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Nepô

Estou nesse mundo do empreendedorismo desde 1995, quando criei minha empresa de Consultoria em Internet.

450 projetos depois estou agora indo para uma nova etapa e criando o Nepôlab – Laboratório de Inovação Digital.

Qual é a demanda e qual oferta?

  • Demanda: as organizações precisam ver melhor o que está acontecendo com a chegada da Revolução Cognitiva.
  • Oferta: capacitação, consultoria, palestras que possam ajudá-la a fazer estratégias mais consistentes nessa direção.

Mas o mercado não está bem assistido nessa área?

Não.

Sabe por que?

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Hoje, a maior parte das organizações que vende estratégias têm um problema de tamanho. São estruturas grandes e pesadas, que precisam fechar a conta no final do mês.

E isso faz com que a visão seja mais de curto e médio prazo, no máximo.

E isso faz com que pesquisas de médio, longo e longuíssimo prazo não sejam praticadas, pois são caras e os clientes não estão compradores das mesmas.

Assim, os estudos sobre o futuro acabam sendo intoxicados pela demanda do dia a dia.

Abre-se espaço para que consultores independentes possam estudar e ter uma visão consistente e mais eficaz, pois têm mais liberdade para o estudo com custos bem menores.

Outro vantagem do estudo focado é escolher uma força principal de mudança e se fixar nela.

Hoje, acredito que a Revolução Cognitiva é a principal força que tem trazido mudanças ao mercado. E isso precisa ser bem detalhado.

vid laboratorio - B.E

Assim, a criação do Nepôlab – Laboratório de Inovação Digital tem como meta:

  • – Ser uma rede de estudos sobre Revolução Cognitiva;
  • – Envolver meus alunos no processo de pesquisa, em uma rede de pensadores, aptos a ajudar as organizações;
  • – Analisar causas e consequências e problemas e oportunidades;
  • – Ter como meta ver melhor para agir melhor.

Perfil dos clientes:

  • – que queiram realmente ter uma visão mais clara do que está acontecendo;
  • – querer incorporar essa mudança na vida organizacional.

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É isso, que dizes?

 

Um sistema econômico nada mais é do que a criação de redes de oferta e demanda.

Ecommerce

Estas redes são estruturadas, a partir do Ambiente Cognitivo de plantão, que estabelece critérios de relações entre oferta e demanda.

Peguemos um caso bem concreto da Indústria da Música, como detalhei aqui

musica

Não houve uma desintermediação, mas uma reintermediação a partir da criação de uma nova Rede de Consumo nais sofisticada do que a anterior, na qual músicos puderam estar dentro de um mesmo ambiente com seus usuários, como é o caso das lojas atuais de venda.

Isso é fundamental para entender para onde estamos indo.

As atuais Redes de Consumo Analíogicas foram estruturadas para um mundo sem as Tecnologias Cognitivas que a Internet permite. As novas tecnologias possibilitam que as redes sejam refeitas, ligando pontos que antes não podiam ser ligados.

Existe duas possibilidades aí:

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  • Novas Redes de Consumo – Você ligar pontos que não existiam, colocando Plataformas Digitais Colaborativas.
  • Antigas Redes de Consumo –  Você ligar pontos que já existiam, colocando Plataformas Digitais Colaborativas

Exemplos?

  • Os aplicativos de táxi reintermediam a antiga Rede de Consumo de táxi. É uma nova Rede de Consumo Digital que atua dentro de uma antiga. Há uma Reintermediação de algo que já existia, digitalizando o processo dentro da nova Governança Digital
  • O Uber, que é um sistema de aluguel de carros particulares é diferente.  Eles criam uma NOVA Rede de Consumo ligando pontos que não estavam em contato. É uma nova Governança Digital, criando uma rede que não existia. Que não era possível ser criada sem as novas Tecnologias que temos hoje.

Ambas geram valor. Porém, a primeira altera algo que já é legislado e rompe menos com os padrões e a segunda é algo que quebra o modelo, criando um novo modelo completamente diferente.

Ambas inovam de forma diferente.

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Note que o valor gerado é a possibilidade de se estabelecer uma nova Rede de Consumo que consegue estabelecer trocas.

E aí temos outra classificação.

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  • Analógicas – aquelas que não usam Plataformas Digitais Colaborativas como a base das trocas;
  • Digitais – aquelas que usam Plataformas Digitais Colaborativas como a base das trocas.

As cooperativas de táxi são Redes de Consumo analógicas, bem como os aplicativos são Digitais.

Uma Plataforma Digital Colaborativa tem como premissa:

  • – Estar na Internet;
  • – Permitir a colaboração de massa entre os membros da rede;
  • – Usar robôs para facilitar as trocas.

computador

Exemplo aplicativo de táxi:

  • – Estar na Internet – ok;
  • – Permitir a colaboração de massa entre os membros da rede – através da avaliação dos motoristas e passageiros;
  • – Usar robôs para facilitar as trocas, via GPS para saber quem está perto de quem.

O que gera valor hoje na sociedade da passagem de Redes de Consumo Analógicas para Digitais é:

  • – Criar Plataformas Digitais Colaborativas em redes existentes;
  • – Criar Plataformas Digitais Colaborativas em redes inexistentes.

É isso, que dizes?

 

Estou lendo “A Loja de Tudo” de Brad Stone sobre a história da Amazon.

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O livro, que não é o primeiro sobre A Amazon, é bem completo, cheio de detalhes e detalha a verdadeira obsessão, desde o primeiro dia, de Jeff Bezos, com o cliente.

Os resultados da Amazon ainda hoje não são melhores em termos de lucro por dois motivos:

  • –  obsessão com o cliente;
  • – obsessão com inovação.

A Amazon ainda continua, de certa forma, com o mesmo princípio do início, algo que o Google e o Facebook, perderam ao longo do tempo.

Acredito que Bezos é uma liderança que consegue perceber a guinada que demos com a Revolução Cognitiva e a guinada do cliente.;

A Amazon está dentro do espírito 3.0. Há um valor intangível de paixão do consumidor por uma determinada marca que não pode ser medida no curto prazo.

Vejam os lemas principais tirados do livro:

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Seria algo como o intangível Valor da Fidelização.

Muito do que se faz hoje ao se avaliar uma dada organização que é o lucro puro e simples, que fazia sentido em um mundo do cliente passivo, mas não mais em um regido por um Cliente 3.0.

Quanto das “perdas” da Amazon foram provocadas por investimento em paixão?

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Vejamos um caso bem Brasil.

Eu acabei uma relação de 20 anos com a Net este mês.

Nunca a Net me ligou para me oferecer um desconto pela minha fidelidade. E quando comecei a dar sinais claros, cancelando alguns serviços, ela não regateou no preço de um novo pacote da Tevê que estava bem mais caro que o concorrente.

Só depois que saí, ela passa um tempo enorme me ligando, oferecendo-me o que eu pedi, quando ainda era cliente.

Ou seja, a organização não investiu nenhum centavo no Valor da Paixão.

Isso não entra dentro dos resultados finais que os acionistas tanto fiscalizam, mas que no longo prazo pode fazer uma grande diferença no resultado financeiro da organização.

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Assim, o mundo dos Nets não é dos Nets na prática, apenas no Marketing, pois para você se sentir no mundo dos Nets você tem que ver a empresa abrindo mão de algo para te favorecer.

Isso não vai criando uma relação de afeto, mas de desconfiança beirando o ódio/raiva com a marca.

Obviamente, que esse modelo Net de ser não é só da Net e muitos dirão que a competição é dura e os acionistas estão ali esperando resultados cada vez mais no curto prazo.

Mas é justamente isso que Bezos tem defendido como uma nova concepção de organizações e leva muita bordoada por isso. Ele acredita em longo prazo e no investimento da paixão do cliente. Os acionistas terão que ter fôlego e talvez devem ter um determinado perfil de querer estar junto de uma empresa que alia mais princípios ao negócio do que o habitual, pois já captou a mudança radical do cliente do novo século

É preciso ao se fazer a avaliação de um negócio o quanto está sendo desperdiçado com ações sem sentido e o quanto está sendo investido em aumento de fidelização de longo prazo.

Obviamente, que há limites para não se quebrar, mas é algo que tem que ser incorporado na avaliação dos negócios. Hoje, imagina-se que está se fazendo negócio com o mesmo perfil de cliente e não está.

A fase de colocar um dente no pescoço e só chupar está, felizmente, passando.

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Em um mundo com o Cliente 3.0  esse tipo de avaliação precisa ser (RE)feita de forma urgente!

O mercado pede organizações em que os princípios se transforme em ação e não apenas em discurso.

Recomendo o livro!

 

Cliente 3.0

Se me perguntam qual é a grande mudança depois da Internet? O cliente/cidadão não é mais o mesmo. Estamos formando hoje o Cliente 3.0.

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Assim, temos um novo tipo de cliente, como demonstro no gráfico abaixo:

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Na verdade, as Organizações Analógicas estruturaram todo o seu modelo de Governança, incluindo os princípios praticados, baseado em um cliente passivo e não ativo. Em um ambiente de inovação controlado e não descontrolado. Com antiga Conjuntura Cognitiva, mais e mais centralizada, os interesses dos acionistas puderam se sobrepor ao dos clientes, que tinham baixo poder de pressão e de reflexão. Mas isso está acabando.

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A demanda de participação hoje do cliente nos produtos e serviços é muito maior do que a capacidade das organizações analógicas de atender. O modelo de Comunicação era/é feito para monologar e não dialogar!

A nova demanda de participação só começará a ser alterada quando o modelo de Governança se alterar de forma profunda, permitindo que estruturemos um outro modelo de organização mais compatível com o novo cliente.

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A Governança Digital e suas diferentes versões, através de Plataformas Digitais Colaborativas conseguem equilibrar essa participação com a capacidade de escuta.

É isso que Jeff Bezos a Amazon percebeu.

E é disso que falo no outro post.

É isso, que dizes?

Vimos aqui o seguinte.

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Que o que rege e define a história da espécie é a Complexidade Demográfica, que fica pedindo uma Governança da Espécie compatível.

As organizações acabam a ter que se ajustar a nova Governança da Espécie com o tempo.

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Temos, assim, a seguinte ordem lógica de mudanças:

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Isso demora um tempo, mas a competição fará com o que os modelos de Governança Organizacional mais compatíveis com a nova Governança da Espécie sobrevivam ao tempo.

Assim, se queremos ver para onde vão as organizações, teremos que entender as linhas gerais da nova Governança da Espécie.

Note que elas não são uma camisa de força.

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Teremos vários modelos influenciados por ela.

Vejamos o que consigo ver até o momento:

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Modelo de comunicação – estamos saindo do uso intenso da comunicação dos mamíferos para incorporar TAMBÉM a dos insetos. Note que não usaremos apenas a dos Insetos, mas também a dos insetos, isso é importante.

  • Qual a diferença?
  • Os mamíferos não deixam rastros. Os insetos deixam.
  • Dizer, digamos, que o leão não urina em alguns lugares para demarcar território seria uma mentira. Usam algum tipo de rastro, mas note que não é o centro do modelo produtivo, como é o caso das formigas.
  • O epicentro do formigueiro, que lida com uma quantidade de membros muito maior, são os rastros. E isso é o novo que está na Governança da Espécie e irá mais e mais ser usado pelas organizações.

Os rastros podem ser vistos nas estrelas, comentários, curtições, que permitem, de forma simples e barata, que sejam qualificados serviços e produtos, deixando que o consumidor possa dizer para o outro de forma simples e barata o que achou do serviço. Isso é o uso da comunicação dos insetos nos negócios.

Modelo de controle: as organizações atuais trabalham com um bloco, um monolito. As qualidades e defeitos são avaliados de dentro para dentro. Um gerente pune ou promove um funcionário que atendeu mal ou bem um cliente.

  • Há um líder-alfa que coordena. E todos conhecemos os limites e problemas que esse modelo tem causado em termos de distorções da capacidade de gerar produtos e serviços melhores.
  • Um usuário, assim, hoje quando olha para a organização a vê como uma estrutura só em que o funcionário é um representante daquela estrutura. A tendência é a organização ficar mais invisível, criando uma rede de fornecedores que lidam com o cliente e sobem e descem em termos de mérito e demérito, conforme a avaliação do cliente.

Vejamos a figura.

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  • Há um gestor que avalia, conforme os problemas relatados pelos clientes, via estruturas de atendimento (caras e ineficientes) como está a performance interna. Méritos e deméritos são avaliados por este gestor, que filtra, conforme critérios internos.

O modelo abaixo mostra uma outra tendência:

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As organizações que praticam a Governança Digital e, por sua vez, a Gestão Digital, procuram virar a raiz de forma a colocá-la horizontal e visível para a sociedade.

Como isso é possível?

  • – cria do zero ou organiza redes de fornecedores externos, que passam a ser os antigos colaboradores, mas agora estão do lado de fora;
  • – colocar estas redes de fornecedores para serem avaliadas pelos clientes, via Colaboração de Massa;
  • – e deixam que o fluxo defina quem tem mérito e quem não tem mérito em Plataformas Digitais Colaborativas.

Outro ponto relevante da nova Governança da Espécie é o Patamar de Princípios.

  •  Note que determinadas práticas da sociedade são feitas por que a sociedade aceita que sejam feitas, não pela sua lógica, mas pela incapacidade da sociedade em se revoltar contra elas.

Tais aceites são feitos por:

  • – falta de informação;
  • – baixo adensamento afetivo-cognitivo (isolamento de pessoas);
  • – incapacidade de articulação para organizar mudanças.
  • Assim, quando temos uma Revolução Cognitiva o Patamar de Princípios praticados tende a se elevar. Note que não estou falando que ele fica imóvel, pode ter recaídas, mas de maneira geral alguns princípios adotados passam a valer como hegemônicos.

(Obviamente, que isso depende de termos uma estabilidade social, não vivermos grandes cataclismas, etc, se tivermos o mesmo modelo de sobrevivência isso vai sendo incorporado como prática geral da espécie).

O conceito do lucro pelo lucro, por exemplo, é um Patamar de Princípio que dificilmente sobrevive em um mundo mais transparente. As organizações têm que começar a colocar princípios nas suas atividades, como começam a falar sobre isso – foco no cliente ao invés de “facada no cliente”.

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Por fim, a Hierarquia da Rede.

  • Note que hoje as autoridades são mais fixas, mais permanentes. Quando alguém ascende a um posto tende a ficar mais tempo.
  • Na nova Governança a permanência como “autoridade” será muito menos fixa e sólida, e muito mais dinâmica e líquida, pois não estará sujeita à aprovação de quem está acima, mas de quem tem interesse que a coisa funcione, que é quem está do lado de fora – o cliente interferirá mais nesse sobe e desce.

Seria, até o momento, o que me ocorre para que possamos traçar as macro-tendências da nova Governança da Espécie.

Note que estas são tendências que já são práticas em várias organizações nativas, que aderiram ao novo modelo de Governança da Espécie.

O mais importante, volto a dizer, não haverá um modelo de Governança Digital único, mas será adaptado a cada tipo de organização de forma distinta, atendendo, entretanto, estas diretrizes de maneira geral.

É isso, que dizes?

Temos uma grupo de 7 pessoas em uma fazenda.

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Eles por dia vão precisar de 21 pratos de comida, café da manhã, almoço e janta.

Se receberem um grupo de turistas de 60 pessoas, por exemplo.

Teremos por dia 201 pratos de comida por dia (7+60).

Um prato de comida na mesa exige uma logística de:

  • Comprar os ingredientes (partindo do princípio que não o produzem);
  • Prepará-los;
  • Servi-los;
  • Arrumar tudo depois.

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Se passarem um fim de semana prolongado 4 dias, teremos: 804 refeições, sem falar em todo o resto: dormitório, banheiros, água, luz, comunicação, etc.

A complexidade da fazenda sem turistas é uma e com turistas é outra, pois a quantidade de dados a ser processado nas duas situações é infinitamente maior para que todos possam se sentir bem.

Assim, podemos dizer, apenas pelo exercício lógico e matemático, que quanto mais pessoas estiverem em um determinado local, teremos necessariamente mais problemas de logística, o que aumenta a complexidade.

Peguemos, então, o planeta que agora é uma grande aldeia conectada.

