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  • Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases.

Veja os fatos nus e crus.

Um livro vendido a R$ 40,00 reais, sobra R$ 4,00 para o autor, geralmente a remuneração é de 10% do preço de capa.

Se ele dá uma palestra para 30 pessoas, de graça, ganharia meses depois, vendendo dez exemplares no encontro, o que é raro, dá uns R$ 40,00 reais.

Basta multiplicar: (10 x R$ 4,00)

Mas se coloca o livro na rede e cobra R$ 5,00 por cabeça na palestra, sai de lá com R$ 150,00, ao vivo e a cores.

Quanto mais gente lê o livro e quanto mais interessante for o tema, mais gente vai querer assistir uma palestra do autor. Perguntar detalhes, ver as novas ideias.

Ele ganharia mais e mais pelos encontros e menos e menos pelo livro vendido.

Não seria mais lógico?

E tu me perguntarias: e os best-sellers, os Paulos Coelhos, os Veríssimos?

Bom, eles são exceção à regra e não a regra, já que cada vez mais estaremos falando para micro-públicos, na cauda longa da Internet: mais gente vendendo pouco, ou deixando baixar e menos gente vendendo 2 milhões.

Um livro on-line divulga.

O que não quer dizer que não tenha uma cópia por demanda para quem quer ler impresso.

  • E nem tenha um volume nas livrarias de tijolo para quem vai estar passando;
  • E nas virtuais para quem nem compra pela Internet, em um site de sua escolha.

É tudo do jeito que o público quer, sempre aumentando a reputação do autor para vender suas ideias seja em que formato for!

Ou seja, tem para todos os gostos, como diz o Rafael Xavier nos comentários do Webinsider sobre minha matéria do futuro da Indústria do livro:

Rafael Xavier Data: 29/07/2009 às 2:14 pm

Atividade: Analista Web

Cidade: Rio de Janeiro

Fala Nepo,

Já viu o novo livro do Chris Anderson? O nome é FREE e ele será free em alguns meios de circulação como audiobooks, pdfs e outros. Existirá a versão impressa mas a “online” já rendeu 30 mil “cópias” em 2 semanas segundo o twitter do próprio.

Acho muito interessante essas novas frentes de mercado com a internet e fico cada vez mais impressionado com o mundo ainda inexplorado por ele.

Abraços
Rafael Xavier

O autor passa a viver do seu personal shows, personal palestras, da reputação conquistada na rede como o que ofereceu de graça!

A reputação online que vira off-line é hoje o grande diferencial de alguém que quer vender qualquer coisa na área de serviço pessoal, que é o caso de bandas, autores, até jogadores de sinuca. 😉

Falta os editores atuais profissionalizarem esse processo, que é totalmente amador, deixando autores de todo o tipo, literalmente, na mão, enquanto se insiste no modelo anterior da venda do registro e não de quem produz as idéias!

O que se vende é idéia em diversas formas.

E não diversas formas com as idéias embutidas!

Se você quer uma dica, eis um ótimo negócio, uma empresa de palestras direcionadas…com bons pensadores!

Importará cada vez mais o encontro, que não será de graça, sendo cada vez mais caro, dependendo da reputaçao do palestrantes (seguidores, indicações, posição no Google e respeito da comunidade), assim como o que os autores produzirem especialmente, personalizadamente, para alguém, seja um grupo, ou uma empresa.

Recolocando a função do artista e recriando-se uma nova indústria cultural do encontro, tendo o artista, de novo, no centro, o produto principal.

Deixa-se, assim, finalmente,  de valorizavar tanto o registro e volta-se a atenção de novo para as pessoas.

Teremos editoras de gente, de autores e de idéias, vendendo presença e colocando de graça na rede o que eles pensam para divulgá-los mais e mais.

Seria o rabo deixando de balançar o cachorro.

Ou o cachorro de novo abanando o rabo.

A indústria sempre será  necessária, mas com outro foco.

É mudar a vela de direção e deixar o vento bater, que dá uma boa viagem…

Concordas?

PS- veja a minha proposta do meu novo livro aqui.

