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Os outsiders

Andei lendo este texto do pessoal da Empiricus, que traça um cenário de forte crise para o próximo ano no Brasil.

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Independente o que você acha ou não sobre o que eles dizem, quero falar sobre o papel dos outsiders no mundo.

O ser humano é resistente à mudança por natureza.

  • Nosso cérebro precisa de hábitos para poder funcionar melhor.
  • Hábitos criam redomas de verdades.
  • Redomos de verdade criam projetos, metodologias, investimentos.
  • E com isso cria-se os “alertadores oficiais de problemas no mundo”.
  • Ou seja, a redoma da verdade escolhe autoridades que ganham o direito de projetar e alterar o futuro.

Porém, com o tempo, acaba havendo dois movimentos:

  • – a acomodação dos alertadores de futuro em relação a novos cenários;
  • – e a incapacidade da redoma de ouvir qualquer coisa que a tire do piloto automático traçado, que não seja dito pelos alertadores oficiais.

Toda crise acontece com mais impacto, pois aqueles que deveriam alertar já não conseguem mais pensar fora da redoma e os que estão fora da redoma não tem credibilidade para serem ouvidos.

(O Livro “Cisne Negro” de Nassim Nicholas Taleb fala também sobre isso.)

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Assim, acontece dois fenômenos interessante:

  • – os outsiders acabam sendo mais radicais na análise para chamar a atenção;
  • – e isso faz com que fiquem mais ainda desacreditados.

As crises recentes, por exemplo, financeira dos Estados Unidos, em 2008, apenas alguns economistas da periferia alertaram para a mesma.

No livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” Kuhn já alertava que as grandes mudanças de paradigma do mundo não vêm de dentro para fora, mas de pessoas que estão de fora e conseguem ver melhor do que quem está dentro.

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Einstein mudou a física escrevendo dentro de um escritório pequeno de uma firma de patentes. É como se conseguissem pensar com menos toxidade.

Isso a meu ver acontece, pois há um movimento de pertencimento do grupo e de interesses combinados, que as crenças, dogmas, conceitos, termos, metodologias reforçam a posição de quem está “no baile”.

No livro, muito bom, o “Sinal e o Ruído” de Nate Silver ele lembra que dificilmente alguém vai pensar diferente se está sendo pago para não pensar diferente.

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Por que levei a sério o que os meninos da Empiricus disseram?

Eles trouxeram argumentos consistentes, que me pareceram lógicos. Traçaram um cenário tenebroso para o Brasil em 2015. No mínimo, teremos inflação alta e baixo crescimento e isso faz com que possamos pensar em algumas atitudes prévias.

É um momento de inverno e não de verão.

O que acredito que faz a diferença de alguém que tem a capacidade de pensar e avaliar mesmo que está de fora do sistemas é olhar para os argumentos e não para a marca de quem está dizendo.

O problema é que, (vejo isso em sala de aula), muita gente acredita que a realidade é algo combinado entre as pessoas. Se todo mundo combinar que não vai ter crise, não vai ter crise.

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O problema é que vivemos em um mundo que há forças que estão acima do que combinamos e que agem independente a vontade do que foi combinado. A realidade é algo que nunca conseguimos dominar e que as grandes mudanças dificilmente será vista por quem está dentro da redoma!

Uma pessoa ou organização que quer agir com a própria cabeça tem que estar atento aos dois movimentos:

  • – o que diz os agentes oficiais e seus argumentos;
  • – comparado com o que e o que andam dizendo os outsiders.

Tirando um desconto natural de chamar a atenção, recomendo se guiar um pouco para esse cenário mais pessimista dessa garotada da Empiricus, o mínimo que pode acontecer é você relaxar e ficar satisfeito que não aconteceu o pior.

É isso, que dizes?

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