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A simplicidade é poderosa Evan Williams – co fundador da Blogger – da minha coleção de frases.

Saiu esta semana a incrível notícia:

Orkut: 75% dos internautas brasileiros acessam rede social do Google

O que me remeteu a 1994, o dia que fui convidado pela RNP (Rede Nacional de Pesquisa) como bolsista para trabalhar no Alternex.

Eu já adorava o Windows com seus ícones frente à interface anterior do DOS, apenas textos e palavras.

Pois bem, me disseram:

“Internet é isso ai, comandos!!”.

Será?

Aí chamei o Saliel Figueira, que era o mestre e guru do Alternex, que ficou lá umas duas horas para permitir que eu pudesse acessar meu e-mail pelo Eudora.

Conseguiu.

Depois, (o Iyda e outros também estavam nessa aventura) criamos um kit de acesso Windows, o primeiro no país, que permitiu o pessoal de lá (300 novos usuários por semana) viver  a Internet no modo gráfico, mas isso é uma outra história, que falo na minha tese de mestrado, que os Henriques Faulhaber e Antoun presenciaram e viveram, além de milhares de outros usuários, que começaram por ali o uso da rede.

Iyda

Pois bem, desde lá, a rede vem colocando camadas inteligentes sobre aqueles comandos lá detrás “DOS-ANOS”.

Estas camadas, interfaces, tendem a ser cada vez mais humanas, pois até a chegada do Orkut ao Brasil e das redes sociais no mundo, vivíamos uma rede sem caras.

Tínhamos, tempos depois,  como avós das redes sociais de hoje,  as listas de discussão no E-groups, atual Yahoo Groups.

Mas algo sem cara, sem amigos, sem interesses.

O que a interface das redes sociais trouxe e conseguiu criar uma nova camada mais humana?

1- o usuário passou a ter cara, foto, começou-se a juntar o login e o nome das pessoas;

2- fez-se além disso a rede de amigos. “Diga com quem andas e te direi quem és”. Um fato básico na relação humana, que passou a fazer sentido no virtual;

3- e além disso criou-se também a identificação de cada um, através das comunidades que participo.

Estes três fatores colocaram uma nova camada na rede.

Humanizaram aqueles comandos que em 1994 eram a prática.

Foi um longo caminho: 10 anos.

Mas é nessa humanização da interface que a rede avançou no Brasil e ganhou hoje a dimensão que tem, aqui e no mundo, graças a essa nova porta de entrada, via Orkuts.

Isso não é só é mais humano, como é melhor dinamicamente falando.

Nâo é à toa que a IBM no seu Lotus Connection simula um Orkut para dentro das empresas, que não terão como fugir dessa interface/lógica.

Na verdade, trata-se da nova maneira de estar na rede.

Foi o que melhor conseguimos fazer até agora.

E nos lugares que não se assemelham a isso:

  • Eu, minha foto, meus amigos e meus interesses.

A coisa tende a não funcionar muito.

Nos acostumamos com isso e queremos daqui para lá.

Assim, caminha a humanidade.

Concordas?

Já discuti mais sobre o Orkut por aqui.

dscn3908bO projeto continua.

Em breve, dará frutos públicos, aguardem!

Meu bloqueio psicológico me dizia para não abrir a empresa, eu tinha medoSteve Wozniak, fundador da Apple – da minha coleção de frases.

Dos projetos que acompanho, das palestras que participo, do que leio por aí, eis os três principais preconceitos que atormentam as pessoas diante do trabalho colaborativo, ou trabalho 2.0 (as dicas valem para empresas, autônomos, micro empresas, etc…):

  1. Se eu compartilhar, vou deixar de ser útil, vou dar de graça o que aprendi a duras penas, meu “preço” no mercado vai cair;
  2. Compartilhar e colaborar são sinônimos de mais trabalho;
  3. Eu não posso comportatilhar, pois as coisas ainda não estão “consolidadas”.

Algumas recomendações, diretrizes, reflexões para ajudar a vencer estas três barreiras.

O trabalho 2.0 não é, não pode e não deve ser a criação de práticas novas na mesma rotina, mas de adotar novas práticas em uma nova rotina.

Se trata de um processo de gestação de um casulo de passagem da lagarta hierárquica 1.0 para a borboleta descentralizada e voadora 2.0.

Ou seja, as atividades no mundo 2.0 migram toda para ambientes abertos e colaborativos.

Simples assim.

Ou seja, não vai se trabalhar mais, mas de forma diferente, salvando/publicando o trabalho intelectual em ambientes colaborativos abertos, seja na Intranet ou na Internet.

Lutando contra nossa cabeça de HD.

A rede está virando um grande Orkut.

E a wiki-intranet vai pelo mesmo caminho.

(Um exemplo é a Intranet 2.0 do HSBC.)

Tudo vira um Orkut dinâmico para pescar mais e melhor no cardume do mercado dinâmico.

Todos terão seu perfil, seus contatos de trabalho mapeados, suas comunidades de interesse e toda a produção atrelada a ele, dentro e fora dos ambientes de trabalho.

Ganha-se uma presença virtual, que passa a ser a sua ficha de avalição em tempo real, atualizada a cada clique no mundo e na corporação.

É o sonho da dita gestão de conhecimento, virando realidade, a partir do que aprendemos com a prática on-line dos nossos filhos.

Sim, com eles naqueles quartos bagunçados.

O que era uma lógica de lazer, agora, passa a valer para o ganha pão do papai e da mamãe.

O mundo 2,0, assim, desintermedia, desierarquiza, desburocratiza, deixando a informação fluir de outra maneira, trabalha-se as mesmas horas, mas de forma diferente, repito.

E, com certeza, com mais lógica, coerência, eficácia e motivação.

Por quê?

Informação na gaveta já perdia valor.

Agora, o preço dela no mercado está em queda livre sem pára-quedas!

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!

Empregado ou autônomo que esconde informação perde valor, atrapalha mais e mais.

Pior: no Orkut corporativo ou na Web já fica e ficará ainda mais claro que você esconde o jogo (tsc, tsc).

Você está atrapalhando o fluxo, mané!

Departamento que não troca, não inova;

Ficará claro que determinado chefe não consegue estimular seu pessoal ao compartilhamento  (tsc, tsc).

Empresa, seja de que tamanho for, autônomo, idem, que não coloca a informação para circular e responder rapidamente a novos desafios, se torna incompatível com a velocidade do mercado e começa a perder clientes, projetos e tenderá, no futuro, a ter que demitir.

E até fechar.

Duvidas?

Projetos 2.0, no fundo, são grandes batalhas coletivas em defesa do emprego e da sobrevivência.

Como se explica isso?

A informação hoje ganha valor e relevância para os negócios em movimento, sendo o tempo todo analisada, melhorada e avaliada para transformar pedaços de dados em sabedoria corporativa.

Aquele tempo do vovô…

“Meu netinho, em boca fechada, não entra mosquito!”.

….está desmoronando.

Boca fechada, hoje, é foco de Dengue Hemorrágica!!

Guardada, na velocidade da rede, a informação é cada vez mais lixo não reciclado.

Assim, ganha valor quem aprende a fazê-la circular e melhorá-la mais e mais, pois esta é a única forma que nos restou para acompanhar o atual processo.

Esse novo olhar informacional nos ensina que saberá mais quem fortalece o movimento de troca, pois fica próximo do centro, é reconhecido por quem está ali e passa a saber para onde as coisas estão indo.

A luta é ganhar a reputação positiva da colméia!

Ou seja, na rede da colaboração digital, quem ajuda  informação a circular, ganha valor.

Quem a atrapalha, se escondendo, perde.

O Karma Digital ou não existe, ou está lá embaixo.

E, escutem, quem não se encaixar na nova lógica tende a ser abolido, pois a pessoa passa a ter um Karma virtual, no qual, além do chefe, a comunidade vai te dar nota.

E isso vai estar escancarado na Intranet 2.0!

Seu Karma Virtual é pequeeeeno…

Seu Karma Virtual é pequeeeeno…

Seu Karma Virtual é pequeeeeno…

🙂

Tudo o que você faz, os sites que visita, os livros que está lendo, as palestras que assistiu, o vídeo interessante, tudo isso tem que gerar valor para os outros!!!

O que volta para você em dobro!

No novo e disputado Karma digital, ganha ponto quem colabora!

Mais e mais!

Acorda!!!

Assim, o trabalho de hoje, suas atividades, migram para outro ambiente.

Acredite, blogar é trabalhar!

Não se trabalha mais ou menos, mas trabalha-se de forma diferente, colaborativa, à procura da reputação coletiva, que já é, mesmo que você não saiba, ponto principal de avaliação pela empresa e mercado.

Converse com um head-hunter.

Quem vai e quem fica dependerá disso.

Nada mais é “publicado” em um ambiente fechado, sem acesso, que não permita comentários, notas, ou ser achado por uma ferramenta de busca.

Não diga nunca:

Ah, o que eu estou fazendo ainda não está consolidado!

(Veja mais sobre o mito da consolidação.)

Veja o Wikipedia.

O importante não é o erro, mas a sua capacidade de arrumar e ajeitar on-line.

E o timing correto de estar ali com o que se precisa, mesmo que ainda em processo!

É pecado mortal salvar no HD.

Tudo agora DEVE IR para a rede interna ou externa, conforme a sua posição de empregado.

Salva-se em um espaço, tipo um blog pessoal corporativo, que está dentro de um blog coletivo departamental, que, por sua vez, está dentro de um blog coletivo corporativo que reúne o trabalho colaborativo de todos.

Resumindo no popular: em um Orkut profissional!

Por causa disso e com tudo isso estes três receios 2.0 não fazem sentido.

  • Você não perde compartilhando, ganha.
  • Você não vai trabalhar mais, mas diferente.
  • E o que ainda não está consolidado, interessa e muito!

Sugiro aos incentivadores de projetos 2.0, a passar para o pessoal receoso:

  • noção clara das mudanças por que passamos;
  • construção coletiva da própria mudança da pessoa 1.0 para a 2.0 (tudo tem que ter lógica, tanto na forma quanto no conteúdo.);
  • E, por fim, conversa, conversa, conversa, conversa e mais conversa, pois é uma mudança cultural difícil, mas inevitável.

Os receios, como tudo na vida, quando trabalhados com carinho e sinceridade, passam….

E depois achamos graça!

Fecho com um belo poema do Vinícius que pode muito bem simbolizar a velocidade da  informação do mundo de hoje:

Eu morro ontem.

Nasço amanhã.

Ando onde há espaço.

Meu tempo é quando.

Que dizes?

  • Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases.

Veja os fatos nus e crus.

Um livro vendido a R$ 40,00 reais, sobra R$ 4,00 para o autor, geralmente a remuneração é de 10% do preço de capa.

Se ele dá uma palestra para 30 pessoas, de graça, ganharia meses depois, vendendo dez exemplares no encontro, o que é raro, dá uns R$ 40,00 reais.

Basta multiplicar: (10 x R$ 4,00)

Mas se coloca o livro na rede e cobra R$ 5,00 por cabeça na palestra, sai de lá com R$ 150,00, ao vivo e a cores.

Quanto mais gente lê o livro e quanto mais interessante for o tema, mais gente vai querer assistir uma palestra do autor. Perguntar detalhes, ver as novas ideias.

Ele ganharia mais e mais pelos encontros e menos e menos pelo livro vendido.

Não seria mais lógico?

E tu me perguntarias: e os best-sellers, os Paulos Coelhos, os Veríssimos?

Bom, eles são exceção à regra e não a regra, já que cada vez mais estaremos falando para micro-públicos, na cauda longa da Internet: mais gente vendendo pouco, ou deixando baixar e menos gente vendendo 2 milhões.

Um livro on-line divulga.

O que não quer dizer que não tenha uma cópia por demanda para quem quer ler impresso.

  • E nem tenha um volume nas livrarias de tijolo para quem vai estar passando;
  • E nas virtuais para quem nem compra pela Internet, em um site de sua escolha.

É tudo do jeito que o público quer, sempre aumentando a reputação do autor para vender suas ideias seja em que formato for!

Ou seja, tem para todos os gostos, como diz o Rafael Xavier nos comentários do Webinsider sobre minha matéria do futuro da Indústria do livro:

Rafael Xavier Data: 29/07/2009 às 2:14 pm

Atividade: Analista Web

Cidade: Rio de Janeiro

Fala Nepo,

Já viu o novo livro do Chris Anderson? O nome é FREE e ele será free em alguns meios de circulação como audiobooks, pdfs e outros. Existirá a versão impressa mas a “online” já rendeu 30 mil “cópias” em 2 semanas segundo o twitter do próprio.

Acho muito interessante essas novas frentes de mercado com a internet e fico cada vez mais impressionado com o mundo ainda inexplorado por ele.

Abraços
Rafael Xavier

O autor passa a viver do seu personal shows, personal palestras, da reputação conquistada na rede como o que ofereceu de graça!

A reputação online que vira off-line é hoje o grande diferencial de alguém que quer vender qualquer coisa na área de serviço pessoal, que é o caso de bandas, autores, até jogadores de sinuca. 😉

Falta os editores atuais profissionalizarem esse processo, que é totalmente amador, deixando autores de todo o tipo, literalmente, na mão, enquanto se insiste no modelo anterior da venda do registro e não de quem produz as idéias!

O que se vende é idéia em diversas formas.

E não diversas formas com as idéias embutidas!

Se você quer uma dica, eis um ótimo negócio, uma empresa de palestras direcionadas…com bons pensadores!

Importará cada vez mais o encontro, que não será de graça, sendo cada vez mais caro, dependendo da reputaçao do palestrantes (seguidores, indicações, posição no Google e respeito da comunidade), assim como o que os autores produzirem especialmente, personalizadamente, para alguém, seja um grupo, ou uma empresa.

Recolocando a função do artista e recriando-se uma nova indústria cultural do encontro, tendo o artista, de novo, no centro, o produto principal.

Deixa-se, assim, finalmente,  de valorizavar tanto o registro e volta-se a atenção de novo para as pessoas.

Teremos editoras de gente, de autores e de idéias, vendendo presença e colocando de graça na rede o que eles pensam para divulgá-los mais e mais.

Seria o rabo deixando de balançar o cachorro.

Ou o cachorro de novo abanando o rabo.

A indústria sempre será  necessária, mas com outro foco.

É mudar a vela de direção e deixar o vento bater, que dá uma boa viagem…

Concordas?

PS- veja a minha proposta do meu novo livro aqui.

Toda vez que a invenção é arbitrária, ela não sobrevive – Ferreira Gullar – da minha coleção de frases.

A massificação é a chave para as rupturas nos ambientes informacionais.

Ocorreu esta semana um debate interessante sobre a expansão dos robôs na sociedade, veja aqui.

Acredito cada vez mais que a próxima era informacional estará baseada na nossa relação com agentes inteligentes, que tomarão decisões por nós, para nos proteger do caos informacional que a Web 2.0 e sucessoras estão criando.

Isso, na verdade, já começou com os programas anti-spam, mas não caracterizam uma nova era informacional.

Para zerar as Web 2.0, 3.0 e chamar algo como “Robonet”, decretando o fim da era Internet teríamos que cumprir algumas etapas, a partir do que vimos na história de outras mudanças informacionais.

Explico abaixo o raciocínio lógico que nos levará até ela.

Vejamos.

Tenho trabalhado há tempos com as idéias das ecologias cognitivas de Lévy: Oral, Escrita e Digital, que prefiro chamar de redes:

Mas sempre um fato me incomodou.

Se vivemos a ecologia escrita e criamos uma era em torno dela, como ficam os meios de comunicação de massa, que não estão baseadas na palavra impresssa?

Havia algo entre o escrito e o digital.

Mas exatamente o quê?

Será que podemos pensar as eras daquela maneira?

Pois a idéia não é apenas pensar no passado, mas tentar prever os fatores que podem nos levar a novas eras informacionais no futuro!

Talvez em Lévy mais interessante não seja nos basearmos nas ecologias cognitivas, porém nas diferentes interações humanas que sugere, como fator estruturador: um-um, um-muitos, muitos-muitos.

Na verdade, estas três interações humanas sempre estiveram presentes desde os tempos das cavernas, mas limitadas ao espaço físico.

O que assistimos na história é o desenvolvimento humano para transceder essas barreiras, através de novas e novas plataformas de trocas de ideias, que se desenvolvem em paralelo e não em degraus, como a ideia de Lévy poderia supor, a princípio.

Ou seja, com a expansão das civilizações, sentimos necessidade de nos expandirmos nas fronteiras do espaço físico e, algumas vezes, no tempo, evitando o limite imposto pela barreiras que limitam nossas trocas de ideias.

Útil em um dado momento, a conversa na caverna, por exemplo, com o crescimento da população, sua separação em diferentes regiões e complexidade das trocas de todo o tipo,  exigiu a sua sofisticação, exigindo quebras de barreira.

Notemos, por exemplo, como vemos na figura abaixo, que a comunicação um-um, a inicial,  nunca  deixou de se expandir e evoluir à procura de vencer distâncias, ao longo do tempo,  ou mesmo a vontade do ser humano se expressar para muitos ou estabelecer trocas de várias pessoas debatendo.

Fomos construindo tudo em paralelo!

Ver figura:

interacao humana

Essa abordagem poderia tornar mais complexo o estudo das redes de conhecimento do passado. Talvez, o motivo que muitos autores preferem demarcar mais o tempo.

Mas ao observarmos ess multi-processo, essa evolução contínua e paralela,  podemos pinçar nas mudanças o que REALMENTE faz e o que não faz a diferença.

Podemos observar, assim, que o fator prepoderante das mudanças sociais em torno das plataformas do conhecimento não está propriamente em uma nova tecnologia, mas ao permitir que um tipo de interação, limitada pelo espaço, se expanda e se massifique ao ponto de se tornar hegemônica, o canal principal e mais dinâmico de troca de idéias.

Neste exato momento, entramos em uma nova era!

Portanto, repetindo com outras palavras: o que podemos caracterizar uma nova época informacional não está no surgimento da tecnologia em si, mas quando um determinado tipo de interação limitada por algum tipo de barreira espacial, ganha um determinado suporte, que permite a sua massificação.

Assim, não tivemos uma ecologia da escrita.

Mas a ecologia ou rede do um-muitos, que se inicia desde as cavernas, mas que chegou na sua fase de maturidade com o suporte do livro impresso, que a massificou.

O livro impresso não trouxe para a humanidade o um-muitos, mas o massificou a distância.

O que é algo diferente, pois se insere nesse ambiente do rádio e da tevê, ampliando ainda mais esse alcance, que se inicia com os tambores.

Explico, pela figura acima, que podemos constatar que a vontade da expressão de um para muitos sem limites regionais já aparecia com o tambor, que era limitado no seu alcance e na possibilidade do tipo de mensagem transmitida, o mesmo podemos dizer dos sinais de fumaça, ambos tataravós do rádio e da televisão.

A interação a distância um-muitos só ganha relevo, assim, com o livro impresso, pois é naquele suporte informacional, que se consegue ampliar o uso e passa a ter importância social, em função do novo tipo de possibilidade de troca de idéias.

Antes, o livro manuscrito era uma experiência, rica, interessante,  periférica, preparatória para o salto que iríamos dar, mas não tinha impacto social, pela limitação de uso.

O que marca, portanto, a relevância e a chegada de uma nova era, assim, não é propriamente a tecnologia em si, mas uma nova possibilidade de tipo de interação, que viabiliza uma forma mais dinâmica de troca de idéias a distância que se massifica e – a partir de um dado momento – ganha escala.

Passando a se transformar um fenômeno social, pois a troca de idéias, gera novos conceitos e novos conceitos, ações de mudanças na sociedade.

Assim, podemos afirmar que quando um tipo de interação já existente, consegue um suporte acessível, barato o suficiente que possa ganhar escala, temos o início de um novo ciclo de mudanças sociais e uma nova era informacional:

  • Assim, a fala foi o suporte da massificação do  diálogo um-um;
  • O livro impresso, do um-muitos.
  • E a Internet que com a banda larga,  expandiu o muitos-muitos;
  • Sendo a próxima era a ser moldada com o surgimento de outro tipo de interação, a partir da massificação de dado suporte, especulo, do um-robô, que espera uma plataforma que o massifique no futuro, o que demarcaria o fim do ciclo Internet como conhecemos.

(A Web 2.0 na verdade se assemelha a passagem do livro manuscrito para o livro impresso, quando expande definitivamente a um-para muitos, encerrando o ciclo oral humano, baseado no diálogo um-um.)

Isso, dizendo e outra maneira,  já nos dá ferramental para nos antecipar a nossa próxima era, que seria, um novo tipo de interação humana, na qual agentes inteligentes, através de softwares de inteligência articial, passariam a aprender com seus usuários, tanto em ações voluntárias (você o instruindo) ou involuntárias (ele aprendendo sozinho com meus hábitos).

(O melhor exemplo disso hoje são os programas anti-spam.)

Os agentes diferem de um programa tradicional de computador, que só agem conforme o seu comando, ou programação.

Os agentes inteligentes terão mais liberdade para tomar decisões informacionais. Algo como já ocorre (para o mal e para o bem) nos aviões mais modernos, como pudemos ver na discussão da queda do Boeing da Air France.

Essa nova interação um-robô poderá caracterizar uma nova Era, desde que tenhamos um suporte desses agentes, que possa se massificar e mudar hábitos.

O que marcaria o fim da Era Internet e o início de uma nova, talvez em muito menos tempo do que imaginamos.

É fato que a nova interação um-robô, não existente nas cavernas, e  só foi possível, a partir do mundo digital, bem como uma mais adiante podemos especular a possibilidade dos robôs-robôs.

Viagem?

Essa nova etapa das plataformas do conhecimento só terá significado social e relevância quando se massificar e definir o hábito cotidiano de boa parte da humanidade, principalmente aquela que influencia os demais.

O post acima, ainda em elaboração, é  um resumo, aliás, do que tenho concluído ainda preliminarmente na minha tese de doutorado.

O que dizes?

Se malandro soubesse como é bom ser honesto; seria honesto só por malandragem – Jorge Ben Jor – da minha coleção de frases.

Estive há pouco no evento da ABA no Rio na ESPM.

ABA RIO – Monitoramento das Redes Sociais
Lá, foram discutidas as Relações com o Consumidor e Comunicação Corporativa.

Do evento o que vi e gostei em resumo:

1- se consolida o mercado de monitoramento de redes sociais, tivemos duas apresentações, (não vi a útima):

Sabrina Brito, Diretora Comercial e Estratégica, e Pablo Canano, Gerente de Projeto, ambos da Simples Agência, pessoal mais novo, micro empresa do Rio.

Óscar Martin, Country Manager da IZO Brasil, empresa internacional;

Os slides foram bons, vou tentar ver se consigo colocar os links aqui depois para o pessoal.

Pós escrito: Já chegou o primeiro link! A apresentação do pessoal da Simples Agência.

2 – Os profissionais da área estão monitorando as redes sociais (do Orkut ao Twitter) e sugerindo ações das empresas para estabelecer diálogos com o consumidor;

A questão que fica: as empresas estão preparadas para ser dinâmicas a esse ponto, é inverter a ordem. O usuário passará a pautar a empresa? Como e de que forma? Isso exige mais do que um SAC dinâmico, ou um Sac social, mas uma nova empresa, baseada no diálogo e não na imposição.

Falou-se disso.

Tem um post que escrevi sobre isso, o usuário forçando a mudança das empresas de fora para dentro: “A Reforma do consumo

3- Falou-se de críticas que têm audiência que ganham status alto e aquelas de baixa densidade, que nem sempre são levadas em conta, ou seja, há critérios para perceber as crises;

4- Óscar Martin mostrou um slide em que acompanha o processo da relação empresa – consumidor, que segue a lógica da relação do consumo: promessa, interações (boas ou ruins), experiência, opiniões, formação da reputação, sendo essa agora medida no mundo web 2.0.

5- um conceito interessante que já está por ali. Se você quer ter uma atuação pró-ativa, seja você o dono, quando possível, da comunidade. O controle é maior.

A Agência Simples mostrou a crise do Nescau 2.0;

A bola fora da Dafra no vídeo do Wagner Moura, que um motoboy de São Paulo esculachou.

E a volta por cima do jogo de golfe, a partir de um bug.

Por fim, apresentaram a campanha bem sucedida do blog do Compra Fácil feitas por eles.

Como sempre, achei que se podia falar em menos tempo e complementar as perguntas, mas vamos em frente.

Fiquei satisfeito de ter ido, aprendi bastante sobre como estão abordando o tema.

Parabéns à ABA!


Somos muito menos inventivos quando se trata de problemas humanos que de problemas tecnológicos – Arnold Toynbee da minha coleção de frases.

Bom, ainda refletindo sobre as recentes declarações de Saramago aqui, ele diz:

“Não tenhamos ilusões, a internet não veio para salvar o mundo”.

E isso é uma questão interessante, pois a rede, a meu ver cria, querendo ou não,  uma descentralização de poder por trazer um ambiente informacional mais aberto.

Vem para equlibrar a forma que trocamos informação, conhecimento, em um processo constante de desintermediação.

Ou seja, o que vemos agora, já ocorreu antes e vai ocorrer depois.

Foi assim com a escrita que desintermediou a fala.

O livro impresso que popularizou a escrita, antes fechada em um livro manuscrito, caro e maludo para se carregar.

  • Desintermediamos os padres, ao traduzir bíblias.
  • O telefone ao tirarmos do circuito as telefonistas de filme de Chicago da década de 30.
  • Ou mesmo, os bibliotecários, com as fichas catalográficas.

Isso tudo em nome da velocidade.

Temos tirado do nosso caminho há séculos  tudo que nos atrapalha para a troca livre da informação.

Quanto mais somos no planeta, mas precisamos de flexibilidade e dinamismo, para inovarmos e podermos sustentar 7 bilhões de bocas.

É da natureza humana: sempre desintermediar para sobreviver.

Até aqui uma relação de causa e efeito não diagnosticada completamente pela ciência, mas que a rede tem nos evidenciado mais e mais essa tendência.

Não é à toa que vemos tanta gente jovem (e outros nem tão jovens) motivada e engajada com a rede, com o software livre, com o acesso livre às publicação e produção intelectual de toda ordem, com a ampliação do uso da Web pela população mais pobre, etc.

São atos e gestos que nos levam para direções humanas, que nos engajam em lutas interessantes, nos motivam e mesmo nos dão a sensação da mudança de um mundo A para o mundo B.

Isso é um fato inegável.

Estamos entrando como diz o Chris Anderson em uma mudança de época e não apenas vivendo uma época de mudanças.

Citando Lévy no livro Cibercultura, que diz algo assim:

A rede é uma janela de oportunidade que podemos usar para ajudar na direção da mudança. É um projeto aberto e não fechado, que depende do engajamento das pessoas em usá-la para desenvolver o humanismo e a inteligência coletiva.

Não resta dúvida que da mesma maneira que o livro causou todas as revoluções, criou condições de ideias novas circularem e a sociedade humana nunca mais foi a mesma.

Mas lembra-se também que os nazistas usaram a inteligência coletiva para o holocausto, que Hitler tinha uma vasta biblioteca e que a Europa com toda a sua literatice foi palco das maiores chacinas do século passado.

Cultura, livro não levaram ninguém ao Nirvana!

À luz.

Muita gente achou que  o livro ia dar conta do recado, não deu!

O que acho interessante na frase do Saramago é justamente isso.

Ele não diz: a Internet não veio mudar o mundo.

Veio ajudar a adaptar o mundo a uma nova realidade de 7 bilhões de cabeças, digo eu.

Mas ele diz: a Internet não veio salvar o mundo.

E nisso eu concordo inteiramente com ele.

Ela possibilita mudanças, mas não salvá-lo.

E filosoficamente estou na linha de Arnold Toynbee que acreditava no final de sua vida de historiador, depois de conhecer diversas civilizações do passado, que a tentativa de mudança da sociedade só passaria pela mudança do próprio ser humano, no como ele faz as coisas e não necessariamente apenas no que ele faz, seja usando um livro ou um terminal de computador.

