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Tive outro dia um debate com um aluno que questionou a minha alegoria.

adao_e_eva

Disse eu que o ser humano um dia em uma caverna olhando para os lados viu que não ia competir com os outros animais e resolveu apostar nos eu cérebro e na sua capacidade de inventar ferramentas para sobreviver.

Obviamente, que a coisa não foi bem assim, mas intuitivamente alguém ao longo de milênios foi mais e mais apostando nessa alternativa.

O ser humano é a única tecno-espécie do planeta, que consegue recriar continuamente a natureza, a partir de sua capacidade cerebral.

Pensando sobre isso me lembrei do Gênesis da Bíblia que lembra justamente isso.

Adão e Eva, 1550

Adão e Eva tinham tudo no Éden. Podiam comer de tudo, mas menos da árvore do conhecimento. Quando a comem, correm para criar aventais.

Vejam:

  • Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
  • Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

Gênesis 3:7 – Ver mais aqui.

Note que é marcante na encruzilhada do humano e dos outros animais em um texto tão antigo a sua opção pelo conhecimento, que vem agregado – ao refletir – a sua percepção de morte.

O que interpreto do texto é que “Deus” não disse que o ser humano não ia morrer comendo do fruto da árvore do conhecimento, mas que ia passar a saber que ia morrer, a partir dali.

God2-Sistine_Chapel

O interessante que, ao comer da árvore do conhecimento, o primeiro ato foi o de criar um avental, uma roupa, uma tecnologia, que pudesse lhe dar condições de viver fora do paraíso.

Ou seja, ir além dos limites que tinha, se não usasse tecnologias que pudesse expandir seu mundo.

Assim, a humanidade para ser uma espécie sobrevivente teve que em alguma encruzilhada da história:

  • – apostar no cérebro;
  • – apostar que o cérebro ia ser capaz de resolver problemas, via tecnologia;
  • – e teve como contra-peso a percepção de que ia morrer, criando uma espécie mais dinâmica e versátil e a única com crises existenciais diante da morte.

É isso, que dizes?

One Response to “A fuga do jardim do éden foi para criar tecnologias”

  1. Sedenir Deparis disse:

    Interessante.
    Uma obra muito intrigante para mim é a Grande Síntese, de Pietro Ubaldi; a explicação da evolução do homem, da matéria.

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