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Ouvindo esta entrevista na Veja de Reinaldo Azevedo:

Ele diz que não há problema na democracia.

E qual foi o eixo das manifestações do ano passado?

Do não me representa?

Movimentos emergentes em todo o mundo.

O PT e o PSDB (incluindo colunistas), estão tão intoxicados em atirar pedra, mas não conseguem mais ver e entender o que é propositivo. Os chamados de direita querem uma capitalismo de mercado, que está em franca mutação. E os chamados de esquerda querem um socialismo do século XXI. Ambos, não conseguem enxergar o emergente cooperativismo descentralizado e nem a República digital.

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Ambos pensam a democracia por sua ótica séculovintista, mas não enxergam que estamos partindo para a República Digital, com experiências de uso de tecnologia digital para ampliar a representação em todo o mundo.

Marinha é chamada de esquerda e de direita e não é nem uma coisa nem outra.

 

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Muitos não vão compreender meu entusiasmo na atual eleição depois de 22 anos na geladeira, desde que fui a rua para Lula em 2002.

Saí do meu armário de panfleteiro eleitoral.

Hoje, a classe média está dividida.

  • A maior parte dos meus amigos é mais Aécio.
  • Muitos amigos mais antigos estão com Dilma.
  • E uma parcela pequena é Marina.

Marina sofre o preconceito que eu tinha também por ser evangélica. Eu achava que todo mundo que era evangélico ficava gritando na igreja e dando dinheiro para pastor ficar rico. Evangélico para mim, que sou agnóstico e cientista, a burrice em forma de atraso e ponto.

Fui conhecendo mais gente nesse meu tempo de Rede e aprendendo a ver algumas nuances entre os que se dizem evangélicos, hoje, nada mais ou menos, do que 25% dos brasileiros.

E, em particular, tive o privilégio de conhecer Marina pessoalmente muito antes da eleição, que optou para ser evangélica, pois estava com uma doença terminal, não tratada nem nos Estados Unidos (onde ela tentou a cura) e se encontrou naquela religião.

Ou seja, ela não foi se tratar no pastor, mas foi um pastor, sei lá por que, que deu jeito. Note que ela não fala disso, pois acha que não é motivo de campanha eleitoral.  Veja abaixo:

Quanto sabem disso?

  • É uma pessoa espiritualizada, mais do que religiosa.
  • Muito, muito, estudiosa, diferente da maioria dos políticos.
  • Curiosa, com algumas virtudes de desapego ao poder muito rara em quem tem, teve e agora parece que terá tanto voto.

(Marina teve o convite do PPS para sair de presidente e optou por ser vice de Eduardo Campos, quantos fariam isso?)

Marina tem algo de Mandela que é raro.

Todos os motivos para ser algo e acabar virando outro.

(Se o Brasil tivesse a noção da joia que é Marina deveria mantê-la dentro de um carro forte.)

Consigo, como estrategista de longo prazo (que é hoje a minha profissão no digital), a projetar a sua colaboração ao país e toda dificuldade que terá.

Marina consegue algumas coisas, pela sua capacidade intelectual e espiritual, reunidas, superar a questão da luta de classe. Isso é muito raro, pois exige um longo percurso e coragem para poder enfrentar algo bem dogmático.

Isso, entretanto, não a joga no capitalismo como algo parado e estático como muitos hoje aqui no Brasil o vêem, mas em movimento em direção a algo novo no século XXI.

Hoje, no que estudo, estamos diante do início de uma nova Era econômica, pós-capitalista, que irá mudar o atual macro-modelo, via descentralização,  aponta Rifikin, no seu livro “A terceira revolução industrial”, do qual Marina simplesmente fez o prefácio.

  • Marina é, assim, apesar dos preconceitos de ser atrasada, vanguarda no pensamento brasileiro ao abandonar a luta de classe, mesmo vindo da esquerda.
  • E é vanguarda no pensamento capitalista do mundo, ao defender e ver que estamos com outros desafios no século XXI.
  • E em especial no Brasil que é o de trazer empreendedorismo, como ferramenta para lutar contra a desigualdade.

Transformar miséria em talento e talento em riqueza, no que ela chama de inclusão social de terceira geração. Não esquecer do pobre e nem usá-lo como uma ferramenta para se manter no poder.

Além disso, e ainda além disso, dentro do mesmo cenário implantar um novo modelo de democracia, que está sendo testada no mundo, muito longe de uma participação assembleísta proposta na América Latina, como vemos na Venezuela e que foi testada em Cuba.

Muitos acham que ela está nessa linha, mas essa é uma proposta analógica e o futuro da democracia é todo digital.  O uso intenso do digital, via algoritmos, para dar poder maior para a população no uso dos serviços e no acompanhamento cada vez maior dos nossos representantes.

A democracia de alta intensidade ou Nova política que está no programa é tão difícil de ser entendida, pois é algo que ainda não existe para ser mostrada em nenhuma parte do mundo.

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Ela vai na linha dos jovens espanhóis, que tanto Castells analisou, (Marina é leitora de Castells): “Não sabemos o que queremos, mas com certeza não é nada disso que está aí”.

O Brasil, com Marina, tem a chance de sair na frente na América Latina como um farol para apontar um novo rumo.

Como disse o cara do posto, não sou esquerdista e nem direitista, sou frentista.

Sim, olhando e tentando implantar o novo que a Revolução Digital permite e aponta.

Quem viver, verá (se não houver maremotos) a vanguarda que o Brasil assumirá tendo Marina de presidente, ironicamente chamada de obscurantista.

Peço a todos um pouco de serenidade para não se arrependerem mais adiante.

A realidade nem sempre é tão preto e branca, ainda mais no Brasil.

É isso, que dizes?

Coloquemos assim, a partir do outro post:

  • micro-modismo – passa rápido e deixa quase nenhum rastro;
  • modismo – não tão rápido e rastros poucos;
  • tendência – fica mais tempo e amplia os rastros;
  • macro-tendência – não vai embora em muitas gerações e afeta muitas áreas da sociedade;
  • super-macro-tendência – algo que vai forçar mudanças em todo o resto.

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Basicamente, um papel do estrategista é:

  • – prever cada coisa;
  • – e ao acontecer diagnosticar com correção entre as quatro.

Diante disso, apontar o tempo, o impacto e sugerir “vacinas” para atuar de forma a criar oportunidades e reduzir riscos.

Como é possível saber?

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Ter uma boa bancada, um laboratório estratégico, em três áreas:

  • Filosofia – que estuda o que é permanente no ser humano;
  • Teoria – as forças e relação com contextos;
  • Metodologia – o que fazer diante das forças.

Falei em sala ontem, por exemplo, da população, que, a meu ver, é a principal força na sociedade. Quando há picos temos uma macro-tendência de mudança, pois isso impacta fortemente na logística e cria mudanças, que vão provocar tendências, modismos e macro-modismos.

É como se tivéssemos mudanças em camadas mais altas da nossa ecologia social.

  • O aumento populacional atua na camada mais alta, pois vai mudando a ecologia geral.
  • Essa camada mais alta vai mudando a complexidade das necessidades, forçando todo o resto.
  • Em uma camada mais baixa, podemos dizer que estão as soluções humanas para lidar com essa complexidade, em particular, que estudo a chegada da Revolução Cognitiva.

Que é uma das saídas humanas.

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E tudo que ela provoca.

Assim, a super-macro tendência do pico populacional, nos leva à macro-tendência de mudanças no cérebro, com novas Tecnologias Cognitivas que nos torna mais aptos a lidar com essa complexidade.

Daí vem a Revolução Cognitiva, que é uma macro-tendência, que nos leva à tendência de modificar toda a sociedade, social, política e economicamente falando.

E os modismos que isso implica e os micro-modismos.

Assim, o que um estrategista hoje deve focar é no pico populacional que nos leva a mudar muita coisa. O resto vem descendo e se ajustando a isso.

Não existe nada maior do que mais gente com fome e demandando produtos e serviços.

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Concordam?

É isso, que dizes?

 

Vou dar alguns palpites.

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  • Não conseguimos guardar muita informação ao mesmo tempo, a “coisa” tem que ser aos poucos;
  • O que estudamos tem que ser colocado dentro de uma narrativa pessoal em que incorporamos o discurso do outro ao nosso, com nossas palavras (sabemos que isso funciona quando aquilo sai naturalmente);
  • E é preciso colocar a narrativa pessoal na nossa vida.

Sugiro aos meus alunos ter um blog, pois isso ajuda a sedimentar a narrativa pessoal.

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Mas além do blog é preciso viver a narrativa pessoal que vai sendo criada, ao pensar com a própria cabeça.

Ou seja, se você cria uma narrativa pessoal e a sua vida vai em outra direção.

Há um processo de alienação.

E isso impede que se consiga colocar a narrativa na vida.

Boa parte dos meus alunos, que se encanta com as minhas ideias, um bom tempo depois não é capaz de reproduzi-las.

Uma sensação boa fica, quase uma aula motivacional.

O problema é que como eu falo de um futuro que virá, mas não veio ainda e as pessoas trabalham em um presente alienante, a vida faz com que eles voltem para uma narrativa original.

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  • Ou seja, não adianta aumentar a quantidade de informação se você não cria a sua narrativa e vai pensando com a própria cabeça;
  • E não adianta pensar com a própria cabeça se a sua vida objetiva não é próxima da subjetiva.

Triste, mas realidade.

É isso, que dizes?

Se pudéssemos definir a missão de um estrategista seria essa.

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Ficar do alto de uma linha de produção e analisar os movimentos sociais e dizer o tempo todo se é modismo ou tendência.

  • O modismo é algo que vem e volta para algo no mesmo lugar, não se desdobra, não afeta a geração de valor e, portanto, não merece entrar no radar estratégico da organização.
  • A tendência é algo que nos leva para outro lugar e não mais para o mesmo que se desdobra e afeta a geração de valor e, portanto,  merece entrar no radar estratégico da organização.

Um bom estrategista, assim, é alguém que tem que trabalhar com a identificação de forças.

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Conhecer o ser humano e aquilo que é mais permanente dele para que possa saber se algo nessa estrutura básica está mudando e se isso veio para ficar como uma mudança no ser humano e depois na sociedade.

Se é um novo modelo de sapato ou de forma de calçar os pés que nos marcará daqui por diante.

Um estrategista, assim, é um cada vez mais filósofo e teórico, pois passa a estudar a espécie humana em profundidade para saber o que é perene no ser humano e o que é passageiro, analisando a história.

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O problema é que a formação dos estrategistas, até aqui, foi toda voltada para mudanças de curto e médio prazo, em um mundo controlado pelas organizações, em função da concentração de mídia.

Era um estrategista de curto e médio prazo, o que atendia plenamente as organizações.

Um estrategista 3.0 tem uma missão muito mais espinhosa pela frente, pois tem que viver em um mundo mutante e perceber aquilo que é o sintoma e o que é a causa.

  • Aquilo que muda pouco daquilo que muda muito.
  • Daquilo que pode matar uma organização e aquilo que a organização não precisa entrar.

Quanto maior a organização e mais longe no tempo ela imagina estar, mais esperto tem que ser seu Estrategista 3.0.

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Estamos, por fim, entrando em um mundo em que mais e mais filósofos e teóricos vão ter lugar nas organizações, pois serão eles que conseguirão ter uma visão mais clara do futuro distante.

Eles terão que trabalhar com estrategistas operacionais, que terção que, a partir do cenário definido, traçar a rota de valor para esse cenário projetado.

É isso, que dizes?

 

Vivemos um momento inédito em toda a América Latina.

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Faz tempo que não tínhamos, talvez nunca, um longo período de democracias e eleições em diversos países.

O voto, em uma república com pouca desigualdade é completamente diferente em um que existe forte desigualdade, pois a maioria da população tem demandas urgentes que outra parte, mais abastada não tem.

E quem acaba por decidir é a parte que tem urgências e tende a abraçar o que está mais no curto prazo, mesmo que perca mais no médio e longo. Há um problema de visão de complexidade, devido a urgência social.

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Não podemos pensar um modelo capitalista e de mercado, ao molde europeu e americano, em um país como os da América Latina, pois há um fator urgência da maioria do eleitor que eles não têm.

O mercado resolve o problema presente de produtos e serviços e dá preços e valor a tudo, não acho que podemos viver sem ele, porém não rompe naturalmente com a urgência social que deve ser uma prioridade de toda a sociedade.

É preciso, assim, um esforço social, que acaba ficando na mão do Estado e surge o impasse.

Procura-se no Brasil, e em toda a América Latina, um discurso e um grupo político que o encampe, que consiga manter o mercado ativo e lidar com urgência social.

  • Ora é só urgência social e pouco mercado, o que nos leva à crise produtiva (PT).
  • Ou é mercado com pouca urgência social, quenos leva à crise política social (PSDB).

No fundo, as discussões no Brasil têm girado na procura de algo meio termo entre estes dois extremos.

Millor tem uma frase que voltou à baila de que: “toda a ideologia quando fica velha vem morar no Brasil”.

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Sim, a América Latina é hoje um dos principais pólos do discurso ainda vivo da velha esquerda, anti-capitalista, com diferentes tons de vermelho.

Não é à toa, pois onde houver desigualdade social, haverá um discurso de esquerda atraente, pois fala-se de um mundo mágico, onde não haverá injustiça, todos os homens serão bons, não haverá ganância ou mesmo dinheiro.

Quem não gosta de um pseudo-paraíso pra chamar de seu?

Assim, vivemos uma sinuca de bico, pois quem olha para a urgência social não tem olhos de mercado e quem tem olhos de mercado não vê urgência social.

Parece-me claro que é preciso criar um tipo de proposta política-econômica-social, focada no empreendedorismo, que consiga fazer da urgência social um mercado, que consiga transformar miséria em talento e talento em dinheiro.

Não é algo simples, pois pede inovação e criatividade, união de esforços das lideranças éticas na direção de apostar em uma saída nessa direção.

O problema é que nossos pensadores acadêmicos sociais estão, na sua maioria, na “vibe” anti-capitalista do não-mercado e na linha da proteção social e não da criação do mercado social. E os que estão no mercado não têm o viés social, pois a urgência não gera valor no curto prazo.

Imagino que teríamos que inventar um tipo de escola, linhas de pesquisa, estudos, produtos, serviços, aplicativos, plataformas que seria algo como algo como o Empreendedorismo anti-miséria para pensar projetos e metodologias que conseguissem capacitar e colocar jovens carentes, com linhas de crédito para transformá-los em empreendedores geradores de riqueza pró-mercado.

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E transformar um Brasil em um país exportador de produtos e serviços desse Capitalismo Tropical, com soluções baratas para o terceiro mundo que precisa de algo similar. já  que tem o mesmo problema que o nosso.

Há uma oportunidade aqui que pode superar o falso dilema urgência social ou mercado.

Fazendo da urgência social um mercado auto-sustentável que vai criando produtos e serviços e um público consumidor, além de um pólo exportador, trazendo dinheiro novo para o país, pois é algo que se pode ter escala.

Não faltam jovens à procura de significado, que não querem fazer concurso público, dispostos a pensar saídas nessa direção. Há tudo falta apenas a narrativa integradora.

Acredito que o movimento político futuro na América Latina vai apontar para propostas nessa direção. Quanto antes, melhor! Talvez o Brasil possa sair na frente.

É isso, que dizes?

O ser humano tem duas dimensões:

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  • a percepção – aquilo que achamos que é a vida;
  • a vida – aonde a nossa percepção encontra uma parede.

Ou seja:

  • Quem vive só dentro da vida e não alimenta a sua percepção tem dificuldade de inovar, pois está intoxicado de vida.
  • Quem vive só dentro da percepção e não a confronta com a vida tem dificuldade também de inovar, pois está intoxicado de percepção.

Mudar significa necessariamente lidar com a frustração, pois precisamos rever a nossa percepção e aceitar que algo que achávamos que era a vida pode ser de outro.

Frustração, no fundo, é aceitar os limites que a vida dá na percepção. Ou para limitar nossa onipotência, não podemos algo. Ou ampliar nossa impotência, podemos muito mais do que achávamos.

Isso é a potência.

Inovação é saber lidar com a potência modificadora.

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  • Os sonhadores acham que as mudanças serão 100% do seu jeito;
  • Os práticos acham que as mudanças não poderão acontecer, pois vão tirar o seu chão.

Geralmente, pessoas que criticam processos de mudança atuam em um destes dois lados.

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Os inovadores têm que saber lidar com a sua frustração interna e com a dos outros dois perfis:

  • – os que se lutam contra o futuro de forma dogmática;
  • – ou os que lutam contra o passado de forma dogmática.

(Falei mais disso aqui)

A principal arma do inovador é conseguir enxergar a força principal da mudança, que nos leva para uma redução de sofrimento da sociedade. Essa é a bandeira e a bússola do barco chamado ética.

Tem que saber identificar os perfis  que virão contra a inovação, trafegar entre os dois e fazer pontes para avançar.

É isso, que dizes?

 

Comunicação Matemática é aquela produzida pela materialização das trocas em Plataformas Digitais Colaborativas, tanto Rastros Voluntários e Involuntários.

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Extrai-se destas trocas desejos, vontades, opiniões, tendências para que as organizações tomem decisões.

Existem dois tipos de uso da Comunicação Matemática:

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  • A Consultiva na qual o administrador da Plataforma reúne dados para ele tomar a decisão sobre um determinado problema;
  • A Decisória na qual o administrador da Plataforma reúne dados para transferir ao consumidor/cidadão a decisão sobre um determinado problema.

Qual a melhor?

Não é uma melhor que a outra, mas uma e a outra, conforme cada caso.

A consultiva baliza decisões estratégicas, vamos a um exemplo.

A Gol resolveu avaliar a tripulação, via SMS.

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No momento em que o usuário envia depois do vôo uma nota para o serviço prestado a Gol passa a usar a Comunicação Matemática no seu gerenciamento.

Eles pode fazer dois usos dessa avaliação, bem barata para ser levantada:

  • – alterar, como fizeram, o valor variável das equipes, a partir da avaliação feita pelos passageiros. Neste momento eles estão utilizando a Comunicação Matemática Decisória, pois o passageiro passa a definir o variável da tripulação.
  • – com os dados sendo avaliados a Gol passa a ter uma avaliação geral das tripulações e começa a fazer um ranking ou uma Kloutinização de toda a sua tripulação, começando a definir, a partir da visão do passageiro, quem vai bem ou quem vai mal.

Um conjunto de decisões estratégicas de promoção, treinamento, reciclagem, ajustes podem ser feitos de forma muito mais eficaz e direta do que nos modelos tradicionais.

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Assim, o levantamento de dados da Comunicação Matemática permite que se possa melhorar em muito a qualidade do serviço.

Quanto mais a empresa conseguir passar da Comunicação Matemática Consultiva para a Decisória mais rapidamente e com menos custo ela poderá aprimorar o atendimento.

Nem tudo é possível, mas muito coisa o é.

O robô pode, por exemplo, definir os tripulantes que são menos avaliado na sequência das avaliações e sugerir que devem ser recicladas automaticamente, já convocando-os ou alertando para o seu baixo desempenho.

É isso, que dizes?

 

Normalmente, temos dois blocos quando falamos em inovação.

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  • Os resistentes ao novo – aqueles que qualquer coisa assusta;
  • Os resistentes ao velho – aqueles que acham que o novo vai surgir limpo como uma roupa de propaganda de sabão em pó.

Os resistentes ao novo geralmente não perguntam, só afirmam.

Procuram problemas, contradições, destacam, analisam tudo que é problemático na mudança, já que toda mudança traz, de fato, problemas e soluções.

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Combatem o novo sem tons de cinza por combater e, geralmente, não têm nada a propor a não ser uma postura crítica que lhe dá o tom de ser do Olimpo, um Deus que não se mistura com tudo isso novo que está chegando.

Os combatentes ao novo, em alguma medida, podem ajudar pontuando os problemas, mas não podem ser maioria em um projeto de inovação e devem ser encarados apenas como referência, apenas como mais um dado a ser trabalhado.

Os resistentes ao velho também têm a mesma sensação de Deuses do Olimpo.

O novo vai surgir limpo e claro, como uma camisa lavada a OMO.

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Qualquer contradição ou concessão com a vida é encarado como retrocesso.

Não há uma percepção que haverá embates constantes entre o velho e o novo que precisam ser negociados com sabedoria.

É um jogo de toma lá dá cá.

Mesmo aqueles que são simpáticos à mudança e já trabalham com uma taxa de sabedoria maior vivem entre dois mundos.

O modelo antigo sempre tem uma força de atração maior, pois é como todos estão acostumados. A chamada força do hábito.

Os combatentes ao velho, em alguma medida, podem ajudar pontuando os problemas, mas não podem ser maioria e nem ser encarados como referência, apenas como mais um dado a ser trabalhado.

