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Arrisco a provocar que trabalhar com motivação é justamente trabalhar contra a desmotivação.

O que é motivação?

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Ter um motivo para fazer algo.

O ser humano já acorda com um motivo: sobreviver e, se possível viver. E melhor ainda, se mais possível viver com qualidade.

Muita gente tem necessidade de incluir no quesito qualidade – deixar um legado.

Assim, todo mundo vive de alguma forma uma motivação, mas existem outros patamares que é achar que vai viver melhor, com mais qualidade, fazendo um trabalho significativo.

Sob este ponto de vista, se você quer ou deseja ser um profissional de motivação (e trabalhar com pessoas é trabalhar com motivação) é conseguir identificar as barreiras que impedem que a pessoa se sinta motivada.

Arrisco a provocar que trabalhar com motivação é justamente trabalhar contra a desmotivação.

A maioria se sente sobrevivendo, vivendo com baixa qualidade e fora do contexto histórico, sem perceber como e de que forma pode colaborar para deixar algum legado.

Se a pessoa não consegue ver as macro-tendências fica mais difícil ver aonde está a mudança para se engajar nela.

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Assim, podemos dizer que existem duas formas de lidar com a motivação:

  • A motivação café com leite (animação conjuntural)  – é uma motivação de butique. Ou seja, vai se produzir um conjunto de ações que vai deixar as pessoas animadas, mas não motivadas, pois aquele calor vai passar, as condições objetivas que levaram à pessoa a estar desmotivada irão continuar e tudo passa com o tempo, à espera de outra dose de motivação, prática comum nas organizações;
  • A motivação à vera (mudança estrutural)  – é uma motivação que visa modificação daquilo que leva a pessoa a estar desmotivada. Ou seja, vai se produzir um conjunto de ações que vai deixar as pessoas motivadas, pois se estará propondo MUDAR as condições objetivas que levaram à pessoa a estar desmotivada, inserindo-a dentro de um contexto histórico, dentro de um projeto de uma macro-tendência, em que há espaço para projetos mais significativos.

Um trabalho significativo se resume a você juntar três elementos:

  • – o seu Dharma –  o talento naquilo que você tem de diversidade;
  • – uma tendência real no mundo – que pode provocar mudanças, nas quais você pode se engajar;
  • – um trabalho ou um projeto empreendedor, do qual você pode se engajar unindo os dois itens acima.

É isso, que dizes?

Aula Conjunta 01 – 15/04/14 Presença ilustre de Sandro Barreto, Gerente de Marketing do Taxibeat, eis as fotos. 2014-04-15 19.05.19 2014-04-15 19.29.44 2014-04-15 19.27.33 2014-04-15 19.25.15 Depois, tivemos a apresentação do laboratório e o encontro das duas turmas básica e avançada, quando dúvidas foram tiradas. Segue o áudio completo: Complementei o texto escrevendo o seguinte post: “Qual é a saída para o Taxibeat?“. ——- 12/05/14 – Aula conjunta 03 – com duas Palestras:

  • Ponto Certo – o passageiro avalia o motorista, projeto da Universidade Corporativa da Fetranspor
  • Colab – plataforma de comunicação algorítmica colaborativa privada que está sendo implantada em algumas cidade, tal como Curitiba e Teresina.

Áudio completo:

Áudio de encerramento:

Estamos vivendo no macro-cenário a passagem de um modelo mental da Governança Oral-Escrita para a Digital.

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O filósofo que deu partida nisso foi Edgar Morin, o que faz parte das etapas da implantação da nova Governança da Espécie.

Se inicia com os novos Tecno-códigos e depois precisamos de um novo modelo mental para lidar com um nível de complexidade ainda maior do que antes.

Não acho que estamos agora vivendo a complexidade, mas uma taxa maior de complexidade, pois as ideias se descontrolaram, isso nos leva para um surto de inovação e isso exige um novo modelo mental mais sofisticado do que o anterior.

  • Ou seja, há mudanças que ocorrem independente de nós  no cérebro, alterando a plástica cerebral.
  • E há a necessidade consciente de criar um novo modelo mental que seja compatível com essa nova plástica.

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O que já está acontecendo é que começam a surgir mais e mais propostas para esse novo modelo com nomes diferentes, acredito que o Design Thinking e o Holonimic Thinking caminhem nessa direção.

  • O que gosto deles é que podemos tirar ideias de prática para ajudar na passagem do modelo mental das pessoas da organização para o novo modelo.
  • O que não gosto delas é a desconexão com ideias da filosofia, que vieram antes e não são citadas e a não compreensão do momento histórico. Ou seja, essa demanda surge por algum motivo. Ficam assim muitas vezes confundidas com modismos e não tendências inevitáveis.

É isso, que dizes?

 

 

 

É comum me perguntarem o que podemos esperar da implantação de Laboratórios de Inovação Disruptivos Digitais?

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Posso detalhar o seguinte:

Ganho intangível número 01: criação de novo modelo mental de pensamento, mais apto a lidar com a complexidade da Governança Digital. Isso é passado para os participantes, com mais ou menos aceitação, conforme cada perfil;

  • Ganho tangível número 01: surgimento de novas lideranças, já no novo modelo mental, que começam a liderar novos projetos na organização, um trabalho de identificação de lideranças para o novo modelo de Governança;
  • Ganho tangível número 02: a criação do próprio laboratório, um espaço dedicado a projetos de migração da atual Governança para a nova;
  • Ganho tangível número 03: projetos disruptivos do laboratório que apontam na direção da nova Governança e ajustes nos projetos incrementais para que se alinhem – da melhor forma possível – com a nova Governança;
  • Ganho tangível número 03: preparação a frente dos outros para a nova Governança, reduzindo o erro tanto no desenvolvimento de projetos disruptivos, como de projetos incrementais.

É isso, que dizes?

Qual a diferença enter o processamento de dados com ou sem algoritmos. ant-510x242

  • O processamento de dados sem algoritmos tem uma capacidade limitada de quantidade de dados e permite um número limitado de automatização das decisões.
  • O processamento de dados com algoritmos tem uma capacidade muito maior de quantidade de dados (com algoritmos cada vez mais robustos) e permite um número muito maior de automatização das decisões.

O uso de algoritmos para tomar decisões ou permitir tomar decisões não é muito novo.

O que é MUITO novo são os Algoritmos de Colaboração de Massa.

E isso é possível de ser feito quando cada vez mais as pessoas realizam suas ações na sociedade diante de telas digitais e podem mais e mais se expressar e denunciar o que os outros fazem.

Cada vez mais temos registros do que REALMENTE AS PESSOAS FAZEM, o que antes era impossível, pois não havia rastro.

Os algoritmos de colaboração de massa nos levam para um novo patamar civilizacional.

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Por quê?

Podemos dizer  que:

  • – o aumento radical das ações por telas;
  • – mais a capacidade de processar estas ações e transformar em decisões.

Nos tira de uma sombra.

Não sabíamos antes o que estamos sabendo agora.

Antes, a tomada de decisões era feita em muito mais  em termos de especulações do que de fatos acontecidos.

Uma editora de livro, por exemplo, lançava um livro de vários autores, mas não sabia quais dentro dele tinham mais lidos, comentados, rabiscados.

Isso agora é possível.

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As organizações podem ficar mais científicas e menos apostadora.

Essa relação de um ambiente de sombra – que podemos até chamar de trevas – para a possibilidade de visibilidade faz com que a sociedade com um todo se conheça mais.

E exija mais e rejeite aquilo que é feito sem o consentimento dela.

Há um amadurecimento coletivo similar com a chegada da Escrita manuscrita, que permitiu se registrar fatos, bem como, com a impressa, que potencializou os rastros sociais.

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Por fim, diria que essa redução da sombra, pois nunca é completa, é algo que visa reduzir a taxa de desperdício social, pois um mundo muito mais complexo com 7 bilhões de habitantes tem que apostar muito menos do que no passado.

É isso, que dizes?

Se vamos brincar de versões podemo separar três tipos de organizações:

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  • as 1.0 – que não usam algoritmos de colaboração de massa para fazer negócios;
  • as 2.0 – que usam algoritmos de colaboração de massa para fazer negócios;
  • as 3.0 – que usam os algoritmos de colaboração de massa para dividir os ganhos.

(Mais sobre Algoritmos de colaboração de massa, aqui.)

Note que é muito fácil identificar as duas primeiras e não é possível AINDA encontrar o modelo da terceira.

Por que acredito que será inapelável caminharmos na direção do terceiro modelo?

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Acredito que uma Governança da Espécie tem alguns elementos que devem ter harmonia entre si, são eles:

  • – Os tecno-códigos, que mudam e se sofisticam, conforme a Complexidade Demográfica;
  • – Que devem ser compatíveis com um modelo mental de ver a realidade hegemônico de aprender e disseminar ideias, tal como o método cartesiano que temos hoje;
  • – Que devem ser compatíveis com o modelo hegemônico de estruturar as organizações, vertical;
  • – Que deve ser compatível com o modelo hegemônico de se distribuir o valor gerado por elas, lucro compartido com os donos.

Hoje viemos o momento de Ante-projeto da nova Governança Digital com alguns autores propondo uma nova forma de pensar (principalmente Morin), temos organizações que estão já usando o novo Tecno-código, mas isso será incompatível com o modelo de distribuição dos valores fechado como é hoje.

Um exemplo claro é o Google, principalmente o Youtube ou os anúncios em blogs, sites, etc.

A venda de ações para o mercado financeiro trouxe para a organização, que podemos chamar de 2.0, o pensamento do lucro e da divisão do mesmo, das organizações 1.0. A imposição do dinheiro rápido e cada vez mais concentrado vai contra o que os milhares de canais do Youtube demandam descentralização de canais e de ganhos.

Coloca-se anúncios, mas não se paga, a não ser para aqueles que chegam a determinado patamar ou se paga muito pouco em relação ao que se deveria. Sobra dinheiro para compras estapafúrdias de startups, mas falta para regar uma nova indústria diversificada de produtores independentes.

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Assim, não se constrói um ambiente para produção de videos de forma sustentável, em que cada vez mais gente possa viver daquilo, mas procura-se competir, de certa forma, com a televisão, privilegiando os campeões de audiência.

A descentralização dos canais, que permite que todos publiquem, é incompatível com a descentralização dos lucros.

Isso vai gerando uma latência dos usuários, que precisam sobreviver daquilo sem perder a diversidade, e esperam um novo ambiente em que possam também ganhar.

Podemos dizer que vivemos hoje um momento de transição entre as duas Governanças e que já temos um meio termo, que são as organizações 2.0, mas que não será esse o modelo que vingará no futuro.

Temos empresas que usam os algoritmos para promover a colaboração de massa, mas por interesses da velha ordem que investe o capital nelas com uma visão ainda tradicional não querem usar a mesma tecnologia para dividir os ganhos.

Igual é no Facebook.

Prevejo que os novos Players que vão substituir essa geração 2.0 serão aqueles em que:

  • – se manterá sem dúvida a colaboração de massa, mas haverá uma transparência muito maior dos algoritmos, que serão feitos de forma muito mais co-criadas;
  • – e se usará os algoritmos para um compartilhamento muito mais generoso dos ganhos, já envolvendo um novo tipo de investidor muito mais pulverizado e que se envolva politicamente com o novo modelo.

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Essas organizações – e só estas – serão as 3.0 e comporão o que podemos chamar de modelo do pós-capitalismo, já que não sabemos direito que nome vamos dar a isso: quem sabe colaboracionismo de massa?

Que dizes?

O epicentro de uma nova Governança da Espécie é a capacidade que temos de criar uma nova maneira de pensar mais compatível com os novos Tecno-códigos que surgem.

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Muita gente joga pedra no método cartesiano, mas não percebe que ele foi um GRANDE SALTO diante da maneira de pensar da Idade Média.

A ideia básica, onde Bacon e Espinosa, tem um papel, é a tentativa de usar de forma mais metódica a razão. A razão só poderia ser ampliada se houvesse um novo modelo mental de pensamento, que é a base para uma nova Governança da Espécie que desponta.  

Houve uma rejeição ao modelo dogmático e sem nenhum método da Igreja.

Naquele momento, Descartes estava inaugurando uma forma mais metódica de pensar o mundo, que serviu de base para o salto da Ciência e por sua vez do pulo econômico, social e político que assistimos.

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Ou seja, primeiro tivemos o novo tecno-código, que sofisticou a circulação de ideias e depois a criação de um novo método de pensar para, só então, começarmos a desenvolver o novo projeto de Governança da Espécie.

Quando questionamos o método cartesiano, estávamos falando de algo que era compatível com um Tecno-código oral-impresso.

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Hoje, a produção e reprodução do conhecimento é modelada pelo método cartesiano, parte e todos. Qual a diferença básica:

  • Descartes – sistemas fechados, verticais, divididos, não coerentes.
  • Morin– sistemas abertos, horizontais, integrados e coerentes.

Por aí, que dizes?

(Ver mais as etapas da Governança, aqui.)

Tendo como base, a nova Governança Oral-Escrita Impressa,  implantada, a partir de 1450, posso criar a seguinte hipótese, como sempre preliminar, da chegada e implantação de uma nova.

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  • – Surgimento e massificação do Tecno-código;
  • – Ante-projeto – criação de uma nova maneira de pensar mais sofisticada (filosofia/epistemologia);
  • – Projetos – tentativas e erros de implantação de novo modelo;
  • – Ruptura em uma dada região, que estabelece novas leis, baseado no ante-projeto.

Aplicado isso a chegada da prensa, podemos dizer que:

  • A escrita impressa surge e se massifica a partir de 1450;
  • O ante-projeto começa com uma nova maneira de pensar, que podemos atribuir a Descartes com seu método, quebrando os dogmas da Igreja, baseado na emoção e não na razão;
  • Projetos – novas organizações econômicas, sociais e políticas embrionárias;
  • Ruptura – revoluções liberais do final do século XVIII.

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Perguntarão vocês: que fase estamos agora.

Diria que passamos pela chegada e massificação dos tecno-códigos.
E estamos na fase de ante-projeto, precisando de uma nova forma de pensar, um epicentro que vai envolver toda o modelo de pensamento da nova Governança.

Acredito que a Teoria da Complexidade de Edgar Morin cumpre o papel que Descartes teve lá atrás.

(Ver comparação entre Descartes e Morin, aqui.)

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Produz um novo modelo de pensar o mundo e seus processos já levando em conta os desafios que temos pela frente.

É isso, que dizes?

 

Não existe qualquer discussão cabível sem um sentido ético: para que e para quem se faz o que?

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Se não há um propósito objetivo, tudo se torna subjetivo e sem possibilidade de métrica, pois se não há um objetivo não se pode saber se ele foi alcançado!

O ser humano só pode ter um objetivo ético.

Você pode não concordar com o objetivo ético de fulano, mas pode saber se algo atingiu o que ele queria e saber se é igual ao seu e se o seu, dentro daquele contexto, atingiu aquela meta.

Quando introduzimos o que para quem, a coisa ganha um pé no chão.

Quando leio sobre ciência e suas diferentes vertentes pergunto: para o que e para quem?

Toda a discussão deve ser situada nesse patamar senão é um debate vazio, talvez interessante para encher o vazio de um papo de bar diante de umas cervejas, mas nada além disso.

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A ciência, sob este ponto de vista, não está, assim, a serviço nem do conhecimento e nem da verdade, que são ferramentas humanas para melhorar sua qualidade de vida.

A ciência foi criada para resolver problemas complexos da sociedade.

Não foi feita para criar conhecimento e produzir verdades, pois isso não resolve o problema de ninguém, apenas do prazer de descoberta dos cientistas voltados de costas para os problemas sociais.

Quando se defende que a ciência procura verdades e o conhecimento é o primeiro passo para começar o processo narcísico que ela adora se esconder, deixando os problemas da sociedade do lado de fora.

Você pode não concordar com essa visão ética da ciência, mas é um caminho que me joga para uma métrica.

O seu faz o mesmo?

Rejeito também

Não existe um curso que eu participe, que eu não crie um espaço a distância.

Uma aula participativa é algo que mexe muito com a cabeça de todo mundo.

E é preciso criar um espaço de conversa ao longo dos intervalos entre os encontros para que as reflexões possam ir sendo compartilhadas.

Além disso, tem todo o material das aulas, eu gravo todas, que precisa ser repassada para os alunos.

Assim, é preciso prever esse espaço.

Alguns alunos demanda mais ou menos nesse espaço, pois tem gente que se envolve mais, é mais crítico ou mais abalado pelo que é dito e precisa de mais atenção.

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Isso ocorre naturalmente e em alguns casos, quando se percebe que o grupo tem algum tipo de problema, o articulador pode usar este espaço para conversas em paralelo, estreitando os laços com todos ou com cada um, conforme demanda.

É fundamental pensar o ensino hoje como uma relação permanente dentro e fora da sala de aula e muitas vezes antes e depois do curso.

É isso,

que dizes?

A base de toda Governança é a confiança em quem tem o papel de liderar um dado processo, tomando decisões.

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Nosso problema atual é que as lideranças, em função da Ditadura Cognitiva, das últimas décadas nos levou a uma desconfiança das autoridades de plantão.

A autoridade não tem força de liderança, pois é autoridade, pela força conservadora do ambiente e não pela sua capacidade de renovação.

Isso faz com que sejamos “autoridadefóbicos”.

Note que a República veio ao mundo para questionar o poder dos Reis, justamente para fazer com que as lideranças sejam mais rotativas e representativas.

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O problema é que o ambiente foi ficando conhecido, viciado e, em paralelo, houve um salto demográfico, com que fez que aumentássemos a complexidade sem ampliar a  diversidade, criando tomadas de decisão cada vez de menor qualidade.

A nova Governança Digital, tenho dito isso aqui, vai se basear em um novo modelo. Sim, haverá liderança, mas será muito mais mutante, pois será regulada por duas novidades:

  • os cliques – que vão demonstrar, na prática, qual é a sua relevância;
  • a avaliação sobre os cliques – que vão balizar a sua representação.

Isso já vem sendo pratico nos canais mais horizontais de circulação de ideias, no Twitter, por exemplo, que a relação de:

  • – seguidos e seguidores;
  • – perfil da rede de seguidores;
  • – e repercussão do que é Twuittado, dá uma dimensão de que tipo de líder estamos falando, quando, onde, por que, para quem.

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A revolta que vivemos hoje contra os líderes é inócua, pois sempre haverá alguém que reunirá mais condições em um dado contexto para ser a referência e ajudar a tomar decisões.

O que não vai haver é a fantasia de que essa liderança serve para tudo, em todos os momentos, em todas as ocasiões.

É algo rotativo e deve ser sujeito ao vai-e-vem dos cliques.

Os cliques nas telas é que vão demonstrar, mediados por algoritmos, quem é quem.

É isso, que dizes?

Temos várias áreas de expressão no mundo.

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A arte visa expandir nossos sentidos, dar vazão à angústias que não se expressariam de outra maneira. Já, a Ciência, foi feita para analisar fenômenos e procurar apontar soluções para lidar com eles.

Assim, a Ciência só toca na vida, quando vira uma metodologia.

Até então, é algo etéreo, que não sabemos se é apenas viagem na maionese.

Marx, por exemplo, foi completo.

Fez a crítica ao capitalismo e, não satisfeito, desenvolveu a metodologia da Revolução Comunista, depois aprimorada por vários outros.

A revisão que se faz hoje do Marxismo é justamente, a partir da análise do resultado das metodologias implantadas, os países comunistas no século passado.

