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Há uma relação direta do exercício do modelo de governança da sociedade, o controle das ideias e as tecnologias cognitivas disponíveis. Essa tecno-visão não é corrente e muda bastante a maneira que pensamos as sociedades humanas.

the kingdom of lion

Note que podemos dizer que há uma relação, pois:

  •  A governança será compatível com o controle das ideias.
  • Que será compatível com as tecnologias cognitivas disponíveis, que permitem mais ou menos controle das ideias que circulam na sociedade.

Note que um modelo de governança é uma relação de força velada entre as organizações e o restante da sociedade, que se estabelece entre:

  • – o que se diz que faz;
  • – o que se realmente faz.

Ou seja, em nome de quem ou o que está se tomando decisões, o que caracteriza o espírito da governança exercido e o que podemos chamar de taxa de perversidade. Quanto mais voltado para seus próprios interesses mais a taxa sobe e vice-versa.

O controle das ideias visa esconder o que se faz na fumaça do que se diz sempre em nome dos interesses sociais – essa é uma tensão humana na relação de poder.

Ou seja, quanto maior for o controle das ideias, se pode fazer o que não se diz que faz, maior será a taxa de perversidade na relação organizações-sociedade. E, por outro lado, quanto mais a sociedade se empoderar de novos canais de expressão de ideias, que apontam o que realmente anda se fazendo, mais baixa tenderá a ser a taxa de perversão organizacional, pois o espaço para se fazer o que não se diz diminui.

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Estas são mudanças tecno-culturais, a partir da massificação de novas tecnologias cognitivas que permitem que a sociedade faça coisas que antes não podia fazer no âmbito das ideias, como saber muito mais sobre o que as organizações fazem de fato, o que nos leva à redução da taxa de perversidade organizacional.

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E quando isso ocorre muito raramente, o que chamo de Revolução Cognitiva, há um processo de mudança na governança da sociedade, que é condicionada pelo novo modelo de circulação muito mais aberto, que reduz a taxa possível de perversidade praticada pela governança das organizações sobre a sociedade.

Portanto, nem sempre a história é movida pela economia ou pela política, pois somos uma tecno-espécie limitados pelas tecnologias que nos permitem ou não nos permitem algumas coisas.

Quando novas tecnologias cognitivas se massificam e nos permitem extrapolar limites do controle da informação, necessariamente a governança que era estabelecida é afetada, abrindo-se para uma descentralização e uma reintermediação, à procura de uma nova governança mais compatível com a nova taxa de perversidade aceita pela sociedade.

E aí entra a questão demográfica, que também é um fator que aumenta a taxa de perversidade, quando não é seguida do aumento da taxa de participação –  que é o que vou falar no próximo post.

É isso, que dizes?

 

3 Responses to “O triângulo do poder: governança, controle de ideias e tecnologias cognitivas”

  1. […] Ou seja, controlamos as ideias, a partir das tecnologias cognitivas disponíveis, o que nos leva a um triângulo do poder, que é uma relação entre governança, controle de ideias e tecnologias cognitivas disponíveis, como veremos aqui. […]

  2. […] Vimos aqui, que a relação entre organizações e sociedade pode ser medida pelo que chamei de taxa de perversidade, que varia, conforme o controle das ideias. […]

  3. […] Ou seja, controlamos as ideias, a partir das tecnologias cognitivas disponíveis, o que nos leva a um triângulo do poder, que é uma relação entre governança, controle de ideias e tecnologias cognitivas disponíveis, como veremos aqui. […]

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