Em 1800, tínhamos 1 bilhão de habitantes e hoje temos 7 bilhões, vejamos o que pesava e o que pesa para todos nós estes valores em termos apenas de alimentação:

  • 1800 = 1 bilhão = 3 bilhões de pratos de comida ao dia – 90 bilhões ao mês.
  • 2014 = 7 bilhões = 21 bilhões de pratos de comida ao dia – 630 bilhões ao mês.

Note que isso é como juro composto, pois o aumento da complexidade se dá na quantidade e no aumento da escala e ainda na qualidade, pois nem todo mundo come igual ao outro.

Como mostra o gráfico abaixo:

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No livro de Clay Shirky “Here Comes Everybody”, na página 27, ele apresenta o seguinte gráfico – See more at: http://nepo.com.br/2013/09/26/complexidade-demografica-e-mudancas-cognitivas/#sthash.T0ReZzaB.dpuf

Quanto mais gente, mais complexidade qualitativa e quantitativa.

Ou seja, a complexidade humana não é imóvel.

Somos a única espécie animal que consegue superar o problema de aumento do “bando”, pois reinventamos nossa tecno-ecologia. Inventamos no primeiro momento novas tecnologias e no segundo alteramos a nossa Tecno-Cultura para que possamos lidar com o aumento da Complexidade Demográfica.

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Obviamente, que o modelo social (incluindo a educação), político,  e econômico não será o mesmo, conforme aumentamos a população, pois a cada nova etapa da complexidade, nós temos que nos reinventar.

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Todas as análises humanas e filosóficas que procuram saber quem somos, devem passar por compreender que, como animais, estaremos sempre procurando lidar com a sobrevivência e o que vai nos definir a cada momento da história é estar mais ou menos afinados com a complexidade de plantão.

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E, conforme a complexidade, vamos construindo Ambientes Cognitivos mais sofisticados para que possamos lidar com ela.

  • Quando éramos menos de 1 bilhão, podíamos viver apenas da escrita e da escrita impressa;
  • Na escalada, tivemos que massificar o rádio e a tevê;
  • Passando de 3 bilhões, inventamos a Internet;
  • E quando chegamos ao pico de 7 bilhões criamos a Internet colaborativa.

A cada uma destas etapas fomos reinventando o que chamo de Governança da Espécie, que nos permitiu ir sofisticando nossos ambientes sociais, políticos e econômicos, de forma incremental na maior parte das vezes e radical, como estamos fazendo agora.

Não conheço outra teoria mais consistente que esta – com dados concretos – que nos permitam entender a chegada do mundo digital e seus desdobramentos: refazer nosso ambiente social para que ele se torne mais compatível com a atual complexidade.

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Só conseguimos levar o aumento demográfico até aqui, pois tivemos que criar um ambiente hiper-centralizado em termos de produção e ideias, de baixa diversidade humana, nos levando a um conjunto de crises, incluindo de princípios e valores humanos.

A sobrevivência estava acima de tudo. Não, não acho que é uma crise do capitalismo, mas é uma crise da limitação da espécie: crescemos demais e não tínhamos instrumentos para gerenciar esse crescimento com mais eficácia, permitindo mais diversidade e mais princípios.

Hoje, começamos a ter a chance de poder sobreviver com mais diversidade. É o que o potencial do novo Ambiente Cognitivo Digital permite.

O problema principal é que a cabeça da nossa geração, incluindo das atuais lideranças ainda está trabalhando nos limites cognitivos do século passado e não mais do que podemos construir neste novo.

É uma luta dentro de um sub-aquário, dentro de um aquário que cresceu, mas que seus integrantes não se deram conta.

É isso, que dizes?

Existe uma diferença entre Governança e Gestão.

  • Governança é algo maior: como decidimos as coisas;
  • Gestão é algo que está dentro da governança: como fazemos as coisas acontecerem.

Não haverá uma organização que tenha uma Governança de um jeito e uma gestão de outro.

Mamiferos

São dois elementos que convivem.

O problema que temos acima da Governança Organizacional a Governança da Espécie.

Ou seja, a Governança das Organizações não é opcional, elas não terão aquelas que querem, mas serão compatíveis com a Governança da Espécie praticada, que será sempre a mais capaz de lidar com a complexidade de plantão, através das Tecnologias Cognitivas inovadoras.

A complexidade de plantão é regida pela demografia.

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Como vemos no quadro abaixo:

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As organizações, assim, se sujeitam a:

  • Complexidade Demográfica – que define problemas cada vez mais complexos;
  • Governança da Espécie – que é o modelo mais sofisticado para lidar com a complexidade;
  • Governança Organizacional – que é a adaptação da governança da espécie a cada tipo de problema;
  • Gestão – que é a definição do modus-operandi adaptado para o tipo de Governança Organizacional adotada.

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O surgimento de uma nova Governança da Espécie se inicia em alguns setores e vai se espalhando aos poucos, definindo novos modelos de Governança Organizacional e de Gestão.

O que eu chamo de Governança da Espécie, Organizacional e de Gestão 3.0, baseado no mundo Digital, já com as redes produtivas conduzidas pela Colaboração de Massa e Algoritmos.

Continuo aqui.

É isso, que dizes?

Talvez a principal força que está sendo ignorada pela sociedade hoje é a da demografia.

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Nunca na história desta humanidade o planeta cresceu tão rápido em tão pouco tempo, saltados de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos.

Acredito que já tivemos saltos desse tipo em civilizações isoladas, que tiveram que se sofisticar por elas mesmas e é onde que eu acho que podemos entender melhor o que significa esse salto se formas fazer pesquisas futuras sobre o tema.

Hoje, vivemos o que era particular no coletivo.

Assim, não podemos falar da espécie humana como algo isolado da complexidade.

A complexidade nos define enquanto desafios e a sociedade que iremos construir a partir disso, em termos sociais, políticos e econômicos.

Me diga a complexidade e te direi que espécie humana vai estar na terra!

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Podemos dizer que hoje somos apenas uma civilização, que ocupa todo o planeta fortemente hiper conectada.

Saímos do isolamento e caímos “de boca”  no que o McLuhan chamou de aldeia global.

Eles estava correto.

Quando ouço que no passado era melhor, era diferente, mais calmo. Claro que era mais calmo e diferente. Eu nasci com 3 bilhões de pessoas no planeta e meus filhos convivem hoje com mais que o dobro de habitantes, todos concentrados em megalópolis.

A maior parte dos problemas de falta de planejamento que temos hoje é justamente por ter crescido a taxas estratosféricas com governantes da idade da pedra!

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Vivemos a sociedade de 7 bilhões de pessoas e ela define absolutamente TUDO que teremos daqui por diante.

Assim, quanto mais complexidade, mais sofisticado terá que ser o ambiente cognitivo ao nosso redor o que define o homo sapiens.

  • 1.0 – oral;
  • 2.0 escrito
    • 2.1.1 – escrito impresso
    • 2.2.2 – escrito impresso e eletrônico
  • 3.0.2-  com computador e 2 bilhões de habitantes
    • 3.1.3- com internet e 3 bilhões de habitantes
    • 3.2.7 – com internet algorítmica colaborativa

Somos, assim, homo sapiens com versões das Eras Cognitivas, incrementais e disruptivas, com alinhamento do tamanho da população.

Somos softwares que mudamos nossa plástica cerebral, versionados, que precisam dar upgrades, conforme a complexidade vai aumentando.

É isso, que dizes?

 

 

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Não faz muito sentido falar em macro economia depois que começamos a pensar em termos de Eras Cognitivas, pois temos três instâncias diferentes que vão guiar os sistemas econômicos:

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  • A macroeconomia – que são as mudanças que teremos, a partir da chegada de novas Eras Cognitivas;
  • A mesoeconomia – que seria o que chamamos hoje a macroeconomia;
  • E a microeconomia – igual ao que é hoje.

A questão que está colocada é de que, diferente do que achávamos, a economia não é a última instância das mudanças, mas é subordinada ao Ambiente Cognitivo de plantão.

A espécie vai se utilizar dos melhores recursos disponíveis para sobreviver e isso implica na forma de decidir (governança), controlar (gestão) e produzir (operação).

E isso vai moldar o sistema econômico, a partir das unidades produtivas, tivemos, assim, no passado recente:

  • Feudalismo – baseado no feudo;
  • Empresismo (chamo assim o capitalismo) – baseado nas empresas;
  • Cooperativismo – o que virá adiante que são as cooperativas digitais.

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Podemos analisar as duas propostas de sistemas políticos-econômicos, com ou sem propriedade privada, tanto o capitalismo (chamo de empresismo) quando o comunismo foram baseados no modelo de governança e gestão compatíveis com a Era Cognitiva.

Modelos verticais, com gestão baseada em hierarquia fixa e rígida, com instâncias intermediárias de decisão.

Era o melhor que tínhamos com as ferramentais disponíveis até a chegada da Internet colaborativa.

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A nova Era Cognitiva nos traz:

  • Novo modelo de governança;
  • Que nos leva a um novo modelo de gestão;
  • E por sua vez a um novo modo de operação.

A cultura trazida por essa nova forma de produção nos leva à cultura do cooperativismo que será:

  • – fortalecimento do poder das pontas;
  • – descentralização da produção;
  • – fiscalização maior da sociedade;
  • – novo ciclo de princípios sociais;
  • – descentralização do capital.

É isso, que dizes?

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O problema que temos no mercado de trocas é a sua tendência à concentração.

Vejamos a figura abaixo para entendermos:

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Existem três instâncias:

  • Produção – de produtos e serviços;
  • Canal de Ideias – que circula dentro de um ambiente cognitivo, que procura estabelecer um padrão de pensamento;
  • Canal de Trocas – dentro de um sistema de distribuição.

A produção se dá em alguns níveis:

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  • Os serviços intangíveis circulam pelos canais de ideias, que serão compatíveis com as redes criadas pelas novas Tecnologias Cognitivas;
  • E os serviços tangíveis continuam a necessitar de uma rede física, podendo ser demandados pelas redes criadas pelas novas Tecnologias Cognitivas.

Por isso, todas as indústrias dos Intangíveis são fortemente afetadas pelas novas Redes logo de cara.

Vamos ver a mudança que acontece na indústria da Música que é de Intangíveis:

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Note que o Mercado tinha um Intermediador e é Reintermediado.

  • Muitos dirão que o Autor de música é consumido diretamente pelo público, mas note que sempre vai haver uma plataforma digital entre o consumidor e o autor.
  • Mesmo que seja um blog do autor que o consumidor baixe haverá uma intermediação digital.

O que temos nesse processo são tipos diferentes de Reintermediação:

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Vamos a exemplos:

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É uma Reintermediação Digital Grátis Descentralizada por Terceiros.

Não são os músicos que controlam a plataforma.

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É uma Reintermediação Digital Paga Centralizada por Terceiros.

Já no caso do Blog do músico brasileiro Maurício Baia, onde se pode ouvir a música diretamente, teríamos:

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É uma Reintermediação Digital Grátis Centralizada pelo próprio autor.

Uma Revolução Cognitiva cria essa embaralhamento e um processo de reintermediação dos produtos intangíveis, pois cria-se novas formas de circulação das ideias, alterando os Canais de Trocas.

Há uma perda radical de valor dos antigos intermediadores, pois:

  • – há alternativas por terceiros de colocar, sem controle, as ideias em circulação;
  • – há novos terceiros, mais alinhados com o novo ambiente, que criam novos modelos de negócio;
  • – e ainda a concorrência dos próprios autores, que passam a reintermediar diretamente, através de suas próprias plataformas como é o caso do Baia.

Como tendência, dentro do que estou chamando do Cooperativismos, o que acho que vai acontecer é o fortalecimento de Projetos Pagos Centralizados ou Descentralizado dos autores.

É isso, que dizes:

 

Há desafios humanos nesta vida.

E eles precisam se equilibrar dentro de quatro parâmetros para podermos dizer que estamos tendo uma vida mais significativa:

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  • Sobrevivência – viver com a sua própria capacidade produtiva;
  • Talento – vivendo o máximo possível o seu talento;
  • Legado – colaborando para a redução do sofrimento da sociedade;
  • Laços – as relações que conseguimos estabelecer.

Os quatro lados devem viver em equilíbrio.

Obviamente, que quando temos um momento histórico difícil alguns lados acabam se tornando muito mais difíceis do que outros.

Isso é uma meta e uma procura constante.

É colocar desafios na vida para estarmos aqui à vera e não à passeio.

É isso, que dizes?

Vejamos as definições:

  • “A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios”.

  • “Significação: aumentar a coerência entre o agir e pensar”.

Vejamos o desenho abaixo:

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A alienação é a incapacidade, diria eu, de perceber que entre você e a realidade existe uma percepção. Ou seja, a realidade é apenas algo que pode ser mudada, pois podemos repensar como pensamos.

Para que haja a desalienação ou a conscientização para se criar um significado, é preciso criar um espaço de percepção sobre o que é vivido.

Não haverá significação sem a percepção, pois dar um significado exige que você pense com a sua própria cabeça diante da realidade que se apresenta.

A realidade, poderes, tendências, ideologias, etc tendem a nos puxar para uma vida mais agitada e sem reflexões. Uma vida significativa exige que você, apesar de todos os ventos contrários, estabeleça alguns critérios de conduta e objetivos para a sua vida.

E que você faça escolhas conscientes de onde está e para onde quer ir.

O que você pode deixar para os outros, que legado? Com que talento? Mantendo que laços?

Mesmo com todas as dificuldades de sobrevivência.

É preciso, assim, inventariar as crises:

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Para poder analisar o “gap” entre o que achamos que é a vida e como ela se apresenta de fato, ou naquele contexto.

Quanto mais vamos reduzindo a taxa de ilusão, mais chance temos de ampliar a sabedoria para poder intervir de forma mais potente no mundo em direção à uma vida mais significativa.

  • A alienação é fazer sem parar para pensar.
  • E a significação é parar para pensar e procurar dar um sentido à existência.

Quanto mais o mundo é de baixa significação, mais difícil será a tarefa e mais tendemos a aderir a alienação generalizada.

É isso, que dizes?

O sonho de todo pesquisador é fazer o que chamamos de ciência pura.

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O termo pura, que eu não gosto, significa aqui pesquisa não aplicada.

Pois se temos pura, teríamos a impura, o que não é o caso.

E não acho que existe ciência pura, mas pesquisas não aplicadas dentro de vários campos da ciência.

  • A dita ciência não aplicada tem uma métrica muito mais difícil do que o da ciência aplicada, pois estuda-se um fenômeno e não um problema.
  • Uma pesquisa aplicada pode ser testada no campo, pois em algum momento ela chegará a algum produto ou serviço.

Muitos dizem que o estudo da filosofia de uma determinada área é ciência não aplicada.

Não concordo, pois eu trabalho com o conceito de Cadeia de Conhecimento, que se dá da seguinte maneira: filosofia influencia teoria, que por sua vez muda metodologia e esta orienta o trabalho operacional, que produz serviço ou produto.

Assim, uma filosofia de uma dada área vai influenciar um produto e serviço lá na ponta!

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O que vai definir se estamos diante de uma pesquisa aplicada ou não aplicada é o que está se estudando, não é a critério do pesquisador ou o nível de reflexão que está se fazendo mais abstrato ou concreto.

  • Se você estuda algo em que não se pode alterar ou não se quer alterar, como buracos negros ou a vida dos golfinhos, estamos diante de uma pesquisa não aplicada;
  • Se você estuda algo em que se pode alterar e se quer alterar em um dado momento, que vai se transformar em um produto ou serviço, estamos diante de uma pesquisa não aplicada.

Como viemos o fim de uma Ditadura Cognitiva e uma alta taxa de Narcisismo Organizacional o que se quer neste momento é contar com todos os direitos, mas nenhum dever para com a sociedade. Quanto mais se produzir pesquisas chamadas não aplicadas menos haverá cobrança da sociedade. E se poderá alegar que está se produzindo verdades e conhecimentos.

O que vai orientar uma política acadêmica consistente, a meu ver, é a definição de se a pesquisa trafega em áreas mutáveis ou imutáveis. O que é mutável é passível de estar gerando algum tipo de sofrimento e qualquer estudo precisa ter um resultado, que aponte para a redução de sofrimento.

Que chamei de pesquisa voltada para a Sofrimentologia.

Antes que se jogue pedra, acho que há espaço tanto para uma pesquisa quanto para a outra, desde que de forma equilibrada.