Um encontro entre a prática e a ética, emboladas, dialéticamente.

Nem uma, nem outra, mas as duas.

Os meios e os fins integrados.

Acrescentaria, enfim, que basicamente a mudança está na maneira que nos relacionamos com o nosso ego, no qual estão embutidos todos os condicionamentos sociais, aonde somos coisificados e ao invés de termos liberdade de escolha, repetimos padrões, achando que estamos inventando, quando, na verdade, rodando um programa interno na nossa cabecinha condicionada à procura das migalhas sociais de reconhecimento.

Ou como diz um pensador que gosto bastante:

Pensar pela própria cabeça implica o enfrentamento dos dogmas – Gustavo Bernardo – também da minha coleção de frases.

Conseguir enxergar isso de fora e caminhar na direção do encontro e das pessoas, é algo difícil, com ou sem Internet.

Fiz um pouco essa discussão aqui: “A Internet traz felicidade?”

É um bom ponto de discussão para todos nós que estamos engajados nessa luta atual pela difusão do que a rede traz de positivo para a sociedade.

Cuidado para não querer fazer dessa luta algo que alimente apenas o seu próprio ego!

Não vamos criar falsas ilusões.

A história nos mostra que o novo poder, seja ele qual for, se não houver uma mudança filosófica de como fazemos as coisas e olhamos as outras pessoas, trará os mesmos vícios dos anteriores.

É o que penso e neste aspecto estou fechado  tanto com o Lévy como o Saramago: a Internet é uma estrada, mas quem coloca o carro nela sempre serão as pessoas, que terão que lutar internamente com os dogmas gravados na placa-mãe do ego para construir algo verdadeiramente novo e humano.

Para quem acha o papo esotérico e gosta de alguns fatos, sugiro a leitura do livro:

A Cientista que curou seu próprio cérebro.

Mostra que há dois lados claros na nossa cabeça e que um, o falante e condicionado, nos limita os sentidos.

Ela teve o derrame justamente naquele que fala…o que podemos chamar popularmente de ego.

Um papo longo, mas interessante.

E você o que diz ou vota?

[polldaddy poll=1816953]

Nós habitamos um mundo cultural, portanto, inventado – Ferreira Gullar, da minha coleção de frases.

Estranho esse mundo Web.

O Saramago que critica a qualidade dos textos na rede e acha o Twitter um ruído, tem blog e vai fazer um livro, a partir daqueles posts.

Ele diz para o Globo:

“JOSÉ SARAMAGO: Escrever num blog não difere em nada de escrever numa folha de papel. Salvo a extensão do texto em que, no caso do blog, se aconselha uma certa brevidade, os escritores não estão condicionados por normas ou regras que, supostamente, caracterizariam o blog.

Já Piérre Lévy que tem Twitter, diz o seguinte, na entrevista que concedeu para este blog:

Nepô – Por que você não mantém um blog ativo?

Lévy – Porque, como filósofo, não estou interessado em investir meu tempo e esforço em textos efêmeros. Eu gosto de ler blogs (ou ler jornais), mas eu não gosto de escrever em um blog (ou mesmo em jornais diários). Eu estou mais interessado em profundas e longas meditações que explorem os assuntos desconhecidos sobre os quais ninguém está falando e que poucos entendem ou estão interessados. O resultado desse tipo de meditação pode ser um livro (claro que o livro poder estar no formato digital) ou em outro suporte (como IEML).

Na verdade, o primeiro viu no blog um espaço além do blog, apesar de ser mais tecnofóbico do que Lévy.

E Lévy, apesar de um filósofo da cibercultura, atrelou textos nos blogs, a algo efêmero.

Concordo com Saramago: os escritores não estão condicionados por normas ou regras que, supostamente, caracterizariam o blog.

Quem define textos efêmeros é o autor e não o blog!

Mas, por outro, lado Saramago detona o Twitter e Piérre Lévy tem o dele e usa bastante, diz o escritor Português:

O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?
SARAMAGO: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.”

E diria para ele o mesmo no Twitter: cada um twitta como quer ou pode!

(Os haikais japoneses também são curtos! E nunca foram chamados de grunhidos)

E me pergunto:

Não seria um blog, a carta. E o Twitter, o telegrama?

Cada um com o seu papel para ajudar os 7 bilhões de habitantes do mundo a se comunicarem?

E cada um usando os dois recursos, a partir de diferentes necessidades e com a criatividade que cada um tem?

Por fim, há, a meu ver o que resolvi chamar de paradoxo da piscina.

O computador em rede nos permite tantas possibilidades de interação e tão diferentes de usuário para usuário que só a experiência concreta de uso de cada ferramenta, nos permite realmente termos uma reflexão aproximada do seu potencial.

Não dá para explicar o que é dirigir um carro, ou andar de bicicleta.

Há a necessidade de uma vivência, pois as ferramentas da rede não determinam o uso, são abertas, telas em branco a perguntar:

O que você quer fazer hoje? Em que ferramenta? Para quem? Como? Etc…

O Twitter ou o blog não são, a princípio, nada, mas passam a ser algo, a partir da criatividade de cada um!!!

E quem foge disso, simplesmente deixa para os outros o uso que eles conseguem ter!

Medíocre ou criativo!

Ficando os críticos que não se molham na piscina eximidos de ajudar a dar mais sentido a cada possibilidade,  ter ali algo diferente!

É a diferença fundamental entre experiência criativa real de uso e concepção intelecutal (vista de fora).

Criticar o Twitter sem usar de forma criativa, não rola.

Ou o blog pelo mesmo motivo.

Nossa “grunhidização”, que de fato ocorre na massificação do mundo, como denuncia Saramago, pode e deve ser combatida e a Internet pode melhorar ou piorar o processo, depende de cada um e de todos.

Por fim, o que determina o uso de dada tecnologia é o potencial e a criatividade humana e não a ferramenta em si.

O paradoxo da piscina é algo que atinge a todos nós, incluindo, nossos gurus, que ora se molham na praia, mas não gostam de piscina, ou vice-versa.

Concordas?

Estou lendo e comentando, discutindo o post do JPaulo:

Twittando

Vá lá e comente.

Estou lendo e comentando, discutindo a entrevista que o JPaulo do blog Tudo 2.0 colocou no ar.

Vá lá e comente.

Pessoal, a idéia é discutir aqui  o pré-manifesto.

E depois publicar em um site de abaixo-assinados na rede, já amadurecido, a partir do debate aqui.

Já escrevi sobre isso na proposta do Wikigresso.

Gostaria que todos pudessem colaborar para revisar, aperfeiçar, “wikizar” o documento, sugerindo modificações, que eu vou colocando aqui para publicá-lo semana que vem na rede para ampla discussão e adesão.

Espero que a viagem que estamos entrando não seja apenas um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto e vire realidade, lembrando Raul Seixas.

Me digam:

————————————————————————————————-

O quarto poder da república – decisões populares, via Internet

Idéia central da proposta: Nenhum representante do povo poderá mais decidir em causa própria!

Proposta que visa estabelecer canal de decisão popular pela Internet para macro-assuntos para evitar a auto-regulação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Nós, abaixo assinado, defendemos uma revisão na Constituição brasileira.

Proposta resumida:

Criação de votação da populaçã0 brasileira pela Internet para todos os assuntos auto-regulados pelos  três poderes, tais como salários de deputados, de juízes, do Presidente, Ministros, bem como, procedimentos de mudança de como são eleitos, precidida de amplos debates.

Consideramos que o atual regime democrático brasileiro é um bem precioso e conquistado com enorme esforço e que é missão de todos os cidadãos e cidadãs preservá-lo e aprimorá-lo;

Qualquer caminho na direção de poderes absolutos, não representativos, através de regimes autoritários não é a saída para a nossa atual crise representativa. E temos que nos antecipar para dirimir o risco de propostas nessa direção;

Portanto, deixamos claro que não se trata aqui de qualquer tentativa de acabar com a atual representação dos três poderes, pelo contrário, apenas aprimorá-lá, como se pretende em todo regime aberto e plural;

Diante de diversos e repetidos fatos recentes em várias instâncias do poder Federal, Estadual e Municipal, com aumentos de salários e regalias cada vez maiores, incompatíveis com a realidade do povo brasileiro, nos  parece claro que não é democrático, ético ou produtivo que nossos representantes possam continuar deliberando em benefício próprio, o que vem causando uma distorção democrática, desmoralizando nossas insituições, criando graves precedentes que se estendem como mau exemplo para toda a sociedade e gerando mais e mais transtornos e depreciação danosa e indesejada destes poderes diante de seus representados, o que não interessa a ninguém;

Tal fato, em função das dificuldades tecnológicas e custos de consultas populares regulares no passado se justificou, mas agora não mais;

Os brasileiros e brasileiras, hoje, já cumprem  seu dever anual e declaram o Imposto de Renda exclusivamente pela Internet, mantêm contas seguras em banco, inclusive públicos, realizam uma série de atividades nos Governos Eletrônicos, além de comprar mais e mais produtos e serviços pela rede sem falar que já votam também exclusivamente em urnas eletrônicas;

Assim, já temos tecnologia e cultura para que  possamos implantar no país um sistema eletrônico, via Internet, que estabeleça votações populares sobre temas de auto-regulação dos poderes, mais compatível com o espírito democrático, tais como aumento de salários e demais regalias,  evitando, assim, a regulação em causa própriade nossos representantes;

Ficando os detalhes dessa implantação, a ser aprimorada e aperfeiçoada nas instâncias de cada um dos poderes, após amplo debate nacional;

Sabemos, é fato, que ainda não são todos cidadãos e cidadãs que têm acesso à rede, mas sabemos também que é justamente a ampliação de direitos e deveres, que estimulará essa adesão e que há hoje canais alternativos para que os interessados possam participar, assim como já é feito na declaração do Imposto de Renda;

Diante  disso, gostaríamos de sugerir para amplo debate público no país para promover uma mudança constitucional, que crie um canal seguro para a que  todo eleitor, quando convocado, com debates amplos fora e dentro da rede, possa  decidir sobre assuntos evitando a auto-regulação de qualquer um dos três poderes nos níveis: Municipal, Estadual e Federal;

Acreditamos, assim, que possamos dar mais esse passo na direção democrática, servindo, inclusive, como um modelo para outros países, que vivem problemas similares;

Por fim, conclamamos a todos os signatários deste documento que:

  • Mesmo que tenha divergências em alguns detalhes, multiplique a idéia para ampliar mais e mais o debate, trazendo questões para fortalecer e enriquecer a proposta geral;
  • Nessa direção, sugerimos que copie este manifesto e seu link para coletar mais e mais assinaturas, em todas as formas possíveis de reprodução na rede (e-mail, Orkut, Blogs, Twitter, etc) e fora dela (mural do prédio, no trabalho, na rua, etc), enviando-o  para todos seus amigos no Brasil e no Exterior (quando for possível tradudindo-o), em uma ampla campanha nacional e internacional, para que se possamos aprofundar o debate e chegar a uma discussão aprimorada aos meios de comunicação de massa;
  • Queremos também fazer dela um dos pontos centrais da campanha eleitoral de 2010, comprometendo todos os candidatos para se comprometer formalmente com a proposta e implantá-la, na prática, já na próxima legislatura.

O sucesso, portanto, desse movimento não depende de ninguém, apenas de você.

Vamos mudar o Brasil, para melhor!

INTERNET_NELLES

Coloque a imagem no seu blog!

Ele disse que quem escreve em blogs, escreve mal.

Será uma máxima?

O papo andou no Twitter e eu sinceramente, não concordo.

Tem gente que escreve mal e vai escrever melhor se escrever mais.

O que se pode dizer é que se escreve com pressa, quase oralmente, mas isso é uma característica dos novos ventos.

Talvez, aprender a escrever bem e rápido, no ritmo oral?

Que dizes?

Veja meu micro post:

Blogs fazem pessoas escreverem mais e pior, diz Saramago – http://tr.im/tka1 você concorda?

E vote abaixo:

[polldaddy poll=1802940]

O JPaulo abriu a discussão no blog dele e estou dialogando com ele.

tudo

Siga por aqui.

I’ve been exchanging Tweets with Pierre Lévy.

He mentioned that he would come to Brazil in August.

I asked him for an interview by e-mail, because I was curious about his current work.

Generously, he sent me his e-mail address and the interview was done.

Here is the result:

(A versão em português pode ser vista aqui.)

Nepô – You have published many books in the past and achieved an important role worldwide as a philosopher focused on understanding technology issues. I’d like to know if you have been working on a new book these days? If yes, what is it about?

Lévy – For the last seven years, I have been working full time on the design of an artificial language, called IEML (www.ieml.org) that has the expressive capacity of a natural language and the computability of a programming language. My first goal is to solve the semantic interoperability problem by using IEML as pivotal language for semantic tagging.

My second goal is to solve the problem of the self-reference of online collective intelligence since it becomes possible to track the semantic content of the flows of information in cyberspace when the semantic metadata is in IEML. The IEML research program is complementary of the “semantic web” research program but goes far beyond and has much more ambitious objectives. There will be a book in one or two years but the language itself is more important than the book that will explain it.

Nepô – Why don’t you have an active blog?

Lévy – Because, as a philosopher, I’m not interested in investing my time and efforts into ephemeral texts. I enjoy reading blogs (or reading newspapers), but I don’t enjoy writing a blog (or writing for daily papers). I am more interested in deep and long meditations that explore unknown subjects about which nobody is speaking and that very few understand or are interested in. The result of these kind of meditations can be a book (of course the book can be in digital form) or another sustainable object (like IEML).

Nepô – In one of your books, you wrote from a historical point of view about three cognitive ecologies: oral, written and digital. What kind of changes do you believe determine the rupture from one to another? Do you believe that there is some kind of rule in these ruptures? And, if you could predict, what will the next ecology be? And when?

Lévy – The technical basis of the media ecology of digital culture is already there. We are witnessing the very beginning of the new era. But we still have not invented the new concepts, institutions and, above all, the new*symbolic systems* that will fit the digital cognitive ecology. The design of IEML is an attempt to fill this gap. The rupture between cognitive ecologies is marked by a change in the mindset, in the workings of the collective cognition: this will happen very soon, maybe even in one generation.

Nepô – You told me that you were coming to Brazil in August, I’d like to know what for?

Lévy – In Porto Alegre: http://www.internetcorporativa.com.br/forum2009/Palestrante.php

Twitter in English. Follow me.

Twitter in Portuguese. Follow me.

(More Neposts in English.)

Tenho trocado com Pierre Lévy alguns Tweets.

E ele comentou que viria ao Brasil em Agosto.

Perguntei se ele não me daria uma entrevista por e-mail, pois tinha curiosidade sobre seu trabalho atual.

Generosamente, ele me enviou seu e-mail e a entrevista foi feita.

O resultado está aí.

(An English version can be seen here.)

Nepô – No passado você publicou vários livros e alcançou um importante papel em todo o mundo como filósofo voltado para a compreensão da área de tecnologia. Gostaria de saber se está trabalhando em um novo livro? E se sim, qual o tema?

LévyNos últimos sete anos, tenho trabalhado em tempo integral na concepção de uma linguagem artificial chamada IEML (www.ieml.org) que tem a capacidade expressiva de uma linguagem natural e a vantagem computacional de ser também uma linguagem de programação. Meu primeiro objetivo é resolver o problema da interoperabilidade semântica, através da IEML, como linguagem de importância central para tagueamento semântico.

Meu segundo objetivo é resolver o problema da autorreferência da inteligência coletiva online, já que se tornou possível rastrear o conteúdo semântico do fluxo de informação no ciberespaço quando o metadado semântico está no IEML. O projeto de pesquisa IEML é complementar ao da “Semântica Web”, mas vai muito além, com objetivos bem mais ambiciosos. Haverá um livro em um ou dois anos, mas a linguagem em si mesma é mais importante do que o livro para explicá-la.

Nepô – Por que você não mantém um blog ativo?

LévyPorque, como filósofo, não estou interessado em investir meu tempo e esforço em textos efêmeros. Eu gosto de ler blogs (ou ler jornais), mas eu não gosto de escrever em um blog (ou mesmo em jornais diários). Eu estou mais interessado em profundas e longas meditações que explorem os assuntos desconhecidos sobre os quais ninguém está falando e que poucos entendem ou estão interessados. O resultado desse tipo de meditação pode ser um livro (claro que o livro poder estar no formato digital) ou em outro suporte (como IEML).

Nepô – Em um de seus livros, você escreveu, sob o ponto de vista histórico, de três ecologias cognitivas: a oral, a escrita e a digital. Que tipo de mudanças você acredita que determina estas rupturas de uma para outra ? Você acredita que existe algum lei nestas rupturas? E se você pudesse prever, qual seria a próxima ecologia? E quando?

Lévy A base técnica da ecologia da mídia da cultura digital já está aí. Nós estamos assistindo ao início de uma nova era. Mas nós ainda não criamos os novos conceitos, instituições e, acima de tudo, um novo “sistema simbólico” que irá suportar a ecologia cognitiva digital. A concepção do IEML é uma tentativa de preencher essa lacuna. A ruptura entre as ecologias cognitivas é marcada por uma mudança na forma de pensar, no funcionamento da cognição coletiva. Isso irá acontecer muito em breve, talvez em apenas uma geração.

Nepô – Você vem ao Brasil em agosto, quais são as atividades previstas?

LévyPorto Alegre http://www.internetcorporativa.com.br/forum2009/Palestrante.php

Minha tradução do inglês foi revista por Jones de Freitas.

(A entrevista foi feita em inglês e a versão em português é uma tradução.)

Siga-me no Twitter: www.twitter.com/cnepomuceno


webmail-view

Aquele que repete, de fato, não se expressa – Gustavo Bernardo  – da minha coleção de frases.

Saio emocionado dos encontros que tive semana passada.

Em todos os projetos que estou envolvido – sem exceção – tenho tentado me envolver emocionalmente com as pessoas.

Dizem que é errado.

De um lado a profissão, do outro a emoção.

E eu digo: sem emoção, não há projeto que caminhe bem!

Por incrível que pareça, é muito mais fácil e gratificante ter contato, do que fingir que não deve haver!

Basicamente por um motivo, como diz a minha amiga Rosângela Berman, pioneira na área da inclusão social na área de pessoas com necessidades especiais:

É preciso colocar as pessoas no centro do processo!

E é justamente o contrário que acontece na rua, na escola, nas empresas, na sociedade e até no Twitter.

Somos números, estatísticas, seguidores, não temos nome, não temos lágrimas, não temos riso.

Somos matematicamente coisas a serem calculadas.

Tenho colocado a luta contra tudo isso  como uma bandeira, um mantra, uma metodologia, uma ideologia para viver e trabalhar.

Agora, cada vez mais consciente.

Nada pode ser construído sem o envolvimento completo das pessoas.

A Internet nos mostra que sozinhos somos 7 bilhões de almas errantes.

É muita confusão de gente para ser administrada sem interação.

É preciso descoisificar nossas relações.

Todo mundo tem um nome, uma experiência, idéias, possibilidades e precisa compartilhar, mostrar que existe, chorar e sorrir.

  • Uma palestra sem interação, coisifica.
  • Uma aula sem interação, coisifica.
  • Um texto na web, sem interação, coisifica.
  • Um prefeito, um governante, sem interação com seus governados, coisifica.

A web 2.0, vivida no que tem de filosófica, é um movimento que pode resgatar o papel do ser  humano como centro do processo.

Não, não é o paraíso, mas outro parâmetro dos direitos humanos que me parece que virá no vácuo de tudo isso.

A sinceridade venderá melhor.

Isso pode servir tanto para irmos adiante como para alienar as pessoas.

É uma via com duas portas, a escolher.

É um mundo no qual tentaremos, de novo, um reencontro.

Para onde tudo isso vai nos levar ainda não sei, mas é mais uma chance que temos.

E isso depende da nossa conscientização de  que o verdadeiramente novo é usar a nova possibilidade tecnológica para o encontro humano a distância.

E eliminar a tecnologia que atrapalha o encontro humano presencial.

(Como desligar o celular quando está diante de alguém.)

Potencializando as pessoas sempre e descoisificando-as, desmatematicando-as, através do contato e da relação afetiva.

Olhe bem o que você está fazendo e construindo na web,  é o que exatamente?

Encontro ou desencontro?

Me diga!

Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais – Yves Doz – da minha coleção de frases.

Diante do que tenho discutido e visto, aí vão as três perguntas:

1- a direção da empresa acredita que estamos em uma época de mudanças ou em uma mudança de era (conforme a frase do Chris Anderson)?

2- em estando em uma mudança de era, a empresa modifica exatamente o que para se incluir na nova era?

3- como começar?

Como eu responderia:

A alquimia da mudança

A alquimia da mudança

1- a mudança de era se deve a alteração radical do ambiente de conhecimento na sociedade. A possibilidade de comunicação a distância muito para muitos, desintermedia gerências e departamentos. Facilita a troca de registros (resultado do trabalho intelectual) entre os pares, ganhando velocidade e agilidade para estar no mesmo ritmo lá de fora. Assim, o modelo de gestão da empresa se horizontaliza ainda mais e muda-se a forma de trabalho, para algo mais aberto e transpartente do que o atual. E, portanto, altera-se basicamente, no vácuo, a gestão da própria organização. Nasce daí uma nova empresa;

2- Muda-se a forma de trabalho. Hoje, o empregado eu-labora, não co-labora. Produz o seu trabalho no seu HD ou em diretórios fechados, não disponíveis para o resto da organização poder agregar valor sobre cada registro, em departamentos feudalizados. Perde-se velocidade, dinamismo. Cria-se redundância, desperdìcio e falta de competitividade. Quanto mais o mundo aumentar a velocidade, mais isso ficará visível;

3- começa com a direção encarando a nova era, sabendo que não se perde o controle no mundo colaborativo, controla-se de outra maneira, de forma mas horizontalizada, mas controla-se. Inicia-se, assim, protótipos em áreas dinâmicas, com profissionais pró-ativos e expande-se gradualmente, a partir das melhores práticas,  para outros setores da empresa. Mas começa-se já. Existe uma fila e lugares e senhas. Qual será o seu lugar no mundo 2.0? Ou não estamos no mundo 2.0? O que nos leva de volta a pergunta inicial: você acredita na nova era?

Não, não é fácil, pois as empresas atuais estão baseadas no modelo vertical do livro, do rádio, da tevê.

Eu publico, falo ou transmito para a massa.

Eu-massa.

Agora, é massa-massa.

Uma mudança assim não acontece sempre na sociedade.

Algo similar ocorreu, a partir de 1450, com o surgimento do livro impresso, que moldou nossa civilização moderna, assim como a Internet vai moldar a futura.

Ou seja, é preciso ter uma visão ampla para encarar de frente o desafio!

Você olha para o lado e ainda não vê exemplos suficientes no Brasil, talvez a IBM ou o HSBC.

Mas vamos esperar, dar tempo ao tempo? Amadurecer mais?

Porém, um processo com este demora anos para se consolidar, pois é mudança cultural cognitiva, esperar é deixar para começar lá na  frente quando muitos perceberão o movimento antes.

E vão ver as oportunidades decorrentes  primeiro.

Não, não acredite nisso tudo sem questionar.

Mas, ao menos, estude com honestidade e seriedade o problema diante de todos os fatos que se apresentam cada vez mais.

Por fim, a nova geração tem se empenhado para mostrar ao mundo dos adultos como é que se faz trabalha de forma caborativa em rede. Sugiro ter humildade de aprender e transformar o que ainda é brinquedo de adolescentes lá fora em fonte de valor lá dentro.

Foi mais ou menos a política do Obama, ao chamar garotos de 15 anos para o centro de decisões de sua campanha.

Deu no que deu.

Que dizes?

Estive ontem e hoje com a turma do curso de Introdução à Gestão de Conhecimento, na qual há vários
colaboradores da Eletrobrás:
DSCN3898

Da direita para esquerda: Ângelo, José Paulo, Pedro, Victor, Jorge, Guerra, Alberto, André, Vanessa, Eu, Lourdinha, Adriano, Jailza, Marcelo, Ralph, Eduardo, Flávio.

Como contribuição dos alunos:

Os livros que o Alberto me sugeriu:

  • Herbert Simon – The Sciences of The Artificial ( 1969 ) => Simon foi o criador do conceito de racionalidade limitada, que vale a pena conhecer;
  • Sherry Turkle – Life on the Screen ( e outros );
  • Sven Birket – The Gutenberg Elegies : the future of reading in the internet age;
  • Shoshana Zuboff – In the age of the smart machine : the future of work and power ( trabalho de pesquisa extensor ) – década de 80, mas muito atual.

O Adriano lembrou o filme 13 andar, que lembra a alienação do tipo Matrix, vou conferir.

E o Flávio sugeriu:

MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO EXTENSOES DO HOMEM – do MacLuhan.

A definição de Internet e os papos paralelos estão na foto abaixo:

eletrobras:

O que achei que rolou de novo para mim ou se consolidou no diálogo com esta turma:

  • Está mais clara a idéia da dicotomia entre eu-trabalho eu-colaboro. Trabalhar é colaborar junto.
  • Para implantar projetoscolaborativos  2.0, basicamente, deve se procurar uma nova forma de trabalho, na qual os registros produzidos pelos usuários são salvos no espaço virtual da empresa e não em cada HD.
  • Cada registro fica sujeito a todo tipo de ingerência dos outros usuários para ir gerando valor mais e mais, na idéia de informação é um processo e não uma coisa estática.
  • O mesmo digo sobre o conhecimento.
  • Para mim, fica mais evidente mais e mais que a gestão de conhecimento 2.0 é simplesmente olhar para a rede e implantar a forma que estamos desenvolvendo de trabalhar juntos e implantar isso nas empresas.
  • A nova geração já mostrou como se deve compartilhar conhecimento, é ser humilde e seguir a trilha, adaptando para o ambiente das empresas, que tem, por natureza, uma cultura mais sóbria.

No mais, adorei a turma e gostaria de pedir para os alunos para ajudar a complementar, transcrevendo aqui um pouco do que fizemos na avaliação final do que pode ser útil para os alunos que virão e passar as anotações para aqui para ficar tudo registrado, daquilo que pode ser divulgado na Internet, sendo útil, tanto para os que virão na Eletrobras como de outras empresas, sempre polenizando e polemizando. 😉

abraços,

O Titanic foi construído por profissionais e a Arca de Noé por amadores –Duailib & Simonsen – da minha coleção de frases.

Muita gente que não tem blog por não ter tempo.

Na verdade, confunde blog com algo fora da sua vida, do seu trabalho.

Prefere publicar em HD para si mesmo.

É o eu-laboro e não o co-laboro (com mais gente.)

Muita gente diz que não tem blog, pois as coisas ainda não estão consolidadas.

Antigamente, havia periodicidade.

Você consolidava idéias, arte-finalizava e imprimia em um papel.

Era óbvio que um livro ou uma revista precisavam ser “consolidados”, arrumados para publicar.

Existia um tempo da produção da idéia da chegada dela para os demais.

O canal era o do livro e o tempo idem.

Hoje, não mais.

Mas a nossa cabeça ainda está periódica, está no mundo dos livros, ou no máximo, no mundo dos HDs fechados na minha sala.

Ainda a espera de consolidações.

As únicas consolidações reais são:

  • Você vai morrer e não sabe quando;
  • Você é 1/7 bilhões de avos da população do planeta.

Ou seja, seu boeing pode cair, você achar a bala perdida ou pegar a gripe suína doble cheese.;)

E ainda, o que você colocar on-line não fará muita diferença para os outros grãos de areia, o que elimina essa sua preocupação que o mundo vai olhar toda a sua incompletude.

O mundo hoje quer a sua incompletude, é diferente.

Já caiu a ficha que mais vale uma incompletude na mão do que duas consolidações voando!

O Wikipedia é o maior exemplo da incompletude na mão.

E, por outro lado, os que estão em torno agradecem de você tornar o seu HD público.

Quem tem algo na cabeça e publica em HD está cometendo um crime contra si mesmo e todos que o admiram.

