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A grande dificuldade de enxergar o que vem pela frente e como nos preparar melhor é de estabelecer determinadas relações de causa e efeito entre Ambiente Cognitivo e Governança da Espécie.

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Talvez a mais relevante é de que:

  • – o Ambiente Cognitivo (de circulação de ideias) é regulado por Tecnologias Cognitivas;
  • – que quando munda radicalmente e aumentam a horizontalização;
  • – criam novos Tecno-códigos de Relacionamento mais sofisticados para a interação humana e, principalmente, a tomada de decisões;
  • – e entramos em um processo radical de mutação da Governança da Espécie, em função de um Colapso da Governança anterior.

A tomada de decisões passa, assim, a nos possibilitar incorporar mais gente sem que se perca a relação custo/benefício. Ou seja, a qualidade da decisão consegue ser melhor, pois mais gente (com mais diversidade) passa a opinar em menos tempo.

Podemos, assim, criar uma tabela que procura ajudar a compreender bem o que estamos passando:

tabela_govBom observar que:

Uma Governança amplia a outra, mas não a elimina, apenas incorpora novos valores, reaproveitando as anteriores, mas de nova maneira.

É isso, que dizes?

 

 

A base, a meu ver, de uma atitude inovadora, sob esse prisma, tem que ser um compromisso ético e não moral, pois você vai querer melhorar as coisas, por algo que você QUER fazer e não por algo que você DEVE fazer.

Trabalho no meu curso de Inovação Estratégica a questão da separação entre ética e moral.

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Na minha percepção, moral é tudo aquilo que a sociedade cobra de nós como atitudes e ética é aquilo que resolvemos fazer além da moral, ou apesar da moral, ou mesmo contra o que seria moral.

Seria como antes da abolição da escravidão que era moralmente aceita, não querer ter escravo de jeito nenhum, pois se considerava eticamente inaceitável.

A ética aqui na minha tela seria uma atitude pró-ativa diante da vida e a moral algo reativo.

Gosto de brincar que a melô da moral é a música do Zeca Pagodinho, “Deixa a vida me levar”.

A base, a meu ver, de uma atitude inovadora, sob esse prisma, tem que ser um compromisso ético e não moral, pois você vai querer melhorar as coisas, por algo que você QUER fazer e não por algo que você DEVE fazer.

Ou seja, uma organização pode remunerar a inovação, pode colocá-la como fazendo parte da “moral” e da norma. E inovar passa a fazer parte do trabalho e da moral.

Nada contra, mas desconfio que esse tipo de inovação não dure muito tempo.

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Ou seja, as pessoas vão querer trabalhar a inovação para ganhar mais ou serem promovidas, nada contra, mas é uma inovação destituída de um sentido ético.

Na ideia que acalento e trabalho de inovação acredito que o que ficará e mudará realmente uma organização é quando você problematiza a questão da mudança em nome de algo que seja positivo para a sociedade hoje e amanhã. Ainda mais em um mundo cada vez mais transparente em que se vai querer organizações éticas e não morais!

Quando se quer melhorar e procurar fazer melhor para reduzir o sofrimento do cliente ou cidadão, em nome de um legado que cada um procure deixar na vida.

A inovação, portanto, se posiciona não mais como algo que será feito por obrigação, mas algo que entra como uma missão de vida de cada pessoa diante do que quer deixar depois que #partiu  🙂

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Uma inovação ética, assim, supera os contextos de chefes, de problemas de remuneração, ou qualquer outro, pois a inovação à procura de redução de sofrimento da sociedade passa a ser uma atitude da pessoa diante da vida, INDEPENDENTE os contextos.

Eu vou tentar melhorar sempre, pois vou me sentir melhor por causa disso!

Outro ponto que observei nas aulas é que a ética inovadora não pode e nem deve ser construída em cima de procura de reconhecimento externo.

SERIA ÓTIMO QUE NOSSAS AÇÕES FOSSEM RECONHECIDAS, POIS TODOS PRECISAMOS DE RECONHECIMENTO!

Porém, a ética inovadora é aquela que a pessoa faz algo para agradar e ser reconhecido PELA SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA.

Independente qualquer coisa, é você que tem que se sentir bem com o que você está fazendo para reduzir sofrimento.

Sim, é algo difícil e eu sempre digo que trabalhar com Inovação Ética é um esforço para uma tropa de elite, de pessoas que querem mais da vida além de simplesmente sobreviver.

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Poderia dizer, assim, que acredito na Inovação Ética e que ela visa preparar pessoas para inovar sempre,  colaborar para uma sociedade melhor a procura da redução da taxa de sofrimento dos seres vivos.

A meu ver esse tipo de inovação é a que a sociedade mais precisa hoje e é a que vai se tornar a mais consistente, pois cada um fará para si mesmo e independente de qualquer contexto, o que acredito ser uma garantia que ela irá mais longe.

Que dizes?

 O problema é que as organizações não tem hoje uma prática de trabalho com filosofia e teorias que possam revisar as suas metodologias. Isso não era necessário em um mundo com baixa taxa de inovação, mas agora as organizações começarão a se diferenciar uma das outras, a partir da filosofia e das teorias que adotarem em relação ao futuro.

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Defendi no triângulo do conhecimento três áreas importantes para o estudo de fatos.

  • A filosofia – quem somos o que podemos e o que não podemos;
  • As teorias – que estudam as forças e seus contextos;
  • As metodologias (processos, tecnologias e pessoas)  – que procuram nos dar mais eficácia para lidar com as forças em movimento nos seus diferentes contextos.

Dividi neste post a organização em três segmentos:

  • os estratégias de longo prazo – que olham e cuidam do futuro;
  • os estrategistas de curto prazo – que olham e cuidam do presente;
  • os executores das estratégias – que tornam o planejamento e as estratégias possíveis.

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Cada um trabalha com um nível de preocupação, a seguir:

  • Os estrategistas de longo prazo tem como ferramenta a filosofia e as teorias adotadas pelas organizações;
  • Os estrategias de curto prazo cuidam do aperfeiçoamento das metodologias;
  • E os executores colocam em prática as metodologias, a partir das filosofias e teorias adotadas.

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O problema é que as organizações não tem hoje uma prática de trabalho com filosofia e teorias que possam revisar as suas metodologias. Isso não era necessário em um mundo com baixa taxa de inovação, mas agora as organizações começarão a se diferenciar uma das outras, a partir da filosofia e das teorias que adotarem em relação ao futuro.

Essa visão vai nortear as ações estratégias, o Laboratório de Inovação e, por sua vez, os projetos que serão implementados, através da revisão contínua das metodologias.

É isso, que dizes?

Nas organizações de hoje, temos um batalhão gigantesco de gente trabalhando no planejamento e na estratégia de curto prazo e um número muito reduzido de gente trabalhando no médio e longo prazo.

Digamos que dentro de uma organização tradicional temos dois perfis demarcados.

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  • Os que se preocupam em fazer.
  • E os que se preocupam em como as coisas têm que ser feitas.

Ou seja, um planeja o que tem que ser feito. E outro executa o que aquele planejou.

  • O que planeja tem um pé no planejamento e na estratégia.
  • E o que executa tem um pé no operacional.

Dentro dos que planejam e fazem estratégias temos os que pensam o presente e o curto prazo e alguns pouco, muito poucos,os que procuram imaginar o futuro.

  • Os que pensam o curto prazo trabalham com os ajustes de metodologias nas organizações. Fazer mais e melhor do que vem sendo feito.
  • Os poucos que pensam no médio e longo prazo trabalham com os ajustes filosóficos e teóricos nas organizações. Fazer mais e melhor do que será feito amanhã.

Nas organizações de hoje, temos um batalhão gigantesco de gente trabalhando no planejamento e na estratégia de curto prazo e um número muito reduzido de gente trabalhando no médio e longo prazo.

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Já disse isso aqui e vou repetir.

Estamos saindo de um momento de Contração Cognitiva  que nos leva a uma Baixa Taxa de Inovação da sociedade para um de Expansão Cognitiva que aumenta radicalmente esta taxa.

Haverá a necessidade gradual de aumentar mais e mais as pessoas que trabalhem o futuro dentro das organizações, que pensem o médio e longo prazo, pois o futuro já não é mais como era antes: previsível.

(Veja mais sobre Futurologia aqui.)

Não adianta nada também se estes estrategistas de médio e longo prazo não possuam instrumentos para testar as suas hipóteses.

Por isso, comecei a defender a ideia de uma metodologia que preveja a criação de Laboratórios Estratégicos de Inovação, que devem dedicar uma parte do tempo para a criação de projetos isolados para testar novos projetos para novos cenários.

A diferença mais e mais das organizações vai estar na mão dos Estrategistas de Longo Prazo e da sua capacidade de tornar tangíveis suas previsões em Laboratórios Estratégicos de Inovação.

Pessoas que vasculham o horizonte por sinais de mudança devem de alguma forma separar as tendências importantes e duradouras daquelas que são de curta duração e, finalmente, irrelevantes. (Confundir uma mudança fundamental com uma alteração temporária pode ser fatal.) – Miles D. White; – Frases de 2014. 

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Vamos criar mais uma regrinha.

Quanto mais estranho ou diferente for um fato no estudo de cenários, mais tempo teremos que nos dedicar a ele para compreende-lo.

  • Fatos estranhos pedem visões diferentes das tradicionais.
  • Fatos estranhos pedem visões alternativas de sua interpretação.
  • Fatos estranhos podem ser melhor interpretados por gente que não está no circuito oficial, pois pode ter uma visão de fora e menos interessada;
  • Fatos estranhos podem questionar filosofias e teorias vigentes, impactando nas metodologias praticadas;
  • Fatos estranhos podem exigir uma time line maior para a sua compreensão, a procura de fatos estranhos similares no passado.

O problema com fatos estranhos que queremos “desestranhar” estes fatos, tornando-os mais conhecidos e cometendo, assim, um erro de cenário, pois se há um fato estranho algum ajuste precisa ser feito em como vemos as coisas (filosofia e teoria).

Se há um fato estranho na sociedade é por que esse tipo de coisa acontece e nós não sabíamos que ocorria daquela maneira.

Há algo a ser investigado ali.

A vida não cabe nas teorias, as teorias é que correm atrás da vida.

Estranho no ninho

Diria ainda.

Quanto mais:

  • – estranho for o fato;
  • – se repetir ao longo do tempo;
  • – e começar a ser vital para os negócios.

Mais e mais teremos que nos dedicar ao estudo dele para que possamos compreender o que precisa ser feito de mudança na nossa maneira de pensar.

Sugere-se, assim, que o Laboratório Estratégico de Inovação tenha uma área investigativa para estudos de fatos estranhos para que sejam feitas as revisões filosóficas, teóricas e metodológicas necessárias.

É isso,

que dizes?

Frases de 2014

Mais frases aqui.

As dos outros:

  • O fracasso não é fatal, mas a relutância em mudar pode serJohn Wooden;
  • Pessoas que vasculham o horizonte por sinais de mudança devem de alguma forma separar as tendências importantes e duradouras daquelas que são de curta duração e, finalmente, irrelevantes. (Confundir uma mudança fundamental com uma alteração temporária pode ser fatal.) – Miles D. White;
  • O sucesso nunca é definitivo, o fracasso nunca é fatal. É a coragem que conta – John Wooden; 

  • “Procure ser um homem de valor e não de sucesso” – Einstein;
  • “Quanto melhor você faz seu trabalho, mais ele de torna invisível” – David Mosby;
  • “A decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: o que irá acontecer, em vez de se inquirir: o que eu posso fazer?” – Denis de Rougemont;

  • “A pessoa pode perder tudo na vida, menos o significado”Victor Frankl;

As minhas:

  • Quem escreve para agradar aos outros, não escreve para ninguém!

 

Uma ciência, a meu ver, não pode ter um foco em algo que é a solução, o martelo, mas deve se voltar para o problema que faz com que precisemos usar o martelo!

Como disse no post anterior, a produção do conhecimento deve se focada em redução de sofrimentos dos seres vivos gerada por problemas.

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Veja a proposta da Ciência das Redes, por exemplo, que se dispõe a ter como objeto as redes para poder lidar melhor com a complexidade.

O objetivo, no final, é criar metodologias, tecnologias, serviços, produtos e processos em um mundo complexo para reduzir sofrimentos de seres vivos, conforme leio no livro “Linked” do Barabasi.

As redes fazem parte, a meu ver, da metodologia, da parte final, do problema aumento radical da complexidade humana e formas de lidar com ela.

Redes são ferramentas humanas, empoderadas por tecnologias e metodologias de todos os lados para que possamos lidar melhor com a complexidade cada vez maior, em função dos saltos demográficos.

Uma ciência, se vamos chamar um movimento em torno de problemas ainda de ciência, deve ter como foco algo que possa minimizar sofrimentos.

Uma ciência, a meu ver, não pode ter um foco em algo que é a solução, o martelo, mas deve se voltar para o problema que faz com que precisemos usar o martelo!

As redes são ferramentais nessa direção e não podem ser o objeto central de uma nova Ciência, apenas instrumentos para que possamos resolver os problemas levantados.

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Quando ouço falar em Ciência das Redes traduzo para metodologias e aprendizados de como elas funcionam, um estudo interessante e relevante, mas não podemos caracterizá-la como uma ciência, apenas metodologias.

Assim, como não acho que devemos ter a ciência do hambúrguer, nem do carro, nem do avião, mas estudos destas tecnologias e as metodologias, que devem estar dentro de um determinado contexto.

É um estudo de metodologias e ferramentas para que as ciências – que se debruçam em problemas – possam utilizar.

Não formaria uma escola, mas disciplinas em várias escolas para a solução de problemas.

Hoje, lidamos com redes digitais, por exemplo, para lidar com um mundo complexo de 7 bilhões de habitantes.

O problema é minimizar sofrimento dos 7 bilhões, através de metodologias e tecnologias – as melhores possíveis.

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Meu temor é que comecemos a criar a ciência das redes, assim como criamos a ciência da computação, da informação, da comunicação e, de novo, nos misturemos o que é martelo (metodologia) do que é o sofrimento (o problema a ser minimizado), que deve guiar a Ciência 3.0

Ou seja, diria que o estudo das redes se encaixa no Triângulo de Conhecimento (filosofia, teoria e metodologia) como metodologia e não como um guarda-chuva de estudos.

Podemos, por exemplo, criar uma teoria sobre o efeito das mudanças das redes na sociedade. Isso não seria uma ciência, mas uma abordagem teórica para solucionar e pensar um dado problema.

Seria a Teoria das Redes e seu impacto na história humana, mas nunca uma Ciência.

Que dizes? 

Os estudos teriam o foco de solução destes problemas, juntando a maior quantidade de pessoas, pesquisadores com foco na minimização do sofrimento.

Hoje, a academia é dividida em Ciências.

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Ciências são ATUALMENTE campos limitados por assuntos, por objetos e pesquisadores que resolveram se formar e pesquisar naquelas escolas.

As Ciências atuais vivem o drama de não conseguirem sair de seus limitados campos, o que as coloca como o problema do cego e dos elefantes.

Cada um vê a parte como se fosse o todo, pois o óculos que vestem está sempre limitado por um determinado campo de visão. Num mundo com baixa taxa de inovação isso até era administrável, mas hoje mais e mais precisamos de uma academia mais dinâmica, focada em problemas, que são sempre multidisciplinares.

Se tivéssemos que pensar em uma nova forma de produzir conhecimento, teríamos que pensar a organização da academia em torno de problemas.

E diria problemas que geram sofrimento na sociedade.

Os estudos teriam o foco de solução destes problemas, juntando a maior quantidade de pessoas, pesquisadores com foco na minimização do sofrimento.

(Problemas não são resolvidos, mas os sofrimentos que eles criam sim podem ser minimizados.)

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A medição do resultado do trabalho de cada grupo de pesquisadores em torno de problemas é a capacidade de gerar mais ou menos sofrimentos.

(Obviamente, que precisamos definir para cada um o que se entende por sofrimento.)

Nessa direção questiono, por exemplo, a criação de novas ciências como a Ciência das Redes, que não se encaixaria nessa nova perspectiva mais ampla, mas falo disso depois no novo post.

Que dizes?

Saber viver é estar aberto para ser contraditório e admitir quando isso acontece para se aprimorar. Ser contraditório é atitude principal de quem quer viver e ajudar a mudar o mundo!!!

Os canais horizontais de circulação de ideias, Facebook na frente, são ricos em nos ajudar a conhecer melhor o ser humano.

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Antes, víamos os seres humanos, via televisão, com pouca diversidade horizontal e hoje podemos trocar e conhecer muito mais gente.

E nesse novo cenário, algo que tem me incomodado muito é o que vou chamar da prática do “Ceticismo de sofá”.

A pessoa tem duas atitudes perante a vida:

  • – é extremamente crítica com tudo;
  • – mas não consegue se engajar com nada, pois tudo está cercado de contradições com as quais ela não concorda com nenhuma.

É uma atitude que a torna uma pessoa “muito boa”, “especial”,  pois sempre tem uma postura crítica em relação a tudo, mas não se propõe a ter nenhum ato concreto para ajudar a resolver os problemas.

Sou cada vez mais cético!

É algo como comentar cada programa de televisão do sofá e ir trocando os canais, criticando todos, mas não sair dali para nada

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É uma atitude que não se “suja” de realidade, pois qualquer ação na sociedade sempre haverá alguma taxa de contradição a ser trabalhada, de crítica possível, de problema a ser ajustado.

É melhor, assim, se manter afastado das contradições do mundo para se manter “puro”.

O ceticismo de sofá, portanto, é uma forma de não se envolver no mundo e poder criticar todos que tentam fazer algo.

Não se admite nenhuma taxa de contradição, contradição zero, o que torna o mundo do mesmo jeito que está o tempo todo, pois viver é se contradizer o tempo todo.

Saber viver é estar aberto para ser contraditório e admitir quando isso acontece para se aprimorar. Ser contraditório é atitude principal de quem quer viver e ajudar a mudar o mundo!!!

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Para superar o ceticismo de plantão é preciso começar a trabalhar com o as taxas de contradição.

Ou seja, vai se aceitar negociar com a vida e com todos que estão dentro dela para que determinadas coisas sejam feitas.

Essa negociação com a vida fará com que se abra mão de algumas ideias inciais para que se possa atingir um resultado maior.

E aí se medirá a taxa de contradição do discurso inicial com a prática adotada.

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Isso é a arte de negociar e de ceder.

Obviamente, que há pontos inegociáveis e aumentos das taxas de contradição eticamente incompatíveis.

(Acredito que temos aqui uma discussão interessante sobre ética e prática política, na qual a contradição e a negociação fazem parte. Quando a taxa sobe muito e a pessoa não consegue mais se ver como contraditória, aí sim a coisa desanda.)

Porém, o ceticismo de sofá quer trabalhar com a taxa zero de contradição e negociação que é algo impraticável no mundo.

Prefere-se ficar no sofá e criticar a todos.

Isso, por incrível que pareça, é o que possibilita que os perversos, que não se incomodam em absoluta com taxas de contradição, acabem tomando todas as decisões do mundo.

O comodismo de sofá, aliás, é o que alimenta a alta taxa de contradição do mundo, pois uma parcela crítica prefere ficar da poltrona passível, assistindo.

Que dizes?

Bom, a ideia é discutir a implantação de Laboratórios Estratégicos de Inovação com ênfase na implantação da nova Governança Digital.

Que é o centro promotor da Gestão Estratégica da Inovação.

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Esta é metodologia que estou melhorando e aprimorando nos últimos anos, através de um curso de capacitação.

O objetivo é criar uma cultura e incentivar que o cliente possa criar uma Gestão Estratégica da Inovação que possa:

  • – alinhar inovação com estratégia;
  • – e incorporar a força disruptiva digital nos processos estratégicos de inovação.

Para isso, é preciso ter um Plano Estratégico e Integrado de Inovação, que tenha um Laboratório de Inovação como o coordenador e executor deste plano.

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A formação necessária para criar o laboratório a meu ver:

  • – Conceitos de inovação e estratégia (que envolve separação entre realidade e percepção /ética e moral ;
  • – Conceitos das principais forças disruptivas na sociedade atual, principalmente a Revolução Tecno-cognitiva;
  • – Características com exemplos práticas da nova Governança Digital.

O laboratório deve ser criado formalmente a despeito de todos os setores da organização, vinculado diretamente à atual direção, que tem clareza de seus propósitos.

A definição de coordenadores que tenham:

  • – passado pela capacitação;
  • – com experiência de liderança de equipes e desenvolvimento de projetos:
  • – com perfil de liderança aberto e dialógico.

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O laboratório deve definir na sua atividade:

  • – os projetos estratégicos incrementais que servirão para a migração para a nova Governança Digital;
  • – os projetos estratégicos disruptivos que servirão para criar projetos e a cultura da nova Governança Digital.

Serão definidos prazos, recursos (incluindo capacitação) necessários para a execução destes projetos.

As alternativas para a formação da equipe do do laboratório podem ser, sempre passando pela capacitação como ponto obrigatório:

  • – com equipe externa;
  • – só com equipe interna;
  • – equipe mista.

(O ideal seria equipe mista, mas nem sempre isso é possível).

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No caso da equipe interna:

  • – com dedicação exclusiva;
  • – com dedicação parcial.

(O ideal é que haja pessoas que se dediquem integralmente ao laboratório, mas isso nem sempre é possível).

A questão do espaço físico está em aberto. O ideal é que se tenha um, se houver equipe dedicada.

É muito relevante que haja uma boa ferramenta de comunicação que poderia suprir o espaço físico, reuniões periódicas e presenciais para assuntos mais polêmicos.

É importante que a capacitação para o laboratório seja voluntária para que novas lideranças surjam e deve ser incentivada a participação de gestores.

Em função do tempo exíguo dos gestores, sugere-se que seja feito um “coaching” para aqueles que não passaram pelo laboratório para que possam compreender os principais conceitos e passem a apoiar as iniciativas, que irão mexer com toda a organização.

É isso que dizes?

 

 

Não existe estratégia sem inovação e nem inovação sem estratégia. E não existe estratégia sem a inclusão das forças disruptivas principais do cenário com projetos que possam promover o alinhamento as suas principais consequências.

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 A “moda” inovação criou agora mais uma metodologia de grife: gestão da inovação. Que entra na maioria das organizações como mais um modismo como tantos outros que já tiveram por aí. Cria-se um setor e um projeto, algumas palavras interessantes, alguém é contratado e tudo continua como era antes.

São palavras jogadas ao vento para se fingir que está se fazendo algo para minimizar os eternos problemas que todas as organizações tiveram, têm e sempre terão.

É bom destacar que tal prática era meio indolor, pois a estratégia em tempos de baixa taxa de disrupção, como foram as últimas décadas, era feita apenas revisar  a do último ano, mudar algumas linhas e esquecer o assunto.

