Vejam o quadro:
Falo mais depois.
"Quem tem um porquê para viver, pode enfrentar quase todos os comos." – Nietzsche
jun 5th, 2014 by Carlos Nepomuceno
jun 5th, 2014 by Carlos Nepomuceno
jun 5th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A Teoria U é legal.
Bem próxima do Design Thinking.
Logo teremos um batalhão de pessoas vendendo Teoria U nas organizações, assim como estão vendendo o Oceano Azul, que está na mesma linha.
Lideranças mais abertas, inovadoras, criativas e voltadas para o cliente.
O problema é que temos duas escalas de atuação:
O que precisamos hoje é compreender que o digital nos traz uma nova governança mais aberta e isso tem que ser abraçado como um todo pela organização.
A lógica da atual Governança é a do século XX:
O lucro é o objetivo da atual organização e seus acionistas investem dinheiro para tirar dinheiro.
Ponto.
O problema que para que isso se mantenha você precisa de:
O mundo atual cria uma incompatibilidade central entre o modelo da atual governança e a nova que surge, na qual a Teoria U se encaixa perfeitamente.
Como tenho feito e trabalhado, não conseguimos implantar a nova Governança na velha, são duas coisas incompatíveis.
Fruto de uma Revolução Cognitiva que no passado durava décadas, agora reduziu a anos.
Tenho insistido que enquanto as organizações não compreenderem que devem colocar a sua estratégia a serviço da força principal que está movendo o mundo: uma governança para outra, os projetos operacionais, com as melhores intenções, serão dinheiro jogado fora.
É isso.
jun 4th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Dogmatismo não é apenas pensar dentro de determinados limites.
É agir dentro destes padrões.
Quando se imagina uma interação, em que pessoas se encontram para trocar, supõem-se que as duas partes estão dispostas a mudar alguma coisa na sua forma de pensar e agir, a partir de um argumento ou uma informação passada pelo outro.
Qualquer diálogo honesto, supõe abertura.
É claro que todos temos uma taxa de dogmatismo dentro de nós, mas ela varia e geralmente não é tão marcada por uma determinada corrente de pensamento fechada, com verdades absolutas.
O dogmático é aquele que basicamente já definiu uma conduta e uma maneira de pensar e está no mundo para disseminá-la. Ao conversar, você passa a ser platéia de um discurso pronto e fechado, não aberto a comentários.
Nada do que seja dito vai mudá-lo, a partir de uma forte crença interior, que geralmente o identifica com um determinado grupo que tem a mesma fé.
O dogma parece algo que está abaixo do “sistema operacional”. É uma placa-mãe em que parece que o usuário não tem mais acesso. Perdeu uma senha em algum lugar que nunca mais vai conseguir recuperar.
Ele é uma máquina a serviço de convencimento de uma causa.
Interage para convencer e não para trocar.
Porém, há os dogmáticos assumidos (que são mais fáceis de identificar e lidar) e os enrustidos (muito mais dissimulados e difíceis de tratar).
Os primeiros são mais fáceis de reconhecer e lidar.
Os outros fingem que estão abertos à mudança, que estão dispostos a ouvir, conversar, se divertem com um teatro, ou até alguns se iludem que serão capazes de mudar. Fingem ou se enganam, de que há ali uma troca.
Porém, o tempo passa, os argumento são apresentados, mas o dogmático enrustido volta ao mesmo ponto, pois há algo, falta algum elemento, nem sempre coragem, de romper com o grupo de fé.
E está ele de novo a pensar como se não o tivesse atravessado.
Há uma clara dicotomia entre o pensar e o agir.
É capaz de afirmar até que concordar com dado argumento, pode até se empolgar, mas existe algum fosso entre o agir e o pensar.
O agir dentro do dogma é mais forte e determinante.
E volta-se para o mesmo ponto.
O problema dos dogmáticos assumidos ou enrustido é o mesmo: já fecharam uma visão maior da vida e não estão na vida e dispostos a dialogar e trocar com quem quer argumentos.
Não querem aprender com a vida, só tem a ensinar, pois descobriram a forma que a vida tem que ser.
Nada que possa ser dito ou visto será motivo de reavaliação, pois haverá uma forma de encaixar o fato ao dogma. O dogma é poderoso o suficiente para abarcar tudo, pois não é feito de lógica, mas de crença e fé, é algo emocional, que não passa pela razão.
Quero distância dos dogmáticos, pois diante do dogma não há argumentos.
Você passa a ser um objeto dentro de um jogo que já está definido.
Eles fingem que conversam e esperam uma oportunidade para voltar com o mesmo dogmazinho de sempre.
Infelizmente, é isso.
Quem disse que viver é para amadores?
É isso, que dizes?
jun 4th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Muitos podem estranhar.
Nepô cobrando pelos novos ebooks?
Sim, cobrando e explico.
Todo o material dos e-books está de graça no blog.
Quem quiser o ebook arrumado precisa pagar por algo que dá mais trabalho.
Quem não quiser pagar, pode pesquisar no blog, está tudo aqui.
abraços,
Nepô.
jun 4th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Formulário para comentar o vídeo 01:
https://docs.google.com/forms/d/1AdcQLFX1vpwR_XqWKLPyVyyiWhT2wsk0z-HTmoEMImk/viewform
Ver repostas e comentários sobre o formulário do vídeo 01:
https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0Agv7qg2mm8UNdHE2b3RRakZfekVyY2NxUWFqRm5vNGc#gid=0
Vídeo da semana:
E os posts relacionados aqui neste link.
Vídeo 02- da semana 02, a partir da interação:
Vídeo 03 – da semana 02, a partir da interação.
Pessoal, hoje complementei o vídeo de ontem, aprofundando o conceito de Cultura Digital, que estava meio fluida. Adorei o resumo da Dora, quem puder fazer o mesmo para esse ajuda a todos:
Vídeo 04 – da semana 02, a partir da interação:
Post sobre Eras Civilizatórias, a partir da discussão sobre Cultura:
Vídeo complementar 05 (as 4 etapas do diálogo honesto)
Temos também este texto complementar:
http://nepo.com.br/2014/06/09/etapas-para-um-dialogo-honesto/
E este também:
http://nepo.com.br/2014/06/11/procurando-parceiros-para-um-dialogo-honesto/
jun 3rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
A “verdade” é uma procura humana pela segurança.
Quando uma verdade, digamos, é mais próxima dos fatos, ajuda a tomar decisões de melhor qualidade.
Boas verdades, sempre entre aspas, são melhores do que mentiras ou verdades de baixa qualidade.
Uma “verdade” de melhor qualidade é aquela que se aproxima melhor do problema, permitindo minimizá-lo com menos sofrimento para quem atua e para quem será impactado pela atuação.
As verdades são produzidas por pessoas ou instituições.
Que começam a se achar produtoras da verdade.
Precisamos de instituições de alta qualidade!
E esta é a batalha humana: uma sociedade formada por instituições que produzam verdades de alta qualidade!
A decadência de uma sociedade é quando as organizações que deveriam produzir as verdades, começam a produzir meias verdades, mentiras, ou verdades de baixa qualidade.
As grandes mudanças sociais acontecem por causa disso.
Precisamos de verdades de boa qualidade para poder viver melhor.
A autoridade, assim, é aquela que tem capacidade de ter a autoria do mais verdadeiro.
Porém, tanto a verdade, quanto a autoridade são condicionadas pelo ambiente cognitivo de plantão.
Não se produz verdades no vazio.
Quem produz a verdade é o cérebro e o cérebro usa um “capacete cognitivo” para se comunicar com o mundo exterior, não é por enquanto telepata, e se for, a mídia será a telepatia.
Assim, quando falamos ou escrevemos estamos usando um tecno-capacete para nos comunicar e produzir verdades!
Assim, a capacidade de produzir verdades é condicionada pelos “capacetes cognitivos” que temos disponíveis.
Uma coisa é a verdade impressa, que tem uma sistemática e outra é a digital que tem outra.
A primeira é mais sólida, pois se produz e depois que distribui, já era.
A outra é a digital que sempre se pode mudar, ainda mais quando se tem um centro produtor, como um blog.
Falei sobre isso neste vídeo.
Por fim, quanto quanto mais habitantes tivemos no planeta, mais temos que errar menos, pois a complexidade é maior e verdades de baixa qualidade geram problemas gigantes.
Assim, temos que melhorar a qualidade da produção da verdade, criando uma dinâmica para:
Saímos de uma verdade mais sólidas para uma mais líquida.
Entramos no século da verdade líquida, do conhecimento líquido e da autoridade líquida, que é a base da Governança Digital, regulada pelos algoritmos digitais.
É isso, que dizes?
jun 3rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Note que o primeiro ato de uma ditadura é fechar os canais de circulação de ideias e impedir reunião de pessoas.
Quando o poder precisa se fechar e centralizar, impede que as pessoas conversem.
Há uma relação entre o adensamento versus o isolamento.
Isso acontece em movimentos do Pêndulo Cognitivo.
Quando temos um Ambiente Cognitivo que propicia o isolamento, como no século passado, quando tivemos:
Tivemos um isolamento e uma intermediação das relações, via um centro produtor, que definia uma hegemonia de visão da realidade.
O movimento inverso, quando temos a abertura de canais, e um processo de canalização social, é o contrário.
Temos um adensamento cognitivo-afetivo, através do aumento de troca entre as pessoas, quebrando as barreiras das grandes cidades.
O ser humano é um ser basicamente social e tem sérios problemas de todo o tipo no isolamento.
O adensamento, mesmo que a distância, como temos vistos nos ambientes digitais resgata uma taxa de troca e de auto-estima das pessoas, que é a base para uma nova governança, que não se dará mais como no passado.
Mas através de relações digitais, que terão que saber vencer as barreiras, criando um movimento glocalizado. Tem que ser digital a distância e não-tecnológico quando presencial.
Hoje, estamos vivendo a tecno-intoxicação, que invade o local com tecnologias e isso deve ser combatido com a reflexão sobre o uso ao longo do tempo.
O adensamento afetivo-cognitivo que muitos vêm, como no Facebook, como algo pueril ou de baixa qualidade é a base de adensamento e de proteção da sociedade, que rapidamente troca e se articula.
E se protege.
As manifestações de junho foi um movimento de massa, mas que centenas de outros pequenos gestos de apoio, solidariedade, micro-movimentos de apoio têm acontecido, sem que se perceba a sua validade no futuro.
Por aí.
Que dizes?
Aposto que quando analisarmos melhor e deixarmos o século XX mais distante, veremos que ele vai se aproximar cada vez mais do fim da Idade Média.
Em plena época que chamamos de “modernidade” tivemos o retorno da oralidade como principal meio de transmissão de ideias.
A oralidade, como vimos, incentiva em muito o emocional diante do racional, o que se for centralizada nos leva a uma maior chance de manipulação.
Nada pior do que uma oralidade centralizada e massificada.
Ou seja, um controle emocional das massas em detrimento à razão.
Não é à toa que tivemos nesse século fenômenos como o holocausto que dificilmente aconteceria em uma oralidade descentralizada ou em um mundo mais escrito.
O uso do rádio pelos nazistas foi certamente o auge do que tivemos desse século concentrador.
A Internet vem resgatar o movimento iluminista, que foi interrompido pelo século passado, de forte concentração.
Alguns dizem que a Internet traz oralidade, sim, traz também, mas é uma oralidade descentralizada.
O fenômeno século XX nos faz, assim, melhorar o estudo das anatomias da comunicação, pois temos movimentos de mudanças de mídia, que oram mudam os códigos (mais radicais) ora mudam o canal de transmissão (mais incrementais).
Que podem centralizar ou descentralizar a circulação de ideias, conforme cada caso.
Há, assim, movimentos na história em que há mudanças nas plataformas e nos canais em cima do mesmo código, como foi o rádio e a televisão, que usam a oralidade com o mesmo código da linguagem pré-escrita.
Não há nos meios eletrônicos de massa um código novo. Podemos dizer que se cria um tipo de estética de linguagem nova, mas não um novo código básico de troca de ideias.
Já na chegada da escrita, inauguramos um novo código.
A Internet, similar a escrita traz duas:
Por isso, se parece com a chegada da escrita e terá um impacto tão grande quanto.
É isso, vamos avançando.
jun 3rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
1) Todo ambiente está em movimento, seguido de mudanças mais ou menos radicais e períodos de aparente equilíbrio;
2) O papel do método é estudar o ambiente, os momentos de equilíbrio, as forças que provocam mudanças e seus diferentes contextos;
3) Comece o estudo por dedicar o papel de cada força e a relação entre elas em seu respectivo contexto;
4) Procure desequilíbrios similares no passado para comparação e maior embasamento (no caso da ciência social e natural) e provoque estes fenômenos em laboratório (quando for possível, nas ciências físicas) ;
5) só então, estabeleça a relação desta força com as secundárias, criando prognósticos e fórmulas de atuação nos respectivos contextos;
6) crie, a partir destas fórmulas, metodologia de atuação de forma a poder ter mais segurança ao agir a partir das respectivas mudanças;
7) Avalie a eficácia dos resultados para reajustar todo o método.
jun 2nd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vamos pegar Descartes.
E colocá-lo como chamei aqui de Restaurador Filosófico pós-ditadura Cognitiva do fim da Idade Média.
A frase Penso, logo existo tem muitas interpretações, mas vou dar mais uma baseado na leitura da Antropologia Cognitiva.
Note que Descartes vive em um contexto pós Era Cognitiva Oral.
A oralidade era a ferramenta da Igreja para manter os fiéis plugados nos seus dogmas.
A oralidade é basicamente emocional, pois o livro é algo solitário, sem gestos, com pouca possibilidade de agregar emoção ao discurso.
Tem que convencer mais pelos argumentos do que um altar, repleto de santos, cores, rituais e um padre todo de branco lá na frente.
(Nessa direção, defendo a tese que se não tivesse tido o rádio nunca teria acontecido o Holocausto – a desenvolver depois.)
Todo o uso da escrita manuscrita era apenas para articulações interna da Igreja pela Igreja.
Tudo em Latim e com o banco de dados fechado para “hackers” de fora.
Descartes, depois de Lutero (1483-1546), foi o primeiro grande expoente do pensamento que usa o papel impresso já como ferramenta para provocar mudanças na maneira de pensar. O Discurso do Método é escrito em francês com foco na sociedade.
O discurso de Lutero e Descartes e dos outros Restauradores, como Bacon, Espinosa se aproximam: usar a razão e a escrita como ferramentas para restaurar uma verdade perdida pelo dogma oral.
Descartes é, assim, filho do papel impresso e inaugura a Primavera Cognitiva, que se expande depois com a Renascença e o Iluminismo.
Quando ele declara “Penso, logo existo”. Ele está no fundo, dizendo, agora vou voltar a pensar, ou começar a pensar de uma nova maneira, pois posso sair da oralidade sagrada dos séculos anteriores.
Poderia ser um sinônimo de “Leio, agora volto a existir”, pois a leitura impressa, a opção de ler mais livros, o fim da Ditadura Cognitiva da Idade Média, permite agora respirar e voltar a pensar (sem medo).
O Discurso do Método de Descartes é a plataforma do modelo mental mais filosofia que dá a base para que a nova Governança da Espécie Impressa possa começar a ser construída nos séculos seguintes.
