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A verdade que é revolucionária não é a ilusão; temos que ver as coisas como elas são
– Ferreira Gullar;

  • No Fantástico, de domingo, ladrões assaltam casa em São Paulo e parente japonesa vê tudo pela Webcam. Chama a polícia, que prende os “meliantes”;
  • Frota em Curitiba terá chips e câmeras para equacionar problemas de ônibus  cheios e mal distribuídos pelas vias;
  • A partir de 2011, os carros terão chips para serem identificados pelos “radares digitais”, vão se saber quem, de onde, quando…podendo se cobrar pedágios por circulação em determinadas vias. E mesmo que se troque a placa, ou se cubra com papel, se saberá quem é o dono do veículo;
  • CQC coloca chip na TV doada para Prefeitura de Barueri, que acaba em casa de parente do Secretário de Educação e é flagrado no delito, o GPS disse exatamente para onde levaram o aparelho, inclusive tinha um alarme que disparou no ar!;

  • Cada cidadão, um celular, um repórter, pronto para filmar e colocar no Youtube –  vide flagrantes nas últimas enchentes do Rio;

De fato, podemos afirmar, que temos hoje  menos sombras no mundo.

Antes da Era Cognitiva Digital, havia muito mais sombra.

Como também antes da Era Cognitiva da Escrita, havia ainda muito, muito mais….quando apenas falávamos e nada ficava registrado…

Estamos em um processo secular de colocar luz nas sombras…e, sobre essa luz, vem a democracia que conhecemos.

Quanto mais luz, mais democrática é uma sociedade;

Quanto menos, mais fechada (vide Cuba, Coréia do Norte e, de certa forma, a neo-Venezuela);

E quando há sombra, mente-se mais, esconde-se mais, cria-se versões, fumaça ilude-se melhor.

Uma sociedade, na verdade, é formada por dois pilares: da confiança e da força.

A confiança trabalha na luz, no respeito, no acreditar que tudo é transparente.

E a força funciona quando a confiança é quebrada.

Faz-se ou se trabalha na sombra…

Quanto mais sombra, mais as leis, processos, regulamentos demoram mais tempo para ser mudados, pois há um tempo entre prever como será, até se verificar realmente como está sendo.

Fazer ajustes.

Quando a sombra vai diminuindo, vê-se melhor, sabe-se mais, acompanha-se mais. E pode-se alterar de forma mais rápida.

E se constata mais como as coisas realmente estão acontecendo, pois sempre há e haverá uma separação entre o que se diz e o que realmente rola, na prática.

Quanto mais conseguirmos diminuir este espaço, mais uma sociedade está pronta para se corrigir e ir adiante.

Talvez o pilar número 1 do que podemos chamar de democracia.

Essa capacidade de deixar tudo aberto, ver os erros e corrigi-los, baseados no que é melhor para a maioria.

Mas qualquer sociedade hoje – das mais abertas às mais fechadas, sofrerão um impacto da “menos sombra”.

A abertura de novas fontes informacionais em profusão escancara sse buraco ético/funcional, que se reduz na nova Era Cognitiva Digital.

Fato: há mais gente no mundo e é preciso aumentar a precisão, pois é necessário reduzir o tempo entre o erro e o ajuste.

Tudo é mais vigiado, perde-se privacidade, até diria liberdade de estar em determinadas sombras, mas ganha-se, por outro lado, registros e mais capacidade de ação e de conserto.

E isso tem um impacto grande na nossa maneira de agir e pensar.

E muda a sociedade a médio e longo prazo.

E é esse conjunto de luz na sombra, que está fazendo que a sociedade que agia mais na sombra do que na luz, comece a se adaptar a um mundo mais claro, menos ilusório, com menos fumaça.

  • Pois há o raio-x do aeroporto, que detecta as drogas.
  • O raio-x na fronteira dos Estados Unidos, que flagra os imigrantes.
  • E o satélite lá de cima que vê coisas, que ninguém sabe que estão vendo;
  • E o raio-x do consumidor que tudo vê, com todos compartilha, que filma defeitos, que fala aos amigos e que tudo fica registrado, googável para os demais.

É luz em várias sombras no mundo que precisa errar menos, consertar mais rápido para ir adiante.

Volta e meia vamos nos deparar com esse flagra de um “ladrão” que é descoberto aonde ele achava que estava escuro.

A sociedade está com um novo óculos infra-vermelho!

E, por causa, disso, vamos mudar cada vez mais e mais rápido.

Concordas?

PS- nessa linha, sugiro o artigo de Fábio Barbosa na Folha.

2 Responses to “Cada vez menos sombra…”

  1. Carlos Nepomuceno disse:

    Vejam, entretanto, que o movimento é pendular, apesar do avanço geral que teremos, há tropeços pelo caminho, a reação:

    Itália cala imprensa com Lei da Mordaça

    http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/o-globo/2010/06/12/italia-cala-imprensa-com-lei-da-mordaca

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