Estudos não aplicados expandem a nossa capacidade de pensar e acabam tendo aplicações indiretas nos nossos problemas, como a história da ciência demonstra.

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Você pode ter uma ideia ótima vendo um documentário sobre golfinhos. E o estudo dos buracos negros pode nos levar a entender melhor os átomos e a origem da matéria.

Mas são dois objetivos diferentes de pesquisa e duas métricas distintas para se avaliar os resultados. Diferente, entretanto, do que achamos normalmente, pois as falsas pesquisas não aplicadas são muitas vezes usadas como um escudo para uma não cobrança de resultados.

É isso, que dizes?

O mundo, de forma geral, ainda mais em Crises Cognitivas que estamos passando vive momentos de baixa taxa de princípios.

Ou seja, valores materiais se tornam mais hegemônicos na sociedade. E isso se deve, a meu ver, a fatores demográficos e cognitivos.

Hoje, temos uma concentração muito grande da Ganância Tóxica em detrimento aos princípios, que é algo que ocorre depois de um radical aumento demográfico, que nos leva à concentração de ideias.

Ganância

Note que não estou jogando pedra na ganância, pois ela em certa medida é um estimulador da inovação. O que estamos vivendo, entretanto, é a Ganância Tóxica.

Quando a taxa de valores materiais fica muito a cima dos princípios mais duradouros da espécie humana.

Não, não acredito que isso é resultado do capitalismo, mas da combinação de:

  • – pico demográfico;
  • – concentração de mídia;
  • – concentração de poder;
  • – concentração de capital.

Se estivéssemos em décadas passadas, diria que era o caso de chorar.

Mas o momento atual é de início da guinada, onde projetos com mais princípio:

  • – podem ter uma taxa de reconhecimento maior  pelo seu mérito;
  • – pode encontrar em menos tempo um público que lhe atribua valor;
  • – pode conseguir, muito lá fora e pouco no Brasil, apoio de patrocinadores horizontais.

Estamos, como em toda Revolução Cognitiva, começando lentamente a aumentar a taxa de princípios do mundo e reduzindo o da Ganância Tóxica.

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Há picos na história em que a GT aumenta ou diminui.

  • Podemos dizer que o final da Idade Média, antes da chegada do papel impresso, foi um destes momentos, em que nos levou a reconstruir os valores com o iluminismo.
  • Podemos arriscar que o período pré-cristão foi algo assim, com a chegada da escrita que permitiu um período de iluminismo de valores, que foi se apagando.

É um campo interessante para pensarmos.

É isso, que dizes?

Vejamos como podemos definir humildade no Wikipedia:

Humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência.

Note que humildade não é um substantivo, pois é relacional com um dado contexto, que vem de dentro para fora, se conhecer. E, a partir disso, encarar os desafios possíveis, com retornos de fora para dentro.

Ou seja não pode haver uma norma de humildade que vale para todos, pois é um critério individual de cada um entre impotência, potência e onipotência x capacidade x desafio.

Ser humilde, do ponto de vista dos desafios abraçados, é uma decisão individual do livre arbítrio de cada um. E será dosado pela taxa de inovação que a cultura em que ele está inserido quer estimular, como veremos abaixo.

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Não se é humilde ou não humilde por decreto, pois existe um contexto em que se prática a virtude. Ninguém pode dizer que o outro não é humilde por encarar um desafio que a pessoa acha que é capaz.

Há, assim, três níveis de humildades:

  • A do desafio escolhido – a humildade de saber até onde podemos ir;
  • A da auto-crítica –  de ser capaz de reavaliar o tempo todo se fomos longe demais;
  • A do eterno aprendiz – E de saber que sempre se sabe algo temporário e nunca definitivo.

É uma prática que está em todo o processo de conhecimento e tem que ser julgado por:

  • – o que a pessoa pode fazer?
  • – e quais são os desafios colocados em um dado momento histórico.

Há épocas que a ciência se aquieta e outras está em ebulição.

Assim, a humildade é algo que tem uma pitada de fora e outra de dentro.

Só vai ser possível de ser aferido no tempo, além da questão da cultura de inovação:

  • Há países, como os EUA e Israel, que estimulam a baixa humildade, pois querem inovar. Ninguém é criticado por ser mais onipotente que devia;
  • Há países, como o Brasil, que estimula a alta humildade, pois quer repetir e as pessoas são criticados em qualquer sinal de onipotência.

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Assim, podemos dizer que se uma pessoa:

  • Se subestima estaria sendo covarde diante da vida em nome de uma falsa-humildade – o que podemos chamar de impotência, baixos desafios;
  • Se ela se superestima estaria sendo pretensamente corajosa em nome de uma falsa-potência, no caso de onipotência, desafios em demasia.

Temos aí também o temperamento:

  • Maior apetite para o risco, onde estão os empreendedores;
  • Baixo apetite para o risco, onde estão os que trabalham para os empreendedores.

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Os Alcoólatras trabalham com a ideia da sabedoria que seria justamente o equilíbrio entre:

  • onipotência – ser mais do que é capaz;
  • potência – medida adequada;
  • impotência – ser menos do que é capaz.

Uma vida significativa é procurar o equilíbrio do meio.

  • Se você quer criar um ambiente inovador, vai estimular o aumento da dose de onipotência.
  • Se quer criar um ambiente conservador e repetidor vai estimular o aumento da dose de impotência.

Humildade é, portanto, algo relacional com um dado contexto (fora – dentro).

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(Teses de doutorado pedem inovação, mas vai você fazer uma tese de doutorado inovadora para ver qual é a reação da banca!)

Assim, podemos dizer que:

  • A coragem é cruzar em alguma medida com a fronteira da onipotência.
  • A covardia é beirar algo com a fronteira da impotência.

Todo o movimento que rompe com o que achamos que é humildade é, em certa medida, aparentemente onipotente se visto de fora para dentro, mas pode ser plenamente humilde visto de dentro para fora, pois a pessoa vê que é capaz de fazer aquilo que ela se propôs e que um determinado desafio externo exige.

(Aprendi na vida que nunca podemos julgar um desafio do outro, pois nunca conseguimos ver o que ele tem lá dentro, que só ele vê.)

Não se estaria falando aqui de humildade, mas de coragem ou covardia.

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Porém, como vimos, a humildade é a consciência de cada um de perceber a sua capacidade diante de um dado desafio.

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A humildade, assim, não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora. E a medida é reconhecer que foi além ou foi aquém, a partir da sua auto-crítica, balizado pelos resultados.

A humildade tóxica, diria eu, se colocaria da seguinte maneira:

  • – uma humildade vinda de fora para dentro, imposta como uma falsa virtude;
  • – a aceitação dos limites da potência com baixa taxa de ousadia, como algo que é visto como positivo. O bom é ser mais covarde e menos corajoso. O corajoso será recriminado e o covarde promovido;
  • – uma prática conservadora bem vista como um virtude-empedrada que impõe normas de conduta a um coletivo, como se todos tivessem a mesma potência;
  • – e uma visão de que os desafios externos fossem sempre constantes e não relacionais com o contexto histórico, em momentos de quebra, que pede uma humildade mais onipotente e de continuidade, que pede uma humildade mais prudente;
  • – uma humildade paralisante diante das autoridades que disseminam a toxidade para não se sentirem ameaçadas, mantendo todos em um nível de baixa ousadia e baixa inovação.

Quando ouço o discurso acadêmico, que se baseia:

  • – cada um coloca um tijolo no prédio da ciência;
  • – e estou em cima de ombros de gigante.

As duas atitudes poder ser ferramentas  para a defesa da humildade tóxica, pois:

  • Você pode querer colocar um tijolo, mas pode também se sentir potente para derrubar uma parede inteira e querer fazer uma casa. Nada te obriga a se sujeitar a tijolos, depende do desafio necessário e de sua potência para fazer isso. Depende de cada um e de cada contexto o que vai ser quebrado e colocado;
  • E sim você está diante de ombros de gigante, mas nem sempre os gigantes de plantão são tão gigantes assim. Pode ser que os gigantes que você está em cima não sejam os mais adequados e é preciso derrubá-los para achar outros gigantes, como os gigantes clássicos. Note que há os gigantes oficiais que são impostos como gigantes obrigatórios.

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Temos, assim, dois problemas com a humildade tóxica de maneira geral e no Brasil.

  • De maneira geral – o mundo vive hoje uma Revolução Cognitiva, como foi na chegada do papel impresso uma mudança radical nas formas de se produzir ciência. Chamo o momento atual de quebra de Paradigma Cognitivo, em que estamos mudando o nosso Modelo Mental.
    • Hoje, o terreno em que a ciência analógica foi montada está ruindo. O que nos leva a não aceitar os atuais paradigmas, pois os desafios colocados são outros.  Aceitar a ciência atual não é uma questão de humildade, mas de cegueira diante do que ocorre. É tempo de estimular onipotências e baixas humildades para inovar de forma mais radical. Isso é ser humilde, pois está coerente com o momento e não falsamente-humilde para conservar o que não se quer abrir mão.
  • Do ponto de vista do Brasil –  vivemos a humildade tóxica de um país que estimula a repetição e não a criação. É bem visto na academia brasileira que você suba no ombro dos mesmos gigantes oficiais, chapa branca, que aquela dada escola aceita;
    • Aqui não é de bom tom caçar estes gigantes, pois não acreditamos na nossa capacidade de sermos Davis. Ser humilde aqui é sinônimo de passividade e  impotência diante do que vem lá de fora, de maneira geral.
    • Aqui precisamos criar uma cultura de luta ferrenha contra nossa excessiva humildade tóxica, que tem nos feito um país cada vez mais repetidor  e não inovador.

Se alguém defende que está sendo humilde, pois tem limitações pessoais e encara os desafios que considera capaz isso é uma virtude inquestionável de cada um.

Mas quando se defende, como uma premissa da ciência, um padrão de humildade coletivo e isso passa a ser uma regra limitadora, isso não é humildade. Isso é instrumento de poder e de submissão da inovação. Se defende assim uma humildade padrão para se ter uma baixa inovação incremental, quando se hoje pede algo mais radical. Isso é ser corajosamente humilde.

Todo cuidado é pouco, pois é tempo de combater a humildade tóxica sem dó e nem piedade!

É isso, que dizes?

Fiz uma revisão aqui dos conceitos.

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Vimos que podemos e devemos trabalhar com duas ciências que têm metas diferentes.

  • Esse debate é importante, pois a discussão sobre epistemologia tende a trabalhar com a ciência como se tivesse sempre o mesmo objetivo. Fica também uma discussão como se chegar a verdade.
  • E os pragmáticos ou empiristas defendem o conceito de ciência em torno de problema.
  • A questão, entretanto, a meu ver, é de observar que o ser humano trabalha com duas angústias distintas que o move a conhecer e isso nos traz duas ciências.

A saber:

  • Uma que transforma a realidade em que as ações terão um resultado prático mais adiante seja na melhoria da visão ou de ação diante de um problema real do qual podemos agir sobre ele.
  • Outra que só a observa, pois, até um dado momento, não interfere no seu objeto de estudos.

Assim, estava chamando de Ciências da Curiosidade e da Sobrevivência, mas acho que são angústias da Curiosidade e da Sobrevivência que nos move, mas as ciências podem ser chamadas de outra maneira:

  • – dos assuntos – que apenas são observados não passíveis de transformação;
  • dos problemas – que podem ser alterados.

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Quando tiver uma determinada pesquisa deve-se perguntar.

O tópico a ser estudado permite alteração?

  • Se sim, trata-se de um problema que pode ser alterado que visa em alguma instância suprir a angústia da sobrevivência.
  • Caso não, como os buracos negros no céu, o estudo da história antiga, dos hábitos dos golfinhos, estamos diante apenas de um assunto que visa suprir a angústia da curiosidade.

Esta definição vai ser bastante útil quando?

A saber:

  • Na métrica para avaliação do resultado do trabalho;
  • O modelo de repasse do conhecimento.

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Assim, podemos dizer que:

Nas Ciências dos Assuntos, temos:

  • Métrica –  análise da linguagem, através de lógica mais ou menos consistente entre a consistência (interna e externa);
  • Repasse do conhecimento – tende a ser mais vertical e conteudista, pois o que vai ser repassado são dados e informações de observações do qual a turma será mais passiva diante do tópico a ser estudado.

Nas Ciências dos Problemas, temos:

  • Métrica –  análise da linguagem, através de lógica mais ou menos consistente entre a consistência (interna e externa) + melhoria de visão e ação nos produtos e serviços que serão gerados. O que nos permite aqui trabalhar mais com a Sofrimentologia;
  • Repasse do conhecimento – tende a ser mais horizontal e participativo, pois o problema abre para diversas possibilidades de solução e pode-se ter mais margem de experimentação.

Isso permite definir linhas de conduta, evitando que tópicos que exigem mudanças na sociedade sejam tratados como assuntos e vice-versa.

É isso, que dizes?

Avaliação

Todo o material da semana reunido em um só lugar. Aqui! Favor comentar todos os vídeos e textos, exceto o principal, nos comentários abaixo, sempre cite sobre qual vídeo, texto, ou assunto está comentando!

Vídeo principal da semana:

Formulário de avaliação do campeonato:

https://docs.google.com/forms/d/1O9VagaH75DOotrebDqFMbweZjju9KlNmG_sFMmbQ9tI/viewform

Repostas dos sócios para o formulário do vídeo principal e da avaliação da semana anterior:

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1avFUR9v5OEixpNZCudQWO6KEvZQKGWjFjFXFL_dY180/edit?usp=sharing

Texto final coletivo:

https://docs.google.com/document/d/1jgFbdmUR3f6qIw5ObDmQnHkNoBLyLqUlD3ULTwuDBJc/edit?usp=sharing

Vídeos complementares:

Textos complementares:

Não tem muito como discutir determinados assuntos se os dois conversadores não estão empenhados em olhar para o mesmo problema ou fenômeno.

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Quando se estuda algo, se parte da tentativa de resolver um problema melhor ou se entender com mais precisão um dado fenômeno. Há um foco para o qual todos os esforços estão sendo feitos.

Já cansei um pouco de receber críticas laterais.

O que seriam?

É como se você estivesse olhando para uma câmera para tirar a foto e a pessoa está tirando foto do seu perfil.

A pessoa está avaliando o seu trabalho não pelo que você está empenhado, mas pelo que ela acha que deveria ser o seu empenho, o que é uma injustiça e não deixa de ser algo autoritário.

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Qualquer esforço intelectual visa dar uma resposta a um dado tópico (problema ou fenômeno). A avaliação do trabalho – se é eficaz, ou não –  só pode ser feita, a a partir dessa aferição. O que se pode questionar, sim, é a validade do trabalho, mas não os resultados por algo que ele não se propõe a fazer.

É a agenda que está na mesa:

  • Melhorou a forma de ver e resolver o problema?
  • Melhorou a forma de observar o fenômeno?

Sim ou não?

Tudo que vem no paralelo é algo que não agrega, pois é tentar avaliar um quadro expressionista com o olhar impressionista, ou vice-versa.

É isso, que dizes?

Muitos me cobram comprovações de algumas ideias.

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Não tenho.

Nenhuma teoria nova e disruptiva, muito diferente, começa com comprovações.

Uma teoria é como uma cobra.

A cabeça é a intuição filosófica e no rabo vem a comprovação.

Tais intuições precisam mostrar que existe alguma lógica para começar a montar o castelo de cartas.

E como se faz isso?

Arrumando a lógica e apresentando para as pessoas, conversando.

Analisando se há algum senso.

Estou maluco, viajando?  X  faz sentido, vou em frente?

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Uma teoria disruptiva, assim, começa por fazer determinadas combinações do “cofre” diferente das senhas tradicionais.

Uma teoria nova é como um trator em uma estrada que abre uma picada onde antes nada existia. Aponta que há possibilidade de forças que antes não estavam sendo relacionadas, o sejam.

O papel de uma teoria, assim, é:

  • – mostrar que existe uma lógica externa, com novas relações entre  novas e velhas forças;
  • – mostrar que existe uma lógica interna, entre a narrativa da própria teoria.

Uma teoria disruptiva e nova abre, assim, um novo campo de pesquisa que está apenas começando e não sendo concluído. É uma hipótese e não uma conclusão.

A partir dele, como premissa, mais gente pode se sentir atraído para ir mais fundo, abrir novas ruas paralelas, asfaltar outras, colocar postes, ir urbanizando a estrada de barro.