O método de Descartes é o fio condutor que nos leva à liberdade científica, política e econômica que vem a seguir com o Capitalismo e a República, que se desdobra na Revolução Industrial e, esta, na capacidade de pularmos de 1 para 7 bilhões.
Sem o papel impresso e as ideias de Descartes patinaríamos na casa dos 400 milhões, quando chegou a prensa, em 1450.
O modelo mental que Descartes defendeu, sem saber, foi o da passagem do livro manuscrito restrito a algumas pessoas do clero + oralidade, para a massificação da palavra escrita, novos códigos que são a base para a Plataforma Cognitiva, que iria sustentar a nova Governança da Espécie nos séculos seguintes.
Hoje, estamos em momento similar.
Saindo, pasmem, da mesma situação que Descartes combateu.
Um mundo movido à oralidade fortemente centralizada do rádio e da televisão, principalmente, que nos levou a uma massificação emocional e pouco racional, que nos traz para a crise atual: concentração de ideias, do capital, das oportunidades, baixa abstração e baixa diversidade.
O momento é justamente o de questionamento desse modelo de baixa qualidade de pensamento, procurando criar um novo modelo mental mais compatível com a nova complexidade do mundo para sair das crises cada vez mais complexas.
E isso pede uma frase fundante da nova Era Cognitiva, que inaugura a base do novo Modelo Mental, pai das filosofias, teorias e metodologias que virão, podemos dizer que é:
Compartilho, logo existo!
(Algo que é mais compatível com a Complexidade Demográfica atual, não é à toa que Morin defende um modelo mental complexo, bem como Capra.)
Podemos, assim, dizer que tivemos três Eras Cognitivas e três frases fundantes dos modelos mentais de cada uma delas:
O futuro, não sabemos quantos séculos, viverão sob a égide de Plataformas Digitais Colaborativas, cuja a base é o compartilhamento e colaboração de massa, mediadas pelos algoritmos digitais.
Estamos diante da reconstrução do modelo mental quando vamos beber na fonte de novo de Descartes, apesar justamente de existir uma campanha contra ele.
A forma cartesiana de pensar foi uma revolução corajosa para aquela época e há que ser sábio para separar a água do bebê.
Precisamos renascer (em uma Renascença Cognitiva que nos encontramos) Descartes para tirar dele o que foi datado, tal como o todo pelas partes, mas resgatar aquilo que é precioso, que é a liberdade e a qualidade do pensar: ou algo como, não se precipite ao pensar e nem tenha preconceitos.
Muda-se os Ambientes Cognitivos, mudam as frases fundantes do pensamento da Civilização, mas os grandes autores sobrevivem.
Valeu Descartes, morte ao cartesianismo radical!
Que dizes?
jun 2nd, 2014 by Carlos Nepomuceno
jun 2nd, 2014 by Carlos Nepomuceno
A escola de Toronto é chave para entender a Internet.
Nunca, na história dessa humanidade (rindo) um grupo de pesquisadores estudou as rupturas das mídias com tanta liberdade intelectual e criatividade.
São meus ídolos e gurus, sugiro que os coloque também em lugar de destaque nos seus pensamentos, pois eles são fundamentais para projetar o futuro.
Incluo entre eles o Pierre Lévy, que não se considera da turma.
Acabei sem querer entrando dentro de uma escola filosófica.
Sou um brasileiro em um barco canadense.
Comecei com Lévy, depois descobri que ele era seguidor de Ong e Havelock.
No mesmo clube estão McLuhan e Innis.
Em comum: todos giram em torno de algo canadense, apesar de nem todos terem nascido ou estudado lá.
É tanta gente que já dá numa Van e se dá na Van já se pode dizer que é o início de um clube.
A base dessa escola é algo que começa suave, mas, ao final, pela lógica, nos leva a algo bem diferente na maneira de pensar o ser humano: e considero chave para ter uma visão mais clara do que acontece e vai acontecer pós-Internet.
Esse clube diz o seguinte.
“O meio é a mensagem” de McLuhan é o adesivo da van.:)
Dito assim parece fácil, mas isso tem implicações profundas na ciência humana, quando se vai mais fundo nesse conceito, pois o que estão dizendo aqui, e o Ong fala isso no livro dele (Escrita e Oralidade), é que vamos precisar rever como nos vemos como humanos.
A principal implicação é de que a história não seria movida pela economia, política, sociedade. As macro rupturas não são provocadas por uma conscientização da massa que passa a pensar diferente e derruba o imperador do seu castelo.
A coisa ganha algo de biológico, bem de animal dependente das suas órteses tecnológicas.
O humano só empreende macro mudanças na história, na maneira de pensar e agir se as tecnologias que lhe dão suporte para tal se modificam radicalmente. Se tudo ficar igual, ele faz apenas mudanças incrementais, com uma incapacidade de superar as autoridades que conseguem controlá-lo dentro de uma mesma caixa.
Note bem o termo macro que é fundamental.
Não se pode explicar por estas mudanças revoltas, mudança sociais políticas e econômicas incrementais. O que se está falando aqui é de algo ligado à macro-história, ou seja, grandes mudanças de pensamento que ocorrem de forma radical depois de um determinado ponto.
Notem, por exemplo, que a idade moderna é considerada moderna, da seguinte forma (do Wikipédia):
A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, em 29 de maio de 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789.
Note que o marco é 1453, justamente a chegada da prensa na Europa. O que teve mais peso um novo meio de circulação de ideias ou a queda de Constantinopla?
Procura-se entender o por que ocorrem.
A escola canadense ganha relevância, pois ela não caiu na armadilha do pragmatismo americano, deixando de estudar a história para entender fatos do presente. Este é o seu grande diferencial.
Há muito que tirar desse clube.
Comentei o livro de Havelock sobre a Revolução do Alfabeto na Grécia aqui.
Que dizes?
Links relacionados:
http://sis.posugf.com.br/sistema/rota//rotas_1/411/document/04_diagramacao/mod_001/objeto/texto_004.pdf
jun 1st, 2014 by Carlos Nepomuceno
Dizem que a história se repete como farsa.
Não concordo.
A história tem ciclos e precisamos aprender com eles. Ela não se repete, mas determinados contextos se parecem.
Pesquisadores sociais precisam identificá-los.
Pandemias, crises econômicas, desempregos, revoluções sociais, revoluções cognitivas. Eles vão e vêm de forma diferente em algo e igual em outro. E tem causas e consequências similares.
Aqui quero falar do Pêndulo Cognitivo e os filósofos necessários que têm que aparecer depois deles.
É um fenômeno que se repete.
O que acontece?
Há uma concentração de ideias, em função de novas Tecnologias Cognitivas Centralizadoras, que provoca um período de baixa capacidade de reflexão. O modelo de pensamento hegemônico da sociedade, ao final da Ditadura Cognitiva se torna extremamente de emoções primitivas.
Baixa capacidade de abstração e reflexão, pois um centro tirou da sociedade a capacidade de pensar por si própria. Uma nova Governança da Espécie, que é o que aponta o futuro, precisa reconstruir esse ambiente.
E isso é o papel dos Restauradores Filosóficos pós-ditaduras cognitivas.
Diria que vejo claramente dois momentos parecidos nessas condições (tem mais):
Qual é o papel dos Restauradores da Reflexão?
Fiz abaixo uma lista baseada no que li do Discurso do Método, que é justamente o que hoje Fritjof Capra (que questiona Descartes) e Morin e tantos outros começa a recriar.
Fala-se de pensamento quântico, holístico, complexo.
A passagem do pensamento da Era Cognitiva oral-impressa-eletrônica, que se centralizou no século passado e a necessidade de um novo modelo de pensamento mais compatível com a Complexidade Demográfica atual.
É a preparação, pela ordem, de:
Os Restauradores Filosóficos são os primeiros, como foi Descartes (que admiro muito) a começar a criar um novo método menos emocional, que uma Ditadura Cognitiva provoca.
Vejam abaixo as tendências, todas tiradas da leitura do livro “Discurso do Método” de Descartes e veja como se encaixam no que propõem os novos Restauradores:
É isso, que dizes?
jun 1st, 2014 by Carlos Nepomuceno
Nossa percepção começa de forma primitiva.
Se não fizermos nada, temos emoções primitivas que reagem primitivamente a determinadas situações sempre de forma igual.
O cérebro criou traumas no processo de Domesticação Humana, quando passamos de:
A passagem de “a” para “b” precisa de um aculturamento, ou “domesticação”.
Nesse momento, algo que existe de diferente dentro do cérebro tem que se adaptar ao modelão exigido e isso faz com que tenhamos traumas, violências que são inevitáveis para sermos sociais.
A forma como isso acontece versus a sensibilidade que temos faz de nós o que somos, seres com uma taxa maior ou menor de domesticação, que aceitam mais ou menos o modelão. E vamos procurando conviver com ele.
Isso tudo está na fase das emoções primitivas, reações primitivas, sem grandes reflexões.
É a fase Zeca pagodinho de estar no mundo: deixa a vida me levar. Ou seja, deixa a domesticação que fizeram comigo invisível, pois eu não parei para pensar cotidianamente sobre ela,
Qualquer pessoa que começa a ser menos o modelão e mais pessoa, passa por um processo terapêutico, individual, com apoio, sem apoio, qualquer, em que vai, ou não, tomando consciência de como o processo de domesticação bateu.
Quando alguém assume isso começa a tomar a a pílula vermelha e começa a sua jornada para ver Matrix, pois não é possível sair de Matrix.
Matrix está em nós, pois somos Matrixianamente humanos.
E o que o “eu” é uma construção combinada entre o que eu poderia ser versus com o que a sociedade me obrigou a ser.
Com o que eu me revoltei e o que não me revolvei.
Do que aceitei e não aceitei.
Viver é uma tensão, um jogo de pingue-pongue contra uma tecno-ecologia de forma mais ampla e uma tecno-cultural-sociedade de forma mais particular, seja tua família, escola, que estão envoltas em uma dada cidade, num dado Estado em um dado País, de um dado continente, no nosso planeta, em uma dada época.
Aquilo que vamos criando como uma filosofia de vida, ou filosofia de trabalho, forma de agir, ética, etc é uma tentativa de criarmos um ser único no mundo, nos distanciar das formas principais, do que a sociedade e os outros esperam de nós.
E aí há uma taxa.
Só existe a possibilidade de inovar e mudar Matrix, de forma consciente, quando conseguimos criar um Método de Reflexão para olhar ela de dentro, mas conseguindo, ao mesmo tempo, vê-la de fora, em um jogo.
Esse jogo é mediado pelo sofrimento.
Matrix adora sofrimentos de baixa percepção, onde a maioria está imerso.
O que procuramos é perceber esse sofrimento de baixa qualidade e tentamos, ao ir saindo, ter o prazer de ver Matrix e – só então – começar a ter condições de mudá-la.
O que, sim, causa sofrimentos, mas estes são de mais qualidade, pois você começa a poder ter mais liberdade e sair do piloto automático que a domesticação nos colocou.
Sartre dizia que um ser humano é aquilo que conseguimos ser, apesar de tudo que fizeram conosco.
Nem todo mundo quer tomar a pílula vermelha e isso é faz parte de seu livre arbítrio.
O chato é aquele que não para para pensar e acha que vê Matrix, quando, no fundo, é um repetidor do modelão.
Matrix adora ser invisível.
É isso, que dizes?
maio 31st, 2014 by Carlos Nepomuceno
maio 31st, 2014 by Carlos Nepomuceno
maio 31st, 2014 by Carlos Nepomuceno
Eis aqui para quem está perdido, tudo que já produzimos para a primeira semana:
Todo o material de apoio em texto para esta semana está aqui, no E-book, que estou preparando no blog “Percepção da Percepção é a chave para sair de Matrix“.
Todos os vídeos produzidos até veja aqui. Ou veja diretamente abaixo:
Desenho feito, a partir da discussão com o Alexander:
maio 30th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Conhecer é se auto-conhecer – Nepô – da safra 2011;

Versão 2.1 – 30/05/14
(Se o seu objetivo é apenas fazer algo para ter o certificado, não precisa ler o texto. Ele será inútil.)
Tenho recebido muitos pedidos de dicas para iniciar estudos para mestrado/doutorado e vou tentar resumir aqui o que acho fundamental, a partir do que vi, li, ouvi, vivi.
Tem duas formas de fazer Mestrado/Doutorado, uma alienada e outra à procura da consciência.
O modelo atual da academia, com raras exceções, é de uma organização voltada para seus próprios interesses, umbigo, de costas para a sociedade.
É uma fase típica do final de um período de Ditadura Cognitiva e consolidação de um modelo hegemônico tecno-cognitivo, como pode ser mais detalhado aqui.
A academia não prepara trabalhos para reduzir sofrimentos, do ponto de vista ético, mas reforçar as autoridades de plantão, com baixa capacidade de liderança e influência real sobre a sociedade. Dessa forma, tudo é estruturado, um emaranhado de normas acadêmicas, de produção, de qualificação, de defesa de tese, que desejam, em última instância, em manter a velha casa em ordem, ao invés de focar no sofrimento alheio.
Qualquer tentativa de inovação mais radical vai esbarrar no modelo que é para conservar e não para criar. Muitos dirão que há exceções e realmente há, que justificam a regra.
Assim, o grande salto para um estudante que quer fazer algo mais significativo é separar o seu projeto de vida da sua tese/dissertação. A sua pesquisa está acima da escola, do que será entregue para a banca.
Se você vai pelo caminho alienado, o post termina aqui, basta seguir o orientador, ir adiante, pois o piloto automático acaba te guiando. A maior parte, diria, vai por esse caminho.
Acredito, entretanto, que uma tese é um processo de auto-conhecimento e não há como conhecer fora sem repensar dentro.
Quando pensamos assim, a pesquisa está aliada a uma vida mais significativa, a procura de um problema relevante que vá reduzir o sofrimento das pessoas.
Isso implica em olhar para o projeto com uma visão significativa, na qual o trabalho a ser entregue é uma parte, apenas uma etapa na pesquisa e não ela toda.
Se houvesse universidades mais voltadas para a sociedade, este seria um bom critério para selecionar alunos e professores, o comprometimento com os problemas significativos, tanto do ponto de vista do impacto de redução de sofrimento, quanto do envolvimento do docente/aluno.
Se o tema não te ajudar a repensar a sua própria existência/ajudar aos demais é algo que não precisa de muita discussão, feche o olho e vai, pega o diploma e segue em frente.

O tema principal então passa por:
Qual o problema que você quer ajudar a minimizar na sociedade? É um problema relevante? Vai minimizar sofrimentos? Terá uma importância para as pessoas que estão lá fora esperando o seu trabalho?
(pois na Ciência nunca teremos soluções definitivas para nada, pois tudo anda, muda está em movimento)
Esta pergunta serve tanto do ponto de vista prático como teórico.
O Qual jeito é a sua hipótese que tentará sustentar com argumentos, dados, fatos, para onde deve ir a mudança.
Tua tese visa quem?
O objetivo final da ciência é ajudar os operacionais, pois são eles que mudam a vida e a realidade. Se tudo não desaguar para isso, não é Ciência, mas arte, diversão, entretenimento, passatempo, palavra-cruzada cara.