Se pode entrar agora, que entre agora.

E vai ajeitando.

A informação é verbo e você constrói on-line.

A velocidade atual pede isso.

Entra quem quer, lê quem acha importante.

Se queres divulgar algo em bloco depois, tudo bem, mas colocar no ar é na hora que está “pronta” para ir on-line.

Alguém disse que ia imprimir minha coleção de frases.

Mas eu atualizo minhas frases quase todos os dias!!!

Imprimir é do tempo periódico.

Coloca a coleção no Delicious e pronto!

Um dia o WordPress coloca os posts em RSS e elas podem ser atualizadas on-line.

Como diz a TIM, “precisamos de mentes sem fronteiras”.

Tira a porteira da sua.

As grandes narrativas são aquelas que nos libertam – José Castello – da minha coleção de frases.

Ando estudando migrar minha coleção de frases para o Frazz.com.br.

Motivo: gostaria de colocar todas as frases novas na lateral do blog e compartilhá-las com o pessoal daquele site que gosta também de frases.

Tenho tentado.

O pessoal de lá até colocou a opção do RSS recentemente, o que foi legal, mas há ainda um problema de conceito que vale para lá e vale para qualquer projeto Web 2.0: o usuário quer liberdade.

Assim, é básico para projetos na rede 2.0:

1- permitir RSS – para que o usuário possa publicar lá e espelhar no seu espaço central virtual, geralmente um blog;

2- é preciso criar um sistema de backup para que ele possa salvar e poder migrar, mudar, sair quando quiser;

3- ter uma url amigável para que ele possa apontar um link, do tipo, frazz.com.br/nepomuceno (hoje é um número, para descobrir o número foi um sufoco.).

4- permitir que os usuários comentem os registros, engrossando o caldo informacional.

No fundo, o recado é: agora se quer liberdade para ir e vir.

As grandes narrativas são aquelas que nos libertam – José Castello – da minha coleção de frases.

Agregar aonde quiser.

Quem ajudar nessa direção, cresce.

Ficam as sugestões.

Que dizem?

Versão 1.1 – 27.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

As redes de conhecimento – hegemônicas, mas heterôgeneas

As redes de conhecimento têm nos mostrado que atuam na sociedade em diversos níveis, um modelo principal, influenciando as secundárias, que os adaptam, conforme possibilidades e necessidades.

A Rede Escrita era baseada no livro que aos poucos foi se disseminado por todo o globo, apesar de atingir cada região de forma distinta.

Nem todos os países, naquela época, adotaram o livro com o mesmo entusiasmo ou da mesma forma.

Quanto mais fechado o regime, menos abertura teve para permitir que novas ideias circulassem.

Quanto menos recursos há em determinada região, mais dificuldade aquela população terá para se engajar na nova forma de produção de conhecimento.

Assim, há uma rede geral que podemos considerar que é a rede de conhecimento hegemônica que tenta abranger todo o planeta, se relacionando com várias sub-redes espalhadas pelas regiões, idiomas, etc, que seguem essa luz principal.

Uma espécie de farol.

Ou seja, apesar de tentar a hegemonia  do modelo, as sub-redes sempre serão heterôgeneas.

Há hoje brasileiros que não tem escrita (tribos de índios isolados na Amazônia), os que têm, mas não sabem ler ou escrever, os que sabem, mas não acessam computador. E aqueles que os têm, mas não têm conexão com a Web. E, por fim, os que as têm, mas não sabem usar.

Não significa, portanto, que que as sub-redes terão a mesma características da principal, mas serão influenciadas por elas, pois a melhor dinâmica atrai instintivamente o ser humano, que  tendem a procurar alcançar a velocidade comunicacional nos ambientes informacionais mais propícios ao seu desenvolvimento.

Em geral, as redes mais novas se proliferam com maior expansão em países com a estrutura de poder mais aberta, que estimula a circulação de idéias e que conseguem transformar estas idéias em produtos e valor, exportando os mesmos para o restante do planeta.

Tendo também um poder aquisitivo da população e conhecimento que facilitam o acesso e o aprendizado dos novos códigos utilizados pela nova rede.

Há, assim, uma relação intrínseca entre o poderio econômico e o domínio mais rápido dessas redes de conhecimento.

Mas como elas mudam ao ao longo da história? Como podemos dizer que aqui começa uma rede e ali termina outra? Há etapas intermediárias entre estas? Como podemos caracterizar uma nova era, como supõe Chris Anderson?

É o que veremos a seguir.

Veja o roteiro.

Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente – Lorde Acton – da minha coleção de frases.

Quando inventamos a representação parlamentar, no século XVIII, com a Revolução Francesa, queríamos desintermediar o poder dos reis.

A sociedade não funcionava, era autoritária, não conseguia andar adiante, pois estava emperrada, pois havia no caminho um monarca, escolhido por Deus, com todas as regalias, determinando as leis a seu bel prazer e interesse.

Resgatava-se ali a ideia de democracia grega, mas com representantes escolhidos pelo povo, pois  já não dava mais para se tomar as decisões na praça, que ficara pequena para o número de cidadãos.

Surgia o conceito da representação parlamentar e da república, como voz legítima dos representados, o que foi um gigantesco avanço, criado a golpes de guilhotina, baseado principalmente pelas novas ideias que passaram a circular no novo ambiente informacional dinâmico proporcionado pelo livro impresso, a partir de 1450.

Hoje, entretanto, questiona-se o já arcaico modelo da democracia representativa atual, por vários justos motivos:

  • a quantidade de pessoas em cada país se multiplicou e por mais que se estruture determinados modelos de representação, sempre estão aquém das necessidades e diversidades dos representados;
  • os parlamentares profissionalizaram-se, se perpetuaram, com um custo cada vez mais alto para conseguir o mandato, afastando mais e mais o cidadão comum daquela casa;
  • em função desse mesmo custo, é comum que defendam os seus próprios interesses para garantir caixa para as eleições futuras  (e  dos grupos que o apoiaram) em detrimento da maioria;
  • e, por fim, ainda (pela falta de outro poder legítimo que o faça)  a legislar em causa própria, como o aumento do próprio soldo, definição de regras eleitorais, etc.

(De certa forma, eles são os reis hoje, os barões, os condes, a defender apenas seus privilégios, em um retorno similar ao da Revolução Francesa.)

Veja matéria que saiu na Folha no último sábado, na qual Torquato Jardim, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) critica a auto-regulação do Congresso e aponta o problema, mas sem ainda apontar um “remédio”:

Para Torquato Jardim, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o “direito eleitoral é o único ramo do direito no qual o destinatário da norma de conduta redige a própria norma”. “O Congresso é uma assembleia de vencedores. E esses vencedores não vão mudar a regra do jogo para perder o jogo, para não serem reeleitos”, diz. Segundo ele, toda vez que a Justiça Eleitoral avança e restringe a ação política, o Congresso muda a lei.

Urge, assim  a criação de um novo ambiente democrático que impeça essa prática!

Hoje, em vários países da América Latina discute-se novas formas de representação. Muitos levando adiante a idéia de consulta direta ao povo. Não é o caso aqui, mas o de refletir de como podemos usar a força colaborativa da Internet para dar mais ainda representação aos parlamentares.

Já que com as novas tecnologias hoje disponíveis torna-se viável propor e implantar um quarto poder da república, acima de todos os outros, que complemente o trabalho do atual Congresso, reunindo de novo o cidadão em torno da nova praça pública, agora, virtual para decidir assuntos, principalmente, aqueles em que os parlamentares legislam em causa própria, tais como: salários, número de representantes  e a maneira pelas quais os políticos são eleitos, trocamd e partido e exercem seu mandato.

Podendo se estender a outros temas com o avanço da prática, sempre em uma relação de voto direto e discussão com parlamentares, em um Congresso 2.0, em constante evolução.

Sim, claro, com direito a debate, informação e, principalmente, voto popular!

Não, repito, não é um movimento contra a democracia, pelo contrário, é o resgate do ideal da democracia grega, francesa, que hoje está cada vez menos representada no modelo parlamentar atual.

Um quarto poder que possa canalizar melhor aquelas demandas que venham debaixo, para as quais o Congresso muitas vezes se torna opaco, dinamizando as mudanças necessárias para o país não emperrar, como vemos hoje.

Um quarto poder para mudar o que precisa ser mudado, sem a necessidade de se abrir mão da atual representação, mas aprimorando-a constantemente.

Hoje, já há tecnologia suficiente para que o cidadão possa votar de casa, do trabalho, de um cibercafé, com segurança, pois se é possível se ter conta em banco pela Internet, votar é algo extremamente simples e relativamente barato, basta certificar digitalmente os títulos de eleitor.

(Pergunte aos especialistas.)

É imoral, sem dúvida, um poder que se auto-regule!

Assim, podemos começar a estudar seriamente a possibilidade de se criar o Wikigresso na república 2.0, ou qualquer nome que queiram dar, valendo a mesma regra para municípios e estados.

O quarto poder, que nos permitirá sair da sinuca de bico que a revolução francesa nos colocou em um país de quase 200 milhões de habitantes mal representados!

Se concordas, como melhoraria a atual proposta?

Vote na enquete e, se gostar, espalhe a idéia:

[polldaddy poll=1780147]

A proposta está sendo discutida também no Blog do Luis Nassif.

E no Webinsider.

Versão 1.03 – 13.08.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

Como evoluem as redes de conhecimento – o livro 2.0

Podemos identificar algumas fases nas redes de conhecimento:

1- fase de laboratório – quando ainda estão em seus estágios iniciais de evolução tecnológica, com uso restrito aos primeiros adeptos. Na rede do um-muitos podemos afirmar que todo o processo da escrita até a chegada do livro impresso pode ser considerado um longo tempo de laboratório, para que aquela possibilidade se massificasse. Assim, como o surgimento do computador de grande porte, em 1940, até o surgimento dos primeiros passos da Web, até à explosão da banda larga, que massificou o muito para muitos;

2- fase de expansão – quando tornam-se comercialmente viáveis, cria-se uma indústria em torno dela, que impulsiona a sua massificação. Em torno do livro impresso, se montou uma indústria de livreiros, que tinham como meta a melhoria da tecnologia para reduzir custos, ampliar os canais de distribuição, criar formas alternativas de venda, como o livro de bolso. O mesmo se deu na rede digital com a indústria do computador e depois da própria Internet;

3- fase de massificação – quando o custo de acesso à nova plataforma cai a determinado ponto que uma grande massa de usuários a adota e se inicia um processo de mudança cultural, afetando a maneira que se organiza a sociedade. Existe neste momento, um determinado ponto de ruptura, em que dada tecnologia consegue dar um salto radical e passar a ser acessível para mais gente. O livro impresso foi esse salto, assim como a banda larga, no caso da rede muitos-para-muitos.

4- fase das mudanças sociais – seguida da massificação, a sociedade após a adoção de uma nova interação a distância começa a circular novas ideias, novos autores, novas filosofias. E ainda novas formas de articulação, possibilitando uma nova maneira de pensar o mundo, o que resulta e propostas de ações concretas, vindas de alguns visionários que “descobrem” o novo meio e propõem mudanças sociais. Lutero é um exemplo clássico, com a reforma da Igrega, seguido das revoluções Francesa, Industrial e Russa, por exemplo.

Não é a tecnologia que afeta a sociedade, mas uma nova forma interativa que permite um outro tipo de compartilhamento de ideias em uma nova velocidade.

(Há fases intermediárias, se quisermos ver com detalhes, como foi o caso dos micro-computadores, o que poderia se chamar de uma mudança incremental-radical, mas não alterando o meior de interação geral.)

São fatores para acelerar esses processos:

1- a  redução de custo de acesso às plataformas;

2- a desintermediação de pessoas, que controlam a rede, de espaço e do tempo;

3- o incentivo ao aprendizado dos códigos de cada nova plataforma.

O sucesso obtido em cada um destes itens definirá a velocidade do processo.

Podemos observar na história que a passagem do livro manuscrito para o impresso se assemelha ao que hoje chamamos de Web 2.0.

Vamos aos fatos.

É bom observar que o  livro manuscrito era caro, demorava muito tempo para ser feito, difícil de carregar, não permitia cópias fiéis, exigia o trabalho de pessoas altamente especializadas, os copistas.

Quando Gutemberg lança os primeiros modelos da prensa o livro despenca de preço.

Para você ter uma idéia na Europa passaram a circular em menos de 50 anos (de 1450 a 1500) mais de 13 milhões de exemplares de livros.

O livro impresso era mais barato, permitia cópias fiéis, eliminou a necessidade dos copistas, sofisticou com diversos formatos, incluindo o livro de bolso.

Naquele momento, tivemos uma mudança incremental na rede de conhecimento escrita.

Uma mudança importante que permitiu que um conjunto enorme de autores pudesse publicar suas ideias, inundando a Europa de um novo tipo de interação, que permitiu a seus contemporâneos questionar diversos poderes estabelecidos, principalmente o da Igreja e da Monarquia.

Os autores não atribuem ao livro impresso às revoluções francesa, americana, industrial ou russa, mas há quase uma unânimidade de que sem aquela plataforma básica não haveria essa possibilidade.

Vamos aprofundar um pouco a mudança incremental entre o livro manuscrito para o impresso, pois ele se aproxima da fase da Web 2.0 que passamos hoje em dia.

Podemos comparar essa passagem ao atual momento com a chegada da Web 2.0.

É um momento similar.

Notem que a rede de conhecimento digital, que surge por volta de 1940 com os computadores de grande porte, passa pelo microcomputador na década de 80, se conecta em rede de forma massificada por volta dos 90 e consegue reduzir para valer o uso, a partir de 2004, com a banda larga.

Um longo caminho.

Tivemos naquele momento da banda larga o fim de uma grande limitação de acesso, assim como tivemos do livro manuscrito para o  impresso.

Diferente de Gutembert, tivemos a introdução da rede a banda larga.

A banda larga traz para a humanidade um acesso distinto, a saber: paga-se um fixo e usa-se quanto quiser e aumenta-se a velocidade do acesso.

Veja que a lógica se inverte completamente.

O usuário quanto mais usa, menos paga!

Se eu pago R$ 70,00 reais e uso 10 horas, eu pago R$ 7,00 reais por hora;

Mas se uso 20 horas, pago R$ 3,50 e assim por diante.

Quanto mais eu uso, menos eu pago por hora.

Abre-se a porteira para o uso com todo o potencial da rede, que era interativa e permitia a interação muitos para muitos.

Assim, a Web 2.0, comparada na historia, é uma mudança incremental na Rede Digital.

Um fenômeno que podemos afirmar que se repete de tempos em tempos.

Que tem como caracteristica principal a redução de custo de acesso à tecnologia, que permite aos usuários um uso mais pleno do potencial da plataforma que sempre ali, mas latente.

Resta perguntar.

É assim que ela se move, mas por que ela se move.

Existe uma regra por trás desse movimento?

Sim, podemos identificar, até o momento, quatro fatores que motivam as mudanças nos ambientes de conhecimento.

São eles entrelaçados:

  • Quantidade de informação;
  • Velocidade da informação;
  • Necessidade de desintermediação
  • E o poder da influência.

É o que veremos a seguir.

Quando respondemos com autenticidade ao presente, impossibilitamos a repetição Carlito Azevedoda minha coleção de frases.

Fui convidado para uma palestra em um Estado do Sul.

Recusei o convite.

Eles que me convidaram com muito carinho, mas  não tinham recursos para me remunerar.

Só passagem, translado e estadia.

Sugeri, então, uma palestra pelo Skype.

Não toparam.

Infelizmente, me enquadro na lista dos pesquisadores independentes, que não têm uma instituição por trás.

Ir para lá, significa não ficar no meu ponto de táxi-consultoria aqui à disposição dos meus clientes, colocar alguém $$$ no meu lugar para minhas aulas, não estudar (que considero parte do trabalho), reduzir o tempo para blogar, etc…

E prevejo que mais e mais será mais caro ter uma pessoa ao vivo e a cores em eventos.

Explico.

Hoje, no meu blog estão disponíveis sem nenhum custo todas as minhas ideias, através de áudios, vídeos, entrevistas e até meu novo livro!

Faz parte da divulgação, do meu marketing, do meu exercício profissional, da junção de forma e conteúdo de um consultor estratégico para uso da Internet, mídias digitais, ou como queiram chamar.

Tudo, na verdade, que pode ser replicado, virar arquivo, perde o valor, já que o preço da distribuição despencou.

Tem que ser de graça para espalhar a marca Nepô.

A palestra, não.

Palestra é algo artesanal.

Exige tempo de dedicação, da mesma forma que uma opinião, um treinamento, uma consultoria.

É de graça o replicável.

E cobra-se o especial e específico.

É a mesma lógica do software livre.

As distribuidoras querem mais que você baixe e use, mas ai de você se pedir treinamento, customização, ajustes e achar que vai ser de graça também.

É aí que rola o dinheiro.

Voltamos com a rede, de certa forma, ao momento artesanal de antes da Revolução Industrial.

Só que dessa vez é o artesanato de massa.

Me impressionou muito ter participado como jornalista do  Congresso que fui ano passado em Nova York da O´Relly, editora de livros técnicos, que colocou mais de mil pessoas para discutir a Web 2.0.

web2

O ingresso era caro e as pessoas iam lá para ouvir, perguntar, trocar entre elas.

Eles têm feito vários destes, em uma tendência forte das editoras de negócios: deixar de ter o suporte livro como referência e centrar o foco nos seus autores/pensadores em eventos de massa.

Discuti um pouco isso sobre o futuro das editoras de livro.

O mesmo ocorre na indústria de música.

Nunca tantos artistas famosos estiveram no Brasil.

Por quê?

Pois agora o negócio é o show e não mais o CD.

O show de massa, com ingresso caro.

Muitos congressos aqui no Brasil convidam, mas não pagam aos palestrantes.

Às vezes, nem a passagem.

Consideram que dá mídia para eles.

O que nem sempre é mentira.

Resultado: quem está com movimento, clientes, tem o que dizer, acaba não indo. Vai quem quer fazer mercado, o que de certa forma esvazia o conteúdo do encontro.

Basta somar 2 + 2.

Muita gente reclama do conteúdo e a explicação é essa.

Cobra-se do público, mas não se paga aos palestrantes!

Em muitos casos, é um show de gente vendendo coisas, mas não trociando idéias abertas.

É um marketing mal feito, digamos.

É preciso mudar essa mentalidade.

Ainda: não adianta chamar também as pessoas para apresentar um Power Point antigo.

Se está na rede e a pessoa repete como um papagaio, para que o encontro?

Pedirá, mais e mais, improvisação, pouco tempo de exposição, nenhum ou quase nenhum slide, e muito dabate para valer a pena o ingresso, o tempo e o custo de deslocamento.

De graça, estou na rede, generosamente, sobrevivendo com meus queridos clientes e compartilhando o que puder com os meus 99 leitores.

Presencialmente, tenho um custo, um valor de me dedicar com carinho àquelas pessoas.

É o custo do Nepô artesanal!

Assim, acredito esse tipo de ficha tem que cair para quem quiser realizar e participar de eventos 2.0, pois:

O de graça hoje mudou de praça!

PS- sugeri a quem me convidou, realizarmos um wikishop, cobrando das pessoas por dois dias de encontro, ficaram de estudar.

É isso.

Concordas?

Versão 1.01 – 13.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

O movimento cíclico das redes de conhecimento – o fator da influência

Bom, analisemos agora o último fator que consigo constatar, até o momento, que move as redes hegemônicas de conhecimento: o da influência.

Imagine a chegada do telefone, ou algo mais recente do fax.

Se uma tia coloca um telefone vai começar a sugerir e a pedir que toda a família o tenha para poder falar de forma mais rápida.

O mesmo com o fax.

Se um cliente tem um fax, vai pedir para o fornecedor que ele o envie a propostas daquela maneira.

O mesmo vale para a televisão ou o rádio (viu aquele programa?).

Asssim, os suportes de comunicação e informacionais ao serem impulsionados para a mudança em função da quantidade do volume de dados, a procura de velocidade, criam processo de desintermediação e tendem a atingir primeiro os locais do planeta, nos quais há uma geração maior de valor, de inovação, de troca comercial.

Estes centros sentem a latência (sentimento indefenido de necessidade inconsciente)  de um novo meio antes dos demais.

E, ao perceber uma nova forma de troca, as adotam rapidamente, criando um círculo de ondas em um lago que vai se espalhando por todo o planeta, reverberando.

Quem não adota o novo ritmo tende ao isolamento (vide Cuba, Irã e China) com a Internet.

A influência da nova velocidade impõe ao mundo um novo ritmo, o que não significa que o mundo está pronto para adotá-la, criando, assim, mais e mais distorções em termos de separação entre países e mesmo entre classes sociais.

Assim, as mudanças incrementais e, principalmente, as radicais ocorrem da seguinte maneira:

  • O volume do sistema de informação cresce e gera uma latência por mudança;
  • Introduz-se novas tecnologias, metodologias para ganhar velocidade para lidar com o aumento do volume;
  • O aumento de velocidade procura criar ações de desintermediação para aproximar o usuário dos registros;
  • E, por fim, há um processo de influência social, dos grandes centros irradiadores para as pontas, tornando gradativamente o novo sistema hegemônico.

As mudanças radicias, como é o caso da Internet, nas redes de conhecimento criam, assim, um aumento da velocidade na troca de informações e, principalmente, um processo de desintermediação, que alteram fortemente a maneira pela qual a sociedade está estruturada.

Inicia-se por uma fase de mudança cognitiva nas pessoas para que se adaptem à nova velocidade e a nova forma de estrutura social, iniciando, a partir deste ponto, uma fase de espelhamento dessas mudanças nas antigas estruturas, baseada na concepção da rede anterior.

Repetindo, o processo visa a hegemonia, mas é heterôgeneo na sua implantação.

O que nos leva a várias questões interessantes com a entrada da nova rede.

O que veremos a seguir.

(Texto ainda por desenvolver.)

Veja o roteiro.

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O texto do podcast:

Dizem que o Rio de Janeiro é lindo.

É, mas tirando a natureza o que sobra?

Você tem olhos lindos?

Parabéns!

Não se orgulhe demais, pois não há mérito pessoal nisso.

No máximo, genético.

Elogio bom é pelo esforço.

Por algo construído no tempo.

Um agrado, um sopro, um reconhecimento, um prêmio para seguir adiante.

Cuidado, assim, para você não parar no espelho dos olhos dos outros.

O falso elogio congela.

Versão 1.01 – 13.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

O movimento cíclico das redes de conhecimento – o fator desintermediação

Já vimos que as Redes de Conhecimento se modificam.

De forma cada vez mais rápida.

E existem dois fatores que determinam essa mudança: quantidade e velocidade.

Mas como se ganha velocidade?

Podemos mudar diversos fatores, forma de administrar, tecnologia, etc, mas sempre na mesma direção: da desintermediação.

Explico: o ato de retirar do sistema elementos que se coloquem entre os usuários e os registros.

Quanto mais rápido for este acesso e, muitas vezes, a retroalimentação (movimento de retorno dos usuários com suas demandas) mais veloz será o sistema!

Ou dizendo de outra maneira: os administradores (aquele que determina como a informação vai circular) do sistema eliminam sempre intermediários, sejam pessoas físicas, metodologias ou tecnologias.

Seja através de novos ambientes em sub-redes (Wikipedia, Youtube) ou reformando os antigos (participação de leitores em jornais), compondo o ambiente geral: a rede de Conhecimento hegemônica.

No momento de crise, é justamente a procura da desintermediação, da retirada do sistema dos intermediários que está a saída.

Como citamos anteriormente, da ficha catalográfica ao jornalista que escolhe as cartas dos leitores.

A importante conclusão com essa constatação é de que o processo de colaboração atual da Internet não é um novo fenômeno isolado, mas, pelo contrário, é regra dos sistemas informacionais que regem nossas vidas, desde as cavernas.

Na crise, alguém será retirado da relação (registro – usuário) para que o ambiente  ganhe velocidade e possa ser compatível com o aumento de volume de informações nele contido!!!

Ou seja, o usuário passa a atuar de forma mais ativa, para se ganhar velocidade e manter o equilíbrio.

Assim, fica mais claro que termos uma enciclopédia coletiva é um gesto necessário para que os verbetes, mesmo que provisórios, estejam lá na velocidade da nossa necessidade.

Mais e mais elementos entrarão no sistema para que ele ganhe velocidade, como é o caso dos blogs, que permite os autores se expressarem de forma cada vez mais fácil e discutir com seus leitores.

A sociedade precisa dessa voz alternativa, produzindo novas idéias para jogar luz nas sombras que a rede da escrita e das mídias de massa nos impôs.

Ou mesmo do recente Twitter que possibilita a criação de micro comunidades na velocidade da luz, bastando colocar o codigo #alguma_coisa, em uma evolução dos mensageiros eletrônicos, agora em comunidades.

É a resposta para a lentidão das listas de discussão, por exemplo.

É interessante constatar que com o avanço da medicina e o término das grandes mortalidades, o ambiente de conhecimento da nossa civilização só se equilibra, através da velocidade e sempre à procura da desentermediação.

Note que o fator gente continua constante para cima. O fator consumo provocado por esse fator, idem.

Colocando todo o peso do equilíbrio sistêmico no aumento da velocidade tecnológica na inovação do ambiente para que ele continue administrado sempre na direção da descentralização.

Mas existe ainda outro fator importante que irá compor o conjunto de mudanças se aliando à quantidade, velocidade, desintermediação: a influência.

É o que veremos a seguir.

Veja o roteiro.

Versão 1.01 – 13.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

O movimento cíclico das redes de conhecimento – o fator velocidade

Ao mudar de forma, as Redes de Conhecimento procuram resolver o problema da quantidade informacional.

Isso foi visto antes, mas ao se modificar o sistemas, introduzindo uma série de mudanças o que se procura?

Arriscaria dizer: velocidade!

Quando um sistema informacional está emperrado, com problemas, a informação não circula na velocidade que os usuários exigem. Há um volume muito grande a ser administrado, introduz-se novas formas, com diferentes possibilidades, para que ele ganhe dinamismo.

O sistema fica com sombras.

Informações, por exemplo, sobre um bairro, uma atividade esportiva, sobre um grupo de pessoas, não aparecem.

Isso mostra uma ineficiência que precisa ser tratada de alguma forma.

A opção, geralmente, é a de eliminar intermediários.

Exemplos?

A bíblia em alemão – elimina-se a necessidade de se ir a Igreja para ter contato com a palavra de Deus, pois anteriormente só o padre sabia latim;

A ficha catalografica nas bibliotecas – elimina-se a necessidade de se perguntar aonde estão os livros aos bibliotecários;

O telefonema direto pessoa-pessoa – elimina-se a necessidade de passar pela antiga telefonista que juntava fulano com beltrano;

O eu-repórter ou o leitor que comenta notícias – elimina-se a necessidade do editor escolher que cartas serão publicadas na seção de cartas e amplia-se o leque de cobertura do jornal, antes restrita apenas ao quadro da casa;

O engarrafado pelo celular – elimina-se o repórter aéreo para que se possa ter a notícia de todos os pontos, na velocidade que o engarrafado exige.

Coloca-se na lista: o desenvolvimento do Linux, o Wikipedia, as redes de troca de arquivos de música, o YouTube, etc…

Ao observamos estas mudanças de forma, elas sempre tendem a gerar mais velocidade na circulação de ideias entre as pessoas, pois quando o usuário passa a se aproximar de outra maneira dos registros e participar mais ativamente do sistema, há um resgaste do equilíbrio.

Assim, o que se procura ao mudar de forma é basicamente o aumento de velocidade da troca de ideias.

E o mais interessante que a mudança sempre nos leva na mesma direção, a um processo de desintermediação.

Ou melhor, o aumento de quantidade, exige mais velocidade e esta é obtida retirando intermediários do sistema.

E aí entra o fator desintermediação, que veremos a seguir.

Veja o roteiro.