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Assim, quando estamos diante de uma teoria nova e disruptiva, temos apenas que ver se há algo de coerente no que está sendo dito, uma lógica inicial.

Por aí, que dizes?

Já tinha tentado apostar no futuro em um nome do pós-capitalismo e chamei de colaboracionismo. Rejeito agora.

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Acho que é mais lógico chamar de cooperativismo, já que:

  • Feudalismo -> economia baseada no Feudo:
  • Empresismo -> (o nome que chamo o capitalismo) baseado em empresas.

Um sistema econômico é uma rede de fornecedores que atende às demandas da sociedade e seu nome deve representar a menor unidade da rede. 

Teríamos, assim, que procurar qual vai ser menor unidade do novo ambiente econômico pós-capitalista.

Eu arrisco dizer que estamos, pelo que tenho visto caminhando para algo como o cooperativismo. Seria um modelo parecido com a Estante Virtual, Mercado Livre e TaxiBeat no formato: rede de micro empreendedores, mas com uma diferença.

Estas redes não terão uma governança centralizada, mas descentralizada.

Será uma pulverização da posse da plataforma e da distribuição das receitas.

Será um sistema muito mais descentralizado do que é hoje.

Como isso será possível?

  • o modelo atual de organizações piramidais é, como tenho tido, incompatível a longo prazo;
  • vai se formar mais e mais modelos tipo Mercado Livre, Plataformas Digitais Colaborativas Produtivas;
  • Nelas a democracia de conteúdo pedirá igual democracia na governança da plataforma;
  • e, por sua vez, dos resultados financeiros.

Tenho previsto revoltas nestas plataformas e fui surpreendido já pelo movimento dos sebos da Estante Virtual. Este mês, mais cedo do que imaginava. Movimentos contra a Amazon, Youtube, Facebook e Google já começam, mas não para voltar para trás, mas para radicalizar para frente.

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Veja matéria na Folha:

Quer ser progressista? Olha aí a luta política do século XXI:
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/06/1468855-livreiros-e-sebos-boicotam-site-estante-virtual-apos-aumento-de-comissao.shtml

Ou seja, o movimento pede uma participação maior na relação fornecedor – rede, o que vai levar naturalmente à criação de uma rede própria dos associados, que começarão a criar formas de gestão novas.

Isso nos levará mais e mais para um novo modelo, que vai se mostrar mais eficaz do que o atual. E vai marcar o novo ambiente econômico, pois redes descentralizadas se mostram mais eficazes para resolver problemas com uma relação custo-benefício melhor.

Não, não vai ser fácil, mas será muito mais fácil do que muitos imaginei a princípio, pois haverá pouco a se fazer contra estes movimento cooperativado, pois estarão resgatando, como bandeira, os movimentos liberais de liberdade de concorrência e livre mercado pré-capitalistas.

Esse discurso é algo inquestionável.

Vai se tentar usar as leis, mas….

Sugiro ver o documentário Downloaded sobre Napster e Indústria da Música. O napster fechou, mas a porta para um novo mercado se abriu.

Calma, a Apple tomou contada do mercado, mas isso é apenas um capítulo de uma novela que tá no comecinho.

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É isso, que dizes?

Todo mundo já ouviu falar de paradigmas e crises de paradigma ou crises epistemológicas.

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É uma ciência que esbarra em uma rua sem saída e alguém consegue pular o muro.

Isso é uma crise de elefante.

Há crises que se tem a necessidade de criar uma nova ciência, como foi com a psicologia depois de Freud, isso aí é talvez uns dez elefantes um em cima do outro.

O que estamos vivendo hoje é algo Godzilla.

Estamos mudando o Modelo Mental. É o que chamei de Paradigma Cognitivo, que é a mãe da crise de todas as Ciências Sociais.

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Vivemos hoje o momento parecido com o que Bacon e Descartes  diante da chegada da prensa com um novo potencial a ser pensando para o mundo.

Eles já estavam empoderados por um novo Modelo Mental Impresso.

Passa a régua geral e vamos começar tudo de novo.

Não acredita?

Vamos, pela ordem, excelência:

  • – ciência é feita de linguagem;
  • – a linguagem é feita pelos suportes que temos para produzi-la;
  • – muda-se os suportes, potencializa-se a linguagem;
  • – cria-se novas possibilidades de produzir ciência/conhecimento;
  • – temos uma nova percepção em ebulição.

Indo mais fundo: temos uma nova maneira de pensar, através de uma Mutação da Espécie.

(Mais sobre isso nessa série de posts.)

Ok, isso afeta a todas as ciências, pois iremos produzir ciência de outra forma.

(Falo disso aqui.)

Mas estamos falando de algo maior nas ciências sociais, pois estamos questionando a força principal que move à espécie para adiante. É como se descobríssemos que o big bang foi provocado por um tiro de escopeta de um gigante de outro universos mais antigo.

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É a crise Godzilla das Ciências Sociais.

A base de tudo que pensávamos sobre mudanças históricas se baseava em algumas hipóteses, mas menos em demografia x tecnologia.

E, a meu ver, temos:

Se isso se mostrar eficaz adiante, o que teremos?

Uma mudança radical na maneira de pensar como a sociedade evolui e os parâmetros que temos em todos os campos da sociedade humana, o que vai exigir ajustes na economia, política, sociologia, antropologia, etc.

Vamos ter que começar do Godzilla em diante e tudo que venho antes tem que ser revalidado sob nova luz, pois a maneira que pensamos o ser humano muda filosoficamente de uma espécie cultural para uma Tecno-Espécie ou uma tecno-espécie cultural.

Isso é da ordem das quebras dos paradigmas Godzilla.

Estarei enlouquecendo?

Pode ser que sim.

Mas e se não?

Que dizes?

Slides sobre a tecno-espécie:

 

Não sei se isso serve para todo mundo, mas a mim tem servido.

Fiquei traumatizado, por exemplo, quando fui a um encontro de novos estudantes e nenhum deles conseguiu formular nenhum tipo de pensamento autoral. Isso é um crime que o Brasil tem cometido com seus estudantes. Somos repetidores e não criadores de teorias!

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  • A primeira coisa que alguém dizia era: baseado em tal autor, e tal e qual.
  • Ou seja, não se estava ali pensando, mas reproduzindo algo de alguém.
  • Faltava voz própria.

Fiz um desenho abaixo para orientar em outra direção:

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Começamos por definir um problema (Ciência da Sobrevivência) ou fenômeno (Ciência da Curiosidade) e isso faz de nós um pesquisador daquele tópico escolhido. Fazer ciência, como tudo na vida, é uma relação de sim e não, escolho algo e abro mão de algo;

  1. Defino uma hipótese beta, por mais tosca que possa parecer, pois eu tenho uma base. O que eu pensaria sobre aquele assunto com a minha própria cabeça? O que eu concluiria e o que eu faria sobre aquele tema em caso de problema? Ou como vejo aquilo em caso de fenômeno?
  2. Sugiro registrar isso em algum lugar, pois esse é o ponto de partida. Um blog é ótimo para isso;
  3. Só então eu vou atrás de contato e conversas para saber como os outros pensaram sobre aquele ponto de vista. Aí temos duas pessoas pensando sobre o mesmo problema ou fenômeno e você vai comparar o que pensou com outra abordagem. Note que isso fará de você um parceiro e não um escravo do pensamento do outro;
  4. Há nesse confronto uma necessária revisão do que foi visto e isso faz com que tenhamos que rever o texto original, incorporando novas ideias. Você sai do Beta 01 e vai para o Beta 02, mas começa a ter uma percepção da sua percepção sobre aquele problema.

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Note que esse tipo de exercício fará com que você passe a ter um prática pessoal de reflexão que versionará a sua percepção sobre aquele tópico. 

E outros reforçam ou até mostram que são mais simplórios do que o que você chegou. Esse exercício é, na minha opinião, o que vai formar teóricos criativos e autorais.

O receio de falar besteira, de ser criticado, de gente falar que você não leu fulano e beltrano faz parte do jogo, mas você está aprendendo no confronto de ideias. Uma pessoa que tem uma hipótese e é criticado, tem algo a ganhar. Quem não tem nada a apresentar, não ganha nada!

Há algo que eu vou chamar de capacidade de absorção de novas ideias, da etapa do confronto.

Você vai abrir a sua “comporta” quando começar a se sentir incapaz de ir adiante.

Enquanto isso vai aprimorando a maneira que está pensando.

Tal prática vai formando um estofo de pensamento que vale mais do que mil leituras sem estofo. Muitas vezes me deparo com ideias que tive em outros autores e vejo que não penso tão mal assim e sigo em frente!

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Isso vai te dar um parâmetro muito bom, pois quando estiver diante de uma mente brilhante, de ideias interessantes vai passar a admirá-la e dizer: “cara, como não pensei isso antes?”. E isso vai balizar os autores que devemos nos dedicar mais e aqueles que devemos passar batido.

E você começará a entra no jogo maravilhoso da ciência com sua cabecinha que tua mamãe te deu.

É isso, que dizes?

Existe na organização quatro níveis que respondem a algumas questões:

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Grosso modo isso é mais ou menos dividido da seguinte forma:

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Quando começamos a falar do estudo de teorias, percebo que o interesse do pessoal operacional cai muito. Geralmente, o discurso é o seguinte “eu gosto de fazer”.

No fundo, o que está se dizendo: eu prefiro ser mandado e ser dito o que eu tenho que fazer do que ficar pensando muito.

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Acredito que discussões filosóficas, a partir de mudanças de cenários possam interessar a determinados níveis da organização, mas certamente o pessoal que é estrategista precisa de boas teorias.

O que as teorias fazem?

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Quando há problemas teóricos na organização temos os seguintes sintomas:

  • Conceitos – não se define direito o que é o que;
  • Tendências – há problemas de se perceber mudanças de cenário;
  • Metodologia – há ajustes necessários na metodologia.

É isso, que dizes?

 

Há um especto aqui do estudo das Ciências interessantes, como vemos abaixo:

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Tenho dito que não podemos falar da ciência, mas existem duas ciências distintas:

  • – Uma especulativa, da ordem da curiosidade;
  • – Outra prática, da ordem da sobrevivência.

O problema que não podemos tratar as duas do mesmo jeito, pois elas têm entradas e saídas diferentes. E hoje na mesma escola, como é a Física você tem a que estuda os atros (curiosidade) e o que estuda as partículas (sobrevivência).

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As Ciências da Sobrevivência tem como saída final produtos e serviços. E tem como entrada experiências que podem ser feitas para testar a validade dos produtos e serviços propostos.

Já as Ciências da Curiosidade não podem fazer isso:

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Pois apenas têm objetos que não são passíveis de experiência, tal como o estudo dos astros ou de comportamento animal, ou a história de uma civilização passada.

As métricas são diferentes.

Desse ponto de vista são duas ciências: uma é modificadora e outra apenas observadora.

Se houver uma modificação do tipo uma interferência em uma manada de elefantes por algum motivo e se fará uma intervenção, há uma mudança de uma ciência para outra e a métrica se altera.

Assim, não podemos trabalhar com a mesma epistemologia para as duas ciências, pois são propósitos e atendem a demandas humanas diferentes. E isso é diferente da ideia de que estamos falando de ciência pura e aplicada.

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O corte não está dentro da ciência que são instâncias diferentes.

Você pode ter discussões filosóficas, teóricas sobre a ciência da curiosidade como da outra.

E a ciência da curiosidade não é mais pura do que a outra, tem apenas um objetivo diferente.

Veja abaixo:

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É isso, que dizes?

 

Slides aqui:

Muita gente joga pedra no capitalismo, que chamo eu de empresismo.

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O Empresismo, como foi o feudalismo, o mercantilismo, o escambismo (escambo) foram redes produtivas, que visavam manter a espécie viva.

Uma rede econômica orgânica não se estrutura do dia para a noite. É um tecido de atores, forças e parcerias, competições, que torna possível – sem grandes combinações centrais – alguém empacotar o ovo no interior e alguém comer o omelete na capital.

  • Nenhum sistema econômico é justo.
  • Nenhum sistema econômico é o ideal.
  • Nenhum sistema econômico melhora 100% a qualidade de vida.

A rede econômica vai se ajustando para prover aquela sociedade de produtos e serviços. E uma determinada elite que consegue lidar com a complexidade da vez tende ao poder.

Isso não foi invenção do capitalismo.

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Desde que o ser humano é ser humano, há uma rede econômica que funciona para suprir demandas e quando há abalo nela todos sentem, pois não se tem como sobreviver.

  • Muitos dizem que o sistema capitalista é o sistema da ganância.
  • Apontem-me um sistema do passado que não o foi.
  • Muitos dizem que o sistema capitalista é o sistema do dinheiro.
  • Apontem-me um sistema do passado que não o era.

(Muitos dirão: a tribos dos índios, mas veja a complexidade lá e a atual. Não vale!)

Muitos acreditam (ou acreditavam) que é possível, através de um golpe de estado implantar um novo sistema econômico, mais isso é quase impossível.

Uma rede econômica leva anos para se estruturar para ser compatível com a complexidade da vez. Qualquer mudança abrupta no ambiente produtivo levará necessariamente ao desabastecimento, pois haverá um rompimento da rede produtiva.

Veja exemplos mais próximos como o que ocorre hoje na Venezuela.

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Assim, é preciso entender que sistemas econômicos não são feitos para trazer justiça. Sistemas econômicos são feitos para resolver problemas de oferta e demanda das pessoas. A justiça fica na conta da política.

O problema da centralização do poder, do capital e da qualidade de vida de quem vive em um dado sistema econômico pode, assim, ser resolvido na política.

O problema é que as distorções trazidas pela economia acabam por influenciar na política e isso faz com que determinadas injustiças ocorram e se perpetuem.

Muitos querem mudar o sistema econômico para refazer a justiça, porém precisam minimizar ou esquecer a rede produtiva e acreditar que uma nova pode entrar no lugar e lidar com eficiência diante da mesma complexidade.

Desde que o Empresismo surgiu tivemos um aumento radical da população por causa justamente da sua capacidade de se reinventar, mas, por outro lada, nunca tivemos a capacidade de aumentar o poder de voz do cidadão.

Não se pode, a meu ver, analisar o atual sistema econômico que tem apenas 200 anos, à luz das limitações das mídias que estavam disponíveis. Hoje, com o empoderamento dos cidadãos, vai Internet, podemos ver a centelha do que pode ser tudo que está aí com a nova capacidade que temos de lidar com a complexidade.

A meu ver, ficará mais claro separar o joio (o que era distorção política) do trigo (do que é distorça econômica).

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O comunismo real, por exemplo, para resolver o problema da complexidade precisou homogenizar a diversidade para poder administrar as crises produtivas, tolhendo a liberdade.

Obteve-se um pouco mais de igualdade com uma certa sobrevivência, mas foi preciso reduzir fortemente a liberdade, o que acabou por voltar a criar a mesma verticalização, com um grupo acima dos demais, repetindo privilégios. Mesmo problema dos demais sistemas.

O grande desafio que temos que compreender é que o fator principal de mudanças na economia é a demografia, que a obriga a se reinventar com cada vez mais velocidade e para isso puxa os outros lados para uma centralização.

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Tudo que aconteceu nos últimos 200 anos, principalmente a tendência de centralização de poder (fascismo e comunismo) e depois a centralização do próprio capitalismo, via comunicação de massa, são tentativas de lidar com essa maior complexidade, mantendo a espécie em vida ou, em alguns casos, sobrevida.

Hoje, com a chegada da Internet e da sua capacidade maior de processar dados, incluindo diversidade, através da Colaboração de Massa, temos uma janela de oportunidade de:

  • – descentralizar a rede econômica;
  • – descentralizar a rede política.

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Podemos melhorar os três lados do Triângulo Político sem prejuízo à sobrevivência, pois podemos aumentar a igualdade, com sustentabilidade e sem perder a liberdade.

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O movimento de mudanças do século XXI tanto do ponto de vista econômico e político têm que incorporar essa nova perspectiva como bandeira.

Foi um momento similar que os movimentos liberais tiveram ao pensar um sistema econômico mais eficiente e capaz de acabar, por exemplo, com a escravidão.

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É fundamental corrigir a rota e ver onde está a verdadeira oportunidade de avançar, ao invés de ficarmos atirando pedras em moinhos de vento.

