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O professor é incentivado a tornar-se um animador de inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos – Pierre Lévyda minha coleção de frases;

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Bom, estivemos na sexta e sábado passado reunidos.

Tivemos uma relação ótima, a turma está empolgada, afinada, articulada, o que facilita muito o trabalho do coordenador que chega.

Algumas questões que estavam na cabeça deles, que mais adiante vou tentar desenvolver no blog:

  • O que é afinal é o conhecimento, a gestão do dito cujo?
  • Como se faz a passagem do mundo 1.0 para o 2.0?
  • E qual é o nosso papel nesse processo?

Bom, vejam os resultados da produção coletiva.

O que é Internet:

Rede digital de comunicacao global – sem limites – que propicia atraves de interfaces diversas a interligação e-ou interação de pessoas, a troca de ideias, transações, dados, informações, o entretenimento e a geracao de conhecimento de forma colaborativa tambem em tempo real. Promove ainda uma quebra de paradigma com o modelo anterior de comunicação de um para muitos, permitindo a interação de muitos para muitos e integrando tambem os demais meios de comunicação.

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O que é conhecimento:

O conhecimento é um processo cognitivo, que por meio da informação processada continuamente pelo indivíduo ou coletividade possibilita a compreensão e geração de idéias e/ou ações em um movimento dinâmico e transitório de assimilação e atribuição de sentido e de soluções para a melhoria da produção e garantia da sobrevivência da sociedade.

Dica de livros e links que rolaram em sala de aula:

  • Quem está no comando – Ori Brafman;

Analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas. Que fala das redes x centralizacao, Maias, Astecas e Apaches.

O círculo vicioso não chega a colocar mentiras; simplesmente coloca nada Gustavo Bernardo, da minha coleção de frases;

A Internet aliena?

Os tecnofóbicos dirão que sim.

Os tecnotimistas, que não.

Mas ambos têm razão, pois qualquer mídia, como a vida, é um espaço de relação, que se estabelece a cada dia.

Tanto pode, quanto não pode, depende.

Por si só, não depende da mídia em si, mas do auto-conhecimento de cada um e da relação que estabelece com o lado exterior.

Podemos nos alienar de nós, dos outros, do mundo, hoje.

E nos conscientizar, de novo, amanhã.

É um ciclo.

Não existe o conscientizado nem o alienado, mas um pêndulo.

Claro, que a prática da conscientização, cria um passado conscientizador, ferramentas e mecanismos, que nos impedem de cair na casca de banana da alienação, mas a casca está sempre lá, pedindo pisada, dentro de nós.

Podemos ver televisão, ou ler romances, um fim de semana inteiro.

Esquecer que o sol brilha lá fora.

Independe da mídia.

Cada meio, assim, tem o seu quê de alienante, basta o usuário estar mordido pela compulsão.

E querer transformar alhos em bugalhos.

O que pode ser remédio em veneno, ou vice-versa, como dizia Lévy.

Hoje, vejo muita gente defendendo o uso da Internet de forma tão radical, tão compulsiva.

Twittando que nem um animal no cio, deixando a ansiedade levá-lo para passear e não levando-a para fazer xixi.

Tá tudo dominado!

Ou seja, nem o rádio, nem a tevê, os livros, ou a web são alienantes ou conscientizadoras, depende do uso que fazemos dela.

E aí depedende da sabedoria de cada um de se auto-conhecer, principalmente, nos proteger daqueles gatilhos que nos despertam a vontade de ligar o piloto automático e sair por aí como autômatos.

Que dizes?

Cada um vive no seu aquário de conhecimento particular, dentro de outro maior de toda a humanidade. E, do lado de fora, o desconhecido, que muitos chamam de Deus – Nepô – da minha coleção de frases;

Bom, o que rolou ontem?

Tivemos um papo sobre religião, espiritualidade.

Maluquice?

Não, motivados, talvez, pelo post sobre Destino, fomos em frente.

Para mim, ficou claro que temos procuramos um mundo mais “espiritualizado” (que seria mais humano e com mais auto-conhecimento de cada um) para:

  • – Viver melhor;
  • – Ter conforto nas horas difíceis;
  • – Busca do desconhecido;
  • – Não violência;
  • – Ética;
  • – E abertura para algo não tão racional.

O difícil é conseguir viver isso sem nos fechar ou dogmatizar em nenhuma religião, que, de alguma forma, podem amarrar nossa capacidade de sempre procurar pensar fora da caixa.

Eis o desafio, que o livro Presença, de certa forma procura alcançar.

Notem que não falam em Deus em nenhum momento.

Depois, consolidamos o modelo da semana passada, já que pouca gente foi, devido à chuva.

E evoluímos no modelo, motivos pelas inquietações do Rodrigo, para como o nosso núcleo de consumo influencia a sociedade.

Pois bem, chegamos a esse desenho:

poder

A= relação de consumo, que pode ser visto no modelo anterior, sendo a bola laranja todo o processo;

B = a estrutura de poder na sociedade, representada no azul, na qual tenta se manter estável para se manter “A” rodando;

C= o setor produtivo interessado no “modus operandi” que continue eternamente me favorecendo;

D= o setor de comunicação preponderante, sendo dominado pelo setor produtivo, para manter a ideologia da sociedade sobre controle.

O que ocorre com a chegada na Internet é que “D” (nova mídia), abre espaço para novas ideias, para as quais “C” (o setor produtivo) não tem controle.

Esse fato não só ocorre em função da nova mídia em si, que recebe uma massiva adesão, devido às  latências, como vimos no modelo anterior, fruto do aumento populacional, que nos leva para um crise de inovação produtiva.

Começamos a trabalhar depois sobre o que virá depois desse capitalismo.

É uma ruptura grande? Sim.

Pode vir outra sistema econômico, político e social? Provavelmente sim.

O que virá?

É o tema dos próximos capítulos. 😉

O livro que eu citei que reforça nosso modelo:

Quente, Plano E Lotado

Que dizem?

Em homenagem a quem acredita em destino, uma imagem:

..abra para saber qual é o seu…

Quem mandou?

Um náufrago da Ciência?

Ou Deus?

Diz.

PS 1 – Cuidado: o capitalismo 2.0 não será para todos!

A grande maioria das pessoas acredita no sobrenatural por não aceitar que a morte possa ser o fim definitivo da vida – Marcelo Gleiser – da minha coleção de frases;

Fui ver o filme.

Meus filhos ficaram impactados?

“Existe, então, vida depois da morte?”.

Já que um ateu acaba por ler uma carta escrita pelo filho morto e acredita?

E ainda uma alma pode testemunhar num tribunal brasileiro.

E até o juiz diz que sim, pode?

E escreve-se poemas em nome dos mortos?

E lá vamos nós caindo pelo caminho mais fácil da fé cega, faca não amolada.

Acredito que há três possibilidades para explicar o fenômeno Chico Xavier:

  • a) uma fraude (pouco provável);
  • b) uma pessoa com poderes cognitivos ainda não estudados (mais provável) – vejam algo na linha (A cientista que curou seu próprio cérebro)
  • c) um “canal de tevê psicografante”  entre os mortos e vivos (pouco provável).

Como na vida acreditamos naquilo que queremos ou precisamos acreditar, nada mais fácil do que ter alguém que nos diga que depois de tudo há outra vida.

Dá conforto!

Bonita, bela em um paraíso, como será, já vi o trailer, o novo filme da saga: “Chico Xavier – parte II – o paraíso”.

Vamos todos, ou alguns, para um lugar lindo, colorido, todos vestidos de batas brancas.

Aqui, cabe apenas rezar e esperar.

É o que dá a entender o trailer.

Não percam!

Tudo o que o nosso país não precisa é de mais gente acreditando em forças sobrenaturais, quando tudo precisa ser mudado, pelas forças humanas, que ficam aí rezando, ao invés de se mexer.

Claro que não podemos generalizar.

Há gente que procura a espiritualidade – conexão com os demais – gente, natureza bicho – e continua a acreditar no seu livre arbítrio e sua capacidade de pensar e questionar.

E mudar o mundo.

Mas pergunta-se, é a maioria ou a minoria, nesse país.

Cadê a Ciência e o jornalismo – digamos – sério e comprometidos para debater, aprofundar o filme Chico Xavier?

Não existe debate sobre o tema?

Os dois se rendem a fé para não tocar na intocável questão “Religião”.

Deixa eles lá, têm o direito da fé.

É isso?

Mas essa fé cega é justamente a faca amolada quando chove e ninguém toma providências ou reivindica.

Me digam: qual é a relação entre a situação nacional de descaso e nossa fé exacerbada?

Existem alguma? Ou é uma viagem?

Não há uma relação dessa omissão dos cientistas e dos canais de comunicação, quando deixam sem questionar que filmes, programas de tevê possam, de forma acintosa, manipular as pessoas? Ou não trazem à discussão à luz?

Para que serve, afinal, a ciência e os meios de comunicação de massa?

Quando haverá um acompanhamento dos canais religiosos na tevê, que “vendem” o tempo todo propaganda enganosa, sem nenhum tipo de Conar para dar em cima?

Gente que doa o que não pode para não sair andando na sua cadeira de rodas.

Os mesmos que são contra as pesquisas com as células troncos, que ajudariam, talvez, aos mesmos a sair daquela situação de forma verdadeira!!!

Não vi, me enviem que viu, reportagens sérias que nos digam sobre o filme?

  • Houve estudos científicos sobre o caso Chico Xavier?
  • Ninguém nesse Brasil enorme parou para estudá-lo?
  • Quantas cartas ” psicogradas”  realmente podem ser levadas a sério?
  • Sempre eram escritos com um parente perto, podendo ter algum tipo de conexão cerebral?
  • Caso não, que diagnóstico fizeram do fenômeno?
  • E se nunca foi estudado por que? Não é um fato relevante?
  • Será que a Ciência e o jornalismo, não o sensacionalista, não está interessado em tal fenômeno de massa?
  • O julgamento foi questionado pelo promotor?
  • Ou o promotor também aceitou a testemunha do além?

(Imagina o precedente que isso não abre!!!)

Há indícios, claros, que propagamos ondas do cérebro sem saber, tal como:

Cientistas criam chip telepático para controlar televisão

Se há energia que pode ser captada por uma máquina, por que não por outra pessoa, mais receptiva, com um cérebro diferente?

Ou seja, é a Religião totalmente livre para inventar o que quiser, andando na sombra da Ciência, que prefere estudar coisas “mais” relevantes, pois deixa o povo lá com suas crendices?

Chapados à procura de conforto para uma vida aparentemente imutável, por obra divina?

Mas é este mesmo povo – crente – que embarcou, embarca e embarcará em qualquer aventura, desde que acredite que alguém representa Deus na Terra?

Não são os mesmos que em outros países explodem prédios em nome da fé?

Se existe vida depois da morte, tanto pode ser para o bem – caso do Chico, como para o mal – caso do Bin Landen e turminha.

É uma questão de interpretação das leis divinas, cada um faz a sua!

Se um espírito mandar matar, se mata?

É a nossa velha e encastelada Ciência dogamática, que não tem interesse em fenômenos que podem ajudar, inclusive, às pessoas a evoluírem nas capacidade cognitivas não ortodoxas.

Cadê o estudo dos casos paranormais? (até para balizar os mais conscientes?).

É fundamental algo assim para ir desmistificando certos fenômenos.

Quem quiser acreditar depois disso, tudo certo.

Ninguém é contra a liberdade da fé, mas contra a falta de estudo de fatos sociais, com repercussão para toda a sociedade.

Aparentemente, parece difícil se dizer espiritual, querer levar a não violência ao mundo, ser ético, mas sem deixar de ser cético.

É uma estrada estreita, mas possível.

Qual o preço cognitivo que pagamos pelo conforto da fé?

Me diga.

O filme, a meu ver, como tantas outras coisas que estimulam a submissão e o mito dos “homens enviados de Deus” (como é, por exemplo, Lula, o filho do Brasil), se encaixam e reforçam o Brasil 1.0.

Relaxa,  Deus há de ajudar.

Será?

Pergunta-se ainda:

Quando vamos enfrentar de frente a demagogia televisiva, tanto do pastor que diz que Jesus está do seu lado, pedindo seu dinheiro e do político que não tira ninguém da área de risco da favela, pois, afinal, Deus protege e não chegou a hora deles?

Até que vem um Morro do Bumba e tome vela!

Ao invés, de prevenção, política habitacional, satélites, Google Maps, temos a força da Bíblia!

Enquanto não somarmos 2 mais 2 de forma mais madura, ficaremos aí nesse país de faz de contas, já que quem deveria trazer razão à escuridão se omite.

Ou como diz Caetano:

Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos…

Que dizes?

PS – recomendo o livro: “Deus, um delírio“, que defende uma lógica cortante de como a religião, enquanto dogma, e estimuladora do não questionamento permanente, faz mal à sociedade, que precisa tanto assumir a sua vida.


We only know what we can measure; all scientific knowledge we have about the natural world depends on our observation instruments – Marcelo Gleiser – from my phrase collection in Portuguese


Whoever wants to study the planets must have a telescope; the cells, a microscope. Indeed, the more potent, the better.

What about society? The Internet? Social networks?

A new theory is required, which is nothing more than defining the influential actors and their specific weight in altering the process under analysis.

Thus, if we manage to define:

  • 1 – Who are the actors and how they pressure the system.

  • 2 – What are the factors and how each of them exercises pressure on the process.

  • 3 – Thus, we can define what kind of changes have occurred, are happening, and will likely happen in the future.

  • 4 – Then, this will help us to devise strategies.

  • 5 – And will decrease the risks of shooting in the dark.


In my opinion, when we analyze the Internet we can start tracking down a systemic DNA. I’ve tried to develop this concept here in my blog, based on all inputs I’ve received in my classes, talks, consulting work, readings, discussions at bar tables, and posted comments.

So far, I believe we can outline, as an experimental theory 1.0, the following agents and relations amongst them:

  • 1- Population growth is the starting point of the system, generating increased demand for products and services in society. It’s a starting point because it’s not possible to change this reality by killing people, exterminating peoples, no matter how many attempts to do that have been made. Thus, it’s an unavoidable fact, with a constant increase, ever greater and invisible. The system as a whole has to adapt to this situation because it’s the only factor that cannot presently be changed. Although family planning could be tried, it yields results only in the future.

  • 2- Based on the population growth, public and private productive sectors are established and organized to meet those demands.

  • 3- This productive sector struggles, strives, influences, buys, bribes, and launches coups to set up the market rules. Through the interplay of interests, pressures, and relationships of forces, it establishes monopolies, competition, taxes, and consumer relations, as well as supporting institutions (police, courts, schools, Congress, etc.) to ensure those market rules.

  • 4- In the process, a prevailing ideology is established – a set of premises and ideas that become hegemonic in society – to justify and corroborate the way in which the relation between demand and supply is taking place.

  • 5- As a precondition for this model to be accepted, the main communication media are dominated or heavily influenced to keep the “issues” raised by meeting those new demands within reasonable pressure levels and without big crises, as well as the established model of society as a whole. The media is thus used as a large-scale diffusion channel (repeating the prevailing ideology) to keep the “circus” functioning.

It’s within this delicate balance that we build the modus operandi of any society. Different actors are at work in this process.

These combined factors lead us to systemic social balances and imbalances.

Altering any one of those factors in large proportion generates an overall change in the environment, pushing forward changes in other agents and in the environment as a whole, bringing about subtle or radical adjustments.

From this perspective, we are the civilization formed by the radical crisis of population growth in the Middle Ages.

Then, a miserable population had to face:

  • 1- Population growth and the beginning of urban concentration.

  • 2- Need for new productive models because existing ones were tightly controlled by the Church and nobility.

  • 3- Thus, need for changing the rules of the game, which didn’t allow for new actors to join in and work.

  • 4 – Change in the prevailing ideology, which ran for example against the concepts of profit and private enterprise, both vital for the new productive environment.

  • 5-The strong domination of the information and communication media, through lack of access to libraries (see movies The Name of the Rose and Luther), with all cultivated writings in Latin and the impossibility of circulating new ideas through expensive and hard-to-handle manuscripts. All this domination occurred within an oral model, mainly through preachers in the Mass.

Such a situation generates a crisis of productive innovation.


Larger population, larger demands, need for new productive models that require dynamism, a new environment to create products and services.

In other words, the whole system is pressured to undergo overall changes in order to attain productive innovation.

It’s worth noting that the first step out of the impasse was the appearance of a new medium: the printed book.

A fact like this happens spontaneously, without any planning, and even the main thinkers of that epoch didn’t perceive its dimension, its importance to solve an also invisible crisis. This crisis occurred in the internal latency of each person, without any means or channels to express oneself, except through isolated rebellions, which didn’t lead by themselves to a revolution with the aim of shaping a new model.

Thus, without any articulation or political maneuvering (just like with the Internet) the book was introduced into that system marked by routine and inefficiency, incapable of dealing with the new challenges. This resulted in the circulation of new ideas, without authorization or control by the prevailing power, through what I called a social oxygenation media.

(From 1450 to 1500, 13 million printed books circulated in Europe, with over 27,000 titles, a true explosion of ideas and information for those times.)


Basically, this media enabled the emergence of new leaders, voices, ideas. They began to identify the problems and suggest practical and conceptual reforms of the environment as a whole.

From that point on, change in society is a matter of time and method of mobilization, using the new media and generating counter-information to revise society as a whole.

In that moment, there is an alternative to solve the Middle Ages crisis of productive innovation:

  • 1- The population continues to grow.

  • 2- The new productive sectors (bourgeoisie), based on the printed book, circulate pamphlets and booklets, and start revolutions aimed at changing the rules of the game.

  • 3- They create a new type of state with freedom to do business, based on the Parliament and the Republic.

  • 4- They establish a new ideology, free from a God who would not allow profits.

  • 5- A new hegemony is structured around the new communication media, starting with newspapers and later radio and television. Throughout the last 550 years, these media have enabled economic, political, and social revolutions. Profits have become the heart of the incentives that stimulate ongoing innovation and meet increasing demands, required by population growth.

After those 550 years, we arrived in 2010.


Today, with the world population duplicating every 50 years, we are experiencing a new crisis of productive innovation, similar to the pre-capitalist one.

Despite having undergone rethinking processes, reengineering, computerization, and globalization, productive sectors have not changed the essence of their action.

The model is still strongly based on centralization, hierarchy, the concept of profits without ethic, lying above consumers’ interests (consumers are never right, despite the discourse to the contrary), and the environment is increasingly raped.

This model so far has been driven and sustained by a strong communication capacity, developed and honed during decades, and capable of great manipulation. It has managed to maintain the status quo almost untouched. However, the crisis was pushed onto an unsustainable level, aggravating the contradiction between the desires of new generations and what we have to offer.

(The latency regarding the new atmosphere could be measured by the adherence to the new media, music sharing on the net, collaborative software development, and many other initiatives. This is the first step.)

It’s a crisis of quality (people always want something better and different) and of quantity (increasing numbers of people to eat, dress, drink, etc.), with consequences for our survival, including new factors such as the planetary environmental degradation.

Thus, the Internet, likewise the printed book, emerged to solve this crisis of productive innovation and of the whole ideology that supported the previous model.

It came to introduce the Collaborative Digital Age, the same way we had the passage from the Middle Ages to the Media Age. It aimed to reformulate all society, based on new paradigms. From an ideological perspective, with its new leaders and entrepreneurs, who created the conditions for other practical changes in the system, as well as from a practical viewpoint, with new business environments that went beyond models.

Today, the concept of profit, intellectual property, development without sustainability, lack of respect for internal collaborators, organizational models of the state and political life are all called into question. There is the same latency that starts to have new channels of expression and later will have projects and methods to change into a new environment.

Perhaps the agenda will be the same as put forward by the historical critics of capitalism. However, now we have an environment for sharing of ideas which doesn’t allow any longer the propagation of the prevailing ideology through media domination. Likewise, the productive sector cannot meet – as happened in pre-capitalist times – the latency of a population increasingly undergoing change and differentiation.

We are experiencing today a crisis similar to the one that originated capitalism!

Again, the world is undergoing a great civilizational revision.

For the first time, this new media creates the possibility of collective collaboration at a distance by people who know each other and people who have never met each other. This is a factor driving innovation forward and pointing to a solution to overcome the current crisis of productive models.

This new option cannot be disregarded, but it does exact a high cost in terms of revising basic concepts on the part of those who benefit from the prevailing power structure.

Innovation is wanted, but the alternative requires sharing or changing power rules. This is the conundrum of world 1.0 versus world 2.0!

The printed book popularized writing for the first time in history.

(Actually, the printed book was Writing 2.0.)

It made it possible to share ideas at a distance to overcome a production crisis.

The Internet arrived to create the collaboration of many-to-many and overcome a similar crisis in another moment in history.

By ending media control in the current fashion – as happened in the Middle Ages – the game is restarted. This makes it possible for new leaders to have a voice and suggest projects for the new world.

This is a civilizational change, initiated with a new media, to solve a systemic crisis. This crisis will be resolved through the sharing of ideas and collective acceptance of a new social model based on collaboration. The previous civilization based on a unidirectional structure will be left behind.

A sign of “vacancy” is put up for heading civilization.

We expect the emergence of a new ruling class with new collaborative concepts, in the style of Google and Amazon. It will show the way out of the crisis and charge for the new rules of the game, applying pressure on the old structures to meet the new demands.

So, justice 2.0, government 2.0, Congress 2.0, school 2.0…with a revised concept of profit, with a more ethical commitment shared with consumers.

Clients will be more right than they are today!

We are leaving the civilization of one-to-many, which structured our current system and laid the foundation of capitalism.

And, we are entering the many-to-many system which will shape the new civilization.

Will this be a new capitalism?

Yes, most likely, and even more than that.

However, any prognosis now would be just prophecy.

It’s fairly likely that we are at the threshold of a new political, social, and economic system, based on a dynamism to solve the current crisis of productive innovation, and to make the world spin again. Of course, this will be different in each country, region, or social class, but it will make the world spin.

All this to ensure the livelihood of seven billion human beings on the planet, who do not cease to copulate and increase their numbers.

What do you say?

More Neposts in English.

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Twitter in Portuguese. Follow me.

Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

(This article in Portuguese.)

Só é ciência por fora, o que é lógica por dentro Francisco de Castro – da minha coleção.

Temos informação demais e lógica de menos.

Na verdade, precisamos conhecer para sobreviver.

E estamos, com certeza, consumindo mais coisas no mercado informacional do que o necessário.

E um dos motivos aparente me parecer ser a nossa formação escolar disfuncional.

Ou melhor, das disciplinas separadas, da falta de links entre química e educação fisica.

Da falta da história dos dramas humanos para a construção de cada fórmula matemática, que tinham um sentido, perdido para sempre na prova do dia seguinte.

Pegamos as coisas na escola como se fossem sopradas por Deus, prontas, para orar e rezar e não em processo.

Me alinho bem com José Manuel Moran, no artigo: “Um bom gestor muda a escola

“Uma escola que prepara os professores para um ensino focado na aprendizagem viva, criativa, experimentadora, presencial-virtual, com professores menos “falantes”, mais orientadores, ajudando a aprender fazendo; com menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa, experimentação, projetos; com professores que desenvolvem situações instigantes, desafios, solução de problemas, jogos.”

E a falta de algo assim na escola  nos leva a sermos consumidores estúpidos de informação.

Nessa linha, vou de Viviane Mosé, que diz no artigo “Dinheiro ou Coragem: o que falta na educação?

“Não se trata mais de melhorar as escolas, de aperfeiçoá-las, o que precisamos é ter coragem de assumir que a estrutura educacional que temos não atende a ninguém, nem aos alunos, nem aos professores, nem às famílias, nem à cidade, muito menos ao mercado. Então é urgente reinventar nosso sistema escolar, reconstruí-lo a partir de novos paradigmas. Não adianta “melhorar” instalações físicas de escolas que mais parecem prisões, sem repensar este modelo arquitetônico disciplinar. E de que adianta fazer graduação ou mestrado, se a Universidade é refém de um saber fragmentado, abstrato e distante da vida e da cidade?”

E ainda:

“Não há dúvida de que precisamos de investimentos, principalmente para oferecer um salário digno aos professores, mas nenhum investimento produzirá retornos efetivos se nossos conceitos sobre educação e gestão escolar permanecerem os mesmos“.

Sem fazer o circuito inverso, vamos suar a camisa, ter cãimbra, mas não vamos correr nem 200 metros na maratona que já temos pela frente.

Iremos mais e mais nos concentrar nas coisas de uma tal espírito, mas não no “espírito da coisa”.

Digo aos meus alunos que cada vez menos precisamos  de Pós ou MBAs práticos e cada vez mais estudos teóricos, filosóficos para sair da boiada, da caverna de platão, ou de Matrix, tudo a mesma coisa.

Pois para repetir e receber receita de bolo, já não é preciso de curso.

Basta um livro.

Um vídeo no Youtube.

O que falta é – para quem quer de fato inovar – empoderar as pontas.

Fazê-las pensar.

E fazê-las construir juntos.

E isso só ocorre com reflexão sobre a lógica dos processos.

E não sobre o resultado deles.

Olha lá isso, olha lá aquilo.

Precisamos de mais blogs do eu acho do que blogs do eu vi.

Tem gente retwittando vírus, nem abre, nem pisca, só passa – (Gil Giardelli no almoço semana passada.)

  • Mais de análise e menos de dados.
  • Mais reflexão e menos correria.
  • Mas sabedoria e menos conhecimento.
  • Mais do como e menos do quê.

Nos poupem de tanto lixo vazio e sem lógica!

Seja ecológico, só retuite sentido!

É preciso assim é entender o DNA das coisas, pois em qualquer processo, existe a semente da manga, a mangueira e a manga.

  • A semente da manga é a lógica da mangueira, o DNA da mesma. Plantada, vai, se estiver em dados condições, pé de manga;
  • A mangueira é a fonte das mangas;
  • E, por fim, a manga é o resultado final do processo do DNA que virou fonte e que virou manga.

Um pé de mangueira só da manga.

Hoje, estamos chupando manga, analisando detalhes da manga, ao invés de tentar entender os processos que nos levam, ou não nos levam, a chegar à manga.

O que nos daria liberdade de entender por que deu manga espada ou rosa.

Um exemplo ao se incentivar uma rede social qualquer.

  • Qual e a lógica de uma rede social?
  • Por que as pessoas entram em uma rede social?
  • Qual a necessidade que querem ver resolvida?
  • Como conseguem de forma melhor e mais rápida resolvê-la?
  • E como permanecem ali para resolver um novo problema, a partir dos primeiros resolvidos?
  • Existe uma rede social do lado de fora e outra do lado de dentro, ou é tudo a mesma coisa?

Veja o nosso esforço de procurar o DNA das coisas, no grupo de estudos Ruputura 2.0.

Se concentre nessas questões centrais, antes de sair por aí colocando placa de projeto 2.0 na porta!

Ou seja, tente não pensar na pseudo-manga, mas no processo.

E evite passar a vida estudando sementes de girasol, elas podem ser de laranja!

Aguardem.

PS – um livro que me parece útil na escola para envolver crianças com matemárica, por exemplo, é o “Livro dos Números“.

Veja o que diz um trecho da resenha do Valor.

A proposta de Bentley não é contar uma história linear. Ele procura resumir as descobertas a partir de como podem ser observadas em situações comuns da nossa vida. Imagine-se, por exemplo, no Museu do Louvre, diante da “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci. Você é capaz de enxergar em “La Gioconda” o número 1,6180339887498948482? Se você olhar para o seu iPod, vai ver o mesmo número ou até mesmo na torre CN, símbolo da cidade de Toronto no Canadá, na catedral de Notre Dame e no prédio da ONU em Nova York. Também conhecido por fi, esse número já foi considerado mágico e merece um dos capítulos do livro.” – retirada daqui (precisa de senha para ler a íntegra.).

Dificilmente, quem acredita em destino será capaz de mudar as coisas – Nepô – da minha coleção de frases;

Pergunte a seus clientes, amigos, alunos, colegas, pessoas que você tem que coo-vencer sobre o mundo 2.0 se eles acreditam em destino.

Geralmente, quem acredita em destino, acredita em alguma força superior e que seu tudo está traçado.

Gosto da frase do Gleiser, pois ela diz tudo:

A grande maioria das pessoas acredita no sobrenatural por não aceitar que a morte possa ser o fim definitivo da vida.

