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Explore a resignificação cognitiva e o impacto social das crises de valores. Descubra como mudanças históricas abrem espaço a novas perspectivas. Colabore!

É possível afirmar que vamos viver um processo de resignificação social.

Vimos aqui que estamos no fim de um período de contração cognitiva, na qual a produção da verdade passou a ser produzida de forma cada vez mais centralizada.

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Tal movimento nos levou a crises objetivas e subjetivas.

  • As objetivas são aquelas ligadas à nossa capacidade de sobreviver e sobreviver, se possível, com qualidade;
  • As subjetivas estão na esfera na capacidade de abstração e de subjetivação de cada sujeito e do espaço de sua explorar a sua singularidade no mundo.

Neste momento há uma perda gradativa das autoridades de plantão, que se agarram ao que podemos chamar de valores com menos qualidade diante da vida, tais como dinheiro, bens materiais, cargos, poder, etc.

Note que não estou dizendo que estes elementos não fazem parte da vida, mas é a taxa de valorização destes elementos, que não é fixa, é variável, tende a subir, pois há um aumento na taxa de objetivação da subjetividade de cada indivíduo na sociedade, o que nos leva a uma perda gradativa de valores de mais qualidade.

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Em momentos de contração cognitivas elas tendem a ser maiores e vice-versa.

Na história, podemos aliar momentos de contração e questionamento radical de valores de baixa qualidade, a saber:

  • Surgimento do monoteísmo judaico – Moisés – escrita manuscrita – questionamento do bezerro de ouro;
  • Surgimento do monoteísmo cristão – Jesus – escrita manuscrita – questionamento do comércio no templo;
  • Surgimento da Reforma Protestante – Lutero – escrita impressa – questionamento das indulgências, das imagens e estátuas dos santos;
  • Surgimento da República – Revoltosos – escrita impressa – questionamento dos valores reais e da Igreja, podemos citar o croissant.

Note que em todas estas passagens temos uma crise de significação, que denota uma taxa de baixa qualidade de valores, questionada e superada com a chegada de um processo de resignificação que vem aliado com uma nova mídia, que vem superar crises subjetivas e objetivas, uma apoiando a outra, pois:

  • Não é possível sair das crises com os antigos valores subjetivos;
  • E não é possível sair da crise subjetiva com a antiga crise objetiva.

Uma mão tende a lavar a outra.

Que dizes?

Versão 1.0 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

 

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Como vimos aqui temos dois tipos de otimismo o conjuntural e o estrutural.

Vou defender um prognóstico otimista para o nosso futuro mais próximo, recusando, entretanto, a ideia de um otimismo estrutural na humanidade ou no ser humano.

Vivemos hoje o fim de uma contração dentro do que chamei de pêndulo cognitivo, que se contrai e se expande, conforme as tecnologias cognitivas disponíveis versus o aumento da complexidade demográfica.

Assim, o movimento de expansão se caracteriza pelo fim de um longo período de contração, no qual há um conjunto de fenômenos sociais, que inibem a inovação, reduzindo a taxa de abstração e criatividade.

Na contração, temos:

  • a verdade sendo produzido de forma cada vez mais absoluta pelas autoridades de plantão;
  • que vai tornando as organizações cadas vez mais opacas para as demandas do conjunto da sociedade;
  • crises se acumulam em diversos campos;
  • há um aumento da taxa de adoração de símbolos sem significação;
  • e no seu conjunto há um aumento de taxa da objetivação da subjetividade dos indivíduos.

O movimento de expansão, através da disponibilização de canais (ver mais aqui) para os indivíduos abre um movimento contrário ao da contração, a saber:

  • a verdade passa a ter mais autores, reduzindo o poder absoluto das antigas autoridades de plantão;
  • o que vai obrigando a uma abertura das organizações se tornarem mais transparentes e menos opacas para as demandas do conjunto da sociedade;
  • procura-se inovar de forma radical para resolver as crises se acumulam em diversos campos;
  • há um questionamento dos símbolos sem significação e uma surto filosófico e muitas vezes espiritual/religioso, a procura de novas morais;
  • e no seu conjunto há um aumento de taxa da subjetivação dos indivíduos, a procura de significado nas suas vidas pessoais.

 

Podemos, assim, dizer que vivemos hoje o fim de uma contração cognitiva que seria o período de tempo que ocorre a chegada, a massificação, expansão, recontrole e, por fim, dominação por um tempo continuado do aparato da verdade pelas autoridades de plantão até a chegada de uma nova tecnologia cognitiva descentralizadora, o que nos traz, provisoriamente, uma visão otimista para os próximos tempos.

Que dizes?

Versão 1.0 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Ontem, estivemos debatendo na segunda aula do grupo de estudos do segundo semestre de 2013 sobre o tema Revolução Cognitiva e Dora Lima abriu a discussão sobre o otimismo diante do futuro.

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Podemos dizer que podemos lidar com dois tipos de otimismo:

  • O otimismo conjuntural – baseado em dados se obtém um dado prognóstico para um futuro próximo;
  • O otimismo estrutural – baseado em premissas filosóficas/religiosas que marca uma visão para toda a eternidade.

Um médico que ao deixar uma sala de cirurgia e diz que tem um prognóstico otimista em relação ao paciente não pode ser chamado de otimista, pois ele está se baseando, acredita-se, na sua experiência e naquilo que leu de estudos sobre a relação perfil do paciente x doença x tratamento em curso.

Diferente de uma pessoa que é otimista em relação à humanidade que acha que o ser humano é sempre bom, o bem sempre vencerá e, ao final dos tempos, anjos descerão para transformar a terra no verdadeiro paraíso.

Podemos, assim, ter um prognóstico otimista em relação ao futuro próximo com a chegada de uma Revolução Cognitiva, mas não necessariamente termos uma visão otimista da humanidade.

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É o que vou defender aqui o prognóstico otimista na expansão cognitiva.

Versão 1.0 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Explore o Zeitgeist, o espírito do tempo na era digital. Entenda o clima cultural e contribua com críticas e sugestões para repensar a modernidade.

Do Wikipédia:

Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos. O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo.

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Podemos dizer que a tentativa de definir modernidade ou pós-modernidade (detalhei mais isso aqui), ou ainda sociedade do conhecimento ou da informação procuram conceituar o Zeitgeist.

Note, entretanto, que temos que escolher critérios para fazer isso.

  • O da modernidade e pós-modernidade é fortemente baseado no artístico-filosófico;
  • O da sociedade do conhecimento ou da informação na economia.

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As pesquisas que temos feito tanto da antropologia cognitiva, quanto da filosofia tecno-cognitiva nos trazem dois elementos relevantes para a redefinição do espírito do tempo sob outras bases:

  • A demografia  –  para o aumento da taxa de complexidade no mundo e, por sua vez, por latências por mais e mais tecnologias sofisticadas (ver mais sobre complexidade demográfica aqui);
  • As tecnologias cognitivas e seu tempo de uso – alterando o pêndulo cognitivo para os movimentos de contração ou expansão cognitivas (ver mais aqui), que nos leva para entrada ou saída de crises da espécie.

O espírito do tempo pode, assim, ser repensado como estes dois elementos a mais que se somam aos outros tradicionais, tais como economia, política, movimentos sociais, escolas filosóficas-artísticas, pensadores, artistas, etc.

Se falarmos no atual espírito do tempo, sob esse ponto de vista, diria que vivemos na setebilhionidade cognitiva digital, como detalhei aqui.

Versão 1.0 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Versão 1.0 – 01/10/2013

 

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Estou envolvido com um cliente na montagem de uma rede de conhecimento participativa e tenho revisto práticas e conceitos, eis aqui algumas conclusões, que fazem parte de um relatório aberto para colaboração para o cliente e que compartilho com toda a Internet.

As dicas que estou passando para eles, compartilho aqui no blog.

É uma forma de construir um relatório participativo e aberto.

Versão 1.0 – 01/10/2013

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Um dos principais problemas quando se fala em redes sociais pela Internet é a questão da tecnologia.

Minha recomendação sempre é usar o que já existe e é de graça e, conforme se vai crescendo, vai se sofisticando as tecnologias, trazendo até softwares e servidores para dentro de um determinado ambiente.

Geralmente, o grande impasse é este.

Procura-se começar por um grande parque tecnológico, esquecendo-se que vivemos hoje em um mundo invertido, no qual não depende de quem coloca a tecnologia para que o projeto funcione.

Depende do usuário querer aderir e para isso é preciso que o grau de resistência seja o menor possível.

Quanto mais o usuário se sentir confortável dentro do processo, melhor.

Assim, deve-se procurar utilizar ferramentas gratuitas e conhecidas e, no decorrer do amadurecimento do processo, nos limites e problemas com tais ambientes, procurar novas alternativas, o que vai implicar mais custos e a dependência maior de profissionais de tecnologia.

Note que isso não é uma regra geral, pois há exceções, mas que justificam a regra.

Comece gastando pouco e usando o que já existe na Internet, pois é preciso ganhar maturidade.

 

Versão 1.0 – 01/10/2013

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Podemos dizer que a rede se divide nos seguintes atores:

  • Os participantes – aqueles que precisam aumentar a interação;
  • Os agentes incentivadores – aqueles que vão incentivar essa interação.

Os agentes incentivadores podem, ou não, fazer parte do grupo que vai interagir, pois podem ser profissionais capacitados para esse fim, que terão como missão apenas de incentivar as ações da rede.

Porém, é preciso que todos tenham alguma capacitação para que possam usufruir da rede.

Os agentes incentivadores devem ter um perfil mais ligado a humanas, conhecimento, informação, comunicação com bom conhecimento de tecnologia das redes.

Aqui, pede-se para evitar um perfil mais tecnológico e pouco humano, pois o que se precisa fortemente é incentivar a colaboração.

A questão da tecnologia deve ficar, quando necessário, sob o controle desse perfil e NUNCA o contrário!

 

Versão 1.0 – 01/10/2013

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O problema principal do meu cliente era o seguinte.

Há  um grupo de pesquisadores que se reúnem periodicamente e seria bom que mantivesse um contato mais permanente quando estão separados. Ou mesmo de pessoas que nunca se viram, ou têm pouco contato. Trata-se de uma rede social cujo objetivo, então, é estimular a troca a distância entre as pessoas para que possam aumentar o grau de relacionamento e propor ações em comum.

Tais agentes da rede social em questão produzem naturalmente:

  • Registros – geralmente artigos;
  • Currículo – atualizam seus currículos (plataforma Lattes);

Tais agentes poderiam produzir, a partir da rede digital:

  • Ações incentivadas pelo grupo incentivador da rede – dar entrevistas sobre temas específicos;
  • Ações voluntárias independentes do grupo incentivador da rede – Trocar informações sobre determinados temas.

Assim, o que é preciso na criação da rede social aqui proposta aproximar as pessoas para que possam:

  • – Estar com mais facilidade com acesso às pessoas do mesmo campo de atuação;
  • – Receber um material produzido,  a partir das ações provocadas pela rede;
  • – Conseguirem espaços digitais para que possam trocar informações o que antes não era possível.

Tais ações implicam em ações coordenadas dos agentes incentivadores da rede para que ocorram de tal forma a criar esse elo cada vez mais intenso entre esse grupo.

Versão 1.0 – 01/10/2013

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As redes humanas, antes da Internet, eram basicamente presenciais, com trocas de informações escritas, já que conferências telefônicas não eram comuns.

Veja a comparação das redes baseadas no oral/escrito com as novas possibilidades da Internet:

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Redes que podem usar a Internet visam, assim, reduzir o custo da interação, através do uso de um novo modo de interação, via digital, que permite a manutenção da conversa a distância, o registro automático das trocas e a facilidade, a baixo custo, da atualização dos registros.

A Internet potencializou/potencializa, portanto,  o encontro permanente a distância, através de um conjunto de metodologias e ferramentas mais dinâmicos e baratos.

Porém, essas facilidades da Internet constituem um novo e amplo aprendizado filosófico, teórico, metodológico e tecnológico que podem ser eficazes se bem utilizados, pois não é tarefa simples, o que demanda forte preparação dos agentes incentivadores da rede.

 


Gostei muito desta palestra do psicanalista Ricardo Goldenberg e sugiro que você escute.

Goldenberg neste vídeo quebra a ideia de que existe algo como o auto-conhecimento, que é algo que foi, a meu ver, fortemente reforçado pelos últimos anos de concentração das redes de construção da verdade, na qual eu não tinha a interação como uma prática, mas a produção cognitiva fechada o que acabou moldando nosso ego monoteísta, que ele questiona neste vídeo.

A base da proposta de Goldenberg é bem diferente do que estamos acostumados.  Argumenta  que não somos seres isolados. Só somos alguém, através do contato com o outro, que nos ajuda a nos reconhecer.

É algo como se fôssemos um projeto, tipo uma bola que só consegue ter noção, apenas noção de sua dimensão, quando batemos ( e refletimos de forma sóbria e profunda sobre esta experiência) nas paredes que nos cercam: a vida, as pessoas, as crises, os dramas e as alegrias.

Um ser interativo, que só se descobre em interação e nunca em isolamento.

Estar pronto, ou se conhecer, seria a capacidade que temos de interagir e refletir sobre cada interação.

A ideia, assim, que eu me auto-conheço, a partir de eu mesmo, seria uma grande roubada, que nos levaria muito mais à ilusão do que uma verdade mais eficaz.

(Porém, esse modelo de um ego isolado, auto-suficiente é hoje hegemônico e faz parte do modelo de organizações neuróticas e narcistas, fruto da contração cognitiva. Com o tempo, elas se tornam anti-produtivas, pois passam apenas a existir para se auto-manter e não mais servir à sociedade.)

A proposta, então, segundo o psicanalista, é de uma mudança de como eu me vejo e como eu construo o meu ego.

É o que eu chamaria da passagem de um ego monocentrista, fechado e isolado para um politeísta, aberto e que se descobre apenas na interação, fundamental para o novo ambiente cognitivo da colaboração de massa, que estamos entrando pós-mídias sociais.

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Goldenberg rebate a ideia da psicanálise “Freud_explica” , na qual o terapeuta acaba por transformar o analisando em um ego suplementar, tal como: façam o que eu acho que você deveria fazer. Quando o movimento seria o contrário, deixar o paciente como uma obra em aberta e ele dá alguns exemplos dessa prática.

Representa com estas ideias, acredito eu, um movimento de revisão psicanalítica de paciente obra fechada versus paciente obra aberta, pois rebate a prática do divã de que o analisando passa a ser o espelho do terapeuta. 

É justamente a mesma discussão que vejo hoje na sala de aula e nas organizações produtivas, incluindo a política por causa das mídias sociais.

(A proposta de ego obra aberta tem um pé forte no existencialismo, que acredito ser a corrente mais coerente com esse novo mundo que necessita de pró-atividade e não de passividade. As ações de Heidegger e Freud parecem que vão subir na bolsa filosófica. :))

O movimento psicanalítico proposto por Goldenberg faz parte da revisão geral, que podemos chamar de espírito da época, Zeitgeist, assim como a escola invertida (no setor de ensino), ou a mídia ninja ( na área de mídia) ou a gestão participativa (no setor produtivo) do movimento de expansão do pêndulo cognitivo.

Todos estes movimentos que percebem e tentam defender com mais ou menos visão do todo, o novo Zeitgeist macro cognitivo, da mudança de umacultura monocentrista para uma politeísta, da unicidade para a multiplicidade das vozes.

Muitos dirão que nada disso é novo  em todos estes campos e eu vou concordar.

Porém, a mudança agora é de uma nova natureza.

Antes era algo ideológico, que partia da visão de alguém e agora é tecnológico, que parte da imposição de um novo ambiente cognitivo. Não se trata de “vamos nessa que é legal”. Mas de “vamos nessa, pois o novo ambiente cognitivo assim o determina”.

Bem-vindo a consciência da tecno-espécie!

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São movimentos motivados em vários locais diferentes, por várias áreas distintas, por várias pessoas, no movimento de expansão cognitiva, que reflete as mudanças das tecnologias cognitivas em processo de expansão.

Ou seja, para concluir: o ego monocentrista que temos hoje, estamos aprendendo com isso,  é construído para lidar com um ambiente cognitivo, no qual há um centro produtor de verdade que se organiza para difundir suas ideias em uma modelo de rede cognitiva que trabalha com baixa interação.

Foi modulado como um livro:  demora para sair, constrói uma verdade e não interage.

O ambiente cognitivo molda, assim, nossos egos.

  • Na contração cognitiva, tende ao monocentrismo com baixa interação;
  • Na expansão cognitiva, tendo ao policentrismo com alta interação.

No caso do ego monocentrista, note bem o trabalho do terapeuta hegemônico, precisa ensinar a objetivar a ponta, tirá-la da sua subjetividade e sua capacidade interativa, pois o indivíduo nada mais é do que uma tela em branco para acatar uma verdade fechada que vem de cima para baixo, sem espaço para interação.

Com o tempo de uso, o ambiente produziu e consolidou cada vez mais egos monocentristas, pois, como sugere Foucault, o poder não está no centro, mas em uma grande rede, da qual todos passam a ser reprodutores do modelo hegemônico e o micro-cosmo desse poder é esse ego de todos nós monocentristas auto-conhecedores fechados, impresso, como um livro.

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Alien – o poder está dentro de nós!

É assim que é produzido um livro didático, um programa de rádio, de televisão, um jornal. O ego tem um momento de reflexão em um círculo fechado e sai de lá para não interagir com o mundo,  pois a sua verdade é construída e empacotada sem interação.

O novo ego politeísta, que se descobre na interação é a saída, a revisão necessária para lidar com esse mundo complexo interativo, que precisa se abrir para a interação, ser visto como uma obra aberta, que se conhece conversando. Isso vai desde o político, ao prefeito, passando pelo professor, juiz, chefe, gerente, terapeuta etc…

Por isso, a relevância da discussão que Goldenberg traz em seu vídeo, que reflete profundamente o espírito da nossa época.

Que dizes?

Versão 1.1 – 07/10/2013 Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Versão 1.0 – 30/09/2013

O quão revolucionário seria se todo mundo lutasse para trabalhar no que gosta?

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O problema é que somos, como disse aqui, no máximo, conscientes passivos.

Ou seja, queremos que o mundo mude, mas não trazemos para nós algo que mude nossas vidas enquanto mudamos o mundo.

Muitos dirão que não é possível, pois a conjuntura não permite.

Será?

Há algo de heroico quando queremos dar sentido na nossa vida.

Note que o mundo conspira para que sejamos mais um no todo, pois não se ameaça as autoridades constituídas.

Muitos dirão, como comentaram sobre este texto, que fazer o que se gosta não é para todos, pois sempre teremos alguém para limpar as ruas.

Mas será que não podemos pensar em como limpar a rua de outro jeito?

Por isso, temos a palavra utopia.

Utopia de não topos, ou de lugar nenhum.

De lugar almejado, de procura por algo que não existe, mas que precisa ser criado.

Ou seja, como uma missão, um teleférico no alto das nossas cabeças a nos guiar.

Se não temos a noção da morte e da finitude, do quão pouco tempo ficaremos por aqui, realmente nada vai adiante. A ilusão da imortalidade é algo que nos leva para a não utopia.

Vivemos um tempo de falsa-imortalidade.

Discuti mais sobre imortalidade aqui.

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Algo em que vamos percebendo, ao longo do trajeto que reúne:

  • – potência criativa singular;
  • – colaboração para a redução de sofrimento alheio;
  • – viabilidade econômica, mesmo que parcial.

Hoje, nosso guia, de maneira geral, é por uma carreira profissional.

Mas o que é uma carreira profissional?

Será algo que vem estamos problematizando de dentro para fora o que vem de fora para dentro?

Ascender profissionalmente, ter um currículo melhor dever ter algum parâmetro ético-pessoal.

Gosto da frase de Sartre:

“O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.

O que estamos fazendo?

A utopia é partir de algo que não sabemos direito e vamos construindo ao longo do caminho, em uma busca.

Não existe uma utopia pronta, como uma meta, mas uma postura diante da vida de que é preciso sempre ter contato com o lado de fora, bater dentro e ver no que dá.

É eticamente a procura de uma singularidade que nunca é obtida, pois a cada nova descoberta, nos deparamos com novos caminhos.

 

Versão 1.2 – 12/11/2013

(Este texto é útil para entender a dinâmica deste blog ou de qualquer blog, que faça dos textos um canal de aprendizado.)

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Este blog visa ajudar a clarear ideias e práticas em relação ao melhor uso da Internet, no que chamamos hoje de mídias sociais. É um blog reflexivo, com textos longos, que visa discutir com um público mais teórico, filosófico, que vai desenvolver teorias e metodologias nesse campo.

Para isso, procura as causas e consequências da atual Revolução Cognitiva.

É um ambiente experimental em contínuo aperfeiçoamento.

Muitos verão que há discussões profundas aqui e que deveriam estar em, talvez, lugares mais “nobres”. Mas não existe um lugar mais nobre da ciência, no qual se pode livremente pensar e discutir com pessoas que sofrem.

O papel da ciência, para este blog, é ajudar a minimizar o sofrimento daqueles que precisam compreender e atuar no mundo digital com mais liberdade e consciência.

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Este blog, assim, tem também um meta-desafio, que é comprovar que é possível construir verdades de mais qualidade fora do eixo do que se estabelece oficial da ciência.

Diria mais.

Que só é possível reinventar o método da produção da verdade quando adotamos fortemente as novas mídias. É uma mudança que passa pelo novo canal.

(Veja mais aqui sobre reinvenções circulares da produção da verdade.)

Portanto, é feito pelo autor com intensa troca com os visitantes, seja revisando textos, ou discutindo seu conteúdo.

Muitos acreditam que o blog é escrito para quem o visita, não é.

O blog, no meu caso, é uma reflexão do autor para o próprio autor, que, de forma generosa e corajosa, compartilha seus rascunhos com o seu público.

Assim, O BLOG NÃO VAI SE ADAPTAR A VOCÊ, MAS VOCÊ, SE QUISER E ACHAR QUE VALE À PENA, VAI SE ADAPTAR AO BLOG.

E isso, obviamente, se refere a:

  • – forma (tamanho dos textos);
  • – periodicidade.

É extremamente mal educado, sem etiqueta, querer interferir no jeito do blogueiro.

Espera-se discussões sobre conteúdo.

Cada blogueiro faz o blog ao seu jeito.

O que se pode abrir exceção é quando se percebe que a forma está, de alguma forma, atrapalhando o próprio blogueiro, mas nunca a você.

Por exemplo, se o texto é longo, é problema do blogueiro. Se você quer lê-lo, que separe um tempo ou leia em pedaços.

O que pode ser criticado, por exemplo, se ele está repetitivo.

Espero que tenha sido claro.

A Internet hoje é um mar de informações, o que permite que você tenha muita diversidade. O blog procura ser a diversidade do seu autor, que deve ser preservada.

Agradeça que tem gente como eu que está na Internet colocando conteúdo de graça.

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Assim,

  • NÃO PROCURE NO BLOG REGRAS ACADÊMICAS, pois se eu quisesse estar na academia com suas regras eu não estaria aqui no blog;
  • NÃO PROCURE NO BLOG REGRAS JORNALÍSTICAS, pois eu quisesse estar em um jornal com suas regras eu não estaria aqui no blog.

O Blog é anti-atual academia e anti-atual mídia.

Por isso, é um blog!

O que espero dos meus leitores, e adoraria, é que todos possam discutir o conteúdo, que é o mais importante, deixe a forma de lado. Se algo te chamou a atenção, você não concorda, defenda seus argumentos, abra o diálogo, pois é isso que interessa hoje:

A volta da nossa capacidade de conversar, de não adjetivar, de não xingar, de não querer trazer a sua verdade fechada, mas nós construirmos um consenso mais verdadeiro, com mais lógica do que a anterior.

Vamos ao detalhamento prático.

O blog tem uma parte relevante que são os e-books que são produzidos no próprio blog.

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Ao clicar em um deles, você será remetido a uma página com vários textos encadeados, que cobrem um determinado assunto no blog. Os temas vão mudando e se ajustando, conforme a compreensão do autor vai mudando.

O blog não se pretende, portanto, a ser um canal informativo, com periodicidade.

Assim, não recomendo acompanhar o dia a dia do blog, pois pode achar que pode estar muito intenso ou pouco intenso.