Brinco sempre que quem inovar e não quer contradição deve deixar de trabalhar com inovação.

Os resistentes ao velho devem se congelar e voltar daqui a 20 anos para poder ver várias contradições e conflitos superados.

Tenho uma certa resistência a ambos os perfis, pois vivo da inovação, a quem critica mudanças seja pelo novo, seja pelo velho, diante de um sofá assumem uma cômoda posição em relação à vida.

Os super-críticos do sofá são aparentemente os mais inteligentes, mas é uma sabedoria de baixa intensidade, pois a vida é contraditória e exige uma visão estratégica de longo prazo para sair das ideias e passar à ação. Saber o que pode ser negociado agora, em que medida, para se ganhar muito lá na frente.

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Como dizia Ibrahim Sued enquanto os cães  ladram a caravana da história e da inovação passa.

É isso, que dizes?

Complexidade Demográfica gera latência de processamento de dados.

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Quando uma pessoa nova vem ao mundo ele traz demandas de produtos e serviços e isso gera, por sua vez, a necessidade de processamento de dados. Demandas geram números (dados objetivos) e palavras (dados subjetivos) que precisam ser processadas por alguém (geralmente organizações) para atendê-las.

Assim, o aumento da Complexidade Demográfica pressiona o Ambiente Cognitivo a se aperfeiçoar para poder processar melhor números.

Não é à toa que o aumento radical da Complexidade Demográfica nos últimos 200 anos nos trouxe a necessidade da explosão dos serviços de processamento de dados, de grande, de micro, do processamento isoladamente e depois em rede com maior velocidade de tráfego dos dados cada vez mais barato.

O que chamamos de BigData 3.0 pode ser vista em duas frentes:

  • Mais dados a serem processados – fato e não modismo;
  • Novas formas de processar estes dados – outro fato e não modismo, o que nos leva para o conceito da Governança Digital, ou Governança 3.0.

Descobri  que o primeiro movimento que acontece na sociedade quando temos um aumento radical da Complexidade Demográfica é a tentativa de reduzir a quantidade de palavras circulantes.

Há uma tentativa de abafar a diversidade como uma necessidade sistêmica, reduzindo a subjetividade, tirando das pessoas o poder da palavra. Menos palavras, menos processamento. E procura-se saídas centralizadoras para solução de problemas. É uma compensação para lidar com a complexidade de uma forma, digamos, autoritária, mas possível.

Não é à toa que no século passado, tivemos muitas tentativas de impérios totalitários.

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Números são mais fáceis de serem processados, palavras não. Palavras exigem um tipo de processamento muito mais sofisticado, até o momento humano.

Assim, evoluímos nas últimas décadas com o processamento da complexidade dos números e não das palavras.

Criamos e vivemos, assim, uma PROFUNDA crise de comunicação justamente pela incapacidade das organizações poderem conversar com o cidadão/consumidor e estimulamos, via educação, uma incapacidade comunicativa, que nos leva a uma incapacidade abstrativa e de criatividade. Todos nós fomos educados para falar pouco, não pensar com a própria cabeça, ter baixa capacidade de abstração e muita dificuldade de dialogar.

A base da nova Governança Digital é a introdução de um novo e inusitado processamento de dados das palavras, ampliando a capacidade subjetiva da sociedade.

Os algoritmos online, ou o que estamos chamando de Comunicação Matemática, permitem que as organizações possam reabrir o diálogo com seus consumidores/cidadãos de forma sustentável, pois a rede digital permite um novo tipo de diálogo.

A passagem das ações humanas para as telas e, por sua vez, para bancos de dados permite materializar o que estava no ar. Palavras e atos são transformados em 0 e 1, passam a ser binárias e permitem que comecem a ser  manipuladas pelos programas.

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Há uma novíssima materialização, através de rastros, das relações humanas online, o que permite que haja um aumento da possibilidade do processamento das subjetividades como nunca antes pudemos ter.

Exemplos?

Nuvens de tags, que pode se saber o que está mais em voga em um determinado lugar:

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Ou o que está mais sendo discutido nas redes:

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Ou o que é mais pesquisado em um mecanismo de busca:

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O processamento das palavras vai na direção da tentativa de qualificar o que antes não era possível de ser qualificado e isso nos leva ao uso do uso intenso dos Rastros Digitais Involuntários (quantidade de cliques e ações dos usuários) e Voluntários (aquilo que você classifica para que outros possam acessar) para conhecer o que antes era quase impossível.

Isso tem um potencial enorme, pois abre uma porta, para os que querem usá-la, para poder ampliar a diversidade humana nas decisões sem perder sua eficácia em termos de custo/benefício.

Esta nova capacidade de Processamento de Subjetividades faz com que um conjunto enorme de dados que estavam na sombra possam a ser usados para a tomada de decisões.

Havia um processamento da Complexidade que era antes impenetrável que agora passa a ser mais transparente, permitindo que entremos em um novo Ambiente Humano, quando temos mais capacidade de processar uma maior diversidade humana, o que antes era praticamente impossível.

A base da nova civilização é, assim, essa nossa nova capacidade de processar subjetividades, que antes eram impenetráveis para a tomada de decisões.

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Isso torna o sistema mais permeável à uma humanidade antes perdida, menos numérica e mais subjetiva. Isso, entretanto, não é um ato cultural que vem do humano para o humano, pois já vimos que somos uma Tecno-espécie. Tal passagem só vai ocorrer com o uso intenso do processamento da Subjetividade, através da Comunicação Matemática, que permite que possamos nos comunicar mais e melhor com mais gente, através da Colaboração de Massa, via Rastros Digitais.

Com isso, podemos criar valores subjetivos, onde antes não era possível, qualificando produtos, serviços e pessoas, um Reputacionismo, algo fundamental para organizações mais dialógicas e mais líquidas com o diálogo com a sociedade.

 

É isso, que dizes?

Representar é a capacidade de alguém de expressar e decidir por outra ou outras pessoas. A crise de representação é uma crise da espécie humana. Crescemos demais e não criamos instrumentos que permitissem que mais gente pudesse expressar a sua diversidade. As Tecnologias Cognitivas do novo século estão procurando resolver esse déficit.

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Vivemos, assim, uma crise, pois temos muito menos gente tomando a decisão por muito mais gente, o que só é compatível com um forte controle das ideias. Com a chegada da Internet e a abertura para a sociedade voltar a falar o modelo atual de representação inicia um processo de colapso.

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 Não podemos esquecer que a expansão da República Liberal se deu apenas nos últimos 200 anos, o que viabilizou o fenômeno da explosão demográfica de 1 bilhão em 1800 para os 7 bilhões de hoje.

Ou seja, tivemos um aumento considerável do número de representados e uma manutenção do número de representantes. Menos gente tem que entender o desejo de mais mais e mais gente.

Podemos dizer, apenas do ponto de vista de matemático, que há uma entropia no ambiente. E isso envolve todas as organizações, que se viram cada vez mais “trabalhando no escuro” sem dados confiáveis do que deseja o cidadão/consumidor.

A crise se dá por dois motivos:

  • – uma incapacidade real de processar tantas palavras e números, que espelham as demandas dos novos representados, por isso quer se reduzir a sua diversidade;
  • – bem como, um desinteresse em função de um afastamento gradual das organizações, devido à centralização das ideias, que as faz cada vez mais narcísicas.

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Mais demandas precisam ser processas por cada vez menos gente, voltadas cada vez mais para seus próprios interesses – eis o diagnóstico preciso da crise.

Isso é um lado quantitativo do problema, mas temos temos também o qualitativo.

Se analisarmos os últimos 200 anos vamos ver que, se por um lado, o capitalismo (gosto de chamar de Empresismo) e a República Liberal conseguiram criar um modelo de inovação que permitiu um salto de 1 para 7 bilhões, podemos dizer que crescemos em quantidade, mas não em qualidade.

Aumentamos a capacidade para lidar com a complexidade, mas tivemos que abrir mão da diversidade humana. Agora, temos um movimento macro-sistêmico para continuar absorvendo mais complexidade, mas com um novo modelo de representação, via Internet.

Assim, estamos siando ( e falo isso em relação ao mundo todo) de um modelo de forte concentração dos meios de circulação de ideias, impedindo a circulação de novas ideias e projetos diferentes e inovadores em todas as áreas da sociedade e não só na política. As organizações de plantão (todas elas) passaram a dar o tom das mudanças e controlar as ideias. O rabo começou a balançar o cachorro!!!

A concentração de ideias para manter o equilíbrio sistêmico-produtivo foi nos levando a representantes cada vez menos representativos das latências, que ficaram cada vez mais sufocadas ou mesmo não percebidas pelos próprios sofredores hipnotizados por uma mídia vertical.

(Não estou dizendo que isso foi um movimento perverso, mas um fenômeno social, fruto de explosões demográficas.)

A grande mudança e guinada no quadro da representação social foi a chegada e a massificação de novas Tecnologias Cognitivas, que, igual á chegada do papel impresso, em 1450,  permitiriam uma nova expressão da sociedade e modelos matemáticos de comunicação, via algoritmos, que permitam processar as palavras e números da Colaboração de Massa.

  • Se o papel impresso, permitiu o voto e a escolha dos representantes pós Idade Média;
  •  A Internet permite que possamos avançar no modelo de representação, com o uso intenso de algoritmos e da prática da Reputação de Massa, que vai nos levar a um novo modelo de Governança da Espécie, que implica mudanças nas organizações, incluindo na política.

Na atual campanha, aparece a proposta de Marina da Nova Política de Alta Intensidade, da qual colaborei com algumas ideias, versus a Velha Política. E a proposta do PT, por exemplo, na representação, via movimentos sociais.

O que deve ficar claro é que a crise da representação não é exclusiva do Legislativo, mas também das direções sindicais, de todo o conjunto de organismos sociais, que usam do atual modelo de representação Oral, Escrito, Analógico para decidir.

Os “representantes” do movimento social estão tão intoxicados do velho modelo como os próprios parlamentares, é uma crise de modelo de representação e não de pessoas.

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A Internet, celulares, estrelas, comentários, fotos, vídeos, wikis, algoritmos nos permitem hoje em pensar – ainda de forma experimental – um novo modelo de representação que vai ALÉM do que foi experimentado no século passado, pois lá NÃO HAVIA INTERNET.

Assim, não há nada que se possa falar de NOVA POLÍTICA que não seja baseada no digital, na garantia, no caso do Brasil, do acesso cada vez de mais gente às telas para poder ampliar a sua participação efetiva na tomada de decisões, ampliando os limites tecno-democráticos do passado.

Isso representa na prática, a ter uma Kloutinização da sociedade, como já tem ocorrido no mundo digital, com o Mercado Livre, Taxibeat, Amazon, Google e tantos outros, a saber:

  • – avaliar cada serviço público, através de estrelas, comentários e isso significa mais dados para os gestores tomar decisões (como é o modelo de mérito das tripulações da Gol, via celular);

Todo posto de saúde, escola, etc tem que ter um botão para que o cidadão possa dizer se curtiu o serviço!

  • – avaliar parlamentares ao longo de todo o seu mandato com a possibilidade de perda do mesmo, a partir de uma redução de sua reputação online por parte de seus eleitores;
  • – criação colaborativa de leis e propostas, através de modelos wiki.

Obviamente, que tudo isso demanda um forte movimento tecnológico de inovação e pede que façamos projetos pilotos para experimentar ao longo dos próximos anos para que seja feito paulatinamente, como foi feito com as urnas eletrônicas, com o aval explícito da sociedade em querer experimentar pelas novas gerações o novo, como ficou evidenciado nos movimentos de Junho de 2013.

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Quando se fala em Nova Política ou Democracia de Alta Intensidade estamos falando em inovar nos modelos de representação, através da potencialização das novas Tecnologias Cognitivas disponíveis, um potencial que não havia no século passado. Ou seja, é uma proposta de uma nova Democracia Digital,  ampliando, ampliando os limites tecnológicos que tínhamos e nunca (NUNCA) voltando para trás.

É isso, que dizes?

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Diga-me quanto somos e te direi que sociedade teremos.

O resto todo é relevante, mas são forças secundárias na macro-história.

Não avaliamos a demografia com o seu devido peso, pois ela sempre foi, digamos, um elemento neutro ou isolado na sociedade. Civilizações cresceram a sumiram, mas ficaram isoladas. É a primeira vez que saltamos de 1 para 7 em todo o planeta em menos de 200 anos, graças a atual Governança da Espécie que entra em decadência.

O atual salto de um para 7 bilhões nos mostra a sua força.

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A regra é:

Uma Revolução Cognitiva, assim, vem reequilibrar a sociedade para nos dar a chance para gerenciar a nova Complexidade Demográfica com novas ferramentas sociais.

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Toda a discussão social, política e econômica TERÁ que incorporar a nova Conjuntura Cognitiva.

É falso no novo século discutir Mercado x Produção planificada.

Isso, é óbvio, que continua a reverberar, mas de uma forma completamente diferente.

O mercado 3.0 tem que ser muito mais dinâmico, descentralizado e incorporar o Reputacionismo como elemento central para sair dos impasses sociais, políticos e econômicos.

É a introdução do mérito, a partir da avaliação do cidadão comum, algo que não aparece em nenhuma proposta política- econômica atual.

Teremos ao longo das próximas décadas, o surgimento de uma nova geração de teóricos, que vão incorporar a Revolução Cognitiva na veia, fazendo uma revisão completa das propostas políticas e econômicas, na qual as propostas do século XXI serão mixadas.

A terceira via passa por iniciar de forma prática e teórica essa jornada.

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É isso, que dizes?

Estratégia:
plano, método ou série de estratagemas para obter um objetivo ou resultado específico.

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Toda organização, pessoa, país tem uma estratégia.

  • Pode ser uma estratégia eficaz ou ineficaz?
  • Uma estratégia de curto, médio ou longo prazo?
  • Uma estratégia refletida ou irrefletida, mas há uma estratégia a ser avaliada.

Precisamos sempre que vamos falar do momento atual entender a Conjuntura Cognitiva, se não não há como imaginar uma estratégia eficaz,

Estamos saindo de um movimento previsto nas Leis da Antropologia Cognitiva de Contração para uma Expansão Cognitiva.

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Isso faz com que mude muito a tanto a realidade quando à percepção dela.

  • A realidade social ganha movimento, pois a espécie se potencializa para grandes mudanças em todas as áreas;
  • E isso é movido por mudanças de percepção, que nos empurram para desenvolver a capacidade de pensar de forma mais autônoma e usando muito mais abstrações do que estávamos acostumados.

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Note que quando vivemos dentro de uma Contração Cognitiva, temos uma realidade e percepção da seguinte maneira:

  • – Baixa inovação;
  • – Poucas alterações das bases sociais;
  • – Sistema de negócios, político, econômico relativamente estáveis nos mesmos princípios fundamentais.

Assim, a estratégia tende a ser de curto ou, no máximo, para organizações ou setores ou países de médio prazo. O longo prazo é perda de tempo, pois a conjuntura será provavelmente similar.

Quando temos uma Revolução Cognitiva muda-se completamente o cenário, pois temos a potencialização do cérebro e a possibilidade de alterar os Fundamentos Sociais. Ou seja, todas as teorias que temos para basear a estratégia (a teoria é a ferramenta do estrategista) começa a não ter mais utilidade.

É preciso, assim, refazer as principais ferramentas dos estrategistas identificar e incorporar como força os principais elementos constitutivos da Expansão Cognitiva.

Fecha-se um ciclo estratégico e abre-se outro.

Quem não conseguir perceber a mudança, começa a fazer estratégia futura para uma realidade contínua de um passado que terá um futuro disruptivo.

A Arte da Estratégia de Longo Prazo deve incorporar o Pêndulo Cognitivo com um elemento fundamental para compreensão das mudanças históricas e introduzir no Cálculo do Futuro os novos elementos que serão fundamentais para a compreensão do que virá.

É isso, que dizes?

 

 

Existe algo completamente novo no cenário do século XXI, típico do novo Ambiente Cognitivo.

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Há fenômenos como a Contração e Expansão Cognitivas que são recorrentes nas leis da Antropologia Cognitiva, Há características que são completamente novas, a partir do que possibilita a nova mídia.

O novo modelo da Colaboração de Massa Digital, através do usado intenso de “rastros” é inédito.

Isso é o que a Governança Digital atual traz de fresco e de não visto no passado.

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Com a Web 2.0, a partir de 2004, começamos a experimentar com o SlashDot o modelo de comunicação das formigas,  mais adequado para uma quantidade maior de membros na espécie.

Hoje, há um empoderamento do consumidor, através do que podemos chamar de economicamente, matematicamente ou algoritimicamente de reputação.

Ou Reputação Algorítmica. Ou Reputação de Massa.

O que era antes passado por uma intermediação da mídia de massa, hoje cada vez mais é complementado ou feito exclusivamente pela Colaboração de Massa.

A reputação caiu no mercado das trocas, como ocorreu antes com a moeda e os papéis das empresas, na bolsa.

Há medidores, ainda em fase primitiva, como o Klout ou o Reclame Aqui que começam a ganhar força de referência para a tomada de decisão do cidadão/consumidor e essa passou a ser mais um indicador (cada vez mais relevante), que será a grande novidade, em termos de novo potencial, dos ambientes político, social e  econômico do Século XXI, viabilizando o Cooperativismo (que substitui o capitalismo/empresismo) e a chegada da nova República Digital.

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O mercado hoje, por exemplo, se baseia para avaliação do valor das organizações, no mercado aberto, pelo papel nas bolsas principalmente.

O que vale na bolsa é apenas o valor tangível do lucro a cada três meses, o que nos leva para uma cegueira completa de um movimento invisível que vai se tornando cada vez mais tangível:

A reputação da marca para o consumidor.

Antes, isso era:

  • – muito caro para medir;
  • – não compartilhado pelo mercado;
  • – não interferia na decisão de consumo;

Lidava-se, assim, como uma força, que merecia zero na avaliação de valor das organizações.

Hoje, com a independência de opinião do consumidor e com a reputação aberta e compartilhada, de forma barata e fácil, uma organização pode estar aumentando o lucro, mas, ao mesmo tempo, fortemente perdendo reputação, o que nos leva a médio prazo a:

  • – uma latência do mercado por um concorrente;
  • – ou um abandono para um outro concorrente, que está com menos lucro, mas aumentando a reputação.

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Uma empresa de consultoria que trabalha com valor das organizações precisa incorporar, por exemplo, a reputação como medida para saber como anda a reputação do objeto analisado.

  • Se é aumento do lucro com respectivo aumento de reputação?
  • Ou queda do lucro com aumento de reputação?
  • Ou pior, queda do lucro com queda de reputação?

A Amazon, por exemplo, tem uma estratégia focada apenas na reputação e já deixou, em parte, de lado a ideia do lucro como o único medidor e tem muita gente no mercado que tem acompanhado esta lógica. Leiam: “A loja de tudo”.

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Fidelizar o cliente em um mundo infiel tem cada vez mais valor.

E isso não era medido e agora é.

Por fim, no avançar da Kloutinização da sociedade gosto do caso do professor pós-doutor da USP que teve a sua inscrição rejeitada em um Congresso, pois o seu Klout estava muito baixo.

É isso, que dizes?

O maior equívoco que existe hoje sobre conhecimento é acharmos que conhecemos para alguém. Isso é uma visão equivocada e intoxicada do mundo que estamos saindo. O grande salto de qualidade que tem que ser feito em termos de aprendizado é resgatar a posse do conhecimento das pessoas pelas pessoas para as pessoas –  que foi perdido.

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Você tem uma narrativa sobre a sua vida e sobre as coisas que você faz na vida e quando estuda, aprende, conhece você tem o compromisso COM VOCÊ de melhorar essa narrativa.

Você está em “a” e passa para “b”.

Vai no espelho e comemora, fique feliz, pois hoje você conseguiu melhorar a sua narrativa e consegui, depois disso, agir diferente. O que fazia em “a”, a partir de “b”, agora consegue responder com “c”.

Isso ninguém vai tirar de você.

O problema que todo o conhecimento, aprendemos isso na escola, é feito para que o outro avalie que você conheceu, a partir da perspectiva dele.

Uma criança que entrega uma prova na escola, não tem uma narrativa pessoal, mas quer mostrar para o professor (do lado de fora) que ele merece uma boa nota.

Ela aprende para tirar uma nota e ser avaliada por alguém do lado de fora, pouco importa aquele conhecimento para a sua vida, para a sua narrativa e para a sua prática.

Isso é colocado no fundo da nossa “placa-mãe” e trazemos isso para nossa vida.

