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Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente – Lorde Acton;

A meu ver a principal avaliação de oito anos de Lula e PT no poder, com perspectiva de mais 4 e mais 8 (com a volta de Lula) é de que é preciso rever o conceito do “homem novo”.

Um conceito difundido entre a esquerda, desde seus primórdios.

A ideia autoritária de que há uma “verdade”, rumo a um mundo melhor e mais igualitário, de que determinadas pessoas têm essa “verdade” e isso as faz melhor do que as demais.

São pessoas incorruptíveis e tudo que transgride a norma, não foi para mim, mas para a “causa”.

São pessoas “puras”, pois falam em nome da maioria e detém esse privilégio.

Sabem do que a maioria precisa e ninguém mais pode falar em nome desta.

E tudo que fizerem – seja legal, legítimo, ou ilegítimo – pode ser feito em seu nome, pois a “verdade” a tudo vencerá.

Do ponto de vista científico e ético essa visão se aproxima dos dogmas das religiões, que se apossaram das palavras dos filósofos, dos regimes de exceção.

É talvez o traço autoritário principal do “nós” (mocinhos) e “deles” (bandidos).

Quem tem a “verdade”, pode tudo e pode fazer coisas, pois os fins justificam os meios.

Lá no final, verão!

Esse monólogo, sem diálogo.

Essa briga do nós versus eles.

Esse sentimento de “raça superior” é o grande mito que caiu nos últimos oito anos de PT no Planalto.

Todos somos seres humanos e temos nossas fraquezas.

O que vai garantir que uma sociedade puna quem  não quer seguir o que a maioria define, através de suas normas, é o reforço e a melhoria constante das instituições.

E, para isso, é preciso diálogo, humildade e sabedoria.

Menos a arrogância!

Ao não fortalecermos os agentes reguladores, a cidadania, a participação (mola propulsora do PT, inclusive), a meritocracia,  estamos voltando para trás.

Estamos considerando que o “humano” com a verdade, está acima dos demais.

Deixa que eu chuto, pois eu sei para onde o vento sopra.

O mundo 2.0, com a participação cada vez maior das pessoas, vai na direção contrária a esse mito daquele que tem a verdade.

Há muitas verdades e o que precisamos chegar é um consenso, em rede, através do diálogo, no qual ninguém é mais do que ninguém.

A versões de verdades, que são trocadas e crescidas, mudadas, juntos, na troca.

Se teremos mais 4 anos de Dilma e, provavelmente, mais 8 de Lula, temos que saber nos vacinar contra esse mito dos que tem a verdade, pois o mundo está indo na direção oposta.

Em nome da verdade fechada e certa, aliás, já  se fez na história os maiores absurdos.

Concordas?

Para desenvolver uma ciência capaz de promover a vida, precisamos tornar-nos mais vivos – Peter Senge – da coleção;

A passagem da civilização 1.0 para a 2.0 passa basicamente por mudanças nos códigos.

Entenda-se códigos aqui como algo bem geral, pois toda a realidade que vemos são códigos.

O filme Matrix é uma ótima metáfora para a realidade, pois entre ela e nós existem códigos, como uma interface.

Diga-me que códigos usas e te direi quem és!

O mundo é o que vemos, a partir dos códigos que temos, reescrevemos, construímos, mudamos, aceitamos…

A passagem de 1.0 para 2.0 se dá, assim, na maneira que:

  • – produzimos os códigos;
  • – os códigos que podemos acessar;
  • – o jeito que alteramos os códigos que conseguimos acessar.

A Era Cognitiva da Idade de Mídia de Massa, que começa a declinar, a partir de 1990, com a chegada da rede, estabeleceu e procura manter vários códigos fechados, inacessíveis e imutáveis.

Se estabeleceu, através de mensagens fechadas.

Eu envio e todos recebem, tal como um livro, um programa de rádio ou de tevê.

Um programa de computador, uma música, um filme.

Um jeito de produzir tudo isso, de acesso e de deixar ou não mexer no seu interior.

A sociedade, entretanto,  cresceu em número de habitantes e esse modelo informacional antigo de como lidávamos com os códigos começou a atrapalhar o nosso desenvolvimento humano, social e produtivo.

  • O que existe hoje é o hackeamento dos códigos.
  • Mais gente produzindo novos códigos.
  • Mais gente acessando os códigos que os outros estão produzindo;

E a possibilidade de alteração, ou complementação, dos códigos que estão em rede digital.

A ideia de códigos fechados, tais como uma disciplina na escola, uma lei, uma norma, um texto acadêmico, um documento corporativo dá lugar a um novo modelo que é o do código aberto.

É a passagem dos códigos fechados e mortos.

Para a do código (mais) abertos e vivos.

Porém, sempre teremos códigos fechados, pois o poder precisa deles.

E nunca viveremos sem poder.

Precisamos aumentar a velocidade das coisas e não podemos conviver com códigos zumbis por aí.

Todo agente de mudança 2.0 é um hacker em potencial, pronto para produzir, abrir, mudar, produzir, dar acesso aos códigos antes fechados.

Essa é a batalha em curso.

Pode olhar e ver que ela se trava em todos os lugares.

É isso, que dizes?

(Já falei mais sobre controle de códigos, aqui.)

A gestão do desconhecimento
Antes de tudo, sou um agnóstico, aquele que não acredita nem desacredita, mas suspende o julgamento.
Gosto bastante da visão de Marcelo Gleiser, um físico, que defende que temos que ter respeito pelo desconhecido.
Que a Ciência quanto mais descobre, cada vez menos sabe, pois amplia as possibilidades.
Assim, teoricamente a Ciência faz a Gestão do Conhecimento e as Religiões de plantão se arvoram no direito
de fazer a Gestão do Desconhecimento.
E concordo com o Toynbee, historiador, que a única guinada humana possível é a espiritual.
Entende-se espiritual como relativo ou pertencente ao espírito (por oposição à matéria).

A fé brota da nossa dificuldade de lidar com o imprevisto com o que está além do nosso controle ou compreensão – Marcelo Gleiserda coleção;


Antes de tudo, sou um agnóstico, aquele que não acredita nem desacredita, mas suspende o julgamento diante do que não consegue explicar e não gosta de ser enrolado com crendices.

Gosto bastante da visão de Marcelo Gleiser, um físico, que defende que temos que ter respeito pelo desconhecido, mas também é preciso respeitar o que já se sabe.

Que a Ciência quanto mais descobre, cada vez menos sabe, pois amplia as possibilidades.

E concordo, por fim, com o Toynbee, historiador, que depois de analisar todas as civilizações antigas, já com 80 anos, nos diz que a verdadeira  alternativa humana  é ampliar nosso espaço  espiritual.

Toynbee

(Entende-se espiritual como relativo ou pertencente ao espírito por oposição à matéria).

Tenho acompanhado o movimento dos Anônimos (Alcóolatras, Narcóticos, Comedores, etc), pois é um exemplo de rede colaborativa, que se inicia em 1930, inspirada em muito pela figura do Bill Wilson, um dos caras mais importantes para o estudo de redes descentralizadas do século passado, que ainda não ganhou as luzes devidas.

(Quem lembra os anônimos é o livro “Quem está no Comando?“.)

Nos grupos anônimos,  o compulsivo passa a trabalhar com um poder superior.

Cada um pode ter o que quiser, pode ser até uma lata de Coca-Cola, mas desde que ele passe a respeitar algo acima de suas vontades incontroláveis.

É fundamental que se coloque a ideia é de que existe algo além de cada indivíduo seja as outras pessoas, a sociedade, a natureza, as leis, os ideais, o bem comum, etc.

Estamos saindo de uma civilização baseada fortemente no incentivo de cada um por si.

Da onipotência individual.

Eu posso tudo.

Vide todos os heróis de Hollywood e afins: Duro de Matar, James Bond, Rambo, etc…

Eu posso, posso, independente do mar, do céu, da terra, das nuvens, da lei da gravidade, eu posso tudo.

Onipotência egóica de última grandeza.

E se todos podem tudo, por que não também dirigir de qualquer jeito, matar, roubar, corromper, ser corrompido, não respeitar nada, pois eu tudo posso, pois acima de mim só existe a fama.

O problema atual é de que há uma dicotomia entre essa necessidade de um poder superior, que nos balize enquanto seres humanos e as religiões empacotadas.

Se a Ciência faz a Gestão do Conhecimento as Religiões de plantão se arvoram no direito de fazer a Gestão do Desconhecimento.

Dão explicação ao que não se consegue explicar.

Difundem que alguém recebeu a palavra de Deus, embrulham para presente e saem por aí dogmaticamente fechados difundindo algo que a maioria das pessoas, que tem meia dúzia de neurônios, não consegue engolir.

Ou seja, de um lado a necessidade de termos um poder superior.

E do outro uma receita fechada do que seria esse poder.

A religião vive também do mundo 1.0, no qual a informação era filtrada.

É preciso de um poder superior 2.0, que consiga aliar a Ciência e a Ética, o respeito ao desconhecido, sem crendices, para que possamos estabelecer parâmetros de uma nova humanidade menos individualista e mais solidária.

Sugiro ler “Levar adiante” do Bill Wilson.

Que dizes?

O professor é incentivado a tornar-se um animador de inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos – Pierre Lévy – da coleção;

Não foram poucos os artigos que saíram recentemente sobre Inteligência Coletiva. Destaco este, excelente.

Está caindo a ficha que a diferença do ser humano mais do que a informação e o conhecimento de forma isolada e individual, se deve a sua capacidade de interagir e aprender em grupo.

Quanto mais Inteligência Coletiva geramos, mais capacidade temos de inovar e prosperar e vice versa.

Bate com o que percebo no meu dia-a-dia.

Ou seja, o que muda é a soma produtiva dos cérebros e não um sobre os demais.

Tão óbvio!

Desde que adotei o modelo 2.0 de dar aulas, mais tenho me enriquecido como pessoa.

Vamos refletir juntos.

Imagine um professor que chega em sala de aula com seu Power Point e apresenta um conceito qualquer e os alunos assistem e vão embora sem nada falar – para exemplificarmos um caso bem extremo, porém, infelizmente, não tão raro no Brasil.

O professor sai da sala de aula com o que trouxe, digamos “60 reais de conhecimento”.

Pode ser que falando sobre o tema – pode ser – tenha sacações umbigais, pois o monólogo também auxilia a pensar e – nessa hipótese – imagina-se que ele saia com “70 reais de conhecimento”.

Ganhou 10 reais de conhecimento em uma sala de aula.

E os alunos que não dormiram, suponhamos, que ganharam os tais 60 reais.

Suponhamos agora que o coordenador de inteligência coletiva entra em sala de aula e pergunta o que a turma pensa daquele conceito e colhe pontos de vista.

De cara, ele aprende como é o senso comum da turma sobre o tema, sobre o qual tem mais tempo de discussão.

Ou seja, ele aumenta o seu cérebro + todos os outros que estão em sala de aula, que compartilham o senso comum de todos.

É um ganho enorme, pois, de cara, o coordenador já sabe o que vai falar para dar um upgrade cognitivo na turma e o que não precisa mais dizer, pois isso todos já chegaram.

Ganho de tempo intelectual para todos + motivação.

Cada novo cérebro, um discurso diferente um novo ponto de vista, quanto mais diversidade exitir ali, mais a turma vai crescendo.

E quanto mais tivermos pensadores incomuns na turma, mais ainda vai se ganhando pontos.

Só naquele momento, digamos que ele ganha uns 160 reais de conhecimento, pois passa a saber como os alunos pensam e como ele pode dar um upgrade naquela visão.

Não perde tempo falando no que é consenso, mas só naquilo que aparece como questão.

Santa economia intelectual!

Começa o debate e ele é obrigado a ir revendo o seu discurso no processo, a partir dos pontos de vistas distintos, o que vai alargando a sua base de alternativas, o que daria talvez mais uns 60 reais de conhecimento.

Por fim, pode acontecer, que algum aluno venha com uma questão nova, (perguntas novas são tão boas!), o que já vale mais uns 60…

E ainda alguém que mostre uma contradição na lógica do incentivador, o que vale 120,00, pois o participante já deixa de ser participante que “aprende” e ensina algo também.

  • Assim, ao final da sala de troca, o professor tradicional saiu com 70,00.
  • O incentivador de Inteligência Coletiva entra com 60 +  160 + 60 + 60 + 120 = 460 reais de conhecimento !!!!

Some a motivação de dar uma aula sempre diferente, podemos ainda acrescentar mais valor.

O mesmo se diz da turma, que entra também com a sua visão e sai enriquecido com todos os cérebros presente e não só o do professor, ganhando ainda a visão dos colegas, pois se aprende bastante com as dúvidas e questões dos demais.

Por isso, o Power Point é um assasino de Inteligência Coletiva.

O que nos leva a repensar conteúdos fechados, saltando dos códigos fechados da Idade Mídia para os códigos abertos da Idade Digital, que falarei em post ainda esta semana.

Por isso, um computador em sala de (j)aula de participantes calados é uma desperdício intelectual.

E por isso, temos que rever o jeito de dar (j) aula com  incentivadores de inteligência coletiva no lugar de professores.

Concordas?

O bom professor é aquele que, apesar ter mais tempo de reflexão sobre determinado assunto, estimula e sente prazer em incorporar cada vez mais pontos de vistas – Nepô – da coleção;

Lembra daquelas provas de matemática?

Que a professora pedia o resultado e a memória de cálculo de como você chegou àquela resposta?

Pois é andei pensando nessa experiência agora.

Outro dia em um debate discutíamos sobre sala de aula do futuro.

  • Uma pessoa defendia a sala com Twitter e micros;
  • E eu argumentei que optava, agora, por uma sala sem computadores.

Não cheguei a essa ideia do nada.

Já passei pela proposta dos computadores, dei aulas assim e fui amadurecendo (com o tempo e reflexão) que esse tipo de traquitanda estava mais atrapalhando do que ajudando na interação entre os alunos.

Vi que era preciso apostar na relação aluno-aluno – aluno- professor, turma-turma.

Ou seja, era uma nova escola, voltando a usar a tecnologia biológica fundamental: a voz, a audição, a interação humana, que foi abandonada.

  • Não se trata, assim, do senso comum, de que computador não é bom em sala de aula, mas de superar o senso comum 1.0 que seria esse.
  • E o novo senso comum 2.0 que seria que a solução é colocar computador.
  • Indo, assim, para o novo senso comum 3.0 de que temos que tirar os computadores e só usá-los quando não estivermos juntos.

Essa é a memória de cálculo, o caminho que me levou a defender algo tão “pouco moderno”, que, no fundo, é um pós-pós-debate.

Não acredito que é algo que deve ser usado sempre, pois aula sobre ferramentas sem micro, é piada.

Mas aulas conceituais com computador é pedir para que ninguém preste atenção e aprenda com os demais.

Minha avaliação com os alunos tem sido nessa direção.

(Ver outras reflexões sobre o assunto aqui.)

Portanto, uma discussão acalorada sobre aulas com micro ou sem micro, seria completamente infrutífera, sem ambos os lados exporem suas memórias de cálculo para ver como cada um (e durante quanto tempo) refletiu sobre o problema para poder se comunicar e ver o que concordam e discordam.

Pode ser que tenham pensado e vivido sobre o problema com a mesma intensidade, ou não, o que a memória de cálculo vai ajudar bastante para dirimir dúvidas.

Há um tempo, portanto, de reflexão sobre conceitos e problemas que nos levam a conclusões diferentes e sem a memória de cálculo fica difícil que os demais possam avaliar os passos e concordar com as conclusões.

Ajudaria bastante, como vou passar a adotar a partir de agora, apresentar sempre a minha memória de cálculo para que o outro possa me acompanhar o raciocínio e, só então, avaliar se a minha lógica faz sentido para ele e o que ele pode agregar ou discordar, com todas as informações disponíveis.

Concordas?

A melhor forma de resolver um problema é colocando-o fora do seu contexto – Einstein – da minha coleção;

Bom, eu só respiro tese.

A minha tem que ter 150 páginas, que é a recomendação geral.

Já cheguei a 33, tirando umas 10 de blá-blá (capa, referências bibliográficas, etc) dá umas 140, falta muito.

E é tempo de pensar sobre academia e seu discurso.

Outro dia estava jantando com um vizinho, que entrou no doutorado recentemente, e vi nele, como em muitos outros (e já tive esses dramas também), aquela repulsa ao discurso acadêmico, amarrado, fechado, cheio de regras e citações.

Pois bem, apesar das críticas, que farei depois é preciso compreender o motivo das regras, com as quais, depois de refletir, concordo.

Um trabalho acadêmico deve respeitar:

  • – o que já se sabe sobre o tema;
  • – a autoria de quem já pensou sobre o assunto;
  • – a indicação de onde você pode procurar se quiser ir mais fundo.

Tudo isso é muito bom, válido, legal.

O conceito de links, na verdade, de indicação, vem da academia, que muito antes do hipertexto, já trabalhava com essa ideia.

É uma aceitação de humildade perante o saber, uma ducha fria na onipotência e um empurrão para a impotência.

Porém, tudo que vem de bom, por um lado, sempre tem outro nocivo.

Qualquer discurso, não é só o acadêmico, amarra a pessoa.

Já conversou com um advogado? 🙂

Vê-se que aquilo entranha na maneira de falar – e de pensar.

Assim, trabalhos acadêmicos, que precisam o tempo todo de citações, vão levando aos pesquisadores a um emaranhado de ideias, que, se não for bem tratado, pode embotar o pensamento.

Pois existe em um trabalho intelectual, que vira texto, sempre três coisas distintas:

  • – a lógica -, com diz o Houaiss: “parte da filosofia que trata das formas do pensamento em geral (dedução, indução, hipótese, inferência etc.) e das operações intelectuais que visam à determinação do que é verdadeiro ou não.”
  • – o recheio –  o conteúdo, como cada um pensou sobre essa lógica estruturante do trabalho e a forma que você vai encadeá-lo;
  • – a forma – como isso tem que ser colocado visualmente em um texto acadêmico.

No  Manual de Estilo Acadêmico, Lubisco lembra que:

(,…) uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado não atraem como um conto policial. Não possuem enredo como um romance. O que segura a leitura de um trabalho acadêmico é sua estrutura lógica; é a concatenação de suas partes: introdução que anuncia o tema-problema, referencial teórico se possívelpela revisão da literatura, opção metodológica, discussão, análise e interpretação dosdados, conclusão e recomendações.

O mérito principal de um trabalho , como se vê, é  a lógica de como vamos abordar determinado problema , seja acadêmico, ou não.

Depois, vamos comparar essa lógica, esse ponto de vista inicial, essa visão sobre a realidade, diante do que se diz por aí, na academia, através de um processo de co-criação.

E colocar dentro das normas vigentes.

Nessa ordem.

Muita gente começa pelo conteúdo e pela forma, esquecendo que o principal é a nova lógica, ainda mais em teses de doutorado!

Esse exercício lógico precisa de criatividade, de inovação, de arejamento, o que, nem sempre, as amarras da academia incentivam, pelo contrário, muitas vezes o conteúdo e a norma, se sobressaem à  lógica, principalmente às inovadoras.

Ao invés de ser janela, que é o objetivo, vira grade.

Por isso, acho tão saudável ter um blog para brincar de lógica, sem compromisso, compartilhar ideias soltas.

E, quando necessário, ir às fontes para trabalhar essa lógica em um texto mais formal.

Há de haver equilíbrio, claro, mas hoje estamos muito mais nas normas e no embotamento, do que na criatividade da lógica.

Santo blog!

O que pode acabar nos levando a um  discurso acadêmico  fechado,  que parece ser cada vez mais um vício, do que virtude.

E, por isso, é preciso ter boas novas lógicas para ver o que é ilógico no discurso do outro.

Temos muita forma e conteúdo dentro de uma lógica padrão, do senso comum, sem acrescentar nada de novo ao que interessa à sociedade mutante: inovação.

Está mais se repetindo do que inovando.

O que é um problema sério e desvirtua a própria ideia da Ciência, colocando-a hoje mais no lugar de problema do que de solução.

O problema é óbvio não é só o texto, mas este reflete uma visão geral.

Concordas?


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Parla!

É impossível pretender que uma instituição seja adaptável se ela for controlada totalmente, a partir de cima – Gary Hamel – da minha coleção.

“Parla” teria dito Michelângelo para a famosa escultura “Moisés” ao tê-la concluído.

Era tão perfeita!

É o que, no fundo, os profissionais da informação estão tentando fazer com os documentos, hoje em dia com a explosão da informação:

“Fala, meu filho!”

Não é possível mais achar que um documento será classificado e, depois recuperado, sem que ganhe o tempo todo o “toque” dos usuários, seja:

– ao ser acessado;

– baixado;

– comentando;

– indicado;

– votado;

– tagueado, etc…

Essa é a riqueza que a Internet traz ao mundo.

Um bando de computadores conectados, permitindo que tudo que seja feito ali dentro possa servir ao próximo que chega.

Colocamos entre nós e a informação uma tela e um banco de dados que registra nosso movimento.

Isso não veio à toa.

É a possibilidade de podermos ir aprendendo com a Inteligência Coletiva das pessoas e tirando os documentos das mãos de gestores (modelo antigo) e passando para que a comunidade ao usar, nos informe o que é melhor para todos.

Assim, um documento sem essa vida, é um documento morto, pois o volume cada vez é maior e o tempo para que ele seja útil é cada vez menor.

Assim, só há um jeito de conseguir, de novo, tornar relevante um acervo corporativo, dar uma de Michelângelo e dizer para as suas bases de dados:

“Parla!”.

Diário de blog: este post dá  continuidade na discussão sobre gestão da informação 2.0, que começou aqui.

Não importa o que fizeram com você; o que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você – Sartre da coleção.

Desde que o médico nos tirou lá de dentro, daquele cantinho gostoso, quentinho e protegido e nos deu aquele tapão na bunda e disse:

“É menino! ou / É  menina!”.

E desatamos a chorar…

Não tem mais jeito: estamos num campo minado de abusos sociais de todos os tipos.

Se aculturar, no fundo, é nos tirar de uma natureza e nos “enquadrar” para viver em sociedade.

A vida ensina, dizem, mas alguém é o mestre….

E existem várias formas de ensinar e aprender.

Por mais que tenhamos pais ou mães carinhosos, eles têm também a sua taxa de abusos sofridos, que, se não trabalhada, faz com que os repassem adiante, num grande jogo de dominó de geração para geração…

Como dizia a Legião Urbana, na voz do Renato Russo:

Sou uma gota d’água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais
Não entendem
Mas você não entende seus pais…
Você culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

Você me diz que seus pais

Não entendem

Mas você não entende seus pais…

Você culpa seus pais por tudo

Isso é absurdo

São crianças como você..

Ou seja,  foram abusadas também em casa, na escola, na rua, no trânsito, na fila, pelas autoridades.

Gosto contra essa escalada abusiva,  da ética “matadora” de que:

“Não devemos fazer aos outros, aquilo que não queremos que façam conosco”.

O que dá um bom norte para termos atitudes.

O referencial será sempre nosso afeto quando somos abusados e nos dá a dimensão de como e quando estamos abusando, pois estamos fazendo com o outro o que não gostaríamos que fizessem com a gente.

Tentando, assim, romper, o círculo vicioso.

Um abusado tem uma relação de amor (atração) e ódio com o abusador.

É preciso se separar e sempre se auto-referenciar para saber:

O que eu posso mudar para evitar abusar e ser abusado?

Um inventário a cada momento de crise nas duas direções.

Sempre penso, ou pelo menos tento, o que eu posso fazer para mudar?

Ninguém dá limite a ninguém só a ele/ela mesmo.

A partir daí, não tem espaço para abusos.

Evitar “abusadores” de todos os níveis é sempre algo saudável.

Um abusador é uma pessoa que não se conscientizou, ou não quer, parar de exercer a sua abusividade perante os demais.

Assim, temos dois tipos:

O abusador consciente, que sabe e tudo bem;

E o inconsciente, que desconfia, mas vai empurrando.

Os dois devem ser evitados.

Quando é impossível se separar destes, procuro criar canais intermediários, evitando o papo direto.

Prefiro o e-mail, colocar um intermediário qualquer, para poder ter tempo de ver o abuso lançado, chegando, batendo, deixando cair, olhando, analisando e, só então, conseguindo sair da armadilha.

Viver não é fácil, ainda mais se queremos reduzir a carga de abusos do mundo, ser diferente, não repetir a sina do Belchior:

Minha dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo o que fizemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Como os nossos pais…

E tudo começa dentro de nós.

E nunca no outro.

Achar que o outro vai mudar, é, no fundo, uma espécie de abuso que fazemos com nós mesmos e com os demais.

Algo típico do brasileiro que quer um país melhor, desde que comece pelo outro.

Quanto mais longe e inatingível estiver esse outro para muita gente é mais cômodo, reclamar sempre daquilo que ele não tem condições de mudar.

Uma neurose tropical…

O que isso tem a ver com o mundo 2.0?

Talvez seja o núcleo desse novo capitalismo mais humanizado que procuramos, a base de uma nova filosofia humana, básica, porém deixada de lado nesse mundo do fast-tudo.

Que dizes?

Quanto mais controle da informação, mais a realidade vai virando ficção – Nepô – da minha coleção de frases;

(Ainda refletindo depois do rico Workshop que coordenei semana passada na Petrobras.)

Lá pelas tantas, surge a questão:

“Como vamos nessa empresa 2.0 (tema do encontro) organizar a informação. É bom lembrar que uma empresa precisa de informação estruturada!”

Uma tema pra lá de interessante, pois vivemos hoje uma macro-crise informacional, que a Internet está tentando ajudar a minimizar.

Qual é a crise?

Excesso de informação.

Foi esse o motivo que levou pesquisadores depois da II Guerra a criar a Ciência da Informação, que veio tentar ajudar a colocar teorias, conceitos e formar profissionais para lidar com esse problema.

A área veio na aba de Paul Otlet, que defendia que a informação deveria estar a serviço das necessidades dos usuários.

Paul Otlet

Assim, ao nos perguntarmos para onde vai a Gestão da Informação nas empresas, é fundamental que coloquemos a pergunta da perspectiva certa.

O que os usuários querem hoje e  como vamos atendê-los?

Nossa macro-crise de excesso de informação  é um processo crônico, desde que o ser humano apareceu na terra, agravado pelo aumento da população, que cresceu seis vezes nos últimos 210 anos.

Assim, as soluções encontradas, hoje, ontem (e serão amanhã) são sempre as mesmas: novas tecnologias e novas metodologias para lidar com essa informação aos borbotões.

A Internet, que é o modelo vigente para superar a crise, tem nos mostrado que:

– não dá mais para ter alguém controlando os fluxos;

– o usuário tem que ajudar a classificar a informação, dando de forma voluntária e involuntária “vida” a ela;

– a recuperação não pode mais ser feita, a partir de bases arrumadas por alguém, mas através de ferramentas cada vez mais inteligentes que incorporam o trabalho dos antigos “gatekeepers” (protetores dos dados, numa tradução bloguiana), passando o serviço para uma Inteligência cada vez mais artificial, baseado na Inteligência Coletiva de quem usa.

Quais fatores nos levam para essa mudança radical?

  • O volume da informação x o tempo de consumo da mesma (muita areia para pouco caminhãozinho);

Ou se inventa uma outra forma de se lidar com tudo isso, ou o usuário fica parado sem conseguir produzir e viver.

Portanto, a ideia de que na Internet teremos uma desestruturação, mas nas empresas será diferente, me parece um mito, um sonho dos tecnofóbicos.

O que deve ser perguntado é:

A desestruturação da Internet está minimizando o problema dos usuários?

O Google é eficiente?

Se eu colocar um Google na empresa resolve ou minimiza o problema?

Vejam que nas empresas temos um problemão nessa direção.

As informações não são estruturadas, como se gostaria, pois as pessoas vão produzindo a sua maneira, que é uma característica humana, ainda mais de quem não tem tempo.

E fica o pessoal da informação correndo atrás para mudar o que não vai se conseguir mudar.

Ao se tentar implantar uma busca a “La Google”, por exemplo, a coisa falha.

Sabe por que?

O Google recupera com qualidade, a partir das “dicas” involuntárias dos usuários, ao clicar e navegar.

Um Google em um lugar que não há clique de usuário para saber o que é mais relevante, é simplesmente um nada.

É uma ruputura no conceito de classificação e recuperação.

A ideia toda que fez o Google ser o que é foi a virada cognitiva fundamental para resolver o impasse informacional do século XXI.

Se o usuário não entrar na roda, ajudando a classificar a informação  cada vez mais, babau total no mingau! 🙂

O impasse da gestão da informação das empresas, assim, a meu ver passa a ser:

  • – a maneira de pensar dos profissionais da informação, que estão com a cabeça pré-internet;
  • – a necessidade de se implantar – urgente – bases de dados colaborativas, nas quais os usuários possam ver tudo e clicar em tudo para ganhar relevância (sugiro ler este post);
  • – e colocar um “Google” para “estruturar” de uma nova maneira, não da maneira passada, com um gestor, mas agora com milhares deles.

(Obviamente, que é possível, como sempre foi, ao se cadastrar um documento ter formulários (até com taxinomia) que permitam ajudar, ao máximo, o “Google corporativo”, mas isso tudo é colocado também à disposição do usuário para ajudar.)

O profissional da informação 2.0 deixa assim de ficar olhando documentos, estruturas e passa a se preocupar com comunidades, robôs e melhorar os algoritmos para que as buscas estruturantes sejam cada vem mas eficazes.

É outra maneira de agir e pensar, mas com o mesmo objetivo do velho e visionário Otlet: ajudar à sociedade a lidar da melhor maneira possível com essa massa informacional.

Concordas?

Diário de blog: já trabalhei aqui questionando o conceito de Gestão da Informação.; Trabalho no conceito apenas para lembrar que estamos migrando para outra coisa. Acredito fortemente que o pessoal de conhecimento, informação, tecnologia, comunicação interna, qualidade devem estar trabalhando cada vez mais juntos. O termo macro-crise da informação é novo, pois é fruto do caminha da minha tese, que, se tudo der certo, fica pronta em março de 2011.


Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paretda minha coleção de frases;

(Reflexões após o Wikishop que coordenei  ontem na Petrobras)

Do Houaiss:
Colaborar
verbotransitivo indireto e intransitivo1 trabalhar com uma ou mais pessoas numa obra; cooperar, participarEx.: <c. numa campanha> <c. é dever de todos>transitivo indireto2 concorrer ou contribuir paraEx.: tudo colaborava para o fracasso do empreendimentotransitivo indireto3 escrever artigos (para publicação periódica), verbetes (para dicionário ou enciclopédia) etc.Ex.: <colaborei muito nessa revista> <colaboro neste dicionário há quatro anos>transitivo indireto4 efetuar trabalho de cooperaçãoEx.: todos queriam c.
verbo
transitivo indireto e intransitivo
1 trabalhar com uma ou mais pessoas numa obra; cooperar, participar
Ex.: <c. numa campanha> <c. é dever de todos>
transitivo indireto
2 concorrer ou contribuir para
Ex.: tudo colaborava para o fracasso do empreendimento
transitivo indireto
3 escrever artigos (para publicação periódica), verbetes (para dicionário ou enciclopédia) etc.
Ex.: <colaborei muito nessa revista> <colaboro neste dicionário há quatro anos>
transitivo indireto
4 efetuar trabalho de cooperação
Ex.: todos queriam c.
lat.tar. collabóro,as,ávi,átum,áre ‘trabalhar de comum acordo’; ver labor-; f.hist. 1706 collaborar
Colaborarverbotransitivo indireto e intransitivo1 trabalhar com uma ou mais pessoas numa obra; cooperar, participarEx.: <c. numa campanha> <c. é dever de todos>transitivo indireto2 concorrer ou contribuir paraEx.: tudo colaborava para o fracasso do empreendimentotransitivo indireto3 escrever artigos (para publicação periódica), verbetes (para dicionário ou enciclopédia) etc.Ex.: <colaborei muito nessa revista> <colaboro neste dicionário há quatro anos>transitivo indireto4 efetuar trabalho de cooperaçãoEx.: todos queriam c.verbotransitivo indireto e intransitivo1 trabalhar com uma ou mais pessoas numa obra; cooperar, participarEx.: <c. numa campanha> <c. é dever de todos>transitivo indireto2 concorrer ou contribuir paraEx.: tudo colaborava para o fracasso do empreendimentotransitivo indireto3 escrever artigos (para publicação periódica), verbetes (para dicionário ou enciclopédia) etc.Ex.: <colaborei muito nessa revista> <colaboro neste dicionário há quatro anos>transitivo indireto4 efetuar trabalho de cooperaçãoEx.: todos queriam c.lat.tar. collabóro,as,ávi,átum,áre ‘trabalhar de comum acordo’; ver labor-; f.hist. 1706 collaborar
Essa ideia de revisar o conceito de colaboração veio do pessoal da HSBC, ao implantarem a Intranet 2.0 deles.
De tempos em tempos, mudanças na sociedade nos obrigam a rever conceitos, pois eles estavam imersos em uma realidade e ficaram obsoletos.
Ou seja, nossa maneira de pensar sobre o mundo está baseada em filosofias e teorias, que são resumidas em conceitos.
As ideias envelhecem, apesar dos nossos egos destestarem isso. 🙂
Pois bem, trabalhar, como disse o Houaiss:
Trabalhar:
n verbo
intransitivo
1 ocupar-se em algum ofício, profissão ou atividade
Ex.: trabalha no comércio
transitivo indireto e intransitivo
2 (sXIII)
empenhar-se, esforçar-se para executar ou alcançar alguma coisa; empregar diligência e trabalho
Ex.: <trabalhou sem descanso na redação do projeto> <os homens, por mais que trabalhem, não conseguem paz>
transitivo direto
3 dar trabalho a; fatigar com trabalho
Ex.: trabalhou bastante os empregados para encurtar a empreitada
intransitivo
4 realizar suas atividades; estar em funcionamento; mover-se, funcionar
Ex.: o relógio deixara de t.
transitivo direto
5 pôr em obra; lavrar, manipular
Ex.: <t. o mármore> <t. um metal> <t. a madeira>
transitivo direto
6 preparar (o solo) para cultivo agrícola; arrotear
Ex.: t. a terra
transitivo direto
7 submeter a treinos, exercícios (uma pessoa, uma equipe, um animal etc.) para melhorar ou aperfeiçoar seu desempenho
Ex.: <trabalhou o candidato para a última e terrível prova> <queria t. o novo cavalo para o grande prêmio>
intransitivo
8 desenvolver ação sobre; atuar
Ex.: sobre o animal morto trabalhavam os agentes da decomposição
transitivo direto
9 (sXIV)
executar ou preparar com esmero
Ex.: t. uma tese, um discurso
transitivo indireto
10 colaborar, contribuir para
Ex.: tudo parecia t. para a sua infelicidade
transitivo direto
11 (sXIII)
causar aflição a; atormentar
Ex.: aquela obsessão trabalhava-o continuamente
intransitivo
12 empenar (falando-se da madeira)
predicativo
13 Regionalismo: Brasil.
exercer a profissão de; desenvolver uma atividade como
Ex.: ele trabalha de (como) garçom
predicativo
14 Regionalismo: Brasil.
comportar-se como; agir, atuar
Ex.: t. de bandido
pronominal
15 (1899)
demonstrar esforço, aplicação
Ex.: trabalha-se muito, aqui, por um cargo mais compensador
transitivo indireto
16 fazer negócio ou comerciar com
Ex.: a loja não trabalhava com laticínios
transitivo direto
17 procurar obter a estima, a simpatia ou o apoio de
Ex.: tentava t. os companheiros para eleger-se no sindicato
transitivo direto
18 instruir, preparar (pessoa, grupo ou coletividade) para desempenhar determinado papel ou função
Ex.: <cabia-lhe t. os alunos para a faculdade> <vinha trabalhando os moradores do bairro para que apoiassem o novo prefeito> <iria t. o aprendiz até que ele pudesse dominar o ofício>
transitivo indireto
19 atuar, desempenhar papel em (espetáculos de teatro, cinema, televisão etc.); representar
Ex.: <trabalhou numa peça de Ibsen> <só crianças trabalharam naquele filme>
transitivo indireto e intransitivo
20 Rubrica: umbanda.
realizar ações rituais
Ex.: <t. para o mal> <t. em todas as linhas> <t. praticando o bem>
Nas duas definições, o trabalho é individual.
E a colaboração é coletiva.
C0-laboro.
E nós acordamos cedo para trabalhar, fazer a minha parte, resolver o que me cabe nesse latifúndio.
E alguém lá da empresa, de um determinado departamento chato qualquer, diz que deveríamos compartilhar mais o que fazemos.
Saco.
E aí falam que é preciso “colaborar”.
Ou seja, nós vivemos do trabalho (individual) e é isso que esperam de nós.
E, se der, podemos dar uma força, de forma voluntária, para a galera, colaborando.
Duas coisa batem de frente com a definição do dicionário.
As empresas cresceram, tornaram-se complexas e a ideia de trabalho individual, como está no dicionário, é reduzida, pois há uma interdependência cada vez maior.
Não é à toa que o termo vem do século XIX:
regr. de trabalhar; ver trabalh-; f.hist. sXIII traball’, sXIII traballo, sXIV trabalho, sXV trebelho, 1899 travalho
Trabalhar antigamente estava basicamente ligado à produção de coisas físicas, bens materiais, roupas, utensílios, preparação de comida.
As pessoas aprendia, de boca, e se relacionavam com essa produção, guardando as coisas na memória.
Passamos a armazenar tudo nos livros e depois nos computadores.
E hoje empresas trabalham praticamente todas em computadores.
98% do tempo de 98% das pessoas que trabalham nas empresas fazem exatamente o que?
Produzem documentos.
Sim, todos nós ao sermos perguntados para os nossos filhos devemos responder e ser sinceros:
“Papai e mamãe fazem documentos digitais”.
A diferença de cada pessoa é que tipo de documento digital ele faz.
Planilha? Documento texto? Apresentações? Gráficos?
Assim, trabalhar hoje é basicamente produzir documentos digitais.
O que nos faz

De tempos em tempos, mudanças na sociedade nos obrigam a rever conceitos e palavras, pois eles estavam imersos em uma realidade e ficaram obsoletos.

Ou seja, nossa maneira de pensar sobre o mundo está baseada em filosofias e teorias, que são resumidas em conceitos.

Há uma clara contradição entre os termos colaborar e trabalhar hoje em dia.

(A ideia de revisar o conceito de colaboração veio do pessoal da HSBC, ao implantarem a Intranet 2.0 deles.)

Assim, temos hoje uma contradição entre trabalhar e colaborar.