Veja o blog como um banco de dados das minhas ideias, com as quais pode entrar em contato de tempos em tempos.

Os textos são produzidos, conforme demanda de seu autor, podendo ter vários em um dia ou nenhum.

O blog é replicado no meu Facebook, do qual você pode fazer parte é só me pedir para entrar.
http://www.facebook.com/carlos.nepomuceno

Pode ser acompanhado pelo Twitter.
https://twitter.com/cnepomuceno

E ainda possui um canal do Youtube, no qual são arquivadas vídeos feitos diretamente para lá, ou palestras e aulas gravadas pelo autor.
http://www.youtube.com/user/cnepomuceno

Qualquer dúvida, não se acanhe em me perguntar:

cnepomu@gmail.com

 

Versão 1.0 – 30/09/2013

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Dentro da nossa ética individual se relacionando com nossa capacidade de reflexão podemos ter quatro perfis:

  • Consciente ativo – ser a mudança que quero para o mundo;
  • Consciente passivo – pedir para que os outros promovam a mudança que querem para o mundo;
  • Inconsciente – Não saber que mudanças quero para o mundo;
  • Reagente consciente – Ou mesmo não querer que o mundo mude, pois ele está bom para mim.

O primeiro perfil é aquele que tentará fazer da sua utopia individual um ato político, procurando ser e trabalhar naquilo que fará a mudança. Isso nem sempre é possível, por isso podemos chamar de utopia.

(Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.)

(Versão 1.0 – 01/10/2013)

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Existem redes humanas que interagem.

  • Quando juntas no mesmo tempo e lugar, podem abrir mão de tecnologias cognitivas;
  • Quando separados no tempo e lugar precisam de tecnologias cognitivas para interagir.

A ideia de redes virtuais é algo ineficaz, que serve para confundir o uso.

Ao chamarmos algo de rede virtual estamos lidando com a nosso evidente dificuldade de termos redes conhecidas e redes desconhecidas, que usam novas tecnologias.

  • As conhecidas seriam as reais;
  • As desconhecidas seriam as virtuais.

Quando falamos ao telefone, achamos que é uma rede real, pois o telefone já está incorporado pela nossa subjetividade, assim como uma troca de cartas, ou a leitura de um livro. O fato dos autores e agentes estarem distantes não faz dela uma rede virtual, pois é uma rede conhecida, portanto, real.

Quando há algo desconhecido, chamamos de virtual, como é o caso da Internet.

A Internet para quem já nasceu depois dela é tão real como era o telefone para seus pais ou avós.

Assim, ao pensarmos em projetos de redes de conhecimento, temos que descartar a ideia de redes virtuais.

Trata-se de redes humanas que irão se utilizar de novas tecnologias cognitivas que precisam estimular a interação entre seus membros.

De maneira geral, confunde-se redes com algo digital, virtual.

Só existe um tipo de rede: redes humanas, que usam todas as ferramentas possíveis para melhorar a qualidade de conversa e decisão.

Versão 1.0 – 29/09/2013

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Estamos saindo de um processo de construção da verdade monoteísta para politeísta.

  • Antes os canais fechados acabavam por obrigar uma certificação da verdade de poucos para muitos.
  • Hoje, estamos iniciando um aprendizado da verdade de muitos para muitos.

Isso dá um nó na nossa cabeça, pois muda tudo na maneira que o círculo da verdade é processado.

O movimento monoteísta pede a objetivação do sujeito, assim como o politeísta necessita da subjetivação.

São dois movimentos provocados pelo momento do pêndulo cognitivo.

A verdade monoteísta dialoga menos com o outro externo.

Assim, faz dele uma projeção da sua verdade, transformando-o em uma tela em branco, o processo dentro do círculo da verdade, reduz as opções das diferenças, pois vai se padronizando a aquilo que se espera.

As consequências inesperadas, mesmo que ocorram, são invisíveis, pois não viram ação ou comunicação, ficam limitadas ao subjetivo, encapsuladas dentro de cada pessoa e a reavaliação é menor, bem menor.

Não se aprende com o mundo exterior, pois há uma redução do outro a um objeto, que a tudo aceita.

O tempo da verdade monoteísta vai alienando o sujeito e transformando-o em objeto da verdade do centro.

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O centro da verdade vai se nutrindo dele mesmo, cada vez mais do seu espelho e transformando todo o resto no mesmo paradigma, transformando a verdade hegemônica em cada vez mais hegemônica.

Quando lidamos com o politeísmo, através do processo de expansão, via Revolução Cognitiva, aumenta-se o poder de quem entra na nova rede.

A taxa de diálogo aumenta intensamente com o outro, com mais ações e comunicações no círculo da verdade e consequências inesperadas. Sai-se do programado, pois há um descontrole das verdades.

O outro que era um objeto da verdade dos centros hegemônicos, vai criando a sua própria verdade, subjetivando-se e isso nos leva a consequências mais inesperadas, havendo necessidade de aumentar o tempo de reflexão, pois há um estranhamento de um objeto antes inanimado que passa a atividade.

O círculo da verdade que antes era mais fechado, precisa se abrir.

Há um aumento da subjetivação do outro que era objetivado pela verdade do centro projetada.

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Na nossa visão de mundo estamos saindo de uma fase de contração para uma de expansão da espécie humana dentro do pêndulo cognitivo, em função da Revolução Cognitiva.

Na fase pós-modernista (eu critico esse termo aqui) criou-se a ideia de que agora tudo é válido.

Concordo em parte, porém com um grande problema a questão da consequência e da reavaliação, como vemos no círculo da verdade.

Não existe, portanto, pensamento que não projete uma ação e nem ação que não tenha consequências.

Obviamente, que temos, como detalhei aqui, fatores pessoais, estéticos, éticos, teóricos que nos levam a pensar de uma determinada maneira, mas tudo isso – que é direito de todos – nos leva a consequências, que precisam ser avaliadas, sendo estas a base para aquelas verdades que devem ser estimuladas, ou não.

Não podemos ver a produção da verdade científica, portanto, igual a que é produzida pela are ou pelos jogos, que têm outro tipo de compromisso, visando uma (in) consequência ou uma consequência indireta, subjetiva.

 

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Se pensarmos uma validação de produção da verdade na sociedade do tudo pode, entramos em um problema ético, pois vamos ter que fechar os olhos para as consequências.

Estaríamos partindo do princípio que qualquer consequência é válida e isso não é eficaz para o humano, pois gera sofrimento.

Uma multiplicidade de visões ajuda muito na complexidade, mas é importante sempre olhar o que em termos de consequências geram. Que é a base de validação hoje e sempre de toda a verdade.

Por aí, que dizes?

(Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.)

Versão 1.1 – 30/09/2013

Vejamos a figura abaixo, que fatores levamos em conta para formamos a verdade, que é a base para as nossas tomadas de decisão. Aqui vejo o ponto de vista individual, o coletivo vemos aqui.

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Vamos detalhar cada item:

  • Ética – para que criamos verdade e para quem?
  • Estética – de que forma a empacotamos?
  • Psicológica – em nome de que projeto pessoal a criamos e usamos e como temos noção da mesma diante do meu outro eu e dos outros eus fora de mim? Quem sou?
  • Teórica – quais são as bases teóricas que utilizamos?

Tudo isso deve ser analisado, a partir de um contexto histórico, que modula todo o resto.

(Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.)

Pós-modernismo ou modernismo?

Nenhum dois dois.

Setebilhionismo.

(Ou podemos chamar de pós-modernidade ou setebilhionidade).

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E seria a setebilhionidade cognitiva digital, pois é condicionada pela nova tecnologia que aponta.

E temos como novidade aqui vivermos isso dentro de um ambiente econômico capitalista republicano.

Por que podemos falar nesse espírito do tempo?

  1. somos uma tecno-espécie;
  2. quanto mais formos, mais complexidade demográfica teremos;
  3. alguns problemas de complexidade que temos hoje são completamente novos, pois nunca fomos 7 bilhões;

Não podemos chamar, assim, de modernidade ou pós-modernidade, pelo menos dentro da filosofia tecno-cognitiva, pois não se encaixa é metafísica demais, atrapalha.

É preciso criar novos parâmetros para definir o espírito do tempo.

Acredito que seremos mais precisos se colocarmos sempre a referência da população e sua conexão, que baliza a nossa complexidade. Chamo de tecno-conexão a situação da tecno-conexão ( transporte, comunicação) dessa espécie.

  • Mais afastada – menos complexa;
  • Mais próxima – mais complexa.

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Podemos supor que a psicanálise surgiu, assim, não só por causa de Freud e sua genialidade, mas também pela emergência que os casos de histeria provocavam, que o obrigaram a pensar no assunto.

O problema da histeria foi fruto do adensamento populacional.

Só é possível pensar os estudos de Freud, a partir da complexidade demográfica.

Por aí, que dizes?

Versão 1.2 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

 

Versão 1.1 – 27/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Vimos que as verdades não são produzidas na sociedade sem um grande aparato-tecnológico, que o sustente. Este aparato varia conforme:

  • Momento topológico das redes da verdades  do aparato– mais centralizado ou menos centralizado;
  • Configuração cognitiva do aparato – as características técnicas das tecnologias cognitivas que definem como a verdade é produzida, mantida, por quem e de que forma a verdade e as autoridades são retroalimentadas);
  • O tempo de uso do aparato – que estabelece o controle das organizações sobre a sociedade, ou vice-versa, e os diferentes estágios da Era Cognitiva.

e sua topologia, que define um monoteísmo ou um politeísmo cognitivo;

. Aqui vamos detalhar como se relacionam estas redes.

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O importante aqui é apresentar que estas três redes têm que estar em harmonia. Note que o modelo centralizada é igual para todos, criando um canal de comunicação. Obviamente, que há modelos diferentes de centralização, mas elas precisam ter o mesmo modelo de produção cognitivo da verdade para poder “conversarem” e trocarem.

Aqui, estou ampliando este conceito considerando verdades como um elemento dentro de um processo produtivo, que implica não só aquilo que pensamos, mas aquilo que produzimos e consumimos. Tudo que circula na sociedade é a tentativa de uma aparato tecno-produtivo da verdade para sobreviver na sociedade, em termos micros ou macros.

Um produto é uma verdade, mal ou bem construída, por uma dada organização, assim como um serviço, que vai tentar fazer com que seja aceita pelo conjunto da sociedade, através dos seus canais, bem como um texto filosófico. Um aparato tecno-cognitivo, entretanto, tem o seu círculo cognitivo de influência hegemônico, que é beneficiado e consegue influenciar e fazer valer seus interesses mais do que outros, por critérios mais ou menos meritocráticos.

Feito o parênteses, note que acima temos o modelo atual do tecno-aparato da produção da verdade  antes da Revolução Cognitiva uma produção da verdade e uma topologia de rede monoteísta:

  • Em uma cultura monoteísta da produção da verdade – na qual a verdade é produzida em um centro, empacotada e enviada para as pontas;
  • Dentro de uma topologia de rede monoteísta – na qual o indivíduo recebe a verdade sem um canal próprio para gerar a sua – com baixa taxa de empoderamento.

Há, obviamente, tentativas ideológicas da construção nas três instâncias de projetos alternativos, tanto de cultura de produção de verdade, como também de novas topologias de rede, porém ficam limitadas, pois esbarram na falta de sinergia com todo o ambiente.

  • A escola da ponte e as ideias de Paulo Freire são um exemplo de tentativa de uma cultura politeísta na escola;
  • As ideias de gestão participativa de Ricardo Semler vão na direção de mudanças na instância empresas;
  • E as rádios piratas procuraram criar novos canais para quebrar o monopólio da mídia.

Tenho defendido que não adianta, por exemplo, uma escola, uma empresa ou uma mídia procurarem modelos alternativos de cultura e topologia, se todo o ambiente é dentro de um modelo. Tais experiências servem como inspiração, como alternativa de nichos na sociedade, mas sempre ficam restritos, pois o ambiente como um todo tende a rejeitar tais iniciativas, como se fosse um “vírus” contra toda a cultura hegemônica.

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Em uma Revolução Cognitiva o que ocorre é que na instância mídia é modificada na sua cultura e topologia, o que causa um desequilíbrio no ambiente, como veremos neste post.

Versão 1.0 – 27/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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A base de todas as decisões que tomamos na vida em todos os campos passam por estas três questões.

Mesmo que não tenhamos parado para pensar, alguém pensou por nós e nos deu algum embasamento nessa direção.

Filosofar nada mais é do que girar em torno destas três questões.

Diria que um filósofo é aquele que se dedicou mais tempo a problematizar uma ou todas estas questões. E que uma pessoa que se deixa levar na vida é alguém que nunca pensou muito sobre elas, mas que acha que as suas conclusões são suas e não da sociedade que o emprenhou.

Isso podemos chamar de alienação: não pensar como pensamos/sentimos/intuímos.

Há muitos filósofos que não se acham filósofos, que talvez até tenham um descompromisso interessante, que discutiram essas questões básicas.

Falo aqui dos artistas de todos os tipos, produtores ou não de arte.

Diria e acho que vamos aprender cada vez mais – diante dos novos instrumentos do século XXI (técnicos e teóricos) –  sobre o que as pessoas são o que elas são por algo genético, que já vem de fábrica.

A ideia de Sartre de que somos nada, um vazio, não bate muito com as descobertas do cérebro, do DNA, da genética.

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Gosto, entretanto, da provocação que ele faz de que tudo pode estar em aberto, pois vivemos em um mundo fechado e nada melhor do que ter alguém – uma corrente – que diz o contrário. É um contra-ponto importante.

Se a proposta aqui do blog é ajudar a entender algumas mudanças do mundo é preciso problematizar estas três questões e ir voltando para atualizar, como um software, para ir atualizando este post de tempos em tempos, conforme os bugs apareçam.

A ciência do século XXI aliás é muito mais um software do que um livro.

Sugiro até esse eixo para o ensino de filosofia, veja mais sobre isso aqui.

Tenho feito um intensivo estudo sobre filosofia e diria que temos várias correntes e filósofos no tempo.

Tenho uma intuição de que são motivados por duas coisas:

  • As crises históricas que viviam – macro/da espécie? média/continental? micro/regional? 
  • O perfil psicológico – que era mais ou menos depressivo, mais ou menos maníaco, com capacidade maior ou menor de abstração para lidar com questões mais ou menos amplas.

Desenvolvo mais estas ideias aqui,

Neste post, vamos problematizar as questões, baseado em meu perfil, que me influencia e momento histórico atual, que nos influencia.

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Quem somos?

Do ponto de vista individual, podemos dizer que somos: egoístas e conservadores, voltados para nossos hábitos. Qualquer coisa que nos tire desse eixo nos tira o humor e lutamos bravamente para voltar a esse ponto.

(Falo sobre o problemas das crises aqui, quando nossos hábitos nos causam problemas.)

Como pensamos?

Somos condicionados pelo ambiente, não gostamos de pensar com nossa própria cabeça, e esse modelo nos leva a sucessivas crises, que é justamente o momento em que nossos hábitos (de agir e pensar) se deparam com fatos da vida, que precisam de um novo entendimento. (Desenvolvo mais a ideia do que é a realidade aqui.) E falo disso também aqui.

E por que estamos aqui?

Diria que por acaso, sem nenhum sentido.

Imagina se um asteroide cai na terra e some a espécie humana toda, sem sobrar ninguém. Absolutamente tudo que damos tanta importância não valerá para ninguém, pois sempre fazemos para o humano, que pode não estar aqui mais.

O que fazemos nessa falta de sentido é tentar dar um sentido, ter um passatempo.

A maioria caminha para algo tipo Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar”. Ou seja, alguém te conduz e você finge que toma todas as decisões.

Heidegger sugeriu outro ponto de vista ao defender que ser humano não é algo dado, mas construído.

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Somos, assim, um projeto de humanos. E se deixarmos a vida nos levar seremos humanos de baixa qualidade, levados pelos instintos mais primitivos e animais (isso que diz sou eu).

Ele diz que a morte nos faz humanos, pois diante delas resolvemos procurar um significado qualquer que nos leva em direção a uma maior humanidade.

Assim, é preciso preencher o vazio com algo, mas algo que te mantenha de cabeça erguida no último suspiro.

Assim, os passatempos podem ser vários.

E nenhum deles pode ser julgado, apenas tem que ser um que te alimente nos momentos da crise existencial (se é que existem). Que te deem um alívio de se sentir colaborando com algo a mais para a espécie passageira como nós.

Por isso, um bom passatempo é procurar em nós o que podemos ter de diferente, potencializar, para reduzir sofrimento em um determinado campo de trabalho/estudo/ação.

Esse bom passatempo é o projeto pessoal de cada um, que deve estar acima da vida profissional.

Hoje, vivemos uma síndrome do crachá, que é achar que nós somos o nosso crachá e devemos fazer apenas aquilo que nossos “grandes chefes malignos” nos mandam.

E colocar neles a responsabilidade de não conseguirmos ser seres melhores.

O papo:

“Não sou melhor, pois o “meu chefe maligno” não deixa.”

Estas bases estruturam tudo que pensaremos e faremos em todos os campos de estudo.

É o DNA do que pensamos e nos levam a propor todo o resto.

Por enquanto, na atual versão é isso.

Que dizes?

 

 

Versão 1.0 – 26/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Tabela inicial ainda em desenvolvimento:

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Versão 1.0 – 26/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Segue o quadro que servirá de apoio para outras digressões:

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Versão 1.0 – 26/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Como vimos, a sustentação da sociedade se dá pela qualidade de tomada de decisões, a partir das autoridades de plantão e suas decisões.

Uma crise de governança se caracteriza quando em escala global há um modelo hegemônico de tomada de decisões  que não tem mais ferramentas suficientes para lidar com a complexidade demográfica, o que nos leva para gradualmente uma baixa qualidade de:

  • autoridades de plantão;
  • qualidade das verdades;
  • qualidade das decisões.

Que tem como consequências:

  • – o aumento do sofrimento.

Ao se massificar uma nova tecnologia cognitiva que permite a renovação das autoridades, uma melhoria da qualidade das ideias circulantes e decisões tomadas, abre-se o espaço para a Reforma da Governança da Espécie, um movimento renascentista filosófico, teórico e metodológico, que tem como meta refazer o aparato de produção das verdades, estabelecendo um novo modelo de governança.

 

Versão 1.0 – 26/09/2013  

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Tenho defendido há tempos a tese de que as mudanças cognitivas são fruto do aumento demográfico.

Vou apresentar abaixo um argumento de fácil compreensão.

Suponhamos que temos reuniões em um sindicato.

São diferentes reuniões de 10 pessoas, de 100, de 1.000 ou de 10.000, que alteram a forma como temos que estruturar as rede das verdade. Vamos ver abaixo o problema que o aumento das reuniões provoca em uma diferentes reuniões de um sindicato, por exemplo:

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 Note que quanto mais gente temos participando das reuniões haverá mais complexidade temos e, por tendência, a rede tende a ficar mais e mais verticalizada, perdendo a horizontalidade.

Ou seja, o primeiro remédio para a complexidade é a verticalização, mas com o tempo a verticalização vai criando um problema dos critérios de participação, pois teremos muita gente querendo falar, se expressar, se representar e um tempo cada vez menor para que se possa falar para todos.

Surge um impasse demográfico cognitivo.

O ambiente cognitivo não foi estruturado para lidar com o aumento da complexidade em curso.

O que vai acontecer é que haverá, com o tempo, uma latente crise de representação, que se caracteriza por muita gente querendo se expressar e esbarrando nos limites da capacidade das tecnologias de construção da verdade permitirem.

Há, assim, um limite da representação possível no modelo de cognição anterior e isso explica a demanda por uma Revolução Cognitiva, que traz para a sociedade tecnologias mais sofisticadas, que possam superar esse impasse.

O aumento da complexidade, voltando ao caso do sindicato, acaba por estabelecer critérios mais rígidos de quem vai tomar a palavra, pois existe uma relação entre o tempo disponível e o número de pessoas que vai ter espaço para falar.

O aumento demográfico no sindicato vai criando um problema de complexidade e que vai exigindo a sofisticação das tecnologias de produção da verdade e tensionando os critérios de participação, pois há mais gente querendo se expressar do que espaço para que todos o possam fazê-lo.

No livro de Clay Shirky “Here Comes Everybody”, na página 27, ele apresenta o seguinte gráfico:

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É um estudo sobre complexidade, que apresenta três cenários, nos quais se estabelece uma regra de que quanto mais gente temos participando mais complexo fica o problema, porém não em uma escala de 1 para 1, mas quando aumentamos a complexidade aumenta mais rápido do que o seu tamanho.

Peguemos como exemplo agora algo maior como o aumento populacional na cidade do Rio de Janeiro, um dos lugares que teve mais adesão nos protestos de junho de 2013:

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Note que de 1872 até 2010 (138 anos apenas) a cidade do Rio saltou de 275 mil para 6.300 um pulo de 23 vezes de tamanho, trazendo uma complexidade muito maior que 23 vezes, baseado na lógica apresentada por Shirky.

Temos, assim, muito mais gente querendo se expressar, com muito mais diversidade,  do que o número de “microfones” disponíveis, o que nos leva naturalmente para uma crise de representação, tensionando os critérios de participação (vide, idem, Junho de 2013).

Podemos ainda definir dois momentos diferente desse impasse demográfico cognitivo:

  • os que são excepcionais – quando há uma reunião maior, tipo em uma greve;
  • e o corriqueiro – que precisa ser administrado permanentemente, como é o caso do número de associados, via jornal, internet, etc.

No caso de uma cidade, idem.

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A população é permanente e precisa ter canais de participação cotidiana, como é o caso do 1746 (que recebe pedidos de solução de problemas também por aplicativos de celular) que foi criado recentemente no Rio e outra em épocas de de eleição, quando vem, a partir de critérios definidos, escolher quem vai “subir no carro de som” (Prefeito).

Essa necessidade de mudança cognitiva, pode ser compreendida melhor com a leitura do livro de Daniel Bell, “O avento da sociedade pós-industrial”, na página 197, ele lembra duas teses interessantes, do Galileu e do biólogo D´ArcyThomas. O conceito é de que um corpo vivo quando fica muito grande, pesado, tem que mudar de forma para sobreviver.

Uma melancia não nasce em árvore por causa disso, acabou se adaptando a algo mais compatível com seu peso.

(A exceção, no caso, é a jaca, com todos os problemas que isso acarreta para os carros que estacionam embaixo de uma jaqueira.)

Adaptando isso para nosso caso, podemos dizer que a complexidade demográfica vai pressionado o ambiente cognitivo para ir se sofisticando, até chegar a um novo modelo que permita resolver o problema dos critérios de produção da verdade e tomada de decisão (participação):

(Tempo de participação x espaço de participação x quantidade de pessoas) =  tomada de decisões

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Uma tecnologia cognitiva tal como um carro de som tem suas limitações de espaço de produção de verdades e tomada de decisão (participação). O carro de som não é perverso, assim como não são nem o rádio e nem a televisão, são apenas tecnologias cognitivas com suas limitações, que permitem, no caso do carro de som,  a alguém falar algo para muita gente no mesmo tempo e no mesmo lugar para se informar verdades e tomar decisões, tal como continua ou termina a greve.

(Note que, por curiosidade, nas manifestações de Junho de 2013 houve uma luta dos participantes contra o carro de som, pois justamente estava se construindo, a partir de novas tecnologias, novas formas de interação entre as pessoas.)

A Internet representa essa passagem de uma tecnologia cognitiva nova que vem procurar resolver o problema de complexidade demográfica das cidades grandes, onde a maior parte dos 7 bilhões de habitantes vive, que saltaram de tamanho  e precisam de novos instrumentos para resolver a tensão da participação, que ficou obsoleta no modelo atual.

A nova tecnologia permite/permitirá, pela ordem:

  • – novas redes que abrem canais de produção de novas verdades de novas pessoas (Facebook, Youtube, Twitter, Blogs);
  • – novos critérios para fazer a validação de quem está falando verdades mais qualificadas, através dos rastros digitais (comentários, estrelas, links, compartilhamentos, curtir).

Tais tecnologias criam um ambiente propício para o início da formulação de um novo modelo de governança da espécie que vem ao mundo para lidar com o aumento da complexidade, através de uma nova forma de produção da verdade e em última instância de tomada de decisões, minimizando, com isso, a atual crise de representação.