São geralmente pessoas que quando vêm um acidente, logo dizem:

Era a hora dele!

Todos se conformam e bola para frente.

É o conservadorismo em forma de filosofia.

Se fosse assim, por exemplo, a lei seca interromperia o “destino” de várias pessoas, pois salva 50 pessoas por dia no Rio de Janeiro.

Se o destino das pessoas era morrer bêbadas em um poste, como pode uma ação preventiva ter evitado?

Volto com o Gleiser, que anda sendo meu guru das últimas semanas:

Um mundo assimétrico é atemorizante, pois nos força a ser responsáveis pelos nossos atos;

Ou seja, não existe nada pior para a inovação e a mudança na fé cega do destino.

Prefiro acreditar que vivemos em um mundo de incertezas.

Viemos por sorte, de termos sido entre milhões de espermatozóides e centenas de óvulos de nossos pais, aqueles que vingaram.

E nesse mundo de acasos, podemos interferir sempre, para evitar que pessoas sofram acidentes desnecessários e criar produtos e serviços para melhorar a vida de alguém.

Procurando sempre reduzir os erros antigos e procurar erros novos.

Eis a missão de todo terapeuta, grupo de mútuo-ajuda, auto-conhecimento.

Estou lendo o livro Cisne Negro, indicado pela Lucília e pelo Leandro, no qual o autor diz que a sociedade levanta a bola dos heróis que salvam as pessoas de uma enchente.

Mas ninguém levanta a bolinha aqueles que trabalham na manutenção e prevenção de forma silenciosa para evitá-las.

Contra o destino, para o qual somos reativos, entra a proatividade.

Que é justamente a nossa interferência enquanto pessoas diferenciadas no mundo.

E não somos proativos, pois para que isso ocorra temos que assumir romper a programação que fizeram em nossa tenra placa mãe, uma codificação que nem sabemos e, ilusioramente, achamos que somos nós mesmos.

Para sair do destino, é preciso, portanto, sair da caixa, romper o ovo ideológico que nos colocaram.

E assumir que não há nenhum caminho, que não seja aquele que vamos abrir, por sermos seres únicos e insubstituíveis.

Os deuses do nosso caminho, apenas com as barreiras concretas da sociedade para irmos adiante.

Assim, quem acredita em destino, dificilmente inova.

Pelo contrário, muitas vezes, atrapalha.

Que dizes?

Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle –  George Buckey, presidente da 3M – da minha coleção de frases;

Não resta dúvida que precisamos ter um acordo sobre o que é publicado na Internet.

Quem publica algo na sociedade, se responsabiliza e pode ser punido.

Isso vale na rede, num bar, numa reunião de condomínio e na Web.

A questão é o como.

O debate com o Ministério da Justiça parece que foi aberto e democrático.

Cumpriu as seguintes etapas, segundo o Valor, que reproduzo aqui, devido à relevância do fato:

O processo de elaboração do marco regulatório da internet foi uma experiência nova adotada pelo governo brasileiro: discutir princípios antes de o Executivo apresentar um texto para consulta pública. “Nunca vi no mundo um processo parecido”, diz Ronaldo Lemos, especialista em Direito Digital da FGV-Rio, que participou dos debates iniciais.

O processo contou com mais de 800 sugestões e o site para comentários teve média de 1.500 visitantes por dia, num período de 45 dias em que esteve aberto.

O processo de avaliação das informações foi auxiliado por “hackers do bem”, o Transparência HackDay, que criaram um blog a partir das informações do Ministério da Justiça com um sistema interativo de compilação e busca das sugestões enviadas, auxiliando a interação entre os interessados no processo legal. O blog é o Observatório do Marco Civil. Pelo observatório, percebe-se que os temas mais polêmicos na consulta foram o acesso anônimo à internet, o direito à privacidade e a guarda de informação pelos provedores.

Segundo Guilherme Almeida, chefe de gabinete da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, a ideia foi estimular a sociedade a participar da sua formulação, até para dar mais representatividade ao texto a ser apresentado. “Quando o projeto chegar ao Congresso, ele terá uma qualidade e um refinamento superior à média.”

Agora, depois de a minuta ser colocada em consulta pública, ela poderá ser novamente criticada pela sociedade. “E sabemos que, no Congresso, a discussão será novamente aberta”, diz Almeida, que já tem data para comentar o marco regulatório em audiência pública na Câmara.

Segundo Almeida, voluntários já se apresentaram para traduzir o texto a ser debatido para o espanhol e o inglês. Isso servirá para estrangeiros também participarem de debate e para o modelo do marco brasileiro poder servir de exemplo para outros países.

Depois de definido o marco da internet, deverão entrar na pauta do governo ou de parlamentares normas para crimes cibernéticos, como fraudes bancárias, e outros temas específicos. Os avanços tecnológicos da internet são muitos e muito rápidos, portanto a regulação sempre vai ter de correr atrás disso, mas o marco legal já dá parâmetros para futuros aperfeiçoamentos, diz Renato Opice Blum, advogado especializado em temas eletrônicos.

O que me espantou, apesar de tanto debate, é que o resultado que veio à publico me parece esquisito e sem nexo. Dá impressão de que ouviram, mas na hora de ir adiante, optaram por algo estranho.

Estarei errado?

(Essa ideia de pré-debate na rede aberto é bom, mas acho também que deve haver um estímulo para que os principais agentes sejam convidados para reuniões presenciais. Não sei se isso foi feito.)

Vejam abaixo como está se encaminhando a coisa e acho que não vai bem.

(Ver aqui a íntegra da matéria do Valor.)

Conforme o texto que será divulgado pelo Ministério da Justiça, as empresas que hospedam conteúdo de terceiros terão de notificar – mesmo que por e-mail – quem colocou determinada informação no ar, se houver reclamação fundamentada de pessoa física ou jurídica que se sinta prejudicada. Imediatamente ao receber a denúncia, esse provedor de serviços deve tirar a informação do ar. Ela voltará a ser publicada se, depois de notificado, o autor se manifestar e assumir integralmente os riscos jurídicos daquilo que publicou na rede. Nesses casos, se houver discussão judicial futura, ela não citará o provedor, explica Guilherme Almeida, chefe de gabinete da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça.

(…)


A saída brasileira proposta tem base na regra dos EUA “notice and take down”, ou notifique e retire do ar. Mas lá o provedor tira o conteúdo criticado do ar apenas por reclamação de propriedade intelectual e não pode ser pedida a republicação pelo autor até que haja decisão judicial. No Canadá, há outro modelo, em que o provedor apenas notifica o autor, sem extrair o conteúdo, mas, a partir desse momento, também evita que o site de hospedagem vire réu em caso judicial. No Chile, onde lei similar foi elaborada mais recentemente, quem hospeda o conteúdo também notifica o autor, mas ele só tira a informação do ar com uma decisão judicial, explica Ivo Correa, diretor de relações governamentais do Google.

(…)


A lei será, como se diz no jargão de internet, uma versão Beta, diz Paulo Rená, o gestor do marco no ministério. “Terá como meta defender os direitos dos usuários e desafogar a Justiça.”

(…)

O diretor-corporativo do UOL, Gil Torquato, disse que existe um perigo por trás da proposta de criação do marco regulatório da internet. “Não deixa de ser um cerceamento à liberdade de expressão.” Atualmente, afirma, os provedores de serviços de internet já tomam providências para evitar conteúdo ilegal, como pedofilia, ou retirá-lo espontaneamente assim que é detectado. Nos casos em que há uma notificação judicial, independentemente do assunto, o material também é retirado. Essa conduta, porém, é bem diferente de suprimir um conteúdo sempre que alguém que se sentir ofendido fizer uma reclamação. “Corremos o risco de instituir a censura no país. Somos radicalmente contra.”

A impossibilidade também obedece a razões de caráter técnico. “No dia a dia, seria impossível funcionar desse jeito. A propriedade do conteúdo de terceiros não é do provedor do serviço, mas de seu autor. Como vou saber se a reclamação tem fundamento ou não? Não há como checar [cada informação]. E se a informação for verdadeira?”, diz Torquato. O risco, adverte, é de que os provedores passem a atuar como censores.

Concordo com o pessoal da UOL.

E você?

Não se pode medir um relacionamento – Fritjof Capra – da minha coleção de frases;

Quando se pensa em projetos de redes sociais eletrônicas, joga-se o “pepino” para o pessoal de marketing e comunicação.

São eles os “caras”.

Entretanto, a formação do profissional de comunicação empresarial foi uma e o ambiente de informação da vez, exige outro perfil.

Aprendemos – como jornalista que sou – que nós falamos, eles escutam.

E fim de papo.

Há alguém na empresa que recebe reclamação: o sac surdo, ou a ouvidoria eunuca.

São eles os responsáveis pelas reclamações inúteis, pois os processos da empresa, geralmente, continuam os mesmos.

Joga-se apenas fumaça no ventilador.

E o pessoal da comunicação, quando estoura a bomba, é chamado para apagar incêndios e fazer mais fumaça.

(Ver o caso da convocação de Twitteiros, depois que o Metrô do Rio perdeu a mão no atendimento dos usuários. Ação interessante, mas inútil, pois não é uma prática conversar, apenas chamar na crise, o que gera desconfiança.)

Pois bem, estaria tudo certo, se a civilização não resolvesse dar uma basta nisso empoderada que está por um novo canal de expressão, entornando o baldinho das latências.

Agora, estruturar redes sociais eletrônicas em torno de uma dada empresa é abrir as portas para alterar para valer – sem choro nem vela –  os processos, serviços e produtos das empresas.

E, com o tempo, co-criar.

Dar os produtos e os serviços a tapa para serem co-aperfeiçoados.

Ou seja, uma rede social eletrônica deve fazer parte da nova gestão da empresa.

(Sugiro dar uma olhada nas ideias sobre plataforma de relacionamento do grupo de estudos.)

Incorporada a maneira de se pensar projetos, estratégia e produtos.

E não ser um apêndice da comunicação e do marketing, como se fosse um site ou um folder!!!!

Quanto mais rápido, assim, se aprende com os  colaboradores internos e externos, mais a empresa estará competitiva, num mundo de coelhos versus tartarugas.

Cria-se a nossa rede social, pois não é a rede social deles x a empresa.

Mas a rede social da empresa, na qual o consumidor faz parte.

(Ver, por exemplo, o caso do supermercado na espanha que o consumidor é ao mesmo tempo acionista.)

Há, portanto, um impasse da comunicação.

Tanto da formação nas escolas, como na prática de quem se formou.

Veja como pensam nossos gerentes de comunicação das grandes empresas,em matéria no Valor.

No fundo, rediscute-se afinal o que é Comunicação?

E vamos cair na sabedoria de Dominique Wolton para lembrar que sempre nos conectamos com os outros, mas nunca nos comunicamos de fato.

Comunicar é aprender.

  • Não há comunicação sem aprendizado.
  • E não há aprendizado sem comunicação.

As empresas 2.0 dificilmente terão departamento de comunicação.

Terão espaços abertos em todas as áreas para aprender e ensinar dentro de uma grande plataforma de relacionamento.

Já que o consumidor fará parte desse canal e terá voz ativa.

Será a nossa rede social inovadora.

O comunicador vai ser um agente a regular essa interação, não de cima para baixo, mas de igual para igual, com o poder apenas, de fazer o ajuste no sistema para garantir que as regras – decididas de comum acordo – prevaleçam.

A empresa que entender isso e implantar esse novo modelo sairá na frente.

Que dizes?

A grande maioria das pessoas acredita no sobrenatural por não aceitar que a morte possa ser o fim definitivo da vida – Marcelo Gleiser da minha coleção de frases;

Quando Chris Anderson afirma que estamos diante de uma nova época (ou era), muitos ajoelham e rezam.

Mas é um prognóstico e não uma profecia.

Ele tem lá seus argumentos, alguns convicentes.

Bem diferente é uma profecia, da Era de Aquário à do Armário.

A fé, de fato, é algo em que se acredita, mas não se pode provar. E tem-se orgulho da  virtude da cegueira, a despeito dos fatos.

Religioso bom é o que não dúvida.

Começa acreditando em Deus e, alguns, vão emendando crenças pelo resto do mundo, transformando o que deveria ser razão em credo.

Cuidado, a fé tem seus limites!

Um prognóstico, entretanto, deve  se basear em argumentos, a  partir de fatos encadeados.

E se demonstra os cálculos para todo mundo, pronto para serem corrigidos.

(O que não quer dizer que não haja religiosos querendo impôr seus dogmas, como Ciência; nem cientistas com uma certa fé cega, que transformam seus estudos  em religião.)

A verdadeira c iência para se chegar a novas conclusões se constrói pelo conhecimento do discurso alheio, nas contra-argumentações dos mesmos e na análise dos fatos.

Em sala de Aula já ouvi:

“Eu acredito nisso que você está dizendo.”

Fiz a ressalva:

” Não, você não acredita, ato de crer, mas os argumentos, dados apresentados e debatidos e incorporados e, por ora, foram consistentes, cabendo reflexão e contra-argumentações futuras. Você foi coo-vencida, a partir do diálogo.”

Não gosto, portanto, do termo  “con-vencer“, pois nos remete a uma vitória de um sobre o outro.

No fundo, num bom debate só há vitória se todos os lados saem mais a frente do que chegaram.

Prefiro o coo-vencer.

Todos juntos contra o danado do senso comum!

Portanto, arme-se, prognóstico é algo provável, a partir de dados encadeados, dentro de um modelo.

(Prevendo, como já vão me sugerir a Lucília e o Leandro, que existe sempre a possibilidade do Cisne Negro mudar tudo.)

Profecia é algo quem alguém ouviu enquanto dormia ou passeava na montanha em dia de lua cheia.

Que dizes?

Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases;

Ontem, só deu para chegar de prancha.

Muita chuva no Rio, gente mandando SMS, ligando.

Bravos 5 sobreviventes conseguiram chegar, com mérito para o Formanski que veio de Macaé, ninguém sabe como.

Pois bem, o que avançamos e iremos retomar para os demais no próximo encontro?

Trabalhamos nas observações da Lúcia, que nos apresentou, a partir da revista, os “cases” da Dell, que vende produtos e o da Nike com o chip do tênis, que transfere depois dados para a página do consumidor, que pode compartilhar em rede social.

Onde estes exemplos entram no modelo?

Note que nosso modelo sempre estará em teste, a partir do que manda em tudo e em todos: a realidade!

Pois bem, relembrando que no último encontro apresentamos três desenhos.

O primeiro é o modelo de como está a sociedade hoje e onde se inserem as empresas 1.0.

modelo teórico empresa 1.0

No segundo, o que muda em uma empresa 2.0, em um modelo sem detalhamento:

modelo teórico2

Basicamente, o objetivo de uma empresa 2.0, como vemos acima é o de reduzir o tempo entre o consumo e a experiência de consumo, criando uma plataforma de relacionamento.

Detalhamos o que seria esta plataforma, no desenho abaixo:

Plataforma_de_relacionamento

1 – Plataforma de relacionamento, que trabalha em três etapas, para encaixar as experiências práticas.

  • A – pré-venda;
  • B– venda;
  • C – pós-venda.

A pré-venda é o envolvimento dos consumidores na elaboração do produto junto com o Agente 2 (setor produtivo). O exemplo que podemos citar é o da Dell, que tem pedido sugestões para o desenvolvimento de novos computadores. Ou o da Fiat, que procura desenvolver um carro junto com os consumidores.

(Marcamos bem a diferença entre uma pré-venda colaborativa e chamar blogueiros, como a Nokia e outros tem feito depois que o produto está pronto, que é um avanço do modelo 1.0, para um modelo 1.0.1, mas está longe do que estamos discutindo aqui.

Não, não se trata de reforma, mas de mudança de modelo.

Não adianta tapar o sol com a peneira, estamos entrando em um outro tipo de capitalismo digital colaborativo. Estas plataformas são o coração do novo sistema!!!)

A venda é a abertura para a participação cada vez maior na encomenda dos produtos. Neste caso, podemos até dizer que existem dois tipos de venda na plataforma. Uma na qual o usuário pega as coisas da prateleira, o comércio eletrônico tradicional.

E outra quando ele faz um mix entre o que está na prateleira, como definir a estampa de uma camiseta (camiseteria), escolher cores, ou definindo a configuração de seu computador (Dell). Ele altera o que está lá, lembramos do caso de livros por demanda, tipo Lulu.com.

E o pós-venda, a fase na qual se encaixa a experiência da Nike, ao colocar um chip no tênis. Aqui, podemos dizer que existem dois tipos.

O acompanhamento do uso, permitindo a troca de experiência do usuário com seus dados e de terceiros, o que dá ao fornecedor um conjunto grande de registros da experiência de consumo.

E sua posterior troca de experiências com outros usuários, formando comunidades inteligentes, gerando mais e mais dados para o Agente 2 ir cada vez mais acertando os novos produtos, o que , no fundo, nos leva para uma futura pré-venda, já a partir da experiência dessa comunidade.

Como também, todos os ajustes necessários, a partir dos problemas que o uso daquele produto começam a ter, a partir do monitoramento do uso, dos comentários, do que está sendo ou não vendido.

E também  o que tem sido dito pelas redes sociais aberta.

(Note que as empresas 1.0 estão apenas neste último item, que é um acessório e não o básico.)

Ou seja, como disse o Léo, ontem,  juntando logística, comunicação, marketing e tudo que possa ser útil para acelerar o processo, reduzindo o tempo de resposta entre a produção, consumo e experiência de consumo.

Meta maior de uma empresa 2.0, que vem resolver a crise da inovação produtiva de um mundo de 7 bilhões de almas, cada vez mais exigentes, diferentes e com pressa.

Ou seja, não se trata da mesma empresa.

Mas de uma nova empresa, cujo centro é uma plataforma tecnológica.

É assim que estão funcionando as corretoras de valores, vide os home-brokers, os jornais (em especial o Globo) e as lojas on-line.

O resto vai seguir essa trilha, mesmo que não seja ligada a consumo!

É o coração do novo sistema.

Uma plataforma de relacionamento, gerando colaboração e integrando consumidores, projetistas, comunicadores, logística e todo o resto.

Fábio perguntou?

“Nepô, por onde começa?”

Tentativa e erro.

Protótipos.

Citei o caso da Americanas.com, que abriu empresa própria para a Web e não resolveu reinventar a antiga loja de tijolo  (O que acabou dando na maior empresa de comércio eletrônico do país – ver mais.)

Falamos mais coisas, mas isso fica para segunda que vem  ao vivo.

Vamos twittar para não chover. 😉

Quem quer complementar, manda bala…

Dúvidas?


Toda crise sempre tem por trás uma crise de percepção – Nepô;da minha coleção de frases;

Bom, diante dos últimos posts e dos trabalhos que venho fazendo com o Grupo de Estudo Ruptura 2.0, dou continuidade ao detalhamento do modelo teórico para tentar compreender a Internet dentro da nossa sociedade.

(Já temos dois outros posts sobre o tema, em Latências e uma visão geral do modelo.)

Entende-se modelo teórico como:

“Conjunto de agentes e suas respectivas forças em um determinado sistema, que nos permita analisá-lo de forma a compreender melhor as nuances e atuar sobre elas com menor taxa de erro”.

Com ele, podemos analisar o que ocorre na sociedade com a chegada da Web sem nos deixar cair no senso comum, que nos impregna de “achismos”.

É um modelo  teórico em construção e só vai ser melhor se você nos ajudar.

A melhor forma de se trabalhar o modelo é trabalhar naquilo que podemos chamar de fator irreversível.

Aquele item para o qual não temos alternativa de conduta, mas apenas aceitá-lo!

Nosso fator irreversível é o tamanho da população.

Moralmente, não se pode reduzir a população.

Assim, todo a sociedade tem que se adaptar ao aumento do seu volume.

Pode haver um controle, que resultará em mudanças futuras, mas agora é preciso definir critérios para resolver a população atual que só cresce e cada vez está mais velha.

Apesar de ser algo lento e gradual – e por isso praticamente invisível – nada muda mais o mundo do que o crescimento desordenado e sem plajenamento.

Poluição, engarrafamentos, violência, fome, migrações….

De alguma forma, o agravamento destas crises, se devem ao aumento de população, que saltou de 3 bi para 7 bi em 50 anos.

Assim, podemos dizer que qualquer modelo teórico que vamos construir tem que levar em conta que:

  • 1- temos um mega problema a resolver, que é super crescimento da população;
  • 2- que este problema é irreversível;
  • 3- e que todos os outros agentes do sistema têm que se adaptar a ele para poder atender a força que esse agente traz para o todo.

Um destes agentes do sistema, são as mídias, como detalhei aqui neste post.

Que dizes?


Toda vez que a invenção é arbitrária, ela não sobrevive –
Ferreira Gullar – da minha coleção de frases;

Um item importante para entender qualquer mudança humana é a latência.

Não existe mudança que se propague que não encontre dentro das pessoas a vontade de mudar.

Gosto da frase que expressa isso:

A porta de mudança de cada pessoa só pode ser aberta pelo lado de dentro –Marilyn Ferguson;

Uma proposta que explode – como a do Twitter – é a capacidade de seus criadores de perceberem aquela sombra invisível.

Há algo ali que está faltando.

Na tentativa e erro, como numa pescaria, pum, fisga-se o peixe!

Ou ainda com algum modelo teórico que consiga perceber, de alguma forma, os próximos passos.

Em ambos os casos, é preciso pessoas capacitadas para perceber essas sombras invisíveis da latência.

Steve Jobs me parece um exemplo clássico.

Consegue ver a alma carente do consumidor, antes dos demais e empacotar como ninguém para dar água na boca.

No nosso  grupo de estudos, José Magno levantou a questão sobre os produtos supérfluos, que não fazem parte, digamos assim, das nossas necessidades.

Pois bem, há latência também para a fuga, para esquecer da vida, daquilo que nos damos como recompensa de algo, as compulsões.

Ou seja, um tipo de latência também que gera movimento, de forma positiva ou negativa.

Latência são desejos inconscientes ou conscientes, que não conseguem ainda ter uma canal de expressão real no mundo aqui fora.

Chamei esse acúmulo invisível de vontados no modelo teórico para compreensão da Web, que estamos desenvolvendo de “balde das latências”.

São sentimentos – conscientes, ou não, que vão se armazenando dentro de uma dada sociedade, mas que o ambiente social, prática de consumo, canais de expressão, etc, não permitem que aquele desejo se transforme em algo concreto, desde um serviço ou produto.

Ou uma nova lei, num outro tipo de sociedade, numa nova prática social.

Quando se lança o Twitter e ele explode é uma latência que existia.

Foi algo que pode  substituir o e-mail e não era amarrado como uma lista de discussão ou o MSN.

Veio, chegou e se estabeleceu.

São produtos que colam.

(Ver o livro: Ideias que colam)

(O Congresso Nacional, por exemplo, gera em todos uma latência de mudança naquilo lá, mas ninguém sabe como. Ver mais sobre isso aqui.)

Ficam ali enchendo um “balde” invisível, até que em algum momento aparece o canal e desagua.

Podemos dizer que na sociedade atual, como foi no pré-capitalismo, existia uma latência de troca de ideias com conhecidos e, principalmente, desconhecidos.

O que o pessoal está achando?

Ambos os ambientes (há 550 anos atrás e hoje) eram “amarrados” por mídias tradicionais e autoritárias, que impunham normas de “bem-estar” na sociedade, impedindo que a inovação ocorresse.

Ou que as latências saíssem de seu curral.

As tecnologias do livro impresso e da Internet foram apenas curiosidades lançadas (sem a intenção de ajudar a mudar o mundo), mas que rapidamente, abriram a torneira da latência existente.

Essa latência, entretanto, mais do que para o consumo imediato, traz no bojo uma latência de construção de uma nova civilização, revidando tudo aquilo que a atual deixa a desejar, desde um planeta mais respeitado a escolher o que eu quero, como e quando, sem imposições.

É como se fossem tantas coisas que não fazem sentido, que é preciso rever o modelo como um todo.

Esse foi o espírito que deu origem ao capitalismo.

E é esse o espírito que move a passagem do mundo 1.0 para o mundo 2.0, procurando repensar o modelo conceitual, teórico e prático do atual capitalismo.

O que vamos chamar de pós-capitalismo, ou capitalismo colaborativo.

Abrindo a possibilidade de se reformar ou revolucionar (conforme o futuro nos dirá) todo o sistema, a partir dos canais abertos, por uma campainha que tocou não na porta da frente, mas na dos fundos.

E tirou as latências mais profundas da civilização do sofá.

Que dizes?

PS1 – vi no Globo de 02/04, uma frase do poeta Gregório Duvivier sobre tristeza: “essa vontade de algo que ainda não inventaram “.

Mas o que ele chama de tristeza, chamo de latência.

E achei a definição ótima.

Teoria sem experimentos é cega, e experimentos sem teoria são aleijados Kant, da minha coleção de frases.

Não existe uma coisa mais chutada do que o conceito Web 2.0.

O Tim O´Reilly o pai da criança, que até tentou patenteá-lo, viu várias mudanças na Web e tascou a ideia que já era outra coisa e mandou Web 2.0.

Beleza, como diz o livro “Made to Stick” (Ideias que colam) foi uma verdade que colou geral.

Muitos amigos se revoltaram contra o termo 2.0, por achar que não tinha nada de científico, ou preciso nele.

Já optei por uma adesão ao conceito, pois acho que o Tim mirou no ganso e acertou no pato, mas acertou em algo.

Ou como naquele jogo da batalha naval quando se quer destruir um porta-aviões, mas…

…B32 – acertou em um submarino! 😉

De fato, há uma passagem em 2004, quando se definiu o termo, que foi a adesão ao mundo colaborativo.

Motivo: a banda larga que derruba o preço da conexão e permite ao usuário ficar mais tempo on-line por um preço cada vez menor.

O gráfico da banda larga cresce e o das redes sociais cresce junto!

Vejam abaixo, com dados do Brasil:

]

Vejam abaixo dados EUA:

(Não achei dados Brasil/Brasil – EUA/EUA, mas dá bem a noção da aceleração, a partir da redução de custos e melhoria da qualidade de acesso.)

Na verdade, a massificação da Internet, pela primeira vez, dá um sentido ao uso do computador na casa das pessoas.

E se populariza o computador, muito mais que apenas a Internet.

Isso já aconteceu na história?

Sim, a escrita e a leitura eram figurinhas difíceis no pré-capitalismo da Idade Média.

Livros manuscritos caros, grossos e escondidos em bibliotecas fechadas.

(Ver detalhes desse drama no filme baseado na obra de Umberto Eco, “O Nome da Rosa“.)

O livro impresso, portanto, derrubou o custo do livro manuscrito.

E criou o que podemos chamar a Escrita 2.0, permitindo que os cidadãos passassem pela “inclusão literária” e pudessem “acessar” as ideias nos livros.

(De 1450 a 1500 circularam na Europa 13 milhões de livros, com 27 mil títulos diferentes!!!)

Isso é que é latência de consumo de novas ideias!!!

Há, assim,  uma relação entre as novas mídias de oxigenação social e o custo de acesso.

Quando uma determinada mídia se expande e se massifica, só então, passa a criar um fenômeno social.

E pode ser carimbada como queiram de 2.0, como um símbolo da passagem de algo que estava sendo usado pelos visionários para uma expansão geral, ou mais geral do que a de antes.

(Um livro que fala sobre essa adesão inicial a uma dada tecnologia por “tarados” é o “Regras para Revolucionários“, de Guy Kawasaki.)

No último evento desse tipo, uma mídia de oxigenação social que se expande, há 550 anos atrás, liberou-se forças inovadoras, reformistas e revolucionárias.

Inventou-se, assim,  o capitalismo e com ele a república, a democracia parlamentar, os direitos humanos, etc para resolver a crise da inovação produtiva da época.

Não encontro nada na história da mídia impressa e nem depois nas de imagem e video que possamos chamar de escrita 3.0.

A não ser que a passagem do jornal para o rádio e depois para a televisão foi tão significativa, que teríamos algo desse tipo.

Que podemos dizer que foi uma mega-expansão do alcance não mais da escrita, mais do aprofundamento do poder de influência das ideias da época, através de um mesmo tipo de comunicação uni-direcional.

Dessa maneira, se estamos procurando uma Web 3.0 que vai complementar a 2.0 seria algo que potencializa a penetração do muito para muitos, em qualquer plataforma, expandido seu potencial.