Muitos dirão que um pesquisador é neutro, que deve ir ao campo de forma isenta. Não acho que é indo ao campo de forma isenta – fingindo que não tem uma opinião que se fará uma tese honesta.
Isso é falso, papo furado, é ao contrário!!!
A garantia de uma tese honesta é você tentar ao máximo não deturpar os dados que encontrar pra justificar a sua hipótese, consciente que alguém dentro de você está com vontade de fazer isso. É uma luta para que isso não ocorra e a taxa de honestidade que você vai conseguir será o resultado dessa luta!
Há sempre uma tendência a isso, mas quanto mais você se policiar, mais honesto será.
O que for inconsciente cabe ao orientador te ajudar e depois a banca.
Você parte de uma premissa, olha a realidade e vai ver se ela se encaixa, ou não, o que muda a sua percepção e tudo isso você vai contar na sua conclusão.
Você aprende com a tese e isso que é legal.
Quem não aprende como trabalho é alguém que não está fazendo ciência! É um dogmático deveria ser religioso.

A realidade, as leituras vão te ensinar no caminho e você tem que procurar olhar a beleza dos processos, compreender as dificuldades de visão das pessoas e ter compaixão com elas e acrescentar a tudo a sua clareza, que será visto por outro alguém que terá algo ainda maior que a sua.
E assim vamos.
Assim, teremos:
O ponto “A” (como é) ––> o que está ocorrendo é o corpo da tese que tem que ser apresentado de forma clara, a situação que você está encontrando nos livros ou no campo. Tem que demonstrar bem o que ocorre;
O ponto “B” (para onde deve ir) —> o que deveria ser alterado é a segunda parte do desenvolvimento no qual vais mostrar que existem pessoas/práticas/visões diferentes daquelas, ou deveriam existir, trazendo autores e apresentando dados. Tem gente/pensando e fazendo diferente.
Na análise dos resultados você compara e prepara as conclusões.
Não acho que uma tese deve constatar algo do nada, num vazio, como se o mundo não tivesse uma história.
A tese é histórica e deve se assumir o seu papel dentro dela.
Deves comparar algo que ocorre ou tem acontecido com frequência e que era com algo que está ou vai ser.
Uma teoria visa identificar forças em contextos que se repetem.
Eis o papel da Ciência: identificar as repetições possíveis, dentro de contextos para que possamos aprender com eles e poder lidar melhor com estes fenômenos no futuro!
Bom, ao final, comparado “a” (o que era) com “b” (o que deve ser) você diz o que aprendeu com tudo isso.
Havia isso, eu achei aquilo, levantei aquilo outro e acho que parte minha hipótese se justifica, parte não, se voltasse ao tema, faria isso e isso. E quem for estudar esse assunto deve se preocupar com isso e tal. E meu recado para a ciência é este e para a sociedade é aquele e devemos fazer isso e aquilo, com tais preocupações.
Uma tese sempre acaba em aberto, mas com algum ponto de avanço. Nada mais irritante do que aquele trabalho que acaba com precisamos estudar mais. Isso é a coisa mais óbvia do mundo.
A ciência é e sempre será feita de problematizações mais sofisticadas e não de verdades, dogmas, conclusões fechadas.
Nós sofisticamos problemas e não respondemos.
A sofisticação já é um bom passo para quem vem depois, mas pula-se de patamar, demonstrando que aquilo pode ser pensado ou feito de forma distinta.
Deve-se problematizar, assim, determinado senso comum científico/social, colocando algo mais sofisticado no lugar, reconhecendo o mérito de quem levou a discussão até aquele ponto (diante das dificuldades históricas que enfrentou) e sendo generoso com quem vai vir depois de você, dando pistas, nem que seja você mesmo num doutorado ou no pós-DOC.
Uma corrida de bastão.

Até aqui, pode-se constatar que tal coisa é bem possível, com tais fatores, etc, mas cuidado com isso e aquilo.
Cuidados:
Delimitação de tema.
Começa, geralmente assim, tentando identificar um problema:
O uso de ambientes colaborativos em empresas aumenta a eficiência da gestão?
E depois afunila no tempo:
O uso de ambientes colaborativos em empresas aumenta a eficiência da gestão? – o caso da empresa tal, comparativo do antes e depois.
E depois afunila ou na comparação:
O uso de ambientes colaborativos em empresas aumenta a eficiência da gestão? – o caso da empresa tal comparada com tal.

Fechando o post:
Assim, você já tem o corpo da tese ao tentar completar a seguinte frase:
Acredito que (tal situação) pode ser (feita/pensada) diferente não acredito que está sendo bem (problematizada/feita) por tais autores, me alinho melhor com (problematizada/feita) tais autores/práticas e, a partir da (pesquisa tal/ou reflexões que fiz/alinhando discursos) vou demonstrar que tal visão/ação pode ser alterada para tal coisa (conclusão do trabalho).
Isso é o corpo principal.
Agora, é colocar isso no contexto que você escolheu.
E ter uma situação palpável, sempre dando recortes possíveis para focar um determinado tema, escolhendo casos/pensadores.

Exemplo da minha tese que chamo de teórica:
Acreditei que as explosões informacionais poderiam ser pensadas de forma diferente, pois não acreditei que estavam bem problematizadas por tais autores, citei vários, me alinho melhor com uma visão histórica que recoloca a questão, a partir de tais autores
A partir da pesquisa histórica que fiz e novos alinhamentos desenvolvi o conceito de macrocrises da informação, no qual a explosão da informação é um pedaço do fenômeno e não o todo.
Por fim, é fundamental compartilhar a tese/dissertação desde o início, via blog, Facebook, twitter e produzindo vídeos no Youtube.
Mas isso falo depois.
Sugiro ler este post complementar: Criando teoria com a própria cabeça
Que dizes?
maio 30th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Bom, vamos as premissas e aos passos:
Premissas:
a) a adoção de laboratórios de Governança Digital devem partir de visão estratégica da organização;
b) a organização se conscientiza e aceita o cenário disruptivo que a Internet traz para a sociedade, que exige uma nova Governança Organizacional e novas formas de lidar com velhos, complexos e insolúveis problemas;
c) entende-se que é um mudança cultural profunda, com dois momentos:
– de assimilação e aculturação de conceitos e práticas, estruturação do novo modelo, bem como de oficialização do mesmo dentro da organização;
– operação e início dos resultados, após o período de assimigação.
Passos:
1) como e onde criar o laboratório dentro da organização tradicional?
a) fora do organograma;
b) diretamente ligado ao gestor principal;
c) projeto estratégico, visando resultados de médio e longo prazo;
d) estrutura de trabalho horizontal, multi-setorial e multi-disciplinar;
e) equipes pró-ativas e divididas em três áreas de atuação: desenvolvimento (Plataformas), conhecimento (filosofia, teoria e metodologia) e relacionamento/capacitação (expansão da visão e redes para aprimorá-la);
f) criação de ética do diálogo e foco na redução de sofrimento dos clientes;
g) não se leva os velhos processos, mas se criam novos processos para lidar com novos problemas mais complexos;
h) a equipe e os investimentos no projeto devem ser proporcional à velocidade e quantidade e qualidade dos problemas a serem atacados.
2) que problemas devem ser aceitos pelo laboratório?
Problemas complexos, que cumpram os seguintes requisitos:
a) grande quantidade de dados;
b) característica aleatória, sem padrão (em alguns casos que demandem rapidez na operação);
c) que podem ser minimizados claramente com ajuda de colaboração.
3) como receber os problemas e lidar com eles?
a) analisar se tratar de problema complexo;
b) implantar Plataformas Colaborativas, que tenham o seguinte triângulo sinergético: gestores, colaboradores e robôs, unidos por algoritmos digitais;
c) o gestor cuida principalmente do algorítimo (e não do conteúdo) para que a plataforma se mantenha com alta taxa de relevância e com baixa taxa de fraudes e vandalismo;
d) os colaboradores ajudam com inclusão de dados involuntários (cliques, compras, downloads, etc) e voluntários (estrelas, curtir, comentários);
e) os robôs cuidam da coleta automática de dados, através de chips, GPS e qualquer aparato que transmita dados para que o algoritmo digital possa trabalhar.
4) Quais são os tipos de Plataformas Colaborativas possíveis de implantação?
a) Plataformas Digitais Colaborativas incrementais – que vão permitir a colaboração em processos já existentes, modificando-os, mas não mudando o modelo da Governança do problema atacado, exemplo: TaxiBeat (taxistas continuam operando), avaliação e fiscalização de ônibus, etc. Resultados mais rápidos e com menos esforço de mudança cultural;
b) Plataformas Digitais Colaborativas disruptivas – que vão mudar radicalmente o processo existente, modificando-os, mudando o modelo da Governança do problema atacado, exemplo: Ubes (taxistas sofrem concorrência dos passageiros, que passam a dar carona) ou nova plataforma de ensino, quando alunos aprendem com alunos, etc. Resultados mais lentos e com mais esforço de mudança cultural.
É isso que dizes?
maio 30th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Uma teoria é uma ferramenta.
(Quem não pensa assim não faz ciência, mas arte.)
A teoria identifica forças em contextos.
As teorias balizam as metodologias que organizam as forças e os contextos para atuar na sociedade.
Uma boa metodologia é aquela que tem uma boa teoria.
Uma teoria começa a ficar caduca quando as forças e os contextos começam a brigar com a realidade.
Acontecem fatos que não aconteciam antes, que apresentam novas forças desconhecidas que mudam contextos de forma diferente e isso exige revisar as teorias de plantão.
Em alguns casos, é preciso revisar os limites do próprio ser humano, aí temos a necessidade de revisar a filosofia, encarregada de nos responder quem somos.
Uma teoria assim precisa mudar quando um “rabo” da realidade sempre fica de fora, não se encaixa adequadamente.
É isso, que dizes?
maio 29th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Algumas mudanças que as ciência sociais terá que passar para entender o século XXI:
A CULTURA NÃO É PRODUZIDA DIRETAMENTE POR NÓS, ELA PASSA PELO NOSSO CÉREBRO (QUE É MAIS INTELIGENTE QUE NÓS!)
A cultura é produzida pelo cérebro.
O cérebro para operar usa tecnologias.
A cultura produz seus artefatos, mas condicionada pelas Tecnologias Cognitivas, que o cérebro opera.
Assim, não é a cultura que define livremente os artefatos, ela é FORTEMENTE condicionada pelo modelo cognitivo que o cérebro opera.
E haverá uma FORTE mudança cultura em toda a sociedade ou humanidade se por acaso houver uma mudança radical nas Tecnologias Cognitivas que o cérebro opera.
NOSSO CÉREBRO NÃO É NATURAL, MAS ARTIFICIAL
Diferente dos outros animais que têm cérebros naturais, o nosso é um tecno-cérebro, pois precisa de tecnologias para operar, é um cérebro artificial, que aprende a usar as tecnologias da vez para operar.
Se ele fosse natural, ele seria usado, como os outros animais, sem nenhum tipo de aprendizado. Todo o aparato que é feito para o cérebro operar (se informar, informar, se comunicar, aprender, consumir, produzir, etc) é feito a partir de um “capacete cognitivo” que está transparente em torno do cérebro.
Sem ele, ele não opera.
Tudo que um bebê aprende e se acultura é baseado em Tecnologias Cognitivas, que mudam com o tempo, se sofisticam, a partir do aumento da complexidade dos problemas.
Que estão relacionados ao aumento demográfico.
Quanto mais gente, mais os problemas ficam complexos e mais o cérebro precisa de novas ferramentas para lidar com eles!
NÓS TEMOS UM TECNO-CÉREBRO
Nosso cérebro não opera no vento.
A linguagem é uma tecnologia desenvolvida, bem como a escrita, os meios de comunicação de massa e o computador.
O cérebro têm uma espécie de “capacete potencializador” que o permite ir se sofisticando, conforme temos problemas mais complexos.
O CÉREBRO NÃO PEDE PERMISSÃO AO “DONO” PARA SE MODIFICAR
A ideia de que o cérebro é 100% controlado está caindo por terra nas pesquisas recentes, começando por Freud e agora com a neurociência.
Ele se modifica, conforme vários aspectos e de forma mais radical e consistente, quando as Tecnologias Cognitivas que ele opera se modificam.
Se o cérebro trabalha sozinho;
Se ele é o epicentro da produção de cultura;
Se ele é condicionado pelas Tecnologias Cognitivas de plantão.
Mudanças sociais ocorrem inicialmente quando o cérebro passa a “operar” com tecnologias mais sofisticadas. Assim, o primeiro passo para as grandes mudanças da sociedade, que marcam eras, é justamente quando se massificam novas Tecnologias Cognitivas que expandem a sua capacidade para resolver problemas mais complexos.
NÃO VIVEMOS NA ECOLOGIA, MAS NUMA SUB-ECOLOGIA, OU TECNO-ECOLOGIA
Assim, por dentro da ecologia geral, que todos somos condicionados, nossa espécie vive em uma “sub-ecologia” que é condicionada pelo modus-operandi do nosso cérebro.
Essa “sub-ecologia” é uma Tecno-ecologia Cognitiva, que é regulada pela capacidade do nosso cérebro operar, com os códigos que temos disponíveis.
maio 29th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Hoje, sexta, 30/05/14, abrimos com chave de ouro a semana sobre Percepção e Realidade no Clube do Nepô para Difusão e Implantação da nova Governança.
Veja abaixo:
O maior problema que temos nesse aspecto, que diria que é o passo 1 do problema de todo Agente de Implantação da Nova Governança Digital é um trabalho árduo:
– Que começa individualmente ao se questionar sobre a sua própria taxa de Percepção da Percepção:
O primeiro passo para começar a viver um mundo colaborativo é o de atravessar este deserto de baixa taxa de percepção, que nos faz estar dentro da caixa sem ver a caixa.
Perceber significa saber que temos uma caixa provisória, conseguir ter a dimensão da mesma para, só então, poder alargá-la.
Que dizes sobre isso?
A semana da Percepção da Percepção está iniciada!!!
Responda e vamos conversar.
maio 28th, 2014 by Carlos Nepomuceno
O século XXI vai dar um nó na cabeça de muita gente.
E o motivo é simples: a maneira que pensamos até aqui estava baseada em forças motoras de mudanças sociais equivocadas.
Note que os atuais modelos sejam liberais ou anti-liberais geraram centralização, vide capitalismo e comunismo decadentes.
O que rege o mundo, pasmem, são as tecnologias cognitivas, que criam Contração e Expansão Cognitivas.
Mas não é um processo na horizontal, mas em espiral.
No aumento populacional, criamos um novo Ambiente Cognitivo mais sofisticado e, por sua vez, uma Governança da Espécie mais sofisticada, transferindo poder para as pontas.
Quanto mais formos no planeta, mas teremos que radicalizar o que chamamos hoje de democracia, ou aumentar a taxa de democracia, dando mais poder às pontas para lidar melhor com a Complexidade Demográfica, de tal forma a permitir o aumento da Taxa de Inovação, sem a qual não melhoramos a produção na escala necessária.
E aí temos dois momentos distintos na história política:
Teremos novidades neste campo? Acho que não, como defenderei abaixo.
Nos momentos de migração da espécie, entretanto, como o atual, o embate é da velha ordem contra a nova ordem. Por exemplo, nos séculos pós Idade Média tivemos Monarquia (oral) x República (escrita impressa) e hoje temos a República Analógica (oral, escrita, eletrônica) x a República Digital (algorítmica).