Por aí,

que dizes?

Versão 1.0 – 25/09/2013  

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Já detalhei a crise do monoteísmo impresso-eletrônico.

Agora, quero detalhar algo que percebo relevante: vivemos hoje a falsa ilusão da imortalidade.

Imortalidade das organizações e das pessoas.

Um mundo com forte controle das ideias, como é este que vivemos há uns 200 anos, principalmente depois da expansão do rádio e da televisão, criou uma falsa sensação de estabilidade.

Esta estabilidade é oriunda dos centros produtores da verdade, que foram tornando a vida algo previsível, criando na subjetividade das pessoas a falsa ilusão da eternidade, da falta de pressa, dos não-projetos pessoais, pois a vida é esta que está aí.

Tal sensação faz das pessoas objetos, pois seres vivos passam, objetos, nem tanto, demoram mais.

O que se passa é que as organizações são imortais, precisam apenas de pequenos ajustes e todo o tripé do aparato de produção da verdade estabelece, dentro dessa lógica, uma sinergia da inovação incremental, de pequenas mudanças, no máximo.

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Há, entretanto, duas forças humanas que fazem com que as pessoas se sintam motivadas a querer mais, desde que haja algum espaço viável para isso, pois todos somos muito acomodados nos nossos hábitos:

  • – a sensação de deixar um legado, que é a única forma saudável de enfrentar a angústia da morte;
  • – e na mesma direção: sentir que no vazio da vida, no passatempo que escolhemos para passar os dias, não é tão insignificante, pois estamos fazendo algo para melhorar o mundo.  

Antes da Revolução Cognitiva, tais premissas ocorriam em lugares muito isolados da sociedade, pois dependiam de visionários que ocupavam algum papel de destaque, tal como Ricardo Semler, que propunham modelos novos para organizações antigas. Porém, agora a inovação radical deixa de ser periférica e entra no rol das novas verdades emergencialmente pré-hegemônicas.

Ou seja, a atual Revolução Cognitiva abriu um novo campo para o fim da sensação da imortalidade organizacional, colocando a inovação radical como algo central para a competição das organizações e trazendo a questão da mortalidade para dentro da discussão das estratégias de recursos humanos.

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As organizações começam a demandar inovações radicais, pois a sociedade está dando uma guinada para uma nova governança da espécie. As empresas de tecnologia primeiro e depois de todos os setores viverão de inovações radicais, pois a digitalização do mundo, com a criação de verdades cada vez mais líquidas, irá acelerar os negócios.

Um modelo Google, com seus brinquedos, será amanhã algo corriqueiro nos lugares mais conservadores, exigindo um perfil completamente diferente de profissional e de organizações. É resultado de um politeísmo generalizado, onde a verdade líquida precisa ser canalizada em projetos rápidos e colaborativos.

As manifestações de junho de 2013 no Brasil apontaram para essa direção.

  • Quem continua a lembrar, já está na frente.
  • Quem esqueceu e voltou aos velhos hábitos, está devendo.

Assim, vamos começar a ver cada vez mais organizações demandando na sociedade a radicalidade na educação, na mídia, no ambiente de trabalho, alterando o modus-operandi do monoteísmo atual para o politeísmo digital.

Tenho experimentado em sala de aula, como fator motivador para essa passagem da sensação da imortalidade para a mortalidade, através de introdução da filosofia, na qual introduzo a questão do propósito.

Tenho entrado na linha dos existencialistas, tais como Heidegger (“O humano é um projeto de humano que se constrói por iniciativa deste”) e Sartre (“Você é aquilo que fará com que querem que você seja/fosse”), que colocam a questão da morte e da liberdade como fatores estruturantes do ser humano.

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A inovação radical que passará a ser um padrão pede uma mente existencialista.

Que dizes?

 

Versão 1.0 – 25/09/2013  

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Estamos discutindo a nova educação.

E o movimento mais evidente é significativo é o da inversão dos fluxos das verdades.

O novo aparato das verdades ainda não-hegemônico já demanda uma nova escola.

Aqueles que achavam que a escola não dia nunca mudar, agora começam a ter motivos para pensar diferente, como comentei aqui na palestra sobre Escola Monoteísta.

Já começamos a ter vários movimentos da nova educação nessa direção, tais como aprendizado por problema, por projetos, escola invertida. Todos vão na direção de dar autonomia para os alunos para que possam se preparar para viver em um novo contexto social, no qual a verdade é feita de nova forma, que pede uma intensa participação de baixo para cima.

Gostaria de propor algo parecido, mas com outro viés orientador.

Não gosto de escola baseada em projetos e nem de problemas, pois o grande impasse que temos no nosso velho e obsoleto mundo de produção de verdade monoteístas cognitivo é a perda dos problemas fundamentais.

Isso faz parte da crise do modelo monoteísta impresso-eletrônico.

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Perdemos a capacidade de nos dedicar as grandes crises, que geram os maiores sofrimentos.

Se vamos reformar o modelo temos que já de cara resolver dois problemas:

– inverter a ordem da produção da verdade;

– mas temos que colocar no lugar, de cara, problemas relevantes.

Imagino uma escola por projetos com projetos vazios ou problemas menores.

Claro, que é o aluno que escolhe a crise, mas é uma crise e é preciso começar a procurar para saber o que é crise, uma cultura do estudo das crises, pois nada melhor do que aprender a lidar com as crises de forma madura.

Quem vive uma crise bem vivida, sai lucrando. Quem, vive uma crise mal vivida, perde duas vezes, pois ela volta.

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Já nessa linha de raciocínio, entro em outro interessante. Dependendo da crise, temos que ter duas ferramentas de análise que podemos adotar e quebrar uma dicotomia estéril entre indução e dedução:

  • Uma crise incremental – que existem, que já temos filosofias, teorias e metodologias, que ajudam a superá-la pedem métodos indutivos – debaixo, dos fatos, para cima, usando os cases disponíveis. Aqui trabalha-se com a aplicação de um dado método e com baixa abstração. Isso pede um perfil de agente mais pragmático.
  • Uma crise radical – para as quais  não temos filosofias, teorias e metodologias, que nos ajudem a superá-la temos que trabalhar com métodos dedutivos – por cima das filosofias para baixo, usando crises similares para se fazer a transposição de teorias e metodologias.  Aqui trabalha-se com a aplicação de filosofias, com alta abstração. Isso pede um perfil de agente mais articulador de conceitos.

Primeira abordagem, que achas?

Versão 1.0 – 25/09/2013  

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Escute aqui as minhas ideias novas deste ebook em vídeo, sem imagem.

Use o You2load para ouvir no celular, veja como aqui.

Versão 1.1 – 25/09/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Wikipédia – Um intelectual é uma pessoa que usa o seu “intelecto” para estudar, refletir ou especular acerca de ideias, de modo que este uso  possua relevância social e coletiva.

Hoje vivemos no caldeirão da migração de uma governança monoteísta impresso-eletrônica para uma politeísta digital. Quem quer influenciar no mundo tem que ser capaz de identificar as forças principais da mudança para que facilite a sua visualização pela sociedade e detalhá-las para que as pessoas que lutam pela redução do sofrimento (papel ético de todo intelectual) possam se beneficiar delas, reduzindo seus efeitos negativos (que sempre existem).

O problema principal de um intelectual politeísta digital é que só consegue construir novas verdades se estiver no novo ambiente politeísta e estar nele é, ainda hoje, se colocar à margem da sociedade. Não é possível, por exemplo, estar em na academia e publicar em revista acadêmicas com o modelo monoteísmo de validação atual.

Tais requisitos levam ao intelectual politeísta a um impasse, pois é preciso pensar de forma radical e coletiva e o modelo atual é todo construído para um tipo de ciência monoteísta incremental.

O resultado é algo híbrido, muito longe do desafio que se coloca, pois a produção do intelectual politeísta é um aprendizado constante de como se constrói uma nova verdade em um novo ambiente produtor de verdades.

Ou seja, se ficar o bicho monoteísta pega, se correr o bicho come.

Novas verdades só poderão ser construídas dentro do novo ambiente politeísta, pois elas precisam já se aproveitar do dinamismo das redes emergentes cada vez mais eficazes, fazendo uma aliança de solução-problema com os que estão vivendo e dependendo dele.

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Assim, cria-se o impasse, pois é preciso estar nas redes politeístas, mas estas ainda estão à margem da sociedade, inviabilizando economicamente o trabalho dos novos intelectuais, Isso ainda mais no Brasil, que é um país extremamente autoritário e conservador.

Sim temos muitos casos do intelectual pseudo-politeísta com algumas ideias diferentes, mas com ferramentas monoteístas, o que os impede de viver plenamente o novo contexto.

E isso nos leva a alguns impasses, que foram vividos por todos os pensadores que questionaram a verdade hegemônica do seu tempo:

  • a – a falta de viabilização financeira;
  • b- a falta de reconhecimento imediato;
  • c- a incompreensão das ideias ainda mais aquelas que não são produzidas pelas redes das verdades hegemônicas (ver mais detalhes sobre elas aqui).

Ou seja, as verdades dos intelectuais politeístas vão ter dificuldade de chegar nas redes hegemônicas que estarão fechadas, por comodidade, na maior parte dos casos.  dos atuais emissores.

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Assim, haverá a necessidade dos intelectuais politeístas irem construindo suas novas verdades, através da sinergia emergente que vai sendo construída pelas novas redes politeístas em todos os campos (midiáticos, educacionais e produtivos).

Nestes lugares os intelectuais politeístas terão um papel fundamental, pois conseguirão dar uma visão mais consistente para projetos que tem uma forte intuição, mas que precisam de bases teóricos-filosóficas para um pensamento de longo prazo, que é o papel dos intelectuais fornecer.

A luta é grande, mas mais interessante.

Que dizes?

Versão 1.0 – 25/09/2013
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Veja abaixo a tabela que é auto-explicativa:

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Versão 1.1 – 25/09/2013
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Já detalhamos o que é uma crise e uma crise cognitiva.

Vivemos uma crise cognitiva, pois vivemos hoje em um modelo de produção de verdades hegemônica e estamos em um processo de construção de um novo modelo.

Estamos saindo das redes hegemônicas da verdade mono-monoteístas impresso-eletrônicas para as redes mono-politeístas digitais. Ver mais sobre redes de verdade aqui.

O mundo vai mudar radicalmente por causa disso como mudou com um movimento similar, com a chegada do papel impresso, em 1450 ou a chegada do Alfabeto Grego na Grécia Antiga, que reproduzem momentos parecidos. Estamos vivendo hoje algo similar diria  a 1600, com os mesmos dilemas de pensadores como Descartes, Bacon e Espinosa  que questionavam o monoteísmo cognitivo da Idade Média, através do mono-politeísmo do livro impresso.

Já vimos que a forma como fazemos a produção da verdade é a base estruturante da sociedade e de suas organizações, que precisam estabelecer uma relação sinergética entre elas (redes educacionais, midiáticas e produtivas).

A chegada de um novo ambiente midiático diferente na forma de produzir a verdade cria um impasse sinergético entre as organizações e os indivíduos da sociedade que passam naturalmente a se utilizar desse novo ambiente, pois sentem (principalmente sentem) que ali conseguem resolver problemas e sofrimentos, que era impossível de serem resolvidos no modelo anterior.

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São duas maneiras diferentes de se produzir a verdade, que passam a viver no mesmo período de tempo, o que podemos caracterizar como uma Revolução Cognitiva, o que nos leva a um impasse entre o antigo modelo e o novo modelo. A nova ordem cognitiva, entretanto, leva vantagem pois:

  • – é utilizada pelos mais jovens, que traz com eles o futuro;
  • – é mais dinâmica do que a anterior para a tomada de decisões, pois se utiliza de recursos tecno-cognitivos mais modernos;
  • – cria uma verdade de melhor qualidade (nos problemas que traz para a sociedade, bem como, a forma de resolvê-los.

Tal impasse cognitivo vai durar um longo período, o que vai gerar (como já está gerando) diversas contradições e conflitos na sociedade, até que o novo modelo, hoje periférico ascendente, se torne hegemônico, o que se caracterizará como uma nova governança da espécie, oficializada por leis, como ocorreu com a Revolução Francesa, que estabelece uma nova ordem jurídica e econômica.

Quanto menos durar e quanto mais conseguirmos acelerar a passagem da velha para a nova ordem, menos sofrimento será causado. O passado, entretanto, nos mostra que a velha ordem não aceita perder alguns de seus privilégios que a nova governança traz, o que provoca revoltas das mais variadas.

É o cenário que temos pela frente e marcará (como já está fazendo) as lutas políticas do século XXI, tendo um colorido regional, conforme cada país.

 

 

 

Versão 1.0 – 25/09/2013

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Há três tipos de redes produtoras de verdades:

  • Uma rede que produz verdades de forma centralizada, ou mono-monoteísta –  é aquela em que se tem um centro produtor de verdades mais centralizado, baseado em um tipo de  tecnologia cognitiva, que tem baixa taxa de interação e retroalimentação, que por sua característica controla os canais de construção de verdades. Ex: redes de rádio e tevê;
  • Uma rede que produz verdades de forma descentralizada, ou mono-politeísta –  é aquela em que se tem um centro produtor de verdades mais descentralizado, baseado em um tipo de  tecnologia cognitiva que permite a descentralização dos canais e, assim, alcança taxas maiores de interação e retroalimentação, que por sua característica não controla mais os canais de construção de verdades. Ex: Facbeook e Youtube.
  • Uma rede que produz verdades de forma distribuída, ou poli- politeísta –  é aquela em que não há um centro produtor de verdades, baseado em um tipo de  tecnologia cognitiva que permite a descentralização das redes e, assim, alcança taxas maiores de interação e retroalimentação, que por sua característica não controla mais as redes e os canais de construção de verdades. Ex: P2P, E-Mule.

(Senti necessidade também de trabalhar aqui com o conceito de redes de verdade hegemônicas e anti-hegemônicas. Ressalvo ainda que o uso de monoteísmo e politeísmo é uma liberdade poética, pois para mim tem facilitado a explicação de algo monovox e polivox, o que seria algo complicado de usar. Vamos amadurecendo)

Veja a tabela abaixo:

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Podemos ainda qualificar da seguinte maneira:

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Veja as definições:

  • As redes hegemônicas – são aquelas que são produzidas pelas redes hegemônicas das verdades constituídas. Quanto mais tempo de uso houver das mesmas redes, baseadas na mesma tecnologia cognitiva, mais estas verdades serão consideradas verdadeiras, no sentido de inquestionáveis. Tal hegemonia dependerá também da taxa de interação e retroalimentação que a tecnologia cognitiva permitir;
  • As redes anti-hegemônicas – são aquelas que são produzidas pelas redes contra-hegemônicas das verdades constituídas. Tais redes terão mais ascensão em crises, nas quais se procura verdades alternativas e terão destaque nas Revoluções Cognitivas, com a chegada de novas tecnologias cognitivas, que criam um processo de expansão, definido aqui no pêndulo cognitivo.

E ainda:

  • As redes de verdades intangíveis – todas aquelas que nos ajudam a criar significa e tomar decisões;
  • As redes de verdades tangíveis – todas aquelas que são resultados da nossa tomada de decisão, tal como produtos e serviços.

Por fim, podemos ter por setores:

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Abaixo algumas digressões sobre o tema:

A partir dessa análise das redes de produção da verdade, podemos considerar, mergulhando no passado, que o papel impresso é/foi uma tecnologia que permitiu a criação de uma rede informacional mais descentralizada, como também o telefone, o celular, a Internet (que hoje permite também a distribuída, em alguns casos).

Assim, aquilo que mais usamos e adoramos o Facebook podemos conceituar como uma rede descentralizada de canais, sem um forte controle sobre o conteúdo de cada um, porém todos os canais dependem daquele centro para existir e se moldam a ele. (O que lhes dá a prerrogativa em controlar o conteúdo ou usá-lo conforme contexto). O Facebook se assemelha à chegada do telefone fixo, pois todos podiam falar o que queriam com seus amigos, mas eram dependentes, em alguma instância, do centro que lhes dava/tirava (em caso de não pagamento por exemplo) a autorização para uso, bem como permitia (conforme contexto) que alguém (ou a justiça, o estado) a grampeá-lo.

Os canais (perfis dentro do Facebook) funcionam dentro da rede descentralizada, mas são dependentes dela para existir. Se desligarem o Facebook vai ter gente babando com abstinência no meio da rua. 🙂

Há assim uma liberdade semi-controlada na criação e uso dos perfis no Facebook e canais do Youtube do que vai se colocar neles. Esse controle se expressa em várias censuras do Google na China, no Youtube aqui no Brasil, como foi no caso recente do DesceaLetra. E regras que os usuários acham absurdas, mas têm que aceitar sem discussão para continuar a ter o privilégio para usar um canal em uma rede que não é sua, de um centro topologicamente monoteísta controlador e definidor de regras de cima para baixo.

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Como vemos, podemos enriquecer todo esse debate se colocarmos tais redes e sistemas de controle no contexto cultural de produção da verdade (monoteísmo/politeísmo), topologias de rede e mudanças da governanças da espécie, conforme aumentamos a população, criando a necessidade de redes cada vez mais complexas e, por causa disso, menos controladas! (Conceitos visto no blog e de forma mais sequencial no meu novo livro.)

Não há dúvida que saltamos de uma rede centralizada para uma descentralizada, tal como o Youtube ou Facebook, que se estruturaram no mesmo modelo de uma companhia telefônica do século passado e isso é um salto topologicamente e culturalmente relevante, mas provisório, pois a liberdade exercida vai criando novas demandas que esbarra no monoteísmo topológico da rede com suas limitações, pois nela está contido a governança da espécie passada, incluído aí todos os seus vícios pelo tempo de uso da governança, leia-se fortemente o sistema financeiro e sua lógica pouco politeísta, que passa, aos poucos, a ser o controlador das decisões da rede, desbancando os ideais dos fundadores.

Talvez possamos dizer que o mundo comece a procurar, ainda de forma muito sutil, uma governança, que seja mais poli-politeísta, na topologia e na construção da verdade, que nos levaria para uma sociedade topologicamente mais distribuída.

Pelo que vemos, hoje nem maturidade emocional e nem cognitiva para algo desse tipo, que seria o esforço filosófico, teórico, metodológico e educacional que teremos que fazer daqui por diante.

Se analisarmos, aliás, no fundo foi o que ocorreu na passagem do monoteísmo da escrita manuscrita para a impressa, que nos legou o capitalismo e a república, que levou 350 anos de construção. Agora, estaríamos saindo da governança monoteísta tanto na topologia, quanto na cultura de produção da verdade, sendo o atual estágio da Internet descentralizada apenas uma passagem para começar a construir o novo modelo de uma governança poli-politeísta na forma e no conteúdo.

Uma governança poli-politeísta sem centro, sem controle do conteúdo, do canal e também do interruptor?

Isso é/será possível?

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Podemos dizer assim que o Facebook/Youtube são redes na sua forma monoteísta com canais culturalmente politeístas, em constante tensão e conflito, principalmente daqueles que estão em uma anti-narrativa a procura de uma nova Governança politeísta, que quer poder controlar também o interruptor da rede e dos canais, para poder se sentir capaz de controlar seu próprio conteúdo!

Se analisarmos o passado a chegada da rede descentralizada do papel impresso foi algo similar, que quebrou o modelo da rede fortemente monoteísta centralizada da igreja/monarquia, que mantinha o púlpito como um centro difusor das ideias fechadas da bíblia, interpretada pela alto clero (debatida via papel manuscrito fechado a sete chaves) e divulgada pelos padres.

A massificação da nova tecnologia da prensa, via papel impresso, abriu a possibilidade para a reforma protestante, depois de 50 anos pós-Gutemberg.

A Reforma  Luterana foi, assim, o primeiro movimento que tinha no conteúdo o início de uma luta por um monoteísmo mais light que pudesse dar aos canais o direito de interpretar de novas maneiras a bíblia (coisas que o judaísmo já fazia séculos antes com o “Wiki-Talmude” (leiam Bonder – Portais secretos), além de traduzi-la para o alemão, quebrando o código (a procura de um código mais livre).

Tais conexões demonstram de forma mais evidente a consistência da teoria e filosofia tecno-cognitiva ao estabelecer a ligação profunda entre a cultura da produção da verdade (monoteísmo/politeísmo) e as topologias das redes nas história aliando a elas as lutas sociais, econômicas e políticas de cada época, apesar, até aqui, do fator tecnológica ter ficado meio invisível para seus atores.

Note que a luta por uma rede mais descentralizada ou toda luta por um monoteísmo mais light começou com a chegada da nova topologia do papel impresso e nos levou, depois de vários capítulos (Reforma Protestante, Revolução Inglesa e Americana) para a Revolução Francesa, quando o modelo monoteísta mais light de gerir a sociedade sai do âmbito cognitivo-informacional para ser ele o novo modelo de rede/governança da sociedade.

Era um modelo culturalmente e topologicamente mais sofisticado para lidar com a nova complexidade demográfica, de um salto de 400 mil para 1 bilhão de pessoas no mundo (1400-1800), gerando forte pressão e oportunidades para os modelos produtivos e econômicos.

Ou seja, a rede descentralizada começou fazendo nossa cabeça, como previa MacLuhan, moldou nosso cérebro e depois, ao longo do tempo, fomos procurando adaptar a antiga topologia da governança da sociedade à nova topologia da rede que construímos primeiro em nossas cabeças, exercitando novas formas de troca de informação!

Esta tensão, na época, entre um mundo socialmente em rede centralizada para um novo em rede mais descentralizada (que foi a passagem do feudalismo/monarquia papal para o capitalismo e a democracia republicana) levou 350 anos, no qual vários pensadores, filósofos, revolucionários lutaram sempre em paralelo, através dos novos canais disponíveis, criando novos modelos mais descentralizados de redes informacionais e querendo que estas saíssem da cognição para a governança da espécie. 

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Podemos considerar, assim, que vivemos hoje a passagem de um monoteísmo hard para um monoteísmo light ou um pré-politeísmo cultural, mas não ainda social,  pois a mudança agora está se dando apenas na cognição das pessoas, em redes descentralizadas, mas com forte controle e influência da governança anterior.  Há algo em ebulição no cérebro destes usuários deste novo ambiente mono-politeísta, que fará que queiramos mais adiante transformar essa nova topologia informacional em um novo modelo de governança, provavelmente muito mais aberto do que imagina hoje nossa vã e intoxicada filosofia monoteísta.

Não, não seria uma visão otimista do mundo, pois na visão dialética do pêndulo cognitivo teríamos esse movimento de expansão para lidar com a atual complexidade demográfica, estabeleceríamos novos modelos de governança que seriam, como o tempo de uso, apreendidos pelos novos donos do poder (quem seriam eles?), voltando a um movimento de contração, pois é da natureza humana se acomodar enquanto outros abocanham o poder.

  • Como se daria um controle em uma rede distribuída?
  • Conseguiremos ter uma governança distribuída?
  • Perguntas variadas…

 

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(Augusto de Franco é um dos que pode ajudar bem nesse debate).

É isso,

que dizes?

 

Versão 1.0 – 24/09/2013

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Como vimos no detalhamento do processamento da produção da verdade  temos o surgimento de novas redes e canais oxigenando a sociedade. Podemos analisar agora como muda o fluxo das verdades na passagem do ambiente pré e pós-Revolução Cognitiva.

Veja como se dá o fluxo da verdade em uma rede centralizada:

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E em uma rede descentralizada:

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Podemos constatar que na rede centralizada:

  • Quanto mais tempo tempo uma rede centralizada, menor será a taxa da qualidade das verdades tangíveis e intangíveis produzidas;
  • Que o centro tende a se viciar nele mesmo, criando atores desgastados na produção da verdade;
  • O que gera um consumo da verdade de baixa retroalimentação.

E por sua vez na rede descentralizada:

  • Uma inversão dos fluxos das verdades aumentando a qualidade das verdades tangíveis e intangíveis produzidas;
  • Que o centro começa a sair do seu círculo vicioso e entrar em um virtuoso, através da chegada de novos atores que vêm inovar na produção da verdade;
  • O que gera um novo movimento por um um consumo da verdade de maior retroalimentação.

