório. Mas falamos disso depois.)

    Pós escrito – 06/05/09 – Ampliei a discussão com o texto “A Reforma do Consumo“.

    Recomendo o livro de Isaac Epstein –A Comunicação Também Cura na Relação Médico Paciente.

    E o artigo:

    Emília Vitória Da Silva & Lia Lusitana Cardozo de Castro:
    A internet como forma interativa de busca de informação sobre saúde pelo paciente
    Áreas disciplinares:
    Ciencias de la Salud & Internet
    Resumen/Introducción:
    A Internet, por sua interatividade, facilidade e baixo custo de acesso, constitui importante fonte de informação sobre saúde, sendo frequentemente utilizada por pacientes, o que lhes permite participar ativamente no tratamento. Contudo, a baixa confiabilidade do conteúdo disponibilizado pela rede pode comprometer esse processo. Neste artigo, as autoras discutem estudos que avaliam a qualidade da informação sobre saúde divulgada na internet e comentam a influência desta sobre a conduta dos pacientes em relação a sua saúde. Além disso, fazem recomendações sobre os critérios para avaliar a qualidade do material publicado em páginas da Internet.

    Começou o curso Gestão Estratégica de Marketing Digital.  Fiz o meu já tradicional exercício coletivo  “O que é a Internet?”.

    dscn36851

    Definição de Internet da turma, depois de frases individuais, duplas, quádruplas, grupos de oito, Fechamento dos três grupos:

    “Ambiente digital em rede on-line, em constante evolução, que possibilita, de todos para todos,  a interação, compartilhamento da informação, relacionamentos, negócios, em dimensão global, diminuindo  distâncias físicas e aproximando culturas”.

    O interessante foi que, apesar de ser um laboratório super-sofisticado, para a interação entre alunos, esse modelo arquitetônico é super inadequado. Veja que o pessoal teve que discutir em pé.

    Ando inquieto sobre a presença do computador em sala de aula para assuntos que não são de operação, melhoria de habilidade. Fico na dúvida se mais ajudam ou mais atrapalham.

    Ainda em aberta a questão.

    Ou seja, muita tecnologia, nem sempre é sinal de colaboração presencial.

    E acho a sala um espaço privilegiado para colocar aluno batendo papo com aluno, sob orientação de um professor.

    É muito rico!

    Seguem fotos.


    “ Ao escrever, me revelo revelo a mim mesmo que possa organizar as palavrinhas, donde que posso organizar balizar, construir o que as palavrinhas nomeiam, e donde que posso organizar, construir e montar um mundo novo. Revelo-me a extensão do meu poder, ou seja: a extensão dos meus possíveis. Em suma, a extensão da minha utopia” – Gustavo Bernardo, da minha coleção de frases.

    Se existe um livro que está fazendo a minha cabeça, é o “Redação Inquieta” de Gustavo Bernardo.

    (Para quem tem um blog, recomendo fortemente comprar um baratinho na Estante Virtual. Veja as opções de compra aqui.)

    O autor, um professor de redação, defende que  a vontade de ler é a vontade de entender o mundo;  e a de escrever, por sua vez, é a pretensão legítima e transcendente de transformá-lo.

    Para ele, a palavra red-ação é a ação de tecer a rede dos acontecimentos e dos relacionamentos, nada mais blogueiro do que isso.

    Há, assim, a meu ver nesse nosso mundo cada vez mais inovador a necessidade de um tipo de ginástica diferente: a intelectual.

    Não deixe sua mente fundir...

    Não deixe sua mente fundir...

    Da mesma maneira que o jogador de futebol precisa alongar, muscular e ventilar seus pulmões, os pensadores (todos nós seremos pensadores cada vez mais) precisam cotidianamente ter a prática da leitura e (fundamentalmente) da escrita.

    A leitura incentiva, traz o novo, a posição alheia, permite que possamos ter contato com um conjunto de pessoas com as quais nunca encontraremos na esquina. (Diferente da oralidade, na qual trocamos apenas com os amigos em volta.)