Versão 1.01 – 13.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

O movimento cíclico das redes de conhecimento – o fator quantidade da informação

Comecei a trabalhar com a quantidade como variável importante nas mudanças das Redes de Conhecimento, por sugestão do professor da UFRJ/IBICT, Aldo Barreto, cheguei à Galileu, no seu famoso livro “Diálogos”, ele diz:

”(…)  estruturas de armazenagem tendem a crescer em volume periódico e cumulativamente e terão em um determinado momento que enfrentar um problema de forma e conteúdo. A menos que existam estratégias de adaptação, os estoques tenderão a quebrar por seu próprio peso; transformar-se em agregados inúteis de informação por terem um exagerado excedente de informação não relevante”.

É a teoria da similitude.

Ou seja, em um ambiente informacional ao colocarmos mais e mais  informações, em um determinado período de tempo, teremos um problema de administração, que o tornará inútil ou ingovernável, a não ser que mude.

O que diz Galileu.

Ao crescer, ao se chegar a determinado ponto, muda de forma.

O que podemos entender como mudança de forma nas Redes de Conhecimento?

Muda-se:

– ou a forma de controle;

– ou a tecnologia núcleo;

– ou a maneira pela qual o administrador controla o sistema;

– ou a maneira pela qual o usuário usa e participa dele;

– ou todas juntas.

Ou seja, se aplicarmos as ideias de Galileu aos conceitos de Lévy podemos supor que as Redes de Conhecimento evoluem por causa do excesso de informação e mudam de forma como uma forma de retorno de equilíbrio sistêmico.

Mas se olharmos para as civilizações passadas que tipo de aumento de volume tivemos nestas redes?

Só temos duas opções: ou o aumento populacional ou o aumento de complexidade, ou ambos, entrelaçados, o que me parece mais provável.

Assim, é bastante possível, mas de difícil comprovação, afirmar que as passagens tanto incrementais ou radicais da rede se devem ao tamanho da população no planeta.

Quanto mais humanos, mais necessidades;

Quanto mais necessidades mais consumo;

Quanto mais consumo, mais informações entram na roda do mundo.

Quanto mais habitantes tivermos, mais competentes teremos que ser para circular  informações no planeta!

Faça o cálculo.

Hoje, no Brasil, são colocados à mesa, por dia, quase 600 milhões de pratos de comida.

Isso mesmo 600 milhões de pratos de comida para alimentar quase 200 milhões de habitantes três vezes ao dia, fora os lanchinhos e bolos de aniversário. 🙂

Quanto de volume de informação precisamos gerar para realizar a logística dessa hercúlea tarefa?

Se pensarmos a mesma lógica em todo o planeta, basta multiplicar os 7 bilhões por três,  o que nos dará 21 bilhões de pratos de comida por dia!!!

Aumente aí vestuário, transporte, educação, saúde, etc…

Sem falar, que quanto mais gente, mais diferenças, mais complexidade, trazendo além da quantidade evidente o aumento da  qualidade, das necessidades únicas e diferenciadas, complexificando cada vez mais o ambiente.

Muito bem, podemos afirmar, então, que sistemicamente estamos crescendo, estamos morrendo menos, em função da medicina. Nessa fórmula de equílibrio, sobe o volume informacional, mas sem grandes mortandandes de pessoas, como no passado, a pressão para o equilíbrio fica todo na nossa capacidade de fazer a informação circular, mudando o sistema de  forma.

E aí entra o fator velocidade, que veremos a seguir.

Veja o roteiro.

We have always organized ourselves in networks.

We’ve always needed knowledge and information for our survival.

Thus, I don’t think it’s accurate to state that we are the first knowledge, information or networked society.

According to this view, humanity would not have a history.

A new society in which some things that hadn’t been seen before emerged from nothing, as a half-ET giant!

Beware of some US technology authors because they don’t like world history…

Is the giant unknown?

Based on this logic, we are experiencing those aberrations for the first time. In fact, all we are living through has a past.

The Internet is not a flying saucer!

The family is a network.

The company is a network.

Countries are networks.

They are all articulated in a certain way.

Thus, there are networks and networks.

We can say that there is a broader and more general network – the knowledge network – in which there is a prevailing, ever-changing,  and increasingly sophisticated form of information circulation in society. Hence, creating different informational ecologies.

In an arbitrary way, as other cleavages of the past are also possible, we can identify – inspired by Lévy – three large knowledge networks in human history:

  • The oral network – based on speech – allowed networking between human beings in the same location, according to a one-to-one interactive model;
  • The written network – based on alphabets – made possible networking between humans, when the emitter was far from the receptor, according to an one-to-many interactive model;
  • An finally the digital network which begins with the computer, allowing the digitalization of past records. The arrival of the Internet made  possible the interactive model of many-to-many at a distance.

These long cycles enabled advances in society and made up informational environments that supported the neck-breaking population growth, enabling the needed exchange of ideas.

It’s interesting to note that each one of those networks had its own evolution, with a logic, let’s say, quite similar. Their in-depth study will make it possible for us not only to understand certain Internet cycles, but also what probably lies ahead.

There is a logic that is repeated!

Let’s say that each network goes through the following cycles:

  • · A new informational technology emerges in rudimentary form and is utilized by the nerds of its epoch;
  • · An industry or entrepreneurs disseminate the new technology (speakers, scribes, booksellers, computer manufacturers, etc.), reducing the cost of “accessing” the new platforms, as in the case of broadband;
  • · Thus, the new technology becomes massive and it starts to be transformed into culture (see web 2.0 when broadband use became intensive);
  • · Society adjusts to the new form of producing knowledge;
  • · Society is changed.  The human world is shaped by the new form of articulation of the new network. The current case is the articulation of many-to-many.

Advancing doesn't always mean evolution...

  • · Demand for new informational environments to solve past problems increases;
  • · Within this process, a new embryonic network emerges, enriching the previous one in a continuous cycle of change.

Note that networks do not clash, they merge.

In an intelligent way, people use what is best in each one of them, in a wise process of survival.

It seems to me that this logic takes us closer to what is actually happening, enabling us to visualize the future of new forms of articulation. Based on the history of new informational articulations, I assume they will be of the type I-robot (intelligent information agent) and robots-robots (negotiating on our behalf) – but this is matter for another posting.

What do you say?

I complemented this discussion with: Knowledge platforms: decipher me or I’ll devour you!

(More Neposts in English.)

Twitter in English (only to English speakers. Follow me.

Translated by Jones de Freitas.

Edited by Phil Stuart Cournoyer.

This post in Portuguese.

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Pessoal do Globo, não leve a cópia do artigo a mal, mas é noticia relevante!

E divulgação de produto de vocês.

Quem gera o progresso sem dúvida são os criadores, os inovadores, as pequenas empresas e os pequenos empresários, os artistas que quebram paradigmas, os que destroem a “ordem” e a visão reinante, os que se arriscam e mostram o exemploStephen Kanitzda minha coleção de frases.

Aviso que se você quiser visitar o Rio, mesmo com toda a violência, prepare-se: se urinar na rua será multado!

A cidade 1.0, rumo à copa e a olimpíada, te recebe de braços abertos!

O Prefeito já avisou!

Não, não tem lugar para urinar na cidade.

Não, não tem banheiro público.

É cada um por xi².

Não, nem sempre deixam você urinar nos restaurantes.

Sim, na praia pode, lá dentro do mar que um xixi a mais ou a menos, nem vão notar.

É a chamada ordem sem progresso.

Imagina-se, talvez em Marte, que a cidade começaria a colocar banheiros públicos, iria distribuir panfletos educativos em todas as esquinas e depois de tudo estabelecer uma multa a quem, mesmo assim, urinasse na rua, certo?

Não, não é assim.

O prefeito de Paes, parece, que só tem o nome.

(Desculpe o trocadilho infâme, mas pelo menos, que eu saiba,  ainda não tão multando trocadilhos infâmes.) 😉

Ou seja, se vier ao Rio, não venha para urinar, faça tudo que tiver que fazer na sua cidade.

Em caso de bexiga solta ou vontade de beber cerveja ou chope, mete fralda geriátrica na mala.

Vai escassear.

O choque é de ordem!

O progresso vem depois!

Antes que me critiquem: não, não sou a favor de urinarem na rua, mas tenho pena dos motoristas de ônibus, de táxi, dos pedestres que o fazem por falta de opção.

O post foi inspirado no artigo maravilhoso do Kanitz sobre a bandeira nacional, no qual questiona a ordem que altera o produto das coisas.

Veja o roteiro.

A ideia de criar um roteiro, serve para reflexões pessoais e compartilhamento para quem pensa em viver a mesma experiência.

Hoje, 08 de julho, mudei o formato. Resolvi concentrar todo o roteiro em uma página só, facilita em muito a edição. Penso que um livro é uma forma de contar uma estória que está na sua cabeça. Existe o conteúdo do que você já percebeu e uma forma de contar tudo isso.

Achar a forma ideal e dentro de um blog ainda é um desafio.

Reforça um pouco a ideia que hoje a questão da plataforma entra como um elemento importante na comunicação, tornando-a explicitamente tridimensional, como sempre foi: forma, conteúdo e plataforma.

Hoje, 09/07/09 consegui decupar todos os e-mails de todo mundo que postou comentários no blog.

Pedi a todos que entrassem e comentassem o que já estava feito. São os meus leitores mais chegados.

É o primeiro teste do livro.

Dia 13/07/09, o pessoal está entrando para ler e comentar, mas ter tempo para isso é que são elas.

Já recebi bons retornos, principalmente da Ale, que leu com atenção e até fez ajustes.

Parece que a maneira de apresentar os capítulos no blog ainda deixa o pessoal confuso, dei uma nova ajeitada no Roteiro para facilitar, mas não sei se ainda está 100%, vou agora dar uma geral no texto.

Eu  apresento minhas idéias sobre a história da Web, através das Redes de Conhecimento.

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • Pierre Lévy – partindo da história
  • Impossibilidade de pensar a web regredindo dois meses
  • Os recados de um fulano para muitos
  • Os recados dos muitos para muitos
  • Lutero e seus seguidores

Vídeo 1:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=s6z1qO2uMj8]

Como ficou ruim de ver, segue slide:

slide_plataforma

Vídeo 2:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=2zT-NQCxEw8]

Vídeo 3:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=_wE7pOsJVFA]

Como ficou ruim de ver, segue outro slide:

slide2_plataforma2

Vídeo 4:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=F2Q_6SxaUKE]

Detalhes:

O projeto Globo on-line desativou o Globo onliners;

O ICOX não foi adotado pelo ICO, optamos por um blog;

O ICOX pode ser visto em ação no Radiotube em www.radiotube.org.br.


Ouça minha “gengibrada” recente aqui:

professores_redes_sociais

O texto do áudio:

O governo federal  anunciou hoje 4 de julho que vai ddistribuir livros didáticos para qualificar melhor os professores brasileiros .

Nada contra investir na educação, mas é o preciso refletir sempre sobre à eficácia de qualquer açâo governamental nesse estratégico setor.

A distribuição do livro impresso é cara.

E mais: o professor continuará sem trocar experiência com outro professor.

Parece que para o MEC ainda não existe Internet!

Não seria mais eficaz uma rede social – do tipo orkut, um orkut didático, com os livros disponíveis em PDF, áudio e filmes produzido por eles?

Sujeitos  a comentários, notas,  etc?

Seria, aliás, uma forma de colocá-los em sintonia fina com o universo dos alunos, diminuido esse fosso geracional-tecnológico.

Note  que cria uma rede social é um projeto relativamente barato, deixando  o dinheiro dos livros para  garantir mais e mais acesso dos docentes à Internet.

A iniciativa do MEC, a  meu ver,  é típica dese momento de ruptura informacional, no qual muitos ainda estão, infelizmente, projetando o  futuro  com a cabeça na era do Livro.

Andrei Scheiner apresenta idéias sobre Marketing 2.0.

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • Os novos consumidores
  • As quebras de códigos em defesa dos consumidores
  • Me dê o braço e voz
  • Inovação, consumidor e empresas
  • Merecida voz aos consumidores
  • O futuro será o da Inteligência Coletiva?

Vídeo 1:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=qrSBW0kDrLo]

Vídeo 2:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=k1UYxOdWUog]

O vídeo que ele mostra na segunda parte é este:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=PJmuT7bQu_M]

Twitter do Andrei: http://twitter.com/inobvio

Versão 1.02 – 08.07.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

Por que as redes de conhecimento mudam de forma?

(ainda está longo, estou trabalhando nessa parte…)

É fundamental, portanto, que possamos entender a lógica que nos leva a realizar estas mudanças, pois não só poderemos compreender melhor o presente com as mudanças advindas da Internet, como também, conseguir prever melhor o futuro, com o surgimento de outras redes.

De tudo que tenho lido ao longo dos meus últimos 15 anos estudando o tema, posso afirmar, ainda em fase exploratória que:

1-    As necessidades humanas (da comida à pintar um quadro) geram demandas de consumo (é interessante ver os estudos de Maslow sobre as necessidades humanas.);

2-    O consumo gera múltiplas necessidades de informações, cada vez maiores, conforme aumenta a população;

3-    Portanto, quanto mais habitante tivermos no planeta, mais consumo teremos e mais informações serão necessárias para manter o sistema equilibrado;

4-    Quanto mais informações, mas rápidos e sofisticados terão que ser os ambientes de conhecimento, com o surgimento de novas tecnologias informacionais que nos permitam continuar a consumir e, em última instância, sobreviver.

Nessa lógica, há uma relação visível entre o tamanho da população e a chegada da fala, da escrita, do livro manuscrito e impresso, das mídias de massa, do computador e da Internet.

Todas permitindo que cada civilização passada, presente e futura pudessem ir adiante na sua escala de desenvolvimento social e econômico.

(Volto a repetir: não quer dizer que somos melhores, apenas mais eficientes.)

Assim, na escalada humana de milhares de anos, da África à Globalização, do Ártico à Marte, podemos perceber a nossa busca pelo aumento de velocidade na troca de idéias, a partir da sofisticação gradual dos ambientes do conhecimento.

Quanto mais habitantes tivermos, mais competentes teremos que ser para circular  informações no planeta!

Faça o cálculo.

Hoje, no Brasil, são colocados à mesa, por dia, quase 600 milhões de pratos de comida.

Isso mesmo 600 milhões de pratos de comida para alimentar quase 200 milhões de habitantes três vezes ao dia, fora os lanchinhos e bolos de aniversário. :)

Quanto de volume de informação precisamos gerar para realizar a logística dessa hercúlea tarefa?

Se pensarmos a mesma lógica em todo o planeta, basta multiplicar os 7 bilhões por três,  o que nos dará 21 bilhões de pratos de comida por dia!!!

Sem falar, que quanto mais gente, mais diferenças, mais complexidade, trazendo além da quantidade evidente o aumento da  qualidade, das necessidades únicas e diferenciadas, complexificando cada vez mais o ambiente.

Uma questão imediata é: mas esse crescimento é igual em todos os cantos do planeta?

Não, a história tem demonstrado que existem centros desenvolvidos, nos quais estão concentrados as inovações do planeta.

Estes centros pode ser as empresas do Vale do Silício, um centro de pesquisa indiano, ou a Embraer no Brasil.

Estão dispersos com um volume mais concentrado nas regiões, que concentram o desenvolvimento do planeta.

Foi assim no passado e é assim atualmente.

Nestes centros inovadores, a demanda pelo aumento da velocidade informacional é maior. São eles os primeiros a perceberem o potencial das novas tecnologias e a os benefícios do novo fluxo.

Ao aderirem, como uma pedra que cai no lago, as ondas vão se espalhando com intensidades diferentes nas “praias mais calmas e remotas”  em todos os recantos no planeta.

(Veja que no Irã, no Brasil, na África e na Noruega o uso é distinto e ainda diferenciado em cada uma das regiões em cada um destes países.)

Estes centros inovadores, cada vez mais globalizados, sentem de diferentes maneiras o novo ritmo do aumento desse volume informacional planetário e, para se manterem competitivos, estão mais abertos para adotar estas novas tecnologias.

A partir daí, aderem, alteram e passam a emanar, como um farol, uma luz que passa a ser observada pelos demais recantos.

Não é necessariamente nessas regiões que as novas tecnologias são desenvolvidas.

O Linux, por exemplo, é filandês; o ICQ, israelense.

(É interessante que o livro impresso foi fruto de um sonho empreendedor de Gutenberg, que apenas queria vender bíblica na porta da igreja.)

Mas, pela sua carência de velocidade do aumento do fluxo, ao perceberem o potencial, as abraçam e passam a criar um novo paradigma, como uma locomotiva, puxando todos os vagões.

E, de uma forma, ao contrário, os sistemas fechados, hierárquicos, como é o caso de Cuba, da China ou Irã, tendem a rejeitar e combater o novo paradigma informacional.

Assim, a Internet, apesar de ter nascido de um projeto americano para evitar ataques nucleares, não se espalhou e teve a adesão do planeta à toa.

Há, antes de mudanças nas redes de conhecimento, uma latência informacional oculta que, como uma barriga que ronca de fome, só pode ser medida depois que o prato está na mesa e se vê a fúria de quem se alimenta.

Ao analisarmos a explosão do Youtube, Flickr, Orkut, blogs podemos constatar como a mídia e a indústria cultural do livro gerava sombras e demandas reprimidas.

O quanto o humano do século XX estava amarrado e faminto com jornais, rádios e tevês que, no máximo, abriam um espaço limitado, amarrado e moderado de carta dos leitores.

A humanidade para sobreviver precisa se expressar, conhecer o que os outros pensam, circular idéias, discutir, denunciar injustiças para manter um grau de inovação que possa atender às nossas demandas cada vez maiores e variadas.

A rede veio, assim, para equilibrar o nosso planeta numeroso!

Do mesmo jeito que a fala veio melhorar o grunhido; a escrita à fala. O livro impresso o livro manuscrito, e deste a mídia de massa e depois o computador.

Cada um cumprindo um papel distindo e criando novas e mais dinâmicas redes de conhecimento para atender às demandas de cada civilização.

vêm para equilibrar essa carga de informação gigantesca direta e indireta, que envolve toda a logística necessária para realizar essa sobrevivência material e cognitiva humana para garantir nossa vida de século XXI, da vestimenta aos deslocamentos; da educação, ao entretenimento.

Que se inicia nos centros dinâmicos e reverbera em toda a humanidade.

Não, não há retorno nessa escalada.

E talvez seja essa a nossa mais difícil tarefa neste momento.

Estamos à beira de uma grande mudança na civilização.

No início dessa passagem e não podemos falar de futuro nem próximo nem distante, sem levarmos em conta as mudanças nas redes de conhecimento.

Que, diferente do passado,  mudavam de forma lenta.

Como tudo, agora estão presentes e passaram até a ser versificadas, como softwares: Web 1.0, 2.0, 3.0, etc…

Não é possível, assim, pensar estrategicamente nossa carreira, nosso futuro enquanto país ou planeta sem nos colocarmos dentro desse processo mutante.

Qualquer possibilidade, aumentará, em muito, a taxa de erro.

Só há uma possibilidade de reduzir esse ciclo voraz e veloz.

Se, como no passado tivermos mega tragédias (gripe Espanhola, grandes guerras. etc) e (vira essa boca para lá) perdemos bilhões de vidas, não voltaremos para trás, mas o ritmo das mudança.

Criei uma lógica matemática para tangibilizar melhor a idéia do que ocorre em cada pequeno ambiente informacional e no mais geral planetário.

Quanto mais informação tivermos (IxQ) mais velocidade precisaremos, da seguinte forma:.

I x Q = V

I= Informação

Q = Quantidade

V= Velocidade (da troca de informações entre os participantes do ambiente.)

Quanto mais quantidade de informação tivermos em um dado ambiente de informação, mais velocidade será necessária para manter o sistema equilibrado.

E o que seria essa velocidade?

A possibilidade de circular com facilidade os dados, com cada vez menos intermediários.

E aí entramos na discussão atual.

Ou seja, precisamos tirar do caminho os intermediários para que o sistema se equilibre.

No campo das suposições, podemos dizer que quanto mais o volume de dados (o que também inclui qualidade e diversidade dos agentes que participam da rede), mais rápido  precisarão circular.

Na aplicação de um sistema geral da informação, que abrange todo o planeta, podemos dizer que o  aumento da população, gera mais consumo e, por sua vez, mais demanda de informação, com impacto maior nos centros de produção de inovação, expressa na lógica abaixo, na qual a população (P), gera Consumo (C) e, por sua vez, demanda mais informação (I):

P x C = I

P – População

C – Consumo

I – Informação

Assim, teríamos para explicar a explosão da Internet a seguinte lógica:

P (população que cresce cada vez mais e morre menos gente) x C (consumo que se expande na mesma proporção)= I (gera um índice de informação) / I (esta informação) x Q (cada vez maior)= V (demanda a velocidade da troca de informações para sobrevivermos.)

Comecei a desenvolver essa lógica, quando por sugestão do professor da UFRJ/IBICT, Aldo Barreto, cheguei à Galileu, no seu famoso livro “Diálogos”:

”(…)  estruturas de armazenagem tendem a crescer em volume periódico e cumulativamente e terão em um determinado momento que enfrentar um problema de forma e conteúdo. A menos que existam estratégias de adaptação, os estoques tenderão a quebrar por seu próprio peso; transformar-se em agregados inúteis de informação por terem um exagerado excedente de informação não relevante”.

É a teoria da similitude.

Pude observar esse fenômeno, na prática, em função das minhas observações, a partir do projeto da abertura para colaboração das notícias publicadas no Globo On-line – que acompanhei de perto – e, principalmente, em função das conversas com Aloy Jupiara, um dos coordenadores do projeto na época.

Ele me descreveu como foi o processo de permitir comentários naquele veículo.

1)    O Globo viu lá fora nos centros dinâmicos uma mudança com a chegada do “Jornalismo participativo”, “Jornalismo Cidadão”;

2) a partir dessa percepção de fora para dentro, e do sentimento de que para realizar uma cobertura numa cidade de 6 milhões de habitantes, (Rio) cada vez mais difícil – em função de uma quantidade cada vez maior de fatos a serem cobertos – manter a prática do jornalismo tradicional. Precisavam mudar algo;

3)    E perceberam que era necessário – para não perder o bonde da história adotar a nova metodologia de participação.

Abriram as matérias para comentários e mais e mais leitores entravam para opinar, e depois enviar fotos, vídeos e textos, o que os obrigou uma nova forma para gerenciar aquele conjunto de informações, não mais vindo de fora para dentro, mas de fora para dentro também.

Aloy ficava até de madrugada “fiscalizando” os comentários.

Até que um dia não conseguiu mais (faltaram cabeça, troncos e membros) e resolveu “pedir ajuda” para um novo tipo de modelo informacional.

Neste momento, também baseados em experiências externas, resolvera introduzir (como previa Galileu) uma nova forma de gestão do ambiente.

Incorporaram também na fiscalização a participação dos usuários , através de denúncias dos comentários indevidos (racistas, agressivos, mentirosos) e filtros de palavrões, ambos aplicativos desenvolvidos internamente e incorporados ao software do jornal.

Na verdade, ali a teoria de Similitude de Galileu “batia”: quando o volume aumenta, é preciso mudar de forma de gerenciamento.

Saíam de um jornalismo 1.0 (Um-muitos) para o 2.0 (muitos-muitos).

Qual teria sido o fator preponderante nessa mudança?

Intuo que se baseou na necessidade básica de mudar de forma, através do aumento da velocidade da troca de informações, abrindo para comentários, eliminando um intermediário, possibilitando um novo equilíbrio sistêmico.

Assim,  o item mais evidente, a nova forma do novo ambiente (citada por Galileu) necessária para manter o equilíbrio era aumentar mais e mais a velocidade do fluxo interno  para que a informação fluísse.

Esse recurso era a única variável possível para equilibrar o ambiente.

A cidade só cresce, os leitores idem, as demandas também.

Ou se aumentava a velocidade, retirando intermediários, ou o sistema entrava em colapso.

(Obviamente, que existem muitas formas de aumentar a velocidade, mas a mais radical é a de eliminar etapas.)

Algo similar ocorreu com o surgimento do livro impresso, se repete agora com a Internet.

E se verifica em diferentes situações na sociedade como veremos a seguir.

Veja o roteiro.

Versão 1.06 – 13.08.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

A anatomia das redes de conhecimento

De forma clássica e inspirado por Pierre Lévy, identificava claramente três grandes redes de conhecimento na história humana, tendo com núcleo central uma tecnologia cognitiva:

Rede Oral – baseada na fala – que permitiu a articulação entre os humanos no mesmo local, num modelo interativo um-um, no qual era necessário que “eu e você” estivéssemos na mesma caverna;

Rede Escrita – baseada nos diferentes tipos de alfabetos – que permitiu a articulação entre os humanos , no qual eu posso me comunicar contigo sem estar presente no mesmo local,  num modelo interativo um-muitos, do qual o rádio e a tevê ampliaram o alcance do livro sempre na mesma lógica: eu mando e você recebe.

E, por fim, a Rede Digital, que se inicia com o computador de grande porte em 1940, digitalizando os registros do passado e permitindo o modelo interativo muitos-muitos a distância, com a chegada da Internet, em 1990, que possibilita, pela primeira vez, a conversa de todos para todos, cada um em sua própria “caverna” em mensagens abertas que podem permitir a agregação ou modificação de seu conteúdo, preservando os rastros digitais daquilo que vamos trocando.

redes_digitais

(Note que a rede Escrita engloba o rádio e a tevê, talvez o nome possa evoluir para ficar mais claro esse potencial, mas manterei por enquanto dessa forma.)

Mas, apesar de ser um bom parâmetro, e um critério de classificação havia sempre um porém.

Como inserir nestas redes o Rádio e a Televisão, por exemplo?

Ou seja, o que observo é que qualquer teoria deve servir para facilitar nossa olhar sobre o real e conseguir ser coerente ao analisar todos os fatos do objeto estudado.

De fato, estas tecnologias marcam e possibilitam esse tipo de rede, mas, como o próprio Lévy destaca, há em cada uma das redes, ou mesmo fora delas, tipos de interação (um-um, um-muitos, muitos-muitos.).

Assim, podemos supor que as redes de conhecimento podem ser melhor delineadas se, ao invés de analisarmos as tecnologias, nos atermos as mudanças destas interações a distância.

Ou seja, a escrita possibilita a comunicação do um-muitos e se expande ao longo do tempo, até se massificar com o livro impresso. O mesmo se dá com o computador, que digitaliza os registros, mas se massifica e se expande com a chegada da Internet, inaugurando o muito-para-muitos a distância.

Dessa maneira, acredito que fica mais aderente apresentarmos um novo quadro das redes, não mais preso a uma dada tecnologia, mas as mudanças culturais em larga escal de um novo tipo de interação, tendo assim três grandes redes no passado e apontando para uma nova, a dos robôs inteligentes no futuro, como vemos abaixo:

O quadro acima acredito ser mais exato com o que acontece no mundo.

A forma de comunicação um-um continua a evoluir a ser adaptado dentro dos novos ambientes informacionais em um processo contínuo, como foi a criação do telefone e depois do Skype, por exemplo.

É uma continuidade importante, mas que, além destas inovações, existem outras que alteram a interação a distância, que poderiam ser considerados saltos radicais, ficando o avanço pequeno, como saltos incrementais, constituindo todo um novo ambiente.

Desta forma teríamos a rede do um-um, a rede do um-muitos e a rede do muitos para muitos, caracterizando cada uma destas redes, a partir do momento que dada tecnologia alcança um custo reduzido, facilidade de armazenamento e de uso, que permite o acesso as ideias, a partir de um dado, suporte a um conjunto cada vez maior de pessoas.

É interessante observar que  nas cavernas tínhamos uma forma de comunicação (um-um) eu falo e você escuta, mas sempre no mesmo lugar. Mas havia também eu falto para todos (um-muitos). E o muitos-muitos, quando todos falam em volta da fogueira.

Ou seja, as três alternativas de comunicação já estavam ali nas cavernas. O que fizemos ao longo desse tempo, durante milênios, foi tentar construir ferramentas informacionais que nos permitissem realizar as mesmas atividades das cavernas, mas só que a distância.