Versão 1.0 – 29/09/2013

A partir dos critérios da formação da verdade, a utilizamos para a tomada de decisões, como vemos na figura abaixo.

Como vimos, a sociedade é baseada em verdade e estas são produzidas por redes de verdade, que formam um grande e complexo tecno-aparato de produção da verdade.

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Vamos detalhar cada item:

  • Verdade – aquilo que elaboramos, ver mais aqui nos fatores da formação da verdade;
  • Tomada de decisões – todas as decisões que tomamos, a partir da verdade criada;
  • Ação/Comunicação –  todas as ações e comunicações que fazemos, a partir da decisão tomada (um produto ou serviço podemos considerar uma ação);
  • Consequências – os resultados que se tem a partir das ações  e comunicações tomadas;
  • Reavaliação – aquilo que repenso na minha verdade, a partir das consequências.

Tal visão nos permitirá chegar a várias conclusões.

Sofisticando.

Do ponto de vista da consequência, é importante perceber que existem fatores que vem de fora do outro fora de mim e do outro dentro de mim (subjetividade/inconsciente), como vemos abaixo:

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(Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.)

Versão 1.0 – 24/09/2013

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Uma Revolução Cognitiva marca a chegada de uma tecnologia cognitiva que se massifica e interfere inicialmente na área de mídia, ou nas organizações certificadoras da verdade, dentro de um tecno-aparato.

O aparato da verdade é formado por três blocos em sintonia: escola, mídia e empresas (públicas ou privadas – o parlamento entra aqui), que criam um círculo de influência de geração de verdades na sociedade (vimos mais sobre isso aqui).

Vimos que é preciso uma sinergia entre as três instâncias para que haja uma harmônia sistêmica, como vemos abaixo:

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A Revolução Cognitiva se introduz na instância mídia, organizações responsáveis pelo reforço das verdades, dando aos cidadãos um canal de mídia, empoderando-os, iniciando um processo de cultura politeísta na sociedade, quebrando a harmonia entre as três instâncias, criando um impasse sinergético como vemos abaixo:

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Note que a produção de cultura e a topologia de rede das instâncias escola e organizações começa a ter dificuldade de sinergia com a nova instância mídia, pois ela entra em processo de mutação com a chegada de um novo modelo na sociedade que é incompatível com os outros dois. O uso vai crescendo dentro da sociedade e ampliando cada vez mais o fosso entre as 3 instâncias.

A produção da verdade na escola e nas empresas é feita com um centro emissor de verdades e sem a possibilidade de retroalimentação ativa de quem está na ponta do canal.

Do lado de fora, começa um processo de criação de uma cultura politeísta com uma nova topologia de rede, que permite a criação de canais por partes dos usuários (ver mais sobre canais e redes aqui.)

Há uma crise de relacionamento entre a nova instância politeísta e os modelos monoteístas.

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No passado, vimos que a mudança que ocorre na área da mídia é provocadora de mudanças sociais, pois a Revolução Cognitiva vem atender a uma latência por uma nova Governança da Espécie e a criação de novos círculos cognitivos de influência na sociedade para lidar melhor com a complexidade demográfica.

Aos poucos, as iniciativas politeístas se tornam mais competitivas e vai se recriando um círculo de influência alternativo de organizações produtivas que precisam de uma escola e um modelo de mídia compatível, criando uma espécie de mundo lado B, que começa a se procurar dentro de uma nova cultura politeísta.

Isso nos leva a um embate entre a velha e a nova ordem que dura um longo tempo, como vimos no passado, em direção à construção de uma nova governança da espécie hegemônica, que transforme a nova cultura politeísta em hegemônica, refazendo os tecno-ambientes sociais, políticos e econômicos.

Note que podem me perguntar como fica a velha mídia e a nova mídia?

O gráfico é o que mostro abaixo:

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As duas mídias vão vivendo em paralelo, incompatíveis no seu modelo, criando uma espécie de entropia social, mas a mídia inovadora ganha força e de alternativa vai se tornando hegemônica, apoiada pelos novos atores, no caso atual Google, Facebook, Amazon, Twitter, que vão se capitalizando e, a médio prazo, acabando por ter recursos por adquirir o antigo modelo e adaptá-lo ao novo.

Não há muito como a velha ordem sobreviver a não ser aderir ao novo modelo cultura politeísta, que cria uma nova ordem com um novo círculo de influência na sociedade.

As culturas politeístas acabam se procurando e criando uma rede de transformação, criando projetos-pilotos em todos as três instâncias como vemos abaixo:

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Versão 1.1 – 26/09/2013

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Podemos listar, então, que a chegada de uma Revolução Cognitiva inicia um processo de Reforma de uma Governança da Espécie Humana para uma mais nova, dinâmica e atual que seja capaz de lidar com a nova complexidade demográfica.

O processo se estabelece por fases:

  • – latência por uma nova governança – crise variadas, que não tem solução visível, incluindo uma demanda por meios de comunicação mais descentralizados;
  • – surgimento de uma nova tecnologia cognitiva que se massifica rapidamente;
  • – criação de novos canais cognitivos, com novos indivíduos e organizações;
  • – surgimento de novos rastros meritocráticos (conhecimento dos mesmos e uso) para validar os novos canais cognitivos;
  • – aumento do fluxo de novas ideias, criando um movimento de questionamento, iniciando o processo de se refazer o tecno-aparato de produção de verdades do velho modelo sem a perspectiva de novas alternativas;
  • – início do processo filosófico-teórico-metodológico-capacitador de uma nova governança (as manifestações de junho de 2013 no Brasil foram nessa direção).

Tais sequências de atos/ações podemos chamar de maneira geral de Reforma da Governança.

Não há prognóstico de tempo, pois são muitos dados cruzados, mas pode-se afirmar que o processo já se iniciou, baseado em fenômenos similares no passado, a saber:

  • Revolução Cognitiva da escrita manuscrita (monoteísmo);
  • Revolução Cognitiva do alfabeto grego (democracia e filosofia);
  • Reforma do papel impresso na Europa (capitalismo e república).

Podemos supor, também baseado em indícios do passado, que passaremos por revisões filosóficas, teóricas e metodológicas.

 

Versão 1.0 – 23/09/2013

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Toda a produção da verdade em uma dada sociedade é feita utilizando-se um intrincado aparato tecnológico.  O objetivo é produzir um conjunto de verdades consideradas hegemônicas, que passam a servir de maneira geral para a tomada de decisões na sociedade, o que nos leva a caracterizar uma governança da espécie.

O modelo de construção da verdade atual é o mono-monoteísta impresso-eletrônico que está em crise pelo tempo de uso versus o aumento da complexidade demográfica.

Há várias mudanças em curso com a chegada de uma rede de construção de verdades baseado em outro modelo cognitivo. (Veja aqui os diferentes modelos.)

Quero chamar a atenção em especial ao item “verificação de consumo”.

Que é a possibilidade que temos de avaliar o tipo de uso de uma dado registro informacional, verdade produzida, por alguém.

  • Estamos saindo de um modelo em que há muito dificuldade de aferir esse tipo de consumo para um outro muito mais fácil.
  • De um modelo em que era muito difícil e caro colocar esse tipo de informação disponível para outro barato e mais fácil.

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Os rastros digitais que passam a ser possíveis em função das novas tecnologias cognitivas permitem que se passe a ter conhecimento do consumo mais próximo do real do que era antes.

Isso altera a produção da verdade e da tomada de decisões, pois a verdade sobre o uso da informação se altera, podendo-se conhecer aquilo que é mais ou menos utilizado, que é o que faz, por exemplo, o Google.

Tal mudança permite aferir com mais rapidez, eficiência e menor custo as verdades que estão tendo mais ou menos impacto na sociedade (ver mais sobre verdades e impactos aqui).

Não quer dizer que sejam verdades verdadeiras, apenas aquelas que estão sendo consideradas MAIS verdades pela maioria, o que já é um salto no modelo anterior, cuja as verdades eram construídas por círculos cognitivos de influência menores.

Podemos dizer que tal mudança amplia a diversidade das verdades produzidas, tornando-as menos afeitas aos interesses de um determinado círculo de influência, que estava empoderado por um longo tempo de uso do aparato da verdade na sociedade.

Há, assim, uma nova maneira de validar registros e pessoas, sofisticando e melhorando a qualidade das verdades circulantes.

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Podemos dizer assim que temos, sob o ponto de vista dos rastros informacionais:

  • O rastro impresso, por exemplo, já que a impressão permite a contagem de cópias era/é fortemente baseado no número de exemplares. Depois a academia passou a utilizar critérios de citação de autores. E os bibliotecários de livros mais emprestados, por exemplo.
  • O rastro eletrônico era/é feito pelo número de televisores e rádios sintonizados em um dado canal, algo que só poderia ser feito com um aparelho em especial ou pela coleta, via oral, pelo telefone;
  • O rastro digital  com a Internet que já sofistica bastante este processo, pois permite a validação dos cliques, do compartilhamento, dos comentários, dos downloads de um dado registro, das estrelas, do curtir e não curtir.

A Internet por se tratar de plataforma digital é a única que permite que a cada interação do usuário todo o movimento seja registrado, potencializando em muito, para quem desejar, como é o caso do Google, a disponibilização e seu posterior uso, a critério, para tomada de decisões.

Os rastros permitem a aferição das redes, dos canais, das organizações e indivíduos e a sua capacidade de interferir em um dado círculo cognitivo de influência.

O fato de existirem rastros não quer dizer que serão utilizados, o que vai variar da inteligência competitiva de cada organização e indivíduo nas suas atividades diárias.

O não uso ou o mal uso dos rastros mais modernos significa uma baixa taxa de competição do indivíduo e/ou da organização.

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A chegada de uma Revolução Cognitiva traz novos tipos de rastros meritocráticos e permite que seja feita um novo modelo mais preciso para decidir a influência de pessoas e organizações na sociedade, criando a possibilidade de aferir com mais segurança e por mais gente novas organizações e novos indivíduos.

É o que é feito hoje na Internet pelas organizações mais competitivas.

 

Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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O conceito aqui de Governança da Espécie se caracteriza pelo conjunto de ações que uma dada espécie animal toma as suas decisões.  Independente se é a espécie humana, ou não, temos os seguintes critérios:

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  • Verdade hegemônicas – aquelas que são aceitas/usadas para a tomada de decisão, que estabelecem a confiança do conjunto da espécie nos seus líderes produtores de verdades e, posterior, tomada de decisões;
  • Tomada de decisão –  é tomada a partir das verdades hegemônicas, que são construídas e aceitas pela espécie;
  • Complexidade demográfica – que vem como o aumento populacional, conceito melhor detalhado aqui;
  • Sobrevivência e qualidade de vida – parâmetros utilizados para saber se a espécie está, ou não, em crise.

Todos estes elementos vivem tensões constantes e pode se gerar uma crise, a partir de um forte desequilíbrio, tal como as verdades hegemônicas, não serem suficientemente verdades para a tomada de decisões, ou estas não conseguirem lidar com a complexidade demográfica, comprometendo a sobrevivência ou a qualidade de vida.

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Podemos falar em Governança da espécie humana, que tem diferenças dos animais, pois diferente deles nós:

  • Temos consciência da morte, o que nos torna uma espécie mais complexa do ponto de vista subjetivo;
  • Subjetividade (onde se inclui um conjunto de sentimentos humanos, inveja, ciúme, ódio, mágoa, usura, etc);
  • Desenvolvemos tecnologias;
  • Modificamos nossa cultura;
  • Adaptamos nosso corpo e cérebro ao ambiente com muito mais rapidez.

Nossa governança, diferente da deles, é uma tecno-governança em um intrincado aparato, que quando se modifica tudo se modifica.

Note que os animais não-humanos têm limitação de tamanho da espécie, nós não.

Ao crescermos, acabamos por ter que mexer no aparato tecnológico para manter o equilíbrio.

Assim, o nosso modelo de governança da espécie é mutante e se altera conforme aumentamos a complexidade demográfica, sofisticando o aparato tecno-aparato de produção de ideias.

Quando isso não é feito, entramos em uma crise da espécie, que se ocorre quando há um radical aumento da complexidade demográfica, mas não há, por sua vez, uma mudança na forma da produção das verdades hegemônicas e nem uma melhoria da qualidade da tomada de decisões. O tecno-aparato da produção das verdades começa a ficar obsoleto gerando crises de sobrevivência e qualidade de vida.

Uma crise da governança é precedida de uma latência cognitiva, que tem como demanda ferramentas cognitivas mais sofisticadas, que nos levem a, pela ordem:

  • – revisão dos critérios da escolha de uma melhor qualidade do círculo de influências;
  • – uma geração de verdades mais consistentes;
  • – uma tomada de decisões de mais qualidade;
  • – uma melhoria da qualidade de sobrevivência e de vida;
  • – reduzindo com estas ações a pressão da complexidade demográfica.

A nova governança emergente trazida por uma Revolução Cognitiva tem essa missão.

Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Vimos que uma Revolução Cognitiva se caracteriza pela massificação de uma nova tecnologia cognitiva, que barateia o custo de circulação de ideias, permitindo a abertura de novos canais de informação, criando novos círculos de influência. Desta forma, oxigenando mais a sociedade com novas ideias.

No momento de contração cognitiva, vimos isso aqui no pêndulo, as organizações se fecham e criam uma baixa meritocracia, ou uma auto-meritocracia, que os critérios são de conservação, de manutenção das autoridades vigentes e se fecham para novas ideias.

Temos uma baixa inovação.

A chegada de novos canais de informação cria novos círculos de influência na sociedade, oxigenando de ideias, criando uma nova meritocracia, pois o critério de escolha dos novos representantes passa a ser feito por muito mais gente.

Problemas e sofrimentos que estavam ocultos no antigo círculo de influência monoteísta começam a vir à tona.

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Podemos chamar esse processo de uma nova meritocracia digital politeísta.

Abre-se, assim, um novo círculo e novas verdades passam a ser produzidos,  criando um movimento que podemos chamar também de explosão de anti-narrativas.

Para que se possa produzir essa meritocracia é preciso conhecer e aprender mais sobre o que vou chamar de rastros meritocráticos.

Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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O conceito de círculos de influência detalha como construímos a verdade em uma dada sociedade.

O círculo faz parte da escolha de que redes e canais terão mais destaque na sociedade, dentro do aparato técnico da produção da verdade.

Ou seja, um número “x” de pessoas passa a ter mais influência sobre outras, diante dos meios de circulação de ideias disponíveis. São utilizados para isso critérios que levam em conta, ou não, os rastros meritocráticos.

Teoricamente, a sociedade deveria criar um critério de meritocracia, que permitisse uma governança da espécie de melhor qualidade, mas diferente dos animais, nossa espécie não se caracteriza pela objetividade, mas por uma complexa subjetividade, que nos faz ter problemas de tomada de decisões mais adequadas para todos.

Porém, mesmo com os problemas subjetivos, o aumento da complexidade demográfica nos leva a crise nos leva para períodos de latência cognitiva, que torna a espécie prenha de um novo ambiente cognitivo, que precede a criação de uma nova governança da espécie.

como vimos no Pêndulo Cognitivo, temos um movimento de contração, no qual as organizações acabam se fechando para seus próprios interesses, criando um círculo vicioso e reduzindo o círculo de influência.

Em uma Revolução Cognitiva, os círculos de influências se abrem, pois vêm criar um reequilíbrio sistêmico para superar uma dada complexidade demográfica que o modelo do círculo anterior não era mais capaz.

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Os círculos de influência se ampliam, pois há mais canais de informação disponíveis e estes acabam por ser eleitos em uma neo-meritocracia cognitiva, ampliando o círculo de pessoas relevantes que influenciam a sociedade.

  • Sejam em círculos de influência de nichos, que atinge áreas muito restritas, de interesse, região;
  • Ou em círculos de influências mais amplos, que atinge áreas maiores, tais como um país, um idioma, ou mesmo todo o planeta.

É através dos novos círculos de canais, que as novas ideias vão oxigenando a sociedade e criando um novo modelo de governança da espécie.

Quanto mais baixa for a capacidade dos círculos de influência, mais haverá tendência para geração da crise, pois isso terá impactos na qualidade da governança da espécie.

A crise cognitiva que ocorre é justamente o fechamento cada vez maior, por um período continuado de tempo, da circulação de ideias por um mesmo círculo cognitivo.

O interessante é que a chegada de uma Revolução Cognitiva abre um processo de reciclagem de novos círculos, procurando novos indivíduos, através de novos canais para oxigenar a sociedade, trazendo saídas para a crise que se estabelece.

O quadro comparativo entre duas redes centralizada e descentralizada é a mostra evidente dessa passagem:

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Note que há um processo de descentralização e se cria novos círculos, que vão construindo um trabalho de construção de uma nova narrativa de baixo para cima.

Neste momento começa-se um novo ciclo da espécie humana, o mesmo que vimos, por exemplo, com a chegada do papel impresso. Um processo de reinversão social, no qual haverá um macro-fenômeno de reconstrução das verdades hegemônicas, tanto na forma como é produzida como no seu conteúdo.

Este fenômeno é possível por que se estabelece, em paralelo novos rastros meritocráticos, que permitem que haja um critério de seleção daqueles novos canais cognitivos, que atendem às novas demandas, criando um critério de separação do novo joio do novo trigo.

Tais rastros meritocráticos serão desenvolvidos da mesma maneira que avançam as novas tecnologias.

No passado, eram feitos critérios para se destacar livros e autores pela venda, como agora se cria critérios de colaboração digital, através de visitas, quantidade de links, comentários, estrelas, curtições, etc.

A espécie está sedento por novos valores e precisa selecionar aqueles que atendem melhor à demanda da sombra que o ambiente cognitivo passado deixou a desejar.

Inicia-se, assim, um processo de Reforma da Governança.

 

Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

(Veja também este post.)

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O conceito de complexidade demográfica tem uma certa obviedade, apesar de ser invisível para os estudos filosóficos, teóricos e metodológicos. Trago-o adaptando dos estudos da área de sistemas da Ciência da Informação, nos quais um dado sistema que cresce muito, não pode permanecer igual, se não entra em crise, vive uma entropia.

Assim, se aumentamos o tamanho da espécie, somos os únicos animais que que podem fazer isso, criamos um problema a ser administrado, o que chamei de impasse demográfico cognitivo.

E isso nos leva para uma maior complexidade de problemas.

Uma revolução cognitiva, que é a chegada massiva de uma nova tecnologia cognitiva, que barateia e possibilita que mais gente tenha canais de expressão, surge como um fator equilibrador do ambiente social, pois cria um novo ambiente de produção da verdade mais politeísta e permite a criação de um novo modelo de governança da espécie.

Uma revolução cognitiva, abre assim, no conceito do pêndulo cognitivo, uma fase de expansão cognitiva.

São poucos os filósofos/teóricos que estejam colocando para valer no radar a questão da explosão demográfica dos últimos 200 anos, de 1 para 7 bilhões.

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O que deve chamar a atenção do pensamento filosófico é a questão da novidade da quantidade x tempo. Muito rapidamente saltamos de 1 para 7, o que nos traz uma disfunção gigantesca.Não acredito ser razoável que possamos falar do humano, da sua objetividade e subjetividade ignorando tal fato.

Vivemos não só o fato de sermos 7 bilhões no mundo, metade destes vivendo em megalópolis, mas o estranhamento que isso causa de forma muito rápida. (Quando eu nasci, em 1960, éramos 3 bilhões e hoje já somos 7.)  Isso, a meu ver, é o principal fator de mudança tanto objetiva e subjetiva que, não pode ser  ignorado.

Não podemos pensar o humano como algo não influenciado pelo seu corpo, as objetividades e o contexto no qual vive. Se analisarmos as principais crises que temos no mundo hoje, que motivaram, inclusive alguns cartazes dos protestos no Brasil, de junho de 2013, temos: a saúde, a educação, a mobilidade, a ecologia, a comida, a água, as neuroses pelos conflitos.

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Todos são sintomas de um modelo de governança que se estruturou para um determinado mundo de 1 bilhão de habitantes na época da Revolução Francesa e que agora não se vê mais capaz de resolver os problemas.

Há um certo anti-Malthusianismo quando se fala de demografia.

Malthus escreveu sua tese sobre a fórmula das crises da sociedade por causa da demografia, por volta de 1800, motivado certamente pelo salto de de 400 milhões para 1 bi, que ocorreu, veja o quadro:

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Temos que ter a mente aberta quando olhamos o pensamento de pensadores do passado.

Como podemos ver em vários deles, têm um problema que vem, diante de visões equivocadas dos anteriores. Ele dá um trato e sugere novidades. Malhtus pode ter acertado/se equivocado ao analisar o passado, como errado/acertado ao analisar o futuro. É preciso separar o que é podemos aproveitar de um lado ou do outro.

O que ele acertou e muito.

O ser humano adora sexo e isso vai dar problema, pois vamos crescer em proporções geométricas, enquanto nossa capacidade produtiva é aritmética. Isso para mim é cristalino. Viva Malthus!

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Ele não teve recursos para estudar a inovação, que dá saltos para resolver o problema aritimética, criando uma inovação geométrica. A inovação é o “x” que faltava na fórmula de Malthus. Na falta disso e por uma visão aristocrática sugere, então, deixar os pobres sem assistência para morrerem à míngua e evitar o caos. Ou seja, não é à toa que foi rejeitado, mas de forma emocional e não filosófica-teórica-crítica. 

Ou seja, ele pode ter acertado na entrada e se equivocado redondamente na saída (como acho que foi o caso).

O Malthusianismo deve ser visto com essa crítica, mas não se pode jogar o bebê junto com a água pelos canos da Cedae. Acredito que pensar o século XXI sem a questão demográfica é simplesmente tentar curar uma metástase sem procurar o tumor original.

Estamos dando aspirina para pneumonia.

A base da minha teoria sobre a nova governança da espécie, provocada pela chegada da Internet se estrutura por essa revisão Malthusiana, sem preconceitos e eu percebo que o pessoal vira o nariz. Fazer o que?

Que dizes?

 

 

 

Podemos dizer que:

  • A idade média foi um período de forte controle (I ao século XV);
  • E a idade mídia (de massa) também com a expansão do jornal impresso, rádio e da televisão (de 1800 até a chegada da Internet).

Vivemos nestes dois momentos uma situação de monocentrismo, que se caracteriza pela incapacidade do cidadão ter canais para expressar as suas verdades e de forte concentração da tomada de decisões por autoridades de plantão, com longo período no cargo.

O que caracteriza um fenômeno que chamei de contração cognitiva.

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É o que podemos chamar das duas fases do pêndulo cognitivo.

É preciso separar, então, momentos diferentes da produção da verdade:

  • Aqueles mais fechados, em contração, nos leva a um monocentrismo, que tem como sub-produto, por exemplo, uma cultura mais monoteísta da verdade, uma crença generalizada em “deuses” mais centralizados, que precisam ser respeitados pela sua imagem/discurso e não pelo que representam de fato pelos seus atos.
  • Já na expansão, com o aumento radical de canais pelos cidadãos, caímos para um ambiente mais politeísta, o que favoreceria uma crença generalizada em muito mais “deuses” mais descentralizados, que passam a ser respeitados NÃO pela sua imagem/discurso e MAIS pelo que representam de fato pelos seus atos.

Assim, entende-se monocentrismo ou policentrismo cognitivos como uma estrutura de redes de tomada de decisão que criam movimentos distintos na sociedade.

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Versão 2.0 – 07/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Comentário da versão: aqui abandono o conceito monoteísta/politeísta por um monocentrista e policentrista em função da interação que tive e dos problemas de comunicação da ideia que a relação com teísmo pode provocar. O monocentrismo e o policentrismo são mais exatos e menos causadores de ruídos. Grato a Bia Martins e Ricardo Torres pelas críticas.

Versão 1.1 – 24/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Vimos aqui no fenômeno da Revolução Cognitiva  o raio-x do que significa a passagem de uma mídia de massa para uma mídia de missa (social), no qual cada um tem também a sua própria “Igreja” e seus fiéis.

Basicamente o que ocorre neste fenômeno é a possibilidade – em função das características de uma nova tecnologia cognitiva e seu baixo custo – de possibilitar a massificação do uso de canais de informação por quem não podia ter.