    O ato de escrever, por sua vez, significa a possibilidade de não aceitar aquilo tudo que que lemos de forma passiva. É a retro-alimentação ao sistema, fazendo com que você sedimente, se posicione, amadureça, crie em cima do que foi lido.

    E aquilo não se torne um tempo perdido, uma massa amorfa na sua cabeça, sem sentido.

    Ao blogar nos confrontamos com a tela branca, com o qual não só colocaremos para fora e nossas idéias, mas também receberemos críticas, via comentários,  num processo em que o ato silêncioso e solitário da leitura, passe a ganhar vida externa, ao compartilhar reflexões.

    Nesse exercício estaremos fazendo o trabalho necessário de musculação do cérebro para deixá-lo afiado na sociedade do trabalho cada vez mais intelectual.

    Muscular a cabeça é preciso!

    Muscular a cabeça é preciso!

    Obviamente, que não estou falando daqueles blogs que o Moreno definiu como os do que Eu vi” (aqueles que você indica, mas não comenta). Estamos falando daqueles que trabalham com o “eu acho”.

    Aliás, cada vez mais estou convencido de que precisamos mais e mais destes últimos.

    (Hoje, precisamos de gente que acha e pensa. E não de quem repete.)

    Mesmo que a nossa opinião possa mudar, mesmo que ela possa estar refletindo o pensamento, inicialmente, de outros autores, com a prática, com a discussão, poderemos encontrar o nosso próprio caminho, um dos objetivos prioritários dos blogs de quem acha alguma coisa.

    O blog, assim, é, na verdade, uma verdadeira academia de ginástica mental, fundamental no papel de pensar esse mundo mutante e, por que não, delirante, carente de pé no chão.

    Se falo, então, na vida de consultores e de profissionais criativos, que vendem vento (idéias e sonhos), deixa de ser uma atividade secundária, e passa a ser uma atividade e principal, fundamental para que possa desempenhar bem seu papel, não deixando criar gorduras mentais, que atrapalham na hora de colocar a “boa para dentro do gol”.

    Não deixe a cabeça parada, olha a dengue!! ;)

    Não deixe a cabeça parada, olha a dengue!! 😉

    Concordas?

    Estive na última sexta no IBEU, discutindo com o corpo de funcionários o que seria um curso de inglês colaborativo.

    Foi muito rico!

    Vou falar mais sobre isso no futuro, mas, por enquanto, seguem as fotos:

    O caminho nada mais é do que ir em direção a si mesmo e a terra prometida nada mais é do que o processo de se comprometer consigo –  Nilton Bonder – da minha coleção de frases.

    Arnold Toynbee no seu livro ” A Sociedade do Futuro” me deu uma nova visão sobre a palavra Karma.

    Segundo ele, toda a sociedade carrega um Karma coletivo.

    Quando chegamos o mundo, na verdade, enfrentamos um Karma geral parecido com o que  nossos pais enfrentaram.

    Quando  jovens, acreditamos que o problema do mundo é resultado direto da ação dos  nossos pais, que não fizeram a parte deles.

    Quando amadurecemos mais um pouco, percebemos que, assim como nós,  nossos pais, também enfrentaram karmas coletivos do mundo e tentaram, bem ou mal, resolver o abacaxi que lhes passaram.

    Na verdade, quem se depara com as limitações de quem chega na posição de poder mudar.

    Descasca o abacaxi, que é teu.

    Descasca o abacaxi, que é teu.

    Assim, na verdade, cada geração não vem para resolver todos os problemas do mundo, mas negociar o que pode ser feito – dentro das limitações atuais – com o Karma coletivo herdado.

    É a limitação de cada geração.

    Saber seu papel no mundo e sua capacidade de interferir na mudança, é algo que exige a tal gestão da sabedoria.