Talvez a medida, assim,  para a 3.0 é quando essa mesma mídia atingir as camadas ainda mais populares, através da televisão, por exemplo!

Talvez, o acesso à colaboração pela Tevê, rádio e celular?

A meu ver este marco estará diretamente ligado a expansão do muito-muitos a distância,  do que em detalhes dentro dela (tal como websemântica), se formos levar em conta o que aconteceu na história passada, que é sempre um bom parâmetro.

Portanto, se vamos falar em Web 3.0 é preciso:

  • 1- definir parâmetros para a Web 2.0;
  • 2 – definir parâmetros para a Web 3.0;
  • 3- e tentar situar os mesmo parâmetros na história, pois a era digital não é um disco voador que caiu na terra!

Se não for assim, fica um papo de maluco tomando todas na mesa de bar.

Diga.

E por falar em futuro, antes que me perguntem.

O que seria o ambiente de conhecimento pós-web?

Neste caso, também baseados na história, a nova era deveria criar um novo tipo de expansão de interação humana.

  • A oral permitiu a conversa um-um;
  • A escrita um-muitos a distância;
  • A digital o muito-muitos a distância.

A próxima – já que esgotamos as possibilidades humanas – é a introdução de elementos artificais nas relações cognitivas, através dos robôs, algo que está começando.

  • A relação um-robô

Podemos chamar o início da Era Digital Artificial nos primeiros experimentos que já estão aí, mas o seu avanço exigirá empreendedores para levar adiante e a latência social, que estará ligada ao aumento da população e aos impasses que a era digital colaborativa deixará em aberto, sem saída.

Nesse mundo da Era Digital Artificial teremos algo com o modelo 2.0, quando esse novo ambiente se popularizar, através da forte redução de custos de acesso, com todo mundo com seu personal assistente a tira-colo.

Nessa Era Digital Artificial teríamos a fase 1: Eu-Robô.

E a fase 2: Robô-Robô.

Note, portanto, que é preciso dar certa credibilidade aos termos, pois tá o samba do mouse doido.

Concordas?

Já desenvolvi mais o tema aqui.

As organizações têm a tentação de prolongar o problema para qual eles tem a solução – Clay Shirky – da minha coleção de frases (dica da Paula durante nosso encontro de ontem);


Estivemos lá ontem.

E voltamos a discutir o modelo teórico da sociedade para compreender melhor as mudanças trazidas pela Internet.

Aliás, os encontros serão sempre na tentativa de aprofundar este modelo, que será a arma destes agentes de mudança, ali reunidos para poder sair do senso comum e, de fato, poderem conscientemente alterar a realidade em que atuam.

Veja até onde chegamos.

Modelo 1.0, sem visão de empresa 2.0:

modelo teórico

Agente 1: população consumidora que entra no sistema, a partir de suas necessidades conscientes ou inconscientes (latências);

(Note que o agente 1 e  o crescimento populacional é o único item do sistema que podemos chamar de “fator irreversível“, pois não há forma de se reduzir o número de pessoas no planeta.)

Agente 2: setor produtivo que se organiza para atender às demandas da população, resolver problemas, através de produtos e serviços e também criar novas demandas existentes ou supérfluas;

Item 1: rede de distribuição de produtos e serviços;

Item 2: rede de comunicação entre consumidores e setor produtivo;

Item 3: tempo de resposta entre os pedidos de melhoria dos usuários e a resposta dos agentes produtivos para a melhoria dos produtos e serviços, a partir da experiência de consumo;

Balde de latências: tudo aquilo que vai se acumulando de forma consciente ou inconsciente de insatisfação do consumidor, a partir da sua experiência de consumo, que o ambiente não é capaz de resolver e nem há outras opções, mercados fechados, monopolizados, etc;

(Detalhei depois melhor a ideia de latência aqui.)

Balde de solução de latências: capacidade do setor produtivo de escutar, compreender ou advinhar as latências dos consumidores  e lançar novos produtos ou serviços para resolver estas demandas.

Este é um modelo de uma empresa 1.0, que vive na pele a crise de inovação produtiva.

Razões para a crise:

  • Houve um crescimento nos últimos 50 anos de 3 bilhões para 7 bilhões de pessoas no planeta no Agente 1.
  • O que ampliou em demasia o balde das latências dos consumidores, que não tinham como se manifestar, expressar desejos, trocar com outros consumidores seus sonhos.
  • Aumentando a latência pelo tempo de novos produtos, qualidade, diferentes produtos para um público mais eclético.
  • O balde está cheio!

Essa pressão – que não recebe retorno do mercado – pois o setor produtivo não tem capacidade de atender a essa nova demanda no tempo (item 3) exigido.

Cria-se, assim, uma incompatibilidade entre o balde da latências com o balde da solução dos problemas.

Modifica-se, portanto, o item 1, a rede de comunicação, que começa a dar vazão, trazer à luz da sociedade daquele balde de latências, que estava invisível no modelo de comunicação passado.

O que obriga uma mudança radical no item 2, na rede de distribuição de produtos.

Ou seja, se objetiva, através de uma nova rede de distribuição de produtos (item 1) e uma nova rede de comunicação com os consumidores (item 2) reduzir o tempo (item 3) de resposta.

(Esta é a métrica necessária para se aferir se um projeto 2.0 está bombando e não número de seguidores e outra baboseiras em voga.)

  • Portanto, uma empresa 2.0 introduz um novo modelo de relacionamento com seus consumidores, na qual muda a rede de comunicação que passa a ser cada vez mais de mão-dupla.
  • E altera a rede de distribuição, colocando o usuário, para participar e ajudar a alterar os produtos e serviços.

Ou seja, no centro passamos a ter um novo modelo, como vemos abaixo.

Modelo 2.0, com visão de empresa 2.0:

modelo teórico2

Neste modelo, teremos o Item 1, que é uma plataforma tecnológica para troca de experiências entre consumidores e o setor produtivo, reduzindo, como se vê ao centro o tempo, com um relógio pequeno, entre o balde das latências e o balde das solução das latências.

Não se vê mais o agente 1 e o agente 2 em ambientes distintos, mas em uma plataforma co-criando e acelerando o processo entre consumo – experiência de consumo – ajustes de problemas – e novos produtos e serviços para atender antigas e novas latências.

Isso, acreditem, dá muito lucro, evita desperdício, fideliza a clientela.

Só não vê quem não quer, ou melhor, não vê por que o concorrente ainda não partiu para isso. Rezem, como sugere Andrew Mcafee, na Época Negócios de março, de 2010,

Note, assim, que a rede de comunicação e de distribuição passam a conviver no mesmo espaço, não havendo mais separação.

Projetos de empresa 2.0, portanto, não são projetos de comunicação, mas projetos integrados de gestão, produção, comunicação para criar um elo co-criativo com seus consumidores, de tal forma a reduzir o tempo entre o que eles querem – e como querem – com o que o setor produtivo pode oferecer.

O que é bem diferente do que temos visto no mercado hoje, um senso comum, não baseado em nenhum método científico para analisar o problema.

O modelo teórico atual está em desenvolvimento e qualquer ajuda, crítica e sugestão, é bem-vinda!

Vamos em frente.

Mais encontros do nosso grupo, aqui.

PS1: ao final do encontro, veio a piada coletiva, que mudei e twittei hoje –

Projeto de camiseta: “Faço frete: te levo do mundo 1.0 para o 2.0, sem acréscimo de tarifa e com ar condicionado” 😉 Quem encomenda uma? 🙂

A Ciência precisa de uma estrutura, de um arcabouço de leis e princípios para funcionar – Marcelo Gleiser – da minha coleção de frases;

Que dizes?

Ao longo dos últimos séculos, deturpamos a palavra Ciência:

No seu sentido mais amplo, ciência (do Latim scientia, significando “conhecimento“) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemática.

Ou seja, isolamos o conhecimento com um método mais apurado para os muros da academia, quando, na verdade, toda a tentativa de estudar determinado problema necessita de alguma forma de um método científico.

Com mais ou menos capacidade de gerar uma representaçãoque nos ajude com uma taxa menor de erro a tomar determinadas ações.

É isso o que uma empresa faz quando define, por exemplo, uma estratégia, para qual, é preciso definir determinados cenários.

Como cada vez estamos lidando com problemas mais complexos, devido ao crescimento da população, melhor será para os resultados se tivermos a capacidade de perceber que estamos diante de problemas científicos (de conhecimento) e que aprimorar os métodos (não necessariamente acadêmicos) pode nos ajudar muito.

Acreditamos, portanto, que olhamos direto para as coisas, os fatos, os dados, mas não é assim que funciona.

Quando analisamos um dado problema, temos, antes disso, um conjunto de camadas que define a análise e, por sua vez, as ações que vão nos guiar, a chegar a decisões com mais chances de se confirmarem na realidade.

O primeiro passo é definir um problema.

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Note que não estamos falando de um assunto, mas algum tipo de encruzilhada que pede que tenhamos um detalhamento – uma análise mais detida  sobre ela.

(Um dos principais erros é separar a vida por assunto, pois nossa visão sempre será parcial. Quando focamos em problemas a serem resolvidos, naturalmente os assuntos vão se agrupar – de tal forma – a ajudar a resolver e não a atrapalhar – a análise do mesmo.)

Se estivermos falando de problemas naturais – não visíveis a olho nu –  teremos a necessidade de construir ferramentas de observação para que possamos observar de forma melhor.

Quanto mais precisos estes instrumentos, melhor será nossa capacidade de observação.

Exemplos: telescópios, microscópios, máquinas de raio x, ressonância, etc.

O interessante é que quando sofisticamos estas ferramentas passa-se a ampliar nossa visão de mundo e novas etapas de conhecimento podem ser ultrapassadas.

(Ou seja, um problema só pode ser visto, a partir de uma determinada ferramenta adequada que nos aproxime e nos detalhe melhor seus contornos, como vemos na figura abaixo.)

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No caso de problemas sociais, nossa ferramenta de observação, serão construídas, a partir do método de coleta de dados, de estarmos realmente nos baseando em fatos e não em versões.

A terceira camada é o modelo teórico, que muitas vezes define que tipo de ferramenta e dados serão levantados.

O modelo teórico vai combater o senso comum.

Einstein já dizia que:

Toda a ciência nada mais é do que o refinamento do pensamento cotidiano”.

Ou seja, através de um modelo teórico, iremos partir do senso comum e construir um cenário, no qual agentes exercem determinado tipo de influência no ambiente, a partir de determinadas situações em determinado momento.

Assim, se temos estes agentes mapeados e suas respectivas forças, além de como interagem um com os outros, podemos saltar do senso comum e começar a avançar na direção de compreender o problema de um nível mais complexo.

Veja a figura abaixo:

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Sem um modelo teórico que possa definir de forma adequada o problema e a ferramenta. E arrumar os que foi levantado de uma forma lógica, de nada adiantará ficar olhando planetas, visitando tribos de índios, ou tentando entender a Internet.

Sem esse método, infelizmente, olharemos o problema impregnados de senso comum, o que nos dificultará – e muito – sua compreensão.

Note que a chegada da Internet, por exemplo, detona os modelos teóricos anteriores, criados pelas Ciências da Computação, Comunicação, Informação, Sociologia.

Dávamos um peso ao agente “tecnologia da comunicação e informação”  menor do que ele deveria nas mudanças do mundo, o que nos joga para revisar os modelos anteriores.

Assim, é preciso compreender que sempre esbarraremos nas limitações de dado contexto histórico, como diz Gleiser:

Nosso conhecimento do mundo será sempre limitado (…) temos apenas uma descrição cada vez mais precisa da realidade em que vivemos – Marcelo Gleiser;

Porém, o que define tudo para valer é a nossa cognição – da pessoa (ou as pessoas) que estão estudando o problema, como vemos na figura abaixo:

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Ou seja, o potencial cognitivo de quem está analisando, escolhendo, alterando e inovando em todas as camadas sem perder o foco no problema.

(Tal como fez Galileu ao criar o telescópio para viabilizar o estudo dos planetas, melhorando as ferramentas.)

Todo grande cientista é ou foi, ao mesmo tempo, um desenvolvedor/projetista/incentivador de desenvolvimento de novas ferramentas, revisor de modelos teóricos e pensador sobre os próprios métodos científicos, pois são as “armas” que tem para analisar dada questão com menor margem de erro.

Quando algo dentro de alguma camada não se adequa, ele a altera para conseguir ter uma visão nova, se afastando mais e mais de todos os sensos comuns, dos especialistas ou mesmo dos não especialistas.

Por fim, com essa criativa mente olhando o problema nas diferentes camadas, chega-se a uma nova percepção, que é passada para um determinado registro:  posts, os papers, as teses, os artigos, que chamaremos derepresentação.

Que podem virar também novas  tecnologias que são o resultado concreto dessa longa trajetória toda, ver abaixo:

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Quando lemos o texto de alguém, analisando determinada questão, esse conjunto de camadas vai aparecer, de forma explícita, ou não.

Há, na representação também a sua capacidade de exposição, a forma, que permite que mais gente passe a ver o mesmo a nova percepção conquistada, o que, muitas vezes, é tão difícil quanto a chegada na nova visão do problema.

Este, portanto, é o caminho de qualquer Ciência, seu método científico.

Portanto, a  ideia de que os métodos científicos são de propriedade da academia é uma deturpação completa do que é o estudo dos problemas do mundo.

Na academia existe um tipo de método, com um determinado discurso, com suas normas e regras, mas, com certeza, não é o único caminho que pode nos levar a tomar decisões para resolver os problemas que nos afligem.

Qualquer análise sobre determinado problema visa chegarmos à Ciência (conhecimento)!

A diferença são os métodos que adotamos que vão nos aproximar mais ou menos do senso comum, mais ou menos, de fato como o problema acontece e como podemos lidar melhor com ele, em alguns momentos interferindo e superando-o.

É preciso, assim, sermos conscientes para perceber as quatro camadas necessárias para reduzir a margem de erro, o que vai nos dar mais probabilidade de tomar decisões que nos aproximem mais ou menos do que ocorre, do que vai acontecer e como podemos, de forma eficaz, agir no processo.

As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas – Pierre Lévy – da minha coleção de frases;

Desde muito tempo, depois que Decartes, ao ver o mundo se agigantar, defendeu a ideia de dividir para compreender, que viemos nessa batida.

Nossas escolas separam os alunos por assuntos, professores especialistas, nada se junta com nada, são coisas separadas, tirando as exceções que justificam a regra.

  • Biologia e química não se falam;
  • Matemática e física são casais separados;
  • Português, um idioma, não é uma ferramenta humana de comunicação e não está nem na História e nem na Geografia, como óleo que junta tudo;
  • E não há  pessoas, cientistas que se apaixonaram, se mataram, se suicidaram por causa das fórmulas (chatas e sem nexo), que hoje só servem para serem copiadas para o pessoal colar na prova!

O mundo é um conjunto de assuntos sem nexo, nas manhãs e tardes de nossas infâncias perdidas.

Alunos triturados, como no filme The Wall, na carne de moer cartesiana.

Não se mira as grandes questões, os grandes problemas, dividi-se para se especializar, nas verrugas, enquanto os “corpos sociais com metástases”, pedem diagnósticos sistêmicos.

Nossa escola se desdobra em profissões, em faculdades, em MBAs e pós-graduações.

E, por consequência, em profissões.

Cada um é especialista da unha encravada de um mundo em profunda crise da explosão populacional não planejada.

Os valores humanos se perdem na briga pelo pão nosso de cada dia.

Precisamos de muito mais pão, moradia, transporte.

Novos valores, novo iluminismo.

Nossas escolas serviram para resolver a crise pós-feudalismo.

Mas estão atrapalhando o  mundo de 7 bilhões e almas do pós-capitalismo.

Uma escola nova precisa surgir em torno de problemas.

  • A crise do ambiente;
  • A crise populacional;
  • A crise da comunicação;
  • A crise dos valores;
  • A crise do que você quiser inventar….

E a partir delas, embaralhar todas as disciplinas.

Precisamos não mais de especialistas isolados, mas de corpos coletivos pensantes, podendo cada um, em função do problema se especializar e voltar para aquele coletivo – nunca perdendo o foco da crise.

(Ver um bom exemplo de coletivo inteligente em ação no vídeo abaixo.)

Trazendo partes que vão ajudar a resolver o problema do todo.

Este é o espírito do mundo 2.0, que vai criar outra escola e detonar as especializações, que estão nos levando mais e mais a aprofundar a crise e não resolvê-la!

Que dizes?

Este post faz parte de uma série, que discute o papel dos agentes de mudança:

A informação adequada

Os agentes de mudança

Conversando pelo Twitter:

@robertogaspar: @cnepomuceno por falar em escola… Tem um trecho de uma palestra que achei muito interessante que fala sobre isso: http://migre.me/rpdB

Se ao ler você não entende o que alguém está dizendo e se não exerce a crítica diante do que lhe está sendo dado, não apreende e passa a ser apenas um escravo da informação – Nélida Piñon – da minha coleção de frases;

Questões centrais nos dias de hoje:

  • O que consumo de informação é suficiente?
  • Estou indo mais ou além da conta?

Digamos que devemos analisar o problema do ponto de vista da adequação.

Cada ser humano, em função de seu perfil profissional e humano, necessita de um tipo específico de informação, que separaria em três níveis:

  • Nível 1 – Informações que organizam a lógica dos processos – são as teorias, conceitos, descrição de modelos, que nos ajudam a subir em uma montanha e poder ver as ações dos “exércitos” de cima.

São pessoas mais ligadas a estratégias que precisam compreender que precisamos de uma lógica consciente. E que pensarmos sobre ela com regularidade, pois é ela que vai nos ajudar a organizar os demais níveis. Quanto mais você conseguir se dedicar a este nível 1, colocar no dia a dia e fazer disso uma instrumento de geração de valor, mais conseguirá influenciar a mudança de forma criativa e inovadora. Aqui podemos chamar de estudos teóricos de fundo, de filosofia, do grande cenário.

Se você não tem tempo para isso e você se acha um agente indutor de mudanças, algo está errado, pois você está sugerindo mudanças sem saber exatamente para onde e para que. Cuidado!

Se você não se dedica ao nível 1 é um “ferramenteiro” alguém dedicado a colocar em prática aquilo que os outros definiram.

  • Nível 2 – Informações que complementam a lógica do processo – são reflexões, conceitos e ideias, que questionam ou reforçam nossa visão do processo. São pessoas que não estão discutindo a lógica geral, mas que chegam a conclusões, frases, que nos mostram novos pontos de vistas, ou consolidam a visão geral. É importante se cercar desse tipo de “inputs” para aproveitar e fazer uma revisão da lógica geral do processo;

Só se apercebe desse nível 2 quem já passou pelo nível 1. No primeiro nível, iremos ler mais livros e mais artigos de fundo. Neste, ficamos mais com notícias de revistas, de entrevistas em  jornais, que vão reforçando o nível 1.

  • Nível 3 – Dados – que aparecem aqui e ali, pesquisas, avaliações, resultados de experiências, que servem como complemento e apontam, de fato, se todo o nosso cenário está batendo, ou não está batendo.

São dados coletados em pequenas notas de jornais, dicas genéricas, que vão compondo o quadro do nível 2 e do nível 1. O problema ao consumir o nível 3 é que sem o 1 e 2 tudo que vem entra de forma embaralhada sem nenhuma lógica, que possa confirmar ou refutar nada;

O problema atualmente é que:

1- não temos uma visão consciente de uma lógica geral, engolimos as lógicas que estão aí, travestidas de opiniões, dados e informações, conhecimentos. Gato por lebre;

2- ficamos tateando no nível 2 e 3 e, não tendo a lógica geral, do nível 1,  sem a capacidade de saber se o que estamos vendo reforça ou não reforça a teoria macro. Sem ela, patinamos em bits.

3- como o mundo do nível 3 é o mais dinâmico, vamos repassando e consumindo, sem nenhum tipo de critério, os dados soltos, muito mais fofocas do que informação, de fato.

No final, estamos cansados, exaustos, entulhados, sem nenhum tipo de informação adequada para o nosso futuro.

Ainda mais para quem quer induzir mudanças!

No máximo, vivemos intensamente – e compulsivamente o presente no nível 3 – acreditando que estamos por dentro.

Sim, estamos na muvuca, mas sem conseguir ouvir direito, afinal, que música, na verdade, está tocando, pulamos pela batida, mas não conseguimos entender a melodia ou a letra.

Estamos tão por dentro, mas não conseguindo ver de fora, que acabamos ficando por fora!

Pulamos por que todo mundo está pulando!

Ampliar o tempo para o nível 1 e 2 é a missão de quem realmente quer ser uma agente de mudanças.

(Sugiro ler o post que defino a ideia de agente de mudança.)

Já falei mais sobre isso aqui, ao argumentar que vivemos, no fundo, é de fofoca.

Apenas uma reavaliação do nosso lugar na ordem natural das coisas, produto de um novo mode de se pensar sobre a ciência e sobre o seu papel no mundo é que pode levar a uma espiritualidade livre de uma fé sobrenatural Marcelo Gleiser da minha coleção de frases;

Acabei de ler o MARAVILHOSO livro do Marcelo Gleiser, Criação Imperfeita.

O livro é útil para os agentes de mudança, nos seguintes aspectos:

  • 1- para falar das origens do universo, fala sobre a construção do conhecimento;
  • 2- e, portanto, de como pensamos e evoluímos nosso pensar;

As ideias que me marcaram:

  • a) vivemos em uma grande aquário, no qual as paredes são os limites de que sabemos;
  • b) nunca iremos conhecer tudo, mas apenas aquilo que podemos, a partir dos nossos limites cognitivos e tecnológicos;
  • c) ou seja, a realidade  – do ponto de vista da ciência –  é aquela que podemos medir, todo o resto é uma obscura incógnita.

Diante dessa percepção, o autor defende:

  • – não existe uma realidade por trás de tudo – uma verdade absoluta – que será  sempre intocável;
  • – só existe – o que entendemos por realidade – a partir da criação humana, tudo que vemos e sabemos, parte das nossas (im) possibilidades;
  • – se isso é fato, não seremos salvos por anjos e é nossa responsabilidade, cuidar daquilo que fazemos e imaginamos;
  • – é preciso pensar na vida com respeito e, por consequência, em nosso planeta;

Por fim, a Ciência precisa tirar o pé das nuvens e lidar com os problemas da nossa Era!

Frases que selecionei para a minha coleção:

  • Toda transformação que ocorre no mundo natural é resultado de alguma forma de desequilíbrio;
  • A vida na Terra continuará sem nós. Mas nós não podemos continuar sem a Terra;
  • A Ciência precisa de uma estrutura, de um arcabouço de leis e princípios para funcionar;
  • O que importa não é saber tudo, mas o querer saber – Tom Stoppard;
  • Nosso conhecimento do mundo será sempre limitado (…) temos apenas uma descrição cada vez mais precisa da realidade em que vivemos;
  • Nada é mais importante do que a preservação da vida;
  • Aqueles que acham que a tecnologia necessariamente leva a uma sociedade cada vez mais secular deveriam dar uma olhada em torno;
  • A grande maioria das pessoas acredita no sobrenatural por não aceitar que a morte possa ser o fim definitivo da vida.
  • Apenas uma reavaliação do nosso lugar na ordem natural das coisas, produto de um novo mode de se pensar sobre a ciência e sobre o seu papel no mundo é que pode levar a uma espiritualidade livre de uma fé sobrenatural;

  • A fé brota da nossa dificuldade de lidar com o imprevisto com o que está além do nosso controle ou compreensão;
  • Nossa visão de mundo é determinada pelo que podemos ver e medir (..) e pelos dados que temos no momento;
  • Somos como um peixe que vive aprisionado num aquário; mesmo que o nosso “aquário” cresça sempre (pois é isso o que ocorre com o corpo do conhecimento humano), tal como o peixe, nunca poderemos sair dele e explorar a totalidade do que existe. Haverá sempre um “lado de fora”, além do que podemos explorar;
  • Acreditar que a ciência, num determinado momento, terá todas as respostas é dotá-la de um poder que ela não tem;
  • Para nos aproximar da verdade, muitas vezes, temos que abandonar nossos sonhos de perfeição;
  • Para vermos a natureza em toda a sua glória, precisamos de instrumentos que ampliem a nossa percepção, de modo que possamos “ver” o que os nossos olhos não vêem;
  • Quanto mais eficiente e abrangente a ciência era em explicar a Natureza, menor o espaço para Deus;
  • As equações da mecânica quântica geram probabilidades e não certezas;
  • Quanto mais longe enxergarmos, mais existe para enxergar;
  • Há uma limitação fundamental do conhecimento humano (…) apenas nossa vaidade intelectual nos impede de aceitar esse fato e seguir adiante;
  • Um mundo assimétrico é atemorizante, pois nos força a ser responsáveis pelos nossos atos;
  • Teoria sem experimentos é cega, e experimentos sem teoria são aleijados – Kant;
  • A ciência passa a ser uma exploração do mundo como ele é, e não como gostaríamos que fosse;
  • A imperfeição e o desequilíbrio são a semente do devir;
  • A tecnologia, ao menos na física de altas energias e na cosmologia, não consegue manter-se a par com as ideias dos físicos teóricos; ideias são bem mais baratas do que máquinas;
  • Entendi que a ordem que impomos na Natureza é a ordem que tanto queremos nas nossas vidas;
  • A ciência que criamos é apenas isso, nossa criação;
  • Não é a ciência que cria e destrói, e sim a sociedade, através das escolhas que faz;
  • Quanto mais abstrata for a busca pela unidade de todas as coisas, mais nos distanciamos da Natureza e dos problemas de nossa era (..) a busca pode tornar-se um escape, o “ópio da mente”;
  • A ciência é um método de conhecimento, de descobrir significados;
  • Ao aceitarmos que a ciência é uma criação humana e não um fragmento de um conhecimento divino e perfeito, nós a tornamos parte de nossa identidade como seres imensamente criativos mas não infalíveis;



Você tem que ser a mudança que você quer para o mundo – Gandhi – da minha coleção de frases;

Você que trabalha com Internet é um agente de mudanças.

Quanto mais você assumir isso, melhor será para você e para o mundo.

O problema é que achamos que somos profissionais de tecnologia, de informação, de conhecimento, de inovação.

Ai, ai…

Perdidos em frases, caixas, pedaços, sem a visão do todo.

Note que a crise quando vem, não chega compartimentada.

Arrasta tudo e todos.

Só nós trabalhamos em pedaços, ela não!

Esse pensamento compartimentado por função nos leva diretamente a ser profissionais de assuntos e não de solução de problemas.

Temos que ser agentes  para resolver os entraves do mundo.

Suas crises e as coisas que emperram a vida.

Estamos vivendo uma crise de grandes dimensões, mas se nem sabemos qual é, como podemos atuar?

Quanto mais olharmos para os entraves e trouxermos soluções, mais efetivos seremos.

E, por consequência, mais útil  às organizações, que devem focar nos problemas a serem resolvidos, as demandas conscientes e inconscientes (latências).

Quando nos reduzimos a um assunto, pedaço, simplesmente tapamos a possibilidade de resolver as crises.

E depois reclamamos de que os outros pensam compartimentado!

Pobre dos outros!

Isso vale para qualquer profissão, ainda mais aquelas diretamente envolvidas nas pontas do presente, perto do futuro.

Assim, não se perca:

Você não é profissional de marketing, de redes sociais, de gestão de conhecimento, de inovação!

Você é um agente de mudanças que deve estar focado em resolver as crises que estão aí.

Queremos mudar um mundo “A” – com suas crises –  para um mundo “B” – que supere e traga novas e não velhas e surradas crises.

É um ciclo!

Todo agente de mudança, assim, deve ter clareza de onde estamos e para onde vamos. E o que está inadequado e o que precisa mudar.

Como? Por quê?  Para onde?

Você sabe?

O problema é que engolimos sempre o anzol, com a isca, a chumbada e tudo junto.

Somos mulas, ao invés de estarmos na sela!

Por isso, que é importante construir um ponto de vista pessoal.

(Agentes de mudanças, no grupo de estudos “Ruptura 2.0” está fazendo um esforço para aprimorar um modelo teórico.)

Um modelo sistêmico qualquer para analisar a sociedade, seus caminhos, as crises e como podemos atuar nelas.

E ir aprimorando.

O que, no fundo, você vai vender para o mercado é esse ponto de vista pessoal, que é a reflexão, criação e, posterior, superação sobre o senso comum – que existe dentro de cada um.