Ou seja, rapidamente pode-se ter um blog, um canal no Youtube, um perfil no Facebook, ou no Twitter. O fenômeno parece algo simples, mas tem implicações profundas em termos coletivos e individuais.

Passa-se de uma tela colorida da tevê, na qual éramos passivos, para uma tela em branco, na qual podemos colocar algo no mundo.

Estamos prontos para isso?

Esse movimento de massa é o que vou chamar de macro-canalização cognitiva que é um movimento de massa da passagem do não-canal para um canal de acesso. Como vemos na figura abaixo.

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Ou como vemos na comparação abaixo:

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Muitos acreditam que essa passagem de quem não tinha canal informacional para ter um canal é fácil, mas não é, pois a passagem de  consumidor de informação para produtor altera toda a perspectiva subjetiva do ser humano, da passagem da passividade para a pró-atividade.

E isso, acredito, é o principal obstáculo para a Reforma da Governança da Espécie em curso, pois:

Quando tentamos implantar projetos colaborativos digitais, esbarraremos justamente na falta de preparo dos sem canais assumir que agora têm um e precisam lidar com ele. É uma subjetividade que foi preparada para consumir informação (fiéis monoteístas informacionais) para agora um novo modelo de produção também de informação (padres politeístas informacionais).

Muitos podem até ser bem discretos no uso das mídias sociais, mas estarão lá, de alguma forma, saindo da passividade, mesmo que seja apenas colocando uma foto para mais gente.

Além disso, o ato de curtir, compartilhar, escolher o que consumir, o tira da poltrona, lhe dando um “controle remoto politeísta” muito mais sofisticado.

Tal mudança tem um forte impacto na subjetividade de quem passa a ter um canal, pois é preciso rever a passividade de uma sociedade monoteísta, de quem não tinha canal para assumir a responsabilidade de quem passou a ter em uma sociedade politeísta, que cada um é também produtor da verdade.

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A nossa subjetividade monoteísta nos leva a uma alienação passiva, que precisa ser trabalhada para que os canais atuais, ainda muito monoteístas, possam começar a produzir novas verdades, pois estamos intoxicados do modelo anterior.

Veja abaixo o trabalho relevante que é preciso ser feito:

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Tenho experimentado isso nas minhas turmas, através de um método em que essa passagem passa da invisibilidade para a visibilidade.

Podemos ainda acrescentar que essa passagem do sem canal para o com canal significa uma inversão do fluxo das verdades, que podemos ver com mais detalhes aqui.

É isso,

que dizes?

 

 

Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Só poderemos entender o século XXI com mais segurança, se analisarmos uma mudança radical na maneira em que a sociedade constrói a sua verdade. Estamos migrando de um modelo monoteísta de construção da verdade para um politeísta. A construção da verdade está atrelada à topologia das redes de informação disponíveis e estas às tecnologias cognitivas. Uma Revolução Cognitiva, por fim, vem procurar resolver um impasse cognitivo.

Defino aqui  o termo Revolução Cognitiva.

É um fenômeno que se caracteriza pela massificação de uma nova tecnologia cognitiva, que barateia o custo de circulação de ideias, permitindo a abertura de novos canais de informação, criando novos círculos de influência. Desta forma, oxigenando mais a sociedade com novas ideias.

Veja abaixo a passagem de algo como a televisão para o Facebook:

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Note que na rede de informação descentralizada estamos falando aqui de INFORMAÇÃO, pois muitos podem achar que os canais dos usuários estão ligados a um centro. Sim estão, mas só que agora, do ponto de vista de troca de informação, já não recebem mais, como na televisão ou no rádio, a verdade diretamente de um ponto único.

A grande guinada é que os indivíduos com as mídias sociais  passam a ser um canal cognitivo e não mais apenas a consumir um canal alheio (veja mais sobre ser um canal ou não, aqui), como vemos na figura abaixo:

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No novo modelo da mídia social há ainda o envio da verdade monoteísta, desde o centro (que seria uma junção dos dois desenhos acima), mas há, ao mesmo tempo, em paralelo, a troca em uma rede descentralizada de informações, na qual os indivíduos passam a ser também um canal, com uma rede de audiência própria (amigos/seguidores).

Tal cenário cria aos poucos um novo modelo de construção da verdade em toda a sociedade, passando de um modelo mais monoteísta, de um centro forte para um mais politeísta de multicentros.

  • Do ponto de vista coletivo, tal cenário altera o molde, a médio prazo, das organizações sociais, que têm que lidar com um novo modelo de ser social, muito mais crítico e menos passivo, mais empoderado emocional e cognitivamente.
  • Do ponto de vista individual, tal cenário altera o molde, a médio prazo, das plásticas cerebrais de cada indivíduo, que passa a não aceitar mais passivamente o que lhe é oferecido como no modelo anterior.

O processo da Revolução Cognitiva abre uma Reforma da Governança da Espécie.

Que dizes?

 

Versão 1.0 – 20/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Tem horas que é bom parar para pensar em que terreno estamos pisando.

Minha pesquisa atual, como quem visita o blog já sabe, é sobre causas e efeitos da chegada da Internet na sociedade e o que se pode fazer para minimizar problemas e ampliar oportunidades, tendo como missão reduzir sofrimento nesse caminho.

Esta pesquisa se encaixa nas seguintes categorias:

  • é radical, pois se trata de uma área nova, dentro da ideia do Schumpeter de inovação radical (algo dentro de um novo paradigma)  difrrente de uma incremental (algo novo em um paradigma igual);
  • é extraordinária, dentro do conceito de Kuhn, pois lida com um fenômeno para o qual as teorias atuais chegaram a um impasse;
  • e é feito dentro da atual expansão cognitiva, a partir do meu conceito de pêndulo cognitivo;
  • é prática, pois está sendo feita dentro de organizações com problemas reais e concretos, o que me faz ir na filosofia e descer para algo bem concreto, indo e vindo, em um iô-iô bem interessante;
  • é rara, pois lida com um fenômeno que acontece muito raramente, que é a expansão maciça de uma nova mídia, tal como a fala, escrita e agora o digital, com diferentes intermediações;
  • é emergente, pois é algo que tem muita gente envolvida;
  • é poluída,  pois já tem diversas abordagens superficiais sem o devido critério e uma profusão de achismos com pouca base teórica, intoxicando o mercado de teorias vazias;
  • é feita no Brasil e em português – um país e uma língua que estão muito mais acostumadas a consumir do que produzir, como todos os preconceitos que isso implica;
  • É baseada em conceitos macros, o que Einstein definiu como Experimento mental, que não partem de observações, mais de digressões dedutivas, que podem ser aferidas por pesquisas indutivas depois.

Isso faz com que a pesquisa ganhe contornos novos e talvez seja por isso, e mais o temperamento, que me afasta dos modelo de fazer pesquisa tradicional da academia. Se eu estivesse dentro dela, estaria muito longe dos resultados que tive.

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Note que quando falamos de pesquisa radical você não vai partir de teorias e metodologias, mas vai começar de cima pela filosofia, revendo alguns paradigmas de como vemos o ser humano, pois tem alguma coisa ali que está começando em entrar em conflito com a realidade. No meu caso, o conceito de humano que usa tecnologia e humano que é um ser tecno-humano.

O que dá uma boa desgarrada e me faz ter que visitar diversos filósofos para ir colocando desse lado alguma escora na construção do novo modelo teórico.

O lado extraordinário é mais complicado, pois segundo Kuhn quando chegamos a um impasse científico temos que ter coragem de abandonar diversos parâmetros para partir para outros e isso te obriga a rever um conjunto de ideias.

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Ou, como é o meu caso, tive a felicidade de encontrar um grupo que era marginalizado ao longo do tempo, que é o caso a Escola de Toronto que agora se mostra mais eficaz para lidar com rupturas desse tipo.

Ou seja, faz-se um resgate de algo que estava na poeira e começa-se a dar um novo brilho, como foi o que fez Pierre Lévy e agora estou eu aqui fazendo em cima dele e de todos que o precederam (McLuhan, Innis, Ong, Havelock).

Por fim, a pesquisa é feita dentro da conjuntura da expansão cognitiva, na qual temos um novo ambiente de mídias social, que facilita para que tudo possa ser feito mais depressa, com mais participação, através do uso intenso do blog, do canal do youtube, de plataformas de áudio, com o Facebook.

Muita interação, troca, sugestões, sendo o leitor um pouco o parecerista, o tutor, o aluno, o professor, o orientador.

O que brinco que é a Ciência Ninja em ação.

Veja o ebook em construção aqui.

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  • O lado raro dificulta o levantamento de dados e esbarra na dificuldade das pessoas em se basear na história.
  • O lado prático é complicado, pois são poucas as organizações que estão dispostas a experimentar conceitualmente um projeto desse tipo, preferem abordagens menos sofisticadas.
  • A emergência tem dois problemas: aperta resultados e apresenta mil propostas superficiais como saída, o que dificulta um pouco a atenção para algo mais elaborado.
  • É poluída, pois tem muita gente falando muito e provando bem pouco, ou até pensando pouco.

Ter consciência destes desafios me ajuda a entender a dificuldade, não querer universalizar o problemas, mas pontuar que são estes que nos tomam ainda mais dentro de uma área que está em plena efervescência com esta.

Por aí,

que dizes?

Versão 1.0 – 20/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação. 

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O objetivo da filosofia é discutir os limites do ser humano. Sua onipotência, potência e impotência e isso é fundamental para balizar todas as teorias e metodologias que vem a seguir.

Digamos que partimos sempre, ou deveríamos, da distinção/semelhanças entre nós e os outros animas e chegamos a algumas conclusões que balizam as correntes filosóficas, tendo um quadro resumido o seguinte:

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Se analisarmos vários filósofos Descartes/razão, Kant/subjetividade, Marx/sobrevivência, Heidegger/mortalidade, Wittgenstein/Linguagem iremos ver que esbarramos em algo parecido do mapa acima, e todos os conflitos filosóficos partem da comparação entre nós e os outros animais. E entre o que nós achamos de nós e outros acham de nós, correntes filosóficas distintas.

E, a partir disso, tentamos responder: o que somos, de ondem viemos e para onde vamos?

  • A primeira e a terceira passíveis de uma resposta um pouco mais objetiva, pois há como evoluir.
  • E as outra sobre a morte um eterno enigma infinito.

A filosofia, estamos vendo agora, reage fortemente ao movimento do pêndulo cognitivo.

  • Quando há expansão, ela vem com toda força.
  • Quando há contração, ela se retrai.

Abaixo faço um melhor detalhamento do que ocorre, a meu ver, com a filosofia, a partir da teoria do pêndulo cognitivo em uma primeira versão, que vou aprimorando:

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Por enquanto é isso, que dizes?

Versão 1.1 – 20/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação. 

Se o foco for em problemas em aberto, é possível um aprendizado rico e estimulante, no qual todos aprendem e se poderá utilizar todo o potencial da nova rede descentralizada mono-politeísta, caso contrário haverá tentativas de mudanças na forma ou no conteúdo, com grande risco de crises pela proa.

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É fundamental para que qualquer novo projeto organizacional, principalmente educativo, seja feito a partir da consciência do momento histórico de uma macro passagem de uma rede hegemônica de construção da verdade mono-monoteísta (representado pelas mídias eletrônicas) para um novo modelo mono-politeísta (das mídias sociais, tal como Facebook, Twitter e Youtube).

Note que vivemos um movimento de massa, desde 2004, com a chegada da banda larga, barateamento de custo de acesso e a explosão das mídias sociais, o surgimento de vários serviços que abriram gratuitamente canais para que as pessoas pudessem colocar a informação. Podemos citar com um dos principais o Facebook tem mais de 1 bilhão de usuários 1/7 dos habitantes do planeta.

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  • O Facebook se caracteriza por uma rede de informação descentralizada, na qual o controle é feito sobre os canais e não sobre o seu conteúdo, o usuário tem uma liberdade vigiada, mas tem, para colocar suas opiniões e interagir de forma coletiva com muita gente.
  • O Facebook vem substituir os meios de massa eletrônico-impresso, que se caracterizam por uma rede de informação centralizada, na qual o controle é feito não apenas sobre os canais, mas também sobre os conteúdos dos canais, o que tirava/tira a liberdade e espaço para o usuário colocar suas opiniões e interagir de forma coletiva com muita gente.

(Veja mais sobre redes, canais e verdades aqui.)

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Só um louco ou um cínico poderá, diante destes dados, concluir que tudo será como antes, com boa parte do planeta se relacionando de uma forma COMPLETAMENTE diferente com a informação.

Note que uma rede descentralizada abre uma caixa de pandora que estava adormecida, desde 1450, quando algo parecido aconteceu com a chegada do papel impresso.

A macro passagem de uma rede de informação hegemônica centralizada para uma descentralizada significa que:

  • – novas verdades começam a circular;
  • – através de novos atores e fontes de informações “fresquinhas e desintoxicadas” das verdades anteriores;
  • – com as novas verdades aparecem novos e velhos problemas;
  • – que trazem sofrimentos velhos e novos esquecidos, negligenciados e não priorizados pela rede anterior.

Há um novo ambiente inovador que começa a se construir, retirando a sensação (pois é apenas uma sensação) de que havia uma verdade/realidade final, definitiva, procedendo uma sensação para algo como uma nova realidade incerta, em aberta.

(O que era considerado imortal, vida das organizações, começa a ser vista como mortal, pois o grau de inovação e de novos projetos começam a criar novas alternativas.)

As novas verdades, via novos atores, que saem da caixa de pandora não são conhecidas, não eram tratadas, os sofrimentos que temos que passar a ver são novos sofrimentos. Há, com isso, uma inversão do ponto de vista do mundo. O que vinha de cima para baixo com força, passa agora a vir também, com intensidade, debaixo para cima.

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Há, como vimos com a chegada do papel impresso, o início de uma fase de expansão cognitiva da espécie, um surto, pela ordem, filosófico, teórico e metodológico, que vai procurar construir uma nova governança da espécie mais compatível com a atual complexidade demográfica de 7 bilhões de pessoas.

(Veja mais detalhes aqui no pêndulo cognitivo.)

Essa macro-ruptura cognitiva tem um impacto muito forte na implantação de projetos que querem se aproveitar desse novo ambiente de rede de informação, por enquanto, mono-politeísta. Como estou fazendo um curso com o Wilson Azevedo de sala invertida, vamos analisar isso em um projeto de ensino.

Hoje, a escola é basicamente mono-monoteísta, pois a topologia de educação é vertical, de cima para baixo, via professor e com uma construção da verdade, na mesma direção. Há um material didático, fechado, no qual os alunos devem memorizar e atestarem que assim o fizeram.

Este modelo de ensino atual é compatível com uma rede social mono-monoteísta, porém não mais com um mundo em migração para um modelo mono-politeísta, pois a interação constante faz com que o conhecimento deixe de ser tão sólido, vá ganhando uma certa liquidez, deixando as amarras das organizações tradicionais de produção de conhecimento e se valendo da interação constante para ser aprimorado.

Além disso, os problemas que eram pertinentes na rede de informação centralizada começam a migrar para novos problemas, que virão da nova leva de sofrimentos que aparecem no novo ambiente.

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Ou seja, é preciso preparar alunos e professores para lidar com um ambiente muito mais complexo, pois a rede descentralizada traz ao mundo o que estava escondido sob o manto da invisibilidade da rede centralizada passada.

Neste novo ambiente a verdade passa a ser construída dentro de uma nova topologia de rede de informação, na qual a interação é constante, novos atores fazem a diferença e na qual antigas verdades começam a ser revistas, desde os seus argumentos e até a sua própria relevância.

O saber enciclopédico por assuntos ou especializações vai perdendo valor para algo mais generalista e dos problemas sintetizadores.

Não é apenas uma mudança topológica, na qual o professor, por exemplo, pode pedir para os alunos ouvir o conteúdo em casa, mas é preciso repensar o próprio conteúdo, dar liberdade para o aluno ouvir diversos conteúdos, pois deve haver um problema sintetizador.

E isso nos leva para a passagem de uma educação voltada para assuntos, temas, disciplinas para outra toda focada em problemas.

Um problema unifica um conjunto de conhecimento e é algo que facilita a lidar com um mundo mais complexo, pois serve de guia para a síntese.

Assim, podemos imaginar que teremos que adaptar nossos cursos não mais para geografia, ou matemática, mas algo como problemas de localização ou de quantificação.

Um bom curso, assim, será aquele que começará pelo bom problema pertinente que abre os trabalhos.

As formas de solução de problemas podem ser variadas, o aprendizado de assuntos, não.

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Se o foco for em problemas em aberto, é possível um aprendizado rico e estimulante, no qual todos aprendem e se poderá utilizar todo o potencial da nova rede descentralizada mono-politeísta, caso contrário haverá tentativas de mudanças na forma ou no conteúdo, com grande risco de crises pela proa.

É isso,

que dizes?

 

 

Versão 1.1 – 20/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Colaboracao-e-Cooperacao

A maioria dos erros consiste apenas em que não aplicamos corretamente o nome às coisas – Espinosa;

Estou empenhado em experimentar o novo método de implantação de projetos colaborativos, definido aqui no meu novo livro. Estamos já com duas turmas formadas e partindo para a terceira na IplanRio, empresas de tecnologia do município do Rio de Janeiro.

Lá criamos o Laboratório de Inovação Colaborativo Digital (o nome ainda é provisório).

Desde o início o laboratório era de Inovação, mas como detalhei aqui, inovação é uma palavra genérica e, mesmo sendo nova, já se desgastou, pois tudo pode ser inovação e inovação pode ser algo que pode ajudar e até atrapalhar.

Por isso, resolvemos colocar o colaborativo no nome.

Ontem, tivemos uma boa discussão sobre isso e percebi um problema com a palavra/conceito colaboração na cabeça das pessoas.

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Ao ouvir colaboração todo mundo liga diretamente à colaboração psicológica. Explico.

A colaboração psicológica é aquela em que você está trabalhando hoje de uma maneira, mas poderia ser mais colaborativo no seu trabalho, mais pró-ativo, fazer algo além do que você já faz.

A colaboração psicológica, assim, colocaria você mais disposto a ajudar aos outros.

Seria incentivada pelo RH e seria medida pelo clima organizacional, ou algo parecido.

Incentivar a colaboração psicológica é algo ótimo, diria que é a cereja do bolo de qualquer projeto, mas não é disso que um projeto de inovação colaborativa digital deve se propor como eixo central! O bolo é outro!

Estamos, entretanto aqui falando aqui de colaboração provocada pela tecnologia.

A colaboração tecnológica é a mudança de topologia de  uma rede de informação, que provoca mudanças na forma de produção de verdades, sejam elas tangíveis (produtos e serviços) ou intangíveis (ideias).

A base para um projeto de colaboração tecnológica, como o nome já diz, é o desenvolvimento e implantação de plataformas digitais colaborativas, nas quais as pessoas deixam de trabalhar no modelo atual e passam a trabalhar em um novo modelo.

A colaboração passa a ser compulsória na plataforma, pois o simples uso da nova plataforma melhora a forma de trabalhar, mesmo que a pessoa não queira. A plataforma vai promover ações que deixarão rastros e estes serão utilizados pelos que vêm depois.

(Entende-se aqui rastros como tudo aquilo que fica depositado na navegação de cada usuário em uma base de dados e passa a ser utilizado para gerar valor. Há rastros involuntários, como o simples clicar, que é da própria natureza da navegação, ou como comprar, baixar, compartilhar.  Quando se faz, o rastro é automaticamente gerado . E o rastro voluntário, no qual o usuário tem a consciência de que estará deixando algo para quem vem, tal como uma avaliação, curtir, comentar, estrelar.)

Assim, ao implantar uma plataforma colaborativa digital a organização estará deixando de resolver um dado problema de uma forma “A” e passando a resolver de uma forma “B”. A nova forma, a partir da plataforma, permite que haja melhor integração entre os agentes, o acesso a todo o histórico do que é feito e a possibilidade de classificação dos registros, criando uma relevância, a partir dos rastros deixados.

É o que estou chamando de colaboração digital. Ou para ser mais preciso, em colaboração em plataformas colaborativas digitais.

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Ou seja, quem usa passa a co-laborar, trabalhar de forma conjunta, de uma nova maneira, melhorando pelo simples uso da plataforma a eficiência em resolver um dado problema.

Em cima, desse processo podemos continuar atuando na colaboração psicológica, mas o modo de trabalho já terá mudado e alterado pela tecnologia.

Mais claro?

Que dizes?

 

 

Versão 2.0 – 15/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação. 

(Para meus alunos: neste post estou aplicando as teorias das redes + estudos da Escola de Toronto + minhas próprias teorias, tais como pêndulo cognitivo, construção da verdade e revoluções cognitivas,   monoteísmo e politeísmo cognitivos, governança da espécie e complexidade demográfica –  o que dá algo interessante e um salto de visão sobre o problema, divirtam-se).

Melhorei este

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Comentei aqui o livro do Wu sobre impérios da comunicação.

E acho que temos um problema conceitual relevante, recorrente e MUITO pouco discutido que faz toda a diferença para pensar o nosso novo mundo digital.

Há uma diferença gritante entre rede, canal e verdades.

São três instâncias da produção da verdade que criam diferentes contextos tecno-sociais, conforme os seguintes valores:

Assim, podemos dizer que:

  • Uma rede é um conjunto de canais;
  • Um canal é um produtor de conteúdos;
  • E verdades são as ferramentas que temos para dar um significado ao mundo para tomada de decisões.

(Ao falarmos aqui de redes, entende-se redes de verdades, aquelas que produzem narrativas tangíveis e intangíveis, já que considero que tecnologias, produtos, serviços são a tangibilidade de algumas verdades que resultaram em algo mais concreto. Descarto, assim, a ideia de rede de informação, de conhecimento, tecnológica, pois uma rede de verdades é mais abrangente e facilita a ver com mais clareza o que realmente importa na história.)

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O conjunto da obra (redes, canais e verdades) definem um tecno-aparato da verdade, que é o modelo principal de como uma sociedade se organiza, que acaba por definir as outras instâncias sociais, políticas e econômicas.

Muitos dirão que aquelas definem estas, mas o estudo histórico tem demonstrado que as principais mudanças na histórias são provocadas por mudanças nos ambientes cognitivos e não o contrário. O fator principal indutor das mesmas é a complexidade demográfica, já que somos uma tecno-espécie com uma tecno-economia e uma tecno política, ver mais aqui.

Veja aqui os tipos de redes de verdades.

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação. 

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Há hoje, parece que não se sabe, uma disputa surda por narrativas coerentes na Internet, principalmente na área organizacional.

De um lado, neste campo, somos atropelados por revistas, livros e matérias em jornais recheados de achismos, com baixíssima discussão filosófica-teórica-metodológica.

E diria que é esse tipo de literatura que a maior parte das organizações têm acesso e consome, seguindo, mais ou menos a sua orientação.  O brasileiro quer, antes de tudo, estar na moda.

Do outro lado, assistimos um vazio acadêmico.

A academia não sente falta em absoluto de disputar narrativas na sociedade.

O modelo de valorização dos pesquisadores, que privilegia publicação em revistas acadêmicas, no modelo ABNT, que demora, em média, no mínimo 6 meses da entrega parar a publicação afasta leitores que estão com problemas emergentes.

Assim, temos de um lado algo totalmente não científico, pois não tem um método mais eficaz e o que teoricamente seria científico, por sua produção, também não é científico, pois a ciência precisa de retro-alimentação de problemas para se validar, o que acaba não acontecendo.

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No fundo, estamos vivendo,  no momento de contração cognitiva, uma sociedade a-científica em plena era do que chamamos Era do Conhecimento, que neste campo está mais para o desconhecimento.

Muitos dirão que a maioria dos autores de negócio sabem o que estão falando, será? São ótimos na continuidade, mas vejo muito derrapando na atual ruptura cognitiva, pois precisariam mudar radicalmente o modelo mental de pensamento.

Já faz alguns anos que estou nessa minha luta diária dentro das mídias sociais para procurar problematizar algumas questões, através de algumas novas maneiras, procurando criar um novo método que brinco se tratar de Ciência Ninja:

  • – produção aberta de conteúdo (áudio, vídeo e texto);
  • – interação constante, a partir dessa produção, através das mídias sociais;
  • – criação de modelo de aula/palestras/consultorias abertas colaborativas, na qual apresento hipóteses para debate.

