Toda ação humana deve se guiar por um sentido ético.
Bem como as organizações.
Do ponto de vista da existência, temos que admitir que existe um perÃodo de tempo entre o nascimento e morte de cada um.
- Nada que for feito vai mudar em relação a isso.
- Existe um perÃodo de tempo em que estamos aqui e vamos embora.
- O que fazemos, grosso modo, é preencher esse vazio com algum Passatempo Existencial.
- O que implica em ações práticas que resultem ganhos para sobreviver.
- E, se possÃvel, deixar um legado para outras gerações.
Esse legado é ao mesmo tempo altruÃsta e egoÃsta.
- É altruÃsta, pois queremos deixar para o outro.
- E é egoÃsta, pois queremos deixar uma marca na história, mesmo que um grão de areia.
Não é à toa que quando pensamos assim na existência existe uma grande vontade de viver pelo prazer e pelo simples ato de viver.
São opções, mas que a maioria de nós não pensa no assunto.
O maior filósofo do nosso tempo é o Zeca Pagodinho, que sugere que:
“Deixa a vida me levar”.
Quem deixa a vida se levar, na verdade, não está agindo de forma consciente sobre ela.
Filosofar é justamente a capacidade de não deixar a vida me levar e assumir, quando possÃvel, o timão do barco.
A vida significativa é uma vida que significa algo para quem está dentro dela, para a pessoa que a vive. É uma forma de continuar a viver com potência, apesar do nosso lado impotente (nada posso) e apesar da nossa impotência (tudo posso), deixando um legado.
E há nessa procura o encontro de potências, impotências e onipotências.
É ser capaz de conseguir fazer algo significativo para si mesmo e para os outros apesar de tudo. E aà precisamos de uma referência para sabermos como vamos e o que estamos fazendo.
Na vida, apesar de tudo, a única coisa certa é uma determinada taxa de sofrimento.
Muitos podem dizer que há também uma taxa de felicidade, que seria um outro lado da moeda. Mas acho que a felicidade é algo menos tangÃvel.
Assim, a ideia da sofrimentologia é procurar agir de forma a, dentro de:
- – sua potência;
- – sua possibilidade do ato de sobreviver;
- – ainda conseguir atuar a reduzir sofrimentos.
Uma vida significativa, assim, é colocar a sua potência (que implica em descobrir seus próprios talentos) e poder vivê-los e direcioná-los a reduzir os sofrimento das pessoas.
Note que é um alinhamento duplo:
O que temos, então?
- Sobrevivência;
- Procura de vida significativa;
- Redução de sofrimento próprio e dos demais.
É isso, que dizes?