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Um adjetivo é, assim, a prática de etiquetar autores e ideias por falta de tempo ou disposição para o diálogo.

Normalmente, quando publico ideias novas , tenho dois tipos de reação nos comentários.

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  • Pessoas que, por vários motivos, querem se aprofundar e entender mais os conceitos;
  • E os que querem guardar o que digo em uma gaveta para não pensar no assunto.

Estes últimos, algumas vezes, para abrir e fechar a gaveta, precisam colocar uma etiqueta, a partir de algum critério.

  • Outro dia vieram com um “ingênuo” que é uma adjetivação para o autor;
  • Ou “visão tecnocrática” que é uma adjetivação para a ideia.

Muitos acreditam que é possível dialogar com todo mundo, mas eu discordo.

É preciso para haver um diálogo uma abertura de ambos os lados, uma curiosidade de um querer conhecer o que pensa o outro.

E isso exige tempo de dedicação, que temos pouco.

Não sabemos se vale a pena se aprofundar naquele autor e suas ideias. O que eles vai me ajudar a resolver meus problemas?

O mais fácil, como um critério de seleção, é descartar e para isso, e muitas vezes, adjetiva-se.

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Um adjetivo é, assim, a prática de etiquetar autores e ideias por falta de tempo ou disposição para o diálogo.

Alguns conceitos que desenvolvi demoraram anos para chegar ao ponto que chegaram.

Não são isso ou aquilo, melhores ou piores, apenas fruto de muitas horas de debate com muitas pessoas e comigo mesmo, que foram se aprofundando naqueles conceitos.

Não se pode em algo que não é tirado da cartola, querer entender rapidamente com um adjetivo superficial.

Obviamente, que se alguém passa os olhos em um texto, e existem vários conceitos novos e diferentes, e tasca um adjetivo já é um sinal claro que a taxa de diálogo por ali é baixa.

Não fez sentido, pronto.

Para que insistir?

Acredito que ideias novas precisam de um tipo de cabeça e ouvidos, que estejam curiosas por algo novo por diferentes motivos, desde inquietação intelectual ou conceitos e metodologias novas para velhos problemas.

Se não há essa gasolina não adianta ir acendendo fósforos.

Quando se vem com o adjetivo é uma aviso que o papo vai ser rápido!

Se você quer criticar algum texto e não tem tempo, não se interessa, apenas deixe passar, mas não adjetive, não comente, pois não acrescenta nada a você e nem a quem escreveu.

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É melhor economizá-los para outros momentos.

Em sala da aula isso também rola e deve ser combatido.

Tnho por hábito nas minhas turmas incentivar para que os os adjetivos sejam banidos, pois são eles que trazem os egos para cima da mesa, obscurecem corações e mentes e estabelecem um ambiente de baixa taxa de argumentação.

Um comentário exige uma dedicação para compreender o que se diz, se não há esse tempo, não comente seja presencialmente ou a distância.

O adjetivo é apenas uma desculpa que você está se dando para justificar a falta de identificação, ou tempo para se dedicar aquele tema ou autor. Opte, se for este ao caso, não dizer nada:

“Não me acrescentou nada, não tenho interesse no tema”.

E bola para frente.

É isso, que dizes?

 

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