Ao longo de mais de oito anos nessa labuta jamais recebi comentários ou críticas de acadêmicos, fora alguns amigos, já que blogs são considerados algo menor e não podem ser citados nos trabalhos acadêmicos.

Imagina se pensadores ativos, como temos vários pelo mundo, não estão aproveitando este espaço maravilhoso de produção de ideias!!!!

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Ou seja, não são considerados válidos e assim, seria perda de tempo lê-los, pois, o modelo não é um modelo para se pensar, mas apenas para se publicar na norma, algo também coerente com a crise da contração cognitiva.

  • Poderia dizer que os problemas estão aqui fora mal resolvidos não penetrando lá dentro.
  • E os métodos científicos estão lá dentro sem os prolemas que deveriam ser resolvidos.

Muitos dizem que só há lixo na Internet.

Sim, há muito.

Mas a Internet não é um canal de televisão que precisa de convite.

  • O Wikipédia está aberta a qualquer um.
  • Colocar vídeos, como aluns heróis da academia têm feito, é de graça.
  • Gravar as aulas e colocar em um site de áudio é algo que não toma 10 minutos do tempo;
  • Ter um blog para produção de textos é algo que leva a cognição para um outro planeta, não só pelo exercício cotidiano da escrita, além da interação.

Porém, muitos dirão que não é isso que dá status na Capes.

É fato, mas vou de Sartre que dizia que independente qualquer campo de concentração, quem define a atitude que vai se ter lá dentro é você. Ao final de tudo, a última instância da liberdade é tua.

Nesse buraco de narrativas vamos aqui construindo o que é possível.

Talvez, se houvesse mais acadêmicos nessa labuta poderíamos avançar ainda mais, evitando vários tropeços de quem aprende no novo ambiente da ciência ninja, que se aprende publicando e interagindo. Isso vale para toda uma nova geração que está aqui a procura de conteúdo com mentes mais abertas.

É o início de todo um processo.

Pergunta-se: quem vem?

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Criei aqui em cima do computador uma galeria de ídolos, pensadores, filósofos.

Quando eu olho para este mundo fechado e reticente à ideias novas, olho para a galeria, pois sei que não somos os primeiros e nem seremos os últimos a tentar levar ideias contra a corrente.

Terminei de ler, finalmente, o livro “A Revolução da Escrita na Grécia e suas consequências culturais”, de Eric A. Havelock.

O livro, eu diria, que faz parte do esforço da Escola de Toronto para provar a tese central de McLuhan:

“O meio é a mensagem”.

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Foi a mensagem, ou a mudança de mentalidade na Grécia, que deu uma mexida nos gregos e os levou a começar algo bem diferente, tal como a filosofia e a democracia, que influenciaram fortemente o mundo ocidental.

O livro defende que a chegada do novo meio de comunicação, baseado no alfabeto, alterou o estado mental dos gregos e criou a mente alfabética. Ele defende, a partir da pesquisa, que: ” o conteúdo do que se comunica é regido pela tecnologia utilizada, mas também assevera que esta mesma tecnologia pode ter uma função causal na determinação no modo como pensamos”.

O interessante, além da curiosidade no campo da arte de poemas orais para escritos, é como essa alteração se procedeu a partir do alfabeto. liberando o cérebro que tinha que guardar na memória o conhecimento passou a ser liberado para outras atividades, entre elas, criar.

Veja o trecho:

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Bingo, filosofia!

Acrescenta um dado relevante de que o homo sapiens só virou para os especialistas homo sapiens sapiens depois que passou a se utilizar da linguagem, o que marca mais um ponto para a tese das revoluções cognitivas versus mudanças culturais e histórias da espécie.

Cita Ernst Mayr no livro As espécies animais e a evolução, que comprei, que lembra que há uma relação entre sobrevivência e sofisticação dos meios de comunicação, o que reforça uma das teses centrais do meu novo livro.

Lembra que o ser humano é um programa aberto, pronto para ser alterado e não fechado como é característica dos outros animais.

Gosto muito do final da apresentação, quando ele desabafa com o obscurantismo de seus pares.

Veja o trecho:

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O livro é uma referência para quem estuda revoluções cognitivas e chegou para ficar na área nobre da prateleira.

 

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Caiu nas minhas mãos por acaso em um sebo o livro “Império da Comunicação” de Tim Wu.

O livro não é antigo, é de 2012, e procura desenvolver o estudos da indústria de informação do século XX para entender os possíveis caminhos da Internet.

Wu defende a tese de que há algo como um “Ciclo” que rege a indústria da informação, que se inicia promissora e descentralizada capaz de mudar o mundo e, por fim, se torna centralizada, frustrando expectativas, como foi o caso do telefone, cinema, rádio e televisão.

O estudo do livro é sobre a indústria da informação do século XX.

Concordo com o autor, discordando.

Defendi mais recentemente algo parecido com o conceito dos Ciclos, na ideia de pêndulo cognitivo , no qual se pode perceber o controle e descontrole das ideias na sociedade, em movimentos de expansão e contração, porém é algo diferente de Wu e vou explicar por que.

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Wu parte de um método indutivo pragmático para fazer sua análise histórica.

O método indutivo pragmático é aquele que vai direto aos fatos sem, entretanto, construir um método de análise dedutivo-teórico antes para evitar cair na armadilha da “poluição do senso comum”.

E isso faz a maior diferença, principalmente quando lidamos com fenômenos esquisitos.

A Internet é algo esquisito na forma que veio, como se desenvolveu e nas consequências que tem provocado na sociedade.

O método indutivo-pragmático de Wu começa a ter problemas, pois ele não procura qualificar as diferentes tecnologias que está estudando, pois ao colocar o telefone, o cinema, o rádio e a televisão no mesmo patamar do que a Internet nos traz um problema de tipos diferentes de tecnologia.

Há aquelas que pela natureza da tecnologia cognitiva, seu custo de circulação de ideias, tende à centralização ao se expandir. E há aquelas que pela natureza de circulação de ideias são descentralizadoras, com baixo custo de distribuição de ideias.

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Esse quadro teórico dedutivo-teórico é importante quando analisamos este tipo de fenômeno para evitar cair em comparações muito ligadas ao senso comum, que é a crítica que os anti-empiristas fazem, como é o caso de Bachelard, que há muito tempo atrás apontava justamente esse risco ao se analisar fenômenos de baixo para cima sem um modelo teórico que desse suporte as análises.

A Internet pode ser bem comparada ao papel impresso, que até hoje, apesar da concentração dos jornais ou mesmo das grande editoras, ainda permite produção descentralizada, pois o custo é relativamente baixo, assim como a Internet.

São mídias que, por sua natureza tecnológica, são descentralizadoras.

Outro dado relevante e o estudo da prensa é fundamental foi o longo período de descentralização das ideias, que durou de 1450 até 1800, quando um modelo centralizado de governança deu lugar a outro.

Ou seja, ao fazer um recorte só do século XX, sem procurar momentos similares no passado e não qualificar as tecnologias devidamente, Wu esbarra em uma parede, que o impede de ver algo como tecnologias cognitivas descentralizadoras seus efeitos na sociedade no passado, descartando estudos interessantes da Escola de Toronto e os pesquisadores da história da informação, da comunicação e do conhecimento.

Pode-se concentrar no século XX, mas não somente nele, pois é justamente neste século e nos dois anteriores, pós-Revolução Francesa que o “ciclo” que ele chama se fechou em torno de tecnologias congitivas centralizadoras, que podem ter aparecido como algo diferente, mas tinham tudo para rapidamente se fecharem.

Não houve um rádio aberto, nem uma tevê aberta, nem um cinema aberto ou telefone aberto.

Houve o início pequenas empresas que precisavam crescer e centralizar para poder se expandir, o que não ocorreu com o papel impresso e nem me parece que vai ocorrer com a Internet.

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Isso não quer dizer que não estamos e nem estaremos assistindo, como foi com o papel impresso, processos de centralização, como é o caso do Google ou do Facebook. Podemos dizer que há micro-centralizações no processo, mas não podemos comparar a centralização de uma tecnologia por natureza centralizadora de outra que tem outro perfil. 

Porém, o risco de mega-concentração definitiva, como foi o caso da televisão por exemplo, é de outra natureza, não por que o ser humano não queira, mas pela natureza da tecnologia que estamos lidando, que é mais afeita, ou não, a centralização, em função do seu custo.

O livro traz inspiração para criticas e pode servir como ferramenta para muita gente já apontar que estamos indo para o mais do mesmo.

Porém, por fim, falta ao autor a comparação da mídia e seus efeitos.

Uma mídia centralizadora, cria o movimento de contração e por sua vez de consolidação de um dado modelo, como foi o caso do capitalismo-república. E há mídias descentralizadoras, que cria movimentos de expansão, como foi o caso do papel impresso, que detonou o clero-monarquia.

O livro de Wu peca, a meu ver, e muito por querer fazer história, porém com um corte específico, sem uma teoria que o sustente e chega a conclusões limitadas, com até intuições interessantes, como o do ciclo, porém com pouca abrangência.

Continuei a discussão sobre o livro aqui.

Quer dizes?

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Conforme vimos neste post sobre o pêndulo cognitivo, estamos entrando na fase de expansão cognitiva, na qual iremos viver um novo ciclo primaveril na sociedade, na qual precisamos construir novos horizontes para poder gerenciar a espécie que cresceu em tamanho, mas não em capacidade de gerenciamento desta nova complexidade.

Temos, a partir da chegada de uma mudança radical no cenário cognitivo, mudanças na produção da verdade em toda a sociedade que afeta diretamente o modelo da escola.

Veja o que muda na escola com esta expansão:

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Que dizes?

Versão 1.1 – 27/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Conforme vimos neste post sobre o pêndulo cognitivo, estamos entrando na fase de expansão cognitiva, na qual iremos viver um novo ciclo primaveril na sociedade, na qual precisamos construir novos horizontes para poder gerenciar a espécie que cresceu em tamanho, mas não em capacidade de gerenciamento desta nova complexidade.

Vivemos dois momentos diferentes em relação à produção do conhecimento:

  • – uma mudança topológica – da constituição da rede de construção das verdades;
  • uma mudança cognitiva – que é de como a verdade é construída.

Temos, a partir da chegada de uma mudança radical no cenário cognitivo, mudanças na produção da verdade em toda a sociedade que afeta diretamente o modelo de produção científica (e todas as outras produções tangíveis e intangíveis na sociedade).

Veja o que muda na ciência:

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Que dizes?

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Existe uma ilusão de que a escola é auto-independente e que as mudanças sociais podem partir da escola. Não acredito nisso.

O que não falta por aí são escolas experimentais, mas elas acabam ficando restritas a nichos de mercado, geralmente para setores produtivos-criativos, tais como filhos de artistas e músicos.

Não se disseminam por um motivo simples.

Uma sociedade que quer apertadores de botões não pode ter uma escola que forma criadores e vice-versa. A incompatibilidade gerará sofrimento em alunos, pais, educadores e gestores.

Não vinga!

Vejo a seguinte relação e causa e efeito abaixo:

 

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O que move a sociedade são as demandas sociais, que definem o tecno-modelo das organizações, que nos levam para um modelo de cultura de construção da verdade, mono ou politeísta, criando uma relação de causa-efeito, que acaba por definir o tecno-modelo cultural da escola.
Essa visão só é possível dentro de uma nova corrente filosófica que chamei de tecno-cognitivista (incluindo por conta própria o pessoal da Escola de Toronto) em que acredita que somos uma tecno-espécie. Não temos uma cultura, mas uma tecno-cultura, sempre foi assim e sempre será.

Hoje, temos uma tecno-escola, regida pelas tecnologias (que já estão lá): livros impressos, carteiras, mesas, giz, quadro negro, ventilador, lâmpadas, paredes, etc….

Estamos começando a lidar com um novo tecno-ambiente com novas tecnologias, que estão remodelando primeiro o ser humano, nossa plástica cerebral, depois a sociedade e, por sua vez, a escola, que é sempre e sempre será a última a se mexer, assim como a biblioteca, pois são conservadoras da cultura e não modificadoras da cultura.

 Não acredito em uma escola independente e revolucionária, pois a escola será sempre a formadora do adulto, que vai trabalhar em um dado tecno-ambiente de trabalho. Não podemos formar pensadores em uma sociedade que quer apertadores de botões e nem vice-versa.

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Estamos aqui discutindo novos modelos de escola, tal como a escola invertida e acho que isso vai se disseminar, pois estamos no início de uma fase de expansão cognitiva, na qual uma nova tecnologia cognitiva descentralizadora chega e leva ao pêndulo cognitivo para seu lado mais expansivo, abrindo um novo ciclo de inovação e exigindo uma escola mais criativa.

(Defendo isso oralmente neste vídeo/slides que podem ser vistos aqui.)

Neste link acima defendo que a escola não mudava e não ia mudar mesmo, pois era uma escola monoteísta em uma sociedade monoteísta, mas agora irá mudar pois precisamos de uma escola politeísta em uma sociedade pré- politeísta.

Obviamente, que falo da escola hegemônica, pois há alternativas que ficam como simples alternativas, exceções que justificam a regra, vide Escola da Ponte, que atende a um nicho criativo produtivo, filhos de artistas, por exemplo, mas que não se dissemina, pois não era isso que a sociedade precisava.

É isso, que dizem?

(Veja aqui também o mapa do pêndulo com todas as tendências de um movimento e de outro.)

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Podemos falar que há um pêndulo cognitivo na sociedade.

Já que:

  • Somos uma tecno-espécie naturalmente tecnológica ou tecnologicamente natural;
  • Sujeitos às mudanças dos tecno-ambientes (tecno-político, tecno-econômico, tecno-social) (Ressalva para o pessoal mais crítico: nem toda a mudança econômica, política ou social é oriunda das tecnologias, mas algumas são);
  • E fortemente influenciados quando temos rupturas centralizadoras ou descentralizadoras nas tecnologias cognitivas, pois há mudanças na plástica cerebral e em como produzimos verdades (tangíveis e intangíveis).

 Dito isso, podemos ver mudanças na sociedade quando temos períodos de expansão, ou seja, quando uma nova tecnologia cognitiva descentraliza as ideias, tal como foi (a fala, a escrita, o alfabeto, a prensa, a Internet) ou quando vêm para centralizar as ideias, tal como foi (o jornal de grande circulação, o rádio, a televisão) ou o uso continuado de qualquer uma das tecnologias cognitivas que eram descentralizadoras.

Podemos, assim, a partir do estudo da Antropologia Cognitiva, rever mudanças frequentes na sociedade, a partir destes dois parâmetros expansão e contração, no que vou chamar de pêndulo cognitivo:

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Quando temos um período de concentração de ideias, uma série de fenômenos passam a ocorrer:

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E tem como consequências o que demonstro na figura abaixo:

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Podemos dizer o mesmo do momento inverso, quando há a chegada de uma tecnologia cognitiva descentralizadora, que apresenta as seguintes causas:

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Podemos dizer o mesmo do momento inverso, quando há a chegada de uma tecnologia cognitiva descentralizadora, que apresenta as seguintes consequências:

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Acredito que as imagens são auto-explicativas e o detalhamento tenho feito aqui no blog em diferentes posts.

(Detalho aqui melhor os movimentos de expansão e contração cognitiva.)

Que dizes?

Versão 1.0 – 18/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

 

Versão 1.0 – 19/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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A passagem da contração para a expansão tecno-cognitiva tem forte influência nos nossos egos.

(Ver mais sobre contração e expansão aqui.)

Nossos atuais egos foram moldados e aprenderam a trabalhar em um mundo monoteísta que definia um critério fechado  da verdade para divulgar e não se admitia ou esperava-se mudanças na interação, pois eram muito esporádicas, pois os meios assim exigiam.

É o modelo típico da escrita e depois dos meios eletrônicos de massa.

Leva-se muito tempo para produzir a verdade e depois muito mais tempo ainda para retro-alimentá-la.

Isso foi endurecendo os egos para a interação, pois o ciclo de mudanças era extremamente lento e os autores de quem produzia a verdade pouco interagia com quem as consumia. Foi se criando uma ilusão que estavam certo, não pela verdade proferida, mas pela incapacidade de serem contestadas. Fomos construindo os verdadeiros donos das verdades absolutas, tanto de quem produz, e, por incrível que pareça, de quem consome, que adotou o mesmo modelo no seu condomínio de verdade fechado. (ver mais aqui.)

Sendo também incomum a retro-alimentação, pois a distância entre autor-consumidor de informação era grande e imperial, do alto de poucos para muitos.

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Este modelo de produção da verdade moldou a cultura da sociedade atual, as organizações, os egos das pessoas e, talvez, a plástica cerebral. (Cabe ainda aprofundar as influências do ego na plástica cerebral e vice-versa.)

O novo ambiente tecno-cognitivo, entretanto, pede a dissolução desse ego monoteísta, pois:

  • – a interação é constante;
  • – as fontes se multiplicaram;
  • – a possibilidade de modificar os registros é muito grande;
  • – mais gente pode opinar e apontar uma verdade mais complexa e colaborativa;
  • – a retro-alimentação deixou de ser rara para ser abundante, constante.

O ego monoteísta, que precisa combinar com seus pares para interagir, começa a ficar cada vez mais lento e inapropriado para um mundo que pede interação e modificação constante. (E isso vale também para as organizações que precisam criar modelos de governanças compatíveis com a interação)

O ego precisa, assim, ser retrabalhado para se tornar compatível com o novo mundo da interação, deixando que a verdade não seja mais aquela combinada, mas aberta a ser feita com quem interage com ele.

É uma verdade mais líquida, que pede um ego líquido, aberto, politeísta.

A verdade hoje não vem de cima, vem dos lados.

Sim, sem dúvida, o desafio é grande.

Que dizes?

Versão 1.0 – 19/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Temos que promover a passagem de um modelo de construção de verdade mais fechado (monoteísta) que define para divulgar para um novo (politeísta) que interage para definir.

Como vimos neste post, podemos dizer que:

  • – a construção da verdade é a base da estrutura das organizações sociais;
  • – o modelo de construção da verdade é histórico;
  • – e varia, entre outras coisas, em função das revoluções cognitivas. 

Há, além disso, um tempo do uso de uma dada produção da verdade, que leva às organizações:

  • no período de expansão cognitiva –  se abrir para a sociedade, se oxigenando e se voltando para princípios mais coletivos.
  • – no período de contração cognitiva –  se fechar para a sociedade, se intoxicando delas mesma e se voltando para princípios mais individuais das autoridades de plantão de cada organização.

(Ver mais sobre contração e expansão aqui.)

Como podemos analisar isso na atual academia?

O modelo atual está dentro da cultura monoteísta impressa-eletrônica, com forte determinação de um centro, que é estruturado e define as regras do jogo, que, como o tempo, foi fechando os seus critérios de decisão cada vez mais para si.

Note que no modelo de construção da verdade, abaixo:

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Na entrada, a academia define critérios de dentro para fora pelas autoridades de plantão:

  • Quem entra? (para estudar ou lecionar?)
  • O que pesquisa?
  • Para quem pesquisa?
  • Como a pesquisa é processada?
  • Como é divulgada?
  • Como é valorizada?
  • Como é patrocinada?
  • E como é retro-alimentada?

Note que o modelo era coerente com as limitações das tecnologias anteriores. Com raras exceções não era possível criar critérios mais abertos para a sociedade.

Porém, com o tempo de uso, as autoridades de plantão foram criando distorções dentro dos já estabelecidos limites, criando um círculo vicioso de se fechar cada vez mais, abrindo uma forte crise de decadência:

Se pesquisa muito sem que a sociedade seja beneficiada. O custo/benefício do ponto de vista social é baixo.

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O modelo agora pode ser revisto diante das novas possibilidades tecnológicas que a Internet traz,. Note que não estaremos falando de novas tecnologias na velha academia, mas de um novo modelo de construção da verdade, se utilizando do espaço de abertura que a nova tecnologia cognitiva permite.

Temos que promover a passagem de um modelo de construção de verdade mais fechado (monoteísta) que define para divulgar para um novo (politeísta) que interage para definir.

Esta é a nova possibilidade da produção mais aberta da verdade acadêmica, baseada no novo ambiente tecno-cognitivo, que permite a produção mais aberta e colaborativa de conteúdo e a colaboração de massa para tomada de decisão de prioridades, tais como:

  • Podemos, por exemplo, imaginar que as pesquisas a serem feitas podem ser propostas de forma aberta, na qual pessoas de fora da academia possam, a partir de um dado critério, opinar, votar, sugerir, curtir, não curtir, balizando prioridades;
  • É possível também que se possa imaginar que ao longo da pesquisa o resultado possa ser feito já em um blog, em um canal no Youtube de forma aberta, de forma participativa com demais pesquisadores e agentes participantes da pesquisa (aluno, interessados, beneficiados);
  • Que se estabeleça um critério mais aberto de valorização pelo impacto, adesão, participação da pesquisa na sociedade e não apenas na comunidade acadêmica;
  • Que seja estimulado a produção de material na Internet, como um dos critérios de valorização do pesquisador;
  • De que os trabalhos de pesquisa acadêmicos possam ser feitos e publicados em plataformas abertas,  sem a autorização dos pares, que podem ser feitas ao longo do processo de interação, sofrendo comentários, critérios de mais ou menos relevantes, conforme interações, estrelas, curtições, etc.

O objetivo é começar uma migração de uma academia mais fechada e mais monoteísta, que tem um centro que decide uma verdade mais sólida, para uma mais aberta na qual as interações cada vez mais abertas com a sociedade vão definindo novos critérios de uma verdade mais líquida.

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Note que a abertura não elimina o julgamento dos pares, mas acrescenta mais julgamentos e oxigena as decisões, colocando a sociedade, ou a parte dela interessada naquele tema, como participante no processo das prioridades acadêmicas.

Esta mudança politeísta é fundamental para oxigená-la e torná-la mais compatível com o novo ambiente social cada vez mais complexo e dinâmico. O mais importante, entretanto, é entender o que está se mudando e para onde se quer ir, deixando a fumaça da “incorporação de novas tecnologias” de lado.

Trata-se de algo profundamente cultural de como a verdade foi e agora deve ser construída.

Sim, há interesses em jogo.

É isso, que dizes?


Reclamamos dos meios de massa, mas nós somos o meio de massa sem ser de massa, pois nosso ego não foi preparado para a interação que a Internet nos traz.

(Discuti aqui também este tema.)

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Toda revolução cognitiva traz de volta um diálogo perdido, pois abre-se um novo espaço de comunicação para o qual não estamos preparados, pois nossos corações e mentes foram estruturados no modelo passado, fechado.

A história, recontada pela antropologia cognitiva, nos mostra que vivemos momentos de contração e expansão, como defendi aqui.

Uma nova onde de possibilidade de novos diálogos surge entre a impossibilidade tecnológica da mídia anterior e as novas possibilidades da mídia que surge:

  • A escrita permitiu a mensagem a distância;
  • O alfabeto potencializou a escrita manuscrita;
  • O papel impresso potencializou o alfabeto;
  • Assim como o rádio e a televisão potencializaram o papel impresso;
  • Como agora a Internet potencializa todo o resto ao mesmo tempo.

O problema é que o retorno do diálogo, ou da opção de podermos voltar a conversar de forma diferente, como gente que não conversávamos, traz um conjunto de desafios.

A sociedade estava, sem sentir, protegidas em condomínios de verdades.

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Trocávamos impressões com pessoas próximas e não éramos desafiados por desconhecidos, que não pensam como o pessoal “lá do meu condomínio”

Quando abrimos uma conta, por exemplo, no Facebook e começamos a ter mais e mais amigos, vamos aumentando a diversidade de gente que começa a ter contato como pensamos. E, a partir daí, começamos a ser questionados, curtidos, ou não, comentados, por amigos não tão conhecidos, com ideias diferentes das nossas. Esse diálogo que é aberto exige esforço, pois nos tira da zona de conforto de ambos os lados.

Daquele que critica e do que é criticado.

De maneira geral, todos nós não queremos sair do nosso condomínio, pois estamos seguros e certos do que sentimos e pensamos.

Quando abrimos um “diálogo” o que queremos, antes de tudo, é provar como o meu condomínio é bom e melhor que os demais.

Estou no condomínio certo, é tão óbvio isso, não?