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Podemos rever a filosofia:

  • O ser humano que trabalha e é oprimido é bom por natureza e se chegar no poder sempre fará o bem para os demais?

A teoria:

  • O capitalismo é apenas um instrumento de dominação dos oprimidos, ou um ambiente – o melhor até agora – que nos permite sobreviver a diferentes crises, com todas as injustiças que isso provoca?

A metodologia:

  • As Revoluções são a melhor forma de promover mudanças? Não seriam elas provocadoras da chegada ao poder de líderes radicais e isolados, que acabam por desvirtuar os ideais que os levaram ao poder?

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Assim, quando discutimos novas teorias é fundamental, para sairmos de discussões infrutíferas, analisar as metodologias que defendem e a sua implantação para, aí sim, saber se é ou não uma viagem na maionese.

O ideal que estes testes sejam feitos em projetos-pilotos, pois se erra rápido e barato, conforme sugere o movimento da startup enxuta.

É isso, que dizes?

 

Num mundo de ideias controladas a memória fazia a diferença.

Diria até que a história da evolução das Tecnologias Cognitivas tem sido a de deixar mais e mais nossas mentes mais livres para criar do que para ficar lembrando.

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O valor estava em quem conseguia, em sala de aula, por exemplo, reproduzir o que leu nos livros.

A estabilidade social, advinda do controle da circulação de ideias, nos fez dedicar nosso esforço mental a assuntos e estes à memória.

Tinha valor quem sabia tudo sobre um dado tema, se possível, de memória.

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Num mundo de ideias descontroladas o processo se inverte.

A taxa de valor da memória cai.

Os assuntos vão ficando obsoletos, pois há uma forte demanda para lidar com cada vez mais novos, diferentes e mutantes problemas.

Há uma relação, assim, do Pêndulo Cognitivo, entre:

  • – Quanto mais controle de ideias, mais vamos nos dedicar a assuntos;
  • – Quanto mais descontrole de ideias, mais vamos nos dedicar a problemas.

E surge a demanda de outro tipo de pesquisador/professor e de tipo de inteligência: a do articulador.

(Quem desenvolve muito sobre isso é Edgar Morin, nas teorias e filosofia da complexidade.)

Sob esse ponto de vista, gera mais valor aquele que consegue articular diferentes assuntos para lidar com um dado problema.

A teoria aberta e a aula participativas, dentro do que vamos chamar de pensamento complexo, demandam por ele.

Seu mérito não é saber muito sobre algo, mas um tanto sobre várias coisas e, fundamentalmente, a capacidade de articulá-los na direção de um dado problema.

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Sim, há uma luta surda no campo do conhecimento entre o memorizador e o articulador.

O primeiro fez sucesso no mundo de ideias controladas e se vê em franca decadência na atual expansão cognitiva.

Há uma clara perda de poder e de, quando em vez, um embate.

É isso, que dizes?

Lembro de algumas críticas da banca na minha tese de doutorado.

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Teve muito de forma.

Uma pesquisa não pode ser bem avaliada, se não se foca no problema/sofrimento que ela procura minimizar.

A análise de um trabalho de pesquisa, assim, deve começar do final para o início.

Como o problema está sendo visto/atacado hoje? Qual a revisão proposta? E qual o possível potencial dessa abordagem?

Quanto maior for a contribuição nessa direção, maior será o valor do trabalho.

A análise deve ter este parâmetro e todos os detalhes da forma devem ser avaliados nesta direção.

É isso, que dizes?

Vivemos a taxa de ilusão possível.

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E, para isso, criamos uma narrativa pessoal, que nos justifica para nós mesmos.

Há vários fatores envolvidos para viabilizar essa taxa de ilusão: saúde, dinheiro, relacionamentos, trabalho, realizações, família, amigos.

Enquanto nada disso explode de forma radical, nossa narrativa não sofre abalo.

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Uma crise pessoal, no fundo, é quando nossa narrativa precisa ser refeita.

O que nos faz rever algum ponto para recriar a narrativa.

Cada um tem uma, conforme os contextos objetivos e subjetivos.

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Ninguém consegue, assim, copiar a narrativa de ninguém, por mais que tentemos.

É isso, que dizes?

De quando em vez, em uma aula participativa temos alunos mais críticos. Que querem participar mais. E isso pode atrapalhar um pouco a diversidade da turma. Como lidar com isso?

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Incentivo a postura crítica, mas há sempre uma taxa de pertinência e de impertinência para o prosseguimento mais harmônico da aula.

Tem alunos que têm uma carga de leitura e de criticidade maior E outros que são mais “virgens” em discussões intelectuais. Por tendência, os mais críticos passam a dominar a aula e isso pode gerar alguns problemas:

  • a) menos gente participando;
  • b) dedicação muito grande do articulador para um único aluno.

O importante nesse caso é tentar harmonizar.

Uma sugestão é aproveitar a parte “a distância” do curso (ver mais sobre isso aqui) para abrir um espaço de discussão com os mais críticos, estimulando um debate produtivo fora do espaço da aula para que haja, cada vez mais um afinamento.

Que ele entenda melhor as ideias que estão sendo propostas e aonde pode colaborar melhor com a discussão.

Esse tipo de aluno demanda uma atenção especial, pois precisam de mais argumentos para se sentirem mais seguros.

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Geralmente, vemos os seguintes problemas hoje em dia:

  • – Dificuldade de se expressar e argumentar, vergonha tóxica, muito comum;
  • – Dificuldade de ouvir os outros;
  • – Dificuldade de abstrair algo que está fora do cotidiano;
  • – Visão moralista do mundo: eu faço o que é esperado de mim e não aquilo que eu devo e quero fazer.

O articulador de aulas e teorias abertas da Governança Digital não quer o mesmo poder do professor da Governança Oral-Escrita. O foco é resolver o problema do lado de fora.

O objetivo é capacitar os alunos para que reproduzam a teoria aberta, não pela imposição, mas pelo diálogo e a força dos argumentos, que podem ter seus pontos falhos nas partes, mas que têm que fazer todo o sentido no todo, incluindo a metodologia proposta. E, só então, repensar as partes.

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O propósito, assim, de um articulador de aulas e teorias aberta não é exercer o poder sobre seus alunos, mas fazer com que eles ganhem poder para resolver problemas que estão lá fora.

Não é uma retenção, mas uma distribuição de poder.

Se todos abraçam o mesmo propósito ajuda muito o processo, pois se quer melhorar o todo para agir melhor, aperfeiçoando as partes.

Dar mais atenção a quem precisa de mais atenção, é algo que deve ser feito para que o processo ocorra de formas mais harmônica.

É isso, que dizes?

Toda crise vem de uma ilusão.

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Havia uma força que ia nos causar desconforto ou sofrimento que sub-avaliávamos.

A primeira fase é entender a força. Teorizar sobre ela. Há uma revisão a ser feita, pois há uma força nova nos empurrando para baixo.

A segunda, traçar um plano de ação, que implica:

  • Se afastar, se possível;
  • Procurar alterá-la;
  • Ou conviver com ela.

O problema principal é que temos a tendência a levar tudo para o lado pessoal.

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As forças do mundo não foram criadas para nos perseguir.

Elas existem, independente de nós, apenas cruzamos com elas.

Não se trata de como gostaríamos que elas fossem, mas apenas de nos render a compreendê-las.

Reduzir nossa taxa de ilusão para poder lidar melhor com ela.

Assim, nunca somos iludidos por algo ou alguém, mas somos nós que nos deixamos iludir.

É isso, que dizes?

No diálogo, a taxa do ego baixa, no bate-boca, ela sobe!

Viver o diálogo é algo que exige bastante.

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Quando abrimos para que todos possam conversar – e isso é o que estamos vivendo agora com a Internet – precisamos ter boa vontade.

Isso envolve duas coisas:

  • – escolher com quem vai dialogar;
  • – e  o interlocutor praticar a boa vontade que é (entender o ponto de vista antes de argumentar contra ou a favor.)

Se você não quer entender o ponto de vista de alguém, simplesmente não se manifeste, não concorda totalmente, mas não quer discutir, ignore.

Muitas vezes não há o esforço de compreender o ponto de vista e o outro lado já está discordando. 

O discordar deve passar por:

  • Ouviu ->
  • Perguntou em caso de dúvida ->
  • Entendeu o ponto de vista ->
  • Refletiu sobre ele ->
  • Questionou.

Normalmente, quem tem má vontade salta direto do Ouviu para o Questionou, sem perguntar ou se dar o tempo de entender e refletir.

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Dialogar é um jogo que você é convidado para participar. A aceitação implica em regras, que se você não tiver disposto a seguir, é melhor recusar o convite.

O problema é que as pessoas querem discordar, sem entender.

Querem opinar sem se aprofundar.

Esta incapacidade de diálogo é fruto do fim de uma Ditadura Cognitiva que ficamos décadas sem conversar.

Você só deve se dedicar a diálogos quando sente que será ouvido e está disposto a ouvir.

Se isso não procede, você deve abortar a conversa, pois se não há a boa vontade – condição fundamental para o diálogo – não é conversa é outra coisa, tal como bate-papo de surdos (um finge que escuta o outro), ou bate-boca (ambos se xingando).

Um diálogo pede confiança de que ambos estão com vontade de evoluir seu pensamento e conversar e isso implica seguir a regra que vou repetir: ouvir, checar se houve entendimento, refletir e, só então, discordar, se for o caso.

Se você não confia na qualidade do diálogo deve abortar a conversa.

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#Fato: não se pode conversar com todo mundo, isso é algo que eu aprendi ao longo de vários anos. É preciso selecionar aqueles que querem trocar e avançar, os outros, passe batido, pois vai sobrar mais tempo para dialogar com quem está disposto.

É isso, que dizes?

A definição mais corrente de professor é daquele que ensina.

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Quem ensina, ensina alguma coisa para alguém.

O professor, assim, tradicional é aquele que sabe algo e vai repassar o que sabe para a sua turma.

O professor, no modelo clássico, é alguém que tem um conteúdo a ser repassado.

A grande guinada que estamos passando de uma Governança Oral-Escrita para a Digital é a mudança de um aprendizado baseado no Tecno-código Oral-Escrito, o centro da sala de aula hoje, para um Tecno-código digital,baseado na colaboração, regulada por algoritmos.

O grande objetivo é conseguir lidar com um mundo muito mais complexo de forma mais diversa.

E isso implica em uma mudança de 180 graus no papel do professor.

O professor  tem que passar do ensino de sistemas fechados (assuntos) para sistemas abertos (problemas), de um material didático impresso feito de maneira vertical para um baseado no digital de forma horizontal.

Por quê?

As ideias são trocadas em muito mais velocidade e isso faz com que tenhamos um problema da passagem de um Conhecimento mais sólido para um mais líquido, mutante.

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Assim, o que precisa ser repassado para o aluno, a se manter o sistema atual, sempre chega desatualizado.

O ensino em sistemas fechados é todo baseado em assuntos e disciplinas muito bem estruturadas, que foi a forma mais fácil, cartesiana, que tivemos para aprender e ensinar, que reflete o ambiente cognitivo escrito: alguém produz algo, empacota em um material impresso e manda para alguém.

Note que a escola e todo seu material didático é escrita.

Vivemos hoje sob a égide da escola escrita, que é muito lenta na atualização do seu conteúdo pela própria natureza da tecnologia impressa de transmissão de conhecimento.

O novo professor é um articulador de saberes direcionado a problemas.

Ele tem mais tempo de discussão sobre um dado problema e vai tentar problematizar questões para ajudar os alunos a ter mais capacidade para resolvê-los.

Não vem para a sala de aula com verdades, mas com conceitos abertos para debate e amadurecimento conjunto.

É isso, que dizes?

Ser ético é procurar uma causa no mundo em que você se envolve em determinados movimentos para melhorar a vida dos seres vivos hoje e amanhã.

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É algo pró-ativo que não esperam de você.

É aquilo que você quer fazer e não aquilo que você deve fazer, que é um preceito moral e não ético.

Assim, ser ético é lutar contra algum tipo de sofrimento de alguma coisa sobre a outra.

E quando se procura ser ético alguma coisa vai ser mudada no mundo.

O que nos leva necessariamente a talvez mexer com alguns interesses ou doenças emocionais estabelecidas.

Quando se fala em mudar, se fala em ação e quando se fala em ação se fala em política, com P maiúsculo.

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Ser ético é assumir a sua diversidade no mundo e isso é algo político.

Quem não quer se envolver em política não pode ser ético e vice-versa.

É isso, que dizes?

Confesso que esta questão demorou para se resolver.

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A questão de Deus é uma falsa questão.

Não importa muito se você diz que acredita nele, ou não.

Pois isso, em termos práticos, não muda absolutamente nada.

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O que importa para ateus e quem acredita, a meu ver, são algumas questões importantes:

  •  Ética – você direciona a sua vida para um princípio maior que leve em conta o outro e as gerações futuras?
  • Saúde mental e afetiva – consegue perceber que você não é o dono da terra e que há 7 bilhões, pelo menos, de outras galáxias no universo?
  • Epistemológica – que independente da sua fé ou não fé, a vida tem regras e que você não é o dono da verdade e a melhor forma de conhecê-la (sempre parcialmente)  é dialogando, de forma aberta, com as outras pessoas?

Se estes três pontos estão bem resolvidos, pouco importa se Deus existe, ou não, ateus e não ateus podem dialogar facilmente.

Concordas?

Que dizes?

 

Procuro sempre fugir de uma pergunta nos debates: quando começaremos a vivenciar mudanças radicais na política, a partir da atual Revolução Cognitiva.

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Acredito que minha dose de previsão de que estamos diante de uma INEVITÁVEL nova Governança da Espécie já é o suficiente provocativa, pois cria um certo determinismo de futuro.

Sim, acredito que há esse determinismo, pois somos uma Tecno-espécie condicionada pelo tamanho dos membros e pelos Ambientes Cognitivos mutantes.

Cheguei a isso por dedução, a partir de vários autores que apontam essa guinada.

O problema agora é saber em termos micros e tentar ser mais precisos para prever as curvas, o tempo de cada uma.

Note que temos dois fatores fundamentais, que apontam claramente que o tempo que demorou a última guinada parecida, que chamo de Revolta Cognitiva, a prensa, foi algo bem mais longo.

Detalhemos.

Podemos dizer que há o seguinte ciclo:

  • – População aumenta;
  • – Há um movimento renascentista para construir os novos modelos de pensamento e ação;
  • – Experimenta-se o novo modelo;
  • – Acontecem movimentos sociais para implantá-lo.

Esta é a análise que podemos fazer do ciclo Prensa-Revoluções Liberais do século XVII e XVIII (Revoluções Inglesa, Americana e Francesa).

Da chegada da prensa à Revolução Francesa tivemos 350 anos em um mundo com 1 bilhão de habitantes, a partir de 1800.

Nosso marco zero qual seria?

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Diria que é a chegada do computador, nosso cérebro paralelo, a partir de 1940 até o momento, onde já se passaram quase 80 anos.

Não tenho todos os dados precisos, mas temos:

  • O mundo de hoje é muito mais conectado do que era aquele;
  • A tecnologia se expande muito mais rapidamente.
  • O salto populacional foi muito mais radical.

Diferente do que vivemos da chegada da prensa para o papel manuscrito, mantivemos naquele momento uma mesma Governança da Espécie, dando um upgrade incremental.

Hoje, a passagem da Governança Oral-Escrita para a Digital não é incremental, mais sim radical.

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Isso é algo que acelera ou aumenta o tempo?

Podemos afirmar, com certeza, que será um tempo bem menor do que 350 anos.

É isso, que dizes?

Estava sem sala de aula e um aluno procurava analisar os fatos, a partir do que ele gostaria que fossem e não do que poderiam ser.

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Essa vontade que temos que as coisas fossem como gostaríamos faz parte do estudo da vida.

Não existe pesquisador/pessoa que não tenha que lidar com isso.

O cara que viaja na maionese é justamente aquele que não consegue ver fatos que apontam em outra direção daquilo que ele gostaria que as coisas fossem.

A vida, entretanto, não se preocupa muito com o que gostaríamos, a vida tem as suas regras e, de quando em vez, bate à nossa porta para mostrar que ela está lá.

Como disse aqui, teorias são sentimentos amadurecidos.

E para que eles possam amadurecer, é fundamental que conversemos com os outros, com muita gente, com diferentes perfis, pois podemos ouvindo perceber quando algo não faz muito sentido.

Muitas vezes me pergunto se esse cenário otimista, que vejo pela frente com a Revolução Cognitiva faz parte do que eu gostaria ou do que vai ser?

Refaço os cálculos e acredito um pouco nas duas coisas.

Eu gostaria que fosse, mas também há indícios nessa direção.

Passa a ser uma visão parcial sobre algo em que você acredita. O empreendedorismo é isso. E acho que teorizar é um pouco empreender.

Ou seja, você teoriza e procura construir algo na sociedade, mas quando se expõe a conversas, seja na Internet ou em sala de aula, espera que os interlocutores, apontem possíveis falhas.

Assim, o melhor antídoto contra a viagem na maionese é a contínua conversa, pois se algo está muito discrepante com os fatos e sem lógica os outros vão te apontar.

O que não se pode é deixar de escutar as pessoas. Como sugeria Freud, a solidão é a mãe da loucura.

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Teorizar é estar atento a esse tipo de coisas.

Não somos aliens que estudam fenômenos, mas pessoas.

O que faz a diferença, a meu ver, é abrir sempre a memória de cálculo e submeter os dados ao debate, o que torna a possibilidade do aumento da taxa da “viagem na maionese” mais difícil.

É isso, que dizes?

 

Discuti um pouco aqui, como é a relação da complexidade com a diversidade e o papel do Pêndulo Cognitivo nesse processo.

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Quando temos Contração Cognitiva, a diversidade é reduzida, gerando crises.

A diversidade é a possibilidade que temos de mais gente opinar, de forma sustentável, para tomada de decisões.

(Quando falo sustentável entenda-se: com um custo/benefício que permita que as decisões aconteçam a tempo e com qualidade.)

O problema é que há dois movimentos explosivos, que nos levam à crises da espécie:

  • – um é o aumento demográfico, que traz novas diversidades e mais complexidade;
  • – do outro é a nossa capacidade tecno-cognitiva de poder, de forma sustentável, lidar com a complexidade, permitindo diversidade.

O problema é que quando aumentamos o número de membros da espécie humana para tomada de decisão temos um problema de tempo para decidir.

Quanto mais diversidade, mais difícil é tomar uma decisão.

E a coisa começa a ficar insustentável, pois esbarra num problema de tempo x decisão.

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Como resolvemos?

Vamos criando modelos para, não tendo outra alternativa, reduzir a diversidade para que consigamos resolver os problemas em tempo hábil.

Com o tempo, vamos massacrando, sem alternativa, a diversidade em nome da praticidade.

Quanto mais aumentamos a demografia, mais complexidade temos e mais precisamos sufocar a diversidade para nos mantermos decidindo, pois o modelo da Governança da Espécie foi criado para um tamanho da espécie muito menos diversa.

Essa é a base do impasse que temos hoje com a atual Governança Oral-Escrita.

A nossa capacidade de decidir conversando/lendo chegou ao limite, o que faz com que tenhamos que sufocar a diversidade, ou então não se toma decisões em tempo hábil.

É um impasse tecno-cognitivo.

Claro que há brechas, mas, no geral, é preciso optar nessa direção.

Os novos Tecno-códigos Digitais procuram resolver esse problema.

Como?