A estratégia era, no fundo, um livro de promessas de final de ano que todos juravam que iam cumprir, bem como, emagrecer, fazer ginástica, viajar mais com a família, etc…

Assim, estratégia que não vira projetos é apenas motivo para encontros de final de semana em hotéis distantes para tomar uísque e jogar conversa fora.

Agora, com a ideia de inovação, ganha-se mais um motivo para brincar.

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Fala-se em inovação, mas é preciso transformar inovação em projetos. Assim como era preciso transformar estratégia em projetos.

E é por isso que hoje o pessoal mais eficaz fala em carteira ou portfólio de inovação.

Ou seja, se você não tiver projetos de inovação listado em  um dado portfólio, não estaremos fazendo inovação, mas falando em inovação. 

Claro que é preciso ter capacitação para a inovação, mas tudo isso é preparação para fazer e não falar dela!!!

E aí vem dois problemas a serem minimizados:

  • – o cenário no qual a estratégia tem que se debruçar, atenta principalmente para as forças disruptivas;
  • – e a relação entre estratégia e inovação caminharem juntas, incorporando e procurando-se alinhar com as consequências das forças disruptivas.

A minha análise é de que vivemos hoje uma Alta Taxa de Disrupção na sociedade, pois estamos migrando de uma Governança da Espécie para outra motivada por uma Revolução Tecno-cognitiva, que altera a forma de resolver problemas e, por sua vez, processos, produtos e serviços e todo o ambiente de negócios.

Este, a meu ver, é a força disruptiva principal que tem provocado mudanças e fatos heterodoxos na sociedade, que não conseguem ser explicados pelas ferramentas dos estrategistas de plantão e, por isso, não entra na estratégia e nem nos projetos de inovação, o que gera um erro GIGANTESCO no Cálculo do Futuro.

Assim, é preciso incorporar a Revolução Cognitiva e suas consequências na estratégia da organização como uma força relevante.

E começar a enxergar a inovação como o caminho pelo qual a estratégia organizacional vai promover as suas mudanças e seu alinhamento com o futuro.

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Portanto, só faz sentido pensar em Gestão Estratégica da Inovação.

E incorporar na Gestão Estratégica da Inovação ações que possam lidar com a nova Governança da Espécie com projetos concretos.

Por isso, tenho defendido a ideia de criação de Laboratórios de Inovação Digital Disruptivos para criar:

  • – uma nova cultura para solução de problemas afinado com a nova Governança Digital;
  • – criar produtos, serviços e processos do mesmo jeito;
  • – promover uma ponte que consiga promover a migração do atual legado para a nova Governança.

Ou seja, a meu ver hoje não faz mais sentido trabalhar estratégia isolada de inovação e nem inovação isolada da necessidade da migração para a nova Governança Digital, que me parece ser a forma de se alinhar com as mudanças disruptivas que temos pela frente.

Obviamente, que cheguei nessa metodologia depois de muita análise do cenário e tentativas e erros de implantação de inovação disruptiva.

Por isso, que tenho procurado desenvolver algo como:

Gestão Estratégica de Inovação – com ênfase à migração para a nova Governança Digital.

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Esta é uma abordagem nova dentro da área, mais difícil de ser vendida, mas, ao meu ver, mais eficaz no resultado final, pois consegue alinhar estratégia e inovação e preparar a organização para o alinhamento futuro com a nova Governança que será cada vez mais necessário.

Por aí, que dizes?

O diferencial de uma organização para outra, mais e mais, vai depender de sua visão de futuro! E eu diria, que além disso, a sua capacidade de transformar em ações, dentro de uma Carteira de Inovação essa visão!

Falamos aqui das estratégias de se pensar Gestão da Inovação.

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O item fundamental que tenho defendido como estratégia eficaz nesse campo é de que seja implantada uma carteira de inovação, que preveja projetos disruptivos e que estes apontem para o novo modelo da Governança da Espécie.

Não acredito em projetos que não trabalhem com o atual cenário de mudança de uma Governança da Espécie para outra sejam eficazes no curto, médio e longo prazo. É inovar por inovar sem sentido histórico.

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O problema principal quando falamos em inovação disruptiva ou radical é a seguinte:

  • a inovação incremental -monta o quebra-cabeças, a partir de uma dada tampa da caixa;
  • a inovação disruptiva ou radical – monta o quebra-cabeças, SEM tampa da caixa.

Ou melhor:

  • – a tampa da caixa na inovação incremental é visível, palpável, tangível;
  • –  tampa da caixa da inovação radical é invisível, não palpável, intangível, conceitual.

Note bem que a inovação incremental continua os processos, produtos e serviços e a própria organização e a disruptiva quebra e cria algo completamente novo.

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Para quebrar, é preciso ter um norte qualquer e para isso vai precisar trabalhar com uma projeção de futuro, usar uma Futurologia para que possa analisar as macro-tendências e se alinhar com ela.

Portanto, um projeto que preveja inovação disruptiva tem que escolher um “Cavalo teórico” para apostar, pois vai ter que criar um cenário qualquer para desenvolver produtos, serviços e processos que façam sentido amanhã.

Quanto melhor for o “cavalo teórico” escolhido mais chance teremos para que os projetos disruptivos sejam mais eficazes.

A teoria escolhida vai balizar toda a carteira de inovação para que ela esteja alinhada com a visão de futuro escolhida pela organização.

Como disse o outro: o diferencial de uma organização para outra, mais e mais, vai depender de sua visão de futuro! E eu diria, que além disso, a sua capacidade de transformar em ações, dentro de uma Carteira de Inovação essa visão!

Que dizes?

De maneira geral, as organizações não pensam em inovação, quando pensam não tem carteira, quando tem não reservam recursos para projetos disruptivos.

Quando se fala em inovação parece que é algo que só tem um jeito de promover, de se fazer a gestão da inovação.  Na verdade, vejo quatro possibilidades.

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Vivemos uma Expansão Cognitiva e nestes momentos há um Surto de Inovação na sociedade, pois a Espécie passa a ter uma Taxa de Mutação mais radical.

Assim, quando falamos em inovação é preciso pensar essa gestão de forma estratégia e vejo quatro modelos atualmente:

  1. – gestão estratégica da inovação sem carteira;
  2. – gestão estratégica da inovação com carteira;
  3. – gestão estratégica da inovação com carteira disruptiva;
  4. – gestão estratégica da inovação com carteira disruptiva digital (incluindo a criação de laboratório).  

A carteira de inovação visa criar uma planilha e a distribuição de recursos e esforços na direção de uma inovação mais planejada. Sugere-se na carteira, a dedicação de 90% para a inovação incremental e a incremental radical e 10% para a disruptiva.

Digo que é fundamental alinhar estes números à situação do setor da organização e Taxa de Impacto da Revolução Digital daquele setor.

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De maneira geral, as organizações não pensam em inovação, quando pensam não tem carteira, quando tem não reservam recursos para projetos disruptivos.

O problema é que falta agregar ao pensamento da inovação elementos da Antropologia Cognitiva.

Não conseguimos enxergar que a história humana é feita de fluxos e influxos cognitivos, que se ampliam ou se concentram, a partir das novas Tecnologias Cognitivas que surgem, são incorporadas e passam a ser ferramentas da Governança da Espécie.

Um projeto de Gestão da Inovação que não consegue se situar dentro da visão da Expansão Cognitiva, no qual vários negócios vão deixar de existir da forma que são feitos apresentará resultados, talvez, até relativos no curto prazo, mas sofríveis no longo.

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O ideal é imaginar essa migração atual entre a Governança da Espécie escrita-analógica para a nova Digital e promover esta passagem juntamente com o projeto da Carteira de Inovação a melhoria constante nos processos, visando a passagem para produtos, serviços e processos disruptivos, como demonstro na figura abaixo:

car_inovacao O risco do projeto são os seguintes:

  • – o projeto de inovação não conseguir se situar no momento histórico disruptivo;
  • – as ações incrementais, naturalmente mais fáceis e intuitivas, passarem a ser a única ação, esvaziando ações disruptivas;
  • – as ações disruptivas passarem a ser o único foco, o que pode gerar um descrédito por falta de resultados de curto prazo do projeto.

Assim, sugiro, ao pensar em projetos de gestão da inovação pensar em uma que tenha uma Carteira de Inovação Disruptiva Digitalque preveja além da inovação incremental e disruptiva, ações digitais para a migração para a nova Governança da Espécie.

Que dizes?

O futurólogo é aquele que procura ter uma visão mais próxima das macro-tendências.

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Um futurólogo é alguém fundamental para estar nas equipes de estrategistas das organizações, pois vai dar a ela uma visão mais clara do que está por vir.

Há um certo folclore quando falamos de futurólogos, pois imagina-se um leitor de bola de cristal.

Porém, qualquer ciência (que seja eficaz), incluindo as sociais, é um exercício de futurologia.

Uma teoria nada mais é do que reunir e conhecer forças e seus contextos para criar metodologias de ação para ajudar a sociedade a reduzir sofrimento, gerando valor, sob esse ponto de vista, para as organizações.

Ou seja, teorizar é criar “bolas de cristais” mais consistentes para que se possa dizer hoje o que vai provavelmente acontecer amanhã, a partir de diferentes cenários possíveis.

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O futurólogo, portanto, é, antes de tudo, um cientista social, que consegue observar as forças e seus contextos.

A formação de um futurólogo, portanto, tende ao estudo de:

  • filosofias – que procura identificar se há mudanças nas potências, onipotências ou impotências humanas e sua relação com as forças estudadas;
  • teoria – as forças estudadas e seus diferentes contextos;
  • metodologia (tecnologias, métodos e pessoas) – que se juntam de uma determinada maneira para lidar com estas forças.

O futuróloga, além disso, escolhe macro-forças e estuda longos períodos de tempo para que possa projetar o futuro com mais propriedade.

Não é alguém que estuda anos, mas décadas, séculos e mesmo milênios, quando for o caso.

É isso, que dizes?

A evolução da Expansão Cognitiva, vai cada vez mais tornar o cenário mais e mais incerto, com iniciativas cada vez mais radicais e maior adesão rápida da sociedade.

Vivemos uma Expansão Cognitiva.

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Nestes fenômenos na história temos um radical aumento da taxa de inovação da sociedade, pois:

A formação educacional/profissional que tivemos foi voltada para o ciclo que está se fechando: de continuidade e não de ruptura.

  • – uma baixa taxa de inovação;
  • – organizações controladoras e repetidoras;
  • – baixo incentivo à abstração e a independência dos profissionais e empreendedores para recriar.

Em tal circunstância, a demanda por cenaristas, estrategistas é muito baixa, pois os planejamentos estratégicos são feitos de forma burocrática, pois o cenário não mudava muito.

As organizações estavam muito mais preocupadas com o presente imediato e sua continuidade Ad infinitum do que com o futuro. O futuro estava certo e garantido!

A evolução, entretanto, da Expansão Cognitiva, vai cada vez mais tornar o cenário mais e mais incerto, com iniciativas cada vez mais radicais e maior adesão rápida da sociedade a uma nova Governança da Espécie.

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E mais e mais será fundamental e uma diferença estratégica:

  • – Ter profissionais que possam ter uma boa teoria sobre o futuro;
  • – Conseguir transformar essas teorias em metodologias, produtos e serviços para se alinhar com ele.

Isso exige a formação de um tipo de profissional completamente diferente do operacional ou do atual estrategista, que trabalha com uma “time-line” muito curta, que é o que falei aqui.

Que dizes?

 

No atual momento da Contração Cognitiva, com a baixa taxa de abstração da sociedade, a maior parte das pessoas que se dedica aos problemas sociais são muito mais cronistas do que teóricos, cientistas.

Muitas pessoas escrevem sobre a sociedade e, no caso do meu problema-matriz, sobre os efeitos das tecnologias na sociedade e mais especificamente sobre as Tecnologias Cognitivas.

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Eu diria que há dois tipos de abordagem.

  • os cronistas –  vamos chamar assim, que comentam fatos, mas não visam construir teorias;
  • os cientistas sociais – que se debruçam sobre os mesmos fatos, mas que visam construir teorias.

As teorias trabalham com forças vivas, que na dinâmica de seu movimento vão provocando fenômenos sociais.

  • O papel do cronistas é comentar sobre elas.
  • O papel do cientista é criar aprender a regularidade das forças para criar uma dada teoria, que é um modelo/padrão que possa mostrar determinadas regularidades, a partir de determinados contextos;
  • E, por fim, desenvolver metodologias que possam, a partir do conhecimento das forças, poder apontar ações que reduzam sofrimentos.

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Para exercer o seu papel, o cientista social precisa:

  • – definir um problema-matriz, que ajude pessoas a sofrer menos;
  • – analisar as forças que fazem com que haja aumento ou redução de sofrimento, a partir de determinados contextos;
  • – detalhar estas forças, criando conceitos que ajudem a delineá-las e podê-las compará-las em momentos distintos.

No atual momento da Contração Cognitiva, com a baixa taxa de abstração da sociedade, a maior parte das pessoas que se dedicam aos problemas sociais são muito mais cronistas do que teóricos, cientistas.

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O cientista social leva bastante tempo, pois:

  • – demora a chegar no problema-matriz;
  • – é preciso ir se desintoxicando da abordagem padrão para ir criando novo ponto de vista;
  • – ser meticuloso ao longo do processo.

Teorias são demandas que exigem muito trabalho e atenção e, por isso, é mais fácil escapar para o lado da crônica.

O problema é que hoje em dia tem muita gente fazendo crônica, chamando-a de teoria.

É isso, que dizes?

Não se pode analisar o capitalismo sem os conceitos cognitivas, ou a a noção de que ele foi criado e viveu, até o momento, sob a égide de uma Contração Cognitiva e  agora, pela primeira vez, uma Expansão, que visa, como foi no passado, promover inovações incrementais e radicais na Governança da Espécie. 

O capitalismo tem uns 200 e poucos anos.

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Em termos de história humana não é quase nada, mas muitos atribuem a ele toda a injustiça da humanidade.

O capitalismo, é bom saber, é filho das revoluções americana (1776) e Francesa (1789), que são netas da Revolta Cognitiva do papel impresso, iniciada em 1450, com o invento de Gutemberg.

Do ponto de vista da Antropologia Cognitiva, tivemos , 350 anos,  de 1450 até as revoluções liberais do início do século XIX, um período de Expansão Cognitiva e a partir daí de Contração, com a consolidação do novo modelo político e econômico.

Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade foram propostas que surgiram e são a base do capitalismo (nem sempre implementadas), a partir das ideias iluministas, pós papel impresso.

O papel impresso aumentou a Taxa de Circulação Horizontal de Ideias, que permitiu que o modelo Igreja/Monarquia pudesse ser substituído por outro muito mais dinâmico.

Assim, o que podemos analisar nessa nova etapa de Expansão Cognitiva é a correção dos problemas que o modelo político-econômico atual criou, em função do controle das ideias.

Ou seja, não se pode analisar o capitalismo sem os conceitos cognitivas, ou a a noção de que ele foi criado e viveu, até o momento, sob a égide de uma Contração Cognitiva e  agora, pela primeira vez, uma Expansão, que visa, como foi no passado, promover inovações incrementais e radicais na Governança da Espécie. 

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Portanto, abre-se a temporada de questionamento de um conjunto de premissas que temos hoje – que parecem seculares e eternas.

Tenho defendido que o conceito de lucro como o poder supremo do capitalismo e o fim último das organizações produtivas só é possível se estabelecer e ser difundido em um ambiente de ideias controladas.

Não parece fazer sentido para a sociedade que uma organização, digamos assim, só pense nela e nos seus acionistas e usem o consumidor e a sociedade apenas como um objeto, um alvo, para aumentar os resultados.

Isso não é a base do sistema é resultado, a meu ver, da co-relação de forças de controle de ideias.

Obviamente, que essa “coisificação” da sociedade para atingir de seus objetivos é algo perverso e tem consequências danosas para todos.

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Ou seja, a base principal do que parece ser o capitalismo atual, pode não conseguir se manter no futuro em uma sociedade que consegue se empoderar.

Assim, podemos dizer que todos os sistemas políticos e econômicos vivem dois momentos distintos: contração de ideias e expansão.

  • Na expansão, ele será fortemente questionado, melhorado ou mesmo substituído.
  • Na contração, ele será fortemente consolidado, apresentando seus piores desvios.

É isso, que dizes?

A inflexão principal desta guinada de um profissional antes e depois do que chamo desse curso de inovação disruptiva é a capacidade de perceber E SENTIR que a realidade é líquida, mutante, incerta, que exige um esforço de não acomodação e pede humildade para que os pontos de vista se somem, através do diálogo, para ver melhor algo sempre turvo.

Ontem, comecei o trabalho com a quarta turma do Laboratório de Inovação da IplanRio.

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(Pode ver o andamento do projeto aqui).

O primeiro encontro (veja detalhes no áudio) dedicamos à discussão filosófica do que é a realidade, que, a meu ver, é a base principal de controle e dominação da mentes das pessoas, que impede qualquer pensamento abstrato e, por consequência, pensar inovação, ainda mais inovações disruptivas.

Os alunos que chegam em todas as minhas aulas há 7 anos, da Iplan e fora,  trazem uma visão clara, formada pela atual escola, de que:

  • Há uma realidade lá fora;
  • E cada um tem uma percepção DIFERENTE desta MESMA realidade.

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Isso nos leva a um problema grande, pois se há uma realidade lá fora, algumas pessoas, por princípio, podem estar mais ou menos perto DESTA realidade.

Obviamente, que cada pessoa se considera mais perto dela e por isso passa a ser dona de uma posição mais perto da verdade, ou de alguém que está mais perto dela.

É tipo um pequeno dono da verdade, pois consegue estar em um lugar privilegiado.

O mais interessante é que essa ideia da verdade lá fora, faz como que crie-se uma competição entre as pessoas de quem é mais PERTO dessa verdade.

As pessoas não sentam, portanto, para conhecer a verdade juntas, mas cada um procura reafirmar uma posição diante da proximidade da verdade lá fora!

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Isso cria uma briga de egos para se chegar mais perto da verdade que existe lá fora. E é o ponto principal, o nó número 1 que precisa ser desarmado para se começar qualquer projeto de inovação, ainda mais disruptiva.

Tal visão nos leva a conceber a realidade como algo estático lá fora, que eu posso afirmar que consigo vê-la um pouco melhor, basta você se aproximar do meu ponto de vista, da minha janela, da minha luneta.

Não se conversa para se procurar a realidade, pois ela está lá fora, mas para ver quem cede e aceita ficar mais perto da janela do outro, o que é uma briga de poder!

Isso vai criando um impeditivo de comunicação e de diálogo, pois estabelece-se um ponto qualquer em algum lugar, como se fosse o caminho ao Mágico de Oz, que alguém está mais a frente ou menos a frente.

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A discussão que promovemos é diferente deste senso comum AMPLAMENTE DIVULGADA E INCENTIVADA NA SOCIEDADE.

Defendo que pouco importa se existe ou não uma realidade lá fora, pois isso é uma briga que não tem fim, pois fica difícil provar algo tão abstrato. Porém, é muito mais fácil demonstrar por exemplos históricos de que, independente ter ou não ter uma realidade lá fora:

A nossa espécie, por suas limitações, não consegue agora e nunca conseguirá definir o que é ou chegar na realidade, pois nossa visão individual é falha, bem como a coletiva. O que era a terra plana virou quadrada. O que era Adão e Eva virou evolução da espécie. 

Com muito esforço, portanto, nossa espécie só será capaz de conseguir enxergar alguns pontos parciais da realidade, que se alterarão, conforme novas mentes tragam ideias novas, novas máquinas nos permitam ver melhor ou que se compartilhe mais pontos de vista, reduzindo a nossa taxa individual e coletiva de ilusão.

Assim, a ideia de que há um caminho que nos leva a realidade final, sólida e definitiva deve ceder lugar a uma realidade sempre provisória, líquida e parcial, que tem no diálogo um dos instrumentos principais de aproximação. O outro deixa de ser um inimigo e passa a aliado!

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Essa visão distorcida hegemônica que temos da realidade arrisco dizer que é fruto da Ditadura Cognitiva Impressa-Eletrônica que estamos saindo, na qual se consolidou mais e mais um centro emissor de realidade em que todos miram e querem se aproximar.

Isso é reforçado na atual Escola 1.0, onde existe um material didático central, que contém a “realidade”, no qual você estuda para decorá-lo e é testado para saber se você se aproximou dela, ou não.

Quanto mais você decorou aquele conteúdo e conseguiu repeti-lo mais você está próximo da realidade e mais nota você vai tirar, acima dos seus colegas de classe.

Nós, no fundo, fomos incentivados a sermos os donos da verdade!

Você não conversa com seus colegas para entender o que está acontecendo, apenas ouve o que as autoridades têm a lhe dizer sobre essa pseudo-realidade sólida existente.

A ideia, entretanto, de que a realidade é líquida para a nossa espécie nos leva a perceber que ela é:

  • – histórica;
  • – intangível;
  • – fluída.

Quanto mais conseguimos conversar e criar mecanismo para aumentar a taxa de eficácia da nossa percepção mais reduziremos nossa taxa de ilusão.

Tal visão da realidade líquida e não sólida passou a ser um diferencial importante para as organizações, pois estamos saindo de uma fase na qual o Pêndulo Cognitivo está em sua fase de expansão com o aumento da Taxa de Horizontalização dos Canais.

Em tais momentos, temos um aumento radical da taxa de inovação da sociedade, o que faz com que as organizações precisem de profissionais com uma capacidade de abstração maior, uma visão de futuro mais precisa e de desconfiar e não se agarrar em verdades absolutas, pois o mundo tem se tornado, em função da Expansão Cognitiva muito mais líquido do que ele era.

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As organizações deixam nessa fase de expansão de ser, assim,  consolidadoras e repetidoras de processos, produtos e serviços para investir mais e mais em ações inovadoras e criadoras destes.

A inflexão principal desta guinada de um profissional antes e depois do que chamo desse curso de inovação disruptiva é a capacidade de perceber E SENTIR que a realidade é líquida, mutante, incerta, que exige um esforço de não acomodação e pede humildade para que os pontos de vista se somem, através do diálogo, para ver melhor algo sempre turvo.

Esta é a base para a abertura para a colaboração e a participação, sem isso os egos mandam na festa e não se pode pensar projetos colaborativos digitais.

É isso, que dizes?

 

A meu ver ignorar a Força Autônoma das Tecnologias é o grande erro filosófico-teórico do século XX e que precisará ser revisto se quisermos entender o novo século.

Podeira dizer que o ponto de virada para compreender o século XXI é uma mudança na maneira que pensamos o ser humano e a sua relação com as tecnologias.

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Mas, às vezes, é difícil identificar exatamente o ponto do que era e o que deve passar a ser.

Vejamos o que diz mais ou menos um amigo sobre o tema em recente debate:

“Tecnologia na sociedade; depende de quem a usa e como a usa”.