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Quando começamos a criar o nosso pensamento próprio, temos vergonha do que o outro vai achar, pois estamos criando um conhecimento para ser avaliado para o outro e não um compromisso de você com você mesmo de melhorar a sua narrativa e, por sua vez, a sua vida.

O que acaba acontecendo é que a vida da pessoa está num lado e o conhecimento que ela está adquirindo está em outro. Não há relação, só alienação.

Quem estuda tem que aprender algo para melhorar o que sabia ontem. E não saber mais do que fulano ou beltrano, ou ser reconhecido por “a” ou “b”. O conhecimento vale para a própria pessoa que sabe que a sua narrativa melhorou, sua percepção está mais sofisticada e isso a leva a ter uma vida mais qualificada, pois consegue lidar melhor com a vida.

Há uma percepção mais realista.

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Meus alunos me dizem que sentem vergonha de pensar com a própria cabeça, de criar a sua narrativa, pois estão preocupados com o outro.

Isso é uma batalha emocional enorme e um desafio para todos os educadores (com E maiúsculo) do século XXI.

É isso, que dizes?

A luta é grande.

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Nunca na história desta humanidade, como diria o Lula 😉 estivemos tão alienados.

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A concentração das ideias nos tirou a capacidade de pensamento próprio.

Luto com meus alunos para que eles passem a ter a Percepção da Percepção, ver o que eles pensam e não achar que olham para a realidade.

Isso é um gap que teremos que suprir nas próximas gerações, estimulando a lógica na escola, desenvolvendo a capacidade de cada vez mais termos autonomia de pensamento, que pede um mundo líquido, com excesso de informação.

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Assim, muitos fazem a pergunta de um milhão de dólares:

Mas como ter mais capacidade de perceber?

Ou melhor, como ter uma percepção mais realista ou uma realidade mais percebida?

Aí precisamos educar a percepção, através de 4 dimensões: dados, informação, conhecimento e sabedoria.

  • Os dados – nos dão sintomas dispersos;
  • A informação – coloca os dados dispersos em um dado contexto;
  • O conhecimento – cria uma teoria que consegue criar um cenário e projetar o futuro, percebendo uma relação melhor das forças que provocam os sintomas;
  • A sabedoria – nos permite decidir o que faremos com essa visão de cenário, para onde queremos e onde devemos ir.

Uma alta taxa de alienação e uma percepção pouco trabalhada não consegue passar dos dados, pode ir até evoluindo para o conhecimento, mas é na sabedoria que começamos a trabalhar com princípios e valores, onde a morte entra como um deles, nossos talentos, o que podemos e o que não podemos fazer na nossa curta vida. A dimensão entre onipotência, potência e impotência.

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Uma percepção mais realista da vida vai procura, através da prática, a criação de narrativas, que vão sendo cada vez mais sofisticadas e que vai incorporando atitudes na vida, que nos leva a aumentar a taxa de sabedoria.

Não adianta muito saber o que pode acontecer se a decisão que tomamos, a partir disso vai gerar sofrimento para nós e para os demais.

Tudo se interliga e deve fazer sentido se você coloca na jornada um propósito maior e consegue ir sofisticando a cada passo a sua percepção da percepção.

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De tal forma que as 4 dimensões comecem, cada vez mais, a gerar sinergia.

É isso, que dizes?

A melhor crítica que li sobre a inviabilidade do sistema econômico plastificado x mercado foi de Ludwig von Mises.

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Ele argumenta que os preços precisam das redes de troca para se formar.

O valor não é dado pelo custo de produção, mas pelo contexto das trocas.

O mercado é melhor que o planejamento central, pois permite, teoricamente, estar mais próximo da realidade.

Cada mercadoria tem um valor em função de objetividades e subjetividades, que não podem ser previstas antes, mas na relação entre quem demanda e quem oferta. Tal mecanismo facilita lidar com a complexidade, pois descentraliza a relação de valor, tornando a economia mais próxima da vida real e menos do que gostaríamos que fosse.

Tira-se uma certa moral e fantasias, para deixar que o ser humano (de carne e osso) decida.

Podemos dizer que quanto mais complexidade tivemos – e isso se relaciona com tamanho de população – mais precisamos da liberdade de troca para sermos mais precisos.

O que se procura no mercado é, no fundo, dados para decidir melhor.

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A chegada da internet traz o mercado para as telas e o registro das ações: mais dados, agora em banco de dados cada vez mais ricos, essa deveria, aliás, ser a base do que estamos chamando de Big Data (gosto de chamar de Big Data 3.0).

Além disso, permite a fácil e barata avaliação de produtos, serviços, fornecedores e colaboradores.

O mercado, com a chegada da Colaboração de Massa fica menos emocional.

É como se fechássemos um ciclo em que uma parte dele era quantificável e agora podemos quantificar outra grande parte, com a inclusão forte do consumidor informando muito mais o que acha de cada troca, tornando o mercado mais próximo de sua vontade.

Por isso, a adoção de plataformas digitais, que permitam as organizações se tornarem mais aderentes a tudo isso as torna mais competitivas, pois tomam decisões mais racionais e precisas.

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É o que podemos chamar da Economia da Reputação, uma das novidades do novo sistema econômico que estamos criando, o Cooperativismo, que vem substituir aos poucos o capitalismo.

É isso, que dizes?

 

Temos, antes de tudo, que entender que o Brasil é um país com baixa capacidade de lidar com complexidade.

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Temos uma população votante que tem baixa autonomia de pensamento complexo.

São séculos de exclusão que nos leva a termos um povo com baixa autonomia em um mundo cada vez mais complexo.

Não estou dizendo que o povo não sabe votar. O povo sabe votar, mas vota com a sua capacidade complexa.

A complexidade é líquida e quanto mais gente formos no planeta, mas os problemas vão ganhando dificuldade para saber o que acontece se aperto “a”, pois as variantes são cada vez maiores.

Onde perco, onde ganho?

Isso não é demérito do nosso povo, mas do nosso país que aceitou e aceita essa exclusão cognitiva.

Lidar com o aumento da complexidade da sociedade cada vez mais populosa e (por consequência) tecnológica, cria um gap entre a oferta de complexidade com a demanda que temos.

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Precismos mais e mais de votos mais complexos, mas esbarramos no limite da incapacidade de dar saltos.

A república foi criada na Europa e só foi possível inventá-la depois de um longo período de alfabetização da população que deixou de ter um monarca para poder escolher de tempos em tempos um ou vários representantes.

O brasileiro de maneira geral (e na AL) vota em um “rei protetor” e precisa de uma liderança forte que o proteja, com uma visão próxima a que tínhamos na Idade Média, antes da República.

Isso não é preconceito social é apenas um diagnóstico, algo que se resolve com educação para autonomia. 

Assim, se não cuidarmos urgentemente do problema educacional nossa democracia, como em toda a América Latina tenderemos a assistir mais em monarcas do que em republicanos, como temos visto, gerando crises, pois os escolhidos não conseguem lidar com a complexidade do mundo contemporâneo.

O que nos leva, ao invés de resolver o problema de exclusão, a mais exclusão, correndo o risco de vivermos e exclusão ainda com menos liberdade.

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Podemos pensar, então, em passagens dessa visão monárquica para a republicana e temos que ter sorte, ou sabedoria, de escolher entre os  “líderes monárquicos” que tenham:

  • – menos fome de poder;
  • – mais altruísmo;
  • – e que consigam ver o futuro digital, não repetindo a rua sem saída capitalismo x socialismo do século passado.

Marina consegue reunir, por incrível que pareça, essas três qualidades.

Ela não é sobre-humana em relação ao poder, mas tem uma formação muito religiosa, quase foi freira, e isso forjou nela um desapego a alguns instintos normais entre as pessoas e principalmente aos políticos de não querer ser um Hugo Chavez.

Marina, acho eu, está mais próxima de querer ser Madre Teresa de Calcutá.

Nela, a religião provocou algo positivo num ambiente tão corrompido como da nossa política.

Tem ainda uma grande vantagem.

Ela é estudiosa e tem uma inteligência mais articuladora do que memorialista.

Ela consegue enxergar e articular quando algo faz sentido e consegue pensar com a própria cabeça, o que é raro.

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Assim, no contexto brasileiro, Marina pode, se conseguirmos construir um apoio em torno de seu nome, nos levar a fugir de algumas armadilhas do passado e do presente:

  • – a saída da exclusão pelo socialismo cego da luta de classe e do controle das liberdades, em nome da igualdade, que campeia pelas nossas paragens;
  • – a saída da exclusão pelo mercado, que acaba sendo concentrador e cego para a necessidade de dar um salto de qualidade na vida da população.

Marina é a única.

Uma joia rara.

Suas ideias ainda não se espalharam pelo Partido Rede como um mantra, estão ainda se espalhando.

Marina consegue enxercar a luz digital no final do túnel.

Está antenada como que tem de mais moderno em termos de democracia.

Isso não é pouca coisa para o Brasil e para a América Latina – e o mundo.

Marina pode começar a experimentar uma nova saída (e talvez única)  inovadora, empreendedora e tecnológica para sair do impasse da exclusão social, sem perda de liberdade.

É uma saída para voltada para o futuro e não para o passado.

Isso vale ouro e tem que ser preservado e incentivado.

É isso, que dizes?

A maior dificuldade que temos e teremos para entender o século XXI é retrabalhar o conceito de complexidade social.

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  • O principal problema de toda espécie animal, inclusive a nossa, é se manter viva.
  • Para isso, é preciso comer, beber, se vestir e tudo que nos permite viver.
  • O resto vem depois.
  • Sem comida ou água, acabou o ciclo.

Quem dirá que não é assim?

Assim, o problema sobrevivência TEM que ser relacionado com o tamanho da espécie. E quanto mais membros, mais comida, água e mais complexa se torna a logística.

Não podemos comparar sociedades humanas e nem animais sem que levemos em consideração o tamanho dos membros da espécie, pois teremos complexidades diferentes.

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Os outros animais, entretanto, têm complexidades sólidas, pois vivem numa ecologia e operam a partir de seus códigos genéticos, que determinam a sua atitude. Os códigos genéticos dos outros animais são fechados, pois se trabalha com o instinto.

O instinto é a impressão do código genético da espécie animal agindo para ajudá-la a sobreviver.

O ser humano não tem um código fechado, pois trabalha além do genético, com o  cultural que é criado e recriado, conforme contextos.

Nosso código é aberto, pois não agimos apenas no instinto.

Conseguimos ter uma consciência que consegue lidar com o instinto e recriar nossa maneira de fazer as coisas, através da cultura.

Vivemos em um ambiente cultural, ou tecno-cultural, que nós criamos e recriamos, ao longo do tempo.

Porém, com todo o nosso avanço e mudanças, não podemos abrir mão da nossa animalidade, até o momento, pois precisamos transformar energia de fora em energia de dentro para continuarmos existindo. Ou seja, continuamos precisando resolver os nosso eternos, cotidianos e permanentes problemas de sobrevivência.

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Assim, se os outros animais têm uma complexidade sólida, pois lidam com instintos, que definem o tamanho da espécie, nós vivemos em uma Complexidade Líquida, pois temos que recriar o nosso habitat, conforme vamos aumentando o número de humanos no planeta.

A complexidade líquida, nos obriga a termos modelos sociais líquidos, que serão alterados, conforme a população vai aumentando e a nossa capacidade de inventar instrumentos de todos os tipos para lidar com ela.

A grande crise de paradigma que temos para poder repensar o ser humano e a sociedade humana é compreender que:

  • – nosso código cultural é aberto e mutante;
  • – ele se altera, conforme aumentamos a população;
  • – e criamos tecnologias que nos permitem, de tempos em tempos, reinventar a sociedade.

Assim, a nossa complexidade é líquida, assim como a espécie é líquida, bem como os modelos econômicos e sociais são líquidos, que terão que se adaptar em função da complexidade demográfica de plantão.

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O que antes era possível para uma dada complexidade não é mais para uma nova.

Qual é o ponto de ruptura?

Quando surgem esse novo aparato que potencializa o cérebro estamos aptos a dar guinadas sociais, criando condições de lidar com a nova complexidade líquida.

Tudo que é social – da economia à política – vai, finalmente, se ajustar à nova complexidade.

Ou seja, o que muda a história não é a luta de classes e nem a economia. O que muda a história humana é o aumento populacional e as Tecnologias Cognitivas que criamos para lidar com a complexidade que isso nos causa.

Isso cria um novo código cultural e é esse código cultural, mais apto a lidar com a nova complexidade que começa a mudar a sociedade e, assim, altera a história.

É isso que dizes?

 

Profissional é aquele que sabe fazer.

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Fazer algo, resolver um dado problema.

Há, assim, uma narrativa de cada profissional.

Que compreende um determinado problema de uma determinada maneira e age sobre ele.

A maior parte dos profissionais – incluindo professores que formam profissionais – não desenvolve a sua própria narrativa original, mas repete as que existem no mercado sem pensar sobre ela.

Somos mais apertadores de botão do que desenvolvedores de novos botões.

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Temos alguns problemas encadeados aí:

  • – estamos saindo de uma Contração Cognitiva, das ideias controladas;
  • – isso nos leva a um embotamento da capacidade de perceber a nossa própria percepção e, por sua vez, desenvolver a nossa própria narrativa pessoal;
  • – o que nos leva a ter dificuldade de perceber também a narrativa profissional.

Além disso, que é um problema mundial, vivemos em um país importador das ideias externas, tudo que é de fora é melhor do que de dentro.

O que nos faz ser um país repetidor e não inovador.

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Assim, há uma vergonha e uma inveja tóxica de tudo que possa ser feito por aqui.

Isso inibe a nossa capacidade de criar a nossa própria narrativa profissional.

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A narrativa profissional escolhe, a meu ver, pela ordem:

  • – um problema que causa sofrimento;
  • – formas de resolver este problema de forma a reduzir a taxa de sofrimento.

Isso nos leva à duas atitudes:

  • – narrar diferente (filosofia e teoria);
  • – agir diferente (metodologia e operacional).

Sugiro sempre aos meus alunos que criem diários de bordo, se forem blogs melhor ainda, que possam registrar e desenvolver a sua narrativa e que possam assumir que ela existe, tomar posse da mesma, registrar que ela está hoje em “a” e pode ir para “b” amanhã.

Muita gente quando escreve ou mesmo até faz trabalhos acadêmicos está preocupado em escrever sobre a realidade não registrar a sua própria narrativa e criticá-la com o que vem recebendo de fora.

É o desenvolvimento de uma narrativa de fora para dentro e não de dentro para fora, que não tem nada de original, mas apenas uma cópia do que se vê por aí.

A maior parte inútil.

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O que vemos no mundo nunca é a realidade, mas a nossa capacidade de conhecer a nossa percepção e ir aprimorando-a para que possamos agir melhor.

Ver melhor e agir do mesmo jeito só serve para aumentar a hipocrisia!

É isso, que dizes?

Todos nós agimos e temos uma narrativa que justifica nossas ações.

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Entendo narrativa como o conjunto de “códigos” reunidos que criam um tipo de “software” que roda na nossa mente e nos faz agir de determinada maneira, a partir dos contextos.

(Onde se lê narrativa, entenda-se sempre narrativas, pois são várias)

Uma narrativa é, assim, composta de um conjunto de linhas de códigos, que podemos chamar de conceitos.

Quando vivemos crises pessoais, profissionais somos obrigados a revisar a nossa narrativa, que nos justifica diante de nós e do mundo. O que seria uma terapia, seja de que tipo for, que não nos leva a uma revisão de narrativas?

Lidar com uma crise existencial, basicamente é iniciar a revisão da nossa narrativa. Ou de nossas narrativas, pois podemos dizer que temos várias para diversas situações.

Uma revisão da narrativa tende, mas não acontece sempre, a  nos levar uma mudança de atitude.

(Por isso, tenho tanta bronca das pessoas que fazem terapia e mudam a narrativa, mas não as atitudes. Elas se tornam, no fundo, mais hipócritas. Seria quase algo como: se eu já tenho outra narrativa, por que preciso mudar de atitude? É uma consciência maior, no fundo, da própria hipocrisia.)

  • Uma alta taxa de alienação acontece em quem não tomou conta da sua própria narrativa;
  • Uma alta taxa de hipocrisia acontece em quem tomou conta da sua própria narrativa, mas não tomou nenhum atitude prática.

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Nós temos por tendência não trabalhar como nossa própria narrativa e agimos, como se pudéssemos viver sem narrativa. Importamos a narrativa alheia e trabalhamos como se fosse a nossa.

Repetimos narrativas.

Não existe obviamente, narrativas limpas, ou iguais, todo mundo tem a sua, mas elas podem ser mais ou menos originais, conforme a dedicação que temos em cuidar da nossa própria narrativa.

A narrativa, assim, seria um jardim que cuidamos.

Para que possamos olhar para nossa narrativa, temos que desenvolver o que chamo de percepção da percepção. Quando percebemos que conhecer a realidade nada mais é do que conhecer a percepção que temos da realidade.

Conhecer, assim, é analisar narrativas, as nossas a das pessoas e as nossas práticas e as delas no mundo. 

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Normalmente, a sociedade prefere, pois é mais fácil de gerenciar, narrativas homogêneas.

Quando não temos capacidade de lidar com mais diversidade, tendemos a abafar as narrativas, e por sua vez, padronizar as ações.

Mudar, assim, significa, pela ordem:

  • – ter consciência da narrativa;
  • – criar a sua narrativa original;
  • – e transformar narrativas em ações.

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 Um momento como o atual – no qual temos mais troca entre as pessoas – se abre a temporada de caça da sua própria narrativa e da alheia. Pensar sobre o mundo significa olhar para a sua narrativa, para as ações e procurar uma coerência entre as duas em um sociedade viciada em estimular justamente essa ignorância e essa separação.

É isso, que dizes?

Eu e vários pensadores digitais estão tentando formular propostas para a Democracia do futuro e tenho discutido de forma mais próxima com o grupo Rede de Marina Silva sobre o mundo digital.

Não acho que a discussão da democracia deveria ser partidária e estou aberto a colaborar com todos os partidos que queiram ouvir o que tenho a dizer sobre democracia digital e sobre o que acho que vai ser o futuro da política.

Rodei em vários partidos (PT, PSDB, PSOL, PMDB) e o único que abriu as portas para a discussão, até agora, foi a Rede e Marina em particular. Espero que todos os outros abracem estes conceitos, pois temos que melhorar a qualidade da nossa democracia.

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Temos no programa do partido em comum Rede/PSB o termo “democracia de alta intensidade”, do qual dei algumas sugestões, ver aqui:

http://redesustentabilidade.org.br/as-5-diretrizes-que-orientam-nosso-programa-de-governo-por-neca-setubal/

Temos que entender que democracia de maneira geral significa:

“Democracia é uma forma de governo em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.”

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Uma coisa FUNDAMENTAL para recolocar a discussão sobre democracia é entender que:

  • – a democracia em um mundo de menos de 1 bilhão de pessoas é uma, pois temos uma taxa de complexidade demográfica;
  • – a democracia em um mundo de 7 ou mais bilhões de pessoas é outra, pois temos um nova taxa de complexidade demográfica.

Aprendi com meus estudos que a Espécie Humana varia sua Taxa de Complexidade, conforme aumenta a população e precisa reinventar seus conceitos de democracia para que possa ter mais gente participando das decisões.

Democracia é vinculada, assim,  a capacidade que a sociedade tem de processar, portanto, as demandas e pedidos da sociedade. Quando não conseguimos fazer isso de forma direta, colocamos representantes, dessa forma tivemos:

  • Na Grécia – a democracia direta, via oralidade, que tem limites de números de participantes;
  • Na chegada da República – a democracia por representantes, via oralidade e papel impresso, que expande o número de participantes, mas bateu no seu teto com 7 bilhões de pessoas.

Estamos vivenciando agora a chegada de um novo Ambiente Cognitivo, com novas ferramentais digitais que nos permitem experimentar UM MODELO COMPLETAMENTE NOVO de democracia, que nos levaria ao que chamo de República Digital, conseguindo sair da crise de Representação que vivemos.

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Assim, entendo “democracia de alta intensidade” como algo a ser construído e tem como características:

  • – manter o modelo de representação atual;
  • – e, através de laboratórios de inovação da nova política, experimentar de forma pontual e supervisionada pelo Congresso Nacional. através de projetos pilotos o uso da Internet para aumento da participação direta da população (e do cidadão comum) em assuntos que possam ser discutidos e votados.

O modelo já vem sendo testados e experimentado em várias democracias do mundo e visa ampliar o limitado modelo de representação que temos hoje.

