Na crise de linguagem que vivemos hoje, conceitos se perdem.
Prático – é aquilo que é relativo à ação, qualquer ação.
Uma ação não é necessariamente um ato tangÃvel, aquele que aparece.
Pensar é uma ação, prática, intangÃvel, que não consegue se ver enquanto não for registrado, mas ela existe.
Vou sentar num canto para pensar, estou pensando, cheguei a uma conclusão e vou ter uma ação mais tangÃvel.
Assim, podemos dividir o processo em:
- Prática tangÃvel – aquela que é possÃvel de ser visualizada;
- Prática intangÃvel – aquela que se dá apenas dentro da pessoa.
E aà temos duas outras categorias no âmbito das práticas intangÃveis:
- Prática IntangÃvel Registrada – um pensamento que é expresso em algum registro;
- Prática IntangÃvel Não Registrada – um pensamento que ainda não foi expresso em lugar nenhum.
Como vivemos em um perÃodo da história de baixa taxa de abstração e de pensamento, em função da Contração Cognitiva que estamos saindo, tudo que não é um ato tangÃvel não é prático, pois não é visto, o que aparentemente não gera valor.
Quanto mais ligamos prática ao ato de fazer visÃvel, torna o pensar um ato de algo que não se faz, mais ligamos o pensar a uma perda de tempo.
(E ainda dizem que estamos na Sociedade do Conhecimento!)
E, por sua vez, caÃmos na fantasia de que ao fazer não temos dentro de nós um pensamento que nos guia.
Podemos recorrer ao Paulo Freire:
O problema é que este pensamento, que foi uma prática não feita, ou feita por alguém que incorporamos, passamos a dividir o mundo em teórico e prático.
ESTE É O MITO QUE VIVEMOS HOJE EM DIA:
- – o mundo teórico – aquela perda de tempo antes de fazer;
- – o mundo prático – aquilo que realmente resulta em alguma coisa.
Um dos grandes desafios dos teóricos das próximas décadas é quebrar essa falsa-verdade de que pensar não leva a nada.
Isso não vai ser possÃvel quando começarmos a aliar a Filosofia, a Teoria, as Metodologias à Operação, ao resultado final de produtos e serviços. Fiz um esforço de organizar isso melhor por aqui.
Hoje está tudo separado.
Assim, sugiro repensar o conceito prática ligado à operação tangÃvel.
É um bom inÃcio na direção de recolocar o espaço da reflexão com algo relevante para redução de problemas e deles dos sofrimentos humanos.
É isso, que dizes?