Ou seja, a escrita e os meios de massa conseguiram levar a palavra oral e até os gestos para o mundo exterior.

Eu posso, ao escrever um recado, me comunicar com você sem estar presente.

Ou em um jornal, atingir a uma massa de pessoas da mesma forma.

Assim como em um programa de rádio ou de televisão.

E a rede digital possibilitou a distância conversa muitos para muitos.

Assim, podemos afirmar que as redes de conhecimento sempre procuraram desintermediar espaços e algumas vezes o tempo.

Conseguir levar o que só era possível em determinado lugar erspecífico para outros.

Expandido as três formas de comunicação locais (um-um/ um-muitos / muitos-muitos) para além dos limites físicos.

O computador em rede abre a possibilidade de termos conversas em grupo para muito além do espaço das cavernas.

Ou seja, aos poucos conseguimos ampliar nosso potencial da caverna, estendendo aquele espaço para todo o planeta.

Alargamos as paredes, em função do crescimento da população do planeta, que exige velocidade nessa comunicação, como veremos mais adiante.

Existe, entretanto, fases distintas pelas quais estas redes surgem, evoluem e se massificam.

É o que veremos a seguir.

Veja o roteiro.

Morreu no sábado à noite aqui no Rio de Janeiro a professora de computação da PUC-RJ, Cássia Baruque.

cassia

Ela entra na galeria das vítimas da área de tecnologia assassinadas nesta cidade nos últimso anos.

Além de nerd, era poeta e música.

Entre elas eu ainda lembro do Jaime Teixeira Filho, estudioso das comunidades virtuais, com livro escrito.

Uma cabeça importante para nos ajudar a entender a Internet.

Virou pó.

Morto vítima de assalto em Niterói.

Fernando Villela, Fervil, editor de vários jornais on-line, que conheci pessoalmente, uma pessoa inquieta, empreendedor, gente fina.

Virou pó.

Morto quando saía do trabalho, dentro do carro, no Santo Cristo.

Todos assassinados.

A Guerra Civil fazendo vítimas em todas as áreas, de todas as cores, de todos os gêneros, de todas as classes sociais!

A família da Cássia publica a seguinte carta no Globo de hoje:

cássia_blondet

A família afirma que estamos vivendo um grande vídeo-game e não há mocinhos no jogo, só bandidos.

Estamos alienados, passivos, tontos dentro de um joguinho, cercado de fantasias de todos os lados, incluindo a ilusão de que a Internet vai nos salvar de tudo isso.

Não vai!

Ela é meio e não fim.

A bala que entrou no peito de Cássia era off-line!

Não era de mentirinha.

A vida dela acabou, assim, como um passarinho que para de cantar, saindo de uma festa, depois de um bom papo com os amigos.

No mesmo dia, no mesmo jornal, a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, principal candidata à presidente do país-matrix, mente na rede social do Currículo Lattes, na qual os pesquisadores brasileiros colocam por eles mesmos suas informações, de forma ética.

Mentir ali é trair o conceito básico da Internet.

Ainda mais vindo da segunda autoridade hoje do país.

Ela não faz doutorado e nem tem o mestrado que afirma ter.

dilma

No jornal afimam, não se sabe quem atualizou o currículo da ministra.

A senha e login são instraferíveis e de responsabilidade do pesquisador!

O que faz o Ministério Público, o CNPq, a Capes, a SBPC, as associações dos docentes, a Universidade na qual a Ministra mentiu descaradamente?

(Não, isso não é papo de gente do PSDB, é papo de gente que tem assistido pessoas – conhecidas ou anônimas – morrerem na rua todos os dias e abrir o jornal e só receber notícias de falta de ética e moral vindas de Brasília!)

Aparentemente, um fato não tem nada a ver com o outro.

Mas se a Ministra que vende a imagem de durona, inflexível, que estoura contra tudo e contra todos, a favor do país e contra a corrupção, inicia sua candidatura desse jeito, estaremos bem arranjados.

O exemplo aqui vem de onde?

Como diz  escultor ecológico Frans Krajcberg que vi num curta no Cinema Estação, ao falar sobre a destruição da Amazônia, ele diz:

A passividade do brasileiro é chocante!

Não, não vou propor sairmos todos de branco pedindo não à violência na praia, depois irmos tomar um chope e fechar o dia com uma partidinha no pay-per-view do Flamengo.

A Cássia não morreu por causa da Dilma, mas por causa de nós que somos passivos.

A Dilma não mentiu no Lattes por não ter ética, mas por achar que se fosse descoberta não daria em nada, pois ela sabe que nós somos passivos.

O movimento de mudança é individual, desculpem.

Repito: a luta contra a passividade é pessoal e intransferível.

Começa a cada dia, na batalha de cada um para ser.

Na sua profissão, na relação com seus filhos, na maneira que você trata os outros na rua.

E isso vai crescendo de dentro para fora.

Não adianta se mexer depois de uma morte.

Temos que nos mexer todos os dias de manhã para sermos melhores e multiplicar esse movimento.

Aí temos mudança para valer.

Enquanto estivermos entregues às nossas pequenas compulsões individuais, deixando tudo de lado para continuarmos nesse grande víde-game, não esquentando a cabeça e reclamando DELES, tudo fica igualzinho.

Mais Dilmas mentirão impunes e mais Cássias morrerão no vídeo-game nos quais as balas são achadas.

Nós todos somos tão culpados quanto ELES  pelos dois fatos descritos neste post!

Desculpe Cássia!

É muito bonitinho ficar lembrando os Twitteiros de Teerã, aquele país distante.

Mas o que fará a comunidade blogueira e twitteira brasileira para protestar pela morte de mais uma pessoa da tecnologia, entre tantas que já morreram de todas as áreas?

Nada?

O que faz a comunidade Twitteira e blogueira nacional contra a mudança da Dilma no currículo Lattes, atacando o principal nas redes sociais, a confiança.

Nada?

O pessoal aqui está preocupado em “construir a rede”.

Que rede?

A de dormir?

Galera, desculpem:

Teerã é aqui e agora!

Estou com vontade de escolher alguns projetos sociais para sugerir para  alunos, ex-alunos, amigos um estudo para aprofundar o trabalho de Inteligência Coletiva.

Aqui vou colocar os projetos sugerindo que sejam estudados e surjam propostas para melhorar o uso das redes colaborativas neles.

As sugestões são feitas e enviadas para os coordenadores.

Aberto a sugestões:

Henrique Antoun apresenta idéias sobre a Web 2.0 e brinca com a maneira curiosa das abelhas e da Coca-Cola!

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • Sistemas complexos e criaturas vivas;
  • Sistemas complexos adaptativos;
  • As abelhas, o açúcar e a Coca-Cola;
  • Código embutido na interface;
  • Recortes de acordo dos nossos interesses;
  • Mediadores sociais e locais de mediação;
  • Lutas e redes sociais;
  • 80% – 20% – Pareto atualizado;
  • A estação de Quixeramobim e o Google.

Vídeo 1:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=6K1qAEot7Fs]

Vídeo 2:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=oz7pidEQMEo]

Vídeo 3:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=MKDvJshAo7c]

Vídeo 4:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=vI6wW32aJlU]

Versão 1.1 – 08.02.10 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

As redes de conhecimento – o núcleo tecnológico

As redes de conhecimento, informação e comunicação são formadas no seu núcleo por tecnologias de informação e comunicação.

Sempre há ali uma tecnologia-básica (mãe, matriz, baixa, um suporte operacional) sobre a qual  a sociedade passa a circular prioritariamente suas ideias.

São várias tecnologias em paralelo, mas as mais dinâmicas e ágeis tendem a se tornar preferenciais pelos resultados que apresentam.

Podemos citar como estes núcleos a fala, a escrita e tecnologia digital.

A fala podemos considerar uma “tecnologia biológica”, já que demoramos vários anos para desenvolver músculos e ossos para poder emitir sinais sonoros compreensivos pelos outros.

A escrita que nos permitiu “deixar recados” para pessoas que estavam distantes dos emissores, eliminando a necessidade de todos estarem no mesmo lugar, que, ao mesmo tempo que inventou o “recado” a distância, possibilitou o início do registro da memória humana, através dos rabiscos em paredes, pedras e depois em livros manuscritos e impressos.

Antes da escrita, morria-se um idoso, enterrava-se uma biblioteca.

A escrita nos permitiu recuperar a memória do passado e trazer parte das ideias dos antepassados para as gerações futuras.

Após a fase escrita, inauguramos o mundo da mídia, exportando a voz e a imagem a distância.

E, por fim, chegamos ao mundo digital.

É interessante observar que as mudanças dessas fases não foram similares e ocorreram, através de rupturas, ou continuidade.

Não podemos afirmar que o rádio e a televisão são uma ruptura com o mundo do livro impresso, da mesma maneira que o livro impresso teve sobre o livro manuscrito.

Ou seja, há diferenças qualitativas nas mudanças de mídia e estão centradas naquelas que reforçam por sua característica básica a estrutura de poder e outras, que pelo mesmo motivo, facilitam o questionamento e a reestruturação do poder.

Assim, passei a chamar de mídias de manutenção do poder existente, sem oxigenação social. E mídias que permite oxigenação social.

Vejamos que o livro manuscrito, devido ao seu custo e possibilidade de controle não ajudou a alterar, por ela mesmo, a sociedade.

Diferente do livro impresso, que pelo seu baixo custo, impossibilidade de controle, conseguiu criar novos pólos, vozes, que conseguiram introduzir novas ideias na sociedade da Idade Média.

No fundo, nossa sociedade é filha dessa mídia de oxigenação social, que constituiu nossa Época.

O rádio e a televisão, apesar de serem mudanças de mídia, por sua característica, preço, controle reforçaram quem estava no poder.

Quem conseguiu fazer uso deles, incluindo o jornal, puderam fazer revoluções, mas a tecnologia em si, não gerava, naturalmente, mudanças.

E aí temos essa caracterísitica de mídias de oxigenação social.

Elas, independente dos revolucionários, como vimos no livro, introduz na sociedade essa nova troca de ideias e impulsiona mudanças sociais, a partir dessa interação.

Por fim, a chegada das mídias de massa, que se inicia com a indústria do livro impresso, em 1450, na Europa.

Dão continuidade ao mundo da fala (com o rádio), dos gestos (com a televisão) e do livro impresso (com os jornais de massa e a indústria do livro), mas mantendo sempre um modelo unidirecional de alguém espalhando ideias para vários outros, em mensagens fechadas da saída do emissor até a chegada ao receptor a distância.

O computador, que aparece no planeta em 1940, passa a digitalizar os registros humanos, automatizar processos, se populariza com o micro computador na década de 80 e, em rede, a partir de 1990,  incorpora, pela primeira vez, todas as outras mídias, digitalizando os registros.

A Internet, enquanto plataforma de ideias, inaugura, por fim, uma nova possibilidade de conversa humana coletiva em volta da fogueira, sem limites de tempo ou lugar, basta estar online com as ferramentas adequadas.

E mais é o primeiro meio informacional que nos permite saber não só quem tem acesso ao registro, mas também o que faz com ele, através do histórico registrado nos servidores.

Diferente de um livro, é possível saber a trajetória de um usuário em uma página Web.

Ganha-se o rastro do olhar.

Cada uma destas redes de conhecimento, oral, escrita, digital surge de forma espontânea e vêm sempre no intuito de acelerar a troca de ideias, diminuir o espaço entre as pessoas para garantir civilizações cada vez mais adaptáveis ao planeta, viabilizando atender às demandas da população cada vez maior.

Quanto mais formos, mais dinâmicos terão que ser estes ambientes!

Como vimos, o processo que era mais lento, com a Idade Mídia (note que não é Média), se acelera nas últimas décadas, reduzindo o ciclo das tecnologias cognitivas.

Nos parece crer que a continuar o aumento populacional na atual escala, teremos mais e mais rupturas dentro das redes de conhecimento.

O que durava gerações para acontecer, pode ser visto hoje na vida da mesma pessoa.

(Vivendo, inclusive, um fenômeno completamente novo: os mais jovens dominam primeiro a nova tecnologia e, praticamente, ensinam a seus pais. Talvez uma exceção que passe a ser regra daqui por diante.)

Isso muda bastante a nossa perspectiva enquanto sociedade, pois as rede de conhecimento refletem fortemente na maneira que estruturamos a sociedade.

As redes definem a nossa forma de pensar.

E nossa forma de pensar, define a sociedade!

As redes de conhecimento, portanto, são mutantes, mais rápidas e cada vez mais sofisticadas!

Obrigando que a sociedade toda, aos poucos, siga nessa direção!

Alterando a forma que pensamos e, por sua vez, criando uma nova cultura, que cedo ou tarde tentará espelhar o que temos dentro de nós na formação da sociedade.

Porém, se elas são hegemônicas, pela sua facilidade de uso, ao mesmo tempo são heterôgeneas, formada por uma grande rede e outras sub-redes, como veremos adiante, incluindo um grupo e excluindo vários outros.

A rede, portanto, não iguala os humanos e, muitas vezes, pela sua prática aumenta ainda mais distâncias.

É o que veremos a seguir.

Veja o roteiro.

Contei com a colaboração na revisão deste capítulo de Mônica Lira, agradeço imensamente.

O futuro não acontece simplesmente. Ele é construído. Ele é aberto e não fechado. É divergente e não convergente – Eunice Soriano de Alencar – da minha coleção de frases.

Dizem que o Brasil tem o espírito empreendedor.

Já acreditei nisso, não mais.

Acho que inventamos  o desesperedorismo – um tipo de atividade que os humanos fazem – de forma desesperada – para conseguir sobreviver, contra tudo e contra todos.

O tema me vem de pronto, pois encontro uma amiga no Museu da República que me fala de uma idéia maravilhosa na Web.

Eu, que já tive mil sonhos e idéias, suspiro.

Já rodei meu plano de negócios (vários deles) em investidores e sei hoje que o Brasil decididamente não quer (ainda) novos negócios.

Algumas iniciativas isoladas, mas nada como política estragégica.

O ambiente nos empurra para os grandes monopólios e para o poder do Estado.

A juventude hoje quer um emprego público.

Quem fatura são as empresas de concurso, novos monopólios de ensino.

Um ambiente empreendedor exige:

– Dinheiro barato;

– Investidores criativos;

– Incentivo do Estado;

– Incentivo à inovação;

– Educação criativa e não tolhedora.

Olhem para os lados e notem se há algo assim no horizonte.

Vejam o quadro:

– Temos os juros mais caros do mundo;

– Investidores que exigem retorno semana que vem;

– Um Estado que quer ser o pai e não um parceiro, que quer dar esmola e não ensinar a pescar, que só cresce e não fortalece o social empreendedor:

(“vinde a mim as criancinhas que elas não sabem fazer concurso”;

– Por fim, quem inova é considerado maluco;

– E os poucos que vão e ficam na escola, são doutrinados para serem tapados.

Outra tese: quem passa em concuros públicos é o pessoal da inteligência acumulativa, de dados, não aqueles que têm a inteligência da ruptura, geradores de novos cenários.

Isso é grave!

É o caos do tiroteio de cego na casa da mãe joana!

O Brasil inova mais uma vez: criou o desesperedorismo!

Concordas?

PS – sugiro a leitura do livro “Startup”, de Jessica Livingston, que tem como pano de fundo o ambiente propício à inovação americana. Não é para copiar, mas para pensar.

Versão 1.1 – 08.02.10 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

A bolha do conhecimento

Diferente dos animais, que contam basicamente com o instinto para sobreviver, o ser humano depende da informação, da comunicação e do conhecimento para se manter vivo, desde que desceu das árvores há milhares de anos.

Não, não temos garras, patas, caudas.

Somos basicamente seres culturais encapsulados em ambientes de conhecimento, formando uma grande rede de relações para atender nossas necessidades, das mais básicas, de comer e beber, até as mais sofisticadas, de criar e nos deliciarmos com um belo poema.

Somos, portanto, seres culturais, dependentes da teia do conhecimento para continuarmos no planeta!

Contamos, assim, praticamente com a nossa capacidade cognitiva para nos adaptarmos aos ambientes, através da criação de variadas ferramentas, tecnologias, metodologias que ampliam a nossa capacidade de sobrevivência nesse planeta inóspito.

Se não fosse assim, já estaríamos extintos faz tempo.

Por causa desse nosso cérebro altamente complexo e ainda pouco conhecido, acabamos por nos tornar a espécie dominante, enfrentando do frio do Alasca (com casacos apropriados)  ao calor extremo do Saara (com ar condicionados nos veículos).

(Registro: sermos dominantes, espertos, inteligentes, entretanto, diga-se de passagem, não significa que sejamos, por enquanto, uma espécie sábia.)

Portanto, organizamo-nos, assim, em torno de ambientes de informação, comunicação e  conhecimento, com o intuito de atender nossas diversas necessidades.

Dependemos profundamente, portanto, desses ambientes, que funcionam como verdadeiras bolhas de preservação, através de redes redes culturais: tivemos a rede oral, a escrita e agora estamos a todo vapor na digital.)

Essas redes, entretanto, como imaginávamos no passado, não estão paradas, se movem, andam evoluem gradualmente e, às vezes, como agora de forma abrupta.

Há, assim, por baixo de toda civilização uma plataforma tecnológica, mesmo a rede oral, era a tecnologia da fala, que sustenta a troca de ideias, que evolui lentamente ou de forma abrupta.

(O que parecia montanha virou vulcão! E está soltando larva e cinza para todos os lados!)

É o que tentaremos a seguir.

Veja o roteiro.

Aviso: a Bia demora um pouco para entrar, passa uns vídeos antes.

Bia Martins apresenta idéias sobre a Web 2.0 e fala alguma coisa sobre o Slashdot!

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • Críticas a campanha do Estadão contra blogs
  • Leigos x especialistas
  • A multidão e capaz de gerar contúdo de qualidade?
  • A explosão dos blogs.
  • O Wikipedia x Britânica
  • Como combater erros?
  • Precisamos da volta dos especialistas?
  • Os compiladores, Wikipedia, software livre.
  • Quantos mais olhos verem um programa de computador ele ficará melhor?
  • Como gerar qualidade na web participativa?
  • O Slashdot pode ser um bom exemplo de site 2.0?

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=oyMSkO6dNW0]

Na segunda posto mais sobre o evento.

Temos ainda Henrique Antoun,  Andrei Scheiner e a minha palestra.

Quando novas informações se tornam acessíveis e as circunstâncias mudam, já não é possível resolver problemas com as soluções de ontem – Roger Von Oech – da minha coleção.

Bom, queridos 99 leitores….

…depois de uma boa girada em alguns projetos de empresas 2.0, posso já relatar os sete erros básicos que vejo por ai para serem evitados na hora de tornar a empresa mais dinâmica e compatível com a velocidade do mercado:

1– a direção da empresa deve ter a consciência do processo de mudança que estamos passando. A frase…

“Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época” –Chris Anderson;

deve virar um mantra na organização. Ou seja, não é um uso da mídia 2.0, mas um projeto estratégico para colocar a organização na velocidade da nova era;


2- essa concepção  deve ser alargada e sincronizada para os principais multiplicadores, através de encontros colaborativos (entende-se multiplicador por aquele colaborador pró-ativo e inovador);


3– não faz sentido o projeto 2.0 não ter um planejamento colaborativo. Esse wikiprojeto deve ser fruto de encontros regulares, resultando basicamente na escolha de locais chaves para se iniciar, aqueles que terão  menos resistência, melhores resultados e, por que não,  mais chance de resultados rápidos, incluindo aí as tecnologias a serem utilizadas. Depois de um período, de três a seis meses, avalia-se, aprende-se e expande-se, criando internamente um espaço permanente de debate sobre o projeto;


4- o projeto deve nos setores escolhidos procurar uma mudança na forma de trabalhar. Se não mudar a forma de trabalho não é projeto 2.0. É algo fake, bonito, mas que não vai aumentar nenhuma competitividade. É preciso encarar de uma nova maneira o trabalho (co-laborar = trabalhar junto). Passa-se a “salvar” tudo em  áreas públicas internas, conforme o caso. (Publicar em HD deve ser considerado crime informacional!) . Todos os registros devem disponíveis e sujeitos a comentários, busca ao estilo Google por relevância de mérito, notas de valor, inclusão de tags. relacionamento entre eles, etc. (Não entram na nuvem o que é sigiloso, com critérios bem claros para tudo não virar sigiloso!);

5- cada colaborador deve ter seu espaço virtual interno (o nome pouco importa: blog, mesa virtual, presença digital corporativa) de tal forma que tudo que ele faz está ali concentrado, como também todas as suas áreas de interessse, com tudo que ele coloca sujeito a interação com os demais usuários;


6– da mesma maneira que o colaborador tem o seu espaço, todas as estruturas hierárquicas nas áreas escolhidas para o início devem ter a sua presença virtual, repetindo a máxima do tudo interativo, tendo link para registrar a presença de seus colaboradores, sendo a primeira página desse “departamento 2.0” criadas automaticamente, através de RSS, como um espaço  coletivo de cada espaço  individual. (Mudanças mais radicais no organograma da empresa podem e vão acabar acontecendo mais adiante.);


7- o protótipo da organização 2.0, desta forma, passa a aproveitar tudo: cada trabalho feito, encontro ido, cada visita a sites internos e externos, cada link anotado, tudo deve entrar nas nuvens interna colaborativa e ser recuperável pela sua relevância, com todos os “penduricalhos” que os usuários possam agregar a cada registro, ampliando a relevância;

O objetivo final de todo o processo de passagem para empresas 2.0 é o de potencializar, ao máximo, o trabalho intelectual, que está cada vez mais caro, aumentando a velocidade de troca informacional, por sua vez, ampliando a criatividade e a inovação. Conseguindo, assim, portanto, melhor competitividade no mercado.

É isso para começar….

Que dizes?

Marcos Cavalcanti apresenta a famosa história do Ronco do Boi, na qual questiona o model acadêmico brasileiro. Imperdível!

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • A Universidade está gerando conhecimento?
  • Qual percentual devemos ter de pesquisa pura e aplicada?
  • Os critérios adotados hoje geram inovação?
  • Os fazedores e os pensadores.
  • Os pesquisadores podem estudar apenas o que eles “estão a fim”?
  • Cadê as pesquisas para a vacina da Dengue?
  • Cadê a Sociedade para o progresso brasileiro?

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=EwXzauE92BE]

Amanhã posto mais do evento.

Temos ainda Bia Martins, Henrique Antoun,  Andrei Scheiner entre outros.

Vejam detalhes:

governo20

Curiosidades do blog.

Até o início de julho, estes eram os que tinham tido mais de 300 visitas:

Título Visitas
A diferença entre dado, informação, conh

1,612

Frases

1,450

Dos ordenhadores de vaca a apicultores..

1,156

Agora!

1,027

Projetos

933

As necessidades humanas e as complexidad

738

As redes de conhecimento e os ciclos hum

692

O fim das editoras de livros?

670

A diferença entre o vulcão e a montanha

646

O fim do feudalismo corporativo

560

C@ntat@

499

A sociedade da arrogância

489

Eu_na_mídia

463

Os ecosistemas da informação

423

Twitter não é a casa do Big Brother!

391

Gestão de conhecimento ou gestão na soci

390

Tua cabeça é cheia ou bem feita?

386

Não existe Papai Noel, nem Gestão do Con

383

O Tom Cruise é o Tom Cruise?

352

Aloy Jupiara apresenta o caso do jornalismo participativo no Globo on-line.

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Pontos de interesse:

  • Como gerenciar um volume gigantesco de comentários: auto-gestão ou alguém controlando?
  • Como retirar leitores que cometem comentários indevidos, denunciados por outros leitores?
  • A Experiência do “Oh!My News!
  • Qual o novo papel do jornalista?
  • O jornalista está virando um apicultor?
  • A mediação está embutida agora na Interface?
  • A Ambiência do Marketing e a mídia;
  • A experiência da reunião de pauta do Guardian;
  • O marketing do leite Ninho.

Vídeo 1:

Vídeo 2:

Vídeo 3:

Vídeo 4:

Vídeo 5:

É isso!

Não nos devemos encolerizar contra os acontecimentos, porquanto não se preocupam com as nossas iras – Montaigne, citando um filósofo anônimo antigo da minha coleção de frases.

Não é papo apelativo.

Mas temos a ilusão da eternidade nos olhos.

Nunca estaremos no avião que cai.

Nunca acharemos  a bala perdida.

Nossa vida tem tempo.

O artigo que estamos pensando no ônibus tem tempo.

Tudo tem muito tempo.

Só que a vida, essa que cheira a gasolina, é a vida, que está acesa, mas pode-se apagar, feito vela.

E quando eu falo para os amigos que têm coisas a dizer sobre o mundo sobre criar e passar a produzir em um blog  próprio, vem de pronto:

Não tenho tempo para perder com isso!

E eu respondo:

Onde publicas? No teu HD?

(Já falei mais sobre isso aqui.)

Passes a fazê-lo na Internet e ajude e seja ajudado.

E vem a resposta:

Mas não estou com as coisas consolidadas.

E o que é a consolidação?

Aquela em que escrevíamos com uma data, pois ia para a gráfica?

Aquela em que mudávamos de opinião, mas não tínhamos mais como alterar?

A consolidação é um mito criado pelo suporte do livro e da mídia.

Passou!

O tempo é outro, o conceito de consolidado é algo mais tênue, mais fluido.

O rascunho já ajuda, vai se fazendo junto.

E não de forma isolada, não compartilhada.

É rock e não fado!

Dê um refresh na sua mente.

Reboote-se.

Se o espírito errante relativo de Einstein baixasse agora no mundo, mudaria muita coisa nas suas teorias.

No último dia, na última hora, ele pediu um bloco para ver se ainda melhorava algo.

Ele apenas não teve tempo.

Se tivesse um blog, postava.

E, se não tivesse forças, twittava.

A realidade da vida chegou e disse a ele:

Mermão, o táxi está lá embaixo te esperando, desce. Sobe? (Sei lá)

A tecnologia dos blogs era tudo aquilo que todos os pensadores queriam para armazenar suas idéias, preservá-las dos acidentes de percurso.

Dizem que metade do que da Vinci produziu foi para o lixo.

Ah, se ele já tivesse um blog....

O blog é  muito mais próximo da realidade da vida, dia a dia, ali produzindo, do que uma revista, um livro, ou qualquer outro periódico.

(Isso não quer dizer que você não possa continuar consolidando ainda mais os rascunhos do blog lá.)

Você não é da Vinci, mas dá suas pinceladas?

Corra e blogue já…a vida é estranha.

(Ver conceito de blog no blogsário.)

Nilton Santos defende a sua teoria do “caldinho” e da sincronização na Web.

Palestra feita na ESPM, no 10 de novembro de 2007, que finalmente conseguimos editar e colocar no YouTube!

Vídeo 1:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=GI5JJTP5T8E]

Vídeo 2:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=38Im6R6UFf0]

Vídeo 3:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=0g38dfMMH5Y]

Vídeo 4:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=-1BGm8ZRh-I]

Amanhã posto mais do evento.

Temos ainda Marcos Cavalcanti, Henrique Antoun, entre outros.

Ouça mais um PodCast meu no Gengibre.

gengibre_tridimensional

Veja o triângulo citado no áudio:

Com_tridimensional

Mais áudios meus no Gengibre.

Sustentar-se no consenso geral é precário porque significa abdicar da própria opinião – Gustavo Bernardo, da minha coleção.

É comum quando proponho para alguém abrir um blog, responderen:

“Eu não, não quero estar exposto ao mundo”.

De fato, publicar na Web significa poder estar, potencialmente, virtualmente, disponível para quem quiser lê-lo.

Mas do potencial para o real vai um universo com direito a buraco negro no meio.

O excesso de informação criou uma nova lógica.

  • Antes, era difícil publicar e o pouco que saía, recebia grande atenção.
  • Hoje, é fácil publicar, mas o difícil é ser lido.

