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O que estamos assistindo hoje não é a chegada de uma nova tecnologia digital, mas de uma nova Governança da Espécie Digital, que visa mudar o modelo de tomada de decisões, de produzir e repassar conhecimento de uma nova maneira, que seja mais compatível com a atual Complexidade Demográfica de 7 bilhões de pessoas em um mundo com um aumento da  Taxa de Circulação Horizontal de Ideias. 

A Governança da Espécie é a base para a nossa sobrevivência.

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Ao longo do tempo, vamos criando modelos de tomadas de decisão que nos permitem sobreviver diante de cada vez maiores desafios, já que a espécie (a única entre tantas) que ainda não teve limites para crescer.

A Governança da Espécie, entretanto, precisa criar mecanismos de repasse de conhecimento entre a geração que está e a que chega, pois também diferente das outras espécies nosso legado não é apenas genético/instintivo, mas cultural e, portanto, deve ser repassado a cada novo membro que nasce.

Há, assim, um grande desafio da nossa espécie em processo de aprendizado para cada novo habitante que vem “zerado” e precisa aprender as “coisas do mundo”, o que fez com que criássemos organizações formais ou informais de ensino, que chamamos de escolas ao longo dos milênios.

Estas organizações de ensino visam repassar o conhecimento consolidado para que os novos habitantes possam “receber o bastão” dos mais velhos e seguir adiante, mantendo a sociedade viva.

A forma de estruturação das organizações de ensino, entretanto, não é estática e muda ciclicamente de forma incremental ou radical, conforme o Ambiente Tecno-Cognitivo-Demográfico. Vivemos hoje uma mudança radical diante das novas tecnologias cognitivas digitais.

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  • Ou seja, a espécie cresce de tamanho e vai sofisticando cada vez mais o seu aparato tecnológico, incluindo as ferramentas cognitivas de circulação de ideias.
  • Estabelecendo sub-governanças dentro da Governança da Espécie que organizam as organizações para que haja uma harmonia entre todas elas.
  • Há, portanto, uma Governança da Espécie que é espelhada na Governança das Organizações de Ensino.

Podemos dizer, assim, que tivemos três grandes eras na Governança das Organizações de Ensino, moldadas pelas Revoluções Cognitivas, que moldaram as Governanças da Espécie:

  • As organizações de ensino oral – com o repasse de conhecimento apenas baseado na palavra, fortemente baseado nas famílias;
  • As organizações de ensino oral-escrita – incorporando a palavra escrita, primeiro manuscrita e depois impressa, já com a chegada de tutores fora da família;
  • As organizações de ensino oral-escrita-digital – incorporando agora os aparelhos digitais, cada vez mais interconectados entre si.

As atuais organizações de ensino são, assim, moldadas pelo ambiente cognitivo e pela Governança da Espécie de plantão.

Quando estas mudam, as organizações de ensino devem se alinhar.

Hoje, vivemos uma radical mudança que é a passagem do modelo oral-escrito a procura de incorporar o digital.

Porém cometemos o erro de nos concentrarmos na mudança de tecnologia e não conseguimos enxergar que as tecnologias trazem embutidas, como um cavalo de troia, uma nova cultura da nova governança, que modificará para sempre as organizações de ensino nos próximos séculos.

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A tecnologia e em especial as tecnologias cognitivas, portanto, têm sim o poder de recondicionar a Governança da Espécie em Revoluções Cognitivas, afetando profundamento o modelo de produção e repasse do conhecimento.

Ou seja, o que estamos assistindo hoje não é a chegada de uma nova tecnologia digital, mas de uma nova Governança da Espécie Digital, que visa mudar o modelo de tomada de decisões, de produzir e repassar conhecimento de uma nova maneira, que seja mais compatível com a atual complexidade demográfica.

Há duas mudanças em curso que as organizações de ensino devem se alinhar:

  • conjuntural – uma velocidade muito maior da produção de conhecimento que impede que os antigos modelos de repasse centralizados, baseados em assuntos, bem divididos, seja eficaz. Isso se deve ao Surto de Inovação pós-Revolução Cognitiva, em função do aumento radical da Taxa Horizontal de Circulação de Ideias;
  • estrutural – um novo modelo que tenderá a ser hegemônico de se produzir e repassar conhecimento, em que o modelo da Governança atual fortemente baseado no poder do professor sobre os alunos e a centralização da produção do material didático (que o torna lento na sua atualização) se mostra ineficaz diante da nova Governança Digital emergente, que é precisa – para ser eficaz – ser muito mais descentralizada, dinâmica e horizontal.

Em momentos como esse (tais como no renascimento pós papel impresso)  a saída da espécie foi abandonar o estudo de assuntos e especializações e focar em problemas, que permitem uma participação das pontas descentralização e um dinamismo muito maior.

Assim, como em outras áreas, tais como na política, nas organizações de produção de produtos e serviços será preciso fazer a mudança nas organizações de ensino enquanto o avião voa.

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Ou seja, trabalhar em duas frentes paralelas e separadas:

  • inovar, de forma incremental – o que já existe, mas sem ilusões de mudanças de larga escala nessa frente. Manter o rumo, mas conscientes dos limites e do final do atual modelo da Governança das atuais organizações de ensino;
  • – inovar de forma radical ou disruptiva –  criando o que não existe, através de laboratórios de inovação, onde, através do uso intenso de novas tecnologias digitais e metodologias inovadoras de ensino baseado em problemas e no diálogo, seja possível reconhecer, potencializar e quando necessário criar os primeiros projetos pilotos do novo modelo de governança das organizações de ensino para o século XXI.

É isso, que dizes?

One Response to “A nova governança digital para as organizações de ensino”

  1. Francisco disse:

    Oi professor, excelente artigo. Penso que os projetos baseados em problemas ofereçam oportunidades para criar uma cultura disruptiva na educação. Temos material humano de qualidade(professores e alunos)para inovar. Abs

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