Sem um modelo teórico que explique todos os agentes que fazem parte da sociedade e as crises latentes e visíveis, algo efetivo e que funcione, esquece.

Você está que nem avestruz, com a cabeça dentro de um buraco.

De forma consciente, ou não.

O que importa hoje – como sempre valeu – é quem consegue entender as forças em conflito, suas crises e as soluções para as mesmas.

É isso que estou chamando de lógica!

Note que:

Toda a empresa que está ganhando bilhões, começou por perceber a nova lógica, a crise embutida nela e – a partir daí – transformou essa ideia em serviço ou produto. Só depois rolou a grana!

  • Google – crise da incapacidade de busca da informação, com ela crescendo…em proporções gigantescas;
  • Amazon – crise da demanda de compra de produtos a distância, com uma população cada vez mais urbana e sem tempo;
  • Skype – crise da impossibilidade de se falar a distância, com um planeta globalizado com o primo lá, o tio acolá, a filha ali, o sobrinho sel lá aonde.

Isso que é gerar valor:

Resolver uma crise para criar comodidade nas latências conscientes e inconscientes.

O resto é papinho para boi mimir!!!

Ou seja, não vendemos informação, conhecimento, tecnologia, vendemos solução, dentro de uma lógica, que visualiza com clareza as crises presente e as saídas futuras!!!

Se você não pensar desse jeito, parabéns!

Um salário baixo e uma vida chata lhe aguarda no final do mês!

Quanto mais a sua lógica para detectar as crises for original, diferente, consistente e agregar valor para os clientes, mas você irá crescer.

O problema é que hoje quem trabalha no mundo web:

  • 1- não se acha agente de mudanças de crises, mas de venda de ferramentas, de metodologias empacotadas e de segunda mão, com um foco em determinado assunto e não focado no problema!!!
  • 2- quando cai a ficha que é agente de mudança, não tem um bom diagnóstico do ambiente para perceber as crises latentes;
  • 3- e, quando consegue, é incapaz de oferecer soluções viáveis.

Esse é o nosso desafio!

Por fim, acredito que devemos ter cursos no mercados que se chamariam no geral Formação de Agentes de mudança 2.0 com percepção das crises e como cada um pode atuar para ajudar na solução, com equipes multidisciplinares interagindo dentro das escolas e não várias escolas, falando da crise em separado e propondo soluções com seus martelos cegos atrás de pregos invisíveis.

Como podemos falar de integração nas organizações se nas pós, nos MBAs e em todo lugar é tudo separado?

E você,  “Zé Mudança” ou “Maria mudança”  que dizem?

PS – Este blog, no fundo, sempre falou para os agentes de mudança de forma inconsciente. Neste post, no fundo, assumo meu público prioritário. Bem vindo! (Demorou quase dois anos para cair essa ficha!)

Na era em que vivemos, o que faz a diferença são o o conhecimento que as pessoas diminam e a interação entre elas, o que gera conhecimento coletivo. O decisivo é o fator humano, condição que dá a cada indivíduo o direito de sentir-se sócio e comportar-se como dono da organização onde trabalha – Emílio Odebrecht, da minha coleção de frases.

Antes de tudo, expliquemos.

Co-laborar = trabalhar junto.

Imagina-se que pode ser de forma voluntária e espontânea, mas colaborar é quando um grupo de pessoas reúne-se obrigado, ou não, a fazer um esforço comum em prol de dado objetivo.

Assim, quando vivemos a euforia da colaboração no mundo atual, temos que rever o passado, pois sempre tivemos que de alguma forma colaborar para sobreviver, mas os tipos de relação entre o mundo produtivo e os que colaboram foram mudando ao longo do tempo.

Vivemos hoje a passagem (no início dela) da relação salarial para uma nova, na qual envolveremos outros ingredientes, do tipo participação nos destinos das empresas.

Sem o trabalho coletivo nada teria sido construído no passado.

Digamos que remotamente, estabelecemos, no mundo oral, principalmente, desde os grunhidos, o trabalho de sobrevivência de cada um em prol do bando, o trabalho cooperativo tribal.

E depois, após as guerras e o aumento da tribo, estabelece-se o segundo modelo: o trabalho escravo.

Através da força.

Os escravos eram obrigados, pela imposição dos grilhões e do chicote, a colaborar para o ambiente produtivo, a despeito da sua vontade.

Digamos que a escravidão como ideologia aceitável durou até o final do século XIX, sendo o Brasil, infelizmente –  e ainda como consequências visíveis –   o último país do mundo a ter leis que aceitavam tal modelo.

(Isso não quer dizer que o trabalho escravo acabou no mundo, mas hoje é fora da lei.)

O capitalismo  opta – por uma questão de facilidade e falta de espaço para operar no modelo escravagista –  pelo novo modelo: o trabalho assalariado, pois, além de tudo precisava de consumidores para seus produtos, o  que é o que nós temos, na maioria das empresas, até hoje.

O trabalho assalariado é resultado da medição do esforço, geralmente braçal, por peças, medido por tempo na empresa e pela capacidade de produção, que de forma clara faz a troca entre “x” de horas de produção = “y” de salário.

Como o trabalhador estava em uma espécie de linha de montagem, podia-se comparar fulano com beltrano, pois a produção e sua medição se davam de forma externa ao trabalhador.

Peças produzidas x horas trabalhadas.

Hoje, de certa forma, temos:

  • – a valorização cada vez mais do trabalho intelectual – diante de uma tela;
  • –  a passagem da produção direta para os serviços, com a introdução de robôs, que passaram a fazer grande parte do trabalho assalariado do passado.

Essa mudança nos leva ao início de outro tipo, ou outro modelo de relação trabalhista, já que o  modelo de relação assalariada não serve no novo ambiente, pois a diferença está na criatividade e motivação.

E nem sempre o salário nos leva a isso.

É preciso envolver a subjetividade do colaborador, o que nos remete a uma nova relação trabalhista e a um novo sistema econômico, baseado em uma nova modalidade:  trabalho por adesão colaborativo.

Há a necessidade de um envolvimento  maior por parte de quem trabalha e de quem emprega na relação, pois o mundo entra em outra velocidade, o que exige mudanças contínuas, na qual a criatividade (e portanto a inovação) é muito mais relevante.

Ou seja, o mundo que exigia um trabalhador que repetia; quer agora um que muda e se engaja.

Portanto, não se pode mais medir com a mesma precisão.

Os valores que passam a fazer parte do processo, são de ordem subjetiva, mudando, portanto,  a forma de medição.

A pessoa vale pelo conjunto da obra, no longo prazo.

E na relação que se estabelece e não mais pelo que faz no dia-a-dia.

Perde-se também o sentido de espaço físico, horas trabalhadas.

Cada um passa a valer pelo que cria, independente as horas que está no escritório.

É fato: quem pode dizer que fulano está levando suas melhores ideias, criatividade ou relacionamento para a empresa?

É preciso, sim, como tem se feito: envolver e criar incentivos.

Mas mais do que isso.

É preciso ter um ambiente acolhedor e vários sentidos: respeito, confiança, acreditar no propósito da organização e, principalmente, princípios.

A palavra-chave, tanto para o colaborador interno, quanto para o consumidor.

Uma empresa em que eu acredite e confie.

E, de alguma forma, faça realmente parte, como sócio.

Parte-se para um misto de trabalho colaborativo e assalariado, no qual mais e mais os colaboradores devem se sentir fazendo parte da organização e isto implica em um outro modelo em relação ao capital.

Ou se é sócio também da empresa, ou ele se sentirá como assalariado.

Que é muito mais próximo do trabalho escravo e mecânico do que o colaborativo.

Na Época Negócios, 37, de março de 2010, o consultor americano Dan Pink afirma que estamos passando de empresas maximizadoras de lucros para maximizadoras de objetivos humanos.

Está dentro dessa linha.

Ele fala em três tipos de motivação:

  • a 1.0 – de sobrevivência;
  • a 2.0 – por recompensa (salário);
  • a 3.0 – recompensa emocional.

Portanto, empresas 2.0, além da mudança de gestão do ponto de vista da relação das pessoas com a informação, com seus superiores, devem incentivar, como já fazem as empresas de ponta no mundo Web, a passagem de um mero assalariado para um acionista participativo, com cada vez mais espaço e poder de decisão nos rumos da empresa.

Se o feudalismo, foi moldado pela exploração do feudo, na relação semi ou totalmente escravagista.

E o capitalismo, pela exploração do capital, na relação salarial.

No novo sistema econômico, pós-capitalista, será baseado na colaboração intelectual e na motivação por estar construindo algo no qual esteja envolvido de forma subjetiva.

Um bom exemplo dessa tentativa de envolver de outra maneira os seguidores, pode ser vista neste trecho da matéria do Valor: https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/3/19/a-anestesia-do-crescimento-que-vivemos-hoje-no-brasil

Trecho:

“A motivação de funcionários nem sempre precisa estar associada a bônus em dinheiro ou aumento de salário. Excelentes resultados podem ser obtidos com custo zero para a empresa. “Saber que o seu trabalho pode fazer a diferença na vida de pessoas é muito mais efetivo para extrair o máximo da equipe do que a promessa de participação nos resultados”, diz Oscar Porto, diretor-geral da Medtronic no Brasil, fabricante de equipamentos médicos. Sua empresa organiza todo fim de ano o Holiday Program, evento criado pela companhia nos Estados Unidos, onde clientes contam aos funcionários o quanto são beneficiados pelos produtos da empresa.”

Por fim:

PS 1 – claramente, esse ambiente não valerá para todos, pois sempre terá a parcela da população que vai limpar as “privadas do mundo”. E esta tenderá a permanecer no trabalho assalariado e – em alguns caso – vide China – no escravo. Quando se analisa o quadro acima, estamos falando das locomotivas da economia;

PS 2 – O interessante que o fim – ou o início do fim das legislações permissivas do trabalho escravo – se inicia com o capitalismo. E o capitalismo se inicia com a popularização do mundo escrito, com o livro impresso.

É, portanto, plausível supor que novos ambientes de conhecimento – impulsionados por novas mídias, podem modificar as relações de trabalho.

Ou seja, uma relação entre os modelos de trabalhos e as mudanças dos ambientes de conhecimento.

Quando um muda, o outro mudaria também!

(É um tema que inicio aqui – ainda virgem – que pode  dar muito pano para a manga.)

A maioria da sociedade é consevadora, é preciso entender isto; é conservadora por que essa infra-estrutura cultural dada mantém a estabilidade da sociedade – Ferreira Gullar, da minha coleção de frases;

Todos nós vivemos em bolhas de sensos comuns.

Os nossos sensos comuns organizam a sociedade, fazem com que normas se estabeleçam.

É uma função social.

Nossas caixas de senso comum, assim,  são  “dosadas”, “feitas”, articuladas  pelas ferramentas de controle informacional de uma dada sociedade.

Leia-se controle informacional:  acesso, ou não, alteração, ou não, comentário, ou não,  nas bases de dados.  E liberdade para criar, participar e criar canais de comunicação.

(Um blog, por exemplo, é uma base de dados. O do Lula não deixa comentar. É uma  base de dados fechada.)

Quem detém o controle do ambiente produtivo, de certa forma, tem forte influência nos meios de comunicação para “vender” sua ideia de sociedade ideal.

Há, entretanto, uma relação entre o controle e a necessidade de produzir e inovar:

  • Quem quer inovar, precisa abrir e deixar criar espaços mais democráticos, que permita circular  ideias para que cada um possa mexer  na sua caixa dos sensos comuns, pensando coisas diferentes. dentro e fora das empresas. É, como se diz no mercado, preciso “pensar fora da caixa”!
  • Quem não tem essa demanda pela inovação, mantém a circulação de ideias parada e, portanto, facilitando manter as caixas fechadas, controlando a mídia e o acesso e participação nas bases de dados. É o exemplo da China, que não inova apenas repete, das empresas que estão ainda vivendo o mundo 1.0. No dia, que quiserem criar, vão ter que abrir para as ideias circularem!

O senso comum, assim, é uma faca de dois legumes.

Se, por um lado, serve para organizar, por outro, é um instrumento de dominação e estagnação social.

Se apertar muito o parafuso, a máquina não anda.

Se soltar, ela começa a andar por conta própria.

Eis o dilema de quem está no poder!

Nos raros momentos de harmonia entre os diferentes agentes do sistema social, o senso comum é pouco questionado.

E, digamos, tem a sua utilidade prática, pois é preciso ter alguma continuidade.

Normalmente, as escolas são agentes de reprodução do senso comum, bem como os cursos de Pós, MBA, etc. Assim como tudo que circula na Indústria Cultural.

Reforça-se e o que questiona, rapidamente é transformado e produto e se dilui.

O ambiente  replica o senso comum definido por alguém, que criou uma filosofia, mas escondeu na manga.

Nas crises, entretanto, é o senso comum o primeiro a levar pedrada.

Pois se há crise, há algo a ser mudado e precisa-se questionar aquilo que é o senso comum, que nos leva a continuar a fazer as mesmas coisas, que geram a crise.

(Vide a atual crise do capitalismo, que vários dogmas estão sendo questionados.)

Acredito que estamos vivendo hoje uma crise permanente de crescimento populacional, que nos leva a uma outra, que é a da exigência de uma inovação permanente do setor produtivo.

A Internet vem ajudar a resolver as duas.

E, por isso, pede-se tanta inovação e pensamento fora da caixa.

É um sinal claro que o modelo atual não está mais dando conta da demanda latente da sociedade por novos tipos de relação com seus fornecedores de produtos e serviços.

As organizações só falam nisso: pessoas que tenha capacidade sistêmica, inteligência para organizar os dados, que possam criar e inovar.

Ou seja, querem agora gente que pensa, pois o modelo anterior está quebrando!

Hoje pedem-se pessoas que tenham capacidade de analisar de fora o seu senso comum para nos tirar da crise!

Ou seja: trabalhar fora da caixa é básico.

(Teve um debate interessante sobre isso aqui.)

O problema que todas as estruturas sociais da sociedade ainda estão no modelo anterior, por isso, estamos falando em empresa 2.0, escola 2.0, governo 2.0.

É uma demanda desse novo setor capitalista ambientalista colaborativo na produção de novos produtos e participativo dos lucros.

Como vamos chamar isso?

Vivemos hoje uma necessidade é similar à crise que deu origem ao Capitalismo.

Limites no modelo feudal, baseado no livro manuscrito.

Que impedia os habitantes, principalmente, da Europa a ir adiante nas suas necessidades conscientes e outras latentes.

Criou-se ali uma nova civilização com uma nova mídia de descontrole social, que permitia uma oxigenação na sociedade.

Estamos entrando em um período de Iluminismo necessário para essa revisão, mas em outro patamar.

Hoje, mais do que grandes pensadores.

Teremos pensadores de nichos, que só conseguirão revisar o geral em grupo e de forma colaborativa.

Teremos menos profundidade individual, mas mais capacidade de produção rápida e a distância em grupos.

Talvez seja para isso que essa nova geração está sendo preparada.

De qualquer forma, o ritmo geral impactará de forma diferente:

  • Em alguns setores mais competitivos e de ponta, com taxa maior de velocidade.
  • Naqueles que são menos competitivos, monopolistas, que fornecem ao mundo matérias-primas, sem muito valor agregado, com uma taxa menor.

(O mesmo vale para os setores internos das organizações, aqueles mais inovadores e menos inovadores.)

Rever a caixa é preciso!

Até que se tenha uma outra, com outra estrutura de poder.

Que dizes?

Sustentar-se no consenso geral é precário porque significa abdicar da própria opinião – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;

DSCN5016

Bom, tivemos duas etapas.

Primeira parte que durou uma hora foi uma avaliação com todos das sensações do último encontro.

Todos colocaram questões.

A mudança que estamos vivendo é tão profunda?

Em quanto tempo mudaremos as estruturas?

Como será essa nova geração?

Desatenta? Descontínua?

Contou-se casos.

É um bom espaço para sentir cada um, suas expectativas, sua maneira de falar.

DSCN5015

Fomos para a segunda etapa.

Nossa meta é construir um modelo teórico, que iniciamos abaixo, com a ajuda dos nosso engenheiros de plantão. 🙂

DSCN5017

Que dificuldades senti ao desenvolver o modelo, a partir de uma proposta inicial, que pode ser lida neste post que relata o primeiro encontro?

Questão central:

  • é possível ter  uma lógica estruturante? É preciso? É possível estabelecer elementos fixos na sociedade que não se alteram?

Bom, ontem começamos a desenhar o próprio modelo, que dá para começar a ver no desenho acima.

  • Uma entrada: as demandas humanas que variam, conforme o tamanho da população, vimos que existem demandas conscientes e outras latentes, que são inconscientes. Que também existem consumos necessários e os criados, os supérfluos, que é um detalhe do todo, mas faz parte;
  • A necessidade de se estabelecer um ambiente produtivo para resolver estas demandas;
  • E um movimento entre estes dois agentes, que chamamos de “experiência de consumo”. Todos consomem e vivem esta experiência, que pode, ou não, se repetida, a partir do resultado.

Seria este o coração do sistema.

  • Avançamos ainda de que o setor produtivo influencia a sociedade para garantir a venda de seu produtos e serviços, criando uma estrutura de poder favorável.
  • E, por fim, um sistema de comunicação para que a ideologia dominante, que mantém o sistema operante.

Não fomos mais adiante.

No próximo, vamos refazer todos passos para consolidar e dar continuidade à montagem do modelo.

É isso.

Questões?

As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas – Pierre Lévy – da minha coleção de frases;

Estava em um cliente e ouvi a seguinte frase:

“Estamos entrando num mundo sem hierarquia”.

Ponderei logo depois para a cliente que não era bem isso e reproduzo aqui minhas reflexões, a partir de lá.

Existem algumas premissas para fazer essa discussão:

  • 1- sempre vivemos em rede sociais, desde que estávamos na caverna;
  • 2- estas redes dependiam e dependem de ambientes de comunicação e informação para sobreviver, variando pelas tecnologias de comunicação e informação disponíveis;
  • 3- sempre estabelecemos hierarquias dentro destas redes sociais, de forma mais ou menos flexível, conforme a necessidade de inovação daquela determinada sociedade;
  • 4- a internet é mais uma das muitas mídias de comunicação e informação disponíveis, que introduz mais flexibilidade à rede social;
  • 5- entretanto, apesar de mudar o tipo de forma de hierarquia, deverá existir, pois há uma limitação da capacidade e dos talentos de cada um para colaborar na rede;
  • 6- como tendência, teremos mais flexibilidade, em uma hierarquia mais dinâmica, mais fluida, mas com uma dada hierarquia,  baseado em critérios mais meritocráticos, para ganhar dinamismo.

Da mesma maneira que o ambiente de conhecimento do livro impresso flexibilizou a hierarquia da Igreja e da Monarquia e introduziu o capitalismo no mundo, a Web forçará uma hierarquia mais aberta.

(Mas note que nem sempre é assim, no livro, Quem está no comando – Ori Brafman o autor analisa redes diferentes como a dos Apaches, dos Alcoólatras Anônimos e mostra que o dinamismo e a organização mais flexíveis não dependem apenas das tecnologias utilizadas. Ou seja, a Web ajuda, mas por trás da tecnologia deve existir um conceito. Que é mais ou menos premente, a partir da necessidade de inovar daquele determinado grupo. Ver mais sobre a relação de rede com inovação aqui)

Na Web, essa hierarquia pode ser vista na relação de seguidores e seguidos.

De sites mais visitados e menos visitados.

Uns exercem, a partir de uma lógica mais meritocrática, determinados papéis na topologia da rede.

Isso é fruto de uma limitação e de uma organização necessária para dar relevância e sobreviver.

O ser humano tem uma capacidade limitada de receber informações e agir.

Portanto, precisa priorizar.

E para priorizar necessita basicamente de filtrar e  criar prioridades.

De funções, tempo e de atividades.

Qualquer mundo que nós entremos será regido por essa limitação.

E será estabelecida algum tipo de hierarquia mais ou menos flexível.

Algumas coisas e pessoas terão mais relevância que outras, pois não podemos dar atenção a tudo!

A não ser que inventem outro ser humano. 😉

Com o mundo entrando em um novo ambiente de conhecimento, por sobre o “sistema operacional” da Web, está se viabilizando, por necessidade, a passagem da   hierarquia “A”  para a “B”.

Como é um modelo um tanto diferente daquele que conhecemos, achamos que é um modelo “sem hierarquia”.

Ou caótico, mas tem suas regras.

Vamos ao conceito, no Houaiss.

Hierarquia:

“Organização social em que se estabelecem relações de subordinação e graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades”

No mundo 2.0, estamos precisando de oxigênio e dinamismo.

Assim, a nova hierarquia estará mais baseada no mérito, do que nas funções, pois o que interessa é quem pode naquele momento ajudar a resolver dado problema, independente qualquer cargo.

Não estamos no mundo sem responsabilidades, mas de um novo tipo de responsabilidade, mais compartilhada, para se ganhar dinamismo e, portanto, inovação.

O mundo 1.0 foi um mundo de desperdícios de talentos.

Esses talentos são necessários agora para resolver a crise de inovação produtiva em que estamos.

Perde-se tempo, energia e dinheiro produzindo coisas que não serão utilizadas nas pontas.

E perde-se tempo, energia e dinheiro quando o que precisa ser consertado depois do uso, não o é.

A nova hierarquia tratará de dar voz a quem não tem para evitar estes desperdícios. E, assim, ampliar o valor da troca.

O atual modelo hierárquico, baseado na estrutura vertical rígida, tem se mostrado incapaz de resolver a crise de inovação produtiva do mundo moderno.

Assim, estamos criando outro modelo hierárquico mais horizontal, porém, com novas regras de relevância.

  • Antes, tínhamos poucos canais e tudo que era publicado tinha muita atenção. Controlava-se, assim, a publicação, os canais.
  • Agora, temos muitos canais e tudo que é publicado tem pouca importância e atenção. Deixa-se publicar e só vai avaliar aquilo que tem relevância ou chama a atenção.

O que ninguém lê, não importa.

Nem num caso, nem no outro, por motivos diversos.

  1. Assim, no mundo digital 2.0, publica-se para editar.
  2. No mundo 1.0, editava-se para publicar.

Lá, o controle era do que ia ser publicado.

Agora, é saber o que é relevante naquilo que já foi publicado.

A hierarquia descentralizada agiliza os processos;

Forma novos líderes;

E dá voz a quem não tinha.

O objetivo?

Reduzir o desperdício da produção de bens e serviços, interno ou externo das organizações sociais, permitindo a revisão permanente para a atender a demanda mutante de 7 bilhões de almas que não param de copular e crescer.

É isso.

Que dizes?

(Vi que o tema a nova hierarquia na Web também apareceu neste debate do Campus Party.)

Aquele que repete, de fato, não se expressa – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;

Na leva de livros que comprei há tempos numa super-promoção da Submarino, veio o “Buda – o mito e a realidade“, escrito pelo jornalista da CBN, Heródoto Barbeiro.

(O livro faz parte do meus estudos sobre Ciência e Religião.)

Pois bem, lá pelas tantas, na página 19, ele diz:

“Pode-se dizer que o Budismo é uma filosofia, mas não é. Na sua essência, é apenas uma prática.”

Pergunta-se: é possível ter uma prática sem filosofia?

Podemos ter a ilusão de que não há filosofia em todas nossas ações, mas sempre há uma ideologia por trás do que fazemos, pois toda a prática parte de uma determinada ideia consciente ou inconscientemente.

E quanto mais se quer dizer que tal coisa é apenas prática, mais se pretende esconder a filosofia que tem por trás!

Alijando a pessoa de poder discutir ou optar por aquela filosofia, pois há outras, que nos levam a práticas diferentes.

Sim, pode-se até ser uma ideologia até nova, alterando e mixando ideologias vigentes.

Mas o ser humano sempre partirá de um determinado conjunto de ideias, geralmente, do senso comum, espalhado na sociedade como verdades absolutas.

Ou como diz o velho Einstein:

“Toda a ciência nada mais é do que o refinamento do pensamento cotidiano.”

Assim, quanto mais consciência tivermos das filosofias vigentes e em curso, muitas delas salpicadas no senso comum, mais liberdade, teremos.

Nunca tocamos na realidade, mas apenas naquilo que os outros interpretaram de realidade e que nós consumimos normalmente sem sentir!!!

Quando parte-se do princípio que o Budismo, por exemplo, é  prática.

No fundo queremos dizer que o Budista está em contato direta com a “verdade”, como se ela fosse única e não uma interpretação da mesma, produzida coletivamente pelos humanos, através das trocas, ao longo do tempo.

Se foi Deus quem disse, há uma verdade a ser seguida, a partir de escrituras sagradas – traduzidas por alguém – inquestionáveis.

Transportamos isso para o dia-a-dia ao não questionarmos outros deuses, gurus de todo tipo, de negócio, da Web, etc, não percebendo que por trás de seu raciocínio existe uma lógica, na maioria dos casos, não explícita.

(Os americanos adoram receita de bolo, mas detestam discutir como chegaram na receita, a partir de que cenário.)

O Budismo é uma filosofia, que visa, por exemplo, estimular determinada prática.

Ou que só tem sentido se a pessoa mudar a maneira que está no mundo.

É uma filosofia aplicada, válida para seus seguidores, mas é uma filosofia.

Existem outras que se propõe a pensar o mundo, mas não alterá-lo.

Ou seja, podemos dizer que há filosofias que propõem ação e intervenção direta na realidade para se justificar.

(Aliás, como propôs Marx na sua visão filosófica.)

E outras que ficam no abstrato.

Qualquer ação humana, entretanto, tem dentro dela uma filosofia.

É cultural portanto, ideológica.

Desconfie de quem vende prática sem discutir filosofia que tem por trás.

Estão te vendendo gato por lebre.

Aliás, de dogmas fechados (e filosofias veladas) o “inferno” anda cheio.

(Não estou afirmando que é o caso do livro do Heródoto que até é bom de ler e traz boas informações.)

(Sugiro ler mais sobre caixas e aquários que nublam nossa mente no debate que estou tendo com os participantes do grupo de estudos, Ruptura 2.0.)

Por fim, não tenho nada contra o budismo, apenas que é uma filosofia para alguns. E religião dogmática para outros.

A função da Ciência é explicar o mundo – Marcelo Gleise – da minha coleção de frases;

Se existe algo que vai demorar, mas vai mudar é o fazer científico.

Antes da Internet, para se publicar era preciso garantir um espaço em uma publicação (de papel) acadêmica.

O artigo era analisado pelos pares.

Aprovado,  diagramado, impresso, distribuído, lido e, quando interessante, citado em uma outra revista, que passava pelo mesmo processo.

Comentários de estranhos?

Nem pensar!

Um modelo colaborativo – de fato – mais lento e limitado.

O tempo da Ciência era um, mas está incompatível com o ritmo de um mundo turbinado por 7 bilhões de almas demandantes de soluções criativas.

Assim:

  • Antes, se editava para publicar;
  • Hoje se publica para editar;
  • E quem edita é o mesmo que lê.

Dirão os tradicionalistas?

“Com que autoridade?”.

Dos mesmos filtros humanos, que podem recomendar os mesmos artigos, porém, não mais ocultos ou rejeitados, mas todos em uma revista on-line colaborativa, a critério dos editores.

Nesse critério de filtros:

  • Doutores e pós-doutores podem ter um peso maior;
  • Mestres, outro;
  • O público leigo outro.

Lê quem quer, o que quer, quando quer, a partir do critério que escolher, seja por critérios de crítica (pares) ou de público (leigos).

A Ciência ganha em democracia, transparência e possibilita que um artigo hoje rejeitado, mesmo com problemas, possa ser lido e até revisado, no processo, pelo autor, a partir das críticas, com interesse  relevante para um grupo restrito.

A ideias de consolidação e validação mudam, pois o digital permite que os dados depositados, ganhem movimento, como um pão num lago de peixinhos.

E os blogs?

Os blogs são o espaço adequado para a publicação das intuições dos cientistas.

Hoje, uma coisa que falta, tanto pela prática de criatividade, como de compartilhamento com a sociedade de suas ideias, que ficam lacradas em um mundo “deles”.

Esse tipo de prática não é mais compatível com as necessidades humanas.

É um lugar especial para o exercício mental, no qual as ideias verdes, verdinhas vão saindo para quem quiser ler e acompanhar.