Note que esta é a maneira padrão, clássica, de encarar a tecnologia  adotada pela maioria das ciências humanas. Nela, se coloca o humano com super-poderes de definir como a tecnologia será usada, não atribuindo nenhuma força autônoma a própria tecnologia.

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A tecnologia, sob esse prisma, é algo de fora do ser humano e cabe a nós definir como usá-la para o bem ou para o mal.

Sob esse ponto de vista, no Cálculo do Futuro que precisará ser feito nas organizações para se montar estratégias vamos atribuir nota zero a qualquer força autônoma das tecnologias e iremos nos concentrar em como será utilizada. O que é um erro gritante, pois não conseguiremos entender alguns fatos que são provocados pelo próprio movimento independente da tecnologia, atuando de forma subliminar na tecno-cultura, no corpo ou mesmo na plástica cerebral.

Toda as teorias se debruçarão sobre os conceitos sociais, políticos e econômicos e as ciências que os estudam.

A meu ver ignorar a Força Autônoma das Tecnologias é o grande erro filosófico-teórico do século XX e que precisará ser revisto se quisermos entender o novo século.

Marshall McLuhan, teórico da comunicação,  defendeu nas décadas de 60 e 70  esta outra vertente que abracei sobre tecnologia, que gerou muita polêmica, na famosa frase: “o meio é a mensagem”.

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Explicando o conceito ele afirmou que INDEPENDENTE de como você vê a televisão, quantas horas, que programas, sentado ou deitado, a televisão sozinha faz a sua cabeça.

Ou seja, ele foi o primeiro que eu tenho conhecimento a definir, com destaque, de que existe uma Força Autônoma da Tecnologia, independente o como se usa, o que vai contra o senso comum.

McLuhan, na verdade, pertence à Escola de Toronto, que parte da premissa de que as mudanças nas tecnologias de comunicação (que eu chamo de cognitivas) alteram a sociedade em determinados aspectos INDEPENDENTE o uso que façamos dela.

(Eric Havelock diz, por exemplo, que o surto grego filosófico e democrático teve origem na mudança cerebral que a chegada do alfabeto grego teve décadas antes.)

A Escola de Toronto era um grupo teórico que não se dedicou à filosofia, mas tal premissa da relação entre tecnologia e sociedade abre uma revisão muito mais filosófica do que teórica sobre a espécie humana.

Que acabou me obrigando a criar o conceito da Filosofia Tecno-Cognitiva, na qual faço uma revisão da nossa espécie não mais como uma espécie natural que usa tecnologia, mas uma tecno-espécie, na qual a tecnologia é uma prótese integrante do nosso ser, gerando mutações radicais ou incrementais.

Quando vamos criando tecnologias vamos mutando (neologismo nosso), em maior ou menor grau.

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Isso tem um impacto profundo na maneira de pensar o novo século, pois as tecnologias sempre fizeram parte da nossa história, mas agora temos:

  • – uma quantidade cada vez maior de tecnologias;
  • – uma mudança cada vez mais rápida de atualização;
  • – e, por consequência, mudança sociais que não se encaixam nos conceitos do século passado das ciências sociais, políticas e econômicas.

As ciências sociais do século passado são filhas de uma visão filosófica que vê a tecnologia, como o meu amigo mais acima, sem força autônoma, o que os impede de entender alguns fatos que já acontecem e terão mais dificuldade mais adiante, pois mais e mais esta força autônoma aumentará sua taxa de influência.

A defesa do conceito da Tecno-espécie e da Força Autônoma da tecnologia fazendo o contraponto ao meu amigo, seria:

Independente de como se usa, existem algumas mudanças (não todas obviamente) trazidas pelas tecnologias que são autônomas que acontecem na sociedade criando mutações na espécie, que precisam ser consideradas como forças relevantes para se compreender determinados fatos históricos passados, presentes e futuros.

Assim, seria preciso revisar as ciências sociais para se pensar, dessa maneira, em tecno-economia, tecno-política e tecno-sociedade, colocando essa força autônoma como mais um elemento, em alguns casos, como elemento central nas análises.

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O exemplo típico da Força Autônoma da Tecnologia são as manifestações da última década, com o slogan: “Ninguém me representa”, revoltas típicas de Revoluções Cognitivas em sua fase inicial.

Arrisco a dizer que a plástica cerebral daquela rapaziada é completamente diferente de quem não usa intensamente os aparelhos digitais em canais horizontais de troca.

Obviamente, que em alguns casos a taxa de força autônoma vai ser uma, como é o caso de tecnologias periféricas e maiores quando se trata de tecnologias centrais, como as cognitivas, que expandem nosso cérebro.

É isso, que dizes?

Nós geralmente não temos projetos de vida, mas apenas profissionais.

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Claro que educar os filhos, viver bem com a família, amigos, parentes, curtir a vida fazem parte daquilo que podemos chamar de coisas boas que acontecem.

Mas não considero que isso seja um projeto de vida.

É uma forma de leva a vida.

Muitos dirão que projeto de vida é, além dos citados acima, o projeto profissional, aquilo que você está fazendo no seu trabalho ou que pode vir a fazer.

Porém, o trabalho é algo que fazemos muitas vezes por obrigação, ações que fazemos para sobreviver. Ou seja, o projeto de vida é diferente, pois é aquilo que você QUER fazer, independente do contexto do trabalho.

Um projeto de vida, portanto, está acima das questões profissionais.

O projeto de vida é aquilo que você opta – independente da conjuntura – em desenvolver na sociedade para deixar um legado.

  • Se puder atuar dentro do seu trabalho, maravilha.
  • Se não puder, mal, mas o que vai se fazer?

Geralmente, quem não tem um projeto de vida, acredita que terá tempo para desenvolvê-lo no futuro, ou nem se preocupa com isso.

Diria, assim, que podemos dividir as pessoas em relação a isso em três:

  • a filosofia Zeca Pagodinho – deixa a vida me levar, que não pensa nisso em absoluto;
  • a filosofia amanhã eu penso nisso – como se soubéssemos quanto tempo tenho aqui;
  • – o praticante de um projeto de vida – que sabe que amanhã pode não estar aqui e procura colocar o seu projeto em prática desde já.

Vou falar sobre isso mais adiante.

Que dizes?

A tecnologia tem um papel de liberadora da espécie de uma Área de Restrição/Proibição para uma determinada Área de Liberação. Assim, quando uma nova tecnologia chega, alguns limites, fronteiras da espécie, se ampliam do ponto “a” do momento da pré-tecnologia para o ponto “b” pós- tecnologia, obrigando a uma mutação da espécie maior ou menor, dependendo do seu alcance.

O ponto cego para entender o novo século é, portanto, a revisão do papel da tecnologia como algo fundante da nossa espécie e não algo periférico.

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Geralmente, nos vemos filosoficamente como uma espécie que usa tecnologias, algo meio neutro, que dominamos e fazemos dela o que queremos. O que nos leva a dar zero para o peso das tecnologias nas ciências humanas e sociais.

A filosofia puxa as teorias e o que nos leva a metodologias. Quando as primeiras são ineficazes as segundas seguem o mesmo trilho.

O aumento gradual do uso das tecnologias tem nos mostrado que somos mais influenciados do que imaginávamos por elas.

Muitos defendem que tal influência começou agora recentemente, pois estamos usando MAIS tecnologia, mas, na verdade, o que nos fez virar Homo Sapiens foi a nossa capacidade de criar próteses para superar obstáculos ao longo de nossa expansão pelo planeta.

Não somos a única espécie que usa tecnologias, vide o castor, ou o João de Barro, mas somos a única que recria o tempo todo as suas tecnologias.

Diria mais.

A nossa espécie é a única que está o tempo todo em processo acelerado e contínuo de mutação, pois o seu ambiente tecno-ecológico está o tempo todo se reinventando e exigindo adaptações. Em alguns períodos (geralmente os de contração cognitiva) menos e em outros (geralmente os de expansão cognitiva) mais.

A tecnologia para nós não é algo conjuntural ou periférico, mas estrutural. Não é, portando, uma revisão teórica das forças do momento que atuam na sociedade no século XX ou XXI, mas uma profunda revisão filosófica de como vemos a própria espécie, no que chamei da criação de uma Filosofia tecno-cognitiva.

O que os séculos XX e XXI nos mostram, de fato, é apenas – com muito mais evidência –  esse papel estruturante da tecnologia na espécie em função de cada vez mais mudanças que ocorrem que não conseguem se encaixar nas filosofias e teorias de plantão.

É preciso reolhar (gosto desse novo verbo) a tecnologia de forma ampla, pois considero que tudo aquilo não é natural que usamos e não vem no nosso corpo da barriga da mãe é tecnologia! Incluindo aí a linguagem.

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Não somos, portanto, “naturais”, mas tecno-artificiais por natureza. Somos humanamente tecnológicos ou tecnologicamente humanos. Esta, assim, não é uma visão tecnocrática, mas uma visão tecno-filosófica mais eficaz do que a hegemônica atual:  um ser “natural” que usa tecnologias neutras a seu bel prazer.

Podemos, assim, dizer que:

  • As outras espécies mutam (inventei esse verbo) com as mudanças ecológicas.
  • E nós mutamos com as ecológicas e com as tecno-ecológicas culturais.

Amadureci  ainda ao longo do tempo que, de fato,  não é bem a tecnologia que muda o mundo e nem seus criadores, apesar de terem uma boa cota de participação, mas uma brincadeira que vou chamar do Jogo do pode-não-pode tecnológico.

  • – a nossa Tecno-ecologia é definida por atos que podemos fazer e outras que não podemos;
  • – as proibições do que não podemos muitas vezes são superadas através da criação de novas tecnologias;
  • – estas tecnologias mudam o Jogo do pode-não-pode tecnológico da sociedade  agora “não se pode” para “agora se pode”.

A placa do jogo do “agora se pode” abre para o que vamos chamar de Área de Libertação Tecnológica, que é um período de tempo, no qual algo que não se podia e que era “humanamente impossível” passa a ser “humanamente possível”.

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Nestes momentos, cria-se uma nova possibilidade para que ações que antes não eram possíveis passem a ser agora.

A tecnologia tem um papel, portanto, de liberador e potencializador da espécie de uma Área de Restrição/Proibição para uma determinada Área de Libertação. Assim, quando uma nova tecnologia chega, alguns limites, fronteiras da espécie, se ampliam do ponto “a” da pré-tecnologia para o ponto “b” pós- tecnologia, obrigando a uma mutação maior ou meno, dependendo da tecnologia.

Veja uma tentativa de desenho:

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Assim, a tecnologia é uma porta que nos leva de:

  • Uma zona de proibição humana – de ações que não eram possíveis serem feitas;
  • – Para uma zona de liberação humana – de ações que não eram possíveis fazer e que passam a ser.

Assim, sob este aspecto, as tecnologia são criadoras de Zonas de Liberação, de passagem de “a” (não pode) para “b” (agora pode) e promovem mutações na espécie que passa a ter/poder/querer conviver com a nova possibilidade de realizar novas ações que antes não podia.

A tecnologia abre, assim, possibilidades para quem consegue enxergá-las, potencializá-las, pois a espécie passa a ficar mais poderosa, seja para causar mais ou menos sofrimento!

Partes do corpo e do cérebro precisam se adaptar ao novo ambiente  tecno-ecológico, gerando essa constante mutação.

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Sob esse prisma, o que coloca a nossa espécie em mutação não é a tecnologia que surgiu, mas a possibilidade que ela abriu para sairmos de uma zona do “não possível para a espécie” para o “agora possível para a espécie”.

  • A tecnologia é, assim, desenvolvida por um Inovador Tecnológico, que muitas vezes não tem noção exata da chave que ele inventou.
  • E para que o potencial de liberação da nova tecnologia seja possível é preciso que entre a atuação do Inovador tecno-social, aquele que consegue perceber os limites que foram transpostos e até onde se pode ir dentro da Zona de Libertação Tecnológica que foi aberta.

Toda tecnologia tem este poder de abrir Zonas de Liberação umas mais e outras menos, provocando, como disse aqui, taxas maiores ou menores de mutação.

É isso, que dizes?

Os áudios completos das aulas podem ser vistos aqui.

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Semana passada, no dia 12/03/14, tivemos a palestra de abertura com quase 30 presentes.

Toda gravada aqui.

A base do encontro foi a  apresentação do modelo de curso, com a introdução de Cristina, Bárbara e Paulo, os gestores do projeto.

Conseguimos conversar bastante e o pessoal me pareceu bem animado, já contando com gente de fora da Iplan, da área de Educação e da Controladoria.

Ficou evidente o trabalho de boca a boca do projeto.

A seleção já foi feita e a primeira aula é amanhã dia 20/03/2014.

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AULA 01 – 20/03/2014.

Esta aula me inspirou para o artigo:

Nossa espécie nunca saberá o que é a realidade! http://shar.es/RPJVs

Turma grande, vejam fotos.

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Tema: “O que é a realidade?”.

Vejam o vídeo:

AULA 02 – 27/03/2014. 

Nesta aula fizemos o exercício de ética e moral, o resultado do trabalho dos grupos pode ser visto na figura abaixo:

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O objetivo desta parte final da discussão filosófica é questionar a nossa atitude passiva diante da vida e de metas profissionais, que envolva a redução de sofrimento na sociedade.

Áudio completo:

A aula me provocou escrever este post sobre Inovação Ética.

Fotos da aula 02:

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Aula 03 – A tecnologia é neutra?

Fizemos a discussão sobre a tecno-espécie.

 

O áudio completo está neste vídeo abaixo:

Os posts que produzi, a partir da aula:

A encruzilhada filosófica do século XXI

(A tabela produzida em sala, coloco depois.)

Vejam as fotos abaixo:

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Aula 10/04/2014

Tema: Governança da Espécie
O que é? E suas principais características.

Em função dos papos em sala de aula, escrevi este post:
Querer e prever

Segue o áudio completo:

Aula 24/04/14

Discussão do filme Lutero – Áudio completo aqui:

Post a partir da aula -> A Revolução Cognitiva da Escrita.

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Aula 09/05/14 – início da discussão sobre metodologias

Áudio completo:

Aula 07 – 22/05/14

Foi a aula final de conteúdo, Metodologia II – Plataformas Digitais Colaborativas

Eis o áudio completo:

Da discussão em sala de aula, senti necessidade de fazer este áudio no dia seguinte:

30/05/2014 – Penúltima aula.

Áudio completo:

Áudio completo, última aula:

 

Os áudios completos das aulas podem ser vistos aqui.

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Ontem, 18/03/14, tivemos a primeira aula.

Toda gravada aqui.

A base do encontro foi a discussão sobre:

– transformar a criação de laboratórios colaborativos digitais como um serviço da Iplan.

E para isso é preciso criar e preparar o pessoal para  ser multiplicador.

Fiquei pensando no modelo do AA, a partir do livro “Levar adiante” do Bill Wilson que criou um método para disseminar grupos descentralizados, com bastante sucesso.

Para isso, criou:

Lema geral: mantra da serenidade;
Passos: o que fazer?
Tradições: como fazer?

Isso foi a base do nosso trabalho, que resultou no documento que coloco neste link.

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Fizemos a versão 1.0 do documento e na aula seguinte aprofundaremos. A ideia é criar algo que possa facilitar a compreensão e a difusão do conceito, que permita cada multiplicador do projeto, como diz o Bill, levar adiante.

Que dizem?

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Aula 02 – 26/03/2014

Bom, avançamos no documento e foi uma aula importante, pois há um impasse entre como podemos resolver a relação do laboratório, que originalmente é disruptivo com a inovação incremental.

Amadurecemos que é preciso criar um movimento na organização que lide com o que vamos chamar de Inovação Estratégica, que produza portfólios de inovação, ora incremental, ora disruptivo, apontando um ambiente de passagem, quando for o caso.

Coloquei o novo documento aqui. 

A discussão da página 01 do documento levou a maior parte do tempo.

Mudamos o princípio 01 para ajustar com o que foi discutido e depois entramos nas etapas 1 e 2 para alinhar o pensamento, ouçam o debate que foi bem interessante:

Estes dois posts foram motivados por essa discussão:

http://nepo.com.br/2014/03/26/sugestoes-para-o-laboratorio-da-geigd/

http://nepo.com.br/2014/03/26/gestao-estrategica-de-inovacao-com-enfase-a-migracao-para-a-nova-governanca-digital/

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Aula 03 – 01/04/14

Veja aqui o documento base para disseminação que foi trabalhado na nova versão.

Veja o áudio completo da aula:

Veja os artigos que produzi em função das conversas:

Novo (s) artigo (s):

Governança da Espécie e empoderamento social
http://nepo.com.br/2014/04/02/governanca-da-especie-e-empoderamento-social/
por CARLOS NEPOMUCENO | 02/ 04/ 2014 •
Há uma relação de poder entre as organizações e a sociedade. Uma tensão constante, sejam elas públicas ou privadas. O que regula essa tensão, em tempos de democracia, é o poder que cada uma tem de circular ideias na sociedade. O relacionamento será definido, assim, conforme essa gangorra. – Quanto mais as organizações controlarem as ideias,…

Os 3 tipos de aplicação da nova Governança Digital
http://nepo.com.br/2014/04/02/os-tipos-de-aplicacao-da-nova-governanca-digital/
por CARLOS NEPOMUCENO | 02/ 04/ 2014 •
Vimos aqui que estamos vivendo um momento de passagem entre duas Governanças da Espécie que estão se degladiando na sociedade. Nesse momento, podemos identificar alguns tipos de modelos da adoção da nova Governança Digital, com uso intenso de algoritmos, gerando dados para a tomada de decisões, a saber: – O gestor toma a decisão

Quando duas governanças se chocam
http://nepo.com.br/2014/04/02/quando-duas-governancas-se-chocam/
por CARLOS NEPOMUCENO | 02/ 04/ 2014 •
A principal análise que temos que fazer hoje é a passagem da Governança da Espécie Oral-Escrita para a Digital, fortemente influenciada pelos Tecno-códigos algorítmicos. Notemos que a comunicação organizações-sociedade, antes da massificação da Internet, era toda baseada na oralidade ou através da escrita. Tomávamos decisões, aprendíamos, trocávamos, produzíamos ideias, nos relacionávamos, baseados nesse Ambiente Cognitivo…

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Aula 04 – 09/04/14

Continuamos a discussão do documento base do Laboratório.

A nova versão pode ser vista aqui em PDF ou DOC:

DOC

PDF

O áudio completo pode ser visto aqui:

Aula 05 – 29/04

Dever cumprido!!!

Ontem, conseguimos terminar o documento base da metodologia do laboratório. Conseguimos coletivamente tirar a essência do que deve ser um, o que deve ser feito, em que etapas e o que não deve ser feito.

O próximo passo é transformar o documento em PPT, faremos um teste em sala de aula e depois uma palestra aberta para a Iplan, capacitando o pessoal a poder levar a ideia do laboratório a outras secretarias, o que vai gerar novas percepções, novas demandas e o pedido de serviços e produtos para a organização.

Satisfeito?

Muito.

Seguem os documentos:

Documento em PDF.

Documento em DOC.

Veja o áudio completo do encontro aqui:

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Aula 06/05/2014

Conseguimos ter o PPT finalmente pronto, a partir do documento base, pode ser visto aqui.
O áudio completo da aula pode ser visto aqui:

Aula – 20/05/15 

Fizemos uma revisão de alguns pontos da metodologia, ver áudio completo abaixo:

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E produzimos o seguinte documento que será trabalhado na próxima aula para apresentação final com prestação de contas das atividades:

Avaliação e perspectiva do projeto LINC:

RESULTADOS INTANGÍVEIS

– Mudanças culturais já ocorridas nos participantes

– Construção de percepção crítica mais compatível com o novo cenário digital;

– Ética pró-ativa;

– Visão inovadora;

– Visualizar e analisar problemas da cidade, através da ótica da colaboração;

– Visualizar soluções tecnológicas, via Plataformas colaborativas, incluindo aplicativos.

– Mudanças no ambiente organizacional:

– aumento de motivação e iniciativa individual;

– aumento de sinergia e diálogo entre servidores de diferentes setores;

Desafios que estão sendo superados:

– prática de nova forma de trabalho em ambiente fora do organograma da organização;

– criação de modelo de governança mais horizontal;

– trabalho participativo multi-setorial e multi-disciplinar;

– trabalho parcial em ambiente fora do setor onde está alocado;

– desenvolvimento de projetos de forma colaborativa.


 

RESULTADOS TANGÍVEIS

(utilizando da cultura desenvolvida no laboratório)

Serviços:

–  metodologia para implantação de laboratórios em secretárias;

Produtos:

  • Portal do cidadão;
  • Portal de dados abertos (DataRio);
  • Plataforma de Governança Colaborativa;
    • API Colaboração
    • Aplicativo Android/HTML 5 – Rio Onde
    • Aplicativo Android/HTML 5 – Rio Feiras

Fluxo de Trabalho do Laboratório

  • Comunicação
  • Fluxo de demandas
  • Plataforma do Laboratório
  • Transparência

Aperfeiçoamento do controle de qualidade da academia da terceira idade (em fase de análise de demanda/solução).

27/05/14 – última aula.

Eis o áudio completo:

           

 

Um adjetivo é, assim, a prática de etiquetar autores e ideias por falta de tempo ou disposição para o diálogo.

Normalmente, quando publico ideias novas , tenho dois tipos de reação nos comentários.

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  • Pessoas que, por vários motivos, querem se aprofundar e entender mais os conceitos;
  • E os que querem guardar o que digo em uma gaveta para não pensar no assunto.

Estes últimos, algumas vezes, para abrir e fechar a gaveta, precisam colocar uma etiqueta, a partir de algum critério.

  • Outro dia vieram com um “ingênuo” que é uma adjetivação para o autor;
  • Ou “visão tecnocrática” que é uma adjetivação para a ideia.

Muitos acreditam que é possível dialogar com todo mundo, mas eu discordo.

É preciso para haver um diálogo uma abertura de ambos os lados, uma curiosidade de um querer conhecer o que pensa o outro.

E isso exige tempo de dedicação, que temos pouco.

Não sabemos se vale a pena se aprofundar naquele autor e suas ideias. O que eles vai me ajudar a resolver meus problemas?

O mais fácil, como um critério de seleção, é descartar e para isso, e muitas vezes, adjetiva-se.

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Um adjetivo é, assim, a prática de etiquetar autores e ideias por falta de tempo ou disposição para o diálogo.

Alguns conceitos que desenvolvi demoraram anos para chegar ao ponto que chegaram.

Não são isso ou aquilo, melhores ou piores, apenas fruto de muitas horas de debate com muitas pessoas e comigo mesmo, que foram se aprofundando naqueles conceitos.

Não se pode em algo que não é tirado da cartola, querer entender rapidamente com um adjetivo superficial.