Vejamos o que diz o dicionário:

Do Houaiss:

Colaborar

verbo

transitivo indireto e intransitivo

1 trabalhar com uma ou mais pessoas numa obra; cooperar, participar

Trabalhar:

n verbo

intransitivo

1 ocupar-se em algum ofício, profissão ou atividade

Ex.: trabalha no comércio

transitivo indireto e intransitivo

2 (sXIII)

empenhar-se, esforçar-se para executar ou alcançar alguma coisa; empregar diligência e trabalho

Ex.: <trabalhou sem descanso na redação do projeto> <os homens, por mais que trabalhem, não conseguem paz>

transitivo direto

3 dar trabalho a; fatigar com trabalho

Ex.: trabalhou bastante os empregados para encurtar a empreitada

intransitivo

4 realizar suas atividades; estar em funcionamento; mover-se, funcionar

Ex.: o relógio deixara de t.

transitivo direto

5 pôr em obra; lavrar, manipular

Ex.: <t. o mármore> <t. um metal> <t. a madeira>

transitivo direto

6 preparar (o solo) para cultivo agrícola; arrotear

Ex.: t. a terra

transitivo direto

8 desenvolver ação sobre; atuar

Ex.: sobre o animal morto trabalhavam os agentes da decomposição

transitivo direto

9 (sXIV)

executar ou preparar com esmero

Ex.: t. uma tese, um discurso

transitivo indireto

10 colaborar, contribuir para

Ex.: tudo parecia t. para a sua infelicidade

transitivo direto

14 Regionalismo: Brasil.

comportar-se como; agir, atuar

Nas duas definições, pode se concluir que trabalho é individual, como era o do artesão, antigamente.

E colaboração é coletiva.

Trabalho sozinho.

Co-laboro – eu e mais gente.

Dessa maneira, acordo cedo para trabalhar, fazer a minha parte, resolver o que me cabe nesse latifúndio.

E alguém lá da empresa, de um determinado departamento chato qualquer, diz que deveríamos compartilhar mais o que fazemos.

Saco.

E aí falam que é preciso “co-laborar”.

Ou seja, nós vivemos do trabalho (individual) e é isso que esperam de nós.

E, se der, podemos dar uma força, de forma voluntária, para a galera, vamos “colaborar” algo extra, voluntário, que precisam me convencer, talvez aumentar meu salário.

Portanto, foram as próprias organizações que incutiram – e continuam – de que trabalho é compulsório e colaboração voluntária.

Como se fosse possível hoje se trabalhar sozinho e não em grupo.

Um projeto 2.0, portanto,  introduz a colaboração compulsória, (e sem dor)  como veremos adiante.

Por que isso?

As empresas cresceram, tornaram-se complexas e a ideia de trabalho individual, como está no dicionário, é reduzida, pois há uma interdependência cada vez maior.

É uma visão cartesiana que não cabe no mundo Internetiano complexo.

Não é à toa que o termo vem do século XIX:

regr. de trabalhar; ver trabalh-; f.hist. sXIII traball’, sXIII traballo, sXIV trabalho, sXV trebelho, 1899 travalho

Além disso, trabalhar antigamente estava basicamente ligado à produção de coisas físicas, bens materiais, roupas, utensílios, preparação de comida.

As pessoas aprendiam, de boca, e se relacionavam com essa produção, guardando as coisas na memória.

Passamos a armazenar tudo nos livros e depois nos computadores.

E a produzir cada vez mais serviços e bens intangíveis.

E hoje empresas trabalham praticamente todas em computadores.

– 98% do tempo de 98% das pessoas que trabalham nas empresas fazem exatamente o que?

Produzem documentos digitais, impressos, ou não.

Sim, todos nós ao sermos perguntados pelos nossos filhos, devemos ser sinceros:

“Papai /mamãe fazem documentos digitais”.

A diferença de cada trabalho é o  tipo de documento digital que se produz.

Planilha? Documento texto? Apresentações? Gráficos?

Diga o que salvas e te direi quem és!

Assim, trabalhar hoje é basicamente produzir documentos digitais.

As pessoas são pagas, assim, para encher os computadores de bytes para que –  bem articulados com suas atividades –  estes bytes organizados possam agregar valor à sociedade e – só então – gerar recursos, motivação, lucros para quem os produz.

Quanto melhor, mais rápida, mais barata, menos repetitiva, mais inteligente, eficaz, inovadora, mutante, relacional for a produção destes documentos digitais melhor uma empresa estará dentro do mercado.

Ao pensarmos, então, em projetos colaborativos  estamos falando em melhorar a forma de como as pessoas armazenam seus documentos e como os outros, depois de salvos, se relacionam com eles.

A raiz, assim, de um projeto de empresa 2.0 colaborativa, é,  basicamente, a criação de bases de dados, nas quais estes documentos serão salvos, compartilhados, melhorados, incorporados de novos atributos.

É isso que a Internet tem trazido de bom para a humanidade.

E é por causa dessas bases de dados colaborativas que ela consegue se administrar, vide Google.

Ou seja, usar os recursos colaborativos na base de dados dos  documentos (prática comum na Web) para dar um salto de qualidade nas empresas.

Nada mais que isso!

O resto vem depois, na aba, comunicação através de blogs, twitters, MSNs, etc.

Hoje, os documentos são armazenados em nichos, ou no HD do cidadão/cidadã ou no diretório de um dado departamento.

Temos cabeça de HD.

Essa prática espelha a visão do trabalho antiga da “eu-laboração” dentro de uma determinada “eu-quipe”.

Assim, uma empresa 2.0 começa justamente mudando essa maneira de trabalhar.

Vou deixar claro, então:

  • Uma empresa 2.0 vem para mudar a forma de trabalho;
  • Uma empresa 2.0 vem para mudar, principalmente, como e onde salvamos nossos documentos;
  • Uma empresa 2.0 vem para mudar a forma como os outros se relacionam com estes documentos depois de salvos.

Ponto final!

Mudar a forma de salvar e de nos relacionarmos com os documentos, utilizando ferramentas 2.0, enfim, é a grande revolução na maneira de operar as organizações!!!

(O que nos faz repensar esse blá-blá-blá de gestão de conhecimento, de informação, de qualidade, que ficam girando como moscas em cima de um pão de padaria velho. Geram fumaça para não fazer mudanças.)

Portanto, um projeto 2.0 em uma empresa tem um lado voluntário e outro involuntário.

O involuntário é o mais fácil e gera ECONOMIAS E LUCROS incomensuráveis para qualquer organização.

O presidente da empresa manda todos os seus diretores, que mandam seus gerentes que mandam seus coordenadores implantarem bases de dados colaborativas em toda a empresa.

Ou seja, passa a ser lei, norma, regra, que todos os documentos pasem a:

  • ser salvos em um ambiente web, Intranet;
  • em repositórios 2.0 que permitem,  comentários, notas, tagueamento, votos, etc;
  • tendo em cima de tudo uma poderosa ferramenta de busca;
  • E o conceito de agregar diferentes informações, através de RSSs.

Tudo que está sendo feito pela garotada na Web que, nós, adultos temos a empáfia e a pouca humildade de aceitar.

Com isso, documentos perdidos e sem reputação passam a receber indicadores da comunidade, que ao clicar já está informando algo para todos.

Ou seja, a pessoa colabora apenas salvando e clicando no documento dos outros!!

Valor agregado mais do que agregado.

Que economia do capeta!!!

Custo disso, só rindo….

Os documentos 2.0 são passíveis, assim, de registro coletivo de todos que o acessam, baixam, comentam, tagueiam.

Em pouco tempo, a sombra documental (do que se quer e não se acha) vai diminuindo, todos começam a achar experiência dos outros na Intranet, o tempo do trabalho repetitivo vai caindo e vai se produzindo em menos tempo documentos com mais qualidade.

E trabalhando mais e melhor.

Bingo!

Fez-se o paraíso da gestão do conhecimento, da informação e da qualidade, com uma canetada!

Depois, estimula-se que – com o tempo que vai começar a sobrar com menos trabalho burro – que as pessoas comecem a rever mais e mais processos.

Inteligência chama inteligência!

Cai o tempo da burrice repetitiva e aumenta-se da inteligência inovadora!!!

Medição final de qualquer projeto 2.0.

E pode-se, então, introduzir projetos de colaboração voluntária para gerar ainda mais conhecimento de qualidade, através de comunicação, tipos blogs, fórums, etc.

As pessoas terão mais tempo para isso, pois cada vez estarão trabalhando com a parte mais nobre de seus cérebros!

Ou seja, aqui todos publicam em ambientes colaborativos – teremos:

  • As pessoas clicam e baixam e mostram, involuntariamente,  o que é relevante: 100% de adesão;
  • As pessoas comentam, votam, tagueiam – de 30 a 40% de adesão, uma média no meu olhômetro;
  • As pessoas incluem posts em blogs, criam documentos colaborativos, etc – 20% de adesão, também no meu olhômetro.

Um projeto como esse em qualquer empresa é quase como a descoberta de um Pré-sal.

Economiza-se uma fábula, tira qualquer uma da lama, torna inovadora até uma produtora de pregos, tornando qualquer organização  mais preparada para um mercado cada vez mais complexo.

Problemas de vergonha, ego, nichos, resistências são tratadas como sempre foram, na conversa, treinamento, disciplina, etc…

E isso se resume a um projeto de empresa 2.0.

Que dizes?

Diário de blog: as ideias aqui são uma síntese, com uma clareza maior do que tudo se resume a banco de dados colaborativos. Vivendo e aprendendo.

A maior vantagem competitiva de uma empresa é a visão do futuro – Hamel e Prahalad, da minha coleção de frases.

(Vou começar a revisar alguns posts antigos para preparar a parte “Empresa 2.0” do meu e-book, que está num beta contínuo, como diz o Google e me lembrou a Priscila da Prodesp. Vamos lá, o post original saiu aqui.)

Ao se pensar em projetos de redes sociais nas empresas, há sempre  um dilema na mesa virtual:

  • Será um simples e siliconado projeto de comunicação?
  • Ou de reestruturação da organização, na qual será feita uma revisão dos valores da empresa que passa à procurar uma nova e revisada relação com a informação e o conhecimento, que implica necessariamente em rever a relação com colaboradores externos e internos?

A primeira opção passa e fica no departamento de comunicação ou marketing, gerando fumaça.

Muita fumaça!

A segunda envolve toda a organização para produzir fogo.

E, por sua vez, mudanças!

Projetos reducionistas e pobres podem até gerar uma pseudo-comunicação, mais para interação, conexão, mas não se comunicam, pois os pedidos de mudanças não terão eco.

A comunicação pressupõe diálogo.

Diálogo, ouvir.

E ouvir estar disposto a mudar.

Quando isso não ocorre é monólogo, no popular, enrolation…

(Leiam Dominique Wolton para saber mais sobre  diferença entre conexão e comunicação.)

A comunicação não tinha e não tem AINDA como missão promover gestões de mudança.

Quem colabora, entretanto, no blog corporativo, no twitter,  tem alguma sugestão e quer ver algo acontecer, sob o risco de sumir do mapa e ir clicar (e consumir) em outras paragens..

É preciso evitar, assim, de criar um canal de diálogo de surdos e sem saída, de uma empresa que não quer mudar, apenas fingir que está mudando.

Cedo ou tarde um blogueiro mais esperto perdido vaí apontar a contradição, que logo vai repercutir por aí num comunidade virtual qualquer e chegar à grande mídia.

E bum: a mentira de perna curta é ultrapassada pela verdade em rede.

É o chamado marketing do castelo de carta, que vive correndo para apagar o incêndio 2.0!!!

Projetos de rede social aliam uma nova visão, turbinada de conceitos, que estimula para valer a comunicação colaborativa para ajudar na revisão constante dos processos organizacional e produtivo das empresas.

E isso desemboca em uma plataforma colaborativa, que envolve a pré-venda, venda e pós-venda, tudo integrado, cada empresa formando a sua rede social.

  • Ou seja, não existe “se relacionar com as redes sociais”.
  • Mas criar as redes sociais em torno do seu projeto para se relacionar.

Que é algo COMPLETAMENTE diferente.

Quanto mais se recebe colaborações procedentes, mais a organização muda se adequa ao novo mundo mais dinâmico e, por consequência mais gera valor e mais competitividade.

Este é o espírito 2.0 da coisa.

Cuidado para não transformá-lo apenas em uma coisa sem 2 nenhum..

A fumaça, cedo ou tarde, se desfaz.

E o rei fica nu.

Ou como diz WarrenBuffet:

Só quando baixa a maré se sabe quem estava nadando pelado – Warren Buffet;

Avisa-se: a maré tá baixando!

Que dizes?

Avisa-se: a maré tá baixando!

Não substime o valor agregado por pessoas comuns – C.K Prahalad – da coleção;

O poder se estabelece pelo controle dos códigos do conhecimento.

Os códigos do conhecimento são aqueles que nos permitem produzir ideias.

Quem controla o código das ideias tem o poder.

Foi assim na fala, através do poder da palavra;

Do poder da escrita;

E agora o poder dos códigos-fontes digitais.

Existe uma luta surda no mundo sobre quem vai controlar os códigos dos computadores, em torno dos quais circulam as ideias.

E de um lado está o capitalismo do poder da escrita, da palavra e dos códigos-fontes fechados – capitalismo hierárquico, controlado.

E do outro o capitalismo da escrita, da palavra e dos códigos fontes abertos, em rede e colaborativo.

O primeiro é reacionário, pois não resolve mais as questões do planeta super-povoado. O segundo é um passo à frente, mas ainda está na faze de convencimento geral e precisa mudar cabeças, algo complicado.

Já disse e repito, em torno dessa briga, está se definindo a nova civilização.

Não tenho dúvida que o futuro estará com os inovadores 2.0, pois o novo capitalismo é o único com capacidade de atender 7 bilhões de habitantes.

O outro deu um caldo para uma população menor, menor, menos diversificada, globalizada e plugada.

Já era.

Enterra em cova rasa!

Porém, a briga tá feia e se estenderá por várias décadas.

O texto base desse duelo é este.

A CATEDRAL E O BAZAR

A catedral e o bazar

Não leia as linhas, mas as entrelinhas do que está sendo dito, mesmo que o autor não tenha tido a intenção de falar do novo capitalismo, aparentemente apenas sobre códigos, mas….

Ali estão os dois lados da disputa, sem gelo.

(E por falar nisso esse foi o meu primeiro post dentro do Ubuntu 10.04, finalmente o Linux conseguiu chegar no meu desktop, falta muito pouco para eu abandonar o Windows. O que falta? Conseguir ver todos os vídeos e vários efeitos da rede. Mas tá chegando, agora estou com os dois, com o Ubuntu de back-up, caso o Windows dê pau.)

O Brasil já tem uma população bastante criativa. Basta ao governo deixar os brasilieiros serem quem eles são – Bruce Mau – da minha coleção;

A Folha neste último fim de semana publicou artigo relevante para compreender o atual Governo e o futuro do país.

Matérias-primas são 43% da exportação; Peso de bens industrializados cai de 74%

Diz o artigo:

A voraz demanda chinesa por commodities foi a principal causa de uma transformação radical no perfil do comércio exterior brasileiro. O peso das matérias-primas nas exportações totais do país praticamente dobrou ao longo da última década, saltando de 22,8% no primeiro semestre de 2000 para o recorde de 43,4% (o equivalente a US$ 38,7 bilhões) no mesmo período deste ano.

A contrapartida dessa tendência é que a participação dos bens industrializados (semimanufaturados e manufaturados) caiu de 74,4% para 54,4% do total, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior levantados pela Folha.

Objetivamente, estamos vivendo uma bolha de felicidade, otimismo, reatividade e fé.

Estamos atendendo demandas, através dos nossos recursos naturais.

Nenhum problema, mas é uma atitude apenas reativa.

Não temos um projeto de país, mas uma reação.

Não se precisa planejar, pensar, ou construir o futuro.

Somos o país do Zeca Pagodinho:

“Deixa a vida nos levar…” 🙂

Estamos indo bem, não por que inovamos ou planejamos, mas simplesmente por estarmos nos aproveitando de um bom momento.

Temos o que “eles” querem.

E temos sido competentes, de certa forma, em atendê-los.

O problema é que o que eles querem não dura para sempre, nem os recursos das matérias primas são infinitos.

É um momento, que podia ser ótimo se estivesse a serviço do futuro, não apenas do presente, do agora, do vamos que vamos.

E alerta-se: não estamos nos preparando para o pós-China.

A falta de investimento em educação, além de várias causa endêmicas, tem mais essa conjuntural.

Para exportar matéria-prima é preciso investir em que?

Nível técnico ( é o apagão que se fala), mas não em nível superior, mestrado ou doutorado (com foco em inovação e produção) para contrabalançar para um outro lado de produtos com mais valor agregado, que nos daria mais perspectiva.

Mas não…em vez de moto, vamos de velocípede….

Estamos involuindo em direção ao futuro complexo, com as fichas da simplicidade, da reatividade e – por que não dizer  – do oportunismo (em todos os sentidos).

Estamos satisfeitos e aproveitando a onda.

Preocupados mais com o novo técnico da seleção, do que com a verdadeira “Copa” de 2014….

Porém, espera-se que alguém pense de forma pró-ativa para que nossos filhos não paguem além do que se deveria.

Alô candidatos!

Pergunta-se: quando acabar o fôlego chinês,  o que será de nós?

Talvez aí, só então, possamos avaliar para valer a visão de futuro do atual Governo.

Quem quiser nascer tem que destruir um mundo – Herman Hesse – da minha coleção de frases.

O que podemos fazer na vida?

Numa tese, num trabalho, num fim de semana?

Nada?

Não temos forças, deprimidos?

Impotência?

Tudo?

Vem que eu traço, eufórico, é comigo mesmo?

Onipotência?

Afinal, o que seria o meio termo, a potência?

Vamos ao Houaiss, editando o que interessa:

Potência:

1 característica do que é potente, poderoso, forte; poder, força

2 capacidade de mover (algo); força

3 direito ou poder de ordenar, de se fazer obedecer; poderio, autoridade, domínio

4 capacidade para criar, para produzir, para agir

Ex.: <p. criadora> <p. empresarial>

5 força, poder misterioso ou sobrenatural

Ex.: as p. do Bem e do Mal

10 Rubrica: filosofia. no aristotelismo, possibilidade ou tendência apresentada por qualquer realidade material no sentido de modificar-se ou ser modificada, de tal forma que ela possa perfazer todas as determinações que ainda se mantêm apenas virtuais

Potência talvez seja o resultado final do seguinte cálculo:

(Mundo/7bilhões) + eu = potência

Ou melhor:

(Mundo/7bilhões) + (eu *  sabedoria) = potência  🙂

Ou seja, nossa relação com a vela com o vento…

Saber qual a tempestade que nosso barquinho está preparado para enfrentar e chegar bem do outro lado…

Eis o segredo da estrada…

  • Não ousar, é colocar o leme para a impotência.
  • Ousar além do superável é jogá-lo para a onipotência.
  • Ousar um pouco, na medida certa, e chegar…potência.

Fico com a oração da serenidade (que não tem nada de religiosa), que tem ajudado muita gente a sair de fundo do poço (difundida pelos grupos de anônimos, principalmente AA), que para mim é justamente a bússola para fazer esse ajuste diário, através do livre arbítrio:

Dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu posso e sabedoria para que eu saiba a diferença.

Papo zen num dia lindo de sol no Rio, no início de julho….
Que dizes?

O círculo vicioso não chega a colocar mentiras; simplesmente coloca nada – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;

Existe no mundo duas correntes de pensamento que sempre estarão se enfrentando, se encontrando, brigando, duelando, ou se entendendo.

  • a corrente do que – os que defendem de forma enfática tudo que é preciso para manter  as pessoas vivas, o chamado setor produtivo; a galera da mão na massa, que pensa nas coisas práticas e, óbvio, em alguma motivação necessária para isso, seja o lucro, salário, etc…os pragmáticos, pé no chão. Geralmente, taxados como o “pessoal de direita”;
  • E a turma do como – que analisam como esse processo vital se  viabiliza, em outras esferas subjetivas, através do respeito, da preservação da natureza, das pessoas, da inclusão, ou da exclusão, do desrespeito, etc. Geralmente, taxados como o “pessoal de esquerda”.

Obviamente, que a primeira, sem gelo,  é pé no chão e tem o seu papel.

E a segunda, é pé nas nuvens, quando radical,  tem a sua função.

Quando uma sociedade – ou mesmo uma pessoa –  conseguedosar o que se faz com o como se faz, há um equilíbrio e se consegue a tal sustentabilidade.

É preciso fazer, mas se pensa no como.

E para conseguir melhorar o como, quanto mais planejamento melhor, pois o pessoal do fast-que adora prazos curtos, pois tudo se justifica em nome da pressa.

Observe.

Quando o que é preponderante  haverá problemas mais adiante de crises correlatas: poluição, exclusão, guerras, revoltas, etc….

Quando o como é preponderante haverá problemas de subsistência, falta de produção, encarecimento dos produtos…

Ou seja, é preciso produzir e preservar, centro da discussão da sustentabilidade mundial hoje em dia.

Não é tanto meditar na montanha, nem tanto dormir com um a planilha de cálculos e de lucros.

O problema é que no mundo atual geralmente  uma banda fica lá sem ouvir a outra acolá.

Uma conversa de surdos, preconceitos, de lado a lado.

Não adianta subir na montanha para meditar, pois uma hora vai dar fome e sede e alguém terá que preparar a comida;

Como não adiante só preparar a comida e não subir nunca a montanha para meditar.

Equilíbrio é preciso.

Serve bem para a nossa campanha eleitoral que se avizinha com alguns candidatos marcadamente no como, outros no que…num diálogo de surdo-mudos.

Concordas?

A realidade sempre vence a representação, o marketing deve gerar valor real – Frank Striefler – da minha coleção de frases;

Cada vez mais, pensa-se sobre as crises, hoje globais, interconectadas, peladas, inesperadas e com velocidade de fogo mato acima.

Os prejuízos são cada vez maiores.

Tenta-se se fazer uma gestão destas para que, no fundo, quando venham não tenham grandes impactos.

Separa-se nos cada vez mais extensos estudos sobre crises, dois enfoques distintos:

  • As crises provocadas pela natureza, na qual exige-se um tipo de monitoramento;
  • E as crises humanas, outro.

Estudando-se as provocadas pelo humano vemos que:

– uma crise não surge do nada, sempre será reflexo de pequenas crises, relegadas, não percebidas, não monitoras, que nos leva a maiores proporções;

– ou seja, uma crise sempre será o reflexo de pequenas crises anteriores, que não foram percebidas, podemos dizer invisíveis para olhos destreinados.

Aquela dorzinha que vamos deixando para lá, que vira um câncer não diagnosticado a tempo.

É preciso ter uma noção que o mundo – e todas as suas atividades – são um processo, que tem o início, um meio e um fim, diferentes fases e fatores que podem acelerar ou retardar cada momento.

Fases mais amenas ou mais agudas.

Tudo, assim, é um grande processo, que nasce e recomeça com outros parâmetros e assim, sucessivamente.

Um ciclo.

Pelo medo da morte, principalmente, o humano gostaria que a realidade fosse uma eterna eternidade.

Quanto menos mudar, melhor, pois alimenta a ilusão de que não morremos.

A cegueira que temos para ver as  micro crises  resultam, basicamente,  da nossa prática de ligar o piloto automático.

Viver é mudar, e mudar é lidar com a morte…

Quando vamos inovar e criar estamos, no fundo, indo contra a essa força poderosa de combater essa invisível vontade de todos de não querer sair do seu mundo imaginário, no qual a morte não existe.

Mudar é matar alguma coisa!

E ajustar o tempo todo é fugir desse mundo sem mudanças.

Talvez as crises sejam maiores, quanto mais nos cegamos para o que está ao nosso redor.

Vamos a alguns exemplos.

Vi um documentário sobre o triângulo das bermudas, no Discovery, que apresenta acidente aéreo, no qual uma esquadrilha, formada por cinco aviões militares desaparecem, ao mesmo tempo.

Especula-se no documentário claramente que a causa do acidente foi, além de outras tantas, o fato do comandante da esquadrilha não querer acreditar em momento algum que sua bússola estava com problemas.

E foi levando todos cada vez mais para o mar e não de volta à terra, apesar das sugestões de todos que estavam com as bússolas sem defeito.

Um fato similar Ivan Sant´ana detalha bem no livro Caixa Preta, quando reporta os fatos sobre  outro acidente aéreo ocorrido no Brasil, no qual o comandante do vôo, marcou a rota errada no aparelho responsável pelo plano de vôo.

Em nenhum momento se dá por perdido e vai cada vez mais se distanciando de um aeroporto.

A cegueira operacional e a vaidade de não admitir o erro, levou à queda do aparelho na mata, com vários mortos e poucos sobreviventes, que ficaram  sequelas físicas e emocionais.

Assim, as crises – como a queda de uma aeronave ou a explosão de um poço de petróleo da BP em alto mar –  são resultados de ações humanas e das nossas deficiências afetivas-cognitivas de aprender com nossos erros, tanto na hora de confiar ou desconfiar de instrumentos.

Ou seja, das tecnologias e metodologias que criamos para nos ajudar a viver nesse planeta inóspito, criando melhores práticas para reduzir os efeitos das crises, que sempre virão, pois tudo muda.

  • Há, entretanto, situações, operações, fatos que têm um risco maior, justamente aqueles em que temos menos experiência, ou menos controle, agravado por decisões, que devem ser tomadas de forma mais rápida, como é o caso de situações inesperadas durante um vôo ou um poço de Petróleo que começa a vazar no fundo do mar;
  • E outras que temos mais controle sobre panes, como em uma viagem de carro ou de trem, que sempre é possível parar para ver o que está acontecendo, ou um poço de superfície que rapidamente pode ser solucionar um vazamento ou um incêndio.

Para cada caso, exige-se um tipo de monitoramento.

Essa relação de risco x controle é algo interessante para se pensar sobre Copa do Mundo, que é um bom momento de aprendermos coisas sobre o ser humano e crises.

Ali, os dramas humanos esportivos estão à beira de um ataque de nervos.

A maiorias das pessoas, incluindo experientes comentarias vêem a Copa como uma campeonato lógico, coerente, como se fosse de pouco risco.

Tanto que arriscam palpites baseado em critérios esportivos, somente.

E aí se valem de estatísticas, prognósticos, etc…

Porém, ali, a lógica é bem outra.

A Copa é um torneio de pontos corridos, durante três jogos, com mais quatro em sistema mata-mata.

Nos dois casos, existem riscos e lógicas completamente diferentes.

  • A primeira fase, tem um risco X, pois pode-se se rever erros com uma possível derrota.
  • Na segunda, o risco tem esse mesmo X multiplicado por 10.

No mata-mata há um risco próximo ao de um vôo de avião e de um poço de petróleo submarino: se estiver perdendo e for chegando o final, já era…

Esse tipo de realidade X fator de risco,  exige sempre um tipo de estratégia adequada a essa equação.

É preciso sempre reduzir riscos, basicamente, que envolve:

  • – time versátil para lidar com situações adversas;
  • –  jogadores mais equilibrados, que perdem menos a cabeça, pois uma expulsão pode ser fatal;

  • –  variações táticas, de mudança radical de postura para sair de um placar adverso;
  • –  jogadores mais acostumados a improvisar.

Num campeonato de pontos corridos, no qual uma derrota, não elimina, o risco é menor, vale mais a regularidade e menos a capacidade de improvisação.

No fundo, uma seleção poderia ter um tipo de time para as eliminatórias e a primeira fase da Copa, mais da rotina.

E outro para a fase mata-mata mais improvisador.

Com alguns jogadores que entrando e saindo, pudessem criar esse cenário.

Variando em cada fase do campeonato ou a cada jogo.

Fator fundamental para o sucesso.

Tenta-se, assim, chegar a um misto dos dois, um para a fase 1 de classificação mais regular e outro para a fase 2 de improvisação.

E, claro, principalmente, um técnico experiente, com várias lições aprendidas, que consiga lidar bem com ambos os momentos.

E prepare uma seleção para esse alto risco.

Experiência significa ouvir sugestões e saber quais são procedentes, transformando-as em ação na direção de dirimir riscos.

Mais do que uma derrota de um time, como vimos com o Brasil e Argentina na atual Copa,  o que tivemos foi uma distorção da maneira de se encarar o problema: Copa do Mundo.

Nem Maradona, nem Dunga sabiam, me parece, exatamente qual era o fator risco envolvido.

Não se viu o que iríamos realmente enfrentar, principalmente, o treinador (mal) escolhido, no caso do Dunga, como detalhei aqui.

E qualquer mudança que for feita, por qualquer novo treinador, deve levar em conta a gestão de crises, percebendo que uma Copa do Mundo é – e sempre será se as atuais regras forem mantidas –  basicamente navegar em um vôo noturno com a bússola com defeito.

É preciso chamar quem consegue ter muita calma (e competência) para levar o “avião” até a pista sem perder a calma.

Perder faz parte do processo, mas a graça de tudo é ver como é a brincadeira entre o risco e a tentativa de superá-lo.

Sob esse ponto de vista, a participação do Brasil foi pobre.

Que dizes?

Livro 2.0

Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais – Yves Doz – da minha coleção de frases;

O Marcelo Campos e o João Felippe  estiveram por aqui para fazer entrevista  para um trabalho para uma cadeira de Mídias Sociais da UniverCidade  e discutimos sobre livros, jornais e etc…

Acho nesta horas legal repetir um velho bordão:

Desconfie de quem diz que muda tudo e daqueles que dizem que não muda nada.

No caso do consumo de ideias, através do papel, também chamado pela maioria de mercado editorial e de mídia impressa – temos mudanças consideráveis, mas com uma variação de possibilidades.

Note que as duas  pontas estão se mexendo e se encontrando.

1) o consumidor agora tem um computador,  celular (começando com smartphones) para acessar esse conteúdo e caminha a passos largos para o leitor de livros, do tipo Kindle ou Ipad, todos conectados;

2) o autor começa a ter a alternativa de publicar direto na rede, via Lulu.com, ou pelo nacional Clube dos Autores, ou pela Amazon que começa a oferecer a estes uma gorda recompensa de 70% das vendas dos e-books, frente aos míseros 10% das editoras de papel.

De outro lado, cresce a venda de livros usados pela Estante Virtual.

Que já é quase  uma grande rede social de troca de livros, com cada um mandando exemplares para outros, criando créditos,  recebendo e dando, tudo no fluxo 2.0.

Minha sogra e minha filha estão a todo vapor comprando e vendendo livro por lá como pessoas físicas.

Imagino que a coisa vai aumentando, ao ponto de surgir (se é que ainda não há) uma rede social de livros que nem role dinheiro.

Ou seja, há um acordo e um encontro, mais barato e direto, entre quem quer consumir e quem tem o que dizer (autores).

Assim, o mercado de venda de papel vai se afinar cada vez mais.

Restará os grandes best-sellers e livros mais perenes, tais como Bíblia, poesias reunidas, coisas que as pessoas querem guardar por relações afetivas com o suporte.

O que for para consumo rápido, tenderá a médio e longo prazo, principalmente com o crescimento da geração Y, a ir para o digital.

Para essa nova geração – e tem sentido isso –  ficará algo sem sentido gastar papel, além de obrigar a se ter cada vez mais prateleiras em casa.

Não se quer acumular pó, que dá, aliás, alergia.

É anti-ecológico e anti-higiênico.

Há que se procurar um outro caminho para quem quer continuar no mercado da venda de ideias.

Liberem-nas do papel!

Saiam desse corpo que não tem pertence! 😉

No fundo, é esta questão, as editoras não se vêem assim, imaginam-se sempre vendendo suporte e não o que tem dentro.

Está aí o grande engano.

O mercado está cada vez mais interessados em ideias,  originais e personalizadas,  principalmente.

É isso que tem que se oferecer.

Tenho repetido que há uma grande oportunidade por aí.

As editoras vão virar promotoras de eventos intelectuais, vendendo seus autores, que terão, como artistas de televisão, contratos exclusivos para dar palestras para grandes públicos e ter o texto, áudio e imagens de tudo isso como sub-produto, a maior parte deles, gratuito.

E não como o principal.

Principalmente as editoras de negócio…

Vira-se a mesa para o outro lado!

Quanto mais seus pensadores forem conhecidos no mercado e atraírem interesse, maior será a venda de seus encontros.

Esse modelo é o que aponta a O´Reilly, lá fora, com grandes seminários, agregando em torno de seus autores.

E aqui no Brasil a HSM, idem.

Cada vez mais o presencial, está fazendo a diferença.

O mercado editorial que vivia do controle de um canal de distribuição físico, tem que voltar às suas origens, como repassador de ideias originais, ocupando a nova sombra que a Internet vem deixando…

Encontros cara a cara com novidade e improvisação.

O difícil é ter clareza – e coragem – para dar esse passo.

Autores e consumidores estão na frente, resta saber quem vai segui-los.

Que dizes?

    Aquele que repete, de fato, não se expressa – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;

    Estou eu aqui duelando com a minha tese de doutorado.

    De um lado, tudo o que eu gostaria de dizer.

    Do outro, tentar dizer esse tudo, a partir dos parâmetros da academia.

    Como já dizia James Bond no seu mestrado: 🙂

    Blog é blog, tese é tese.

    E vou trabalhando no DNA da tese, o que, como, quando, onde, de que maneira, etc, etc…

    E chegando a algo que consiga resolver a seguinte premissa:

    • – passar o que eu gostaria, tentando preservar a minha relação subjetiva com o projeto;
    • – dentro das regras vigentes, do tempo disponível para pesquisar, escrever e entregar.

    É um malabarismo de pratos.

    (Não seria essa a questão central do viver?)

    Aqui entre uma coisa e outra me ocorreu de que é justamente essa luta pela subjetividade na vida cotidiana, que marca a batalha diária pela humanização x a coisificação.

    O sistema geral – até o momento – é mais coisificante do que humanizante.

    Será um dia diferente?

    Empresas nos querem botões e máquinas, quase sempre.

    E muito de vez em quando apelam pelo nosso envolvimento.

    Trazendo justamente a subjetividade.

    Sem subjetividade, não há a possibilidade da inovação.

    Já falei sobre isso por aqui.

    E num mundo da inovação é preciso repensar como trazemos a subjetividade de cada um para o seu ambiente de trabalho.

    Isso se resolveria nessa tensão entre os dois capitalismo apontados aqui?

    Ou é algo particular, de cada momento, de cada empresa?

    Não sei…a pensar.

    Não sinto mais necessidade de fechar as ruas.

    Mas a tese tá andando (com subjetividade ligada) . 😉

    Que dizes?

    O capitalismo não é uma coisa, mas um processo Delfim Nettoda minha coleção de frases;

    Gostei bastante do texto de David Brooks sobre os dois capitalismos.

    Afirma que existe o capitalismo de estado, mais fechado, do qual cita a China, Irã, Arábia Saudita e Venezuela.

    (Eu incluiria, em certa medida, o Brasil, pois é para lá que estamos indo com a Dilma e mais prováveis oito anos de Lula, no pós-Dilma.)

    E o capitalismo democrático, no qual estariam os países desenvolvidos, EUA, Europeus, etc.

    Gosto da separação, mas acho que não vejo exatamente assim.

    Não gosto dessa dicotomia Estado x Democracia.

    É comparar maçã com pêra.

    Prefiro classificar que existem dois capitalismo:

    • O capitalismo de estado – Um focado em um estado mais forte, protetor,  mais centralizador e mais hierárquico, geralmente mais focado em um grande líder, que tem “a missão”, o “dom”, a “razão”,  alguém planeja para os demais – próprio e aceito por uma população menos letrada, onde há grandes desníveis sociais e com menor poder aquisitivo da grande maioria.
    • O capitalismo de mercado – E outro em um estado mais horizontal, no qual as forças do mercado regulam mais o ir e vir das coisas. Que o planejamento é feito de forma menos orientada, no qual as instituições ficam acima dos líderes, na tentativa e erro vai se melhorando o conjunto – próprio e aceito por uma população mais letrada, onde há menores desníveis sociais e com mais poder aquisitivo no geral da grande maioria.

    No final do artigo ele diz:

    “… o capitalismo de estado pode ser o único sistema viável em lugares onde o poder descentralizado degenera em gangsterismo. (…) O capitalismo estatal toca em profundas paixões nacionalistas e oferece segurança psíquica para pessoas que detestam as tentações do capitalismo moderno “.

    Diria que é preciso rever o conceito de democracia, onde há grandes desníveis sociais. Nestes casos, a população excluída tenderá a escolher um líder e, por sua vez, um estado protetor, já que estão pedindo a sua opinião, através do voto.

    Acredito que a boa aceitação do Governo Lula é o reforço no Brasil do Capitalismo de Estado, da defesa de um conjunto da população que estava fora da sociedade, de uma ideia que a democracia deve prever também a inclusão social, muitas vezes relegada em quem defende só um capitalismo de mercado.

    O mérito do atual governo foi dar uma prioridade ainda maior do que os anteriores vinham dando, através de uma série de medidas inclusivas, mesmo que populistas, que somado ao controle da inflação feito em governos passados, possibilitaram a inclusão de muita gente ao dito “sistema”.

    Entretanto, gosto também da crítica de Eduardo Gianneti a esse atual e cada vez mais emergente capitalismo de estado brasileiro:

    “O economista Raul Velloso tem um conta impressionante: a soma das pessoas que possuem rendimentos advindos de arrecadação de impostos, como funcionários públicos, beneficiários da previdência pública e os que recebem Bolsa Família, chega hoje a 40 milhões de famílias, algo como 120 milhões de pessoas. Isso dá ao Estado um poder de tutela que torna difícil para a oposição alterar”.

    O que nos leva ao absurdo de vermos o sonho de todo jovem brasileiro pelos concursos e não por um projeto de carreira solo ou uma nova empresa.

    Acredito, assim, que esse pêndulo radical entre o PT (capitalismo de estado) versus PSDB (capitalismo de mercado) nos leva a alguns impasses, pois os dois governos têm visões opostas na maneira de como o Brasil tem que operar.

    • Um, acredita em incluir, mas controlar ao máximo e verticalizar;
    • O outro quer horizontalizar, deixar o fluxo, mas necessariamente sem incluir.

    Nota-se que com a diferença de renda atual, o projeto de capitalismo de estado do PT tende a se consolidar e ficar bastante tempo, pois como admite Brooks não existe um modelo aplicável a todos os países, mas que depende da situação da população.

    Quanto mais miserável, hoje, mais Estado e proteção vai querer.