Para quem quiser ajudar e comentar.

É uma pré-ciência ao vivo e a cores.

Sem compromisso direto com o resultado final.

Uma pré-consolidação necessária.

Lê quem quer e quem precisa!!!

Se a pré-elaboração interessa a alguém no mundo?

Que esteja disponível on-line!

Quem quiser esperar pelo final, que não vá ao blog dele, que espere, mas dê o direito de quem quer ir, que vá!

Ou seja, é um espaço privilegiado para produção de “insights”, úteis para aqueles que de alguma forma se nutrem das ideias daquele determinado blogueiro acadêmico.

É Ciência?

Sim e não.

Não é por que ainda é insight.

Tem que ser vista com reserva.

Mas é, pois toda a ciência começa do insight.

O que  não se pode é parar no insight.

Ou não se ter nunca insigts.

É uma grande oportunidade para ir se validando, ganhando corpo, em processo, sendo debatida, crescendo como um bolo, com a padaria aberta aos olhos dos interessados.

É um retorno a um neo-iluminismo, da produção individual, mesmo que repleta de coletividade.

Já disse aqui e ali que os grandes cientistas do passado foram blogueiros sem blogs.

Pois quem quer chegar a verdade, não para de pensar, de refletir e nada melhor que uma página em branco, olhos e pessoas para compartilhar suas ideias.

Todos ganham.

Este é e sempre foi e deve ser o espírito da Ciência: à procura da verdade.

O resto é visão turva…e cortinas do passado.

Que dizes?

Fate only provokes the incident; it’s up to us to determine the quality of its effectsMontaignefrom my phrase collection in Portuguese.

We are cultural beings.

What makes us different from animals is our capacity to transform the world to make it habitable, taking into account our limitations.

Unlike animals that live in ecological niches, we need to create knowledge ecologies.

Thus, behind our civilization, there is an informational environment (or operating system) that supports it and enables our existence.

The more numerous we are on the planet, the faster the operating system has to run to meet increasing demands of quality and quantity, as well as complexity – the combination of the former two.

However, this demand is invisible, slow, and almost imperceptible. It takes a long time to appear, but it’s inescapable. Just look at São Paulo and its traffic jams.

Decades went by, with no planning, before we reached this chaos.

Thus, the Internet is born to enable a new knowledge environment for a planet with 7 billion living souls.

It’s interesting to note that the upgrade of this informational environment (or operating system) is done spontaneously. Or better, through trial and error, without a “God” above planning our future.

No, in humankind’s history there was never a bad or good genie, able to perceive the impasses and latencies in informational environments, who designed the new knowledge operating system.

Things just happen. It was like this with all other technologies that made a difference – from the book to the Internet, from the telegraph to the telephone.

Nobody thought the world would be reduced in terms of time and space. Things are put forward and we collectively migrate, incorporating intelligence and interests, while civilization advances and becomes consolidated.

In fact, inventors of these technologies of rupture just wanted to make money by coming up with something that could make life in some way easier for some people.

Thus, entrepreneurs launch their products and depending on their capacity to meet latencies, people will adhere to them.

The new operating system is built by trial and error, especially because adherence is always unpredictable. The system will have to meet people’s demand to facilitate their informational life.

(The printed book resulted from Chinese experiences Gutenberg had heard about and decided to experiment with. He wanted to sell pictures of Saints at the Church door, and unknowingly changed the world.)

Thus, people realize it’s faster to communicate via cell phones, through computers connected to a worldwide network. And presto, they are in.

If the operating environment is the background, society and its institutions are the applications which run in the new environment.

In the past, “social applications” were slower, based on a suitable operating system, which met the printing and processing demands of a population with a specific size.

Today, there is incompatibility between the speed of demand, of the network that started to accelerate the planet, and institutions born under concepts and pace of the past environment.

We are sons and daughters of the printed book, which generated an environment for sharing ideas, which enabled the industrial revolution civilization. This civilization can’t cope any longer with the current world, on a globalized and overcrowded planet.

Actually, all 2.0 projects are cultural initiatives, trying to accomplish this mental upgrade, adjusting institutions to the new level of speed, quantity, and quality of exchanges occurring on the web, which results from the demands of more people on the planet.

We have now a more robust and faster operating system, which arrived first to create an environment for sharing ideas to reshape institutions. These institutions will be based on new philosophical, political, economic, and social concepts that will become hegemonic in the still embryonic and emerging ruling class.

This is the challenge faced by all people who wish to implement “Internet projects” or whatever we call them.

Revamp institutions to make them suitable to a more populous and, therefore, more complex planet.

Schools, hospitals, companies, Justice, and Legislative are no longer compatible with the current world and its operating system.

They all need to become internetized to be faster and cope better with new complexities – and this has nothing to do with building homepages.

Thus, in order of development:

  • 1– The population grows increasing demand.
  • 2 – A new informational environment is created for information sharing and communication, or knowledge, which spreads like fire in dry grass.
  • 3 – Institutions become incompatible with the new environment and need to migrate to the new system, revising their actions.

That’s what the 2.0 world is all about: a civilizational revision!

What we call the 2.0 world is the revision of the Media Age, of the control exercised by large monopolies, which will have to become compatible with the new operating system, invented by new masses of people to protect themselves, prosper and go forward.

It’s the Hidden Collective Intelligence in action.

(Do you believe in goblins? Neither do I, but I believe in the Hidden Collective Intelligence. I’m going to put a sticker on my car: “I believe in the Hidden…”)

That’s it. What do you say?

More Neposts in English.

Twitter in English. Follow me.

Twitter in Portuguese. Follow me.

Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

(This article in Portuguese.)

Você pode influenciar um sistema natural, mas não controlá-lo – Peter Senge – da minha coleção de frases;

Estivemos ontem reunidos no Centro da cidade para o nosso primeiro encontro.

O objetivo é discutir e compreender a ruptura 2.0 e cada um dos participantes conseguir se situar melhor nesse nosso mundo mutante.

Na apresentação, posso destacar que houve um consenso: há por aí muita fumaça e pouco fogo.

O que deve ser priorizado ao se implantar projetos 2.0?

É só Buzz e Hype ou há mais coisas entre o céu e a terra…?

Como conclusão do primeiro dia, coerente com o post de hoje, concluímos que é preciso:

1- termos uma lógica que explique a sociedade, a partir do fenômeno Internet;

E todo o resto viria a partir desse primeiro passo.

Vimos que essa lógica não é:

  • A lógica de ferramentas, mas das sociedades humanas;
  • Que não é a lógica, lógico, do senso comum;
  • Mas uma nova lógica sistêmica, que possa mostrar, como sugere o Formanski, todos os interruptores para saber quais acendem e quais não acendem as luzes.

Noite agradável.

Fiquei devendo uma foto.

Segunda que vem tem mais, (meninas levem o batom, pois vai ter foto durante o processo.)

Eis a lista da “tropa de elite”:  🙂

1- Fabio.Santos;

2- Fábio Carvalho
3- Roberta Florido
4- Gustavo Sigal Macedo
5- Vinicius Costa
6- Lucia Peixoto
7- José  Formanski
8- Camila Leporace
09 Rafael Oliveira
10- José Magno
11 Simone Evangelista Cunha
12- Érika Cruz
13- Rodrigo Nogueira
14  Leonardo Bragança
15- Paula Martini
16- Camila Leite
17 – Gabrielle Augusto

1- Fabio Santos;

2- Fábio Carvalho

3- Roberta Florido

4- Gustavo Sigal Macedo

5- Vinicius Costa

6- Lucia Peixoto

7- José  Formanski

8- Camila Leporace

09 Rafael Oliveira

10- José Magno

11 Simone Evangelista Cunha

12- Érika Cruz

13- Rodrigo Nogueira

14  Leonardo Bragança

15- Paula Martini

16- Camila Leite

17 – Gabrielle Augusto

(Se alguém do grupo quiser comentar, ou complementar…)

Num mundo de excesso de informação e conhecimento, fará a diferença quem entender a nova lógica, que possa realinhar a informação e o conhecimento para gerar valor – Nepô – da minha coleção de frases;

Como as empresas definem suas estratégias de longo prazo?

  • Cenários;
  • Como os cenários afetam meus negócios;
  • Como ajustar meus modelos de negócio aos novos cenários;
  • E, por fim, como ajustar os processos aos novos modelos de negócios.

Existe, entretanto, agora um dado novo, curioso que não existe em nenhum livro de administração.

Os cenários eram feitos, a partir de uma lógica razoavelmente imutável.

O modelo teórico que tínhamos da sociedade, principalmente no capitalismo, está em cheque, em função da Internet.

Não existia a possibilidade de uma mudança de mídia afetar tanto os negócios.

E daí, afeta, e agora?

Se muda-se tanto por fatores não explicados, temos que rever o modelo, pois estamos vivendo uma época de rupturas de uma natureza maior, o que leva as empresas a rever o pano de fundo, um fato diferente do que estamos acostumados.

Ou se faz isso, ou cada uma delas ficará na areia movediça!

O que antes achávamos que era montanha, é um vulcão, que se mexe e entra em erupção!!!

(Ver mais sobre isso aqui.)

É preciso, assim, compreender uma nova lógica.

Para isso, temos que nos remeter ao que ocorreu na nossa civilização há 550 anos com a passagem do feudalismo para o capitalismo, alavancada pela rede do livro impresso.

Criou-se ali também uma nova lógica, na qual os cidadãos passaram a trocar ideias de uma nova maneira, através dos livros e isso mudou o mundo.

(Veja bem o que mudou o mundo não foi o livro, mas o uso que fizemos dele.)

Thomas Kuhn no seu livro maravilhoso, “As Revoluções Científicas” define que o que fica para trás após uma nova descoberta, perde completamente o valor, pois passa-se a trabalhar com uma nova lógica!

Veja o que diz:

“Assim, o cientista , que procura dar respostas às perguntas partindo das regras ( conceitos, princípios matemáticos, instrumentos etc. ) estabelecidas, perde o apoio quando estas não servem mais como parâmetros. A técnica normal de análise é destruída , na medida em que diferentes versões da mesma teoria coexistem. Este período é detectado como um período de crise que só será resolvido quando uma única visão for aceita e as demais refutadas.”

Estamos vivendo essa crise teórica, pois não conseguimos colocar a Internet em nenhum modelo clássico, nem sociológico, antropológico, dentro da ciência da informação, da comunicação ou da filosofia (conhecimento).

É difícil, ao se pensar estratégia neste cenário incerto, pois antes de qualquer estratégia, deve haver um modelo claro e definido do sistema que estamos vivendo!!!

Assim, compreende-se a necessidade de um esforço para trabalharmos com uma nova lógica.

Isso não está em nenhum manual.

As teorias sobre a Web ainda são ralas, incipientes, o que nos leva a mais dificuldade.

Portanto, é preciso desenvolver um novo modelo teórico que permita introduzir uma lógica 2.0, na qual a co-criação com colaboradores internos, fornecedores e consumidores faça sentido.

Informação ou conhecimento sem lógica, gera confusão!

Vejam, por exemplo, o caso do Google.

Conseguiu entender, antes da maioria,  a lógica da Internet: o poder dos cliques da massa.

Transformou a lógica em produto, um algoritmo que conseguia dar sentido ao mar vasto de informação.

Qual é o valor deles?

A sacada de para onde a banda tocaria, pois eles construíram uma lógica com autoridade (falei mais sobre isso aqui.);

Amazon, Apple com Iphone, Linux, Skype  são outro exemplos, que, por trás de tudo, tinham uma lógica exata de ver o mundo, antes de lançar seus novos projetos.

  • Não se lançaram ao mundo para depois ter lógica.
  • Mas viram a nova lógica e lançaram projetos, o que muda tudo!

Ou seja, algo que ao ser confrontado com a realidade se mostrou factível.

Uma boa lógica, aliada a um bom modelo de negócios e a processo detalhados, rendeu bilhões.

Se existe esforço que as empresas devem fazer neste mundo 2.0, é conseguir a melhor lógica possível.

Qualquer uma e começar a praticá-la e aperfeiçoá-la, a partir do santo remédio chamado realidade.

Se conseguir uma mais consistente, melhor ainda, ganhará mais tempo e dinheiro.

O problema é que todo mundo está perdido hoje tentando ganhar com a informação e o conhecimento, o que era um diferencial do modelo anterior.

Diria até que estamos entrando na sociedade do pós-conhecimento e da pós-informação, na qual o que fará a diferença é a lógica que cada um vai desenvolver de ver o mundo e a sua capacidade de renová-la e transformá-la permanentemente em valor!

Sem isso, é naufrágio, ou seguir os barcos que estão com a lógica melhor lá na frente.

Pegando as sobras.

É isso?

Tema: aprofundando a “Ruptura 2.0”

Veja depoimento dos meus clientes e alunos.

Faça aqui sua pré-inscrição, comentando neste post.

O objetivo:

Ajudar aos  participantes a refletir sobre as mudanças que a Internet traz para a sociedade e construir coletivamente uma nova lógica para olhar para nossa sociedade de outra maneira.

Tópicos gerais:

  • A Internet cria uma nova civilização?
  • Qual a característica dessa nova civilização?
  • A nova civilização nas Organizações
  • A nova civilização na Escola
  • A nova civilização….(a partir dos participantes)

Dinâmica:

Um grupo de estudo tem uma dinâmica diferente de uma “aula”. Todos dividem as suas angústias, receios, temores, senso comum, dúvidas  sobre este novo mundo e num trabalho coletivo vamos tentando chegar a alguns consensos, ou, pelo menos, percebermos quais são os pontos de vistas majoritários.

As reuniões são acompanhadas da publicação de textos no blog (www.nepo.com.br) e de uma comunidade, através de lista de discussão no Google, na qual o coordenador mantém o pessoal informado de notícias, textos, comentários, etc sobre os temas discutidos, além da colaboração de todos.

Este grupo poderá ser misto, online e presencial, estou amadurecendo.


O que se um participante pode esperar?

  • Sair com uma visão mais ampla do fenômeno Internet;
  • Compartilhar essa visão com outros interessados no tema;
  • Conseguir visualizar aplicações práticas, mesmo que de médio prazo para o seu exercício profissional.

Participantes:

Há um critério de seleção da turma, através de experiência do coordenador de trazer pessoas inquietas, curiosas e que vão agregar aos demais.

Teremos quatro encontros, que serão no segundo semestre.

Dias das aulas: quartas, à noite, no Centro da cidade.

Como o processo de montar turmas é complexo, resolvi fazer o seguinte.

Tem três modelos:

1- fila pagante – R$ 200,00 ( o aluno se cadastra e aguarda o fechamento da turma e com este bom desconto do curso, espera, entra no risco comigo, eu coloco-o na  lista do grupo, que entra na mala direta dos meus ex-alunos, com notícias e comentários interessantes sobre o mundo 2.0, já vai se ambientando, pode parcelar, se quiser em duas vezes. Se não tiver o curso em seis meses, devolvo o dinheiro);

2- fila não pagante (o cadastro para o curso, o que garante receber o aviso antes do encontro, com desconto, pagando R$ 250,00, logo que o curso for aberto);

3 – quando o curso for aberto para o público – o valor é de R$ 300,00. Vale para quando o curso for anunciado. Que é o preço dele sem desconto.

Quem pagou e não puder por algum motivo fazer o curso, recebe o dinheiro de volta, na condição de me avisar com 10 dias de antecedência para poder me planejar. Garanto vaga para estes no próximo curso, em não podendo perde o valor depositado.

Para qualquer um dos participantes, gostaria que respondesse:

a) por que gostaria de fazer este grupo de estudo?

b) e qual é sua experiência prática ou teórica nesse mundo 2.0?

Comente abaixo, ou me mande email: cnepomu@gmail.com

Grato pela confiança,

Nepomuceno

Este curso é parceria com ContentMind.


Em que detalhe:

  • Por que quer fazer parte do grupo?
  • Como acha que pode ajudar na mudança do mundo 1.0 para o mundo 2.0?

Veja a cobertura completa do que foi o primeiro grupo:

http://nepo.com.br/category/grupo-de-estudos-2-0/

 

Quem é Carlos Nepomuceno (o provocador dos debates)?

Não é guru, mágico, profeta, ilusionista, apenas um pesquisador persistente, honesto, que gosta da boa lógica, autores com consistência e conversar e aprender com os outros, por isso, está sempre aprendendo e desaprendendo.

Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense/IBICT, no qual se dedica há mais de 15 anos a estudar a história de outras revoluções informacionais e, por isso, consegue ter uma visão mais ampla e profunda do fenômeno. Graduado em Jornalismo e Mestre em Ciência da Informação;

Apesar da consistência teórica, Nepô, como gosta de ser chamado, é empreendedor há mais de 15 anos na Internet, com mais de 400 projetos desenvolvidos em todas as áreas, formatos e tamanhos, até consultoria estratégica e treinamento em empresas de grande porte em todo o país, principalmente no Rio de Janeiro.

Tem ajudado empresas como Vale, Nokia, Petrobras, BNDES, Dataprev, Prodesp a ter uma visão mais ampla sobre o fenômeno, procurando alterar modelos mentais. Recebeu o prêmio da Revista Info, há cerca de dois anos, por ser considerado uma dos 50 pessoas mais inovadoras do país na área de tecnologia.

Nepô se caracteriza por seguir a filosofia de Gandhi; “Seja a revolução que queres para o mundo“. Assim, tem um dos blogs mais ativos no Brasil (www.nepo.com.br) do mundo 2.0, com mais de três anos de atividade, com postagens diárias (pode ler o novo post de hoje).

São até hoje 800 postagens, com mais de 4700 comentários.

É ativo nas redes sociais, através de dicas e principalmente frases curtas e filosóficas sobre fenômeno, com forte carga filosófica e humana, através do Twitter, (@cnepomuceno), replicando no Facebook e Linkedin com cerca de 3 mil seguidores, a maioria com especialização no mundo 2.0.

Promove encontros como o atual há 7 anos em diversas cidades brasileiras e pela própria Internet, naquilo que ele chama “sala de aula 2.0“, baseada no conceito do diálogo honesto. (Pede que os participantes não levem laptops e deixem todos os seus gadgets desligados durante o encontro).

A média das notas na avaliação dos participantes de suas palestras, cursos e encontros é de 9 a 10.

 


Conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles – Nepô. –  da minha coleção de frases.

Tivemos um debate interessante num grupo de trabalho de um cliente.

Passamos seis meses construindo alguns conceitos sobre redes, que nos facilitaram bastante a classificação das mesmas logo depois.

Temos testado a sua “aplicabilidade”.

E até agora o conceito tem resistido.

Rapidamente, consegue nos dizer que tipo de rede é essa ou aquela.

Podemos dizer, assim, que aqueles conceitos têm  autoridade, pois se presta ao seu objetivo: classificar redes.

Um novo membro foi adicionado à equipe e resolveu, como é natural, questionar o conceito.

É tão simples que parece que falta algo.

E aí veio, no debate, a defesa e a explicação de que aquele conceito não era autoritário, pois não estávamos fechado com ele, mas que gostaríamos, para ser mudado ou questionado, que ele não servisse mais a alguma aplicação prática para classificar redes.

Ou seja, se funcionar, continuava com autoridade.

Se começar a não mais facilitar e não nos permitir a classificar as redes, passar a forçar uma barra, ele passa a autoritário, pois a realidade tem que se adaptar a ele e não ao contrário.

(Como muitas vezes vemos por aí.)

Muita gente esquece que as teorias devem servir para resolver problemas humanos e serem testadas no campo para serem validadas ou questionadas.

Desde teorias comprovadas em laboratório, ou mesmo no campo social.

Conceitos não valem nada isoladamente.

Enquanto defesas vazias dentro de quatro paredes.

Um exemplo.

Um dia uma amiga me confessou que estava há meses procurando a definição para determinado conceito.

Ela é acadêmica sem muito contato com questões mais práticas.

Pensei logo que os conceitos, por si só, de nada valem, se não passarem gradualmente e sempre pelo teste de “bancada”.

Seria mais fácil, criar uma versão 1.0, aplicar, discutir, ver do que se trata, mudar para a versão 2.0, até chegar em uma que seja adequada para o problema que se tenha para resolver.

Se mudar o problema, certamente aquele conceito terá que ser adaptado, pois ele é uma ferramenta e não a solução.

  • Conceitos e teorias têm que ser  simples o suficiente para que todos possam utilizar.
  • E sofisticadas, ao ponto de ajudar a resolver os problemas originais, que nos levaram a tentar desenvolvê-lo.

Gosto da frase:

Simplicidade é a complexidade resolvida – Constantino Brancusi;

Estamos tão envolvidos com teorias, conceitos, informações e conhecimentos que, no meio do tiroteio, nos esquecemos exatamente por que precisamos deles.

E nos casamos com eles, de tal forma, que a realidade deve se adaptar a ele e não mais os conceitos à realidade.

E eles só são úteis e tem autoridade enquanto podem ser comprovados na prática, o fim de todas nossas reflexões sobre a vida.

Funcionou, vamos em frente.

Começou a dar problema, sem problema, vamos rever.

Que dizes?

O otimismo é a impossibilidade de determinada pessoa, se baseando uma lógica com dados concretos e objetivos, apresentar prognósticos factíveisNepô da minha coleção de frases;

Este Post é desdobramento de polêmicas antigas neste blog (ver comentários), aulas e de debates em palestras.

Comecemos, por exemplo, com um médico otimista.

Seu prognóstico tende sempre a  dar esperanças à família.

Independente dos problemas que um diagnóstico baseado no otimismo pode causar para o paciente e à família , ele é sempre, com orgulho, otimista.

“Tenho fé que vai dar”.

A vida, entretanto, não é otimista.

Um furacão não deixa de vir, nem os pacientes  deixam de morrer pelo otimismo dos meteorologistas ou médicos.

Furacões e doenças  podem ser previstas e curadas de forma cada vez mais precisa pelo esforço constante de se aprender com acertos e erros do passado.

Isto é ciência!

O otimismo deveria dar lugar, assim, a prognósticos e não a palpites: pelo histórico estudado o paciente tem “x” de chances de sobreviver e o furacão “y” de ocorrer.

Caso haja novidades que alterem o cálculo, acrescenta-se aquela experiência à fórmula  ao conceito ou a  teoria que sustenta o diagnóstico para nos ajudar em casos similares no futuro.

O risco do otimismo e do pessimismo é justamente um”palpitegnóstico“, uma análise feita a despeito, ou sem levar em conta, teorias estudadas sobre o tema.

E sem dar a possibilidade ao outro de poder concordar, ou não.

Se é questão moral, de fé ou de intuição, acabou o jogo cognitivo e começamos a acender velas na encruzilhada.

O otimista é fechado nele mesmo.

É uma ego-ciência!

É uma defesa a-científica baseada na fé, na intuição, na moral, no palpite, o que alarga os danos de ocorrências não previstas com antecedência e dá menos chance das pessoas se prepararem para os fatos da vida, que não são nem oti nem pessi – mistas.

Um otimista, assim, tende a colocar sua intuição acima – e a despeito – do passado científico sobre determinado problema e, ao contrário do que pensa ou propaga, pode causar mais danos ao mundo do que benefícios, bem como os pessimistas.

O que ajuda ao mundo é reflexão à procura de uma lógica aberta, que todos possam opinar, melhorar, contribuir para que possamos nos aparelhar cada vez mais sobre os fenômenos sociais e da natureza!

Os tecno-otimistas, por exemplo, palpitam, que a  Internet vai melhorar o mundo.

Mas, para transformar esta fé em teoria, dá trabalho.

E muito!

Será preciso detalhar:

– o papel que a tecnologia exerceu no passado e no presente;

– o papel que a tecnologia das mídias exerceu no passado e nos presente;

– o que se entende por “melhorar o mundo”;

– e quais são os índices que devemos medir para comprovar essa hipótese de melhoria para monitoramento.

Veremos que o buraco do modem é bem mais embaixo.

Devemos, assim, lutar para tentar abduzir  todo otimista para o rigor científico, reduzindo palpites e ampliando o poder dos  argumentos e fatos, trazendo mais e mais pensadores para agregar lógicas e não palpites.

E assim, ampliar a  possibilidade de se lidar com os benefícios e reduzir os danos inerentes à introdução de qualquer tecnologia, que como um furacão ou uma doença exige previsões e providências baseadas na experiência acumulada.

É isso, que dizem os meus amigos tecno-otimistas?

Querem uma provocação maior do que esta?

Se não comentarem aqui vou começar a dar os nomes..;)

A lista é grande…;)

Sabemos apenas aquilo que podemos medir; todo o conhecimento científico que temos do mundo natural depende dos nossos instrumentos de observação – Marcelo Gleiser – da minha coleção de frases;

Quem quiser estudar os planetas deve ter um telescópio; as células, um microscópio. Aliás, quanto mais potentes, melhor.

E a sociedade? A Internet? As Redes Sociais?

É preciso de uma teoria, que nada mais é do que definição dos atores influentes e o peso de cada um para alterar o processo a ser analisado.

Ou seja, se conseguirmos definir:

  • 1- quem e como os atores exercem pressão sobre o sistema;
  • 2- que tipo de fatores cada uma destas pressões resultam no processo de evolução do mesmo;
  • 3- podemos definir, então, que tipo de mudanças tivemos, temos e, provavelmente, teremos;
  • 4- o que nos ajudará, só então, a montar estratégias;
  • 5- diminuindo as chances de darmos tiros no escuro!

Na análise da Internet, a meu ver, podemos começar a rastrear um DNA sistêmico, que tenho tentado desenvolver aqui no blog, a partir de todos os “inputs” que tenho recebido nas minhas aulas, palestras, consultoria, leituras, discussões em mesa de bar, comentários em cima dos posts.

Acredito que podemos aferir, até o momento, como uma teoria 1.0 experimental, que precisa ir se consolidando, os seguintes agentes e a relação entre eles:

  • 1- o crescimento da população é o ponto de partida do sistema, que gera um aumento de demandas por produtos e serviços na sociedade. É um ponto de partida, pois não é possível mudar essa realidade, matando gente, exterminando povos, por mais que já tenham tentado. Ou seja, é um fato inapelável com uma aumento constante, cada vez maior e invisível, um fato para o qual o sistema como um todo tem que se adaptar, pois ele é  o único fator que não permite mudança no presente. Pode-se fazer planejamento familiar, mas só terá resultados futuros;
  • 2- a partir do aumento da população, são formados setores produtivos (públicos e privados) que se organizam para atender a estas demandas;
  • 3- este setor produtivo luta, batalha, influencia, compra, suborna, cria golpes para estabelecer as regras do jogo do mercado. Estabelece, assim, através de um jogo de interesses, pressões e co-relações de forças, desde monopólios, concorrência, impostos, relação de consumo, etc), além das instituições de suporte necessárias para que o jogo possa acontecer: polícia, justiça, escola, congresso, etc;
  • 4- estabelece-se, no processo, uma ideologia vigente (conjunto de premissas e ideias que passam a ser hegemônicas na sociedade), que justifica, corrobora,  a forma com que estas relação entre demanda e oferta são realizadas;
  • 5- como prerrogativa para que este modelo seja aceito, passa-se a dominar ou influenciar fortemente os principais meios de comunicação vigente para manter os “problemas” do atendimento das demandas em níveis de pressão razoáveis e  sem grandes crises, bem como, o modelo estabelecido da sociedade como um todo. Usa-se, assim, os meios de informação como canal de difusão em larga escala (e de forma repetida da ideologia vigente) para manter o “circo” funcionando.

É nesse equilíbrio fino que construímos o modus-operandi de qualquer sociedade. Na qual, os diferentes atores atuam.

Estes fatores combinados nos levam aos equilíbrios ou desequilíbrios sistêmicos sociais.

Quando uma destes fatores se altera, ou muda, em larga proporção, gera uma alteração geral no ambiente, impulsionando mudanças nos outros agentes e em todo o ambiente, com  ajustes finos ou radicais.

Sob esse ponto de vista, somos a civilização que foi formada, a partir da crise radical do aumento populacional da Idade Média.

