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Não sei se isso serve para todo mundo, mas a mim tem servido.

Fiquei traumatizado, por exemplo, quando fui a um encontro de novos estudantes e nenhum deles conseguiu formular nenhum tipo de pensamento autoral. Isso é um crime que o Brasil tem cometido com seus estudantes. Somos repetidores e não criadores de teorias!

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  • A primeira coisa que alguém dizia era: baseado em tal autor, e tal e qual.
  • Ou seja, não se estava ali pensando, mas reproduzindo algo de alguém.
  • Faltava voz própria.

Fiz um desenho abaixo para orientar em outra direção:

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Começamos por definir um problema (Ciência da Sobrevivência) ou fenômeno (Ciência da Curiosidade) e isso faz de nós um pesquisador daquele tópico escolhido. Fazer ciência, como tudo na vida, é uma relação de sim e não, escolho algo e abro mão de algo;

  1. Defino uma hipótese beta, por mais tosca que possa parecer, pois eu tenho uma base. O que eu pensaria sobre aquele assunto com a minha própria cabeça? O que eu concluiria e o que eu faria sobre aquele tema em caso de problema? Ou como vejo aquilo em caso de fenômeno?
  2. Sugiro registrar isso em algum lugar, pois esse é o ponto de partida. Um blog é ótimo para isso;
  3. Só então eu vou atrás de contato e conversas para saber como os outros pensaram sobre aquele ponto de vista. Aí temos duas pessoas pensando sobre o mesmo problema ou fenômeno e você vai comparar o que pensou com outra abordagem. Note que isso fará de você um parceiro e não um escravo do pensamento do outro;
  4. Há nesse confronto uma necessária revisão do que foi visto e isso faz com que tenhamos que rever o texto original, incorporando novas ideias. Você sai do Beta 01 e vai para o Beta 02, mas começa a ter uma percepção da sua percepção sobre aquele problema.

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Note que esse tipo de exercício fará com que você passe a ter um prática pessoal de reflexão que versionará a sua percepção sobre aquele tópico. 

E outros reforçam ou até mostram que são mais simplórios do que o que você chegou. Esse exercício é, na minha opinião, o que vai formar teóricos criativos e autorais.

O receio de falar besteira, de ser criticado, de gente falar que você não leu fulano e beltrano faz parte do jogo, mas você está aprendendo no confronto de ideias. Uma pessoa que tem uma hipótese e é criticado, tem algo a ganhar. Quem não tem nada a apresentar, não ganha nada!

Há algo que eu vou chamar de capacidade de absorção de novas ideias, da etapa do confronto.

Você vai abrir a sua “comporta” quando começar a se sentir incapaz de ir adiante.

Enquanto isso vai aprimorando a maneira que está pensando.

Tal prática vai formando um estofo de pensamento que vale mais do que mil leituras sem estofo. Muitas vezes me deparo com ideias que tive em outros autores e vejo que não penso tão mal assim e sigo em frente!

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Isso vai te dar um parâmetro muito bom, pois quando estiver diante de uma mente brilhante, de ideias interessantes vai passar a admirá-la e dizer: “cara, como não pensei isso antes?”. E isso vai balizar os autores que devemos nos dedicar mais e aqueles que devemos passar batido.

E você começará a entra no jogo maravilhoso da ciência com sua cabecinha que tua mamãe te deu.

É isso, que dizes?

2 Responses to “Criando teoria com a própria cabeça”

  1. Cibele disse:

    Muito bom!! Obrigada pelo incentivo!!!

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