É isso, que dizes?

 

Quem conhece o blog sabe que rejeito o conceito capitalismo e chamo de empresismo (até que tenha um nome melhor) ver a polêmica aqui.

SUPERPOPULAÇÃO

Pois bem.

Temos que colocar o futuro do atual sistema econômico dentro de um dado contexto cognitivo.

A concentração que tivemos até aqui é resultado dos seguintes fatores:

  • – aumento radical da população;
  • – que obriga um achatamento da diversidade humana.

Explico.

  • Mais gente, mais produção.
  • Mais produção, mais massificação, na primeira etapa.
  • Mais massificação, procura-se achatar o consumo para que se compre o que é pasteurizado.
  • Centraliza-se a comunicação;
  • A Governança e, assim, o Capital.

Portanto, vou afirmar que a atual concentração do capital, da governança, da comunicação e das organizações foi uma necessidade sistêmica para equilibrar o aumento populacional, pois não tínhamos instrumentos para poder processar o radical aumento da quantidade de dados.

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Enquanto não tem, ela vai achatar a diversidade para poder gerenciar a crise demográfica.

A chegada de novas tecnologias cognitivas reintemediadoras a partir de 2004 permite que possamos iniciar um novo ciclo de reconstrução da sociedade, pois agora podemos lidar melhor com a complexidade, reduzindo e achatando menos a diversidade.

Todas as análises, a meu ver, que a concentração de poder e de capital são provocadas pelo atual sistema econômico são falsas.

 

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Tudo que vimos até aqui do atual sistema será modificado com a possibilidade de um novo processamento de complexidade.

O cidadão está se empoderando de informação, comunicação, articulação, de empreendedorismo e isso está (e vai muito mais) obrigar as organizações a se abrirem para a sociedade.

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A ideia da mão invisível do mercado de que cada um defendendo o seu interesse faz com que o mercado todo avance faz um certo sentido, mas é preciso analisar esse conceito dentro de uma Conjuntura Cognitiva.

  • Quando há um empoderamento das organizações as organizações passam a aumentar a taxa de interesse próprio reduzindo a de princípios e foco no cliente;
  • Quando há um empoderamento do cidadão as organizações passam a aumentar a taxa de princípios, aumentam o foco no cliente e reduzem a do interesse próprio.

Os modelos das organizações novas digitais vão nessa direção, como existe hoje uma mudança das organizações “dando facadas no cliente” para focadas no cliente.

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Não, isso não se deve nem a uma mudança espiritual ou de preceitos do atual sistema econômico, mas é um reajuste em função do empoderamento da sociedade.

O novo ambiente econômico que está surgindo, que será moldado pelo novo Ambiente Cognitivo terá uma primavera, onde organizações com princípios voltados para o cliente e a sociedade farão mais sucesso e arrastarão as outras no vácuo. 

Muito dirão que não estão vendo isso.

Eu reponderei: não estão olhando para o lugar certo.

É isso, que dizes?

Temos uma visão geral sobre mercados.

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Eu acredito que a descentralização dos empreendedores é uma rede muito mais eficaz do que qualquer outro modelo econômico.

O problema é que há um fator fundamental para se aplicar a lei de mercado: o ambiente cognitivo e suas diferentes desigualdades.

Falei um pouco mais de um triângulo a ser perseguido aqui.

Os estudos da Antropologia Cognitiva me dizem o seguinte:

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E se isso não acontece em determinada região ou no globo, o que acontece é que os que têm menos capacidade de lidar com a complexidade tornam-se mais e mais dependentes daqueles que conseguem, verticalizando inapelavelmente a pirâmide.

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Assim, a mão invisível do mercado – só pela mão invisível – não poderá reduzir esse “gap cognitivo” se não houver uma estratégia global para equilibrar o triângulo.

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Assim, uma sociedade oralizada em um mundo cada vez mais digital tenderá a ser cada vez mais verticalizada se não houver uma ação radical para cobrir esse déficit!

  • Isso não é algo que vai acontecer naturalmente;
  • E nem é algo que se resolve com o modelo de educação tradicional.

A educação tradicional trabalha no modelo de formação para adquirir informações, mas não autonomia de pensamento e muito menos dentro das soluções digitais, que puxa para um outro modelo de complexidade.

Se o Brasil quiser dar um salto é preciso sair da briga mercado e não mercado, mão invisível versus mão visível do estado.

Os dois caminhos não apontam para os novos paradigmas da Antropologia Cognitiva que são:

  • – Tecno-espécie – que modifica a sociedade, quando tecnologias cognitivas mudam;
  • – Complexidade Demográfica que cria novas Conjunturas Tecno-demográficas;
  • – Ajustes nos modelos educacionais para sair da Escola-informativo para a Escola-autonomista digital.

Precisamos de um novo modelo de escola que ensine a pensar e ensine a pensar dentro do computador, em plataformas digitais colaborativas.

E isso é algo que tem que ser bem dirigido, quanto mais rápido, melhor!

É isso, que dizes!

 

Se você não colocar em um desenho as forças nunca vai conseguir ter um boa teoria e nunca conseguirá, por sua vez, fazer o que ela permite:

  • – projetar tendências;
  • – criar metodologias eficazes;
  • – e, por sua vez, melhores produtos e serviços.

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O problema é que, por tendência, temos visões parciais das forças. Isso é bem visto na divisão que fizemos nos últimos dois séculos, quando criamos as Escolas Especialistas, em que cada um vê apenas um pedaço do elefante.

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A maior parte das crises acontece, pois as teorias que temos para analisar um dado fenômeno são parciais. Vêm de uma força apenas e tende a nublar a visão mais ampla do fenômeno.

Isso acontece em todas as áreas.

O teórico seja ele qual for precisa registrar as forças e criar um tipo de figura que expresse todas elas para começar a criar uma relação entre as mesmas, que podem ser:

forças

Para pode visualizá-las, catalogá-las e poder começar a estabelecer relações entre elas.

  • Uma crise denota que alguma força ou foi sub ou super dimensionada.
  • E/ou a relação dela com as outras forças precisa ser revista.

É isso, que dizes?

 

Não é à toa que o movimento liberar, a base da Governança que vivemos destacou três pontos: Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

Acredito que precisamos inovar o triângulo da seguinte maneira:

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  • Igualdade – é a capacidade de gerar justiça, de oportunidades, de termos igualdade perante às leis;
  • Liberdade – de poder falar e ouvir, bem como criticar para aperfeiçoar constantemente à sociedade;
  • Sustentabilidade – é mais do que o discurso verde, mas é garantir que as pessoas possam sobreviver com qualidade, respeitando os humanos e os outros seres vivos.

O problema das diferentes correntes políticas é procurar priorizar um dos lados, o que acaba distorcendo o triângulo, tendo que abrir mão de outro.

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Ou seja, não adianta em nome da Igualdade matar a Liberdade ou reduzir a Sustentabilidade, pois haverá uma distorção do Triângulo.

Ou mesmo, em nome da total liberdade, esquecer da igualdade.

Há que haver um equilíbrio entre estes pontos.

Noto, por exemplo, na experiência Venezuelana de implantar o “Socialismo do século XXI” em que vai aparecer fortemente a palavra Igualdade, abre-se mão da Liberdade de opiniões e de crítica e se esquece da necessidade da Sustentabilidade, de produção.

Assim, o triângulo fica torto, gerando problemas.

Uma nova proposta política que aponte para o século XXI terá que ser um projeto que tenha o triângulo com meta, mas sem esquecer dos outros lados, um pensamento mais holístico do que estamos tendo até agora.

É isso, que dizes?

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Detalhes de como vai funcionar:

Veja o PDF completo aqui.

Veja a agenda:

Temos uma tendência de achar que há apenas UMA tendência para o futuro.

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Como se o ser humano em bloco vai nessa ou naquela direção.

Acredito que ao estudar a sociedade – e estamos falando de ciências humanas – temos que traçar as forças. Peguemos na questão política-econômica, no Brasil.

  • – haverá força “a” – que propõe, digamos mais estado, menos mercado;
  • – haverá força “b” – que propõe digamos menos estado, mais mercado;
  • – haverá uma força “a” e “b” – da conservação.

Assim, temos duas forças que propõem mudanças e uma que aposta na conservação.

Haverá, digamos, sempre um centro que procura imobilizar os movimentos de QUALQUER mudança. E setores que querem alguma mudança em alguma direção.

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No caso da política, temos duas expressões de força:

  • – o voto periódico;
  • – as forças de pressão que impactam na opinião pública entre períodos de voto.

O exemplo do Ficha Limpa é algo que foi conquistado por um grupo que consegui mobilizar e pressionar de fora para dentro, via redes sociais, podemos dizer criando um verdadeiro “movimento social”.

Note que as manifestações de Junho de 2013 não foram suficientes para impactar a força conservadora a propor modificações, pois ela veio e passou.

Temos as eleições que podem ter alguma modificação no voto.

Ou movimentos de formação de novas forças com novas propostas de atuação na sociedade que poderíamos chamar de força “c” que apresentaria alguma alternativa.

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Assim, ao analisar mudanças temos que identificar as forças que sempre querem manter o status quo, propostas tradicionais  e novas propostas de mudança.

Estas novas propostas de mudança tem que ser capaz de:

  • – alinhar latências com propostas concretas de mudanças da sociedade;
  • – conseguir que se faça mobilizações que impactem na opinião pública;
  • – e que tenham força de poder o suficiente para modificar leis, no caso da política, exemplo ficha limpa.

Na área econômica dos negócios o processo é similar, mas tem uma diferença interessante.

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Como vivemos em um sistema de livre inciativa há possibilidade de novos projetos conseguirem fazer esse movimento de cima (alinhar latências, mobilizar e mudar), através de startups.

É o caso, por exemplo, dos aplicativos de táxi que modificam a sociedade de baixo para cima.

Note que a reação dos participantes do processo, como foi o caso de São Paulo, era procurar criar regulações para impedir as mudanças.

Um exemplo típico de uso das regulações para impedir mudanças na área de negócios foi a tentativa de criar projetos de vizinho empresta dinheiro para vizinho, que foi barrada pela regulação financeira do banco central.

O que quero dizer, para finalizar, é que não há um movimento de força única na sociedade, mas forças diferentes forças conservadoras e diferentes forças que querem mudanças em equilíbrio e desequilíbrio.

O que podemos chamar de tendência é:

  • – novas forças com novas propostas;
  • – a capacidade que têm de mobilizar a sociedade;
  • – influenciar a opinião pública;
  • – e criar projetos e leis que, de fato, modifiquem a sociedade dali por diante.

É isso, que dizes?

 

Quando falo que o aumento da população traz mais complexidade e esta latência. Não é tão difícil de compreender que criar uma logística para atender 1 bilhão de pessoas é menos complexa do que atender 7 bilhões parece óbvio, mas vamos detalhar isso.

Veja um consumo diário de uma pessoa, teoricamente, colocando médias mundiais, variações de países, etc, digamos um cidadão ideal, sendo que o que estão dentro do círculo é diário e o que está fora é eventual:

complexidade

 

Veja o que significa cada pessoa no mundo, mesmo que não tenha todo esse repertório de possibilidades, há uma latência e, em muitos casos, uma cobrança por estes produtos e serviços.

Cada pessoa traz um conjunto de demandas e isso traz complexidade, como vemos abaixo:

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Vamos detalhar:

  1. Mais gente traz mais demanda;
  2. Mais demanda, traz mais oferta e mais logística;
  3. Mais logística nos traz mais dados a serem processados;
  4. Mais dados a serem processados nos traz mais complexidade.

Chegamos a algo como isso de baixo:

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Podemos até arriscar uma fórmula que seria a seguinte:

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E quanto mais complexidade mais latência por um ambiente produtivo compatível com ela.

É isso que dizes?

Vimos aqui, que as Ciências da Sobrevivência trabalhamos em torno de problemas e não de fenômenos, reservada as Ciências das Curiosidades.

Neste campos, nos dedicamos a problemas.

Problemas que precisam ser resolvidos, através de produtos e serviços.

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Note que a demanda é algo concreto que gera sofrimento e a métrica de avaliação é a redução do respectivo sofrimento.

Já nas Ciências das Curiosidades, trabalhamos de forma diferente:

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Note que o resultado esperado não são produtos ou serviços, mas apenas a redução de taxa de desconhecimento de um dado fenômeno.

O que se espera das Ciências da Curiosidade é que haja um registro explicativo que reduza a Taxa de Desconhecimento da sociedade sobre aquele dado fenômeno.

É isso, que dizes?

 

Vimos aqui um perfil das redes na sociedade:

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Definimos uma rede a partir de seu objetivo.

  • Uma rede de relacionamento visa criar laços;
  • Uma rede de conhecimento visa criar visão;
  • Uma rede de ação visa criar/aperfeiçoar produtos e serviços.

Vimos aqui, que podemos separar dois tipos de Ciência:

  • – a motivada pela curiosidade;
  • – e a motivada pela sobrevivência.

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Como relacionar os dois?

Podemos pensar da seguinte maneira:

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Assim, podemos dizer que:

  • as Ciências da Curiosidade é uma Rede de Conhecimento e visa melhorar a nossa visão sobre o mundo;
  • as Ciências da Sobrevivência é uma Rede de Ação e visa melhorar o produzir produtos e serviços.

São métricas diferentes para reduzir os dois tipos de angústias: o do desconhecido e a da sobrevivência.

É isso, que dizes?

 

Diria que angústias são:

Sentimentos que nos incomodam e que gostaríamos de conviver melhor com eles, ou em alguns momentos eliminá-los.

E há, a meu ver, duas diferentes angústias que nos movem ao conhecimento, como vemos abaixo:

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  • Precisamos conviver com o que não conhecemos, não necessariamente por um problema prático, queremos conhecer mais e mais para reduzir essa angústia do desconhecido;
  • E temos a angústia da sobrevivência, que nos leva a tentar melhorar o conhecimento para resolver problemas práticos.

E aí chegamos no modelo abaixo:

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Ou seja, quando começamos a conhecer algo é importante que seja definido que tipo de angústia estamos querendo resolver, pois a Angústia do Desconhecido pode nos levar a apenas ter curiosidade de resolver, mas não estar aliado a nenhum problema prático no primeiro momento.

  • Um exemplo típico é o estudo dos planetas, dos povos antigos e de tudo que não resulta em solução de um problema prático.
  • Do outro lado temos a Angústia da Sobrevivência, quando estamos focados em resolver Problemas Práticos, ligados a nossa sobrevivência.

Tal divisão é muito importante para pensarmos o conhecimento, pois nos dois casos teremos dois tipos de abordagem científicas com métricas de comprovação diferentes, como vemos abaixo:

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Assim, não podemos ter um método igual para os dois casos.

  • O estudo de planetas ou de uma colônia de peixes que quer apenas conhecer se dará por uma validação de textos. Usaremos lógica, compararemos fenômenos e chegaremos a algum resultado que fará mais sentido.
  • Porém, não haverá uma intervenção na dada realidade, pois o ser humano será apenas um expectador do fenômeno sem intervenção.
  • Para estes casos, não podemos trabalhar com uma lógica pragmática, ou experimental, mas trabalharemos mais com a a análise da linguagem para ver o que é mais coerente.
  • Nesse momento a teoria não resultará de forma direta em uma metodologia de ação. Não é essa a angústia que está em jogo, mas apenas o conhecer pelo conhecer;
  • É um estudo voltado para fenômenos.

Entretanto.

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Quando temos, por outro lado, a angústia da sobrevivência isso já muda de figura.

  • O conhecimento tem uma demanda para resolver uma angústia objetiva, da qual se espera algum resultado.
  • A validação será feita a partir da construção de uma dada metodologia, que conduzirá a trabalhos operacionais, transformando necessariamente algo em serviço ou produto.
  • Aí a medição da dada teoria é feita de forma prática e objetiva.
  • Os produtos e serviços que resultaram no estudo são mais eficazes e melhores do que os passados?
  • Reduziram mais sofrimento? Ou aumentaram?
  • É um estudo voltado para problemas.

Essa separação acredito que recoloca a briga entre pragmáticos e metafísicos, pois não se pode cobrar de estudos que lidam com a Angústia da Curiosidade da mesma maneira que lidamos com a Angústia da Sobrevivência.

Obviamente, que temos aí na Ciência e nas suas prioridades o tempo que vamos nos dedicar a cada um destes campos.