É importante lembrar e dizer que esse modelo de democracia de alta intensidade, do meu ponto de vista, é COMPLETAMENTE diferente do que propôs o atual governo, pois o modelo proposto hoje pelo PT é de:

  • – representantes do “movimento social”;
  • – que seria uma intermediação pouco transparente, pois não foram eleitos;
  • – algo sem o uso de novas tecnologias;
  • – repetindo um tipo de democracia de baixa representação,  pois não há nem voto e nem democracia direta do cidadão comum, apenas do “militante social”, que é um sub-representante, a critério do Governo e não da sociedade.

Quem me perguntar exatamente o que seria a tal “democracia de alta intensidade” com todas as letras eu vou dizer um sonoro “não sei”, pois está sendo experimentada em todo o mundo e é por isso que precisa se restringir a espaços bem delimitados e com aprovação da sociedade para testes.

Temos que experimentar,  analisar, melhorar, discutir e expandir, conforme um amplo debate na sociedade, através de um processo de inovação na política e não de inibição da política.

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Porém, posso dizer que certamente a democracia de alta intensidade teria como linhas:

  • – participação do cidadão comum e não de nenhum grupo selecionado pelo Governo;
  • – é ampliação do poder da sociedade e não de um grupo específico da sociedade;
  • – uso intenso de tecnologias digitais (computadores, tablets, celulares, GPS, algorítimos);
  • – deve ser aliada a um forte projeto de inclusão digital e de criação de quiosques de participação popular para os sem-acesso;
  • – com supervisão do Congresso Nacional para que seja algo a aprofundar a atual democracia e nunca reduzi-la.

O debate agora tende a ser mais tenso e é importante que tenhamos claro que devemos experimentar algo novo para o século XXI, como forte uso das redes e não voltar para modelos que não deram certo nos séculos passados. É da democracia atual para frente e nunca para trás! 

É isso, que dizes?

 

Todo o material produzido para a turma DIG 13 do Curso de Estratégia em Marketing Digital do IGEC – Facha.

Primeiro dia – 15/08/14

  • Apresentação do módulo (detalhe aqui sobre a dinâmica);
  • Discussão sobre “Percepção da percepção”.

Exercício:

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Fotos do primeiro dia:

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Áudio completo da aula 01:

Segundo dia – 15/08/14

Revolução Cognitiva – teoria sobre o assunto.

O vídeo principal:

E o vídeo depois do questionamento do Gabriel:

Terceiro dia – 21/08/2014.

Quarto dia 26/08/14:

Quinto dia – 28/08/14

Sexto dia – 02/09/14

Sétimo dia aula final, com avaliação – 04/09/14

Fotos do último dia:

 

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(Erika, Patrícia, Aline, Alex, Inês, Amanda, Nelson, Gabriel, faltaram Vivian, Daniel e Juliana)

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“Precisamos democratizar a democracia” – Marina Silva.

Hoje só se fala no nome da Marina nos jornais.

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Mas falta um dado fundamental para entender o que vai significar Marina como presidente do Brasil, caso concorra e caso seja eleita.

Marina é hoje a liderança política nacional mais antenada com o futuro digital.

Quando a encontrei há cerca de dois anos para falar das minhas teses, já tinha ido pronto para começar do zero o meu discurso, mas ela me falou – e eu ainda não tinha lido – do livro do Rifkin “A Terceira Revolução Industrial”.

Ela não só tinha lido, como tinha feito o prefácio!!!

(Considerei o melhor livro que li naquele ano.)

Note que Rifkin não é um comunista e nem um socialista atrasado, mas é um dos principais pensadores no mundo que tem ajudado vários países e organizações a ver o futuro melhor e optar por uma saída nova para velhos problemas, usando a rede como ferramenta de descentralização de poder.

Veja alguns vídeos dele no Youtube.

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(Veja o subtítulo: poder lateral – Coloco o prefácio completo dela abaixo).

E destaco alguns trechos, pois Marina se mostra – e isso foi muito longe dos palanques – como uma pessoa que aponta uma saída atual para a crise da humanidade pela descentralização do poder, democratizando a democracia e criando formas alternativas de produção, o que eu chamo de cooperativismo, o sucessor do atual empresismo (que o pessoal chama de capitalismo).

Ou seja, Marina é uma resposta futura para as crises que vivemos, mas se recusa ao modelo PT (centralizar o poder para distribuir) ou PSDB (produzir sem grandes preocupações de descentralizar).

Marina é uma iluminista do novo tempo, pois consegue ser uma liderança carismática, mas que não tem usado seu carisma para fortalecer um projeto pessoal, mas ser instrumento de uma causa maior.

Ela tem um lado muito mais Gandhi do que de Hugo Chavez. Gandhi teve defeitos, assim como Marina os têm, mas isso dá uma linha do que ela imagina deixar de legado ao mundo, algo raro aqui nos trópicos.

Vejam abaixo o que ela extrai das ideias de Rifkin:

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Marina não quer controlar as massas, mas quer dar canal para as massas controlar as organizações, o que é um verdadeiro pós-liberalismo digital, criando as bases da República Digital e do cooperativismo, que seria o pós-capitalismo, usando a internet para descentralizar o poder e o capital sem que voltemos para o impasse do século passado, ou liberdade ou mercado.

Seria um mercado sim, mas muito mais descentralizado e com mais liberdade!

Diz mais:

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O trecho acima é base, a meu ver, do novo empreendedorismo descentralizado, que, aliás está no Programa PSB/Rede e ouvi do próprio Eduardo Campos, quando esteve semana passada aqui no Rio, em palestra.

É muito mais mercado do que temos hoje, descentralizar oportunidades, com inovação fortemente baseada em rede digital.

Vamos em frente:

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 Quem acha que Marina é uma religiosa pouco esclarecida e que se limita ao pensamento da área do meio ambiente, vai cair do cavalo. Ela estuda muito, lê muito, talvez seja desde FHC o candidato a presidente, se sair, que tem mais bagagem intelectual, o que ajuda bastante a pensar o futuro com mais complexidade.

Ela conseguiu tirar do seu viés religioso, o que há de melhor (princípios), sem deixar de se abrir para ideias novas.

É algo que só poderia acontecer no Brasil e com algumas pessoas. Difícil de explicar para alguém que vem de fora.

Por fim, a mídia está vendo um lado da Marina, mas não o grande ganho que teremos para o país, para a América Latina e para o mundo de termos uma presidente que quer optar por resolver os graves problemas de desequilíbrio social não pelo controle, mas pelo aprofundamento democrático (político e econômico), fugindo dos pêndulos inviáveis do século passado, limitados pelo Ambiente Cognitivo que tínhamos.

É algo muito poderoso como experiência para o mundo.

Claro que transformar ideias em prática é algo que vai exigir de todos nós um grande esforço, pois estaríamos sendo os primeiros na América Latina a caminhar para esse novo viés. Mas é justamente isso que nos levou às ruas em 2013.

Marina teria a capacidade de tentar dar um projeto para aquela demanda intuitiva.

O prefácio na íntegra:pottrpo2

 

Não existe nada mais angustiante para um ser humano de lidar com a consciência que um dia vai morrer.

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A sensação de que a existência (essa sensação de acordar de manhã e saber que continuamos aqui) e que amanhã não estaremos mais.

O trem vai e nós ficamos em algum lugar escuro e para sempre.

Não, não é fácil.

Há, assim, uma vontade louca de esquecer essa angústia e fingir que esse fato não é um fato.

Para que pensar nele?

Acredito que uma pessoa e uma cultura podem ser avaliadas em termos de maturidade na forma como as pessoas lidam com essa angústia,

Transformar essa angústia em percepção e fazer dessa percepção uma filosofia que guie, em algum nível as nossas vidas para algo com mais significado, é talvez o grande desafio de cada ser humano individualmente.

É o espaço que uma pessoa e um país têm de pensar além das nossas vidas, em projetar um futuro para além do nosso e procurar deixar um legado que vai extrapolar nossa existência.

Note que no Brasil, por exemplo, muita gente não se preocupa com as consequências de alguns de seus atos, pois sabe não estarão mais aqui – e que o que importa é o seu tempo e não dos que virão. A perspectiva de deixar legados é zerada.

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Toda filosofia que ignora a relevância de uma vida mais significativa da sociedade procura abafar essa reflexão individual da morte:

  • – ou nos convencendo que depois dela tem outra vida;
  • – ou nos levando para escapismos – viver os prazeres da carne aqui e agora.

Assim, quando a morte não entra nas nossas decisões mais cotidianas, temos uma pessoa alienada da realidade maior, de sua própria existência. Não há, portanto, uma estratégia de vida mais realista.

Toda vez que penso em algumas decisões, desde se devo ou não colocar tudo que produzo direto na Internet e se devo batalhar por um trabalho conceitual, mesmo que não tenha muito espaço no mercado hoje, penso na perspectiva  morte (próxima ou distante), que guia de alguma forma meus atos.

Ao ouvir argumentos contrário, analiso se aquela pessoa está, como eu, colocando a morte como um dos parâmetros nos seus conselhos.

(Recomendo a prática, pois é um exercício interessante para detectar vidas alienadas.)

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Um movimento de mudança, que implica em alguns riscos, passa necessariamente por uma discussão da nossa brevidade na vida e na procura de dar a esse pouco tempo algo especial, como um legado.

A estratégia de vida deve incorporar, claro, nossa sobrevivência, coisas práticas, mas deve ser feito dentro de um jogo, no qual outros fatores devem entrar também e não apenas o que todos dizem ser o mais recomendável: siga a segurança.

Abafe-se enquanto pessoa, pois um dia haverá recompensa.

Que recompensa? Quando?

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A base de uma estratégia de vida mais significativa passa, então, por procurar deixar um legado, apesar de toda dificuldade que isso implica hoje e amanhã.

É um esforço consciente para ser mais daquilo que a angústia da morte mal transada recomenda.

É isso, que dizes?

O TED é um projeto relevante para a Internet.

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A ideia já deu frutos, pois temos hoje a UnivespTV, que é algo parecido, aulas gravadas, que disseminam conhecimento de graça para cada vez mais gente.

Porém, não é por que você gosta de um projeto que não pode querer melhorar e aprimorar.

Estive ontem no TEDx Rio Metrópole, no Teatro Municipal aqui da cidade.

Quais são os problemas percebidos?

  • – palestrantes que não têm ideias próprias, mas de terceiros;
  • – palestrantes representando governos, com nada de inovador para apresentar;
  • – palestrantes que têm espaço nas mídias oficiais;
  • – palestrantes que sugerem mudanças, mas não apresentam o seu esforço pessoal em direção àquela mudança proposta.

Acredito quem vai ao TED imagina que vai encontrar algo diferente de um congresso tradicional, destes vários que conhecemos por aí.

Quem vai ao TED imagina que tudo poderá ser filmado, fotografado, espalhado, comentado. E não receber um email dizendo que a “qualidade” vai ser garantida por um vídeo oficial?!!!

Justamente, a Internet vem garantir mais qualidade com diversidade e não a unicidade de cobertura.

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Espera-se do TED que o conteúdo, antes de tudo, seja o grande conceito e não o espaço em que o projeto é feito.

(Será esse o motivo de algumas palestras mais oficiais? )

Se for isso, o TED deveria fazer no lugar mais artesanal possível, se tivesse que abrir mão do seu conceito central.

Por fim, para ajudar no futuro a escolha dos palestrantes deveria ser feita, através de sugestões e consultas na Internet, com palestrantes candidatos sendo apresentados e informando para os internautas interessados o que vão apresentar. Tem que ter um algo que preencha alguns requisitos.

Pode até ser um mix de participação popular e escolha dos críticos, mas os critérios deveriam ser, a meu ver:

  • – Ideias diferentes;
  • – Pessoas off-mídia (já li sobre TED com personalidades da Globo);
  • – Não governo (só em raríssimas exceções, com projetos realmente mirabolantes);
  • – Pessoas comprometidas na sua vida com as mudanças que propõem.

Por fim, liberdade e incentivo total para compartilhamento do material por todos para todos.

Se reinventar é preciso!

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(Muitos dirão que é um problema do TED local, mas o TED local ganha o selo do TED geral. E o que posso julgar é o que assisti ontem. Detalhe: só fiquei na parte da manhã, mas foi o suficiente para descrever o que digo.)

É isso, que dizes?

Tava demorando, Já começam a jogar pedra no próprio Wikipedia.

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Sobre Wikipedia – coluna do Zuenir Ventura hoje no O Globo
Há uma crítica ao Wikipedia enquanto projeto.

Em resumo:

“Bons tempos eram aqueles do Houaiss e do Aurélio”.

Sim, mas no tempo passado éramos menos gente no planeta e as ideias eram controladas na sociedade.

Tinha um gerente de informação que controlava tudo.

O modelo colaborativo do Wikipédia, que tem suas falhas (não são poucas) é uma tentativa da construção coletiva horizontal de conhecimento.

Note que todas as tentativas vindas do Planalto para alterar verbetes foram rejeitadas pelos editores colaborativos de plantão.]

Volta e meia vem alguém com esse papo do “tempo da vovó” como se a conjuntura cognitiva e demográfica não tivesse mudado.

Há muito que melhorar no Wikipédia, mas é do que está para frente e não para trás, pois nada hoje dá conta de ser atualizado com a competência daquele projeto.

É, isso que dizem?

Vivemos uma pandemia e precisamos urgente tratar dela.

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Perdemos a capacidade de pensar com nossa própria cabeça.

Isso, a meu ver, é fruto da Ditadura Cognitiva que finda, de décadas de ideias concentradas. Família, escola, empresas, mídia nos ensinaram a seguir autoridades e não criar nosso próprio pensamento. Não conseguimos pensar com nossa própria cabeça.

  • Não temos ideias próprias, originais, ou pelo menos, mais originais.
  • Não conseguimos discernir o que é algo que tem argumento do que é algo que é pura marketing e blá, blá, blá.
  • Somos emotivamente levados e atuamos pouco de forma racional e lógica.

Os que se dizem “mais críticos”, no fundo, criaram um dogma e tudo que não se encaixa nesse dogma está fora de propósito. Eles não pensam também com a própria cabeça. Estão na mesma pandemia, mas fingindo que são “mais independentes”. Não são. Quem está no sistema e fora dele não tem autonomia de pensamento e isso é muito grave!

Pensar com a própria cabeça é conseguir sair de grupos, de nichos, de tribos.

Essa pandemia é invisível e agimos como se nada estivesse acontecendo.

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É preciso um contra-ponto forte dos educadores para voltar a colocar as pessoas para pensar.

O triângulo para começarmos a lidar com essa mudança, a meu ver, é:

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  • Legado – aquilo que é relevante dos antepassados;
  • Lógica – capacidade de compreender problemas a partir de lógica própria;
  • Retórica – capacidade de expressar o que percebe, escutar os outros e compartilhar saberes, através de argumentos lógicos.

É isso, que dizes?

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A narrativa é um conjunto articulado de conceitos, que justificam ou incentivam uma determinada ação.

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  • A percepção é formada e criada por narrativas.
  • Da percepção agimos.
  • E das narrativas criamos percepções.

Quanto maior for o controle das ideias, menor será o valor argumentativo das narrativas e vice-versa.

A narrativa será de baixa qualidade, sem coerência.

  • Faremos algo e falaremos outro.
  • Haverá incoerência e hipocrisia.

Questionar as narrativas vigentes é o papel de qualquer um que queira promover mudanças.

Uma narrativa pede uma ação coerente de quem a professa.

Questionar uma narrativa começa por questionar os conceitos, que nos levam a começar a quebrar determinada percepção, que nos leva a mudar alguma ação.

Uma pessoa, entretanto, só vai mudar uma determinada ação, uma percepção e sua narrativa se tiver interesse na mudança, estiver preparado para ela e perceber que há condições da mudança ocorrer.

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Isso de maneira geral, mas há exceções.

Para se poder julgar narrativas, é preciso distinguir argumentos que as estruturam, no seguinte quadro:

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A narrativa é formada por conceitos, articulados em argumentos.

Uma narrativa eficaz é aquela que consegue manter uma coerência entre os conceitos e os argumentos e, por sua vez, nas ações.

Quando a narrativa é pouco eficaz, seus defensores vão tentar evitar que ocorra um diálogo eficaz que mostre essa incoerência. A narrativa valerá não pela força de seus argumentos e conceitos, mas pela tentativa de não tentar criar um diálogo eficaz.

É isso, que dizes?

Público 3.0

O retorno ao mérito é a volta da força dos argumentos.

Hoje, o que vale é a força dos títulos, nem sempre valiosos para a sociedade.

O público 3.0 é a própria sociedade sem intermediários.

Muita gente em sala de aula ou para escrever um blog, me confessa: não falo mais ou não escrevo, pois tenho vergonha.

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“Vergonha: confusão que se apodera do nosso espírito pelo receio de desonra; pejo; desonra; opróbio; rubor nas faces; timidez; acanhamento; ato indecoroso; coisa mal feita; coisa mal acabada”.

Temos medo de não falar a coisa certa, de estarmos errados.

Fomos educados para sermos aprovados por alguém que está hierarquicamente acima de nós, por uma “autoridade da certeza”. Isso vale para maioria dos países e MUITO para o Brasil, um país que ainda tem o problema da autoridade vinda do exterior.

Isso vem da ideia de que existe uma verdade lá fora e que alguém está mais perto daquela verdade e nós mais longe e precisamos perguntar para a “autoridade da certeza”.

“Papai, posso ir? Quantos passos?”

Na verdade, há uma mudança radical na forma de pensarmos:

  • – realidade (não existe realidade lá fora)
  • – conhecimento (não é mais sólido, mas líquido);
  • – autoridades do conhecimento (quem tem problema e não mais quem detém a chave dos diplomas).

Tudo isso nos faz lutar pela superação da vergonha tóxica.

A vergonha é algo natural e até saudável em uma pessoa, desde que não se torne tóxica.

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Qual seria a diferença?

Uma vergonha nos dá um senso para que possamos sentir o ambiente primeiro e poder entender qual é o contexto.  Nos posiciona internamente para não sermos inadequados, de forma que possamos estar adequados conforme internamente achamos.

Entendido o contexto, podemos nos expressar.

A vergonha tóxica não supera a fase do reconhecimento de terreno, pois sempre vai considerar, em qualquer circunstância que não é adequado se expressar.

Temos uma guinada no mundo hoje, pois estamos quebrando o modelo de produção de conhecimento analógico e indo para o digital.

A diferença é que o analógico é feito de hierarquias verticais, em que há uma forte presença de um líder-alfa, regulador do conhecimento e detentor da chave do cofre de quem pode e quem não pode ter direito a voz na sociedade.

Isso manteve um controle das ideias circulantes, pois foi necessário para criar um precioso filtro, mas que com o tempo foi ficando cada vez mais envenenado.

As “autoridades da verdade” começaram a usar a verdade a seu bel prazer e passou a impedir que novas verdades pudessem ser construídas, desincentivando que as pessoas pensassem com a sua própria cabeça.

Assim, esse desincentivo à própria voz tem como um dos sintomas a vergonha tóxica, pois há uma inadequação do conhecimento diante de uma “autoridade da verdade” que sabe muito mais do que nós e está, do ponto de vista físico, muito mais próximo da verdade do que nós.

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Porém, estamos vivendo uma quebra da ideia de conhecimento sólido e vertical. E caminhando para um modelo de conhecimento líquido e horizontal.

Não há uma realidade lá fora e todos nós somos míopes diante do conhecimento que muda a cada instante.

A única forma de ver um pouco melhor é trocar impressões, sem vergonha, e poder dizer com nossas palavras o que estamos vendo lá fora para que possamos errar menos.

Isso nos coloca em uma posição de sair da passividade diante das autoridades do saber para uma posição de micro-autoridades do saber provisório, que devem dizer o que estão vendo, mas não de forma fechada, mas aberta.

Estou vendo agora isso, isso e isso – e vocês o que estão vendo? E o que acham dessa minha percepção?

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Combater a vergonha tóxica é fundamental para um mundo que precisa de cabeças pensando de forma independente e construindo conhecimento líquidos de forma colaborativa.

Adelante!

Que dizem?

 

 

Nossa visão da realidade pode ser vista abaixo:

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Há uma mediação entre o que acontece do lado de fora com o que conseguimos ver. E o que conseguimos ver com o que fazemos.

Assim:

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O problema da alienação é que essa percepção se torna invisível e não conseguimos ver como vemos, apenas o que achamos que vemos.

A percepção, entretanto, não é feita no vazio. Ela tem instâncias.

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  • Nós construímos uma narrativa para justificar nossa percepção e esta consolida a ação.
  • Uma narrativa é algo que justifica uma dada percepção e uma ação que é tomada a partir dela.
  • Nem sempre a narrativa é coerente com a ação, o que podemos chamar de hipocrisia, ou de incoerência.

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A narrativa, entretanto, não é um todo fechado, mas é formada por conceitos, que são os tijolos da “parede” narrativa.