    Aqui, como na maioria dos países da América Latina, os apelos de um estado protetor que tente promover a inclusão parece muito mais tentadora do que a do capitalismo de mercado, que pede invovação, empreendedorismo e risco.

    Quem está na miséria não gosta de nada disso.

    Se o Capitalismo de Estado resolvesse, ótimo, o problema é que com ele  vem a verticalização e o fechamento para a inovação, a redução da meritocracia, a melhoria gradual das instituições.

    E aí está nosso gargalo presente e futuro.

    A tese do capitalismo de estado não pode  ser usada como a única alternativa para a defesa da inclusão social.

    É preciso nos situarmos no mundo que estamos saindo e para o qual estamos entrando.

    A mudança na placa mãe da civilização na maneira de produzir conhecimento para um mundo de 7 bilhões nos leva a um paradoxo entre estas duas vias de capitalismo.

    Estamos apostando nossas fichas, por necessidade de inclusão em um Estado-papai e centralizador, que, aparentemente tem mais preocupação inclusiva do que um “de mercado”.

    Porém, ao mesmo tempo que estamos dando um remédio para a inclusão, estamos criando o veneno da centralização, da dependência e da falta de flexibilidade que exige um mundo 2.0, rápido, ágil e inovador.

    A procura de um capitalismo inclusivo, nem de estado e nem de mercado, com o melhor dos dois, um ambiente empreendedor, com mais liberdade das pessoas para criar e inovar é fundamental para se sair da sinuca de bico que estamos entrando.

    Ou seja, a tal porta de saída, um modelo que pudesse ser inovador e inclusivo.

    Incluindo de um lado e, ao mesmo tempo, incluindo e empoderando a população, pelo outro.

    Temos que procurar uma fórmula para que a nossa sociedade, com toda a dívida social que temos, consiga superar de forma criativa a passagem para um novo capitalismo sustentável, a la Brasil, sem modelos importados.

    E acredito que a Internet e as redes sociais (de troca de ideias, produtos, serviços)  nos dão uma grande ferramenta para que esse projeto saia do papel, vá ao digital e retorne ao real.

    Sugiro que a ideia de co-criação e de capitalismo social, defendida por Prahalah, por exemplo, como um texto base das nossas reflexões para esse Capitalismo brasileiro inclusivo, inovador e empreendedor, envolvendo ainda conceitos como o do banco popular.

    Não vejo, infelizmente, ainda os candidatos a presidente com essa visão.

    Que dizes?

    As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas – Pierre Lévy – da minha coleção de frases;

    A história humana é marcada pelo desenvolvimento de duas redes sociais, sendo que a Internet inaugura uma terceira.

    • A rede social física (produtiva) formada pela chamada infra-estrutura pela qual circulam mercadorias:  estradas, aeroportos, portos, que aportam aviões, trens, caminhões, onde já passaram cavalos, carruagens, que permitiram – e permitem –  que determinada encomenda seja enviada por um pedido a carta, ou pombo correio, pela Web, celular, etc. Ou seja, por onde as mercadoria tangíveis circulam, comida, roupa, aço, ferro, petróleo. Sempre haverá no mundo mercadorias tangíveis e redes físicas. Ninguém come Bits;
    • A rede social lógica (cognitiva) é aquela em que trocamos  ideias, mensagens, nos informamos, nos comunicamos  sobre as coisas do mundo e pelo meio da qual se faz encomendam mercadorias, formada antigamente pelo batuque dos tambores, sinais de fumaça, telégrafo, cartas, telefone; e hoje, pelos celulares, sites,  twitters, etc;
    • A Internet cria uma terceira e nova, a rede social produtiva-cognitiva, que viabiliza a circulação de bens intangíveis, com a venda de produtos e serviços, comprados e consumidos pela rede lógica, tal como filmes, áudios, textos,  tradução, redação, programação, etc.

    Para ilustrar melhor, Vejam abaixo as duas redes, pré-Internet separadas uma das outras:

    3redes1

    E a junção das duas para criar uma terceira, na pós-internet:

    3redes_sociais3

    Houve, assim, uma intersecção da Rede Física e da Rede Lógica, isto é uma grande novidade, justamente ela tem deixado tonto o pessoal que comercializava  produtos intangíveis nas redes físicas, através da circulação de mercadorias palpáveis: livros, cds, DVDs em  livrarias bancas de jornal, cinemas, empacotando o que era intangível.

    Assim, o valor dos bens intangíveis, que circulava nestas redes sociais físicas tinha um custo e era repassado, com uma grande margem de lucro.

    Dominava-se, portanto, os canais da rede física, criando um monopólio, e “tudo ia bem” para quem estava no comando e mal para quem queria consumir, pois era obrigado a aceitar as regras de um jogo nem tão meritocrático.

    Com a criação de uma  rede da circulação de bens intangíveis (produtiva-cognitiva) esse custo despencou, pois as mercadorias intangíveis circulam a custo zero.

    Muda-se completamente a lógica das coisas para esse grande mercado, que deve deixar de ser um atravessador entre as mercadorias intangíveis e o consumidor e passar a ser um incentivador de eventos – gerando de novo valor – oferecendo ao mercado aquilo que não está disponível na nova rede.

    Por outro lado, a rede física, por onde circulam mercadorias tangíveis, há uma forte influência da nova rede cognitiva-produtiva.

    Cada vez mais assistimos a inclusão de chips nos produtos, que passam a ser monitorados por satélites, pardais, formando um grande sistema de logística, que migram e se relacionam com o mundo da Internet.

    Hoje, é possível saber tanto onde está o livro que você comprou, entre a postagem e a chegada na sua casa; como o Hospital Albert Einstein já sabe onde está cada uma das suas macas para economizar recursos.

    Ver matéria “Um trilhão de sensores“, da Exame, 971.

    Segundo a Exame nessa reportagem, o MIT calcula que até 2015 teremos 1 trilhão de sensores, já que o chip, uma etiqueta que “digitaliza a mercadoria”, caiu de 2 dólares a unidade para 30 centavos de dólar.

    Veja mais exemplos de uso de chips neste post.

    Essa mega rede digital interconectando as outras, tenta agilizar e reduzir custos, para para sairmos da crise de inovação produtiva que nos metemos.

    Soma-se a isso a incorporação dos consumidores na produção das mercadorias, na pré e pós, como na venda, ver exemplos mais abaixo.

    Assim, podemos afirmar que existe hoje três redes sociais distintas, que geram bastante confusão, na hora de se pensar estratégias para a atuação corporativa.

    • Uma é a rede social lógica (cognitiva) baseada na troca de ideias, formada pelos usuários do que chamamos “Rede Social”;
    • Uma rede social cognitiva-produtiva por onde circulam mercadorias intangíveis. É quando colocamos mercadorias para circular, onde era apenas comunicação;
    • E outra rede social física produtiva, na qual se participa (co-criando) diretamente da produção, através de ferramentas de colaboração e a incorporação mais e mais das mercadorias nesse meio, via chips.

    Hoje, estamos muito mais na primeira, caminhando para a segunda e engatinhando na terceira.

    Exemplos?

    A rede social cognitiva “pura” é o Facebook, só comunicação, troca de ideias (apesar de já quererem colocar venda dentro dela);

    A cognitiva-produtiva é a Amazon, com a venda de livros para o Kindle, que produz e vende livros digitais pela rede, unindo ao mesmo tempo a rede de cognição, produção e distribuição;

    E a rede social produtiva podemos falar:

    • Na pré venda do Fiat Mio da Fiat, na qual o usuário co-cria um novo carro;
    • Na venda, a Dell, que estimula  o usuário escolher seu computador personalizado;
    • E na pós-venda, o chip da Nike que acompanha o usuário na corrida, dando informações ao fabricante do uso na prática do produto ou cria uma canal para valer entre a reclamação e a mudança de processos, produtos e serviços.

    Quando se fala em trabalhar com redes sociais,  seria bom perceber que existem estas três possibilidades. E o grande mistério para sair uma boa comida é saber a necessidade de cada caso e como misturar os temperos.

    • Quem vende mercadoria tangível deve ter uma estratégia;
    • Quem vende intantígel, outra;
    • E todos com uma estratégia para incorporar mais e mais os consumidores em um ambiente digital produtivo para melhorar e co-criar produtos.

    Corre-se o risco de se querer fazer um prato fino e sair um prato pra lá de grosso.

    Nessa perspectiva, em termos de estratégia teríamos:

    • A primeira rede lógica envolve projetos de comunicação-cognição, que é apenas de contato, troca,  longe da produção;

    (É aí que está o esforço hoje dos projetos de “mídias sociais” das empresas 1,5, que ficam apenas trabalhando tudo isso no âmbito da comunicação eunuca, sem diálogo e sem envolvimento de tudo isso na produção.)

    • A segunda envolve todos que têm produtos intangíveis para vender, livros, música, vídeos, serviços, etc, uma oportunidade enorme para quem já superou a fase inicial do susto e do medo, vide sucesso do Iphone, com seus milhares de softwares produzidos por usuários, ou do Kindle, que começam a “jantar” as editoras tradicionais, na rede cognitiva-produtiva;
    • E a terceira que vende produtos que nunca poderão circular na rede, tangíveis (carro, moto, avião, prateleiras, roupas), mas que pode usar bastante as redes sociais produtivas para projetar, vender, acompanhar o uso e melhorá-los, na rede Física.

    Estamos apenas engatinhando e, com certeza, ainda chamando tomada de pomada.

    Que dizes?

    (Num blog) o truque é transformar o ouvinte em orador. Um blog bem-estruturado inspira tanto a leitura quanto a escrita – Lawrence Lessig – da minha coleção de frases;

    Recebi de um primo e uma amiga pedidos para dar uma olhada nos seus novos blogs.

    Tem muita gente boa entrando nessa e com aquelas questões:

    Como? De que forma? De que jeito?

    Um blog deve vir preencher primeiro o espaço de reflexão do blogueiro sobre algo que ele estuda, pensa, acompanha.

    Ou seja, um blog que vem para ficar é aquele que preenche um lado subjetivo de alguém, vem de dentro e volta para dentro.

    É um exercício regular que alimenta, se não for isso, vier de fora para dentro, atrás de fama, dinheiro, procura de público, tende, aos poucos, a perder a animação, pois nada disso virá.

    Muito raro.

    Passando essa fase, gosto do que o Moreno disse na tese dele.

    Defende que existem dois tipos:

    • Os blogs do eu vi;
    • E os blogs do eu acho.

    O primeiro dá notícias basicamente.

    O segundo opina sobre as notícias.

    Claro, que pode haver um meio termo entre os dois.

    E, óbvio, que quem dá notícia compete com a mídia que dá notícia também.

    Assim, blogs do eu vi devem ser de nicho.

    Ou seja, falar de coisas que a grande mídia não cobre, como futebol de botão, corridas de karts, campeonato de dardos, livros antigos, bibliotecas de cidades do interior.

    Ou seja, não terá muita visita, mas atrairá um público fiel, pois, na rede, só vai encontrar aquilo ali.

    É bom também criar uma rede de blogs, apontando links, para outros blogueiros que cobre a mesma linha, pois assim cria-se um anel, que vai ajudando uns aos outros, e prestando um serviço social, de dar mais e mais ao mundo, uma visão de 360 graus sobre o que passa pelas nossas cabeças.

    O blog do eu acho é, por outro lado, alguém que vai escolher também uma área específica, que necessariamente não precisa ser de nicho, mas tem que trazer opiniões diferentes sobre o tema escolhido.

    Não pode ser mesmice.

    Gosto deste texto antigo que escrevi sobre este jogo de luz e sombra.

    As pessoas querem o lado B, o outro lado da história.

    Em ambos os casos, acho pouco provável ganhar dinheiro diretamente com um blog.

    É o caminho muito difícil e geralmente não dá certo.

    Um blog é uma espaço de mostrar nossa cara ao mundo, de forma consistente, dizendo:

    “Tenho algo de interessante a acrescentar”.

    A partir daí, o resultado indireto disso é ter esse canal de divulgação, que pode levar o blogueiro a ser convidado para diversos projetos, pois ele passa a ser referência naquele assunto, com reputação positiva, numa sociedade que isso será cada vez mais importante.

    (Ver mais sobre isso, no post sobre Kharma.)

    E pode vender seu lado diferente de diversas maneiras.

    No meu caso: palestras, consultorias, cursos, etc…

    Por fim, um blogueiro cria seu público, se envolve com um pessoal que gosta daquele tema e se identifica com o que está ali.

    Assim, no blog conversa-se com as pessoas, responde-se comentários.

    É uma atividade de doação que compensa bastante, pois é uma boa ginástica mental que nos coloca sempre cognitiva e – diria – afetivamente também alongados.

    E com o tempo, com gente linkando o blog,  o Google te coloca como referência em determinado tema.

    Não pode ser algo fake, mas verdadeiro, e quando é, pouco importa, quantos visitam hoje, mas um trabalho de longo prazo, que “almas gêmeas” vão acabar encontrando.

    Que no fundo é a missão de qualquer blog, formar uma tribo disposta a conversar sobre um assunto que está na sombra.

    Concordas?

    Outros blogueiros podem ajudar?

    Vários posts que já fiz sobre o fazer um blog estão aqui.

    Não se liberta um prisioneiro simplesmente raspando-se a ferrugem de seus grilhões – Thomas Henry Huxley – da minha coleção de frases.

    As pessoas no Brasil têm medo de errar.

    Motivo: vivemos em um país mega, super hiper autoritário.

    Não se vê, esconde-se, mas se sente.

    Quer tentar?

    Pode.

    Mas se errar: chicote, palmada, tapa, telefone na orelha.

    Estou inventando?

    E quanto mais se quer colocar a cabeça para fora e ir contra a maré, mais isso fica na cara.

    Mede-se o autoritarismo pela capacidade de mudança nos ambientes.

    Quanto mais tempo demora para se alterar as regras, mais fechada é a estrutura.

    E quando falamos em inovação, basicamente estamos propondo mudanças.

    E aqui se coloca inovação como algo tecnológico.

    “Fica tudo igual, mas mete umas máquinas aí para fazer espuma…”

    Aqui, até a inovação já está virando mesmice.

    Inova quem está pronto para mudar.

    A inovação é justamente o contrário, montar toda uma estrutura organizacional e tecnológica para dar voz ao cara mais importante para o negócio: quem paga as contas no final do mês, o consumidor.

    Foi o que fez a Virgin(empresa aérea) nos EUA:

    Na Virgin, sempre que um passageiro ou alguém da tripulação dizia que não havia gostado de alguma coisa, nós abandonávamos rapidamente aquilo e partíamos em busca de uma nova ideia – Richard Branson;

    E quando começamos a inovar, um dia isso acontece, nos deparamos com duas situações.

    • Erros velhos – aqueles que se repetem, pois a máquina não está pronta para mudar o que já se sabe o que tem que mudar;
    • Erros novos – a partir de ajustes, coisas que foram arrumadas, vão apresentar novos problemas.

    Uma empresa pode ser diagnosticada por aí.

    Quanto mais erros velhos tem, mais autoritária é, e menos inovadora;

    Quanto mais erros novos, a partir de novas práticas, mais está no caminho da mudança.

    • Inovar é mudar;
    • Mudar é saber ouvir;
    • E ouvir é saber ajustar.

    O resto é blá, blá, blá…

    Que dá um sono…

    Que dizes?

    Aonde está o futuro?

    No hoje, ou no amanhã?

    Distante?

    O futuro não se constrói a partir do nada,  começa em algum lugar.

    No agora, exatamente nesse momento, quando alguém está pensando algum projeto que de alguma forma vai mudar a sua vida.

    O problema é que não estamos aptos para olhar para ele quando nasce, enquanto semente ou muda.

    Só o vemos quando já virou árvore, ou até floresta!

    O futuro, não se engane, tem lógica e estatuto. 🙂

    Primeiro, começamos a mudar a maneira de pensar o mundo.

    E depois mudamos o mundo.

    Nunca inventamos nada que não tenhamos imaginado antes.

    E tudo começa, assim, com o trabalho dos filósofos, dos artistas, dos visionários e dos teóricos abstratos do alto da montanha.

    Estes são os primeiros a ver lá de cima o que se aproxima, ou o que vai dar a junção de “A” com “B”.

    São pessoas com capacidade de juntar cacos que a maioria não consegue ver e montar um quebra cabeças, apresentando tendências.

    São pessoas que vêm muito longe e antecipam coisas.

    (O Lévy em 1999 antecipa muitas coisas que só agora ficam claras com a evolução da Internet: filósofo.)

    Depois, há os que acreditam nesses “malucos”.

    Mas que não têm sozinho a capacidade de olhar tão longe, mas conseguem construir pontes, serviços, produtos, que começam a nos levar até onde foi projetado.

    São os empreendedores – pé no chão – (um pouco nas nuvens)  do novo mundo (Gates, Jobs, Linus…)  que conseguem ver latências invisíveis, construir soluções viáveis para transformá-las  em realidade.

    E isso é em algo que gere valor, pois a humanidade precisa resolver suas novas demandas.

    E, por fim, na cadeia vão surgindo graduações de gente que copia, repete, inova de forma incremental, aqui e ali naquela nova base já estabelecida.

    (Quantos IPads a like estão surgindo por aí?)

    E todo resto, que consome, apoia, vibra, se apaixona, coloca a camiseta da novidade, que segue e consolida, fazendo que o que era futuro vá virando cada vez mais o presente.

    E isso se dá nas dobras, pois o mundo não é um só.

    Vai do índio, que não tem escrita perdido e escondido na Amazônia, aos quase operadores de bolsa, robôs plugados nos seus ultra-modernos- celulares nos pregões da Nasdaq em Nova Iorque.

    Há entre estes um fosso entre o que é passado para uns e futuro para outros.

    E ainda temos o  futuro para quem já está também no futuro.

    Imagino o pessoal do MIT, por exemplo, nos seus modernos laboratórios, inventando coisas para 2020.

    (E nada quer dizer que o futuro do futuro seja melhor do que o passado do passado, apenas é para onde estamos indo, sem questionar, o que é o pior.)

    Peter Drucker dizia que é importante ao olhar para o amanhã sempre ver as árvores pequenas que vão formar a nova florestas e não as grandes que em breve morrerão e cairão.

    O futuro, assim, na verdade já está por aí.

    Não só naquilo que se faz, mas na latência das pessoas que querem que se faça.

    Por isso, prever é muito mais ver o que falta para ser preenchido.

    E para isso é preciso conhecer a fundo o ser humano, a civilização, seu passado e as coisas que se renovam, mas não mudam na sua essência.

    (E aí está o mérito dos visionários, radiografam latências.)

    Portanto, o futuro já nos cerca, nós é que não conseguimos.

    Fomos educados ou  massacrados para não ver seus sinais.

    Porém, só os que conseguem olhar para ele no hoje ainda tem tempo para alterá-lo.

    (Quantos candidatos à presidência do Brasil – e de outros países – realmente têm noção do mundo que estamos entrando para poder atuar nele?)

    Quem não consegue perceber as sementes plantadas dificilmente poderá participar dele, pode, se possível, aceitá-lo.

    Que dizes?

    De quando em quando, escuto aqui e ali que o projeto de fulano é mais 2.0 do que o de beltrano.

    Como se fosse mérito ou desmérito.

    Ou se pudesse colocar uma régua para medir tamanho.

    E como se o objetivo de implantar projetos colaborativos fosse um fim em si mesmo.

    Tenho dito que o mundo colaborativo ou cooperativo que estamos entrando vem resolver problemas e as ferramentas de produção coletiva são meios para atingir determinados fins, que o modelo anterior não consegue.

    É mais eficiente, barato e, portanto, necessário.

    Mas não para tudo e nem do mesmo jeito.

    Não faz sentido discutirmos qual projeto é mais 2.0 do que o outro.

    Cada problema, situação, realidade vai exigir um tipo de saída colaborativa, ou não, conforme uma série de fatores.

    É preciso perceber dado PROBLEMA e ver se pode ser SOLUCIONADO no todo ou em parte, a partir de conceitos e ferramentas colaborativas.

    Muitos podem usufruir da colaboração em rede digital, pois o DNA dos problemas hoje não são muito diferentes:

    • Excesso de dados;
    • Pouca gente para lidar com eles (equipe interna);
    • Alto custo de solução em moldes pré-Internet;
    • Necessidade de atender rapidamente cada vez mais demandas mutantes.

    E para estes casos fazer com que a colaboração e todas as ferramentas digitais em rede hoje disponíveis jogue a seu favor, é algo interessante.

    Porém, como é uma mudança de organização da informação, de mudança de cultura, basicamente na estrutura de poder, é preciso que se adeque a cada ambiente organizacional.

    O que faz com o que o projeto seja adaptado e, portanto, construído entre o ideal e o possível.

    Ou seja, inicia-se de um jeito e pode ir avançando.

    Qualquer afirmação purista de que não é 2.0 de raiz, puro, sem gelo, etc…pode ser um tiro no pé, pois é algo que se constrói e se vê resultados.

    E, por causa disso, se expande.

    2.0 por 2.0 é pura balela.

    Sabedoria é preciso!

    Concordas?

    • Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases;

    Vivi este fim de semana, de camarote, o drama do incêndio no Morro dos Cabritos na Lagoa, já que moro embaixo dele, praticamente.

    O fogo foi tão grande que poderia ter invadir casas e edifícios.

    Rapidamente, coloquei um video no Youtube, mandei alguns para o Eu-Repórter, do Globo, e corremos para o Globo on-line e para a televisão para saber mais detalhes.

    Era algo importante, pois o fogo estava descontrolado, podendo, a qualquer momento, chegar aos edifícios, incluindo o meu.

    (Muita gente não dormiu em casa. Nenhum bombeiro apareceu. Foi um caos total.)

    Apesar do Globo ter publicado hoje esse nota…

    fogo_cabritos 001

    …na qual disseram que os leitores tiveram informações em torno do site deles, isso não foi bem verdade, pelo menos, logo no início da noite, o momento mais crítico do processo.

    Nessa fase, havia apenas uma notinha sobre o incêndio, apesar dos videos e fotos, imagino, estarem entrando….

    Ficaram bastante tempo apenas anunciando secamente que havia um incêndio, sem fotos ou vídeos, enquanto no Twitter, no Youtube a coisa pegava fogo, em todos os sentidos.

    Obviamente, aquela hora da noite não havia gente o suficiente para conseguir reunir as contribuições dos leitores.

    O vídeo, que mandei, por exemplo, não entrou no ar!!!

    Pois ele precisa de um “OK” de alguém, o que é incompatível com a velocidade que precisamos numa situação como essa.

    Logo depois, a GloboNews, por volta das 22 horas, canal a cabo, dá uma chamada sobre o assunto e coloca uma repórter para falar pelo celular (????) , sem imagens, quando esse espetacular vídeo, aí debaixo,  já estava no Youtube há mais de uma hora:

    O problema todo foi o tempo..

    Os jornalistas e suas empresas ainda estão com a cabeça no mundo do papel e da não colaboração, apesar do discurso ao contrário.

    O Globo é um dos  que mais trabalha na contribuição dos leitores, mas mesmo eles ainda estão lentos, pois querem intermediar tudo.

    Usam  a colaboração dos leitores, mas ainda dependem de alguém (ser humano) para monitorar a contribuição, não deixando (as máquinas) cuidarem da situação logo no ato que ocorrem.

    Por isso, o Youtube é tão mais rápido, pois é auto-administrável pelos colaboradores, sem ingerência humana.

    O que acho que poderia melhorar no jornalismo, a partir desse caso, saindo da visão 1.0 da colaboração para a 2.0:

    • 1) quando um colaborador se mostra “confiável” em um site jornalístico, através de seu Karma, passa a publicar direto no site em uma área especial, criando tags, que ajudem a outros publicarem no mesmo espaço, criando automaticamente uma página específica;
    • 2) esse conjunto de colaborações vai sendo publicada, reduzindo o tempo da edição, ou seja, vai-se tendo tudo rapidamente, independente quem está na redação, assumindo a previsão de Mussoi, do próprio Globo,  no qual um jornal passa a ser uma rede social;
    • 3) é uma área livre para os leitores, que as pessoas que entram no site sabem que ainda não sofreu uma edição, o que acelera o tempo, dando margem para que jornalistas cheguem para melhorar o que está lá;

    • 4) ou seja, ao se chegar essas colaborações, que já entram no ar, alguém é alertado da chegada de uma colaboração atípica, em quantidade, o que demonstra que algo fora da normalidade está ocorrendo. Sempre tem plantonistas no jornal!

    O problema da cobertura do incêndio dos Cabritos foi justamente o tempo da moderação, que depende da presença humana.

    Foi lento…para quem estava aflito, mesmo no dia seguinte, eram poucos videos e fotos. O Jornal de domingo saiu sem uma foto. Só apareceu a foto na segunda, hoje.

    Essa colaboração não pode mais ser editada no calor da hora.

    Tem que ser regulado pelos algorítimos do sistema que vai deixar quem é conhecido publicar, assumindo naquele momento as vezes de repórter e editor, até que um de carne e osso saia da cama, do bar, do cinema e do show e venha até uma tela de computador, administrar e melhorar o que o leitor já está fazendo por ele mesmo.

    Foi isso que faltou, a meu ver.

    O tempo da cobertura foi lento e isso se deve a uma visão ainda não amadurecida do novo mundo que estamos entrando.

    O resto vem na aba.

    E é isso que tem que avançar.

    Concordas?

    • O argumento da força é empregado, quando não há mais força dos argumentos – Alberto Carlos de Almeida – da minha coleção de frases;

    Esta semana, falamos do jogo de luz e sombra, mas vamos aprofundar isso.

    Qualquer sociedade vive entre esse jogo da luz e a sombra.

    As relações, inclusive, casamento, amizades, grupos, etc…

    E o poder, principalmente, seja ele qual for, vai tentar colocar suas virtudes na luz e seus defeitos na sombra.

    E vai tentar controlar os meios de comunicação que têm disponíveis para fazer essa peripécia, esse jogo de falar uma coisa para o mundo e fazer outra nos bastidores.

    Esse é o jogo do poder.

    Manter a sombra no seu devido lugar.

    Quanto mais controle tiver sobre estes meios, mais sombra poderemos ter.

    E vice-versa.

    Uma democracia procura garantir a liberdade, justamente para fazer com que a sociedade não fique no escuro e possa agir para consertar desvios.

    Por isso, o espaço de denúncias, colocar na luz o que está na sombra, é tão importante, pois conseguimos modificar o que é preciso, num dado espaço de tempo.

    Quanto mais dinâmica for dada sociedade, mais rápido será o ajuste necessário.

    Reduz-se, assim, desperdícios e aumenta-se a inovação social.

    Mas isso envolver poder.

    E interesses.

    A passagem de uma Era cognitiva para outra marca justamente essa mudança básica no mundo.

    Luz e sombra.

    Estamos saindo de uma sociedade, baseada em uma Era Cognitiva da Escrita,  que estabeleceu um jogo de luz e sombra específico e manteve um equilíbrio nessa rede de verdades e mentiras aceitas por todos.

    Toda a sociedade, leis, modelos, procedimentos, regras são baseadas na Era passada, na qual a sombra era muito maior do que é hoje.

    Quando se joga na luz o que estava na sombra, a versão perde a força para o fato.

    É preciso inventar uma nova forma de emitir as versões oficiais para que volte de novo a existir confiança nela, a base de uma sociedade que não usa a força, mas argumentos.

    E hoje o espaço para a sombra está bem menor.

    E é esta a mudança radical no poder  que estamos passando nestes últimos anos, iniciando para valer, a partir de 2004, quando a rede se populariza e as pessoas passam dominar suas ferramentas.

    As organizações não conseguem mais trabalhar com a sombra pela qual estavam acostumadas e exerciam o seu poder de venda de seus produtos (e obviamente ideias e conceitos).

    Quando menos esperam alguém mete uma lanterna com uma câmera de celular, transmitindo, quase ao vivo pelo Youtube, com alcance mundial.

    Dependendo do video, ganha a massa e a grande mídia, por consequência.

    O mundo está mudando, pois o espaço da sombra mudou.

    E, por isso, a maneira de exercer o poder também precisa mudar.

    Nessa aba, vem o discurso da ética, da sustentabilidade, da colaboração, da co-criação, não por vontade própria, mas pelo novo ambiente criado por mais luz.

    É um novo espaço democrático direto, via rede, que atinge todos os países e organizações. Ou seja, é preciso mais luz para convencer as mesmas pessoas, que ficavam antes em mais sombra.

    Tão difícil isso.

    Mas o desafio está dado.

    Não achas?

    Futebol 1.0

    No Brasil, futebol é ciência séria; o resto, é esporte – Nepô;

    Existe coisas no Brasil que ainda são ditadura pura, sem gelo.

    Não mudaram.

    As federações de futebol e muitas de trabalhadores foram criadas nessa sombra.

    São eleitas por federações estaduais, que não representam os representantes de seus estados.

    No Rio, por exemplo, votam mais de 50 clubes, quando apenas quatro praticamente têm torcidas expressivas.

    Ou seja, elege-se um presidente, a partir de critérios sombrios.

    Que, por sua vez, elegem o presidente da CBF pelos mesmo viés.

    Que, como parece óbvio, por diversos interesses não explícitos toma decisões, tal como escolher o técnico da seleção.

    E nesta escolha define a maneira que o time vai atuar.

    • Um Parreira, com sua arrogância, escolhe seu time, a partir de critérios técnicos e comerciais;
    • Um Dunga, com a arrogância idem, escolhe outro, idem, idem.

    Não há um critério definido, uma discussão sobre conceitos e princípios que deveriam nortear a seleção brasileira, que a meu ver deveriam ser:

    • – propiciar uma aproximação afetiva entre a torcida brasileira e os jogadores;

    (Nunca na história desse país, eu vi o Rio de Janeiro tão descolorido durante uma Copa, com tantas ruas tradicionais sem bandeiras.)

    • – a representação em cada Copa do que há de melhor na nossa maneira de jogar, criatividade, dribles, etc, com um técnico que expresse e aponte nessa direção, tenha esse compromisso.

    Na Copa atual vê-se claramente uma seleção que não tem relação afetiva com a torcida. E não representa a maneira do Brasil jogar.

    Muitos dirão: o importante é ganhar!

    Sim, já foi, mas com tantos títulos, o Brasil pode se dar ao luxo de defender um conceito, uma ideia de futebol, contra o mar de negociata que se transformou este esporte.

    (Talvez, a Alemanha com jogadores que jogam no seu próprio país, seja a única, até aqui, que traz um conceito para a Copa, no mar de mesmice.)

    Antes de jogar pedra no Dunga, que a meu ver é um inocente útil, devemos questionar a ditadura da CBF, a sua falta de princípios, que já dura várias copas e a sua representatividade de executar uma tarefa que mexe tanto com o país.

    Somos alienados para tudo, até naquilo que mais amamos, que é o futebol.

    É hora de acabar com mais esse resquício de ditadura, entre tantos outros!

    Já chega de anos de um futebol para lá de 1.0, na forma e no conteúdo.

    Concordam?


    A verdade que é revolucionária não é a ilusão; temos que ver as coisas como elas são
    – Ferreira Gullar;

    • No Fantástico, de domingo, ladrões assaltam casa em São Paulo e parente japonesa vê tudo pela Webcam. Chama a polícia, que prende os “meliantes”;
    • Frota em Curitiba terá chips e câmeras para equacionar problemas de ônibus  cheios e mal distribuídos pelas vias;
    • A partir de 2011, os carros terão chips para serem identificados pelos “radares digitais”, vão se saber quem, de onde, quando…podendo se cobrar pedágios por circulação em determinadas vias. E mesmo que se troque a placa, ou se cubra com papel, se saberá quem é o dono do veículo;
    • CQC coloca chip na TV doada para Prefeitura de Barueri, que acaba em casa de parente do Secretário de Educação e é flagrado no delito, o GPS disse exatamente para onde levaram o aparelho, inclusive tinha um alarme que disparou no ar!;

    • Cada cidadão, um celular, um repórter, pronto para filmar e colocar no Youtube –  vide flagrantes nas últimas enchentes do Rio;

    De fato, podemos afirmar, que temos hoje  menos sombras no mundo.

    Antes da Era Cognitiva Digital, havia muito mais sombra.

    Como também antes da Era Cognitiva da Escrita, havia ainda muito, muito mais….quando apenas falávamos e nada ficava registrado…

    Estamos em um processo secular de colocar luz nas sombras…e, sobre essa luz, vem a democracia que conhecemos.

    Quanto mais luz, mais democrática é uma sociedade;

    Quanto menos, mais fechada (vide Cuba, Coréia do Norte e, de certa forma, a neo-Venezuela);

    E quando há sombra, mente-se mais, esconde-se mais, cria-se versões, fumaça ilude-se melhor.

    Uma sociedade, na verdade, é formada por dois pilares: da confiança e da força.

    A confiança trabalha na luz, no respeito, no acreditar que tudo é transparente.

    E a força funciona quando a confiança é quebrada.

    Faz-se ou se trabalha na sombra…

    Quanto mais sombra, mais as leis, processos, regulamentos demoram mais tempo para ser mudados, pois há um tempo entre prever como será, até se verificar realmente como está sendo.

    Fazer ajustes.

    Quando a sombra vai diminuindo, vê-se melhor, sabe-se mais, acompanha-se mais. E pode-se alterar de forma mais rápida.

    E se constata mais como as coisas realmente estão acontecendo, pois sempre há e haverá uma separação entre o que se diz e o que realmente rola, na prática.

    Quanto mais conseguirmos diminuir este espaço, mais uma sociedade está pronta para se corrigir e ir adiante.

    Talvez o pilar número 1 do que podemos chamar de democracia.

    Essa capacidade de deixar tudo aberto, ver os erros e corrigi-los, baseados no que é melhor para a maioria.

    Mas qualquer sociedade hoje – das mais abertas às mais fechadas, sofrerão um impacto da “menos sombra”.

    A abertura de novas fontes informacionais em profusão escancara sse buraco ético/funcional, que se reduz na nova Era Cognitiva Digital.

    Fato: há mais gente no mundo e é preciso aumentar a precisão, pois é necessário reduzir o tempo entre o erro e o ajuste.

    Tudo é mais vigiado, perde-se privacidade, até diria liberdade de estar em determinadas sombras, mas ganha-se, por outro lado, registros e mais capacidade de ação e de conserto.

    E isso tem um impacto grande na nossa maneira de agir e pensar.

    E muda a sociedade a médio e longo prazo.

    E é esse conjunto de luz na sombra, que está fazendo que a sociedade que agia mais na sombra do que na luz, comece a se adaptar a um mundo mais claro, menos ilusório, com menos fumaça.

    • Pois há o raio-x do aeroporto, que detecta as drogas.
    • O raio-x na fronteira dos Estados Unidos, que flagra os imigrantes.
    • E o satélite lá de cima que vê coisas, que ninguém sabe que estão vendo;
    • E o raio-x do consumidor que tudo vê, com todos compartilha, que filma defeitos, que fala aos amigos e que tudo fica registrado, googável para os demais.

    É luz em várias sombras no mundo que precisa errar menos, consertar mais rápido para ir adiante.

    Volta e meia vamos nos deparar com esse flagra de um “ladrão” que é descoberto aonde ele achava que estava escuro.

    A sociedade está com um novo óculos infra-vermelho!

    E, por causa, disso, vamos mudar cada vez mais e mais rápido.

    Concordas?

    PS- nessa linha, sugiro o artigo de Fábio Barbosa na Folha.

    Estou produzindo o e-book:

    CIVILIZAÇÃO 2.0
    Por que a Internet cria uma nova civilização

    Ver versão beta aqui.
    Versão final em PDF (ainda não disponível.)

    Se quiser ajudar na revisão de texto ou como alguma sugestão, deixe o comentário abaixo.

    No coração das coisas estão os loucos, que fitam uma realidade limpa e iluminada, sem nuances e sem consoloJosé Castello;

    Seria tão bom, né.

    Chegávamos em todos os lugares e tudo funcionaria como gostaríamos.

    O paraíso na terra.

    Talvez até o paraíso seja isso:

    Um mundo sem a necessidade de Procons. 🙂

    Porém, não é assim, infelizmente, que funciona a civilização.

    Cada novo habitante do planeta traz ao mundo um novo ponto de vista, nova necessidade e passa a exigir da sociedade um lugar para si.

    E o mundo, teoricamente, deveria ir se ajeitando.

    Além disso, como o mundo não é que nem pelada: só entra mais um, quando sai alguém…

    Já faz muito tempo que se nasce muito mais do que se morre.

    (Desde 1800, crescemos 7 vezes!!!).

    Ou seja, além das caras novas, temos muito mais caras.

    Como a demografia é algo invisível, reclama-se do trânsito, do barulho, da violência, da falta de tempo, etc…mas vai se ver que uma das fortes causas é o crescimento populacional.

    Estamos nos adaptando a esse mundo lotado.

    No qual, não satisfeitos em crescer, todos queremos morar no mesmo lugar (50% das pessoas hoje já vivem em cidades grandes!)

    E isso exige de nós novas posturas.

    Estamos todos aprendendo a conviver e viver desse jeito, mais arrumando e fazendo.

    Não existe nada pronto, tudo está em construção, sempre foi assim, mas não víamos.

    Nossa cegueira era fruto de um tempo em que a velocidade entre o fato e a versão. Entre a regra e o ajustes era mais lento, por dois motivos, já constatados:

    – cresce-se muito, ganha-se escala progressiva, que nos leva a….

    – …digitalizar tudo…. o que nos leva a….

    – “versionar”  a sociedade e os cidadãos (estamos virando softwares?).

    Cidade 2.0, Governo 2.0, Pessoas 2.0….Leis 2.0, Processos 2.0…

    Estamos saindo de um mundo sólido para um líquido, gasoso…

    Entro numa palestra com a versão 4.3 e depois da interação saio 4.4.

    É o surgimento do prosumidor – um  cidadão ativo – que vem ao mundo para consumir e ajeitar tudo ao mesmo tempo. (O conceito do prosumidor foi sugerido por Mcluhan e depois por Tofler.)

    Não dá mais para ficar esperando, como no passado, o mundo perfeito.

    A imperfeição custa caro.

    Mesmo que não cheguemos nunca lá, vamos tentando….

    É preciso atuar nele e ajudar a se adaptar ao nosso gosto, eliminando o que é pouco inteligente, não funcional….

    Cada usuário não verá o mesmo site, cada um, conforme o seu perfil, verá uma página diferente (Veja mais detalhes aqui).

    E isso irá, aos poucos, ir migrando para a sociedade como um todo, ao chiparem nossos carros, nossos celulares….