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E como podemos cobrar de cada um deles, pois o primeiro está dentro do que defini como uma Rede de Conhecimento, que apenas visa melhorar nossa capacidade de perceber o mundo. E o outro é uma Rede de Ação, na qual o conhecimento tem um objetivo prático.

É um pouco a separação entre Ciências Aplicadas e Não Aplicadas.

E isso fará diferença quando pensarmos a Cadeia do Conhecimento que tenho tentado desenvolver.

Poderia, assim, definir que temos:

  • Ciências da Curiosidade – que visam apenas nos dar mais subsídios sobre o mundo que nos cerca;
  • Ciências da Sobrevivência – que objetiva resolver problemas práticos.

Como vemos abaixo:

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Tentativas inciais de enquadramento:

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É isso, que dizes?

Slides aqui:

 

Esta é a pergunta que muitas pessoas se fazem.

Por que queremos o tempo todo usar novas tecnologias?

Não seria isso algo anti-natural?

Apresento a seguinte figura que acredito ajuda a entender por que vamos mudar radicalmente a sociedade, principalmente quando aumentamos fortemente o número de habitantes.

Abaixo, um modelo de como vivem todos os animais vivos do planeta:

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Note que todas as espécies sociais precisam manter uma relação entre estas três forças: tamanho do grupo, capacidade de se comunicar e governar. É um conjunto integrado que tem que funcionar para que a espécie possa sobreviver a contento.

Assim, em qualquer espécie se há  ao longo do tempo um ajuste sistêmico para que a população flutue dentro de sua capacidade de comunicação e governança.

Os outros animais têm, assim, uma limitação genética da capacidade do tamanho de seus grupos, pois não conseguem inventar um novo modelo de comunicação e de governança, pois estes estão gravados dentro do seu DNA.

São modelos estáticos que variam pouco entre os diferentes grupos.

Eles não têm a capacidade de reinventar estes modelos, diferentes de nós.

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Assim, não podemos aplicar a lei biológica de limitação dos bandos das outras espécies para o ser humano, pois a nossa “naturalidade” é uma “tecno-naturalidade”.

Nossas bases naturais, ou a forma que somos, é algo que se modifica, conforme vemos a figura abaixo:

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Assim, temos a seguinte ordem de processo:

  • Complexidade Demográfica cresce, pois nós nos reproduzimos sem preocupação de limites;
  • Tal fato, cria uma latência de novo modelo de produção;
  • Que nos leva a uma latência de um novo modelo de inovação;
  • Que nos leva a uma latência de um novo modelo de comunicação;
  • Que nos leva a uma latência de um novo modelo de Governança.

Podemos ver abaixo, então, dois movimentos:

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  1. Complexidade Demográfica é a força principal, que faz uma pressão primária em todo a sociedade ao longo do tempo;
  2. Tal força, gera latências em todos os lados do Pentágono, criando uma necessidade de mudança e ajustes ao longo do tempo.

Estas latências vão se transformando em iniciativas de mudanças, que vão surgindo de forma incremental, pois os os problemas vão ficando cada vez mais complexos, conforme a população aumenta.

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Note que a latência (em azul) começa a se transformar em ação (vermelho), começando um processo de alteração natural em cada um dos lados do Pentágono.

Isso tudo acontece dentro de um mesmo Paradigma Cognitivo.

Uma Revolução Cognitiva se caracteriza quando surgem novas Tecnologias Cognitivas, que introduzem um novo elemento dentro do sistema, que é o alargamento radical das possibilidade de Produção, Inovação, Comunicação e Governança.

Como vemos na figura abaixo:

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Ao se introduzir novas Tecnologias Cognitivas, há uma sofisticação do cérebro e a criação de novos códigos de comunicação humana mais sofisticados, o que nos permite lidar com mais complexidade demográfica e até podemos dizer, nos dá mais fôlego para continuar o aumento demográfico.

Muda-se, assim, o epicentro da produção de cultura da espécie (o cérebro),que permite que se possa resolver os problemas de cada um dos lados do Pentágono de uma forma nova, criando novos Modelos, tanto de produção quanto de inovação, bem como de Governança, que se inicia por um novo Modelo de Comunicação (onde estão embutidos produção de conhecimento, registro, etc).

Estes núcleos começam a se expandir, pois conseguem resolver os problemas de forma melhor: fazendo-se mais com menos.

E vão se expandindo.

Portanto, um novo ciclo civilizatório, ou Era Cognitiva, como gosta Pierre Lévy,  só ocorre quando há a chegada de uma nova Tecnologia Cognitiva, que possibilita um novo Ambiente Cognitivo e permite que todos os limites dos parâmetros anteriores sejam rompidos.

 O que era latência e ação no Paradigma Cognitivo passado, se transforma em uma nova ação transformadora, pois criamos um novo Ambiente para Produção, Inovação e Governança.

E passamos a ter na sociedade modelos antigos e novas de produzir, inovar, comunicar e governar, como vemos abaixo:

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Este é o momento que estamos passando agora, um novo modelo de Comunicação, que permite a superação de velhas barreiras e cria a possibilidade de uma revisão geral da sociedade para lidar melhor com a pressão primária trazida pela nova Complexidade Demográfica, que foi crescendo de forma radical nos últimos 200 anos, de 1 para 7 bilhões.

É preciso ainda compreender que temos o que vou chamar de  Pirâmide do Poder na sociedade.

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Como vemos abaixo:

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Este fenômeno é muito estudado na Ciência Política, mas tem um ingrediente novo quando se trata de uma Revolução Cognitiva.

Há, com a Revolução Cognitiva, a ascensão de uma nova versão da Espécie Humana empoderada de novas capacidade de lidar com a complexidade,  tanto em termos de capacidade Cognitiva, como de instrumentos,  que começa uma disputa para o exercício da Governança de toda a espécie.

Como vemos abaixo:

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Os que se mantém na Velha Ordem Cognitiva têm uma limitação para lidar com a complexidade e começam a receber a competição de quem tem melhor condições, trazendo a Nova Ordem Cognitiva.

O que se assistirá no Século XXI é a disputa de poder entre a Velha e a Nova Ordem Cognitiva, no fundo entre duas versões diferentes da espécie humana.

A competição é injusta e temos apenas uma questão de tempo, pois, por tendência, quem lida melhor com a complexidade tende, como o tempo, chegar ao topo da Pirâmide de Poder, pois conseguirá responder melhor aos sofisticada dos problemas apresentados.

Foi assim e a meu ver será assim, mesmo que demore mais ou menos tempo.

É isso, que dizes?

Neste vídeo, falo mais sobre isso:

http://youtu.be/TKNKELZ_QL0

Tenho defendido o estudo dos problemas e fenômenos em cadeia.

No que podemos chamar em “Conhecimento em Cadeia”.

Filosofia, teoria, metodologia e operacionalidade.

E defendi também que não podemos misturar tipos de angústias que nos levam a estudar:

– curiosidade – que não visa modificar o fenômeno, apenas conhecer;

– reduzir sofrimento – que visa intervir.

Os planetas se encaixam no primeiro tópico, bem como o estudo dos seres vivos e de aspectos da humanidade do qual não podemos mais alterar, tal como história de qualquer coisa.

São áreas que podem ajudar e deveriam alinhar,, quando possível, a fatos e paralelos para redução de sofrimento.

Os problemas humanos presentes, em que ação possível, entretanto, nos levam necessariamente a propor mudanças quando pensamos em estudá-los!

Todo estudo do presente é uma área aplicada e não faz sentido a curiosidade pelas curiosidade.

A, angústia que move à pesquisa é outra!

Em ambos os campos hipóteses devem ser:

Temos “A” e devemos ir para “B”.
Por causa dos argumentos “X”, “Y” e “Z”.

Isso resulta numa revisão:

Filosófica? Teórica?

Onde há curiosidade.

Prática? Operacional?

Uma pesquisa, mesmo de planeta venuziano não vem constatar algo no vazio.

Vem questionar uma visão passada, procurando agregar algo novo.

Quem deveria mexer o rabo é o cachorro.

Mas o rabo se revolta no seu papel coadjuvante.

E resolve ser ele a mexer o cachorro.

Uma sociedade está definitivamente em crise quando todos acham completamente natural o rabo balançar o cachorro.

Critérios:

Clareza (muita/média/baixa)
Datação (muito datado/pouco datado)
Público (para pares/sociedade)

A serviço de algo.
Não é um fim, mas um meio, uma ferramenta a serviço de um dado propósito.

Quando vira um substantivo passa a ser um fim em si.

Veja abaixo:

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Serão mais rapidamente impactados:

  • A primeira regra é a seguinte:
    • Quanto mais digitalizado puder ser o produto e serviço e distribuído e vice-versa;
  • A segunda regra:
    • Quanto maior for a latência dos usuários por mudanças e vice-versa;
  • A terceira regra:
    • Quanto menor for a possibilidade de fiscalizar e manter a regulação antiga e vice-versa.

É isso, pensando coisas mais novas, coloco.

É isso, que dizes?

 

Você já parou para pensar por que não se sugere discutir futebol, política e religião?

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Por que em todos os casos as pessoas definiram um time, um partido ou uma crença.

  • A conversa, por mais argumentos que se use, não vai convencê-las do contrário.
  • Assim, elas não entram na conversa para mudar, mas para reforçar as suas convicções.
  • Muitas vezes as pessoas adotam dogmas em outras áreas, que acabam ficando também fechadas para debates.
  • Ou pior, a pessoa acaba adotando um fechamento total para todas as áreas.

Não está aberto para o outro.

O que ela pensa sobre o mundo já está fechado, concluído.

Entra no debate para convencer e não para trocar.

Geralmente, um dogma muito forte em uma área acaba levando para um dogma em todas as áreas, pois algo ali define todo o seu pensamento, isso acontece mais na política e religião.

Fiz aqui algumas variações de dogmatismo, com a colaboração dos amigos do Facebook:

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Veja aí se você tem algum e olhe para o que o seu parceiro de diálogo tem para saber se é possível partir para um diálogo mais eficaz.

Não existe nada mais cretino do que a verdade como status de alguém.

Verdade4

E nada que deva ser mais combatido do que a ideia de que a ciência busca a verdade.

Como já disse um time inteiro de filósofos e eu faço a síntese:

Verdade

 

Verdade5

Todas as organizações pseudo-produtoras de verdade, no fundo, querem intermediar o mundo.

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E se estabelece que há pessoas no mundo que estão MAIS PRÓXIMAS da verdade e outras mais distantes. As que estão mais próximas ganham diplomas de grau de proximidade.

Conforme vai se diplomando, vai se aumentando a taxa de verdade.

Porém, o mundo criou a ciência para resolver problemas complexos e o mérito deve ser quem consegue ajudar o mundo nessa direção. Quando a ciência foge desse papel, estamos diante de uma crise ética, pois estamos fugindo do papel e dos valores para os quais tudo foi criado!

O problema que a verdade ao final de Contrações Cognitivas, como a atual, passou a ser apenas algo inútil.

  • O que deveria ser remédio passou a ser calmante.
  • O que deveria ser encontro, passou a ser fuga.

A procura da verdade vazia passou a ser uma justificativa de algo que leva de lugar nenhum a lugar nenhum. É uma ponte de ar sobre um rio de pedra.

Precisamos repensar profundamente o papel da verdade como ferramenta humana para reduzir sofrimento.

A verdade – uma bolinha de tênis –  é algo que deve servir de parâmetro provisório (no tempo, no lugar, na rede que a utiliza) para ajudar as pessoas a resolver os seus respectivos problemas tendo como foco a redução de sofrimento.

Ciência sem ética, já disse, não é ciência, pois não é humana, é desumana.

Não podemos discutir métodos científicos, antes de discutir o próprio papel da ciência e, só então, alinhar o método à ética estabelecida.

Toda discussão de método sem a discussão ética é uma tentativa de manter a ciência em Matrix e o mundo órfão de mais racionalidade para lidar com problemas mais complexos.

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É isso, que dizes?

O Brasil é um país oral.

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A maior parte da nossa população tem um modelo mental oralizado e isso cria uma dada cultura. Não é pior e nem melhor do que as outras: escrita ou digital, mas tem mais dificuldade de lidar com a complexidade demográfica que anda a galope.

O mundo oral começou a ser suplantado na Europa com a chegada da prensa e o Modelo Mental Impresso conseguiu imaginar e criar a República.

Só é possível ter uma República plena, aos moldes Europeus, com o avanço das pessoas para um Modelo Mental que possa dar as pessoas a possibilidade de um processamento maior das palavras e números, que lhes permita lidar com o aumento de complexidade.

Assim:

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A oralidade acaba por ficar dependente de alguém que tenha a capacidade de lidar com essa complexidade e procura ou aceita uma representação compatível.

Note bem isso não é uma discriminação social, de raça, cor, gênero, apenas uma constatação para que possamos tirar pessoas da escravidão da Idade Média, pois não estamos falando em qualquer educação, mas uma que consiga dar as pessoas capacidade de lidar com a complexidade contemporânea, sem que isso signifique perder algumas vantagens do mundo oral.

Perceber que vivemos em um mundo de diferentes Modelos Mentais é algo fundamental para mudar esse quadro.

Este é o grande salto de percepção para entender os desafios da humanidade e em especial do Brasil para saber como podemos repensar as estruturas de poder.

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Não iremos descentralizar o poder, se não tivermos a capacidade de poder lidar nas pontas com mais capacidade de decisão. A tendência é não conseguir ver ações mais complexificadas, como detalhe aqui.

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Assim, quem consegue se apoderar das ferramentas – e adapta o cérebro ao novo modelo de complexidade – acaba por ter uma fatia maior de poder.

O Modelo Mental Oral, conforme aumenta-se a complexidade, fica cada vez mais distante da tomada de decisões e passa a ser uma ferramenta para os poderosos de plantão, aumentando a hierarquia e a verticalização.

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Há, assim, uma dupla alienação:

  • – passa-se a trabalhar em postos de baixa complexidade;
  • – quebra-se a relação subjetividade – trabalho.

A pessoa passa a ser uma peça dentro de uma engrenagem da algo maior que não entende, apenas sabe o que tem que fazer para manter a “máquina” funcionando.

No Brasil, há assim por parte de um vasto segmento uma forte perda de significado da vida.

Trabalha-se com o corpo ali, mas com a cabeça em outro lugar.

E isso acaba se transformando em uma cultura geral que abarca mais segmentos da população, inclusive o não oralizado.

Como diz Viktor Frankl o ser humano precisa de um significado para viver.

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Como esse significado não é da ordem dos fatos, pois os fatos não são vividos, há uma inversão entre o pão e o circo.

Eu não consigo compreender o pão, mas apenas o circo. E resolve criar significado onde posso conhecer: o circo!

E, por causa disso, eu vivo o circo como se fosse o pão.

Assim, essa nossa paixão por:

  • no universo fortemente feminino – novelas;
  • no universo fortemente masculino – futebol.

O que deveria ser o mundo B passa a A e o que era A vira B.

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Na atual Copa do Mundo,  cobra-se que a imprensa cubra de uma forma mais racional o futebol. Porém, é justamente isso que não se quer, pois seria tentar dar uma racionalidade para algo completamente surreal.

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Não há ação possível no esporte por parte dos torcedores, ou muito limitada.

Assim, há uma impotência dentro de um mundo já paralelo, fruto da impotência de lidar com o outro mundo fechado à mudanças, onde se podia ser um ator mais ativo.

O ponto da virada é a capacidade que teremos de:

  • – entender os desafios cognitivos do século XXI, diante da nova taxa de complexidade demográfica;
  • Precisamos conseguir traçar um plano para dar saltos ornamentais na autonomia cognitiva da população e não pulos de saci;
  •  tendo como base central a capacitação de todo o país para dar um upgrade na nossa capacidade coletiva, de todos os modelos mentais em direção a lidar melhor com a complexidade, introduzindo nesse caminho o elemento ético de redução de sofrimento.

É isso, que dizes?

 

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Todo o material da semana reunido em um só lugar. Aqui! Favor comentar todos os vídeos e textos, exceto o principal, nos comentários abaixo, sempre cite sobre qual vídeo, texto, ou assunto está comentando!