    Ninguém pode resolver todos os problemas do Brasil, mas o que podemos fazer para reduzir os problemas herdados enquanto estamos aqui?

    Me parece  uma pergunta diferente, mais pró-ativa!

    No meio do caminho, sempre há uma pedra...

    No meio do caminho, sempre há uma pedra...

    Me parece uma pergunta melhor e mais exequível, daqueles que dizem que agora, sim, é possível mudar tudo, um papo bem de político em eleição.

    Sempre é bom pensar que não seremos nós a zerar algo “inzerável”.

    Seria, assim, um princípio ético que podemos adotar, mais próximo da nossa possibilidade, no curto período que estaremos aqui no planeta.

    Uma atitude que nos dá mais serenidade, pois mudar tudo, dá até sono.

    Um pouco o que diz a oração da serenidade, utilizada muito pelos grupos de mútuo-ajuda:

    Que eu tenha serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,
    coragem para modificar as coisas que eu possa,
    e
    sabedoria para perceber a diferença.

    Não estamos, portanto, aqui para zerar os Karmas coletivos,  mas para:

    1- perceber que há problemas crônicos (como os do Brasil), como os quais temos que saber conviver e saber lidar com ele para colaborar de alguma forma para deixar para os próximos (nosso filhos, netos, etc)  algo melhor;

    2- que o bastão já veio dos pais e passaremos para nosso filhos e estes para os deles, num eterno ciclo;

    3- mas mesmo que não seja possível zerar, não devemos de deixar de compreender como vamos fazer a nossa pequena parte.

    Para termos uma noção exata do tamanho do nosso karma coletivo, acredito, que só o estudo histórico.

    O que nos dá a dimensão melhor do problema.

    Vivemos dentro de um espiral que se modifica, a partir de nossas ações....

    Vivemos dentro de um espiral que se modifica, a partir de nossas ações....

    O assunto faz parte do processo da gestão da sabedoria, do lidar com a ansiedade da informação, que tenho desenvolvido aqui no blog.

    Que dizem?

    (Tem vários exemplares usados do livro do Toynbee para comprar na Estante Virtual.)

    (Já trabalhei um pouco com o termo Karma aqui, através da idéia de Karma Digital.)

    Limpando aqui o computador achei esse desenho que coloquei em uma camiseta antiga da minha empresa.

    Compartilho agora.

    A idéia do Spam minando a rede é interessante, sempre um problema de relevância a ser combatido.

    aqui-jazz-a-internet

    Valeu Latuff!

    O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes – Cora Coralina.

    Foi uma das perguntas que fizeram para Demi Getschko no Programa Roda Viva da semana passada.

    Ele disse  que é uma oportunidade para que o ser humano possa ter mais espaços para se expressar do que anteriormente. E isso poderia resultar em uma maior felicidade.

    O assunto, a pergunta e a resposta foram muito interessantes.

    Na verdade, da maneira que estamos discutido Internet nesse blog, através das redes de conhecimento, podemos dizer que não é a primeira vez que o ser humano tem a possibilidade de ampliar seu espaço de expressão.

    (Lembro do post quando afirmo que o primeiro blogueiro foi o homem das cavernas.)

    Vimos, que com o surgimento do  livro impresso, pudemos também criar um novo espaço para a difusão de idéias para um conjunto de autores que não tinham possibilidade de se expressar no livro manuscrito.

    (De 1450 a 1500 a Europa produziu  13 milhões de exemplares de títulos diversos, a partir da prensa de Gutenberg! Quer uma explosão de expressão maior que essa?)

    Necessariamente, o surgimento do livro impresso, da indústria cultural e da multiplicação da expressão escrita não levou o ser humano ao novo mundo, nem a um novo patamar de felicidade.

    É importante dizer que desde os primórdios da  nossa dita “sociedade do conhecimento” (que chamo de sociedade da arrogância),  nos anos 40, quando surgiu o computador, tivemos o fim e o início das duas piores guerras da humanidade, com um verdadeiro massacre do espírito humano.