Há também contradições entre os diferentes tijolos que vão formar esta parede.

Quando queremos questionar uma determinada ação e a sua incoerência com a realidade, precisamos:

  • – analisar a narrativa;
  • – e dentro da narrativa, analisar os conceitos;
  • – para poder discutir a percepção, que é o resultado das duas instâncias acima.

Os conceitos, assim, acabam por nos dificultar identificar nossos problemas de narrativa como o dos outros. A análise de uma ação, assim, passa pelo questionamento da percepção, que é a problematização da narrativa e dos conceitos, que promovem sua sustentação. Os conceitos se tornam de uso corrente e os usamos sem perceber que estamos fortalecendo uma dada narrativa.

Vou dar um exemplo.

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Virtual é um conceito usado para ser sinônimo de digital. Virtual é algo que é uma potência que não existe, que pode existir, aquilo que tem potência a vir a ser, mas ainda não é.

Quando eu digo que estou em mundo virtual, eu estou dizendo que a Internet é algo que não existe no real, o que denota uma certa aversão, dificuldade de lidar com ela.

Quando eu procuro desintoxicar esse conceito e digo que o virtual é melhor definido como comunicação a distância ou digital, estou, na verdade, questionando dentro de um conceito toda uma visão de estranhamento diante da chegada do mundo digital.

Uma coisa é o digital ou a distância, que são fatos reais, que estão acontecendo de forma diferente. Quando eu aplico o virtual eu estou dando margem a algo etéreo, que não faz parte da vida.

Ao questionar o conceito “virtual” estou, no fundo, questionando a narrativa em curso que está tentando criar uma percepção ainda temerosa da Internet, mas que nos leva a algo diferente do que de fato está acontecendo, a partir de uma dificuldade de lidar com aquele fato.

Assim, ao questionar o conceito “virtual” estou questionando uma narrativa toda que gera uma percepção que, por sua vez, gera uma ação.

Virtual é um conceito intoxicado pelo medo e que gera medo nas pessoas, de que é algo que não conheço, que está lá fora. Para reduzir o medo, eu preciso questionar o conceito, que me leva a questionar a narrativa que, em última instância, vai provocar mudanças na ação.

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É como se fosse um “bug” no conceito, que gera bug na narrativa e na ação, muitas vezes de forma inconsciente.

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Se eu quero modificar a forma que uma pessoa está agindo, eu preciso, pela ordem:

  • – a narrativa e os seus conceitos;
  • – que vai me levar a questionar a sua percepção;
  • – que vai nos levar a questionar a ação.

Se a pessoa não ganha a capacidade de olhar para a sua percepção e poder ir questionando a sua narrativa e seus conceitos, dificilmente poderá fazer isso com os outros e dificilmente poderá modificar as suas ações e dos demais.

O papel de uma agente de mudança é trabalhar com anti-narrativas ou novas narrativas, na qual o bloco todo vem junto:

  • – novos conceitos;
  • – novas narrativas;
  • – novas ações.

É isso, que dizes?

Muito bem, vamos exercitar a mente?

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Escolha um problema e escreva sobre ele.

Peguemos o exemplo da Thais que está criando um blog sobre Mobilidade Urbana.

O que ela entende por:

  • Mobilidade?
  • Urbana?
  • Quais são as forças que atuam nesse problema?
  • Como elas se relacionam e em que contexto?
  • Por que estes sofrimentos não são resolvidos?
  • Quais são as saídas para melhorar o sofrimento de quem sofre por isso?
  • O que poderia ser feito?
  • O que ela pode fazer?
  • Onde e como?

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Vamos agora separar esses tópicos:

Teoria (diagnóstico): trabalha com pensamento, como pensamos sobre o problema. Aqui se define conceitos para poder atuar lá embaixo:

  • Conceito de Mobilidade?
  • Conceito de Urbana?
  • Quais são as forças que atuam nesse problema?
  • Como elas se relacionam e em que contexto?
  • Por que estes sofrimentos não são resolvidos?

Metodologia (tratamento) : trabalha com ação como agimos sobre o problema. Aqui se define os métodos de ação, a partir do que vimos na teoria:

  • Quais são as saídas para melhorar o sofrimento de quem sofre por isso?
  • O que pode ser feito?
  • O que ela (como pessoa ou organização) pode fazer?
  • Onde e como?

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Aí temos uma percepção inicial para começar o trabalho.

Aconteceu algo na implantação do novo projeto.

OK, o que tem que ser reavaliado?

Algo na teoria ou na metodologia?

O quer exatamente?

Sugiro sempre termos um blog para que isso seja levado mais a sério e que possa receber críticas de gente de fora.

É um caderno público de anotações para registrar o Conhecimento Líquido em relação a um dado problema.

E assim, vamos, que dizes?

Essa é a pergunta que me faço há muitos anos.

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E a resposta não é simples.

Para isso, temos que introduzir um conceito novo: a Governança da Espécie.

Acima das organizações, da economia, da política, da sociedade, de tudo, está a relação do nosso cérebro com as tecnologias que o empoderam: as Tecnologias Cognitivas. Nosso cérebro, diferente dos outros animais, não trabalha na natureza e não muda, ele se altera conforme colocamos tecnologias mais sofisticadas para que ele possa agir.

A maneira que vemos a história humana vai dar uma guinada, pois essa mudança das tecnologias dos cérebros é o fenômeno social mais relevante para a nossa espécie, pois abre a possibilidade de adentrarmos por caminhos sociais que antes eram impossíveis.

É a fonte, da qual nascem todos os “rios”, pois nosso cérebro ganha flexibilidade, que será transformado mais adiante em novas ideias e destas para novas organizações, que produzirão novos serviços e produtos, de uma nova maneira.

Quando mudamos as Tecnologias Cognitivas estamos alterando a Plástica Cerebral da espécie, o Modelo Mental e, depois, todo o Ambiente de Pensamento, que altera a forma como nos organizamos.

Ou seja, não é o cérebro que se adequa à sociedade de forma passiva. A sociedade também se adequa ao cérebro, em uma relação de toma lá-dá-cá.

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Não é algo rápido, de uma hora para outra, mas é isso que ocorre no tempo.

Assim, podemos dizer que quando temos uma novo Ambiente Cognitivo emergente na sociedade, que permite novas formas de revolver problemas, temos uma nova Governança da Espécie emergente, que vai, aos poucos, criando um novo modelo de solução de problemas.

Todas as organizações atuais foram criadas e fundadas a partir da Revolução Cognitiva do Papel Impresso, ocorrida em 1450, que moldou nossa sociedade e o modelo de Governança Atual.

Lá, tínhamos 1 bilhão de pessoas no planeta e hoje temos 7 bilhões.

Qualquer criança sabe que um churrasco para 70 é bem diferente de um para 690, que é o aumento de complexidade que temos em uma escala de 1 para 7 (quase uma surra alemã na Copa).

Nossa espécie é a unica que:

  • – pode crescer acima de uma determinada marca histórica;
  • – que reinventa todo o ambiente social para que isso seja possível.

Quando as organizações querem aumentar a colaboração interna, imaginam que podem importar o modelo emergente que está vindo de fora.

Porém, esse modelo já é fruto da guinada.

A grande diferença é:

  • as atuais organizações trabalham com a comunicação analógica, sem colaboração de massa, via algorítimos;
  • as novas organizações trabalham com a comunicação algorítmica, com colaboração de massa, via algorítimos.

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Ou seja, a nova Governança da Espécie que está sendo criada se baseia em um novo modelo de Comunicação de Massa, que usa os algoritmos para resolver os problemas.

Esse ambiente matemático comunicacional é o que permite que mais gente possa participar das decisões sem perder produtividade, o que antes era inviável na comunicação analógica.

Tal possibilidade funda o início do novo ambiente econômico que estamos criando: o Cooperativismo.

Assim, o uso desse modelo nas organizações tradicionais deve ser muito ponderado, com muito cuidado, pois é um modelo diferente de solução de problemas, diferente do modelo de solução de problemas atuais.

Os gestores mudam de posição.

  • O atual é controlador dos processos;
  • O novo é controlador do algoritmo na plataforma, que controla os processos.

É possível apenas, de forma moderada, utilizá-lo em redes de conhecimento e de relacionamento.

As redes de ação, porém, que é a musculatura organização, onde se resolve problema, pode ser implantada apenas em ambientes separados, pois é outro modelo de Governança.

É por isso que as coisas não têm dado certo.

É isso, que dizes?

 

Já disse aqui que o conceito capitalismo, a meu ver, é equivocado, mas uso para chamar a atenção, mas não como referência teórica.

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Em toda a sociedade humana teremos um sistema econômico, que cuidará do problema da subsistência da espécie.

Não haverá espécie sem um sistema econômico e vice-versa.

O erro principal cometido pelos críticos atuais do Empresismo (que é como chamo o capitalismo) é acreditar que simplificar ou ignorar o problema da subsistência da espécie. Temos uma sofisticada rede produtora, que será cada vez mais sofisticada quando aumentamos a complexidade demográfica.

O Empresismo foi o sistema criado, incentivando a iniciativa privada, pois quanto mais gente tivermos no planeta, mais “restaurante a quilo” teremos que ser.

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Ou seja, cada vez menos podemos esperar um garçom regulador da comida e mais precisamos de autonomia para que os processos ocorram, indo lá diretamente nos servir.

O que chamamos de mercado e de liberdade de ações é justamente a regulação da oferta e da procura. Quanto mais gente tivermos, no planeta, mais esse processo tem que ser mais fluido para poder lidar com o aumento da complexidade demográfica.

O que temos que criticar e melhorar no atual Empresismo é a sua concentração, que é justamente o que tem atrapalhado esse processo.

E, de fato, tivemos uma concentração e eu vou dizer com letras maiúsculas NECESSÁRIA.

Vou explicar esse aparente paradoxo e absurdo.

Veja o fato mais relevante para a sociedade mundial abaixo:

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Tivemos por causa do Empresismo a possibilidade de saltar em 200 anos de 1 para 7 bilhões de pessoas. Sem o novo sistema econômico (assumido e gestado pela Revolução Cognitiva do Papel Impresso e consolidado em 1800) isso não seria possível.

O problema é que mais gente cria um problema grave de produção e isso precisa ser compensado com a concentração e o sufocamento da diversidade, como foi feito, através dos modelos sociais totalitários tentados no século passado.

A tentativa de concentração é a fase primitiva e pouca elaborada do aumento de produção.

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O sistema como um todo criou uma forma de abafar a diversidade para poder manter a produtividade, ajudado pelos meios de comunicação concentrados.

Isso não foi mau ou bom, perverso ou não. Foram os fatos e a necessidade da espécie de sobreviver.

PONTO!

Temos que entender que a nossa espécie tem e sempre terá um problema de produção de bens e serviços, que sempre ficará ACIMA DE QUALQUER OUTRA COISA. Primeiro, se quer ter comida na mesa e depois podemos falar do resto.

Podemos hoje FINALMENTE E FELIZMENTE em escala global questionar essa centralização, pois temos hoje novas formas de resolver o problema produtivo, com aumento de diversidade, sem perder a produtividade.

Essa é a base sustentável do pós-“capitalismo” ou do que chamo do “cooperativismo”.

Finalmente, surge um novo ambiente econômico que permite que haja descentralização sem que as pessoas passem fome!

Essa é a base do Cooperativismo!

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Conseguimos com o novo Ambiente Cognitivo criarmos novas Redes de Ação, que antes não eram possíveis.

E isso nos permite sonhar, de forma consistente, com descentralização, sem perder a capacidade produtiva.

É isso, que dizes?

Por experiência própria, posso dizer que as pessoas têm uma taxa de renovação da percepção da realidade, conforme o ambiente de inovação em que ela está inserida.

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Quanto mais conservador for o ambiente de inovação, menos será renovada a percepção das pessoas.

Mesmo que elas tenham contato com pessoas, visões, livros, filmes inovadores, elas sabem que não conseguirão viver com aquela renovação da percepção e, por instinto e até tentativa de sofrer menos, se abafa uma percepção mais renovadora. Ela se empolga, mas a tendência de transformar percepção em ação é quase zero.

Crie um ambiente de inovação conversador e teremos uma percepção da realidade que tende à conservação.

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Quando isso acontece, tendemos a viver uma vida menos significativa, pois é preciso aumentar a taxa de alienação (retirando a subjetividade da vida objetiva).

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As pessoas tenderão a se dividir: uma coisa é a minha vida privada a outra coisa é a minha vida profissional. Quando eu vou para o trabalho eu deixo de ser eu, em me robotizo para poder fazer o que me pedem. Eu deixo de vivenciar a minha subjetividade, é algo extremamente objetivo, do qual eu não faço parte.

É a diferença de quem concebe e constrói o botão e de quem aperta o botão.

No Brasil, temos um modelo social, político e econômico que um grupo muito pequeno define os botões, geralmente de baixa inovação, e o resto todo acaba por ser educado e formado para ser apertador de botão, vivendo uma vida alienada na sua subjetividade – as pessoas só são elas fora do trabalho.

Como temos produtos e serviços de baixa taxa de inovação produzida, acabamos por ter um ambiente geral que tenderá a termos seguidores de um modelo pronto e acabado (do qual eu não me envolvo) e não inovadores.

Com os talentos sufocados, temos duas alternativas:

  • ou vamos para o escapismo (mais nocivo) – através de compulsões em desejos tais como: álcool, droga,  jogo, fantasias de todos os tipos;
  • ou para um hobbismo (menos nocivo) – que é criar um mundo paralelo nas horas vagas, mas que não retorna em dinheiro, em sobrevivência.

O movimento empreendedor procura quebrar essa barreira, tentando juntar subjetividade na objetividade.

Porém esbarra em outro problema.

Carente de investimento caem nas mãos dos investidores que, dependendo do perfil,transformam no que era um projeto conceitual em um projeto no mesmo modelo que tentou se escapar.

A saída passa por uma proposta política inclusiva de conceitos, princípios e subjetividade, alargando o espaço de um noco ambiente político, social e econômico, que chamei de cooperativismo.

Que é o uso intenso de Plataformas Digitais Colaborativas, que geram valor, permitem o trabalho mais significativo, conceitual, aumentando a subjetividade na objetividade.

É isso, que dizes?

Muita gente quer que o Facebook seja algo que ele não é.

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Disse aqui que temos tratá-lo como uma Rede de Relacionamento, cujo objetivo social é estreitar laços e criar uma coesão social.

Estabelecer uma maior confiança e elo entre as pessoas.

A guinada necessária para a sociedade começar a entrar, de fato, no século XXI tem que ser aliada pelas outras duas redes:

  • A de conhecimento – que precisa de estruturas mais formas para produção de conhecimento sobre fenômenos e problemas;
  • E redes de ação – que vão trabalhar com esse novo conhecimento e transformar em novos produtos e serviços.

Não queiram do Facebook algo que ele não pode dar.

Ele é resultado do nó mental e afetivo do século passado.

Ele cria laços, mas precisamos, além dele de ambientes de conhecimento compatíveis com o novo século e ações que possam criar novos projetos da sociedde.

É isso, que dizes?

 

Ontem, tivemos palestra no Senac Rio Pós eu e o Tito Costa Santos a convite da Mara Bastos e do Andrei Gomes eis o resultado:

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Minha palestra e perguntas:
Parte I – http://youtu.be/dJDUFl7t3RE
Parte II – http://youtu.be/3feV1DzsnLU

E a palestra do Tito da Azul – Como funciona uma agência digital?
http://youtu.be/6sqWNbsSCmQ

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O primeiro aviso.

Neste livro Lévy abandona seu público original.

Ele resolveu não falar mais diretamente para a sociedade, como era comum na sua obra.

O livro é voltado para especialistas e entendedores.

Faz tempo que eu tenho questionado aqui comigo a opção de Lévy no desenvolvimento de uma linguagem cognitiva, que o levou de filósofo da cibercultura a analista de projeto de software.

Ou a tentativa de mistura dos dois.

Acho que cada  talento deve ficar no seu galho e ajudar a sociedade naquela unicidade que a natureza nos deu.

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Lévy reúne em um cérebro coisas raras:

  • – capacidade de ver mais longe do que a grande maioria;
  • – articular fenômenos que poucos articulam;
  • – facilidade de se comunicar.

O livro “A Esfera Semântica” é uma viagem a um projeto técnico avançado, que ele acredita que vai ser um grande salto em relação a tudo que temos por aí.

Não nego a necessidade e nem a demanda, apenas questiono dele se envolver tanto no projeto e resultar em um livro em que o brilho do pensador desaparece.

Posso estar bem equivocado, e já estive antes em tentar entender os Dharmas das pessoas, mas acho que  projetos mais detalhados de sistemas (e falo por experiência própria) devem ser feitos por pessoas com perfis de sistema e filosofia por gente que entende de filosofia.

Lembro que Lévy já andou envolvido com software na árvore do conhecimento e a coisa não se mostrou tão promissora como o de filósofo.

Pela minha vivência, cada vez acho mais que software é algo que vai sendo construído cada vez mais em comunidades e não de forma isolada.

A ideia de ver o Lévy, vou dizer com todas as letras, desperdiçando tanto cérebro e um livro inteiro (bem grosso em termos de páginas) em um projeto técnico me causa estranheza.

A verdade, entretanto, estará com o desdobramento dos fatos.

Pode ser que o Lévy tenha sido um analista de software que passou pela filosofia e não o contrário, mas eu suspeito disso.

Vou continuar garimpando coisas para ver o que pode me ajudar nos meus estudos. Gostei de algumas dicas como o Trivium, que é uma boa para de pensar a guinada na educação, a partir dos estudos da gramática, lógica e retórica (falo mais disso depois).

Há ali a mesma mente brilhante, mas o esforço para chegar nas ideias mais claras, é muito maior.

Que dizes?

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A promessa do livro é dar continuidade a um tema iniciado no “Criação Imperfeita”, de 2010, que é a impossibilidade do ser humano conhecer a realidade.

A defesa anti-platônica de que não é possível para a nossa espécie chegar a algo que seria o real. Por quê?

Temos uma percepção da realidade motivada pelo tempo de estudo dos fenômenos e problemas e utilizamos tecnologias para nos ajudar.

Quando algo avança, o que sabíamos antes evolui.

A ideia da Ilha do Conhecimento vem dar lugar a do aquário do livro de 2010, de que quanto mais ampliamos nossa visão do que conhecemos, mais afastamos as paredes do aquário e mais há por conhecer.

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Esse é o ponto central do livro, que teoricamente seria mais dedicado a isso.

Outros dois pontos povoam as preocupações “Gleiserianas”:

  • – que a vida na Terra é uma raridade, pois quanto mais vemos o mundo lá fora, vemos como tivemos sorte;
  • – e de que deveríamos abraçar a ciência com outra ética de respeito ao desconhecido e menos onipotência.

Ainda estou folheando o livro, mas confesso que me decepcionei um tanto, pois o tema proposto na capa (os limites da ciência) só é aprofundado em uma das partes. Ou seja, o livro não é apenas sobre epistemologia, mas fala também de conhecimentos do céu e da matéria, puxando bastante para a física e os limites do conhecimento na física.

O ponto positivo do Gleiser é o poder de síntese e a percepção do outro.

Em resumo, sabe bastante, mas consegue ser claro e não pedante, coisa rara na academia hoje em dia.

Quem leu o Criação Imperfeita e vai com muita sede ao pote, esperando a tal pesquisa profunda sobre epistemologia, vai se decepcionar.

Quem vai apenas para reforçar conceitos, com algumas pequenas novidades, vai gostar.

É isso, que dizes?

Vamos roubar o conceito da física, que diz:

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Entropia:

Em termodinâmica, entropia é a medida de desordem das partículas em um sistema físico. Utiliza-se a letraS para representar esta grandeza.

Comparando este conceito ao cotidiano, podemos pensar que, uma pessoa ao iniciar uma atividade tem seus objetos organizados, e a medida que ela vai os utilizando e desenvolvendo suas atividades, seus objetos tendem a ficar cada vez mais desorganizados.

Voltando ao contexto das partículas, como sabemos, ao sofrem mudança de temperatura, os corpos alteram o estado de agitação de suas moléculas. Então ao considerarmos esta agitação como a desordem do sistema, podemos concluir que:

  •  quando um sistema recebe calor Q>0, sua entropia aumenta;
  • quando um sistema cede calor Q<0, sua entropia diminui;
  • se o sistema não troca calor Q=0, sua entropia permanece constante.
  • OU seja, há uma relação de troca entre um corpo e o ambiente que recebe mais ou menos inputs e isso mantém ou desequilibra suas atividades.

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Como posso usar essa comparação com a sociedade e em particular ao momento que estamos vivendo?