Obviamente, que se alguém passa os olhos em um texto, e existem vários conceitos novos e diferentes, e tasca um adjetivo já é um sinal claro que a taxa de diálogo por ali é baixa.

Não fez sentido, pronto.

Para que insistir?

Acredito que ideias novas precisam de um tipo de cabeça e ouvidos, que estejam curiosas por algo novo por diferentes motivos, desde inquietação intelectual ou conceitos e metodologias novas para velhos problemas.

Se não há essa gasolina não adianta ir acendendo fósforos.

Quando se vem com o adjetivo é uma aviso que o papo vai ser rápido!

Se você quer criticar algum texto e não tem tempo, não se interessa, apenas deixe passar, mas não adjetive, não comente, pois não acrescenta nada a você e nem a quem escreveu.

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É melhor economizá-los para outros momentos.

Em sala da aula isso também rola e deve ser combatido.

Tnho por hábito nas minhas turmas incentivar para que os os adjetivos sejam banidos, pois são eles que trazem os egos para cima da mesa, obscurecem corações e mentes e estabelecem um ambiente de baixa taxa de argumentação.

Um comentário exige uma dedicação para compreender o que se diz, se não há esse tempo, não comente seja presencialmente ou a distância.

O adjetivo é apenas uma desculpa que você está se dando para justificar a falta de identificação, ou tempo para se dedicar aquele tema ou autor. Opte, se for este ao caso, não dizer nada:

“Não me acrescentou nada, não tenho interesse no tema”.

E bola para frente.

É isso, que dizes?

 

Andei falando por aí que o ser humano está entrando em um processo de mutação com a chegada da Revolução Cognitiva Digital.

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Porém, quero refazer a afirmação.

Vivemos dentro de ambientes tecno-sociais, que muitos chamam de cultura, que vivem momentos de limite e quebra de barreiras em função do desenvolvimento de novas tecnologias, o que nos leva a estar em um processo permanente de mutação incremental ou radical, dependendo da nova tecnologia que chega.

Ou seja, o ser humano por ser tecno-cultural se modifica, conforme as tecnologias aparecem e possibilitam coisas que antes não eram possíveis, como detalhei  neste texto.

Assim, a ideia de que estamos só hoje em uma mutação é parcialmente falsa.

Podemos recolocar a afirmação que estamos em eterna e permanente mutação, pois todos os dias novas tecnologias nos chegam e nos fazem mudar, pois uma barreira que tínhamos é vencida.

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O que podemos afirmar é que exitem dois tipos de mutação da espécie:

  • as incrementais – a partir de tecnologias que alteram pouco a espécie;
  • e as radicais – as que alteram muito as nossas vidas.

O avião e o carro seriam radicais quando surgiram.

O fósforo foi algo incremental para o método antigo de acender o fogo.

Diria ainda que podemos classificar as mutações radicais de duas maneiras:

  • as mutações radicais físicas – que rompem barreiras físicas, que nos possibilitam expandir nossos corpos, modificando em menor escala a plástica cerebral;
  • as mutações radicais cognitivas – que rompem barreiras cognitivas, que nos possibilitam expandir nosso cérebro, modificando em maior escala a plástica cerebral, alterando também nos casos de Revoluções Cognitivas a Governança da Espécie, falei mais sobre isso aqui.

As primeiras nos potencializam ações que antes não podíamos.

As segundas são mais radicais, pois tornam nosso cérebro mais poderoso, o que nos torna ainda mais capaz de radicalizar as tecnologias futuras.

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As mutações, assim, radicais cognitivas são as que mais mudanças trazem na sociedade.

Podemos, por fim, dizer que vamos começar a lidar com um novo e inusitado fenômeno que é o início das mutações radicais biológicas, com a capacidade de alterar o nosso corpo e, por sua vez, programar o que seremos.

Algo que já praticamos com minerais, vegetais e iniciamos com animais, criando uma espécie humana programada em laboratórios.

Já fazemos isso de forma incremental com marca passo, próteses, provetas etc, mas estamos já com condições de  alterar fundamentos genéticos da espécie de forma radical.

Se isso for possível, estaremos de forma direta, pela primeira vez, influenciando na mutação, via códigos genéticos.

É isso, que dizes?

Aqui neste blog, o nosso problema-matriz é:

“Ajudar a sociedade a entender e se alinhar com a atual Revolução Cognitiva Digital, através de ações que possam reduzir sofrimento da sociedade e, portanto, gerar valor para as organizações”.

Costumo considerar que o que faço neste blog é pesquisa de excelência.

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E é bom, então, definir o que podemos chamar de pesquisa de excelência.

Diria que excelência é procurar usar o potencial máximo dos meios técnicos de circulação de ideias  contemporâneos para produzir metodologias que ajudem a reduzir a taxa de sofrimento na sociedade.

Ou seja, se os meios de circulação de ideias, o que chamo de Ambiente Tecno-cognitivo, mudam, obviamente que se alteram também os critérios do que era excelente ontem na pesquisa.

Já vi pesquisadores defendendo a “consistência metodológica” como se algo assim fosse um dogma e não se percebendo que toda a pesquisa vem para ajudar a sociedade e não para criar tradições.

A tradição tem uma certa birra com a inovação!

Diante da atual Revolução Cognitiva Digital, na qual temos uma expansão cognitiva, diria que é excelente:

  • – resgatar a ética da pesquisa voltada para redução de sofrimentos da sociedade e não mais a pesquisa pela pesquisa para “cumprir tabela”;
  • – nessa direção não faz sentido focar em assuntos, um saco sem fundo sem possibilidade de avaliação, mas se concentrar em problemas e como estão sendo resolvidos, de tal forma a reduzir sofrimentos sociais, a missão maior de qualquer pesquisa;
  • – publicação regular de textos, áudios e vídeos de aulas e palestras diretamente na Internet, sem filtros de pares, com possibilidade de comentários sem moderação pelos “sofredores interessados”, sendo estes os novos pares que validam a relevância da pesquisa (outros pesquisadores entram nesse bolo como mais um e não os únicos a validarem trabalhos);
  • – prática do diálogo com os “sofredores interessados”, através da abertura para receber críticas e crescer a visão, admitindo quando há argumentos ou fatos mais consistentes, atualizando, assim, as possíveis falhas e revisando possíveis erros de todos os tipos;
  • – ampla divulgação em todos os canais horizontais para difusão do material;
  • – aceitação de republicação por quem se interessar pelo tema;
  • –  resgatar a necessidade do nexo e coerência entre filosofia, teoria e metodologia adotadas para não se fazer uma pesquisa “sem pé e nem cabeça”;
  • – procura sempre, ao final do trabalho, desenvolver metodologias para ajudar na solução de problemas. Filosofias e Teorias são feitos para que metodologias possam ajudar as pessoas;
  • Estruturação e espaço para detalhamento dos conceitos usados, criando uma base de verbetes para ajudar os que chegam;
  • Cruzamento entre diferentes artigos;
  • Uso intensivo de áudios, que permita que quem não tem tempo para ler possa escutar as ideias onde quiser.

Aqui neste blog, o nosso problema-matriz é:

“Ajudar a sociedade a entender e se alinhar com a atual Revolução Cognitiva Digital, através de ações que possam reduzir sofrimento da sociedade e, portanto, gerar para as organizações”.

Todas os posts caminham nessa direção em uma atividade diária de atualização das ideias, através do diálogo com os “sofredores interessados”.

Por fim, cabe complementar sobre a questão da revisão.

Antes, imaginar um texto de uma pesquisa com alguns erros era sinal de que havia algo errado, hoje a necessidade de inovação admite que sejamos mais preocupados com o conteúdo e menos com a forma.

Assim, se encontrará muitos erros nesse blog, mas isso faz justamente parte da procura da atualização constante. Não é demérito, mas mérito, pois os leitores habituais ajudam na revisão de forma colaborativa.

É isso que dizes?

 

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  • Vamos superar a ideia de que as tecnologias não mudam o mundo?
  • Ou de que as tecnologias mudam o mundo?
  • Nem uma coisa, nem outra.

O passo para sair do atoleiro teórico-filosófico atual é o conceito central da nova Filosofia Tecno-cognitiva, que nos concebe como uma tecno-espécie, vivendo em ambientes culturais artificiais e modelados pelas barreiras tecnológicas existentes.

Somos aquilo que conseguimos inventar até o momento.

Reinventou, mudou.

Quando inventamos novas tecnologias quebramos barreiras e passamos a ter outro tecno-cenário e ser outra espécie – estamos, assim, em eterna tecno-mutação com ciclos incrementais ou radicais, dependendo da barreira transposta.

Dito isso, as tecnologias não são assim neutras, pois elas abrem as portas das “celas” de um determinado tecno-ambiente em que vivemos para outro, criando um novo cenário para vivermos, pensarmos, evoluirmos.

Ou seja, temos barreiras que são intransponíveis em um dado tecno-contexto e que no seguinte já não são mais, o que faz com que possamos explorar novos caminhos e “mutar”.

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Assim, quando barreiras são quebradas as tecnologias cumprem o seu papel de abrir estradas, mas para que as novas possibilidades sejam expandidas é preciso a figura dos inovadores que vão atuar na mudança tecno-cultural.

São eles que terão que:

– compreender as novas possibilidades;
– propor novos conceitos, produtos, serviços e práticas;
– e duelar com aqueles que resistem ao novo cenário.

Assim, não haveria inovadores se as tecno-barreiras não fossem vencidas. E nem as mudanças posteriores sem os inovadores tecno-culturais. É uma relação dialética de sinergia.

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Muitos dirão que há mudanças que não são tecnológicas. 
E eu direi que quem achar isso tem uma visão muito limitada do que é tecnologia, pois tudo que é humano, absolutamente tudo é fruto do cenário tecnológico com maior ou menor intensidade.

É isso, que dizes? 

O Rei era filho do papel manuscrito e não conseguiu enxergar que o papel impresso seria a sua guilhotina!

Haverá sempre uma relação harmônica entre a Governança da Espécie e os Ambientes Tecno-Cognitivos.

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Ou seja, a governança da espécie será a cara do ambiente tecno-cognitivo e vice-versa  Porém, primeiro sempre mudamos as tecnologias, que abrem novas possibilidades e, só então, entram os inovadores das novas possibilidades criadas para fazer os ajustes para colocar a sociedade (economia e política inclusive) compatíveis com o novo ambiente.

Podemos analisar isso com mais vagar se olharmos a última grande mutação da Governança da Espécie ocorrida com o que chamo da Revolta Cognitiva do Papel Impresso, a partir de 1450.

O modelo do ambiente tecno-cognitivo do papel manuscrito-oral, que sustentava o controle de poder da monarquia foi solapado pelo papel impresso.

Ali, a partir de 1450, começou a haver uma profunda dicotomia – que foi ficando cada vez mais ampla – entre o ambiente tecno-cognitivo que se ampliava e o controle da Governança da Espécie manuscrita-oral, que declinava.

O controle sobre a sociedade que o ambiente tecno-cognitivo oral-manuscrito permitia se tornou inviável no papel impresso.

Ou seja, o Rei era filho do papel manuscrito e não conseguiu enxergar que o papel impresso seria a sua guilhotina!

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A tecnologia do papel impresso tinha embutida nela uma quebra de barreira tecnológica, que permitiu novas possibilidades para a espécie como agora com a Internet:

  • – uma liberdade não mais controlada de novas fontes;
  • – a redução radical do custo de circulação de ideias a distância;
  • – o que nos levou ao aumento da Taxa de Circulação Horizontal das Ideias, o que é mortal para uma Governança em decadência.

Os ideias de liberdade que apareceram como uma bandeira política 350 anos depois nas Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789) foram iniciadas com a quebra de barreira tecnológica no novo ambiente tecno-cognitivo do papel impresso.

O poder da monarquia centralizado exigia como contra-partida o controle das ideias centralizadas.

Uma dependia da outra.

O que é interessante observar é que houve uma dissintonia que foi nos levando a um novo modelo de Governança da Espécie muito mais aberto do que o anterior.

Porém, ele não seria possível sem os pensadores iluministas, que cumpriram o papel de se aproveitar do novo ambiente para propor um novo.

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Podemos dizer, assim, como ocorre agora, que a Governança da Espécie é moldada e condicionada pelo ambiente tecno-cognitivo que impõem limites à espécie e determina um tipo de controle social.

Quando uma nova tecnologia cognitiva quebra estas barreiras e estabelece novas formas de controle e descontrole, a base da Governança se fragiliza, pois o que não era possível barreira tecnológica passa a ser.

Assim, temos uma espécie de Gangorra entre Governança da Espécie e ambiente tecno-cognitivo:

A Governança da Espécie sempre terá que ser compatível em controle com o ambiente tecno-cognitivo disponível.

Quando há uma Revolta ou uma Revolução cognitiva há uma barreira tecnológica que foi quebrada, que liberta uma série da latências antes prisioneiras da limitação passada, permitindo que um novo modelo de Governança passe a ser gestado, como está ocorrendo agora com as revoltas sociais em vários países – o primeiro passo.

(Veja mais sobre Ciclo da chegada de novas tecnologias aqui.)

A partir daí, surge o espaço para os inovadores do novo ambiente tecno-cognitivos que começam um trabalho de reconstrução do novo ambiente social, se libertando das antigas barreiras impostas pelas tecnologias passadas.

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Há aí uma tensão em quem se beneficiava dos limites tecnológicos e acreditava que aquele ambiente era “natural” e não “tecno-natural” e que poderia ser modificado com a chegada de novas tecnologias cognitivas disruptivas.

É isso, que dizes?

Quando falamos em nos adaptar às novas tecnologias estamos falando em nos adaptar as novas possibilidades, ações, inovações, facilidades que a quebra das barreiras anteriores não permitia.

Dizem que se um passarinho for solto depois de um tempo engaiolado tende a morrer.

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O animal se acostuma a vida de cativeiro.

Diria que o ser humano é assim também.

Vivemos ciclos, como demonstrei aqui nos Ciclo de Chegada de Novas Tecnologias à Sociedade em que a adaptação cultural a uma nova é uma etapa bem difícil, pois, na verdade, não é preciso se habituar a tecnologia em si, mas na quebra das grades que nos impedia de fazer diversas atividades que a nova tecnologia agora permite.

Ou seja, quando falamos em nos adaptar às novas tecnologias estamos falando em nos adaptar as novas possibilidades, ações, inovações, facilidades que a quebra das barreiras anteriores não permitia.

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Nos agarramos às barreiras tecnológicas passadas, pois elas criaram um ambiente cultural com o qual nos acostumamos, achamos que é o único possível e qualquer coisa diferente dele nos soa ruim, maléfico, nefasto e perigoso.

Cabeça de gaiola!

Uma tecnologia, de fato, vem ao mundo superar uma determinada barreira tecnológica, que outras tecnologias se mostraram incapazes de fazê-lo.

(Rejeitei a minha primeira abordagem de barreira natural, pois nossa espécie é basicamente tecnológica. Nada em nós pode ser considerado natural, pois é passível de modificação no presente ou futuro.)

Não podíamos fazer algo, que nos aprisionava, e passamos a fazê-lo, criando novas possibilidades de ação e de alterações na nossa cultura.

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A fase da adaptação cultural, portanto, tem dos desafios:

  • criar fora da “cela” – permitir que novas possibilidade de inovação em cima da superação da quebra de barreira tecnológica sejam criadas em um ambiente agora liberto das amarras tecnológicas do passado e isso envolve inovação incremental e radical em cima das novas tecnologias, que superam velhas barreiras naturais;
  • aceitar que a cela não existe mais – conseguir vencer as barreiras culturais de quem está viciado e preso às “grades” antigas, que não consegue sair de dentro da “cela”, como a barreira tecnológica fosse intransponível, um dado da realidade estrutural e não algo conjuntural.

As barreiras tecnológicas, assim, criam a falsa ilusão de que aquela maneira de resolver  o problema é a “certa”, a “única” ou a melhor.

Como vivemos em um ambiente tecno-natural nossa cultura é moldada pelas tecnologias disponíveis e as barreiras tecnológicas que AINDA não foram vencidas.

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Nos acostumamos aquela limitação e toda as novidades que aparecem se apresentam como uma ameaça a ordem que se estabeleceu em função das barreiras naturais pré-quebra tecnológica.

Vou dar um exemplo.

Hoje, é possível gravar as aulas de cada professor na escola e colocar disponível na Internet, quebrando os muros da sala de aula.

Um exemplo é a união de várias universidades de SP nessa direção, veja mais aqui.

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Ou seja, um professor pode multiplicar em muito a sua mensagem por muito mais gente dessa forma.

É uma nova aplicação em cima de uma barreira que foi vencida, pois antes algo assim era muito caro e os canais de divulgação limitados no tempo de programação.

Toda a escola deveria migrar para algo assim, como uma forma de disseminar conhecimento, ainda mais a área pública.

Porém, não é algo que está sendo feito na escala que se poderia, pois a barreira não é o custo, que é baixo, mas cultural.

A ideia da aula está presa ao local e limitadas a quem está presencialmente naquele local.

Há muita resistência daqueles que estão habituados às barreiras impostas pelo ambiente tecnológico pré-Internet.

A visão de que há um verdadeiro vício nas barreiras tecnológicas passadas, mas não na tecnologia, mas naquilo que ela NÃO permite como se aquilo fosse o natural e a verdade e não apenas um cenário tecno-cultural que pode ser superado.

Para quem trabalha com capacitação para inovação, tal visão facilita muito o trabalho de abertura de mentes para lidar com novos ambientes tecno-modificados.

É isso, que dizes?

O quadro abaixo demonstra como podemos, de maneira geral, apresentar um modelo de como chegam novas tecnologias à sociedade:

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1 – Latência por mudança – a espécie deseja fazer algo e não consegue, pois há necessidade de uma tecnologia não desenvolvida. Voar e o avião é algo que exemplifica bem isso;

2- Barreira do ambiente tecnológico vigente  – a espécie não consegue tornar real a sua latência, pois existe uma barreira tecnológica a ser superada diante das alternativas que temos que a impede, criando uma espécie de redoma em que apenas uma tecnologia é capaz de superá-la;

3- Superação de barreira natural com tecnologia – surge na sociedade uma nova tecnologia que consegue quebrar a barreira e, assim, dar vazão a uma latência da sociedade;

4- Adaptação cultural ao novo ambiente tecnológico – com o novo potencial disponível, temos agora a necessidade de superação cultural para que os antigos hábitos que se viciaram nas antigas barreiras sejam superados.

É isso, que dizes?

 

 

O que estamos assistindo hoje não é a chegada de uma nova tecnologia digital, mas de uma nova Governança da Espécie Digital, que visa mudar o modelo de tomada de decisões, de produzir e repassar conhecimento de uma nova maneira, que seja mais compatível com a atual Complexidade Demográfica de 7 bilhões de pessoas em um mundo com um aumento da  Taxa de Circulação Horizontal de Ideias. 

A Governança da Espécie é a base para a nossa sobrevivência.

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Ao longo do tempo, vamos criando modelos de tomadas de decisão que nos permitem sobreviver diante de cada vez maiores desafios, já que a espécie (a única entre tantas) que ainda não teve limites para crescer.

A Governança da Espécie, entretanto, precisa criar mecanismos de repasse de conhecimento entre a geração que está e a que chega, pois também diferente das outras espécies nosso legado não é apenas genético/instintivo, mas cultural e, portanto, deve ser repassado a cada novo membro que nasce.

Há, assim, um grande desafio da nossa espécie em processo de aprendizado para cada novo habitante que vem “zerado” e precisa aprender as “coisas do mundo”, o que fez com que criássemos organizações formais ou informais de ensino, que chamamos de escolas ao longo dos milênios.

Estas organizações de ensino visam repassar o conhecimento consolidado para que os novos habitantes possam “receber o bastão” dos mais velhos e seguir adiante, mantendo a sociedade viva.

A forma de estruturação das organizações de ensino, entretanto, não é estática e muda ciclicamente de forma incremental ou radical, conforme o Ambiente Tecno-Cognitivo-Demográfico. Vivemos hoje uma mudança radical diante das novas tecnologias cognitivas digitais.

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  • Ou seja, a espécie cresce de tamanho e vai sofisticando cada vez mais o seu aparato tecnológico, incluindo as ferramentas cognitivas de circulação de ideias.
  • Estabelecendo sub-governanças dentro da Governança da Espécie que organizam as organizações para que haja uma harmonia entre todas elas.
  • Há, portanto, uma Governança da Espécie que é espelhada na Governança das Organizações de Ensino.

Podemos dizer, assim, que tivemos três grandes eras na Governança das Organizações de Ensino, moldadas pelas Revoluções Cognitivas, que moldaram as Governanças da Espécie:

  • As organizações de ensino oral – com o repasse de conhecimento apenas baseado na palavra, fortemente baseado nas famílias;
  • As organizações de ensino oral-escrita – incorporando a palavra escrita, primeiro manuscrita e depois impressa, já com a chegada de tutores fora da família;
  • As organizações de ensino oral-escrita-digital – incorporando agora os aparelhos digitais, cada vez mais interconectados entre si.

As atuais organizações de ensino são, assim, moldadas pelo ambiente cognitivo e pela Governança da Espécie de plantão.

Quando estas mudam, as organizações de ensino devem se alinhar.

Hoje, vivemos uma radical mudança que é a passagem do modelo oral-escrito a procura de incorporar o digital.

Porém cometemos o erro de nos concentrarmos na mudança de tecnologia e não conseguimos enxergar que as tecnologias trazem embutidas, como um cavalo de troia, uma nova cultura da nova governança, que modificará para sempre as organizações de ensino nos próximos séculos.

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A tecnologia e em especial as tecnologias cognitivas, portanto, têm sim o poder de recondicionar a Governança da Espécie em Revoluções Cognitivas, afetando profundamento o modelo de produção e repasse do conhecimento.

Ou seja, o que estamos assistindo hoje não é a chegada de uma nova tecnologia digital, mas de uma nova Governança da Espécie Digital, que visa mudar o modelo de tomada de decisões, de produzir e repassar conhecimento de uma nova maneira, que seja mais compatível com a atual complexidade demográfica.

Há duas mudanças em curso que as organizações de ensino devem se alinhar:

  • conjuntural – uma velocidade muito maior da produção de conhecimento que impede que os antigos modelos de repasse centralizados, baseados em assuntos, bem divididos, seja eficaz. Isso se deve ao Surto de Inovação pós-Revolução Cognitiva, em função do aumento radical da Taxa Horizontal de Circulação de Ideias;
  • estrutural – um novo modelo que tenderá a ser hegemônico de se produzir e repassar conhecimento, em que o modelo da Governança atual fortemente baseado no poder do professor sobre os alunos e a centralização da produção do material didático (que o torna lento na sua atualização) se mostra ineficaz diante da nova Governança Digital emergente, que é precisa – para ser eficaz – ser muito mais descentralizada, dinâmica e horizontal.