Vídeo principal da semana:

 

Formulário de avaliação do vídeo e da semana anterior:

 https://docs.google.com/forms/d/1bxts9ZblzBm991W0Knl0VVN73pRzPEEfJJ3SI72cxEg/viewform

Repostas dos sócios para o formulário do vídeo principal e da avaliação da semana anterior:

 https://docs.google.com/spreadsheets/d/1QDiCzzrRNULhzECbdOWmr7zaRoRx612DQN7-JjqRVZk/edit?usp=sharing

Vídeos complementares: 

01:

02:

03:

Textos complementares:

Por que e como vamos mudar radicalmente o nosso mundo? 

Acredito que o problema que temos hoje é ver os diferentes níveis do conhecimento de forma estanque e não em cadeia.

Isso se encaixa dentro da área da Ciência Humana, tirando fora a não humana, que tem outra forma de aferir lá embaixo que não a produção de produtos e serviços.

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É isso, que dizes?

 

E, a meu ver, de pronto e da hora, não me parece possível agir no mesmo método científico para todos os casos.

  • Onde é possível aferir resultados, onde se pode haver ação e atuação, é passível de se trabalhar com o método da problema-hipótese-solução-reavaliação.
  • Onde é apenas observação do não humano, sem intervenção, vai se trabalhar com lógica, confrontação de lógica e de discurso, análise de linguagem (seja de palavras ou números), na linha do Wittgenstein.

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Falarei mais disso depois.

Disse aqui que cada ser humano deve ser visto dentro de um dado contexto.

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Chamei de agenda, algo que ele recebe de insumo e entrega de legado.

Essa agenda está inserida dentro de uma Rede Social, da qual ele faz parte e tem um compromisso de dar e receber.

Ninguém conhece assim no vazio e nem aprende ou ensina no ar.

Existe uma rede que demanda e oferece um conjunto de ideias.

Arrisco dizer que vivemos para ter um determinado de nível de conhecimento suficiente para operar em uma dada rede social para a qual “prestamos contas”.

Assim, uma Rede Social vai se formar e se hierarquizar conforme os membros da sua rede que se esforçarão para resolver os problemas com o nível máximo de capacidade disponível.

Claro, que a meritocracia nem sempre é o critério de hierarquia da rede e isso implica que nem sempre o máximo de capacidade disponível será o critério principal.

Mas haverá algo como o conhecimento satisfatório a cada momento, que vai atender a uma dada demanda.

Ou na velha máxima: quem tem um olho é rei.

Se isso é fato, cada pessoa se esforça não para conhecer mais que todo mundo, mas para que consiga se equilibrar na rede da qual faz parte ou quer fazer parte.

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Novos conhecimentos podem ser inseridos nessa rede, novos elementos e isso vai alterar a hierarquia de conhecimento daquela rede.

Se vivemos em uma comunidade brasileira de determinado tipo de assunto, acaba-se por se estabelecer um determinado patamar daquele assunto e isso passa a ser o máximo possível daquela rede naquele dado momento.

E será o conhecimento válido para solucionar um dado problema com os recursos existentes.

Não pode ser invalidado, mesmo que se saiba que existe algo melhor, mas inacessível.

Assim, vivemos milhares de micros redes de conhecimento em paralelo com soluções distintas para problemas muitas vezes similares que criam um patamar de conhecimento suficiente para lidar com os problemas num dado momento, na agenda que está em pauta.

O que cada um tem que se esforçar é para se equiparar aos conhecimento disponíveis e tentar superá-lo sem a preocupação de não ser a última palavra, pois é alguma palavra.

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Isso cria a possibilidade de um aprendizado sem angústia e escalável, não criando uma dependência ou uma impotência diante de uma rede que pretensamente tem um conhecimento acima da outra.

O que não quer dizer que não haja interação e melhoria constante, mas não dependência.

Estudos inciais sobre o assunto,

que dizes?

 

 

Todo o conhecimento humano parte de duas angústias próprias da espécie:

  • – a de não conhecer;
  • – e a de não conseguir viver.

Precisamos conhecer para viver e sobreviver para conhecer, pois do que adianta viver se não matamos a nossa curiosidade?

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Quando conhecemos, acabamos por poder viver melhor, pois sempre, ao final de tudo, conseguimos dar um sentido prático a novas descobertas (aquilo que revelamos) ou invenções (aquilo que desenvolvemos).

Porém, a existência precede de um sentido ético.

Vivemos e precisamos dar a vida um significado.

A falta de significado, conforme sugere Viktor Frankl, gera uma tremenda angústia, pois não, diria eu, temos motivos para acordar na segunda feira animados.

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Assim, não podemos pensar o conhecimento como algo fora da ética.

Conhecimento sem ética, portanto, é um falso-conhecimento, pois não é humano.

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Hoje, na saída de uma Contração Cognitiva é natural que tenhamos uma ciência mais voltada para a curiosidade do que para problemas,

Hoje, se perguntar para a maioria dos cientistas eles dirão que acordam todo dia de manhã para conhecer a “verdade”.

Uma verdade sem sentido, diga-se de passagem.

Por isso, cada vez mais me alinho com a Escola Pragmática ou Pragmatista, na qual só vê sentido no conhecer se estiver em função de problemas.

William James e sua turma, na verdade, não fazem uma discussão da verdade, a partir da lógica, ou dos melhores métodos para se chegar a ela.

Eles dão uma rasteira numa ladainha que durava de muito.

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Fazem o questionamento do ponto de vista ético.

Para que ciência se não ajuda as pessoas a viver melhor?

E isso não elimina a curiosidade, pois a ciência vive dois pêndulos entre a curiosidade e a necessidade de resolver problemas. E isso varia, conforme a Conjuntura Cognitiva, como vemos abaixo:

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Há que se estabelecer um critério de curiosidade e solução de problemas.

E eu diria que isso pode começar a se resolver se dividirmos a ciência em duas partes.

  • A humana – que trata das forças regidas pela nossa sociedade;
  • A não humana – as outras, que se dividiriam ainda em:
    • as deste planeta;
    • as de fora do planeta.

Parece-me que temos que pensar o problema da ciência e sua respectiva ética em separado, com pesos entre estas partes.

Não vejo como pensar as ciências humanas que não seja voltadas no curto, médio e longo prazo para que haja redução de sofrimento humano, obviamente separando ações simplistas de complexificadas, como discuti aqui.

As não humanas em muitos casos vivem de entender para dominar a natureza, em que a curiosidade está cercada de interesses humanos.

Mas existe também as que querem apenas entender.

E, por fim, as de fora do planeta que mata a nossa curiosidade de universo.

Há que se equilibrar investimentos para não conhecermos tudo de Plutão e na esquina onde mora o cientista há alguém que morre de uma doença desconhecida.

E, a meu ver, de pronto e da hora, não me parece possível agir no mesmo método científico para todos os casos.

  • Onde é possível aferir resultados, onde se pode haver ação e atuação, é passível de se trabalhar com o método da problema-hipótese-solução-reavaliação.
  • Onde é apenas observação do não humano, sem intervenção, vai se trabalhar com lógica, confrontação de lógica e de discurso, análise de linguagem (seja de palavras ou números), na linha do Wittgenstein.

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Por enquanto é isso.

Que dizes?

 

Na crise de linguagem que vivemos hoje, conceitos se perdem.

Veja mais aqui.

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Prático – é aquilo que é relativo à ação, qualquer ação.

Uma ação não é necessariamente um ato tangível, aquele que aparece.

Pensar é uma ação, prática, intangível, que não consegue se ver enquanto não for registrado, mas ela existe.

Vou sentar num canto para pensar, estou pensando, cheguei a uma conclusão e vou ter uma ação mais tangível.

Assim, podemos dividir o processo em:

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  • Prática tangível – aquela que é possível de ser visualizada;
  • Prática intangível – aquela que se dá apenas dentro da pessoa.

E aí temos duas outras categorias no âmbito das práticas intangíveis:

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  • Prática Intangível Registrada – um pensamento que é expresso em algum registro;
  • Prática Intangível Não Registrada – um pensamento que ainda não foi expresso em lugar nenhum.

Como vivemos em um período da história de baixa taxa de abstração e de pensamento, em função da Contração Cognitiva que estamos saindo, tudo que não é um ato tangível não é prático, pois não é visto, o que aparentemente não gera valor.

Quanto mais ligamos prática ao ato de fazer visível, torna o pensar um ato de algo que não se faz, mais ligamos o pensar a uma perda de tempo.

(E ainda dizem que estamos na Sociedade do Conhecimento!)

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E, por sua vez, caímos na fantasia de que ao fazer não temos dentro de nós um pensamento que nos guia.

Podemos recorrer ao Paulo Freire:

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O problema é que este pensamento, que foi uma prática não feita, ou feita por alguém que incorporamos, passamos a dividir o mundo em teórico e prático.

ESTE É O MITO QUE VIVEMOS HOJE EM DIA:

  • o mundo teórico – aquela perda de tempo antes de fazer;
  • o mundo prático – aquilo que realmente resulta em alguma coisa.

Um dos grandes desafios dos teóricos das próximas décadas é quebrar essa falsa-verdade de que pensar não leva a nada.

Isso não vai ser possível quando começarmos a aliar a Filosofia, a Teoria, as Metodologias à Operação, ao resultado final de produtos e serviços. Fiz um esforço de organizar isso melhor por aqui.

Hoje está tudo separado.

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Assim, sugiro repensar o conceito prática ligado à operação tangível.

É um bom início na direção de recolocar o espaço da reflexão com algo relevante para redução de problemas e deles dos sofrimentos humanos.

É isso, que dizes?

Vivemos um momento de crise da civilização.

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Como podemos dizer isso?

No movimento do pêndulo tangível e intangível.

Toda vez que os valores materiais (bens tangíveis) são claramente mais relevantes do que (bens intangíveis) espirituais estamos em um momento mais voltado para o curto prazo, o dinheiro, as coisas.

Isso, pasmem, se deve à concentração de ideias.

Ao concentrar ideias, o lado mais concreto da humanidade crescer com autoridades voltadas para bens materiais. Há um achatamento de líderes com valores mais intangíveis e um empobrecimento da linguagem.

As palavras vão sendo remodeladas para que façam sentido para esse lado mais, digamos, concreto da sociedade.

Tradição, por exemplo, como discuti aqui, passa a ser não-mudança, manutenção do status-quo e não valores perenes, relevantes para a humanidade.

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Há que se reinaugurar as discussões dos conceitos.

Primeiro, se dedicar a eles como se dedica ao cultivo de orquídeas.

É preciso defini-los, criticá-los, alinhá-los, ajustá-los para que possam começar a ganhar novos sentidos.

Conceitos pouco discutidos denotam pouca reflexão.

Como está aqui na Lista de Leis da Antropologia Cognitiva:

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E pouca reflexão denota uma sociedade com baixa taxa de sabedoria, pois tudo que se consome se engole sem pensar.

É isso, que dizes?

Vamos parar com essa estória de cobrar de alguém coisas que ele não tinha como alterar, pensar, resolver, atuar.

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Isso é talvez um dos maiores crimes que se comete com o legado de cada um, seja ele pensador, político, empreendedor, seja lá quem for.

Existe uma Conjuntura que alguém recebe para atuar e algumas agendas que a pessoa tem que lidar, ou abacaxis para descascar.

Só se pode avaliar a vida, o pensamento, as realizações de alguém se você inserir a pessoa naquele contexto da agenda que ele tinha pela frente!

Todo ser humano tem, assim:

  • Um insumo – aquilo que ele recebe do passado, um desafio;
  • Uma entrega – aquilo que ele deixa para o futuro, um legado.

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O que temos que ver para situar o que ele recebeu do passado de desafio e qual foi o legado que ele conseguiu deixar.

É pouco reflexivo alguém criticar um presidente, por exemplo, por algo que ele não fez, pois não estava na sua agenda. E deixar de lado o que ele fez, que estava.

O que ele recebeu e o que ele entregou?

Muitas vezes vejo gente criticando pensadores por algo que ele não pensou, pois não era algo que estava no seu insumo, a agenda era outra!!!!

Querer que alguém entregue algo que ele não se propôs ou não teve como pensar é injusto. Há um contexto que tem que ser analisado.  Qualquer cobrança nessa direção é algo que vem de uma certa  infantilidade ou má fé, às vezes ambas.

Isso nos faz não só avaliar melhor as pessoas e pensar na nossa própria agenda, saindo de uma certa impotência ou onipotência.

Podemos ajudar naquilo que recebemos de insumo nas prioridades que podemos atender.

O que entrar e o que sair nessa direção é o que podemos chamar de nosso legado.

Devemos ser julgados por nós, principalmente e pelos outros por aquilo que tínhamos diante de nós.

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Nossos antepassados são nossos irmãos mais velhos, que tiveram que pegar nossos “pais” dentro de um dado contexto e nos entregaram outro.

É isso, que dizes?

Tradição é um palavra traiçoeira.

“Tradição é a transmissão de práticas ou de valores espirituais de geração em geração”.

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O ser humano vive sobre os pêndulos dos princípios e da ética e dos prazeres mais imediatos.

É o nosso eterno conflito.

Disse aqui, que o pêndulo tende para lá e para cá, conforme a Conjuntura Cognitiva.

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Assim, usa-se a tradição a seu bel prazer.

  • Ora, para defender princípios, destacando o lado mais “espiritual” da tradição;
  • Ora, para defender interesses, destacando o lado mais conservador, imutável, da mesma.

Tradição, assim, é uma “faca de dois legumes”.

É normal que as autoridades de plantão tirem dela o que lhe interessa a cada momento.

  • Lideranças com autoridade defenderão os princípios;
  • Autoridades sem lideranças defenderão normas e regras.

Quando vivemos o impasse dos substantivos, precisamos de adjetivos para nos auxiliar.

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Tradição não pode vir sem adjetivos!!!

Precisamos, então, colocá-los e são dois:

  • Tradições pertinentes – aquelas que trazem o legado dos antepassados que deve ser preservado;
  • Tradições descartáveis – aquilo que já deve ser enterrado na história.

Obviamente, que, como sempre, teremos que trabalhar com a sabedoria para distinguir uma das outras.

Chamo a atenção, por exemplo, que ao final da última Revolução Cognitiva que acompanhamos, pós papel impresso, no século XV e XVI todo os autores foram revisar os preceitos dos filósofos gregos.

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Foram procurar fazer uma espécie de peneira entre o que deveria ser preservado do que era comum na época, revisitando os clássicos.

Nas crises, aliás, sempre chamaremos os clássicos, que são clássicos, não por imposição, mas pela capacidade de perceber na sociedade aquilo que pouco se altera, tanto em termos das forças, mas aquilo que devemos preservar para reduzir nossas chances de incorrer em erros conhecidos.

Há, assim, em curso uma peneira para saber o que podemos resgatar do passado.

É isso, que dizes?

Vivemos o fim de um longo período de Contração Cognitiva.

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Organizações passam, nestes momentos, a se servir da sociedade e não mais servir a sociedade.

Conforme temos na Lista das Leis da Antropologia Cognitiva:

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Isso significa que existe um conjunto de legados  do passado que serão deixados de lado em nome de interesses mais imediatos do presente.

Nestes momentos temos o aumento radical da taxa de ambição e da taxa de egoísmo, em detrimento da taxa de princípios e de altruísmo, que são pendulares.

  • Quanto mais a sociedade tem controle de suas organizações, mais essas taxas de princípios e altruísmo sobem;
  • Quanto mais a sociedade perde o controle de suas organizações, mais essas taxas de princípios e altruísmo descem.

Como vemos abaixo:

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Por que isso acontece?

O ser humano tem atitudes mais nobres quando é pressionado para isso.

  • Alguns acabam por ser influenciados e tomam pela livre iniciativa.
  • Outros são forçados pela nova prática, cultura e até leis.

Quanto maior for a transparência da sociedade, com ideias circulantes, maior será, assim, a taxa de altruísmo da sociedade.

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É isso, que dizes?

 

O grande desafio do ser humano sempre foi lidar com a complexidade.

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Hoje, ontem, amanhã.

Tudo gira em torno de decisões.

Eu tenho um problema e procuro atuar sobre ele com uma ação.

  • Uma ação simplista é aquela que NÃO consegue enxergar as suas consequências em alguns lances adiante;
  • Uma ação complexificada é aquela que SIM consegue enxergar as suas consequências em alguns lances adiante.