  •  Acredito que a sociedade vive da relação entre os cidadãos e suas organizações;
  •  Há uma relação de trocas;
  •  A sociedade precisa das organizações para sobreviver;
  • E as organizações vivem por que a sociedade as mantém;
  • O equilíbrio social é a relação permanente de conflitos e acordos entre as organizações e a sociedade, que trocam, digamos, “energias”, vias canais de comunicação e participação.

O que percebo e que quando temos o aumento do número de habitantes do planeta e principalmente um salto quântico nesse número há uma tendência a concentração de ideias, através da disseminação de Tecnologias Cognitivas Centralizadoras.

As organizações precisam sufocar a diversidade humana por falta de condições de poder estabelecer canais de comunicação com a sociedade, pois o número de demandas é maior do que a capacidade de ofertas.

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Um dos pontos a ser resolvido é tentar homogenizar a demanda para reduzir o aumento de complexidade, por incapacidade produtiva.

  • Assim, vai se aumentando a “energia” das organizações para fora da sociedade – comunicação de dentro para fora;
  • E reduzindo-se a “energia” da sociedade para as organizações de fora para dentro.

Criando um processo cada vez maior de entropia, pois as organizações passam a não mais representar a sociedade, mas elas mesmas para o sistema continuar funcionando.

(Um longo período de Entropia Cognitiva chamo de Ditadura Cognitiva).

Na espécie humana, isso se chama o fortalecimento de um tipo de poder absoluta e o reforço dos interesses organizacionais corporativos cada vez maior em detrimento dos interesses da sociedade.

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Há, assim, uma latência que vai sendo criada de demanda de energia da sociedade para reequilibrar os objetivos e princípios das organizações.

Esse processo de entropia só começa a ser reequilibrado, quando a sociedade ganha novamente ferramentas cognitivas para conseguir se expressar e as novas organizações emergentes conseguem criar um novo modelo de governança que consiga:

  • – coletar as demandas:
  • – processá-las;
  • – e transformá-las, via novo modelo produtivo-comunicacional em produtos e serviços.

Assim, uma Revolução Cognitiva vem resolver um problema da relação sociedade- organizações, que estava em entropia, devido a incapacidade de se estabelecer um processamento sustentável das demandas.

Isso é, a meu ver, o que estamos assistindo.

É isso, que dizes?

O primeiro passo é separar um blog científico de um blog que faz divulgação científica.

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  • Um blog que faz divulgação científica publica em alguma lugar formal da atual academia e divulga no blog.
  • Um blog que faz ciência publica no blog a sua pesquisa.

O blog passa a ser o espaço de produção científica.

Junta produção e divulgação no mesmo lugar.

Abandona-se assim de forma parcial ou total o espaço tradicional de produção da academia.

Estamos falando aqui do segundo caso, um blog em que o pesquisador fará dele o seu espaço de reflexão e publicação.

Nesse momento podemos nos perguntar o que podemos chamar de científico?

Científico é um método de análise de um dado problema ou fenômeno, que visa ampliar o conhecimento de um dado pesquisador sobre ele. O fato de ser feito fora da academia não torna a produção mais ou menos científica, vai depender da contribuição que a produção do blog e o resultado de seu método de análise terá para a sociedade.

Um blog qualquer não-científico:

  • – não tem um foco definido;
  • – se tem, não procura ter um método científico de análise.

Como eu definiria um método científico de análise:

  • – identificação de conceitos;
  • – relação entre conceitos;
  • – separação entre filosofia, teoria e metodologia.

Há na narrativa científica a procura de classificação e identificação dos objetos de estudos e as relações entre eles, através de padrões. Quando se procura realizar isso, temos a tentativa de um método científico, que pode produzir resultados eficazes, ou não, dependendo do mérito do pesquisador.

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O blog, portanto, definirá um problema (que procurará reduzir a angústia do sofrimento) ou de um fenômeno (que irá reduzir a angústia da curiosidade) e procurará avançar para ver melhor e sugerir agir melhor sobre ele.

Um blog científica, assim, terá um foco de estudo.

No meu caso:

  • O que é a Revolução Cognitiva?
  • Por que surge?
  • Para onde vai?
  • Como podemos lidar melhor com ela, reduzindo sofrimentos?

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Um blog científico passa, assim, a ser uma “pesquisa viva”, na qual o pesquisador não tem um caderno de rascunho privado, mas passa a tê-lo de forma pública, compartilhando com quem desejar, o seu avanço intelectual, recebendo criticas e sugestões.

Um blog científico terá as seguintes divisões:

  • Categorias – as diferente classificações das ideias produzidas;
  • Posts – os diferentes rascunhos produzidos;
  • Links – os diferentes lugares que ele considera relevante para a sua pesquisa;
  • Conceitos – um post que reúne os conceitos como referência;
  • Slides – que reúne os slides de apresentação e dos desenhos explicativos do modelo mental que vem sendo trabalhado (uso o slide share como armazenamento);
  • Áudios e/ou vídeos – que reúne os áudios e vídeos de palestras, aulas, apresentações, reflexões do autor (uso o Youtube para isso).

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Como o blog é um espaço de reflexão aberta do pesquisador, ele trará para cá as suas dúvidas. A  cada post, procurará retratar o que percebeu, o que poderia ser melhorado no que vinha pensando.

Um blog científico é a expressão tangível do que chamo de Conhecimento Líquido.

Só faz sentido produzir um blog científico aquele pesquisador que faz de sua pesquisa um trabalho significativo, reduzindo o lado formal do mesmo. Ele está ali tentando avançar na sua visão e ação diante do foco escolhido.

É algo para se deixar um legado, o que reduz a importância de público, pois é feito para o próprio pesquisador avançar. Se tiver público (que acaba vindo devido a originalidade) melhor, mas não é o foco, é consequência.

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O blog científico é a expressão clara e a afirmação da necessidade de construir a Ciência 3.0, um novo modelo de fazer científico aberto e compartilhado, que deve mais e mais ganhar corpo ao longo do tempo, incluindo grandes plataformas de blogueiros.

É isso, que dizes?

 

 

 

 

Muitos dizem que a ciência é neutra.

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O papel do pesquisador e do professor seria o da neutralidade.

Mas isso não é humano e por causa disso que a neutralidade torna-se uma falsa neutralidade.

Todos temos uma preferência e ela é baseada em algumas “verdades próprias” que precisam ser trabalhadas. O papel da ciência é justamente discutir as verdades próprias e quanto mais elas estiverem em cima da mesa, mais ela avançará!

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Todo pesquisador/professor tem uma preferência por um dado ponto de vista sobre um fenômeno ou problema.

Ao contrário do que parecer ser o “bom” caminho, deve defender e escancarar o seu ponto de vista, apresentar a sua trajetória, por que optou por ele, quais são os argumentos que o sustentam e por que não optou por outros.

Assim, ele se posiciona sobre um determinado ponto de vista e pode se abrir para:

  • – contra-argumentos;
  • – e aprimorar as suas escolhas, ou mudá-las.

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A apresentação sem subterfúgios da defesa de um ponto de vista, acredito eu, é um atalho para que as pessoas possam concordar, ou não, com os argumentos, ver a sua consistência e ter que se posicionar também diante dos fatos.

Vivemos uma crise do pensamento e do diálogo, na qual um dos motivos é justamente essa falsa neutralidade em que a defesa do ponto de vista é feita de forma sutil, sub-liminar, no qual os argumentos não são discutidos à luz do dia.

Há uma hipocrisia no fazer científico que acaba nos levando a não debater o que é para ser debatido.

A ciência, acho eu, é feita justamente da defesa de argumentos diante de um determinado fenômeno ou problema.

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Quanto mais estes argumentos puderes ser trocados em um espaço de diálogo eficaz, mais rapidamente e com mais qualidade teremos o avanço do agir e pensar sobre eles.

Por fim, diria que a ciência é justamente o conflito de pontos de vistas de pessoas não neturas. Obviamente, que o dogmatismo é algo que atrapalha o debate, mas até ele ficará mais evidente em uma ciência não neutra.

Que dizes?

 

As pessoas às vezes me falam em sala de aula:

“Você está simplificando”.

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Sim, teorizar é simplificar.

É tirar um retrato de algo muito maior, apontar para um pedaço da paisagem e clicar.

É a mesma diferença entre assistir um jogo no estádio ou na televisão, seremos limitados pelo tamanho da tela e direcionados pela câmera.

O problema é que temos que ter consciência disso.

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O que deve ser discutido não é que foi feita uma representação simplificada, já que isso faz parte inerente ao processo da teorização, mas se é a melhor simplificação possível que temos disponível, atentos para algo que ficou de fora e que deve ir se incorporando.

Teorizar, assim, é ir sofisticando uma simplificação, que será sempre simplificada diante da complexidade intangível.

É isso, que dizes?

O conceito de realidade é importante na luta pelo poder.

Quem acredita na verdade absoluta, em que existe uma verdade lá fora, coloca a verdade em um dado lugar e que existe pessoas mais perto dela e, portanto, podem ter a autoridade sobre os demais, pois tem mais verdade dentro dele.

Esse é o modelo vertical da autoridade introjetado nas nossas mentes.

A verdade relativa é aquela que coloca o ser humano numa horizontalidade.

Em que não há uma verdade lá fora, mas uma eterna procura da mesma, através de percepções individuais distorcidas, que só pode ser aprimorada entre nós.

Gosto quando Marina Silva fala que a verdade não está em nós, mas entre nós.

É um discurso de quebra de autoridades.

Quando se defende uma verdade absoluta lá fora, há uma luta para saber quem é mais dono dela e o convencimento em uma escalada de poder, de quem está mais perto dela.

Num mundo mais líquido acredito que teremos gente que tem argumentos mais ou menos consistentes que estarão na roda, em espaços de debates mais eficaz, e a liderança líquida será atribuída para aqueles que apresentarem argumentos mais consistentes, em um dado momento e contexto.

É isso, que dizes?

Uma amiga me disse que o meu discurso estava muito acadêmico para um determinado empresário.

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Há realmente uma diferença entre perceber algo, refletir e se expressar.

Veja quadro:

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O discurso sempre será calibrado para que possa chegar a mais gente de diferentes perfis.

Um pesquisador deve sempre procurar afinar o discurso.

O problema é que nem sempre o outro lado quer afinar a orelha.

E isso depende muito do problema que estamos querendo resolver.

Se existem mudanças que são muito estranhas, mais tempo teremos que passar para entendê-las. Esse tempo vai resultar em teorias, que vão procurar identificar as novas forças e como elas atuam na sociedade.

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Assim, mudanças estranhas pedem novas teorias, que vão parecer estranhas, pois elas vão ter que ser coerentes com as mudanças estranhas.

Uma coisa puxa a outra necessariamente.

É isso, que dizes?

A maior parte das pessoas não tem estratégia de vida.

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A vida é um sucessivo acordar e dormir, no modelo Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar”.

Podemos separar, assim, aqueles que têm e os que não têm estratégia de vida ou melhor tem: não ter estratégia não deixa de ser uma estratégia.

Vamos discutir apenas aqueles que têm e as defende com uma certa coerência.

A estratégia de vida, seja ela qual for, tem que incorporar a morte, a força principal que altera completamente a vida, pois é a não-mais-vida.

Uma estratégia, seja em que área for. é feita da administração das forças que podem alterar o modus-operandi de um dado sistema ou processo.

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Não que seja algo macabro, mas a morte, apesar da angústia que causa, é um fato concreto e se não estiver incorporada na estratégia de vida, há algo de errado na estratégia, certo?

Vejo pessoas justificando um conjunto de ações como se fossem imortais.

Eu quero isso e aquilo e mais aquilo outro, meu plano é daqui a não sei quantos anos fazer isso e aquilo.

Sim, mas existe a morte momentânea acidental (que é possível) ou pela idade se encaixa dentro destes planos. Colocar isso como uma possibilidade não é loucura, é apenas um fato possível.

As pessoas simplesmente eliminam a força “morte” da sua estratégia de vida, tornando-se imortais.

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No fundo o que podemos dizer da Zumbilândia, seja de quem está passivo ou ativo é a sua incapacidade de lidar bem com a angústia da morte e fazer dela uma das referências, se não a principal na sua estratégia de vida.

É torná-la visível como uma definidora das ações.

Vejo gente que se diz envergonhada, tímida, fazendo projetos para mais adiante fazer isso e aquilo, mas é bom combinar com a vida para que ela dê o tempo que você acha que tem.

Será que as ações tão bem racionalmente justificadas mantêm a sua coerência na perspectiva de que a morte é possível até no curto prazo?

Que dizes?

Temos hoje uma crise da ciência, pois todo mundo quer fazer ciência pura.

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O grande barato da ciência pura é que ela não permite cobrança.

“Estou aqui colaborando com o conhecimento da espécie humana”.

E eu vou defender que não existe ciência pura, isso é um mito, uma farsa inventada, como várias outras para evitar que a ciência e a academia, sua executora, seja cobrada pela sociedade.

Só existem dois tipos de problemas humanos que a ciência trabalha:

  • A Ciência que assiste = resolve a angústia da curiosidade.
  • A Ciência que interfere = resolve a angústia do sofrimento.

Vejamos:

  • A Ciência que assiste é uma Rede de Conhecimento que tem o objetivo melhorar a nossa percepção de uma dado fenômeno;
  • A Ciência que interfere é uma Rede de Ação que tem o objetivo melhorar um dado produto ou serviço, que resolvem problemas que causam sofrimento na sociedade.

Muitos perguntarão: “e as teorias e a filosofia?”.

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Todo fenômeno ou problema se apresenta através de forças que interagem em determinados contextos.

Teorizar ou filosofia é estudar estas forças para prescrever recomendações para quem vai conhecer ou atuar em um dado fenômeno ou problema.

A teoria e a filosofia são instâncias, fases de estudo de um dado fenômeno ou problema, estão dentro de uma cadeia lógica para que possamos ver e agir melhor. Não são elementos isolados, fora do campo das angústias humanas, uma redoma salvadora na qual não se pode ter cobranças.

Detalho mais esse debate nesse áudio:

Uma vida significativa é algo de diferente que você traz você para o mundo.

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O conceito do eu é estranho, pois só iremos nos descobrir de fato, quando colocamos desafios que não estão no mapa para fora, até lá tudo é apenas uma proposta, algo virtual, em potência.

Muitos dirão que não há condições materiais e nem o momento histórico permite que ele possa colocar algo diferente para fora.

O projeto significativo é algo que você vai reservar algum espaço na tua vida para se dedicar a ele, independente tudo. Este projeto será um compromisso de você com você mesmo.

Você tem compromissos de você com você mesmo?

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Isso pode ter espaço na sociedade e até conseguir que ele possa te dar também sobrevivência, ou não. É algo que você percebe como um ou mais talentos que você quer desenvolver, independente o espaço que a sociedade abre para você. Você não faz para ninguém, mas por um compromisso com o seu legado.

Se você morrer amanhã, você não se arrependerá de não ter se esforçado para desenvolver seu talento único, que os indianos chama de Dharma.

Meu blog, por exemplo, é um projeto que eu chamo de meu.

Independente o número de leitores, de quem vai ler, se alguém passa por aqui, ele é o meu projeto significativo.

Tenho a sorte de conseguir, com muito esforço, aproveitar esse projeto em trabalhos que me remuneram, como aulas e consultoria, mas isso poderia não acontecer, como às vezes não acontece.

 

Muita gente deve se perguntar por que o Nepô escreve todos os dias muitas que não foram ou mesmo serão lidas por muita gente?

Isso não importa em absoluto para mim.

Seria ótimo ter mil leitores todos os dias, mas isso não importa, pois eu vejo a minha percepção ir avançando e esse é um compromisso que eu tenho comigo mesmo.

É independente.

Note que eu não digo que não quero reconhecimento, que isso seria uma mentira, mas o que eu digo que o reconhecimento não é o eixo do blog, o blog existe para mim, por mim e a minha eudaimonia é ver como o meu pensamento avança por causa dele.

Eu quero ver melhor e ele é um auxiliar nessa direção.

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Eu fiz um papo sério comigo mesmo e percebi que eu tinha um talento especial para teorias e resolvi que, independente o momento histórico, o que o mercado é comprador, o que as pessoas vão achar, de que eu iria quando pudesse (isso tem sido todos os dias) colocaria aqui as minhas reflexões.

Isso, na filosofia mais antiga, é chamado de eudaimonia, que seria o bem estar e a felicidade de você conseguir ter um projeto seu sendo realizado.

Eu diria que esse projeto significativo me coloca no mundo, pois eu não espero que o mundo aceite esse projeto e nem que ele se transforme em dinheiro, mas que ele seja uma referência de significado.

Como é a referência disso?

Segunda feira eu acordo motivado para continuar pensando e descobrindo coisas sobre o meu foco que é Revolução Cognitiva e tudo que acabou gerando em torno desse problema.

(Um problema quando se vai fundo nos leva a vários outros, como um rio.)

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Essa visão do projeto significativo comparo a olhar para o foi de um teleférico que fica acima do cotidiano e que nos referencia no mundo.  Quando as coisas se complicam olho para o alto e mantenho a minha missão.

Como saber o que é significativo?

Eu diria que é perceber que há um potencial que você vai se confirmando por você mesmo (às vezes pelos outros) de que você está colocando algo importante de valor para a sociedade para fora.

Eu imagino quantos talentos e potenciais não experimentados estão nos cemitérios que passamos, pois as pessoas não dedicaram um tempo de suas vidas para que isso fosse possível. É isso que eu quero evitar, que um potencial que eu tenho fique sem exercício prático. Eu não preciso aceitar aquilo que o mundo não quer, é problema dele, não meu!

Muitas vezes, como tem sido de quando em quando comigo, esse trabalho que vai sendo construído rende algum dinheiro e dá um retorno.

E eu resolvi apostar nisso, em função, deixando bem claro, das condições econômicas atuais que eu tenho, que me permite tentar, digo tentar, viver de forma coerente com o que vou descobrindo no blog.

Já disse várias vezes que prefiro trabalhar em uma área completamente diferente a ter que praticar algo que eu não acredite, que não seja coerente com as minhas descobertas aqui no blog.

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Isso, no meu caso, tem me permitido criar conceitos e teorias que vão contra muita coisa que está sendo dita no mercado, mas que faz todo o sentido de quem pensa de forma independente, justamente pela falta total de preocupação em ser reconhecido por terceiros. O que acaba permitindo uma liberdade de pensamento fundamental para ver melhor. Teorizar sob encomenda dificilmente dá boa coisa.

  • Assim, eu perguntaria, de novo, você tem um projeto para chamar de teu?
  • E está conseguindo colocá-lo na sua vida?

É isso, que dizes?

O ser humano do que consegui perceber tem a necessidade de equilibrar as seguintes demandas:

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  • Sobrevivência – produzir para poder viver;
  • Uso da talento – poder fazer algo que consiga colocar seus talentos únicos para fora;
  • Reconhecimento – ser reconhecido pelos seus esforços;
  • Laços –  criar relações de todos os tipos.

Isso tem medidas saudáveis e perversas.

Quando exacerbamos essas demandas e começamos a trabalhá-las, além dos limites,  causamos determinadas “inflamações”, como vemos abaixo:

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  • Dinheiro – Sobrevivência – entendemos que é o dinheiro pelo dinheiro;
  • Poder – Uso da talento – a vontade de poder fazer, se transforma do poder pelo poder;
  • Fama – Reconhecimento – a inflamação da fama pela fama;
  • Abuso – Laços –  o uso das pessoas para conseguir as nossas metas, gerando abusos, tornando o outro um objeto das nossas “inflamações”.

Acredito que todos nós, humanos, temos uma angústia que precisa ser tratada, que é a angústia da morte.

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Vamos morrer e sabemos disso, diferentes dos outros animais que não têm essa angústia.

Isso precisa ser trabalhado dentro da estratégia de vida de cada um de forma consciente.

Há um período de tempo que estaremos aqui e o que faremos com isso.

Arrisco a dizer que uma das causas dessas “inflamações” do ego é a nossa dificuldade de lidar com essa angústia da morte.

Super-valorizamos ou sub-valorizamos a significação.

No fundo, em ambos os casos ou nos escondemos ou nos expomos demais, tendo como origem dos dois problemas a mesma origem: dificuldade de lidar com a angústia da morte.

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Há um desequilíbrio de estratégia, pois nada do que façamos vai alterar a realidade do fim.

Note que não se está questionando estes desejos e necessidades mais as inflamações que decorrem do mal gerenciamento delas.

Uma vida significativa deve incorporar os quatro lados para um bem estar e apontar para valores humanos que possam nos dar a sensação de que algo para os outros será deixado quando não tivermos mais aqui. A angústia passa a ser aplacada de uma forma mais sustentável.