Criam um modelo de decisão em que superam os limites da palavra oral e escrita, através dos rastros digitais (cliques/avaliações), como se fôssemos agora um formigueiro.

As formigas não tomam decisão conversando, mais deixando rastros para que as outras possam rapidamente decidir.

O clique diante das telas vai dando pistas do que as pessoas estão REALMENTE fazendo e do seu perfil, além da publicação de avaliações do uso de tudo que está sendo clicado.

Ou seja, o modelo da nova Governança é aquele que permite decidir com mais diversidade, sem perder sustentabilidade diante da complexidade. 

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O problema maior que temos hoje é educacional.

A diversidade massacrada educou as pessoas para um mundo em que tinham que engolir as suas diferenças.

Somos despreparados para viver uma taxa de diversidade maior.

E talvez seja esse o grande papel da educação deste novo século: preparar o ser humano para exercer uma taxa de diversidade que era vista com um problema, mas que agora é a nossa grande solução.

É isso, que dizes?

O Kanitz faz muito tempo escreveu um texto relevante sobre o problema do Brasil e sua bandeira.

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Disse ele que não haverá progresso se antes pensarmos na ordem.

Que para ter progresso é preciso ter desordem para depois ter ordem.

Isso se torna fundamental na inovação, pois a inovação é basicamente desordenar o que existe para depois ordenar e não o contrário.

Organizações que estabelecem regras muito rígidas, se tornam mais duras e precisam de um ambiente lá fora também duro e com regras rígidas.

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O problemas é que a rigidez do mundo está cada vez mais líquida.

Portanto, a ideia de inverter a bandeira em nome de um país inovador, nos levaria a.

Inovação, Progresso, Ordem, Inovação….

Que dizes?

Tive outro dia um debate com um aluno que questionou a minha alegoria.

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Disse eu que o ser humano um dia em uma caverna olhando para os lados viu que não ia competir com os outros animais e resolveu apostar nos eu cérebro e na sua capacidade de inventar ferramentas para sobreviver.

Obviamente, que a coisa não foi bem assim, mas intuitivamente alguém ao longo de milênios foi mais e mais apostando nessa alternativa.

O ser humano é a única tecno-espécie do planeta, que consegue recriar continuamente a natureza, a partir de sua capacidade cerebral.

Pensando sobre isso me lembrei do Gênesis da Bíblia que lembra justamente isso.

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Adão e Eva tinham tudo no Éden. Podiam comer de tudo, mas menos da árvore do conhecimento. Quando a comem, correm para criar aventais.

Vejam:

  • Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
  • Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

Gênesis 3:7 – Ver mais aqui.

Note que é marcante na encruzilhada do humano e dos outros animais em um texto tão antigo a sua opção pelo conhecimento, que vem agregado – ao refletir – a sua percepção de morte.

O que interpreto do texto é que “Deus” não disse que o ser humano não ia morrer comendo do fruto da árvore do conhecimento, mas que ia passar a saber que ia morrer, a partir dali.

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O interessante que, ao comer da árvore do conhecimento, o primeiro ato foi o de criar um avental, uma roupa, uma tecnologia, que pudesse lhe dar condições de viver fora do paraíso.

Ou seja, ir além dos limites que tinha, se não usasse tecnologias que pudesse expandir seu mundo.

Assim, a humanidade para ser uma espécie sobrevivente teve que em alguma encruzilhada da história:

  • – apostar no cérebro;
  • – apostar que o cérebro ia ser capaz de resolver problemas, via tecnologia;
  • – e teve como contra-peso a percepção de que ia morrer, criando uma espécie mais dinâmica e versátil e a única com crises existenciais diante da morte.

É isso, que dizes?

O ser humano é uma espécie única, pois resolveu apostar tudo no cérebro para ser competitivo.

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Quem aposta no cérebro resolve, ao invés de mudar seu corpo na evolução, criar tecnologias, órteses, para complementar o que o seu corpo não pode fazer.

Para que isso seja/fosse possível, é preciso criar Tecno-códigos, que representem o que o nosso cérebro quer criar.

Assim, a espécie resolveu lidar com o aumento da complexidade, através do contínuo aperfeiçoamento de seus Tecno-códigos, que foram mais e mais capazes de desenvolver órteses cada vez mais sofisticadas.

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A base dos Tecno-códigos são os símbolos, que começaram de forma bem primária, representando iguais – o desenho de uma casa era uma casa. E uma duas unidades eram duas pedras.

Com a necessidade de acelerar a comunicação e os cálculos, passamos a usar letras e números, que foi uma evolução lenta dos Tecno-códigos ao longo do tempo.

A história nos mostra – apesar de muita gente ainda querer ignorar isso – que todos os nossos avanços em direção a lidar melhor com mais complexidade, foram precedidos pela melhoria nos Tecno-códigos, que nos tornaram mais e mais flexíveis e poderosos.

Sem os números e as letras não poderíamos chegar nem de longe a 7 bilhões de habitantes.

Como nos ensina Lévy, a espécie passou por três eras diferentes:

  • a Oral – com tudo sendo repassado de boca;
  • a Escrita – com tudo sendo repassado por letras e números;
  • a Digital – quando conseguimos criar um cérebro paralelo, que pudesse transmitir códigos de formas mas dinâmica e calcular por nós, inaugurando o processamento de processos cognitivos.

O mundo digital, baseado nos dígitos, números, nos potencializou e nos permitiu lidar melhor com a complexidade, criando a automatização de processos cognitivos. Aonde precisa de um ser humano para tomar decisões, colocamos computadores.

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Criamos, um cérebro paralelo e através de linguagens de computador, pudemos determinar como eles deveriam trabalhar para resolver problemas complexos em uma velocidade e precisão muito maior do que somos capazes sozinhos.

A chegada do computador de grande porte, assim, a partir de 1940, inaugura uma nova Era da Espécie em que passamos a contar com um cérebro paralelo, que foi sendo mais sendo utilizado para a tomada de decisões.

Imaginar organizações sem computadores como suporte é algo impensável, desde o meio do século passado!!!

Nesse processo, tivemos algumas etapas relevantes da nova Era Digital:

  • 1940 – chegada dos computadores de grande porte;
  • 1980 – popularização dos microcomputadores;
  • 1990 – popularização da Internet;
  • 2004 – popularização dos canais horizontais de circulação de ideias na Internet, a partir da banda larga, que reduziu o custo de acesso.

A partir de 2004, houve algo fundamental.

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A chegada da banda larga que permitiu que houvesse uma redução muito grande de custo do uso e os canais horizontais de circulação de ideias passaram a ser utilizados em larga escala.

Isso permitiu, como a chegada da prensa em 1450, uma descentralização de ideias e um aumento radical da taxa de transparência da sociedade.

As decisões tomadas pelas organizações começaram a ser vistas e questionadas por cada vez mais gente, gerando uma primeira crise no modelo de Governança, pois dizia-se algo (e circulava determinadas ideias em canais mais verticais e fechados) e começou-se a ver-se o que se fazia (pelo que circulava de ideias em canais mais horizontais e abertos).

As redes sociais, na mesma direção, criaram um maior adensamento e capacidade de troca e articulação horizontais, quebrando uma hegemonia vertical, fortemente marcada pelos meios de comunicação de massa, fortemente dominado pelas organizações de plantão e seus interesses.

Assim, podemos dizer que o primeiro forte impacto da chegada da Internet nas organizações foi o aumento radical de transparência da sociedade e de capacidade de articulação entre as pessoas, que antes não tinham tanta facilidade de se relacionar.

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Por outro lado, dentro da mesma avalanche, mais e mais as ações que eram feitas fora das telas, passaram a ser feitas dentro dela. E, com isso, mais e mais ações de nossas vidas passaram a ser feitas, através de cliques, o que foi cada vez mais deixando rastros involuntários, do simples clicar, e voluntários, de qualificação do que clicavam ou acessavam, como estrelas, curtir, etc.

Houve, assim, com a chegada do Digital, desde 1940, um gradual aumento de rastros de ações humanas, que foram sendo deixados nos bancos de dados, o que antes eram “irregistráveis”, pois não eram feitos, via telas.

Eu lia um livro, mas ninguém sabia quem havia comprado, em que tempo li, o que marquei, o que gostei, em qual página fiquei mais tempo, por exemplo.

No digital e depois na Internet, mais e mais o ser humano passou a deixar um rastro de suas ações, barateando em muito o custo de se saber o que se REALMENTE FAZ  e não o que se diz que faz.

A grande sacada do Google, estrela maior dessa nova era foi justamente perceber o valor desses rastros.

A empresa mais valiosa do novo século apostou que era possível, com algoritmos diversos, extrair valor dessa mina humana para resolver um grave problema de espécie: lidar de forma sustentável economicamente com a complexidade demográfica que temos hoje, sem abrir mão da diversidade, ver mais aqui.

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Assim, começaram a desenvolver novas linguagens de computador, fortemente algorítmicas,  que passaram a trabalhar sobre estes bancos de dados para criar relevância, fazendo destes rastros (ações concretas das pessoas) – que estavam relegados e segundo plano – um novo gerador de valor.

A lógica é simples.

  • – Passamos com a Internet a fazer cada vez mais ações diante de telas digitais;
  • – Estas ações geram rastros voluntário e involuntários;
  • – Estes rastros permitem que eu possa, criando algoritmos trabalhar melhor a diversidade para resolver problemas cada vez mais complexos.

As buscas do Google são o exemplo mais claro que é possível, com os novos Tecno-códigos, harmonizar diversidade com complexidade, sem perder velocidade e, ao mesmo tempo, manter uma relação sustentável de custo/benefício.

O Google inaugura o exemplo do que será a nova Governança da Espécie Digital para o próximo século: tomada de decisões cada vez mais baseadas em algoritmos sobre ações voluntárias e involuntárias das pessoas.

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Diferente do passado, quando era preciso conversar com as pessoas para saber o que elas desejavam e queriam, agora basta dar a elas telas digitais para que façam as suas ações e, sobre elas, criar algoritmos, que possam extrair informações para que as decisões a serem tomadas mais precisas do que são hoje.

Ou seja, nas suas ações ao clicar a pessoa já diz o que quer, facilitando a vida de quem precisa decidir.

O clicar já mostra a sua tendência como nos demonstra a Amazon, na tentativa de oferecer livros mais próximos do que somos, não por que nos perguntaram, mas por que foram aprendendo com nossas ações diante das telas o que de fato, gostamos.

Além disso, é preciso que se dê instrumentos de qualificação dos cliques para que aquilo que os algoritmos não podem fazer. Pode-se se saber que eu peguei um táxi, mas não o que achei de um dado motorista.

O modelo Google de gerar valor, via rastros voluntários ou involuntários, moldou todos os outros projetos das organizações nativas, como o TaxiBeat, Estante Virtual, Mercado Livre, Booking, AirBnb. Amazon.

Nestas Plataformas Digitais Colaborativas se registra e se torna pública as ações de todos diante das telas e se pede a qualificação de cada clique, criando um ambiente muito mais dinâmico para a tomada de decisões, baseado em ações concretas.

Assim, muito mais preciso e a baixo custo.

Que é o modelo das formigas, por exemplo, com seus feromônios, como detalhei no meu último livro impresso.  O que defendo é que estamos simulando um modelo de formigueiro artificial para lidar com a nova complexidade demográfica.

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Tal nova possibilidade é algo que altera fortemente a tomada de decisões e traz a Era Digital para a sua segunda fase.

  • A primeira mais incremental – quando conseguiu melhorar e aperfeiçoar a Governança passada, sem mudar de forma radical o modelo de tomada de decisões;
  • A segunda mais disruptiva – quando consegue criar um novo modelo de tomada de decisões, que possibilita a criação de uma nova Governança.

Assim, as organizações que querem se alinhar com o futuro precisam urgentemente perceber o novo uso do Digital e que o novo valor não é mais o modelo de tomada de decisões que tínhamos, mas uma nova a partir das novas possibilidades do Tecno-ambiente, no qual os cidadãos agem cada vez mais regulados por telas.

O que há de novo é, portanto com a chegada da Era Digital:

  • – Aumento radical da taxa de transparência;
  • – Aumento radical de ações da sociedade diante de uma tela;
  • – Aumento radical de geração de dados das ações da sociedade dante de telas;
  • – Possibilidade de qualificação destas ações;
  • – Novos Tecno-códigos que permitem usar os rastros (voluntários e involuntários) destas ações para tomada rápida de decisões, gerando novos modelos de negócio;
  • A partir disso, a formatação inicial de uma nova Governança da Espécie mais dinâmica para lidar com a nova complexidade demográfica.

É isso, que dizes?

Digamos que o principal problema que temos hoje no mundo é uma dificuldade de lidar com a nova complexidade de 7 bilhões de pessoas, que se materializaram em menos de 200 anos. A atual Governança, com os Tecno-códigos que temos hoje é incapaz de tomar decisões de alta qualidade, o que nos leva a profunda crise que estamos envolvidos.

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Um ser humano que nasce é um ser único, que traz ao planeta novas demandas, aumentando a diversidades de ideias, opiniões, temperamentos, níveis sociais, culturas, etc.

Tal diversidade precisa ser incorporada pela sociedade para que possamos ir atendendo a estas demandas, tanto as comuns a todos (sobrevivência) como as particulares (idiossincrasias).

O agente regulador entre a Complexidade Demográfica e a diversidade é a Governança da Espécie.

A Governança é o complexo aparato que nos leva a tomar decisões.

O epicentro da Governança são os Tecno-códigos, que nos permitem ter ampliar mais ou menos a capacidade de incorporar mais ou menos gente nas decisões, ou seja, incorporando à diversidade.

O que ocorreu nas últimas décadas foi um movimento invertido, como vemos na figura abaixo:

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Enquanto a complexidade foi aumentando com a chegada de cada vez mais gente nossa capacidade  de lidar com a nova diversidade foi sendo reduzida, pois a Governança Oral-Escrita tem limites claros para lidar com um certo nível de complexidade.

Muitos querem atribuir o fenômeno da crise atual a vários fatores sociais, políticos e econômicos, sim existem no que podemos chamar de micro-história.

Mas eu diria que mesmo que tenha havido esforços em ampliar ou de reduzir a qualidade da Governança ela sempre iria, como está, a esbarrar nas paredes e limites das Tecnologias Cognitivas Orais e Escritas, no que podemos chamar de macro-história.

A fala e a escrita têm uma capacidade limitada para lidar com um determinada quantidade de complexidade, moldando um modelo de Governança. Quando aumentamos radicalmente o número de habitantes, precisamos criar uma nova Governança que possa administrar a complexidade, respeitando a nova diversidade e não inibindo-a.

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A partir de um determinado nível de complexidade, isso se torna impossível para uma dada Governança, gerando uma crise da espécie, que podemos diagnosticar da seguinte maneira.

Aumenta a população, cresce a complexidade, mas a Governança da Espécie de plantão não consegue incorporar o novo patamar de diversidade e, para que continue a se manter viva, ela opta pelo caminho da compressão da diversidade, procurando homogenizar os humanos para ser manter sustentável.

Assim, uma crise de Governança da Espécie, motivada por barreiras tecnológicas, nos leva a reprimir a diversidade para que possamos lidar com a complexidade.

O problema é que as decisões mais e mais vão sendo tomadas cada vez mais por menos, gerando uma latência cada vez maior, pois há uma violência subjetiva, pois a taxa de alinhamento de cada um ao mundo e completamente desproporcional a do mundo a cada cidadão.

A Governança entra em processo de obsolescência e vamos tomando mais e mais decisões de baixa qualidade, aumentando a complexidade, sem ferramentas para que a diversidade seja atendida.

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A chegada de um novo aparato de Tecno-Códigos visa justamente lidar com essa crise, criando a possibilidade de, através das novas ferramentas, incorporar a diversidade para criar uma nova Governança da Espécie, que seja capaz de melhorar a qualidade das decisões.

A implantação da nova Governança Digital tem essa missão: ser capaz de lidar com a nova complexidade demográfica, aumentando a participação da diversidade na tomada de decisões.

É isso, que dizes?

Ver mais sobre isso neste post -> A diversidade massacrada

 

A maior dificuldade para traçar uma estratégia profissional é saber o que queremos.

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Pode parecer estranho, mas somos muito mais Zega Pagodinhos (deixa a vida me levar) do que gostaríamos.

Ou seja, enquanto as coisas vão nos levando, vamos bem, mas quando temos que parar para pensar e planejar, colocamos um novo problema.

Se eu vou traçar estratégia, exatamente para onde vou?

Comecei uma experiência nova de coaching, com dois alunos queridos de longa data e sugeri um exercício que fiz há um tempo atrás, com resultado.

Você está no seu enterro e faz uma revisão da sua vida.

O que gostaria de fazer, se pudesse voltar à vida?

Nessa repostas, acredito que podemos começar o trabalho de desenvolver a estratégia.

O que você diria?

Volto depois.

 

Se me perguntarem que teoria escolheria para ser a vedete do século XXI, cravaria: a da complexidade.

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É uma teoria fim, como detalhei aqui, fortemente baseada em um problema: como lidar com fenômenos complexos.

A Ciência, desde seu nascimento, foi criada para resolver problemas que o ser humano não-científico não tinha capacidade de solucionar.

São problemas que exigem um tempo de reflexão maior, uma dedicação e um método de abordagem, muitas vezes um laboratório, um tanto mais sistemático (muitas vezes compulsivo e neurótico) em cima de um dado problema.

Uma teoria, portanto, visa criar um questionamento dos sentimentos e intuições e substituindo-os por conceitos que precisam ser encadeados para se procurar lógicas que não são vistas pelas primeiras percepções.

Conceitos permitem criar um óculos (entre nós e o ambiente) para evitar que as percepções mais passageiras nos traiam.

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No fundo, quando falamos da teoria da complexidade estamos inaugurando um novo tempo da Ciência, que marca o fim da Era Descartes, e o cartesianismo.

Antes era separar para entender, agora é entender integrando.

Até esse momento, o cartesianismo foi que conseguimos de mais complexo, feito para combater o emocionalismo e dogmatismo da Idade Média, que nos impedia de enxergar melhor.

Tal mudança, como disse aqui, se deve da necessidade de lidar com a Complexidade Demográfica que passou a se expressar fortemente, a partir da Revolução Cognitiva, que explodiu os Canais de Circulação de Ideias mais Horizontais, nos tirando do obscurantismo da Idade Mídia.

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A Teoria da Complexidade, no fundo, não é uma teoria, mas uma filosofia, uma forma de ver o mundo, a base filosófico da Ciência do novo Século, como apontou Morin, assim como foi o Método de Descartes na sua época.

Diria que é se trata da Filosofia da Complexidade, que é a base do que chamo de Conhecimento Líquido. Uma forma de ver a sociedade, através de sistemas abertos, mutantes e interativos, voltada para problemas cada vez mais complexos. A única maneira de lidar com a nova Governança da Espécie.

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É uma revisão ética e epistemológica nos conceitos do velho (e genial) Descartes, que não merece pedras, pois nos trouxe, com méritos, até aqui.

É isso, que dizes?

Teorizar é amadurecer sentimentos, criando um conjunto de conceitos encadeados, que constrói uma narrativa que procura explicar as forças de determinado fenômeno e como se comportam em diferentes contextos.

O ser humano tem contato com o ambiente e isso provoca emoções e intuições.  Digamos que essa relação com o ambiente provoca primeiras impressões.

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Quando refletimos sobre estas percepções estamos amadurecendo e nos conhecendo melhor.