As forças que vão brigar nas próximas décadas serão as que querem descentralização digital x os que querem manter a atual centralização analógica, unindo liberais e anti-liberais no mesmo barco e até revolucionários e reformistas, como foi no Egito, por exemplo.
Veremos o surgimento de Partidos Neo-republicanos, que vão propor reformar a República, através do uso intenso de algoritmos digitais.
.
Por fim, diria que há algo conjuntural na briga do século passado entre liberais e comunistas, que será recriada neste novo século, com outras cores.
Teremos, entretanto, sempre na história humana:
Reformistas – o mundo é este e pode apenas ser melhorado;
Revolucionários – podemos implantar uma nova ordem dos “bons” e começar tudo do zero.
Estes últimos podem ser movimentos políticos ou religiosos, sempre dogmáticos, onde a filosofia é a metodologia.
E entre os reformistas, teremos sempre:
Estado protetor X articulador.
Que se alinharão também com outras cores.
(Quem sabe tais perfis não sejam definidos por tipos de cérebros, algo até genético, variando, conforme conjuntura?)
Arriscaria ainda dizer que viveremos agora um resgate da filosofia e princípios liberais, pois é tempo de descentralização.
Nas não o liberalismo do século passado ou o neo-liberalismo do final do século, que acabou provocando mais centralização.
Será um liberalismo liberal, digamos assim, descentralizados.
Vamos beber da fonte dos autores dos séculos XVII e XVIII.
O século XXI verá surgir um renascimento das bases do liberalismo, que eclodiram na Revolução Francesa, trazendo o resgate dos temas Liberdade, Fraternidade e Igualdade (sustentabilidade?), procurando uma democracia digital mais representativa, que possa fiscalizar melhor os seus representantes muito mais líquidos (no sentido do tempo em que vão exercer a representação).
Este liberalismo renovado será a base da nova democracia e do novo sistema econômico, em que teremos a força da fiscalização digital sobre organizações que terão menos poder do que tiveram no último século.
O partido republicano digital, que vai aparecer em todas as partes, com este nome ou perto disso, portanto, será primeiro republicano e depois liberal 9
Mas não neo-liberal como imaginamos, ou muitos combatem hoje, mas viverá um liberalismo 3.0, renovado, que terá com eixo e bandeira da VERDADEIRA descentralização do poder e do re-empoderamento do cidadão.
Em uma nova Democracia e um novo Sistema Econômico, em que a visão do que é esquerda e direita atualmente será completamente embaralhada e recolocada na mesa.
É isso, que dizes?
maio 28th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Há uma proposta de metodologia chamada “Liderança do Oceano Azul” ou “Estratégia do Oceano Azul”, que tem tudo que se tem direito em uma nova metodologia: consultores, empresas, livros, seguidores, etc….
O Oceano Azul parte de um diagnóstico de que o problema central das organizações atual é falta de liderança ou uma liderança equivocada. Na Harvard Business Review do mês de Maio de 2014 saiu um extenso artigo, que aponta uma pesquisa da Gallup que diz que:
No brasilerês claro:
O diagnóstico é correto a meu ver pelo que vejo nas minhas andanças, no olho.
O problema é que todo o diagnóstico precisa se dedicar a saber se o que foi visto é causa ou consequência. O problema é causa ou consequência? É câncer ou metástase?
E, a partir disso, o que fazer?
A proposta do Oceano Azul passa por:
A tendência é esta, mas até que ponto a visão do Oceano Azul prospera?
Podemos dizer que o desinteresse dos funcionários e a falta de engajamento do cliente aos produtos e serviços pode não estar no problema da liderança, mas da Governança que está acima da liderança.
Ninguém é líder no vazio em um lugar que não tem um modelo de Governança. Uma liderança segue um modelo de governança para a qual presta contas.
Uma governança basicamente decide:
O modelo da atual Governança é resultado de:
Estamos saindo de um tempo continuado de uma sociedade calada e hipnotizada pelas mídias eletrônicas, que resgataram a magia emocional do mundo oral, similar ao que tivemos na Idade Média, pré-escrita.
Isso criou um modelo de Governança fortemente centralizado e, por sua vez, narcísico, no qual as organizações se voltaram mais e mais para dentro, ficando de costas para a sociedade e stakeholders externos e internos.
A liderança exercida é estimulada a isso e foi preparada para esse modelo.
Mudar significa repensar o modelo e não apenas trabalhar com os líderes, que continuam no mesmo ambiente. É o rabo balançando o cachorro!!!
A crise não é das lideranças, mas do modelo de Governança, que foi feito para:
A chegada da Internet, como temos dito aqui no blog, altera o modelo da Governança da Espécie e, por sua vez, força que TODAS as organizações comecem a migrar do modelo de Governança Analógico para o Digital.
As lideranças vão ter que se adaptar ao novo modelo de Governança, dentro de um novo cenário disruptivo.
Assim, diversas técnicas e metodologias da Estratégia do Oceano Azul podem ajudar nesse processo, desde que recebam um “banho teórico”, recolocando a questão da Revolução Cognitiva e a chegada de uma nova Governança da Espécie como eixo deste cenário.
Assim, a crise da Governança não pode ser atribuída a uma parte que é a Liderança, que é apenas o resultado de algo maior, como vemos na figura abaixo:
O conjunto Governança é maior do que o da Liderança e não o contrário!
A liderança vai ser coerente com a governança praticada e se a governança é voltada para o umbigo do próprio centro de decisões hiper-centralizado com poucos princípios e conceitos mais abrangentes, não tem como, por mais que a liderança queira, promover mudanças, pois elas serão mais fumaça do que fogo.
O projeto deve abarcar uma mudança da Governança com os novos princípios que o Digital exige, englobando um amplo processo de migração de “A” (Governança Analógica) para “B” (Governança Digital).
Que exige mudanças profundas na maneira de se relacionar dentro e fora da organização.
Aí sim, com essa visão estratégica, podemos começar a ir para o Oceano Azul do próximo século, sem antes enfrentar muita ressaca.
É isso, que dizes?
maio 28th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Cuidado! O mercado é irracional e cria termos e conceitos irracionais. Cabe às teorias dar consistência ou rejeitá-los. No Brasilianês claro: temos que evitar que o rabo balance o cachorro!!!
Teoria são produtoras de metodologia.
(Assim como filosofias são produtoras de teorias)
Como assim?
Teorias procura criar analisar as forças para criar formas de lidar com elas, em alguns momentos controlá-las em outros segui-las e se render a elas, quando são mais fortes do que as ações que possamos fazer diante delas.
Sem uma boa teoria, uma metodologia é um tipo de cartão de loteria: comprar e rezar!
Uma teoria que não visa criar metodologia não é teoria, mas artes, viagem, digressões.
Há um problema, então, na passagem de teorias para metodologias, pois temos três instâncias: o formulador, o formulador-fazedor e o fazedor.
É preciso criar adaptadores, conceitos integrados, para criar uma comunicação possível entre estes diferentes perfis, sem que se abra mão do que é relevante. Pode-se negociar anéis, mas não os dedos!
De fato, hoje temos muito metodológicos e poucos teóricos, em função da Contração Cognitiva. Muitos operadores e poucos metodológicos pensantes.
Os metodológicos hoje são marqueteiros.
São, geralmente, consultores que vestem um manto sacerdotal, o reino mágico do marketing, da gravata, do sorriso branco e do cabelo bem penteado.
Hoje, os metodológicos-marqueteiros se assemelham aos padres da Idade Média, cercado de santos, de rituais para enganar os fiéis de que suas ideias vem diretamente de Deus.
Isso, aliás, é algo que acontece sempre que há Ditaduras Cognitivas: vende-se emoção e não razão.
Eles criam metodologias mágicas, sem teorias que as sustentem.
Diria que as metodologias hoje são muito mais baseadas na fé de que vai dar certo do que na razão, algo típico do final de uma forte Contração Cognitiva.
O teórico, entretanto, procura criar conceitos, quando trabalha de forma adequada, dentro de um Laboratório Teórico e, por sua vez, procura trabalhar com os metodológicos para haver alguma relação entre as forças, as tendências e a ação diante delas.
O seu papel é criar coerência entre os diversos conceitos para que possa ter uma Narrativa Teórica consistente, o que vai nos levar à metodologias mais consistentes.
(Aqueles que criam Sistemas de Pensamento juntam Filosofia, Teoria e Metodologia.Vou falar disso mais adiante.)
A passagem, assim, das teorias para metodologias é um terreno pantanoso.
É a tentativa de razão versus a emoção. O como sendo questionado do porque. É uma negociação do pensamento dedutivo (que vem das forças para o trato com elas) contra o indutivo (que vem do trato com ela para conhecer as forças).
O que é preciso fazer é criar um tipo de túnel, de canal, entre o Laboratório Teórico e o Campo de Trabalho.
É preciso metodologizar sem perder a coerência dos conceitos jamais!
Pois se começamos a adaptar as teorias as metodologias, teremos que dar pesos irreais para as forças, o que pode nos levar a ter uma metodologia pouco eficaz.
Uma teoria procura fotografar a vida, mas não tem a capacidade de mudar a vida e seus fenômenos. Uma metodologia pode, sim, mudar a vida e seus fenômenos, mas desde que haja respeito as forças que não podem ser mudadas por ela.
Assim, a teoria tenta criar fronteiras para as metodologias. Quando estas se tornam onipotentes querem passar por cima das forças identificadas.
Tudo certo, mas não se acaba com a febre quebrando o termômetro.
Certo?
É preciso criar adaptações que permitam que o teórico consiga trabalhar os conceitos, sem perder a eficiência no campo.
É preciso ser ouvido e ao mesmo tempo ouvir.
Adaptações como Gestão de Conhecimento 3.0, Design Thinking 3.0 ou BigData 3.0 são tentativas que tenho feito de colocar o 3.0 da Antropologia Cognitiva em metodologias que, a meu ver, carecem de teorias mais consistentes.
No terreno das aplicações metodológicas as teorias precisam e devem ser “adaptadas”, mas não desvirtuadas.
O teórico deve ser um farol para que isso não ocorra, pois ele não pode mudar a sua avaliação do peso das forças e seus contextos.
Se ele fizer isso, perde o seu papel de referência e a tendência é a metodologia comece a desmoronar.
É difícil?
Muito.
Mas quem disse que viver é algo fácil. 🙂
maio 27th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A filosofia é a ferramenta da dúvida.
Toda vez que tivermos uma concentração de ideias na sociedade, haverá menos espaço para a filosofia, pois haverá menos dúvidas.
A concentração de ideias provoca uma interpretação mais homogênea da sociedade e os filósofos são jogados para a periferia.
As contrações cognitivas nos levam para uma Filosofia Sólida.
A filosofia nestes momentos se aproxima da metodologia, pois vira dogma.
A filosofia não muda o mundo diretamente, ela cria escalas até descer ao mundo.
Isso preserva um espaço da dúvida para que a filosofia possa se preservar e sempre ser um espaço para questionar o que estamos pensando e fazendo, mas que vai guiar instâncias abaixo e não diretamente.
A filosofia estuda o pensamento que leva às ações.
Quando entramos em uma Expansão Cognitiva como agora, a Filosofia vai deixando de ser metodológica, perdendo as cascas de dogmatismo e procurando, de novo, o seu espaço líquido.
É um pêndulo.
É isso, que dizes?
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Se quiser entender o futuro olhe para um formigueiro.
As formigas se comunicam sem se falar.
Trocam cheiro.
Motivo:, não têm tempo para falar.
É muita formiga ao mesmo tempo em vários lugares.
As decisões têm que ser rápidas.
Ao mesmo tempo que trabalham deixam rastros.
É uma simbiose entre o fazer-comunicar.
Não há separação.
Eu acho comida e já deixo cheiro quando volto, ao mesmo tempo. Ganha-se tempo sem a necessidade de um gerente.
O líder – a rainha – apenas procria.
Os insetos se comunicam assim dessa forma, meio muda, via rastros, por uma questão demográfica.
A humanidade é a única espécie do planeta que muda radicalmente o ambiente de comunicação e a forma de praticar novas governanças ao longo do tempo.
Por isso, pela sua capacidade de inventar novas tecnologias e, por sua vez, novas sociedade, não têm, até então, limite de crescimento demográfico.
Nosso destino neste novo século é simular um formigueiro.
No fundo, já somos um formigueiro, apenas com a comunicação obsoleta, veja vídeo.
Não nascemos formigas, mas vamos artificialmente, via digital, criar um ambiente próximo. Seremos agora uma espécie menos mamífera e mais “insética”.
Muitos dirão que estamos perdendo a humanidade.
Haverá nostalgia.
Mas somos uma espécie relacional.
Seremos o bicho que a demografia mandar.
Podemos, sim, com muito esforço entender o processo e interferir no nosso destino, reduzindo valores e hábitos que não devem ser perdidos.
Mas sem falsa esperança de um mundo passado, quando éramos muito menos, “no tempo da minha vó”, que tinha muito menos gente.
Nosso destino é a mutação, conforme vamos crescendo.
Se quisemos temos mais controle sobre nosso destino, temos que assumir que demografia traz um eterno descontrole. O que vem depois e apenas adaptação.
Sabedoria é preciso para entender realmente o que fazemos e as consequências.
É isso, que dizes?
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Veja como podemos descrever o que ocorre nas Plataformas em termos de Colaboração:
Há dois tipos de Colaboração:
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vimos que temos Plataformas Digitais Colaborativas e agora vamos detalhar a sua anatomia operacional.
Gestor – é aquele que controla e define os parâmetros do Algoritmos;
Algoritmos – sequência de procedimentos que serão feitos, a partir da colaboração;
Colaboração – dados que entram na Plataforma que define a colaboração voluntária e involuntária dos usuários e dos objetos inanimados (as coisas).
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Nos canais Cognitivos Coletivos, temos o seguinte perfil:
O que define um canal é o propósito para que foi criado:
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Na Anatomia da Comunicação Digital temos, por fim, os canais cognitivos, que só aparecem nas Plataformas Colaborativas:
Temos dois tipos de Canais:
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Diante do que estamos vendo neste e-book, podemos aplicar o seguinte modelo à Comunicação Digital.
Aqui temos o seguinte:
– Os códigos digitais – definem de que tipo de plataforma estamos falando. Se há código digital é uma plataforma digital e vice-versa;
– As Plataformas Digitais se dividem em três grupos:
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Há uma relação da Comunicação Humana com a Governança e desta com a Demografia.
O aumento demográfico força mudanças no Ambiente Cognitivo na sociedade e este, por sua vez, permite que se estabeleça um novo modelo de Governança.
A saber:
Note que temos limites de Complexidade Demográfica x Ambiente Cognitivo x Governança.
A regra é simples:
CD * CC = CGE
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Evoluindo o trabalho, introduzimos agora a variável Governança da Espécie, a partir dos modelos de comunicação que são possíveis em cada Era Cognitiva.
Comentários:
Uma Governança não descarta os outros meios de circulação de ideias, mas os incorpora, modifica e introduzi novos códigos;
Só podemos dizer que uma nova Governança é possível, quando temos um novo código que potencializa o cérebro e nos permite tomar decisões com mais qualidade.
