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Como vimos aqui temos dois tipos de otimismo o conjuntural e o estrutural.

Vou defender um prognóstico otimista para o nosso futuro mais próximo, recusando, entretanto, a ideia de um otimismo estrutural na humanidade ou no ser humano.

Vivemos hoje o fim de uma contração dentro do que chamei de pêndulo cognitivo, que se contrai e se expande, conforme as tecnologias cognitivas disponíveis versus o aumento da complexidade demográfica.

Assim, o movimento de expansão se caracteriza pelo fim de um longo período de contração, no qual há um conjunto de fenômenos sociais, que inibem a inovação, reduzindo a taxa de abstração e criatividade.

Na contração, temos:

  • a verdade sendo produzido de forma cada vez mais absoluta pelas autoridades de plantão;
  • que vai tornando as organizações cadas vez mais opacas para as demandas do conjunto da sociedade;
  • crises se acumulam em diversos campos;
  • há um aumento da taxa de adoração de símbolos sem significação;
  • e no seu conjunto há um aumento de taxa da objetivação da subjetividade dos indivíduos.

O movimento de expansão, através da disponibilização de canais (ver mais aqui) para os indivíduos abre um movimento contrário ao da contração, a saber:

  • a verdade passa a ter mais autores, reduzindo o poder absoluto das antigas autoridades de plantão;
  • o que vai obrigando a uma abertura das organizações se tornarem mais transparentes e menos opacas para as demandas do conjunto da sociedade;
  • procura-se inovar de forma radical para resolver as crises se acumulam em diversos campos;
  • há um questionamento dos símbolos sem significação e uma surto filosófico e muitas vezes espiritual/religioso, a procura de novas morais;
  • e no seu conjunto há um aumento de taxa da subjetivação dos indivíduos, a procura de significado nas suas vidas pessoais.

 

Podemos, assim, dizer que vivemos hoje o fim de uma contração cognitiva que seria o período de tempo que ocorre a chegada, a massificação, expansão, recontrole e, por fim, dominação por um tempo continuado do aparato da verdade pelas autoridades de plantão até a chegada de uma nova tecnologia cognitiva descentralizadora, o que nos traz, provisoriamente, uma visão otimista para os próximos tempos.

Que dizes?

Versão 1.0 – 02/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

49 Responses to “A expansão e a contração cognitiva”

  1. […] quando vivemos o ponto de maior contração do pêndulo cognitivo, na qual os canais se fecham, as pessoas passam de produtores a meros […]

  2. […] Pêndulo cognitivo e as taxas de neurose da sociedade | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  3. […] Sofrimentos humanos e pêndulo cognitivo | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  4. […] Expansão cognitiva na escola | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  5. […] Chega de colaboração! | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  6. […] A cultura da verdade monocentrista e policentrista | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  7. […] A crise do ego monocentrista | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  8. […] A sociedade policentrista | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  9. […] final da fase de contração cognitiva nos traz graves problemas […]

  10. […] O grande outro | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  11. […] contração cognitiva que estamos, finalmente, saindo nos leva à superficialização na abordagem dos problemas, pois a […]

  12. […] é resultado da fase final de contração cognitiva, que criou a democracia do conteúdo, mas não dos […]

  13. […] Tecno-ecologia e tecno-política | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  14. […] Note que começamos agora um movimento inverso da massificação, de transformação do sujeito em objeto, que é típico do movimento de contração cognitiva. […]

  15. […] Quem manda agora é o sujeito! | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  16. […] O importante são métodos que funcionem e não que sejam aceitos em um determinado contexto, muitas vezes viciado por uma contração cognitiva. […]

  17. […] O mito da sociedade em rede e do conhecimento | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  18. […] A filosofia é a boia de todas as crises | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  19. […] Sobre o medo de ter coragem | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  20. […] Não temos profissão, mas problemas a serem resolvidos | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  21. […] Movimento de aceleração da expansão cognitiva | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  22. […] o avanço gradual de uma contração cognitiva, que permite a consolidação de um modelo econômico-político, que vai ficando cada vez mais […]

  23. […] A entropia cognitiva | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  24. […] sobra | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  25. […] vivemos uma expansão cognitiva como agora, no qual as pessoas passam a ter seus canais, saímos de um mundo fortemente moral, no […]

  26. […] Expansão cognitiva, complexidade, liberdade e ética | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  27. […] quando começamos a enfrentar uma expansão cognitiva, começamos a ver uma incompatibilidade entre a demanda de um mundo com mais liberdade para lidar […]

  28. […] Ditadura cognitiva e o ego infantilizado | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  29. […] Inovação radical e os gêneros do conhecimento em Espinoza | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  30. […] Como escolher uma profissão no século XXI? | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A expansão e a contração cognitiva […]

  31. […] é preciso ter cuidado com o uso da arrogância em um processo de expansão cognitiva, pois passará, como já tem sido feito, como uma arma daqueles que estão se sentindo perder o […]

  32. […] que estudo história, digo que é o resultado do fim de uma contração cognitiva que nos tira, finalmente, de uma ditadura […]

  33. […] Um movimento, dentro do conceito do pêndulo cognitivo, de contração para expansão cognitiva. […]

  34. […] hoje o fim de um longo período de contração cognitiva, algo que podemos chamar de uma ditadura cognitiva, que nos levou a um estágio de baixa qualidade […]

  35. […] temos que fazer um resgate da história da filosofia. Nossa revisão passa pelo cruzamento do processo de contração e expansão cognitiva, que tem forte influência nas escolas filosóficas, de perda da força dos argumentos e de uma […]

  36. […] desde que as organizações modernas, pós revolução francesa, foram criadas, mas, por causa da contração cognitiva, perdemos a capacidade de lidar com […]

  37. […] produção da verdade e tomada de decisões atual, fruto do fim de uma fase de contração cognitiva, é feita dentro de um contexto de baixa interação, de forma unilateral, o que pede e exige um […]

  38. […] Podemos dizer que há uma guinada em curso. O aparato de tomada de decisões está se modificando em função da expansão cognitiva. […]

  39. […] uma contração cognitiva como a atual, vivemos exatamente disso de mentiras repetidas e pouco discutidas, que são verdades […]

  40. […] analisarmos o problema, da contração cognitiva no atual cenário das organizações temos o […]

  41. […] Uma postura de querer apenas ver o mundo é mais estimulada e hegemônica em contrações cognitivas. […]

  42. […] Note que o pêndulo cognitivo nos leva a dois movimentos de contração e expansão cognitiva: […]

  43. […] problema é que quando vivemos em o final de uma contração cognitiva, com ideias fechadas na sociedade, as ações começam a se repetir, pois, de maneira geral, o […]

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