Teorias, assim, não é uma ferramenta da razão versus a emoção, mas um trabalho de reflexão sobre as percepções preliminares, onde as primeiras emoções e intuições são amadurecidas.

Uma boa teoria é aquela que passou por um longo período de intuições, emoções e foi separando traços que se repetiam para reduzir a taxa de ilusão que as percepções nos pregam.

Assim, teorizar é amadurecer sentimentos, criando um conjunto de conceitos encadeados, que constrói uma narrativa que procura explicar as forças de determinado fenômeno e como se comportam em diferentes contextos.

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Quanto mais essas metodologias teóricas avançam, menos estaremos sujeitos às primeiras impressões, sendo, portanto, mais eficaz.

É isso, que dizes?

 

O ser humano tem problemas.
E procura ferramentas para resolvê-los.

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Os problemas são nossos objetivos e os meios como vamos resolvê-los.

Assim, como todos sabem, a Ciência foi criada para nos ajudar a resolver problemas mais complexos.

E ela vive movimentos, conforme o Pêndulo Cognitivo, ora em Expansão, ora em Contração, conforme o surgimento e o tempo de uso das Tecnologias Cognitivas.

  • Quando temos a Contração Cognitiva, o ambiente fica mais estável e temos tempo para aperfeiçoar as ferramentas, que são as teorias meios.
  • E quando temos a Expansão Cognitiva, o ambiente fica mais instável e precisamos lidar com mais e mais problemas novos, que são as teorias fins.

Diria que as Ciências da Rede, da Informação, da Comunicação, do Conhecimento, entre outras, são Teorias fins e voltadas para aperfeiçoamento das ferramentas.

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A Teoria da Complexidade, a vedete do século XXI, é uma teoria fim, pois estuda a vida e suas diferentes situações.

A Teoria da Complexidade é falar da própria Ciência, o que nos leva a pensar, como disse aqui, na Filosofia da Complexidade, que é a base para pensarmos o novo século, moldado pela Revolução Cognitiva.

Quando temos um movimento de Expansão Cognitiva e temos um ambiente instável as Teorias meios perdem espaço para as Teorias fins, pois temos uma renovação dos problemas e é preciso uma nova abordagem.

Para só depois, voltarmos às ferramentas. É um upgrade filosófico de como vemos os problemas.

É isso, que dizes?

Todo esforço teórico visa construir uma narrativa para influenciar mais gente para um determinado ponto de vista.

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Existem, entretanto, narrativas e narrativas.

Diria que temos:

  • Narrativas que apelam para o sentimento, que são narrativas pré-científicas, que cumprem um papel na sociedade, baseada em impressões, sem um método por trás;
  • E narrativas que têm um poder de reflexão, que trabalham com um método mais estruturado.

As primeiras são um conjunto de articulações de fatos, que visam provocar sentimentos, sem a preocupação de uma coerência conceitual. Vence-se pela emoção, sem procurar os porquês dos fenômenos;

As segundas são um conjunto de reflexões sobre fatos, que visam provocar reflexões, com a preocupação de criar uma coerência conceitual, procurando o porquê dos fenômenos.

  • Nas Contrações Cognitivas, como a que estamos saindo, as narrativas emocionais são mais hegemônicas.
  • Na Expansões Cognitivas, há um espaço maior para a reflexão não só por haver mais ponto de vistas na sociedade, como o cenário fica mais instável.

Um cenário instavel torna os sentimentos e intuições menos eficazes para a tomada de decisão de médio e longo prazo.

É isso, que dizes?

Toda filosofia e a teoria não servem para nada se não desaguarem em uma metodologia.

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  • Filosofias produzem teorias.
  • Teorias produzem metodologias.
  • Metodologias produzem (métodos de ação, tecnologias e capacitação de profissionais.)

Assim, as metodologias são, na prática, a validação das filosofias e das teorias que as formaram.

Metodologias encostam no chão.

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É a prática das reflexões teóricas e filosóficas que vieram antes.

Se uma metodologia foi bem implantada e não está obtendo os resultados esperados, possivelmente há um erro na teoria ou na filosofia que a criaram!

Assim, quando uma dada metodologia está em decadência é uma oportunidade enorme para revisões filosóficas e teóricas.

Por isso, defendo que quando alguém defende uma nova metodologia, seja ela qual for, no fundo, é preciso apontar por que a nova metodologia surge no mundo? Qual o erro filosófico ou teórico que tinha a metodologia passada? E por que esta agora será mais eficaz do que a anterior?

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O problema é que as metodologias estão embebidas com muito marketing, emoções, grife purpurina e pouca reflexão, teoria e consistência.

As pessoas defendem e implantam novas metodologias sem a preocupação de explicar por que elas surgiram, por que são melhor que as anteriores.

Rapidamente, já temos um sindicato de profissionais que defende aquela metodologia como a salvação da lavoura, um conjunto de matérias nos jornais, a maioria sugeridas pelos assessores de imprensa dos consultores interessados, defendendo o seu uso.

Metodologia hoje é muito mais um desfile de modas do que uma ferramenta científica, que tenha sido resultado de reflexões e estudo.

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Num cenário incremental e pouco inovador isso não era um grande problema, pois se todos caminham na mesma direção e usam as mesmas grifes metodológicas, a competição acaba sendo equilibrada.

Num cenário disruptivo, entretanto, que organizações veem seu mercado se extinguir, novos concorrentes, crises que podem significar o fechamento das portas, mais e mais teremos que procurar metodologias com consistência para que se possa manter vivo no mercado.

As metodologias atuais de baixa qualidade de remédio estão se tornando veneno.

Todo cuidado é pouco!

É isso, que dizes?

Estamos vivendo a migração de organizações piramidais  com lideranças mais fixas para um modelo de organizações em rede colaborativas, com lideranças muito mais rotativas.

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Vamos precisar trabalhar com dois alicerces que constituem uma Governança para entender os modelos e possíveis crises futuras

  • o operacional – que define como as decisões são tomadas no dia-a-dia;
  • o da propriedade – como e com quem fica o valor gerado na operação.

O modelo operacional que acho que vai vingar de maneira é o da Estante Virtual e alhures, que podemos chamar de Governança Digital por mérito descentralizada com auto-gestão dos usuários.

Rede de sebos que são auto-gerenciadas pela relação direta com a sociedade, via algoritmos colaborativos, no qual cada transação é registrada, avaliada por quem participou dela, publicada e serve de parâmetro para a tomada de decisões do próximo comprador/vendedor.

É uma governança barata e bem compatível com a atual complexidade demográfica.

Quem tem mérito, sobe e quem não tem desce.

Até aí tudo certo, mas o modelo operacional pede uma mudança também na distribuição da geração de valor, pois os interesses do conjunto começará a esbarrar com o do centro.

Note que a rede é criada em torno de um centro que tem um dono, que nem sempre está muito afeito a dividir o que ganha com a sua rede.

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Ou seja, o modelo de organização é descentralizado, auto gerido pelo mérito.

Mas o dono da plataforma estabelece as regras e se torna uma figura pouco meritocrática e toma um conjunto de decisões de forma isolada. Há uma incompatibilidade entre a Governança operacional da de propriedade.

Há um incompatibilidade entre o ambiente que está sendo criado fora e a governança pratica dentro.

O modelo que mais me chama a atenção é do Youtube, agora do Google.

A Govenança operacional é Digital Algorítmica, mas a tomada de decisão, os critérios, a posse da plataforma é ainda do antigo modelo. Tem um dono que mudou parcialmente a sua cabeça.

Os investidores chegaram, investidores no estilo antigo, lucro rápido e sem conceito.

Assim, o Youtube ao invés de incentivar uma indústria de novos produtores de vídeo e compartilhar o ganho com todos.

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Tem optado pela centralização de alguns canais, remunerando apenas estes, apesar de colocar anúncio em todos e lucrar.

Ou seja, o Youtube só aceita a cauda longa, ganhar de todos aos poucos na hora de anunciar, mas não de remunerar.

Assim, não consegue transformar o reconhecimento afetivo de missa, que muitos canais têm de seu público cativo e de nicho em reconhecimento financeiro de missa.

Repete, assim, a lógica do reconhecimento afetivo e remunerado de massa.

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Um dos pontos centrais que acho que vai gerar uma boa crise mais adiante, mexendo com a estrutura básica do capitalismo é a questão da propriedade, pois haverá cada vez mais uma incompatibilidade entre a Governança da operação com a Governança da propriedade.

A Governança da propriedade hoje é a antiga, com seus vícios, dentro de uma Governança operacional que tem outra lógica.

É isso, que dizes?

Não existe nada mais natural no ser humano do que procurar reconhecimento.

Quem diz que não procura nenhum reconhecimento, deve ser de outro planeta.

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Diria, entretanto, que existe uma taxa de reconhecimento possível.

  • Quando temos uma alta taxa de expectativa, fazemos algo pelo outro, ou querendo muito reconhecimento, começamos a sofrer e isso nos leva a transtornos de todos os tipos. Diria que este tipo é de um reconhecimento moral. Você faz algo esperando que a sociedade te dê algo de volta. É um ato que você não faz por que quer, mas por que acha que tem que fazer;
  • Quando temos uma baixa taxa de expectativa, fazemos algo por nós mesmos, querendo algum reconhecimento, mas não fundamental, evitamos sofrer e isso nos leva a uma serenidade. Diria que este tipo é de um reconhecimento ético, você com você mesmo. Você faz algo não esperando que a sociedade te dê algo de volta. É um ato que você faz por que quer, mas por que acha que tem que fazer.

Há uma relação, entretanto,  ainda não muito diagnosticada, entretanto, entre o Ambiente Cognitivo e a taxa de reconhecimento. Quanto mais houver centralização de canais de circulação de ideias, mais as pessoas vão ter problemas de reconhecimento social e vice-versa.

A lógica é simples.

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Se o reconhecimento faz parte da saúde de cada um e temos poucos canais, o reconhecimento passa a ser um produto escasso e para poucos, que precisam se submeter aos preceitos dos canais centralizadores, sejam eles de circulação de ideias, ou indiretamente, das organizações, que acabam se modelando a eles.

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Para ser reconhecimento, então, em uma ambiente de baixa circulação de ideias, há a necessidade de se render ao status quo, criando um tipo de violência, pois não se vai ser coerente consigo, mas coerente com o que se quer de cada um.

Se temos uma baixa taxa de circulação de ideias e, por sua vez, poucos canais horizontais de troca, o que acaba acontecendo na sociedade é que ou se tem reconhecimento de massa, ou se tem pouco reconhecimento, criando uma certa invisibilidade.

A atual Revolução Cognitiva cria um fenômeno interessante que é o Reconhecimento de Missa, de pouca gente, de nicho, ao invés do Reconhecimento de Massa, de muitos, nacional.

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Tal possibilidade vem reequilibrar o jogo desequilibrado do reconhecimento individual. As pessoas podem quebrar o elo da corrente e passar a ser reconhecido por mais gente, sem que tenha que se submeter as organizações reguladoras de um determinado segmento.

É o que caracteriza a inovação, pois abre espaço para que novas vozes possam atuar na sociedade, fortalecendo o que tenho chamado de aumento da taxa da comunicação sociedade -> organização, reduzindo a da organização -> sociedade.

É preciso, entretanto, que o reconhecimento horizontal seja seguido de uma remuneração horizontal para que este reconhecimento seja sustentável.

(Não é o que acontece hoje, mesmo em canais ditos digitais e modernos, como é o caso do Youtube, que prioriza a monetização dos mais vistos e não da rede como um todo.)

O Reconhecimento de Missa, assim, permite que mais gente possa sair do anonimato, sem que tenha que “rezar na cartilha” seja dos meios de comunicação de massa ou das organizações reguladoras de um dado segmento.

O problema é que estamos intoxicados hoje pelo Reconhecimento de Massa e precisamos começar a aplicar a vacina do Reconhecimento de Missa para reequilibrar o jogo.

E isso envolve não só ser reconhecido, o tapinha nas costas, que é o curtir atualmente, mas também a remuneração, geração de valor, a partir desse reconhecimento.

É isso, que dizes?

Toda vez que temos um cenário disruptivo na sociedade os primeiros pensadores apostam no conceito do pós.

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  • Na filosofia, vivemos na pós-modernidade.
  • E na economia, na fase pós-industrial.

O pós é uma forma de identificar algo novo, mas que não temos condições ainda de qualificá-lo.

A qualificação de uma época precisa de uma teoria que a sustente, que consiga identificar as forças principais que estão gerando mudanças e que possam ser impactantes o suficiente para formar uma nova era disruptiva em relação à anterior.

Muitos economistas e depois mais gente na sociedade optou, por exemplo, de chamar o nosso momento atual de “Sociedade do Conhecimento“.

A lógica é de que vivemos três etapas no passado: a fase agrícola, a industrial, a pós-industrial que precisava de um nome e, por isso, a chamamos de conhecimento.

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A justificativa é o aumento vertiginoso dos produtos intangíveis na sociedade que aumenta o esforço do conhecimento nas organizações. Ou seja: mais e mais um produto precisa de mais massa cinzenta para gerar valor, em relação ao que era exigido no passado.

A sociedade do conhecimento é hoje, digamos, a teoria econômica que vingou de forma hegemônica, o que nos leva, por exemplo, à criação da metodologia da Gestão do Conhecimento, pois se temos trabalhadores do conhecimento, é preciso saber gerenciá-los.

O problema do teoria da Sociedade do Conhecimento é, por um lado, de nominação dentro da própria economia e, por outro, de considerar a economia como a força principal das mudanças na sociedade, não é, como veremos.

Houve, sem dúvida, alguma taxa relacional de conhecimento no mundo agrícola, no mundo industrial e agora no mundo pós-industrial, tanto que a era das navegações em 1500 foi toda baseada nos estudos feitos nas primeiras Universidades, vide Sagres.

Uma caravela levava dentro dela uma considerável taxa de conhecimento para chegar ao seu destino!

Podemos dizer que há um gradativo aumento das taxas de conhecimento do ser humano sobre aquilo que ele produz.

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Inegavelmente, aumentamos isso do mundo agrícola para o industrial e mais ainda agora, mas isso não caracteriza o momento atual como “do conhecimento”.

O aumento de produtos intangíveis é algo que vem subindo ao longo do tempo, pois fomos sofisticando os meios de troca:  primeiro para suportes eletrônicos (exemplo filmes, fotografias, música) e depois da digitalização da sociedade.

Além disso, como o aumento das cidades, mais e mais estamos tercerizando aquilo que fazíamos em casa, aumentado a necessidade de consumo de serviços.

Havia o conhecimento agrícola, o conhecimento industrial e agora temos um novo ambiente de conhecimento pós-industrial, em que as taxas vão progressivamente aumentando.

O problema que temos aqui é interessante, pois a economia, diferente do que achávamos, não é a que traz as causas, mas as consequências de algo maior.

E este é o principal impasse de analisar a nossa sociedade com o viés econômico.

Não é, a meu ver, a economia a força principal, a locomotiva da história, a economia é consequência de outras forças que a obriga a se aperfeiçoar – é apenas um dos vagões do trem, a ferramenta para atender a estas demandas. Que sofre mudanças quando forças maiores do que elas se movimentam.

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A conceituação de nosso tempo como a sociedade do conhecimento não sobreviverá, pois é uma teoria pouco eficaz. Tanto é que não conseguiu englobar a chegada do Digital e todas as mudanças que estão aí presentes.

Não acho que a Gestão do Conhecimento (a filha dessa teoria) esteja conseguindo entender a ajudar a lidar com o mundo digital de hoje em dia.

Portanto, é preciso rever e, a meu ver, rejeitar a teoria da sociedade do conhecimento, primeiro, e depois a metodologia da gestão do conhecimento para avançarmos.

Nos meus estudos a força principal e maior – em qualquer espécie de seres vivos e sociais – é o tamanho da população. O ambiente produtivo será cada vez mais sofisticado, quanto maior for a complexidade demográfica, incluindo a taxa de uso do conhecimento. Uma coisa é produzir para uma aldeia outra para uma megalópolis.

Ou seja, não é a economia que determina as macro-mudanças da espécie, a meu ver, mas a demografia que força todo o resto a ser compatível com ela. Todo o resto que virá depois se relaciona com esse volume, que vai forçando mudanças em toda a sociedade.

Quanto mais formos, mais sofisticado teremos que ser em produzir a nossa sobrevivência, embutido mais e mais conhecimento para fazer mais com menos.

Assim, se quisermos ser precisos temos que nos colocar hoje como a sociedade dos 7 bilhões de habitantes, que demandará uma sociedade compatível com esse volume, tanto do ponto de vista social, político e econômico. Todas as mudanças que assistirmos nos século XXI serão, a meu ver, ajustes da espécie para o salto de 1 para 7 bilhões que demos nos últimos 200 anos.

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Portanto, antes de sermos econômicos, somos uma espécie viva que se movimenta e vive crises em função do número de membros da espécie. E a economia é apenas uma ferramenta determinada por essa força maior e não o contrário!

Estamos aprendendo ainda com a chegada da Internet, que antes de mudanças econômicas, sociais e políticas, acontecem mudanças com a massificação de novas Tecnologias Cognitivas, que criam a base de uma nova era: um novo Tecno-código que condiciona e permite que todo um conjunto de mudanças sejam feitas na sociedade.

(Atualmente estamos passando do Tecno-código oral-escrito para o dos algoritmos.)

Depois da demografia, portanto, a segunda força principal das macro-mudanças da espécie é Tecno-cognitiva. Ou seja, seremos aquilo que a demografia exige, alterando, em primeiro lugar o Tecno-código, que nos possibilitará recriar a nossa Tecno-sociedade, incluindo a economia.

E esse misto de demografia e tecno-códigos criam modelos de governança compatíveis com a complexidade exigida. Nossa Governança é a única de todos os seres vivos que muda muito rapidamente.

Podemos dizer, assim, que

Somos a sociedade de 7 bilhões de habitantes, que agora para resolver a sua nova complexidade demográfica inventou o mundo digital para sofisticar a nossa forma de Governança, que nos permitirá  sobreviver e conseguir apontar saída para as nossas crises.

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Portanto, somos a sociedade 7.0 de habitantes.

Sob esse ponto de vista, podemos dividir a espécie em três momentos:

  • O mundo oral – tecno-código da palavra – agrícola – menos de 1 bilhão, governança de líderes-alfas hereditários;
  • O mundo escrito – tecno-código oral-escrito – agrícola-industrial – mais de 1 bilhão, governança de líderes-alfas hereditários e agora rotativos;
  • O mundo digital  – tecno-código oral-escrito-algorítmicos colaborativos – produtos e serviços intangíveis – mais de 2 bilhões líderes alfas rotativos e ainda mais rotativos.

Com estes parâmetros, temos uma visão bem mais clara das forças principais e podemos descrever a nossa sociedade como a digital de 7 bilhões, produtora de bens e serviços intangíveis, migrando de uma governança de líderes-alfas rotativos para um modelo muito mais dinâmico, através dos algoritmos colaborativos.

É isso, que dizes?

 

Tenho procurado problematizar aqui no blog a relação da nossa espécie com a tecnologia. Já defendi que essa revisão é o ponto-chave para entender o século XXI.

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De todas as discussões que tive sobre o assunto, acredito que temos que trabalhar de forma dialética, colocando a questão com dois lados.

A tecnologia é neutra em parte. E é ativa em parte, através de um lado visível e outro invisível.