Assim, a Era Escrita permitiu uma mudança radical, que foi a chegada da República, experimentada em diversos momentos (Gregos, Romanos) e se consolidando só depois com a chegada do papel impresso.
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vejamos a aplicação dos conceitos defendidos aqui na história:
Note que por esta lógica temos algumas novidades.
O Rádio e a Televisão não inauguram um código novo, mas RESGATAM a oralidade, fazendo uma espécie de Revival Oral, só que agora de forma RADICALMENTE vertical, o que explica o motivo da Ditadura Cognitiva do século passado.
O desenho mostra ainda a junção que a Internet promove de todos os códigos, no seu aspecto integrador.
maio 26th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A partir da Internet e toda a confusão que se estabelece entre diferentes níveis de instâncias que ocorre a Comunicação Humana, é preciso reconceituar a sua anatomia.
Para exemplificar, coloquemos algo atual:
Note que há uma distinção entre canal e plataforma.
O Facebook é uma Plataforma Cognitiva, como é uma antena hoje de uma emissora de Televisão. O canal é a Globo como é a sua linha do tempo.
O Facebook é um coletivo de canais e não um canal como muitos pensam que é e até querem processá-los por algo que um usuário colocou.
A diferença é que temos hoje canais de circulação de ideias individuais a distância, o que não tínhamos antes.
Essa é a grande novidade da Internet.
É isso, que dizes?
maio 24th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Há um grave problema civilizatório na maneira que analisamos a realidade de maneira geral.
Nós perdemos o viés filosófico, pós Ditadura Cognitiva Global. Grudamos o problema no “eu” e deixamos de ver a percepção. É uma maneira de ver egoica completamente intoxicada de emoções e pouca lógica. Note que estamos vivendo hoje o seguinte fenômeno, como na figura abaixo: 
O eu colou na realidade e temos um problema GRAVE para conseguir analisar as coisas. Isso é um Macro-transtorno Cognitivo-Afetivo Massivo, pois atinge a toda a civilização, que foi submetida, principalmente no último século, a uma FORTE concentração do controle das ideias.
E não o que deveria ser o mais eficaz, como demonstro na figura abaixo:
Há, hoje, uma taxa de percepção da realidade muito baixa. As pessoas não conseguem separar A Realidade do EU e isso dificulta tremendamente:
Há uma regra que precisa ser resgatada.
Ninguém estuda a realidade, apenas a percepção que temos dela!
O objeto de estudo, assim, nunca é o problema diretamente, mas a percepção indireta que temos do problema.
E a capacidade que temos de ir aperfeiçoando-a. O que se estuda é este conjunto em sinergia:
Mudando a percepção, podemos ver diferente e agir diferente.
Quando o estudo é: Eu-problema Não há espaço de separação.
Na baixa percepção, o ego passa a se misturar sem filtro com o problema. Ver a sua percepção questionada é considerada uma ofensa.
Um pesquisador só ganha maturidade quando percebe que seu foco de estudo é a percepção em evolução.
É a única possibilidade e abrir o diálogo da troca de percepções, sem egos atacados. É a luta incessante por uma percepção consciente, visível, tangível e líquida.
Esse é o principal esforço educacional que temos pela frente para nos levar a pode viver em um momento histórico, que estamos entrando, mais dialógico, dinâmico e inovador.
É isso, que dizes?
maio 23rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Podemos dizer que temos:
E acredito que estes três devem trabalhar em sinergia.
Há necessidade humana para que isso ocorra e gente que se sentirá melhor em cada um destes perfis, que pode mudar, conforme vai se amadurecendo e ganhando idade.
O problema é quando:
Um projeto, ainda mais de Laboratórios de Migração Cognitiva devem saber separar:
– Os canais para que estas atividades ocorram;
– E depois distribuir os perfis.
É isso, que dizes?
maio 23rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Bom, estamos criando cada vez mais redes sociais com apoio digital.
E precisamos pensar em vários tipos de redes que existem.
Do projeto que fiz com o pessoal da Petrobras há alguns anos, chegamos a seguinte conclusão:
Uma rede se estrutura e pode ser classificada, a partir do seu objetivo.
As redes tem três pilares fixos, que aumentam a sua taxa de importância, conforme o objetivo:
Como separar cada uma?
Basta analisar o propósito da rede.
As três redes são complementares.
Quando temos uma rede definida, as outras duas se modelam embaixo, virando o que chamei de “seletor de geladeira”.
Note que as atividades em uma Rede de Ação se voltarão atividades práticas.
Muitas vezes confundimos as redes e queremos que elas apresentem resultados, que estão fora de seu propósito.
Um Gestor de Redes Colaborativas terá a função de alterar e saber criar atividades para que estas atividades sejam harmônicas.
É isso, que dizes?
maio 23rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Há uma relação entre Deus e o ambiente cognitivo.
Quanto mais habitantes, tivermos na terra, mais teremos que assumir decisões, criando Ambientes Cognitivos mais sofisticados para isso.
E quando assumimos decisões, reduzimos o espaço para o imponderável, para aquilo que não podemos fazer.
E Deus, assim, fica mais etéreo, mais espiritual.
Temos três modelos de Deuses, nas três Eras Cognitivas:
Haverá uma mudança grande nas religiões dos novos séculos, um resgate de um certo politeísmo e deuses mais filosóficos.
É isso, que dizes?
maio 23rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vimos aqui os três tipos de rede.
Uma rede humana, que agora migra muito para o digital, precisa de um propósito que a mantenha.
Um objetivo que tem que ser adequado ao modelo da rede e vice-versa.
Quando temos pouca gente que pode se reunir presencialmente, podemos ter uma rede sem o digital, mas o digital ajuda a integrar quando as pessoas não estão presente.
Assim, não de dever perder o foco de cada rede e o motivo que faz com que as pessoas a tenham integrado.
Muitas vezes exite uma Latência de Rede, ou seja, há uma vontade de se agregar, há talvez até uma Rede Intangível que ainda não se organizou, mas que precisa se estruturar, seja no presencial, através de reuniões presenciais.
Seja a distância.
Cada Rede pede um tipo de modelo e Plataforma.
O modelo ideal: que tudo ocorra de forma sinergética, com espaços bem demarcados e perfis distintos cuidando de cada um dos três ambientes:
É preciso criar os três espaços e deixar que o movimento flua, com cada grupo trocando com os demais e vendo a cada momento que tipo de rede precisa de mais atenção e ajustes.
É isso, que dizes?
maio 23rd, 2014 by Carlos Nepomuceno
A ideia do capitalismo, enquanto ideia, vem inspirada nos ideais da Revolução Francesa, de 1800.
Liberdade, igualdade e fraternidade.
Porém, da ideia à prática, temos um fosso.
E esse fosso se torna cada vez maior com a concentração das oportunidades.
E isso pode colocar na conta da forte contração das ideias do século passado, que aumentou ainda mais a concentração de poder, do capital e, principalmente, das oportunidades.
Uma pessoa que nasce pobre no Brasil (e até nos EUA) terá “x” menos chances de vivenciar e potencializar os seus talentos do que quem nasce em melhores condições.
A chance de alguém off-baile aparecer para dançar é reduzida.
É difícil para todos, pois se vive no país, depois da concentração das ideias do século XX uma alta taxa de “primotocracia”.
É o país que foi ficando cada vez mais dos primos!
A chegada da Internet é uma janela para que se promova, além de várias descentralizações, a principal: a das oportunidades.
A luta política no país, assim, a meu ver, não deve ser focada na distribuição de renda, que é consequência e não causa.
A renda melhor para todos é consequência de melhores oportunidades, que gera o mérito, que gera o círculo virtuoso para mais gente.
É mais sustentável, pois é mais capilarizado.
O epicentro do problema é, assim, a forte concentração das oportunidades, que gera desigualdade, cometendo o maior crime que uma sociedade pode cometer: abafar e não dar espaço para que os talentos floresçam.
Deveria, assim, se construir indicadores para reduzir o déficit das oportunidades.
Dificuldade de acesso:
O que nos levaria a um programa de ação a reduzir esta concentração, aumentando a taxa da meritocracia social e reduzindo, assim, a desigualdade das oportunidades e, por sua vez, descentralizando o bolo, com a transposição de talentos ocultos e oprimidos a emergentes.
É o caminho do incentivo ao talento e a trabalhos mais significativos de forma mais distribuída.
Quando o partidos foto não assistencialista, da atual oposição, defende uma mudança, não consegue apresentar para os excluídos do baile uma porta de entrada pela frente e não como mendigo pedinte.
Chamando-os de sem-talento.
Não defendem a redução da desigualdade pelo aumento da oportunidades, pois, no fundo, não querem promover a independência e o verdadeiro empoderamento do cidadão.
São partidos concentradores de oportunidade, com fumaças de cores diferentes.
Querem, no fundo, manter o baile fechado com o país dependente da atual baixa taxa de talento concentrada.
A terceira via nos leva ao país dos empreendedores sociais, da bolsa-oportunidade, que tem o mérito como moeda.
No fundo, nem “a” e nem “b” querem aumentar a taxa de mérito, talento e significado, mas apenas manter a desigualdade – e tirar vantagem políticas disso.
O Brasil, a meu ver, só sai do atoleiro, se abrimos espaço para que a estrada do talento e do mérito possam ser cada vez mais pavimentada!
Temos que ter um índice de concentração das oportunidades e lutar para reduzi-lo.
Quem adere?
maio 22nd, 2014 by Carlos Nepomuceno
O que seria a verdade?
Verdade é algo provisório.
É a tentativa de ponte entre o que percebemos e a realidade.
Sim, cada um tem a sua verdade no trilho, desde que o trem não passe por cima. 🙂
Ou seja, se todo mundo está dizendo a verdade, com certeza, tem alguém mentindo.
O que podemos dizer, sim, é que todo mundo tem a sua percepção mais ou menos próxima e eficaz de uma dada realidade.
E conforme a pessoa viaja na maionese a vida adora trazê-la para uma salada concreta.
Sim, realidade é uma professora cruel e perversa de todas as mentiras de plantão, pois adora colocar as falsas-verdades de castigo.
Assim, a verdade é um espécie de jogo entre a nossa percepção e a realidade, que vai se ajustando e reajustando para que possamos adaptar nossas vidas aos contextos de cada momento.
Quem vive verdades absolutas, precisa necessariamente se fechar em um castelo absoluto para que nada possa alterar a sua percepção absoluta.
É uma caixa decididamente fechada no pensar e agir.
Ou seja, a verdade funciona para mim, pois eu coloquei grades e muros para que eu possa continuar sem que a professora-realidade questione o meu mundo, mas quanto mais eu me fecho nessa percepção, mais eu fico preso no mundo em que eu criei!
Mas mesmo assim, nem sempre, por mais alto que seja os muros e as verdades criadas, o nosso mundinho resiste a determinadas mudanças.
Então, a verdade é a nossa capacidade de:
A vida de um lado, jogando bolas de realidade e nós do outro ajustando as percepções para poder devolvê-las!
Quando saímos da caixa, conseguimos ver as percepções.
Sair da caixa nada mais é do que ver a caixa!
Sim, sair da caixa é simplesmente olhar para a própria caixa como algo provisoriamente encaixado.
Sabendo que o encaixe é provisório, a partir do jogo jogado agora e na próxima, próxima, próxima…… partida.
Essa seria, no fundo, a base filosófica para o Conhecimento Líquido, pós Ditadura Cognitiva do século XX que, finalmente, vai ficando para trás!
Saindo, FINALMENTE, de um século equívoco de massa, que nos tirou a capacidade de ver a nossa percepção.
Hoje, meus alunos – intoxicados por esta herança perversa acreditam que enxergam a realidade. E isso é a maior caixa que podemos ter. Não ver que a caixa é a nossa percepção
E que somos nós – com nossa baixa capacidade de abstração – (o que nos traz covardia), que nos auto-aprisionamos em nossas percepções empedradas.
Ver a caixa é simplesmente assumir o que existe de mais humano em nós.
Nossa capacidade de ver diferente, com nossos próprios olhos, para poder trazer ao mundo um outro olhar, aumentando a taxa de diversidade do planeta!
Então, o que é a verdade?
É a vida nos mostrando que algo em nossa percepção tem que ser ajustado.
E quem nem sempre é possível andar em cima do trilho, achando que é ciclovia.
A vida não é, assim, boa ou ruim, é a vida com suas regras, que podem até ser mudadas até certo ponto em um dado contexto.
Exige-se sabedoria para saber o que dá e o que não dá para fazer com a percepção até então conquistada.
É isso, que dizes?
maio 22nd, 2014 by Carlos Nepomuceno
Quando imaginamos a academia é preciso voltar no tempo.
Lá atrás, em um tempo distante, surgiu um dado problema difícil, complexo, que causava sofrimento, que a tribo não conseguia resolver.
Naquele momento, se chamava um ancião e/ou um conselho de anciões para se debruçar sobre ele.
Este é o germe da academia: um espaço na sociedade que deveria se dedicar a resolver problemas complexos, que as pessoas no cotidiano têm dificuldade para resolver.
Assim, a gênese da academia parte de problemas complexos da sociedade, que ela pede ajuda a um “conselho de sábios” que ganham da sociedade um espaço para nos ajudar a pensar melhor sobre ele, retornando, assim se espera, com alguma luz.
Como toda organização tende ao comodismo e a auto-referência com o passar do tempo, a academia, como todas as outras, começou a ser separada em dois pólos em todas as suas áreas.
Este é o pêndulo.
É preciso equilibrar isso.
Hoje, temos os dois pólos bem ativos, mas falta o centro equilibrador.
Obviamente, que há necessidade para os problemas-centrados procurar verdades e fugir da intoxicação, bem como aos que procuram a verdade ancorá-las em problemas, pois o risco se de perder é grande. Deve haver um equilíbrio entre estes dois pólos.
Quando temos concentração de ideias, o pêndulo tende a ir para os extremos dos dois lados.
Temos o pior dos dois mundos.
É o que vivemos agora, uma academia (ainda mais no Brasil e ainda mais na área de humanas) que é voltada para um conhecimento saco sem fundo de verdades pelas verdades, sem problemas agregados e o modelo americanizado dos problemas pelos problemas, sem o caráter da verdade que é exigido de um espaço mais sofisticado do pensamento.
Eu conheço por conhecer e conheço para ficar mais conhecido acaba sendo o lema dos dois pólos, que não se falam.
Teorias vêm ao mundo para estudar as possíveis forças que movem a sociedade e nos ajudar a lidar com elas e é necessário a procura da verdade, mas tendo o fio terra dos problemas.
Isso deve ser procurado em cada pessoa, em cada departamento em cada grupo de escolas, com os diferentes perfis em torno de uma sinergia de trabalho.
Uma boa teoria, em um ambiente mais equilibrado, deve ser capaz de:
O que é a força que tem mais potência das que seguem àquela e vice-versa.
A força com mais potência é a tendência.
E em cima dessa grande tendência a sociedade vai procurando entendê-la, através de sensações e soluções, que podemos chamar de modismos.
Pode haver em um dado modismo algo que faz parte da macro-tendência.
Assim, o papel da academia sempre será a de revisora dos modismo.
Cumprirá melhor o seu papel se procurar criar “adaptadores” entre o que a sociedade está disposta a ouvir (está se abrindo) para o que pode ser uma tendência.
