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mandela_ruhaban

Muitos não vão compreender meu entusiasmo na atual eleição depois de 22 anos na geladeira, desde que fui a rua para Lula em 2002.

Saí do meu armário de panfleteiro eleitoral.

Hoje, a classe média está dividida.

  • A maior parte dos meus amigos é mais Aécio.
  • Muitos amigos mais antigos estão com Dilma.
  • E uma parcela pequena é Marina.

Marina sofre o preconceito que eu tinha também por ser evangélica. Eu achava que todo mundo que era evangélico ficava gritando na igreja e dando dinheiro para pastor ficar rico. Evangélico para mim, que sou agnóstico e cientista, a burrice em forma de atraso e ponto.

Fui conhecendo mais gente nesse meu tempo de Rede e aprendendo a ver algumas nuances entre os que se dizem evangélicos, hoje, nada mais ou menos, do que 25% dos brasileiros.

E, em particular, tive o privilégio de conhecer Marina pessoalmente muito antes da eleição, que optou para ser evangélica, pois estava com uma doença terminal, não tratada nem nos Estados Unidos (onde ela tentou a cura) e se encontrou naquela religião.

Ou seja, ela não foi se tratar no pastor, mas foi um pastor, sei lá por que, que deu jeito. Note que ela não fala disso, pois acha que não é motivo de campanha eleitoral.  Veja abaixo:

Quanto sabem disso?

  • É uma pessoa espiritualizada, mais do que religiosa.
  • Muito, muito, estudiosa, diferente da maioria dos políticos.
  • Curiosa, com algumas virtudes de desapego ao poder muito rara em quem tem, teve e agora parece que terá tanto voto.

(Marina teve o convite do PPS para sair de presidente e optou por ser vice de Eduardo Campos, quantos fariam isso?)

Marina tem algo de Mandela que é raro.

Todos os motivos para ser algo e acabar virando outro.

(Se o Brasil tivesse a noção da joia que é Marina deveria mantê-la dentro de um carro forte.)

Consigo, como estrategista de longo prazo (que é hoje a minha profissão no digital), a projetar a sua colaboração ao país e toda dificuldade que terá.

Marina consegue algumas coisas, pela sua capacidade intelectual e espiritual, reunidas, superar a questão da luta de classe. Isso é muito raro, pois exige um longo percurso e coragem para poder enfrentar algo bem dogmático.

Isso, entretanto, não a joga no capitalismo como algo parado e estático como muitos hoje aqui no Brasil o vêem, mas em movimento em direção a algo novo no século XXI.

Hoje, no que estudo, estamos diante do início de uma nova Era econômica, pós-capitalista, que irá mudar o atual macro-modelo, via descentralização,  aponta Rifikin, no seu livro “A terceira revolução industrial”, do qual Marina simplesmente fez o prefácio.

  • Marina é, assim, apesar dos preconceitos de ser atrasada, vanguarda no pensamento brasileiro ao abandonar a luta de classe, mesmo vindo da esquerda.
  • E é vanguarda no pensamento capitalista do mundo, ao defender e ver que estamos com outros desafios no século XXI.
  • E em especial no Brasil que é o de trazer empreendedorismo, como ferramenta para lutar contra a desigualdade.

Transformar miséria em talento e talento em riqueza, no que ela chama de inclusão social de terceira geração. Não esquecer do pobre e nem usá-lo como uma ferramenta para se manter no poder.

Além disso, e ainda além disso, dentro do mesmo cenário implantar um novo modelo de democracia, que está sendo testada no mundo, muito longe de uma participação assembleísta proposta na América Latina, como vemos na Venezuela e que foi testada em Cuba.

Muitos acham que ela está nessa linha, mas essa é uma proposta analógica e o futuro da democracia é todo digital.  O uso intenso do digital, via algoritmos, para dar poder maior para a população no uso dos serviços e no acompanhamento cada vez maior dos nossos representantes.

A democracia de alta intensidade ou Nova política que está no programa é tão difícil de ser entendida, pois é algo que ainda não existe para ser mostrada em nenhuma parte do mundo.

democracia-digital

Ela vai na linha dos jovens espanhóis, que tanto Castells analisou, (Marina é leitora de Castells): “Não sabemos o que queremos, mas com certeza não é nada disso que está aí”.

O Brasil, com Marina, tem a chance de sair na frente na América Latina como um farol para apontar um novo rumo.

Como disse o cara do posto, não sou esquerdista e nem direitista, sou frentista.

Sim, olhando e tentando implantar o novo que a Revolução Digital permite e aponta.

Quem viver, verá (se não houver maremotos) a vanguarda que o Brasil assumirá tendo Marina de presidente, ironicamente chamada de obscurantista.

Peço a todos um pouco de serenidade para não se arrependerem mais adiante.

A realidade nem sempre é tão preto e branca, ainda mais no Brasil.

É isso, que dizes?

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