Na minha labuta blogueira, posso dizer que existem alguns “anéis” de círculos de leitores:

  • uma minoria talvez não mais do que 20 abnegados, que realmente acompanham meu blog. Leem quase todos os dias, comentam.

Note que eu tenho uns 500 seguidores no Twitter e apenas 5% clicam quando eu aviso de um novo post. Ou seja, ter muitos seguidores é teoricamente bom em termos de marketing, mas, na prática, é um número que não corresponde a uma realidade importante. Muita gente está lá te seguindo por te seguir. Alguns selecionando o que ler, de fato. E outros seguindo tanta gente que fica impossivel ter relevância.

Pergunta-se: quantos seguidos uma pessoa é realmente capaz de seguir?

Veja o retorno que tive com minhas últimas Twittadas, levando-se em conta cerca de 500 seguidores, pela ordem, 8, 25, 34, 29, 41, já que envio sempre pelo TR.im, que me dá essa estatística:

TRIM

A primeira url não vale como referência, pois estava fresquinha, tinha acabado de ser Twittada.

  • identifico ainda uma roda maior que diria que não passa de uns 99 leitores, que vêm com uma certa regularidade, talvez semanalmente, quinzenalmente, ou me colocam em algum leitor de Reader. Ou seja, estão comigo, mesmo que eu não os chame para a roda;
  • outro pessoal, uns 200 que vêm quando eu os estimulo, através do e-mail, via mala direta, ver mais detalhes abaixo;
  • por fim, um outro círculo que vem, a partir de um determinado input, a partir de determinado post indicado por alguém e vai embora.

Nos maiores picos do meu blog cheguei a uns 600 leitores diários.

Quando?

Quando envio para a minha mala direta de mais de 7 mil assinantes, aqueles que me acompanhavam antes do blog, nas minhas colunas em jornais diversos, on-line e off-line.

E ai soma-se tudo:

seguidores assíduos +  eventuais sem estímulo + os que vem pelo e-mail estimulados + os pingados = o público do meu blog.

Assim, publicar, com certeza, não é se expor ao mundo.

Longe disso.

É, de fato, estar potenciamentel “recuperável” ao mundo, via Google, via links, via indicação.

Mas, de fato, é compartilhar para valer com um grupo muito, muito, muito restrito de amigos/colegas/interessados no seu tema, que transitam em torno de seu projeto.

(O interessante que muitos deles nem comentam. Vou começar depois uma campanha sobre isso.)

É viver, na prática, o conceito da pequena grande cauda longa.

Somos muitos no planeta, vários interesses e atividades, com vários nichos.

E em torno deles que devemos procurar o reconhecimento.

É uma meta importante a ser alcançada: um bom blog de nicho com gente realmente interessada.

Estes números acima tendem a crescer?

Sim, realmente a curva do blog tem apontado para isso, mas que vai chegar a um determinado ponto que ele vai  se estabilizar dentro de uma comunidade, desde que o blogueiro sempre esteja em atividade e seja criativo.

Minha meta é essa.

Pouca gente realmente interessada.

Mudei até a maneira de titular meus posts. Antes, eram muito chamativos e começou a chegar um pessoal meio fora do que eu gostaria.

Hoje, é tudo mais light, títulos mais abstratos, étereos, justamente para filtrar.

E não meço o tamanho dos posts, lê quem quer, no espaço que acho que consigo desenvolver minhas idéias.

É para manter o perfil que quero no espaço.

Quem quer quantidade, acaba não tendo qualidade.

Vai da missão de cada um no planeta.

Veja a estatística do meu blog, desde que foi criado:

estatistica_blog

Note que o último mês ainda não fechou.

Portanto, estar na Web, ser seguido, compartilhar é um processo, a meu ver, que deve vir de dentro da necessidade de cada , exercício permanente de reflexão, para fora, atingindo as pessoas que delas se beneficiarão de alguma maneira.

Esse pequeno espaço, que pode se alargar, ou não, com o tempo, deve ser um espaço de qualidade e de diálogo interno do blogueiro com ele mesmo e externo com seus “pares e impares”.

É melhor bons leitores e focados, com os quais você é sincero com você o tempo todo, do que mudar a maneira que você posta, twitta, age só para aumentar um número completamente fake, superficial, sem sentido de seguidores.

Você cresce, mas ao mesmo tempo desaparece, ficando igual a mídia, perdendo-se da missão inicial.

Uma visitante me perguntou, aliás, qual é o seu público-alvo?

Não tenho.

Tenho tema-alvo, o que atrai o público que está naquele foco, diferente de um canal de mídia, que tem que dar retorno de propaganda e marketing.

O blog é o outro lado do disco!

Por fim, veja que tem gente que me segue que tem tantos seguidores quanto seguidos!

Como essa pessoa vai realmente me acompanhar?

Acho que tranformar tudo na rede em uma disputa de números é mais uma forma de nos coisificarmos.

O importante é cada um na sua, focado nas suas necessidades subjetivas e acompanhado e acompanhando aqueles que estão realmente e subjetivamente na mesma viagem.

Isso é fogo, energia, vida.

O resto é fumaça!

Concordas?

In 2007, when I gave my talk on Web 2.0  in São Paulo, Brazil, we took along a young woman in full beekeeper gear to provoke the audience.

Here she is in her gala outfit...

The woman circulated among the audience. Nobody was quite sure how beekeeping rhymed with cutting-edge technology. When Marcos Cavalcanti and I launched our book, “Conhecimento em Rede,” we also put the suggestive drawing of a beehive on the cover.

Later, other books published abroad did the same.

Livro Nepô e Marcos

Book by Nepô and Marcos

We are smarter than me

Why the comparison with bees, ants, and other technological niches?

Basically, this new relation with information envinronments establishes a new form of accessing and exchanging  data with databanks spread all over the world. These databanks contain almost all relevant records for the XXI century.

For a low cost, society can now directly access companies’ databases and internal systems with different functionalities. This new access changes the way we deal with information and, thus, with knowledge.

So, there is a new form of intermediation between the two ends. The distance shrinks and the old gatekeeper, who managed information, is no longer in charge of selecting, filtering and picking what the user needs.

That gatekeeper acted like the cow milker.

The cow milker.

Now society goes directly to the source, not only to collect information, but also to collaborate for its increasing improvement. The social function  of most companies,  institutions, and professionals of diverse profiles working with knowledge is radically changed. 

Look at the figure below:

(Texts of figure translated):

Before the web

Records          Intermediary Society

After the web

Records          Society

Instead of just “supplying” what he knows to others, the cow milker begins to stimulate a better relation between networked databanks and users. This happened mostly during stage 1 of the web.

Now, with active user  participation in complementing those sources, it is high time to stimulate interaction.

The figure of the beekeeper emerges when this interaction is more intense, productive, relevant, and noiseless. The beekeeper reflects the new way society will function, with greater horizontality than before.

Users now not only access content, as in Web 1.0, but in Web 2.0 they also make their own contributions, complementing existing records and adding new ones.

The knowledge professional new social function: the beekeeper

This is a technological change that heavily influences society, altering our culture because once again we are “de-intermediating,” as we did in the past. This process creates a new culture that will have reflections on the form of organizing society.

Organizations will have to adjust to the new paradigm. This happened in the past and will happen in the future.

For me,  if there is an animal to symbolize the XXI century,  the bee takes pride of place.

Do you agree with me?

(More Neposts in English.)

Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

In Portuguese.

Se você tem uma maçã e eu tenho outra; e nós trocamos as maçãs, então cada um terá sua maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho outra, e nós as trocamos; então cada um terá duas idéias, George Bernard Shaw – da minha coleção de frases.

Atualizado no dia 19/11/2010.

Bom, escrevo aqui para você poder utilizar este blog da melhor maneira possível, colocando-o como uma utilidade na sua vida, caso acredite que o conteúdo de alguma forma vai ajudá-lo. Perguntas frequentes: Como estão organizadas as informações?

(Passei hoje a escrever no rodapé dos posts um “Diário de blog“, que seriam as novidades que aquele post representa na minha maneira de abordar determinado problema. É como se fosse uma representação do próprio processo de pensar o blog, dando ao leitor a noção de que conceito ou forma é nova dentro de cada texto.)

Nem tudo é uma maravilha nesse mundo dos blogs AINDA.

Toda vez que posto, tenho algumas opções para facilitar a recuperação:

a) coloco uma tag para facilitar a recuperação, via nuvem de tags;

b) classifico o texto, a partir de uma determinada categoria (estou em uma fase de revisão das mesmas.)

(Se você procurar algum tema e não achar, pode me dizer, comentando aqui neste post.)

Como posso recuperar determinado tema, assunto ou post específico?

Bom, temos a busca, que você pode colocar qualquer palavra-chave como no Google. O WordPress, local no qual este blog está abrigado, não tem, a meu ver, uma boa busca. Por exemplo, as tags que coloco, não são recuperadas.

Ou seja, muitas vezes buscar até no google pode ser mais fácil, coloque lá:

Nepôsts rascunhos compartilhados “a busca que você quer fazer”.

Veja exemplo:

Como posso acompanhar o blog, sendo avisado de suas novidades?

Hoje, existem três possibilidades:

1- via twitter – atualizações diárias manuas, a partir do que eu acho interessante divulgar;

2- via e-mail, atualizações semanais, do que eu acho interessante divulgar – mande e-mail para:

blog_nepomuceno-subscribe@yahoogrupos.com.br

3- via RSS (*) – atualizações automáticas de tudo que sai no blog, independente da minha divulgação manual. Podendo ainda acompanhar também os comentários.

(*) não perca o ótimo tutorial sobre RSS do Rubens do Dicas-L.

Saiba mais, caso não esteja ambientando sobre uso de RSS e Twitter, clicando nos links.

Como comentar?

Os comentários são livres e não moderados.

Portanto, vale tudo, desde que você coloque seu e-mail.

Não mantenho comentários anônimos, pois acho pouco elegante alguém criticar algo, sem ter a fineza de se mostrar.

Quando você coloca uma URL dentro do comentário, o sistema automáticamente coloca para a moderação, uma espécie de anti-spam, não consegui ainda tirar isso.

Mas é só um tempo para que eu entre e aprove. Sugiro sempre que quem gosta, comente, qualquer blog, pois é sempre um incentivo a mais com quem está gratuitamente compartilhando.

Como replicar os textos que estão aqui?

Pode replicar à vontade.

Basta colocar em algum lugar. O texto é do Nepomuceno e o link para o blog dele é tal, apontando para cá. Grato por me multiplicar!

Qual a regularidade de atualizações?

Atualizo todos os dias praticamente, menos nos fins de semana. Meus textos são sempre opinativos, fruto do que leio, ouço, vejo, compartilho. Não faço indicações de sites, raramente coloco textos curtos, pois acho que não é o que sinto vontade, o que não significa que não possa acontecer.

O que mais atualizo no site com regularidade, fora os posts?

Criei três seções:

As Frases – uma coleção de tudo que vejo por aí e acho interessante;

A novela do mundo 1.0 x o mundo 2.0, fragmentos de jornais, de sites que me chamam a atenção, tanto apostando no passado, como no futuro.

E o meu novo livro em construção  “A Internet não é um disco voador”  que estou fazendo abertamente em rede.

Isso pode ser visto toda vez que você entra, através dos links.

Os posts do blog saem em outros veículos de imprensa?

Sim, envio regularmente que me publicam com regularidade:

O Webinsider

O Dicas-L

E o I-Master.

Você costuma escrever sobre a prática de ter um blog?

Sim, os posts podem ser vistos aqui.

Qual o critério que você adota para linkar, apontar outros sites na rede?

É comum blogueiro linkar blogueiro.

Não tenho feito isso. Só indico os sites de pessoas que realmente vão acrescentar algo aos meus leitores.

Acredito que faltam sites ali, mas estou garimpando e se você tiver algum para indicar estou aberto.

Você também tem posts de áudio?

Sim, tenho utilizado o Gengibre. Gravo direto do celular. Utilizo para colocar idéias que me vem aqui e ali. Ao invés de anotar em um papel gravo no Gengibre. Depois, posso desenvolver melhor aquelas idéias em textos e colocar no blog, mas rapidamente já posto na rede e compartilho. Tenho sempre a sensação que algo pode acontecer e quanto mais rápido estiver on-line compartilhado, melhor. Estarei surtando? 😉

Como tem utilizado vídeos no blog?

Bom, tenho dois espaços. Um no YouTube, no qual armazeno os vídeos que vamos criando.

E outro que é um repositório, no qual os vídeos que acho interessantes são armazenados, uma espécie de bookmark, ou delicious dos vídeos. Através do RSS, podemos colocar os vídeos automaticamente também no blog, ver:

E fotos têm também?

Sim, o mesmo princípio, utilizamos o Flickr:

O que são aqueles links no topo do blog?

Bom, ali criei links permanentes para apresentar algumas atividasdes, a saber:

Início – voltar à primeira página;

Agora – agenda do que estou fazendo e farei;

Contato – todas as formas de me encontrar;

Eu_na_mídia – entrevistas que concedi para os mais diferentes veículos;

Frases – coleção de frases que vou coletando em diferentes fontes;

Imprensa – material disponível para a imprensa, tais como fotos e ainda a maneira de republicar meus posts;

Projetos – as atividades profissionais que estou envolvido;

Busca – pesquisa no blog. (A ferramenta de pesquisa do WordPress não faz pesquisa em Tags, o que às vezes dificulta a recuperação.)

Existe algum lugar que eu possa conhecer os conceitos utilizados no blog?

Sim, essa é a idéia do Blogsário. Neste post, consolido os termos para que não haja dúvida do que penso sobre os assuntos, facilitando bastante na hora de redigir novos posts, pois basta linkar para lá e a pessoa pode saber do que estou realmente falando.

Posso saber que livros você pensa comprar ou adquirir?

Pode parecer besteira, mas se vou a uma livraria, seja aqui ou lá fora, via Internet, e vejo um livro interessante na minha área, por que não compartilhar? É uma forma de me organizar por aqui e, ao mesmo tempo contribuir com informação a mais para os leitores do blog.

Utilizo as ferramentas da lista de desejos do Submarino e do Wishlist da Amazon. Não sei se são as melhores, mas são as que estou usando. Sinto falta de um RSS que pudesse colocá-las diretamente na lateral do blog, atualizando a cada livro novo que acrescento. Se achar, mudarei. Dicas são bem-vindas!

Posso ainda acompanhar os seus bookmarks?

Sim, no mesmo espírito. Tudo que você faz deve estar no seu blog! Você organiza a sua vida e, ao mesmo tempo, ajuda a quem precisa. Uso o Delicious.

Você tem um blog pessoal?

Pode parecer estranho, mas este não é para mim meu blog pessoal, mas de trabalho. Tem gente que mistura os dois, coloca foto de filho, diz que está amando não sei quem, etc. Eu prefiro separar as coisas. No meu outro blog falo de coisas fora do trabalho. Não é muito ativo, mas está lá. Dessa forma, meus 99 leitores do blog profissional só recebem informações de trabalho. Quem quiser, outras coisas vai lá. Utilizei o recurso do RSS. Ou seja, todas as novidades de lá vêm automaticamente para a barra lateral daqui.

Se você não é apaixonado pelo que vai fazer, não faça – Charles Geshke –da Adobe System – da minha coleção.

Vida de autônomo é difícil.

Estou nessa batalha desde 1995, quando fundei a minha empresa.

É uma sensação de bombeiro esperando chamada de incêndio.

Tocou o alarme, tem movimento,

Não toca, olha-se para o teto.

Passei muitos anos, assim, como cliente-dependente.

O movimento externo definia meus dias.

Depois que comecei com o blog, desde outubro do ano passado, saí dessa passividade para uma pró-atividade.

Meu blog passou a ser o meu trabalho.

O espaço que estou fazendo indiretamente várias atividades que repercutem positivamente nos meus negócios e na minha vida pessoal e profissional ao mesmo tempo, a saber:

  • criando um acervo on-line para minha consulta, dos clientes, alunos, etc, recuperáveis por buscas, tags, categorias, etc;
  • regando constantemente minha rede de relacionamento com novidades;
  • reforçando a minha reputação dentro e, principalmente, fora da rede;
  • ampliando minha visibilidade Goggleana (palavras-chaves, como escola 2.0, governo 2.0 ou empresa 2.0) já me colocam em boa posição no Google.

Assim, hoje percebo que o adiamento de uma reunião, o protelamento de um projeto que ia começar e foi remarcado, não têm mais o mesmo impacto emocional que já teve anteriormente.

Não fico esperando o alarme tocar para eu me mexer.

Sempre estou aqui pelo blog, ou postando coisas novas, ou arrumando meu acervo, o que me obriga a ler constantemente – ainda mais com o doutorado.

Isso pode ser generalizado?

Não sei, mas ter proatividade, é sempre algo bom, ainda mais para autônomos.

Sem falar de consultores que vendem idéias.

E se isso se refletir num blog, melhor ainda.

Pois se você não está disputando posições no Google, reputação, seguidores saiba que tem muita gente que está.

E quem contrata tende a ser influenciado por isso.

Que dizes?

O Brasil já tem uma população bastante criativa. Basta ao governo deixar os brasilieiros serem quem eles são – Bruce Mau – da minha coleção de frases.

Já fui PT.

Quase da primeira leva.

Hoje, acredito que o fundamental é continuar com a idéia lançada na década de 80, que foi esquecida pelo Partido dos Trabalhadores: fortalecer o poder local, conscientizando as pessoas para exercer plenamente a sua cidadania.

Concordo que:

Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente – Lorde Acton, da minha coleção.

Se é essa regra do jogo, e é fato, é preciso criar mecanismos, através do acompanhamento de quem chega lá, para que, através desse controle, tenham menos espaço para sair do trilho.

Um pouco, usando conceitos de Hans Kelsen, ao apontar a diferença entre a democracia representativa para a democracia participativa.

Hans Kelsen

Hans Kelsen

Aqui, estamos 99% por cento na primeira e 1% na segunda.

O importante agora é começar a crescer a participação cidadã, através da possibilidade que a rede nos traz, na qual esse partido ou movimento deveria apostar.

Cada candidato eleito desse movimento/partido deveria abraçar a idéia de fortalecer e estimular os movimentos cidadãos: orçamento participativo, reunião nos bairros, fiscalização das ações dos governos (como aparece aqui e ali em várias cidades), integrando tudo isso, via Redes Sociais.

O Brasil, como outros países do Terceiro Mundo, vive a fantasia do prazer ilimitado.

E está na hora de introduzir quebras nessa neurose, através da saída da democracia do voto, mas esqueço, do voto e participo.

Ou seja, como aqui é muito difícil aqui alguém conseguir aliar prazer com o seu trabalho.

Trabalhamos sem prazer e procuramos na fantasia social nos preenchermos enquanto pessoas.

O trabalho é alienante.

Em um ciclo viciado para  conseguir sobreviver nessa neurose das poucas oportunidades brasileira, reclamamos das coisas burocraticamente entre os anúncios da novela, do futebol e do BBB, mas nunca conseguirmos sair da passividade para a ação, com raras exceções.

Fica uma frase do escultor ecológico Frans Krajcberg que vi num curta no Cinema Estação, ao falar sobre a destruição da Amazônia, ele diz:

A passividade do brasileiro é chocante!

Ou seja, entendemos mais da fantasia, do mundo paralelo dos “famosos”.  que ocupa um espaço subjetivo enorme,  do que de como funciona todas as objetivas e subjetivas que batem na nossa casa, no prédio, no bairro, na cidade, no estado e no país, a verdadeira realidade.

Estamos no mais fundo poço do Matrix, mas não nos damos conta.

Acredito que há a latência por um novo partido/movimento, que ao mesmo tempo que tenta mudar o país, leva as pessoas juntas nesse processo.

E não: deixa que eu mudo, fica só aí me apoiando de longe, uma atitude conservadora.

O mundo hoje, com seu volume de demandas e diversidade social, pede a colaboração e não um “pai do povo”.

Um idéia de mobilização e ação que não está hoje no horizonte, nem do PT e nem do PSDB, muito menos dos outros.

Uma sigla que aposte na organização social, na cidadania, como elemento base de sua constituição e não como um discurso vazio populista para acumular votos para mais alguns anos no poder, que se viu tanto no atual governo como nos anteriores.

E mais ainda.

Que, além do esforço cidadão, acredite na descentralização do poder econômico do estado provedor para o estado articulador.

Que aposte no empreendedorismo como a grande saída para os jovens.

Saiu no Globo, 20/06/09:

Censo mostra que informalidade reina na favela. No Complexo do Alemão 92,3% dos empreendedores não têm negócios legalizados; em Manguinhos, são 93,5%.

Me alinho com o que disse Edna dos Santos-Duisenberg, no Valor, em 18/06/09:

O Brasil tem uma população extremamente jovem, que esbanja talento criativo e sempre está inventando. Isso precisa ser estimulado pelo governo, que deveria encarar o tema como uma estratégia.

Hoje, um brasileiro sonha muito mais em um emprego público, geralmente para chegar lá e fazer o que ele quer fazer, por fora, não como uma carreira, do que jovens querendo se expandir enquanto pessoas, através de projetos de micro e pequenas empresas, sem falar em cooperativas.

Talvez a idéia até de partido não caiba mesmo, que é algo que divide e doutrina, mas de um movimento amplo de cidadania participativa que nas eleições escolha entre as opções que apostem nessa visão de país.

Mudar com todos.

E não mudar, para melhor, a vida do político, de sua família e amigos.

De qualquer forma, um conjunto de pessoas humanistas que imaginem a grande possibilidade da rede não para transformá-la em mais um canal de alienação, mas que possa aproximar as pessoas em cada rua, conectando estas ao bairro, à cidade, ao estado, ao país e ao planeta.

Utopia?

Que bom, precisamos disso nesse mar de pragmatismos!

Concordas?

Versão 1.02 – 02.07.09 (sujeita à alteração, conforme o tempo permite – geralmente em lan houses e ciber cafés, fazendo hora para reuniões.) 🙂

Ver proposta do livro em construçãointrodução e roteiro.

Texto que faz parte do projeto do meu novo livro.

Como funcionam os ambientes de informação que precisam aumentar a velocidade para manter o equilíbrio?

Diferente dos animais, que contam basicamente com o instinto, o ser humano depende da informação, da comunicação e do conhecimento para sobreviver.

Não temos garras, patas, pulos, caudas, teias.

Somos basicamente seres culturais encapsulados em ambientes de conhecimento.

Contamos, assim, apenas com a nossa capacidade cognitiva para nos adaptarmos aos ambientes, através da criação de variadas ferramentas, que ampliam a nossa capacidade de sobrevivência nesse planeta inóspito.

Por causa desse nosso cérebro altamente complexo e ainda pouco conhecido,  acabamos por nos tornar a espécie dominante, enfrentando do frio do Alasca ao calor extremo do Saara.

(Registro: ser dominante, entretanto, diga-se de passagem, não significa espécie sábia.)

Portanto, organizamo-nos, assim, em torno de ambientes de informação e  conhecimento, com o intuito de atender nossas diversas necessidades, das mais básicas de comer, beber e dormir.

A de sermos reconhecidos e criar de poemas a grafites nas ruas.

Dependemos, portanto, dessas redes de conhecimento, mas, contraditoriamente, não a estudamos com a devida atenção.

Explica-se: elas se moviam lentamente e agora “ecoelharam”. Ganharam velocidade e sem a estudarmos a fundo não poderemos nos preparar  para o presente, muito menos construir o futuro.

Detalhando as redes de conhecimento

Essas redes são formadas no seu núcleo por tecnologias de informação e comunicação, que anteriormente se desenvolviam em um ritmo lento.

Foi assim com a fala, a escrita, tanto com o livro manuscrito, quanto o impresso, com os meios de comunicação de massa.

Hoje, entretanto, com vários fatores, a saber, entre outros:

– Globalização;

– Digitalização dos registros;

– Troca de registros na velocidades das redes eletrônicas, a baixo custo.

Houve uma grande aceleração da troca de idéias a nível mundial, o que resultou em maior interação, que, por sua vez, acelera a inovação e reduz o ciclo dos produtos.

Os ambientes de conhecimento, como todo resto, acelera a sua mudança. Não teremos mais assim rupturas que duravam gerações para acontecer, mas já temos modificações ao longo da vida da mesma pessoa.

Isso muda tudo, pois necessitaremos entender profundamente esse fenômeno, pois sem isso não poderemos traçar estratégias e cenários para o futuro.

As redes de conhecimento, portanto, são mutantes e cada vez mais sofisticadas!

Elas se alteram, pois temos necessidades e precisamos ampliar a velocidade do fluxo informacional para que possamos vê-las atendidas.

Inspirado por Pierre Lévy, podemos identificar claramente três grandes redes de conhecimento na história humana:

A Rede Oral – baseada na fala – que permitiu a articulação entre os humanos no mesmo local, num modelo interativo um-um, no qual era necessário que “eu e você” estivéssemos na mesma caverna;

A Rede Escrita – baseada nos diferentes tipos de alfabetos – que permitiu a articulação entre os humanos , no qual eu posso me comunicar contigo sem estar presente no mesmo local,  num modelo interativo um-muitos, do qual o rádio e a tevê ampliaram o alcance do livro sempre na mesma lógica: eu mando e você recebe.

E, por fim, a Rede Digital, que se inicia com o computador de grande porte em 1940, digitalizando os registros do passado e permitindo o modelo interativo muitos-muitos a distância, com a chegada da Internet, que possibilita, pela primeira vez, a conversa de todos para todos, cada um em sua própria “caverna” em mensagens abertas que podem permitir a agregação ou modificação de seu conteúdo, preservando os rastros digitais daquilo que vamos trocando.

(É interessante observar que  nas cavernas tínhamos o um-um, um-muitos e o muito-muitos, mas  não a distância, o que ganhamos com a escrita e o computador em rede.)

Note também que estas Redes, que evoluem ao longo da história, não se degladiam entre si, não competem, mas se mesclam e se complementam.

Há sempre um rearranjo, como um vagão de metrô quando pára na estação. As pessoas entram, os que estão dentro se rearrumam, as portas se fecham e vamos para outra parada.

Existem, assim, dois tipos de mudanças nas Redes de Conhecimento.

As incrementais (ao longo do caminhar de cada rede) e radicais (na passagem de uma rede para outra), que formam  camadas inteligentes de produção de conhecimento, tirando de todas o que há de melhor, à procura sempre de aperfeiçoar a troca de informação entre os humanos.

Ou dito de outra forma: aproveita-se inteligentemente o que há de melhor em cada uma, em um processo sábio de sobrevivência em ciclos constantes de mudanças internas graduais e de forma radical uma rede para a outra.

Necessidades geram consumo – consumo demandam informação

É fundamental, portanto, que possamos entender a lógica que nos leva a realizar estas mudanças, pois não só poderemos compreender melhor o presente com as mudanças advindas da Internet, como também, conseguir prever melhor o futuro, com o surgimento de outras redes.

De tudo que tenho lido ao longo dos meus últimos 15 anos estudando o tema, posso afirmar, ainda em fase exploratória que:

1-    As necessidades humanas (da comida à pintar um quadro) geram demandas de consumo (é interessante ver os estudos de Maslow sobre as necessidades humanas.);

2-    O consumo gera múltiplas necessidades de informações, cada vez maiores, conforme aumenta a população;

3-    Portanto, quanto mais habitante tivermos no planeta, mais consumo teremos e mais informações serão necessárias para manter o sistema equilibrado;

4-    Quanto mais informações, mas rápidos e sofisticados terão que ser os ambientes de conhecimento, com o surgimento de novas tecnologias informacionais que nos permitam continuar a consumir e, em última instância, sobreviver.

Nessa lógica, há uma relação visível entre o tamanho da população e a chegada da fala, da escrita, do livro manuscrito e impresso, das mídias de massa, do computador e da Internet.

Todas permitindo que cada civilização passada, presente e futura pudessem ir adiante na sua escala de desenvolvimento social e econômico.

(Volto a repetir: não quer dizer que somos melhores, apenas mais eficientes.)