    As guerras continuam até hoje, certo?

    Notem em que o livro impresso não nos trouxe a luz da felicidade.

    Pierre Lévy,  por exemplo, defende que a Internet oferece uma grande oportunidade para que determinadas idéias, que não tinham espaço para serem vinculadas em outros meios na Idade Mídia, possam ser feitas agora no amplo universo dos blogs e das redes sociais.

    Ele tem razão.

    Mas, por outro lado, há um mito a ser combatido: os ambientes de conhecimento que mudam, na verdade, dão a impressão de um processo evolutivo.

    Mas, no fundo, o que observamos é apenas um processo de sofisticação, na forma com que nos comunicando, nos informamos, em última instância, como obtemos conhecimento.

    Essa sofisticação, entretanto, não significará necessariamente uma melhoria no do ser humano enquanto espécie.

    Estamos apenas em um ambiente mais coerente com tamanho de nossa população.

    O ser humano continua o mesmo com todos seus problemas de relação com ele mesmo e com os outros.

    E pior com muito mais gente para se entender, esbarrar, brigar, discutir, do que tínhamos antes!!!

     Não resta dúvida que com a rede a sociedade modificará, a médio e longo prazo, todas as nossas instituições.

    O resultado do livro impresso, por exemplo,  foi o atual regime parlamentar republicano inaugurado na Revolução Francesa.

    Se hoje apresenta diversos problemas de representação e validação, foi aparentemente, entretanto, algo bastante menos autoritário, do que o poder de um rei, indicado por Deus, cercado do poder dogmático da Igreja por todos os lados .

    A Internet, lembro, é apenas uma tecnologia de informação, que muda culturas, mas não a nossa relação de cada um consigo mesmo, passo fundamental para repensarmos o planeta.

    Assim, não acredito que, por ela mesma, a felicidade virá , mas temos muito espaço (e como temos!) para levantar novas discussões como esta neste momento.

    (E por falar em procurar da felicidade, não seria mais sábio buscarmos a serenidade para enfrentar os momentos fáceis e difíceis da vida?)

    Nessa direção, recomendo fortemente o  livro “A Sociedade do Futuro”, do  historiador Arnold J Toynbee” –  que estou lendo . Vou postar mais sobre a publicação em breve, que defende, entre outras coisas, depois de estudar durante toda a vida a história da humanidade, um caminho espiritual (não necessariamente religiosa) com uma forte revisão da nossa relação umbilical com nossos egos – diria eu – doentes e  problemáticos.

    Tem vários exemplares usados para comprar na Estante Virtual.

    Fui e pergunto: que dizes?

    Acabo de receber da Editora Campus o novo livro de Davenport,  Competição Analítica: Vencendo Através da Nova Ciência.

    Basicamente, o autor discute a questão do uso da informação versus a intuição.

    Prevê que mais e mais as empresas vão precisar coletar os dados confiáveis para saber usá-los, separar aquilo que interessa do que não, e, principalmente, desenvolver capacidade de análise.

    Acredita em que esta tarefa deve ser feita por especialistas, dedicados ao tema e não por palpiteiros de plantão, que deverão contar com um conjunto de ferramentas adequadas para esse objetivo.

    O autor defende ainda que a competição se dará, principalmente, nesse novo mundo analítico da informação, principalmente em cima dos dados coletados cada vez mais na Internet.

    Vejam algo nessa linha no meu artigo sobre o Karma Digital.

    Acredito que no Brasil o temos um grande problema nesse campo.

    Trabalhamos com a intuição sem dados.

    E não com dados e fatos analisados para, só então, utilizar a intuição, como, aliás, o livro sugere.

    O que nos leva para a feitiçaria, crendice, despacho na esquina ou outras coisas do gênero, do que para as forças reais do mercado.