São conceitos híbridos, que no ambiente mais teórico vão ter um nome mais científico, tal como Canais Horizontais de Circulação de Ideias e na sociedade algo como Redes Sociais. Um adaptador seria Redes Sociais mais Horizontais.
O problema é que a sociedade está completamente distante da academia e quando a academia quer se aproximar do mercado, entra no jogo do modismo ou das verdades que não apontam tendências, adotando os termos que o mercado o utiliza. A academia não vem como uma revisora dos modismo, mas como uma incentivadora dos mesmos, deixando de ter o seu papel de grupo separado que pode pensar com mais amplitude.
Passei a fase de questionar os termos da moda do mercado, uma fase teórica-adolescente, digamos, assim.
Porém, é preciso criar um novo modelo do fazer acadêmico, que crie pontes com o modismo do mercado, sem se deixar contaminar por ele.
Precisamos dar ao modismo do mercado o viés teórico para que ele ganhe na escala.
Os exemplos, como já disse nestes post, é algo como Gestão de Conhecimento, Design Thinking e BigData, precedido de 3.0, onde entra a Antropologia Cognitiva.
Os adeptos destas metodologias terão mais ouvido para querer saber o que diferencia o termo puro do 3.0 e aí vem o papel do teórico para separar as tendências reais que existem ali do que será mais modismo.
Como temos uma academia fortemente intoxicada ou de verdades saco sem fundo (acho que o ambiente brasileiro é esse) ou de problemas sem reflexão (mais o modelo americano). É preciso um movimento intermediário, que consiga enxergar os problemas, criando “adaptadores” teóricos, na procura de sofisticá-los.
A meta: separar o joio (modismo) do trigo (tendência).
É isso, que dizes?
maio 21st, 2014 by Carlos Nepomuceno
maio 21st, 2014 by Carlos Nepomuceno
maio 21st, 2014 by Carlos Nepomuceno
Assistiremos nas próximas décadas o declínio da carteira assinada em nome de micro-empresas individuais, de pessoas, ou grupo de pessoas, que trabalharão em rede.
O modelo que mais se aproxima do que prevejo é o do Mercado Livre ou da Estante Virtual.
Serão prestadores de serviços que atenderão aos consumidores, formando redes de atendimento, sob a avaliação dos clientes, via Colaboração Voluntária, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.
Hoje, uma empregado tem um problema de mérito.
Contratar é complicado, pois a tendência é ele se acomodar e ter um custo de demissão, seja do ponto de vista emocional ou financeiro.
Cada vez mais, teremos necessidade de trazer mais mérito para a sociedade, já que a taxa de inovação é ascendente e a Governança Digital permite que as plataformas apontem os mais e menos influentes.
Imaginar empregados dentro de casa é algo que faz com que a organização fique mais lenta. Os setores inovadores vão, aos poucos, adotar esse modelo e irá descendo para os mais conservadores.
É uma aposta.
É isso que dizes?
maio 20th, 2014 by Carlos Nepomuceno
O mercado sente muito, mas pensa pouco.
Não tem tempo.
É pressão o tempo todo.
Quando há algo meio estranho ou novo, aparece uma nova metodologia, que todo mundo adere.
Ora por que o concorrente aderiu, ora por que tem gente na organização que pede novidade.
O problema é que as teorias foram feitas para separar o que é modismo do que é tendência.
E conseguir embutir racionalidade nas metodologias.
Estou na minha fase mais light, pois superei uma longa etapa que precisava brigar com os modismos de plantão.
Hoje, já posso dialogar com eles.
Já andei escrevendo ou falando sobre:
Há algo de verdadeiro em tudo isso que aparece, que podemos chamar de modismo.E é preciso embutir no modismo o que é tendência.
Quando coloco o 3.0, no fundo, estou vestindo aquelas metodologias das teorias da Antropologia Cognitiva.
Abre-se, assim, um espaço de diálogo com quem pratica aquela metodologia para um embate teórico. E vai se confrontar o que de teoria há ali. Geralmente são metodologias com uma teoria pouco consistente.
É isso, que dizes?
maio 20th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A invenção da República foi seguida de uma intensa alfabetização da população.
Saímos, desde o século XV, de um mundo oral centralizado na doutrina da Igreja para um mais sofisticado, no qual as pessoas passaram a ler mais para poder escolher melhor seus representantes.
A República é filha do papel impresso.
Quem lê, tende a desenvolver áreas mais racionais do cérebro e trabalhar com menos emoção e vice-versa. Quem apenas escuta, ouve, recebe junto da mensagem uma carga emocional do emissor, o que não ocorre com o livro.
Uma missa, Jornal Nacional da Idade Média, era algo fortemente emocional.
McLuhan fazia essa distinção de meios frios e quentes.
O que nos leva a meios com mais emoção e menos emoção.
Podemos dizer que a República Impressa foi bem até a chegada do século XX com o surgimento do rádio e da televisão, quando há, de novo, um retorno à oralidade, mas desta vez muito mais centralizada do que era antes.
Defendo a tese de que os movimentos totalitários do Século XX só são explicados por causa da centralização do rádio e da televisão.
O emissor leva a sua mensagem com uma forte carga de emoção.
Assim, podemos dizer que um povo mais letrado, tende a ser um povo mais racional e menos emocional na tomada de decisões e vice-versa.
Cria-se o hábito de receber novas ideias com mais ou menos carga emocional.
Uma República como a brasileira vive essa contradição.
O cidadão que não lê, apesar de quererem taxá-lo dessa maneira, não é mais ou menos inteligente do que o que lê. Apenas, é mais emocional na relação com as ideias que recebe e, por causa disso, sua capacidade crítica em relação à informação é menor. A taxa de manipulação é maior. Ficam mais na mão dos marqueteiros de plantão.
Isso se dá tanto no Brasil como na maioria dos países, mesmo nas democracias mais antigas, em função da intoxicação dos meios eletrônicos.
A nossa República teve um retorno para uma oralidade que havia sido perdida no Século XVIII e XIX, quando o papel impresso passou a ser o principal meio de circulação de ideias, racionalizando mais a população, com pontos positivos e negativos nesse processo.
(Vide as críticas de Nietzsche)
Essa oralidade centralizada é fortemente emocional e traz algo mais monárquico, de soluções mais mágicas e mais imediatas.
Não adianta, a meu ver, querer voltar para o século pré-XX, pois o problema principal hoje é o tempo que podemos nos dedica a ler em grandes megalópolis.
O grande salto que podemos dar hoje, entretanto, é a possibilidade que a Internet nos traz, na oralidade, pois a ideia de voltar ao mundo impresso se torna cada vez mais distante.
Hoje é possível uma Oralidade Descentralizada Racional a Distância, o que não era antes com o rádio e a televisão.
Não há problema, no fundo, com a oralidade que é o meio de comunicação mais rico que temos, mais complexo e de mais fácil entendimento. O problema da oralidade é a sua antiga possibilidade de ser disseminada a distância, de forma descentralizada e desprovida de emoção.
Pela primeira vez, podemos praticar algo inusitado: uma Oralidade Descentralizada Racional a Distância o que não era possível nas aldeias e também não o foi no século passado.
A grande oportunidade educativa é justamente conseguir criar movimentos de repasse de ideias, através do áudio. As pessoas poderiam baixar o que gostariam e ouvir onde quiserem, palestras e aulas, como se estivessem lendo.
Uma palestra por áudio tem quase o mesmo efeito de um livro, tirando as devidas proporções, mas tem a vantagem de ser mais dinâmica, pois permite um movimento paralelo: pode-se andar, correr, estar em pé no ônibus ouvindo um áudio, o que a leitura não permite.
Num mundo agitado e numa demanda radical de educação, é viável imaginar um retorno a uma oralidade descentralizada racional, o que seria uma saída a baixo custo para sair da crise educacional que nos metemos.
E que pode reduzir o gap para a passagem para a Democracia Digital que exige um cidadão mito mais crítico do que o atual, intoxicado pela televisão.
É isso, que dizes?
maio 19th, 2014 by Carlos Nepomuceno
“Os filósofos limitam-se a pensar o mundo, mas o que importa é transformá-lo” – Marx;
Andei pensando sobre as ideias de Marx.
Acredito que o ser humano pode ter três instâncias para pensar e atuar no mundo:
No caso de Marx, tivemos, simplificando:
Entendo a ideia de que cabe ao filósofo se dedicar aos problemas do mundo e, como resultado, querer transformá-lo.
Assim, o filósofo ajuda a mudar o mundo quando cria novos paradigmas de pensamento, que vão influenciar os teóricos e estes os metodológicos.
Se transformamos a filosofia em metodologia, não há mais espaço para a dúvida e só certezas. E talvez isso explique um pouco o dogmatismo que tomou conta de seus seguidores.
Há certezas filosóficas, pois a metodologia e a filosofia passam a ser a mesma coisa.
E quando não há dúvidas sobre qualquer coisa, o ser humano deixa de ter um pensamento aberto e passa a ter uma ideologia fechada, um dogma, beirando a religião.
A filosofia, portanto, é a porta de saída para todas as crises.
Sempre é possível que estejamos mais longe do real e a filosofia pode nos dar essa passagem.
Quando vira a própria metodologia temos um problema, pois não porta de saída e apenas uma certeza única.
São escalas de influências distintas.
Há tudo isso, mas isso podemos dizer que são ferramentas pouco eficazes.
Quando ele diz:
“Os filósofos limitam-se a pensar o mundo, mas o que importa é transformá-lo”.
Há uma escalada para que isso aconteça e – quando a filosofia não serve como instrumento de reflexão e dúvida – ela perde o seu papel questionador, fechando uma porta de saída relevante.
É isso, que dizes?
maio 19th, 2014 by Carlos Nepomuceno
O grande problema de toda a sociedade humana é:
Esta é a base da representação.
Podemos ver que vivemos na Governança Oral-Escrita – lideranças baseadas na hereditariedade, escolha divina, de sangue, algo bem biológico.
As revoluções liberais do século XVIII questionaram esse modelo, pois viram que tal modelo era anti-produtivo para a sociedade, leiam o “Senso Comum”, de Thomas Paine.
Assim, nosso modelo de governança, onde a escolha dos líderes é a plataforma fundamental, foi baseado neste modelo rotativo de 1800, quando éramos ainda 1 bilhão de habitantes.
Nestes últimos duzentos anos, tivemos:

Um modelo que já pode ser visto no Klout, que mede penetração nas redes sociais ou no número de seguidores do Twitter, por exemplo.
Tudo isso nos leva a crise atual de representação, falei mais sobre isso aqui.
Nossas autoridades têm baixa liderança, pois estão onde estão não mais pelo mérito, mas pelas brechas da representação, com raras exceções e isso se espalha em todas as organizações da sociedade.
O desafio da nova Governança Digital, portanto é:
Haverá uma Liderança Líquida em um modelo diferente do atual.
Não haverá, a meu ver, mandatos, mas um ranking na plataforma que é considerado líder alguém que está no lugar certo e na hora certa, durante um período de tempo em que todos os “liderados” assim o considerem.
A ideia de uma sociedade sem liderança, a meu ver, é impraticável, não é assim que funcionou e nem é assim que vai funcionar. O que teremos são líderes muito mais líquidos, que procurarão, se quiserem servir à sociedade, se manterem pelo mérito.
Isso pode ser visto claramente, como um protótipo, nesta entrevista com o Marcos, um taxista que já vive um pouco esse novo ambiente:
Bom, é isso, que dizes?
Ver mais sobre este debate aqui nesta palestra sobre o futuro do sindicalismo, que fiz em Belém:
E ainda neste post:
maio 16th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Clube de debates:
Veja a proposta para o II Campeonato Cognitivo para iniciantes aqui.
Veja o vídeo explicativo:
Veja o link da agenda aqui ou ela completa abaixo.
Formulário:
maio 15th, 2014 by Carlos Nepomuceno
(A partir do livro “O que é Design Thinking? De Rique Nitzsche”)
O modelo mental é um conceito que considero importante para discutir o Design Thinking 3.0.
No livro do Rique ele chega a usar o conceito de “plataforma diferenciada de pensar”.
Eu acredito que temos plataformas ou modelos mentais que variam na conjuntura e na estrutura da evolução da sociedade humana.
Na conjuntura, aparecem os modelos mentais individuais e suas variantes regionais e culturais, influenciadas pelos fatores sociais, políticos e econômicos;
Na estrutura, temos as macro tendências, que variam com as Eras Cognitivas e o modelo de circulação de ideias hegemônico ou Ambiente Cognitivo, bem como, o movimento do Pêndulo Cognitivo: contração e expansão.
Nas mudanças conjunturais ou estruturais há necessidade de se mudar o modelo mental para se adaptar de “a” ponto de partida para “b” ponto de chegada.
Nestas rupturas de um ponto a outro é preciso trabalhar a cabeça das pessoas para romper com modelos mentais passados.
Isso é algo que o DT deve assumir como missão.
O Thinker tem que ter uma visão do cenário e analisar os pontos de deficiência do atual modelo e do que deve ser feito para superação.
Há aí um trabalho cujo o foco é mudar cabeças de maneira estratégica.
Assim, quando falamos em Designer puramente, estamos trabalhando com a produção de produtos e serviços.
É um estágio abaixo do DT.
Mais prático e menos estratégico.
Quando falamos de Designer Thinking, a meu ver, o objeto não é o produto, ou serviço, que serão feitos depois, mas a mudança do modelo mental, que impede que um conjunto de produtos e serviços sejam feitos de forma melhor.
O Thinker trabalha, assim, de forma integrada com gestores de mudança em nível estratégico, quando se ordene que um dado modelo mental está atrapalhando.
O trabalho de DT ganha em qualidade quanto mais se consegue perceber as mudanças conjunturais e estruturais, questionando pontos para que se possa liberar a “plataforma” de vôo da nova etapa.
Assim, há já técnicas do mundo do design que serão usadas na mudança do modelo mental para:
– tornar o modelo mental, ora invisível, visível;
– apontar os problemas do antigo modelo mental com os novos desafios, apontando a necessidade de mudança;
– criar dinâmicas para que o que precisa ser problematizado o seja.
Assim, a atuação do Thinker seria motivada por atuar no modelo mental de forma mais profunda quando os esforços de se fazer produtos e serviços sempre esbarram nos mesmos problemas de um modelo mental obsoleto diante de problemas recorrentes de designer para os novos desafios.
O DT 3.0 atua em outro patamar, nesta linha de raciocínio.
Percebe-se a Revolução Cognitiva, a necessidade de migração do modelo mental 2.0 (oral, escrito e eletrônico) para o 3.0 (digital).
O DT 3.0 se especializa – e há muito trabalho nesta direção – de passar do atual modelo mental para o novo.
A diferença entre o DT para o 3.0 é de leitura de cenário. O DT 3.0 assimila a Revolução Digital como a mudança central na sociedade hoje e traz para si – e se especializa – para ajudar com às melhores técnicas a promovê-la.
Para só então, voltar a se fazer Designer do que quer que seja.
O “Thinking” lida com modelos mentais e não com o resultado do que o novo modelo mental vai produzir.
maio 13th, 2014 by Carlos Nepomuceno
(A partir deste vídeo sobre formigas)
A nova Governança Digital objetiva algo sofisticado: reduzir o poder de decisão do centro e dividir com as pontas.