Em momentos como esse (tais como no renascimento pós papel impresso)  a saída da espécie foi abandonar o estudo de assuntos e especializações e focar em problemas, que permitem uma participação das pontas descentralização e um dinamismo muito maior.

Assim, como em outras áreas, tais como na política, nas organizações de produção de produtos e serviços será preciso fazer a mudança nas organizações de ensino enquanto o avião voa.

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Ou seja, trabalhar em duas frentes paralelas e separadas:

  • inovar, de forma incremental – o que já existe, mas sem ilusões de mudanças de larga escala nessa frente. Manter o rumo, mas conscientes dos limites e do final do atual modelo da Governança das atuais organizações de ensino;
  • – inovar de forma radical ou disruptiva –  criando o que não existe, através de laboratórios de inovação, onde, através do uso intenso de novas tecnologias digitais e metodologias inovadoras de ensino baseado em problemas e no diálogo, seja possível reconhecer, potencializar e quando necessário criar os primeiros projetos pilotos do novo modelo de governança das organizações de ensino para o século XXI.

É isso, que dizes?

A República atual é filha da escrita e principalmente do papel impresso, assim como a nova política ou a República 3.0 será filha da colaboração de massa digital.

Vivemos um fenômeno raro da história humana.

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Estamos sentindo os efeitos iniciais da chegada de uma Revolução Cognitiva, com a massificação da colaboração de massa, via aparelhos digitais.

Esse movimento é sistêmico da espécie visa qualificar as tomadas de decisões na nova complexidade demográfica de 7 bilhões de habitantes, que agora está saindo da Ditadura Cognitiva dos meios escritos/eletrônicos.

Note que o modelo de Governança da Espécie que temos hoje na maior parte dos países ocidentais foi concebido há 200 anos quando tínhamos 1 bilhão de habitantes, com a chegada das Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789).

Tal modelo só foi possível com a massificação do papel impresso, 350 anos antes, a partir da invenção de Gutemberg na Alemanha.

Ou seja, a República é filha do papel impresso, assim como a nova política ou a República 3.0 será filha da digitalização.

Construímos a ideia da república que era algo bem mais sofisticado para tomada de decisões do que a monarquia.

Saímos de apenas um rei escolhido por Deus e hereditário para o modelo de parlamentares escolhidos por nós com prazo de validade, o que foi um salto grande para a Governança da Espécie na época.

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Porém, o crescimento demográfico acelerado (de 1 para 7 bi em 200 anos) tornou esse modelo de tomada de decisões Republicano de 1800 cada vez mais obsoleto.

Cada vez menos começaram a decidir por mais, a partir dos interesses dos menos, prejudicando cada vez mais a sociedade.

O que levou os americanos a cunhar o movimento dos 99% e de todo o slogan mundial de “vocês não nos representam!”, que eclodiu em vários países incluindo o Brasil.

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Além disso, houve um processo radical de concentração das ideias, que chamo de Ditadura Cognitiva oral-escrita-eletrônica, o que ajudou bastante para que os atuais parlamentares aprendessem a a lidar e dominar o processo de renovação de mandatos, tornando-os muitas vezes quase vitalícios, como eram os nobres pré-República, reduzindo em muito a taxa de meritocracia e de representação social.

A crise é uma crise tecnológica.

O atual aparato não permite que mais gente possa participar a um custo e um tempo compatível. É preciso informatizar as decisões para torná-las mais massivas e sustentáveis, na relação custo/tempo/qualidade.

(Os momentos que antecedem a Revolução Francesa, aliás, são muito próximos do atual.)

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Os novos aparelhos digitais trazem uma luz para o fim do túnel.

Permitem hoje que possamos tomar decisões de forma rápida, a baixo custo e envolvendo muito mais gente, o que vou chamar de participação de massa, via meios digitais, que é a base da nova Governança da Espécie emergente.

Assim, quando falamos em Nova Política não podemos pensar em mudar ou reformar as práticas atuais dentro do mesmo ambiente tecno-cognitivo que temos hoje cunhado pela República 1.0, mas construir novas maneiras de decidir, se beneficiando das novas ferramentas disponíveis em que seja possível ouvir mais gente a baixo custo e com alta qualidade nos resultados.

A tão chamada reforma ou revolução política é, assim, eminentemente tecnológica, através da implantação de um novo modelo de Governança da Espécie mais compatível com a atual complexidade demográfica, que criará um novo modelo de cultura de tomada de decisões pela sociedade.

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Precisamos, portanto, nos conscientizar que somos uma tecno-espécie, a única que não tem limites de tamanho da população, pois tem a capacidade de  (re)inventar ferramentas para sair ciclicamente das crises em que nos metemos. 

O problema que se coloca – e isso não é apenas na política – é como proceder tal mudança enquanto temos tantas demandas de ordem prática no atual modelo e ainda assim construir o novo?

Ou como mudar o avião enquanto voa?

Depois de muito bater cabeça, cheguei a conclusão de que a forma mais eficaz para implantar a nova Governança Digital é a metodologia de áreas isoladas para semear a nova cultura em separado, com a criação de laboratórios disruptivos de experimentação.

Ou seja, trabalhar em duas frentes paralelas e separadas:

  • inovar, de forma incremental – o que já existe, mas sem ilusões de mudanças de larga escala nessa frente. Manter o rumo, mas conscientes dos limites e do final do atual modelo;
  • inovar de forma radical ou disruptiva –  criando o que não existe, através de laboratórios de inovação da Nova Política onde, através do uso intenso de novas tecnologias digitais, seja possível reconhecer, potencializar e quando necessário criar os primeiros projetos pilotos de participação de massa na política brasileira (em um modelo parecido e vitorioso da implantação das urnas eletrônicas.)

Tais projetos devem visar basicamente o uso intenso de Plataformas Digitais Participativas, que tenham um tripé em gestores, algoritmos e participação de massa que possam:

  • – qualificar ideias e pessoas, na dinâmica da colaboração de massa, garantindo alta taxa de meritocracia;
  • – decidir diretamente na plataforma, quando for possível;
  • – ter parâmetros bem consistentes de dados para tomada de decisões, quando a decisão precisar de um gestor de fora.

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Não é um processo conhecido, dado, em que vamos imitar modelos externos, pois estamos construindo tal cultura diante do novo cenário demográfico-cognitivo.

Esse deve ser, a meu ver, o papel histórico da Rede Sustentabilidade:

Ser um movimento (e não partido) que tem a consciência história da guinada que vivemos e ajudar a sepultar em um futuro próximo o atual modelo de fazer política por um muito mais compatível com a nova complexidade demográfica, dando vazão ao sentimento crescente de revolta atual de forma não violenta, mas institucional.

Não deve, portanto, em hipótese alguma criar a ilusão que a Rede Sustentabilidade é melhor do que os outros pela honestidade de seus membros, mas comprovar a sua ética na procura persistente em ser um pólo para criar esse novo ambiente tecno-político que reduza a taxa da atual desonestidade, refundando a República em novas bases.

Só a implantação das novas plataformas digitais, que consigam incorporar até os não incluídos digitais, nos ajudarão a dar voz para uma massa de pessoas que hoje está alienada das decisões.

O objetivo: reduzir a atual alta taxa de desigualidade e sofrimento que o atual modelo republicano oral-escrito-eletrônico mais e mais amplia.

É preciso, portanto, inovar de forma radical, sendo a Rede Sustentabilidade mais um dos pólos no país que procure atualizar a política brasileira para os desafios que o século XXI nos impõem.

É isso, que dizes?

Repercussões:

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Tivemos três Revoluções Cognitivas na história (oral, escrita e digital) que moldaram nosso modelo de governança da espécie e, com isso, a forma de troca de conhecimento. Estamos entrando em outro paradigma cognitivo e podemos inovar na maneira de compartilhar o conhecimento sem algumas velhas amarras conservadoras.

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Várias das análises que teremos que fazer para projetar o futuro será o de encarar o fim do longo período da transmissão escrita em algumas fases: pré-alfabética manuscrita,  alfabética manuscrita, impressa.

Ou seja, a chegada da Internet inaugura uma nova etapa da humanidade, pois temos um “sistema operacional” novo, que vai reger a maneira como governamos a espécie nos próximos séculos, sob a égide do digital.

Note que a escrita trouxe diversas melhorias para a humanidade, mas  uma das principais é a possibilidade da transmissão de conhecimento a distância, o que a oralidade não permitia.

A voz só ganhou asas com o rádio e depois a voz e a imagem com a televisão.

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Porém, a chegada do rádio e da tevê, por características, tecnológicas e também políticas mais adiante, acabaram ficando concentradas em poucos canais emissores, que filtravam o que ia para o ar, por uma questão de falta de espaço e interesses de temas.

Assim, desde a chegada da escrita há cerca de 10 mil anos, até hoje, a transmissão de conhecimento oral a distância era impossível e quando foi viabilizada era bastante concentrada.

O conhecimento passou a se utilizar do papel impresso que se tornou o meio mais barato e, portanto, democrático de transmissão de conhecimento.

O livro, entretanto, passa pela escrita, que obriga a cada autor a tentar se expressar em palavras impressas aquilo que pensa.

Nem sempre quem fala bem escreve bem e vice-versa.

A Internet com suas ferramentas de publicação online, desde textos, áudios e vídeos passou a permitir que houvesse uma potencialização e popularização da voz e da imagem.

Hoje, mais e mais gente, organizações e mais organizações, têm a possibilidade de publicar áudios e vídeos sobre os mais diferentes assuntos na rede, divulgando ideias, vide o exemplo do TED, dos canais de pensadores, das aulas online colocadas de forma gratuita.

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Ou seja, aos poucos os áudios e vídeos na Internet vão ocupando o espaço que os livros tiveram nos últimos séculos:  transmitir ideias a longa distância,  sem a limitação de espaço do rádio e tevê e com fontes diversas e alternativas, de forma rápida, simples e barata.

A chegada de uma tecnologia é sempre uma quebra de limites que haviam e passam a não haver mais.

Por tendência, nos agarramos aos limites das tecnologias passadas por acreditar que se era feito daquele jeito, era o jeito “certo” de se fazer, o melhor.

(Temos enraizados a ilusão de uma espécie natural e não de uma tecno-espécie que se molda, conforme o ambiente tecnológico à nossa volta, principalmente o cognitivo.)

Porém, temos diante do novo século, de forma concreta e objetiva, uma nova forma de transmissão de conhecimento que vem ser mais barata e eficaz, como transmissora de ideias a distância que pode ocupar o papel que o livro tem hoje, pois é:

  • – barata;
  • – de fontes diversas;
  • – com ideias distantes.

Vejo algumas vantagens no aumento da transmissão de conhecimento oral:

  • – não há a necessidade de tradução da ideia do autor para um outro meio, pois pode-se ouvi-lo falar diretamente. Se for em espaço passíveis de perguntas e repostas, ainda melhor, pois ele vai esclarecendo pontos;
  • – quem recebe pode escutar de qualquer lugar, enquanto faz outra coisa, o que elimina a necessidade de parar tudo para ler. Pode-se estudar dentro do ônibus, caminhando, pedalando, esperando o médico;
  • – quem recebe não precisa passar pela dificuldade da compreensão do texto impresso, nem sempre tão claro quanto à fala, pois o conhecimento virá diretamente em palavras orais, o que facilita bastante a transmissão

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Em um país como o Brasil, que há um déficit enorme da capacidade de leitura, o potencial da transmissão do conhecimento oral é algo interessante, pois, de certa forma, pulamos a fase escrita e podemos aproveitar essa oralidade nacional para conseguir fazer mais com menos.

Obviamente, que haverá perdas, pois a atenção que damos para um livro e todo o movimento cerebral que fazemos ao ler e escrever algo é bem diferente de escutar uma coisa no meio do caos urbano.

Não nego.

Porém, pergunta-se o que é melhor.

Que as pessoas recebam novas ideias mais e mais de forma oral, que é mais viável e barato hoje em dia, ou nos agarrarmos a um mundo escrito que exige algo que o cidadão do novo século não conseguirá atingir?

Aberto o debate.

O primeiro período da chegada do computador não oferecia a alternativa de uma nova Governança, através de um novo modelo sustentável, barato e confiável de tomar decisões de forma melhor. Agora, porém, isso é possível, através do que da colaboração de massa digital.

A chegada do digital no mundo pode ser marcada, a partir de 1940, com a chegada dos computadores de grande porte, que vieram lidar com grandes volumes de dados.

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Podemos dizer que de 1940 até 2004  o mundo digital seguiu a lógica da governança da espécie escrita, pois não permitiu que a tomada de decisões mudasse o seu tripé principal (quem, como e para quem?) se toma as decisões.

Sim, podemos dizer que era uma Revolta Cognitiva, um  aprimoramento gigantesco diante da Governança da Espécie Escrita, mas não era ainda uma Revolução na maneira de se praticar a  Macro-Governança da espécie.

Ou seja, tínhamos uma nova tecnologia, mas todas as experiências de modelo de tomada de decisões eram feitas dentro daquilo que a governança da espécie escrita tinha nos legado, com um modelo de hierarquia com forte poder do centro para as pontas.

Serviu para reformar e aperfeiçoar o quanto pode a governança da espécie escrita, conseguindo um aumento na taxa da melhoria da qualidade das decisões.

A partir de 2004, com o que acabamos chamando de Web 2.0,tivemos a massificação de um novo modelo de governança, pois o que já era incipiente com a Internet, desde 1960 começou a se popularizar: novas ferramentas de trocas humanas, que começaram a permitir uma mudança no Tripé da Governança.

houve a primeira quebra radical no modelo de Governança da Espécie Escrita, pois houve uma mudança no epicentro da governança: de como as decisões são tomadas.

Note que no simples ato de dar estrelas sobre um determinado produto ou serviço, a autoridade de plantão começa a permitir que o cliente/cidadão/usuário possa interferir na decisão que vai ser tomada, o que antes era tecnologicamente/administrativamente inviável.

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Vamos chamar essa participação vinda de baixo de colaboração de massa digital, que ainda era incipiente nos projetos da Internet, desde 1960, mas que passam a ser um elemento fundamental para os novos modelos de negócio.

Note, assim, que na base dos novos modelos está incipiente não uma nova tecnologia cognitiva, mas uma possibilidade de tomada de decisões mais horizontal, que permite uma RADICAL melhoria na taxa de qualidade das decisões, o que torna a nova macro-governança muito mais competitiva do que a anterior, pois consegue mais com menos.

Começam a aparecer os primeiros projetos em que os pilares da governança escrita passam a ser questionados na prática, pois temos algo que consegue lidar melhor com a nova complexidade demográfica.

A saber:

  • critérios de poder de decisão das autoridades – que passam a ter que se abri mais para a sociedade, através da colaboração de massa;
  • critérios como se reciclam as autoridades – Com que critérios são mantidos, valorizados e trocados as autoridades. Isso pode ser visto, por exemplo, na escolha de taxistas, ou nos projetos Mercado Livre e Estante Virtual, tem valor quem consegue ser bem avaliado pelo consumidor;
  • critérios éticos das decisões – a transparência obriga a redução da taxa de hipocrisia das organizações, pois a sombra entre o que se faz e o que se diz que faz é radicalmente reduzida.

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As novas tecnologias permitem que os três pilares da governança sejam alterados em plataformas digitais colaborativas;

  • É possível selecionar de forma diferente as autoridades, através de estrelas.
  • É possível alterar rapidamente quem nos representa, pelos mesmos critérios.
  • É possível rever os critérios de para quem as organizações está voltadas, recriando uma discussão ética.

Assim, o primeiro período da chegada do computador não oferecia essas alternativas e não criaram a possibilidade de um novo modelo sustentável, barato e confiável de governança. Agora, porém, isso é possível. Ou seja, tivemos uma Revolta Digital, que está virando uma Revolução, pois está oferecendo uma nova forma de se praticar a Governança.

E isso tem dois impactos diretos da sociedade:

  • – cria-se uma alternativa que as pessoas começam a desejar novos modelos de organizações, que pratiquem a governança digital, muito mais preparada para lidar com a atual complexidade demográfica.
  • – escancara-se a crise da atual governança e seus defeitos, apresentando a contradição explícita de organizações com baixa qualidade ética.

Portanto, quando falamos que temos que implantar a colaboração de massa nas atuais organizações é preciso definir projetos de implantação de uma nova governança digital e não de reformas na atual governança, que é o que a maioria tem tentado sem sucesso.

É isso, que dizes?

A partir da definição de governança, podemos dizer que temos mudanças na governança da espécie quando ocorrem as raras Revoluções Cognitivas.

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Ou seja, tomamos decisões, a partir das tecnologias cognitivas disponíveis, que limitam ou expandem a participação de mais gente na toma de decisão de forma sustentável.

(Entende-se forma sustentável como uma relação custo/benefício que seja compatível com os objetivos das organizações.)

Assim, temos barreiras tecnológicas que impedem o aprimoramento da governança da espécie, que podemos chamar também de macro-governança. Ou seja, em um dado momento histórico não há como melhorar a governança sem que haja uma mudança RADICAL nas tecnologias cognitivas disponíveis.

Vivemos hoje um momento desse tipo.

Quando novas tecnologias cognitivas surgem e mudam o tripé da governança (quem, como e com que objetivo?)  um novo modelo de macro-governança está sendo gestado. De fato, não é toda mudança nas tecnologias cognitivas que alteram a governança.

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Podemos dizer, assim, que tivemos três grandes Revoluções Cognitivas na história, de macro escopo e algumas Revoltas Cognitivas. O papel impresso, que melhorou a escrita foi uma revolta, assim como o alfabeto. Porém, a escrita foi uma Revolução, assim como a fala e agora o digital.

Uma revolta ou uma Revolução Cognitiva expandem as ideias em circulação e melhoram ou alteram de forma incremental ou radical o Tripé da Governança da espécie.

Na história podemos dizer que houve três Revoluções Cognitivas, que nos permitiram um novo modelo de tomada de decisões e uma mudança da governança da espécie:

  • – A Revolução Cognitiva da linguagem – com a chegada da fala, que nos legou o mundo oral e a tomada de decisões, via conversas e ordens orais. Bom notar que a fala foi a base para a consolidação da espécie, que se desdobrou no modelo de tribos que se formaram na aurora da nossa história;
  • – a chegada da escrita, que nos legou o mundo escrito e a tomada de decisões, via leitura e ordens escritas. Bom notar que a escrita foi a base para o monoteísmo, que se desdobrou no modelo de hierarquia que temos hoje;
  • a chegada do digital – que está nos legando a nova governança digital, que nos permitirá administrar um mundo de 7 bilhões de habitantes.

Podemos dizer, assim, que temos três modelos de governança da espécie:

  • A governança oral –  hegemônica e modeladora das organizações até a chegada da escrita;
  • A governança escrita – hegemônica e modeladora das organizações até a chegada do digital;
  • A governança digital – que está no seu processo primitivo de implantação.

Note que as governanças não são excludente, mas se sobrepõem, se potencializando.

Porém, há uma melhoria na qualidade de decisão a cada uma destas etapas, que me permitem que as decisões sejam de melhor qualidade, embasadas no critério de:

  • – mais qualidade das autoridades;
  • – mais critérios meritocráticos de escolha;
  • – e mais ética nos seus propósitos.

(Note que estes critérios devem ser vistos no macro cenário, com momentos de fluxo e refluxo, pois aprimoramos com a República, mas que acabou perdendo seu viço com a concentração das ideias versus o aumento demográfico.)

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Uma nova governança da espécie, a meu ver, é demandada quando há um aumento populacional, que nos leva a uma nova complexidade demográfica, ampliando o problema da baixa qualidade de tomada de decisões.

Poucos acabam cada vez mais tomando a decisão por muitos e deixando um conjunto de pontos de vistas de fora, aumentando a taxa de sofrimento.

Revoluções Cognitivas têm um papel mutacional de promover mudanças profundas na governança da espécie, que nos levem a um modelo de governança mais compatível com a complexidade demográfica a cada momento da nossa espécie.

É isso que dizes?

 

Uma crise de governança se caracteriza quando as decisões tomadas são de baixa qualidade.

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Podemos aferir diferentes critérios para o que vamos chamar de baixa qualidade de decisão.

Eu, a partir de um ponto de vista ético, diria que baixa qualidade de decisão é quando há um aumento da taxa de sofrimento da sociedade.

As decisões tomadas ao invés de reduzir aumentam o sofrimento de mais gente, o que acaba ficando insustentável a longo prazo, pois em um dado momento aqueles que sofrem vão conseguir se organizar de alguma forma para impedir o aumento do sofrimento.

O papel de qualquer governança, assim, é procurar servir a sociedade de tal forma a reduzir a taxa de sofrimento, a partir das decisões tomadas.

Uma governança está em crise quando as decisões tomadas não resolvem os problemas da maioria ou daqueles para os quais as organizações foram criadas, que mais dia menos dia, quando for possível, procurarão mudar o modelo de governança. Ou seja, vão querer fazer parte das decisões tomadas.

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O modelo de governança tende a ser hegemônico e ser aplicado por todas as organizações da sociedade.

Podemos dizer que a governança é a metodologia pela qual as organizações exercem o poder.

Uma governança se sustenta em duas pernas:

  • – o controle da força (geralmente de prerrogativa do estado);
  • – o controle das ideias (no qual a mídia exerce uma função intermediadora em nome das organizações, com as quais se estabelece uma relação de troca).

Quando o controle da força não é mais necessário, há uma intensificação do controle das ideias.

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Isso não é muito novo na área da sociologia, política.

Porém, o que há de novo nessa análise é que o controle das ideias é condicionado pelas tecnologias cognitivas disponíveis, o que nos leva a dizer que a governança também. Ou seja, quando mudamos as tecnologias cognitivas para mais ou menos controle, a governança segue o mesmo passo.

Ou seja, controlamos as ideias, a partir das tecnologias cognitivas disponíveis, o que nos leva a um triângulo do poder, que é uma relação entre governança, controle de ideias e tecnologias cognitivas disponíveis, como veremos aqui.

Que dizes?

Como vimos aqui, a base principal das mudanças é a chegada de um novo modelo de tomada de decisões que nos permite criar uma nova governança da espécie.

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Vivemos atualmente sob o signo da inovação, fruto da expansão cognitiva, que procura fazer um ajuste entre decidir melhor para 7 bilhões de pessoas.

Porém, a inovação é prima irmã da meritocracia de alta colaboração.

Uma não vive sem a outra.

E é preciso rever o que entendemos do que entendemos por meritocracia, pois tudo pode ser meritocracia.

Podemos trabalhar inicialmente a meritocracia em dois níveis.

A meritocracia individual e a coletiva.

  • A meritocracia individual – é aquela que o próprio indivíduo procura atribuir valor ao que faz, ao que quer fazer, fazendo uma auto-análise. Essa é aquilo que faz com que a pessoa se sinta bem ou mal, a partir de sua consciência, com baixa dependência da opinião alheia;
  • A meritocracia coletiva – é aquela que é usada para criar critérios de valorização das pessoas, de inclusão ou exclusão de determinadas organizações, bem como na promoção, na distinção, na premiação, na escolha e na pontuação.