    O cidadão será sempre uma via de mão dupla – digo quem sou, consumo, retorno, se ajusta…

    É dessa capacidade de ajustes que vamos gerar valor para um mundo lotado.

    (Estamos fazendo isso queiramos – através de ações voluntárias; Ou não, pois quando se clica, já estamos colaborando com informação para o sistema.)

    Vivi recentemente dois casos interessantes.

    Um no Aeroporto Santos Dumont.

    E outro com a Gol.

    Em ambos, tive retorno das queixas que fiz, mas ainda na Era Cognitiva da Escrita, não da digital.

    Os canais, entretanto, têm que ser cada vez mais fáceis, diretos e efetivos.

    Pois num mundo de versões, ganha quem conseguir desenvolver mais rápido a última.

    E, como dizia o Bill Gattes , que inaugurou, gerando valor, esse mundo 2.0:

    O Windows é uma obra em construção.

    Mais do que isso, diria eu:

    O mundo sempre foi  uma obra em construção,  mas está mais visível.

    Logo, logo essa mentalidade de mundo software vai ser a nossa maneira de pensar e agir, pois é a única saída para a lotação do planeta atual.

    Que dizes?

    Diário de blog:

    O tema não é novo, mais vai aprofundando, aos poucos, a ideia de mundo versionado, pessoas versionadas. São aqueles posts, que ainda não está claros como água, mas vão ajudando a ir colocando as coisas no lugar.

    O problema não é o excesso de informações, mas a falta de filtrosLi de alguém em um jornal e não consegui achar, (ainda bem que tenho um blog :), quando achar, dou crédito)

    Imagina há cerca de 500 anos atrás…

    A Igreja era a única “editora”, com seus padres propagandeando suas ideias aos quatro cantos.

    • Cuidado, vais para o Inferno.
    • O Rei é escolhido por Deus.
    • Pague $$$ e mande sua mãe para o céu ( a sogra tem desconto) 🙂

    E do nada surge o livro impresso.

    Na Europa, em 50 anos (1450-1500) saíram do armário 13 milhões de exemplares dos 27 mil novos títulos.

    Caraca!

    Que explosão informacional!

    Quantos desconhecidos aparecendo nas aldeias!

    Quantas ideias novas circulando!

    Várias editoras se distribuem pelos países da Europa.

    Do nada, aquela fonte única de informação (Igreja e Monarquia), que fazia o filtro entre as pessoas e a realidade, se expande em novas e diferentes possibilidades.

    Interesses que dominava a mídia se abalam.

    Foi o caos democrático informacional!!!

    Que acabou guilhotinando reis e pavimentou a estrada informacional para se criar o capitalismo….

    O mesmo que vemos hoje com a Internet.

    Acabou o mundo?

    Não, pois o humano sempre precisará de filtros de informação para sobreviver.

    Anote isso e vou dizer de novo com calma, em negrito, identação e com três pontinhos separando as frases:

    (Especial para os Dummies que defendem que o mundo está acabando por que os grandes jornais ou grandes editoras estão tontinhos):

    O humano…..

    sempre precisará….

    de filtros de informação….

    para sobreviver.

    Quer que eu repita? 🙂

    O problema é a qualidade dos filtros.

    Quando as pessoas defendem a mídia tradicional esquecem de dizer que:

    • – ela estava filtrando e mentindo (se quiser algo mais leve, distorcendo, manipulando), pois a mídia cumpre  sempre papel de defender os interesses de quem está no poder (faz parte do jogo);
    • – não estava dando espaço para novos valores;
    • – cada vez mais poderosa, não permitia diálogo;
    • – com o aumento da população, cada vez tínhamos mais sombras de pessoas com suas atividades sem espaço de divulgação.

    Mentira? Ou verdade?

    Ou seja, a Internet vem resolver esse problema de filtros viciados para alguns menos viciados.

    Portanto, não vem acabar com  filtros que sempre terão que existir.

    E estabelece, como foi no livro impresso, novas fontes de informação menos ligada ao sistema para permitir oxigenação:

    • Luz aonde existia sombra informacional;
    • Um critério mais meritocrático dos novos filtros;
    • Filtros mais segmentados por interesse, região, assunto, etc;
    • Mais espaço para fatos, que anda não circulavam;
    • Mais versões.

    Ou seja, estamos migrando de um ambiente mais fechado para um mais aberto, no qual novos filtros se imporão, dentro de uma nova lógica de filtragem (e não sem filtragem), porém, com critérios mais fluídos do que o ambiente anterior.

    Motivo?

    Quanto mais gente para ir ao churrasco, menos controle deve se ter de como se compra a carne.

    Assim, temos que compreender uma nova lógica humana:

    Filtro sim, mas quando estes começam a ficar poucos, viciados e impedem a inovação e mudanças, surge uma ruptura de mídia, multiplicando fontes, justamente para mudar o mundo.

    E um mundo só muda quando uma nova forma de filtrar a realidade mais aberta se estabelece.

    É o primeiro passo para os que se seguem.

    Ou seja, vivemos a crise dos filtros, pois temos muito mais, mas a coisa vai se assentar, porém em novos parâmetros.

    Vejam que na Idade Média:

    • A Igreja não acabou.
    • As editoras não acabaram.
    • O mundo não acabou.

    Tudo se ajustou, pois a civilização precisa seguir seu curso procriando e comendo cada vez mais…(não necessariamente nessa ordem.) 🙂

    Umas passaram a determinado nicho, outras se cristalizaram, outras fecharam, mas, de qualquer forma, nunca mais voltamos a termos uma Igreja única nos dizendo como é o mundo.

    Hoje, estamos aprendendo uma nova forma de dar crédito às fontes, através da reputação em rede, a partir da possibilidade de conhecer o rastro de cada um.

    É uma validação mais meritocrática do que a anterior.

    Sempre será, sujeita à compreensão de quem chegar ao poder e da manipulação futura, criando nova crise,  exigindo nova mídia e tudo recomeçando.

    Uma nova forma de filtrar – sempre.

    Nada além disso.

    Obviamente, alterando a cada etapa diversos interesses.

    E por causa essa grita e terrorismo que o mundo está sem filtros.

    Balela.

    Sai “A”, entra “B”.

    The End.

    Que dizes?


    Aos poucos fui tentando transformar não mais as coisas, mas a mim mesmo
    Herman Hesse – da minha coleção de frases;

    (Atualização deste post mais antigo.)

    Volta e meia me deparo com o entusiasmo dos tecno-otimistas.

    Agora, foi o Gil (que é um cara espetacular) que responde sobre o assunto em  uma entrevista do Nós.

    O pessoal dá uma cutucada nele e pergunta se ele não veria a web com otimismo demais?

    Lembraram de algumas pimentas que fico jogando nos tecno-otimistas – só por prazer.

    Já está virando um esporte aqui na rua. 🙂

    Gosto do entusiasmo, mas fico provocando reflexões.

    Ele, como muitos outros, estão maravilhados (e com razão) com as possibilidades da Internet.  Acabam extrapolando seu potencial e, a meu ver, por um motivo que é a confusão entre  entre os conceitos  de civilização e humanidade.

    Assim, concordo com a euforia deles de que a civilização terá um upgrade com a chegada da rede.

    E temos realmente motivos para comemorar e até estarmos otimistas.

    Já vesti esta camisa e desfilei bastante pela rua com ela. 🙂

    Que o mundo vai dar uma guinada, a meu ver, é quase uma questão matemática.

    Sete bilhões de pessoas precisam de um novo ambiente de conhecimento, mais horizontal, colaborativo, o que nos fará mudar toda a sociedade.

    Sem ele, não saímos da crise de invoação produtiva em que nos colocamos.

    Porém, esse processo é algo que mexe com a nossa cognição, na ordem das necessidades humanas, no nosso lado material, profissional.

    Ou seja, é uma necessidade, um ajuste sistêmico e não uma evolução da humanidade em si, mas uma acerto na civilização mais povoada, mantendo os seus problemas intrínsecos na relação de cada um consigo mesmo e deste com os demais.

    Mais computadores, ou mais Internet, nos fará conectar mais, mas não nos leva direto à comunicação. (Leiam Dominique Wolton.)

    Pelo que se vejo mais e mais por aí, ao contrário!

    (Vejo mais gente plugada e se alienando, do que o contrário. Estarei pessimista viajante?)

    Separaria, assim, a civilização em algo concreto e necessário para vivermos, ligado à nossa cognição, pensamento, coisas práticas a serem resolvidas, obrigação.

    E a humanidade, algo que é opcional, a partir das bases estabelecidas, que nos permitiria ir além, através de uma melhoria na nossa capacidade afetiva, de relacionamento e de comunicação.

    A primeira é obrigatória e a segunda opcional.

    A primeira é construída ao longo dos anos.

    A segunda renasce a cada dia.

    A primeira é conhecimento.

    A outra sabedoria.

    Obviamente que quanto mais homogênea a civilização, mais humana é, mais sabedoria temos.

    É uma moeda de duas faces, uma vai com a outra.

    Mas apenas se conseguirmos sair da primeira, que é a mais fácil, e, paralelamente, nos ligarmos na segunda, a mais difícil.

    Assim, considero que a civilização 2.0 será mais adequada ao novo número de habitantes, mas não é necessariamente melhor do que a anterior.

    É mais funcional, ponto!

    Apostar tudo nessa direção, é deixar de lado o esforço humano que temos que fazer em outra direção para tentar elevar a capacidade afetiva da humanidade.

    E isso passa pelo desenvolvimento do autoconhecimento, das nossas capacidades afetivas, da relação saudável com o ego, através da comunicação nós com nós mesmos e com os demais.

    E não é algo que se chega nunca a um lugar, é um caminho, mas que se pode pender para um lado mais humano, a cada dia, tendo uma melhoria geral,  ao longo da estrada, se refletindo na civilização de cada geração.

    Ou seja, precisamos estar bem para resolver problemas.

    E não resolvermos problemas para estar bem.

    Ou ainda melhor, ir ficando bem e resolvendo problemas, para irmos adiante…

    E com envolvimento direto nos rumos da civilização, uma dando suporte a outra, pois sem condições básicas, com fome, por exemplo, ninguém consegue ter equilíbrio.

    É ser transcedental no acidental do dia-a-dia. 🙂

    Difícil?

    Quem disse que é fácil.

    (Somos a seleção de milhares de espermatozóides que conseguiram ganhar a corrida na linha de chegada do óvulo.)

    Ou seja, a cada dia deveríamos  acordar e lutar  para levar o mundo com mais afeto e não no piloto automático, como a tecnologia sozinha nos faz crer.

    Esforço individual que, somado, pode vir a ser coletivo.

    Com menos ego e mais sentimento.

    Entre um equilíbrio do que deve ser feito com o como deve ser feito.

    E este é o problema do tecno-otimismo: apostar que só a cognição vai nos salvar, como achavam, aliás, os iluministas do passado, quando surgiu o livro na sociedade.

    Consideravam:

    Quanto mais livro, mais culto.

    E, por consequência, mais humanos seríamos.

    Deu no que deu:

    Hitler mandou matar milhões de dentro de sua biblioteca de 36 mil exemplares, na qual  devorava livros toda noite.

    Hei Livro!

    Que diz?

    Vou dar continuidade as frases neste post, colocando as últimas …

    Ver todas aqui.

    Ver apenas as minha frases (2011), aqui.

    As de 2012 estão aqui.

    (Frases abaixo das mais novas para mais antigas.)

    Entramos na era da educação, que deve passar da instrução para a descoberta” –  McLuhan;

    Não podemos jamais nos conhecer, apenas nos narrar – Simone de Beauvoir;

    A vantagem de uma nação está em sua capacidade de inovar ou seja, de refinar seus cérebros – Dimenstein;

    Viver é a tentativa do equilíbrio impossível entre a liberdade e a segurança Bauman;

    Elogie o esforço e não o talentoCarol Dweck;

    Os grandes inventores precisam de espaço para serem criançasDimenstein;

    O mundo é dividido entre quem cria e quem copia. Os dois tipos são necessários e complementares – Dimenstein;

    A verdade é filha do tempo e não da autoridade – Galileu;

    Não é o dono de diligências que constrói ferrovias – Schumpeter;

    Quero ser livre, acima de tudo, de mim mesmo – Duchamps;

    Só por que você não quer que o futuro aconteça, não significa que ele não acontecerá – Gary Hamel;

    Toda pessoa tem direito às próprias opiniões, mas nem todo mundo tem direito aos próprios fatos – Michael Shermer;

    O sentido da vida está no legado que deixamos – Umair Haque;

     Ser livre é poder escolher ao que se prender Marcelo Gleiser;

    A revolução da informação veio sem manual de instrução – Pico Iyer;

    Todos os problemas humanos se resumem à nossa  incapacidade de ficarmos sozinhos e calados num quarto – Blaise Pascal;

    É preciso administrar você e não o  tempo – Mariá Giuliese;

    O mundo está sempre mudando. Por isso é preciso olhar o passado p/ ver o que não muda – ditado chinês;

    Cada uma das seis revoluções da informação pela qual a humanidade passou significou uma grande mudança no  paradigma organizacional –  Elin Whitney-Smith;

    Estratégias de curto prazo, embora se tenham mostrado irresistíveis a cada Revolução da tecnologia da informação, foram fatais para muitos –  Elin Whitney-Smith;

    Nas últimas três revoluções da informação, a economia seguiu o mesmo padrão: um grande boom seguido de uma grande quebra –  Elin Whitney-Smith;

    Revolução da informação: novas maneiras – de organização emergem e os velhos tempos das elites estabelecidas sucumbem  –  Elin Whitney-Smith;

    Hoje, nossos líderes estão fazendo as mesmas besteiras que as elites do passado. Assim, reduzem a possibilidade de dominação futura  –  Elin Whitney-Smith;

    Eles ignoram a nova tecnologia da informação e perdem oportunidades ou temem o mundo que ela cria e tentam cooptá-lo, eliminá-lo ou controlá-lo, Isso geralmente não dá certo.  Elin Whitney-Smith;

    Revolução da Informação: quando as fortunas diminuem e novo grupo de concorrentes dominantes emerge. –  Elin Whitney-Smith;

    A luz do sol é o melhor desinfetante – anônimo;

    Não é da linguagem dizer tudo – Gullar;

    Não há explicações finais apenas explicações melhoresGleiser;

    Vemos mais coisas do que podemos descrever em palavras – Karl Weick;

    O ser humano é um animal racional, de hábitos e repetições. De vez em quando, pensa. E alguns pensam o pensamentoTostão;

    O principal problema hoje da humanidade é vivermos um mundo exponencial com uma intuição linear Kurzweil;

    O verdadeiro discípulo é aquele que fala por si e não o que repete seu mestre integralmenteNietzche;

    Quando tenho que contar o que faço, pode ser que tenha de deixar de fazer algumas coisas  Nelson Carvalho;

    Viva cada dia como se fosse o último; um dia você acertaFrank Sinatra;

    Muitas vezes o que parece oposição é falta de clareza Chip & Dan Heath;

    Simplifique a mudança até que não seja grande demaisChip & Dan Heath;

    Alcançar sucesso envolve fracassos pelo caminho – Chip & Dan Heath;

    Viva cada dia como se fosse o último; um dia você acertaFrank Sinatra;

    Muitas vezes o que parece oposição é falta de clarezaChip & Dan Heath;

    Não sou eu que falo demais, são as pessoas que estão falando de menos  Aguinaldo Silva;

    “Se todo mundo for sincero, as coisas ficam melhores – Aguinaldo Silva;

    Ideias fundadoras são aquelas que efetivamente abrem novos caminhos para o pensamento científico e desafiam pesquisadores a discuti-las e aprofundá-las – Paulo Bastos Tigre;

    Sem teorias incertas, injustificáveis, ousadas não há mutação na Ciência-  Karl Popper;

    As teorias válidas são as que não foram ainda refutadas –  Karl Popper;

    Nós não somos estudantes de uma qualquer matéria, mas estudantes de problemas. E os problemas podem atravessar diretamente as fronteiras de uma qualquer matéria ou disciplinaKarl Popper;

    O olho vê somente o que a mente está preparada para compreender  – Henri Bergson;

    A contínua onda de crescimento populacional é talvez a maior força motriz de nosso tempo  Peter Schwartz;

    Construir cenários é procurar forças motrizes que influenciam o resultado dos eventos  Peter Schwartz;

    Deixe assuntos entediantes de lado, mas não aqueles que te ameaçam, vá até o fim para descobrir o que te pertuba – Peter Schwartz;

    Cultive relacionamentos com pessoas das quais você discorda profundamente, mas consegue conversar de forma amistosa – Peter Schwartz;

    Mercado nada mais é do que relacionamentos, pessoas que se reúnem, conhecendo e aprendendo a confiar uma nas outras – Peter Drucker;

    Kishida (otimismo em japonês) – ter desarios suficientes para dar significado à vida;

    A estrutura, o poder e a inércia institucionais tende a inibir os inovadores e forçá-los para a periferia – Peter Schwartz;

    Mudanças de crenças públicas podem alterar o curso da história mais rápido e irrevogalvelmente do que qualquer podeira econômico ou militar – Peter Schwartz;

    Uma inovação científica uma vez ofertada ao mundo não pode ser tomada de volta – Peter Schwartz;

    Não se preocupe com seus arquivos, preocupe-se com suas percepções – Peter Schwartz;

    É preciso um trabalho persistente e honesto para penetrar em nossas defesas mentais – Peter Schwartz;

    Há o mundo dos fatos e o das percepções – Pierre Wack;

    Cenários são veículos que ajudam pessoas a aprender  Peter Schwartz;

    Para operar num mundo incerto as pessoas tem que ter a capacidade de reperceber – Pierre Wack;

    Muita vezes os administradores preferem manter a ilusão da certeza a compreender riscos e realidade – Peter Schwartz;

     Pessoas criam pontos cegos para elas mesmas – Peter Schwartz;

    Para agir com confiança, precisamos ter vontade de olhar para frente e considerar as incertezas – Peter Schwartz;

    Nunca a humanidade combinou tanto poder com tanta desordem e tanta sabedoria com tanta incertezaPaul Valéry;

    Os administradores verão que seu trabalho fundamental não é tomar decisões, mas criar um entendimento mútuo – Peter Schwartz;

    Os homens não acreditarão no que não se encaixa em seus planos ou em seus pré-arranjos – Barbara Tuchman;

    Uma inovação científica uma vez ofertada ao mundo não pode ser tomada de volta – Peter Schwartz;

    No transcurso de sua existência, o ser humano só possui uma certeza: a da morte. Por silogismo, é fácil deduzir o desejo inconsciente de morte metaforicamente contido em toda busca de certeza – Pierre Rey;

    O melhor detergente é a luz do sol Louis Brandeis;

    Todo escritor começa pela travessia de um deserto; pelo caminho, abandona sua cascaJosé Castello;

    A ausência de lugar nos conduz a inventar um lugar próprioJosé Castello;

    Não se sobrevive num ambiente competitivo sem renovação constante – Teresa Amabile;

    O homem é um cadáver adiado – Fernando Pessoa;

    O que diferencia um homem de um animal é sua capacidade de escolherDennis Lehane;

    Não sabemos que não sabemos quem somos – Jonh Bradshaw;

    Qualquer um que testemunhe atos de violência é uma vítima de violência –  Jonh Bradshaw;

     As crianças são doutrinadas na crença de que o verdadeiro amor é desistir de sua personalidadeJonh Bradshaw;

     Quanto mais disfuncional for uma família, mais rígido se tornam os papéis familiaresJonh Bradshaw;

     A culpa tóxica é um conjunto de vozes na nossa cabeça dizendo-nos que não temos direito a uma vida própriaJonh Bradshaw;

     As vidas mais plenas são as menos mistificadas  – Jonh Bradshaw;

     Se você não fizer alguma coisa quanto à sua mistificação, poderá ir para o túmulo sem saber quem realmente é Jonh Bradshaw;

    Viver a vida toda sem nunca ter nascido; não conheço tragédia maiorJonh Bradshaw;

    As boas teorias baseiam-se em circunstâncias  – Christensen e Raynor;

    Cuidado, pois a maré crescente das oportunidades converte-se aos poucos na maré vazante das ameaças  – Christensen e Raynor;

    Um poder que se serve, em vez de servir, é um poder que não serve – Cortella;

    O homem é um cadáver adiado – Fernando Pessoa;

    Queira ou não queira, ainda que de maneira não intencional você é um teórico praticante  – Christensen e Raynor;

    Para alcançar o sucesso de maneira previsível, os disruptores precisam ser bons teóricos – Christensen e Raynor;

    É a capacidade de começar a pensar e a agir de maneira dependente das circunstâncias que traz previsibilidade às nossas vidas  – Christensen e Raynor;

    Raramente os gerentes têm consciência da teoria que lhes serve de base – Chistensen e Raynor;

    O mundo ocidental capitalista especializou-se nos “comos” e deixou de lado os “por quês” – Cortella;

    O crescimento na história da humanidade se dá quando a tente tem dúvida – Cortella;

    Tem gente que não consegue avançar em direção ao futuro e acaba ficando com um grande passado pela frente – Cortella;

    O animal satisfeito, dorme – Guimarães Rosa;

    A inteligência está em ter dúvidas e não em não tê-las – Cortella;

    A novidade do mundo não é a mudança, que sempre existiu, mas a velocidade – Cortella;

    O poder é para servir e não para se servir – Cortella;

    Ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza manda e o que nós decidimos – Cortella.

    Nós temos autonomia, porém não temos soberania – Cortella;

    A vida já é curta para ser pequena – Benjamin Disraeli;

    Muito do que é estratégico relevante é cognitivamente distante – Giovanni Gavetti ;

    Queria mudar o mundo, mas não tive acesso ao código – anônimo;

    O mundo não tem fora –  Giseppe Cocco;

    A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver – Bertrand Russell

    Aquilo que os homens de fato querem não é o conhecimento, mas a certeza –  Bertrand Russell

    A felicidade bestializa: só o sofrimento humaniza as pessoas – Mário Quintana;

    A única forma de superar o medo é sair da solidão – Castells;

    A maioria das pessoas gasta mais tempo e energia falando dos problemas que os enfrentando – Henry Ford;

    Perca uma hora pela manhã e passará o dia todo procurando-a – Richard Whately;

    Dizem que o tempo é um grande mestre: o ruim é que vai matando seus discípulos – Hector Belioz;

    Há pessoas que não sabem perder seu tempo totalmente sozinhas, são o açoite das pessoas ocupadas – Louis de Bolnald;

    Há ladrões a quem não se castiga, mais que roubam o que há de mais valioso: o tempo – Napoleão;

    Antes de se proceder a uma investigação teórica é recomendável uma limpeza da situação verbal – Valéry;

    Os que escrevem livros são muitos, os que de fato pensam, raros – Eduardo Gianetti;

    Não olhe para o que o Governo diz, mas para onde ele investe o dinheiro – Sérgio Arouca; 

    A cada busca nós nos transformamos – Peter Morville;

    Se você não tem uma estratégia definida, pode ter certeza: faz parte da estratégia de alguémAlvin Toffler;

    Embora cada um estivesse, em parte certo, todos estava errados – John Godfrey Sake – Os cegos e o elefante;

    Os adjetivos passam, os substantivos ficam – Machado de Assis;

    No Brasil, só falam bem do outro quando se morre FHC;

    Um erro fomentado por especialistas em comunicação corporativa é que precisam melhorar a imagem e não o desempenho Agustín Squella;

    A falta de foco gera analfabetismo emocional Dimenstein;

    Toda tecnologia desencadeia nova onda de nostalgia e de temores em relação ao futuro Dimenstein;

    A compulsão para se manter conectado é semelhante a um vícioDimenstein;

    Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino  – Paulo Freire;

    Uma pessoa é tanto mais legítima quanto mais se parece com seu sonho – Almodóvar;

    Os fatos sõ importam enquanto constroem uma narração coerente – Whitehouse;

    Quem discute alegando autoridade não usa a inteligência, mas a memória. Leonardo da Vinci;

    A comunicação é uma ida e volta, é preciso negociar as diferenças – Dominique Wolton;

    Quem gosta de culpados é a Igreja; a polícia procura criminosos – Garcia-Roza;

    Não existe jeito de saber o que se passa no coração de um homem –
    Charles Portis;

    A internet pode se transformar em um espaço onde todo mundo pensa a mesma coisa, pois cada um se fecha em sua comunidade – Dominique Wolton;

    Eleições servem para eliminar aquilo com o que não concordamos – Dominique Wolton;

    Não existe democracia sem intermediários: políticos, jornalistas, professores, médicos – Dominique Wolton;

    As informações avançam rápido, já a comunicação, muito devagar Dominique Wolton;

    Todo processo de fortalecimento da subjetividade é necessariamente independente, se forma por dentro, auto-sustentada – Fransisco Bosco;

    A medida de força de uma pessoa é a sua capacidade de suportar a verdade – Nietzsche;

    Um livro que não exige uma transformação subjetiva profunda, dificilmente pode ajudar em alguma coisa – Fransisco Bosco;

    Os livros que exigem fidelidade não tem valor algum e tornam as pessoas tão pesadas como eles – Francisco Bosco;

    Um dos maiores perigos da leitura é o leitor insistir em permanecer o que é, tentando interpretar algo que confirme sua identidade – Blanchot;

    Se você pudesse vender a sua experiência pelo preço que ela lhe custou, ficaria rico – J. P. Morgan;

    Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas – Monoel de Barros;

    Quem procura apenas a glória não a merece – Mário Quintana;

    A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer – Mário Quintana;

    Um engano em bronze é um engano eterno – Mário Quintana;

    A academia brasileira de letras é um asilo de velhos, no tempo de Machado só tinha gente moça – Mário Quintana;

    Um ser humano só é ele mesmo enquanto os pais discutem seu nome para batizar – Mário Quintana;

    Um país que não sabe o que é ciência está condenado a retornar ao obscurantismo medieval – Marcelo Gleiser – (@mgleiser);

    Nem o melhor professor pode ensinar quem não quer aprender – Marcelo Gleiser – (@mgleiser);

    A ciência cria conhecimento por meio de um processo de tentativa e erro – Marcelo Gleiser – (@mgleiser);

    O problema não é não saber, mas é não querer saber, transformando ignorância em tragédia Marcelo Gleiser – (@mgleiser);

    O professor que despeja automaticamente conteúdos será dispensável, pois será mais caro e menos eficiente do que a tela do computador – Dimenstein;

    Vivemos um daqueles momentos em que o risco maior talvez seja não apostar em nada – John Elkington;

    Só tem sossego quem vive para o instante – Sándor Mára;
    Tá todo mundo escrevendo hoje em dia, ninguém tem tempo pra ler, Humberto Werneck

    Quem escreve de forma clara dá a impressão de que não estamos lendo um livro, mas ele que nos lê – Mário Quintana;

    As máquinas um dia viram sucata. A poesia, nuncaMário Quintana;

    Quando deparamos com estilo natural, estranhamos, pois esperávamos um autor e encontramos um homem – Pascal;

    A meditação é um estado de clareza e não um estado da mente – Osho;

    Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir – Sêneca;

    Quem muito quer e pouco faz – engedra a peste – Michel Melamed;

    Onde a mente acaba, a meditação começa – Osho;

    A meditação não precisa ser conquistada, basta que seja lembrada – Osho;

    A maioria das pessoas religiosas são burras, sem sinal de inteligência ou criatividade – Osho;

    Uma pessoa realmente meditativa é brincalhona e afetiva, pois a vida é alegre para ela – Osho;

    A vida possui lados opostos. Viver é lidar com o paradoxal – Osho;

    É dificil visualizar o que não existe Reid executivo da Apple;

    São necessário vinte anos para construir uma reputação. E cinco minutos para destruí-la – Warrren Buffet;

    A cada cinco anos o volume de dados no mundo é multiplicado por 10 – IDC/EMC;

    Hoje, recebemos mais informação em um dia do que uma pessoa durante toda sua vida no século XVIIITimes;

    Somos bombardeados em média de 36 mil estímulos diáriosTimes;

    Uma ideia guardada na cabeça é ideia morta – Felipe Sanches;

    O Meditar é ser capaz de olhar de fora o próprio pensamento – Osho;

    Agora que está tudo à mostra, ninguém notaMário Quintana;

    A Internet nos deu controle sobre as notícia que consumimos – Arianna Huffington;

    O pensamento não deve ser nunca autorizado, a não ser por si mesmo – Francisco Bosco;

    A única prova dos nove de uma teoria é a realidadeFransisco Bosco;

    A dúvida é a escola da verdade – Bacon;

    Infelizes os homens que têm as idéias claras – Pasteur;

    Aquele que dúvida e não investiga torna-se não apenas infeliz, como também injusto – Pascal;

    É preferível confiar em um homem que se engana muitas vezes a naquele que nunca duvida – Francis Scott Fitzgerald;

    O mundo vai mudar se conseguirmos sentir compaixão pela dor alheia – Ingrid Betancourt;

    O mundo vai mudar se culparmos menos e perdoarmos mais – Ingrid Betancourt;

    A era dos “ismos” passou, na qual o indivíduo diluía seu ego em uma causa Oriovisto Guimarães;

    Quando se trabalha só a especialização, cria-se um monstro sem padrão ético nem noção de valor – Oriovisto Guimarães;

    Quanto mais potente é o homem mais ele precisa de civilidade – Oriovisto Guimarães;

    É muito mais fácil ter um vício que uma virtude – Aristóteles;

    O homem tem o sentido gregário de andar em grupo por uma questão de sobrevivência – Oriovisto Guimarães;

    Imaginação é nossa capacidade de trazer à mente algo que não está disponível para ser captado por nossos sentidos – Ken Robison;

    Se o indivíduo não estiver preparado para errar, nunca terá uma ideia original – Ken Robison;

    Deve-se educar para a razão, como também para a emoção – Ken Robison;

    O cérebro não é um sistema mecânico, mas orgânico – Ken Robison;

    Cada pessoa tem uma forma de pensar única – Ken Robison;

    Se há uma lei maior que nega o indivíduo, aí desincentiva a criatividade e o emprendedorismo – foi o que aconteceu ao marxismo – Oriovisto Guimarães;

    Quando as palavras perdem seu significado, as pessoas perdem sua liberdade – Confúncio;

    Quem não consegue falar de modo simples e claro deve calar-se até que possa fazê-lo – Karl Popper;

    Você precisa dos corações das pessoas – e as empresas só contratam braços – Marco Antunes;

    Sucesso não é medido pelo que entra no sistemas, mas pelo que sai dele – Clemente Nóbrega;

    Um gestor que se limita a proxys (saída do sistema) não é um gestor, mas um burocrata Clemente Nóbrega;

    A mídia digital é o futuro da construção das marcas – Marc Pritchard;

    O que esses novos meios nos deram foi a oportunidade de nos conectar com o consumidor quase que todo o tempo; essa é provavelmente a maior mudança – Marc Pritchard;

    Não  basta mudar a maneira pela qual as pessoas fazem as coisas; é preciso mudar os valores que as levavam a ter o comportamento anterior Lewin

    Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, “não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas” Sun Tzu;

    Para um conhecimento cristalizado dar lugar a um conhecimento novo é preciso desestabilizar os alunos que estão aprendendo – desconhecido;

    Quando uma empresa tem problemas é sempre culpa dela mesmo- Carlos Ghosn;

    Ideias fazem sexo – Matt Ridley;

    Foi a obsessão por resultados quantitativos que gerou a crise que vivemos desde 2008, se não qualificarem resultados, crises piores virão – César Souza;

    Não podemos ficar tentando abrir portas do futuro com as chaves do passado – César Souza;

    Um líder 2.0 tem que ter a capacidade de identificar novos talentos e construir alta performance – César Souza;

    O que mobiliza pessoas é dar significa para suas vidas! – César Souza;

    Um líder 2.0 tem que saber oferecer causas – César Souza;

    O que importa é quanto amor colocamos no trabalho que fazemos – Madre Teresa de Calcutá;

    Escolha um trabalho de que você goste e não terá de trabalhar um único dia de sua vida – Confúncio;

    A recompensa pelo trabalho benfeito é a oportunidade de fazer mais trabalho benfeito – Jonas Edward Salk;

    Se você quiser trabalhadores criativos, certifique-se de que tenham tempo suficiente para se divertir – John Cleese;

    Se uma empresa quiser construir o futuro, não pode fazer qualquer negócio, porque quando se perde a credibilidade, perde-se tudo – Mário Sérgio Cortella;

    Nossa vida é marcada pela pressa e não pela velocidadeMário Sérgio Cortella;

    Está é uma sociedade que está adoentada e que precisa de tratamento, além de cuidar só da ecologia exterior, tem de tratar a ecologia interior Mário Sérgio Cortella;

    Antes éramos todos perto e ninguém juntos; agora somos todos juntos e ninguém perto, tanto nas empresas como na InternetMário Sérgio Cortella;

    Dinheiro não é essencial, por que ele, em sim, não lhe dá sentido – Mário Sérgio Cortella;

    Precisamos de sentido para o que fazemos enquanto não morremos para que a visa não seja vazia e desperdiçada – Mário Sérgio Cortella;

    Ambiciosa é uma pessoa que quer mais, isso é um valor bom em qualquer área. porque faz a humanidade avançar. Gananciosa é a que quer só para si – e a qualquer custo – Mário Sérgio Cortella;

    Quando se vai fazendo as coisas de forma automática, nas empresas e na vida, não se pensa certo, nem se age certo – Mário Sérgio Cortella;

    É desnecessário fazer com mais o que se pode fazer com menos – Guilherme de Ockham;

    Nenhum  homem  toma banho  no  mesmo rio  duas  vezes,  pois, quando  volta,  nem  o homem  é  o  mesmo, nem o rio é o mesmoHeráclito de Éfeso;

    As empresas precisam se redesenhar ao redor de um novo tipo de indivíduo, que sabe muito mais, que está mais conectado. Agora há um ‘homus conectadus’ na jogada Silvio Meira;

    Se o seu negócio tem a ver com o Brasil, ele tem tudo a ver com redes sociais.  E você tem que ter uma estratégia para isso, e para ontem Silvio Meira;

    Sou responsável por descobrir perguntas, e não por achar respostas. A maioria das coisas eu nem sei fazer – Silvio Meira;

    A hipocrisia é conscientemente esconder nossa incoerência entre crença, discurso e ação – Fabiana Gaspar;

    Todo o símbolo implica a morte da coisa por ele representada;simbolizar é perder, para ganhar – Peregrino;

    Experimentos sem teoria são prosaicos e teorias sem experimentos são cegas –Marcelo Gleiser;

    Diante de uma nova tecnologia, o bom negócio é investir na novidade, principalmente, para fugir da velharia – Warren Buffet;

    Quando o governo subsidia os consumidores derrubando impostos, produz progresso. Quando subsidia empresa, engordando gatos, produz cartórios – Elio Gaspari;

    Estamos passando da economia da informação para a da participação – Kevin Roberts;

    As marcas hoje são de possessão das pessoas – Kevin Roberts;

    Quero que o jornal me diga o que significa para mim, o que eu tenho que fazer -Kevin Roberts;

    Para os garotos de 23 anos, você tem de ter garotos de 28 anos escrevendo -Kevin Roberts;

    As marcas têm de estar preocupadas com o retorno emocional e não o financeiro – Kevin Roberts;

    A empresa é um organismo vivo e não máquina – Roberto Lima;

    No coração das coisas estão os loucos, que fitam uma realidade limpa e iluminada, sem nuances e sem consolo – José Castello;

    Se os livros tivessem poder para melhorar o mundo, já não o teríamos melhorado há muito tempo? – José Saramago;

    Mover-se com a máxima amplitude dentro dos próprios limites – Mário Quintana;

    São as certezas, sobretudo as absolutas, que deformam e desfiguram a realidade – José Castello;

    Não importa o que fizeram com você; o que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você – Sartre;

    Vamos trocar os recursos do pré-sal por neurônios – FHC;

    Com liderança você não tem que repetir o que os outros querem, mas convencer os outros da importância de seus valores – FHC;

    Cada vez mais entramos na época do “me mostre, não me diga Joe Sellwood;

    Não se fazem versos com ideias, mas com palavras – Mallarmé;

    Cuidado para não colocar o ego na frente dos bois! – Simone Chiesse;

    O impossível eu faço agora; Milagre demora um pouco mais – Autor Desconhecido;

    O problema não é o excesso de informações, mas a falta de filtros – Tyler Cowen;

    Se você for capaz de aprender com seus erros, sua chance de conseguir superá-los e de vencer será muito maior da próxima vez – Richard Branson;

    É loucura levar nossa visão de mundo muito a sério, pois sem dúvida ela vai acabar se transformando – Marcelo Gleiser;

    É bom tomarmos nossas certezas com muita humildade – Marcelo Gleiser;

    Qualquer tomada de decisão baseada em mentiras e ignorância não pode levar a uma boa conclusão – Julian Assange;

    Quanto mais eu vivo, menos acredito nas revoluções sociais, improvisadas e maravilhosas e mais na eficiência do trabalho modesto, lento, molecular e definitivo – Ronald Coase;

    Uma campanha eleitoral,  via Twitter,  parte da ideia de engajar as pessoas e não fazer marketing – Scott Goodstein;

    Você jurou jamais me esquecer, mas se esqueceu de lembrar – Irving Berlin;

    A pior solidão é a falta de comunicabilidade – Guillermo Arriaga;

    O que criamos, no fundo, foi uma daquelas raras coisas de que não sabemos que precisamos, até o momento que passamos a usá-la – Christopher Isaac Stone;

    O futuro não é algo a ser previsto, é algo a ser alcançado – Don Tapscott;

    Ao alfabetizar o vulgo, a tolice se liberta – Guy de Maupassant;

    A televisão  não é um demônio que nos espreita para nos esmagar nem instrumento que nos salva. Devemos usá-la, sobretudo, para discuti-la – Paulo Freire; (leia-se também Internet);

    Eu não sou eu, sou o momento: passo – Mário Quintana;

    De acordo com a teoria, o valor de uma rede é igual ao número de usuários ao quadrado. Isto é, na nova economia o valor da rede é maior do que a da soma de seus integrantes – Bob Metcalfe:

    O valor de uma rede é igual ao número de usuários ao quadrado – Bob Metcalfe;

    O homem que age é um agente que delibera sobre coisas porque está consciente de suas finalidades, busca sentido, pessoal e coletivo, em tudo que faz – Luna;

    Não é possível iluminar para o outro, uma parte, que em nós é escuridão – Crema;

    Tudo será diferente quando tivermos metodologias que substituam “conscientização”, “sensibilização” e “educação”, que infantilizam, por “empowerment”, empoderamento – fortalecimento – e energização, queencorajam os excluídos a serem atores e agentes: “isto faz sentido”, “isto eu posso fazer”, “isto eu vou fazer” – Romano;

