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Todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente – Lorde Acton;

A meu ver a principal avaliação de oito anos de Lula e PT no poder, com perspectiva de mais 4 e mais 8 (com a volta de Lula) é de que é preciso rever o conceito do “homem novo”.

Um conceito difundido entre a esquerda, desde seus primórdios.

A ideia autoritária de que há uma “verdade”, rumo a um mundo melhor e mais igualitário, de que determinadas pessoas têm essa “verdade” e isso as faz melhor do que as demais.

São pessoas incorruptíveis e tudo que transgride a norma, não foi para mim, mas para a “causa”.

São pessoas “puras”, pois falam em nome da maioria e detém esse privilégio.

Sabem do que a maioria precisa e ninguém mais pode falar em nome desta.

E tudo que fizerem – seja legal, legítimo, ou ilegítimo – pode ser feito em seu nome, pois a “verdade” a tudo vencerá.

Do ponto de vista científico e ético essa visão se aproxima dos dogmas das religiões, que se apossaram das palavras dos filósofos, dos regimes de exceção.

É talvez o traço autoritário principal do “nós” (mocinhos) e “deles” (bandidos).

Quem tem a “verdade”, pode tudo e pode fazer coisas, pois os fins justificam os meios.

Lá no final, verão!

Esse monólogo, sem diálogo.

Essa briga do nós versus eles.

Esse sentimento de “raça superior” é o grande mito que caiu nos últimos oito anos de PT no Planalto.

Todos somos seres humanos e temos nossas fraquezas.

O que vai garantir que uma sociedade puna quem  não quer seguir o que a maioria define, através de suas normas, é o reforço e a melhoria constante das instituições.

E, para isso, é preciso diálogo, humildade e sabedoria.

Menos a arrogância!

Ao não fortalecermos os agentes reguladores, a cidadania, a participação (mola propulsora do PT, inclusive), a meritocracia,  estamos voltando para trás.

Estamos considerando que o “humano” com a verdade, está acima dos demais.

Deixa que eu chuto, pois eu sei para onde o vento sopra.

O mundo 2.0, com a participação cada vez maior das pessoas, vai na direção contrária a esse mito daquele que tem a verdade.

Há muitas verdades e o que precisamos chegar é um consenso, em rede, através do diálogo, no qual ninguém é mais do que ninguém.

A versões de verdades, que são trocadas e crescidas, mudadas, juntos, na troca.

Se teremos mais 4 anos de Dilma e, provavelmente, mais 8 de Lula, temos que saber nos vacinar contra esse mito dos que tem a verdade, pois o mundo está indo na direção oposta.

Em nome da verdade fechada e certa, aliás, já  se fez na história os maiores absurdos.

Concordas?