    Pede para o cabloco te ajudar a ter mais clientes .;)

    Pede para o caboclo te ajudar a ter mais clientes .;)

    Davenport  lembra que essa análise criteriosa dos fatos vale para todos os campos da sociedade.

    Chama a atenção, por exemplo, o uso das informações da competição de beisebol americano, no qual determinados times procuram jogadores que não são aqueles que têm mais visibilidade, mas aqueles que realmente funcionam em campo, e que, por essa falta de análise, acabam sendo jogadores mais em conta na  folha de pagamento, com os resultados, muito melhores.

    (Uma boa lição para vários times brasileiros, aliás.)

    Nessa linha, enviei ontem essa carta abaixo para  Fernando Calazans, colunista do Globo,  um exemplo típico de uma avaliação feita de cima da intuição e não da verdadeira análise da realidade, a partir de mais dados.

    calazans

    Ele estranha a torcida do Botafogo não ir a jogos decisivos contra outros times com torcidas maiores. E conclama o torcedor a  de hoje contra o Americano pela Copa do Brasil e Domingo contra o Flamengo, decisão do segundo turno aos jogos do campeonato carioca.

    Mas por trás disso tudo há uma análise de dados e fatos a ser feita, como descrevi na carta abaixo, que acabei melhorando para publicar no blog:

    “Prezado Calazans,

    hoje, acabo de ler a sua última coluna na qual questiona o motivo pelo qual a torcida do Botafogo não tem ido aos estádios.

    Na verdade, infelizmente, a torcida do Botafogo encolheu nas últimas décadas.

    Se observamos o perfil da torcida hoje temos menos homens adultos e muito mais mulheres e crianças que se dispõe a ir ao estádio.

    Qual a garantia que uma família tem de ir ao estádio sem briga?

    Qual a garantia que uma família tem de ir ao estádio sem briga?

    Se analisarmos, por exemplo, a decisão da Taça Guanabara contra o Resende, quando a torcida compareceu em massa e lotou o Maracanã, foi uma presença (perfil de torcedores) completamente diferente da torcida do Flamengo, que vai um jogo de decisão.

    Não, não fiz uma pesquisa, mas observo ao longo dos últimos anos.

    Para lotar hoje a parte que lhe cabe daquele “latifúndio”, o Botafogo precisa da família.

    Diferente do Flamengo e Vasco que ainda conseguem lotar um estádio basicamente com homens adultos.

    É um fato: a torcida deles é maior.

    Que se dispõem a compra de ingressos em filas gigantescas, debaixo do sol, com tumultos, o que afasta ainda mais a torcida família.

    Sem falar no medo da violência durante o próprio jogo.

    (É raro ver torcedores de outros times de torcida média utilizando as camisas de seu clube. Todos vão à paisana.)

    No caso do Engenhão, quando normalmente é jogo de torcida única, é um fato diferente.

    A construção do estádio naquele ponto da cidade me parece que foi um erro básico de concepção urbanística.

    Para solucionar essa questão e aumentar o público, acredito que deveríamos criar um sistema alternativo de transporte nos dias de  o jogo, que permitisse a circulação das pessoas de todas as partes da cidade de tal forma que garantisse a ida e volta de forma fácil, tranquila e segura.

    Hoje, tudo gira em torno do trem. E da falta de lugares de estacionamento + engarrafamentos + flanelinhas sem controle.

    Claro, em horários compatíveis com quem trabalha, chegando em casa não mais do que 11 horas da noite.

    Hoje, infelizmente não é assim.

    É muito fácil, baseados apenas na intuição, em mística, em covardia, amarelamento, afirmar que a torcida do Botafogo não vai ou abandona o time nos momentos decisivos.

    (Não foi o seu caso, mas é o que se fala por ai.)

    Os homens adultos até que vão, mas não são em número suficientes para lotar a sua parte da arquibancada.

    Na verdade, é preciso entender que se queremos de fato modificar essa realidade, temos que dar condições para essa nova torcida-famíla possa ir ao campo com tranquilidade.