9 Responses to “Quando o rabo balança o cachorro!”

  1. Thales. disse:

    Minha dúvida é o custo de um evento/palestra. Veja bem, imaginemos um autor carioca chamado pra um evento em São Paulo num auditório qualquer. É preciso pagar a passagem aérea, hospedagem [ser for mais de um dia de palestra], aluguel do auditório do evento. Somado a isso tem a contratação das pessoas que vão participar do evento [mediador, o autor, a menina que serve água etc]. Mesmo os menores eventos têm custos altos. Eu não sei dizer se eu pagaria 50 reais [um show de um músico razoável custa um pouco mais do que isso] pra ouvir a palestra de um escritor… Dependendo do nome, claro.

  2. cnepomuceno disse:

    Thales,

    Mas nós já pagamos por encontros técnicos.

    Acho que um evento do eu sozinho não cola, mas de muitos.

    Veja os eventos da O´Relly nos EUA é o melhor modelo, tem um link no meu post:

    http://nepo.com.br/2008/12/17/o-que-vende-uma-editora-livros-ou-ideias/

    O problema é que hoje os palestrantes não são o centro e, na maior parte, nem sempre recebem nada.

    Fora as palestras, tem o valor agregado que o autor passa a ter dentro das empresas e outras instituições.

    O custo da palestra de graça ou paga é sempre o mesmo, o que se questiona aqui é o autor “vender o livro” e dar a palestra de graça, tirando o custo fixo e variável.

    Sugere-se o contrário.

    Vamos em frente,

    Nepô.

  3. Thales. disse:

    Ah, sem dúvida o autor precisa ser pago pra esse tipo de evento, mas só não sei como isso seria vendido pro público [não estou contando eventos feitos em empresas para funcionários]. Tô imaginando uma palestra do Veríssimo como se fosse um show do Paulinho da Viola [pra ficarmos com artistas ligeiramente tímidos]. Seria a pelestra do Veríssimo, uma espécie de show?

  4. Vinicius Ferraz disse:

    Thales, não vou teorizar sobre como deve ser vendida (ou não) uma palestra como o Nepô, mas acredito que se há vídeos disponíveis gratuitamente no site ou blog do palestrante, as pessoas podem ter uma amostra da profundidade que o palestrante costuma atingir, assim só vai pessoalmente para a palestra quem acha que vale a pena pagar por isso. Caso contrário, fica-se apenas com o livro que é gratuito.

  5. cnepomuceno disse:

    Vinicius e Thales,

    ficar na rede e fácil. Pegar o avião é difícil, cada vez mais.

    Vou contar uma estória.

    Fui assistir a um talk show aqui no Rio, Comédia em pé, com meus filhos de 12 anos. Eles estavam super emocionados, pois iam estar de frente a seus “astros” do Youtube.

    Pagamos.

    Eles lá não repetem o mesmo show, mudam, improvisam, chamam novas pessoas.

    Ou seja, a fama foi ganha de graça.

    E depois da fama, a cama.

    É a experiência mais viva que me ocorre agora para exemplificar meus sentimentos.

    Poderia falar de outros pessoais (do tipo na relação com meus alunos), mas isso acontece o tempo todo, as pessoas te conhecerem das coisas que você fez – de graça – na rede e te valorizam por isso.

    É uma micro fama, que rende.

    É isso,
    abraços,

    Valeram as visitas, comentários!

    Nepô.

  6. Luiz Ramos disse:

    Esse é o tema também d´O Globo Digital de ontem (segunda-feira). É uma nova filosofia de mercado, que será de grande proveito para quem a seguir, certamente.
    Não só na Internet, mas, também, nos escritórios de profissões liberais e comércio em geral.
    Abraços
    Luiz Ramos

    PS. Eu estou atrasado com a leitura de seus posts, que não dispenso.

  7. cnepomuceno disse:

    Luiz, grato pela visita.

    Você não vem mais no blog, pois fica dando voltas na Lagoa e não tem tempo para esse mundo virtualizado..;)

    abraços,

    Nepô.

  8. Marcelo disse:

    “Se você quer uma dica, eis um ótimo negócio, uma empresa de palestras direcionadas…com bons pensadores!”

    Isso já existe. É a Casa do Saber.

    O mais fascinante é que meu pai teve esse idéia há decadas atrás. Só que ele é um professor, homem das idéias, dos pensamentos, não empreendedor. E eu, apenas um adolescente, incapaz de compreender o que ele dizia.

    🙂
    Saudações!

  9. cnepomuceno disse:

    É o modelo da casa do saber é um modelo, mas é ainda tímido para o que imagino, que seria eventos de massa para justificar o encontro dos pensadores com um público, vô.aleu a lembrança e visita, Nepô.

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