  • A parte visível é aquela que vemos e optamos por usar e não usar;
  • A invisível são os ajustes inconscientes e autônomos que nosso corpo, incluindo o cérebro, têm que fazer para se adaptar à nova tecnologia, que passa, como uma órtese, a fazer parte do nosso dia-a-dia.

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Digamos que começamos a tomar um novo tipo de leite. Quem tomar daquele leite, que contém determinadas substâncias novas (que são fruto de uma tecnologia de produção de leite) se adaptará internamente a ele de alguma maneira.

A parte visível do leite é tomá-lo, ou não, e neste ponto de vista a tecnologia é neutra, pois posso optar por usá-la, ou não. E é invisível internamente, pois quem toma terá adaptações inconscientes no corpo, que se adaptará, de alguma forma, ao novo leite.

Se um leite causar câncer, por exemplo, só saberei disso, como uma reação inconsciente do corpo, mais adiante depois dos primeiros sinais e exames.

O que temos que entender é que o ser humano tem um lado que consegue controlar e outro não. Nosso corpo é um ser vivo que reage ao meio muitas vezes sem pedir licença a nossa parte consciente.

Existe uma parte de nós que controlamos e outra não. O corpo tem TAMBÉM uma vida própria, uma ecologia própria, que se ajusta ao meio, INDEPENDENTE DE NÓS.

Assim, a chegada de determinadas tecnologias provocam ajustes inconscientes em parte da sociedade, que mesmo que parte rejeite, será de alguma forma afetada diretamente (se usa) indiretamente (ao ter contato com quem usa).

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As Tecnologias Cognitivas são um tipo de tecnologia que tem forte impacto na parte inconsciente do nosso cérebro.

Existem várias tecnologias que mudam nosso corpo, mas não com a mesma intensidade, tais como: a de transporte, de alimentação, de preservação da saúde, de reprodução, de fabricação, etc.

Cada uma delas, ao ser introduzida na sociedade afeta mais ou menos a nossa espécie, mais ou menos gente, de formas mais ou menos inconsciente.

As Tecnologias Cognitivas, em particular, tem um poder maior, pois:

  • – são usadas muitas vezes ao longo do dia de cada habitante;
  • – exercem um papel fundamental no epicentro de nossas vidas;
  • – expandem, flexibilizam, potencializam ou moldam o nosso órgão mais relevante e que nos distingue das outras espécies: o cérebro;
  • – se massificam rapidamente e em vários pontos do planeta, ao mesmo tempo;
  • – cuidam do controle ou descontrole das ideias, alterando de forma incremental ou radical a Governança da Espécie.

É isso, que dizes?

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Bom, estou aqui defendendo a ideia de um professor-pesquisador-agente de transformação dentro de um novo modelo de ensino baseado em problemas.

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A defesa a seguir não pode valer para um professor-professor baseado em assuntos, pois são reflexões da minha prática no modelo ensino por problemas.

Um ensino baseado em problemas e um professor-pesquisador atuante faz dele um agente de transformação. Ou seja, não é um indivíduo que tem uma posição neutra em relação ao que está sendo discutido. Ele tentou várias saídas e encontrou uma que considera melhor.

Ele vai levar para a sala de aula a sua experiência em resolver aquele problema e como acredita que pode, dentro de vários, contextos aplicá-la.

A aula é um atalho para que os alunos estejam diante de uma abordagem sobre aquele problema. Que não é a única, mas é uma que está aí disponível. Assim, uma aula baseada em problemas é uma aula que vai necessariamente apresentar uma metodologia para ação.

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E, se for uma aula interessante, vai tentar defender a filosofia e a teoria que sustenta aquela metodologia.

Assim, acho, do ponto de vista ético, em uma aula assim:

  • – mostrar a nova filosofia e a nova teoria que as sustentam, por ser uma nova metodologia;
  • – apresentar a memória de cálculo da metodologia (como começou, o que sofreu de melhorias e por que se chegou até aquele ponto);
  • – mostrar o que já está consolidado e há de experiências vitoriosas e o que há ainda por fazer e problemas e experiências fracassadas;
  • – não apontar como a única saída, mas aquela em que aposta mais e por que faz isso em detrimento das outras.

Acredito também que a defesa da metodologia não deve ser impositiva, mas dialógica. “Eu acredito nisso, por causa disso e aquilo e o que vocês acham?”

O professor-pesquisador-agente de mudança vai para sala de aula aprender e ensinar com os alunos e procurar melhorar seu ponto de vista e analisar o que pode ser melhorado tanto na filosofia, na teoria ou na metodologia em dois aspectos:

  • Reflexão sobre ela;
  • Expressão dela.

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Tanto um como o outro, na interação com os alunos, podem melhorar. (Ver mais sobre isso aqui.)

A defesa de uma metodologia em sala de aula não é uma doutrinação, se não for passada como a única saída e nem como algo acabado. É bom que haja paixão, mas não coação.

É possível também que haja aulas de professores-professores, que não estão no calor da luta, mas apenas são sistematizadores de várias metodologias.

Seria interessante para iniciar ou terminar um ciclo de encontros com professores-pesquisadores-agentes de mudança.

Pois pode-se ver várias metodologias e suas características e contextos e depois a defesa de cada uma delas, através de seus defensores.

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Debate em uma das minhas aulas da Iplan.

Tais aulas podem ser interessantes, mas acredito que são complementares as que defendem as metodologias. A Integração das duas rende muito mais. É é muito bom quando se tem algo vivo, como um defensor de uma dada metodologia. Alguém que está no calor da luta diante dos problemas compartilhando com os alunos as suas angústias.

Desde que todos saibam que há as limitações daquele professor-pesquisador agente de mudança e que saibam que podem, a critério, procurar outras abordagens. A coisa vai muito bem.

É isso, que dizes?

 

Tenho defendido aqui a mudança radical da forma que construímos e repassamos ideias do modelo atual dos assuntos para o de problemas dentro do movimento de Contração para o de Expansão Cognitiva.

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(Acredito que é algo conjuntural e não estrutural, pois quando tivermos no Pêndulo Cognitivo a tendência ao Controle dos meios a tendência é voltarmos para assuntos.)

Os assuntos são, por natureza:

  •  – fechados;
  • – uni disciplinares;
  • – próprios para quando a circulação de ideias é baixa e passível de gerenciar melhor o conteúdo.

Os problemas são justamente o contrário.

  • – aberto;
  • – multi disciplinares;
  • – próprios para quando a circulação de ideias é alta e mais difícil para gerenciar melhor o conteúdo.

Diria que teremos um aumento da taxa de abordagem de problemas quando tivermos em uma Expansão Cognitiva, pois as ideias passam a circular mais e de forma descontrolada, com uma taxa maior de influência da sociedade para as organizações, o que aumenta a taxa de inovação externa e obriga a uma mudança das organizações dos assuntos (mais estáticos) para os problemas (mais dinâmicos).

Não é por que se quer, mas é mais e mais por que se vê obrigado, pois os assuntos quando temos uma alta taxa de inovação não conseguem ser empacotados, pois as novidades são tão intensas que sempre acabam desatualizados.

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Só podemos ter um ensino voltado para assuntos quando entramos em uma Contração Cognitiva e há uma radical redução da taxa de inovação na sociedade, com uma taxa maior de influência das organizações para a sociedade.

Neste momento as organizações de ensino e produtoras de conhecimento conseguem, de novo, empacotar assuntos, pois o que vem de fora para dentro se reduz e é possível, de novo, empacotar assuntos.

O modelo de aulas por problemas altera bastante o papel do professor, pois no modelo atual por assuntos ele é um repassador de algo que está pronto e ele é praticamente passivo diante do conteúdo. Há uma centralização da produção de conhecimento.

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Ou seja, é um professor-professor e não um professor-pesquisador.

Já no caso de problemas só se admite algo assim se o professor for um professor-pesquisador empenhado em ajudar a resolver aquele dado problema, pois, assim, se abre para a troca, pois um problema tem várias formas de minimização em que todos estão experimentando. Há uma descentralização da produção de conhecimento.

É isso, que dizes?

Uma pesquisa ganha muito quando estes dois movimentos se tornam sinergéticos em três instâncias contínuas (impressão, reflexão e expressão) e uma síntese (narrativa).

Como vemos na figura abaixo:

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Reflexão, dividida em duas:

 

  • Impressão – aquilo que intui, sente e percebe no campo;
  • Reflexão – pesquisador terá a si mesmo, suas ideias pré-concebidas como interlocutor;
  • Expressão – a capacidade de conseguir transformar em conceitos e suas articulações em um texto/discurso;
  • Narrativa – o “envelopamento” disso tudo de tal forma a poder ampliar o discurso. A narrativa não é a expressão, mas o conjunto de toda a obra.marketing-pessoal-x02

Uma pesquisa ganha muito quando estes  movimentos se tornam sinergéticos em um ciclo contínuo.

É isso, que dizes?

Primeiro, passamos pela encruzilhada filosófica do Século XXI e admitimos que somos uma Tecno-espécie.

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E que as tecnologias – entre outras forças – nos trazem mutações contínuas e as Cognitivas nos provocam mutações radicais.

Especulo, entretanto, não por pesquisas feitas com ressonâncias magnéticas, mas por dedução de fatos de que o que muda primeiro em qualquer Revolução Social é a plástica cerebral muito tempo atrás e depois o resto.

Para ir adiante é preciso dizer que a Tecno-espécie tem um cérebro mutante.

Conforme o contexto, a rede cerebral se modifica para se adaptar ao meio.

Isso tem sido bem trabalhado na neuro-ciência.

O que especulo é que há micro-mudanças na plástica cerebral, a partir da chegada de novas tecnologia e macros quando aparecem Tecnologias Cognitivas, principalmente as que horizontalizam os canais.

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Uma macro mudança ocorre a partir de novas Tecnologias Cognitivas, pois:

  • – altera uma atividade muito cotidiana;
  • – diversas vezes ao longo do dia.

Assim, o cérebro que não pede licença a ninguém para operar cria uma rede permanente quando entende que determinada prática passa a ser de casual para permanente, criando uma nova Plástica Cerebral em uma nova rede cerebral diferente da anterior.

  • Se são poucos usando a dada tecnologia, temos efeitos residuais.
  • Se de uma hora para outro temos 2 bilhões usando temos efeitos sociais de larga escala!

Diria ainda que a Plástica Cerebral, além disso, estabelece uma determinada arquitetura para lidar com as autoridades.

Pais, mães, professores, chefes, políticos.

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E que essa plástica cerebral é educada para que haja uma aceitação (podemos falar de respeito) do cérebro com aquelas autoridades.

Ainda diria que toda a modelagem dessa arquitetura é feita, através dos Tecno-códigos que temos disponíveis para a educação/domesticação da espécie.

A minha geração teve a sua plástica cerebral modelada pelos Tecno-códigos orais e escritos, que criaram um modelo de aceitação e respeito de autoridades compatível com o modelo vertical vigente.

Há, assim, um ajuste entre meu cérebro, os Tecno-códigos e as autoridades de plantão, criando uma estabilização da espécie, obviamente com crises, revoltas, mudanças, mas há uma base para se partir.

Ou seja, eu respeito mais as autoridades vigentes, pois os Tecno-códigos verticais, que estabeleceram as minhas relações com as autoridades eram mais verticais e o meu cérebro (emoções na aba) foram sendo educados para esse modelo.

Tecno-códigos verticais = Plástica Cerebral vertical compatível.

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Diria que quando vivemos a chegada de novas Tecnologias Cognitivas, que introduzem novas Tecno-códigos na sociedade mais horizontais, há, antes de tudo, continuamente, inconscientemente,  uma mudança na plástica cerebral de seus usuários, que passam a ser reeducados, ou educados, por um modelo mais horizontal.

Não é a pessoa que é reeducada, mas o cérebro lá dentro, antes da pessoa!

Ou seja, o cérebro vai se acostumando a respeitar autoridades, informações que chegam de autoridades mais horizontais e menos verticais e vai se criando uma nova Plástica Cerebral.

O cérebro é educado pelo Tecno-código e não pelas autoridades, que usam os Tecno-códigos, quando o dominam.

Arrisco dizer assim que a base das grandes revoluções da espécie se iniciam com mudanças nas plásticas cerebrais provocadas pela chegada de novas Tecnologias Cognitivas e depois o resto.

A primeira revolução que ocorre é dentro da plástica cerebral de uma nova geração que passa a usar intensamente o novo meio e que este cérebro passa a respeitar menos o modelo da tecno-sociedade, que foi estabelecido por um Tecno-código mais vertical.

O longo período que vai da:

  • – chegada da nova tecnologia cognitiva mais horizontal e mutações da plástica cerebral;
  • – até revoluções sociais que mudam a governança da espécie.

Nada mais são do que tentativas dos nossos cérebros de alinhar a mudança que houve lá dentro com algo que tem que ser feito aqui fora, mas compatível e harmônico com a Plástica Cerebral.

Essa é, a meu ver, a explicação mais plausível para as manifestações  em todo o mundo, incluindo no Brasil.

O diagnóstico é que:

  • A plástica cerebral da nova geração mudou;
  • Os tecno-códigos mais horizontais alteraram algo dentro de nós na relação ser humano-autoridade;
  • E que iniciamos, de forma inconsciente e emocional, à procura de um novo modelo social que compatibiliza a nova plástica com o meio.

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É o início do movimento que precede grandes transformações sociais, na qual a nova plástica cerebral vai moldada pelos novos Tecno-códigos procurar uma nova Tecno-sociedade compatível.

Viagem?

É isso, que dizes?

 

A encruzilhada filosófica do século XXI passa pela relação do ser humano com a tecnologia. Temos duas vertentes que nos levam PARA ESTRADAS COMPLETAMENTE DIFERENTES: a de uma espécie natural que usa a tecnologia a seu bel-prazer e a Tecno-espécie, na qual a tecnologia exerce mutações constantes na espécie, muitas que não temos controle.

Temos um sério problema filosófico diante de nós, que se desdobra em um grande desafio teórico e, por sua vez, nos leva a questões metodológicas graves, pois o cálculo de cenário do futuro pode conter um erro grosseiro, ao dar uma nota muito baixa para as tecnologia no geral e nas cognitivas em particular.

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(Sim, a filosofia, quando está voltada para problemas, não é algo que não tem repercussão nas nossas vidas!)

A encruzilhada filosófica do século XXI passa, assim, a meu ver, pela revisão da relação do ser humano com a tecnologia. 

Já que podemos colocar o seguinte embate:

  • A tecnologia é neutra – que é a visão hegemônica do século XX: nós fazemos dela o que quisermos para o bem ou para o mal;
  • A tecnologia é parte integrante da espécie – que é a visão que proponho para a revisão do século XXI: somos uma espécie simbioticamente tecnológica, vivendo contínuas mutações em nós e quando há determinadas mudanças tecnológicas (principalmente cognitivas) a espécie entra em mutação radical, alterando primeiro a sua plástica cerebral e depois a tecno-economia, a tecno-política e, por fim, a tecno-sociedade.

É comum questionamentos do tipo: E a questão do poder? E a questão do dinheiro? E a questão da exploração do homem pelo homem?

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Eu responderia que temos que falar agora do tecno-poder, do tecno-dinheiro e da tecno-exploração do homem pelo homem, demonstrando que tudo isso é TAMBÉM fortemente regulado pelas tecnologias, que interferem nesse cenário de forma muito mais ativa do que imaginavam os teóricos do século passado.

Não está se querendo aqui matar outras forças (e as teorias que as analisam), mas apenas problematizá-las com os efeitos tecnológicos, pois estes são FORTEMENTE subdimensionados!

Disso se desdobra:

  • Quando se analisa o futuro baseado na visão da neutralidade tecnológica olhamos para a sociedade e acreditamos que mudanças estão ocorrendo, a partir das “redes sociais” (não acho esse conceito eficaz) farão mudanças importantes, mas nada que modifique a fundo cenários e planejamentos estratégicos, pois a sociedade seguirá um curso contínuo.
  • Quando se analisa o futuro baseado na visão da Tecno-espécie, da tecnologia e humano como uma simbiose em constante mutação, começamos a ver um horizonte completamente diferente, a partir das “redes sociais” com profundo impacto no cenário e nos planejamentos estratégicos, pois Tecnologias Cognitivas são disruptivas e provocam profundas rupturas.

O primeiro cenário é de continuidade e o segundo de profunda ruptura. Não há muito o que se discutir. Um vai para o polo norte e outro para o sul.

Sem perdão!

Como é algo muito longe um do outro é que se pede um certo tempo de reflexão antes de comprar a sua passagem!

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 Nada, absolutamente, nada do que tenho trabalhado dito, desenvolvido nas minhas teorias pode ser compreendido se essa questão da Tecno-espécie não for profundamente discutida. 

Muitos dirão – e já ouvi isso por aí – de que AGORA sim com tanta tecnologia ao nosso redor, estamos vivendo uma EXCEPCIONALIDADE na nossa história e temos que começar a encarar as tecnologias mais a sério.

Pouco eficaz!

Isso é uma forma de não querer revisar o passado e a base filosófica do Século XX, que nos colocava com uma ESPÉCIE NATURAL, que usa/usava as tecnologias, de forma boa ou ruim, a nosso critério.

Nós não somos uma espécie como as outras, pois quando em uma caverna lá no passado jogamos todas as nossa fichas na capacidade cognitiva de criar próteses para solucionar nossos problemas – e fazer disso o nosso diferencial evolutivo, nos definimos como algo COMPLETAMENTE diferente dos demais.

(Veja o debate que fiz sobre este tema na Turma Básica da Iplan no vídeo abaixo.)

O que temos de novo no Século XXI não é essa mudança humana que está acontecendo agora por que temos MAIS TECNOLOGIA. Sempre fomos uma Tecno-espécie.

O que há de novo é o aumento radical da complexidade demográfica nos últimos 200 anos, que nos faz ter mais e mais uma sofisticação cada vez maior da nossa tecno-sociedade. Isso somada à radicalização da globalização, a formação de megalópolis e o aparato de trocas que criamos aumenta a taxa de viralidade tecnológica, gerando uma mega-pandemia universal sem controle.

Isso é novo!

Tal cenário nos leva mais e mais a reduzir tremendamente a velocidade da chegada à massificação e os efeitos das novas Tecnologias Cognitivas (as mais potencialmente disruptivas), o que faz com que os fenômenos sociais que eram mais invisíveis passem a ser mais visíveis, já que o impacto que era sentido depois de várias gerações, agora ocorrem na mesma diversas vezes.

Ou seja, a percepção da Tecno-espécie agora é muito mais evidente, porém lá atrás quando levamos milhares de anos da invenção da linguagem até a escrita e conseguimos diversos avanços, as tecnologias já estavam em nós e por nós simbioticamente, mas os efeitos das mudanças eram de longo prazo, o que nos dava a falsa impressão de espécie natural e de tecnologias neutras.

Eram apenas mais invisíveis, mas eram agentes de mutação, como são hoje, mas com efeito de longo prazo.

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Por fim, defendo que não se trata de um “endeusamento” da tecnologia, pois longe de mim achar que foi ela que foi para as ruas o ano passado aos milhões no Brasil.

Defendo que tecnologias – hoje e sempre – principalmente as cognitivas modificam áreas do nosso cérebro e que provocam mutações mais ou menos radiciais na espécie.

Assim, na ordem teríamos:

  • – massificação de novas tecnologias cognitivas;
  • – uma nova plástica cerebral;
  • – uma demanda por novos modelos de organização, a partir dessa plástica cerebral;
  • – um novo ambiente que permite que essa nova plástica entre em ação e possa se disseminar.