    Não creio que estamos em uma era pós-alguma coisa, mas em uma era pré-alguma coisa totalmente nova – Thomas Friedman;

    Há quem cruze o bosque e só enxergue lenha para o fogo – Tolstoi;

    A tecnologia apresenta um modo paradoxal de operar: resolve problemas apenas por meio da criação de novos problemas  – Ellul;

    O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem  – Mario Quintana;

    Somente quem não encara as coisas materiais como coisas materiais pode ser o senhor das coisas” – Mêncio;

    Não entendeste realmente alguma coisa enquanto não a conseguires explicar à tua avó – Einstein;

    A civilização é essa renda fina que com facilidade se rompe e vira pano de chão – Rosiska Darcy;

    O filósofo deve meter-se onde não é chamado Antonio Cícero;

    As pessoas não sabem mais diferenciar o que é significativo do que é insignificante – Olgária Matos;

    Nenhuma sociedade, nem mesmo no paleolítico, teria permitido que a sobrevivência material suplantasse as necessidades do espírito – Olgária Matos;

    Não acredito que a literatura revela a realidade, acho que inventa a realidade– Ferreira Gullar;

    Quero dizer às pessoas que somos mais fortes do que as coisas que aconcentem conosco Mariatu Kamara;

    A crença é o contrário do conhecimento – Platão;

    Se cada um soubesse da intimidade sexual dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém – Nelson Rodrigues;

    Só a incapacidade de se aprender com os próprios erros pode levar à repetição da história – Maria Cristina Fernandes;

    Quanto menos um homem conhece a respeito do passado e do presente, mais inseguro terá de mostrar-se seu juízo sobre o futuro – Freud;

    O presente tem que se tornar o passado para que possa produzir pontos de observação a partir dos quais elas julguem o futuro – Freud;

    A civilização tem que ser defendida contra o indivíduo, e seus regulamentos, instituições e ordem dirigem-se a essa tarefa Freud;

    Todo indivíduo é virtualmente inimigo da civilização Freud;

    A filosofia não é uma ciência, mas uma atitude (de sempre questionar o que pensamos) – Nepô (lendo Marilena Chauí);

    Toda verdade passa por três estágios: ridicularizada, violentamente combatida e por fim aceita como evidente – Shopenhauer;

    A admiração e o espanto significam que reconhecemos nossa ignorância e exatamente por isso  podemos superá-la – Marilena Chauí;

    Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de coisas e ideias, que nunca questionamos por que nos parecem naturais e óbvias – Marilena Chauí;

    As tecnologias sempre estarão a frente do seu tempo – Nepô;

    Na maioria das vezes, as pessoas não sabiam que desejavam uma novidade até você mostrar para elas Steve Jobs;

    Todos dizem que o usuário é importante, mas ninguém age de acordo com essa crença – Steve Jobs;

    O que nós fazemos é descobrir produtos que estaríamos loucos para usar – Steve Jobs;

    Os grandes artistas em algum ponto da carreira tiveram a opção de repetir uma fórmula de sucesso e continuar sendo amados pelo público, mas fazendo isso eles se odiariam, e prefereiram correr o risco de fracasso. Bob Dylan e Picasso sempre correram esse risco – Steve Jobs;

    Não vejo a minha trajetória como uma carreira. faço coisas, respondo a coisas, isso não é uma carreira, mas uma vida – Steve Jobs;

    A principal mentira é a que contamos a nós mesmos – Nietzsche;

    Viver é dramático. Mas não há escapatória: nasce-se…– Clarice Lispector;

    Aquele que não é capaz de admirar é um miserável – Michel Tournier

    Ler nos dá instrumentos para admirar o mundo, para conhecêlo de modo mais penetrante, complexo, tornando-o por isso mais interessante – Francisco Bosco;

    As coisas não têm um valor por si mesmas; é preciso ter força de percepção para lhes atribuir valor, para enxergar nelas a beleza, a grandeza, a profundidade. Ler nos propicia uma percepção das coisas na qual se possa fundar a admiraçãoFrancisco Bosco;

    Escrever não exige o aprendizado de uma técnica (e sim sua invenção)- Francisco Bosco;

    A genialidade define um modo de vida em que o eu se disponibiliza a desconhecer-se – Francisco Bosco;

    Viver com Genius significa viver na intimidade de um ser estranho, manter-se constantemente vinculado a uma zona de não conhecimento Francisco Bosco;

    Se escreve para transcender os limites tediosos, neuróticos do meu eu – Francisco Bosco;

    Escrever é uma forma de limpeza do eu Francisco Bosco;

    Toda vez que ouço falar em público-alvo me abaixo, com medo de levar um tiro – Tom Zé;

    A publicidade, assim, diz respeito ao que o sujeito é; a arte (como o pensamento) está interessada no que o sujeito pode ser Francisco Bosco;

    Ora, todo mundo, potencialmente, pode ser o que não é; todo mundo pode ampliar-se, desconhecer-se, para re-conhecer-se maior. Deve-se escrever mirando essa negatividade, isto é, procurando uma linguagem que ativará, nas pessoas, o que elas não são. É por isso que só se pode — aspectos sociológicos provisoriamente descartados — escrever para Ninguém, pois se estará escrevendo para todos – Francisco Bosco;

    Nenhum fenômeno histórico é igual a outro: mas paralelos servem  para iluminar diferenças – Demétrio Magnoli;

    O propósito das palavras é transmitir idéias quando as idéias são compreendidas as palavras são esquecidas. Onde posso encontrar alguém que tenha esquecido as palavras? Com esse eu gostaria de conversar – Chuang Tsú;

    O que não se mede, não se administra – Ricardo Morishita;

    O Lula é muito mais tático do que estratégico FHC;

    Estamos aqui não porque o Universo seja propício à existência, mas apesar de sua hostilidade a nós Marcelo Gleiser;

    Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem – Jorge Ben;

    É um paradoxo: as empresas que mais dão lucro são as menos orientadas para o lucro – John Kay;

    Não devemos esquecer que os remédios são criados para o alívio dos seres humanos, e não para gerar lucros – John Kay;

    Uma grande idéia nunca é um evento. Qualquer grande idéia é sempre uma rede, uma teia – Clemente Nóbrega;

    Os bravos herdarão o mundo…mas isso vai demorar – Severo Sales (@severosales);

    Isolamento é sempre sinônimo de pobreza – Clemente Nóbrega (eu acrescentria – de loucura também)

    O conhecimento real é sempre uma criação coletiva – Clemente Nóbrega;

    Viveremos elaborações cada vez mais sofisticadas da rede – ClementeNóbrega;

    Povos que caçam animais grandes têm relações sociais complexas – muita gente (muitas especializações) tem de colaborar para abater uma girafa – Clemente Nóbrega;

    O futuro (das empresas) será  mais parecido com uma banda de jazz: músicos improvisam em torno das mesmas melodia e ritmo – Don Tapscott;

    Em tempo de guerra,a verdade é tão preciosa que deve sempre ser protegida por uma escolta de mentiras – Winston Churchil;

    Pisei tanto na jaca, que virou pantufa – anônimo;

    Antes tarde do que mais tarde – Cátia Moraes;

    Deixe para os burocratas a tarefa de verificar se os nossos papéis estão em ordem – Michael Foulcault;


    Como humanos, vemos o mundo sempre fora de foco; os óculos que inventamos melhoram a qualidade da imagem, mas sempre existirão detalhes que escaparão ao nosso olhar. O mundo é o que vemos dele – Marcelo Gleiser – da minha coleção de frases.

    Na sequência da discussão sobre realidade, podemos dizer que, além de inventada, a partir dos limites concretos, histórica, negociada, tem  forte dose de interesse.

    Ou seja, somos aquilo que nos interessa ser, a partir de uma relação de muita coisa com muita coisa.

    • Nosso perfil, cultura, temperamento, história, amigos, parentes, país.

    Versus.

    • Condições de sobreviver e existir dentro de alguns parâmetros.

    Assim,  escolhemos “produtos empacotados de realidade” de uma prateleira de  um supermercado teórico/filosófico, que ficam por aí disponíveis.

    Tem essa, aquela, aquela outra, em cada um dos corredores do hipermercado cultural:

    Religião, política, relações, casamento,  tribo, etc…

    E cada um vai enchendo o seu carrinho.;)

    A partir de critérios individuais/coletivos.

    Entretanto, sempre vamos escolher a realidade que nos favorece.

    Uns, mais conscientes vão fazer essa escolha de forma mais clara.

    Os mais insanos vão engolir o anzol, chumbada, linha, vara e até o pescador e vão defender um mundo inventado por outro, que ele acha que foi ele que começou.

    Obviamente, de alguma forma, aquela defesa interessa a alguém de alguma maneira.

    A nossa visão da realidade não é neutra.

    Podemos ter mais ou menos consciência de nossos desejos e como eles influenciam nosso ponto de vista, mas sempre será um processo e nunca uma chegada.

    Tudo anda.

    Temos que olhar o caminho e nós neste caminho.

    A diferença, portanto, é o quanto estamos mais ou menos conscientes de nossas escolhas e o quanto conseguimos nos distanciar do nosso ponto de vista, sabendo que ele é temporário e sujeito a vários fatores.

    Inclusive, nosso interesse na defesa daquela dada realidade, ou verdade.

    De qualquer forma, vamos tentando nos convencer, nos abrigar, nos defender dessa realidade que nos interessa nos nossos nichos.

    Os muros que criamos e quanto fundo colocamos essa semente em nossas mentes, mais nos define como dogmáticos, ou menos.

    Aí, entra ainda o ego, nosso piloto automático, nossa caixa invisível, que nos coloca mais ainda dentro de uma realidade fechada.

    Ou seja, a realidade é uma lata em um supermercado.

    Compramos aquela que mais nos agrada.

    • A tua é a tua.
    • A minha é a minha.

    Um grande restaurante a quilo.

    Entre a minha e a sua, criamos pontes sociais, para fingir que é tudo a mesma coisa, é a tal conexão sem comunicação.

    Mas quando começamos a nos falar que vemos, o quanto o mundo é um verdadeiro estado psicodélico silencioso, em que cada um vive em sua caverna da Alice.

    Assim, loucura mesmo não é achar que as pessoas nunca estão te entendendo, mas achar que estão. 🙂

    A saída é a verdadeira comunicação.

    A ponte entre as diferentes realidades.

    E a capacidade humana de superar a “coisificação” que nos meteram (e nós aceitamos) pelo afeto, pelo reconhecimento do que é humano em cada um e no outro.

    E a comunicação é justamente isso, quando superamos as barreiras e conseguimos colocar afeto nas pontes!

    Ou seja, não precisamos apenas nos conectar e continuar cada um em seu mundo virtual, digital e off-line fechado.

    Mas nos comunicarmos para trocarmos nossos mundos, nos tirando de nossos interesses diretos e partindo para algo maior.

    Uma realidade menos individual e mais coletiva.

    Na qual, os pilotos são desligados e o ser humano volta ao comando da aeronave.

    Talvez reduzir, o o quanto pudermos, essa enorme torre de Babel virtual silenciosa 2.0, seja o que nos resta para vivermos melhor, aproximando nossas visões, e vendo que não somos tão malucos como pensamos ou querem nos fazer crer.

    Que dizes?

    Não existe crise da informação, mas dos modelos de negócio da mídia – Aloy Jupiara da minha coleção de frases;

    Gente, parece que os suícidios nas fábricas da Apple na China estão deixando o Steve meio tonto!!!

    Olha o que o moço nos diz:

    As pessoas têm que pagar por conteúdo“.

    E vai surtando:

    “Não gostaria em nada ver nos que nos transformamos num país de blogueiros“, afirmou Jobs em entrevista organizada pelo Salão All Things Digital, dedicado as novsa tecnologias, em Rancho Palos Verdes (Califórnia).

    O que eu sempre acho….

    Não é o fato do cara ser tecnológico pós-moderno, que tem noção do mundo 2.0 que estamos entrando.

    Uma coisa é o fato, a outra é a versão do mesmo.

    Caro Steve,  vou te dizer, aqui de blogueiro para não blogueiro, que nunca paguei tanto por conteúdo em minha vida.

    E isso não é mentira.

    Hoje pago Tv a cabo (conteúdo), coisa que não pagava antes, pois tudo era de graça.

    Todo final de mês sou debitado em quase R$ 244,00 por mês, com ponto adicional, alguns canais e ainda R$ 88,00 pela banda larga do Virtua.

    Total: R$ 322,00 reais!!!!

    É pouco?

    De graça?

    Sem falar, quando estou na rede pelo celular, ou ainda nos cibercafés pela cidade.

    $$$$$$ dinheiro na rede é vendaval…é vendaval….

    Estou despejando dinheiro na web e em conteúdo!!!

    Dizem que o Google vem para o cabo….

    Humm vou pagar também para o Google?

    Steve, antes, vou te lembrar que não pagava para assistir tevê.

    Era tudo de graça.

    Dava um trabalho enorme para as emissoras, que se bancavam com anúncios, que eu aceitava (e ainda aceito) assistir enquanto estava ali esperando os programas.

    O que mudou?

    Nada.

    • Pago pelo que me gera valor e eu não tenho na minha mão preguiçosa.
    • Não pago pelo que tenho na minha mão preguiçosa, mesmo que me gere valor.

    Acho que você tem que ler o Mário Quintana:

    A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

    É um novo modelo de negócio, que como um  iô-iô varia de ver de graça e ter anúncio.

    Ou pagar e também ter anúncio. 🙂

    Pois do jeito que você defende seria bom receber um jornal sem anúncio, ver tevê a cabo sem anúncio, já que estou pagando..certo?

    Ou seja,  estou gastando pelo mesmo conteúdo, talvez até mais, mas de maneira diferente.

    Ou não estou?

    Ah, ainda vou ao cinema e vejo anúncio, até da Apple.

    E assino o Globo.

    E pago por exposições e peças de teatro, quando não estão na rua ou são de graça.

    E acredito que tudo isso tem valor, que melhora de alguma forma minha vida.

    Se não estou disposto a pagar pelo conteúdo básico, fofoca, que está na rede, estou disposto (muito aliás)  a colocar meus reais para estar on-line.

    Ou seja, estou pagando, pois ninguém está nesse bingo de graça, está?

    Que os cachorros grandes se entendam, arranjem patrocinadores, ganhem um percentual de quem me coloca na rede.

    Ou tenham serviços que melhorem a minha vida, além do que já vou receber pelo Twitter, por exemplo.

    Que realmente me ofereçam algo novo e de qualidade, que não está na rede de bobeira.

    Bom, Steve, a sua outra afirmação é algo preocupante:

    “Não gostaria em nada ver nos que nos transformamos num país de blogueiros”

    Eu hein….

    O blogueiro está tirando trabalho dos jornalista do Valor, da Revista Época Negócios, ou da HSM?

    Acho que não.

    Assino as três e sou blogueiro.

    Aliás, para ser o blogueiro que preciso ser para gerar meus negócios,  preciso das três publicações.

    Que têm o conteúdo fechado!!!

    E pago para tê-los, pois me agrega valor.

    Quem disse que é de graça?

    Paga-se pelo que se tem a mais.

    E não pelo que já se tem de graça.

    O blogueiro é algo que fará uma ponte cada vez melhor entre a mídia de massa e a mídia de missa .

    Uma se relacionando com a outra de forma cada vez mais embrionária.

    Vide a reforma da Folha que chamou 29 novos colunistas, vários blogueiros.

    O blog é uma ferramenta para apresentar novos líderes  ao mundo.

    Nunca teremos só blogs, mas também nunca mais só grande imprensa.

    Que maravilhoso isso!

    Isso é ótimo para a democracia, para a sociedade.

    Assim, não existe uma briga entre blogueiros e grande imprensa.

    É falsa a questão.

    Steve, Steve…

    O problema é que a grande imprensa, assim como a Indústria da Música e outras, vivem da arrogância e do saudosismo de um tempo que não tinham que se mexer, mudar e inovar.

    E isso dá um trabalho….Ou como diz Betânia:

    • Nada é mais frugal que o sucesso, e nada é mais perigoso que a anestesia da arrogância trazida pelo sucesso – Betânia Tanure;

    Jobs, Jobs…

    Tu tá precisando urgente de umas férias.

    Que tal o litoral santista?

    Traz um Ipad, um Iphone e relaxa, meu.

    Uns dois pastél e uns chope…e tu de novo volta para a minha galeria de caras que admiro..valeu?

    Que dizem?

    Na Virgin, sempre que um passageiro ou alguém da tripulação dizia que não havia gostado de alguma coisa, nós abandonávamos rapidamente aquilo e partíamos em busca de uma nova ideia – Richard Branson – da minha coleção de frases;

    Bom, mandei um e-mail para reclamar dos problemas que tive na Gol esta semana, a saber:

    Caros amigos,

    Não consegui fazer o check-in pela Internet, nem pelo terminal. Na ida, já depois de fila, o atendente do check-in, depois de quase 10 minutos, conseguiu imprimir o bilhete.

    Argumento: “Ah, você não conseguiu, pois tinha uma reclamação no call center aberta!”. Sim, havia ligado e não ficou nada aberto!!!! Tinha aberto um protocolo:

    11804329

    O erro que deu no terminal do aeroporto era algo tipo “match” pelo que sei de informática é que dados não batiam…

    Perguntei: na volta, vou ter o mesmo problema?

    “Claro que não, está tudo resolvido”.

    Volta: o mesmo erro.

    Perguntei para a atendente às 17:20, em Congonhas, Ana Paula, o nome dela.

    Pode me ajudar?

    Ah, quando dá esse problema é que o “vôo foi cancelado” !!!

    O que não era o caso, falei do problema do Rio.

    Ela não se deu ao trabalho de perguntar qual era o vôo, se havia sido cancelado. Se fosse alguém que não viaja muito ficaria em pânico.

    Ok, embarca-se no avião, depois de um check-in. A poltrona que sentei, 14 F não reclina. Sou alto e fiquei espremido.

    Qual a mensagem que vocês estão me mandando?
    Gol, nunca mais?

    Gostaria de explicação para saber se é isso mesmo, pois para mim check-in pela Internet é importante para definir a cia que vou usar.

    Grato,

    Carlos
    Nepomuceno
    nepo.com.br

    A resposta que eles me mandaram.

    Parece que eu falei grego e eles responderam em latim.

    Ou seja, não checaram nada, nem foram no avião ver o problema da cadeira, que eu alertei que não está reclinando.

    Nenhuma questão que eu mandei foi lida, escutada.

    Deliciem-se com a resposta:

    Atendimento nº 21927696-42

    Prezado Sr. Carlos,

    Em atenção ao seu e-mail, lamentamos que o atendimento prestado não tenha sido a altura de suas expectativas, e informamos que a Gol prima pela qualidade e excelência no atendimento.

    Vê-se. Aquela estória, uma empresa que fala uma coisa, mas se vê claramente outra.

    Orientamos que o check in on line somente pode ser realizado dentro das 24 horas até 1 hora e 30 minutos que antecedem o horário do voo, se o cliente estiver logado com e-mail e senha de cadastro e inserir os dados exatos da reserva.

    Foi o que eu fiz, mas o e-mail é padrão, não lêem o que você escreve.

    Salientamos  que a marcação de assentos é uma cortesia disponibilizada pela Gol, que pode sofrer alterações sem aviso prévio, caso seja necessário o controle de peso e balanceamento da aeronave, troca de aeronaves que possuem distintas configurações de assentos ou necessidade especial de algum passageiro.

    Eu não reclamei do assento, mas de um em particular que está quebrado, de novo não leram, não foram apurar por que uma atendente, sem consultar, informou a um passageiro que seu vôo estaria cancelado, o que é algo, a meu ver, grave.

    Esperamos tê-lo em breve a bordo de nossas aeronaves, para que possamos reparar a má impressão causada.

    ah, ah, ah, ah…a impressão é causada pelo que eles oferecem e não pelo filme 3D que está nas propagandas e neste e-mail.

    A Gol Transportes Aéreos agradece seu contato.

    Atenciosamente,

    Adriana Rosa

    Central de Relacionamento com o Cliente

    VRG Linhas aéreas S/A - Grupo Gol

    faleconosco@golnaweb.com.br

    SRC 0800 704 0465

    Que dizem???
    
    

    PS - cadastrei reclamação na ANAC:

    
    
    
    
    Número da Manifestação: 20151 - 2010
    Prezado(a) Senhor(a) Carlos Nepomuceno, Informamos que a sua manifestação foi recebida e será analisada pela Agência Nacional de Aviação Civil. O acompanhamento poderá ser realizado no endereço eletrônico www.anac.gov.br. Para tanto, tenha em mãos o seu CPF e a senha pessoal criada no ato do registro de sua manifestação.  Atenciosamente, Gerência Técnica de Relacionamento com Usuários Agência Nacional de Aviação Civil

    Somente um tonto jamais muda de opinião – Freddie Laker da minha coleção de frases;

    O excesso de informação é talvez o mal desse início de século.

    Não pelo fato em si, mas pela maneira que preparamos no passado nosso cérebro e toda a sociedade (escola, imprensa, etc) para lidar com a informação.

    Temos cabeça de livro.

    Consolidamos coisas.

    O mundo existe, é real, não anda.

    É cada um por si e ninguém por todos, já que Deus não existe mais.

    Nossa mente foi preparada para viver num mundo informacional do certo ou do errado.

    Na terra, estável, que chovia de quando em quando.

    Hoje, não só fomos para o mar, como chove todos os dias!

    Não tem mais terra à vista, mas um eterno mar.

    O continente inundou!

    Sempre, no fundo, foi assim, mas como era tão lento, tínhamos a leve impressão de que parávamos, que estávamos em continentes conhecidos.

    Estamos, entretanto, em plena adaptação dum mundo informacional terrestre para um aquático.

    Na murada do navio, enjoados, tudo gira, gira!

    Tínhamos escassez de informação e algum sentido estático.

    Agora, temos excesso de informação e sentido dinâmico.

    Precisamos nos adaptar a esse novo balanço.

    Ou seja, se pudermos ver um mundo como um grande quebra-cabeças, a manipulação da realidade, monocromática das tecnologias cognitivas pré-web formavam uma visão de mundo para nós – aquela caixa que seguíamos.

    Havia um pai invisível que fazia isso para nós.

    Alguém filtrava, a partir de um dado ponto de vista.

    Era alguém que tinha “selo de qualidade”.

    Não estava ali à toa.

    Era o cara do Jornal, da Tevê, o editor do livro, o médico, o jornalista, o professor.

    Ave, mestre!

    Essse sentido estava ali embutido, por trás da informação, que engolíamos, sem precisar pensar.

    Como eram poucas e selecionadas, tudo ia bem.

    Era um tipo de caixa que nos filtrava o mundo e nos explicava como cada coisa se encaixava no todo.

    Hoje, temos milhares de fontes e não conseguimos ser o nosso próprio guia.

    Não temos mente para isso.

    Não fomos educados para isso.

    E precisamos nos virar.

    Pior que as novas gerações não vêm com isso pronto.

    São ótimos para trafegar nesse mundo, mexer nas máquinas, mas não para dominá-lo, mudá-lo, ter consciência de como pode atuar enquanto agente e não reagente (ou mesmo detergente.) 🙂

    São ótimos para operar peças, mas não para construir um sentido.

    Formar a sua própria tampa da caixa.

    E esse é o contra-ponto urgente que as escolas devem procurar suprir.

    (Mais sobre escola 2.0 aqui.)

    Precisamos saber o que está por trás das mensagens.

    Urge a necessidade de sermos muito mais filósofos do que antes para poder lidar nesse mundo picotado de informações soltas!

    É uma mudaça radical em muito pouco tempo.

    Num mundo que se arrepia quando se fala em teoria, em filosofia ou mesmo poesia.

    Queremos ferramentas para lidar com problemas que as ferramentas atrapalham.

    E aí?

    Estamos no meio da rua, sem ninguém para nos guiar pela mão para atravessar.

    E quando tentamos alguém aparecem tantas delas…

    • Qual?
    • É segura?
    • Vou, não vou?
    • Para onde?

    Ou partimos para a ansiedade do consumo informacional feito loucos.

    Ou para a anorexia informacional.

    “Cara, tô fora!”

    É preciso conhecer mais as teorias de topo, aquelas que escolhiam para nós.

    Somos nós que temos que  selecioná-las e optar por elas.

    As opções que temos para saber que quebra-cabeças, de fato, vamos montar.

    Tem que ser mais assumido e menos automático.

    E isso é novo e complicado, pois envolve filosofia, discussão de história, das correntes de pensamento.

    Estamos à beira de um neo-iluminismo digital, que já começou ainda de leve, mas vai explodir.

    Não o papo furado, mas uma nova geração de pensadores.

    Foi assim na oxigenação social passada, acredito que o fenômeno vai se repetir.

    São os novos conceitos que vão permear, através de várias manifestações o imaginário necessário para preencher com uma nova subjetividade essa nova civilização que se avizinha.

    Tudo isso que foi banido da escola (principalmente a filosofia), quando o mundo estava pronto e fechado.

    Agora que se abre….se diz na floresta:

    Índio não quer só informação, quer principalmente sentido!

    Complicado?

    Sim, porém indispensável.

    Que dizes?

    Nenhum investimento produzirá retornos efetivos se nossos conceitos sobre educação e gestão escolar se nossa abordagem permanecer a mesma – Viviane Mosé – da minha coleção de frases;

    Apareceu a peça do quebra-cabeças que faltava para ver com mais clareza a crise da Escola, na passagem da Era cognitiva da Escrita para Era cognitiva Digital, que detalhei aqui.

    E a luz veio da Revista Politics de abril, que chegou esta semana aqui em casa.

    O texto é o “Movimento do Software Livre por uma relação livre com a tecnologia, que só consegui, por enquanto, achar em espanhol.

    Neste texto, o autor defende uma tese interessante de que há pensadores que consideram que a tecnologia não é neutra, pois exerce influência sobre seres humanos, independente do uso que damos a elas.

    É como elas nos moldassem apenas pelo uso, independente do que fazemos com ela.

    Já li outros autores que vão nessa linha, tipo Bruno Latour.

    E apesar de defender, de certa forma isso, quando analiso a chegada da rede, essa frase não estava cristalizada em minha cabeça:

    “A tecnologia não é neutra”.

    Mudei, pois consolidei que não é mesmo, pois  exerce influências involuntárias em nosso cérebro ainda mais as cognitivas.

    Algo como, por fora, depende do uso.

    Por dentro, vai moldando nossa maneira de nos relacionar com o conhecimento e, portanto, alterando nossa maneira de pensar, modificando o próprio cérebro.

    Quanto mais usamos, independente do conteúdo ou do jeito, ela vai alterando o processo de cognição.

    E isso nos remete a uma discussão interessante, pois parte é indutória e, claro, parte é dado ao humano trabalhar melhor com essa indução, desde que consiga ter consciência de para onde ela está nos levando.

    Sem sentirmos, vamos nos adaptando internamente a uma nova forma de produzir e receber conhecimento.

    A escola, portanto, exerce duas funções na sociedade:

    • 1) passar o conteúdo que existe no passado para “sincronizá-los” com as crianças ao entrarem no mundo;
    • 2) moldar os cérebros das crianças a Era Cognitiva da vez, a escrita, que está dando lugar a Digital (em rede).

    Assim, a escola deveria  “ensinar” ou “moldar” os jovens o modelo mental da era da da vez.

    Muda-se a Era Cognitiva, passando para a Digital, deve-se adaptar, não o conteúdo da escola, somente, mas, principalmente, a forma de aprender, pois os cérebros das crianças precisam se adaptar a um novo modelo, que a Internet estabelece com padrão hoje e amanhã.

    E aí está, talvez, a principal crise entre o novo cérebro das crianças em rede, em casa. E a forma de aprendizado da escola, que já não é mais compatível com esse cérebro novo.

    A mudança na Escola, portanto, tem que se adaptar ao jeito pelo qual exercemos a cognição em Rede Digital, que tem como características principais:

    • a não consolidação;
    • rapidez;
    • aprendizado em grupo;
    • alteração e interferência de várias maneiras constante nos registros do conhecimento (informação).

    E isso não é, portanto, apenas o uso da “tecnologia em sala de aula”, mas tudo que está em torno de uma nova Era Cognitiva suas consequências em nossa maneira de produzir conhecimento.

    Passamos assim de um modelo de aprendizagem, baseado na Escrita, para outro, que se estabelece no meio Digital, a saber:

    Escola da Era Escrita Escola da Era Digital
    Transmissão professor/aluno Co-criação professor/aluno
    aluno/aluno
    Conhecimento consolidado Conhecimento em eterna consolidação
    Aprendizado por assunto Aprendizado por problema
    Aprendizado vertical Aprendizado horizontal
    Divisão por idade Divisão por interesses
    Individual

    Em grupo

    É uma mudança coerente com a mudança da própria Era Cognitiva, na forma de ensinar e não no conteúdo.

    Ou colocando equipamentos, mas a relação professor-aluno, aluno-aluno, e o conteúdo continua da era passada.

    Que dizes?

    As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolasPierre Lévy – da minha coleção de frases;

    O problema básico da humanidade sempre foi repassar o conhecimento da geração atual e passada para as futuras.

    Cada pessoa que nasce precisa chegar ao mundo e receber a “óstia do conhecimento” para ir daqui em diante e não voltarmos para trás.

    Ou seja, a humanidade é dependente da forma que essa passagem é feita para sobreviver e resolver os problemas que cada vez mais gente na terra provocam.

    Começamos com a memória, passamos ao papel (e adjacências) e depois para o suporte digital.

    Cada uma dessa passagens mudou a maneira de produzir e receber conhecimento.

    Fez com que nossos cérebros se adaptassem a esse suporte.

    Assim, a tecnologia cognitiva é aparentemente neutra por fora, mas modeladora por dentro.

    (Vou falar mais sobre isso esta semana.)

    Essas passagens nos obrigam  a mudar o jeito que organizamos internamente esse ato de conhecer e produzir conhecimento, marcando Eras distintas da Civilização.

    Tudo começa com uma tecnologia, que molda nosso cérebro que, por sua vez, a partir desse novo molde, molda a sociedade.

    (Pela primeira vez, li sobre o termo “Filosofia da Tecnologia”, que estuda como pensamos sobre elas. Isso é importante, pois vai nos dar a possibilidade de entender tudo isso melhor. Aguardem, falarei mais sobre isso.)

    Tivemos, portanto, três grandes Eras Cognitivas, nas quais nossos cérebros foram radicalmente mudados:

    • A oral, com suporte na memória;
    • A escrita, com suporte em papel e adjacências;
    • A digital, com suporte no computador.

    Cada passagem, guarda características em comum:

    • Explosão informacional;
    • Aumento de velocidade do fluxo de informação;
    • Mais facilidade de acesso ao conhecimento acumulado.

    A meu ver essas passagens se tornam maduras, em função do aumento da população que cria a cama, pela qual a nova Era vai deitar.

    E, quando vêm, gera consequências profundas em nossos cérebros.

    E tem particularidades específicas, que temos que estudar, pois são elas que criam as novidades pelas quais iremos moldar a nova sociedade.

    A chegada da Era Digital, numa grande rede de computadores conectados, nos traz de novo que as outras Eras não permitiram, entre outros:

    • – A interação muito para muitos a distância;
      • Ex: chats, comunidades do Orkut, listas de discussão, etc;
    • – O registro destas interações, disponível a todos;
      • Ex: texto do que acontece nas interações que ficam disponíveis;
    • – A alteração de registros voláteis de forma fácil a distância;
      • Ex: Wikipedia;
    • – A complementação do registro no mesmo ambiente;
      • Ex: comentários de um usuário em um post em determinado blog;
    • – E o registro da interação entre o usuário e a informação.
      • Ex: pode-se se saber em uma revista on-line, quantos, como e quem acessou cada uma das páginas.

    Esse conjunto de novas possibilidades de receber e produzir conhecimento  é o que está permitindo a revolução da Era Digital e não a tecnologia, que é apenas a motivadora da passagem, uma ponte entre duas cidades que não se falavam.

    Isso vai implicar na mudança geral da sociedade.

    Ou seja, como lidamos com o conhecimento do jeito “A” para o “B”.

    Uma civilização que vai também do “A” para o “B”.

    Que dizes?

    Diário de Blog:

    O tema já existia no blog, mas o que avançou foi a ideia que as Eras são fruto da forma como armazenamos o conhecimento, a mudança do suporte, que implica em várias passagens cognitivas. É novo o conceito de que a tecnologia é neutra por fora, mas agente por dentro. E o novo campo de estudo “Filosofia da Tecnologia”.

    Os alunos da turma #Dig6 me ajudaram nesse processo de aclarar as ideias.

    Proposta “fake” para ajudar a repensar nossas cidades….

    Trabalho da turma Dig 6 da Pós- de Estratégia em Marketing Digital da Facha.

    ———————————————————————–

    Agora vai….

    VOCÊ SUGERE

    A PREFEITURA EXECUTA

    E TODOS FISCALIZAM…

    Vote 20!

    Como vai funcionar a Cidade 2.0?

    • As sugestões serão centralizadas em uma grande plataforma  de comunicação interativa e gratuita, através de contato pessoal, carta, telefone, celular, Internet (todos os contatos com a central serão gratuitos.)
    • A Prefeitura 2.0 espalhará na cidade quiosques e centrais de informação para incluir sugestões de cidadãos que, por acaso, não tenham acesso ou com dificuldade de incluir sugestões na plataforma.

    A plataforma atuará em dois níveis:

    • Decisões estratégicas do que deve ser criado;
    • Fiscalização e manutenção do que já existe.

    Durante a campanha será feito um game da plataforma para que o cidadão veja como vai funcionar a nova cidade participativa.

    Algumas ideias para:

    • Transporte

    Usando tecnologias de colaboração, chips, GPS criar um sistema integrado para reduzir o número de veículos circulando, com maior número de passageiros dentro deles, utilizando ônibus, metrô, táxis, vans e transporte individual.

    • Educação:
    1. Ampliar a capacidade de interligar informações;
    2. Interação entre matérias;
    3. Co-criação de conhecimento entre professores e alunos;
    4. Criação de comunidades de interesse independente de idades;
    5. Interação entre alunos de turmas, escolas diferentes.


    Dicas genéricas para uma Cidade 2.0:

    • Envolver a população com politica;
    • Abrir canais de comunicação interativo;
    • Aproximação do público com o privado;
    • Mecanismos de contribuição;
    • Cidadania 2.0;
    • Educação 2.0;
    • Reconstruir o conceito de política;
    • Ver resultados das  críticas e sugestões.

    jingle:

    Lá, lá, lá ,lá… e o kiko?
    Lá, lá, lá ,lá… voce decide!!!

    Trabalho da turma Dig 6.

    Colabore nos comentários, aperfeiçoando as ideias!!!

    Uma boa ideia para a campanha do Kiko veio dos Estudantes da UFRJ, veja matéria abaixo, que saiu no Globo, no dia 18/06/10, pg 20:

    carona

    Outra boa notícia, na linha de Cidades 2.0, saiu hoje, 19/07/10, na coluna de George Vidor. Prefeituras do Rio e Sp vão aceitar apoio dos cidadãos, via redes sociais e celulares para monitorar problemas na cidade, veja abaixo:cidade20

    Dig 6 – Aula 3

    DSCN5170

    Dig 6 (agachadas) Fernanda, Caterine, Jaqueline, Lidiane, (na fila logo acima, da esquerda para direita) Rebecca, Mayara, Erica, Andre, Fernanda, Luiz, Silvia, Júlia. (Na fila detrás) André, Eu, Bernardo, Rodrigo, Daniel, Tiago, Dylan.

    A chamada “Foto na laje“.

    Hoje quero voltar a falar de realidade, de Eras cognitivas e, por fim, trabalhar junto com o pessoal sobre Cidades 2.0.

    Vamos ver. Vou postando aqui durante a aula as coisas que vão rolando. Guerra  do fogo – vejam o filme;

    O lado oculto das mudanças

    Mussoi / Ny times Luz e sombra Hackers.gov Cidades 2.0 – premissas: –

    Veja aqui a discussão do Kiko – o primeiro prefeito 2.0 do Brasil!

    Que horas são?

    As ações humanas que dispensam teorias são mecânicas, repetitivas e desumanas – Gustavo Bernardo – da minha coleção.

    Veja que situação maluca.

    Estava indo para o fisioterapia.

    E o horário de abertura da sala deles é 7:05.

    Na hora de entrar, se estabelece a confusão.

    No relógio de um, já é 7:06.

    Do outro, 7:04.

    E de outro 7:05.

    Acreditem, as pessoas discutem para ver que horas a porta vai abrir!

    (Paciência, mantra, hummmmmmmmmmmmmmmm).

    Discutimos por minutos do relógio, que é uma representação de algo maior: o tempo.

    E não pelo próprio tempo.

    Confundimos a coisa representada com a coisa em si.

    Vejamos…

    Temos no mundo:

    • O tempo – coisas que acontecem, rolam, fatos da vida, que temos necessidade de dar algum sentido para podermos nos relacionar com eles. Seria o etéreo, o que não se pega, como a noite, a tarde, ou um por do sol;

    (Se bem que tem gente que depois de uma balada – tenta.) 🙂

    • O registro do tempo – convenções, teorias, amadurecimentos que nos fazem criar um método para que possamos traduzir a noite em algo, tal como 9:00 PM. Assim, pode-se marcar encontros, sair para dançar, etc…
    • E a máquina do tempo – o relógio em si, que, a partir da teoria definida, passa a nos ajudar.

    São, portanto, convenções para se delimitar algo intangível e nunca pegável, o mundo, a natureza, os fatos.

    Criamos uma representação, registros, papéis, livros, teorias.

    Para colocar cada coisa “impegável” em seu vidrinho.

    E máquinas para que possamos nos aproximar deles, mas nunca conseguimos dominá-lo.

    (Um livro que fala sobre isso (pode se ler a introdução da autora em pé em uma livraria) é o “Os Avanços Tecnológicos e o Futuro da Humanidade“, que estou adorando. Dica do meu co-orientador Marcos Cavalcanti.)

    Temos, porém, a ilusão de que a máquina do tempo é o próprio tempo.

    Miragem, oásis, ilusão.

    Confundir as coisas que pensamos com as coisas do mundo…

    Abre um espaço, separa, separa, separa…

    E, como no caso, da clínica de fisioterapia, que alguém dizia que o seu relógio estava “mais certo”, “como a hora de Brasília”, que o do outro?

    Ficamos discutindo nas migalhas, quando o universo nos olha enfastiado e com vontade de nos mandar pastar.