Assim, na escalada humana de milhares de anos, da África à Globalização, do Ártico à Marte, podemos perceber a nossa busca pelo aumento de velocidade na troca de idéias, a partir da sofisticação gradual dos ambientes do conhecimento.

Quanto mais habitantes tivermos, mais competentes teremos que ser para circular  informações no planeta!

Faça o cálculo.

Hoje, no Brasil, são colocados à mesa, por dia, quase 600 milhões de pratos de comida.

Isso mesmo 600 milhões de pratos de comida para alimentar quase 200 milhões de habitantes três vezes ao dia, fora os lanchinhos e bolos de aniversário. 🙂

Quanto de volume de informação precisamos gerar para realizar a logística dessa hercúlea tarefa?

Se pensarmos a mesma lógica em todo o planeta, basta multiplicar os 7 bilhões por três,  o que nos dará 21 bilhões de pratos de comida por dia!!!

Sem falar, que quanto mais gente, mais diferenças, mais complexidade, trazendo além da quantidade evidente o aumento da  qualidade, das necessidades únicas e diferenciadas, complexificando cada vez mais o ambiente.

Uma questão imediata é: mas esse crescimento é igual em todos os cantos do planeta?

 

Não, a história tem demonstrado que existem centros desenvolvidos, nos quais estão concentrados as inovações do planeta.

Estes centros pode ser as empresas do Vale do Silício, um centro de pesquisa indiano, ou a Embraer no Brasil.

Estão dispersos com um volume mais concentrado nas regiões, que concentram o desenvolvimento do planeta.

Foi assim no passado e é assim atualmente.

Nestes centros inovadores, a demanda pelo aumento da velocidade informacional é maior. São eles os primeiros a perceberem o potencial das novas tecnologias e a os benefícios do novo fluxo.

Ao aderirem, como uma pedra que cai no lago, as ondas vão se espalhando com intensidades diferentes nas “praias mais calmas e remotas”  em todos os recantos no planeta.

(Veja que no Irã, no Brasil, na África e na Noruega o uso é distinto e ainda diferenciado em cada uma das regiões em cada um destes países.)

Estes centros inovadores, cada vez mais globalizados, sentem de diferentes maneiras o novo ritmo do aumento desse volume informacional planetário e, para se manterem competitivos, estão mais abertos para adotar estas novas tecnologias.

A partir daí, aderem, alteram e passam a emanar, como um farol, uma luz que passa a ser observada pelos demais recantos.

Não é necessariamente nessas regiões que as novas tecnologias são desenvolvidas.

O Linux, por exemplo, é filandês; o ICQ, israelense.

(É interessante que o livro impresso foi fruto de um sonho empreendedor de Gutenberg, que apenas queria vender bíblica na porta da igreja.)

Mas, pela sua carência de velocidade do aumento do fluxo, ao perceberem o potencial, as abraçam e passam a criar um novo paradigma, como uma locomotiva, puxando todos os vagões.

E, de uma forma, ao contrário, os sistemas fechados, hierárquicos, como é o caso de Cuba, da China ou Irã, tendem a rejeitar e combater o novo paradigma informacional.

Assim, a Internet, apesar de ter nascido de um projeto americano para evitar ataques nucleares, não se espalhou e teve a adesão do planeta à toa.

Há, antes de mudanças nas redes de conhecimento, uma latência informacional oculta que, como uma barriga que ronca de fome, só pode ser medida depois que o prato está na mesa e se vê a fúria de quem se alimenta.

Ao analisarmos a explosão do Youtube, Flickr, Orkut, blogs podemos constatar como a mídia e a indústria cultural do livro gerava sombras e demandas reprimidas.

O quanto o humano do século XX estava amarrado e faminto com jornais, rádios e tevês que, no máximo, abriam um espaço limitado, amarrado e moderado de carta dos leitores.

A humanidade para sobreviver precisa se expressar, conhecer o que os outros pensam, circular idéias, discutir, denunciar injustiças para manter um grau de inovação que possa atender às nossas demandas cada vez maiores e variadas.

A rede veio, assim, para equilibrar o nosso planeta numeroso!

Do mesmo jeito que a fala veio melhorar o grunhido; a escrita à fala. O livro impresso o livro manuscrito, e deste a mídia de massa e depois o computador.

Cada um cumprindo um papel distindo e criando novas e mais dinâmicas redes de conhecimento para atender às demandas de cada civilização.

vêm para equilibrar essa carga de informação gigantesca direta e indireta, que envolve toda a logística necessária para realizar essa sobrevivência material e cognitiva humana para garantir nossa vida de século XXI, da vestimenta aos deslocamentos; da educação, ao entretenimento.

Que se inicia nos centros dinâmicos e reverbera em toda a humanidade.

Não, não há retorno nessa escalada.

E talvez seja essa a nossa mais difícil tarefa neste momento.

Estamos à beira de uma grande mudança na civilização.

No início dessa passagem e não podemos falar de futuro nem próximo nem distante, sem levarmos em conta as mudanças nas redes de conhecimento.

Que, diferente do passado,  mudavam de forma lenta.

Como tudo, agora estão presentes e passaram até a ser versificadas, como softwares: Web 1.0, 2.0, 3.0, etc…

Não é possível, assim, pensar estrategicamente nossa carreira, nosso futuro enquanto país ou planeta sem nos colocarmos dentro desse processo mutante.

Qualquer possibilidade, aumentará, em muito, a taxa de erro.

Só há uma possibilidade de reduzir esse ciclo voraz e veloz.

Se, como no passado tivermos mega tragédias (gripe Espanhola, grandes guerras. etc) e (vira essa boca para lá) perdemos bilhões de vidas, não voltaremos para trás, mas o ritmo das mudança.

Criei uma lógica matemática para tangibilizar melhor a idéia do que ocorre em cada pequeno ambiente informacional e no mais geral planetário.

Quanto mais informação tivermos (IxQ) mais velocidade precisaremos, da seguinte forma:.

I x Q = V

I= Informação

Q = Quantidade

V= Velocidade (da troca de informações entre os participantes do ambiente.)

Quanto mais quantidade de informação tivermos em um dado ambiente de informação, mais velocidade será necessária para manter o sistema equilibrado.

E o que seria essa velocidade?

A possibilidade de circular com facilidade os dados, com cada vez menos intermediários.

E aí entramos na discussão atual.

Ou seja, precisamos tirar do caminho os intermediários para que o sistema se equilibre.

No campo das suposições, podemos dizer que quanto mais o volume de dados (o que também inclui qualidade e diversidade dos agentes que participam da rede), mais rápido  precisarão circular.

Na aplicação de um sistema geral da informação, que abrange todo o planeta, podemos dizer que o  aumento da população, gera mais consumo e, por sua vez, mais demanda de informação, com impacto maior nos centros de produção de inovação, expressa na lógica abaixo, na qual a população (P), gera Consumo (C) e, por sua vez, demanda mais informação (I):

P x C = I

P – População

C – Consumo

I – Informação

Assim, teríamos para explicar a explosão da Internet a seguinte lógica:

P (população que cresce cada vez mais e morre menos gente) x C (consumo que se expande na mesma proporção)= I (gera um índice de informação) / I (esta informação) x Q (cada vez maior)= V (demanda a velocidade da troca de informações para sobrevivermos.)

Comecei a desenvolver essa lógica, quando por sugestão do professor da UFRJ/IBICT, Aldo Barreto, cheguei à Galileu, no seu famoso livro “Diálogos”:

”(…)  estruturas de armazenagem tendem a crescer em volume periódico e cumulativamente e terão em um determinado momento que enfrentar um problema de forma e conteúdo. A menos que existam estratégias de adaptação, os estoques tenderão a quebrar por seu próprio peso; transformar-se em agregados inúteis de informação por terem um exagerado excedente de informação não relevante”.

É a teoria da similitude.

Pude observar esse fenômeno, na prática, em função das minhas observações, a partir do projeto da abertura para colaboração das notícias publicadas no Globo On-line – que acompanhei de perto – e, principalmente, em função das conversas com Aloy Jupiara, um dos coordenadores do projeto na época.

Ele me descreveu como foi o processo de permitir comentários naquele veículo.

1)    O Globo viu lá fora nos centros dinâmicos uma mudança com a chegada do “Jornalismo participativo”, “Jornalismo Cidadão”;

2) a partir dessa percepção de fora para dentro, e do sentimento de que para realizar uma cobertura numa cidade de 6 milhões de habitantes, (Rio) cada vez mais difícil – em função de uma quantidade cada vez maior de fatos a serem cobertos – manter a prática do jornalismo tradicional. Precisavam mudar algo;

3)    E perceberam que era necessário – para não perder o bonde da história adotar a nova metodologia de participação.

Abriram as matérias para comentários e mais e mais leitores entravam para opinar, e depois enviar fotos, vídeos e textos, o que os obrigou uma nova forma para gerenciar aquele conjunto de informações, não mais vindo de fora para dentro, mas de fora para dentro também.

Aloy ficava até de madrugada “fiscalizando” os comentários.

Até que um dia não conseguiu mais (faltaram cabeça, troncos e membros) e resolveu “pedir ajuda” para um novo tipo de modelo informacional.

Neste momento, também baseados em experiências externas, resolvera introduzir (como previa Galileu) uma nova forma de gestão do ambiente.

Incorporaram também na fiscalização a participação dos usuários , através de denúncias dos comentários indevidos (racistas, agressivos, mentirosos) e filtros de palavrões, ambos aplicativos desenvolvidos internamente e incorporados ao software do jornal.

Na verdade, ali a teoria de Similitude de Galileu “batia”: quando o volume aumenta, é preciso mudar de forma de gerenciamento.

Saíam de um jornalismo 1.0 (Um-muitos) para o 2.0 (muitos-muitos).

Qual teria sido o fator preponderante nessa mudança?

Intuo que se baseou na necessidade básica de mudar de forma, através do aumento da velocidade da troca de informações, abrindo para comentários, eliminando um intermediário, possibilitando um novo equilíbrio sistêmico.

Assim,  o item mais evidente, a nova forma do novo ambiente (citada por Galileu) necessária para manter o equilíbrio era aumentar mais e mais a velocidade do fluxo interno  para que a informação fluísse.

Esse recurso era a única variável possível para equilibrar o ambiente.

A cidade só cresce, os leitores idem, as demandas também.

Ou se aumentava a velocidade, retirando intermediários, ou o sistema entrava em colapso.

(Obviamente, que existem muitas formas de aumentar a velocidade, mas a mais radical é a de eliminar etapas.)

Algo similar ocorreu com o surgimento do livro impresso, se repete agora com a Internet.

E se verifica em diferentes situações na sociedade como veremos abaixo.

A ficha catalográfica e a rede dos engarrafados

Imagine uma biblioteca de 1800.

Se alguém precisava de um livro, recorria a quem? Ao BIBLIOTECÁRIO em caixa alta de plantão.  Sem ele…… o usuário dificilmente encontraria o que desejava.

Eram muito livrom para poucas prateleiras, para poucos bibliotecários atender.

O leitor era um “bibliotecário-dependente”, mesmo que este organizasse tudo direitinho nas estantes.

O aumento constante de livros e leitores nos levou a procurar uma forma de tornar aquele acervo mais útil para a humanidade, com acesso mais rápido por quem ali aparecia.

A ficha catalográfica, que criava uma relação do livro à estante, foi uma grande desintermediação naquele ambiente.

Deu ao usuário o acesso rápido e direto ao acervo sem passar necessariamente pelo intermediário bibliotecário.

Reduziu o tempo de acesso ao livro, diminuindo a relação com o intermediário, aumentando a velocidade de recuperação de dado registro.

O mesmo acontece na minha repetida história (para quem já assistiu alguma das minhas palestras ) da rede dos engarrafados.

Com um volume pequeno de carros, Teresópolis no Rio de Janeiro, por exemplo, não tem ainda 170 mil habitantes.

Lá, os táxis não circulam pelas ruas, esperam o freguês ligar para o telefone da praça.

Os engarrafamentos são raros e, quando ocorrem, pequenos.

Não há, portanto, um helicóptero de notícias como no Rio de Janeiro, com seus quase 6 milhões de habitantes, para localizar na rua os engarrafamentos diários e divulgar pelo rádio para milhares de ouvintes ansiosos.

No município do Rio, por exemplo, via CBN ou Globo, para se administrar o volume enorme de carros, criou-se a figura do famoso Genilson Araújo, o repórter aéreo, que vai nos ajudar a lidar com esse problema.

Um intermediário aéreo.

Que já em São Paulo (cidade) com seus 11 milhões de estressados não faria tanto sucesso.

Há muito mais engarrafamento do que Genílsons possíveis no ar por lá!

Note que há uma diferença de quase o dobro de habitantes do Rio (6 milhões) para São Paulo (11 milhões).

Os engarrafamentos são tão frequentes e constantes que um Genilson sozinho “não faz vrão”. Não consegue manter o parcial equilíbrio do sistema informativo.

Houve uma necessidade urgente de desintermediar o acesso à informação sobre os engarrafamentos, como na biblioteca do passado, cria-se a rede dos engarrafados.

Motoristas que ligam para a rádio e informam, eles mesmos, sobre os engarrafamentos!

Dá-se, assim, mais ao uisuário, que passa, de certa maneira,  a ficar mais próximo da organização do sistema para manter o sistema em equilibrio.

Note, entretanto, que apesar de uma diferença clara entre carros e livros, filmes no Youtube e comentários no Globo on-line, o movimento de desintermediação é similar.

Todos se encaixam na lei de similitude de Galileu.

No caso do bibliotecário, há uma descentralização da informação, ao se  transferir da memória deste para as fichas catalográficas, descentralizando o controle, permitindo que mais gente saiba e possa se virar sozinho para descobrir “onde está o que nas prateleiras”.

No caso da rede dos engarrafados, apesar de se tentar um helicóptero, que se mostra ineficaz, transfere-se o poder, do controle aéreo, sem condições físicas de estar em todos os lugares,  para a ajuda da rede dos usuários de celular (onipresente).

Os novos Deuses informacionais das ruas!

A rede de celular dos engarrafados é, sem dúvida, mais eficaz  do que a do helicóptero,

(E já tem substituto à vista..A rede dos GPS engarrafados, via satélite, que avisam das retenções, sem a interferência humana.)

São  desentermediações distintas, mas que têm no seu núcleo a mesma lógica. Vejam a figura que detalha melhor a idéia, incorporando Galileu e minha pesquisa:

O intermediário transfere poder aos usuários para ganhar velocidade.

Traz, assim, necessariamente os usuários do sistema de um lugar mais longe para mais perto do acervo, ou até como participante ativo do processo, tornando, com essa atitude, o sistema de novo “governável”, porém com uma nova forma de controle mais horizontal e descentralizada.

É o preço para aumentar a velocidade.

Obviamente, mudando-se a cultura de uso, tanto do administrador quanto de quem o utiliza.

É, objetivamente, uma passagem de poder necessária para manter o barco navegando com tanto “contâneirs”.

Note que essa passagem do controle “A” para o “B”, enfatizo, altera a forma de gestão, mas não elimina a necessidade do mesmo.

Se estabelece uma nova forma de administração, algo mais próximo de uma auto-gestão, como se tem visto na rede com a Web 2.0.

(Sempre haverá controle e regras em um dado sistema que se diz útil para um coletivo.)

Por fim, como já disse, objetivo dessa mudança de forma visa o aumento de velocidade do fluxo informacional.

Ou seja, o usuário da biblioteca consegue achar mais rápido o livro e o engarrafado sair ou não entrar em determinada via, ficando, teoricamente, menos tempo em cada um,  sabendo sempre em prazo menor o que está acontecendo ou achando o que procura.

Assim, o que defendo, portanto,  é que a tão falada desintermediação na Web, a Web 2.0 e todo o seu fenômeno, não acontece agora como um fato isolado, mas faz parte de uma lógica dos sistemas de informação de maneira geral.

Segundo Galileu, há uma mudança de forma, mas, em particular, no que observo e estudo nos ambientes de informação e, portanto, nos ambientes de conhecimento, a mudança se dá através de uma nova tecnologia cognitiva, que vem para eliminar um determinado  intermediário “que está atrapalhando o fluxo”, visando ganhar mais velocidade e manter o sistema em equilíbrio.

Ou se preferirem, gerando “caos menor” e mais organizável, como é o caso das ruas de Sâo Paulo, até se atingir um novo ponto de saturação e se implantar uma nova forma, como já aparece a rede dos engarrafados, via GPS, não eliminando necessariamente a anterior, mas a incorporando e sofisticado.

Mais um exemplo?

O Orkut já assiste ao Ning que dá ao usuário poder de criar seu próprio Orkut (uma rede social própria), mais uma desintermediação, já dentro da própria Web.

(Quem usou o Ning foi o Gabeira na última eleição para prefeito no Rio.)

Um espiral contante e cada vez mais rápido, se a população não parar de crescer às taxas atuais, gerando mais consumo, mas necessidades informarcionais, pressionando todos os sistemas de conhecimento do planeta, principalmente os centros de inovação, a ganhar mais velocidade, levando todos nós à reboque.

São como ondas a bater mais e mais rápido em cada praia, exigindo pranchas e manobras cada vez mais ágeis.

O poder e os intermediários

Na verdade, o exercício do poder em qualquer sociedade é justamente este: controlar a velocidade (impedindo que novas fontes de informação atuem livremente) para não perder o controle do fluxo.

O poder, portanto, coloca barreiras, intermediários, para que não se saia da lógica central, que gira em torno da ideologia dominante a cada época.

Mas, como a própria história tem demonstrado, de tempos em tempos, é necessário dar um upgrade no processador social do conhecimento humano, saltando de um ambiente para outro, cada vez com mais velocidade, eliminando intermediários.

Esse processo de “liberação das fontes” é uma necessidade sistêmica, que se viabiliza com a chegada de novas ferramentas mais democráticas para ampliar a velocidade, sempre eliminando intermediários.

Portanto, a Internet não entra no rol dos fatos inexplicáveis, mas tem uma lógica histórica, coerente e circular.

O que assistimos com a Web é, assim, o surgimento de uma nova velocidade, incorporando  as áreas periféricas do sistema, que, por sincronização obriga a quem quer estar competitivo a “piscar” no mesmo ritmo dos “vaga-lumes” mais rápidos.

O importante nessa lógica é compreender que a Internet vem para dar velocidade e que a eliminação dos intermediários não é, um fato isolado, nem o principal fenômeno social da Web, mas conseqüência daquela necessidade, que será sempre permanente enquanto aumentarmos a população.

Ou seja, ainda no campo das suposições, quanto mais o volume de dados crescer, mais rápido ele precisará circular, se não ficará obsoleto e não servirá para nada, segundo Galileu e Aldo.

O que explica a lógica vista acima:  I x Q = V

Há uma relação entre as três variáveis, quanto maior a multiplicação das duas primeiras, necessariamente a última terá que ser maior.

Há que se fazer, de fato, algumas ressalvas ao se utilizar uma lógica matemática em fenômenos sociais.

Diferente de uma fórmula da física que o resultado sempre é o mesmo, a lógica (veja bem a diferença entre as duas) acima é o núcleo da tendência de mudança. Pode acontecer, deve acontecer, pois é a lógica, mas não acontecerá da mesma maneira em todos os lugares.

(Até hoje temos índios que não tem escrita!)

É sobre esta lógica, sobre este núcleo básico, que as coisas podem funcionar, mas não é ainda o resultado final.

É para onde as sociedades atuais tendem a fluir para se manter competitivas.

É um processo irreversível.

Exatamente igual aconteceu com os padres no surgimento do livro.

Os padres, na época, deixaram de ser os únicos a lerem a Bíblia para os fiéis, que passaram a ler direto nas versões dos idiomas locais, liderados pela Reforma Protestante de Lutero[iv], turbinada pelo livro impresso, que surgia na Europa, em 1450.

Portanto, no ambiente do livro impresso: mais autores, mais fontes, mais lugares de consulta, etc. Blogs, comentários, Orkuts, YouTubes  são processos para se atingir a esse objetivo e não o contrário!

É assim também com o Twitter[v], por exemplo, que gira mais rápido do que uma lista de discussão por e-mail, por exemplo, por isso tão mais interessante.

A teoria aqui apresentada ainda está em processo, sujeita à chuva e trovoadas, mas que pode nos levar a questionar diversos mitos correntes na sociedade e repensar nossos planejamentos estratégicos.

Assim, ao planejar a vida futura da sua organização ou da sua vida, coloque as mudanças das redes de conhecimento como mais uma importante variável sempre à procura de mais velocidade.

Portanto, ao se fazer o planejamento espero que se saiba que não podemos nos considerar nem a sociedade do conhecimento, nem a sociedade de informação.

Mas mais uma sociedade da informação e do conhecimento, que se move em direção ao equilíbrio, querendo sempre ganhar velocidade e tirar do caminho tudo que atrapalhe a nossa sede de consumo de informação e de mercadorias para sobrevivermos enquanto espécie.

O processo da desentermediação, assim, não só deve fazer parte da estratégia, mas ele se aprofundará, o que terá impactos enormes na maneira de se pensar as corporações, a sociedade e, sem dúvida, cada ser humano.

———————————

Meu caro abnegado leitor, como gostaria de ser ajudado?

Comente abaixo o que não ficou claro, o que está redundante, o que você ficou na dúvida, o que não concorda.

A idéia do livro aberto é a tentativa de diálogo constante com meus 99 leitores.

Se puder dar uma força, agradeço.

Nepô.

Versão 1.1 – 08.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Veja o roteiro.

Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época Chris Anderson

A frase acima caiu como luva.

Considero que a melhor pergunta a ser feita hoje se quisermos entender o contexto, não é exatamente o que é a Internet, na qual todos nos perdemos e nublamos nossa visão.

  • 1 – Mas por que a Internet veio ao mundo?

Na tentativa de responder a esta questão podemos definir algumas outras:

  • 2- quais os fatores similares a outras mudanças parecidas no passado?
  • 3- para onde vamos, como isso vai afetar a sociedade?
  • 4- como nos posicionar para tirar o melhor proveito possível?

É justamente o desafio que todos nós temos pela frente.

O livro tentará responder estas questões.

Roteiro.

Roteiro

Bom, conforme disse, estou procurando o livro 2.0.

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Adoraria ter esta foto na capa do livro:

Título propositivo: A Web não é um disco voador

Versão 1.1 – 08.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Veja o roteiro.

Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época Chris Anderson

A frase acima caiu como luva.

Considero que a melhor pergunta a ser feita hoje se quisermos entender o contexto, não é exatamente o que é a Internet, na qual todos nos perdemos e nublamos nossa visão.

Na tentativa de responder a esta questão podemos definir algumas outras:

É justamente o desafio que todos nós temos pela frente.

O livro tentará responder estas questões.

Roteiro.


Versão 1.04 – 11.08.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

Você tem que ser a mudança que você quer para o mundo – Gandhi – da minha coleção.

Amig@s, já está na hora de transformar as minhas últimas reflexões feitas no blog em um livro.

Motivos:

1- o blog é um ótimo rascunho, mas não concentra as idéias. Está tudo disperso;

2- muitas reflexões são fruto de encontros, palestras, fatos, que precisam agora serem trabalhadas em separado;

3- a junção de tudo, na verdade, exige síntese e reconstruçao para dar uma noção do todo. Reescrever é pensar tudo de novo, colocando pingos nos “is”, tentando ter um discurso lógico em algo que é por natureza fragmentado, como um blog;

4- assim, é preciso construir um discurso lógico, que, será, aliás, a espinha dorsal para a minha tese de doutorado, em andamento.

Assim, vamos à proposta do novo livro aberto e colaborativo feito dentro do próprio blog.

Depois de pensar um pouco e ao analisar a trajetória do meu último livro “Conhecimento em Rede” algumas coisas precisam evoluir.

Acredito que autores como eu e vários outros – de nicho ou que não vendem horrores – que podem conseguir uma tiragem de, no máximo, 2 mil exemplares (vendas do meu último)  devem refletir se vale a pena caminhar para uma editora tradicional.

Pontos negativos:

1 – o orginal passa a pertencer a editora, se quiser publicar na Web precisa da autorização. É uma alienação das tuas idéias;

2- o original fica amarrado, se quiser mudar, só na segunda edição;

3- o meu público é Web basicamente, a distribuição fisica é importante, mas se estiver disponível na rede, de graça ou impresso com custo reduzido, já pega o grosso;

4- não acho coerente sugerir ao mundo que colabore, compartilhe, mas eu aqui tenho outra política. Casa de ferreiro, espeto de fibra ótica. 😉

Assim, minha primeira idéia – a discutir – é de:

1- publicar o livro no blog;

2- fechada uma versão alfa, passar para PDF e em DOC (para uso, citação em trabalhos);

3- permitir também a impressão (paga)  para quem deseja receber em papel para fazer marcas em caneta, lápis etc, com o livro sendo enviado para a casa da pessoa, deixando cada um à vontade;

4- por fim, uma versão que possa atingir quem não está perto, através da venda em livrarias on-line ou não, deixando claro que há uma versão on-line para quem preferir;

5- vou fazer um livro curto que aprofundará basicamente esta frase do Chris Anderson, que abrirá a publicação:

“Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época.”

Hoje, vale mais a reputação que você ganha na rede, do que a grana do percentual de uma editora.

(Estou aceitando sugestões de editoras nacionais por demanda, já estou paquerando o Clube de Autores.)

Defendo, como já disse aqui, que as editoras, principalmente de negócios, têm que se reinventar.

Devem deixar de se verem como vendedoras de livros para passarema promotoras de pensadores, ainda mais e principalmente aquelas que publicam na área fora de literatura.

Ou seja, promover palestras, encontros, circular as idéias, sendo os registros (livros, CDs e DVDs) secundários, algo como já ocorre na indústria da música.

Mas como o pessoal espera o cavalo empinar para mudar de sela….vamos ajudando aqui a mudar as coisas, na prática, tentando servir de exemplo, como sugere, aliás Gandhi na frase lá de cima.

Que dizes?

———————–

Veja o roteiro dos capítulos do livro.

Não perca:

Só aqui em alta definição! 🙂

Gripe suína caiu na rede!

No mundo 2.0, os agentes de saúde usaram as redes sociais para agir contra a epidemia da gripe suína, como conta Drauzio Varella, na Folha, de 20/06/09 (link para assinantes):

“Enquanto nas epidemias passadas os cientistas trabalhavam isolados em seus laboratórios, desta vez as informações sobre as características do vírus e da enfermidade causada por ele foram trocadas em conferências pela internet, YouTube, Skype, Twitter, Google Maps e toda a parafernália disponível nas telas dos computadores. Jamais uma epidemia foi monitorizada em tempo real como esta.
Em poucos dias os genes do vírus haviam sido sequenciados e colocados à disposição da comunidade científica através do GenBank”.

Já, no mundo 1.0, o presidente da França resolveu proibir a Burka. Seria mais fácil, criar espaço para as mulheres que não querem usar se revoltar contra a exigência. É a diferença da mudança de cima para baixo e de baixo para cima.

E por falar nisso: “Viva os Twitteiros do Irã”.

No mundo 2.o, Boca no Trombone da Nokia, saiu no Valor de 22/06/2009:

No terceiro trimestre de 2008, a Nokia estabeleceu uma intranet chamada Blog-Hub, abrindo a rede aos funcionários blogueiros de todas as partes do mundo. Escrevendo sob pseudônimos como “Hulk” e “Agulha”, os funcionários podem ser cruéis, atacando seus empregadores por tudo, desde as práticas de compras à velocidade do software dos celulares.

É o exemplo: critiquem mesmo, pois o bom é melhorar sempre!

Saiu aqui que no mundo on-line, ainda 1. 2:

O mundo tem 1,6 bilhão de internautas. É o que afirma o estudo da consultoria Everis, em parceria com a Escola de Negócios da Universidade de Navarra, na Espanha.

Enquanto isso no mundo off-line, quase menos zero:

Mais de 1 bilhão passa fome no mundo

Não perca os próximos capítulos!