Vou radicalizar ainda mais.

Pressinto que o cérebro dos garotos que foram para as ruas ano passado já não conseguem mais respeitar as autoridades atuais, pois a nova plástica cerebral interfere na relação seguidor-seguido, que era uma no mundo oral-escrito e será outra no mundo digital.

Essas mutações inconscientes e sem controle nos fazem conviver com uma nova espécie, que já está aí, com uma plástica cerebral mais rebelde, que exige mudanças sociais.

Trata-se de uma plástica cerebral procurando um modelo de tecno-sociedade que a represente!

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Ou seja, acredito que a Revolução Francesa, por exemplo, se inicia com a Revolução da Plástica Cerebral iniciada em 1450, que vai criando um novo desrespeito pelas autoridades vigentes, em função do papel impresso, que vai desregulando algo dentro de nós e que depois, mais adiante, esse cérebro, que tanto procurou, acha, enfim, um novo modelo mais adequado e mais compatível com a chegada da República.

Você tem todo direito de discordar de tudo isso, mas o dever de problematizar estas questões se tem ou quer vir a ter alguma influência em decisões futuras.  

(Ver mais sobre isso aqui.)

É isso, que dizes?

Digamos que nossos cérebros são computadores, que rodam determinados programas, a partir de um determinado código.

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O código que rodam normalmente é um senso comum, um código meio padronizado, um pouco mais ou menos para lá e para cá.

Quando desenvolvemos novas teorias, na verdade, estamos introduzindo um novo programa dentro de um código antigo.

Estamos hackeando o real armazenado na percepção das pessoas.

Para que isso possa acontecer, é preciso conhecer o código que está lá rodando para introduzir o novo, de forma a que continue rodando e não seja rejeitado.

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Quando estamos teorizando sobre ciências sociais, por exemplo, na verdade, estamos produzindo um novo código para rodar na percepção das pessoas para que elas possam ver diferente para, só então, agir diferente.

É isso, que dizes?

Descrevi aqui uma história recente dos Tecno-códigos Digitais.

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É importante, entretanto, destacar que depois de 2004, iniciamos um processo radical de:

  • – ações humanas cada vez mais presentes diante das telas;
  • – aumento vertiginoso de registro destas ações em bases de dados, apontando que e o que realmente fazemos;
  • – locais de fácil acesso que podemos visualizar as nossas ações e a dos outros usuários;
  • – complementando isso com a possibilidade de avaliar cada clique, através de estrelas, comentários, curtições.

Isso tudo nos levou a criar um modelo de tomada de decisões muito mais poderoso do que no passado, pois resolvemos o nosso problema de diversidade diante da complexidade, a baixo custo e com velocidade.

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Para que isso seja possível, o novo Tecno-código que criamos é um misto de:

  • – oralidade – pois continuamos a nos falar, mesmo pelas telas;
  • – escrita – via teclados, principalmente;
  • – números – que estão presentes em todo o ambiente digital (digital vem de dígitos 0 e 1);
  • – tudo isso empacotado em linguagens de programação, que fazem com que tudo isso gere relevância e ajude-nos a resolver nosso problemas.

Falar em um Tecno-código digital, ou de algoritmos colaborativos, participativos. Ainda procuro um melhor nome, mas é algo bem diferente do Tecno-código anterior,  base da Governança Digital emergente.

Quando analisamos a atual crise da liderança, não podemos misturar a crise da liderança oral-escrita com a figura da liderança e daquilo que será o novo modelo de liderança algorítmica.

Já disse aqui que nossa espécie não vive e não viverá sem organizações.

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E nem as organizações viverão sem lideranças.

Entendo liderança por aquele que consegue reunir em um dado momento mais eficácia para ajudar e/ou tomar decisões. Ou seja, o líder não é algo eterno, permanente, mas é aquele que tem algo a colaborar a mais do que os demais em um dado momento e contexto.

O problema que temos hoje é que vivemos a passagem da Governança Ora-Escrita, baseada nos Tecno-códigos da palavra oral e escrita para a Governança Digital, que nos permite o uso do Tecno-código Algorítmico.

Nossas lideranças são lideranças orais-escritas, que aprenderam, há bastante tempo, a usar a atual Governança a seu favor, aumentando o poder das organizações (que se estruturaram há muito tempo em cima da atual governança) sobre a sociedade.

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Estas lideranças ganharam o que vamos chamar de mérito organizacional para se perpetuar no papel de líder e foram, aos poucos, perdendo o mérito social para se manter por lá.

Nossas lideranças, assim, tem pouco mérito social e muito organizacional.

As lideranças se mantém como autoridades, assim, não pelos serviços que prestam à sociedade, mas pela sua capacidade de auto-preservar seu cargo e a sua organização a despeito da sociedade.

O que nos leva a uma crise da Governança da Espécie.

Toda crise de Governança da Espécie será identificada também por uma crise de Liderança. Uma crise de liderança se caracteriza por termos pessoas tomando a decisão com baixa representatividade social, voltada para se manter no cargo e preservar os privilégios da organização que representa. 

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Há, assim, uma crise de liderança, pois as organizações atuais aprenderam a usar o atual modelo para benefício próprio e seus líderes foram educados para conservar o modelo para se conservar no cargo.

Assim, a liderança no fim de dada Governança da Espécie vai se tornando cada vez mais autoridade imposta do que liderança, pois vai sendo destituída do mérito social e mais e mais ganhando o mérito organizacional.

Ou seja, é líder aquele que tem valor para a organização que defende, incluindo seu posto, e menos para a sociedade.

Há um desvirtuamento da taxa de meritocracia social.

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Quando analisamos a atual crise da liderança, não podemos misturar a crise da liderança oral-escrita com a figura da liderança e daquilo que será o novo modelo de liderança algorítmica.

Precisamos de líderes, mas com outro modelo, pois os líderes de hoje:

  • – não conhecem as latências ocultas da sociedade, pois a Governança atual as mascaravam por falta de canais de expressão, que agora explodiram;
  • – podiam esconder o que faziam, apesar do que diziam, hoje o controle sobre os fatos é muito mais reduzido;
  • – não precisavam se voltar para a sociedade, pois esta estava controlada pelos poucos meios de circulação de ideias, em uma baixa taxa de relacionamento organização-sociedade;
  • – estava totalmente voltada para o sistema de mérito organizacional que aprendeu: da organização para a organização;
  • – não tinha instrumentos para conhecer melhor as demandas da sociedade, pois se trabalhava com dados imprecisos, com o que achava que era e não com algo que está acontecendo de fato (que o digital torna mais preciso);
  • – não podia contar com a co-criação e a participação intensa da sociedade a baixo custo;
  • – e não tinha, muitas vezes, apoio de fora para dentro para fazer determinadas mudanças, pois a estrutura de dentro para dentro barrava.

Assim, a nova liderança que vai surgir é a liderança algorítmica que conseguirá lidar com os novos Tecno-códigos, que permitem estabelecer um novo modelo de relacionamento com a sociedade, através da colaboração de massa mediada por plataformas colaborativas, a base da nova Governança e do modelo das novas Organizações emergentes.

O mérito que será valorizado, nesta fase de implantação da nova Governança, será a capacidade de lidar com estes Tecno-códigos para gerar valor e redução de sofrimento para a sociedade, aumentando a taxa de qualidade de relacionamento das organizações com a sociedade, através do aumento da solução de problemas de fora para dentro.

Será uma liderança dinâmica, pois estará sujeita ao mérito social, agora regulado pelos algoritmos, que mediará a colaboração de massa. Não será uma liderança, como é hoje mais fixa, mais algo mais dinâmico: quando tiver algo para contribuir em um processo mais versátil de mérito-demérito, sobe e desce.

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Será uma liderança muito mais descentralizada do que é hoje, de micro-autoridades, como uma taxa de mérito social maior em um modelo muito mais horizontal do que o vertical, só possível em função dos novos Tecno-códigos Algorítmicos.

Essa nova liderança terá um longo caminho pela frente para criar organizações compatíveis com a nova Governança Digital, pois irá contra a maior parte dos valores criados pelo modelo da liderança passada.

É um processo disruptivo do modelo de liderança.

Ela será hegemônica até que se torne novamente obsoleta, quando precisaremos de uma nova Governança pós-Digital.

Mas isso, pode ter certeza, não vamos assistir.

É isso, que dizes?

 

 

 

Todos os esforços que temos visto hoje dentro da Ciência estão voltados para a experimentação dos antigos Tecno-códigos que foram potencializados pelo digital, mas que mantém o mesmo modelo de Governança atual, pois não usam o novo Tecno-Código Digital, os algoritmos, a única forma de se poder praticar a nova Governança da Espécie, de forma a ter mais eficácia nas decisões e produção acadêmica, com qualidade e menor custo.

Como vimos aqui, as Tecno-organizações da sociedade são moldadas pelos Tecno-códigos vigentes.

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Atualmente, estamos na passagem da Governança Oral-Escrita e dando os primeiros passos na Governança Digital.

Vivemos aí dois movimentos distintos:

  • O aperfeiçoamento dos atuais Tecno-códigos – oral e escrito, que migram para o novo ambiente digital – se potencializando – são mais fáceis de serem percebidos, pois usamos a análise indutiva (sentidos), que nos facilita observar a evolução do que já conhecíamos;
  • A criação de um novo Tecno-código – os algoritmos, que permitem que criemos um novo modelo de produção de conhecimento completamente novo é, sem dúvida,  muito mais difícil de ser analisado, pois precisamos usar algo mais incomum que é o método dedutiva, de ver a mudança radical, através de novas teorias, daquilo que já conhecíamos.

Todos os esforços que temos visto hoje dentro da Ciência estão voltados para a experimentação dos antigos Tecno-códigos que foram potencializados pelo digital, mas que mantém o mesmo modelo de Governança atual, pois não usam o novo Tecno-Código Digital, os algoritmos, a única forma de se poder praticar a nova Governança da Espécie.

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Vamos aprofundar um pouco isso.

A Ciência foi criada para resolver problemas complexos da espécie e poder orientá-la, criando “conhecimento científicos”, que produzam Filosofias, Teorias e Metodologias (Métodos, capacitações e tecnologias) para nos ajudar a reduzir sofrimentos.

Haverá sempre um critério para que a produção deste conhecimento científico seja feito e que tenha uma garantia de qualidade. As organizações de produção do conhecimento, assim, serão estruturadas, a partir do Tecno-Código vigente que vai modelar a sua Governança (quem, como, de que forma, por quem, para quê, como que transparência, diálogo com a sociedade) a sua produção é feita.

Diante das limitações dos ainda hegemônicos Tecno-códigos Orais-Escrito foi estabelecido um critério de publicação do conhecimento científico, através da aprovação por pares em determinadas publicações, que garantam que o que vai para a sociedade tenha uma taxa de qualidade e relevância marcada pelos limites da atual Governança.

As organizações científicas são, assim, afetadas pela crise geral de todas as outras, que hoje se voltaram para seu benefício próprio e das suas autoridades de plantão, se afastando mais e mais da sociedade, em função do controle da circulação das ideias, que acabou por estabelecer uma taxa de relação organizações-sociedade de baixa qualidade.

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A crise deste modelo se estabelece, pois:

  • – há um aumento vertiginoso da demografia e, por consequência, de problemas cada vez mais complexos, o que nos leva a ter mais pesquisadores, tornando o critério de aprovação cada vez mais lento para um mundo com cada vez mais pressa;
  • – há muito mais textos produzidos do que espaços para a sua divulgação, no critério da Governança atual;
  • – o critério de escolha e seleção do que será estudado é cada vez mais definido de dentro para fora e não de fora para dentro.
  • – a escolha dos pares que vão analisar o que e como deve ser publicado acaba se voltando para a organização e não para a sociedade;
  • – os pares acabam por criar formas de superar a crise se auto-ajudando e reforçado mais e mais o pensamento conservador vigente, tornando a transparência e o diálogo com a sociedade cada vez mais opaco e eventual.

Como consequência, a missão da Ciência que é ajudar a espécie a reduzir problemas complexos e reduzir sofrimento vai mais e mais se afastando do seu propósito maior e se voltando para o reforço da organização pela organização, das autoridades para as autoridades.

O impasse aumenta ainda mais, pois a abertura de novos Canais Horizontais vai aumentando em muito a circulação de ideias em toda a sociedade e criando um outro ritmo de inovação, o que torna o modelo de Governança de produção de conhecimento acadêmico atual ainda mais lento e obsoleto.

Há uma crise de Governança com viés tecnológico.

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Assim, o impasse que temos é basicamente tecnológico, pois os Tecno-códigos oral e escrito, que são a base da Governança atual de toda a sociedade, incluindo as organizações que produzem conhecimento, já deram o que tinham que dar.

É preciso introduzir os algoritmos no modelo de Governança de Produção de Conhecimento, procurando novas formas de:

  • – acelerar o processo de aprovação dos textos;
  • – ampliar os espaços de divulgação;
  • – redefinir o critério de escolha e seleção dos que vão aprovar os textos;
  • – abrir mais e mais espaço para que a sociedade possa ajudar nesse processo para superar a crise, trazendo os seus problemas complexos e sofrimentos, via co-criação.

Isso não vai ocorrer com a introdução de novas tecnologias por novas tecnologias, mas através do novo modelo de Governança Digital, centrada nos Tecno-Códigos Algorítmicos. Não é uma mudança estratégia, mas operacional, que permite, como temos visto em diversos projetos em Tecno-organizações nativas, permitir a  qualidade, mas com a possibilidade da Colaboração de Massa.

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É preciso introduzir, assim, de forma emergente, projetos pilotos para começar a experimentar na nossa conservadora academia, como já sugeri no meu último livro, a introdução dos Rastros Digitais e Karma Digital para aumentar radicalmente a meritocracia acadêmica, tendo a redução de sofrimento da espécie como parâmetro, saindo do critério atual de quem é útil para a organização para aqueles que são úteis para os que estão aqui fora.

É isso, que dizes?

O ser humano é a única Tecno-Espécie do planeta, pois desenvolveu e está em constato processo de aperfeiçoamento de Tecno-códigos para exercer e aprimorar a sua Governança.

Assim, todas as espécies vivas sociais criam um dado modelo de Governança: como tomam decisões para sobreviver e reproduzir.

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As únicas que não têm uma Governança Coletiva, mas individual são as espécies que vivem com um único membro que se auto-governa.

A governança de qualquer espécie definirá e será definida pela quantidade de membros. Quanto mais membros, tirando exceções, mais sofisticada terá que ser a Governança e vice-versa.

A Governança serve para proteger os membros das intempéries e garantir a sua sobrevivência e reprodução.

Todas as espécies evoluem gradualmente o seu modelo de governança baseada nos instintos e nas adaptações que sofrem do meio, o que as impede de crescer indefinidamente, pois isso as levará a uma crise da Governança e problemas de sobrevivência.

O ser humano é a única Tecno-Espécie do planeta, pois desenvolveu Tecno-códigos para exercer e aprimorar a sua Governança ao longo do tempo. O que nos outros pode ocorrem por instinto ao longo de séculos, nós podemos alterar em décadas e talvez, no futuro, anos.

Assim, a nossa Governança, além da variante demográfica, sofrerá impacto quando tivermos melhorias nos novos Tecno-códigos para aprimorar nossa Governança.

A Governança se estabelece, através da criação de Tecno-organizações, que são criadas a partir dos Tecno-códigos existentes.

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Os Tecnos-códigos definem os limites e o potencial das Tecno-organizações, modelando todo o modelo econômico e político que será criado para a regulação e o funcionamento das mesmas.

Obviamente, que a partir da chegada de novos códigos, abre-se a temporada de caça dos melhores modelos políticos e econômicos que temos a partir deles, mas nunca o contrário (ver mais aqui.). Assim, a nossa Tecno-sociedade será modelada pelos Tecno-códigos vigentes, a partir da nossa capacidade de potencializá-los e/ou controlá-los, no movimento de tensão constante da relação organizações-sociedade, sociedade-organizações.

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A nossa governança, assim, se estrutura a partir:

  • do modelo de propriedade das Tecno-organizações – quem e como se pode fechá-la, vendê-la, abri-la?
  • do modelo de escolha e substituição de seus gestores das Tecno-organizações – quem e como será escolhido para tomar as decisões do dia-dia?
  • do modelo de seleção de quadros das Tecno-organizações –  quem e como será selecionado, promovido, valorizado no dia-dia?
  • do modelo vigente de comunicação da Tecno-organização com a sociedade –  qual a capacidade de diálogo e de interferência da sociedade nas tomadas de decisão das Tecno-organizações?
  • do modelo de aprovação dos produtos, serviços a serem oferecidos para a sociedade – quem, como são definidos e aprovados.

É isso, que dizes?

Faz algum tempo que cheguei no conceito do Pêndulo Cognitivo.

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Diria que a história é formada de ciclos em que temos velhas e novas Tecnologias Cognitivas, que trazem mudanças incrementais ou radicais na Governança da Espécie:

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Diria, assim, que temos em termos de Forças Relevante de Mudança da Espécie a seguinte escala, pela ordem:

  • – grandes cataclismas;
  • – aumentos demográficos;
  • – novas Tecnologias Cognitivas;
  • – novos sistemas políticos e econômicos;
  • – novas tecnologias Não-Cognitivas.

E aí teríamos movimentos conjunturais da Governança da Espécie e outros Estruturais, ou incrementais e disruptivos:

  • Movimento de mudança incremental da Governança – Quando a nova Tecnologia Cognitiva aprimora o Tecno-código existente, mas não traz um Tecno-código novo temos um movimento incremental de mudança da Governança. O melhor exemplo é a chegada do papel impresso, em 1450, que tanto colaborou para melhorar a Governança, mas não deixamos de usar os Tecno-códigos da oralidade e a escrita, apenas os aperfeiçoamos, como mais adiante com o Rádio e a Televisão;
  • Movimento de mudança radical da Governança – Quando a nova Tecnologia Cognitiva cria um novo Tecno-código temos um movimento radical de mudança da Governança. O melhor exemplo é a chegada da linguagem (código:palavra falada), da escrita (código:palavra escrita) e agora a digitalidade (código:algoritmos) , que cria um novo modelo de Governança, sofisticando os códigos anteriores, mas trazendo algo novo que possibilita decidir mais rápido, com mais gente participando, a baixo custo.

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Podemos dizer mais:

  • Quando chegamos ao fim de um movimento do Pêndulo de Contração Cognitiva a sociedade viverá momentos fortemente conservadores, com organizações voltadas para si, focadas em se auto-afirmar, bem como as autoridades de plantão, com pouco espaço para  co-criação de bens, serviços e produtos fora de seus muros com maior diálogo com a sociedade.
  • Quando chegamos ao início de um movimento do Pêndulo de Expansão Cognitiva, através de uma Revolta ou Revolução Cognitiva a sociedade viverá momentos fortemente inovadores, com organizações sendo questionadas de fora para dentro bem como as suas autoridades de plantão, com aumento radical de espaço com a co-criação de bens, serviços e produtos fora de seus muros.

É isso, que dizes?

 

 

Veja abaixo a figura que tenta expressar o que tenho visto na migração de uma Governança para outra.