    (O que não seria uma má ideia.)

    Quanto mais conseguimos nos separar da máquina e do registro, mais podemos nos aproximar do Universo enquanto algo intocável, deixando o registro e as máquinas apenas para nos orientar na vida cotidiana, como mapas.

    E não nublar nossas cabeças como se os mapas fossem o próprio caminho…

    Que é o que quase sempre acontece.

    Viajei?

    Super-homem 2.0

    Aqui direto do Mega Brazil, São Paulo, a brincadeira do super-homem 2.0, falando de Conversão de empresas do mundo pré-web para o mundo pós-Web.

    DSCN5160b

    Ainda, eu, Carina e Salomão, nos preparando para a palestra.

    DSCN5161

    E mais fotos do Clark, divulgando a palestra:

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      O discurso da “maximização” da satisfação do cliente é uma falácia. Esse não é objetivo de nenhuma empresa – Revista Exame, após pesquisa sobre atendimento a consumidores – da minha coleção de frases;

    Anote: o melhor modelo para ver e conhecer como vai funcionar o capitalismo 2.0 é o site do Mercado Livre.

    Sim, este mesmo daquela propaganda do cara que vai vender algo para uma menina pela Internet e “fica” com ela.

    O site que copiou o modelo do Ebay e que já deu filhotes como a Estante Virtual – o melhor site criado no Brasil em 2009, disparado.

    Neste modelos, que fortalece pequenas empresas, autônomos, todo tipo de inovação, se vê algo fundamental:

    desconhecido pode agora compra e vende de e para desconhecidos!

    Que, a meu ver, será a nova lógica do modelo capitalista 2.0, que vai levar de roldão todo o ambiente.

    A ideia de um desconhecido não só comprar e vender de outro, mas trocar informações sobre produtos, serviços, governos, candidatos, muda bastante a lógica do jogo.

    O livro impresso, quando surgiu, que sacudiu a humanidade,  no fundo, estava baseado nisso.

    Saímos das aldeias, do papo oral e o mundo se abriu, através da chegada da voz de estranhos!

    Desconhecido lendo desconhecido, que no mundo oral, era possível, mas complicado em larga escala.

    Isso já se reflete, hoje, não daqui a 30 anos,  na perda da força das marcas,  que detalhei aqui, conforme li na revista da HSM, principal publicação capitalista brasileira.

    Ma agora é preciso ver, então, o que vai entrar no lugar da força das marcas, para uma transição.

    • Sai a reputação pela força da mídia – capitalismo 1.0;
    • E entra a reputação pela força da reputação validada em rede – capitalismo 2.0.

    Ou seja, não adianta dizer que a sua TV é boa ou que você é muito mais do que um banco.

    O pessoal vai olhar o “karma digital” da TV, do atendimento do seu banco na rede e ver se as pessoas que já compraram concordam com você.

    Ou seja,  no Mercado Livre, EBay ou Estante Virtual, vale o que realmente se faz e não o que se finge que faz.

    Faz uma compra lá e veja se não será melhor atendido que em grandes logas de marca…

    E é essa a nova lógica que esse novo ambiente de consumo vai impor, como já está fazendo,  nas empresas de forma lenta.

    Por que isso perguntam alguns desconfiados:

    O mundo está sendo abduzido por hackers secretos?

    Vou apresentar argumentos para mostrar que é uma mudança do ambiente, que leva às pessoas a outras atitudes, naturalmente:

    1) há uma mudança de tecnologia cognitiva e – como já detalhei aqui – mudanças desse tipo criam novas formas das pessoas se comunicarem e todo o resto: se relacionar, comprar, pensar, vender, etc;

    Não há essa mudança?

    Ok, ponto 2:

    2) essa nova tecnologia cognitiva traz três coisas fundamentais:

    a) permite que as pessoas armazenem em um ambiente público (Internet) coisas que qualquer um pode ler, bastando estar Googlável;

    b) as pessoas desconhecidas trocam impressões, via computador, o que só era possível pessoalmente e por regiões, ou através, de mídias dominadas de interesses contra (ou pelo menos não tão a favor) do consumidor/cidadão;

    c) e, além disso, o registro que é feito, muitas vezes, como é o caso da Amazon e de alguns sites no Brasil – com a exceção do Submarino e outros – fica acoplado ao próprio produto. Ou seja, você vai comprar e no mesmo lugar tem uma porção de gente dizendo o que sabe, viu, experimentou sobre aquilo.

    Estes três fatores, inéditos no planeta, mudam a forma de consumir.

    E quebra a maneira tradicional de vender e se promover (marketing, via mídia de massa.)

    Obriga as empresas a sair da reputação pela mídia, do enrolation.

    E entrar na do verdaderation.

    Tem espaço para manipular?

    Hummmm, até tem, ainda, bastante.

    A mídia tradicional ainda é muito forte, mais do que a Internet, mas a tendência é ir se equilibrando, mais e mais, e a Internet chegar na Tv.

    Se formos, por exemplo,  criar um termômetro do enrolationmetrômetro.

    O mercúrio tá indo cada vez mais para baixo, quanto mais o consumidor/cidadão aprende, se conecta, troca, armazena e todos Googueiam.

    Por tendência, teremos cada vez menos enrolation e mais verdaderation, que é uma das marcas do novo capitalismo 2.0 que está pintando no horizonte, como discutimos aqui.

    Não por vontade própria, mas por imposição do novo ambiente,que precisa dar conta de 7 bilhões de bocas.

    Concordas?

    Diário de blog:

    Passo a usar o conceito de tecnologia cognitiva, substituindo tecnologias de comunicação e informação, pois é  mais curto e mais integrador. A ideia de que o novo capitalismo se transforma num grande “mercado livre” é nova também. E se reforça mais o termo “enrolation” pejorativo para brincar com o modelo de mídia passado. O Transformation é novo também.

    O gênio da última hora / É o idiota do ano seguinte – Titãs, da minha coleção de frases;

    Ando pensando muito sobre a frase do Gullar, que segue uma linha moderna filosófica de várias verdades:

    “A vida é inventada”.

    O Marcelo Gleiser levanta outra lebre na mesma direção.

    Não existe uma verdade a ser descoberta.

    Não haverá nunca verdade, pois a Ciência é histórica. Ou seja, é limitada pelas cognições e instrumentos de cada época.

    • Ontem = z;
    • Hoje = x;
    • Amanhã = y.

    Sempre estaremos  adiante do passado e na fila do futuro.

    (Obviamente, as pessoas que têm contato com as últimas novidades, pois temos diversidades de tribos que ainda não tem nem escrita no mundo.)

    Seria as várias representações da realidade da hora.

    Ou como os Titãs, intuitivamente, dizem, na “A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana“:

    O gênio da última hora / É o idiota do ano seguinte

    Entretanto, apesar de concordar com o Gullar e com o Gleiser, iria além.

    A realidade é inventada e histórica.

    Ok, certíssimo.

    Mas é negociada!!!

    Cada um tem a sua, dentro da sua caixa de senso comum, que chamamos ingenuamente de bom senso, mas é preciso defendê-la a cada dia diante do outro.

    Levamos ao mundo nosso ponto de vista, querendo ou não, mesmo quando nos calamos, ao concordar, ou discordar.

    E, nesse diário teste/comprovação, vamos alterando ou confirmando, aceitando realidades mais gerais e escolhendo o nicho de realidade em que queremos viver, entre aqueles que “aceitam” nosso ponto de vista que nos faz melhor e nos ajude de alguma forma a sobreviver.

    (São as redes sociais de proteção nas quais entramos, tais como Igrejas, grupos de anônimos, ONGs, partidos, etc…)

    Quanto mais fechado e dogmática é essa escolha menos negociada passa a ser e mais radical fica a pessoa ou o grupo diante dos outros e da sociedade.

    (A Internet, como o livro impresso, nos tiram desse espaço fechado, por isso abrem a porteira dessa possibilidade tão grande.)

    A sociedade é o resultado dessa eterna negociação que vai andando de lá para cá, conforme um determinado grupo consegue impor seu ponto de vista a todo o resto, ou pelo convencimento, ou pela força.

    (Entre o convencimento e a força existem milhares de variáveis, pois o poder de mídia, sem retorno, também é, de certa forma, pela força de ideias fechadas.)

    Ou seja, podemos entender o mundo entre milhares, ou milhões, de tribos diferentes, com cada um vendo o mundo sob um determinado ponto de vista, numa teia gigantesca negociada para vivermos cada um nos seus mundos, com alguns pontos de contatos negociados.

    E é isso que a Internet traz de radical.

    • a) permite que cada um exponha o seu mundo para os outros, coisa difícil anteriormente;
    • b) que tribos se articulem a distância, antes de forma impossível, e possam exercer mais influência no mundo;
    • c) e que o mundo, assim, acaba ficando mais rico, pois termina, de fato, diferenças regionais –  muitas vezes mais impostas do que reais –  e cria um novo cenário de tribos que compartilham outras possibilidades de pontos de vista.

    Quando temos uma sala de aula, por exemplo, trazemos um conjunto de realidades e vamos negociando uma que sirva aquele grupo, formando uma nova tribo que aceita aquela “verdade” como a mais aceitável.

    E todos saem renovados, quando há o diálogo, com a tecla F5, do refresh, teclada com novos pontos de vistas a serem negociados em seus diferentes ambientes, que é o papel dos agentes de mudança.

    Quando uma agente de mudança fica só e isolado, acaba por ser “abduzido” pelo ambiente, pela força do grupo, a não ser que consiga trocar com outros que pensem igual, fazendo uma tribo, ou tenha uma capacidade enorme de abstração e persistência.

    Viagem?

    Desenvolvemos mais depois.

    Que dizes?

    Qual é a tua verdade para negociarmos aqui uma que nos satisfaça?

    Terminamos o primeiro dia.

    O grande desafio se resume o que a Viviane comentou:

    Precisamos ver como as ferramentas se adaptam à nossa realidade.

    E eu retruquei:

    Infelizmente, ou felizmente, agora as Instituições governamentais  têm que mudar a sua realidade, em função das novas ferramentas, que criam uma nova forma de controle informacional. É o contrário, difícil de aceitar, mas é. ;(

    Difícil, sim, mas quanto mais espalharmos, melhora.

    Amanhã, tem mais!

    Links que foram apresentados em aula:

    O segundo dia começou com a apresentação detalhada do Case da Dataprev e uma discussão de uso similar nas Instituições presentes (ANAC, Ministério da Justiça, INPI e Eletrobras.).

    Na segunda parte do dia,  o pessoal está tenando responder a quatro questões sobre Governo 2.0:

    • Por que mudar?
    • Mudar para onde?
    • Como começar?
    • Como medir?

    Eis a turma no terraço do Othon:


    Cada geração, vivendo com os problemas do presente, interroga o passado pensando em suas próprias questões
    – Peter Burk, da minha coleção de frases;

    Existem várias formas de olharmos para o passado e registrar a história.

    Podemos estudar pessoas, grandes personalidades, os impérios, as lutas de classe.

    De fato, não olhamos a história sem antes termos um ponto de vista de exatamente o que vamos olhar – uma lógica de como o mundo evolui.

    O que chamamos teoria da história, antes de olhar para ela propriamente dita. Ou seja, olhamos com determinado óculos (dada teoria).

    E, só então, tentamos criar um cenário que nos faça compreender basicamente o presente e, tentar, estarmos melhor preparados para o futuro.

    E aí vem o papel da história na história. 🙂

    Os historiadores procuram entender por que os fatos aconteceram daquela maneira. Traçar determinadas lógicas que possibilitem entender como as coisas caminham, o que pode ser evitado, alterado, etc.

    Mas há um hiato do papel das rupturas das tecnologias cognitivas.

    E é fácil entender o motivo.

    Elas são raras.

    Porém, quando acontecem, são como Tsunamis –  poderosas.

    Diria, assim,  que não se consegue-se entender o Holocausto, a II Guerra, ou mesmo a chegada do homem da Lua, em função de ruptura das tecnologias cognitivas não são causa direta, mas indireta.

    Estes fatos históricos e até evolução de outras tecnologias, diria, são fenômenos do que vou chamar de  “micro-história”. Ou seja, fatos que se sucedem entre mudanças radicais das tecnologias cognitivas, que criam um ambiente de conhecimento para que vários acontecimentos ocorram entre elas.

    Portanto, só é possível entender a micro-história, se levarmos em consideração as mudanças nas tecnologias cognitivas, que criam uma espécie de macro-história, pois quando seu muda a plataforma de conhecimento, influencia-se todo o resto.

    Há estudos sobre a história das tecnologias e seu impacto na sociedade, mas as tecnologias cognitivas geralmente são colocadas de lado.

    Entretanto, são o centro, a base, para que todo o resto aconteça.

    Para produzir qualquer coisa precisamos conhecer e para conhecer precisamos expandir nossa capacidade cognitiva com tecnologias (fala, escrita, livro, computador, etc.)

    Quando mudam, nos permitem expandir o cérebro,  memória, e, portanto,  dotá-los de mais capacidade.

    Assim, mudanças nas tecnologias cognitivas significam mudança no tabuleiro geral.

    E não apenas nas regras do jogo!

    Digamos que se jogarmos uma pedra em um lago, a mudança da tecnologia cognitva é o centro que inicia as ondas. E o resto são as ondas que se propagam, a partir do primeiro impacto.

    Obviamente, que há um cruzamento entre tudo isso, mas que deve ser aprofundado, a partir dessa graduação.

    Hoje, a história não leva isso em conta e, por isso, o fenômeno da Internet não cabe em suas teorias. Da mesma maneira que a Ciência da Comunicação e, por sua vez, as Ciências Humanas.

    A Internet está obrigando a sociedade a ver o passado de nova maneira, por isso será necessário dar um F5, um “refresh” na maneira que olhamos a história, na própria teoria da história,  para, só então, voltarmos ao passado e começarmos a olhar tudo de novo de outra maneira.

    (Fenômenos sociais inesperados exercem esse papel, já que a Internet não precisou pedir licença a ninguém para tomar posse do planeta.)

    A vida rola e as teorias correm atrás se reformulando!

    Ainda mais quando as tecnologias cognitivas que eram lentas, passam a ser velozes, como lebre, que é também um fato novo, que encurta distância entre as eras.

    E aumenta o cruzamento entre a micro e a macro-história!

    Você, vai ficar aí parado? Ou vai comentar abaixo? 🙂

    Diário de blog:

    Conceito da macro-história e micro-história é novo, pois ajuda a perceber que a história das tecnologias cognitivas são maiores e esparsas e o resto vai no miúdo. Vivemos uma época de uma mudança na macro-história, o que nos dificulta ver sua dimensão.

    Dig 6 – aula 2


    Apresentamos o filme Lutero, fizemos uma ótima discussão.

    Que passa por  necessidade, diante da rede, de refazer teorias de comunicação e da história, que incorporem uma explicação plausível da Internet.

    Vou postar mais sobre isso no blog no decorrer desta semana.

    O filme ajuda a olhar para o passado e trazer o presente.

    Leiam mais aqui.

    E ainda aqui também.

    No filme, saquei coisas novas (e olha que já vi 20 vezes):

    Rola uma discussão interessante sobre reforma e reconstrução, a primeira permite uma mudança cognitiva e a outra apenas algo para fora, como construir uma Basílica, mas não rever os valores da Igreja.

    Lutero propõem um novo olhar, o Papa não quer olhar, quer continuar e fazer fumaça com uma catedral.

    Tem um personagem interessante que é um cardeal que acha que a Igreja precisa de um Lutero, mas tem, no seu lugar, um papa que quer fazer fumaça, se endivida e não leva ninguém a lugar nenhum.

    Não tinha dimensão histórica.

    Lutero, talvez não tivesse também, mas era honesto em ver as escrituras de uma nova maneira.

    Uma mídia de oxigenação social, como é o caso da Internet, traz novas ideias à sociedade e, por causa disso, inicia um processo geral de reforma de valores antigos.

    Ou seja, não é a tecnologia, mas o canal de novas ideias que se abre que possibilita a mudança.

    Na parte da tarde, entramos na discussão o que é realidade?

    Coloquei cada um, depois dupla, depois quadras, até chegarmos ao grupo de 8 para o debate coletivo.

    Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
    Realidade é uma percepção de mundo. É tudo aquilo em que se acredita. Realidade é a percepção dinâmica e subjetiva de estímulos diversos, que, quando interpretados da mesma maneira por várias pessoas constrói o senso comum.


    • BLOG – Entenda a revolução que vai mudar seu mundo – Hugh Hewitt;

    Análise história sobre os fenômenos do blog, comparando, inclusive, com Lutero.

    Quanto mais rápida é a alteração técnica, mas nos parece vir do exterior – Pierre Lévy, da minha coleção de frases.

    (Dando continuidade às reflexões depois de um intenso debate esta semana  com gestores  do Santo Inácio e vários colégios Jesuítas do Brasil, para o qual, iniciei minhas reflexões aqui, dou continuidade.)

    Não damos valor às nossas mães.

    Aliás, a minha, que infelizmente já faleceu, sempre me dizia isso.

    O que me deixava sempre tenso:

    “Você só vai me dar valor quando eu morrer”.

    E, de fato, foi verdade, pois há no amor de mãe algo especial, que não nos damos conta, a não ser quando não se tem mais.

    O que ela queria dizer, de fato?

    Não damos valor às coisas cotidianas. Elas fazem parte. Estão ali e colocamos na conta daquilo que já é.

    Que não nos preocupamos, tal como o amor materno e tantas outras.

    (O que nos levaria a uma discussão de sabedoria de vida, que não entra aqui na roda, neste momento.)

    Assim, a comunicação é uma mãe, sob esse ponto de vista.

    Só damos valor a ela, quando não temos mais. 😉

    Celular sem sinal, Internet sem conexão, telefone mudo ou quando estamos afônicos. Nesse momento, vemos o quanto dependemos dela para viver.

    E por isso é tão difícil, como tem sido nas minhas palestras, as pessoas levarem em conta e aceitarem o peso real de uma mudança do porte da Internet – como um fator fundamental para marcar a história humana.

    A história que estudamos na escola passa longe das mudanças de comunicação para explicar o mundo.

    Teve Cabral, Colombo…Não teve Gutemberg… 🙂

    Essa teoria é recente, que veio basicamente com Lévy, um gênio, que saca que a Internet é uma ruptura igual à chegada da fala e da escrita, criando uma nova Ecologia Informacional, uma nova era, ou quem sabe, como estamos em uma civilização globalizada, uma nova era civilizacional.

    Pierre Lévy - leiam Cibercultura

    Lévy ali refaz o estudo histórico, introduzindo um ponto de vista fundamental como fator de compreensão de determinados fenômenos.

    Sem Lévy e suas ideias, seguidas por Castells e outros, não conseguimos entender o mundo atual.

    Ponto.

    (Falo mais sobre a nova visão histórica, a partir da Internet, no próximo post.)

    Assim, mudanças de comunicação não fazem parte dos conceitos fundamentais dos estudiosos da história e da sociedade.

    A comunicação é como nossa mãe: sub-valorizada, pelo cotidiano.

    Mas é justamente esse o poder dela: sua invisibilidade, sua entrada em cada um dos cantos de todo o planeta.

    Muda-se a forma, o DNA  e plact-plink-zum, muda-se a forma que nos relacionamos em sociedade. 😉

    Desde a forma que trocamos figurinha do álbum da copa pelo Twitter, à organização das cidades americanas, via rede colaborativa, na Era Obama.

    Cappice?

    Alguns autores (Peter Burk é um deles)  sugerem que os comunicadores estudem histórias e os historiadores vice-versa.

    Sim, bom, bom, bom.

    Essa é a necessidade premente da nossa sociedade, pois o mundo está mudando demais por algo que não damos bola, tal como a nossa mãe, ou melhor, nosso banal, cotidiano e trivial ambiente de comunicação, que sem ele não somos nada.

    Ou como dizia o Evandro Mesquita: nada, nada, nada.

    Quando a forma de se comunicar muda, ou se enfraquece, tudo se abala.

    E só então cai a ficha, mas aí Inês (ou a mãe) é morta.

    Não é fato?

    Diário de blog:

    Aprofundamento de quanto é relevante essa nova visão histórica para compreensão do fenômeno Internet. E qual é, assim, a dificuldade que temos de dar a chegada dela e a relevância que merece.

    Acho um grande avanço da argumentação como força de convencimento.

    No post seguinte, falo da ideia de macro e micro história. A ver.

    • A essência do 2.0 é dar poder a quem tem que ter o poder. Todo o resto é acessório, dando suporte a esse processo – André Cardoso – da minha coleção de frases.

    Ontem, conversei com  gestores  do Santo Inácio e vários colégios Jesuítas do Brasil, num lugar lindo no alto de São Conrado, coberto de verdes, montanhas e nuvens.

    Tentei passar conceitos e um dos pontos emperrou.

    “Estrutura de poder”.

    Lá pelas tantas, alguém afirmava que não acreditava em mudanças na estrutura de poder da atual sociedade.

    Depois que cair a ficha do que se havia entendido com “estrutura de poder“, que pude desatar o nó.

    O que afirmei é que está em curso uma rearrumação na estrutura de poder dentro do âmbito do capitalismo, não por causa da rede, como tecnologia, mas pelo canal de troca de ideias que se abre a partir dela.

    Fiz a metáfora de um aeroporto novo que permite (veja o verbo que indica possibilidade e não fato) que os aviões voem, mas se eles vão voar depende muito de pilotos que queiram tirá-los do chão!

    É sempre bom definir conceitos.

    O que tenho tentando demonstrar, enfim,  é que existe uma ENORME, uma GIGANTESCA possibilidade de termos uma ruptura na nossa civilização, criando outra.

    Por quê?

    • 1) estamos aprendendo que as civilizações se estruturam, a partir de dado domínio da mídia;
    • 2) que este domínio se dá pelo conhecimento de mídias estabelecidas, que servem de forte indutora de conceitos para manter a sociedade do jeito que está, ou promover mudanças controladas, superando crises;
    • 3) que raramente, mas ocorrem na sociedade, rupturas, através do surgimento de um nova forma de troca de ideias, completamente anárquica, em relação ao modelo passado, aberta, que permite circular na sociedade novas ideias sem o controle do poder estabelecido, a partir de uma nova mídia que surge e é largamente adotada (livro impresso e Internet).

    Nesse momento, há uma reestruturação da maneira de se controlar a informação na sociedade. E essas mudanças de controle – O DNA da forma de exercer o poder – se espalha como fogo.

    Na sequência, o novo DNA vai se mostrando econômicamente mais apto para resolver problemas de todo o tipo e vai ganhando adeptos, reestruturando a forma que organizamos a sociedade de cabo a rabo.

    No século passado, os mentores do sistema capitalista viram que discutir seus problemas era algo complicado, pois existia uma alternativa: o  comunismo –  uma forma nova de gerir os meios de produção.

    (Por isso Paulo Freire foi tão apedrejado.)

    A roda girou, o socialismo real se mostrou ineficiente na sua forma de produção e o mundo, pela primeira vez, adota um único sistema econômico em todo o globo.

    Isso relaxa o capitalismo que agora pode ser criticado sem medo.

    Interessa para sua evolução.

    Yes, nós temos problemas, venham a mim as criancinhas e os errinhos! 🙂

    E agora vamos assitir a um jogo interessante.

    Capitalismo “A” X  Capitalismo “B”.

    Ou o capitalismo baseado em um modelo de controle da informação pré-web (que chamamos de mundo 1.0) e outro que vai adotar o modelo de controle da informação pós-web (mundo 2.0).

    Haverá, assim, nesse momento de passagem de um capitalismo para outro (que pode ganhar outro nome)  a necessidade de mudança em toda a forma de se exercer dado poder em todos os ambientes sociais: político, econômico e social, onde se inclui a escola, que era o tema central da palestra.

    Não, não é algo para se ver na quinta que vem.

    É algo que está por aí, pipocando, sem muita gente se dar conta.

    E que vai marcar o pano de fundo das disputas políticas da sociedade, com o surgimento de partidos que levem essa bandeira, como é o caso dos Partidos Piratas, que começam a emergir, similar aos verdes, que despontaram em décadas passadas.

    Esse bastidor ainda não aparece fortemente na mídia de forma clara, pois é algo que ainda não se consolidou como uma teoria válida na sociedade.

    É uma teoria periférica (saindo do mundo web para fora)  que ganha, aos poucos, mais e mais espaço dentro de um conjunto de pessoas mais antenadas.

    Perguntarias:

    O  capitalismo 2.0  é melhor do que o anterior?

    O novo  capitalismo não é bom ou ruim, melhor ou pior, é mais ADEQUADO a um mundo conectado, com um sistema único, na qual todos os países são inter-dependente, portanto, complexo, populoso e à beira de uma crise ecológica e social (pela exclusão), que o pressiona cada vez mais, vide crises do clima e de migrações.

    De fato, a  nova forma de controle viabiliza – de forma barata e com ganhos positivos para a motivação humana – a superação de problemas, agora em redes colaborativas.

    O porém: mexe no modelo de controle da informação que estamos acostumados, cria mais partipação por necessidade, o que “democratiza” a forma como nos organizamos.

    Por isso, embola tudo, pois mexe no âmago e no ego de quem o detém.

    E, óbvio, nos seus interesses.

    Não vai se ganhar dinheiro?

    Claro que vai, pois precisamos viver!

    Mas de outra maneira, não da forma atual, que está emperrando mil processos.

    Prevejo revisão no modelo de ética do lucro, do papel do acionista, do consumidor e dos colaboradores internos.

    Vão ficar todos cada vez mais próximos um do outros.

    Assim o capitalismo 2.0 , não será mais bonito, vistoso, ético, elegante, apenas mais  adequado ao mundo cada vez mais complexo que estamos entrando.

    As equações para os problemas complexos atuais não fecham com soluções hierárquicas, que são lentas, caras, desmotivantes.

    São fechaduras do século XXI que pedem novas chaves!

    Assim, podemos dizer que entramos em um novo mundo bi-new-polarizado.

    • Antes era socialismo x capitalismo.
    • Hoje é capitalismo hierárquico e vertical x capitalismo horizontal e em rede.

    A disputa já começou.

    Na política, Obama X Bush já foi algo nessa direção.

    Sutil, de leve, mas foi.

    Aqui no Brasil, infelizmente, ninguém da política acordou para essa dicotomia.

    Nem a Marina, a mais ecológica dos três.

    Tristes trópicos!

    Esse jogo vai ficar mais claro com o tempo.

    Sou vidente?

    Não, leio apenas na única bola de cristal que temos no mundo: a história!

    E compara-se banana com banana, mídia de oxigenação social, com mídia de oxigenação social.

    Lá, se vê um mundo pós-Idade Média com uma ruptura do controle da informação, com a popularização da escrita, que refez a civilização, criando, inclusive, o próprio capitalismo e o modelo da sociedade que temos hoje.

    Agora é a vez do computador em rede virar arma de mudança, com a popularização do mundo digital, no qual muitos se articulam com muitos a distância.

    E cada um pode, quando menos se espera, ter audiência global, com um celular que custa dez “real”.

    Portanto, apertem os cintos, mexeram no processador da placa-mãe do mundo: o controle da informação!!!

    (Um queijo e tanto.)

    O resto vem na aba.

    Concordas?

    Diário de blog:

    Tem algumas novidades nas minhas reflexões neste post.
    Primeiro, a percepção das consequências do fim do sonho REAL do  socialismo, como uma alternativa válida.

    Isso abre o “coração” do sistema atual para se repensar na mesma base, todo mundo, teoricamente, do mesmo lado.

    Depois, é novo também a percepção que no século XXI teremos um embate entre dois capitalismos, será a briga política da vez.

    E, óbvio, continuo dizendo algumas coisas iguais, de outra forma, a partir da interação e da aprendizagem de como fica mais fácil estabelecer canais de sincronismo com as pessoas dos mais diferentes perfis, no caso aqui, educadores, que tem um poder de crítica mais aguçado.

    O que eu agradeço bastante.

    O que mais quero é ser bem criticado!


    Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época –
    Chris Anderson, da minha coleção de frases.

    Galera, assistimos, até o momento, a fase 1 da nova civilização.

    Colocamos na mão de bilhões de usuários, um computador em rede e a maioria deles já se sente à vontade para usar.

    Decreta-se o fim de uma etapa.

    (Sim, tem outros bilhões que ainda não chegaram e deve-se ter políticas para isso.)

    Outro dia um repórter me perguntou se ainda existem oportunidades para pequenos empresários na Internet.

    Ri e disse que tudo estava apenas começando.

    (Há um mercadaço para transformar o mundo 1.0 para 2.0, todas as empresas, cidades, etc…)

    O problema é que achamos que a mudança atual é tecnológica.

    Termina nela mesma.

    Porém, a fase, digamos mais fácil, por incrível que pareça foi essa.

    Adotamos a tecnologia, mas não mudamos a nossa maneira de pensar.

    Adotamos e adaptamos o computador ao nosso jeito e não o contrário,

    Agora, entretanto, vem a fase II: mudanças sociais.

    E isso implica mudança cognitiva.

    Tudo vai bem, se não tenho que mudar a maneira que vejo o mundo e ajo.

    Mas para fazer isso, preciso passar por um longo ciclo.

    • a) ser coo-vencido;
    • b) ver o que preciso fazer, primeiro passo;
    • c) dá-lo efetivamente.

    Isso leva tempo.

    Muita gente vai começar a achar que a onda passou e vamos continuar do jeito que estávamos.

    O problema que o empoderamento da população com armas democráticas, tal como blogs, twitters, comunidades vão começar a cobrar mudanças.

    Semana passada, o líder do governo do Senado disse que o projeto 2.0 Fichas Sujas, que teve mais de 1 milhão de assinaturas não é do “Governo”, mas da “Sociedade”.

    As cartas dos leitores nos jornais perguntam: o governo não é do povo e em seu nome será exercido?

    Claro que não!

    Isso é uma mentira, que foi sustentada em um tempo que o cidadão não tinha armas cognitivas comunicacionais na mão.

    Que havia um tipo de controle da mídia que esse tipo de mentira era senso comum.

    Agora tem e começa-se a ter força e voz quem não concorda e diz outra verdade.

    E vão aprender a usar essas armas para, de fato, mudar e não apenas reclamar.

    É isso que começa a rondar a cabeça das pessoas….e de vários novos líderes por aí, com ideias, projetos, sugestões, produtos….

    A mesma coisa é a escandalosa e verdadeira matéria na Exame, na qual diz com todas as letras:

    O discurso da “maximização” da satisfação do cliente é uma falácia. Esse não é objetivo de nenhuma empresa – Revista Exame, após pesquisa sobre atendimento a consumidores;

    Caraca, note que não é um texto do jornal do PSOL, mas da Exame!

    O consumidor vai cobrar agora que ele volte à ter razão. E isso estará cada vez mais em pauta e se procurará empresas que queiram entender a nova lógica, bem como, se articular para que mudanças ocorram.

    É a fase II:

    Como faço para que mudemos o mundo, a partir da  casa das pessoas, com meu teclado e mouse?

    A fase que entramos agora será em ritmo muito mais lento, pois trata-se agora da briga objetiva e concreta entre duas visões de mundo.

    O capitalismo pré-ruptura do controle informacional x o capitalismo pós-descontrole, já que o socialismo não está mais na roda.

    (Blogo sobre isso depois.)

    Uma briga de cachorro grande que podemos ajudar, tendo compaixão com os que querem resistir, ajudar quem pode vir a ser excluído e garantir que a humanidade que possa vir seja um pouco melhor do que a atual com os novos paradigmas.


    A imaginação é mais importante que o conhecimentoEinstein, da minha coleção de frases.

    Saiu nos jornais o caso da menina que não envelhece.

    Tem 17 anos, mas continua com corpo de 1.

    Os cientistas ficaram curiosos.

    É um fenômeno novo da vida, que precisa de uma teoria, que o explique.

    A Internet é algo parecido.

    Nenhuma ciência tinha uma explicação a dar, ou a previu.

    É do ponto de vista científico das ciências humanas, uma aberração social.

    E é preciso delineá-la, pois, a princípio, parece estar alterando a nossa sociedade de alguma maneira.

    Ou não?

    Quando desenvolvo a teoria de que o ambiente de conhecimento, de troca de ideias, oxigenando a sociedade, trazido pela a Internet, mudará a nossa civilização, pois muda a forma que exercemos o controle da informação, parte ouve, parte não sabe, parte vai pensar.

    Outro dia uma repórter me perguntou:

    Você acredita MESMO nisso?

    Eu retruquei que quem acredita é crente.

    Aquele que tem fé.

    Eu acho provável, a partir do muito que li (não foi uma inspiração que tive no jardim depois de um chá de cogumelo), de vários autores que acham isso também, entre eles Castells, Lévy, Bell, Anderson, etc….

    Muitos  comparam a revolução do livro impresso com a Internet, pois nos dois casos tivemos rupturas involuntárias da sociedade do controle da informação.

    De fato, é difícil aceitar – pois trabalhamos muito no dia a dia – em algo muda tanto, logo agora e não antes.

    Por que eu? Comigo? Justo nesse momento?

    É preciso abstração ( e muita ) para aceitar algo tão exótico.

    Porém, o guru da gestão Peter Drucker tem uma teoria que acho válida para hipóteses  desse tipo, algo sábio:

    Hipóteses não discutimos com elas, apenas a testamos!

    E complementa:

    Verificamos quais as hipóteses que são sustentáveis e, portanto, dignas de consideração mais séria, e quais as eliminadas pelo primeiro teste em relação à experiência observável.

    Ou seja, diante das mudanças por cima, tudo que temos visto de alterações nas últimas duas décadas, provocada pelo descontrole da informação trazido pela rede.

    E, por baixo, a maneira que a juventude lida com o conhecimento de forma livre, colaborativa e dinâmica, a meu ver, nos leva a quase uma obrigação:

    Onde tudo isso vai dar?

    Tentar entender melhor esse fenômeno para traçar estratégias futuras.

    Pode inventar uma, mas não ignorar esse importante fator ao se pensar o futuro. Ou você acha que pode?

    Seria prudente, começar a testar a hipótese que algo muito maior do que imaginamos está por vir.

    Não é uma nova civilização, tudo bem.

    É o que então?

    Desenvolvam.

    A menina que não envelhece e uma sociedade que muda radicalmente a olhos vistos, no mínimo, merecem uma boa teoria, concordam?

    Concluo com outra frase que li no fim de semana e que também foi para a minha coleção:

    Se o raio não obedece ao planejamento, então que o planejamento obedeça o raio – José Miguel Wisnik;

    Dig 6: Aula 1

    Pessoal,

    muitas coisas bacanas no encontro.

    Turma interessada e motivada.

    Uma que gostei é que o mundo das Marcas vive um grande mercado livre, que saímos do mundo da força da mídia para a da reputação.

    Bom, as dicas:

    Matéria do valor sobre a visão dos gerentes de comunicação sobre redes sociais;

    Globo participativo – entrevista com Paulo Mussoi do Globo;
    Aloy – experiência sobre o Globo, jornalismo participativo.
    HSM mtéria de marcas perdendo o valor.
    Fiat mio na Exame

    Vergonha 1.0

    Quem não cria oportunidades de reflexão sobre as dificuldades ortográficas do idioma não pode nunca exigir que o aluno escreva certo – Artur Gomes de Morais da minha coleção de frases;

    Implantamos um projeto de blogs em uma empresa.

    Cada funcionário tinha o seu.

    E uma cliente, que coordenava o projeto, confessou:

    “Nossa,  tremi no meu primeiro post!”.

    A outra:

    “Não publiquei nada, pois ainda não está consolidado”.

    A geração-fu (aquela que não nasceu na Internet, mas esta caiu em cima delas) tem vergonha.

    Uma vergonha 1.0.

    Fomos educado em um mundo consolidado.

    No qual, mais importante do que o jogo, importava-se se o uniforme estava adequado.

    Revisava-se muito.

    Deixa ver se está bom.

    Pera, ainda não.

    Depois.

    Havia a vergonha, o medo de errar.

    O tempo era o de cidade do interior.

    Pouca gente, pouco movimento, poucos incidentes ou acidentes….

    De todo mundo de tarde na pracinha, olhando as andorinhas.

    O mundo hoje é um grande rascunho.

    Passamos do:

    Revisa antes de publicar…

    …para o: publica-se  e depois vai revisando.

    (Por isso dei o nome no meu blog de rascunhos compartilhados.)

    Ontem mesmo o Ivan me mandou um email, sugerindo correções em alguns termos de um artigo.

    Estava certo!

    Fui lá e arrumei.

    Acontece, às vezes, de um Twitter conter erros de revisão, na pressa…

    Eu sei que isso faz parte do fluxo.

    Tem coisa errada no blog?

    Com certeza, atualizo minhas ideias todos os dias e isso tem um preço.

    E daí?

    Não é rascunho?

    Lê quem quer….ajuda quem pode e se incomoda quem não está no jogo, preocupado se as meias estão encardidas…

    Um blog (ou qualquer ferramenta de publicação aberta/barata), que serão as ferramentas que mais e mais serão as armas dos pensadores 2.0 (individualmente e coletivamente), não precisam conter  consolidações.

    É um tornar-se.

    O texto aqui é um canal aberto para discutir, para agregar gente.

    Não vale em si mesmo, mas como um trampolim para o pulo.

    Ah, tá errado aqui e ali, ajeita-se, naquilo que atrapalha, que é descoberto.

    É tão fácil….

    A vida não é assim?

    Ninguém é 100%….

    Se formos esperar consolidações, o trem passa por cima.

    A vida não é consolidação, é movimento.

    Claro, que se for uma ponte é bom que esteja pronta para passar carro. 😉

    Mas não é o caso de um post. expressão de ideias fluidas, que é um espaço de debate.

    Tem um outro fim – não em si mesmo.

    É degrau, não escada.

    (Veja mais a polêmica do conhecimento como um fim em si mesmo.)

    Aprendemos, por exemplo, na escola o português, como se fôssemos dar aula de português.

    O objeto direto imperfeito subordinado ao que mesmo?

    A língua é uma ferramenta de troca, dinâmico.

    Na escola, cria-se um elefante, aonde deveria ter um rato!

    (Ensina-se a se expressar, quem quiser dar aula de português, entra fundo na gramática. Ou vai-se na gramática para resolver problemas de escrita. E não o contrário, como é hoje!)

    Hoje a escrita na web, que será o espaço majoritário de expressão, deve ser entendida, aqui, quase como um discurso oral/escrito, que vai se consolidando e ajudando a posicionar, refletir e discutir.

    Claro que não é erro proposital, mas como parte integrante do processo.

    A nova geração tá nessa.