    A primeira medida, no meu entender, é a informação e depois dela a análise.

    Estudar o novo perfil dessa torcida, suas novas necessidades e exigências.

    Bem parecida, aliás, com a demanda de outros times com torcida de médio porte no país.

    O Fluminense vive, em parte, esse mesmo problema, sem o drama do Engenhão.

    abraços,

    do leitor,

    Nepomuceno.”

    Parece-me impossível fazer-se algo bem feito se não tivermos tendência para isso – Arnold Toynbee – da minha coleção de frases.

    Um antigo colaborador e amigo me pergunta na lata durante um almoço na Cobal de Botafogo:

    E essa vida de consultor, dá para encarar?

    (Ele anda pensado em mergulhar fundo nessa praia.)

    É uma questão de perfil, digo.

    Consultor, aliás, como aprendi com o falecido e admirado Herman Holtz nâo é uma profissão, mas uma forma de exercê-la.

    Meu guru da consultoria.

    Uma homenagem póstuma ao meu guru da consultoria.

    Recomendo fortemente quem quer seguir essa direção  o livro esgotado:

    Como Ser um Consultor Independente de Sucesso

    (Recomendo pesquisa na Traça e na Estante Virtual.)

    O consultor clássico, aliás, vende vento, idéias, às vezes, executa também tarefas, mas é incomum.

    Geralmente, ganha por hora e não por tarefa.

    Não gosta de rotina;

    Adora o que faz, aprender e gente;

    E procura criar um ambiente em torno de si para se manter criativo.

    Tem um quê de nômade, à procura de uma alternativa ao mercado.

    Dá para ganhar dinheiro?

    Até dá, mas não pode querer vender geladeira para esquimó.

    Ou seja, tem que estar com o conhecimento adequado para o problema muitas vezes incerto do cliente.

    No mundo 2.0, com a inovação na velocidade da luz tem bastantet espaço para os antenados meio hippies, que vão se dedicar à consultoria.

    Você é antenado?

    Você é antenado?

    E pedimos o café e a conta.

     

    Karma – efeito cumulativo de todas as ações do passado.

     

    A Rede de Conhecimento Digital traz uma grande novidade para o ser humano.

    Permite de forma fácil a recuperação do passado das pessoas, baseado nas suas ações, nos registros que deixam e o que as outras pessoas acham dela e de seus atos on-line.

    Antes do computador e da web isso era uma tarefa cara, penosa e demorada.

    E algumas ações eram simplesmente não registradas.

    Você assiste TV e não armazena, ouve rádio, lê jornal, idem.

    Mas acessa uma página web e fica algo ali guardado.

    Você hoje, querendo ou não, deixa rastros.

    Passaram à chamar essa nova possibilidade de karma digital.

    (Bia Martins fala bastante sobre isso na sua tese de mestrado Cooperação e controle na rede: um estudo de caso do website Slashdot.)

    No livro ‘Conhecimento em rede‘, meu e do Marcos usamos à expressão rastro.

    Dissemos que quando você deixa algo de propósito (um comentário) é uma contribuição à inteligência coletiva de forma voluntária. Quando apenas clica é uma ação para o coletivo de forma involuntária.

    (O rastro é o dado armazenado de cada um, voluntário, ou não, o Karma é o histórico do rastro, que pode ser utilizado, ou não, para dar relevância em uma dada rede social on-line.)

    Num mundo em que lidamos cada vez mais com registros e pessoas desconhecidas e precisamos de uma avaliação rápida sobre aquele ou aquela pessoa ou informação, o karma digital é o elemento chave para viabilizar o processo dinâmico possível no novo ambiente digital de inteligência coletiva.

    O desenvolvimento de cada projeto em rede deve  aprimorar o karma digital, através de metodologias e ferramentas para das mais relevância e consistência.

    (Vivemos a passagem da ordenha de vaca para a apicultura.)