5 Responses to “O mito do “homem novo””

  1. Com certeza. Mais do que isso. Os governantes que aí estão não me iludiram não. Aliás, muito mais do que MAIS DO QUE ISSO…a política não é o meio apropriado de suprir a coletividade igualitariamente. Nunca foi e nunca será. Sempre contestei inclusive aquela máxima que diz que o brasileiro é um povo maravilhoso…não podemos generalizar e temos aí milhóes de exemplos. Pessoas que se inserem na política para que as coisas melhorem, e nunca melhoraram (não pela política), pessoas que desviam doações de vítimas de incêndio, alagamento, terremotos, pessoas que quando trabalhadoras dizem e prometem mil coisas e quando se inserem na política dizem duas mil que vão contra as mil iniciais, etc etc etc Não gosto de dizer que esse problema é um problema do homem ou do mundo por que aí autoriza um brasileiro qualquer a fazer o que quizer e tudo se justificaria. Costumo dizer que se vc quer fazer algo por alguem faça pelos seus mais próximos, mas nunca, nunca mesmo, se insira na política achando que vai conseguir algo. Pessoas costumam falar pra mim que aahhh, olha aí o Brasil na “frente” (do que?), crescendo, economia estável, etc etc etc Não atribuo isso a um governo ou a governos, atribuo ao fato de que o mundo cresce, levado por energias multi-difusas, múltiplas, por força de diversas tendências que se cruzam hoje via tecnologia, e aí um cara num lugar qualquer pensa em algo em função de uma idéias nova que surgiu em outro lugar. Por isso a ci~encia hoje evolui na velocidade dos milésimos de segundos, e antes demorava tanto pra se fazer novas descobertas. Por que? Por que a informação hoje circula simultaneamente para todos os cantos do planeta. Aí o mundo se vê impulsionado pelo querer crescer pontual de uns e coletivo de outros. Por isso não atribuo crescimento a governo atribuo ao fato de que o mundo cresce, e com ele quem faz parte dele. Então, voltando ao assunto principal, quem são esses que hoje desviam, corrompem, enganam, mentem, tomam a verdade pra sí a qualquer custo e que hoje se degladiam pelo poder? São aqueles que anos atrás reclamavam das mesmas coisas feitas por outros. Aí aproveito duas peguntinhas que faço tanto nas rodas de amigos. Onde está a imprensa que antes colocava o “pescoço” em risco, que no dia seguinte eram fechadas proq ue enfrentavam os militares? Onde estão os músicos que precisavam codificar suas músicas para enganar os militares e criticavam constantemente o governo na época? Onde estão esses personagens “corajosos”?

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    João,

    “Onde estão esses personagens “corajosos”?”

    Acredito que estão nas redes sociais, no Youtube, no movimento de software livre, nos empreendedores do Mercado Livre na Estante Virtual, democratizando e questionando o que está aí vigente..

    Concordas?

    Valeu a visita!
    Nepô.

  3. Concordo, até por que a tendência de quem quer mudar é procurar meios que sejam possíveis, como politicamente é impossível, por que existe um força centrípeta que torna coeso e coersitivo, impedindo a mudança, no partido que governa, a solução é penetrarmos nos meios acessíveis, e o virtual é o menos denso deles. Por isso sou total e indiscriminadamente contrea o controle da internet. Vamos fiscalizar sem controlar.

  4. Synesio Neto disse:

    O problema do mundo não é político, é técnico. Políticos não têm capacidade de resolver problemas sociais, fome, saúde, energia, segurança, educação… São todos problemas técnicos, e que deveriam ser tratados por especialistas. Os interesses escusos da política tiram o foco dos problemas e tudo fica vinculado à famosa expressão: “Depende da vontade política!” Façamos por nós mesmos (Lei da ficha limpa, por ex.), pra que esses nossos não-representantes?

    Nas eleições nos fazem acreditar no exercício da democracia (com voto obrigatório? Não, obrigado!) e ficamos cheios de orgulho cumprindo nosso dever cívico, mas que só reproduz os vícios e as práticas corruptivas, infelizmente…

  5. Carlos Nepomuceno disse:

    João, fechado!

    Synesio, toda a ação técnica, tem uma filosofia envolvida, que poderíamos dizer política.

    Toda técnica é fruto de uma teoria, que é um ponto de vista de alguém no mundo.

    Devemos ter cuidado de defender a “técnica” como se ela fosse a “verdade”, pois é fruto de uma teoria, que definiu que aquele é o melhor método para resolver dado problema.

    No Brasil, existem decisões tendenciosas, que alijam as decisões técnicas, que seriam, digamos as mais comprovadamente eficazes, a partir de dadas teorias.

    Quem aceita e incentiva decisões tendenciosa, se baseia em uma filosofia, de “que é assim mesmo”, que parte de uma teoria de como é possível governar o Brasil, dentro do atual regime político.

    Ou seja, do ponto de vista conceitual também é uma “técnica” de governar, baseada em uma dada teoria.

    Para ele, há uma técnica, um jeito de fazer, que é o “melhor”.

    São reflexões para avançarmos,

    grato pela visita.

    Nepô.

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