A meritocracia coletiva serve para estabelecer critérios com os quais a governança é praticada pelas autoridades de plantão, como detalhei aqui.

Quando pensamos em meritocracia imaginamos que é algo abstrato, mas não é.

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Podemos ter um modelo de meritocracia que defende quem é corrupto, por exemplo.

O ambiente define aquele que tem valor para uma dada organização para que seja valorizado.

Ter mérito é justamente aquele que gera valor para as autoridades de plantão.

Assim, a meritocracia varia, conforme a taxa de perversão de uma organização.

  • Meritocracia de baixa colaboração – Quanto mais a organização está fechada para os seus próprios interesses, mais teremos uma meritocracia do monólogo;
  • Meritocracia de alta colaboração – quanto mais a organização se abre para os interesses da sociedade, mais teremos uma meritocracia do diálogo.

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Os ambientes organizacionais e seus modelos de meritocracia, assim, variam conforme o pêndulo cognitivo:

  • – nos períodos de contração, teremos a baixa colaboração;
  • – nos períodos de expansão – teremos a alta colaboração.

Na baixa colaboração, o modelo de meritocracia tende a valorizar quem reforça a estrutura vigente;

Na alta colaboração, o modelo de meritocracia tende a valorizar quem questiona a estrutura vigente com novas ideias.

Vivemos hoje sob a égide do estímulo à meritocracia de alta colaboração para estimular à inovação e a criação do novo modelo de governança da espécie.

É isso, que dizes?

A crise atual das organizações como disse aqui é o impasse entre a complexidade demográfica e a capacidade de tomada de decisões que é feita atualmente.

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Ou seja, a espécie cresceu, mas continua tomando decisões, do ponto de vista hierárquico,  praticamente como há 200 anos atrás.

O que nos leva a uma baixa qualidade de tomada de decisões, pois não leva em conta a complexidade demográfica atual, o que implica em exclusão de interesses, ideias, visões, inovações, projetos, desejos e solução de sofrimentos cada vez mais emergentes.

Podemos dizer que o modelo atual da governança deixa passar batido um potencial enorme de talentos que estão por aí perdidos, pois há uma hegemonia de visão, que não inclui essa força intangível.

As portas das organizações estão fechadas para o novo, para o que é diferente, pois vivem uma profunda crise narcísica de anos de decisões voltadas para dentro.

É algo profundo e que vai ter repercussões muito fortes ao longo do tempo, pois há uma forte dicotomia da nova maneira de tomar decisões com o modelo que é feito hoje.

Podemos, assim, dizer que estas mudanças não ocorrem, pois:

Às vezes, por que não se quer, às vezes por que não se sabe como. Quando não se quer, tudo certo, não há o que se fazer, mas o problema é quando se quer e não se sabe como, aí entram os especialistas de migração para a nova governança da espécie, no qual me incluo.

O problema tem dois viés que empacam as mudanças:

  • defesa de interesses vigentes – um acomodamento das atuais organizações no modelo atual, que gera um conjunto de vantagens para as autoridades de plantão, que não se quer abrir mão, algo bem humano;
  • medo do novo – uma incapacidade inovadora de aderir a um novo modelo completamente estranho de uma nova governança, ou seja, uma nova forma de tomada de decisões, que seja capaz de incorporar a opinião de mais gente, o que gera medo e desconfiança.

Isso pode ser entendido, pois o que está mudando é algo no epicentro da governança da espécie.

Hoje, criamos novas tecnologias da decisão, fortemente baseadas em ferramentas cognitivas, que permitem, finalmente, incorporar a ideia de mais gente, através de um misto entre colaboração de massa e algorítimo, mantendo um custo/benefício sustentável.

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Note que a tomada de decisão hoje está ajustada às tecnologias cognitivas disponíveis, que foram sendo incorporadas à espécie ao longo da sua curta história na terra:

  • a linguagem oral – criada há 100 mil anos;
  • a escrita – há 10 mil anos;
  • a escrita no papel impresso – há 500 anos;
  • o computador sem rede – há 80 anos;
  • o computador em rede, mas sem ferramentas massivas de colaboração – há 50 anos .

Ou seja, quando criamos novas tecnologias cognitivas ampliamos a nossa capacidade de tomada de decisões, que é a base para experimentarmos novos modelos de governança.

O modelo atual precisa da centralização, pois qualquer tentativa de consulta usando os meios acima citados é bastante demorado, o que causa um problema de qualidade, na relação custo/benefício.

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A base das novas tecnologias cognitivas do novo século estão baseados no uso intensivo de aparelhos digitais em rede com ferramentas massivas de colaboração, que chamo de plataformas colaborativas digitais, que nos ajudam a tomar decisões com mais qualidade, incorporando muito mais gente no processo.

Ou seja, a tomada de decisões feita até a chegada da Internet colaborativa de massa não podia ser de outra maneira, mas agora já pode.

Quando falamos que as organizações precisam se ajustar ao novo ambiente, o que precisa ser feito é justamente a criação de um novo modelo de tomada de decisões que incorpore a colaboração de massa.

Muitos querem “dialogar” com os clientes, através dos antigas tecnologias cognitivas, mas isso é impossível, pois elas são verticalizadas e pensadas para baixa colaboração externa, já que:

  • – houve um aumento radical da complexidade demográfica que saltou de 1 para 7 bi nos últimos 200 anos;
  • – e há uma nova alternativas hoje que, como qualidade, é possível tomar decisões ampliando tremendamente a capacidade de participação dos que estavam de fora do modelo anterior.

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Assim, projetos de alinhamento ao novo ambiente, são projetos de migração de governança oral-escrita-analógica-digital-sem-colaboração para uma que incorpore todos os anteriores acrescida de um ambiente de colaboração digital de massa.

Todos os projetos na Internet que têm conseguido gerar valor, de alguma forma, estão se utilizando em maior ou menor escala da nova governança digital colaborativa, através da colaboração e uso intenso de algorítimos.

O que é preciso é experimentar esse novo modelo, pois isso não acontece naturalmente.

E isso precisa ser feito em áreas isoladas, pois não é algo de continuidade ou incremental, mas de ruptura radical com o atual modelo de governança analógico de baixa colaboração.

É isso, que dizes?

A crise das organizações nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.

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As organizações  vivem o fim de um longo período de concentração das ideias, que chamo de Ditadura Cognitiva, quando o pêndulo tende a retração e não à expansão.

Há nesse período, principalmente no século passado com a massificação dos meios eletrônicos verticais, uma radical redução da pressão exercida pela sociedade nas decisões organizacionais.

Isso teve como consequência um aumento do isolamento das decisões das organizações frente os interesses da sociedade.

Isso gerou, ao longo do tempo, dois macro e coletivos transtornos afetivos cognitivos já identificados aqui: aumento da taxa de narcisismo e da perversão organizacional.

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As autoridades organizacionais são valorizadas, dentro desse ambiente isolado, mais e mais por tomar as decisões voltadas para auto-preservação e cada vez menos pelos serviços que prestam para fora.

Isso é consequência do desequilíbrio entre o poder de comunicação de dentro para fora (monológico) muito maior do que o de fora para dentro (mais dialógico).

Estabelece-se, assim, um critério de que é a sociedade que deve se moldar muito mais as organizações e não o contrário.

(Onde se ouve hoje a ideia de voltar a ter organizações focadas no cliente e não mais dando facadas neles.)

A taxa de participação de fatores externos nas decisões internas tende a níveis muito baixos.

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Este isolamento, tende a, aumentar as taxas da prática:

  • — do lucro pelo lucro e não pelo serviço ou ganho social do empreendimento;
  • — de produtos e serviços sem um cunho ético;
  • — dos critérios de valorização pelos serviços prestados para dentro e não para fora, tais como apenas o resultado para os acionistas e não para o conjunto da sociedade.

Tais organizações serão mais e mais discriminadas ao longo do tempo. E perderão valor para aquelas que apontem soluções melhores.

A crise nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.

Isso só é possível, através do uso inteligente das novas plataformas colaborativa digitais, que viabilizam a criação do que chamo de criação do método de meritocracia de massa.

A base para tomada de decisões, onde se inclui no epicentro o cliente e a sociedade, como fatores relevantes para exercer a governança.

Isso pode ser feito, através da criação de laboratórios de inovação colaborativa digital, que apontem projetos-pilotos nessa direção.

Que dizes?

Bom, acho que podemos identificar os seguintes perfis e respectivo material de leitura:

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  1. formuladores de filosofias, teorias e metodologias – pessoal mais teórico e com apetite para estudo de mais fôlego  – > Ser humano e tecnologia – a revisão necessária
  2. aplicadores de metodologias – pessoal mais prático que usará a metodologia para gerar valor na sociedade – > Gestão da Inovação Disruptiva;
  3. gestores – tomadores de decisão que precisam entender o cenário para agir e contratar os aplicadores de metodologias  > A crise digital – o que é e como superá-la?

 

 

 

Tenho falado da crise das organizações, veja mais aqui, e o impasse diagnosticado é o seguinte:

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  • – concentração das decisões, diante dos limites tecnológicos cognitivos;
  • – versus o aumento contínuo da população.

O que tivemos aí e agora estamos retomando?

Cada vez menos gente tomando a decisão, de forma isolada, por mais gente.

É óbvio que sofrimentos, interesses e desejos de muita gente vai ficar de fora.

Já dizia alguém que todo poder corrompe, ainda mais o absoluto.

Vivemos momento similar da história ao ambiente da monarquia antes da Revolução Francesa, que montou todo o seu poder no controle das ideias orais e manuscritas, mas não estava preparada para a disrupção do papel impresso.

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O papel impresso foi o rompimento do isolamento dos cidadãos europeus em dois níveis:

  • – capacidade de canais de novas vozes não afinadas com as organizações de plantão (monarquia e igreja). Houve uma quebra de monopólio do controle das ideias;
  • – nova capacidade de articulação.

Houve naquele momento uma latência da sociedade por inovação diante do crescimento populacional nas grandes cidades da época, o que nos leva a dizer que a espécie humana vive macro-movimentos na história em função das tecnologias cognitivas e dos fluxos demográficos.

  • Quando aumentamos a população, precisamos inovar para nos manter e isso gera uma pressão por ambientes mais abertos de troca de ideias.
  • Quando estas novas tecnologias cognitivas reintermediadoras surgem e criam essa inovação, precisamos de concentração para absorver às ideias e projetos inovadores.

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  1. Quando vivemos o pêndulo cognitivo de expansão é preciso ampliar a taxa de meritocracia da sociedade, pois vivemos sob o signo da inovação.
  2. Quando vivemos o pêndulo cognitivo da contração a meritocracia passa a ser secundária, pois vivemos sob a signo da consolidação.

Na situação 1, as autoridades serão valorizadas pela sua capacidade de criar e dialogar com a sociedade, que é o que está sendo demandado cada vez mais hoje.

Na situação 2, as autoridades serão valorizadas pelas sua capacidade de gerir, manter conservar as organizações que foram criadas,  o que está impedindo as organizações a se adaptarem a esse novo cenário cognitivo.

O problema nos dois casos são os extremos e a continuidade.

  • Nem o processo de expansão é contínuo, pois é preciso fôlego para respirar, mas cria as bases para um contínuo aumento demográfico.
  • Nem o processo de contração pode ser contínuo, pois é preciso manter uma taxa de inovação, que seja capaz de dar conta da nova complexidade demográfica.

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O que tenho observado é que a demografia é o fator determinante para que o pêndulo se modifique.

Talvez, se nos últimos 200 anos não tivéssemos saltado de 1 para 7 bilhões, a crise por inovação e expansão das ideias não seria tão radical como é hoje.

Ou seja, a macro-tendência atual é por inovação, abertura, diálogo para construir um novo modelo de governança, no qual a meritocracia de massa é seu epicentro.

É isso, que dizes?

A crise, como em outros setores, nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.

Não é possível compreender a crise da ciência longe da crise de todas as organizações da sociedade.

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As organizações, a ciência é uma delas, vivem o fim de um longo período de concentração das ideias, que chamo de Ditadura Cognitiva, quando o pêndulo tende a retração e não à expansão.

Há nesse período, principalmente no século passado com a massificação dos meios eletrônicos verticais, uma radical redução da pressão exercida pela sociedade nas decisões organizacionais.

Isso teve como consequência um aumento do isolamento das decisões das organizações frente os interesses da sociedade.

Isso gerou, ao longo do tempo, dois macro e coletivos transtornos afetivos cognitivos já identificados aqui: aumento da taxa de narcisismo e da perversão organizacional.

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As autoridades organizacionais são valorizadas, dentro desse ambiente isolado, mais e mais por tomar as decisões voltadas para auto-preservação e cada vez menos pelos serviços que prestam para fora.

Isso é consequência do desequilíbrio entre o poder de comunicação de dentro para fora (monológico) muito maior do que o de fora para dentro (mais dialógico).

Estabelece-se, assim, um critério de que é a sociedade que deve se moldar muito mais as organizações e não o contrário.

(Onde se ouve hoje a ideia de voltar a ter organizações focadas no cliente e não mais dando facadas neles.)

A taxa de participação de fatores externos nas decisões internas tende a níveis muito baixos.

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Este isolamento, no caso da ciência, tende a, aumentar as taxas da prática:

  • — do conhecimento pelo conhecimento;
  • — do estudo de assuntos (verdadeiros sacos sem fundo) e não de problemas;
  • — dos critérios de valorização pelos serviços prestados para dentro e não para fora, tais como de número de publicações, independente seu impacto social.

A crise, como em outros setores, nos aponta como saída a procura de um novo modelo de governança, que permita ampliar o diálogo para fora.

Isso só é possível, através do uso inteligente das novas plataformas colaborativa digitais, que viabilizam a criação do que chamo de criação do método de meritocracia de massa.

A base para tomada de decisões, onde se inclui aprovação de artigos, escolha e critérios de valorização de docentes e alunos na ciência do futuro.

Isso pode ser feito, através da criação de laboratórios de inovação colaborativa digital, que apontem projetos-pilotos nessa direção.

Que dizes?

Quanto maior for o controle das ideias, maior tenderá a ser a taxa de perversidade das organizações de plantão. Se aumentamos o tamanho da população, imagina-se que se vai aumentar a taxa de participação. Quando isso não acontece, entramos em uma crise de governança, pois cada vez mais as decisões são tomadas em nome de muitos por cada vez menos.

Vimos aqui, que a relação entre organizações e sociedade pode ser medida pelo que chamei de taxa de perversidade, que varia, conforme o controle das ideias.

O ser humano, se for deixado sem controle social, tende a perversidade, bem como as organizações. Ou seja, menos controle mais perversão e vice-versa.

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Podemos, assim, chegar a uma regrinha que é:  quanto maior for o controle das ideias das organizações sobre a sociedade, maior tenderá a ser a taxa de perversidade das organizações de plantão e vice-versa, quando a sociedade aumenta a sua taxa de canalização.

O que assistimos no último século, com a massificação da mídia de massa foram dois fenômenos explosivos entre si, que nos levaram para a atual crise da governança da espécie em que nos metemos.

  • De um lado, mais e mais as organizações passaram a controlar as ideias na sociedade, através de canais verticais, massificadores e homogenizadores, que lhes permitiram esconder o que fazem;
  • Por outro, uma aumento radical da população de 1 para 7 bilhões nos últimos 200 anos, o que aumentou tremendamente o tamanho da complexidade demográfica, exigindo organizações cada vez mais abertas à participação da sociedade para reduzir a taxa de perversão atual.

 A crise da espécie, assim, nos leva para um problema de incompatibilidade: aumento radical de complexidade com redução gradual de participação.

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Isso nos leva para a crise de governança que não é nova, mas agora com o novo meio está muito mais explícita.

As novas tecnologias, entretanto, permitem um novo modelo de tomada de decisão, que é a saída para a crise. Hoje, com os algorítimos e a colaboração é possível que mais gente possa decidir e qualificar pessoas, serviços e produtos fé forma simples e barata.

O que nos leva a poder criar um novo modelo de tomada de decisões na sociedade, via Karma Digital e ter agora uma nova opção de governança.

Ou seja:

  • Temos uma nova transparência com o aumento da canalização da sociedade, o que denúncia a crise do atual modelo;
  • E uma nova forma de tomada de decisões, o que abre espaço para uma nova governança, onde novos interesses precisam ser atendidos

As organizações tentam abrir canais de diálogo para se tornarem menos perversas, mas o problema está no próprio método de tomada de decisões que ficou incompatível com a complexidade demográfica.

A crise, assim, é no epicentro da governança: como, para quem e para que as decisões são tomadas.

O novo modelo muda completamente a forma atual de tomar decisões e isso exige algo muito mais profundo, pois tem que incluir NOVOS INTERESSES.

 

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Sim, podemos dizer que a atual  forma de tomada de decisões, que é a base da governança analógica escrita-eletrônica, era feita do centro para as pontas, pode ser feita agora de outra maneira com mais participação das pontas, sem a perda de qualidade – antes isso era impossível.

O problema, portanto, é que a sociedade quer ver um conjunto de desejos e redução de sofrimentos atendidos que o modelo atual não prevê e isso vai diretamente contra os interesses estabelecidos pelo modelo de controle passado.

A tomada de decisões não levava (e não leva) em conta os interesses de quem estava de fora do “baile”.

Esse é o nó e o problema que as organizações não querem encarar, basicamente:

– perda de poder, ou de tomar decisões de forma vertical e isolada;
– garantir que determinados interesses, a partir disso, sejam mantidos;
– e continuar com os mesmos resultados econômicos não compartilhados.

Basicamente, perde-se com a Revolução Cognitiva, um bom naco de poder, e ganhos econômicos, que hoje não são mais possíveis de serem praticados no novo ambiente mais transparente.

As novas organizações que abraçam esse novo modelo já vem com essa conta incorporada, tornando-se, assim, mais competitivas.

E esta governança digital é a nova alternativa para sair da sinuca de bico para a atual crise da espécie.

Tal demanda por um novo modelo de governança mais aberto, baseado nas novas possibilidades que o digital, a meu ver, marcará todas as tentativas de mudanças sociais, políticas e econômicas do novo século. Assistiremos a briga entre os que querem implantar o novo modelo e os que querem manter o atual ( democracia digital versus o atual modelo em todas as esferas organizacionais).

O que está em jogo é a procura de baixar a atual taxa de perversão organizacional que atingiu níveis estratosféricos, pois chegamos ao limite da verticalização da circulação das ideias versus a complexidade demográfica.

Muito poucos decidindo mais e mais de forma cada vez mais perversa por muitos!

O que nos lembra os protestos nos EUA:

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Como no passado em outras Revoluções Cognitivas só uma nova tecnologia nos permitirá tomar decisões de uma nova forma, para resolver a crise da espécie, através de um novo modelo de governança mais compatível com a atual complexidade demográfica.

É isso, que dizes?

Governança é a maneira que tomamos decisões para resolver problemas dentro de um tripé que envolve: quem, como e para quem?

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Governança é, assim:

  • critérios de quem são as autoridades de plantão nas organizações – quem toma as decisões?
  • critérios como se reciclam as autoridades de plantão – Com que critérios são mantidos, valorizados e trocados?
  • critérios éticos das decisões que balizam as autoridades de plantão – para quem e com que objetivos tomam decisões?

Uma crise de governança, seja em qualquer organização, como veremos aqui, é quando as decisões tomadas passam a ser de baixa qualidade.

Ou seja, os critérios de como e para quem uma determinada organização foi criada já não está mais atendendo seus objetivos que passam por crises dos elementos acima citados.

Ou seja, há mudanças que precisam ser tomadas no aspecto da governança que não são tomadas e a crise se agrava, pois os resultados esperados não chegam.

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Há governanças micro-governanças e macro-governanças, que vou chamar de governança da espécie, que abrangem toda a sociedade.

  • As micro-governanças são adotas dentro das organizações, que variam dentro de um determinado escopo, balizadas pela governança da espécie em vigor, que é condicionada pelo ambiente cognitivo disponível;
  • As macro-governanças que são adotadas em momentos da nossa espécie, que duram séculos, conforme fatores demográficos e tecnológicos.

As governanças da espécie não são estáticas, pois varamo ao longo do tempo por dois fatores:

  • – quantidade de membros da espécie;
  • – tecnologias cognitivas disponíveis.

Assim, podemos dizer que quando mudamos de forma massiva as tecnologias cognitivas para atender novas complexidades demográfica e essas permitem novas formas de tomada de decisão estamos diante de uma Revolução Cognitiva e no início de um novo modelo de governança da espécie.

Assim, uma Revolução Cognitiva tem a marca de permitir ampliar os limites das tomadas de decisão e viabilizar a criação de uma nova governança da espécie.

(Tal conceito das mudanças da governança da espécie só é possível de compreensão quando nos submetemos a hipótese básica da tecno-filosofia cognitiva, que parte do princípio que somos uma tecno-espécie.)

Por isso são tão poderosas.

Sobre governança da espécie ver mais aqui.

É isso, que dizes?

Há uma relação direta do exercício do modelo de governança da sociedade, o controle das ideias e as tecnologias cognitivas disponíveis. Essa tecno-visão não é corrente e muda bastante a maneira que pensamos as sociedades humanas.

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Note que podemos dizer que há uma relação, pois:

  •  A governança será compatível com o controle das ideias.
  • Que será compatível com as tecnologias cognitivas disponíveis, que permitem mais ou menos controle das ideias que circulam na sociedade.

Note que um modelo de governança é uma relação de força velada entre as organizações e o restante da sociedade, que se estabelece entre:

  • – o que se diz que faz;
  • – o que se realmente faz.

Ou seja, em nome de quem ou o que está se tomando decisões, o que caracteriza o espírito da governança exercido e o que podemos chamar de taxa de perversidade. Quanto mais voltado para seus próprios interesses mais a taxa sobe e vice-versa.

O controle das ideias visa esconder o que se faz na fumaça do que se diz sempre em nome dos interesses sociais – essa é uma tensão humana na relação de poder.

Ou seja, quanto maior for o controle das ideias, se pode fazer o que não se diz que faz, maior será a taxa de perversidade na relação organizações-sociedade. E, por outro lado, quanto mais a sociedade se empoderar de novos canais de expressão de ideias, que apontam o que realmente anda se fazendo, mais baixa tenderá a ser a taxa de perversão organizacional, pois o espaço para se fazer o que não se diz diminui.

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Estas são mudanças tecno-culturais, a partir da massificação de novas tecnologias cognitivas que permitem que a sociedade faça coisas que antes não podia fazer no âmbito das ideias, como saber muito mais sobre o que as organizações fazem de fato, o que nos leva à redução da taxa de perversidade organizacional.