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0 – tentativas de uso da antiga Governança para atender o aumento radical de fluxo de novas ideias e pedidos da sociedade, através de projetos novos de relacionamento, tais como ações de Marketing Digital, usando Twitter, Facebook e outros – ineficazes;

1- início da automatização do relacionamento organização-sociedade, através de uso de algorítimos, no qual o gestor recebe os dados e toma a decisão, com uma taxa muito baixa de automatização e auto-gerenciamento do processo, mas com mais poder de decisão, pois a base de dados começa a trazer as latências da sociedade, via colaboração de massa;

2- evolução da automatização do relacionamento organização sociedade, através de algorítimos, no qual o gestor recebe os dados, mas disponibiliza para que o usuário tome decisões com uma taxa maior de automatização e auto-gerenciamento do processo, através de um processo gradual de mais mais e mais poder para os algoritmos, que, por sua vez, representa a sociedade;

3- evolução da automatização do relacionamento organização sociedade, através de algorítimos, no qual o gestor recebe os dados, disponibiliza e permite que o usuário tome decisões em alguma instância com uma taxa maior de automatização e auto-gerenciamento do processo e vai paulatinamente passando mais e mais as decisões para os robôs que vão sempre representar um critério de relevância definido pelo ambiente (a sabedoria e qualidade do ambiente vai depender da melhoria contínua).

Há casos e casos, maneiras e maneiras, mas a robotização do relacionamento, via robôs, é a que permite a dedicação cada vez maior dos gestores para aperfeiçoamento do algoritmo, o que vai garantir um ambiente cada vez mais sofisticado e de qualidade.

Ou seja, barato, auto-gerido e eficaz.

Ver mais sobre os três tipos de aplicação da nova Governança aqui.

É isso, que dizes?

Há uma relação de poder entre as organizações e a sociedade. As organizações são criadas para resolver problemas e são mais ou menos abertas, conforme a capacidade da sociedade ter voz.

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Há, assim, uma tensão constante, sejam elas públicas ou privadas.

A Governança hegemônica será aquela que vai ser capaz de lidar melhor com essa tensão, criando um limite claro entre o que é possível e não é possível atender da sociedade.

Estes limites são definidos, como já estudamos, pelo social, político e econômico. E agora, estamos aprendendo, pelas radicais rupturas provocadas pelas Tecnologias Cognitivas, que empoderam muito rápido o cidadão, desequilibrando o jogo em muito pouco tempo.

Ou seja, o que regula essa tensão, em tempos de democracia, é o poder que cada uma tem de circular ideias na sociedade. O relacionamento será definido, assim, conforme essa gangorra.

Quanto mais as organizações controlarem as ideias, mais a taxa de imposição organizacional sobre a sociedade vai subir; Quanto mais a sociedade cria canais de circulação de ideias, mais a taxa de imposição da sociedade sobre as organizações vai subir.

Estas tensões já foram estudado por várias ciências sociais. O que há de novo (e criam uma crise paradigmática)  é, como disse antes, uma radical mudança de cenário, a partir de mudanças tecnológicas cognitivas.

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A massificação da Internet aumentou radicalmente a Taxa de Canais Horizontais alterando muito rapidamente, em tempo pequeno, o poder do cidadão sobre as organizações.

E criou um verdadeiro Gap de Relacionamento e uma crise de confiança da sociedade diante das organizações e suas autoridades.

Como temos detalhado, há uma movimentação completamente nova da sociedade por mudanças em função do empoderamento de canais de circulação horizontal de ideias e pedidos de ajustes nas organizações e estas têm se mostrado incapazes de processar.

Há dois motivos evidentes:

  • – o aumento demográfico que criou uma taxa de latências não atendidas enorme, mas que não vinham à tona pela limitação dos canais de circulação de ideias existentes;
  • – e a obsolescência do modelo de relacionamento oral-escrito, que já tinha fortes limitações, mas que agora está entrando em verdadeiro colapso.

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A alternativa é automatizar o relacionamento organização-sociedade, através do uso intenso de algoritmos, que são a única alternativa para restabelecer esse canal, de forma eficaz com um custo/benefício sustentável.

Uma crise de Governança, estamos aprendendo, começa basicamente pela dicotomia entre as latências ocultas de uma população maior que aparecem de repente e denunciam de forma evidente que o modelo de relacionamento organizações-sociedade precisa mudar radicalmente em um tempo curto.

O problema é que é um golpe muito duro para ser absorvido, não há preparo para encarar as mudanças de frente e temos:

  • – na área de negócios – uma violência de organizações tradicionais perdendo rapidamente espaço e muitas desaparecendo;
  • na área política – a violência social, pois se exige mudanças radicais que as atuais autoridades não têm nenhuma condição de processar e fazer.

Vivemos e viveremos tempos difíceis, mas sem dúvida interessantes.

É isso, que dizes?

 

 

Vimos aqui que estamos vivendo um momento de passagem entre duas Governanças da Espécie que estão se degladiando na sociedade.

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Nesse momento, podemos identificar alguns tipos de modelos da adoção da nova Governança Digital, com uso intenso de algoritmos, gerando dados para a tomada de decisões, a saber:

  1. O gestor toma a decisão – depois da análise dos dados, baseado em algoritmos;
  2. O usuário toma a decisão – ao receber os dados que passam a ser abertos, baseado em algoritmos;;
  3. O robô toma a decisão – automatiza-se completamente o processo baseado em algoritmos;

Vamos aos três exemplos.

  1. O gestor toma a decisão:

O aplicativo No Ponto Certo aqui do Rio. Você dá notas para cada motorista de ônibus e isso vai para uma central que toma a decisão, a partir destes dados. Ou o modelo do EasyTaxi, em que o motorista de táxi é avaliado e os dados sobem para os gestores do projeto.

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2.  O usuário toma a decisão:

O aplicativo Taxibeat, a Estante Virtual, o Mercado Livre. O sistema apresenta as estrelas e o Karma Digital de cada vendedor e comprador e a decisão de compra ou venda é de quem quer. O ambiente não interfere na decisão, mas apenas apresenta o histórico para que possíveis fraudes ou aborrecimentos sejam evitados;

3. O robô toma a decisão:

O sistema de premiação das tripulações da Gol. Você depois do vôo dá notas para a tripulação e o sistema calcula quanto cada tripulação vai ganhar de bônus no final do mês. (Não sei se é tão automatizado, mas digamos que seja para exemplificar a ideia).

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Obviamente, que não podemos dizer que um destes modelos é melhor ou pior do que outro, mas variam conforme cada problema.

Podemos, entretanto, afirmar que na maior parte das vezes o modelo do Robô toma a decisão é a tendência futura, pois torna o processo mais transparente, rápido, direto e, principalmente, mais barato.

O gestor, com o tempo, na repetição das decisões vai automatizar o ambiente para, por exemplo, um motorista de ônibus que tenha uma avaliação “x” continuada seja afastado do volante, independente da decisão do gestor, pois é algo que envolve alto risco de acidentes.

O gestor instrui o algoritmo que tome atitudes por ele para tornar o ambiente mais confiável, ganhando velocidade e reduzindo custos.

O mesmo pode-se dizer no modelo do usuário toma a decisão. Em um ambiente em que um taxista ganha apenas uma estrela de forma continuada, com várias reclamações não justifica que ainda seja apresentado no menu, sendo automaticamente cortado do ambiente.

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Óbvio que temos melhorias contínuas nos algoritmos para que cada alternativa destas funcione a contento, mas com o aumento cada vez maior da complexidade é sempre bom ver o que é possível automatizar para que o gestor seja cada vez mais um ajustador do algorítimo do que um enxugador de gelo.

Ver também “As etapas da migração da governança atual para a nova”  aqui.

É isso, que dizes?

A principal análise que temos que fazer hoje é a passagem da Governança da Espécie Oral-Escrita para a Digital, fortemente influenciada pelos Tecno-códigos algorítmicos.

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Notemos que a comunicação organizações-sociedade, antes da massificação da Internet, era toda baseada na oralidade ou através da escrita. Tomávamos decisões, aprendíamos, trocávamos, produzíamos ideias, nos relacionávamos, baseados nesse Ambiente Cognitivo fortemente marcado pela voz (presencialmente ou a distância) e pela palavra escrita.

Isso tinha/tem uma grande limitação no relacionamento organizações-sociedade, pois, por mais que as organizações quisessem dialogar estavam limitadas tecnologicamente na sua capacidade de abrir espaço, ouvir e atender as demandas. O processamento das demandas, via voz e texto era/é muito oneroso e lento ainda mais com o salto da Complexidade Demográfica dos últimos 200 anos, que levou a uma crise cada vez mais grave este relacionamento. Essa é o principal motivo da crise da Governança Oral-Escrita atual.

A taxa de diálogo organizações-sociedade, com o o aumento da complexidade demográfica dos últimos 200 anos, foi ficando mais baixa, impedindo que houvesse uma melhoria na qualidade das tomadas de decisão.

Com a massificação da Internet e o aumento vertiginoso de novos Canais Horizontais de Circulação de Ideias, a sociedade se empoderou de espaços de expressão e relacionamento e passou a produzir mais e mais ideias orais e escritas, que precisam ser processadas pelas organizações.

Ou seja, tivemos o aumento da voz por um lado, mas a incapacidade de ouvido, por outro!

As organizações não conseguem mais estabelecer um canal equilibrado com a sociedade e isso gera a oportunidade para novas organizações que usam os novos Tecno-códigos algorítmicos. Essa crise leva a necessidade de uma mudança na maneira de exercer a Governança, que se inicia com a procura de um novo relacionamento com a sociedade, mas que, no longo prazo, como um cavalo de troia, vai obrigar a uma mudança na relação com os colaboradores e, por fim, de alteração no modelo da propriedade do próprio negócio. Algo como o germe de um capitalismo menos centralizado e mais social. 7 Note, assim, que havia de muito uma latência acumulada por mudanças e um falso silêncio, pois as ideias circulavam pouco, criando uma ilusão de satisfação do relacionamento organizações-sociedade. O aumento vertiginoso da Taxa de Circulação de Ideias elevou em muito a necessidade de dados a serem processados pelas organizações, impactando fortemente nos frágeis canais de comunicação existentes.

As organizações que tinham uma prática de monologar, precisam agora criar canais para dialogar, mas isso é impraticável de ser feito com a mesma Governança atual!

O problema é que a atual Governança Oral-Escrita não tem capacidade de atender esse radical aumento das demandas sociais, pois por mais que queira melhorar seus canais de comunicação e relacionamento, o modelo para ouvir e atender é obsoleto para esse novo volume.

A relação de potência-impotência de circulação das ideias define o relacionamento organização-sociedade, o que interfere na Governança. Isso pode acontecer por mudanças sociais, políticas e econômicas ou tecnológicas, sendo este o caso agora.

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A solução que vem sendo encontrada pelas novos modelos de organizações nativas, criadas pós-Internet, é o de abandono exclusivo da Governança Oral-Escrita, que tem limitações de atendimento via voz e textos (call centers) para a criação de uma nova Governança Digital, que incorpora, claro, a voz e o texto, mas cria ambientes com uso intenso de algoritmos, que automatizam o relacionamento e a necessária tomada de decisões mais ágil, a partir do diálogo.

Ou seja, estamos falando que criamos com a Internet um novo patamar de colaboração de massa e que a única forma de sermos eficazes para lidar com esse novo ambiente de relacionamento organização-sociedade é o de  sair da atual Governança Oral-Escrita e migrar para a Governança Digital, automatizando a relação organização-sociedade, via algoritmos.

Assume-se, assim, o poder que a sociedade passa a ter, dando a ela um ambiente para que possa decidir cada vez mais, gerando valor e permitindo que a organização prospere, não indo contra a macro-tendência!

Nessa nova Governança Digital os Tecno-códigos algorítimicos passam a atuar, para em diferentes formas, receber as demandas, tratá-las, destacar o que é e o que não é relevante, e apontar caminhos distintos para a tomada de decisão. rainha_abelha

A crise atual pede essa passagem, mas que implica em que os atuais modelos organizacionais que foram todos estruturados para a Governança anterior têm que mudar para o novo. Ou seja, se alinhar ao digital não é um processo operacional, mais macro-estratégico. Algo que deve fazer parte do coração de cada organização: a tomada de decisões, que é a artéria principal do exercício de poder.

Veja este post “Os 3 tipos de aplicação da nova Governança Digital” que complementa a ideia.

É isso, que dizes?

Uma Tecnologia Cognitiva não opera no vazio.

  • A fala precisou da palavra oral, dos sons:
  • Que foram transformadas em símbolos na escrita;
  • Que agora operam dentro do ambiente digital, regulado por algoritmos.

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Assim, quando temos mudanças nas Tecnologias Cognitivas podemos, ou não, ter a criação de novos códigos ou a melhoria dos existentes. A passagem da escrita manuscrita para a impressa foi esse tipo de migração.

Quando inventamos novos códigos, como da passagem do oral para o escrito é uma mudança radical dos códigos e nos possibilitamos começar a experimentar uma nova Governança da Espécie, pois ficamos mais potentes para trocar, aprender, nos relacionar e tomar decisões.

As novas Tecnologias Cognitivas e seus respectivos Tecno-códigos nos libertam de limites que os outros tinham e passam a permitir que possamos aumentar o tamanho da espécie, ou gerenciar o aumento que houve no passado, criando um ambiente mais eficaz e barato para gerenciar a Complexidade Demográfica passada, presente e futura.

Não podemos assim analisar:

É isso, que dizes?

Podemos dizer que uma Governança da Espécie se estabelece em cima do seguinte DNA:

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  • Relacionamento – estabelece o vínculo e o modus vivendi entre os seres vivos;
  • Troca – a partir do relacionamento, as trocas se estabelecem;
  • Tomada de decisões – a partir dos relacionamentos e trocas as decisões são tomadas
  • Aprendizado – capacidade de aprender com o passado em cima das trocas, relacionamentos e tomadas de decisão;
  • Produção de ideias – diante de tudo isso, a capacidade incessante de produzir novas ideias.

A Governança da Espécie trabalha em cima destas ações, que são reguladas pelo Ambiente Cognitivo disponível, que trabalha com Tecnologias Cognitivas e seus respectivos Tecno-códigos.

É isso, que dizes?

 

 

A base que define a Governança da Espécie são os Tecno-códigos de Troca, Aprendizado, Relacionamento, Produção de Ideias e Tomada de Decisões.

Formigas para criar contos de fadas fotógrafo Russo Andrey Pavlov blog Luiz Lucas Trajano de Menezes

Em alguns momentos da história, novas Tecnologias Cognitivas Radicais permitem que sofistiquemos estes códigos, o que nos permite decidir com mais gente, de forma mais barata e melhor.

Essa é a base e a perspectiva para a chegada de uma nova Governança da Espécie, que visa melhorar a qualidade das decisões, diante de um aumento da Complexidade Demográfica.

A chegada do mundo digital, com as novas Tecnologias Cognitivas disponíveis altera bastante os Tecno-códigos, pois há novas recurso que permitem melhorar a troca entre as pessoas, a produção de ideias, o aprendizado, o relacionamento e a tomada de decisões.

São momentos distintos e separados.

Podemos dizer, assim, que a Governança da Espécie trabalha com este DNA, a partir de um código que se torna hegemônico.

É isso, que dizes?

Como temos estudado, a história pode ser reescrita, a partir das pesquisas da Antropologia Tecno-Cognitiva, veja melhor o quadro aqui.

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Nela percebemos, dois movimentos contínuos:

Atualmente, vivemos um momento em que estamos vivendo dois movimentos: o aumento radical da circulação de ideias e a mudança radical da Governança da Espécie.

Ambos fazem parte da fase de Expansão Cognitiva, mas a mudança da Governança da Espécie é muito mais poderosa e radical do que a circulação das ideias.

Isso é possível por algo que temos que separar:

  • Os Códigos de Tomada de Decisões – que permitem que a Governança da Espécie possa ser feita de uma nova maneira mais barata e com mais qualidade;
  • A potencialização do uso dos Códigos de Relacionamento – que aumentam a Taxa de Circulação Horizontal de Ideias.

Isso confunde muito a estratégia a ser tomada, pois são duas coisas distintas, que parecem a mesma.

Os novos Códigos de Relacionamento são aqueles que ampliam a possibilidade da troca de Circulação Horizontal de Ideias, através de novos Canais Horizontais que foram abertos.

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Assim, podemos falar com mais e mais gente, usando a voz e a palavra escrita pela Internet, via Skype, via chats, via email, via mensagens de texto.

Mas note que essa abertura para que usemos estes canais são feitas usando os códigos passados agora com novas canais.

Quando queremos, entretanto, tomar decisões há impasses claros do uso da palavra oral e escrita, que tem uma limitação para que muita gente possa decidir.

Por isso, tanto a palavra oral e a escrita exigiram de nós a criação de representantes para que pudessem dizer por nós o que era inviável que fosse possível, através da oralidade e da escrita.

Era um impasse tecnológico da Governança tanto Oral quanto Escrita.

O aumento da Taxa de Circulação Horizontal de Ideias permite que haja um aumento radical da troca entre as pessoas, que antes era inviável e dá a falsa impressão que conseguiremos agora decidir de uma nova maneira usando as ferramentas da palavra falada e escrita.

Porém, aí temos um impasse, pois ao mesmo tempo que aumentamos a Taxa da Circulação Horizontal de Ideias, começamos a ver os limitemos claros da inviabilidade de decidir por estes meios.

Ou seja, aumentamos a troca, mas elas servem para criar uma latência, mas não para sair da mesma.

Formigas para criar contos de fadas fotógrafo Russo Andrey Pavlov blog Luiz Lucas Trajano de Menezes

Aí surge o novo elemento que são os novos Códigos de Tomada de Decisão baseados em Algoritmos, que permitem que mais gente possa participar da decisão sem o respectivo impasse de tempo e custo.

 

Bom, para formar um cenário e criar estratégias de médio e longo prazo é preciso entender as guinadas na história provocadas pela chegada e massificação de uma Tecnologia Cognitiva Radical, que é a Força Relevante para Mudança da Governança atual.

Vejamos o quadro abaixo:

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 A história humana pode ser vista como ondas que sobem e descem (em azul), que chamei de Pêndulo Cognitivo Incremental, que provocam contrações e expansões de ideias, conforme a Taxa de Circulação Horizontal de Ideias e a Taxa de Controle Cognitivo que as organizações de plantão passam a ter tempo ao longo do tempo.

No topo, temos a Guinada Cognitiva que é o fim de um período de expansão, no qual novas ideias surgem e conseguem em alguns momentos estabelecer as bases conceituais de uma nova Governança da Espécie, desde que sejam criados novos Tecno-códigos.

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E em outros há uma mudança radical da Governança.

Qual a diferença entre as duas?

  • Na mudança incremental da Governança da Espécie – a tomada de decisões é feita com os mesmos Códigos de Tomada de Decisão disponíveis.
  • Na mudança radical da Governança da Espécie – a tomada de decisões é feita com novos Códigos de Tomada de Decisão agora disponíveis.

São os novos códigos de Tomada de Decisão permitem que haja um melhoramento da qualidade da Governança sem o respectivo encarecimento no processo, superando o Colapso da Governança anterior.

Ou seja, passamos a poder ter uma Governança da Espécie melhor e mais barata, ficando, assim, muito mais competitiva para quem a adota no médio e longo prazo.

Esta visão mais clara permite um planejamento e uma estratégia de menor custo, pois percebe-se claramente onde estamos, para onde vamos e as mudanças que, de fato, importam e precisam ser incorporadas.

É isso, que dizes?

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Nós raramente temos estratégia profissional, por dois motivos:

  • – não temos dinheiro para isso;
  • – não temos filosofia e auto conhecimento para isso;
  • – não temos mercado para isso.

Ninguém faz estratégia profissional sem dinheiro!