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Na experiência que tenho acumulado, percebo que as pessoas querem apenas pontuar, mas não aprofundar os argumentos.

Falta um pitado de prática com falta de saco a gosto.

Querem marcar posição, mas não dialogar, pois dialogar dá trabalho e toma tempo, pois:

  • – implica em conhecer o ponto de vista do outro; 
  • – implica em procurar comparar este ponto de vista com os meus;
  • – implica em saber o que eu posso mudar, a partir da interação;
  • – e aonde posso ganhar e reforçar, melhorar, o meu ponto de vista.

Não, nosso ego monoteísta não foi preparado para tal interação politeísta!

O problema é que depois da ditadura cognitiva que estamos saindo, de décadas diante da televisão, nos dogmatizamos ao extremo.

Temos como se fosse uma espécie de fosso social para fingir que debatemos.

Podemos até brincar no fosso das conversas fúteis de quando em vez, mas quando a coisa fica séria,  baixamos nossas cartas do castelo das certezas.

Ou seja, criamos um falso diálogo só para sermos sociais, mas não estamos colocando nossas máximas certezas à prova, pois isso implica em um outro modelo de ego, que nós não desenvolvemos. Ele é um ego para um condomínio fechado como arame farpado em volta.

Vivemos a cultura de um mundo egoico monoteísta, do qual fomos educados em casa, na escola, na sociedade, nas empresas, no rádio, na televisão. Nesse mundo há uma verdade que vem de cima,  da qual eu não modifico.

E eu crio a minha verdade que vem do meu condomínio que é inegociável.

Somos todos os donos das verdades do alto dos nossos castelos trancafiados a sete chaves.

Reclamamos dos meios de massa, mas nós somos o meio de massa sem ser de massa.

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Eu, você, todo mundo construímos esse modelo para montar a nossa verdade.

Eu crio o meu condomínio fechado com minha tribo e vou para o mundo brincar de interagir e manter aquilo que eu combinei com meus pares secretos.

Esse modelo cultural funcionou bem para o ambiente cognitivo passado, mas é incompatível com um mundo de condomínios abertos.

Só gera conflito.

A base principal da mudança é a filosófica existencialista, que apregoa que somos projetos de humanos a serem construídos por nós, que nada que é, pode ser definido a priori.

  • O monoteísmo cultural impresso-eletrônico é o que nos ensinou que existe uma verdade fechada, a ser defendida nas interações.
  • O novo politeísmo nos leva a uma verdade aberta, a ser construída nas interações.

Estamos indo para um mundo que temos que nos habituar ser uma obra em  aberto.

Mas o ego deixa?

Nossas emoções, definitivamente, não foram preparadas para isso.

E aí vem o choque da falta de diálogo constante.

Temos como mudar isso?

  • Em alguns casos, sim, há espaço.
  • Em outros, talvez não, o dogmatismo é maior que a pessoa.

Sei que um ego politeísta não nasce em árvores – é construído com esforço.

Mas quantos estão dispostos?

Exige esforço, muito esforço.

Que dizes?

Versão 1.1 – 31/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

(Discuti mais a abordagem de problemas ao invés de assuntos, aqui.)

E o papel do filósofo aqui.

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação. 

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O que devemos não é defender, portanto, o estudo da filosofia, mas a introdução da atitude filosófica nos jovens.

No vídeo de Viviane Mosé, que comentei aqui, temos a discussão da volta da filosofia em sala de aula, depois de um período militar na qual foi banida.

O problema é que quando se fala em “filosofia” é algo que pode ser qualquer coisa.

(Temos desenvolvido um péssimo hábito de falar em significados sem significantes.)

Em uma turma em uma universidade, contaram-me que a aula de filosofia foi a distância, respondendo questionários sobre o tema.

Tenho me dedicado nos últimos meses a escutar, via celular, sobre filosofia no Youtube.

De maneira geral, a filosofia é passada através da história de seus filósofos.

Muitas vezes são apresentados de forma desarticulada, vejam por exemplo o Educatina/filosofia.

É uma espécie de enciclopédia filosófica, bem vestibulanda, em que apresenta as principais ideias de cada filósofo ou escola filosófica, nada contra, se a coisa não parar por aí.

Um filósofo, como escrevi aqui, é sempre alguém que se revolta com algo que existe e propõem algo novo.

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Alguns podem parecer até bobos, pois tem coisas que hoje se considera senso comum, mas que na época foi considerado um absurdo, tal como Descartes, ao defender a razão versus a visão teológica do mundo.

Assim, é preciso uma situada histórica para mostrar a relevância do ato muitas vezes heroico de cada um deles de enfrentar o senso comum da época para poder questionar as ideias de plantão e nos trazer novas luzes para o mundo, o que pode tornar muitos deles ídolos de um jovem a procura de referências.

Seria, a meu ver,.  um aspecto fundamental, mostrar o esforço de muita gente inclusive com a própria vida (Sócrates), sacrifícios pessoais, por não se dobrar ao que o senso comum da época desejava. Mostrando que aquele esforço não foi em vão.

O estudo da filosofia, além disso, no meu entender, deve ser uma discussão basicamente sobre o que é a realidade (Matrix ajuda muito nessa direção) e como cada um dos filósofos nos ajuda a entender o que ela pode ser e principalmente o que ela não pode ser.

Me chama a atenção que brasileiros de mais de 20 anos, com os quais discuto, não tenham problematizado questões como a realidade é tangível? (Kant) Histórica? (Hegel) Condicionada pela sobrevivência? (Marx) Somos humanos ou projetos de humanos? (Heidegger) Como a linguagem nos condiciona (Wittgestein).

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Heidegger

 

Nas minhas aulas vejo que a capacidade de abstração dos meus alunos é muito baixa, justamente pela falta de prática de pensar filosoficamente.

Se criarmos um estudo da filosofia como é o de história, geografia, de forma a estudar a filosofia de fora para dentro é a mesma coisa que nada, pode ter um efeito muito pequeno em alguns alunos mais sensíveis ao tema. Comparo essa abordagem a mesma discussão que é preciso de escola e educação, sem discutir que tipo de escola ou educação estamos falando, pois o tiro pode sair pela culatra, ser ineficaz e dispendioso.

Filosofia é procurar problematizar a realidade, tal como:

  • O que é a realidade?
  • Quais são nossos potências e impotências?
  • O que é a percepção?
  • Qual a diferença entre percepção e realidade?
  • Sou um humano ou um projeto?
  • Eu tenho liberdade?

E por aí vai…

Para isso, temos que ter professores filósofos e não professores de filosofia.

Professores que estão questionando a vida e não que aceitam-a como ela é.

É pedir muito?

O que devemos não é defender, portanto, o estudo da filosofia, mas a introdução da atitude filosófica nos jovens.

CAMINHO PRÁTICO E DIDÁTICO:

Como sugestão, pode-se começar com as três questões básicas e cada um teria que ter a sua resposta:

Quem somos? Como pensamos ? E por que estamos aqui?

E ir mostrando como cada um dos filósofos respondeu a isso.

Deixando cada aluno percorrer seu próprio caminho.

Por aí.

Que dizes?

Versão 1.1 – 27/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.  

Versão 1.0 – 16/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Veja o que achas:

  • Acredito que estamos em uma guinada civilizacional.
  • Que a Internet traz uma descentralização das ideias que mudará a forma com as organizações operam.
  • Que haverá mais espaço/liberdade para o cidadão/consumidor nesse novo mundo, até que um novo recontrole seja feito;
  • Que muitos dos problemas que temos hoje serão minimizados, abrindo-se um novo leque de problemas;
  • Por fim, que estamos entrando em uma primavera da espécie com tempo limitado.

E aí você vão me afirmar que eu sou um otimista, certo?

Não me considero, pois sou cético no humano individual: seremos sempre egoístas, viciados em hábitos, loucos para nos acomodar na nossa zona de conforto.

Não seria contraditório?

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Não, pois avalio que somos uma tecno-espécie fortemente condicionada pelas tecnologias e mais ainda pelas tecnologias cognitivas.

  • Quando há um descontrole das ideias entramos em um movimento de expansão.
  • E quando há um controle em um movimento de contração.

Isso se dá diante das complexidades que temos diretamente ligadas ao aumento da população.

Muitos amigos, principalmente, os marxistas criticam o que chamam de “determinismo tecnológico”. Preferem não ir fundo nos argumentos apresentados, pois há se sabe o que é a sociedade e o ser humano. Está tudo em Marx e nas atualizações de seus seguidores.

Olham para o lado e não vêem nada de novo no horizonte e duvidam desse pseudo-otimismo histórico. Por fim, pedem provas.

Do ponto de vista coletivo, não as teremos de forma clara, pois ainda estamos no início de um processo.

Não se afirma aqui que o ambiente social hoje mudou ou está mudando já radicalmente, diz-se que está na primeira etapa de uma larga mudança, com os primeiros traços, assim como ocorreu em momentos similares do passado. Não há mudanças claras, a não ser novos novos e incipientes modelos inusitados de empreendimentos, manifestações políticas, sociais, artísticas, filosóficas.

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Poderia apontar para os estudos da Escola de Toronto que tentou provar que o alfabeto influenciou os gregos (Havelock), a prensa e a tevê a modernidade (McLuhan) e todas as mídias a história humana (Lévy).

Ali só há suspeitas, bem encadeadas para o meu gosto, mas sempre há que se dizer que falta isso ou aquilo. A única possibilidade de comprovar a hipótese de Toronto “O meio é a mensagem” seria via máquinas.Isso pode ser melhor esclarecido seria comparar mudanças cerebrais, através de novas tecnologias do cérebro. 

Ou seja, independente o que você faz com a tecnologia cognitiva, ela está mudando a sua cabeça!

A base de tudo isso é a mudança em algo do cérebro, da mentalidade, do raciocínio, da plástica cerebral que uma nova mídia causa. Se muda a plástica daquele que usa, muda a sua relação com a sociedade, que acho que foi o que ocorreu desde a Grécia, passando pela prensa de Gutemberg e agora com a Internet.

Será preciso, então, pela ordem:

  • – colocar em um dado aparelho que possa “fotografar” dadas sinapses;
  • – colocar diferentes perfis nesse aparelho, quem usa mídias sociais, de quem não usa, quem usa televisão de quem não usa, quem lê de quem não lê;
  • – criar experiências que possam provocar situações comparativas entre estes perfis;
  • – e analisar como respondem a determinados inputs, do tipo recebendo novas informações, mais ou menos rejeitam com mais ou menos intensidade a cada perfil. O mesmo para fotos de autoridades, mais ou menos rejeitam, etc.

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Hoje, poderíamos, se tivermos esse estudo, não sei se já existe –  estou pesquisando, para saber – se há mudanças significativas no cérebro de cada pessoa. E o que esta mudança implica em mudanças do indivíduo, o que nos levaria em um grupo analisar se isso provoca “coisas” até inconscientes, tal como os protestos em Junho do Brasil, basicamente feito por quem usa mídias sociais, que passou a sentir de forma diferente, inspirados pela nova plástica.

Isso tudo nos levaria a algo mais concreto e acho que estamos perto disso.

Ou seja, admiti-se como eu sempre coloquei que é uma hipótese com uma certa consistência e seria precipitado ignorar e não ter até curiosidade.

Muitos mesmo com essas – digamos possível e digamos comprovada-  constatação de mudança cerebral podem permanecer céticos em relação ao futuro, mas teríamos algo bem interessante, pois admitiríamos que tem algo que se altera e que não parte da consciência e nem do otimismo, mas é uma mudança que não tem volta e tem implicações sociais.

Esta é a tese da Escola de Toronto, que acho plausível pelo que tenho estudado de rupturas de mídia, desde 1994, passando por mestrado e doutorado. Digamos que tenho bons argumentos encadeados, mas nada que possa dar uma martelada mais tangível.

Ressonâncias ajudariam nesse caso.

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Independente isso, podemos, por fim, enquanto isso não for feito trabalhar em teorias comparativas.

Se não é uma mudança da plástica cerebral que explica os movimentos de massa em vários países, a partir das mídias sociais, tendo como parâmetro em todos a procura de nova representação, o que seria isso?

E aí – até que as máquinas de ressonância possam nos ajudar – a ir no encadeamento de argumentos mais plausíveis. Posso então até admitir que há um otimismo teórico que está em construção, parecendo ao longo do tempo ter algo que vai nos levando para uma explicação mais razoável do que outras que estão por aí.

Mas qual pesquisador não parte do que gostaria que fosse e tenta provar seus argumentos? A diferença é quando passa a distorcer e não se abre para outras hipóteses mais plausíveis. Quais seriam elas? Como explicar o Linux, por exemplo? Ou o surgimento da própria Internet, de forma colaborativa? Ou a mudança no modelo de táxis do rio que se abre para a meritocracia?

O marxismo nos ajuda, por exemplo, pois ele  o primeiro filósofo que colocou o ser humano como uma animal histórico,  questionando a metafísica como parâmetro para nos conhecer.

O que se procura aqui é analisar mais fundo este animal humano dentro não da natureza, mas de uma tecno-natureza transformada e que há mudanças que só se explicam por debaixo dessa camada. A partir dela, todas as outras mudanças sociais, políticas e econômicas, explorações e contradições voltam a agir, mas condicionadas pela força maior do tecno-ambiente e não o contrário como imaginávamos até agora.

Por aí,

que dizes?

Versão 1.0 – 16/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Podemos, a partir deste post, traçar o seguinte quadro do monoteísmo escrito, que passa por algumas fases. (Logo depois, já no século XX surge o monoteísmo eletrônico, como rádio e tevê, que falarei depois):

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Note que podemos dividir o monoteísmo em duas fases do ponto de vista conceitual:

  • A teológica – na qual Deus é o centro do debate;
  • A filosófica – na qual há uma tentativa de enfraquecer o monoteísmo, criando uma nova etapa, no que podemos chamar de monoteísmo humano e menos divino.

Da mesma maneira que podemos dividir o monoteísmo em duas fases do ponto de vista tecnológico:

  • A manuscrita – na qual a palavra de Deus circula de forma fechada para poucos e é repassada de forma vertical nas igrejas, via oral;
  • A impressa  – que inicia a nova fase da passagem teológica para a filosófica, na qual se abre para o questionamento de forma mais radical da palavra de Deus, pois ganha-se um novo instrumento de difusão de ideias, marcada pela Reforma Protestante.

(Sem o papel impresso, a partir de 1450,  não haveria Lutero, ou Reforma Protestante, ou depois Descartes.)

Descartes é o primeiro que ao chamar o ser humano para a razão, pretende reduzir a força da palavra de Deus baseado na bíblia, reinaugurando a filosofia, revivendo de forma radical os gregos, o que depois será feito ao longo de todo o iluminismo/renascença.

Já em Lutero, 100 anos antes, a luta dos protestantes era de poder interpretar a bíblica de forma diferente, questionando as interpretações que eram feitas.

O problema que se colocava e que Descartes percebeu é que alguns problemas humanos não poderiam ser resolvidos com o modelo de pensamento fechado da Igreja. Um fato interessante que talvez tenha marcado muito foi o da peste negra, no século XIV quando os fiéis correram para a Igreja para se proteger e quanto mais iam, mais estavam sujeitos à contaminação.

Ou seja, não bastava apenas Deus, o padre, a verdade divina para resolver um cada vez maior adensamento de pessoas, era preciso algo mais, que se pensasse de forma independente, afastando Deus de decisões mais pontuais.

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Note que, por exemplo, na Torá  existem detalhamentos sobre hábitos de higiene, lavar as mãos e depois de algumas cerimônias e também limitações da comida (o que aliás os ajudou a superar a peste negra.).

Eram necessidades de criar uma educação pela escrita que vinham carregadas de verdades divinas e não de apenas recomendações do Ministério da Saúde. Era, no fundo, o ministério divino da época.

Houve ao longo do tempo do monoteísmo um distanciamento da interpretação fechada e intermediada para a procura de algo mais aberto.

No judaísmo, por exemplo, surge só no século II o Talmude que é uma espécie de Wikipédia judaica que permite que haja comentários escritos sobre o texto da Torá, que é a bíblia principal “imexível”.

Há, assim, a necessidade de interpretação do texto sagrado que limitava o desenvolvimento, pois era preciso ir atualizando aquelas verdades, diante da evolução do pensamento e do fechamento das interpretações mais ortodoxas.

O nosso relacionamento com a cultura monoteísta é, assim, toda marcada pela luta diante da complexidade do mundo (cada vez mais povoado) versus a visão mais ortodoxa dos textos sagrados, bem como, das ferramentas que tínhamos para construir a verdade a cada momento. 

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Lutero

Se analisarmos o trabalho dos teólogos e filósofos ao longo desse 6 mil anos de monoteísmo sempre vamos ver a tensão entre a palavra fechada (não passível de interpretação) versus a interpretação e, por outro lado, a rejeição da palavra “sagrada”, ou do senso comum, aceita pela maioria, através da construção de novas verdades, via filosofia, via ciência.

O que ocorre agora é que temos uma nova tecnologia que permite um novo modelo de construção da verdade, que nos remonta ao surgimento do monoteísmo. Temos uma ferramenta que descentraliza de tal forma a verdade, que nos permite viver em uma espécie de politeísmo de massa e fechar o ciclo da cultura monoteísta aberto há 6 mil anos.

Por aí, que dizes?

 

 

Versão 1.0 – 16/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Vamos balizar um pouco, mais uma vez, o mapa histórico da antropologia cognitiva, agora mais completo.

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Notem que é um mapa interessante, pois há algo muito relevante em cada um destes marcos.

Há 100 mil anos quando começamos a falar ou a deixar de utilizar uma proto-linguagem baseada em ruído, os pesquisadores (que estudam a formação dos crânios para identificar a possibilidade da fala) sentiram a necessidade de mudar o status da espécie de homo sapiens para homo sapiens sapiens.

Podemos dizer que neste longo período de cerca de 96 mil anos (do oral para a escrita) havia a dispersão da espécie em civilizações isoladas, que pouco interagiam entre si,  pois a oralidade da época se caracteriza por uma oralidade local.

Não havia como um povo saber de outro, a não ser que alguém pudesse contar.

Não havia uma centralização de conhecimento, pois a passagem era feita de boca em boca, baseada na memória, o que permitia uma modificação da mensagem a cada nova interação, o que tornava-a algo completamente fluida, líquida.

Podemos falar, assim, de uma oralidade que nos levava a uma cultura politeísta, pois as crenças, a construção da verdade não tinha uma ferramenta unificadora, centralizadora, que desse a alguém, a um determinado grupo, ou civilização o poder de pregar uma verdade a distância. Cada um ia construindo a sua verdade, na interação.

Podemos, talvez, achar civilizações monoteístas, mas eram restritas a uma determinada região. (Carece aqui de mais informações e estudos)

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O monoteísmo surge há 6 mil anos com a chegada da escrita.

Moisés ao “conversar” com Deus no alto de uma montanha desce com os 10 mandamentos debaixo do braço escritos em uma pedra. Era algo tão mágico ter a palavra registrada em uma pedra e que poderia, se copiada, ser espalhada que algo assim só poderia ser “obra de Deus”.

O monoteísmo, a meu ver, surge pelo deslumbramento tecnológico dos povos orais com a escrita. Venera-se até hoje a torá nas cerimônias judaicas desfilando-a pela sinagoga, acredito eu, não apenas pelo que nela está contida, ou tradição, mas é algo que ainda remonta da veneração, como no passado, a própria escrita algo mágico e potencializador de uma verdade única vinda de cima por alguém sagrado.

O monoteísmo serve, assim, para a espécie como um elemento potencializador de crescimento humano, pois era necessário que algumas regras fossem respeitadas (inclusive de hábitos alimentares e de higiene) e era importante que uma verdade pudesse ser aceita por mais gente, independente do local, unificando pessoas em torno de verdades aceitas pela maioria.

Verdades, diga-se, imutáveis, e não mais mutáveis pela interação.

A escrita é a tecnologia monoteísta por natureza e o monoteísmo é a expressão cultural da escrita. São dois lados da mesma moeda.

Veja que a escrita:

É algo que vem de fora, feita por alguém que não está presente e não permite que seja modificada, pois produz um registro fechado que já vem pronto.

Moisés em uma versão pop.

Moisés em uma versão pop.

O monoteísmo judaico é a base do mundo ocidental, pois consolidou a escrita, que evoluiu para o alfabeto, que influenciou os gregos (veja mais Havelock sobre isso), que desdobrou em Jesus, na “bíblia sagrada”, na Igreja, no modelo hierárquico das organizações, pós-século I, que nos trouxe até aqui.

(Anote também que o alcorão contém a mesma história: Maomé vai para uma caverna e sai de lá com versos sagrados escritos – já pós-Jesus.)

Quando queremos analisar com profundidade a chegada do Digital e da Internet temos que compreender que estamos fechando esse longo ciclo de 6 mil anos, que vai do monoteísmo mais primitivo para o monoteísmo impresso-eletrônico dos tempos atuais, migrando agora para uma cultura politeísta, não mais local, mas global, pois estamos construindo ferramentas que nos permitem construir a verdade na interação, o que antes não era possível.

Podemos dizer, assim, que desde 6 mil anos atrás, com diferentes monoteísmos criamos, condicionados pelo ambiente impresso (e depois eletrônico) uma verdade culturalmente construída da seguinte maneira:

  • – há um centro que produz as mensagens;
  • – ela é difundida pelos canais deste centro;
  • – tem pouco espaço de alteração, pois vem fechada;
  • – e estabelece um modelo de organizações, a partir dessa cultura tecno-monoteísta.

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Tal modelo pode ser agora alterado, pois temos uma nova mídia, que permite a validação da verdade de uma nova maneira, através das interações. Ou seja, a cada vez que eu interajo com um dado registro/fonte de ideias, posso qualificá-lo e registrar a sua importância. É um novo código da comunicação química, que nos abre uma nova era da espécie.

A necessidade do centro validador da verdade perde o valor que tinha antes, pois é possível saber em quem e naquilo que posso confiar não mais de cima para baixo, mas também (o que não elimina indicações de cima) de baixo para cima, de forma massiva, via comunicação química.

Essa possibilidade de uma nova construção da verdade sustentável em termos de massa é a grande mudança que estamos vivendo, pois termina a necessidade vital que tínhamos de uma cultura monoteísta validada por cima e abre uma politeísta digital, que se constrói pelas interações.

O que nos abre uma nova fase no mundo, que não é mais apenas de rompimento de um ciclo de uma tecnologia cognitiva para outra, que influencia todo o ambiente, mas de um modelo cultural baseado no monoteísmo do passado para o retorno de um politeísmo em bases completamente diferentes, que muda toda o genoma mais profundo da espécie.

Por aí,

Que dizes?

Vou deixar o post abaixo sem modificação, mas já coloquei um programa novo no meu celular é o Tubemate, que é bem superior ao You2load, melhorias que percebi:

  • 1- permite até 4 downloads simultâneos;
  • 2- baixa em pedaços, o que facilita se houver alguma interrupção;
  • 3- incorpora a lista de reprodução como lista para baixar, o que permite que você recomece a lista de reprodução, que tem limite de 200 no Youtube;
  • 4- permite recomeçar todos os downloads se você tiver parado;
  • 5- mesmo que seja um vídeo, ele permite tocar como música, o que facilita para ouvir o áudio com o celular no bolso, o vídeo não permite escutar no bolso, pois tem que ficar segurando para não parar.

Tudo de bom, satisfeito e ainda está na Google Store.

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Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Minha vida intelectual melhorou muito quando aprendi que o celular pode ter muito mais qualidade do que ouvir rádio ou só música (nada contra a música ou o rádio, apenas potencializando mais o aparelho).

Tenho Androide e baixei o seguinte aplicativo por aqui:

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O aplicativo estava no Google Store, mas não está mais.

É preciso baixá-lo por fora.

Tentei isso no celular da minha esposa e pede uma liberação para baixar aplicativos fora da Google Store.

É uma ferramenta super-útil.

Desconfio que tiraram da loja Google, pois você pode escutar o que quiser e não ver anúncio nenhum do Google. Será isso?

Caso sim, vai na linha do que temos denunciado do Google ir se tornando uma empresa cada vez menos aberta para o novo mundo politeísta (ver mais sobre isso aqui).

Experimente!