Lá, uma população miserável enfrentou:

  • 1- o crescimento da população e o início da concentração nas cidades;
  • 2- necessidade de novos modelos produtivos “amarrados” pelo poder da Igreja e dos nobres;
  • 3- necessidade, portanto, de alteração das regras do jogo não permitiam que novos atores entrassem ou atuassem;
  • 4 – alteração da ideologia vigente, que impedia o conceito de lucro e da iniciativa privada, por exemplo, vital para a evolução do novo ambiente produtivo;
  • 5-e a forte dominação dos meios de informação e comunicação, através do não acesso às  bibliotecas (ver filmes Nome da Rosa Lutero), a linguagem culta toda em latim e a impossibilidade da circulação de novas ideias, através dos livros manuscritos, caros e difíceis de manejar, sendo que toda a dominação, se dava no modelo oral, principalmente, através dos padres na missa.

Uma situação como essa gera uma crise de inovação produtiva.

Mais população, mais demanda, necessidade de novos modelos produtivos, que precisam de dinamismo, um novo ambiente para poder criar os produtos e serviços.

Ou seja, pressiona-se o sistema como um todo para alterações no seu conjunto, visando a inovação produtiva.

O interessante que o primeiro passo para se sair do impasse, foi o surgimento de uma nova mídia: o livro impresso.

E este fato ocorre de forma espontânea e sem planejamento, sem mesmo os principais pensadores da época terem percebido a sua dimensão e importância para a solução de uma crise também invisível, pois se dava muito mais na latência interna de cada pessoa, que não tinha meios nem canais para se expressar, a não ser através de revoltas isoladas, que não compunham, por si só, revoluções com um propósito de um novo modelo.

Assim, sem nenhum tipo de articulação ou maquinação política (como ocorreu com a Internet), introduziu-se o livro impresso naquele sistema viciado e incompetente para os novos desafios,  a possibilidade da entrada de novas ideias, que passaram a circular, sem consentimento ou controle do poder vigente, através do que denominei aqui como uma mídia de oxigenação social.

(De 1450 a 1500, circularam na Europa 13 milhões de livros impressos, com mais de 27 mil títulos, uma verdadeira explosão de ideias e informação para a época.)

O que essa mídia permite, basicamente, na sua chegada é viabilizar o surgimento de novos líderes, vozes, ideias, que passam a identificar os problemas e sugerir as reformas práticas e conceituais de todo o ambiente.

A mudança da sociedade, a partir deste ponto, é uma questão de tempo e método de mobilização para a mudança, usando os novos meios, gerando uma contra-informação para se revisar toda a sociedade.

Naquele momento, se aponta uma alternativa para a solução do impasse da crise de inovação produtiva da Idade Média:

  • 1- a população continua a crescer;
  • 2- os novos setores produtivos (burguesia) estabelecem, com base no livro impresso, panfletos, livretos revoluções, que visam novas regras do jogo;
  • 3- criam um outro tipo de estado com liberdade para fazer negócios, baseada em parlamento e república;
  • 4- estabelecem uma nova ideologia, libertada de um Deus que não permitia o lucro;
  • 5- e se estrutura uma nova hegemonia em torno dos novos meios de comunicação, que começa com os jornais, depois o rádio e a tevê, que permitem, ao longo dos últimos 550 anos,  revoluções econômicas, políticas e sociais, passando a ser o lucro o centro de incentivo para estimular constantemente a inovação e atender ao aumento constante das demandas, que o aumento da população exige.

Depois destes 550 anos, chegamos a 2010.

Hoje, com o salto populacional duplicando o número de habitantes do planeta a cada 50 anos, estamos vivendo uma nova crise de inovação produtiva, similar a vivida pré-capitalismo.

Os setores produtivos por mais que tenham se repensado, criado reengenharias, se informatizado, se globalizado, na essência não mudaram a sua forma de atuar.

O modelo ainda é fortemente baseado na força dos centros, na hierarquia, no conceito do lucro sem ética, acima do interesse dos consumidores (que nunca têm razão, apesar do discurso contrário), do meio-ambiente cada vez mais violentado.

Este modelo se sustentou até aqui, impulsionados por uma forte capacidade de comunicação, desenvolvida e aperfeiçoada durante décadas (com grande carga de manipulação)  que conseguiu manter o  status-quo vigente praticamente intocado, empurrando, entretanto,  essa crise para um patamar insustentável entre o desejo das novas gerações, principalmente, com o que temos a oferecer.

(A latência por novos ares pode ser medida pela adesão da população à nova mídia, a troca de música pela rede, ao desenvolvimento colaborativo de softwares e de várias outras iniciativas no mundo. É o primeiro passo.)

Uma crise de qualidade (pois as pessoas estão querendo sempre algo melhor e diferente) como de quantidade (mais e mais pessoas para comer, se vestir, beber, etc.), com seus desdobramentos de sobrevivência, com fatores novos, como a degradação geral do planeta.

Portanto, a Internet – da mesma maneira que o livro impresso – veio, assim, ao mundo para resolver essa crise de inovação produtiva e toda a ideologia que sustenta o modelo anterior.

Veio, introduzir a Idade Digital colaborativa, da mesma maneira que tivemos a passagem da Idade Média para a Idade Mídia, visando reformular toda a sociedade, a partir de novos paradigmas, tanto do ponto de vista ideológico, com seus novos líderes e empreendedores, que criam a possibilidade, o estofo para as outras mudanças práticas em todo o sistema, como do ponto de vista prático, com novos ambientes de negócio e não apenas modelos.

Questiona-se, hoje, o conceito do lucro, da propriedade intelectual, do desenvolvimento sem sustentabilidade, do desrespeito aos colaboradores internos, dos modelos de organização do estado, da política. Há a mesma latência, que agora começa a ganhar novos canais de expressão e, mais adiante, projetos e métodos de mudança para um novo ambiente.

A pauta, talvez, seja a mesma de todos os críticos históricos do capitalismo. Mas só que agora há um ambiente de troca de ideias que não permite mais que a ideologia vigente seja propagada pela velha dominação da mídia. E o setor produtivo não consegue atender – nos mesmos moldes do pré-capitalismo – a latência de uma população cada vez mais mutante e diferenciada.

Vivemos hoje uma crise similar, a que deu origem ao capitalismo!

O mundo está vivendo, de novo, uma grande revisão civilizacional.

A nova mídia estabelece a possibilidade – pela primeira vez – da colaboração coletiva a distância, por conhecidos e por desconhecidos, um fator de impulsionamento da inovação que aponta uma saída viável para superar a crise atual dos modelos produtivos.

Esta nova opção – que não pode ser desprezada –  entretanto, cobra um alto custo de revisão de conceitos básicos de quem hoje está se beneficiando de alguma forma  na estrutura de poder vigente.

Ou seja, por um lado se quer inovação, mas a alternativa exige que se compartilhe ou mude as regras de poder. Eis o impasse do mundo 1.0 versus o 2.0!

Se o livro impresso popularizou a escrita pela primeira vez na história.

(Na verdade, o livro impresso foi a Escrita 2.0.)

Com ele, se viabilizou a troca de ideias a distância para sair de uma crise de produção.

A Internet vem criar a colaboração do muito para muitos a distância para superar em outro momento uma crise similar.

Portanto, ao terminar, como foi na Idade Média,  o controle da mídia nos moldes conhecidos, o jogo está de novo aberto. E abre-se a possibilidade de novos líderes sugerirem, terem voz e apontar os projetos do novo mundo.

(É o mesmo cometa que passa 550 anos depois. Portanto, é impossível entender a Internet sem estudar a chegada o livro impresso na sociedade.)

Ou seja, é uma mudança civilizacional, que se inicia com uma nova mídia, que vem resolver uma crise sistêmica, que só será resolvida, através da troca de ideias e da aceitação coletiva de um novo modelo social baseado na colaboração, deixando para trás a civilização anterior baseada em um estrutura uni-direcional.

Abre-se a placa de “vago” na chefia da civilização.

Espera-se uma nova classe dominante como novos conceitos colaborativos, a la Google e a la Amazon, que mostrará a saída da crise e cobrará num boleto bancário novas regras do jogo, pressionando as velhas estruturas para atender as suas novas demandas.

Ou seja, justiça 2.0, governo 2.0, congresso 2.0, escola 2.0…com uma conceito de lucro revisado, tendo um compromisso mais ético e compartilhado entre seus consumidores.

Os clientes terão mais razão do que tem hoje!

Estamos assim saindo da civilização do um-muitos, que estruturou a civilização atual e fundo as bases do capitalismo.

E passando para o muito-muitos que será o molde da nova civilização.

Um novo capitalismo?

Sim, provavelmente e até mais do que isso.

Porém, qualquer prognóstico nessa direção agora seria profecia.

É bastante provável, entretanto, que estejamos no primeiro passo de um novo sistema político, social e econômico, que deve ter como base o dinamismo para resolver a atual crise de inovação produtiva, fazendo, de novo, o mundo girar –  de forma diferente para cada país, ou região e mesmo classe social –  mais girar diferente.

Tudo na direção de ajudar a manter viva as 7 bilhões de almas humanas do planeta, que não param de copular e crescer.

Que dizes?


Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle –  George Buckey, presidente da 3M – da minha coleção.

Há uma relação direta entre controle da informação e inovação.

A China controla fortemente a informação, pois só copia e repete.

Cria pouco.

No dia que quiser começar a inventar coisas novas, vai haver um conflito entre a censura e os pesquisadores de ponta.

E vão pedir de joelho para o Google voltar.

No Brasil, estamos parados no sopão da mesmice.

Do jeito que vamos e aceitamos de somente oferecer ao mundo matéria-prima e comida, nosso ambiente controlado e estático,  está para lá de suficiente.

O mundo 2.0 por aqui vai andar, como já anda, com freio de mão ligado!

(Não falem do mundo externo, do usuário pessoa física, digo dentro das pessoas jurídicas.)

No dia que alguém vier querendo uma indústria de ponta para valer com valor agregado, nosso calhambeque informacional 1.0 vai ficar no acostamento.

Aqui, vale quem é amigo do rei.

A meritocracia é uma palavra esquisita que 98% da população não sabe o significado, nem de forma teórica ou prática.

Empresas de ponta, inovadoras, precisam de ar, oxigênio.

De valorizar quem pensa diferente.

Os criativos precisam de espaços acolhedores para produzir!!!

E a ponte entre a invisibilidade e a influência deve estar aberta.

E o tempo para cruzar as margens deve ser cada vez menor.

Ninguém pensa ou cria na prisão.

Ou melhor, até cria, como temos vários exemplos no mundo, mas não co-cria com outros prisioneiros.

E nem inventa se não é valorizado e estimulado.

A Internet cria um ambiente de conhecimento de oxigenação social para revisar a civilização passada, mas este espaço, infelizmente, não nascerá ou será para todos.

Há uma divisão da inovação no mundo, os setores de ponta fina e os de ponta grossa.

Um ecosistema, que puxa todos, sem dúvida, para o empoderamento para as pontas, mas de forma distinta.

Nós estamos no segundo time.

Entre aqueles para os quais o empoderamento das pontas se dará de forma mais lenta.

Claro, que há ilhas no país.

Uns aviões produzidos aqui (que quando entra em crise manda não sei quantos trabalhadores do conhecimento embora, num modelo nada 1.0)

Umas pesquisas bio-não-sei de que acolá.

Portanto, assim, uma relação intrínseca entre:

  • Tipo de produto e serviço que se vende e se propõe a fazer, com mais ou menos complexidade;
  • Com mais ou menos ciclo de vida entre o antigo e o novo produto ou serviço;
  • Mercado mais ou menos competitivo ou monopolizado;

Versus:

  • Controle de informação modelados para que a produção (mais ou menos colaborativa) ocorra, com redes mais ou menos centralizadas.

Quem não quer a ponta, vai necessariamente ter mais controle, evitando, ao máximo qualquer papo 2.0, pois, apesar de se render mais com a descentralização, os ganhos não são tão visíveis. Pra quê? Perguntarão.

Ou seja:

Quanto mais rígidas e centralizadas estiverem estruturadas determinada rede, mais o conjunto será dependente de como pensa o poder central, tendo, assim, como consequência, menos autonomia. Espera-se mais, pensa-se menos, a base de indústrias pouco criativas. Governos mais centralizadores (e até populistas) e mais investimento no poder estatal, cujo controle é maior.

O inverso também é válido.

Quanto menos rígidas e menos centralizadas forem as redes, mais o conjunto passa a se independer do poder central e mais os princípios que norteiam toda a rede precisam ser compartilhados e introjetados para possibilitar a maior autonomia das pontas. Espera-se menos, pensa-se mais, a base de indústrias criativas. Governos descentralizadores e mais investimento nas pontas e incentivo ao empreendedorismo, espalhando o poder para as pontas.

  • No primeiro tipo, a regra, a hierarquia e a ordem têm papel de destaque.
  • No segundo, a descentralização, a autonomia, o bom senso e a  auto-regulação imperam.

Hoje, a maioria das organizações e governos, por tradição do ambiente de conhecimento anterior, pratica o modelo de redes centralizadas.

Países e organizações que querem a ponta vão migrar como coelho – com já fazem –  para o mundo 2.0, mas só aqueles que querem inovar e estar na ponta.

Os demais vão ficar – com razão – dizendo que não precisam, pois aceitam a sua condição de periferia, num ambiente do século passado, produzindo tudo aquilo que quem está na ponta 2.0, não quer mais.

Há, entretanto, diferenças entre os diversos setores de uma mesma empresa.

Nem todos são iguais, há os que exigem mais ou menos inovação.

Deve-se tentar implantar redes mais descentralizadas no segundo.

Ou seja, a Web 2.0 não nascerá ao mesmo tempo para todos.

Talvez, alguns, como hoje temos hoje massas de analfabeto, nunca saibam o que é compartilhar em rede eletrônica.

E assim caminha – mal e porcamente – a humanidade.

Resta sabe o que podemos fazer para reverter esse quadro com sabedoria.

Diz aí….

PS – uma discussão sobre este assunto, nossa incapacidade de inovar pode ser lida neste artigo:

Inovação: futuro da indústria?

O que reforça a nossa incapacidade brasileira para inovar, o autor, presidente da Federação das Indústrias do Paraná, destaca:

“Baixa escolaridade, juros altos, encargos e tributos elevados e burocracia excessiva compõem um custo sistêmico que compromete a competitividade.(…) Não há no horizonte próximo qualquer sinal de mudanças substantivas capazes de proporcionar maior funcionalidade ao estado brasileiro. (…) Temos três questões complicadas a resolver: não permitir valorizações do câmbio e reduzir sua volatilidade; melhorar a qualidade do ensino e expandir de forma rápida a formação média, técnica e superior, especialmente em engenharia; reduzir o custo de capital e facilitar o acesso ao crédito de longo prazo. Não são tarefas simples e há anos elas habitam nossa agenda de “futuro”. Mas sem encará-las de frente será difícil assegurar competitividade ao sistema produtivo brasileiro”.

Notem que as demandas de quem quer um Brasil inovar, batem de frente contra o sopão da mesmice, insuflado pelo mercado financeiro, que tem outro ponto de vista, diferente do apresentado acima.

Veja detalhes neste post sobre o Brasil 1.0.

A porta de mudança de cada pessoa só pode ser aberta pelo lado de dentro – Marilyn Ferguson – da minha coleção de frases;

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No fundo, a esquerda, Rodrigo (de camisa branca), depois de preto Aline (sem escova),  na frente dela, de branco agachada, Clarissa, depois do lado,  de branco e com luzes no cabelo, Mônica. Na sequência, Fernanda, Bárbara (dona da batata), Durval, de vermelho, a outra Aline de rosa. Lá atrás, da direita para a esquerda: o Telmo, camisa preta, embaixo de azul, Bianca e Mileni, Voltando para trás, Guga Alves (também conhecido como Gustavo),  Eu,  Roberto, Carlos, de branco e de mochila, Fabrício e Herick, ambos de preto. Faltou apenas a Sut-Mie, que não esteve na última aula.

Bom, ontem fizemos:

  • 1- terminamos de ver o filme Lutero;
  • 2- cada aluno fez a sua auto-avaliação;
  • 3- e fizemos a avaliação coletiva da aula.
Da avaliação, o que destaco, ao se colocar em prática o que discutimos em sala de aula:
  • 1- é importante pensar em conceitos e não em ferramentas;
  • 2- assumir a responsabilidade de ajudar o mundo a mudar, através do seu trabalho, deixando de ser um usuário ou um profissional passivo, a ativo;
  • 3- pensar sempre fora da caixa, não aceitando nem os dogmas passados, nem os presentes, os Dogmas 2.0;
  • 4- para escolher o que se vai fazer profissionalmente, é preciso ter uma reserva de grana, para dizer não, o que nos leva a repensar o consumismo (se comprometer com supérfluos, deixando o fundamental, onde se trabalha e o que se faz de lado.);
  • 5- provavelmente, o pessoal de comunicação vai deixar de exercer a função pura, se envolvendo mais e mais na gestão, pois não é rede social para falar, mas rede social para mudar!;
  • 6- pensar fora da caixa é preciso;
  • 7- nada como uma boa teoria, ainda mais em época de rupturas;
  • 8- por fim, ser 2.0 pode ser também, fugindo dos dogmas, desligar os micros e interagir e ouvir o outro.
  • 9- Heresia neles!

Dicas do que conversamos.

Aline, sobre Governo 2.0:

O livro que ela escreveu:

Beth Noveck

Executive Office of the President/OSTP

Beth Simone Noveck is the United States Deputy Chief Technology Officer for Open Government. She directs the White House Open Government Initiative. She is on leave as a professor law and director of the Institute for Information Law and Policy at New York Law School and McClatchy visiting professor of communication at Stanford University. Dr. Noveck taught in the areas of intellectual property, technology and first amendment law and founded the law school’s “Do Tank,” a legal and software R&D lab focused on developing technologies and policies to promote open government (dotank.nyls.edu). Dr. Noveck is the author of Wiki Government: How Technology Can Make Government Better, Democracy Stronger, and Citizens More Powerful (2009) and editor of The State of Play: Law, Games and Virtual Worlds (2006).

Adorei a turma, o Nino e o Cláudio estão de parabéns pela seleção.

Vivi momentos muito bacanas com o pessoal.

Agradeço o carinho de todos pela boa acolhida.

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Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle –  George Buckey, presidente da 3Mda minha coleção de frases.

Meu Deus do céu!

Gestão da inovação???

Isso não existe, nunca existiu e nem vai existir.

Querem resolver o problema da febre, sofisticando o termômetro.

Os conceitos estão enterrados no cemitério São João Batista numa cova funda e anônima!!!

Acho que tá na hora de promover uma zumbilândia de conceitos.

Vamos lá a um jogo simples.

  • Inovação é melhorar processo e produto.
  • Só se melhora processo processos e produtos, melhorando processos e produtos.
  • Só se melhora processo e produto, se melhora a forma da gestão.
  • Quem quer inovar, precisa oxigenar, dar liberdade, descontrolar.
  • Ou seja, gestão da inovação é melhoria ou aprimoramento da criatividade na gestão da empresa.

Como a empresa quer ser moderna, mas não quer mudar, cria um setor de gestão da inovação (ou de conhecimento) para não mudar e jogar fumaça, fingindo que está mudando.

Todo mundo bate palma e sorri.

Todo mundo fica satisfeito.

Faz-se seminários, congressos e a empresa continua lá, paradona!

Melhores práticas disso e daquilo.

É quase igual aquela madame que vai ao psinacalista.

Quando alguém pergunta:

Mas tá melhorando?

Ela responde:

Eu nunca pensei sobre esse ponto de vista.

Fui.

Cara a tapa


Conceitos são bons para namorar, mas não casar com eles
– Nepô – da minha coleção de frases;

Estava em uma reunião, discutindo com um grupo responsável por definir e garantir a execução de processos de trabalho dentro de uma empresa.

Avaliávamos o que significaria abrir os textos dos procedimentos –  de como as coisas devem ser feitas na organização –  para um modelo wiki, no qual aqueles que os executam os processos passassem a ter a liberdade de alterá-los diretamente na base de dados, transformando lições aprendidas em mudanças de fato.

Hoje, lá existe um circuito lento e, um pouco fechado a participações, entre o procedimento e a sua alteração.

Procura-se, entretanto, implantar um modelo 2.0 de rever procedimentos, abrindo a base de dados para modificação direta, ganhando velocidade, qualidade e inovação.

A gerente da área, super-incentivadora da iniciativa, vira e diz para sua equipe:

“Gente, não tem jeito, o nosso setor vai ter que colocar a cara a tapa”.

E eu retruquei:

“Não, o que vai ficar a tapa, para ser batido, não é o setor de vocês, mas os procedimentos!!!”

E ai tem o ponto central, o calcanhar de aquiles, da revisão a ser feita na nossa cabeça da passagem do  mundo pré-2.0 para o pós-2.0.

1- antes, alguém era responsável pelos procedimentos. Portanto, era o “dono dos procedimentos”. E qualquer alteração sugerida de mudança era assumir que o “dono” fez algo que não foi bom, ou correto. Dependendo da relação do dono com a sua segurança, auto-estima, poderia se sentir até ofendido. Brigava-se para que os procedimentos ficassem do jeito que estão, pois afinal eles são os  “meus procedimentos”;

2- essa visão, entretanto, esconde uma realidade de que os procedimentos são uma ferramenta para resolver determinados problemas. Não são, na verdade, de ninguém, pois quanto mais eficientes forem, melhor para todo mundo. No fundo, quanto mais nos separarmos deles e podemos vê-los de uma forma distante, melhor será para que possamos revisá-los;

Mas o modelo de controle informacional 1.0 nos levou a essa identificação perversa do acervo com o gestor.

A passagem do mundo do controle 1.0 para a nova forma de controle 2.0 é a mudança de que os procedimentos não pertencem a ninguém. São bolas em uma determinada mesa e todos devem lutar para que elas ajudem e não atrapalhem.

É, assim, preciso um desprendimento da relação eu-meu.

Para algo eu-nosso.

E todos contra o mal procedimento!

As raízes desse apego, entretanto, tem uma causa mais profunda.

Os procedimentos ou qualquer coisa armazenada em um dado acervo tinham um tempo longo de maturação.

Ficávamos tanto com eles que nós acostumávamos.

E, por consequência, acabávamos casando com eles.

Entretanto, agora, é necessária uma revisão na forma de nos apaixonarmos pelo conhecimento.

Hoje, é melhor nos acostumarmos muito mais a “ficar” com ideias do que mesmo  namorar ou pior: casar de papel passado com elas.

O conhecimento, ao invés de  substantivo,  sempre foi um verbo –  nós é que não víamos!!!

Hoje, precisamos encará-lo com um verbo em processo, no máximo, um substantivo prá lá de abstrato!

Estamos avançando com ele e vamos alterando, conforme vamos entrando em contato com os outros e novas visões, algo típico de um mundo novo de cada vez mais fluxos.

Portanto, hoje o  conhecimento tem se caracterizado muito mais um pão em um lago de girinos.

Rodando para continuar relevante.

Do que uma pedra no meio do lago, paradinha.

Assim, precisamos rever a nossa antiga solidificação de ideias, tanto na questão da posse como do tempo.

Quanto mais vierem nos questionar, melhor, pois mais vamos aprender.

E não o contrário.

Não sou meu conceitos, estou hoje com estes, até que algo ocorra para que eu possa evoluí-los;  E quanto mais rápido e de forma consistente, melhor!

É uma mudança radical de postura em relação ao  conhecimento aprendido.

Que mexe diretamente nas nossas inseguranças e na relação eu-meu.

É bom, assim, nos colocarmos fora do jogo o tempo todo para melhor jogar.

Os conceitos não nos pertencem, pois eles estão fora de nós!

Todos coo-vencemos uns aos outros – e e avançamos e não fulano con-venceu ciclano!

Este é o espírito, a mudança cognitiva fundamental, que está por trás do mundo 2.0, que estabelece uma nova forma de controle e da relação que tínhamos com a informação e o conhecimento.

E é o grande salto que cada um tem que individualmente se propor a fazer, se quiser jogar bem o novo jogo!

Ou seja, estabelecer uma separação do eu-com-o-meu.

E do conhecimento enquanto  verbo e não mais substantivo.

Há uma sinuca de bico casca grossa que precisa ser solucionada.

Pergunta-se: já estás com o taco na mão?

Diz…

Exemplos históricos mostram, o que hoje chamamos de mágico, ou sobrenatural pode, um dia, vir a ser explicado cientificamente – Marcelo Gleiser, da minha coleção.

Hoje, vamos ver o filme Lutero.

Lutero

Já discuti bastante este filme por aqui, vejam os links.

O filme apresenta uma ruptura de um ambiente de conhecimento, através da introdução de uma nova mídia: o livro impresso. Mostra que – como agora – o que uma mídia de oxigenação social pode significar.

Livros sugeridos para o pós filme:

  • BLOG – Entenda a revolução que vai mudar seu mundo – Hugh Hewitt;

Análise história sobre os fenômenos do blog, comparando, inclusive, com Lutero.

E o livro sobre Gutemberg, tem um artigo sobre o livro aqui:

http://periodicos.uesb.br/index.php/folio/article/viewFile/14/27

E o própriolivro:

A Revolução de Gutemberg  – John Man

Brasil 1.0

O Brasil já tem uma população bastante criativa. Basta ao governo deixar os brasilieiros serem quem eles são – Bruce Mau – da minha coleção de frases;

Estamos chegando às próximas eleições presidenciais, que repetirá a mesma neurose brasileira das passadas.

Dois partidos (PT e PSDB)  disputando o poder, que, de fato, está há 20 anos nas mãos de outro (o PMDB), que espera o resultado na sombra para continuar mandando, com sua maioria parlamentar, através de uma aliança conservadora da elite mais atrasada do pais, para manter uma população alienada e cooptada por quem dá mais esmola.

O projeto do PMDB, de fato quem não sai do poder, é simples e claro: garantir que a fumaça aconteça sem fogo.

E, enquanto isso, garantir para um forte segmento (principalmente o mercado financeiro) que nada vai mudar, nenhuma reforma seja feita e que qualquer projeto de país, seja cozinhado em fogo brando, até se dissolver na sopa da acomodação.

Enquanto o fogão da mesmice cozinha, PT e PSDB brigam por uma falsa polêmica: o tamanho do Estado.

Vê-se que estradas privatizadas ou companhias de celular ou banda larga, planos de saúde, sem fiscalização sobem preços, atendem mal e criam cartéis e monopólios, deixando o consumidor sem bom atendimento e a quem reclamar.

Isso não é fato?

E que hospitais, escolas, justiça sem meta de qualidade e eficiência não atendem bem ao cidadão.

Idem?

Temos aqui o pior do Estado Máximo e o pior do Estado Mínimo.

Enquanto ficam nessa polêmica ideológica vazia e o resultado que interessa: atender melhor, é deixado de lado nos dois casos.

Ao invés de melhora da gestão, levanta-se bandeiras ideológicas, nas quais o cidadão é massa de manobra e não fim, objetivo principal, como resultado de produtos e serviços.

O centro da discussão, entretanto,  em ambos os casos, tanto do fortalecimento público, quanto privado,  é de gestão e controle.

O público ou o privado podem funcionar, desde que, acima dos interesses menores, esteja como meta principal o atendimento à população. E em ambos os casos isso não acontece.

Já falei mais sobre isso aqui.

O problema da briga PT e PSDB, incentivada pelo PMDB, é a falta de uma agenda mínima de mudanças e de reformas, que pudesse unir lideranças visionárias e moderadas (e não mesquinhas) dos dois partidos para traçar um projeto de país, através de reformas necessárias, a despeito do bloco PMDB e aliados, que querem manter o sopão.

Afastar tudo que é não é consenso e afinar naquilo que se pode avançar.

Projetos de diálogos de antagonistas como esse ocorreram na África do Sul, na Irlanda e no Chile.

Leiam “Presença“, de Peter Senge e amigos.

No centro desse debate, é preciso começar a discutir um projeto de país a-partidário, um país 2.0, com a ampliação da cidadania da população (como pessoas e não eleitores), utilizando-se de novos conceitos de participação, via rede,  resgatando inclusive a ideia de empoderamento popular, deixada de lado no PT nos últimos anos, aliado a um discurso de empreendedorismo e cooperativismo, que o PSDB, defensor da iniciativa privada,  deveria fazer e não faz.

Aqui, ou se é cotista, “bolsista da família”, ou se tenta um emprego público através de concurso.

Cadê o sonho de ser um empreendedor?

Estamos sufocando a nossa tão propalada e pouco exercida, criatividade!!!!