    Tem outro tipo de vergonha, mas não a de se expor ou de errar.

    Uma vergonha 2.0, pós-web!

    O ambiente pede isso, colaboração e velocidade.

    Seremos um mundo pior?

    Não, mais adequado.

    A vida se adequa ao meio.

    Gostemos, ou não.

    Diário do blog:

    A novidade deste post é a expressão “geração-fu”, pois muita gente vê tanta mudança e se pergunta: logo agora, não podiam esperar um pouco? 😉

    Que dizes?

    Pensar pela própria cabeça implica o enfrentamento dos dogmas – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;

    tapete

    Pessoal, bem vind@s.

    Teremos encontros nos dias:

    15, 22 e 29/05.

    São três sábados.

    Vamos tentar nas aulas nos “coovencer” sobre:

    • – o tamanho da ruptura que estamos passando;
    • – o que vai dar a possibilidade de fazer cenário;
    • – que é algo fundamental para definir estratégias.

    Vamos passar o filme Lutero. Quem quiser ver antes, tem no Youtube.

    Bibliografia recomendada está aqui.

    Bom, a única regra para nossa interação 2.0:

    • não será permitido o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula, nem ligar o computador e nem, celular (desliguem, please). Discuti os motivos disso aqui. O objetivo é interação total entre alunos-alunos, alunos-professor, evitando a “zumbilândia” de gente conectado com o além. 🙂

    A chamada será feita ao final de cada encontro.

    Nossa avaliação final será feita, assim:

    • Quem for aos 3 dias , leva 7 (quem faltar um dia perde  2,3). Ou seja, quem for a todos os encontros, passa, relaxem e se concentrem em curtir;
    • Quem faltar, fica “devendo” para a turma e tem que fazer o resumo de algum encontro para colocar disponível on-line e recuperar os pontos perdidos. O resumo deve ser colocado neste blog, no comentário do post referente ao encontro escolhido;
    • o  canal de interação dos alunos comigo será sempre este blog, vou postar ao final de cada encontro um texto e quem comentar se candidata a ganhar pontuação pela “participação on-line”.
    • E isso define os outros 1,5 pontos, que será feito pela participação dos alunos comentando e participando da discussão que rola na turma neste blog;
    • Por fim, o 1,5 restantes, para levar 10, será adotado o critério, a partir da participação presencial de cada um durante os encontros.

    Os alunos se auto-avaliam no final dos encontros e dão uma nota.

    Eu dou uma olhada, concordo, ou não, e já lanço na pauta, fechando nossa atividade no último dia.

    Sobre a avaliação, vejam a experiência passada.

    Já é, salvo engano, a minha terceira turma na Facha.

    As outras interações com as outras turmas, foram ótimas, podem ser vistas por aqui.

    No último dia, tem foto com todos.

    Dúvidas?

    Comentem.

      Não é possível que o país de Paulo Freire não consiga criar uma pedagogia que ensine de fato as crianças – Edmar Bacha;

    Galera, continuo nessa discussão da futura escola que anda pingando no blog de diversas maneiras, a partir das palestras do Santo Inácio.

    Temos um debate fundamental, conceitual, filosófica de fundo, que já abordei um pouco aqui.

    Mas vamos recolocar de outra maneira a questão.

    Conhecimento para a maioria é fim em si mesmo.

    Quanto mais conhecimento, melhor será a pessoa.

    Quanto mais ler, mais estará “pronta” para o mundo.

    É o conhecimento bancário (Freire), acumulativo, quantitativo.

    Quanto mais sei, sou.

    (Bom lembrar que Hitler tinha uma biblioteca de 36 mil livros, o que mostrou que conhecimento nem sempre nos torna melhor, caindo por terra uma corrente iluminista que acreditava no mito de quanto mais eu leio, mas sábio sou.)

    Para outros (onde me incluo) conhecimento deve ser meio.

    Quem geralmente vê conhecimento em si mesmo, não leva em conta que nosso cérebro é uma arma competitiva para sobreviver e viver melhor.

    É a velha corrente da Rapunzel, que vai ficar lá no alto da torre, olhando o pessoal lá embaixo pedindo para que jogue a transa.

    (Seria essa a torre de marfim perdida?)

    “Joga a transa do conhecimento, Rapunzel!”

    “Quem eu? Não, fica aí embaixo que a vida me enoja!”

    Diz ela, com cara de poucos amigos e amigas.

    E volta para seu auto-estudo-beco-sem-saída!

    Porém, tem outra turma, que volta ao princípio do princípio.

    Adão mordeu a maçã da árvore do conhecimento, pois sacou se não parasse para pensar não saía daquele paraíso chato e sem graça. 😉

    Sem conhecimento, o homem seria hoje apenas ossos há muito digeridos na barriga de tigres e leões –  uma espécie prá lá de extinta.

    Desenvolvemos o cérebro por uma questão de sobrevivência para quebrar coco, para fazer fogo, a roda e inventar o Twitter. 😉

    Desse povo que acredita que conhecimento é meio para o homem avançar no mundo, nos  dividimos em dois times.

    O primeiro mais cheio de curvas, que gosta de dar uma volta em Florianópolis para ir da Barra à Ipanema.

    E o que querem chegar mais rápido, de maneira mais eficaz, produtiva e barata.

    (Não confundir isso com preparar para o “mercado”!)

    Se ensinamos assuntos – como na escola hoje –  pode-se resolver problemas, mas é um processo mais lento e caro.

    E tem como efeito colateral – a alienação e a falta de motivação.

    O que não quer dizer que valha para todos, mas para a grande maioria.

    O mundo hoje pode gastar tanto e ser tão ineficiente separando o mundo por assuntos?

    Ou temos o caminho mais direto?

    É uma questão de método (de ensino.)

    Mostra-se os problemas e vamos juntando os assuntos necessários para resolvê-los.

    Neste caso, desenvolve-se a parte do cérebro que resolve problemas, a linkadora, a criadora, a articuladora, num mundo cada vez mais em rede e com excesso de informação.

    Nesta, o senso comum é wiki, criado, inventado, mudado o tempo todo.

    É uma escola criativa, mutante, em que todos aprendem, incluindo o professor.

    Uma escola 2.0, em rede colaborativa.

    Ou valorizamos a atual?

    Nela desenvolve-se principalmente a parte do cérebro memorizante, aguardante, consolidante, num mundo que precisa inovar?

    Uma escola em rede hierárquica?

    Nesta, o senso comum é um substantivo, uma coisa, parada, moldada.

    (Que, aliás, é a lógica da gestão de conhecimento. Juntar para depois criar, quando der.)

    Uma escola doutrinadora.

    E aí dirão os mais conservadores:

    Mas não é esta a escola que formou nossos filhos e netos?

    Sim, mas o mundo não saltou de 1 bilhão de habitantes para 8 bilhões em 200 anos?

    E não se conectou mais?

    E não se globalizou?

    E não ficou mais complexo?

    Esta escola ajuda a resolver nossos novos dilemas em rede?

    Caiu a seguinte ficha esta semana.

    O ensino por assunto e hierárquico –  é um meio de ensinar.

    O ensino por problemas em rede;  outro.

    Cada um serve para determinado ambiente.

    Dão resultados, sem dúvida.

    Mas a questão toda é que a escola por assunto, newtoniana, foi criada para um mundo de 400 milhões de habitantes, espalhados em civilizações separadas, na qual um índio matava um macaco e ia para casa dormir.

    Hoje, mata-se o macaco e no dia seguinte está no Twitter, no Facebook, o Grenpeace está na porta protestando e um fiscal do Ibama já vem com a multa.

    Pois um macaco está dentro de uma rede ecológica, hoje concebida e preservada!

    São 7 bilhões conectados com celular no bolso e vontade de intervir na mão.

    Ou seja, interconexão civilizatória, mundo chato, plano, complexo e lotado.

    Quantas decisões um índio tomava por dia?

    E quantas temos que tomar hoje?

    Centenas cada uma mais complexa e com mais implicações, vide macaco.

    Mas temos que ver qual é o mais adequado para cada civilização, já que estamos migrando de uma “A” para outra “B” com a chegada da rede digital colaborativa.

    O primeiro método, por assunto,  é mais lento e caro.

    O segundo, por problema, mais dinâmico e barato.

    O primeiro serviu a um mundo estático, na qual a escola era instituição doutrinadora e mantenedora do status-quo.

    O mundo hoje não pode mais perder tempo em doutrinar, pois precisa criar e se reiventar o tempo todo.

    A boa escola antiga não serve mais ao sistema.

    Doido? Pois é.

    Sim, este mesmo que chamamos de capitalista.

    O mundo fala hoje em criatividade destrutiva.

    Estranho né?

    E por isso, por baixo, pelos novos alunos que entram, que vão virar professor.

    E por cima: pelo desejo de quem coloca os filhos na escola e quer um estudante adequado ao ambiente produtivo da vez.

    E ainda mais do alto: o setor produtivo que precisa de gente que saiba tomar decisões cada vez melhor e mais rápida, articulando mundos de informações divergentes e espalhadas!

    Finalmente, a escola vai mudar!

    Pois a sociedade começa a olhar para a escola e pensa:

    Olha o monstro que criamos?

    Não, não é o Serra! 😉

    Hoje tudo é complexo.

    Até pedir café que vamos tomar (descafeínado? com adoçante? com grão árabe ou colombiano?)

    (Um primo meu contou, quanto estive lá,  que em Vancouver se sabia se o cara era da cidade pelo tempo que levava para pedir um café; quanto mais, mais era local. Quanto menos, mais gring0.)

    Ou seja, a escola está caindo de madura, pois mesmo aqueles que acreditam no conhecimento como ferramenta, parte da premissa antiga: temos tempo para formar e o cara se vira depois.

    Hoje, o garoto já nasce com um Ipod no ouvido, antes do médico dar uma palmada, e já tem saber se baixa Axé ou Rock Progressivo? Atualiza a ROM ou deixa do jeito que está?

    O paradigma é outro.

    O cérebro é flutuante e linkante.

    A escola devia ser asa delta e é âncora.

    Algo vai entrar (como já está entrando) em choque.

    Por fim, para fechar o caixão desse post que já tá longo.

    O problema da ecola, a meu ver,  é o problema de custo/benefício para a civilização atual.

    E as implicações indiretas, motivação dos agentes envolvidos (professores /alunos / família/sociedade.)

    Me digam se na escola atual existe vida e movimento?

    Está lenta, chata, cara, improdutiva.

    Professores e alunos alienados, estou mentindo?

    (Li, coloco depois, não sei onde, que quanto menor a nota do Enem, mais o candidato quer ser professor. Triste, não?)

    O conhecimento cada vez  mais mutante circula em outro tempo e a escola tem que se ajustar a ele.

    Quanto mais cedo uma criança aprender a lidar com problemas e decisões, agregando assuntos e pessoas para resolvê-los de forma holística, ética e ecológica, melhor!

    Essa é a mudança que está aí.

    E que vai exigir uma nova escola na virada de uma civilização para outra.

    Hora de mudar!

    Concordas?

    Marcas 2.0

    Acabou-se o tempo em que a formação de opinião era de cima para baixo – Duda Mendonça;

    Acabou-se o tempo em que a formação de opinião era de cima para baixo – Duda Mendonça da minha coleção de frases;

    O consumidor está mais infiel às marcas.

    E isso – que parece que virou um jargão – é algo muito sério e delineia um pouco o que está por vir no futuro, no chamado Capitalismo 2.0, ou pós-capitalismo, ou capitalismo colaborativo, a gosto.

    Marcas são a base do capitalismo, da credibilidade, daquilo que é o patrimônio principal de uma organização.

    • De fato, as marcas trazem reputação.
    • Reputação gera confiança.
    • Confiança produz venda.
    • E, portanto, vamos reforçar a marca para ter reputação, confiança e VENDA.

    Entretanto, há um dado novo a se pensar sobre consumidor e marca.

    O que se vê, na verdade, hoje, é que a construção de uma marca depende é condicionada pelo ambiente de comunicação existente.

    • As marcas na Idade Mídia eram uma.
    • As marcas na Idade Digital colaborativa são outras.

    O que mudou?

    • 1) pode-se comparar mais e mais com a Internet, há muito mais informação;
    • 2) consumidor fala com consumidor e troca impressão, o que antes limitado a amigos, parentes e conhecidos, hoje é feito globalmente com desconhecidos;
    • 3) o que nos leva aos ambientes de venda de desconhecidos para desconhecidos, tais como a Estante Virtual e o Mercado Livre.

    E isso é algo bem interessante, pois vendia-se a marca para ter confiança, mas hoje como quem vende pode ser avaliado por quem compra, é possível que uma pequena empresa, ou um vendedor autônomo, sem marca conhecida, pela sequência de avaliações de ex-compradores passe a ter um outro tipo de marca, a valiada pela rede social.

    (Mais sobre isso aqui na discussão sobre Karma digital.)

    O que nos leva a um mundo em que, além da marca que aparece em todas as mídias, vai precisar ser reforçada, garantida e certificada cada vez mais pelo mundo que está on-line, criticando, sugerindo, pedindo melhorias, avaliando, comparando, testando e dando nota.

    Assim, a Marca 2.0 é aquela que tem reputação no mundo off-line e no on-line, uma sendo tão importante quanto à outra, em reforço.

    Mas as empresas estão olhando o mundo das redes sociais da mesma maneira que pensam comunicação vertical.

    De cima para baixo, eu falo, você escuta.

    As chamadas empresas 1,5. Colocam ferramentas novas nas cabeças antigas!

    Um case para lá de interessante, nessa linha, no comentário “A voz das empresas“, de John Elkigton, que saiu na Época Negócios, de maio, uma revista, aliás, que recomendo aos agentes de mudança.

    a voz das empresas

    Ele conta um diálogo entre o pessoal da Rede Social da Nestlé, lá fora, com um usuário do Facebook.

    O representante de Nestlé reclama que andam mexendo no logo da empresa lá no Face.

    O Facebookeiro rebate:

    “Participar da mídia social significa abraçar o seu mercado, participar dele e cultivar o diálogo, em vez de passar sermões”.

    Réplica da Nestlé:

    “Obrigado pela lição de boas maneiras. Considere-se abraçado. Contudo, esta página é nossa, somos nós que criamos as regras, sempre foi assim.” (A Nestlé pediu desculpas depois.)

    Sim, sempre foi, mas não é mais, não será mais.

    O controle mudou.

    A ideia de que nós criamos as regras, já era, pois era baseada no controle de um ambiente de comunicação, que agora, caiu, como um muro.

    Nós hoje podemos sugerir algumas regras para começar o debate, o resto vai na discussão com as pessoas, que são os consumidores.

    Quem não gostar, que vá para uma ilha deserta off-line!

    O que nos leva a um outro comprometimento que é o de envolver as pessoas no processo geral de produção da empresa, coisa que já comentei e defendi bastante aqui no blog.

    Existem duas matérias importantes sobre a perda da força das marcas.

    A da Exame ver imagem: (amplie para ver detalhes)

    marcas

    E a que saiu na HSM, que recomendo fortemente para quem estuda o problema “Furando a bolha das marcas“, que já está disponível na rede.

    Que dizes?

    Estamos em uma evolução, ainda nos primeiros degraus (…) para deixarmos de ser um jornal e virarmos uma grande rede social de notícias – Paulo Musoi;

    mussoi

    Meus comentários em vermelho.

    Conversei com o Editor de Interatividade, Paulo Musoi, que é responsável para que esta interação ocorra de uma forma harmônica.

    Ele conta com uma equipe de cinco pessoas, aparentemente incompatível, com o volume de 150 mil comentários recebidos pelo Globo em março de 2010, dentro de um universo de 3 milhões de usuários cadastrados, que mantém  700 mil contas ativas (considera ativos usuários que estão frequentemente visitando o site).

    (Ele comenta que é uma parcela ínfima que participa, fiquei de aprofundar mais esta questão. Esta entrevista, só para você saber, faz parte do trabalho da minha tese.)

    Lembra, entretanto, que não tem ainda dados mais consistentes do perfil dos usuários que colaboram.

    (Aliás, esta é uma máxima no mundo 2.0, coletamos muito e ainda não temos tempo, ferramentas, cultura e metodologia para sabermos mais. Já vi isso sendo dito por outras grandes empresas, inclusive na área de varejo de massa.)

    Acredita, no olho,  o leitor do Globo tem um perfil mais conservador.

    Lembra que o processo de interação no Globo veio em função da percepção evidente de um desejo do leitor em participar (que chamo de latência, que abordo no modelo desenvolvido no grupo de estudos) e a nossa incapacidade (de todos os agentes de mudança)  de responder a estas com  com um serviço compatível.

    E, paralelamente, viram no processo de desenvolvimento, a movimentação da concorrência, de outros sites que trabalham com notícias, organizando muito bem esse tipo de conteúdo (principalmente no exterior). E começaram a ver que estavam ficando para trás.

    (É interessante observar que o que move uma empresa, tanto pode ser seu lado visionário – mais raro; ou os concorrentes – mais comum, o que reforça a frase:
     

    Uma empresa até pode ignorar esse fato e não investir em blogs, wikis ou redes sociais,  mas, nesse caso, é bom desejar que os concorrentes tomem a mesma decisão e não façam investimentos nesta área – Andrew McFee, da minha coleção.)

    Considera que é inerente ao mundo digital, a capacidade dos usuários de não serem passivos em relação à informação com a qual você está lidando.

    Não só respondendo a essa informação, como também, ser um gerador dessa informação, retrabalhá-la, compartilhá-la de todas as formas.

    (A ideia do co-criador, prosumidor…)

    Ele considera que a interação e o desejo de participar, a parcela que o faz, manda o conteúdo, é um reflexo desta característica inerente ao mundo digital. Quem uso o mundo digital tem isso muito vivo no seu comportamento.

    Diz Musoi:

    “A latência da participação já existia e a Internet deu ao leitor ferramentas fabulosas, poderosíssimas para ele fazer aquilo que ele talvez sempre quis fazer, mas não era capaz de fazer, ou era difícil. Só uma parcela das pessoas se interessava por isso e agora tem cada vez mais gente. E a coisa ganhou uma dimensão exponencial”.

    (Gostei bastante desta frase, pois resume bem o que é o mundo 2.0. Substitua isso aí em cima pelo livro impresso, depois do feudalismo e veja se não temos uma similaridade enorme.)

    Em termos de benefícios para o jornal, lembra que o Globo ganhou um “exército” de repórteres, que estão e estarão em locais que o jornal jamais estará, principalmente ao se analisar o Eu-Repórter.

    (Sugiro sobre esse tema luz e sombra da informação: o texto deste blog, luz e sombra.)

    Diz Musoi:

    “Hoje se consegue ter um jornalismo hiper-local, algo que nunca se terá, mesmo que se contrate 1.500 repórteres para estar em todos os bairros da cidade. Nós nunca vamos conseguir chegar ali no problema mais localizado, desde o buraco da rua, da falta d´água”.

    Problemas que são importantes para os leitores, que eles jamais poderíam repercutir. E que teriam muito mais dificuldade de serem corrigidos.

    Ele considera, apesar de ainda estarem nos primeiros passos, no sistema de interatividade, se comparado com o que já existe no mercado, com as práticas que observa que já vêm sendo feitas.

    Ou seja, numa estrada que está apenas começando.

    Mesmo assim considera que consegue um volume imenso de participação, efetividade, uma repercussão no material que se publica, fazer um determinado tipo de jornalismo, que não seria possível, se não fosse essa ferramenta com a ajuda dos leitores.

    Diz Musoi:

    “Isso já é um grande ganho, que pode ser aumentado exponencialmente, se conseguirmos fazer uma ferramenta mais integrada ao dia-a-dia do leitor, mais integrada ao sistema de publicação, já que temos hoje um grande “Frankenstein” tecnológico”.

    Já, do ponto de vista dos comentários, considera que ajudam muito a fidelizar e aumentar a audiência, o que considera positivo, pois tem um índice muito grande de comentaristas assíduos, que entram todo “santo dia” para falar e, principalmente, debater os assuntos escolhidos.

    Há leitores com perfil bem definido para determinados assuntos e os comentários também dão qualidade às notícias, pois além da matéria, se tem a repercussão imediata da mesma, o que chama a atenção de outros leitores.

    Há também o perfil do leitor que gosta de ler não a matéria, mas os comentários, pois já tem um conhecimento do assunto, mas quer saber o que os outros estão pensando.

    Mas considera que o mais valioso algo que ainda não conseguiram, que é extrair deste debate todo e poder organizá-lo de uma melhor forma.

    (O que seria a fase 2, a meu ver, disso tudo, começar a verdadeira missão de apicultor, saindo do conceito de ordenhador de vacas.)

    E, a partir daquela Inteligência Coletiva que está sendo gerada, poder criar novos conteúdos e serviços, que é o caminho que aponta para o futuro.

    (E concordo 100% com ele.)

    Lembra ainda que o leitor ainda não consegue ler e editar a sua participação no ambiente.

    Perguntei se os comentários também elevam a qualidade do noticiário.

    Ele avalia que em parte sim, pois o leitor fiscaliza, ajuda aos administradores do site a corrigir erros.

    Porém, o mais importante é o choque dessa fiscalização com a cognição do jornalista, que ainda se surpreende com esse novo mundo colaborativo.

    Diz Musoi:

    “Que seria natural o responsável pela matéria se envolver com os comentários, reavaliar permanentemente o seu trabalho, isso ainda não está consolidado. Há ainda uma postura muito do século passado, muito do jornalismo de “topo da montanha”, na qual era apenas o jornalista que dizia o que era a informação relevante e qual não era. E o leitor não passava de um chato, que jogava pedra no jornalista e não o acertava. Os produtores de notícia, aqueles que assinam,  ainda pensam muito assim, infelizmente”.

    Ele lembra que não há ainda um diálogo entre o repórter e os comentaristas. E quem acaba intermediando algo é a pequena equipe responsável pela interação.

    E ele diz algo interessante:

    “A minha equipe (de interação) foi criada para deixar de existir.”

    Lá na frente, segundo ele, o conceito do jornalismo colaborativo, que basicamente se resume na participação e na relevância do leitor no processo deverá permear o trabalho de todos os jornalistas, “que ainda trabalham com a cabeça de quem produz um jornal impresso”.

    Ele informa que há uma pessoa full-time dedicada a essa tarefa de monitorar de longe os comentários. Todo dia, por exemplo,  identificam matérias que podem gerar mais “confusão”, mais polêmica e ficam de olho.

    Diz Musoi:

    “Ninguém melhor que os próprios leitores que estão transitando ali para nos informar do que esteja em desacordo ali com nossas normas. Não há a menor dúvida que existe um conteúdo grande de conteúdoindevido neste momento publicado no site do Globo”.

    (Que é um pouco aquela máxima, “O que o coração não vê, não sente.” Falei mais sobre isso aqui, inclusive citando o Musoi e falo de novo sobre isso mais abaixo.)

    Considera que o trabalho do adminstrador do site é fazer os ajustes nas ferramentas para que elas possam melhor gerir o ambiente da colaboração, direcionando minimamente o comportamento da comunidade dentro do que você quer, mas a imprevisibilidade, segundo ele, é imensa.

    Diz Musoi:

    “Quanto tivermos mais ferramentas, mais organização, estrutura tecnológica mais bem embasada, banco de dados realmente inteligente e uma série de ferramentas que podemos dispor, acredito que este risco tenderá a ser reduzido. É um risco que a gente calculou e assumiu.”.

    PergunteiEstaria o administrador saindo de um papel de gestor de conteúdo (papel ou digital) para um gestor de comunidades?

    Ele acredita que cada vez mais vamos ter esta função não de gestores de conteúdo na acepção tradicional da palavra, mas gestores de comunidades, do coletivo, ou o nome que vamos chamar.

    Perguntei: E qual seria o novo papel do jornalista?

    “Não gosto de separar as coisas, hoje estão separadas pelo momento que estamos vivendo. O jornalista mais na frente vai ter a capacidade de produzir a notícia, mas tão importante quanto, ter o papel de “curador de comunidades” ou “curador de conteúdo” gerado pelos usuários. Esse papel de relacionamento que nós temos estanque na minha equipe. Isso vai ter que acabar, o relacionamento vai ter que se dar entre o repórter que escreve a matéria e os comentarias da mesma. Não sou eu que tem que fazer isso. Está tudo errado o que nós fazemos hoje! Estamos apenas no ponto de partida. A evolução disso é incorporar essas preocupações, que passem a ser inerentes ao trabalho de todos os jornalistas essas funções. Vamos ter que ampliar nossos horizontes”.

    Perguntei: Tem problema um conteúdo inapropriado que ninguém lê? Certamente o que “bomba” vocês conseguem ter algum tipo de ação?

    Quando não “bomba”, é verdade, disse ele, que é possível que passem despercebidas por todo mundo. Mas às vezes uma pessoa só já é suficiente para causar uma celeuma.

    Segundo ele, é justamente, por essa pouca visibilidade que pouco visto, que acaba por permitir ao jornal esse tipo de política. Ele considera que quando tiver uma ferramenta mais inteligente e uma comunidade mais bem estruturada.

    O que levou o jornal a ter relações diretas com outros serviços públicos, tal como com a Cedae, já que recebem muito conteúdo de leitor. A Cedae criou um canal de comunicação se justificando, ou mesmo indo lá para corrigir, manda e-mail ou entra no próprio sistema do Eu-repórter.

    Lembra que os jornais se abrirem para comentários dos leitores sempre foi uma questão polêmica em grandes jornais, principalmente pela questão do direito autoral.

    E também da responsabilidade jurídica das opiniões expressas pelos leitores. Quem é o responsável?

    Desta forma, acredita que isso tenha levado muitos jornais a adiar a decisão para abrir para comentários. Ou abrem de forma muito discreta. Ou optam, como o New York Times, que permite comentários, mas são pré-aprovados pela equipe da redação.

    (Saiu um artigo com ele no Globo, que eu postei aqui, que mostra que a pré-aprovação é inviável do ponto de vista econômico.)

    O Globo optou por publicar direto, o que nos leva para um outro problema: como gerenciar?

    O volume de comentários é muito grande e eles não têm braços para gerenciar. Em função dessa realidade e por uma estratégia do Globo, resolveram ser mais ousados.

    Optaram por um sistema, no qual os comentários passam a ser publicados automaticamente e, dentro do possível, fossem auto-geridos pelos próprios leitores, estimulando-os a denunciar aquilo que fugir das regras estabelecidas, no que for considerado inapropriado.

    Fazendo com que a equipe da Interação vá direto ao problema.

    Ele informa que a equipe faz a pós-moderação e só tira do ar aquilo que já está publicado, seja por denúncia, seja por uma fiscalização pontual que se faça.

    Utilizam também de um recurso de fiscalização mais perto de um determinado assunto, que vai gerar mais polêmica, colocando um jornalista mais perto para acompanhar.

    A equipe, mais recentemente, passou a atuar com o Twitter.

    O Globo vive hoje uma rediscussão da atuação em redes sociais.

    Já tiveram o Globo On-liners (uma espécie de Orkut atrelado ao jornal)  e foi desativado.

    Desde lá, tem tido o dever de casa de repensar a estratégia para a rede social, como queremos atuar nelas.

    E questões que vêm com este debate:

    “Vamos transformar o Globo em uma Rede Social em si?”

    Ele acredita que o caminho é melhorar, valorizando os comentários, transformar cada leitor/comentarista dentro de uma rede social.

    “Isso poderia dar muito certo”.

    Informa que estão no meio desse processo de rediscutir o futuro e reconstruir o site em todas as suas instâncias, inclusive esta das redes sociais.

    Conclui:

    A Internet é um instrumento democratizante, pois percebemos na pele o poder que um único usuário tem de gerar informação relevante e essa informação rodar o mundo, com impacto, muitas vezes, imenso e imprevisível.

    Por enquanto é isso, amigos…que dizem?


    “Ninguém gosta de copiar do quadro negro”Rodrigo Zonis Nepomuceno, 13 anos, da minha coleção de frases.

    Fiz uma maratona de palestras no Colégio Santo Inácio, aqui no Rio, esta semana.

    E da conversa com o pessoal do Rio e em vídeo-conferência, em paralelo, com Minas e São Paulo, acredito que existem três perguntas básicas na cabeça hoje dos professores:

    • 1- a escola vai de fato mudar?
    • 2- se vai, para onde?
    • 3- e se é para lá, como damos o primeiro passo?

    Vamos tentar ajudar a começar a pensar sobre estas três questões.

    A escola vai de fato mudar?

    Bom, a escola é uma instituição que visa preparar os novos humanos para conviver em sociedade, dotando-os de informações necessárias para este fim, das mais específicas às gerais.

    A escola atual foi criada há 550 anos, contemporânea do surgimento do ambiente de conhecimento do livro impresso, que criou em torno dele uma civilização com determinadas características, dentro de um sistema econômico, social e político.

    Portanto, se, por acaso, esta civilização entra em processo de ruptura, a escola deve acompanhá-la para preparar o novo cidadão/cidadã para esse novo ambiente.

    Certo?

    E, assim, caímos na questão central de nossa sociedade, que não é exclusiva da escola, mas das empresas, governos, congresso, etc.

    A Internet é capaz de alterar a maneira como estamos no mundo?

    Acredito que sim.

    Para “coo-vencer”, sugiro ler alguns posts neste blog:

    Caso você considere que estamos inaugurando uma nova civilização, passemos para a segunda pergunta.

    Se vai mudar,  vai para onde?

    Vou levantar dois pontos para reflexão.

    A digitalização – diferente do mundo analógico – cria uma velocidade de atualização muito maior do que estávamos acostumados anteriormente.

    O tempo de atualização, as diversas fontes produtoras, que se multiplicam (formais e informais), as diversas versões de cada fato nos levam a passagem de um conhecimento aparentemente mais perene para um mais fluído.

    (No fundo, a verdade sempre foi fluída, mas podíamos ter uma ilusão maior que era “verdade” (o certo e o errado) pelo tempo de atualização. Agora, está mais fácil de ver que a verdade é sempre uma interpretação que muda.)

    O Wikipedia é a expressão viva disso.

    Uma enciclopédia, que muda, que erra, que se ajeita, que se arruma, diferente da Barsa ou da Larrouse, que demoravam mais tempo para se atualizar.

    Ou seja, o senso comum é wiki, uma metamorfose ambulante.

    E se encaixa perfeitamente em um mundo que precisa inovar cada vez mais.

    É muita gente, querendo tudo, ao mesmo tempo!

    Algo, bem diferente do ambiente de conhecimento e produtivo passado, hierárquico e mais lento.

    Por outro lado, temos a questão de quantidade e qualidade.

    A humanidade opta por trabalhar colaborativamente a distância, com conhecidos e desconhecidos, como nunca pôde,  para resolver problemas complexos.

    Desde a produção das soluções para a Aids, Genoma, Acelerador de Partículas, ao próprio Linux, a Internet em si, sem falar no aumento da participação do cidadão na vida pública, nos jornais, pelo celular nos engarrafamentos, que só tende mais e mais a aumentar e se ampliar.

    Não estamos co-criando por que agora o humano é mais legal, mas é a saída para resolver os problemas complexos que temos pela frente de forma viável (custo/benefício), lembrando que não temos planeta B.

    O que era passível de soluções individuais, hoje é preciso que se resolva de forma co-criada, horizontal.

    Assim, o mundo que surge precisa de humanos capacitados a lidar toda hora com mudanças e com forte capacidade de criar em grupo.

    O conhecimento é mais complexo, menos uniformizado, mais mutante e horizontalizado.

    Todos estão envolvidos na atividade de criar, cada vez mais, e cada vez menos na de reproduzir, como é o caso de 90% das atividades hoje do professor.

    O aluno (e por que não, o professor, que também deveria ser um aluno do seu aluno) precisa aprender a resolver problemas.

    E uma abordagem, como é hoje, por assunto não agrega, divide, confunde, aliena (professor e aluno) e, por fim, se já atrapalhava antes, agora será insustentável, mais e mais.

    (Sem falar no choque entre um garoto que atualiza seus aparelhos eletrônicos toda a semana e pergunta quando vai atualizar o “software” da escola!)

    A sociedade agora vai pedir uma nova escola compatível com a nova civilização.

    Paulo Freire estava certo, mas o tempo das ideias dele, só agora chegou!

    (Quem sabe não colocam um  busto dele em Wall Street.) 😉

    E para este modelo a escola atual, mais atrapalha do que ajuda, baseada na reprodução e não na criação de novos conhecimentos em sala de aula (pacote fechado).

    Há, assim, a necessidade de estimular de todas as formas possíveis, como ou sem tecnologia, a co-criação presencial e virtual, conforme cada caso, com pessoas que estão em sua sala, em outras salas, em outras séries, em outras escolas e fora dos muros da escola, agregando pesquisadores de ponta, do ataque, do meio e da defesa. 🙂

    Uma passagem desse tipo:

    Mundo 1.0 – Escola 1.0

    Mundo 2.0 – Escola 2.0

    Pensa por assunto

    Pensa por problema

    Ritmo analógico, mais demorado

    Ritmo digital, mais rápido

    Verdades fechadas

    Verdades abertas

    Aprende verticalmente

    Aprende horizontalmente

    A criação não é o principal valor de produção

    A criação é o principal valor de produção

    O certo e o errado

    O constante incerto

    O que nos leva a nossa terceira questão.

    Se é para lá, como damos o primeiro passo?

    As instituições não migram para esse novo mundo adotando tecnologia, o que é, na verdade, uma tentativa de fingir que muda, mas continua tudo igual.

    O que temos é uma ruptura cognitiva civilizacional.

    Nós resolvíamos problemas de uma maneira e agora começamos a resolver de outra.

    O que nos leva a um processo lento de adaptação, aprendizado e experimentação para equilibrar essa passagem.

    Assim, recomenda-se protótipos de todos os tipos.

    Monitorados, acompanhados de perto, avaliados, descartando o que não funciona e o que funciona e expandido a cada etapa para mais alunos e mais professores.

    E pergunta-se?

    E o Mec?

    O Mec também pode ser envolvido nesse processo, sendo chamado para acompanhar, discutir e participar.

    Por que não?

    Além de outras escolas, representantes das empresas e dos professores.

    É uma mudança negociada, na base do diálogo, uma passagem necessária para um mundo e uma escola que atendia a 1 bilhão de pessoas (1800) para uma outra que atende a um público de 8 bilhões (2020).

    Não podemos imaginar que um salto demográfico desse tipo pode passar impune de uma reformulação geral no barraco humano do planeta.

    Tem mais coisas, mas por enquanto, é isso.

    Que dizem?

    Diário do blog:

    O tema escola 2.0 já trabalhei aqui no blog.

    O que há de novo aqui é a percepção dos três problemas que serve para todo o mundo 2.0. Acredito que ajuda também perceber que um mundo digitalizado, por natureza é mais dinâmico.

    O que ainda vou amadurecer é sobre a passagem da escola por assunto x problema. Que acho que está ainda sem uma consistência, como eu gostaria.

    Vamos em frente.

    Ninguém vive numa sociedade de 10 milhões. numa comunidade de 10 milhões, a gente tem 10 amigos, 30 amigos, ou seja, vivemos numa comunidade pequena – Ferreira Gullar – da minha coleção de frases;

    Bom estivemos todos lá.

    (Da direita para esquerda: Vinícius, Formanski, Lúcia, Fábio, Léo, Eu, Roberta, Camila (DVD), Vanessa, Camila (LP), Simone, Gaby (em pé), Gustavo, Rodrigo, Érika e Paula. Faltou na foto o Rafael)

    Fotos completa do último encontro, aqui.

    O grupo foi algo muito importante para mim e, pelo que disse o pessoal, se não mentiram 🙂 para eles também.

    Nos assumimos como agentes de mudanças e vimos como é importante que compartilhemos angústias.

    Temos um choque cognitivo no mundo e é preciso superar a visão antiga, ver a nova e traçar pontes para chegarmos até lá.

    Não é uma tarefa fácil.

    É solitária.

    Um off-road cheio de atoleiros, árvores caídas e, principalmente, resistências de quem não quer sair do mundo antigo.

    Criamos o grupo (on-line e off-line) continuaremos nos vendo uma vez por mês.

    E saltamos de uma relação profissional para algo mais forte.

    Somos cúmplices.

    Uma irmandade clandestina a luz das telas.

    Agradeço a todos o carinho, a confiança e a nossa co-criação passada, presente e futura.

    Quem mais tem algo a dizer, que irrita, que angustia?

    Pode abrir o poço de mágoa.

    (Érika, pode começar.)

    (Por fim, vejam o primeiro bolo 2.0 do Brasil:)

    😉

    Nós habitamos um mundo cultural, portanto, inventado Ferreira Gullar, da minha coleção de frases.

    Pode parecer estranho, mas vemos a sociedade por que fomos convencidos a olhar para ela sobre determinado ponto de vista.

    Ou seja, houve uma negociação entre quem está no poder e quem o aceita.

    E se espalhou, através da mídia de plantão, um conjunto de conceitos absorvidos, incorporado e reproduzidos.

    A sociedade é do jeito que é por que alguém a inventou desse jeito, nós consolidamos e na relação de forças, por comodismo ou falta de opção, aceitamos os seus paradigmas, com suas qualidades e defeitos.

    (As revoluções conseguem usando mídias vigentes – jornais por exemplo – criar uma nova alternativa de poder, através da mobilização das massas, foi assim na Revolução Russa e Francesa.)

    Tudo vai bem, desde que quem detém o poder possa continuar a difundir esse conjunto de conceitos pela mídia, pelas escolas e garanti-lo através das leis e estruturas vigentes (poderes governamentais dos mais diversos.)

    Assim, somos o o que somos, em função de determinado controle de mídia.

    Se há uma brecha na mídia, novas ideias entram no ambiente e começam a olhar os problemas (aceitos e perpetuados) de outra maneira.

    E, a partir daí, muda-se o “modus-operandi” da sociedade.

    Não somos o que somos pelo que queremos, mas pelo que nos é imposto e negociado, através das mídias.

    É essa a grande alteração do ambiente quando temos movimentos de novas mídias que permitem a oxigenação social.

    Isso é uma visão bem diferente daquela de que termos normalmente da sociedade e muito útil para pensar a nova civilização que vem a partir da Internet.

    Portanto, mudanças de civilização  ocorrem quando há quebras do controle do poder da mídia, através de uma nova que permite oxigenação social de ideias.

    (Essa maneira de pensar a história é bem diferente daquela que estávamos acostumados. E é fruto de uma teoria razoável e necessária que consiga explicar a Internet e suas consequências, que se tornou um patinho feio para as Ciências encaixotadas em assuntos.)