    É preciso destacar ou rejeitar aquela ou aquele membro, ou registro, que contribui ou atrapalha de forma relevante em uma dada comunidade.

    Quem passa trote ou gera lixo desnecessário deve ser alertado e, na insistência, punido.

    Quem agrega, deve ser valorizado. Os documentos idem.

    (E o que faz, por exemplo, o Globo on-line para se manter viável numa rede auto-organizada.)

    O Google, na verdade, percebeu essa nova possibilidade e criou um algoritmo karmártico, capaz de separar o joio do trigo, utilizando os cliques dos usuários, que sâo usados sem que o usuário se aperceba disso (uma típica colaboração involuntária.)

    No Google, quem é linkado por um karma forte é consistente e sobe; vice-versa, desce

    O karma passou a ser a lei tácita do Mercado Livre e da cada vez melhor e mais útil Estante Virtual, por exemplo, que permite que eu compre do fulano sem medo, num troca-troca entre desconhecidos e empresas grandes ou de fundo de quintal sem nenhum marca (brand), a não ser o Karma construído com o tempo junto à comunidade de desconhecido, na qual desconhecido ajuda desconhecido.

    Veja meu Karma melhorando no Mercado Livre, a partir de uma compra que fiz recentemente para passar o DVD do Lutero nas minhas aulas:

    Compradores e vendedores são avaliados e armazenam o seu karma.

    Compradores e vendedores são avaliados e armazenam o seu karma.

    Os registros na web também têm Karma.

    Quanto mais puder agregar estrelas, notas, comentários a determinado dado, mais relevante ele será.

    Um dado sem estrelas, notas, etc atribuídas pelos usuários que o utilizaram é cada vem mais opaco e com menos relevância.

    (Os produtos da Amazon, por exemplo, são cercados de informações agregadas pelos usuários: notas qualitativas, quantidade de vendas e comentários.)

    Quem atesta qualidade da mercadoria é o Karma de cada item no mostruário digital, inclindo também o serviço.

    Essa verdadeira nova cultura Karmal trará impactos presentes e futuros, a saber:

    • aumento de troca de todo tipo (produtos, serviços e informações) entre desconhecidos;
    • redução da força das marcas;
    • detecção com mais facilidade do que é inconsistente, falso ou fraudulento;
    • maiores oportunidades para novos e velhos negociantes que saibam preservar seus Karmas;
    • melhoria e personalizaçâo do atendimento.

    O Karma digital, por fim, é a base que viabiliza a auto-gestão das redes sociais, a nova forma de poder administrar a troca de informação entre dados e pessoas desconhecidas. (As empresas, aliás, precisam urgente adotar essa nova cultura para expandir suas redes sociais internas e extrenas.)

    Concordas?

    This post in Portuguese?

    Does it take much work to have a blog? – asks a friend

    If you take it seriously, yes, quite a bit of work.

    Can I help you?

    Can I help you?

    It’s a huge collection of links, texts, photos, and ideas to be stored.

    You end up finding a missing accent here, a mistake there.

    I’ve reread the most accessed texts in the blog, making an ongoing revision.

    Thus, I think a blog is not for everybody.

    Since I’ve created mine, many things have changed in my life:

    1. It became a space where my reflections are vented.

    2. It’s like a string stretched above the clouds, which no matter the weather is my true compass (with or without clients, this is my shop).

    3. I’m digitalizing loose ideas, which are then shared, recovered and commented, creating a collection – and why not? – a legacy for all who study this theme.

    Mine is a daily work, because keeping a shop does require it.

    And then came this idea, which began to materialize in my head.

    A blog is the consultant’s shop.

    What does a consultant exactly sell?

    Hours or ideas?

    I’d say: sells ideas and can charge by the hour.

    If someone wants to hire you, he or she needs to know what is your “merchandise.”

    A consultant sells wind…that may help the client’s boat to sail…

    For those who live on consultancy, much more so on the web, not to have a blog could mean certain death.