Versão 1.1 – 12/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

Versão 1.0 – 16/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

filosofia

Estou quase terminando de escutar uma destas pérolas perdidas no Youtube. Um ciclo de aulas/palestra do prof da USP/Filosofia. Franklin Leopoldo e Silva:  “Filosofia e Intuição Poética na Modernidade”, na qual parte do estudo de Baudelaire e seus conflitos com um mundo fragmentado, no qual o poeta está isolado.

(Quem quiser se aventurar, começa aqui – sugiro baixar para o celular e ouvir como se fosse MP3, veja mais detalhes como se faz isto por aqui)

São, se não me engano,  15 maravilhosas aulas de 45 minutos cada e destaco esta em particular a #14, na qual é discutido a partir da análise de Sarte a condição humana da liberdade de se conhecer ou não.

Note que há uma proposta de que o ser humano, diferente do que é o senso comum:  uma tensão entre aquilo que ele acha que é  ou disseram que ele é (destino fechado) versus aquilo que ele tenta saber e questionar aquilo que disseram dele (destino mais construído ou menos alienado). 

Para Sartre, que representa os existencialistas, que tiveram como pai Martin Heidegger, defendem que nós não somos seres humanos, mas projetos de humanos, que podemos ou não mais ou menos potencializados, a partir da nossa liberdade de ser, ou tentar romper a barreira social.

A atitude filosófica é algo que marca o século passado e o atual e se insere como algo fundamental para esse mundo instável e digital, líquido que estamos entrando com a chegada da Internet.

Blog

O que acrescento ao debate é a visão da Antropologia Cognitiva.

Diria que o exercício de conseguir ser, ou da liberdade de procurar o nosso caminho e poder rejeitar aquilo que a sociedade quer que sejamos, depende TAMBÉM da conjuntura cognitiva. Quanto maior for o controle das ideias, menos temos chance dessa liberdade, pois teremos mais isolamento, o que favorece aquilo que disseram de nós. O espaço do questionamento é menor. Já vimos no blog que o controle das ideias varia de forma macro quando temos novas tecnologias cognitivas mais descentralizadoras disponíveis.

Note que estávamos imersos em um mundo sem espaço para que cada um pudesse ter a sua “trincheira mais aberta de expressão e de contra-submissão”. Uma contra-sujeição era limitada por esforços individuais, sem a possibilidade de viralização, que a Internet permite, através do encontro de pares e reforço de novas imagens, através do curtir ou não curtir.

O existencialismo e a liberdade de “não ser o que me impuseram” ganha ferramentas para expandir a liberdade individual de procurar com menos dificuldade o próprio caminho e poder ser aceito por alguém que se identifica e se vê no outro, tirando-o da solidão da falta de pares.

Podemos observar que muito do sofrimento que temos hoje vem dessa incapacidade monoteísta impressa-eletrônica de impor dificuldade exacerbada na libertação da eterna procura de cada um daquilo que pode ser. Tal busca pode ser facilitada com o descontrole das ideias digital, pois o índice de solidão individual ou da ” prisão solitária”  se reduz.

Diria mais.

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No vídeo, levanta-se a tese de que para que esse ser que procura, é preciso uma indefinição constante.

“Hoje eu sei mais ou menos o que sou, até amanhã, quando farei uma revisão”.

A visão existencialista é uma visão aberta, “sou uma versão permanente em evolução”, que é, no fundo, a base antecipatória do digital, no qual tudo que é hoje pode não ser amanhã, devido à facilidade que temos de alterar registros, o que era muito mais difícil no ambiente impresso-eletrônico.

O existencialismo é o digital sem o digital. É a proposta de ser líquido em um mundo muito mais sólido impresso-eletrônico. Agora, o que era uma proposta filosófica, torna-se algo que é impulsionado, condicionado pela novo ambiente digital politeísta. A atitude existencialista é aquela que antecipa o politeísmo digital, pois permite ter uma atitude mais coerente nesse novo mundo indefinido, não fechado, aberto em que tudo é uma versão que pode ser alterada pela interação.

Um professor que vai para sala de aula (ver a discussão sobre isso de Mosé) não pode conter o conhecimento pronto, mas algo que deve estar em aberto, em relação com ao que virá, pois só assim pode lidar com um aluno que tem um Google nos dedos. E com um conhecimento que hoje é, mas amanhã não é mais seja por uma pesquisa nova, uma nova interpretação.

Tenho trabalhado isso quando defendo um novo tipo de relação com o ego que precisa ser desenvolvida para poder lidar com um mundo mais líquido, na qual as verdades não são construídas de forma rígida e de cima para baixo, como o monoteísmo impresso-eletrônico necessariamente obriga.

Seria um ego existencialista digital politeísta.

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Sartre

 

A base dos meus cursos corporativos, ficou mais claro para mim depois do vídeo, é existencialista e essa visão “não pronta” é a chave para lidar com um mundo instável e inovador que se apresenta com a chegada do politeísmo digital, no qual cada um tem uma verdade, sujeita no “corredor polonês”  dos comentários, das estrelas, das recomendações, do curtir e do não curtir.

Agradeço muito a generosidade do prof. Franklin, que me acompanhou pela cidade do Ri0, via celular, ao longo das últimas semanas.

Que dizes?

 

 

Versão 1.0 – 16/09/13
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

(Mais dicas para ouvir vídeos no seu celular, aqui.)

mosé

 

Recomendo FORTEMENTE este vídeo para quem quer discutir o futuro da escola.

Mosé é o que vou chamar de filósofa colagista, pois consegue reunir de várias fontes algo que faz sentido.

Diria que compartilho com ela essa visão de futuro, uma escola que sai da repetição para a criação.

(Sei que o vídeo é antigo, mas serve como base para uma análise do discurso.)

O que acho que enriqueceria muito os argumentos de Mosé seria tomar posse das pesquisas da Escola de Toronto.

Mosé considera a escola atual fechando o ciclo platônico, de 2600 anos, se não me engano.

Hoje, com o apoio dos canadenses vejo que é um pouco mais largo, que vai desde a chegada da escrita ainda mais atrás, quando surge o monoteísmo, como detalhei aqui nesta apresentação + vídeo.

Faria ainda alguns retoques conceituais, pois acho que sociedade do conhecimento, da informação e em rede não são sinônimos.

E ainda problematizaria a questão entre modelo econômico e educacional.

Gosto de quando ela fala sobre o Brasil e o seu crescimento.

Mas defendo que só teremos uma nova escola de forma hegemônica, se ao mesmo tempo tivermos projetos de  um país inovador e não repetidor.

Um país repetidor pede uma escola que o represente.

Por fim, acredito que a minha tese sobre a demografia como tensionadora de mudanças, no meu último livro também enriqueceria a análise.

É isso, parabéns a ela, inspiradora.

 

 

Versão 1.0 – 13/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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O monoteísmo surge no mundo há seis mil anos e acaba por se tornar hegemônico como um fator fundamental para permitir a espécie humana de crescer numericamente, pois estabelece uma verdade organizadora, que define regras de conduta e facilita o controle da sociedade, coisa que o politeísmo não permitia.

O monoteísmo só faz sentido com a escrita, pois um é um lado da moeda do outro.

Sem escrita, não seríamos monoteístas e vice-versa.

O monoteísmo, entretanto, tem suas amarras, pois é o sistema que precisa de um centro bem definido gerador de verdades e de confiança.

Podemos dizer na história que:

  • Tivemos o monoteísmo radical absolutista da relação direta de “Deus”, via seus pseudo-representantes, com os monarcas, reis, imperadores e similares;
  • O monoteísmo representativo, depois da revolução francesa, embalado pelo papel impresso, com autoridades centralizadas, mas que se desgarraram de Deus, o que podemos chamar de monoteísmo laico;
  • E agora estamos, a meu ver, começando a procurar um retorno ao politeísmo ainda muito centralizado ou, no máximo, nessa primeira fase um monoteísmo radicalmente mais descentralizado.

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Diria que toda a luta filosófica humana, desde o judaísmo tem sido a de questionar de alguma forma as amarras do monoteísmo, procurando reformá-lo ou em alguns momentos aboli-lo, por enquanto em termos utópicos.

O que não havia clareza e agora podemos começar a especular é que o monoteísmo era filho da escrita e só poderia ter seu fim decretado quando chegássemos a uma tecnologia cognitiva que pudesse criar uma confiança em uma geração de verdade descentralizada – que é o que a Internet permite com seus novos códigos químicos.

O novo ambiente cognitivo digital, assim, consegue estabelecer um novo critério de construção da verdade, que possibilita finalmente, de forma sustentável, a construção da verdade coletiva mais de baixo para cima, de uma nova maneira..

(Ver mais sobre construção da verdade aqui.)

Tal possibilidade exige a criação de um novo código de comunicação tão relevante como foi o conjunto alfabeto – palavra escrita – papel impresso – livro.

Introduzimos uma comunicação algorítmica, matemática, que estamos importando das formigas (ver mais sobre isso no meu novo livro), que permite – com confiança – refazer a construção da verdade de uma nova maneira, o que nos leva a poder abrir mão da cultura monoteísta.

O novo aparato cognitivo digital se estabelece a partir do código binário e a possibilidade de se deixar rastros para qualificar pessoas e registros, que é o que nos catapulta para a construção d e uma verdade (tangível e intangível) mais descentralizada, abrindo a possibilidade, pela primeira vez, de uma mudança radical no monoteísmo e quem sabe nos aventurar depois de 6 mil anos em um novo politeísmo em bases completamente diferentes.

Tal migração, entretanto, descentralizadora obrigará as organizações a migrar nessa direção, pois a topologia da construção da verdade é a topologia da organização social.

Por aí, que dizes?

Versão 1.0 – 13/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Já escrevi aqui sobre a necessidade de se pensar inovação como migração, aqui vou discutir o conceito de inovação independente da migração necessária para o mundo politeísta.

A ideia é questionar o termo inovação de forma pura, pois projetos de inovação pode ser qualquer coisa. E até ser algo que mais atrapalha do que ajuda.

Inovação na Wikipédia:

A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. 

Inovar aqui seria colocar algo novo em uma prática antiga.

  • Se for alto pouco novo, parecido é incremental.
  • Se for muito novo, algo completamente novo, é radical.

E aí temos algo interessante, pois temos que usar duas ferramentas cognitivas diferentes em cada caso.

  • A inovação incremental é algo que muda o que já foi concebido, que já tem algo concreto que precisa ser melhorado. Pode haver um grau de abstração, mas é baixa abstração, pois trabalha-se com os sentidos. É algo que se pode ver, ouvir, tocar que está de uma forma e precisamos fazer alguma mudança.
  • A inovação radical é algo que muda algo que ainda NÃO foi concebido, que não tem algo aparente. Exige um grau de abstração muito maior, pois é alta abstração, pois trabalha-se com projeções de algo que não existe e pode vir a ser, com latências e possibilidades. É algo que não se pode ver, ouvir, tocar que está de uma forma e precisamos fazer alguma mudança.

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Independente de projetos de inovação de migração, que detalhei aqui, toda organização deveria ter uma carteira de inovação para promover inovações, conforme a fluidez da competição que está inserida.

Organizações que lidam com ambientes menos competitivos vão apostar mais em inovação incremental e vice-versa.

(Isso vai depender também do apetite dos gestores por novidades, onde entra o toque da personalidade de cada um.)

No filme que vi recentemente sobre Jobs e a Apple. “Jobs”.

Mostra claramente a constante tensão entre uma empresa incremental ou radical.

Quando Jobs é afastado a Apple perde a sua capacidade de radicalizar o mundo e, portanto, em função de sua área o valor. Quando ele volta, ocorre o contrário.

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De tudo isso, é fundamental que tenhamos a noção de que inovação não pode virar uma palavra da moda, vazia de significado, quase um mantra para “fingir que estamos sendo modernos” e ninguém perceber que não estamos querendo mudar nada.

Por aí, que dizes?

Versão 1.0 – 13/09/13

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Hoje tudo é inovação, todos somos inovadores. Quem não é inovador?

O ser humano precisa de palavras genéricas quando não compreende certas coisas para se sentir bem.

Vê-se claramente que o mundo está se mexendo de forma diferente, está muito mais instável e veloz, mais rápido e isso faz com que as organizações tenha que se lançar as algo que elas detestam: mudar. 

 (Ver mais por que o humano detesta mudanças aqui).

Acredito que inovação, assim, passou a ser algo como um bezerro de ouro, um santo na parede, algo pomposo e bonito, mas não significa muita coisa tal como já foi ou ainda é gestão do conhecimento, reengenharia, OEM, gerência de projetos, etc…

Tudo isso pode/ou pôde ser algo interessante ou um verdadeiro desastre, depende de como a coisa vai ser pensada e implantada.

Podemos dizer, assim, que é preciso URGENTEMENTE adjetivar a inovação.

Se falamos que estamos em um projeto de inovação começam os pedidos para melhorar a toalha do banheiro (que é inovação), mudar a máquina do café (que é inovação) ou colocar uma impressora diferente (que é inovação). 

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Quando pensamos inovação, ou em projetos de inovação, ou em criação de carteira de inovação, é preciso compreender por que agora e não antes é preciso inovar? Inovar para onde? De que forma e para que lugar?

Aqui na  REDE DE PESQUISA AVANÇADA EM ANTROPOLOGIA COGNITIVA (REPAAC), onde desenvolvemos filosofias e teorias ninjas, observamos o seguinte:

  • a) o mundo está mais instável por esse adensamento cada vez maior que 7 bilhões de pessoas nos obriga;
  • b) essa demografia nos pressiona a criar uma coisa chamada computador e depois Internet;
  • c) a circulação das ideias ganhou com estas novas tecnologias cogntivas em complexidade, a saber: flexibilidade, velocidade e capilaridade;
  • d) do ponto de vista da macro-cultura humana, se encerra um ciclo do mundo impresso-eletrônico  monoteísta com uma verdade que vem do alto e fechada para um novo politeísta digital , no qual a verdade que vem de baixo e aberta);
  • e) tal complexidade cognitiva politeísta nos leva a um novo cenário de criação de novos projetos inovadores sob esses novos paradigmas tecno-culturais;
  • f) e, portanto, a estabilidade do mundo pré-digital não existe mais, mas não se cria valor apenas inovando sem direção de forma incremental, pois é preciso se direcionar para o futuro politeísta, a partir da leitura de um dado cenário, que os projetos de inovação, geralmente, não têm.

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Este cenário nos leva a um tipo de inovação específico que é uma inovação digital radical rumo ao politeísmo (olha aí três adjetivos). A saída, para ser mais exato, das organizações de um modelo de circulação de ideias monoteísta impresso-eletrônico para um novo digital politeísta.

Assim, é preciso dividir a inovação em duas:

  • a inovação incremental ainda dentro do próprio no monoteísmo em fase terminal – que é necessária e vai dar continuidade ao modelo monoteísta impresso-eletrônico, pois não acabará de uma hora para outra, mas vai perdendo valor progressivamente; 

Porém com a necessidade de criar laboratórias de inovação politeístas, ou colaborativos para praticar uma inovação radical;

  • inovação radical politeísta – que vai criar novos projetos pilotos para experimentar a nova cultura digital politeísta, que vai ganhar valor progressivamente.

Na verdade, então, quando falamos aqui na REPAAC em inovação, no fundo, estamos nos referindo à migração assumida e conscientes de um mundo “a” para um mundo “b”.

Do monoteísmo para o politeísmo, que é uma cultura de construção das verdades tangíveis (produtos e serviços) e intangíveis (ideias) completamente diferente.

Para enxergar o politeísmo, entretanto, exige-se um trabalho grande de abstração, dentro da nova filosofia tecno-cognitivista e das novas teorias da Antropologia Cognitiva.

Versão 1.0 – 11/09/13

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

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Nos estudos que tenho feito sobre filosofia é interessante notar que a história da filosofia é um processo longo de construção de aceitação de limites humanos diante da construção da verdade ou do que o ser é capaz de ser (limites e não limites), pela ordem: razão/Descartes, subjetividade/Kant, história/Hegel, finitude/Heidegger, condições materiais/Marx, linguagem/Wittgenstein (no que pude constatar até aqui).

A base de toda estrutura do pensamento, a meu ver, tem como condicionante os limites de construção da verdade pelo ser humano, que passa justamente do que o humano consegue ser e o que não consegue – potência, impotência e onipotência.

Assim, se pudermos definir cada corrente filosófica/ou filósofo podemos dizer que cada um muda conforme vemos o humano no tempo e no espaço, com sua potência, onipotência e impotência.

Quando pensamos em estabelecer uma corrente filosófica (partindo do princípio que estamos em um mundo livre de ideias pós-Internet) é preciso trabalhar como uma proposta que nos traga novos condicionantes para pensar o ser humano e, por sua vez, algo que possa ser dito de novo em termos da construção da verdade, que ainda não foi dito pelos que já estiveram por aí.

Se existir algo que agregue ao que já vem sendo dito.

Eric Havelock

Eric Havelock

Há três fundamentos que consigo (e aí falo por mim e não por eles) da Escola de Toronto, que é uma escola de teóricos da comunicação, que não se propuseram a criar correntes filosóficas, mas que podemos extrair de suas ideias algo que não está problematizado na filosofia e pelos filósofos, mas deveria:

  • – Que somos uma tecno-espécie dentro de uma tecno-sociedade;
  • – De que Revoluções Cognitivas alteram fortemente como vemos e organizamos o mundo;
  • – E que tais fatores (falando do ponto de vista do pensamento meta-filosófico) questiona a forma como mudamos nossa forma de pensar, criando uma nova possibilidade de rever a própria história da filosofia, abandonando critérios metafísicos, que nos levam à modernidade e a pós-modernidade, colocando no lugar eras cognitivas (oral, escrita – com diferentes fases, eletrônica, idem e agora digital).

O ser humano sofreria com a revisão do humano como um tecno-humano uma revisão radical dos seus limites.

É um milk-shake que bebe de diversas fontes e realinha vários autores sobre um novo ponto de vista.

Vou desenvolver mais isso.

Fica apenas o primeiro registro.

Que dizes?

Versão 1.0 – 11/09/13

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Os estudos da Antropologia Cognitiva me levaram a suspeitar fortemente de que o monoteísmo só foi possível por causa da chegada da escrita e talvez uma demanda latente da sociedade por algo mais centralizado para dar uma certa ordem no caos politeísta-produtivo. Sem uma tecnologia cognitiva que desse suporte não teríamos o monoteísmo. 

Assim, é possível dizer que o padrão hegemônico das construções das religiões é também condicionado pelo ambiente cognitivo de plantão, no caso o da escrita e do monoteísmo em uma longa construção de 6 mil anos. Esse caminho vai nos levar a uma constatação meio forte:

O modo como vemos Deus é moldado pelo nosso cérebro e a nossa visão hegemônica do “senhor” estará condicionada às tecnologias cognitivas de plantão!

Vamos desenvolver!

As crenças religiosas são, como vemos na história, a base filosófica-metodológica que sustentam as organizações sociais.

Se analisarmos o mundo ocidental, por exemplo, podemos dizer que não podemos entender as atuais organizações com acionistas, membros do conselho, presidente, diretores, gerentes, colaboradores se não as compararmos com a Igreja com seus fiéis, papa, cardeais, bispos, padres.

 Note que a Igreja é monoteísta, pois parte da ideia que existe um ente superior que definiu algumas regras trazidas diretamente por Jesus e registradas em um documento escrito (a bíblia), que rege, com graus diferentes de interpretação, mas não de contestação (por ser sagrada) a hierarquia de todo o modelo.

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A topologia de criação da crença na verdade da Igreja, que estabelece o seu modelo se espalha para toda a sociedade com adaptações, porém sem perder a essência da topologia cognitiva.

Note que é um condicionamento da produção da crença, no caso religiosa e depois corporativa, nos limites e características da escrita e depois da rádio e da televisão:

  • – uma mensagem que vem de fora por alguém que não está presente;
  • – uma mensagem fechada, que deve ser aceita, pode até se interpretada, mas não modificada;
  • – que vem de forma vertical, com dificuldade de retroalimentação.

Se falarmos em monoteísmo estamos falando do ambiente cognitivo impresso-eletrônico e vice-versa!

Se analisarmos as atuais organizações, da escola aos políticos, das empresas públicas ou privadas podemos claramente apontar que se existe uma cultura de sistema de construção de verdades ela é FORTEMENTE influenciada pelo monoteísmo e o monoteísmo só pode ser pensado no âmbito das tecnologias cognitivas disponíveis.

Podemos dizer, assim, que há dois fatores interessantes que a Antropologia Cognitiva pode nos ajudar a pensar:

  • – de que o ambiente cognitivo é influenciador no modelo de construção das verdades (e crenças);
  • – que as crenças (emoções) são as primeiras a serem modificadas, talvez pela sua intuição de que há algo diferente na plástica cerebral que se modifica no contato com a nova mídia);
  • – e de que depois da passagem da plástica para algo concreto (no caso a Bíblia) toda a sociedade vai se moldando topologicamente  a esse novo modelo de ver nossos Deus/Deuses.

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Arriscaria dizer, assim, que a visão que temos de Deus é dada pelos óculos que temos no nosso cérebro. E este óculos se modifica com o tempo com as Revoluções Cognitivas. E que a nossa plástica cerebral, naquilo que acreditamos e vemos o mundo, é condicionada pelos “óculos cognitivos” que estamos usando, no caso as tecnologias cognitivas.

Vemos, portanto, um Deus monoteísta, pois vivemos em um mundo tecno-escrito-eletrônico.

É isso, vamos em frente.

Coloquei no post passado as seguintes questões que vou passar a tentar desenvolver nos próximos.

  • O que podemos entender como monoteísmo cognitivo?
  • E o que seria o monoteísmo impresso-eletrônico?
  • Para, só então, falar do novo politeísmo digital-algorítmico?

Que dizes?

Versão 1.2 – 24/09/2013
(original: 12/09/13)

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Como vimos neste post,  a forma como construímos a verdade é a espinha dorsal do modelo das sociedades humanas. A produção da verdade, entretanto, não é fixa, muda por vários motivos  (muitos já estudados) e de forma radical  (ainda não estudado de forma profunda) quando temos uma Revolução Cognitiva. Para entender o que muda com a chegada da Internet, precisamos reproblematizar o tema.

Podemos entender verdade como as ideias hegemônicas que circulam pela sociedade e que vivem em tensão entre diferentes pontos de vista, mas ganham um ar de hegemônica.  Podemos dizer, assim, que as verdades aceitas são aquelas que vão basear a tomada de decisão.

As verdades, entretanto, não voam na sociedade.

Elas são distribuídas por uma tecno-aparato produtor das verdades que se estrutura ao longo do tempo moldadas por:

  • – contextos sociais, políticos e econômicos de cada época, região ( isso já foi bem estudado);
  • – pelo ambiente cognitivo de plantão, que pode controlar com mais ou menos intensidade essa produção (isso fica mais claro agora pós Revolução Cognitiva);
  • – pelo tempo de uso de um dado ambiente de produção que vai se tornando viciado;
  • – e pelo aumento da complexidade da espécie, principalmente pelo aumento demográfico que aumenta a latência pela sofisticação da produção da verdade.

É preciso criar uma anatomia da produção da verdade, de uma forma nova, pois estamos lidando com algo que era fixo e agora entra em movimento, portanto precisamo fotografar de novo para, só então, apresentar como ela é construída, através de processo produtivo tangível e intangível.

Podemos desenhar esse processo da seguinte maneira.

Temos o aparato da verdade, que cria três instâncias, escola, mídias e empresas públicas e privadas, que detalhei aqui. Este aparato se divide em duas camadas:

  • a cultural – que define como as verdades serão distribuídas, de uma forma mais ou menos centralizada (monoteísta e politeísta);
  • e a física (topológica) – quais são as redes e os canais, a partir das tecnologias cognitivas disponíveis, que podem ser usadas pela sociedade.

Na camada cultural, temos duas possibilidades:

  • A monoteísta – mais centralizada, que marca o fim de uma Era Cognitiva, a partir de uma Revolução Cognitiva, dentro de um movimento de pêndulo cognitivo em um processo de contração.
  • A politeísta – mais descentralizada, que marca o início de uma nova Era Cognitiva. a partir de uma Revolução Cognitiva, no mesmo movimento em um processo de expansão.

 

 

 

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