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Assim, para fechar, diria que há dois tipos de as inflamações do ego pela dificuldade de lidar melhor com a angústia da morte:

  • o excesso – a procura desesperada pela fama, poder, dinheiro e abuso dos outros é fruto de uma angústia da morte mal resolvida, seria um problema do excesso.
  • e a falta – não procurarmos colocar na nossa vida a sobrevivência, nossos talentos, o reconhecimento e os laços, muitas vezes com medo de estarmos cometendo excesso.

Uma vida significativa é a capacidade de desenvolver uma sabedoria de sempre nos colocarmos desafios um pouco além do que seria o tradicional, tentando equilibrar os quatro lados do quadrado, tendo a sociedade e o outro como referência e não como objeto de uso.

É isso , que dizes?

Mais sobre isso neste vídeo:

E neste:

 

 

 

Pensar com a própria cabeça é algo difícil.

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É uma prática que envolve entre outras:

  • – exercício lógico;
  • – capacidade de identificar forças;
  • – comparar forças;
  • – saber ouvir;
  • – saber se expressar;
  • – criar espaços de diálogo eficaz.

Isso ocorre de formas mais fácil quando temos descentralização de ideias, pois esse tipo de atitude passa a ser cada vez mais incentivada.

Hoje, vivemos a situação contrária.

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Diagnostico que estamos vivendo o fundo do poço do final da Contração Cognitiva do século passado, que criou um modelo de governança centralizado, espelhado nos ambientes de comunicação e difusão do conhecimento verticalizados.

Criamos e fomos educados para seguir pessoas que pensavam por nós.

E fomos domesticados para obedecer as ordens sem muita discussão.

Esse modelo mental é incompatível com um mundo de ideias descentralizadas quando precisamos identificar argumentos mais ou menos consistentes para filtrar o que recebemos.

Aprendemos a aceitar as verdades não pela força dos argumentos, mas por quem diz os argumentos, mesmo que não sejam consistentes. É um conhecimento muito mais pautado pela fumaça do que pelo fogo.

APRENDENDO A PENSAR COM A PRÓPRIA CABEÇA

Nossa espécie, no fundo, está saindo de um Modelo Mental moldado para seguir e repetir do que pensar, repensar e criar.

Precisamos fazer um esforço gigantesco educacional para:

  • – deixar de ensinar a seguir e repetir;
  • – para um que possa nos levar à autonomia de pensamento.

O problema, por exemplo, no Brasil não é apenas de educação, mas é duplo:

  • – é a falta de qualquer educação formal;
  • – e acrescido da educação para a autonomia.

Meus alunos têm a seguinte dificuldade:

  • – de conversar entre eles e comigo;
  • – de se expressar;
  • – de saber argumentar;
  • – de ouvir;
  • – de conseguir formular um pensamento novo e coerente;
  • – e, o mais difícil, agir a partir dessa novo pensamento depois que a aula acaba.

(E note que dou aula apenas em pós-graduação. Ou seja, já recebo na ponta anos e anos de educação repetidora.)

Tive um aluno que me disse que nunca haviam, até aquele momento, com 25 anos, pedido a sua opinião em sala de aula. Triste!

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Precisamos criar um modelo de ensino que atue nestes três parâmetros:

  • – ao mesmo tempo que possamos passar o legado humano;
  • – criar autonomia de pensamento de como se pensa esse legado, utilizando as ferramentais cognitivas mais sofisticadas, com foco em solução de problemas;
  • – e incentivar que haja ações a partir desse novo pensamento autônomo, viabilizando e incentivando o espírito empreendedor.

Esse é o gap GIGANTESCO que temos que introduzir como parâmetro para a mudança que queremos.

É isso, que dizes?

Os outsiders

Andei lendo este texto do pessoal da Empiricus, que traça um cenário de forte crise para o próximo ano no Brasil.

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Independente o que você acha ou não sobre o que eles dizem, quero falar sobre o papel dos outsiders no mundo.

O ser humano é resistente à mudança por natureza.

  • Nosso cérebro precisa de hábitos para poder funcionar melhor.
  • Hábitos criam redomas de verdades.
  • Redomos de verdade criam projetos, metodologias, investimentos.
  • E com isso cria-se os “alertadores oficiais de problemas no mundo”.
  • Ou seja, a redoma da verdade escolhe autoridades que ganham o direito de projetar e alterar o futuro.

Porém, com o tempo, acaba havendo dois movimentos:

  • – a acomodação dos alertadores de futuro em relação a novos cenários;
  • – e a incapacidade da redoma de ouvir qualquer coisa que a tire do piloto automático traçado, que não seja dito pelos alertadores oficiais.

Toda crise acontece com mais impacto, pois aqueles que deveriam alertar já não conseguem mais pensar fora da redoma e os que estão fora da redoma não tem credibilidade para serem ouvidos.

(O Livro “Cisne Negro” de Nassim Nicholas Taleb fala também sobre isso.)

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Assim, acontece dois fenômenos interessante:

  • – os outsiders acabam sendo mais radicais na análise para chamar a atenção;
  • – e isso faz com que fiquem mais ainda desacreditados.

As crises recentes, por exemplo, financeira dos Estados Unidos, em 2008, apenas alguns economistas da periferia alertaram para a mesma.

No livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” Kuhn já alertava que as grandes mudanças de paradigma do mundo não vêm de dentro para fora, mas de pessoas que estão de fora e conseguem ver melhor do que quem está dentro.

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Einstein mudou a física escrevendo dentro de um escritório pequeno de uma firma de patentes. É como se conseguissem pensar com menos toxidade.

Isso a meu ver acontece, pois há um movimento de pertencimento do grupo e de interesses combinados, que as crenças, dogmas, conceitos, termos, metodologias reforçam a posição de quem está “no baile”.

No livro, muito bom, o “Sinal e o Ruído” de Nate Silver ele lembra que dificilmente alguém vai pensar diferente se está sendo pago para não pensar diferente.

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Por que levei a sério o que os meninos da Empiricus disseram?

Eles trouxeram argumentos consistentes, que me pareceram lógicos. Traçaram um cenário tenebroso para o Brasil em 2015. No mínimo, teremos inflação alta e baixo crescimento e isso faz com que possamos pensar em algumas atitudes prévias.

É um momento de inverno e não de verão.

O que acredito que faz a diferença de alguém que tem a capacidade de pensar e avaliar mesmo que está de fora do sistemas é olhar para os argumentos e não para a marca de quem está dizendo.

O problema é que, (vejo isso em sala de aula), muita gente acredita que a realidade é algo combinado entre as pessoas. Se todo mundo combinar que não vai ter crise, não vai ter crise.

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O problema é que vivemos em um mundo que há forças que estão acima do que combinamos e que agem independente a vontade do que foi combinado. A realidade é algo que nunca conseguimos dominar e que as grandes mudanças dificilmente será vista por quem está dentro da redoma!

Uma pessoa ou organização que quer agir com a própria cabeça tem que estar atento aos dois movimentos:

  • – o que diz os agentes oficiais e seus argumentos;
  • – comparado com o que e o que andam dizendo os outsiders.

Tirando um desconto natural de chamar a atenção, recomendo se guiar um pouco para esse cenário mais pessimista dessa garotada da Empiricus, o mínimo que pode acontecer é você relaxar e ficar satisfeito que não aconteceu o pior.

É isso, que dizes?

O que mais se fala por aí é sair da caixa.

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Mas o que é a caixa?

A caixa, a meu ver, é a percepção que temos da realidade.

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  • Muitos acham que vão sair da caixa e ir para o espaço sideral.
  • Sair de uma caixa é entrar em outra caixa.
  • Sempre estaremos em alguma caixa.
  • O que há é a consciência da caixa que estamos.
  • E ter a possibilidade de optar, ter a liberdade, a partir de algum critério de chegarmos a algumas conclusões provisórias até que tenhamos alguma melhor.

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O problema que temos hoje, depois de uma forte concentração de ideias, é que o espaço de percepção sobre a percepção se reduziu muito.

A maioria acredita que vê a realidade diretamente e não que há uma percepção entre o que vemos e o que está lá fora.

Quando colamos a percepção na realidade e não separamos, estamos em Matrix e a caixa é invisível e não tem como sair dela.

É isso, que dizes?

Vimos aqui que existe no Ato Cognitivo humano entrando em detalhes:

  • Linguagens – que é o elemento maior do ato;
  • Códigos Cognitivos – que são peças que compõem uma dada linguagem e existem dois os humanos e os tecnológicos;
  • Moléculas Cognitivas– que são os elementos menores por onde estes códigos são transmitidos.

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Podemos dizer que:

  • – A necessidade de uma linguagem é algo inerente da nossa espécie;
  • – De que as sub-linguagens humanas e seus respectivos Códigos Humanos demoram um tempo maior para se modificarem;
  • – De que os Códigos Tecnológicos se alteram com o tempo, conforme as Tecnologias Cognitivas que usamos para nos comunicarmos a distância;
  • – E que o tipo de Molécula Cognitiva utilizada para essa transmissão vai depender da Tecnologia Cognitiva utilizada.

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A chegada da escrita, por exemplo, precisou da criação de um Código Humano novo, que foi a criação de signos que saíram dos desenhos para as letras.

Houve a introdução de um novo código humano e por isso a sua importância, pois permitiu que pudéssemos registrar o que falávamos.

Demorou bastante tempo para que tirássemos esse código das paredes e colocássemos em Tecnologias Cognitivas Transmissora (papiro e depois papel).

A escrita foi o primeiro código humano não presencial, que permitiu o armazenamento.

  • E note que o Código Humano era o mesmo do que o Código Tecnológico.
  • E que a Molécula de Transmissão era a mesma da do Armazenamento.


Não houve a necessidade de empacotamento e desempacotamento, como é preciso em todas as Tecnologias Cognitivas não presenciais ou intangíveis.

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O livro mesmo impresso contém apenas um Código Humano e Tecnológico. E a Molécula Tecnológica é a mesma da do Armazenamento!

Note que quando criamos o rádio isso se modifica, pois tentamos levar a voz para lugares mais distantes.

Nesse momento, já tínhamos feito isso com o telégrafo, o telefone.

Houve a necessidade de empacotar o Código Humano dentro de um Código Tecnológico, que precisa de um uma máquina de Emissão (empacotadora) e outra do outro lado de Recepção (Desempacotadora).

Neste momento o novo código passa a usar uma nova Molécula Cognitiva, através de ondas eletromagnéticas, que são empacotadas e desempacotadas.

E é utilizada uma nova Molécula Cognitiva para armazenamento do que é produzido.

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Essas características nos ajudam a ver que com a chegada do digital, há as seguintes mudanças:

  • – A linguagem continua e sempre via continuar;
  • – Os códigos humanos são acrescidos de novos sinais, mas nada que faça grande diferença;
  • – Porém, os códigos tecnológicos são completamente alterados, pois as Tecnologias Cognitivas  começam a se utilizar de novas Moléculas Cognitivas tanto para o armazenamento quanto para a transmissão.

A espécie passa a contar com uma nova possibilidade completamente nova de armazenar e transmitir informações, sendo a base para tudo que vem depois.

É isso, que dizes?

 

O cérebro não consegue se comunicar sem uma linguagem.

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Até tenta, mas esbarra na dificuldade do outro de compreender o quer dizer.

A linguagem (de várias formas) veio para permitir que se estabelecesse critérios para que o barulho de um cérebro pudesse ser entendido por outro.

(Ou, no caso da arte, ser muitas vezes propositalmente incompreendido.)

A linguagem, entretanto, não é uma coisa única quando colocamos uma lupa nela.

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A linguagem é um conjunto de códigos combinado entre as partes.

Podemos dizer que a linguagem é o conjunto de elementos que permite que possamos nos comunicar e nos entender.

Existem várias sub-linguagens: da arte, libra, idiomas, visual, oral, escrita.

Para que uma linguagem qualquer seja possível se estabelece códigos, que são sinais que o cérebro aprende a conhecer que somado no conjunto formam o conceito de uma ou mais ideias.

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Os códigos são as partes que compõe uma sub-linguagem que formam uma linguagem maior que é a que os humanos precisam para viver em sociedade.

Assim, quando falamos de qualquer Ato Cognitivo estamos, na verdade, trocando códigos de um lado para o outro, que ao serem recebido forma uma dada ideia, mais ou menos próxima da intenção original.

Assim, se colocarmos um microscópio nos códigos nos vamos ver que existem, pelo menos, dois:

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  •  Os códigos humanos são aqueles que aprendemos a conhecer para nos entender;
  • Os códigos tecnológicos são aqueles que as Tecnologias Cognitivas se utilizam para transmitir nossos códigos.

Quando transmitimos um programa de rádio o locutor fala um código humano compreensível por aqueles que dominam aquela sub-linguagem.

Porém, entre o que ele fala e quem escuta há que se fazer uma transmissão.

O código humano precisa ser transformado em Código Tecnológico que será “empacotado” e será “desempacotado” para virar de novo um Código Humano compreensível no rádio da pessoa que está ouvindo o programa.

Quando temos um encontro presencial de conversa entre poucas pessoas, não há necessidade de se transformar o Código Humano em Código Tecnológico.

Há, porém, algo importante.

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O Linguagem oral, por exemplo, não é “natural”, pois ela foi desenvolvida no tempo e precisa ser ensinada.

Eric Havelock defende que é também uma tecnologia, pois foi desenvolvida.

De qualquer forma, podemos dizer que os códigos humanos são códigos que conseguimos produzir e receber apenas com os nossos corpos, quando não temos problemas que nos impedem.

E isso viabiliza quando estamos juntos estabelecer uma linguagem sem tecnologias adicionais.

Não, há assim, uma Tecnologia Cognitiva que transforma o código humano para o tecnológico.

É isso, que dizes?

Defini assim esse novo conceito:

Unidade menor no qual um registro de ideias se utiliza para ser armazenado e/ou se propagar.

Temos dois tipos de moléculas no ato cognitivo:

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  • A Molécula Cognitiva do Armazenamento – é a unidade menor onde podemos armazenar os códigos que podem depois ser transformados em ideias;
  •  A Molécula Cognitiva da Transmissão – é a unidade menor onde podemos transmitir os códigos que podem depois ser transformados em ideias.

Exemplos?

  • No livro impresso, por exemplo, os Códigos Cognitivos são armazenados nas mesmas moléculas de transmissão;
  • No CD, mesma coisa, os códigos cognitivos são armazenados nas mesmas moléculas de transmissão.

Podemos dizer que há um agregamento do uso das moléculas cognitivas. A mesma molécula utilizada para armazenar é utilizada para transmitir.

Um programa de rádio ao vivo temos também essa similaridade, pois a mesma molécula é utilizada. Em um programa gravado isso não acontece, pois é preciso “salvar” o código em um determinado meio armazenador e recuperá-lo para transmitir.

O que nos dá a seguinte classificação:

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E aí podemos apresentar alguns exemplos:

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Note que no caso de um livro a transmissão e o armazenamento se dá na mesma Molécula Cognitiva, ou seja, se armazena no mesmo lugar que se transmite, não são dois lugares separados.

O mesmo acontece com um CD que se tem o código impresso em uma mídia, que será distribuída dentro do próprio produto.

Podes arranjar um nome para isso, provisório, tal como:

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  • Canal de transmissão monocelular;
  • Canal de transmissão multicelular.

O livro e um CD é Monocelular, pois o mesmo meio de armazenamento é o da transmissão.

E isso tem impacto na rede de distribuição do mesmo, pois não se pode dissociar o armazenamento da distribuição, pois o elemento cognitivo é inseparável.

Um livro é ao mesmo tempo que uma peça de códigos armazenados é um pacote de transmissão.

Vejamos o quadro completo abaixo:

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Estas seriam todas as etapas de um ato cognitivo, agora vejamos como ficaria um livro ou um CD, que seria Monocelular:

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Note que o livro é ao mesmo tempo o elemento de armazenamento é o de transmissão.

Isso nos dá bons elementos quando formos trabalhar com canais de distribuição, pois:

 

  • quando temos um ato cognitivo baseado em um registro monocelular, o armazenamento será igual ao canal de distribuição. E vice-versa.
  • quando temos um ato cognitivo baseado em um registro multicelular, o armazenamento será diferente do canal de distribuição.

Isso fará muita diferença nos dos impactos de uma Revolução Cognitiva no setor terciário cognitivo.

É isso, que dizes?

Fiz um estudo aqui importante para dar base conceitual ao trabalho que estou desenvolvendo sobre Revolução Cognitiva e seus impactos nos diferentes setores produtivos da economia.

Veja os slides aqui:

O setor terciário é o de serviços.

Temos a seguinte divisão:

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  • O Setor Terciário Cognitivo é aquele que oferece serviços ao cérebro.
  • O não cognitivo abrange todos os outros.

Ou seja, o Cognitivo é o que vende ideias.

O que temos como característica deste setor?

Note que no Setor Terciário tradicional temos:

– o fornecedor que monta o canal de uso/distribuição do que ele vende;
– e outro de Comunicação com  o cliente.

Assim:

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No caso dos novos serviços de táxi, por exemplo:

  • a- é a frota de carros;
  • b- são os aplicativos que entram no lugar do telefone do call center.

São dois canais separados, o que muda é o segundo. A forma que se comunica com o cliente, pois ninguém vai entrar no Scanner e sair do outro lado da cidade. 😉 (Por enquanto). Digamos que os “códigos” ou as “moléculas” do serviço que são vendidos não podem ser digitalizadas e, por isso, não se pode digitalizar os táxis. 

Ou seja, há uma separação entre o local que nos comunicamos com o fornecedor e outro que utilizamos o serviço, no caso a frota de táxi, que não pode entrar para dentro da Internet.

Existe um serviço que circula em um canal de distribuição tangível. O serviço é intangível, pois uma corrida de táxi não se pega, mas o canal de distribuição é tangível, pois se precisa de um carro ou uma moto para se deslocar de “a” para “b”.

E essa é uma diferença fundamental para o Setor Terciário Cognitivo.

No Setor Terciário Cognitivo isso não acontece mais depois da Internet, pois havia uma separação entre o canal de distribuição (CD, jornal, DVD, fita cassete, cinema, etc), mas isso tudo foi digitalizado para dentro do canal de comunicação. Houve uma junção do ambiente de comunicação do cliente com o canal de distribuição do fornecedor!

Veja a figura abaixo:

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Note, por exemplo, que o consumo da música passou a acontecer no mesmo espaço em que se comunica com a empresa. Antes, os CDs faziam uma rede de distribuição à parte.

Os códigos das músicas circulavam em um canal protegido e caro para qualquer um se aventurar a ter um negócio de música, o mesmo se dá com livros, jornais, filmes, qualquer coisa que circule ideias.

As ideias com a Internet passam a circular no mesmo canal da comunicação, pois há uma nova rede cognitiva, que incorpora e permite que isso aconteça.

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O controle que havia com uma rede de distribuição separada, na qual:

  • – se produzia a música;
  • – transformava em código;
  • – se registrava em um meio;
  • – se distribuía o registro neste meio;
  • – e, por fim, se consumia.

Passa a ser feito no mesmo ambiente agora digital.

  • O que estou querendo dizer é que houve uma junção de dois canais para esse setor.
  • Não há mais separação entre o canal de comunicação e o de consumo, que se juntaram.
  • O cliente passou a ter acesso ao canal de distribuição e pode ele distribuir também os códigos.
  • Por isso, neste ambiente o valor da intermediação caiu a zero.

E aí temos uma mudança desse tipo:

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Havia uma intermediação muito mais rígida e era impraticável um autor de música ou o consumidor participar da rede de distribuição.

Note que agora há uma abertura para isso, mas a geração de valor para quem faz negócio com a música precisa ser o investimento em uma plataforma, como vemos abaixo:

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Me chamou a atenção no livro “A Loja de Tudo”, que narra a história da Amazon, quando Bezos, diz que o valor que ele agrega não é distribuir o produto (como era antes), mas ajudar o cliente a achar o que ele quer. É isso que a plataforma digital coloca de diferença em um ambiente em que as coisas estão por lá, mas não se sabe o que se vai consumir.

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Tudo está disponível na mesma rede para todos, o problema que temos hoje é achar o que existe.

Antes o setor de ideias fazia:

  • – filtravam o que achavam que era bom e dava um tratamento;
  • – empacotava os códigos e distribuía.

O empacotamento e a distribuição agora é feita pelos próprios consumidores, pelos próprios autores e, portanto, perdeu muito o valor.

O que gera valor agora é a capacidade de filtrar, mas não mais ao filtro individual ou de um grupo do modelo da Governança passada, mas um novo modelo que permite uma filtragem coletiva, via colaboração de massa.

Há uma REINTERMEDIAÇÃO que permite que as ideias passem por um crivo colaborativo de massa para gerar valor. É isso que as Plataformas Digitais Colaborativas agregam de valor às ideias que estão sendo colocadas por cada vez mais gente.