Isso só é possível hoje em dia com pouca gente ou com mais, mas em um processo lento e caro.
Quando se aumenta o número de pessoas para serem ouvidas para decidir, se torna inviável.
O centro não consegue processar.
Para tornar o sistema possível, escolhe-se representantes para poder decidir por mais gente.
Não tem jeito.
Eis o impasse.
O representante fica sujeito a seus interesses e tudo vai ficando difícil.
A Internet, entretanto, permite algo novo.
1) aprende pelo uso o que as pessoas fazem;
2) pode incluir pedidos de opinião;
3) facilita votações.
Assim, é possível experimentar um modelo mais descentralizado sem tornar a decisão cara, demorada ou mesmo inviável.
O que era inviável tecnologicamente, hoje é apenas uma questão de clareza estratégicas e vontade.
O século XXI será, assim, o palco dessa migração de um centro forte e pontas fracas do último século, particularmente, para pontas mais fortes e um centro mais fraco.
Isso só será possível com a regulação das decisões, via algoritmos digitais, que irão modular as relações simulando algo parecido com um formigueiro.
Muitos torcem a cara, pois formiga e algoritmos parece algo anti-humano, mas não é.
Para continuarmos mais humanos e menos massa, precisamos desta nova e mais uma traquitanda para que mais gente possa decidir mais coisa de forma barata.
É a forma que a nova geração nos sugere para resolver o problema que criamos para eles.
O principal: 7 bilhões de habitantes, que explodiram do nada nos últimos 200 anos, que exigem participar, mas que a atual governança não permite.
É isso que dizes.
maio 13th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Você não é capaz de saber tudo sobre um problema.
Problemas são como água: “inseguráveis”.
Assim, você resolve um dado problema com a sua capacidade de percepção intelectual histórica, da hora.
Ou seja, com tudo que recebeu e conseguiu processar.
Assim, sua capacidade de pensar e agir é a do dia.
A melhor possível, só por hoje.
Novos fatos virão e reforçarão ou questionarão a sua visão/ação.
Além disso, há uma capacidade de revisão do estágio intelectual alcançado, que varia de pessoa para pessoa.
Não se pode acelerar ao ponto de esfacelar o que se conquistou.
E nem, o que é mais comum, querer frear ou empedrar o já conquistado.
É um fluxo baseado em um canal que se mantém com uma certa estabilidade.
O parâmetro se está funcionando são os fatos: o problema está sendo melhor solucionado no tempo?
Se sim, o caminho precisa de menos ajustes. Se não, de mais.
Que dizes?
maio 13th, 2014 by Carlos Nepomuceno
(A partir do livro “O que é Design Thinking? De Rique Nitzsche”)

Se analisarmos a história com a lente da Antropologia Cognitiva, veremos momentos de contração e expansão das ideias, motivadas pelas mudanças dos Ambientes Cognitivos.
Motivadas entre Evoluções e Revoluções Cognitivas e novas Governança da Espécie, sempre compatíveis com o tamanho demográfico dos humanos.
Quando há expansão, as sociedades que adotam as novas ferramentas assistem à redução da taxa de conservação e o aumento da taxa de inovação.
Há mudanças autônomas, descontroladas e irreversíveis do cérebro, a partir do uso das novas tecnologias cognitivas e a procura de um novo modelo mental compatível com a Expansão Cognitiva.
Na Contração, nossas mentes são “domesticadas” para produzir repetição e não mudanças e vice-versa.
Assim, é preciso um esforço consciente para fazer a passagem de “a” (conservação) para “b” (inovação).
De “a” governança passada para “b”, futura.
Os filósofos, a partir do século XV, depois da chegada da prensa, em 1450, (que nos trouxe expansão, na mesma Governança Oral- Escrita), iniciaram esse esforço de mudança de modelo mental.
Destaco os primeiros Bacon e Descartes.
Procuraram criar métodos para permitir pensar com mais racionalidade do que uma mente domesticada pela contração do mundo oral da Idade Média, repleta de média, dogmas e supertições.
Eles foram os Designers Thinkers da época.
Hoje, consigo ver o surgimento e o papel do Design Thinking na mesma direção. Uma “re-domesticação”, ou liberação da mente para um novo ciclo de inovação e para um novo, modelo de governança, fechando o da forte contração do último século, patrocinado pela Idade Mídia.
Assim, o DT vem tentar “massagear” e fazer “do-in” nas áreas do nosso cérebro que ficaram inativas por um longo tempo.
E criar novas “sinapses”, nunca antes trabalhadas, para lidar com o novo e inédito Ambiente Cognitivo Digital.
O problema, como também é o conceito do BigData (ver mais aqui), é que carrega uma alta taxa de intoxicação do velho e bom modelo mental indutivo americano, que funciona maravilhosamente no sol, mas atola na chuva.
É uma metodologia bem empacotada, mas ainda desprovida de visão histórica e de uma teoria mais eficaz que a sustente, que possa ter uma auto-consciência de seu papel na história.
Qual a consequência disso?
Esforços inúteis, problemas de incompatibilidade entre o que promete e o que, de fato, pode entregar.
Não adianta querer apenas pensar diferente, pois é também preciso agir de forma compatível.
E isso implica em mudar PROFUNDAMENTE o modelo, de governança vertical das atuais organizações.
É preciso, assim, uma visão teórica mais clara da macro-tendência para balizar o esforço do DT versus resultados possíveis.
Não estamos apenas mais inovadores neste momento histórico, mas começando a criar um novo modelo de Governança da Espécie, em função dos efeitos devastadores, de curto, médio e longo prazo, de uma Revolução Cognitiva.
Que promove a passagem de um mundo atual, baseado em um Ambiente Cognitivo obsoleto para um mais dinâmico e compatível com a atual Complexidade Demográfica.
Não adianta uma organização tomar DT todo dia, de manhã, de tarde e de noite se o modelo de governança estiver orientado à conservação e apenas a beneficiar a si mesma e não à sociedade.
Se ouvirá algo do tipo:
“Vamos inovar, desde que não se mude nada”. Ou “Venha colaborar, desde que não participe da decisão”. 🙂
O DT é uma metodologia para estimular um novo modelo mental mais apto a atuar em um novo modelo de Governança orientado à sociedade.
Ponto!
É incompatível um novo modelo mental na velha governança, pois há uma relação de causa e efeito:
– o atual modelo mental foi feito para uma governança oral, escrita e eletrônica fortemente vertical, que vive o final de seu ciclo de contração das idéias;
– o novo modelo mental visa ajudar a criação de uma nova governança digital muito mais horizontal, num ciclo de expansão das ideias.
Assim, se um projeto massivo de DT em uma dada organização for muito bem feito sem uma clara visão estratégica do cenário atual de migração entre governanças, a levará para crise, pois aumentará o fosso entre o novo modelo mental dentro da velha Governança.
Se gastará muito e os resultados serão, no mínimo, pífios.
Ficará evidente a falta de sintonia entre o novo modelo mental emergente e a antiga governança decadente.
Assim, as teorias e práticas de DT são ferramentas poderosas para ajudar na migração da velha para a nova governança.
E isso precisa estar dentro de um projeto estratégico consciente de migração de “a” para “b”, no qual o DT terá um papel, entre várias outras ações integradas, para capacitação mental e posterior apoio para projetar novos produtos, serviços e processos já, na nova governança voltada à sociedade, tendo como base a co-criação e a co-decisão.
Essa visão mais consistente do papel histórico dessa metodologia é o que posso chamar de Design Thinking 3.0.
Por que 3.0?
Incorpora as virtudes do DT para apoiar a terceira Governança da Espécie, a saber, (cada uma com um modelo mental distinto):
1.0 – oral;
2.0 – escrita-eletrônica;
3.0 – digital.
É isso, que dizes?
maio 13th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vamos a elas:
Ambiente cognitivo – que define qual o “molde” que nosso cérebro trabalha com alterações a partir de diferentes tecnologias cognitivas, que podem promover a contração e a expansão;
Modelo mental – condicionado pelo ambiente cognitivo;
Filosofia – condicionada pelo modelo mental;
Teoria – condicionada pela filosofia:
Metodologia – condicionada pela teoria;
Ferramentas metodológicas – (tecnologias diversas, processos e capacitação) condicionados pela metodologia.
Deve haver a procura de sinergia entre estes fatores para de reduzir o esforço para solução de problemas, se, alinhando, assim, as macro-tendências que os ambientes cognitivos nos impõe.
maio 13th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Conceitos visam expressar fenômenos, reduzindo-os para facilitar, ao ponto de não torná-los sem sentido.
A arte de produzir um bom conceito é dizer o máximo no mínimo.
Conceitos giram em torno de uma teoria maior.
São parafusos que a sustentam.
Há, assim, uma harmonia necessária entre o fenômeno maior e seus parafusos particulares.
“Rastros digitais”, por exemplo, significa:
“Informações deixadas pelos usuários em banco de dados quando navegam, via computadores”.
Duas palavras que substituem 12.
Assim, é preciso, no tempo de blogs científicos, ter uma página de conceitos e colocar um link naqueles que você criou ou adotou.
Quem tiver dúvidas, tira na página de verbetes.
Faço ainda na página dos verbetes um link, caso haja, para um texto maior que discute o conceito.
Isso é algo que também aprendi.
Existem dos tipos de posts em um Blog científico:
Direto (madeira): os que falam do problema analisado;
Indireto (ferramentas): os que falam, criam, refazem os conceitos, que formam a teoria do problema analisado.
Toda teoria é feita, assim, destes dos eixos:
– da madeira, o problema na bancada;
– das ferramentas, que vão nos ajudar a vê-lo melhor e poder propor melhores formas de lidar com ele.
Não existe, um trabalho único.
Uma teoria deve ter um olho no padre (madeira) e outro na missa (ferramenta).
Por fim, conceitos te liberam para poder sonhar ao mesmo tempo que te prendem para você não surtar.
Há que haver um compromisso com os criados no passado.
Se vai descartá-los ou mudá-los deve haver um motivo lógico.
Não se abandona um conceito criado com talco na porta da igreja.
É isso, que dizes?
maio 12th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Um dos grandes problemas teóricos hoje em dia é que determinados conceitos precisam vender e se “desteorizar” para ganhar vida fora do laboratório.
Isso exige cuidado, pois o que mais existe hoje é conceito que vende sem uma teoria consistente por trás.
Portanto, é preciso tentar fazer uma ponte entre o conceito – mercado – mercado – teoria para que não comecemos a criar teorias, em função das demandas de mercado, o que pode ser algo que vende bem, mas que lá na frente vai se mostrar mais uma moda do que uma tendência.
O papel das teorias é justamente estudar os fenômenos para saber o que veio para ficar e o que vai passar. O que é anel e o que é dedo!
O fato de que seja mais palatável para o grande público é ótimo, mas é preciso procurar fazer uma ponte para que não se perca e comece a virar um modismo, pois o mercado quer mudar, mas nem tanto, e acaba transformando algo maior em algo menor.
É preciso, assim, fazer uma espécie de ponte entre o que é um conceito que vai ter alguma sintonia e como é possível colocá-lo “à venda”, desde que não perca o seu significado.
Tenho começado, a convite de Luciana Sodré e Marcos Cavalcanti, a ministrar aulas no curso de “BigData“, mais um conceito que o mercado anda gostando.
BigData procura representar a explosão informacional que surge no final do século passado e adentra com força o século XXI.
Na minha tese de doutorado duelei com um conceito similar que a Ciência da Informação adora usar e pouco pensa sobre o termo: “Explosão Informacional”.
Se formos no passado, depois da chegada da prensa, em 1450, isso está lá na tese, tivemos um salto quântico em termos de registros na humanidade, pois saímos do caro papel manuscrito para o barato impresso.
A coisa saiu do controle e nos levou às revoluções liberais do século XVIII, 350 anos depois.
Depois tivemos a explosão de registros com a chegada do computador de grande porte (1940), do micro computador (1980), já inaugurando, de forma, tímida a era digital, que veio se massificar com a Internet (1990) e, mais particularmente, com a banda larga, a partir de 2004, quando o cidadão passa a ter canais horizontais, ligando a explosão de dados com a chegada de uma nova Governança da Espécie.
Vários autores falam da explosão informacional que houve e o bigdata que causou nestes dois momentos.
Assim, usando a Antropologia Cognitiva, que é de onde procuro olhar os fenômenos, podemos dizer que toda vez que tivermos uma Revolução Cognitiva teremos um aumento de canais de expressão no mundo e, por sua vez, uma explosão informacional ou um bigdata, seguido do surgimento de uma nova Governança da Espécie.
O bigdata ou a explosão informacional são fenômenos que ocorrem de tempos em tempos quando saímos de uma Contração para uma Expansão Cognitiva.
São consequências de uma Revolução Cognitiva, que se caracteriza pela massificação da Canalização Horizontal da sociedade, na qual as ideias estavam fortemente controlada e se descontrolam.
Obviamente, que quando um conceito passa a ter aderência no mercado, que é difícil aceitar mudanças, podemos tentar usá-lo para incorporar teorias mais consistentes, ajudando as organizações a ver algo maior e com metodologias mais eficazes para lidar com ele (teorias têm o papel fundamental de criar metodologias eficazes).
Não sou contra conceitos pouco amadurecidos, que vem do mercado, pelo contrário, mas desde que consigamos embutir nele consistência para que não sejam, como é comum, um modismo, uma ferramenta de venda de algo que, no final, vai mais atrapalhar do que ajudar!
Podemos, assim, trabalhar com conceitos mais científicos em ambiente mais fechados, entre aqueles que se mantém alinhados dentro de uma dada teoria e no ambiente mais aberto, onde se vai vender metodologias, com mais marketing, conceitos que vendam, mas que tenham algo que os diferencie do restante dos fornecedores para que possamos nos remeter à teoria.
Ou seja, as teorias não podem se submeter completamente, apenas parcialmente, às demandas do mercado, pois podem deixar de fazer o que elas têm de fundamental: dar consistências às ações para que não gastemos mais tempo do que o necessário para resolver determinados problemas complexos. Quando isso acontece, a teoria perde o sentido.
E passamos a ter o caso clássico do rabo balando o cachorro!
Assim, é preciso não tentar teorizar aquilo que veio do mercado para dentro das teorias, pois não foi devidamente trabalhado. Isso pode ser feito apenas tentando identificar uma percepção de algo que o mercado que é relevante e ver onde se encaixa dentro de um marco teórico maior para apontar o que o mercado está vendo como algo consistente, mas que pode ganhar ainda mais consistência.
Alguns conceitos precisam ser descartados, pois batem de frente com a teoria e outros apenas incorporados.
Teorias são ferramentas humanas para separar modismos de tendências!
Assim, podemos, pelo que vejo de interpretação e, a partir dos estudos que tenho desenvolvido da Antropologia Cognitiva, fazer a ponte com o BigData da seguinte maneira:
Da mesma maneira que ando pensando sobre o Design Thinking (dando um 3.0 nele), acredito que é preciso adjetivar/versionar o BigData para poder incorporar a visão da passagem da Governança atual para a nova Governança – que, a meu ver, é a grande tendência.
Assim, sugiro que podemos começar a lidar com o conceito, adjetivando, como algo tipo BigData 3.0, que seria uma forma de discriminação do conceito atual e vigente na sociedade, sem, entretanto, perdê-lo.