Devemos procurar traçar uma meta que nos daria perspectiva de sair só da produção de comida e matéria-prima para outros produtos e serviços de mais valor agregado, que também farão a diferença no futuro, gerando e podendo distribuir riqueza, a partir da criatividade.

Isso, entretanto, exige inovação, sabedoria e generosidade.

Coisa que nossos líderes, que ficam em uma briguinha de botequim, ainda não praticam.

Impossível?

Quem sabe?

A neurose só se resolve com vontade e criatividade no contra-fluxo das emoções e impulsos.

Que dizes?

Pós-post:

Um dado interessante para avaliar nosso Brasil 1.0 e a falta de uma alternativa interessante.

Ler o seguinte artigo:https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/3/19/grandes-fortunas-e-miserias . Faltou uma imagem fundamental, que mostra que a população mais pobre paga mais imposto do que as mais ricas:

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Não há nada mais prático do que uma boa teoria – Kant – da minha coleção de frases;

Nada melhor que em uma reunião, alguém muito sério, pedir a palavra e dizer:

“Vamos colocar o pé no chão?”

Sempre causa um impacto, eis um pragmático, um cara que sabe fazer.

É comum em sala de aula, alunos pedirem exercícios práticos.

“Vamos praticar, pois teorizar é papo furado”.

Claro, que pé no chão é fundamental.

Mas nem sempre o pé no chão de curto prazo é a melhor opção.

E nem podemos confundir pensar, analisar e refletir com pé na lua.

Pragmatismo é também pensar para não cometer besteira!

É por isso que os teóricos afirmam que existem dois tipos distinto de mudanças práticas possíveis na sociedade:

  • As mudanças nas ações, de continuidade;
  • E as mudanças nas percepções, de ruptura.

As primeiras são de curto prazo, quanto mais rápidas ocorrerem melhor, a partir de dada percepção de cenário.

As segundas são de longo, mais reflexivas, demoram mais tempo e são mais complexas, mas balizam um conjunto de ações, depois da revisão da percepção, geralmente aliadas ao planejamento estratégico.

Entretanto, há casos e casos.

E deve haver sabedoria do momento certo de se aplicar uma ou outra.

Pragmatismo, ou visão de curto prazo, não são antibióticos que servem para qualquer dor de cabeça!!!

Se estamos em um buraco, como disse Marcos Cavalcanti, semana passada, no encontro do BNDES,  quanto mais cavarmos, mais fundo estaremos dentro dele.

Ou seja, há momentos, de ruptura, crise, grandes saltos, que exigem mudanças de percepção, para sair do buraco e ver de fora.

Adequado o processo, redefinido o cenário, volta-se às ações e aos pragmáticos da ação, (pois existem também os pragmáticos da percepção).

O mundo 2.0 nos traz essa novidade.

Depois de 550 anos, note bem o tempo, estamos mudando o ambiente de conhecimento da sociedade.

Uma grande ruptura.

Não se trata de mudanças nos modelos dos negócios, mas do negócio em si, que precisam se ajustar ao novo ambiente de conhecimento, que levará toda a sociedade de roldão.

Qualquer pragmatismo sem reflexão nessa hora exige cautela.

Nada pior que um cara vendado, na frente de um precípicio, muito pragmático, dizer, chega de papo, vamos em freeeeeeeeeeeeeeente….

Sugere-se para as corporações:

  • 1- criar um comitê multi-disciplinar de mudança 2.0, com forte peso da diretoria e presidência e multiplicadores chaves;
  • 2- discussões teóricas, filosóficas bem amplas do mundo que estamos entrando;
  • 3- definir cenários possíveis para onde vão as demandas futuras dos consumidores da sua área de negócio;

(recomenda-se focar no problema e não na solução: rádio=necessidade de som a distância / jornal = receber notícias a distância / petróleo = suprir a energia necessária para o mundo funcionar, etc.)

  • 4- traçar uma estratégia para poder atender no tempo e lugar estas demandas, a partir do problema que pode mudar o jeito, mas não a necessidade;
  • 5- Redefinir o negócio a partir daí;
  • 6- Criar modelos de negócio adequadas à nova visão;
  • 7- Traçar uma estratégia de mudança externa e interna;
  • 8- Abrir esse processo para o conjunto da empresa para colher sugestões e começar o processo de mudança, seja com a mesma empresa ou criando até uma nova (como fez as Americanas.com);
  • 9- E, só então, partir para as ações práticas, em um processo de reavaliação constante entre o cenário definido e a realidade enfrentada, mantendo o comitê de mudanças ativos, com reuniões regulares.

Aos pragmáticos de plantão que estão cavando, cavando sem querer mudar de percepção, no buraco, apenas um pedido:

Quando o cava-cava chegar no Japão, manda um e-mail! 🙂

Por fim, deixo a frase do Yves Doz, da minha coleção:

Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais;

Que dizes?

O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes Cora Coralina – da minha coleção de frases;

 

batata

Quando a batata é uma comida?

É uma pergunta difícil de responder….:)

Posts relevantes sobre o assunto:

Batata é comida?

Dica da Fernanda para todos verem:

watch?v=jqxENMKaeCU

O que disseram os dois grupos:

Grupo 1

Grupo 2

É o processamento e compilação de todas as experiências e informações (superficiais ou profundas) captadas pelo individuo ao longo da vida. São informações adquiridas ao longo de um determinado espaço de tempo que, processados e analisados, constituem um embasamento teórico e prático que é usado como referência para guiar o indivíduo ou a sociedade em situações diversas.

A nossa relação com a Internet, ao contrário do que achamos, pode nos levar a um mundo de muito mais dominação do que o da Idade Mídia – Nepô –  da minha coleção de frases;

O grande problema dos tecno-otimistas é atribuir a tecnologia um juízo moral.

“A Internet é uma coisa boa”.

Não existe nem tecnologia boa, nem ruim, mas adequada à determinada demanda humana.

Um site de comércio eletrônico pode democratizar o consumo ou servir para fulano roubar o número de cartão de crédito da  fulana.

  • Quando aproximam pessoas, está adequada para uma demanda existente;
  • Quando não cria instrumentos de proteção à privacidade alheia, precisa ser adequada.

Qualquer conceito de bom ou ruim a dada tecnologia nos tira a possibilidade de um julgamento frio de sua adequação a determinado contexto.

Cria uma cortina de fumaça, nubla os olhos e faz com que surjam os fãs clubes ou o movimento de defender:

“Quanto mais Internet, melhor será a raça humana”.

Falso.

Pode ser até o contrário, cuidado!!!

O centro desse debate torto é a confusão básica entre dois conceitos: conhecimento e sabedoria.

O conhecimento, apesar do blá-blá-blá de plantão, é uma ferramenta de sobrevivência humana, portanto uma tecnologia cognitiva, como também são a fala e o gesto.

Sem conhecimento, qualquer ameba é mais preparada que o humano para sobreviver.

Assim, vamos nos informando, aprendendo aqui e ali, como chegamos em casa, que roupa vestir, como ligar um computador.

É um movimento humano básico para existir, por tendência, vamos em frente sem grandes questionamentos, mas só aprendendo as ferramentas cognitivas da vez.

Preciso conhecer para viver.

Preciso conhecer, se quero sobreviver.

E qualquer coisa que me ajude nesse processo, estou dentro!

E, ainda:

Quanto mais civilização, em quantidade e qualidade, mais demanda de conhecimento.

Assim, o conhecimento, como parte integrante de nosso meio, tal como respirar, comer, beber,  por si só, não nos leva nada além de resolver problemas de cada dia.

É acordar no dia seguinte e recomeçar.

É uma atividade natural do nosso instinto de sobrevivência.

Ligamos o piloto automático e vamos embora.

Ou seja, o conhecimento não muda relações humanas, nem com o planeta, nem do humano com ele mesmo.

  • Pode em alguns momentos ajudar.
  • E em outros atrapalhar.

Já tivemos a ideia de que quanto mais conhecimento, mais perto a pessoa pode estar da sabedoria.

Mas a história mostra que estávamos errados.

É bom lembrar que Hitler tinha uma biblioteca de 36 mil livros e lia muito toda noite, porém…

E que o holocausto nasceu na Alemanha, um país completamente alfabetizado.

Não foi por falta de livros que a coisa desandou!

O conhecimento é um instrumento a serviço da relação que estabelecemos com o mundo.

Se formos violentos, vamos usar tudo que sabemos a serviço disso.

E o contrário, idem.

O conhecimento é, portanto, elemento neutro do ponto de vista da qualidade das relações.

Porém, importante para que se defina e se consiga manter as pessoas – cada vez em maior número – vivas.

(Uma tribo pode não ter lido um livro e ser mais harmônica entre eles e o planeta do que uma reunião de pós-doutorers discutindo se vão ou não colocar um bebedouro no laboratório.) 😉

A forma de nos relacionar com o que nos cerca é a variável.

E aí entra a sabedoria.

Não no quê, mas no como.

Não no objeto na causa, no fim, mas na relação, na forma, no meio.

A sabedoria, assim, é um movimento não automático dentro da sobrevivência humana.

Digamos, até, não natural.

Não é resultado da rotina, mas de um esforço para sair da rotina.

É supérflua, dispensável, não prática.

Exige reflexão, mudança.

Sair do fluxo irresistível da boiada.

Uma revisão e monitoramento constante da forma que interagimos com os demais.

A sabedoria procura meios não o fim, pois os meios são o próprio fim.

O importante aqui são as relações e não as concretizações, que são, no fundo, o resultado das relações.

(Tem-se seguidores por consequência e não como causa. Tem-se consumidores fiéis como consequência e não como causa.)

Aposta-se nas pessoas e no todo.

É um item, portanto, de qualidade, de superação da quebra do piloto automático do conhecimento.

Imaginar que a Internet vai nos levar naturalmente à sabedoria, portanto, é uma insanidade.

É uma confusão de conceitos.

Digo mais: pelo que vejo com tantos olhos, todos os tempos ligados em telinhas, mais e mais a Internet está nos colocando no piloto automático, ao invés de nos tirar de lá.

Ou seja, em nome do conhecimento insano, estamos cada vez menos sábios!!!

Ao contrário, quanto mais conhecimento circulando, mais temos tendência a nos perder no piloto automático.

E mais movimentos devemos fazer – de métodos conscientes de conscientização – para ampliar a sabedoria e forçar que o conhecimento por si só não predomine como se fosse ele o centro e o salvador do Universo.

Desconfie, portanto, de um geração que se auto-denomina a sociedade do conhecimento!

Avisa-se:

  • Podemos viver sem sabedoria, mas não sem conhecimento.
  • Entretanto, só a sabedoria pode nos tirar de becos sem saída que o conhecimento insano nos coloca.

Por outro lado, só podemos ser sábios , no momento.

A sabedoria é relação e não conceituação.

Aqui e agora.

Não pode haver separação entre o que eu penso e o que eu faço.

Saltamos, diariamente, com ela,  do universo do quê para o do como.

Como diz Gandhi, sabiamente:

“Temos que ser a mudança que queremos para o mundo”.

Na forma e no conteúdo.

É disso que se trata.

Portanto, a meu ver, só podemos sair das nossas caixas fechadas de conhecimento, com sabedoria.

Revendo relações, na prática, agora com o conhecimento que nos domina.

E não teorizando sobre a prática.

Coisas do tipo:

Diz-se “A”, mas faz-se “B”.

Sabe tudo, mas não é sábio.

Só nesse processo de olhar interno – à procura da qualidade humana – podemos  separar conhecimento sem sabedoria de outro com a dita cuja.

Pelo que vejo, quanto mais Internet sem sabedoria, mais estamos entrando em Matrix, do que saindo de lá.

Antes, pelo menos, desligávamos a Tevê, agora levamos a Tevê para passear na coleira dos headfones. Cuidado!

Por fim, é fato nessa nossa modernidade só de fachada,  que posso arriscar a dizer:

” Ao contrário do que achamos, a princípio, nosso uso da Internet pode nos levar a um mundo de muito mais dominação do que o da Idade Mídia, não por falta de opções de canais ou de conhecimento, mas pela incapacidade que esse novo “modus-operandi”  de conexão total sem comunicação real, pode causar na nossa relação pouco sábia com os demais e com o planeta.

É fato: a insconsciência nos leva a dominação e a opressão.

Portanto, se quer que o mundo de fato mude aposte na sua sabedoria e na dos demais, dentro ou fora da Internet.

Que dizes?

A really revolutionary truth is not an illusion; we have to see things as they are – Ferreira Gullarfrom my phrase collection in Portuguese.

(In this podcast text translation, reflections on population, new demands, and the need for innovation, as ways of understanding the emergence of the Internet.)

We are seven billion people on the planet who consume, believe me, 21 billion meals a day – from breakfast to dinner.1 They are 21 billion data processed in the logistics of food, without mentioning the volume of information involving health, education, housing, transportation, and leisure.

Questions: Was it possible to make progress in this planetary journey, barricaded within a field lacking interaction between newspapers, radio, and TV? With our computers isolated and their data bases blocked to public visits?

The Internet brought this adjustment, in the same way the printed book oxygenated the closed castles of the Church and monarchy, which hampered the development of civilization. Thus, the web creates an information, communication, and knowledge environment that facilitates the logistical progress needed to sustain seven billion souls who are not ceasing to multiply. The web also enables a resolution of the dichotomy between the potential speed of demand and the slowness of supply. That’s why it has propagated so fast and brought so many changes.

Actually, the show must go on.

That’s it. Thank you.

1 North Americans have up to six meals a day, while Africans have just one. Their combined average? Three meals a day.

More Neposts in English.

Twitter in English. Follow me.

Twitter in Portuguese. Follow me.

Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

(This article in Portuguese.)

Boa parte das empresas morre não por fazer coisas erradas, mas por fazer a coisa certa por um tempo longo demais – Yves Dozda minha coleção de frases;

Reflexões a partir do debate com diversas empresas no BNDES, ontem.

Todo sistema, qualquer que seja ele, de um jornal a uma linha de montagem de carros, é composto por algo que entra, é processado e sai, a partir de determinada demanda humana.

Para aprimorar o atendimento desse demanda, é necessária uma retroalimentação do processo de produção de forma permanente ou ocasional.

Essa reflexão pós-produção avalia o resultado do processo para aferir se a demanda foi atendida e o que pode ser feito para ser aprimorado, tendo como princípio que uma demanda resolvida gera naturalmente outras em um processo contínuo.

Não existe demanda parada, ela evolui a cada novo ciclo. O demandante (usuário) quer sempre mais, diferente e melhor.

As questões que se colocam, a partir desse “DNA sistêmico” para se gerar inovação permanente no processo são:

  • – há canais estabelecidos para se gerar essa retroalimentação?
  • qual é o interesse/necessidade dos executores do processo em, a partir das sugestões, caso hajam, em procedê-la?
  • – os canais desaguam em mudanças?
  • – e, caso sim,  qual o tempo despendido entre  o recebimento da sugestão, avaliação de sua relevância e a efetiva implantação?

Nossa civilização, filha da Idade Mídia,  estabeleceu, pela característica de um modelo uni-direcional de troca de ideias, um ambiente de informação e conhecimento compativel com uma dada realidade.

Ou seja, o tempo da mudança ainda é regido pela característica desse ambiente de conhecimento, que se manteve equilibrado  pela estabilidade do cenário externo ao sistema.

Entretanto,

  • – o aumento populacional;
  • – a complexidade formada a partir deste;
  • – e, por consequência, a necessidade da globalização….

…alteraram esse ritmo, gestando a  necessidade de um outro ambiente informacional, que permitisse basicamente uma melhor retroalimentação, tanto no tempo como na qualidade, tendo a necessidade da incorporação de novos  atores e novos canais.

(Detalho a nossa carência de novos líderes quando falo sobre o Meritocracimetrômetro.)

A Internet vem ao mundo, portanto, resolver uma crise de retroalimentação para resolver os novos problemas de uma população de 7 bilhões de pessoas, que consomem por dia 21 bilhões de pratos de comida!!!

(Na Copa de 70, éramos 90 milhões em ação e hoje, na do Dunga, 200 milhões!)

Melhorar a qualidade da retroalimentacao é, assim, do ponto de vista da crise populacional que vivemos, o motivo principal da chegada da Internet no planeta.

Nossa civilização, portanto, cresceu a tal ponto que há uma clara defasagem entre a  qualidade da retroalimentacao exigida para atender as demandas atuais e a oferecida pelas instituições.

Estamos, sem saber, afundando na lama!

O novo ambiente vem tentar corrigir essa defasagem, através, a princípio, da introdução de uma nova tecnologia que permite um novo modelo de troca de ideias, que, por sua vez cria um novo ambiente que facilita, em última instância, a qualidade da retroalimentação.

A implantação, entretanto, de um novo modelo de retroalimentação altera e questiona:

  • – o modelo de controle dos sistemas antigos e os conceitos de quem os concebeu e gerencia, que precisam criar novos modelos mentais, que aceitem o novo patamar da retroalimentação, no qual o controle é feito de nova maneira e sem moderação. Não dá mais tempo para ficar controlando tudo que circula.

(Ou seja, não adianta ouvidoria surda , nem entrar por um ouvido e “sac” pelo outro. Ou criar projetos de gestão de conhecimento eunucos, nos quais se escreve as melhores práticas de um lado, o procedimento de outro. e nada muda na forma da empresa trabalhar. Quando o cara vai fazer de novo, ele repete os mesmos erros do passado! Conhecimento não é substantivo!)

  • –  cria-se, assim, por outro lado, novos modelos de sistema com melhor qualidade de retroalimentação, que passam a  pensar e produzir de uma forma mais rápida mais adequada as demandas.

(São 7 bilhões de chatos: um quer coca light, outro não come carne vermelha, aquele só veste azul)

Assim, o centro, o DNA,  do que chamamos projetos 2.0, do que precisamos para revisar nossas organizações, basicamente, trata-se de melhorar a qualidade da retroalimentação para sair da crise civilizacional que nos metemos.

Ou se joga uma bomba atômica e se mata metade da população.

Ou se muda as empresas.

Qual você escolhe? 🙂

Diz.


A esperteza divide, enquanto a sabedoria inclui –
Eckhart Tolle – da minha coleção de frases;

Exercício com a turma DIG 5 da Pós da Facha, em Estratégia de Marketing Digital.

Mudei hoje o tema, coloquei sabedoria, ao invés de conhecimento.

Grupo 1– É a soma do conhecimento e experiência aplicada a um contexto específico.

Grupo 2 – Sabedoria pode ser todo conhecimento profundo, adquirido e aplicado, relacionado ao aprendizado e experiência ao longo do tempo.

Sábios do mundo:

  • Gandhi
  • M. Luther King
  • Dalai Lama
  • Mandela
  • Einstein
  • Nilton

Sábio é aquele que:

  • Tem um objetivo maior em relação a sociedade, tem como prática ajudar o próximo a avançar, evoluir, crescer e visa sempre um bem maior.

A sabedoria é um verbo, um adjetivo ou um substantivo?

Livros recomendados pós-discussão:

  • O poder do Agora – Eckart Tolle;

Fundamental para entender a força destrutiva do ego, item importante para vivermos na sociedade da rede digital;

  • Presença – Peter Senge;

Aborda a importância de começarmos a usar o outro lado do cérebro mais holístico e integrado com o todo;

  • A cientista que curou o próprio cérebro – Jill Taylor;

Uma cientista que estuda o cérebro sofre um derrame e constata que um lado do cérebro é holístico e nos integra ao coletivo de uma nova maneira. Podemos recuperar esse lado, apagado atualmente?

  • Só por Prazer – Linus Torvald;

Romance bem suave que mostra com o Linux surgiu;

  • O lado oculto da mudança – Luc de Brabandere;

Visão consistente de como devemos encarar mudanças;

  • Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido;

Botafogo 2.0

Anda rolando uma discussão na Rússia se se vão, finalmente enterrar o velho Lênin, morto em 1924 e até hoje, embalsamado e exposto na Praça Vermelha de Moscou.

Sem ele, haveria revolução russa?

Acredito que talvez, mas não do mesmo jeito.

Líderes percebem momentos históricos e se aproveitam dele.

Talvez até os acelere e os conduza a determinada direção, mas não os criam.

Quantos Lênins, pelo mundo, tentaram a revolução marxista e falharam por falta de liderança ou de condições históricas?

Pois bem, a vitória do Botafogo nas últimas duas partidas contra times teoricamente superiores, do Flamengo e do Vasco nos remete a discussão do papel do líder e das redes.

Joel Santana pegou um time desestruturado após uma derrota de 6 x 0 para o Vasco.

E conseguiu em poucos dias, na base da conversa com o mesmo grupo que havia perdido, levá-los da lama à fama.

Não mudou nenhum jogador, rearrumou algumas peças de lugar, muito poucas, mas fez um trabalho basicamente de papo, com o ego coletivo e deu ao grupo o fundamental para uma rede funcionar: um poder superior.

O termo é utilizado bastante nos grupos de mútuo-ajuda dos Anônimos (Alcoólatras, Narcóticos, Comedores, Endividados, etc).

Alguns interpretam como Deus, eu analiso, como ateu que sou, que é uma motivação maior, acima de cada umbigo.

Ou seja, para se conseguir superar as nossas limitações, compulsões, problemas do senso comum que nos jogam para baixo, é preciso ter um poder superior a nós que nos ajude a ver algo maior do que nosso próprio umbigo.

Um propósito que nos energize.

Esta é uma das razões de sucesso da rede dos Anônimos.

E foi também de Joel Santana.

E arrisco dizer de qualquer rede humana.

A capacidade de termos uma motivação maior.

(Ingrediente, aliás, que tem  faltado aos nossos líderes atuais do país, que giram em torno de seu próprio umbigo e passam essa visão adiante.)

Uso as palavras do guru preferido da Revista Exame:

” Nós, definitivamente, não trabalhamos pelo dinheiro que ganhamos. Nós gostamos de dar um significado maior a nossa vida. Gostamos de saber que nosso trabalho está direcionado para a construção de algo nobre ou de ideal em benefício de nossos semelhantes. Uma vez consolidado e aceito o sonho, fica estabelecida a ordem de grandeza dos saltos que queremos dar” – Vicente Falconi, na Exame, 962.

Joel conseguiu que cada jogador do Botafogo entrasse em uma rede coletiva de superação, com um objetivo maior, sair da lama ou do buraco em que estavam.

Interessante que a conversa, a comunicação, como aconteceu no Botafogo e nos grupos de mútuo ajuda, como ocorre em vários grupos na Internet, passa a ser o elemento fundamental da passagem da situação de poço “A” para a situação de saída do poço “B”.

Ou seja, há uma descoisificação de cada elemento, uma separação do ego individual  e cria-se um projeto motivador, que unifica o grupo em torno de algo maior.

Tive, por exemplo, o desprazer de viajar com esse time do Vasco, voltando de uma palestra ano passado.

Os jogadores e delegação simplesmente ignoraram os outros passageiro num show de exibição coletiva de falta de educação, pareciam os donos do avião, ao ponto de ter ido ao banheiro e um membro da delegação ter sentado em meu lugar e, quando pedi para que saísse, me olhou de cara feia e nem me pediu desculpas.

Os egos estavam e continuam, a meu ver, à  flor da pele!

Ali, deveria se fazer um trabalho ao contrário do que o Joel fez no Botafogo.

Baixar a bola e tentar fazer com que cada um daqueles monstruosos egos inflados voltem a trabalhar para um coletivo, como fez o Bernardinho com sucesso na seleção de vôlei do  Brasil, mantendo sempre um desafio acima, apesar de todos os títulos.

O mesmo se pode dizer do Flamengo que ganhou – contra todos os prognósticos o último campeonato na base da humildade, na superação de jogadores dados como perdidos para o futebol (Adriano e Petkovic).

Andrade parece que conseguiu tirar, no seu jeito simples, o grupo da egolatria, mas depois do Hexa a arrogância que deveria ser combatida, não foi.

Há técnicos, a meu ver, para se tirar da lama e outros para manter na fama.

Um bom artigo sobre o papel dos líderes para manter ou mudar, saiu no Valor esta semana:

É preciso um tipo de capitão para enfrentar cada desafio.

Ou seja, a vitória do Botafogo nos remete ao papel dos líderes, da rede, da Inteligência Coletiva e da dosagem dos egos para cima ou para baixo, conforme cada momento.

Joel Santana não fez milagres, apenas aplicou uma lei das redes: uniu o grupo em torno de um projeto e deixou que o futebol, por mais mediano que fosse, emergisse e o coletivo fizesse a diferença.

Um bom exemplo a ser estudado pelas organizações.

Fate only provokes the incident; it’s up to us to determine the quality of its effects – Montaignefrom my phrase collection in Portuguese.

Continuing the reflection I started here, I developed and provided more details for last week’s podcast.
See, below, the discussion on the concept of the Internet as a social oxygenation media.
We see the media Internet in different ways, depending on age, temperament, and interest. The more conservative insist on comparing the web with the radio and television. They say: “It’s another normal and traditional change of media.” On the other hand, the most daring assure us that we are dealing with something, let’s say, sui generis, something close to a Martian phenomenon.
Actually, the Internet, like the radio and television, introduced a new media – this is a fact. However, it’s worth noting that both radio and TV, which had historical importance in shaping society’s course, were media that reinforced and expanded practically the same voices that expressed themselves in the large-circulation newspapers. They were media – and still are – that are tightly controlled because of their high cost and easy monitoring. Thus, we can call them media which reinforce prevailing power structures.
However, the web doesn’t fit this model. It enables society to have a multiplication of voices at low cost and in ways difficult to monitor. No, we are not dealing with something from Mars, as we had the same phenomenon (something similar) with the arrival of the printed book, in the face of the monopoly of manuscript book – one of the pillars of the Church and monarchical domination in the Middle Ages.
Thus, we can refer to the web as a social oxygenation media, which opens spaces for new voices. This fact – not the technology per se – marks (and will continue to mark) the changes we will witness and are already witnessing.
Social oxygenation medias open fertile ground for the exchange of ideas and, therefore, for broad changes.
The printed book, let’s recall, greatly facilitated abolition of slavery and women’s suffrage. Print media “introduced” a soul into Blacks and native peoples, and thereby brought about the possibility of bringing that oppression to an end. We are still witnessing this process in society. In addition, print communication introduced the concepts of democracy and of the economy of capitalism itself. It helped to create and to consolidate the prevailing ideology of its time.
The coming civilization that emerges with the possibility of exchanging ideas on the Internet will settle accounts with this past, deeply revising concepts already called into question but still in force. This revision will include, for example, the ecology, companies’ profits, and social differences.
We are on the verge of a civilizational upgrade, which will establish a new elite on a new level of civilization. This elite will control the media until a new media comes along to oxygenate society, in a civilizational flux that comes in and out, from one media to the other.
That’s it. Thank you.

We see the media Internet in different ways, depending on age, temperament, and interest. The more conservative insist on comparing the web with the radio and television. They say: “It’s another normal and traditional change of media.” On the other hand, the most daring assure us that we are dealing with something, let’s say, sui generis, something close to a Martian phenomenon.

Actually, the Internet, like the radio and television, introduced a new media – this is a fact.

However, it’s worth noting that both radio and TV, which had historical importance in shaping society’s course, were media that reinforced and expanded practically the same voices that expressed themselves in the large-circulation newspapers. They were media – and still are – that are tightly controlled because of their high cost and easy monitoring.

Thus, we can call them media which reinforce prevailing power structures.

However, the web doesn’t fit this model.

It enables society to have a multiplication of voices at low cost and in ways difficult to monitor. No, we are not dealing with something from Mars, as we had the same phenomenon (something similar) with the arrival of the printed book, in the face of the monopoly of manuscript book – one of the pillars of the Church and monarchical domination in the Middle Ages.

Thus, we can refer to the web as a social oxygenation media, which opens spaces for new voices. This fact – not the technology per se – marks (and will continue to mark) the changes we will witness and are already witnessing.

Social oxygenation medias open fertile ground for the exchange of ideas and, therefore, for broad changes.

The printed book, let’s recall, greatly facilitated abolition of slavery and women’s suffrage. Print media “introduced” a soul into Blacks and native peoples, and thereby brought about the possibility of bringing that oppression to an end. We are still witnessing this process in society. In addition, print communication introduced the concepts of democracy and of the economy of capitalism itself. It helped to create and to consolidate the prevailing ideology of its time.

The coming civilization that emerges with the possibility of exchanging ideas on the Internet will settle accounts with this past, deeply revising concepts already called into question but still in force. This revision will include, for example, the ecology, companies’ profits, and social differences.