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Foi o setor que menos tempo teve para se preparar.

(Há oportunidades deixadas pelos novos players, mas há que se ter muita visão para aproveitá-las.)

A geração de valor  aqui estará em:

  • ter cada vez mais ideias;
  • saber onde estão as ideias;
  • qual você está procurando exatamente;
  • quais você pode gostar e nem sabia, através de sugestões.

O mercado mudou radicalmente em menos de 10 anos e o valor gerado pelos novos players já estabelecidos dificilmente será superado pelas organizações tradicionais.

Note que há um movimento de tentar tirar o máximo do passado, dos nichos mais tradicionais, mas não se está conseguindo criar nada de novo para os novos consumidores. A crise vai ser lenta, gradual e definitiva.

A diferença vai estar na capacidade de gerar valor dentro desse ambiente, que é a implantação da nova Governança Digital.

Está aqui o epicentro da Revolução Cognitiva, de onde tudo parte indo lentamente para os outros setores.

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Esse estudo e seu detalhamento vai nos ajudar bastante na análise de todos os setores, pois podemos sempre voltar aqui para poder comparar o que estamos falando.

Falemos agora do Setor Terciário não Cognitivo.

É isso, que dizes?

Valor 3.0

Valor é um substantivo relativo.

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Depende de um dado contexto, diferente de cachorro, que é sempre um cachorro independente do contexto.

O valor é atribuído a alguém, a partir de algum critério dentro de um dado contexto.

O que é valor para um pode não ser para o outro.

Valor, assim, não pode ser visto como algo absoluto e tem que se colocar dentro de um dado contexto.

Na economia, valor pode se referir a uma dada mercadora, valor de uso e de troca.

Ou valor corporativo: o valor de uma empresa no mercado de uma dada sociedade.

Estaremos aqui falando disso: de valor corporativo.

O valor que uma sociedade atribui a uma determinada organização.

O valor da organização hoje é medido pela sua capacidade de dar lucro.

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Foi montado um modelo de mercado, na qual existe uma bolsa de valores (olha que nome sugestivo), um lugar em que os valores são avaliados, a partir de dados critérios e, a partir dele, é atribuído um índice para uma dada empresa.

O preço da ação é esse índice, pois procura espelhar quanto aquela empresa vale no presente e pode valer no futuro.

(Há diversas discussões interessantes sobre isso, mas vou deixar minha curiosidade nisso para depois.)

O que quero discutir aqui é que há uma mudança na maneira de se pensar o valor no novo século.

Quem trabalha com a bolsa são os acionistas aqueles que compram e vendem ações e se preocupam com o que investiram de dinheiro nas organizações e o que podem tirar dela no presente o no futuro.

O preço das ações tem que incorporar isso.

O que se mede hoje no mercado de ações é basicamente o resultado financeiro das organizações. Vendeu tanto, gastou tanto, o resultado foi tal, sobrou quanto, quanto pode ser distribuído para os acionistas e quanto isso pode ser incorporado ao valor das ações.

Há uma matemática nesse processo.

Há tentativas de se incorporar valores intangíveis, mas é algo difícil e complicado.

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Quais são as novidades pós Revolução Cognitiva que mudam esse cenário? O cliente (pai e mãe de todos os lucros) foi empoderado por novos canais de circulação de ideias, nos quais são prosumidores, tanto colocam como recebem informação das mesmas fontes antigas, mas agora têm também novas horizontais e alternativas.

Isso faz com que tenha um amadurecimento maior em relação ao que foi consumido e a relação de uma dada empresa com a sociedade como um tudo, incluindo suas qualidades e defeitos.

O novo consumidor tem princípios que fazem a diferença na hora de consumir e isso passa a aumentar a taxa de preocupações que estavam sumidas em um mercado de forte concentração de mídias e, por sua vez, de ideias.

Hoje, o consumidor consegue enxergar melhor as organizações, o que antes era mais difícil.

Tem uma visão menos 30 e mais 360 graus.

Além disso, há a possibilidade maior do mercado se abrir, dependendo do setor, com novos players nacionais e internacionais, o que aumenta a maturidade do consumidor.

Hoje vivemos uma taxa de inovação e um descontrole do mercado muito maior que antes.

dinheiroAssim, como disse aqui, vivemos hoje o surgimento de um Cliente 3.0, que é muito mais maduro do que o cliente do século passado.

  • Sabe mais;
  • Se articula mais;
  • Tem mais opções;
  • Acaba, assim, a ter uma auto-estima maior, oxigenando a sociedade com uma taxa maior de princípios e valores, que impacta na maneira que definem seu consumo e no valor das organizações.

O patamar de consumo mais consciente com impactos sociais que era de “x” digamos hoje está aumentando de forma consistente.

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A reputação de uma organização não é mais apenas percebida, via meios de comunicação de massa, através de campanhas de marketing em que se mudava a mensagem, mas não a ação. Hoje, se consegue ver com mais clareza o que é fumaça e o que é fogo.

Não podemos dizer que é uma mudança completa, mas, como disse, é algo que vem aumentando a taxa de maturidade do Cliente, conforme aumenta o acesso e a coesão das redes sociais, que se torna mais e mais interligada.

Sabe-se dos bastidores das corporações com muito mais rapidez e conhece-se mais as  alternativas.

Vais se criando uma latência consciente dos problemas.

Assim, o valor da organização que era percebido, via mídias de massa, hoje passa a ser filtrado, via mídias de missa.

Quando um acionista vê o lucro ou o prejuízo de uma dada ação, não tem mais parâmetros certos de saber como anda a reputação daquela organização entre os novos proumidores.

Há alguns casos distintos:

  1. – o lucro subiu, mas a reputação e a fidelização caíram;
  2. – o lucro caiu, mas a reputação e a fidelização aumentaram;
  3. – o lucro caiu, mas a reputação e a fidelização caíram também;
  4. – ou o lucro subiu e a reputação e a fidelização subiram também.

Veja que são cenários que apontam para um novo tipo de perspectiva e  numa área de sombra para um futuro devastador ou promissor de uma dada organização em relação ao futuro.

  • No caso 1, se cria uma latência por um novo concorrente no mercado. Isso é possível? Se sim,  certamente a organização pode ter problemas.
  • No caso 2, o quanto essa fidelização pode significar mais adiante aumento do valor?
  • No caso 3, demonstra que algo sério vai acontecer com aquela organização.
  • E no caso 4, é o caso de sucesso e de que a situação está em indo para algo promissor.

O problema é que não temos hoje índices, ainda, confiáveis para medir a reputação e a fidelização corporativa num mundo tão líquido e hiperconectado para que se possa agregar esse índice ao das ações.

O caso da Amazon que falei aqui é um caso típico de avaliar lucro x percepção do consumidor em relação ao futuro.

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Mas hoje lendo o Valor Econômico (o nome já diz tudo) sobre aumento e redução de lucro, vi claramente que falta dizer algo mais quando se fala nos resultados das organizações.

O lucro cresceu, mas houve aumento na taxa de fidelização? O que manteve os acionistas mais calmos. Ou o lucro diminuiu, mas a taxa de fidelização aumentou?

Digo, por exemplo, que se for medir a taxa de fidelização dos canais do Youtube há algo ali em declínio, em função da política de pagamentos dos canais, o que indica que há uma perda de fidelização, o que pode significar mais adiante espaço para a concorrência.

Isso é percebido nos bastidores, mas não na avaliação do Google naquela empresa em particular.

A medição do Valor 3.0 terá que ser muito mais sofisticada do que a atual.

É muito mais preciso do que vai, de fato, acontecer com organizações e o que colocará mais valor naqueles que estão apostando mais fortemente no futuro, junto com os clientes, e aqueles que não estão.

É isso, que dizes?

Começando estudo dos impactos da Revolução Cognitiva Digital nos diferentes setores da economia.

Possível divisão em cada setor:

primário

 

secundário terciário

Fatores a serem analisados?

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SETOR PRIMÁRIO

  • Dificuldade de extração/produção?
  • Qual o volume justifica a extração/produção?
  • Quem compra?
  • Qual a complexidade da rede de distribuição?
  • Quais as leis protetoras?
  • Pode ser substituído no futuro por algo diferente?

Note que no setor primário, temos de um produtor de uma granja (Primário/animal) a uma companhia de Petróleo (Primário/mineral) ambos produzem a partir de matéria prima e fornecem matéria-prima para a área de transformação.

Uma siderurgia, por exemplo, seria um setor intermediário entre o primário e o secundário, pois transforma e melhora a matéria-prima para consumo.

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No livro do Rifkin, “A terceira revolução industrial” ele fala de uma mudança radical no fornecimento de energia pelo próprio cidadão.

Ele está abordando o setor primário e afirmando que o cidadão comum, ou condomínios poderiam:

  • Dificuldade de extração/produção?

Passar a produzir energia solar para consumo próprio;
E vender essa energia solar, criando uma rede alternativa de produção e distribuição.

Assim, uma análise futura sobre o setor primário deve analisar, por exemplo, que a extração que é feita hoje sobre um determinado produto pode ser substituído por outro, alternado, assim, a perspectiva.

O surgimento e a massificação do carro elétrico, consumindo não mais petróleo, seria algo a ser avaliado no setor primário mineral produtor de energia.

O que altera, por sua vez, quem compra, a complexidade de distribuição, as leis protetoras.

Certamente, já deve haver em alguns países a produção e venda de energia por redes de cidadão e equipamentos digitais que permitam que isso seja feito.

No setor primário uma questão que tem que ser feita é esta também?

Pode ser substituído no futuro por algo diferente?

Ou melhor, que tipo de produto pode ter facilitada e/ou descentralizada a transformação?
Pode haver o surgimento de redes menores?

Não entrei em detalhes aqui nas possíveis mudanças nos setores de serviços do setor primário.

SETOR SECUNDÁRIO

  • Dificuldade de transformação?
  • Qual o volume justifica a transformação?
  • Quem compra?
  • Qual a complexidade da rede de distribuição?
  • Quais as leis protetoras?
  • Pode ser substituído no futuro por algo diferente?

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No mesmo livro do Rifkin, ele fala dos impactos das impressoras 3D na indústria de transformação, pois estaríamos falando no setor secundário. Você compra um tipo de matéria-prima, como se fosse hoje o papel, e coloca na sua impressora para produzir algo.

Aquilo que você conseguir imprimir.

A Amazon acaba de entrar nesse mercado, como podemos ver aqui.

Isso vai permitir a descentralização da produção de produtos, que hoje são produzidos de forma centralizada e vendidos também em lojas presenciais ou online.

O cliente compra matéria-prima e imprime produtos.

Isso terá impacto em uma gama grande de produtos que entrarem na categoria:

Produtos do setor secundário que podem ser impressos em casa.

Tanto para uma rede existente que pode migrar para lá.

Como a criação de uma nova rede de novos produtos que passam a ser oferecidos.

Abrindo uma nova gama de serviços agregados.

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No setor secundário, fica a seguinte dúvida.

Que tipo de produto pode ter facilitada e/ou descentralizada a transformação?
Pode haver o surgimento de redes menores?

Não entrei em detalhes aqui nas possíveis mudanças nos setores de serviços do setor secundário.

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SETOR TERCIÁRIO

  • Dificuldade de atendimento?
  • Qual o volume justifica o atendimento?
  • Quem compra?
  • Qual a complexidade da rede de prestação de serviço?
  • Quais as leis protetoras?
  • Pode ser substituído no futuro por algo diferente?

Aqui temos uma divisão relevante neste setor.

  • Setor Terciário Cognitivo – que já chamei aqui no blog de Indústria de ideias), que vende serviços para o cérebro melhor a sua capacidade de agir, o que acaba ficando muito mais afeito à transformação, pois a rede de distribuição é a própria Internet;
  • Setor Terciário Não-cognitivo –  que vende serviços agregados para resolver problemas não-cognitivos, o que acaba pela sua natureza tendo mudanças na forma de compra-venda, novas alternativas de redes de distribuição.

Fiz aqui um desenho que demonstra aonde pode haver mais impactos:

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E aqui incorporei os setores de serviço de cada um dos setores, como mais sujeitos aos impactos:

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O estudo nos leva a começar o trabalho de análise do Setor Terciário e neste eu vou começar pelo Setor Terciário Cognitivo que é, sem dúvida, o mais impactado pela Revolução Cognitiva, pois:

  • – vende serviços diretamente ligados ao cérebro;
  • – estamos mudando as tecnologias de suporte ao cérebro, o que impacta fortemente tanto no que se vende;
  • – como também na forma como se vende.

Não é à toa que os setores de informação, entretenimento, distribuição de produtos intangíveis para o cérebro foram e são hoje os mais afetados.

Com a experiência dessa análise, podemos passar para o Setor Terciário Não-Cognitivo e subir para o Setor Secundário e depois para o Primário, com a experiência acumulada de coisas que já aconteceram, estão acontecendo e como podem impactar os setores mais tradicionais da sociedade.

É isso, que dizes?

Slides:

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Um problema aparece quando uma dada continuidade de um dado processo começa a ter dificuldade de ir adiante. Algo o impede de continuar sendo feito da mesma maneira.

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Este algo é chamado de problema.

Um problema entretanto é apenas um sintoma de algo que está pedindo uma modificação em um dado processo.

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Um problema indica, assim, que existem forças que estão atuando, como vemos abaixo:

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  • Se o process se inicia irá lidar com forças novas;
  • Se o processo está em curso irá lidar com forças conhecidas, que vão sendo aprendidas ao longo do processo.

Há duas possibilidades de problemas:

  • – ou não se lidou com as forças conhecidas da mesma maneira, por algum motivo;
  • – ou são forças novas que apareceram agora por algum motivo e que não estavam no “radar” das possíveis reações.

Assim, quando temos um problema temos forças (conhecidas ou desconhecidas) que precisam ser administradas para que haja a continuidade do processo. Se ações não são tomadas, o problema pode virar uma crise e uma crise leve pode se tornar uma crise aguda.

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Uma Teoria Aplicada visa identificar um problema (seus sintomas) causadas por forças que provocam descontinuidade.

É preciso assim, colocar em um laboratório de diagnóstico para saber:

  1. qual é o estado de continuidade de um dado processo?
  2. quais são os sintomas que o impedem de ir adiante?
  3. quais são as forças que o tiram da continuidade e o colocam em descontinuidade?
  4. qual é a origem/natureza destas forças?
  5. são forças conhecidas ou desconhecidas?
  6. existe uma força principal e outras secundárias?
  7. qual é a natureza/origem da (s) força (s) principal (is)?
  8. como podemos compará-la (s) com forças similares do passado?
  9. como é a relação no passado da força principal com a continuidade e descontinuidade?
  10. qual é a relação no passado da força principal com as forças secundárias?
  11. como aplicar o aprendizado do passado no presente?
  12.  como aplicar o aprendizado do passado no futuro?
  13. quais novas/velhas metodologias vão ser adotadas para levar o processo a uma velha ou nova continuidade?

É isso, que dizes?

Como vimos aqui, temos maior ou menor capacidade de analisar as consequências dos nossos atos do presente no futuro:

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Essa capacidade nos dá a possibilidade de lidar melhor com a complexidade.

Quando temos uma Contração Cognitiva, que é a centralização radical das ideias em poucos canais, há consequências no quadro abaixo:

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A sociedade perde o poder de influência nas ações das organizações da sociedade, pois passa a:

  • Ideias homogêneas – a conviver cada vez mais com ideias similares;
  • Pouco debate – as ideias não são confrontadas para se refletir sobre elas;
  • Pouca informação – esconde-se resultados negativos.

Ou seja, a Contração Cognitiva leva à sociedade a uma Imaturidade Cognitiva.

As ações das organizações passam a não ser mais fortemente confrontadas e debatidas e temos duas situações:

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Neste caso, as organizações definem ações com baixo poder de questionamento pela sociedade, criando ações nas quais os interesses organizacionais ficam acima do que poderia ser de nocivo para a sociedade no curto, médio e longo prazo.

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Neste caso, as organizações definem ações com maior  poder de questionamento pela sociedade, criando ações nas quais os interesses organizacionais se equilibram com o que pode ser de nocivo para a sociedade no curto, médio e longo prazo.

Uma sociedade mais madura será aquela que:

  • – conseguir fazer uso dos canais de forma eficaz mais modernos de comunicação;
  • – conseguir projetar o futuro e medir melhor as ações das organizações;
  • – ter a força e o interesse para fazer o contra-ponto;
  • – ter a capacidade de impor visões mais maduras das organizações;
  • ter capacidade do maior número de seus membros de projetar as ações e reações no tempo, autonomia de pensamento diante da complexidade.

E, ao contrário, podemos dizer que uma sociedade imatura seria:

  • – não fazer uso dos canais mais modernos de comunicação ou fazê-lo de forma ineficaz;
  • não conseguir projetar o futuro e medir melhor as ações das organizações;
  • – não ter a força e nem o interesse para fazer o contra-ponto;
  • – não ter capacidade de impor visões mais maduras das organizações;
  • não ter capacidade do maior número de seus membros de projetar as ações e reações no tempo, autonomia de pensamento diante da complexidade.

Nos momentos finais das Contrações Cognitivas, como estamos passando, a sociedade está necessariamente imatura, mesmo nos países que lidam melhor com a complexidade. A canalização humana, através de novos espaços de expressão ajudam a começar a recriar a maturidade da sociedade.

É isso, que dizes?

 

 

 

Normalmente, a nossa capacidade de lidar com a complexidade está em saber até onde conseguimos enxergar as consequências das ações que tomamos, como vemos na figura abaixo:

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Uma atitude que podemos chamar de “simplista” limita-se a ver os resultados das primeiras consequências e não projetá-las mais no tempo, em consequências de segundo, terceiro e mais níveis adiante.

O pensamento de curto prazo, de resultados imediatos, só conseguem medir uma primeira camada do curto prazo:

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Para que se possa ir mais adiante no tempo, temos recursos para projetar as ações, a partir de:

  • – estudo comparativos com o presente e o passado;
  • – fórmulas de causas e consequências;
  • – uso de tecnologias que nos ajudem a projetar.

Assim, podemos dizer que em cada camada as “ferramentas humanas” que usamos são impulso, impulso/ponderação e ponderação:

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Uma pessoa, um grupo ou uma sociedade é mais ou menos madura pela sua capacidade de ponderar sobre as ações que serão tomadas e  as suas consequências no tempo.

Quanto menos conseguimos projetar e ponderar as ações, mais nos deixamos levar pelos impulsos e quanto mais, mais nos deixamos nos conduzir pela ponderação.

É como um jogo de xadrez em que os melhores jogadores conseguem projetar as jogadas no tempo.

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Podemos dizer, assim, que:

  • atitudes simplistas – são aquelas que não conseguem projetar a consequência no tempo;
  • atitudes mais complexificadas  – são aquelas que conseguem projetar a consequência no tempo.

É isso, que dizes?

 

Digamos que tomamos decisão a partir de um “software” que “roda” na nossa cabeça.

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E esse “software” é escrito pelas teorias que conhecemos.

Teorias ligam forças, analisa contextos e faz projeções.

Desenvolver novas teorias é refazer os códigos teóricos existentes e fazer novos códigos.

Os elementos teóricos são as forças que são reanalisadas e colocadas de uma nova maneira que dão um novo resultado.

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É isso, que dizes?

 

As Contrações Cognitivas ocorrem na sociedade em função da necessidade de se lidar com aumentos demográficos sem a capacidade de processar a nova complexidade. 

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Ou seja, quando as organizações não tiverem instrumentos para lidar com o aumento da complexidade, haverá necessariamente um sufocamento da diversidade, através de um pensamento mais homogêneo para que se possa manter o equilíbrio entre oferta e demanda.

A sociedade será, assim, levada a um estágio de baixa capacidade de produção de ideias próprias e ficará a mercê das organizações que ganharão mais poder, o que chamei de Sociedade Imatura:

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De ambos os lados, sociedade e organizações não restará maiores espaços para a inovação e para a defesa de princípios humanos. Haverá uma baixa Taxa de Significação e um aumento da Taxa de Hedonismo.

Tenderemos a nos voltar mais para a nossa animalidade e para os instintos mais primários, que nos levam às compulsões e ao prazer.

Em resumo, se não podemos ter mais significado na vida, vamos aproveitá-la!

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A sociedade tenderá ao hedonismo, pois os esforços de mudança serão bloqueados pela falta de força da sociedade em impor mudanças.

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Haverá uma baixa taxa de significação, os valores serão colocados no curto prazo e as ações serão simplistas, como vemos na figura abaixo, movidas muito mais pelas emoções e menos pela ponderação:

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É isso, que dizes?

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