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E quando isso ocorre muito raramente, o que chamo de Revolução Cognitiva, há um processo de mudança na governança da sociedade, que é condicionada pelo novo modelo de circulação muito mais aberto, que reduz a taxa possível de perversidade praticada pela governança das organizações sobre a sociedade.

Portanto, nem sempre a história é movida pela economia ou pela política, pois somos uma tecno-espécie limitados pelas tecnologias que nos permitem ou não nos permitem algumas coisas.

Quando novas tecnologias cognitivas se massificam e nos permitem extrapolar limites do controle da informação, necessariamente a governança que era estabelecida é afetada, abrindo-se para uma descentralização e uma reintermediação, à procura de uma nova governança mais compatível com a nova taxa de perversidade aceita pela sociedade.

E aí entra a questão demográfica, que também é um fator que aumenta a taxa de perversidade, quando não é seguida do aumento da taxa de participação –  que é o que vou falar no próximo post.

É isso, que dizes?

 

O diagnóstico é coletivo: vivemos hoje um conjunto de macro transtornos afetivos-cognitivos, como disse aqui.

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O fim de uma ditadura cognitiva nos coloca esse impasse.

Não percebemos, mas a prática de uma governança vertical nos leva a estes problemas.

Para que possamos recuperar o tempo perdido é preciso, antes de tudo, diagnosticar o problema para lidar com ele.

Acredito que as novas tecnologias nos condicionam a se abrir, através da canalização, mas não é suficiente, pois temos um problema de tempo e, além disso, há os vícios do uso da nova tecnologia sem reflexão.

E aí temos o grande buraco da escola.

A escola nos preparou para viver em um mundo com uma governança analógica-impressa piramidal, muito controlado de cima para baixo e não em um novo ambiente de uma governança digital, na qual há um novo modelo de controle mais horizontal.

Urge que possamos começar a preparar os novos cidadãos para esse novo ambiente para começar a dirimir tais transtornos.

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No que tenho visto em sala de aula, os mais graves com suas respectivas “vacinas”:

  • – incapacidade de abstração – entender melhor a diferença entre percepção e realidade;
  • – pouca pro-atividade – separar o que é ética de moral;
  • – incapacidade de argumento e diálogo – superar a vergonha tóxica e a incapacidade de produzir seus próprios argumentos.

É a metodologia que tenho usado para desenvolver a inovação disruptiva e preparar os meus alunos para viver em um mundo mais horizontal e dinâmico.

Mas o esforço é gigantesco e deve ser massificado e contínuo.

Que dizes?

Nos canais de expressão digitais você é reconhecido por um grupo menor de pessoas, que te dão aval a sua originalidade, a base para se criar um ambiente inovador, pois cada ideia interessante não morre no nascedouro, pois é incentivada por quem vê valor, desde cedo.

Somos seres sociais e precisamos de reconhecimento da sociedade por aquilo que fazemos.

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Isso é humano, porém há doenças atreladas.

Quando a expectativa do que o outro pensa de nós chega a determinada taxa, por tempo continuado, o tempo todo, temos o que podemos chamar de co-dependência do olhar externo.

Talvez, possamos incluir a co-dependência dos olhar externo como mais um macro distúrbio emocional-cognitivo de uma Ditadura Cognitiva, pois ela passa a ser algo coletivo e não individual.

Expliquemos.

Como os canais de expressão foram muito verticalizados e houve um aumento significativo da população, ser “reconhecido” passou a ser algo para poucos por poucos.

Ou seja, há uma invisibilidade permanente na maior parte das pessoas, do que podemos chamar de “reconhecimento oficial pelos canais competentes” que é o válido para a maioria das pessoas.

Ou você aparece na mídia para ser ou não é nada.

(No filme, ônibus 174, o sociólogo Luis Eduardo Soares fala muito do problema da invisibilidade para o aumento da violência.)

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O se sentir reconhecido, assim, em uma Ditadura Cognitiva, como a que estamos saindo, é algo perverso, pois:

  • – vem de fora para dentro;
  • – poucos têm o poder de te reconhecer;
  • – e você tem que se adaptar (ao que dá notícia), pois nem sempre o que você tem de original para o mundo interessa, criando uma violência, pois você não pode exercer o seu potencial, mesmo que ele interesse para a sociedade, pois será filtrado pelos interesses do aparato cognitivo de plantão.

Assim, percebo que é preciso resgatar um reconhecimento que venha, mas que você não tenha que se violentar tanto para consegui-lo.

Nos canais de expressão digitais você é reconhecido por um grupo menor de pessoas, que te dão aval a sua originalidade, a base para se criar um ambiente inovador, pois cada ideia interessante não morre no nascedouro, pois é incentivada por quem vê valor, desde cedo.

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Os sistemas de crowdfunding, que permitem financiar estas ideias, complementam esse quadro, dando uma saída para o macro distúrbio, sendo um fator de reequilíbrio relevante para a saída da Ditadura Cognitiva, criando o ambiente de reestruturação da sociedade para criar uma nova governança.

É isso, que dizes?

Assim, as redes sociais, regidas pelo digital, não são uma geradora de uma piora das relações humanas, mas uma tentativa de resgate!

Apenas uma síntese:

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1) toda rede humana é social;

2) assim, para sermos menos imprecisos é necessário falar em redes sociais regidas por ambientes cognitivos distintos;

3) estamos saindo da rede social, regida pelo aparato cognitivo analógico-escrito-eletrônico para uma rede social regida pelo novo aparato digital;

4) o que podemos dizer, assim, que temos redes sociais mais e mais condicionadas, influenciadas e se expressando, através de tecnologias cognitivas digitais;

5) as redes sociais mais condicionadas pelo aparato tecnológico cognitivo digital tem o poder de dar mais canais de expressão aos seus cidadãos, aumentando a taxa de canalização humana;

6) ninguém tem uma conta no Facebook, mas um canal, com o qual se expressa e cria um ambiente de troca para entrar em contato com outros canais de expressão de outros cidadãos, no qual vai se exercendo a capacidade de diálogo, de compreensão e troca horizontal, antes limitada pelo aparato que foi ficando mais e mais verticalizado pelo tempo de uso;

7) as redes sociais regidas pelo digital, assim, são mais abertas, meritocráticas, descentralizadas do que as redes sociais do aparato cognitivo analógico-escrito-eletrônico e vêm criar um novo ambiente de inovação para criar uma nova governança da espécie mais compatível com a nova complexidade demográfica atual, a partir do salto de um para a 7 bilhões de habitantes.

Assim, as redes sociais, regidas pelo digital, não são uma geradora de piora das relações humanas, mas uma tentativa de resgate por mais que todos os distúrbios emocionais-cognitivos do ambiente passado, frutos dos efeitos da Ditadura Cognitiva analógica-impresso-eletrônica, possam ser sentidos nesse início de uso, entre eles: a incapacidade de conversa, o hiper-narcisismo e a capacidade de argumentação! Muitos dirão que esse fenômeno surge com a Internet, mas eu rebato criando a hipótese que são o resultado de anos de verticalização que nos deixou assim. Há que se fazer um esforço educativo tremendo para que possamos aproveitar os novos canais de forma plena.

É isso, que dizes?

 

 

Não podemos, assim,  falar em progresso humano, apenas em ajustes relacionais entre nossa capacidade de lidar com mais e mais complexidade demográfica.

Como tenho defendido, há uma profunda e disruptiva revisão filosófica-teórica em curso depois da chegada da Internet que vira a ciência humana de ponta cabeça.

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Estamos aprendendo COM OS FATOS de que somos uma tecno-espécie e que mudanças nas tecnologias cognitivas mudam radicalmente a nossa história.

Sim, o elemento principal para rever a macro-história cognitiva foram as chegadas de novos canais de expressão humanas, via tecnologias cognitivas, que nos permitiram administrar melhor a complexidade demográfica crescente.

Viver em um mundo de 1 bilhão de habitantes, por volta de 1800, não é o mesmo que viver hoje em um que tem 7 bilhões.

Não se sente estes bilhões no abstrato, mas no adensamento cada vez maior nas cidades, no que podemos dizer que a complexidade demográfica se faz sentir no aumento radical da complexidade nas megalópolis, que é o palco e laboratório onde as Revoluções Cognitivas vêm resolver problemas e se expandir.

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Assim, quanto maior for a complexidade demográfica, maios problemas teremos para nos gerenciar se os canais de expressão humanas não aumentarem a sua taxa de canalização humana.

Há com o aumento da complexidade demográfica muito mais diversidade humana, muito mais adensamento o que nos obriga a:

  • – ter mais gente podendo falar e expressar suas ideias e sofrimentos;
  • – e uma capacidade maior de dialogar com os outros.

Ou seja, uma Revolução Cognitiva tem como uma das suas grandes missões aumentar a taxa de meritocracia, através de ferramentais que fazem com que a sociedade possa avaliar novas ideias e aprová-las, quebrando o filtro tradicional do aparato da mídia, que só divulga aquilo que reconhece e lhe interessa.

O aumento da taxa da meritocracia, via novos canais de expressão, cria um surto de inovação, que visa basicamente recriar a governança da espécie que foi moldada e construída para uma complexidade demográfica, mas que se tornou obsoleta diante do novo cenário demográfico.

Por isso, há essa ebulição radical.

É isso, que dizes?

 

Há uma relação entre canais de expressão e o poder do dinheiro.

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Isso é bem estudado nas teorias da comunicação.

Podemos aprimorar, entretanto, que há variações nessa relação dinheiro x canais x novos estudos da história das rupturas cognitivas:

  • – quanto mais antiga for uma tecnologia cognitiva, mais o poder econômico a dominará e fará dela um instrumento de dominação;
  • – mais as ideias não interessantes para o poder terão espaço, que as filtrará até poder serem palatáveis aos interesses de plantão;
  • – mais e mais as ideias se concentrarão na mão de poucas autoridades;
  • – mais e mais as autoridades terão valor pela sua capacidade de negociar com o aparato da mídia do que pelo valor de suas ideias;
  • – e mais e mais homogêneo vai tornando-se o pensamento médio da sociedade.

Ou seja, um tempo continuado de um conjunto de tecnologias cognitivas vais nos levando a uma ditadura cognitiva, que só é rompida, com o surgimento de um novo aparato midiático, que aumenta a taxa de canalização humana.

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No final de uma ditadura cognitiva e no início de uma Revolução Cognitiva, como vemos, há um aumento de uma taxa de meritocracia na sociedade, pois pessoas e ideias sem espaço começam a ganhar espaço que antes era impossível de se espalharem.

É isso, que dizes?

 

Vou chamar de canalização a capacidade da sociedade ter canais de expressão.

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Há uma relação ainda não estabelecida entre demografia e taxas de canalização humana.

Ou seja, quanto mais habitantes formos no planeta, mais haverá a latência por novos canais de expressão.

  • Mais gente, mais complexidade.
  • Quanto mais complexidade, mais pressão por diálogo, pois mais e mais é preciso conversar para se entender.
  • E quanto mais necessidade de diálogo para a compreensão mútua, mais desejo de se ter canais de expressão.

Os canais de expressão, como vimos, são condicionados pelas tecnologias disponíveis.

Mudam-se as tecnologias e abre-se novas possibilidades dos canais de expressão.

É isso, que dizes?

Uma inovação radical é procurar tirar uma latência inconsciente do fundo do oceano, através de um produto ou serviço, que serve de boia, mas que têm que estar alinhado às macro-tendências.

Disse aqui neste post, que vivemos a ascensão de profissionais que se dedicam e se dedicarão para o futuro.  Aqui vou falar mais da formação necessária e do ferramental que eles têm que utilizar.

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Geralmente, quando pensamos em futuro, logo imaginamos pesquisas de latência dos consumidores dos que eles querem para o amanhã.

Sim, isso nos leva a entender algumas coisas, mas é importante separar algumas outras, pois o consumidor está muito ligado ao presente, assim como as organizações.

Digamos que temos que separar duas coisas quando conversamos com pessoas:

  1. A inovação incremental –  o que eles querem e sabem formular um produto ou serviço;
  2. A inovação incremental mais disruptiva –  o que eles querem e não sabem ainda formular um produto ou serviço;
  3. A inovação disruptiva – o que eles não sabem ainda o que querem e vão querer em função das macro-tendências.

Assim, é bom definir que a inovação incremental trabalha com o que é mais consciente e a inovação radical trabalha com a latência inconsciente, ligadas às macro-tendências.

Quando a Apple lança seus produtos, ela sabe que há uma demanda por algo meio indefinido e procura atender a uma latência que estava, até então, inconsciente, mas é uma inovação incremental disruptiva, que acaba de alguma forma se alinhando à macro-tendência, tal como a da reintermediação, maior poder para os clientes.

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Uma inovação radical é procurar tirar uma latência inconsciente do fundo do oceano, através de um produto ou serviço, que serve de boia, mas que tem que estar alinhado às macro-tendências.

Há, entretanto, algo maior do que a pesquisa das pessoas, pois isso são dados que vão sendo levantados e precisam se encaixar dentro de um cenário mais geral, do que vamos chamar de macro-tendências.

Um profissional do futuro precisa escolher as macro-tendências que acha que são mais fortes na sociedade.

Quanto mais eficaz forem as macro-tendências escolhidas, mais ele terá a capacidade de alinhar pesquisas de latência com as macro tendências para propor produtos e serviços.

As macro-tendências, entretanto, exigem uma formação muito mais sofisticada e diferente do que temos hoje, pois só conseguimos ver o futuro com mais distância, quando aumentamos a time line dos dados do passado.

Ou seja, se você quer projetar 50 anos para frente terá que trabalhar com um passado de mil anos para perceber grandes mudanças de cenários versus novas forças na sociedade. Analisar como estas forças trabalharam no passado, como elas se apresentam no presente e seu impacto no amanhã.

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Temos a formação hoje de profissionais do passado e do presente, mas que são insuficientes para nos dar fôlego de projeções futuras.

Note que quando fala-se de macro-tendências, não estamos falando aí de produtos e serviços, mas de estratégias gerais que vão guiar as grandes estratégias, nos quais modelos de negócios e organizações serão criadas ou revistas e, só então, podemos pensar em produtos e serviços.

Talvez um grande erro das organizações hoje é de que quer rever produtos e serviços, sem incluir na análise macro-tendências.

O que torna pobre o cenário e, portanto, de baixo valor.

Profissionais do futuro – que trabalham com inovação radical seja na gestão, governança ou produtos e serviços é uma área emergente. E que exige um tipo novo de formação, que inclui filosofia, história e história das mudanças dos ambientes cognitivos, a meu ver, a principal força hoje de alteração social.

É isso, que dizes?

Quando vivemos o início de uma Revolução Cognitiva temos, uma expansão das ideias e isso aumenta a taxa de inovação da sociedade. O que nos leva, por sua vez, a uma instabilidade e um futuro mais imprevisível, o que aumenta o espaço na sociedade de profissionais que nos ajudem a ver o amanhã melhor.

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Vejo que no mercado tem três tipos de profissionais.

  • Do passado – os que armazenam e preservam;
  • Do presente – os que atendem e fazem o dia a dia circular;
  • Do futuro – os que vivem de criar estratégias.

Diria que quando temos uma contração cognitiva a tendência é fortalecer os dois primeiros e ter menos espaço para os que pensam o futuro.

Note que uma contração cognitiva nos leva a uma baixa taxa de inovação.

Se temos uma baixa taxa de inovação, por consequência, a sociedade fica mais estável e não é tão necessário termos pessoas pensando em um futuro previsível.

Quando vivemos o início de uma Revolução Cognitiva temos, uma expansão das ideias e isso aumenta a taxa de inovação da sociedade. O que nos leva, por sua vez, a uma instabilidade e um futuro mais imprevisível, o que aumenta o espaço na sociedade de profissionais que nos ajudem a ver o amanhã melhor.

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Que são capazes de criar instrumentos para garantir com mais certeza o que está por vir.

Seriam “meteorologistas sociais” que terão que reunir condições para exercer a sua atividade.

É uma área ascendente na sociedade que será cada vez mais demanda no decorrer da evolução da Revolução Digital em curso.

Vou aqui no outro post detalhar melhor seu ferramental.

Que dizes?

Dois dos meus filhos – gêmeos – estão para decidir carreira. E a discussão sobre profissão rola solta aqui em casa.

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Porém, há, além, da decisão de que escola vão escolher, várias outras.

Diria que um profissional passa pelos seguintes estágios:

  1. – empregado ou empregador? Vai montar empresa ou trabalhar na empresa de alguém?
  2. – lida com máquinas ou com gente? Ou seja, vai se relacionar com pessoas ou ficará na “cozinha” escondido?
  3. – trabalha com foco no passado, no presente ou no futuro? Passado – armazenar coisas / presente – atender / futuro – estratégia.
  4. – é memorialista ou lincador? Vive de decorar para depois ajudar a lembrar ou vai juntar coisas que a maioria não consegue?

Acho que estas seriam algumas questões, quais você agrega?

Tenho tentado defender aqui neste e-book que estamos justamente no momento de dificuldade de criar a sabedoria de conseguir mudar o mundo e sobreviver deste mundo.

Um dos pontos centrais de um empreendedor orgânico é sua relação com o legado.

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Hoje, de maneira geral um empresário, ou empreendedor, vai avaliar seus resultados pelo dinheiro que conseguiu gerar.

Vivemos o fim de uma época em que o dinheiro ocupou um lugar maior do que deveria na sociedade, uma das características de um longo período de contração cognitiva.

Diria que o movimento inverso do pêndulo cognitivo, da expansão cognitiva nos leva a valorização de redução de sofrimento e o dinheiro passa a ser menos importante do que é hoje.

A sociedade mais empoderada aceita menos o lucro pelo lucro e organizações se servindo da sociedade e não a serviço desta.

E aí entra uma visão ética-filosófica do empreendedor que precisa estabelecer um propósito – uma causa ligada ao viver e não apenas ao sobreviver.

Tenho tentado defender aqui neste e-book que estamos justamente no momento de dificuldade de criar a sabedoria de conseguir mudar o mundo e sobreviver deste mundo.

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Assim, por exemplo, este blog é o meu espaço de vida, não espero dele sobreviver dele.

Claro que serve como divulgador das minhas ideias e serviços, mas aqui eu desenvolvo um projeto de vida, no qual quero deixar o legado das minhas ideias.

Independente da sobrevivência que consiga, o blog é um projeto de ajudar os outros a refletir sobre alguns pontos que tenho me dedicado.

Tento ainda fazer das minhas ideias serviços e mostrar a geração de valor que novos projetos de inovação disruptiva podem ter na sociedade.

Ou seja, sou meio ONG, meio empresa.

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O foco é sobreviver e viver.

Não é fácil, pois a ditadura cognitiva deixou suas marcas e as pessoas, na sua maioria, não têm espaço para grandes mudanças.

Mas aprendi, com o tempo, que é preciso ter desafios na vida que coloquem a sua taxa de criatividade lá em cima.

Depois de 18 anos de empresa, mais de 400 projetos realizados, diria que sobreviver é difícil, mas não é uma coisa do outro mundo, agora viver e fazer um trabalho significativo é mais complexo.

Meu esforço vai nessa direção.

É um desafio muito maior, mas me pergunto para que estamos aqui afinal?

Que dizes?

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A inovação disruptiva se trabalha com uma taxa de abstração muito maior, pois é preciso criar algo que não está sendo visto, do nada, uma criação em cima de conceitos, latências, coisas intangíveis.

Ao longo dos últimos anos, tenho aprendido à duras penas a preparar pessoas para pensar e criar projetos disruptivos.

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Não é algo simples ou rápido.

Note que:

  • A inovação incremental é algo que você trabalha em cima de algo visível.
  • A inovação disruptiva se trabalha com algo invisível!

A inovação incremental, portanto, exige uma taxa de abstração bem menor, pois vê-se algo e procura se melhorar o que se vê.

A inovação disruptiva se trabalha com uma taxa de abstração muito maior, pois é preciso criar algo que não está sendo visto, do nada, uma criação em cima de conceitos, latências, coisas intangíveis.

A preparação para a inovação incremental exige, assim, motivações para que se fique mais atento para o que se está vendo e fazendo. E a disruptiva de que se desconfie do que está se pensando e refletindo.

Por isso, no trabalho de preparação para a disrupção tenho apelado para a filosofia.

O ponto principal é trabalhar a dicotomia entre percepção e realidade.

A maior parte dos meus alunos vem para a sala de aula com a seguinte visão:

  • – eu consigo ver a realidade;
  • – eu não tenho uma percepção, mas vejo o que acontece;
  • – a realidade existe;
  • – a realidade é passível de ser conhecida.

Uma pessoa que tem essa visão não conseguirá questionar o que pensa, reflete ou vê, pois há uma base de opressão muito forte, que o vai impedir de pensar fora da caixa que o colocaram, pois ele ACREDITA na caixa.

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Além disso, toda a visão de mundo, que foi construída pela sociedade e a pessoa repete, é para o aluno que chega algo que ele construiu sozinho.

Ele não consegue perceber que é fruto de uma construção da realidade.

Vivemos – e isso é importante saber – o fim de um longo período de contração cognitiva e o habitante do planeta do nosso tempo sofre de macros-distúrbios cognitivos-afetivos.

Um dos principais é essa sensação forte de dono da verdade.

Note que o dono da verdade, que consegue ver a verdade sozinho, não vê necessidade de conversar com o outro para conhecer a verdade.

Ou seja, a propriedade da verdade puxa o problema da incapacidade do diálogo.

Que é um outro forte problema para lidar com a inovação disruptiva.

Ninguém consegue criar um novo mundo sozinho, sem conversa.

O que nos leva ao outros aspecto da formação: a questão dos princípios e da ética, que falarei mais adiante.

Que dizes?

 

Não é algo opcional, mas obrigatório, que é a diferença de uma metodologia optativo para uma obrigatória!

Trabalhar com inovação no Brasil não é fácil.

Disruptiva, então, muito mais difícil ainda.

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A área exige uma pitada de empreendedorismo orgânico.

Ou seja, se você está na fase de sobrevivência, com contas para pagar ontem, não tem como entrar nessa área de cabeça,  pois vai exigir um tempo de maturação, longo período de negociação e fôlego para vender os serviços.

Sugere-se namorar a área, mas não casar com ela.

Eu posso me dar esse luxo, pois tenho investido muito nisso e tenho conseguido vencer algumas barreiras, além disso tenho acreditado cada vez mais nesse mercado crescente.

Estou colhendo frutos aos poucos, mas é um investimento para os próximos 10 anos, se não pensar assim fica impossível.  É uma aposta.

É, diria eu, um pouco venda de energia solar em um ambiente que adora boiler.

O problema, entretanto, é que a inovação disruptiva não é uma metodologia que nasce de um guru, mas de uma movimento de mutação da espécie humana, a partir de uma expansão cognitiva, fruto de uma Revolução Cognitiva Digital.

É quase uma vacina para uma epidemia.