O que seria o BigData 3.0? Seria a procura de uma metodologia que vá ajudar as organizações a migrar da atual Governança oral, escrita e eletrônica para a Digital, que permita lidar com essa nova massa de dados, na qual a sociedade se empoderou, através de criação de Plataformas Digitais Colaborativas, tendo os algoritmos digitais como ferramenta diferencial para a análise de tomada de decisões.
Assim, podemos incorporar o conceito “BigData” à Antropologia Cognitiva, dando a ele uma consistência teórica e se descriminando no uso mais corriqueiro.
O que as organizações vão ter que lidar, mais do que tudo, é com a nova Governança. O BigData, ou explosão informacional, é apenas um dos sintomas dessa mudança maior. Assim, usar o BigData 3.0 se diferencia do que se fala no mercado, dando consistência teórica da Antropologia Cognitiva, ao movimento metodológico que ganha força.
Este é o meu olhar sobre o tema.
Faz sentido?
É isso, que dizes?
maio 12th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A Democracia atual foi criada em 1800, com as revoluções liberais, possibilitadas e condicionadas pelo novo Ambiente Cognitivo do papel impresso, iniciado em 1450, com a chegada da Prensa.
A ideia era a de:
Sai o nobre e entra o parlamentar;
Sai o rei, entra o primeiro ministro ou o presidente.
Show de bola!
De 1800 para cá, tivemos três fatores que nos levaram à crise:
A saída agora é o resgate dos ideais iluministas de 1800, que nos levavam à igualdade, fraternidade, liberdade e agora, podemos agregar: sustentabilidade.
Da mesma forma que a democracia atual foi filha do papel impresso e da governança impressa. Agora, devemos implantar a República Digital, filha da Internet e da Governança Digital.
A superação da crise é conseguir que mais gente possa tomar decisões, a baixo custo e isso só as Plataformas Digitais Colaborativas, com forte apoio dos algoritmos, podem fazer.
É isso, que dizes?
maio 12th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Quando falamos em Governança da Espécie temos que entender que existem formas mais sofisticadas de tomada de decisão por mais gente.
Que seria decisões de melhor qualidade em função do aumento de diversidade.
Toda decisão tem um custo, pois implica em tempo e dinheiro para se ouvir mais gente.
Quando falamos da Governança podemos dizer, assim, que há um alargamento da possibilidade de um uma tomada de decisão de mais qualidade com menor custo.
Não será adotadas em várias regiões do planeta, com certeza, mas servirá de “farol” com um modelo mais sofisticado de decidir. Assim, não preciso que todas as regiões adotem para evidenciar a nova Governança.
Pois temos uma possibilidade que antes, pelo Ambiente Cognitivo, disponível não havia.
Essa possibilidade, não o uso, caracteriza a Governança.
É isso, que dizes?
maio 12th, 2014 by Carlos Nepomuceno
A Revolução Cognitiva do Papel Impresso teve a seguinte divisão:
O Século XX já é marcado por um século separado, no qual há um resgate da oralidade, pré-escrita impressa com o retorno centralizado da oralidade. É um século do resgate do discurso mais centralizador, que nos traz para a atual crise.
Por isso, podemos comparar esse período com a Idade Média, pois há um forte retorno à concentração de ideias e, por consequência, de poder.
É isso, que dizes?
maio 10th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Podemos dizer que o ambiente digital conclui um longo ciclo da espécie humana iniciado pela escrita há 10 mil anos.
Que nos legou o monoteísmo e, por sua vez, o modelo de governança vertical atual.
O novo ciclo se inicia com a tentativa de recriar o modelo das formigas com lideranças móveis.
A passagem vai ser dolorosa, pois se assemelha a das tribos que não falavam para aquelas que passaram a falar.
As trocas voluntárias e involuntárias na rede inauguram uma nova forma de linguagem humana mais compatível com o atual tamanho da espécie.
maio 9th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Complementando o post anterior, estou tentando traçar perfis de inovação.
Trabalhei lá na relação esforço de energia e resposta.
Agora, temos, independente se a pessoa é portador de pró-atividade, reatividade ou inatividade, temos outro definidor, que é algo mais do histórico do temperamento.
E acho que podemos dividir grosso modo em dois:
Uma equipe de inovação sem estes três perfis tende a ter problemas, pois pode ir para onde não deve, fazer algo que não deve ser feito ou fazer algo sem saber por que está fazendo.
Há, claro, linhas cinzentas e detalhamento para cima e para baixo de cada um destes perfis. Abaixo do metodológico tem mais gente, mas vou pensar mais.
É isso, que dizes?
maio 9th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vamos arriscar a traçar alguns perfis dentro de um projeto de inovação.
Começo pela figura abaixo:
Note que não falo de pró-ativo, nem de reativo ou inativo, pois o ser humano não pode ser chamado assim, como uma pedra, ou algo que não muda em contextos.
Vivemos em diferentes momentos e o que pode despertar a pró-atividade em um, pode não ser para o outro.
Mas podemos dizer que há pessoas que portam mais pró-atividade de maneira geral para mais coisas e outras são mais seletivos ou quase nunca portam a pró-atividade, tendendo mais a reatividade ou mesmo a inatividade.
Assim, o que vai medir é o histórico, que pode conter surpresas, pois para uma determinada coisa uma pessoa que sempre trabalha na inatividade aposta na pró-atividade.
Todo cuidado é pouco!
Assim, quando lidamos com um projeto de inovação, vamos enfrentar essas pré-disposições e para cada um deles temos um esforço de energia para que a pessoa se envolva no projeto.
E isso vai variar, conforme cada caso.
Talvez o gráfico provoque um estranhamento ao se falar de inatividade. É comum trabalhar apenas com dois perfis pró-atividade e reatividade, mas percebi que a reatividade é alguém que reage a uma energia e tem gente que é quase sempre portador da inatividade, que é algo mais sério, pois demanda um esforço de energia muito maior, às vezes até inútil.
Fora isso, temos algo mais interessante no gráfico abaixo:
Muita gente vai estranhar principalmente o último ponto. Pode uma pessoa que geralmente porta a inatividade ser um multiplicador?
Pode.
Ele defende a inatividade como uma bandeira.
É alguém que tracei o perfil aqui no Ceticismo Tóxico.
É uma pessoa que dificilmente tem pró-atividade e que faz da inatividade uma bandeira, aparentemente com uma capa de pró-atividade, mas é algo interessante, pois se torna um ativista da inatividade.
Um projeto de inovação deve contar no seu início com pessoas que tenham facilidade de exercer a pró-atividade, com pouca gente que pratique costumeiramente a reatividade e pouca, ou quase ninguém da inatividade.
Se vier alguém portador de inatividade, que seja, pelo menos, seguidor e não multiplicador, pois um defensor da não-ação para um grupo que quer mudar é um complicador e tanto, que vai exigir um esforço de energia muito maior, em um momento inicial e crítico.
Saber identificar estas camadas é importante para saber mais ou menos com quem estamos lidando e o que pode ser feito para lidar com cada um dos diferentes cenários.
É isso, que dizes?
maio 9th, 2014 by Carlos Nepomuceno
O significado individual, aquilo que só nós podemos dar ao mundo, é o que nos acalma e tranquiliza, pois é a única forma, a meu ver, de acordar na segunda-feira com vontade de sair para a rua e chegar na sexta sem a vontade de encher a cara.
O que queremos como humanos?
Eu diria que um pouco de tudo isso, conforme o contexto, salpicando principalmente com Frankl, que afirmava que tudo isso acima se equilibra quando temos um significado.
E acredito que vivemos um pêndulo entre nossa capacidade de precisar do reconhecimento externo e convivermos com o nosso auto-reconhecimento.
Quando não temos significado individual, algo que abrimos espaço dentro de nós para conhecer, tentar, reinventar, reconhecer, retentar e reinventar, até a lápide, ficamos a mercê do olhar do outro.
Quanto mais precisarmos do olhar do outro para existir, sempre necessário, mais seremos co-dependentes dos contextos e do humor daquele que nos aprova.
E tendemos a procurar aquilo que não encontramos em nós: o prazer, o poder, o amor e complementaria a fama e o dinheiro pelo dinheiro.
O significado individual, aquilo que só nós podemos dar ao mundo, é o que nos acalma e tranquiliza, pois é a única forma, a meu ver, de acordar na segunda-feira com vontade de sair para a rua e chegar na sexta sem a vontade de encher a cara.
Quanto mais percebemos que estamos, independente das convenções e das patotas, colaborando com algo, que só nós podemos dar ao mundo, um sentimento de serenidade toma conta e menos nos importamos com o olhar alheio.
E vice-versa.
A vacina contra a carência é, a meu ver, o significado, que recoloca a busca pelo prazer, fama, dinheiro, amor, poder, que fazem parte da nossa vida em sociedade, no seu devido lugar.
É isso, que dizes?
maio 9th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Não é possível mais que as organizações se comuniquem com a sociedade apenas usando a escrita e a voz, através de perguntas e respostas, nos ineficientes call-centers, que não param de crescer, mas não dão conta do que se REALMENTE quer, irritando cada vez mais a sociedade.
Este artigo apresenta bem os sintomas, sem apontar suas causas mais profundas.
Vamos destacar o seguinte ponto no subtítulo: falta de comunicação entre o povo e o governo.
O artigo fala no Brasil e isso é um erro, pois a crise da representação é mundial, vide os protestos tanto em países com a democracia mais antiga (Estados Unidos) e os que ainda nem a conquistaram (Países Árabes).
O problema é que a comunicação é regida por tecnologias.
Para evoluirmos, desenvolvemos a linguagem que é uma tecnologia, que precisa ser aprendida por cada bebê que nasce.
Assim, nossa sociedade sempre vai esbarrar nos limites tecnológicos para praticar a comunicação, além de tantos outros de ordem social, política e econômica. Principalmente, quando tivermos grandes picos de aumento populacional. Qualquer estudante do futuro ao olhar para nossa época vai analisar, sem grandes questionamentos, que qualquer espécie animal que salta de 1 bilhão em 1800, (quando inventamos a atual democracia)para 7 bilhões irá esbarrar em uma crise de comunicação por falta de meios para que mais gente consiga se expressar.
Não parece evidente isso?
Ou seja, muito mais gente quer falar e temos muito menos ouvidos para escutar e agir, ponderando estes desejos.
Mas como estamos no meio do furacão, intoxicados pela ciência social de baixa qualidade principalmente do último século, não conseguimos enxergar o óbvio ululante: não temos tecnologia de comunicação eficaz entre as organizações (todas elas) e a sociedade.
Isso não é novidade, a crise é antiga, mas vem sendo empurrada com a barriga.
A grande diferença do novo século é que, com ele, surgiram novas Tecnologias Cognitivas, a partir de 2004, que massificaram a possibilidade de muito mais gente ter o ser próprio canal. E isso é o início de uma nova era, com a qual construímos uma nova Governança da Espécie, pois temos uma nova forma de nos comunicarmos e, portanto, tomar decisões.
O que nos leva a um beco sem saída e a entrada de um túnel:
Não é mais possível que as organizações se comuniquem com a sociedade apenas usando a escrita e a voz, através de perguntas e respostas, nos ineficientes call-centers, que não param de crescer, mas não dão conta do que se REALMENTE quer, irritando cada vez mais a sociedade.
A nova comunicação digital será a base para que as reformas das organizações sejam feitas, estabelecendo uma nova forma de diálogo com a sociedade, permitindo, via algoritmos que mais gente possa decidir mais coisas, apontando os primeiros passos para uma nascente República Digital e um novo Capitalismo Digital (Colaboracionismo?), baseados fortemente em Algoritmos Colaborativos.
Não é algo pronto, estamos ainda na era primitiva dessa nova etapa, mas não há saída, como não houve quando chegamos a casa do 1 bilhão de habitantes e estruturamos toda a sociedade no ambiente mais sofisticado do papel impresso, criando a republica e o capitalismo, que vieram decretar o fim de uma sociedade baseada nas gigantescas sombras do mundo oral.
A crise é de comunicação, sem dúvida, mas saída, mais uma vez (como sempre foi no passado) é inicialmente tecnológica. Faltam (por enquanto) líderes que entendam o momento histórico que estamos passando e queiram REALMENTE apostar na descentralização do atual poder, através do uso intenso de uma forma mais sofisticada da sociedade poder expressar seus sofrimentos.
É isso, que dizes?
maio 8th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Vou estar ministrando duas aulas no curso Aperfeiçoamento Big Data Estratégico Web Intelligence e Analítica de Dados do Crie/UFRJ.
Segue abaixo a ementa das aulas:
Módulo 01 – Governança da Espécie 3.0: visão teórica:
Módulo 02 – Governança da Espécie 3.0: visão metodológica:
Palavras-chaves: BigData, Plataformas Digitais Colaborativas, Governança Digital, Governança da Espécie, Revolução Cognitiva, Laboratório de Migração, Governança Oral-Escrita-Eletrônica.
Literatura de apoio:
maio 8th, 2014 by Carlos Nepomuceno
Podemos dizer que a comunicação algorítmica colaborativa é a grande novidade da chegada da Internet.
Note que:
Após 2004 com a banda larga, começamos a ter uma passagem radical das ações humanas para operações, através das telas, passíveis de rastreamento. Isso se dá tanto em relação ao consumo de informações, como de produtos e serviços.
Foram criadas as primeiras Plataformas Digitais Colaborativas Digitais, em que se começou a usar os algoritmos para gerenciar a colaboração tanto voluntária como involuntária. Salvo engano, a primeira foi o SlashDot, do qual a Bia Martins fez uma tese de mestrado.
Podemos, assim, que houve, a partir de 2004, uma explosão de dados involuntários que estão sendo deixados nos bancos de dado, pois há um radical aumento do uso da Internet e uma atividade cada vez maior de produção e consumo, via rede.
Isso tem um boom.
Além disso, aumenta-se radicalmente a possibilidade de se deixar conteúdos de forma voluntária, desde a inclusão de registros próprios (textos, imagens paradas ou em movimento e sons) diretos ou avaliações em registros de terceiros seja por textos (comentários) ou ícones (estrelas, curtir, não curtir). Começa-se a experimentar algo novo: a colaboração de massa, ou de muitos para muitos.
Quando falamos, portanto, na grade guinada e na novidade da nova Governança Digital estamos falando da explosão de:
Isso é o que é feito e é armazenado como possibilidade de tratamento.
Pode ser feita ou não.
Quando cria-se uma Plataforma Digital Colaborativa que permite trabalhar em cima desses dados e gera-se resultados para os usuários e gestores da plataforma, estamos processando esses registros voluntários e involuntários para gerar relevância e valor.
Isso só é possível de ser feito por algoritmos.
Essa comunicação que passa a existir, mediada pelos algoritmos, é o que podemos chamar de comunicação algorítmica colaborativa, formada por rastros voluntários e involuntários.
Note, assim, que só é possível de ser feita dentro de plataformas, que tenham algoritmos e que criem esse modelo próximo das formigas.
Não é, assim, formada por partes isoladas, mas só é possível quando se tem um todo integrado, na qual os registros são armazenados e processados por algoritmos, criando um ambiente que permite que a nova comunicação ocorra.
É isso, que dizes?