    • Foi, portanto, assim quando o livro impresso surgiu – que fundou a civilização pos-feudalismo, ou capitalista.
    • E está sendo assim com a Internet – que fundará algo novo, que ainda não temos nome do pós-capitalismo – Colaborativismo?

    Ou seja, são situações atípicas de ruptura cognitiva, que vêm preencher latências sociais, pois os problemas do sistema começam a ficar insuportáveis e cada vez mais caros para a sociedade pagar por eles.

    E precisamos vê-los de outra forma e propor soluções de outro quilate.

    Crescemos no Feudalismo e no Capitalismo a população de tal maneira que o ambiente de produção começa a entrar em um certo colapso para inovar precisa sofrer um choque cognitivo para pensar os problemas do mundo de outra maneira.

    E é esse choque cognitivo que funda uma nova civilização.

    Olhar para os mesmos problemas de outra forma.

    De tal jeito que a  relação de custo/benefício seja mais compatível com o que podemos pagar para atender mais e mais gente!!!

    É preciso de uma nova maneira de olhar (mudança de conceitos) e uma nova forma de resolvê-los (ações 2.0, através da colaboração e não mais do cada um por si e o lucro por todos).

    É disso que se trata a guinada da nova civilização da qual somos os primeiros tripulantes.

    Um novo ambiente de troca de ideias, que vem resolver uma crise sistêmica, através de uma nova forma de produzir conhecimento, que causa um choque cognitivo na sociedade, que passa a ver soluções de velhos e novos problemas, através de um novo olhar, antes impensável.

    E é este novo olhar que irá reformar, a médio e longo prazos, todas as instituições, refundando a sociedade e a civilização.

    Que dizes?

    Diário de blog:

    Alguns conceitos novos aparecem nesse texto dentro das minhas reflexões são eles:  a clareza de que o mundo é criado, a partir da força da imposição da mídia e de que a nova civilização nada mais é do que um choque cognitivo.

    A pior crise é a invisível – Nepô – da minha coleção de frases;

    Este é  primeiro passo de qualquer grupo de mútuo ajuda.

    O AA e similares têm, como já disse aqui, uma importância grande para o mundo das redes sociais.

    É um exemplo vivo e presencial de tudo que estamos vivendo na Internet.

    Pessoas com problemas, que sozinhas não conseguiam resolvê-los e se organizam para co-criar saídas.

    As taxas de recuperação destes grupos estão bem acima de qualquer tipo de tratamento, pois são baseados no diálogo e na troca de experiências bem focadas em cima de dado problema.

    (Quem quer aprofundar o tema, sugiro o livro “Levar Adiante“, que conta a trajetória de Bill Wilson, um dos fundadores do AA)

     

    Bill Wilson

    Bill Wilson

    Muito bem.

    O problema da humanidade hoje é o excesso de informação.

    Que vem da necessidade de administrar um planeta – que não para de crescer – com 7 rumando para 9 bilhões de almas carentes para consumir do básico ao supérfluo.

    Ou seja, temos um problema e precisamos de ajuda….

    Os malucos tais como o Nicholas Carr afirmam que a rede está nos tornando mais rasos e idiotas. (Saiu na Época Negócios, link fechado por senha.)

    Ele tem e não tem razão.

    Quando o livro impresso estourou na Europa de 1450, um pensador, conseguia ter lido quase tudo que tinha sido registrado até então.

    Era um cara para poucos livros.

    Um cara menos idiota, talvez.

    Depois que o livro se multiplicou virou muitos livros para poucos caras.

    Todos cada vez mais rasos, por força das circunstâncias.

    O que fez com que construíssemos as disciplinas para que cada um pudesse ler razoavelmente o que era importante naquela área.

    O problema que quanto mais fomos lendo daquele tema, mais fomos nos aprofundando e  perdendo a noção do todo.

    Deixamos de lado os problemas e passamos a ser especialistas em assuntos.

    O que nos leva a nos perder, pois os assuntos sem problemas, é uma verdadeira masturbação mental.

    E um problema dividido por assuntos é uma piada, pois uma crise não vem formatada por assunto.

    Quando estoura um vulcão, ele estoura…e não pede licença para nenhuma teoria.

    Ou se junta para resolver, ou ba-bau no mingau!

    Gosto da frase:

    “O cara que só conhece química, não conhece nem química.”.

    E como saímos da sinuca de bico?

    Temos um problema e precisamos de ajuda!

    Hoje, por mais que não queiramos seremos sempre rasos e incompletos.

    Isso é um fato.

    E se quisermos ser profundos podemos cair na armadilha de perder a noção do todo.

    Ou seja, o mais importante é ver o todo, assumir que seremos rasos, e montarmos uma estratégia de juntar, como fez o AA, os rasos para serem menos rasos.

    Quanto mais diferentes, melhor, pois mais vasta será a abordagem.

    É o que embala a web desde então.

    Grupos, coletivos, comunidades disso e daquilo.

    Hoje, se resolve os mega problemas, Aids, Genoma, Reator de Partícula, em cooperação, em grupo.

    Ou mesmo o Linux, o Apache, o Mozila, os softwares para o Iphone…

    Gente trocando para poder sair desse tiroteio de cegos 2.0.

    A saída do mundo é a colaboração para que possamos sermos menos rasos e um pouco mais profundos, através de coletivos menos burros e em alguns momentos inteligentes.

    Perceber em cada parte o todo.

    E o todo em cada parte.

    (Como sugere Senge e co-autores, no livro Presença.)

    Todos focados para solução de problemas.

    Esquece assunto, caixa, departamento, especialização!!!

    (Tem aquela do cardiologista que disse: “Pelo menos, ele não morreu de ataque cardíaco.”) 🙂

    Para isso, ao invés de ir na direção que estamos, consumindo informações de nível 3 – fofocas – temos que subir o nível 1, na direção holística.

    • + filosofia
    • +história
    • + conhecimento geral

    Deixando que as migalhas, de nível 2 e 3, ou peças do lego, possam ir se encaixando dentro de um coletivo, que vai se formando com essa visão do todo.

    (Já que é possível ver o todo em cada parte, mas nunca a parte, sem ter noção do todo.)

    Com nossa revisão e apoio do ego 2.0, co-criador.

    Se tivermos dúvidas de como devemos fazer isso, basta aprofundar a literatura e a experiência dos grupos de mútuo-ajuda, que já funcionam há quase 100 anos.

    E mostram que quando se tem um grande problema insolúvel, só a co-criação, o diálogo e a redução do poder do ego 1.0, (afundado em senso comum), podem ajudar.

    Que dizes?

    Diário do blog:

    • (Quem falou mais sobre AA também é o pessoal do livro “Quem está no Comando?“, que fala de redes descentralizadas.)
    • Este post é uma reciclagem deste, reescrito com outra roupagem, mas quer dizer quase a mesma coisa.
    • Um artigo que fala dessa necessidade de união para a solução de problemas saiu na Folha, de ontem, “Acelerador de Gente” destaco em vermelho:

    A o visitar o LHC (Grande Colisor de Hádrons) em abril de 2008, o físico escocês Peter Higgs pôde contrastar sua dimensão humana com a escala gigantesca da maior máquina já construída pela humanidade.

    Se a hipótese de Higgs estiver correta, os dados que começaram a jorrar nas últimas semanas do LHC fornecerão a última peça no quebra-cabeças do modelo padrão, a teoria da física que explica a matéria. Mas a saga do LHC é resultado do trabalho de gerações de pesquisadores, cujos nomes finalmente se diluirão na “simbiose homem-máquina” de um novo paradigma, pela primeira vez realmente global, de cooperação cientifica.
    Para Karin Knorr Cetina, professora de sociologia do conhecimento da Universidade de Konstanz, Alemanha, o experimento é, antes de tudo, um “laboratório humano” numa escala sem precedentes na história da ciência moderna.
    Cetina passou 30 anos observando os pesquisadores do Cern (Centro Europeu de Física Nuclear), laboratório na Suíça que abriga o LHC, numa espécie de estudo “etnológico” da tribo dos físicos, seus usos e costumes. Segundo ela, noções tradicionais na ciência, como carreira, prestigio e autoria, deixam de ter qualquer significado no modelo de produção de conhecimento do Cern.
    Da Universidade de Chicago, EUA, onde é pesquisadora visitante, Cetina falou à Folha:

    FOLHA – O que há de novo na forma de produzir conhecimento no Cern, e como isso se compara com as humanidades?
    KARIN KNORR CETINA
    – O novo é a dimensão, a duração e o caráter global do experimento. A estrutura dos experimentos é um experimento em si mesmo, com um caráter antecipatório de um tempo global e de uma sociedade do conhecimento.
    Poderíamos, talvez, fazer uma comparação com aquele espírito arrojado e inovador no desenvolvimento do supersônico Concorde nos anos 1960, que sinalizou uma ruptura de época. Mas não se pode responder com uma simples frase ao “como” esse experimento é coordenado.
    Há muitos mecanismos particulares que sustentam o projeto e o transformam numa espécie de “superorganismo”, na íntima colaboração de mais de 2.000 físicos com o gigantesco LHC, que eles mesmo projetaram e no qual, finalmente, trabalham juntos.
    Um mecanismo muito importante são as publicações coletivas em ordem alfabética.

    Quem é privilegiado não é o “gênio”, o autor, ou pesquisadores destacados em suas áreas.

    Um outro mecanismo é que o experimento mesmo, e não os autores, é “convidado” para as conferências internacionais.

    Os atores individuais são apenas os representantes daquilo que produziram em conjunto. Um outro mecanismo é que os participantes se encontram, por exemplo, durante toda uma semana no Cern, e esses encontros são organizados de tal maneira que todos possam e devam ser informados sobre tudo que ocorre. Estabelece-se, assim, uma espécie de consciência coletiva do “conhecimento compartilhado”.
    Como poderíamos comparar isso com as ciências humanas? Alguns diagnósticos de época importantes, de historiadores e filósofos, por exemplo, ainda encontram ressonância na opinião pública, mas, infelizmente, a estrutura e a segmentação da pesquisa nesse campo do conhecimento não tem mais nada de interessante a oferecer. A sociologia tradicional não sinaliza mais para a frente.

    FOLHA – Depois de muitos anos de pesquisa de campo em laboratórios como uma etnógrafa da ciência, como se diferenciam as culturas científicas diante do papel do indivíduo?
    CETINA
    – A biologia molecular, que acompanhei por muitos anos, é uma ciência “de bancada”, na qual, por regra, poucos pesquisadores trabalham juntos, na qual também se produz e publica em coletivo, mas não em ordem alfabética. O papel do pesquisador individual ainda permanece importante.
    Isso leva, como sabemos, a conflitos em torno de autoria e quem está em que posição na publicação. A física de altas energias procura, em contrapartida, liberar a cooperação, na qual é o conjunto que está no ponto central. O fio condutor não é mais a carreira, mas o resultado cientifico. O acelerador é o elemento dominante, pois ele somente pode ser construído e avaliado por muitos.

    FOLHA – Seria a natureza mesma do projeto incompatível com um novo “insight” individual que poderia mudar tudo de forma imprevisível?
    CETINA
    – É bem mais provável, no caso do Cern, que a pesquisa em equipe deva produzir excelentes resultados empíricos. Muitos pesquisadores em sociologia e nas humanidades, de maneira geral, produzem resultados parciais, fragmentados, que não se agregam dentro de um sistema numa perspectiva cumulativa -não porque a natureza do social seja fragmentada, mas porque nossa maneira de conduzir pesquisas, nossas convenções de pesquisa, não se agregam.
    Em muitas ciências empíricas devemos investigar no processo cooperativo -já que na natureza todas as partes de uma sistema se interrelacionam- ou todo o sistema ou saber qual é, realmente, a parte central desse sistema que deve ser isolada e destacada. Esse reducionismo experimental não pode ser levado a cabo na ciência social por motivos éticos, por se tratar de pessoas em sua integridade, que não podemos reduzir a células de cultura. Para tanto, seria necessário muito mais cooperação e pesquisa.

    Carteirada 2.0

    Acabou-se o tempo em que a formação de opinião era de cima para baixo – Duda Mendonça – da minha coleção de frases;

    Tá todo mundo falando em olhar para as redes sociais, certo?

    Temos que nos preocupar com que “eles” estão falando.

    Ok, sem dúvida.

    Mas, aos poucos, baixando a poeira a galera vai se conscientizando que tomada não é pomada.

    A rede é vasta.

    E nem tudo que cai na rede, é peixe.

    Pode ser bagrinho.

    Conversando com o responsável pela interação com os leitores do Globo, Paulo Musoi, entrevista que fiz para a minha pesquisa de doutorado, que vai sair em breve no blog, ele me disse algo assim:

    “Tem muita informação indevida dentro do site do jornal, mas como ninguém lê ou acessa, não nos preocupamos”.

    Este é o espírito de um mundo que sai da escassez para a abundância.

    Antes, qualquer notícia tinha relevância, repercutia, pois os meios eram poucos.

    Hoje, as notícias são muitas, os meios são muitos. E só importa o que for filtrado para cima.

    Escolhido pela massa.

    Foi o que sacou o pessoal que está tentando monitorar redes sociais.

    Na matéria do Valor:

    Na Direct Labs, a ideia é monitorar as redes sociais, definindo um manual de “o que fazer” em cada caso. “Se um volume grande de mensagens com reclamações for detectado em um determinado período de tempo, qual ação deve ser tomada? Ativar a área de atendimento ao cliente? Avisar os diretores da empresa? Todos os cenários têm que ser desenhados”, diz Diego Monteiro, consultor de redes sociais da Direct Labs. A companhia desenvolveu um software, batizado de Scup, para a tarefa de monitoramento.

    Ou seja, só é relevante aquilo que bomba, que se multiplica, o que não é, não tem valor.

    Isso em absoluto não é uma forma nova de manipulação, pois já disse e repito que empresas 2.0 terão que deixar de ser pinóquias e dizer a verdade, de verdade, como sugere Kotler.

    Mas que existem verdades mais verdadeiras, que impactam na massa de consumidores e aquelas que devem ser relevadas.

    E mais de que nem todo o reclamante ou cara que sugere tem o mesmo peso na rede.

    Vais se construindo uma visão de que é preciso monitorar para separar o joio do trigo, como defendeu a Lucy Kellaway do Financial Times em matéria,reproduzida pelo Valor.

    Não há mais sentido em tentar administrar sua reputação na internet. É tarde demais. Esqueletos estão saindo dos armários e em desvario pela internet, e qualquer pessoa pode dizer o que quiser sobre uma empresa ou uma pessoa sem medo de ser corrigida. Logo a coisa vai ficar ainda pior: um site dedicado a espinafrar pessoas será lançado no moldes do Yelp – que permite aos consumidores criticarem empresas sob o manto do anonimato -, de modo que haverá um lugar para que nós possamos ler todas aquelas coisas indecentes (e as menos indecentes) que uns tem a dizer sobre os outros.

    Isso tem importância? Na verdade não, disse recentemente o editor do blog Tech Crunch. Ele afirmou que nossas reputações on-line podem ser bestas descontroladas, mas são bestas desdentadas: elas na verdade não podem nos machucar. Para conferir essa teoria, fiz algumas pesquisas sobre um homem que construiu uma reputação muito boa fora da internet: Jesus Cristo. Infelizmente, sua presença na rede contém muita coisa preocupante para seus consultores de relações públicas. Se você pesquisar ” Jesus ” no Google, o primeiro site que aparece é o Wikipedia, que nos diz que ele foi uma das figuras mais influentes da história e que há exatamente 1980 anos pode ter ressuscitado.

    Ela lembra que nem tudo que sai, deve irritar a pessoa, ou a empresa.

    Ou seja, deve-se levar em conta principalmente o relevante, deixando o poder superior da inteligência coletiva definir.

    E, em com mais vagar, analisando o resto.

    Ou seja, não é sair que nem um louco monitorando tudo, nem deixar de monitorar, mas ter ferramentas que coloquem o peso de cada sugestão e ir resolvendo por ordem de prioridades.

    Outra atitude sábia é incluir os caras que tem peso – que podem dar carteirada 2.0 – mais e mais para conversar nas macro-estratégias.

    (Como prevejo, os consumidores serão acionistas e os acionistas serão consumidores, tudo na mesma grande plataforma de redes sociais que estamos nos metendo.)

    E assim caminha a humanidade..(2.0).

    Que dizes?

    Não elogie ninguém pelas suas qualidades inatas, mas pelo tanto que consegue aprimorá-las e colocá-las a serviço do bem comum! – Nepô – da minha coleção de frases.

    Fazia um tempo que não escrevia sobre o próprio blog, já falei mais sobre isso por aqui.

    Paula no nosso último encontro do grupo de estudos deu uma levantada de bola nas pessoas que têm blog por aí, falou no Brasil que isso não é tão comum e deu uma valorizada no meu blog:

    “Não é todo mundo que posta como o Nepô às 7 horas da manhã”.

    Beleza, mas, antes que eu suba ou me perca na piscina funda do meu ego 1.0, quero dar uma discutida nisso.

    Ter um blog foi uma decisão consciente, a partir de uma estratégia, um projeto profissional, que envolve claramente um jogo de troca com a sociedade e com os meus clientes.

    Assumi faz uns dois anos, depois de um processo de auto-conhecimento e ralar durante quase 15 anos com a minha empresa, (que era fazedora de sites e depois gerenciadora de grandes projetos web), que o que me diferenciava no mercado era a minha capacidade cognitiva de linkar, organizar, sintetizar e passar isso para as pessoas.

    É a minha praia e quanto mais apostasse nela, melhor resultado teria.

    É o que os indianos chamar de Dharma (já falei sobre isso aqui.)

    Pois bem, dentro dessa visão de ação, percebi que um blog seria uma ferramenta para ajudar a organizar, registrar, compartilhar, receber sugestões e ampliar o reconhecimento da sociedade desse meu potencial, útil para a sociedade e mercado.

    Além disso, como consultor, percebi que a minha vida era instável e caótica, pois estava me tornando um  cliente-dependente, um bombeiro deitado no quartel,  esperando a sirene tocar para apagar incêndio.

    Era um consultor reativo ao mercado!

    O blog, assim, passou a ser uma atividade pró-ativa que me garantia e garante uma rotina, pois fui reduzindo aos poucos o trabalho braçal e ampliando o intelectual, que não depende tanto do relógio.

    É um exercício diário cognitivo para melhorar minha capacidade de ver e compartilhar.

    O mesmo gesto de um vendedor de carro de marketing que todo dia ao chegar passa um espanador na poeira de todos os carros que estão no pátio. Ou de preparação para o exercício da profissão, como a de um personal trainer que corre para estar em forma.

    É uma ferramenta adequada ao que se quer oferecer.

    Hoje, quando me perguntam o que eu faço, eu digo, fico pensando e blogando.

    Todo o resto é consequência dessa atividade inicial, pois é isso que meus clientes, alunos esperam: estar pronto para conseguir explicar o que está mudando (ou emergindo) e como podemos nos posicionar e ajudar no processo.

    (Suprimi o power point em aulas e palestras, justamente por estar sempre me preparando todos os dias para falar com os outros, co-criando, a partir desse exercício diário de produção e reflexão on-line.)

    O blog, assim, é a minha atividade meio para conseguir “vender” para os meus clientes o fim: palestras, aulas, consultorias.

    Não é mérito, mas trabalho.

    O que talvez seja mérito é ter percebido que blog é trabalho.

    O que talvez não tenha caído a ficha de outras pessoas na mesma situação.

    Se querem me elogiar, me elogiem por este esforço, pois todos podem fazer o mesmo, basta refletir que é algo que pode ajudar muito na sua carreira.

    Assim, não considero um blog, ou este blog, algo que possa me colocar como um benemérito da sociedade, pelo contrário, é um forte instrumento de marketing 2.0, que tem me dado muito retorno, tanto de respeito da comunidade, como de espaço na mídia, criando um acervo enorme do que penso, sou e posso ajudar.

    Isso resume um pouco, na verdade, o novo mundo que estamos entrando, as empresas ganham fazendo o “bem” e ao mesmo tempo continuam lucrativas.

    Gerando, principalmente, novos negócios.

    É esse o novo espírito 2.0.

    E ainda posso dizer que o blog reforça tremendamente o relacionamento com os meus atuais clientes, nos quais se incluem todos os meus alunos e participantes das minhas palestras.

    O que penso sobre o pós-encontro com eles está sempre aqui.

    Um agente de mudança deve pensar seriamente nesse modelo “vim para pensar e compartilhar (via blog, ou similar)” é tudo que as empresas estão querendo e vão valorizar cada vez mais.

    Isso exige gostar e ter facilidade para essa atividade, principalmente da leitura,  ter prazer em superar desafios intelectuais e facilidade para “vender o peixe”, que vai se aprimorando a cada post.

    Assim, o blog é a pistola certa na mão desse tipo de cowboy .

    Concordas?

    Diário de blog:

    Já falei bastante sobre o próprio blog aqui.

    O problema da sanidade é sempre do tamanho da dose – Nepô (voltando para casa na caronaça do Léo);

    Bom, rodamos ontem o penúltimo encontro.

    Os agentes de mudanças anônimos discutiram, de novo, egos, religiões, capacidade de mudar.

    Estamos envolvidos com os livros Presença, Criação Imperfeita.

    Falei do livro do Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido), do Bill Wilson (Levar Adiante)  e o  Quem está no comando?

    Ainda do Eckart Tolle e Krishnarmuti.

    Krishnamurti

    Krishnamurti

    Tudo por que nessa nova civilização, da qual somos a primeira geração a nossa relação do ego=senso comum não vai prestar.

    Teremos que reavaliar – para colaborar – essa ideia de entrar fechado nas discussões querendo convencer e prevalecer com as nossas ideias.

    Já quase fechando o trabalho do grupo que continua on-line com todas as pessoas e presencialmente uma vez por mês com uma parte, chego a conclusão que nós que queremos mudanças precisamos mais e mais de estarmos juntos para não enlouquecer.

    Peço ao pessoal para complementar o resto…

    Já dando saudades…

    Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases.

    Apresentei a discussão sobre os diferentes bancos de dados no post anterior.

    Semana passada, tive uma experiência concreta nessa direção.

    Um cliente me chamou para repensar o callcenter.

    Problemas central: taxas acima do que gostariam de insatisfação do cliente.

    Como funciona o modelo:

    • Nível 1– atendimento da ponta, que lê  “scripts de atendimento” preparados por níveis acima;
    • Nível 2 – que resolve problemas que o nível 1, não consegue e remete para o nível 3, no caso de impasse.
    • Nível 3 – resolve o que os outros dois não conseguem.

    É preciso aumentar os scripts para melhorar o resultado?

    Na verdade, um agente de mudança 2.0 deve procurar sempre:

    • 1- analisar o banco de dados, geralmente hierárquico, e procurar ver qual seria o banco de dados em rede colaborativo se adequa melhor. (Todos participando ou parte?);
    • 2- procurar exemplos na Internet para tornar mais tangível para o cliente o seu ponto de vista.

    O problema central é sempre o mesmo:

    • Necessidade de que os registros se atualizem de forma mais rápida e eficaz, a um menor custo;
    • Aumentar a participação das pessoas no resultado final, “desemburrecendo” e, por consequência, motivando;

    Geralmente, a implantação do banco de dados em rede colaborativo cai como luva, pois é a forma mais barata e, muitas vezes, a única a resolver a dada questão.

    Pois antes os banco de dados hierárquicos funcionavam com razoável eficiência, pois a necessidade de atualização era uma mais lenta para atender a uma demanda de “x” pessoas.

    Hoje, estão implodindo diante das novas demandas, motivadas pelo aumento da população em todas as esferas, escancaradas por tecnologias de comunicação, que as tornam pro-ativas.

    Sugeriu-se e aceitou-se que o callcenter vai funcionar da seguinte forma:

    • Cliente, nível 1, 2 e 3 terão disponíveis um banco de dados em rede colaborativo, ao estilo Wiki, em que todos, incluindo o próprio cliente, poderá mexer e alterar o que ele considerar insatisfatório, tendo alguns parâmetros de aprovação das sugestões por editores, ao estilo do Wikipedia.
    • Por sua vez, com a liberação do trabalho de atualização sendo compartilhado, dedicar mais tempo para scripts de atendimento que estão sendo demandados pelos clientes – que vão aparecer como demanda no próprio ambiente colaborativo – sendo “tapados” pelos especialistas e melhorados.
    • Por fim, quando surgir algo novo já se coloca – dentro de um novo processo de trabalho – a versão 1.0 do “script de atendimento” no ambiente colaborativo para ir sendo aprimorado, criando a nova versão a cada colaboração.

    Note que o cliente é parte integrante do processo!

    Com tudo isso, espera-se:

    • – aumento de satisfação;
    • – atualização mais rápida;
    • – mais relevância do que está na base de dados;
    • – e uma precisão maior do que está faltando, eliminando um conceito de que tudo que está na cabeça de todo mundo deve estar on-line!

    Só se vai para o ambiente aquilo que é demandado e crítico, o que não é, não vai. Não se gasta tempo ou dinheiro com o que é supérfluo ou desinteressante.

    Este é o conceito básico de uma nova “gestão de conhecimento 2.0”, que não é achar que o conhecimento vale como um bem em si, mas, ao contrário, vale como algo que é útil para se produzir coisas.

    Conhecimento é ferramenta para se chegar a algum lugar, não vem valor em si.

    Sozinho é apenas elocubração mental!

    Que dizes?

    Diário de blog:

    Neste post, tento responder a resposta de alguns alunos do MBKM que estavam com dificuldade de saber qual é o primeiro passo para o mundo 2.0.

    Consolido mais a ideia do banco de dados colaborativo x o hierárquico, que peguei da Revista HSM, consolidando mais esta publicação como leitura de nível 1.5 (explico melhor a ideia aqui).

    A essência da loucura é a solidão – Rosa Montero – da minha coleção de frases;

    O mundo precisa dos agentes de mudanças.

    Aliás, o grande objetivo do mundo 2.0, nessa primeira fase,  é dar o quanto antes voz aos agentes de mudança para que eles possam começar a rever a civilização, que já está com 7, caminhando para 9 bilhões de almas perdidas e com pressa.

    Ou seja, tem uma galera por aí que já viu, sente, sabe que tem que mudar, mas tá se preparando.

    Isso dá solidão.

    Mudar significa sair do senso comum.

    E o senso comum é bem malvado!

    Pega no pé!

    Se agarra ao pé da cama!

    Mudar é caminhar por uma estrada que ninguém vai.

    É algo que diz o Cântico Negro, do José Régio:

    “Cântico Negro – de José Régio

    Vem por aqui

    Dizem-me alguns com os olhos doces
    Estendendo-me os braços, e seguros
    De que seria bom que eu os ouvisse
    Quando me dizem:
    “vem por aqui!”


    Eu olho-os com olhos lassos,
    (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
    E cruzo os braços,
    E não vou por ali…


    A minha glória é esta:
    Criar desumanidades!
    Não acompanhar ninguém.
    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
    Com que rasguei o ventre à minha mãe.


    Não, não vou por aí! Só vou por onde
    Me levam meus próprios passos…

    Se as coisas que pergunto em vão e ninguém responde
    Por que me dizeis vós: “vem por aqui!”?

    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
    Redemoinhar aos ventos,
    C
    omo farrapos, arrastar os pés sangrentos,
    A ir por aí…


    Se vim ao mundo, foi
    Só para desbravar florestas virgens,
    E desenhar meus próprios passos na areia inexplorada!
    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós
    Que me dareis  ferramentas, machados e coragem
    Para eu derrubar os meus obstáculos?…


    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
    E vós amais o que é fácil!


    Eu amo o Longe e a Miragem,
    Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

    Ide!
    Tendes jardins, tendes canteiros,
    Tendes estradas, tendes pátria, tendes tetos,
    E tendes livros e tratados, e filósofos, e sábios…
    Eu tenho a minha Loucura !
    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…


    Deus e o Diabo é que guiam
    , mais ninguém!
    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
    Mas eu, que nunca principio nem acabo,
    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
    Não me peça definições!
    Ninguém me diga: “vem por aqui”!
    A minha vida é um vendaval que se soltou,
    É uma onda que se alevantou,
    É um átomo a mais que se animou…


    Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou
    Sei que não vou por aí!

    Tenho dito a todos os meus co-agentes de mudança, com os quais nos “coovencemos”.

    Juntem-se, assim como fazem os alcoólatras anônimos para compartilhar suas angústias, reflexões, problemas.

    Não é fácil construir o novo, sozinhos, impossível.

    O que nos leva a adaptar a oração da serenidade, sempre repetida no início e fim de todos os grupos de mútuo-ajuda, que é um verdadeira defesa do livre arbítrio e a defesa de uma lucidez pró-ativa:

    Que eu desenvolva a capacidade de ter serenidade para as coisas que não posso modificar;

    Coragem para aquelas que eu possa.

    E sabedoria para perceber a diferença.

    Assim, só por hoje, vou tentar ir adiante com os agentes de mudanças anônimos ver o que dá para mudar.

    Que dizes?

    Quando um professor não tem nada mais a aprender com seus alunos, está morto! – Paulo Freireque foi para a minha coleção de frases;

    Bom, estivemos ontem na primeira reunião pós-modelo.

    Ou seja, demoramos cinco encontros para que eu pudesse apresentar minhas ideias gerais sobre a Internet e a ruptura 2.0 que ela viabiliza.

    Ontem, foi a pós-consolidação.

    Falamos, de novo, de religião e fé;

    De agentes de mudanças e de seu papel no mundo.

    Vimos que ser um agente de mudança é algo solitário e que uma troca de ideias em torno de suas angústias é fundamental para ajudar no processo.

    De que vamos pegar pedreira pela frente e devemos apostar naqueles espaços que se abrem.

    Falamos de educação e da necessidade dos alunos passarem de repositório para agentes, percebendo que o mundo é um processo.

    Léo lembrou a frase do Paulo Freire, que abri este post e coloquei na coleção:

    “Quando um professor não tem nada mais a aprender com seus alunos, está morto!”

    Concordo.

    Diria até que quando um ser humano não tem nada a aprender com o mundo, está sepultado também.

    Falamos da possibilidade de aplicar modelos 2.0 em várias situações que outros não conseguem enxergar o potencial.

    Abordamos também o ego 2.0, que é o post de hoje.

    Falamos também do início do trabalho do que estou imaginando ser o meu novo livro, ainda em maturação com o pessoal do Nós da Comunicação.

    Hoje começa a brincadeira.

    Bom, é isso, quem puder complementa aí, vai. 🙂

    Ego 2.0

    Se lembra quando a gente / Chegou um dia a acreditar /Que tudo era prá sempre / Sem saber / Que o pra sempre / Sempre acaba – Renato Russo – da minha coleção de frases.

    Anota aí no seu caderno 2.0.

    Teremos que fazer uma revisão na nossa relação com nosso ego.

    Não gosta do termo ego?

    Chama de caixa, piloto automático….

    Tudo aquilo que é condicionamento que relaciona você com o que você pensa.

    Você com o senso comum.

    Tudo aquilo que você acha que é  você, mas não é….

    A fase das “mulas ideológicas dos outros” vai ficar (já está ficando) obsoleta.

    Ela serviu bem ao sistema que não estava explodindo em termos de população.

    Para um mundo, super povoado, esse tipo de relação com o ego é um entrave.

    Sistemicamente falando, nosso ego capitalista, consumista fechado vai nos levar – como já o faz –  a uma sinuca de bico!

    Precisamos aprender a criar coletivamente.

    Não é papo do Dalai Lama, mas já é de quem pensa no futuro das empresas!

    (Sugiro da leitura do livro Presença!)

    Aí, o ego atrapalha!

    Estamos passando da produção individual dos especialistas, cartesiana, dividir para entender e produzir  (que chegou ao seu limite sistêmico)  para o conceito de coletivos inteligentes: produzir coletivamente, em grupos multidisciplinares, tentando que especialistas, não percam a noção do todo.

    Nestes, ninguém sabe tudo, cada um, um pouco, e só a troca destes é capaz de levar a um resultado holístico!

    Essa é a principal mudança na maneira de se organizar pessoas do século XXI.

    Todos estaremos em torno de projetos, tendo como interfaces redes sociais digitais, que depositam suas descobertas em bancos de dados colaborativos.

    E para esta nova civilização a relação que temos com nossos egos consumidores, criados e estimulados pelo capitalismo, começa a atrapalhar.

    Quando entrarmos para co-criar o  principal valor será a capacidade de cada um e de todos em não trazer verdades fechadas, pois a nossa visão da realidade deve ser um miolo de pão em um lago de girinos sempre sujeita à interação, circulando e aprendendo, conforme cada um vai agregando.

    Dessa forma, quem vem com o ego fechado, para se reafirmar perante os outros, para provar que ele está certo, atrapalha.

    Estamos saindo de um mundo no qual o “ego fechado” foi o principal elemento de dominação e, por que não, de produção (que até funcionou) para um outro, no qual o “ego aberto” será fundamental para a criação coletiva, única saída para a existência humana em um mundo super-povoado!

    Ou seja, o ego que representava o senso comum, deve ir para trás e colocar o senso comum na frente para que todos possam bater nele a vontade, e, assim, inovar.

    O que muda?

    O senso comum apanha, mas os egos, não!

    Pois os egos vão lá já sabendo que ninguém é dono da verdade!

    O senso comum sempre será uma versão em construção!

    Todo mundo dá a mão à palmatória (que é o senso comum).

    O que me representa não é o que eu penso, mas a minha capacidade contínua de me  repensar.

    Isso envolve uma gigantesca mudança filosófica humana.

    Que nos leva a outro conceito de como nos vemos no espelho.

    Somos mais manchas passando do que pessoas fixas!

    E notem que todo o circo (incluindo escolas) nos leva a pensar o contrário.

    O que o Marcelo Gleiser, no fundo, nos sugere no livro dele (Criação Imperfeita)  ao colocar o ser humano como um acaso e nossa incapacidade de fechar qualquer teoria que explique o mundo, que não seja provisória.

    Não há verdade final, só momentânea, a partir de nossa capacidade de medir as coisas, com a cognição e as ferramentas disponíveis.

    Se isso é fato, sempre podemos estar na dúvida, pois a dúvida é mais eficaz do que a certeza.

    Raul no fundo estava (como sempre) certo.

    E nos leva a percepção que o “ego fechado”  e “capitalista”, “consumidor” terá que dar lugar a um outro “aberto”, “colaborativo” e “prosumidor”.

    Um ego 2.0!

    Concordas?

    Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle –  George Buckey, presidente da 3M – da minha coleção de frases;

    No artigo da Revista HSM – 79,  Web 2.0 = Gestão 2.0, (exige-se senha) Srinivas Koushik, lança um termo interessante:

    “Os bancos de dados em rede são mais mais eficientes, mas bem diferentes dos bancos de dados hierárquicos”.

    Tenho começado a trabalhar com este conceito, pois acho que caiu como uma luva para o trabalho dos agentes de mudança.

    Vamos entender o que seriam estes diferentes bancos de dados, que acredito que temos três hoje em paralelo por aí:

    • O banco de dados hierárquico isolado, fora da Internet ou da Intranet;
    • O banco de dados hierárquico na Web, ou disponível na Intranet;
    • O banco de dados em rede colaborativo na Web ou na Intranet.

    É bom não confundir o fato de um banco de dados estar disponível na rede, ser um banco de dados em rede colaborativo.

    (Este, aliás, é o grande erro das empresas que fingem que estão no mundo 2.0, pois ficam com banco de dados hierárquicos, maquiados de colaborativos!!!)

    O blog do Planalto é um banco de dados  na Web,  pois está na Internet e apenas os administradores podem colocar conteúdo, ao estilo antigo – hierárquico.

    Assim, um banco de dados em rede é aquele que os usuários que o acessam podem, a  partir de alguns critérios estabelecidos pelo administrador, incluir informações.

    E neste caso teríamos algumas variações:

    • Banco de dados em rede  de acesso coletivo dos dados de todos – o exemplo melhor é um blog, em que os comentários serão incluídos no banco de dados e todos podem acessá-lo;
    • Banco de dados em rede  de acesso individual dos dados de cada um – o melhor exemplo é o banco de dados de um banco on-line que o usuário pode alterar seus dados, mas, porém, só ele vê o que alterou, pois é algo privado.

    Podemos ter ainda nessa distinção, uma alteração por tipo de alteração.

    • Banco de dados em rede  de alteração no texto original – é o caso típico dos modelos Wikis;
    • Banco de dados sem alteração no texto original – um blog entra nessa categoria, pois pode-se comentar, mas não mudar o texto do blogueiro.

    Essa definição resolve, de certa forma, uma inquietação dos meus alunos do MBKM, que estava agoniados para saber como começar a passagem do 1.0 para o 2.0.

    Na verdade, o coração da mudança – de fato – sem fumaça –  é a passagem gradual das bases de dados hierárquicas para as que estão em rede (colaborativa) para agilizar e facilitar o processo de incorporação de conhecimentos de cada registro.

    Ou seja, uma empresa não pula do 1.0 para o 2.0, mas vai a cada situação, a cada novo projeto, analisando como pode ir migrando as suas bases de dados, que não permitem a colaboração para as que permitem.

    Potencializam, assim, a capacidade de cada usuário passivo e teoricamente chamado de burro (pois não tem nada a contribuir), ir, a cada acesso, podendo também melhorar aquele conteúdo, a meu ver realizando a verdadeira “gestão do conhecimento”, que é basicamente “desenburrecendo” pessoas e processos.

    O problema da implantação de bancos de dados em rede colaborativos, é de que há uma mudança de cultura  no âmago da produção do conhecimento, o que significa perda de controle – e por sua vez – poder.

    Porém, a nova sociedade – com 7 milhões de almas – exige velocidade e um banco de dados hierárquico é algo que precisa ser implodido aos poucos, restando muito pouco espaço para casos muito particulares.

    (Nossos netos vão rir muito deles.)  😉

    Ou seja, teremos uma inversão.

    Hoje, temos nenhum ou quase nenhum.

    E ao final da passagem de um mundo 1.0 para o 2.0, teremos todos em rede colaborativo e praticamente nenhum hierárquico.

    É disso que se trata a mudança!

    Mas não se deve começar massivamente, pois há necessidade de um trabalho de salto cognitivo, sugerindo-se criação de  protótipos bem acompanhados, discutidos e monitorados.

    Tudo é uma revolução, mas a passagem se dará, através de pequenas reformas.

    (Vou comentar genericamente depois a implantação de um call center 2.0, que é basicamente a passagem de uma base de dados hierárquica, na qual ninguém altera o conhecimento acumulado para outra que todo mundo pode melhorá-la.)

    É isso, que diz você?

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