A melhor forma de resolver um problema é colocando-o fora do seu contexto – Einstein – da minha coleção de frases;

Hoje, se fala muito em desintermediação.

Esse nome complicado para definir algo comum e banal que acontece toda hora por aí na rede.

Usuário colocando vídeo no YouTube, fotos no Flickr, leitor comentando, incluindo textos e imagens em jornais. essa festa toda, sem a necessidade de alguém estar ali controlando.

Puxa, a Internet é 10 por permitir isso, não é?

Mas saiba que não é a primeira e nem será a última a criar essa sensação de alívio e encantamento…

Os ciclos contínuos de desintermediação, a meu ver, são fenômenos cíclicos informacionais da sociedade humana e não da Web em particular.

(Este é um um tema que abordei na metáfora do ordenhador de vacas e o apicultor.)

Vamos ao ponto.

Imagine uma biblioteca de 1800.

Se alguém precisava de um livro, recorria a quem?

Ao BIBLIOTECÁRIO em caixa alta de plantão.

Sem ele…… esquece.

Era muito livro e prateleiras, para poucos bibliotecários.

O leitor era bibliotecário-dependente, mesmo que este organizasse tudo direitinho nas estantes.

O aumento constante de livros e leitores nos levou a procurar uma forma de tornar aquele acervo mais útil para a humanidade, com acesso mais rápido por quem ali aparecia.

A ficha catalográfica, que criava uma relação do livro à estante, foi uma grande desintermediação.

Deu ao usuário o acesso rápido e direto ao acervo sem passar necessariamente pelo intermediário bibliotecário.

Reduziu o tempo de acesso ao livro, diminuindo a relação com o intermediário.

O mesmo acontece na minha repetida história (para quem já assistiu alguma das minhas palestras ) da rede dos engarrafados.

Com um volume pequeno de carros, Teresópolis no Rio de Janeiro, não tem ainda 170 mil habitantes.

Lá, os táxis não circulam pelas ruas, esperam o freguês ligar para o telefone da praça.

Os engarrafamentos são raros e, quando ocorrem, pequenos.

Não há, portanto, um helicóptero como no Rio de Janeiro, com seus quase 6 milhões de habitantes, para localizar na rua os engarrafamentos diários e divulgar pelo rádio com milhares de ouvintes ansiosos.

No município do Rio, por exemplo, via CBN ou Globo, para se administrar o volume enorme de carros, cria-se a figura do Genilson Araújo, o repórter aéreo, que vai nos ajudar a lidar com esse problema.

Um intermediário aéreo.

Que já em São Paulo (cidade) com seus 11 milhões de estressados não faz tanto sucesso.

Há muito mais engarrafamento do que Genílsons possíveis no ar!

Note que há uma diferença de quase o dobro de habitantes do Rio (6 milhões) para São Paulo (11 milhões).

Os engarrafamentos são tão frequentes e constantes que um Genilson não consegue mais manter o parcial equilíbrio do sistema informativo.

Há uma necessidade urgente de desintermediar o acesso à informação sobre os engarrafamentos, como na biblioteca do passado, dando mais poder ao uisuário, que passa, de certa maneira,  a ficar mais próximo da organização do sistema.

Note, entretanto, que apesar de uma diferença clara entre carros e livros, o movimento de desintermediação é similar.

No caso do bibliotecário, há uma descentralização da informação, ao se  transferir da memória do bibliotecário para as fichas catalográficas, descentralizando o controle, permitindo que mais gente saiba e possa se virar sozinho para descobrir “onde está o que nas prateleiras”.

No caso da rede dos engarrafados, apesar de se tentar um helicóptero, que se mostra ineficaz, transfere-se o poder, do controle aéreo, sem condições físicas de estar em todos os lugares,  pedindo a ajuda para a rede dos usuário de celular (onipresente).

Os Deuses das ruas!

A rede de celular dos engarragados é mais eficaz  do que a do helicóptero,

E já tem substituto à vista..

A rede dos GPS engarrafados, via satélite, que avisam das retenções, sem a interferência humana.

(São Paulo, tô fora!)

São  desentermediações distintas, mas que têm no seu núcleo a mesma lógica.

Vejam a figura:

Nela, podemos ver o conceito de Galileu da Similitude.

O que diz o sábio.

Quando um determinado sistema de informação cresce em volume, até determinado tamanho a ponto de ficar “ingovernável”, o ambiente muda de formato para sobreviver. da “Forma A” para a “Forma B.

Já entrando com minha pesquisa do doutorado, posso dizer que há nessa passagem um “ponto de saturação”, que nos leva a um processo de “desintermediação”, viabilizando uma nova forma, através da chegada de uma nova tecnologia, a ficha catalográfica ou o celular, no caso dos engarrafados.

Assim, há também da  forma “A” para a “B” há uma mudança de controle da informação.

O intermediário transfere poder aos usuários para ganhar velocidade.

Traz, assim, necessariamente os usuários do sistema de um lugar mais longe para mais perto do acervo, ou até como participante ativo do processo, tornando, com essa atitude, o sistema de novo “governável”, porém com uma nova forma de controle mais horizontal e descentralizada.

É o preço para aumentar a velocidade.

Obviamente, mudando-se a cultura de uso, tanto do administrador quanto de quem o utiliza.

É, objetivamente, uma passagem de poder necessária para manter o barco navegando com tanto “contâneirs”.

Note que essa passagem do contrloe “A” para o “B”, enfatizo, altera, mas não elimina a necessidade do mesmo.

Se estabelece uma nova forma de administração, algo mais próximo de uma auto-gestão, como se tem visto na rede com a Web 2.0.

(Sempre haverá controle e regras em um dado sistema que se diz útil para um coletivo.)

Por fim, como já disse, objetivo dessa mudança de forma visa o aumento de velocidade do fluxo informacional, já desenvolvi um pouco mais isso neste post sobre a lógica matemática na Web.

Ou seja, o usuário da biblioteca consegue achar mais rápido o livro e o engarrafado sair ou não entrar em determinado engarrafamento, ficando, teoricamente, menos tempo em cada um,  sabendo sempre em prazo menor o que está acontecendo ou achando o que procura.

Assim, o que defendo, portanto,  é que a tão falada desintermediação na Web não acontece agora como um fato isolado, mas faz parte de uma lógica dos sistemas de informação de maneira geral.

Segundo Galileu, há uma mudança de forma, mas, em particular, no que observo e estudo nos ambientes de informação e, portanto, nos ambientes de conhecimento, a mudança se dá através de uma nova tecnologia cognitiva, que vem para eliminar um determinado  intermediário “que está atrapalhando o fluxo”, visando ganhar mais velocidade e manter o sistema em equilíbrio.

Ou se preferirem, em um “caos menor”, como é o caso das ruas de Sâo Paulo, até se atingir um novo ponto de saturação e se implantar uma nova forma, como já aparece a rede dos engarrafados, via GPS, não eliminando necessariamente a anterior, mas a incorporando.

Um exemplo?

O Orkut já assiste ao Ning que dá ao usuário poder de criar seu próprio Orkut (uma rede social própria), mais uma desintermediação, já dentro da própria Web.

(Quem usou o Ning foi o Gabeira na última eleição para prefeito no Rio.)

Um espiral contante e cada vez mais rápido, se a população não parar de crescer às taxas atuais, gerando mais consumo, mas necessidades informarcionais, pressionando todos os sistemas de conhecimento do planeta a ganhar mais velocidade.

Como ondas a bater mais e mais rápido em cada praia, exigindo pranchas e manobras cada vez mais ágeis.

A Internet, a meu ver, é a resposta informacional-tecnológica para manter viva e com saúde cognitiva  nossa população de 7 bilhões de habitantes.

Concordas?

Para que serve um livro?

Para tudo, ou nada.

Depende de quem tem a capacidade de ler e tirar algo de interessante dele, certo?

Um livro japonês para um naufrágo que não lê japonès será apenas lenha para a fogueira.

Esse é – a meu ver – o centro filosófico de discussão sobre a informação no mundo.

Para uns, é coisa.

Para outros, é verbo.

E verbo pede ação.

Já falei disso por aqui.

Há dentro da Ciência da Informação, da qual faço parte como pesquisador – essa encruzilhada.

Estou entre aqueles utópicos que acreditam que a Informação deve ajudar a mudar o mundo (para melhor).

E, portanto, enquanto verbo tem uma ação a ser feita e resultados concretos a serem medidos.

Chamo Marx para o blog, apesar de não me considerar mais um marxista, que disse algo assim:

A filosofia não vem para colorir o mundo, mas para mudá-lo.

Bom, diante disso, leio no  Jornal Valor duas estatísticas interessantes.

  • A academia passou a iniciativa privada em termos de patentes registradas (Valor, 12/06/09).
  • E aumentou os trabalhos publicados em revistas internacionais (Valor, 19/06/09).

Maravilha, há um esforço digno de aplausos, pois o pesquisador passa a receber 30% se a patente gerar negócios, o que, segundo o Valor, explica o atual boom, entre outras coisas.

E, se não publicar lá fora em inglês, vai perdendo uma série de regalias.

Pesquisador bom, é o que pode ser  lido lá fora!

(O mundo agradece nosso colonialismo de raiz.)

Mas, pode-se perguntar: e daí?

Já que até se diz na matéria que a academia é mais inovadora que as empresas!

Calma lá…

Lembrem-se que patente é uma coisa, é produção a partir dela, é outra.

Inovação é verbo, resultado.

E não substantivo!

Projetos, empresas, produtos, vendas, negócios fazem parte da nossa capacidade de transformar  patente em verbo.

O mesmo se pode dizer de artigos.

Um artigo é só um artigo nada mais que um artigo, já dizia um gênio.

É preciso ver – aliado a ele – aqueles que conseguem ser côncavos (se abrem para o mundo) ou são apenas convexos (se fecham no seu umbigo) que só o tio do pesquisador vai ler e não entender nada!


Que medição devemos ter de nossos pesquisadores? E como usar a própria rede e o acesso social à essa produção como critério?

Quantos pesquisadores conseguem ser lidos fora da academia? Não é algo que deveria ser interessante também?

Ou não interessa?

Quantos estão com outros segmentos da sociedade pensando e agindo juntos?

Isso não deveria ser o principal – ou pelo menos um dos –  elemento de avaliação?

Quantos destas patentes viraram produtos, ou podem virar?

Registrar uma patente custa caro, se não vai adiante, na verdade, a emenda pode ser pior que o soneto, se a medição constante estiver ouvindo o coração do lado errado.

A febre vira o remédio.

A doença vira produto.

O mesmo podemos dizer de artigos.

Ah tá foram citados.

E?

Do que adianta um artigo sobre o detalhe do pé da índia da aldeia do Pataxó, se o Pataxó daquela aldeia continua com o pé abandonado?

Esse não é o papel da Ciência?

Pensar o mundo para melhorá-lo?

E criar projetos junto com o mundo para aprender/mudar  juntos sobre e com ele?

(Ou fingiremos que a Ciência é neutra, como o Papai Noel e o Coelho da Páscoa, que não esquecem de ninguém? Será que todos realmente ganham presente e chocolate?)

A academia veio para ajudar ou atrapalhar?

Não se iludam: quem trata a informação como coisa se coisifica também.

É relacional.

O índio vira coisa, o pesquisador vira coisa e o mundo se coisifica, pelo menos, com o aval acadêmico!

Separar teoria e prática é uma social neurose que serve como mais uma forma de dominação, de desumanização e coisificação generalizada.

Eu penso, mas não faço.

Eu faço, mas não penso.

Dá até dupla sertaneja! 🙂

A visão coisificadora da informação nos leva a descer a ladeira com projetos na Web, arrastando a rede, como todo seu potencial humanista, para uma inclusão digital coisificadora, de computadores na escola coisificadores, já que o professor, aluno, o frequentador de telecentro, da lan house são reféns da máquina e não o contrário.

E abrimos as portas da  igreja acadêmica, da coisa por si só glorificada:

O livro salva!

O artigo salva!

A patente salva!

A rede salva!

(Lembro que Hitler tinha uma biblioteca de 16 mil livros e lia vorazmente. E até publicou também o “Minha Vida”. Ele, me parece, não conseguiu aprender, do ponto de vista humano,  muito com o que leu!)

A nova Ciência da Informação tem muito a ajudar esse mundo, com a sua visão transformadora do papel da informação e do conhecimento.

Já que a  informação – que deveria ser elemento de ajuda para as pessoas a melhorarem de vida – tem servido como a história nos mostra  à alienação.

É como a escolha das pílulas em Matrix,

A vermelha sai de lá;

E a azul nos leva de volta para o óbvio óvulo alienante.

A opção dada a Neo em Matrix por Morpheus.

Qual você acha que a academia deve  tomar?

Me diga.

Mais críticas sobre a academia.

Texto antigo que reproduzo aqui:
Se existe algo que paulista entende é engarrafamento.

Assim, nada mais natural que partisse deles a rede virtual dos engarrafados.

A iniciativa é da Rádio Eldorado, da capital paulista, que incorporou informações sobre trânsito enviada pelos ouvintes, via celular, à sua programação.

A qualquer minuto entra alguém “diretamente do volante” para contribuir muitas vezes não só sobre informações sobre congestionamentos, mas sobre a causa, sugerindo mudanças em horário de realização de obras, tempo de semáforo, etc.

Ali, temos no coração do Brasil um exemplo atual, vivo e popular (fora da web) da nova comunicação horizontal do muitos para muitos, gerando inteligência coletiva, que pode servir de modelo para outras iniciativas na Internet e fora dela.

Vejamos os ingredientes necessários que explicam, justificam, reforçam e intrigam nessa experiência, que são universais a qualquer projeto de comunicação horizontal:

As causas que fazem com que este tipo de rede se forme:

Do cenário geral:

Excesso de informação e falta de tempo para digestão. Doença do tempo moderno, o que faz com que haja uma completa impossibilidade da rádio em acompanhar todos os engarrafamentos que ocorrem a cada minuto em São Paulo. É o mesmo fenômeno com a multiplicação dos websites, livros, pesquisas relevantes para tomar decisões na nossa vida.

Do ponto de vista do cliente:

Multiplicação dos olhos. Interesse da comunidade sobre como saber, evitar e sair dos engarrafamentos. Sabendo que cada um, ou uma rádio tradicional, não consegue ser suficientemente ágil para cobrir todos os locais, no tempo necessário, nada melhor do que o próprio engarrafado tomar a dianteira. O problema que fica para depois: como interagir apenas com os que estão próximos do meu caminho?

Do ponto de vista da empresa promotora:

Procura de novas formas de interação com o público para criar um diferencial competitivo frente à concorrência. Oportunidade de negócio, usando a rede de usuários, que trocam informações e geram dados originais, ágeis e úteis do interesse do público, como faz a Amazon, que permite comentários bons ou ruins dos visitantes sobre os produtos;

As conseqüências que são geradas depois que uma rede muitos-para- muitos se forma:

Do cenário geral:

Uma nova forma de comunicação. Redes como esta da Rádio Eldorado se multiplicarão dentro e fora da web, envolvendo som, fotos e vídeos, já que cada cidadão será (e muitos já são) uma micro-equipe-de- reportagem-ambulante circulando por aí com seus celulares com voz e câmeras – carentes de interação. Ali, qualquer um é repórter, com a ampliação por milhares da capacidade de prospecção do mar diário de novidades. É o resultado da entrada de uma nova tecnologia, que permite a ampliação dos emissores, como são os computadores em rede e agora os celulares, reforçando o potencial dos grupos de interesse.

Do ponto de vista do cliente:

Aumento do status social do participante ao ser útil para a comunidade. Além do benefício direto para todos, cada um visualiza e usufrui de um reconhecimento social, o mesmo fenômeno já visto no desenvolvimento das comunidades virtuais em rede, o que reforça a força do voluntariado, vide Linux, MP3, Wikipedia. Resta saber, é algo para sempre, ou cíclico?

Do ponto de vista da empresa promotora:

Mudança do perfil do profissional de comunicação. Com a entrada em cena de um ávido batalhão de repórteres voluntários, pois notem bem a mudança: o ouvinte não entra no ar para opinar, como até já é de costume, mas para principalmente informar. A rede muda aos poucos o perfil dos veículos de comunicação, que diminuem profissionais na prospecção e apuração e passam a gerenciar a recepção e filtragem das ligações. Passam assim de geradores de informações para administrador de comunidades de usuários voluntários;

Questões para o futuro, enquanto estamos engarrafados:

Se todas as rádios adotam o modelo ouvinte-ouvinte qual será o diferencial entre elas? Será daqueles que conseguir gerir melhor a comunidade?

Passada a novidade, os usuários exigirão contra-partidas para participar? O voluntariado romântico dará lugar ao mercantilismo interesseiro? Este é um fato sempre natural? Há formas de manter o voluntariado inicial?

Como focar as comunidades de usuários por engarrafamentos de interesse? Naqueles que realmente me atrapalham? Rádios web regionalizadas? Comunidades de celulares como rádios-amadores por área de circulação?

Digam-me, ando curioso.

Diversidade de opiniões entre preceptores (professores) é essencial à educação sólida – Bertrand Russel, da minha coleção de frases.

Descubra como o churrasco na laje revela a complexidade informacional e a importância da diversidade. Leia o post e expanda sua visão!

 

Estive ontem lá no evento da UFF.

(Não, não foi um churrasco.) 😉

Antes, deu para conversar com o professor argentino Eduardo Vizer.

Fomos tomar um café e explicitei num guardanapo a hipótese central da minha atual tese de doutorado para  ele, que é algo, por enquanto, assim:

O aumento da população gera uma maior demanda de consumo e, por sua vez, de informação, que pressionam determinado ambiente de conhecimento específico, ou mesmo hegemônico, através de uma ruptura em uma dada tecnológica cognitiva. Essa mudança procura gerar um  aumento da velocidade do fluxo informacional, via desentermediação, estabelecendo sempre uma nova forma de controle.

(Não, não escrevi isso no guardanapo.) 😉

No popular, posso resumir: quanto mais gente tivermos no planeta,  mais complexo terão que ser o ambiente de conhecimento planetário, com novas tecnologias, tal como a Internet, que tira os intermediários para ganhar velocidade. Postei com mais detalhes isso aqui)

A hipótese ainda em elaboração, eu sei, é meio Coperniconiana.

Ou seja, pode ser impossivel de provar, mas não deixa de ter o mérito de explicitar uma intuição, como pulgas nas orelhas alheias a se espalhar por ai.

(Copérnico “sabia” que era a terra que girava em torno do sol, mas não conseguiu provar. Tirem qualquer arrogância. Hipóteses são hipóteses, até que se prove o contrário.)

Vou tentar chegar a algum lugar com ela, a partir das limitações dadas.

O professor Vizer me chamou a atenção para, além da questão da quantidade, me preocupar também com a da diversidade.

Foi bom, pois me lembrou o o que  já havia lido e discutido no blog sobre o livro do Clay Shirky neste outro post.

Que é um pouco o que vou desenvolver melhor aqui sobre  a minha teoria carioca-cognitiva do churrasco na laje. 🙂

Se você convida pessoas para a festa,  a complexidade do churasco vai depender basicamente da quantidade e do perfil dos convidados.

Se todo mundo é homogêneo, “topa qualquer carne”, é um tipo de festa mais simples.

Ou se é um pessoal mais refinado:  “carne de porco, não”, “coração de galinha, nem pensar,  tem colesterol”, “Não teria uma carne de soja?”….

É outro churrasco, concordas?

Assim, um determinado ambiente de conhecimento será mais ou menos complexo dependendo da quantidade e da diversidade das pessoas que o compõe, tanto entre elas, ou mesmo a exigência informacional (indiosincrasias) de cada membro daquele grupo.

Note que, por essa lógica,  em um quartel, por exemplo,  há um motivo para que todos os soldados usam o mesmo uniforme.

O padrão das roupas é um método utilizado para nivelar as pessoas, diminuir a diversidade, criando sempre um fortalecimento da verticalização da voz de comando.

Quanto mais homogêneo o grupo, mais fácil é controlá-lo. Quanto menos homgêneo, mais complexo.

Escolas uniformizadas tendem a ser mais autoritárias do que aquelas que cada aluno pode se vestir do jeito que quiser.

Num efeito Tostines:

A escola é autoritária, pois pede uniforme; E, por causa do uniforme, continua autoritária.

O interessante é que os regimes de força e autoritários, sempre como primeira medida, querem impedir a difusão de várias vozes. Um Hugo Chavez quer – ao boicotar as tevês, rádios e jornais – reduzir a taxa de diversidade para aumentar o seu poder verticalizado, restringir ou atacar reuniões de opositores, etc.

Já, uma empresa que deseja inovação, criatividade, ao contrario, vai procurar estimular a individualidade, deixando todos colocarem bonecos em sua mesa, personalizando, ao máximo, o ambiente, veja abaixo escritório do Google.

São dois movimentos em direções opostas.

Certamente, um grupo estimulado a ser “você mesmo” será muito mais complexo para ser administrado, mas, por outro lado, muito mais rico em termos de resultados.

O Google quer novidades, ruptura.

O Chavez quer votos nele, continuidade.

(É a chamada auto-revolução em torno do umbigo do grande chefe.)

O Google precisará de tecnologias de troca que permitam administrar essa complexidade. A Web 2.0 é chave para o seu sucesso.

Já o Chaves para o seu sucesso (desculpem o trocadilho) fugirá da colaboração em rede, como o Linus Torvald da Microsoft.

Assim, ao se estudar cada comunidade, ou mesmo o ambiente de um determinado país,  é preciso observar o tamanho  e a diversidade dos membros do grupo entre si.

E cada um, ou grupo, em particular, analisando estas variáveis na hora de se formar e administrar determinada rede de conhecimento.

O Brasil, a meu ver, é um país verticalizado, autoritário, que não gosta  de estimular e tem sérias dificuldades de conviver com a diferença.

(Não é à toa que mataram covardemente um garoto esta semana, depois da passeata do Orgulho Gay, em São Paulo.)

Assim, quanto maior forem estras  três variáveis….

  • Tamanho;
  • Diversidade entre membros;
  • E indiosincrasias de cada um.

… maior sera a complexidade a ser administrada, tanto em termos de metodologia, quanto em tecnologias adotadas.

Quem quer criatividade, aposta na complexidade e na inovação precisará de um ambiente na qual a diversidade ganhe corpo, como é  o caso da  Web 2.0, na sua colaboração plena, caso da Amazon, por exemplo.

Quem quer submissão, aposta na uniformidade – tenderá à Censura, o boicote à mídia, a moderação de comentários nos sites interativos que criar, etc, retardando, ao máximo, a colaboração aberta.

No fundo, são dois modelos de poder.

E é exatamente isso que está colocando ao se perguntar sobre implantação de projetos 2.0.

Que chave você escolhe para abrir que cadeado?

Me diga!

As coisas não são o que são. Mas são o que somos – Talmude – da minha coleção.

A moto quando você para no sinal tem que colocar o pé no chão, o carro não.

Para dirigir precisa de equilíbrio.

Quando cai fica com o corpo mais exposto à lesões, mas pode trafegar entre os carros e ainda ter o vento diretamente na cara, além do céu como teto.

Qual a diferença entre um motorista de moto e um de carro?

Ambos podem ser gentis, respeitar sinais, os pedestres, ou ao contrário, serem loucos na forma de dirigir.

Certo?

É interessante notar que, apesar de ambas as tecnologias, definir um tipo de prática de uso, na maneira de conduzir o veículo, pelas suas caracaterísticas, limitações e potencialidades (uma moto não é boa para a chuva e, teoricamente também, para longa distâncias, por exemplo), nossa personalidade subjetiva vai aparecer em ambos os veículos.

Assim, o que podemos apreender de anos de uso das duas tecnologias é:

  • Somos limitados e nos adaptamos às suas características básicas, em função das necessidades, perfil e temperamento (tem gente que nunca vai dirigir uma moto);
  • Mas, apesar disso, ao expressar nossa subjetividade, pouco importa o veículo, pois emprestaremos a eles como estamos naquele momento. E, com o tempo, o que somos (lembrando que o ser está sempre em processo.);

Recorro a essas duas tecnologias antigas – que estão entranhadas na nossa vida –  para nos permitir ver com mais clareza o quão é absurdo acreditar que um blog, um twitter, um MSN ou qualquer outra ferramenta cognitiva digital em rede possa – por si só –  alterar a subjetividade de qualquer pessoa, apesar de criar novos compartamentos.

Elas definem um tipo de uso, mas não mudam subjetividades.

Elas mudam comportamentos, mas não a essência de como nos comportamos.

Uma pessoa com maus ou bons hábitos, em relação ao respeito a outros humanos, irá repetí-los seja aonde estiver.

Assim, a meu ver, não  há uma “cultura inanimada” por trás de dada tecnologia.

Há uma maneira de uso, que condiciona uma prática, mas, depois disso, entra a subjetividade de cada um e não o contrário.

Repetindo e clareando:

A tecnologia determina a prática, mas não altera subjetividades.

Você poderá dizer que as tecnologias informacionais cognitivas podem ser diferentes.

Sim, há diferenças.

Quando eu posso trocar com várias pessoas e ampliar meus horizontes, eu posso estar, de fato, alterando minha subjetividade, assim como ao ler um livro de poemas, ou vendo um filme no cinema.

Podem ampliar minha maneira de ver o mundo e me tornar uma pessoa mais sábia.

Ou ao contrário, mais violenta.

Dependerá sempre do grupo, do livro ou do filme.

Aquilo que outro humano preencheu.

A tecnologia é a apenas a casca!

Em uma lista de discussão, por exemplo, consegui trocar com várias pessoas e caiu a ficha em um dado momento, que não cairia se não existisse.

Mas note que o resultado da troca entre humanos é que me fez mudar a subjetividade, a relação que eu consegi estabelecer entre as pessoas, usando aquela nova tecnologia.

Se estivesse em uma lista parada, quieta que ninguém opina ou posta, a tecnologia seria nula, nada.

Assim, aquilo que ela me permite, PODE, ampliar minha subjetividade, mas não o uso dela por ela mesmo.

(Hitler tinha uma biblioteca de 16 mil livros e lia um a cada dia. Mudou alguma coisa?)

Haverá sempre um fator relacional de cada um, a cada momento, dependendo como e com quem estamos trocando.

Por causa disso, atribuir a uma dada tecnologia uma cultura, dá um poder inexistente a ela e, por outro lado, reduz o que fará a diferença: a maneira como usamos e emprestamos nossa subjetividade.

Quando entramos no mundo 2.0, no qual o fator de troca a distância muitos para muitos, passa a ser praticado e ampliado, criamos uma nova forma de interação, viabilizada pela nova tecnologia.

Assim, o que se altera não é o mundo por causa da tecnologia, mas a maneira que trocamos, em função dos novos recursos tecnológicos existentes.

E aí há uma grande diferença, pois é na qualidade da troca que haverá diferença e não da troca facilitada por uma dada tecnologia por ela mesma.

Há, no máximo, perfis, prática de uso, condicionadas pelas características de cada um para o bem ou para o mal.

  • O e-mail é mais lento que uma mensagem no MSN, instântanea.
  • O Twitter é mais versátil que uma lista de discussão, mas se limita a 140 toques.

Uma tecnologia cria uma nova prática de uso, que nos permite trafegar na estrada informacional  de uma nova maneira, quase sempre mais rápida e versátil, é verdade.

Na rede, cada vez somos mais motos rápidas do que carros lentos (seja lá para onde isso esteja nos levando).

Mas, depois que aprendemos a usar, quando os gentis e os malucos assumem o volante, sai da frente, que aí vem gente!

E aí, mermão, minha irmã, é geralmente cada um por si – e, raramente e infelizmente – todos por todos.

Concordas?

Já discuti este tema também em:

A ilusão da Twittosfera

Em busca do computador invisível

GOVERNO  2.0


Visão estratégica para tomada de decisões de curto,
médio e longo prazo para projetos que envolvam Internet

Com Prof. Carlos Nepomuceno

14 e 15 de Setembro de 2009

Mais detalhes, em breve!!

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