  • Quando te pedem para fazer algo e você está duro, você tem que aceitar e pronto.
  • Para escolher o que queres fazer, é preciso um air-bag financeiro.

Assim, estratégia profissional não condiz muito com falta de grana, a taxa de liberdade de escolha vai despencar.

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Ninguém faz estratégia profissional sem filosofia e auto conhecimento!

  • Quando te pedem para fazer algo e você tem uma taxa baixa de reflexão em relação à sua vida, você vai aceitar, pois não vai ter outra alternativa.
  • Para escolher o que queres fazer, é preciso ter um processo filosófico em curso e de auto-conhecimento.
  • É preciso conhecer seus traumas principais e aquilo que você faz automaticamente sem pensar, que atrapalha bastante a serenidade para as boas escolhas

Assim, estratégia profissional não condiz muito com falta de filosofia e auto-conhecimento a taxa de liberdade de escolha vai despencar.

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Ninguém faz estratégia profissional sem mercado!

  • Quando te pedem para fazer algo e você está em um mercado saturado ou pouco promissor, você tem que aceitar e pronto.
  • Para escolher o que queres fazer, é preciso um mercado aquecido ou que tenha alternativas para o seu potencial, seja como empregado, seja como autônomo.

Assim, estratégia profissional não condiz muito com falta de grana, a taxa de liberdade de escolha vai despencar.

É isso, que dizes?

Quando você desenvolve um Triângulo do Conhecimento sobre um dado problema procura-se obter duas coerências:

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  • a externa – diante dos fatos e suas diferentes percepções;
  • a interna – que é a coerência das três instâncias (filosofia, teoria e metodologia).

Na minha prática, de construir um Triângulo do Conhecimento para ajudar a sociedade a entender e se alinhar com a Radical mudança do mundo Digital, tenho percebido que de fora para dentro recebo as seguintes provocações.

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Externas:

  • – comentários variados sobre os posts pela Internet;
  • – crítica dos meus alunos, que não compreendem determinado conceito ou vêem alguma incoerência entre eles ou entre as três instâncias do Triângulo do Conhecimento;
  • – fatos que acontecem que nos fazem analisar de novo toda a estrutura;
  • – outros autores que introduzem novas percepções, conceitos ou Triângulo do Conhecimento.

Interna:

  • – Redação constante dos pensamento, que nos obriga a aperfeiçoar o discurso;
  • – Revisão dos textos produzidos;
  • – Criação e revisão constante de lista de verbetes para que o Triângulo do Conhecimento vá ganhando consistência e evite incoerências conceituais.

É isso, que dizes?

Brinco sempre que não devemos casar com conceitos, apenas “ficar” ou namorar, pois eles são ferramentas para que possamos analisar e atuar sobre um dado problema

Os conceitos são as cartas dos castelos de cartas, no qual estamos construindo nosso Triângulo do Conhecimento sobre um determinado problema.

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Não acredito em criação de conhecimento baseado em assuntos, ainda mais em Surtos de Inovação.  Assuntos que são típicos de movimentos de Contração Cognitiva.

Percebo que temos três estágios de conceitos:

  • os sólidos – aqueles que as pessoas se agarram como se fosse um dogma, que acredito que devemos combater;
  • os líquidos– que são aqueles que já trabalhamos a um certo tempo, que estão um pouco mais consolidados;
  • e os gasosos – aqueles muito novos que estão muito mais “ariscos”.

Brinco sempre que não devemos casar com conceitos, apenas “ficar” ou namorar, pois eles são ferramentas para que possamos analisar e atuar sobre um dado problema.

Quando vejo pessoas procurando perfeição em conceitos, noto logo que o estudo está mais focado em assunto do que em problemas.

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Os problemas pedem conceitos gasosos ou líquidos, pois estão em constante evolução.

Certamente, que conceitos líquidos estão um pouco mais estruturados do que os gasosos ainda carentes de arrumação.

É isso, que dizes?

No Triângulo do Conhecimento tentei demonstrar que é preciso criar uma lógica entre Filosofia, Teoria e Metodologias.

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Toda a estrutura do conhecimento precisa de conceitos.

Os conceitos são os nós que vão amarrando todo o resto, como se fosse um grande quebra-cabeças, que precisa ao ser estruturado ter ligações entre si.

Os conceitos são as micros-estruturas dentro das macro-estruturas.

Os conceitos estão presentes na filosofia, nas teorias e nas metodologias.

Quando evoluímos algo em cada uma delas, os conceitos vão tendo que se ajustar para que tudo fique coerente.

O objetivo do Triângulo do Conhecimento é estabelecer uma coerência interna entre as três instâncias e os conceitos que as sustentam.

  • Muitas vezes há macro-incoerências entre as três instâncias.
  • Ou micro-incoerências que são conceitos que foram construídos em etapas anteriores e precisam ser reajustados.

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É algo como um castelo de cartas, que desaba se algo está meio fora do lugar.

É isso, que dizes?

 

 

Como vivemos um cenário disruptivo, iniciando uma Expansão Cognitiva precisamos de uma nova abordagem, que é a dedutiva, que vem de cima para baixo, através da filosofia, teoria e depois a revisão da metodologia.

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A ideia do Triângulo do Conhecimento é estabelecer uma relação entre:

  • Filosofia – as potências, onipotências e potências humanas;
  • Teoria – o estudo das forças e seus contextos;
  • Metodologias – métodos, tecnologias e pessoas para atuar nas forças.

O problema é que a maior parte das metodologias atuais vem de baixo para cima, através do método indutivo de análise do cenário, que é a tradição oriunda de uma Contração Cognitiva.

Como vivemos um cenário disruptivo, iniciando uma Expansão Cognitiva precisamos de uma nova abordagem, que é a dedutiva, que vem de cima para baixo, através da filosofia, teoria e depois a revisão da metodologia.

No atual momento, esse método é o mais eficaz e de melhor custo/benefício para as organizações que querem desenvolver projetos para ser inserir na nova Governança Digital.

É isso, que dizes?

 

Mesmo que alguém quisesse melhorar a qualidade da tomada de decisões na Governança Escrita-Analógica iria esbarrar em um problema de custo/benefício em função dos limites das Tecnologias Cognitivas disponíveis.

Como podemos diagnosticar o momento atual?

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Vivemos um colapso da atual Governança da Espécie e o motivo é simples: as decisões que tomamos estão cada vez mais de baixa qualidade.

Nossos Tecno-Códigos de Relacionamento são obsoletos para o aumento demográfico radical que tivemos.

Ou seja, mesmo que alguém quisesse melhorar a qualidade da tomada de decisões iria esbarrar em um problema de custo/benefício.

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O tempo de tomada de decisões ia ficar muito lento, diante das demandas encarecendo o processo.

Hoje, as novas Tecnologias Cognitivas têm como função sofisticar os Tecno-códigos de Relacionamento e, assim, permitir que possamos criar ambientes que já experimentam uma nova forma de tomada de decisões de melhor qualidade.

Pois conseguem com o custo mais baixo tomar decisões de melhor qualidade usando os novos Tecno-códigos de relacionamento disponíveis.

O colapso da atual Governança da Espécie não é apenas, assim, social, político ou econômico, mas é um impasse tecnológico, pois não havia formas de se ampliar as decisões de forma sustentável.

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Por isso, que o objetivo de projetos estratégicos devem visar incorporar os novos Tecno-códigos de relacionamento aos processos para que as decisões ganhem qualidade com baixo custo.

É isso, que dizes?

A base da Tecno-Filosofia Cognitiva é que somos uma Tecno-Espécie, na qual a tecnologia não é acessório, mas formadora da espécie.

Assim, criamos códigos de troca, de relacionamento e de tomada de decisões que mudam no tempo e nos tornam capazes de lidar com o aumento da Complexidade Demográfica.

Quanto mais formos, mais complexos terão que ser o nosso Ambiente Cognitivos e, por sua vez, os Tecno-códigos de Troca, Relacionamento e Tomada de Decisões.

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Assim, nossos relacionamentos não são naturais, pois são Tecno-relacionamentos intermediados por códigos que vão sendo aperfeiçoados, conforme vamos ficando mais complexos em termos demográficos.

Vivemos três momentos:

  • Os Códigos de Troca, Relacionamento e de Tomada de Decisões Orais – que criaram a linguagem e definiram a Governança da Espécie Oral, baseada na palavra oral;
  • – Os Códigos de Troca, Relacionamento e de Tomada de Decisões Escritos –  que criaram a escrita e definiram a Governança da Espécie Escrita, baseado na palavra escrita;
  • Os Códigos de Troca, Relacionamento e de Tomada de Decisões Digitais – que criaram os algoritmos e definiram a Governança da Espécie Digital, baseado nos algoritmos.

Note que eles não são eliminadores do anterior, mas potencializadores do anterior, através da sofisticação, a partir de novas possibilidades.

Eles estabelecem modelos de relacionamento entre as pessoas e são a base que criamos para desenvolver as nossas Governanças da Espécie, tanto do passado quanto a do futuro.

Quanto mais gente tivermos no planeta, mais estes Códigos de Relacionamento terão que ser sofisticados para que possamos tomar decisões e nos relacionar, de tal forma, que consigamos superar as crises sociais, políticas e econômicas que a Complexidade Demográfica nos traz.

Assim, a Governança da Espécie é baseada nos Códigos de Troca, Relacionamento e de Tomada de Decisões, que são criados pelas Tecnologias Cognitivas disponíveis.

Tudo isso fora um macro Ambiente Cognitivo que nos regula e define a nossa espécie.

É isso, que dizes?

Quanto mais gente tivermos no mundo, mais precisaremos sofisticar a Governança da Espécie, de tal forma que permita que mais gente possa ajudar a tomar decisões, sem aumentar o seu custo, mantendo a taxa de qualidade lá em cima.

A Governança é o modelo que temos disponíveis e estabelecemos para tomar decisões.

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Toda governança tem um custo direto e indireto, no curto e longo prazo.

  • O direto pode ser medido no curto prazo e os resultados para os diretamente beneficiados e as consequências para a sociedade como um todo;
  • O indireto pode ser medido no médio e longo prazo e os resultados para os diretamente beneficiados e as consequências para a sociedade como um todo.

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Nem toda decisão que gera valor para os diretamente interessados, melhora a vida da sociedade no curto, médio e longo prazo.

  • Quando temos uma Governança de Baixa Qualidade as decisões são tomadas no curto prazo e visando apenas aqueles que se beneficiarão mais diretamente, relegando as consequências sociais a um segundo plano.

E vice-versa:

  • Quando temos uma Governança de melhor qualidade as decisões são tomadas no médio e longo prazo e visando também não só os que se beneficiarão mais diretamente, mas medindo e procurar priorizar as consequências sociais, o que torna todo o modelo mais sustentável, pois todos ganham.

O Custo de Governança, entretanto, esbarra nos limites tecnológicos do Ambiente Cognitivo e a sua relação com o tamanho da espécie.

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Quanto mais gente tivermos no mundo, mais precisaremos sofisticar a Governança da Espécie, de tal forma que permita que mais gente possa ajudar a tomar decisões, sem aumentar o seu custo, mantendo a taxa de qualidade lá em cima.

Porém, há momentos em que entramos em um Colapso de Governança, quando aumentamos radicalmente o tamanho da espécie, mas não criamos Tecnologias Cognitivas que nos permitam reduzir o custo da tomada de decisões e mantendo a sua qualidade.

O que vai acontecer nestes momentos de crise como o atual? As decisões serão mais e mais de baixa qualidade, pois cada vez mais, menos pessoas participarão dela, o que leva a um Isolamento Decisório, cegando os tomadores de decisão para decidir cada vez mais com critérios de baixa qualidade e muitas vezes, o que é humano, visando o seu próprio interesse!

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O Custo da Governança, entretanto, só se reduz quando damos saltos radicais no Ambiente Cognitivo estabelecendo um custo mais baixo para ouvir mais gente. E para isso precisamos de novos Códigos de Relacionamento.

Foi o que aconteceu com a chegada da prensa, por exemplo, que incorporou o novo código (papel impresso) a palavra escrita como uma ferramenta de apoio à decisão, criando o voto no papel e criando o atual modelo de Governança, que entrou em colapso, em função do boom demográfico.

Todo o movimento que estamos assistindo de aumento do uso dos algoritmos, voltado para a tomada de decisão, é o que nos permite cria um novo modelo de governança, que visa melhorar a sua qualidade, via redução de custo.

É algo sofisticado e precisa de muita sabedoria das organizações para entender e conseguir se alinhar com esse novo processo.

É isso, que dizes?

 

 

O modelo do Taxibeat é, a longo prazo, mais sustentável, pois cria uma auto-gestão da frota, criando uma auto-regulação, reduzindo o custo da Governança Digital, pois quem é o passageiro que passa a ser responsável por melhorar o ambiente.

Bom, às vezes fica difícil demonstrar como é o uso da nova Governança Digital.

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Vou trabalhar com três exemplos: uma cooperativa de táxi, que abre uma página no Facebook, o EasyTáxi e o TaxiBeat:

  • Uso  digital sem algoritmo – A cooperativa de táxi está usando o Facebook, mas da forma digital primitiva, pois não incorpora nenhum algoritmo para melhorar a sua performance e tomada de decisões;
  • Uso do algoritmo SEM repasse de poder ao usuário – O EasyTáxi já incorpora o algorítimo, pois facilita a aproximação entre o cliente e o taxista, permitindo que haja um encontro entre eles. Há um sistema de avaliação ao final, mas que é enviado para uma central, que é quem pode tomar medidas cabíveis contra possíveis taxistas, encarecendo a governança;
  • Uso do algoritmo COM repasse de poder de tomada de decisão ao usuário –  O Taxibeat também incorpora o algorítimo, pois facilita a aproximação entre o cliente e o taxista, permitindo que haja um encontro entre eles. Há um sistema de avaliação ao final, mas diferente do EasyTáxi  ele abre o critério de avaliação para o passageiro, tornando o sistema todo mais sustentável,. barateando a governança.

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O modelo do Taxibeat é, a longo prazo, mais sustentável, pois cria uma auto-gestão da frota, criando uma auto-regulação, reduzindo o custo da Governança Digital, pois quem é o passageiro que passa a ser responsável por melhorar o ambiente.

A cooperativa está usando o ambiente digital sem alterar em nenhum momento a Governança, pois não usa algoritmos.

E o EasyTáxi está, digamos, no meio do caminho, com um pé no novo modelo, pois usa parcialmente os algoritmos, mas não transfere poder aos usuários.

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E, por fim, o Taxibeat experimenta o que acredito ser a tendência futura, pois torna a governança digital mais barata, como fazem todos os serviços atuais, tal com o Mercado Livre, Estante Virtual, AirBNB.

Muitos devem se perguntar, incluindo o pessoal do Taxibeat, por que tendo o melhor modelo dentro da nova Governança não estão bombando.

Aprendi com minhas pesquisas que temos um fator importante nesse uso do algoritmo para uso da nova Governança Digital com repasse de poder aos usuários, que é o Fator Custo/benefício diante das avaliações digitais.

O critério de valor tempo/dinheiro/risco que o usuário dá para esse novo modelo. Isso vai depender da urgência, valores envolvidos e risco para a sua integridade. Quanto mais rápida for a urgência, menos investimento e menos risco, menos ele vai ligar para os critérios de avaliação de outros usuários e vice-versa.

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Assim, um passageiro com pressa tende a pegar qualquer carro.

O Taxibeat vai fazer a diferença para o caso dos passageiros mais planejados que queiram escolher melhor a qualidade do serviço.

É o que acontece nos outros serviços em que o usuário tem esse poder, pois podem comprar ou fazer a reserva em um hotel com mais calma e, por isso, o valor que dão para a avaliação dos outros usuários cresce em escala.

É isso, que dizes?

Acho que fica mais fácil entender este conceito, a partir do vídeo abaixo:

Note que a chegada dos lobos no parque é a chegada de uma Força Relevante de Mudança da Governança, pois, os lobos estão no topo da cadeia alimentar.

Quando chegam, eles alteram e modificam a Governança, que vinha sendo exercida pelos cervos. A mudança de todo um complexo sistema entra em mutação quando há uma mudança radical da governança, que é algo relevante para compreender a complexidade.

Para estrategistas, é fundamental perceber quando temos uma força capaz de mudar a governança.

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Os cervos tiveram que trabalhar com novos limites, pois os lobos passaram a exercer uma nova Governança, criando uma cascata trófica.

Ou seja, há uma mudança de Governança, pois uma força principal que chega interfere numa dada Governança.

Poderia haver outro tipo de mudança e até um germe infectando todos os animais, poderia influenciar o contexto, mas o que se trata aqui é quando vemos uma força que chega e que pode alterar a Governança que vem sendo exercida.

Defendo que a chegada de Tecnologias Cognitivas Reintermediadoras têm esse papel de Cascata Trófica, pois criam uma nova possibilidade de:

  • – Empoderar o cidadão/cliente;
  • – Estabelecer novos limites às organizações dominantes;
  • – Criar um novo modelo de tomada de decisões, criando uma nova forma de Governança mais dinâmica, que passará a ser a hegemônica na sociedade.

É isso, que dizes?

O principal erro das organizações atual é não compreender o que vou chamar de Força Relevante de Mudança da Governança 

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Esta força é aquela que consegue interferir em um dado ambiente e causar mudanças profundas, pois altera como a Governança está sendo praticada.

A massificação das Tecnologias Cognitivas Reintermediadoras têm esse poder. Porém, quando as organizações procuram se alinhar às mudanças só conseguem enxergar a chegada da tecnologia, mas NÃO A MUDANÇA DA GOVERNANÇA.

É preciso, assim, estabelecer etapas da chegada da Governança Digital:

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A maior parte dos projetos em curso conseguem trabalhar até a segunda etapa, mas são raras as que incorporam a terceira etapa, que pode ser exemplificado, por exemplo, nos cases Mercado Livre, Estante Virtual e Taxibeat, nos quais os dados ficam disponíveis para que o usuário tome a decisão.

E não a estrutura central.

Acredito que a próxima etapa é a de organizações em que o dono, ou melhor os donos, serão os próprios usuários, através de um modelo de Governança Compartilhada, que é a Governança Digital influenciando também o modelo de Propriedade das Organizações.

Ou seja, que é o dono?

É isso, que dizes?

 

 

 

A grande dificuldade de enxergar o que vem pela frente e como nos preparar melhor é de estabelecer determinadas relações de causa e efeito entre Ambiente Cognitivo e Governança da Espécie.

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Talvez a mais relevante é de que:

  • – o Ambiente Cognitivo (de circulação de ideias) é regulado por Tecnologias Cognitivas;
  • – que quando munda radicalmente e aumentam a horizontalização;
  • – criam novos Tecno-códigos de Relacionamento mais sofisticados para a interação humana e, principalmente, a tomada de decisões;
  • – e entramos em um processo radical de mutação da Governança da Espécie, em função de um Colapso da Governança anterior.

A tomada de decisões passa, assim, a nos possibilitar incorporar mais gente sem que se perca a relação custo/benefício. Ou seja, a qualidade da decisão consegue ser melhor, pois mais gente (com mais diversidade) passa a opinar em menos tempo.

Podemos, assim, criar uma tabela que procura ajudar a compreender bem o que estamos passando:

tabela_govBom observar que:

Uma Governança amplia a outra, mas não a elimina, apenas incorpora novos valores, reaproveitando as anteriores, mas de nova maneira.

É isso, que dizes?

 

 

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