Versão 1.0 – 11/09/13
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto lÃquido, sujeito à s alterações, a partir da interação.
Os estudos da Antropologia Cognitiva me levaram a suspeitar fortemente de que o monoteÃsmo só foi possÃvel por causa da chegada da escrita e talvez uma demanda latente da sociedade por algo mais centralizado para dar uma certa ordem no caos politeÃsta-produtivo. Sem uma tecnologia cognitiva que desse suporte não terÃamos o monoteÃsmo.Â
Assim, é possÃvel dizer que o padrão hegemônico das construções das religiões é também condicionado pelo ambiente cognitivo de plantão, no caso o da escrita e do monoteÃsmo em uma longa construção de 6 mil anos. Esse caminho vai nos levar a uma constatação meio forte:
O modo como vemos Deus é moldado pelo nosso cérebro e a nossa visão hegemônica do “senhor” estará condicionada à s tecnologias cognitivas de plantão!
Vamos desenvolver!
As crenças religiosas são, como vemos na história, a base filosófica-metodológica que sustentam as organizações sociais.
Se analisarmos o mundo ocidental, por exemplo, podemos dizer que não podemos entender as atuais organizações com acionistas, membros do conselho, presidente, diretores, gerentes, colaboradores se não as compararmos com a Igreja com seus fiéis, papa, cardeais, bispos, padres.
 Note que a Igreja é monoteÃsta, pois parte da ideia que existe um ente superior que definiu algumas regras trazidas diretamente por Jesus e registradas em um documento escrito (a bÃblia), que rege, com graus diferentes de interpretação, mas não de contestação (por ser sagrada) a hierarquia de todo o modelo.
A topologia de criação da crença na verdade da Igreja, que estabelece o seu modelo se espalha para toda a sociedade com adaptações, porém sem perder a essência da topologia cognitiva.
Note que é um condicionamento da produção da crença, no caso religiosa e depois corporativa, nos limites e caracterÃsticas da escrita e depois da rádio e da televisão:
- – uma mensagem que vem de fora por alguém que não está presente;
- – uma mensagem fechada, que deve ser aceita, pode até se interpretada, mas não modificada;
- – que vem de forma vertical, com dificuldade de retroalimentação.
Se falarmos em monoteÃsmo estamos falando do ambiente cognitivo impresso-eletrônico e vice-versa!
Se analisarmos as atuais organizações, da escola aos polÃticos, das empresas públicas ou privadas podemos claramente apontar que se existe uma cultura de sistema de construção de verdades ela é FORTEMENTE influenciada pelo monoteÃsmo e o monoteÃsmo só pode ser pensado no âmbito das tecnologias cognitivas disponÃveis.
Podemos dizer, assim, que há dois fatores interessantes que a Antropologia Cognitiva pode nos ajudar a pensar:
- – de que o ambiente cognitivo é influenciador no modelo de construção das verdades (e crenças);
- – que as crenças (emoções) são as primeiras a serem modificadas, talvez pela sua intuição de que há algo diferente na plástica cerebral que se modifica no contato com a nova mÃdia);
- – e de que depois da passagem da plástica para algo concreto (no caso a BÃblia) toda a sociedade vai se moldando topologicamente  a esse novo modelo de ver nossos Deus/Deuses.
Arriscaria dizer, assim, que a visão que temos de Deus é dada pelos óculos que temos no nosso cérebro. E este óculos se modifica com o tempo com as Revoluções Cognitivas. E que a nossa plástica cerebral, naquilo que acreditamos e vemos o mundo, é condicionada pelos “óculos cognitivos” que estamos usando, no caso as tecnologias cognitivas.
Vemos, portanto, um Deus monoteÃsta, pois vivemos em um mundo tecno-escrito-eletrônico.
É isso, vamos em frente.
Coloquei no post passado as seguintes questões que vou passar a tentar desenvolver nos próximos.
- O que podemos entender como monoteÃsmo cognitivo?
- E o que seria o monoteÃsmo impresso-eletrônico?
- Para, só então, falar do novo politeÃsmo digital-algorÃtmico?
Que dizes?