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  • Uma ação simplista geralmente parte do sentimento, da intuição, sem muitos dados e percepção do que uma dada decisão pode provocar mais adiante.
  • Uma ação complexificada geralmente parte do sentimento mais refletido, já usa mais modelos teóricos-metodológicos  mais dados e conseguem assim, ter uma percepção do que uma dada decisão pode provocar mais adiante.

Como vemos na figura abaixo:

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Assim, uma ação simplista é mais rápida, mais imediata, mas não mede as consequências no médio e longo prazo e vice-versa.

Esse tipo de divisão é bastante útil em várias decisões sociais, incluindo na economia, política, corporativa.

  • As ações Simplistas têm muito mais apelo e são mais facilmente entendidas por um Modelo Mental mais oralizado, que trabalha mais com emoções.
  • As ações C0mplexificadas têm muito mais apelo e são mais facilmente entendidas por um Modelo Mental mais letrado ou digital, que trabalha mais com emoções mais refletidas.

É isso, que dizes?

 

Uma vida com uma taxa maior de alienação como detalhei mais aqui dificulta a capacidade de gerar reflexões.

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Há na alta taxa de alienação uma dificuldade de sofrer com os problemas do mundo. Os problemas do mundo ficam mascarados, pois se vive uma falsa vida, pois não se está lutando para exercer a sua potência: talento para redução de sofrimento.

O sofrimento diante dos problemas para viver uma vida mais significativa vai nos colocando o que de fato é o mundo.

Enquanto estamos na corrente da alienação, o mundo não se apresenta de forma mais nítida.

Para vê-lo, é preciso enfrentar o desafio de ir em direção de uma vida mais significativa, pois haverá um conflito entre o mundo alienado e sua tentativa de sair da alienação.

Uma vida mais significativa via em direção inversa ao fluxo da sociedade, que tende à alienação. Assim, haverá um conflito entre o que você quer e propõe para a sociedade e o que a sociedade impõe a você.

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E nesse conflito vamos aprendendo o que de fato é a vida, que quer se manter com uma alta taxa de alienação.

Refletir, a prática da filosofia, é justamente tentar entender mais a fundo esse sofrimento entre o que você quer levar ao mundo e o que o mundo não aceita que você leve.

Você passa a ser a experiência de mudança do mundo e só então o mundo se revela com mais nitidez.

É a procura da redução do sofrimento, do exercício da potência que fará com que o mundo fique mais nítido.

Um filósofo que não se proponha a viver essa sua potência e mergulhe na luta por mais significado no mundo não estará vivendo a filosofia e, portanto, não estará filosofando sobre o mundo. Apenas fingindo que filosofa!

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Há na tentativa de entender o mundo a necessidade de entrega de um projeto de levar significado ao mundo para que no conflito alienação e significado, haja a faísca do sofrimento do filósofo, que ao tentar ser entendida, produz a filosofia.

Que é resultado da tentativa de entender seu próprio sofrimento, que, no fundo, é o sofrimento de todos que procuram levar uma vida mais significativa.

Sair de Matrix é conseguir estar em Matrix e tentar sair de Matrix.

É isso, que dizes?

O que é uma vida alienada?

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É trabalhar em algo para sobreviver no qual você não:

  • – consegue potencializar seu talento;
  • – e nem procura reduzir sofrimento na sociedade.

Não faz este alinhamento necessário:

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  • Você trabalha apenas para sobreviver.
  • Nenhum problema e nem demérito.
  • É um preço que pagamos por existir.

Mas é uma vida alienada, pois é baixa a taxa de subjetividade que consegue colocar no seu trabalho.

  • Você cumpre tabela.
  • Você está ali objetivamente, mas não subjetivamente.
  • Há uma baixa taxa de presença.

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A baixa taxa de presença é o que podemos chamar de vida alienada. E isso não é apenas um problema pessoal, mas social, pois o aumento de trabalhos significativos demonstra que a sociedade está indo na direção da redução de sofrimento e não do aumento dele.

O fim de uma Ditadura Cognitiva é especialmente fértil para a alienação e para uma alta taxa de sofrimento. Como está aqui na lista das Leis:

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É isso, que dizes?

Toda ação humana deve se guiar por um sentido ético.

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Bem como as organizações.

Do ponto de vista da existência, temos que admitir que existe um período de tempo entre o nascimento e morte de cada um.

  • Nada que for feito vai mudar em relação a isso.
  • Existe um período de tempo em que estamos aqui e vamos embora.
  • O que fazemos, grosso modo, é preencher esse vazio com algum Passatempo Existencial.
  • O que implica em ações práticas que resultem ganhos para sobreviver.
  • E, se possível, deixar um legado para outras gerações.

Esse legado é ao mesmo tempo altruísta e egoísta.

  • É altruísta, pois queremos deixar para o outro.
  • E é egoísta, pois queremos deixar uma marca na história, mesmo que um grão de areia.

Não é à toa que quando pensamos assim na existência existe uma grande vontade de viver pelo prazer e pelo simples ato de viver.

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São opções, mas que a maioria de nós não pensa no assunto.

O maior filósofo do nosso tempo é o Zeca Pagodinho, que sugere que:

“Deixa a vida me levar”.

Quem deixa a vida se levar, na verdade, não está agindo de forma consciente sobre ela.

Filosofar é justamente a capacidade de não deixar a vida me levar e assumir, quando possível, o timão do barco.

A vida significativa é uma vida que significa algo para quem está dentro dela, para a pessoa que a vive. É uma forma de continuar a viver com potência, apesar do nosso lado impotente (nada posso) e apesar da nossa impotência (tudo posso), deixando um legado.

E há nessa procura o encontro de potências, impotências e onipotências.

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É ser capaz de conseguir fazer algo significativo para si mesmo e para os outros apesar de tudo. E aí precisamos de uma referência para sabermos como vamos e o que estamos fazendo.

Na vida, apesar de tudo, a única coisa certa é uma determinada taxa de sofrimento.

Muitos podem dizer que há também uma taxa de felicidade, que seria um outro lado da moeda. Mas acho que a felicidade é algo menos tangível.

Assim, a ideia da sofrimentologia é procurar agir de forma a, dentro de:

  • – sua potência;
  • – sua possibilidade do ato de sobreviver;
  • – ainda conseguir atuar a reduzir sofrimentos.

Uma vida significativa, assim, é colocar a sua potência (que implica em descobrir seus próprios talentos) e poder vivê-los e direcioná-los a reduzir os sofrimento das pessoas.

Note que é um alinhamento duplo:

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O que temos, então?

  • Sobrevivência;
  • Procura de vida significativa;
  • Redução de sofrimento próprio e dos demais.

É isso, que dizes?

Existem dois motivadores principais da ciência.

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A curiosidade está ligada a nossa necessidade de entender o que nos rodeia. E está ligada geralmente às ciências da natureza. Fiz aqui um primeiro esforço para redimensionar as áreas de interesse:

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Poderia até dizer que a curiosidade vai na direção de tudo que é ligado à natureza, ou a sofrimentos, no caso dos animais. Conhecemos por curiosidade, o que implica muitas vezes até no domínio dessa natureza conseguirmos evitar sofrimentos.

  • Os estudos da natureza, assim, são das forças não humanas.
  • Os estudos humanos são aqueles provocados por forças humanas.
  • E há, obviamente, a relação entre os dois.

De fato, acredito que deve haver uma força ética reguladora da ciência.

E que o discurso da ciência como descobridora da verdade é uma ciência sem uma problematização ética.

Assim, há espaço para a curiosidade na ciência, mas é fundamental que seja equilibrado com o estudo daquilo que pode reduzir sofrimento.

É isso, que dizes?

Temos ao longo da história da filosofia percepções onipotentes, que nos levaram a diversos equívocos.

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Podemos listar algumas para exemplificar:

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Temos uma percepção em relação à vida que nos leva a uma falsa imortalidade, o que faz com que tenhamos uma série de ações práticas que vão nessa direção.

Uma visão filosófica, digamos mais potente, é aquela que consegue o tempo todo nos ver – cada indivíduo – como um ser mortal, que deve saber dos seus limites para atuar enquanto está por aqui.

Outro exemplo do problemas de percepção é em relação ao conhecimento:

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Há diversas tendências de achar que o ser humano um dia poderá chegar a teoria final, o que é uma percepção onipotente do mundo, pois todo nosso conhecimento é dependente de três variáveis que mudam no tempo:

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Um novo cérebro que consegue ver os que os demais não conseguiram ou uma nova tecnologia ou um novo problema nos leva a ir adiante naquilo que conhecemos.

Vivemos outra situação de onipotência nos nossos dias.

Acreditar que controlamos 100% nosso cérebro e que ele não tem atividades autônomas sem nos pedir licença.

Note que não estou dizendo que ele tem 100% de autonomia, mas há algo nele que se modifica sem nos perguntar.

Essa taxa de autonomia do cérebro varia, conforme diversos fatores.

Que registrei aqui na Lista das leis:

lei20

 

Diria que há diversas outras atividades que fazem com que a Plástica Cerebral mude, mas nada será comparado a uma mudança de uma Tecnologia Cognitiva nova, pois é o principal instrumento do cérebro se relacionar com o mundo!

Perceber essa possibilidade de mudança, mesmo que se coloque uma percentagem baixa, é fundamental para entender nosso futuro, pois pela ordem:

  • – o cérebro é o epicentro do nosso corpo;
  • – é o epicentro da espécie;
  • – é o principal responsável por produzir Tecno-cultura;
  • – e quando ele se modifica, tudo se modifica em torno dele.

Como há algo que é autônomo sem o nosso consentimento, temos apenas que nos adaptar a isso, pois não temos controle.

Exige de nós sair da onipotência de acharmos que o controlamos por inteiro.

Poder interferir no futuro nos fará procurar sair de uma dada impotência (nada posso fazer) de uma onipotência (controlo tudo) para uma potência, o que, a partir da mudança, resta para fazermos.

É isso, que dizes?

Existe uma revisão filosófica fundamental para a pergunta:

Quem somos?

superpopulação (1)

O ser humano é a única espécie do planeta que não tem limites de crescimento demográfico. Todas as outras vivem um drama.

Que é espelhado no Triângulo da Espécie, que ilustro abaixo:

tringulo_especie

 

Uma matilha de lobos não pode passar de um determinado número, pois tem o problema de sobrevivência. Mantém mais ou menos fixa a relação entre tamanho da matilha, comunicação e governança.

Por que o ser humano pode o que as outras espécies não podem?

Por que somos uma Tecno-espécie e superamos as barreiras, através de um sofisticado aparato Tecno-ecológico, como vemos abaixo:

pentagono

 

Assim, não podemos falar de um ser humano etéreo, mas em um que está inserido dentro de uma Conjuntura Tecno-demográfica, no qual há cada vez novas complexidades a serem administradas.

Mudaremos nosso cérebro, a partir da introdução de novas Tecnologias Cognitivas que sejam compatíveis com a nova complexidade.

Se pudermos definir as sociedades de maneira geral para refazer uma visão histórica, temos que pontuar em cada momento o tamanho da espécie, a complexidade e a conexão entre os diferentes grupamentos.

Os desafios

Obviamente, que isso tem que ser visto em dois momentos do mundo:

  • um mundo com civilizações isoladas – que vai até 1500 com as navegações;
  • um mundo cada vez mais conectado – que está depois de 1500.

Arrisco a dizer, sem dados concretos, que cada civilização antiga em separado foi se sofisticando a partir da quantidade de membros.

Quanto mais indivíduos, mais foi preciso haver sofisticação dos aparatos cognitivos, expressos na linguagem de letras e números e as respectivas metodologias, tecnologias e cérebros para processá-los.

A única forma de brecar essa sofisticação com o respectivo aumento demográfico é através da centralização do poder e da homogenização da população, o que nos leva a uma baixa taxa de diversidade.

Ou seja, uma civilização só consegue superar os problemas de complexidade demográfica, através da inovação e sofisticação da Governança ou da concentração da mesma, aumentando ou reduzindo a taxa de diversidade.

Ao rever o ser humano e seus desafios para o século XXI, é preciso entender que todo o mundo que nós construímos até aqui foi criado e construído com estas variáveis:

pentagono2

 

Nossa maneira de pensar, de decidir, de nos comunicar, de mudar, de produzir foi condicionada pela Conjuntura Tecno-Cognitiva que tínhamos. Nossas organizações, idem.

Quando mudamos essa Conjuntura, a roda da história passa a girar mais rápido e de forma bem diferente da que estávamos acostumados, pela ordem mudam:

As novas Tecnologias Cognitivas, a Plástica Cerebral, o Modelo Mental, o Ambiente de Pensamento e, por fim, as organizações, como vemos abaixo:

pentagono3

 

Estamos rodando de novo a roda da história, criando uma nova Era Demográfica-Cognitiva, baseada no Digital, no qual estamos nos seus primórdios, mudando a Plástica Cerebral, criando novos Modelos Mentais e começando a Construir um novo Ambiente de Pensamento, formado por Filosofia, Teoria e Metodologia.

Assim, a resposta do Quem somos, pode ser:

Uma espécie que vive permanentemente de criar tecnologias para sobreviver que ao mesmo tempo que a transforma é transformado por ela, pois o cérebro se adapta sem perguntar a ninguém.

É isso, que dizes?

Acredito que o ser humano tem por tendência engavetar ideias em diferentes armários. É um organizador de pensamento, que nos ajuda a nos organizar. Isso faz parte da maneira que absorvermos e compreendemos o mundo.

engavetamento

 

Isso acredito que é feito por todas as pessoas.

Há, assim, quanto entramos contato com alguma ideia nova o que podemos chamar de tempo de absorção de uma ideia nova da escuta da mesma até o seu “engavetamento”.

engavetamento3

O que diferencia uma pessoa da outra é o tempo que leva ao ouvir a ideia nova e querer “engavetá-la”.

Quanto menor este tempo, mais fechada a pessoa está para o novo, pois é possível ao se ouvir uma ideia nova abrir diversas possibilidades.

Obviamente, que deve haver um desconto no contexto em que a ideia está sendo exposta, pois para que haja a comunicação algumas premissas são necessárias, como vemos abaixo:

engavetamento5

 

Bem como em que tipo de ambiente, rede humana na qual a ideia está sendo apresentada, tal como:

engavetamento8

Isso implica que vai se estabelecer algumas premissas.

Porém, quando as taxas acima são baixas, o tempo entre ideias proferidas e engavetamento serão cada vez menor. Se perderá muito pouco tempo em se pensar onde exatamente vou engavetar a nova ideia.

Ou seja, mais rapidamente a ideia será etiquetada em uma das gavetas existentes, de forma mais rápida possível. Isso normalmente se dá através de um adjetivo.

Alguns exemplos de adjetivos utilizados:

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Assim, escolhe-se um determinado “armário” conhecido e lá vai se colocar dentro de uma dada gaveta a nova ideia, dando a ela uma etiqueta/adjetivo:

engavetamento6

 

Daquela gaveta existem os anti-corpos já prontos para combater aquele tipo de ideia e sairá de lá questionamentos prontos de uma outra gaveta, responsável por disparar os argumentos contra o que pretensamente é aquela ideia que foi engavetada e etiquetada de uma dada maneira, como vemos abaixo:

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O “combate” a uma ideia nova é saudável, porém passa a ser tóxico quando o tempo de engavetamento foi muito curto, pois estará se etiquetando a ideia em uma gaveta conhecida e já com os anti-corpos conhecidos para lidar com o que é armazenado naquela gaveta.

Isso é a base do que podemos chamar de pré-conceito. Ou seja, está se engavetando algo sem antes avaliar o que é este algo.

O objetivo de uma comunicação mais eficaz é procurar aumentar o tempo entre a ideia nova e posterior “engavetamento”/ “etiquetação”, pois é possível, em ambos os lados, abrir novos espaços, que podem ser novos/ novas:

engavetamento4

 

É isso, que dizes?

Slides sobre este tema podem ser vistos:

Frase

Toda reflexão implica em uma certa solidão;

Toda verdade é falsa, se não resulta na redução de um dado sofrimento;

Conhecer é se desintoxicar;

Há os bem intencionados.

Considerados por muitos aqueles que querem o melhor para a maioria.

Ou os ditos mal intencionados que só querem o melhor para si.

Mas nem sempre os métodos dos bem intencionados resultam no melhor para todos.

E nem sempre os que querem o melhor para si provocam a piora de todos.

A vida e as ações humanas são complexas.

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