Não é algo opcional, mas obrigatório, que é a diferença de uma metodologia optativo para uma obrigatória!

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Ou seja, as organizações podem não querer, ir para o mercado comprar, mas precisam de algo mais consistente para recuperar competitividade.

Assim, o comprador de inovação disruptiva hoje, a meu ver é:

  • – pessoas com uma abstração maior, que conseguem intuir o tamanho da mudança; e/ou
  • – setores que estão com a “faca mais no pescoço” em função de um maior impacto da Revolução Digital e/ou;
  • – organizações curiosas, que estão sempre antenadas com novidades.

E isso nos leva para um trabalho focado para chegar e poder dialogar com esse perfil de compradores dessa nova metodologia emergente.

É isso, que dizes?

Estou me tornando especialista em Gestão de Carteira de Inovação com forte ênfase em inovação disruptiva e criação de novo modelo de governança.

Inovar é mudar.

Inovação disruptiva é mudar muito.

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Da água para o vinho.

Sim, não havia espaço para nenhuma gestão da inovação há uma década, nem no mundo MUITO MENOS no Brasil.

Ainda mais disruptiva. Esta nem pensar!

A espécie estava com uma baixa taxa de mutação devido ao controle das ideias.

Quanto mais controle das ideias, mais baixa é a taxa de inovação na sociedade e vice-versa.

Vivemos hoje uma inédita, inusitada e rara Revolução Cognitiva que nos leva a uma explosão da inovação em todo o mundo em todas as áreas.

As organizações – não é a toa – se abrem para a palavra inovação.

Porém, há um legado repetidor e conservador das organizações que cresceram e foram criadas em um movimento de contração cognitiva.

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O problema é que o cenário cognitivo mudou e o que era algo que “dava certo” repetir e mudar pouco para se manter competitivo, não está mais funcionando.

Se isso vale no geral, vale mais ainda nas áreas que já estão mais impactadas pela mutação atual da espécie, o que chamei de taxa da Revolução Digital a saber:

  • – setor de serviço;
  • – e produtos de tecnologia de ponta.

O que vai migrar, aos poucos, para outras áreas.

Assim, faz sentido falar em algo como gestão de inovação, que me parece muito mais consistente do que gestão de conhecimento ou redes sociais corporativas e qualquer coisa parecida, pois o que se quer é reinventar o modelo de forma estratégica e não maquiar o que não faz mais sentido no novo cenário.

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As organizações precisam ter consciência do conceito de Revolução Cognitiva, suas causas e consequências, bem como, de metodologias que as mantenham no mercado.

Porém, a gestão da inovação tem vários tipos de abordagem.

A que gosto mais é a do conceito de carteira de inovação, que preveja um determinado investimento, dependendo da taxa de impacto da Revolução Digital, para a inovação disruptiva.

Além disso, acredito que a inovação disruptiva deve apontar para a procura de um a nova governança, que torna os projetos, de fato, mais compatíveis com o mundo que está chegando.

Em resumo, estou me tornando um especialista em:

~ Gestão de Carteira de Inovação com forte ênfase em inovação disruptiva e criação de novo modelo de governança.

Acredito que é ainda uma área incipiente, mas em crescimento, pois vejo uma maior coerência entre o diagnóstico do mundo que estamos entrando com uma medida eficaz e não artificial de solução do problema.

Ou seja, diagnóstico -> tratamento.

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Ou seja, a inovação disruptiva para as organizações migrantes do analógico para o digital vai depender da urgência da recuperação de competitividade.

De maneira geral, os projetos de inovação, que me desculpe muita gente, tem atuado como um placebo.

Ou seja, se percebe por aí:

“Eu sei que tenho que mudar e tenho que fingir que estou mudando”.

Um pensamento sem resultados objetivos para a geração de valor da organização.

Tenho me especializado na implantação de projetos de gestão disruptivos, com forte ênfase na preparação para uma nova governança capaz de manter a taxa de competitividade.

Obviamente, há que haver apetite para investir, mas não existe nada melhor para a fome organizacional, do que ver o prato de comida cada vez menor.

É algo diferente, porém emergente e urgente.

Que dizes?

 

 

Vimos aqui, alguns princípios do empreendedorismo orgânico.

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Muita gente que converso por aí, tem projetos bacanas, conceitos e procuram investidores.

O padrão hoje, entretanto, do capital de risco, digamos tradicional, é de números sem propósito.

O investidor bota dinheiro para tirar dinheiro e ponto.

Essa é a regra, nada contra, mas vai na contra-mão do empreendedorismo orgânico.

Quando se aceita sócios no negócio que tem a lógica da concentração cognitiva, que é o lucro e o dinheiro como o centro do universo, o conceito do negócio tende a ir para o saco.

Note que empresas com o Google e o próprio Facebook eram uma antes e hoje são outras depois dos investidores.

Obviamente, que uma série de princípios precisam ser negociados.

Não sou contra os aportes, pelo contrário, mas é preciso saber quem está aportando o que. O investidor dinheiro puro e vivo é um cara que não bate com o modelo de empreendedorismo orgânico. O capital que entra tem que ser um capital meio de investimento e meio de incentivo àquela ideia. O resultado final, portanto, não é só número, mas mudança na sociedade. O investimento nas duas direções.

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Há, com certeza, já no mercado, principalmente americano, esse tipo de perfil de investidor.

É preciso ficar atento, pois a relação dinheiro e conceito é uma gangorra difícil e exige muita sabedoria, como detalhei aqui.

É isso, que dizes?

Uma empresa sem causa, ou princípio hoje, perde valor em uma sociedade mais conectada, aberta e transparente.

Essa discussão é antiga, mas cabe atualizações.

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Você precisa trabalhar para sobreviver.

E adoraria também viver, ter um projeto bacana, que unisse o máximo do seu potencial criativo com a redução de sofrimento do mundo.

Digamos que esta é a meta de algumas pessoas, que vou chamar de empreendedores orgânicos.

Diria que um empreendedor orgânico é aquele que quer impor novos conceitos ao mercado e não apenas aceitar os conceitos que o mercado quer impor a ele. É uma relação, no qual o dinheiro não compra tudo.

A energia solar ou o cultivo de alimentos sem agrotóxico são bons exemplos do empreendedorismo orgânico.

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A pessoa quer ganhar dinheiro, estar no mercado, sobreviver, mas percebe uma tendência e um espaço para, além disso, colaborar para a redução de sofrimento hoje e amanhã.

Aí o seu negócio passa a ter uma causa, um propósito.

Um  empreendedor com uma causa não vai ao mercado para ganhar dinheiro de qualquer jeito, mas vai defender uma visão de mundo, há um conceito por trás e vai procurar defender esse conceito e impo-lo como uma realidade ao mercado.

E isso só pode ser feito se ele tiver uma vida compatível com a proposta do empreendedorismo orgânico.

Por exemplo, se o custo fixo for alto, a taxa conceitual tende a ser reduzida.

Assim, o empreendedorismo orgânico tem um pé no lucro e outro na causa. É um pouco empresa e um pouco organização não governamental.

É algo que junta causa e receita.

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Já conversei com muita gente que diz o seguinte:

“O objetivo de toda empresa é dar lucro”.

Sim, este é o modelo que estamos saindo e está nos levando para as crises que vivemos hoje, pois se a sociedade aceita que suas organizações vivam apenas para lucrar, como reclamar do que elas fazem com a sociedade depois?

Se o objetivo final é apenas o lucros sem nenhum conceito de causa e princípio com a sociedade, no final aqueles que investem na empresa terão mais dinheiro em um planeta com uma qualidade de vida cada vez pior.

Temos que perceber que o empreendedorismo orgânico vem no novo momento da expansão cognitiva, na qual a co-relação de poder com as organizações não é mais a mesma.

Uma empresa sem causa, ou princípio hoje, perde valor em uma sociedade mais conectada, aberta e transparente.

É tempo de empreendedorismo orgânico!

Que dizes?

Gosto do mantra do AA:

“Serenidade para o que não posso mudar, coragem para o que eu posso e sabedoria para saber a diferença”.

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Isso deveria ser o lema do empreendedorismo.

Note que se fala no mantra de procura da sabedoria e sabedoria é algo que está acima dos dados, da informação, do conhecimento.

Sabedoria é o patamar mais alto do bem viver humano. É a nossa capacidade de viver bem, de forma significativa dentro de um mundo nem sempre hospitaleiro para quem quer gerar significado e mudança – empreender e querer mudar o que está aí.

Sim e quando falo em significado, estou envolvendo o empreender com significado. Propondo ao empreendedor uma ética e uma filosofia.

Um empreendedor que quer ganhar dinheiro não está querendo mudar a sociedade, mas ganhar dinheiro.

Nada contra, mas não é o tipo de empreendedorismo que faz a minha cabeça e acho que fica meio em baixo em um ambiente cognitivo cada vez mais aberto.

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Se quer projetos com significado para a sociedade e não só para quem está na frente do negócio.

Empreender – ainda mais na área digital – é, assim, trazer algo de novo para o mundo. Algo que o mundo quer e já sabe e precisa.

Ou algo que o mundo não quer, não sabe que precisa.

Mas aí tem uma sabedoria.

O que você quer de mudança para o mundo tem conceito?

E isso é algo interessante.

Pois tem projetos empreendedores que têm conceito e outros que não têm.

Ou seja, gera valor para uma latência real?

Para algo que vai reduzir sofrimento das pessoas?

Se isso é fato, se vai oferecer algo que reduz sofrimento, temos um projeto com conceito, o que é o fundamental.

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Um projeto sem conceito, pode até muito dinheiro, mas não vai adiante, pois as pessoas consomem aquilo que reduz o seu sofrimento.

(Sim, há consumo de algo que gera mais sofrimento, mas isso é uma opção do empreendedor e algo que vai contra a macro-tendência atual.)

A sabedoria empreendedora é conseguir não abrir mão do seu conceito e torná-lo realidade e uma fonte de sustento para si e para quem está em torno.

Mudar com significado.

(Claro que temos aí várias discussões ao longo do projeto, quando entra o pessoal da grana pesado, mas isso é outro papo.)

De qualquer forma, empreender com significado é algo que exige muita dedicação.

É isso,

que dizes?

 

Empreender é fazer algo novo. Empreender digitalmente é querer fazer algo muito mais novo. Porém, todo o empreendedor digital vai esbarrar em um forte dilema.

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A mudança que eu quero para o mundo, ou vejo para ele, me permitirá sobreviver do meu negócio?

Note que empreender digitalmente é crackear a sociedade.

  • É fazer algo que o dito mercado formal não quer e vai rejeitar.
  • E muitas vezes o consumidor não está preparado.

Diria que um empreendimento digital trabalha em uma balança entre:

  • – a capacidade de aceitação da nova ideia;
  • – a capacidade do empreendedor de defendê-la ao longo do tempo e ter reservas para sustentá-la;
  • – achar as brechas de quem está mais apto a comprá-la.

Já disse aqui e vou repetir.

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Quanto mais inovadora for a sua ideia e mais disruptiva, que vai pegar a sociedade de susto, mais tempo você terá que ter para ver os resultados.

E isso vai exigir que se gaste o menos possível com o que não é necessário para defender o seu conceito, para se ter mais tempo, para que o seu trabalho de convencimento possa ganhar adeptos.

O problema é que nesse caminho há a relação com o mercado, que quer encapsular a sua ideia dentro de um contexto vigente.

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E aí é preciso sabedoria.

O que você fará de modificação na ideia sem descaracterizá-la e torná-la palatável, sustentável, sem abrir mão do conceito.

Note bem que falei sabedoria e é justamente essa sabedoria que não admite regras.

Diria, entretanto, que quanto mais você tiver custos fixos artificiais, mais a sua ideia tende a perder o conceito antes de que você possa testá-lo.

Por isso, quanto mais radical e inusitada for a sua proposta, menos você tem que gastar desnecessariamente, pois a defesa do seu conceito, está justamente em conseguir dizer não para tudo que vai tentar descontextualizá-la.

Note que não estou falando de teimosia, mas de aposta em um dado conceito que gera valor para a sociedade.

Se não gera valor para a sociedade, há, aí, um problema de conceito e não de tempo ou de brechas de mercado.

Saber quando isso acontece é algo que faz parte dessa sabedoria empreendedora.

Falei mais sobre isso aqui.

Que dizes?

 

Como vimos aqui, as organizações precisam fazer ajustes diante das novas mudanças do mercado, porém há uma incapacidade para saber exatamente que mudanças.

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A atual crise é uma crise inédita para as organizações e não está nos manuais, pois é provocada por uma Revolução Cognitiva, um fenômeno raro, mas que tem consequências profundas na vida das organizações e de toda a sociedade no curto, médio e longo prazo, dependendo do setor, região e/ou problema que resolve na sociedade.

Uma Revolução Cognitiva se caracteriza pela massificação de uma tecnologia cognitiva reintermediadora na sociedade, que dá ao cliente muito mais poder do que tinha antes.

Além disso:

  • Há uma mudança na relação de poder entre o que as organizações podiam e não podiam na sociedade, criando um movimento forte de rejeição ao antigo modelo, condicionando a uma mudança na atitude e não apenas no discurso ou na comunicação.
  • Há um novo modelo de troca entre as pessoas dentro de um novo ambiente cognitivo, que cria um novo paradigma para os negócios, provocando uma mudança na forma de comercialização de produtos e serviços;
  • Além disso, com a horizontalização das ideias e aumento radical da interação dos clientes, bem como novos paradigmas de negócio, surgem novas concorrências com muito mais facilidade, via empreendedores digitais, criando mudanças constantes e inusitadas por entender o novo cenário e não ter as amarras com o antigo modelo.

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É uma crise que vai marcar a vida de várias organizações, mas não pela sua existência, mas pela incapacidade das organizações de ter coragem para encará-la de frente e apoio adequado para fazer a passagem.

É uma crise que tem o “timeline” de compreensão muito maior do que o habitual de no máximo alguns anos.

Uma revolução cognitiva é algo raro e ocorre ao longo de vários séculos, o que é algo que está COMPLETAMENTE fora de cogitação de ser absorvido por uma organização.

O dia a dia é matador.

É uma crise complexa e exigirá de todos nós, a primeira geração que a encara de frente, fôlego para encará-la.

Muitas não sobreviverão, pois a capacidade de ajuste interno será insuficiente ao necessário.

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E o principal motivo, a meu ver, estará em:

  • a) entender o que está acontecendo – a maior parte prefere respostas simples ou ignorar o problema;
  • b) entender e tomar atitudes pró-ativas diante do problema – a maior parte acha que não precisa investir em novas ações.

O caminho mais fácil é acreditar que tudo vai passar e continuará como antes, ignorando a crise e sendo refém do futuro e não criador de futuro.

Tenho me esforçado para ajudar as organizações.

O diagnóstico é claro: é preciso se reinventar de fato para continuar gerando valor e equilibrando receita e despesa.

O caminho, entretanto, para fazer mudanças no avião no ar é complexo.

E aí vem a ideia do laboratório de inovação para promover a passagem.

Que é o que falarei no post seguinte.

Que dizes?

 

As organizações, principalmente no Brasil, vários tipos de crises:

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Interna:

Dificuldade de manter um equilíbrio entre receita e despesa por problemas de gestão interna.

Externa:

Dificuldade de manter um equilíbrio entre receita e despesa por dificuldade de ajustes diante de mudanças sociais, políticas e econômicas.

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Ou seja, uma crise é algo que ocorre por uma incapacidade de uma organização não conseguir agir diante de mudanças internas e externas.

Isso ocorre claramente quando o seu valor de mercado, sua capacidade de resolver um dado problema na sociedade está em declínio, não gera mais receita diante da redução de interesse pelo cliente ou novas alternativas se tornam disponíveis.

Uma crise denota uma incapacidade de adaptação. Ou seja, quando a situação exige uma atitude diante de sinais de problemas relevantes no horizonte e nada é feito.

Vivemos hoje fortes mudanças na sociedade, que exigem das organizações atitudes.

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O problema é que a atual crise é uma crise COMPLETAMENTE nova para as organizações.

É uma crise provocada pela chegada de novas tecnologias cognitivas, que têm mudado bastante aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade.

Uma crise provocada pela massificação de tecnologias cognitivas reintermediadoras.

Vários ajustes serão precisos, mas o primeiro deles é:

  • – aceitar que vive-se uma crise;
  • – perceber que o principal problema da crise é de que é uma crise nova, que não temos anti-corpos para lidar com ela;
  • – compreende-la da melhor maneira possível;
  • – e criar ações que possam alinhar o dia a dia da organização ao novo cenário.

Vivemos a crise de incapacidade de adaptação à uma Revolução Cognitiva.

Falarei mais sobre isso no próximo post.

É isso.

Que dizes?

Comecei falando mais sobre isso aqui.

Podemos dizer que o que move o mundo é o aumento da complexidade. Quanto mais complexo for o ambiente, mais complexo terá que ser o aparato tecnológico da tecno-espécie.

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Porém, é preciso contar que toda a tecnologia que chega cria novos futuros.

Ou seja, são empreendedores que trazem o futuro para o mundo e isso nos leva a movimentos distintos.

  • Os que criam o futuro e tem interesse nas suas mudanças;
  • E os que estão vivendo bem do presente, colhendo o passado, que vão se colocar contra as mesmas.

Assim, há uma tensão tecnológica entre os que querem a mudança e os que querem retardá-la.

Antigamente, o mundo era mais isolado e menos conectado e estes conflitos eram mais explosivos.

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E os tempos cognitivos eram mais lentos, mais demorados e mais gritantes entre os povos.

Quando os europeus chegaram para o nosso lado eram seres mais urbanos, que vivem em um outro modelo de adensamento, já bem mais afastados do mundo mais natural, com um conjunto de tecnologias mais compatíveis com aquele modelo.

E vieram dar de frente com uma tribos que não conseguiam nem acreditar no que viam diante do nariz.

Foi um choque terrível.

Hoje, o aparato cognitivo passado dos meios verticalizados de massa já eliminam bastante esse desconhecimento de novos futuros, pois alguma coisa chega para todos.

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Mas há barreiras a serem enfrentadas:

  • – nem sempre a complexidade vivida no local é compatível com a tecnologia de ponta, há um descompasso do equilíbrio tecnologia-complexidade;
  • – nem sempre há recursos para comprar os novos produtos;
  • – nem sempre há interesse da estrutura de poder para implementá-lo.
  • – entre várias outras alternativas.

Hoje os gaps tecnológicos, nem sempre são por desconhecimento, mas muitas vezes por rejeição.

Por outro lado, o processo é bem mais rápido, criando tempos cognitivos cada vez mais distintos e velozes, aumentando o fosso entre os centros e as pontas.

Veremos hoje cidades, bairros, ou mesmo pessoas que parecerão que estão saindo de marte andando em plena cidade de barro.

O futuro e o passado ficarão gritantemente paralelos.

É isso, que dizes?

 

 

Muita gente me pergunta quando as previsões de uma nova sociedade digital vão aparecer. 

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E é algo que precisa ser bem discutido, pois como diz o Naisbitt:

O futuro não é temporal, mas regional.

Visto sobre este ponto de vista, podemos dizer que há vários futuros em paralelo, ocorrendo no mundo, mas uns mais promissores do que outros.

E como temos visto por aqui, o futuro nas Revoluções Cognitivas é puxado pelas novas tecnologias.

Assim, aonde ela consegue exercer mais influência ela cria um tempo cognitivo mais adiantado, com o uso mais intenso de uma tendência que acaba por se espalhar para os pontos menos atingidos.

Não vou usar aqui a expressão adiantado ou atrasado, mas de uso intenso de algo que provavelmente vai ser massificado para todo o mundo, pois é mais eficaz para lidar com a complexidade vigente.

Tudo que é mais eficaz tende a se massificar e vice-versa!

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Podemos dizer, portanto, que a chegada de Revoluções Cognitivas vão criando tempos cognitivos distintos na sociedade, criando nos tempos futuros mais capacidade de fazer mais com menos, o que dá a esses ambientes mais competitividade em relação aos demais.

Uma Revolução Cognitiva sempre tem este objetivo, fazer mais com menos, pois é algo que vem lidar melhor com uma nova complexidade que não existia antes.

Note que temos hoje no mundo:

  • tribos que falam, mas não têm escrita;
  • conjunto enorme de populações que não sabem ler;
  • outros tantos que nunca viram um computador ou internet;
  • ou que usam a internet de forma muito parcial.

Todos são tempos cognitivos em paralelo que convivem entre si.

É possível viver em um passado cognitivo, mas desde que de forma isolada e auto-suficiente, como uma tribo no meio da Amazônia, que terá limites de demografia.

Se houver aumento de membros ou contato exterior, a roda cognitiva vai começar a girar.

Não se pode dizer que um índio que não tem escrita vive melhor ou pior do que um adolescente altamente plugado de uma megalópoles.

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Porém, é preciso analisar a complexidade ambiente de cada um destes grupos.

Quanto mais complexidade ambiental, mais se exigirá complexidade cognitiva.

Assim, teremos bolsões no mundo de tempos cognitivos distintos.

Foi assim e continuará assim, porém, a velocidade atual da Internet em um mundo altamente complexo com 7 bilhões de habitantes, nos leva ao que podemos chamar dos tempos cognitivos digital, muito mais acelerado do que era antes.

O que vou falar neste outro post.

 

Há uma cena marcante no filme “12 anos de escravidão”.

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O personagem principal está em um navio e um escravo diz para ele algo assim:

“Só nós podemos fazer a revolta, pois nascemos livres, os outros, que nasceram escravos, não farão nada, pois aprenderam a ser escravos desde pequenos”.

A chegada da Internet nos traz o fim de um tipo de escravidão.

Estamos saindo de um período de forte concentração vertical das ideias que moldou um tipo objetivo e subjetivo de pensar a realidade.

A realidade para nós, escravos cognitivos analógicos verticais, é muito concreta, estável, previsível, autorizada, permitida, incremental, controlada.

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Porém, a conjuntura cognitiva atual nos leva para uma expansão e horizontalização das ideias, que pede uma mudança na maneira de construir a realidade, a saber:

A realidade para nós agora nesse novo mundo cognitivo digital mais horizontal tem que ser muito mais perceptiva, mutante, criativa, rebelde, radical e descontrolada.

É preciso criar pontes para promover esta passagem para os migrantes e começar a preparar a formação dos nativos digitais para que não sofram a forte influência da escola atual, que é moldada e feita para um modelo em extinção.

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O trabalho que tenho feito de formação para os laboratórios de inovação digitais colaborativos passa por questões filosóficas, teóricas, metodológicas e tecnológicas para abrir um pouco o espaço para uma compatibilidade maior entre nós, os atuais escravos analógicos verticais para vivermos em um mundo com a liberdade que o modelo digital horizontal nos oferece.

O problema da mudança hoje é no humano, que não consegue deixar de se ver como escravo.

Que dizes?

 

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