    A blog is worth as much because of its form, as it is because of its content.

    Thus, when I’m hired, I leave my shop, go to the client, do my job, and come back.

    I’m here, behind the counter, receiving my visitors, cleaning the shop windows, displaying new products, saluting those who made comments, counting how many came by.

    Browsing through my peers’ shops.

    Results come slowly, with no rush.

    And the blog always keeps my main working tool sharp: my mind with its capacity for reflection, intuition, and linking.

    You may come in, I’m here behind the counter, waiting to say “good morning!”

    Just take a seat and have a cup of coffee!

    Translated by Jones de Freitas.  Edited by Phil Stuart Cournoyer.

    No jardim, fiz as seguintes atualizações:

    Novas frases:

    • As pessoas fazem à história, mas dificilmente sabem o que estão fazendo – Christopher Lee;
    • Todo poder emana do povo e em nome dele será exercido – filosofia da Revolução Francesa;
    • Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente – Lorde Acton.

    Novos conceitos:

    Sobre informação e idéias:

    Quer dizer, então, que a informação não tem importância? Claro que não. Significa, apenas, que a informação não é o fim. É o começo. É de onde se salta para consistentes ideias novas – William Bernbach, no livro “Deu Branco“.

    Nos rodapés de posts:

    A web 3.0 será a rede dos robôs?

    Pós-escrito – 13.04.2009

    Robôzinhos em ação:

    O Globo de ontem publicou entrevista (precisa de assinatura – grátis – para acessar) com Luiz Alberto Oliveira, que aponta nessa direção do mundo de robôs, não falando apenas dos robôs na rede.

    luiz_alberto

    Agora:

    Palestra no IBEU, no projeto IBEU 2.0:

    ibeu2

    Tenho dito que toda nova tecnologia de informação massificada, cria uma nova cultura.

    Analisemos  na tabela abaixo a história das tecnologias de produção de textos, ferramenta principal para externalização de conhecimento:

    evolucao_da_producao_ideias_cortada3

    Com o surgimento dos blogs, observamos à possibilidade do fim de uma desentermediação da produção original para a publicação final.

    Mudanças culturais visíveis em processo:

    • Não há mais intermediário (sai direto da “fábrica ao consumidor”);
    • Não passa por uma fase de produção, edição, etc;
    • Não há um baú guardado, tudo está em rede;
    • Aumenta-se a velocidade da idéia para a difusão e retroalimentação de quem lê, através de comentários.

    O pensador/pesquisador pode hoje, de forma mais rápida e independente, saltar da ideia à difusão.

    Essa nova forma de se produzir conhecimento terá, como já está tendo, um forte impacto na sociedade e também na academia.

    Da fonte ao consumidor, sem escalas...

    Da fonte ao consumidor, sem escalas...

    Por exemplo:

    • fortalecimento do pensador em detrimento das instituições;
    • esvaziamento das revistas acadêmicas periódicas on-line ou de papel;
    • revisão na forma de se avaliar à produção acadêmica;

    (Que tal ser aprovado em um doutorado pela produção em um blog, ao invés de uma tese ?)

    • aceleração no ciclo de reflexão, produção, retorno e retroalimentação dos pensadores;
    • abertura maior da academia para a sociedade;
    • profunda revisão da linguagem, com tendência a ser menos normatizada e mais coloquial;
    • fim da separação entre produção acadêmica e divulgação acadêmica, está tudo no mesmo lugar;
    • virtualização dos laboratórios acadêmicos.

    A idéia de uma pessoa isolada, salvando suas idéias no seu HD é algo da Idade Mídia!.

    O tema valeu um editorial na Nature, na Revista da Faperj e no blog do antenado Aldo Barreto.

    Longa vida aos blogs!

    Escrito depois – 04/05/09

    Recomento o post do Aldo Barreto:

    “O fim da Universidade como nos a conhecemos” *

    « Newer Posts - Older Posts »