We are on the verge of a civilizational upgrade, which will establish a new elite on a new level of civilization. This elite will control the media until a new media comes along to oxygenate society, in a civilizational flux that comes in and out, from one media to the other.

That’s it.

Thank you.

More Neposts in English.

Twitter in English. Follow me.

Twitter in Portuguese. Follow me.

Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

(This article in Portuguese.)

A Internet veio para, com seus novos canais abertos e baratos  de expressão, tirar do armário os líderes da nova civilizaçãoNepô da minha coleção de frases.

Se pudéssemos medir poderíamos dizer que a Idade Digital, potencialmente, criará, uma civilização mais democrática do que a da Idade Mídia em boa parte do globo, principalmente nas economias locomotivas.

E poderemos aferir esse fato, através do meritocracimetrômetro –  instrumento capaz de medir o tempo e os meios utilizados que separam o anonimato de qualquer um para o reconhecimento pelos outros do valor de suas ideias.

Quanto menor for o jogo das  influências e mais rápido o processo dessa passagem (do anonimato para o reconhecimento), mais meritocracia e, portanto, mais democracia, mobilidade e inovação.

Por outro lado, quanto maior for o poder do jogo das influências e mais lento o processo, menos meritocracia e, portanto, menos democracia, menos mobilidade e menos inovação.

Ou seja, ambientes de conhecimento com forte controle da circulação de ideias, como na Idade Mídia, criam “editores das verdades”, que estabelecem como moeda de troca, a longo prazo, um jogo de influência e da amizade e, por consequência, uma provável avenida de falsas verdades e de mesmice, tanto de ideias, como de líderes.

Definem, assim,  através de filtros subjetivos e opacos, quem pode e quem não pode multiplicar pensamentos, cada vez mais envelhecidos para a sociedade.

Nesse tipo de ambiente, a proximidade e relacionamento com os editores das verdades fazem uma grande  diferença.

(Que nos digam os assessores de imprensa!)

Quando a Inteligência Coletiva social optou, à partir dos anos 90, intuitivamente por um novo ambiente de conhecimento mais oxigenado dos blogs e redes sociais, inauguramos uma nova fase da democracia social, pois aumentamos o índice do meritocracimetrômetro.

Existem as chamadas celebridades de nicho, ou de missa (ao invés de massa), que ganham espaço cada vez mais rápido em pequenos círculos, influenciando e sendo influênciado por especialistas.

Tal como blogueiros de nicho, que são reconhecidos e escutados por seu público específico.

E as de massa, que sabem explorar como ninguém o novo meio e chegam ao grande público.

  • Comediantes e bandas, do nada, fazem sucesso no Youtube e chegam à grande mídia, vide Marcelo Adnet e pares dos stand-up;
  • Garotos saem da garagem para criar projetos bilionários, vide Google;
  • Ou passam a  ser mundialmente conhecidos, vide Linus Torvald, que jogou a faísca para o Linux.
Linus Torvald

Linus Torvald

É a força das ideias, a despeito de quem indica ou “paitrocina” em uma velocidade jamais vista – do nada ao reconhecimento global.

Tudo aferido cientificamente pelo número de visitas, comentários, seguidores, uso de suas criações e, em alguns casos, lucros.

Ultrapassando, assim, a fase do silêncio para o  poder de influência – item fundamental para qualquer renovação social.

Essa meritocracia da Idade Digital vinda de baixo diminui (em alguns casos elimina) o poder dos editores das verdades e os obriga a lidar e aceitar novos pontos de vistas, antes desconhecidos, questionando, inclusive antigas lideranças, que só tinha a possibilidade de difundir ideias e se perpeatuarem em ambiente de ideias controladas.

No novo índice do meritocracimetrômetro da Idade Digital, verdades oficiais são mais facilmente questionadas e as mentiras têm pernas menores.

Cria-se, assim, um espaço mais arejado para que novos atores e ideias possam mais rapidamente entrar no sistema, questionando antigas verdades, oxigenando a  sociedade com novas sementes, que virarão muda, árvore, floresta a  curto, médio e longo prazo.

Um fator, aliás, de sobrevivência fundamental  nesse nosso mundo cada vez mais superpovoado e mutante.

Podemos, assim,  estabelecer que quando o meritocracimetrômetro de determinado ambiente é alto mais espaço teremos para a inovação e mudanças, mais afinada com a demanda atual.

E o contrário, também é válido:

Quando o meritocracimetrômetro é baixo, há forte tendência a ficar mais estagnado, perdendo, assim, relevância e significado, por sua vez, competitivídade e, em última instância, poder.

A  meritocracia é, portanto, a  base de qualquer democracia e de qualquer ambiente que tenha a  inovação como meta e necessidade com mais facilidade de construir o futuro.

Projetos 2.0, que implantam essa abertura de novas ideias, via tecnologia, visam, portanto, aumentar as taxas de meritocracia, reduzindo o tempo que novos líderes levam para vir à luz, saindo da  sombra do armário para exercer seu sempre bem-vindo papel de renovar organizações e sociedade ainda presa aos problemas criados pela Idade Mídia, que não resolvem mais a demanda de 7 bilhões de almas, com vontade de dançar uma música mais adequada.

É isso

Que dizes?

Somos muito menos inventivos quando se trata de problemas humanos do que de problemas tecnológicosArnold Toynbee – da minha coleção de frases.

Na evolução dos debates, posso afirmar que hoje estou convencido que estamos entrando em uma nova civilização 2.0.

Uma série de ajustes serão feitos no mundo para comportar tanta gente, tendo a Web como um grande sistema operacional de conhecimento embaixo de tudo.

Antes que os tecno-otimistas saiam do armário, posso dizer que não é uma mudança humana-filosófica, mas uma questão de sobrevivência.

Estamos saindo da classe dominante “A” para a classe dominante “B” que dará um upgrade civilizacional importante, mas nada que nos altere enquanto seres humanos, no nosso dia-a-dia.

Teremos um ambiente revisado no futuro, mas com as mesmas guerras, violências, injustiças, etc…

Pois a base da nossa relação de cada um com cada um não se altera, mesmo que a civilização mude.

Para que haja mudanças nessa relação pessoa-pessoa, é necessária uma intervenção, uma quebra.

O que assistimos é um ajuste matemático.

Os tecno-otimistas devem ficar no armário: humanidade 2.0 é uma utopia a ser construída!

Seria um ajuste geométrico de sobrevivência, que contém e conterá, claro, novos conceitos sociais, pois o jogo é outro.

Alguns neo-escravos passarão a ter alma, tais como consumidores, mulheres ainda prisioneiras poderão tirar suas burkas, a preocupação ecológica terá outro patamar, liberdades individuais estarão mais ampliadas, questionaremos o poder das religiões e a sua educação tanto em casa como na escola, etc…

(Vejam Richard Dawkins em “Deus, um delírio“.)

A história demonstra, entretanto, que mudanças civilizacionais iguais a essa, como no fim da Idade Média, não nos levaram a  upgrades humanos, do ponto de vistas de nossas violências domésticas e mundiais.

Ou seja, vamos sobreviver, mas não sabemos exatamente como, algumas coisas vão melhorar e outras piorar, num processo de inevolução, como já discuti aqui.

(O livro impresso, por exemplo, trouxe o outro distante para perto, mas deixou quem lê muito, com dificuldade de interagir com quem senta do lado, por exemplo, tal como estamos cada vez mais embrutecidos pelo uso de celulares e computadores. Desenvolvi o tema sobre isso por aqui.)

O historiador Arnold Toynbee no final da vida, depois de estudar muitas civilizações do passado, ao ser perguntado sobre o futuro da humanidade, afirmou que só uma revolução espiritual faria algum sentido.

O termo espiritual pode ser entendido, a meu ver, como um processo de auto-conhecimento de cada um, questionando as caixas sociais, que nos fazem seguir a trilha da ideologia vigente, sem nos questionarmos, incluindo fortemente aí a educação religiosa, que molda nosso modo de pensar, na qual nossa cabeça é uma mesa e a caixa ideológica, o verniz.

Cada um por si e a ideologia cega por todos!

Ou seja, se proporia um trabalho cotidiano de se apostar no livre arbítrio, na liberdade de ideias e no sentido de nos sentirmos envolvidos com um todo, longe de ser Deus, mas de termos algo maior do que nosso próprio umbigo, tal como as gerações futuras, por exemplo.

Algo como uma missão superior aos nossos egos carentes, tanto inflados ou desinflados.

Hoje, são nossos egos que nos levam para passear; e não o contrário.

Num mundo cada vez mais numeroso, vejo uma forte tendência de cada vez mais seguidores compulsivos em massa, mesmo que segmentados, do que pensadores independentes.

Isso independe das mudanças da civilização.

Estarei errado?

Vejo o Twitter muitas vezes mais escravizando do que libertando seus usuários.

Portanto, da mesma maneira que acho que estamos diante de uma revisão da civilização de suas instituições e de conceitos que as cercam: um processo inapelável, por uma questão matemática: 7 bilhões não podem ter as empresas e instituições que temos hoje, pois são lentas para atender as novas demandas.

Óbvio que haverá esforços, contra-esforços, mas a realidade será mais forte do que as ações contrárias.

É quase uma lei.

Não, não sou eu que digo mais Galileu que dá a pista no seu princípio da similitude:

Um ambiente infomacional que cresce em tamanho, precisa mudar de forma, senão explode!

Leiam Aldo Barreto, que cito neste artigo.

Por outro lado, a tal mudança “espiritual” que nos elevaria a uma coletiva mudança de postura em relação a nós mesmos e aos outros, de redução de violência, não é algo matemático e inapelável, assim como não o era o caminho histórico ao socialismo.

(Propunha-se mudar a sociedade, mas não a relação de cada um consigo mesmo.)

Vamos rever a civilização não por uma questão espiritual ou filosófica geral, mas por necessidade.

Isso tem que ficar claro para os tecno-otimistas de plantão, com seus óculos 3D cor de rosa!

Assim, podemos refletir que ajustes serão feitos e podemos chamar esse novo mundo, pós-Idade Mídia, de uma civilização 2.0, mais dinâmica, colaborativa por sobrevivência, do que a passada.

Porém, a humanidade 2.0, se podemos dizer algo assim,  que passaria por uma revisão, independente de tempo e lugar, na nossa relação com nossas caixas, de conscientização, ao invés de alienação, não é algo que me parece dado, mas precisa ser realmente construída, que passa longe de mudanças tecnológicas e até civilizacionais – longe inclusive das propagandas religiosas, mais do que nunca alienantes.

Não resta dúvida que uma mudança pode ajudar na outra, mas é uma questão de sabedoria conseguir juntar as duas e não algo natural, como é e será a mudança da civilização por necessidade.

Seria um processo, portanto, não matemático, mas de ruptura com o nosso modelo mental de pensamento, colados às caixas das ideologias vigentes, que tentei começar a discutir um método aqui.

Será possível em massa?

Não estamos rumando para nenhum paraíso, apenas para uma sociedade mais ajustada a um planeta mais populoso, certamente mais dinâmico do que o anterior, com perdas e ganhos no processo, pois crescer é sempre um perde e ganha (avisa-se aos Peter Pans.)

Repito: considerar que esse ajuste aritmético da civilização, a meu ver inevitável, nos elevará enquanto novos humanos, não é o que vejo, pelo contrário.

Uma mudança de mentalidade depende de líderes, métodos de conscietização (a la Paulo Freire, Boal, AA reajustados)  e esforços diários, pois a relação com o ego, na construção de sabedoria, não é cumulativa, mais um esforço de todo dia.

A sabedoria seria a relação amadurecida de conscientização diária nós com as nossas alientantes caixas.

Não é algo dado, mas construído com muito suor, tendo o livre arbítrio como bandeira.

Será que a humanidade está pronta para cada um ser o seu próprio líder?

Assim, repito: a civilização 2.0 virá…

A humanidade 2.0, entretanto, é uma utopia, um sonho a ser tornado realidade, uma janela dentro da outra mudança, construída em cada pessoa, todos os dias, através do power off nos pilotos automáticos.

Que dizes?

O futuro não acontece simplesmente. Ele é construído. Ele é aberto e não fechado. É divergente e não convergente – Eunice Soriano de Alencar – da minha coleção de frases.

Estamos concluindo a primeira fase, nos últimos seis meses, do projeto de ampliar a comunicação entre diversas regiões, utilizando ferramentas colaborativas, em  um departamento da Dataprev, tendo como foco equipes de desenvolvedores de software trabalham em diversas regiões do país.

O objetivo inicial do projeto era estreitar os laços e abrir canais de comunicação.

Pois bem, ali, acredito, está o germe de um Governo 2.0.

O que fizemos?

  • 1- reunimos as liderenças formais que indicaram alguns subordinados para um primeiro encontro presencial;
  • 2- definimos de forma conjunta uma estratégia, que girou em torno da criação de “mesas virtuais”, nas quais os empregados iriam postar reflexões sobre o trabalho. A tecnologia escolhida foi um programa de blogs (WordPress), articuladas, através de RSS, que formaram um portal, automático, saiu na mesa virtual, automaticamente vai para o portal;
  • 3- cada post, das diferentes mesas formam um repositório, de todas as mesas virtuais, de pessoas daquele departamento e outros de fora que também resolveram aderir voluntariamente ao projeto;
  • 4- além de um Twitter interno que foi criado, reavaliação dos wikis individuais de cada região, que estão em um processo de unificação e outras iniciativas em paralelo que estão em curso, dependendo de desenvolvimentos mais robustos.

Houve uma boa adesão e depois de alguns meses de trabalho, pode-se observar que pessoas (a princípio sem expressão na empresa) começaram a se destacar entre a multidão.

Ou pela qualidade dos posts, pertinência, regularidade.

Fizemos um segundo encontro de avaliação, seis meses depois, no qual os convidados, como uma espécie de prêmio e valorização, já era o pessoal que vou chamar de os “fora-da-caixa”, aqueles que se destacaram nas suas mesas virtuais.

Ou talvez, as futuras lideranças adormecidas.

Nesse segundo encontro, já evoluímos para, além dos posts normais, envolver outros setores da empresa responsáveis pelos procedimentos, ou como a empresa deve realizar determinadas tarefas.

Ou seja, saltando de um fase incial de postagens aleatórias para o início de uma fase de revisão de processos e procedimentos de trabalho baseados na filosofia 2.0.

Evoluindo de um processo apenas de interação, ou de comunicação aos moldes antigos, via posts, para o início de uma reavaliação permanente e coletiva de procedimentos.

A meu ver, quando começarmos a implantar essa segunda fase, utilizando ferramentas colaborativas modernas para começar a mudar a empresa de baixo para cima, aumentando a velocidade e ganhando competitividade, está dado o primeiro passo para o chamado Governo 2.0, ou Governo aberto, como chamam os americanos.

Que nada mais seria que em processo contínuo de aprendizado, a partir da prática, acertando erros e se aproveitando de oportunidades, melhorando a sua qualidade, através as novas ferramentas web colaborativas, envolvendo incialmente o pessoal internet e, mais tarde, os próprios clientes.

Esse foi o grande ganho de termos reunidos os “fora-da-caixa”.

Podemos dizer, assim, que o primeiro passo da colaboração, mais do que a comunicação, é a descoberta de pessoas anônimas, que estavam escondidas na organização passam a ter voz e ser reconhecidas pelas suas ideias, introduzindo uma nova onda de meritocracia.

E num processo de troca, evoluindo como a empresa pode ganhar com a nova forma colaborativa de se repensar!

Cada um vale não por quem o conhece, ou indica, mas por suas ideias, o que é algo bem interessante.

Diria ainda que amadureço mais duas coisas que ficarão para outros posts:

1- que um projeto de redes sociais é um projeto de comunicação, ou um resgate da verdadeira comunicação, na qual os dois lados estão dispostos a ouvir e mudar. Ou seja, é um processo de comunicação para mudar processos, sendo assim um avanço na minha cabeça em relação ao post passado, sobre fogo e fumaça, respondendo de forma mais adequada a pergunta do André Cardoso:

Sem comunicação não se muda processos. E sem mudar processos não há comunicação!

2- por fim, há uma ilusão que processos de mudanças são massivos – não são. Surgem  os fora-da-caixa que já trazem em si uma latência do futuro e a transforma em ações, multiplicando, a partir deles e influenciando os mais reticentes, que ao absorverem novos conceitos, por temperamento, consolidam as mudanças, estabelecendo um novo “modus-operandi” mais coerente com um mundo mais veloz, mais complexo e populoso.

É isso.

Que dizem?

O destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos – Montaigne – da minha coleção de frases;

Somos seres culturais.

O que nos diferencia dos animais é a nossa capacidade de transformar o mundo, a partir de nossas limitações, para torná-lo habitável.

Diferente dos bichos, que vivem em nichos ecológicos, precisamos criar ecologias do conhecimento.

Por trás de toda nosso civilização, existe, assim, um ambiente informacional (ou sistema operacional) que o suporta e nos faz existir.

Quantos mais somos no planeta, mais esse sistema operacional precisa “rodar” mais rápido, com mais velocidade, para atender a demanda crescente de qualidade, quantidade e complexidade –  que é a junção das duas.

Essa demanda, entretanto, é invisível, lenta, quase imperceptível, demora a aparecer, mas é inapelável, vide São Paulo e seus engarrafamentos.

Foram décadas para se chegar a esse caos, sem qualquer planejamento.

Assim, a Internet veio ao mundo para viabilizar um novo ambiente de conhecimento para  um planeta de 7 bilhões de almas vivas.

O interessante é que o upgrade nesse ambiente informacional, ou sistema operacional, é feito de forma espontânea, ou melhor na tentativa e erro, sem um “Deus” lá em cima a planejar nosso futuro.

Não, não existiu até aqui na história dessa humanidade um gênio do mal ou do bem, com a percepção desses impasses e latências dos ambientes informacionais, que projetasse o novo sistema operacional do conhecimento.

A coisa vai acontecendo, foi assim em todas as tecnologias que fizeram a diferença, do livro à Internet, passando pelo telégrafo e telefone.

Ninguém achava que ia mudar ou encurtar o mundo, vai se lançando coisas e coletivamente vamos migrando, obviamente, incorporando inteligências e interesses conforme o bonde anda e se solidifica.

Os inventores dessas tecnologias de ruptura, na verdade, queriam apenas inventar algo que desse dinheiro, ou que facilitasse de alguma forma a vida de algumas pessoas.

Ou seja, os empreendedores lançam seus produtos e, conforme sua capacidade de atender latências, o pessoal adere.

Ele é construído na base da tentativa e erro, principalmente na adesão, que é sempre imprevisível, pois vai atender a uma demanda das pessoas por algo que facilite a sua vida informacional.

(O livro impresso foi fruto das experiências chinesas, que Gutemberg ouviu falar e resolveu experimentar para vender santinhos na porta da igreja e, sem saber, mudou o mundo.)

As pessoas percebem, assim, o que é mais rápido se comunicar pelo celular, por computadores conectados e uma rede universal, e pronto, estão dentro, já é.

Se esse ambiente operacional é o pano de fundo, a sociedade e suas instituições são os aplicativos, que passam a rodar em cima do novo ambiente.

Antes, os “aplicativos sociais” eram mais lentos, pois rodavam em cima de um sistema operacional compatível que atendia a uma demanda de impressão e processamento para uma população de tamanho específico.

Hoje, há uma incompatibilidade entre a velocidade das demandas, da rede que começa a acelerar o planeta e as instituições que nasceram nos conceitos e ritmo do ambiente passado.

Somos filhos do livro impresso, que bolou a civilização herdeira da revolução industrial.

Ela já não dá conta do mundo atual, num planeta globa e hiper populoso.

Todos os projetos 2.0, na verdade, são culturais e visam fazer este upgrade mental, passando as instituições para o novo patamar de velocidade, quantidade e qualidade da troca que hoje ocorre na Web, fruto da demanda de mais gente no planeta.

Estamos, assim, diante de um novo sistema operacional mais parrudo e veloz, que veio primeiro criar o ambiente para a troca de ideias para reformular as instituições, que virão no vácuo, a partir de novos conceitos filosóficos, políticos, econômicos sociais, que vão virar hegemonia na nova classe dominante ainda embrionária.

E é essa a tarefa de todos que desejam implantar “projetos Internet” ou seja lá o nome que quiserem.

Revisar as instituições para adequá-las a um planeta mais populoso e, portanto, complexo.

Escolas, hospitais, empresas, justiça, parlamento não são mais compatíveis com o mundo atual e nem com o sistema operacional da vez.

Precisam se internetizar (e não se trata de colocar homepages) para serem mais rápidos e lidar melhor com a complexidade.

Ou seja, pela ordem, caro meritíssimo:

  • 1- cresce a população, que gera demandas;
  • 2- cria-se um novo ambiente informacional para a troca de informações e comunicação, portanto, conhecimento, que se alastra como fogo em mato seco;
  • 3-  as instituições ficam incompatíveis com o novo ambiente e precisam migrar para o novo sistema, revisando sua forma de atuar.

É isso que é o mundo 2.0: uma revisão civilizacional!

Ou seja, o que chamamos de mundo 2.0 é a revisão da Idade Mídia, do controle dos grandes monopólios, que precisarão ser compatíveis com o novo sistema operacional, que a nova massa de habitantes, resolveu inventar para se proteger, prosperar e seguir adiante.

É a Inteligência Coletiva Oculta em ação.

(Você acredita em Duendes? Eu também não, mas não Inteligência Coletiva Oculta, já sim, vou até colocar um plástico no carro: Eu acredito na In…..) 😉

É isso, que dizes?

A vida é apenas aquilo que acontece a você enquanto você está ocupado com outras coisas – John Lennon – da minha coleção de frases.

Será que alguém consegue ensinar algo a alguém?

Ou se passa algumas informações, para as quais o outro lado está pronto para receber, num primeiro passo.

E, talvez, em uma relação mais profunda, saltar do passar a informação para inspirar a reflexão.

Picar o outro de tal forma que passe a correr no sangue uma vontade de se auto-questionar.

De perceber a caixa que nos meteram e num processo individual começar a sair da caixa, se desmatrixizar desse mundo incentivador de pilotos automáticos.

Em que toda nossa energia se transforma em consumo para a alegria de quem coloca Matrix para operar.

Enquanto estamos pensando que nos somos, alguém lá do alto, ri de quanto engolimos o anzol.

Ou como cantou Belchior com propriedade, sem querer parecer retrô:

Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude Tá em casa guardado por Deus contando vil metal”

Acredito que ensinar é justamente o contrário do que se diz por aí no senso comum.

Vou na linha Paulo_Freiriana:

Esvaziar o que está cheio e não deixar nada no lugar para que o outro possa preencher com o que ainda não sabe que tem.

Para que cada um invente a sua caixa mutante, mixando tudo que está por aí e se reinventando enquanto pessoa.

Difícil?

Muito, mas necessário, pois o mundo que gostava de ser parado, enjoou.

Que dizes?

Versão 1.0 – 09.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Pode parecer estranho, mas conduzir nossa civilização para outra, utilizando recursos do novo ambiente de conhecimento soa um pouco estranho.

  • Em primeiro lugar, são raros os momentos como esse na história humana;
  • E talvez nunca tenhamos tido a consciência clara dessa passagem, como temos agora com tantos teóricos lendo e trocando.

Portanto, nos conduzir, ou nos levar, ou mesmo inventar esse novo mundo exige, antes de tudo, uma visão clara do cenário, ou das potencialidades que estão em jogo.

Não resta dúvida, que hoje temos mais espaço para visionários darem suas opiniões e conseguirem ser ouvidos, articular pessoas em torno de projetos, do que em outras épocas passadas.

As revoluções sempre utilizaram as mídias de forma inteligente.

Ou seja, Lênin, por exemplo, fez a revolução soviética utilizando jornais e panfletos. Ideias novas em uma mídia já rodada.

Hoje, temos uma mídia nova, a espera de ideias novas para questionar conceitos velhos.

É uma oportunidade aberta.

Hoje, assim, passamos por uma mudança rara, que não se assemelha muito a nada do que já vivemos.

Talvez algo na passagem do livro manuscrito para o impresso.

Precisamos entender, o que é difícil, de que apesar de uma tecnologia, ou um conjunto delas, estarem no centro desse processo de mudança, não são elas o motivo do processo.

Elas vêm, a princípio, para aumentar a velocidade para lidar com mais e mais complexidade. E, por isso, e para isso, traz a necessidade de uma de uma revisão civilizacional, que precisa rever conceitos e, por consequência, processos, serviços, produtos e, principalmente,.

Muitos autores se anteciparam a esse processo, ao perceber que os ambientes sociais atuais não eram, ou são, mais compatíveis com o que o mundo exige.

Vê-se que a democracia já não consegue dar conta da enorme demanda humana, assim como escolas, hospitais, justiça.

Nossos conceitos são todos filhos da Idade Média e Mídia.

De uma fase em que o mundo era menor, com menos gente, no qual determinado conjunto de pessoas, conseguiu um controle razoável sobre os canais de comunicação e informação.

E construiu, em torno dele, por causa de seus interesses,  uma produção de ideias pobre, controlado e cheio de vícios de quem detinha o controle e o interesse de manter do jeito que estava.

Basicamente, temos que ter em mente que estamos revisando essa civilização.

Os conceitos nos levam a maneira de produzir.

E a maneira de produzir precisa mudar para que possamos atender as novas demandas.

Portanto, é preciso rever conceitos.

E que para isso precisamos rever como estamos estruturados.

A Internet e as redes sociais vêm ajudar nesse processo, mas essa mudança de conceitos, independe da rede.

Em cima da rede, da sua capacidade de troca, articulação e geração coletiva de produtos, teremos, como já temos, empreendedores, visionários e revolucionários que irão questionar conceitos bases e vitais, que hoje achamos enraizados em nosso mundo e que serão revisados.

É bom lembrar que a ideia de república e de democracia soava como uma utopia na Idade Média, um lugar mágico, talvez no paraíso.

Nós indutores dessa mudança, para quem esse livro é escrito e se dirige, devem perceber que é uma mudança completa de valores, cultural e, como não, política, a procura de um mundo mais viável.

A rede é a arena – em aberto – que abre grandes possibilidade, um potencial de mudança.

Mas ela não faz nada sozinha, apenas está por baixo de tudo acelerando processos, que dependem basicamente da nossa capacidade de nos questionar e o que está em torno.

É um resgate pós-humanista.

Um marco, uma pedra fundamental para um novo momento de ruptura, que está ainda, apenas, engatinhando.

É isso.

Se concordas, espalhe!

Veja o roteiro.

Versão 1.0 – 09.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Hoje, é interessante, mas ao afirmarmos que estamos na Web 2.0, partimos do princípio que já estivemos na 1.0 e iremos para uma possível 3.0.

É interessante observar que existem similaridades nas etapas de evolução das novas mídias, a saber:

  • Fase 1- latência social e fase de laboratório, no qual a tecnologia emerge de forma tímida e atrai os primeiros interessados;
  • Fase 2– visionários e empreendedores percebem o seu potencial e começam a transformá-la em um negócio, iniciando o processo de popularização;
  • Fase 3– a massificação se estabelece, a partir de uma redução brutal de custo, a partir da evolução da mídia, que ganha volume e escala, se preparando para saltar de mídia alternativa para hegemônica.

Podemos dizer que a Mídia Escrita trilhou esse processo.

Só houve a sua massificação, ou o que podemos chamar de Escrita 2.0, quando o livro manuscrito foi sucedido pelo livro impresso.

Naquele momento, tivemos uma tecnologia (prensa) que barateou em muito o custo do livro e fez com que os panfletos, jornais, livros se popularizassem, estabelecendo a segunda fase de sua evolução, o que poderia ser chamada da escrita 2.0.

O mundo digital também assistiu o mesmo processo.

Vivemos a queda dos preços dos computadores e da comunicação, explodindo serviços e produtos, a partir do surgimento da banda larga, em 2004, que explode o uso da rede, eliminando o alto custo do pagamento da linha discada.

Isso aliado ao custo cada vez mais crescente da banda larga, potencializou o uso do novo meio.

É interessante notar que a Escrita trazia ao mundo a possibilidade de expandir a voz de um ou mais autores a distância, o que se seguiu depois com o rádio e a televisão, que, na verdade, são a evolução de uma mídia anterior ao da escrita que é a do mundo Oral, a tevê e o rádio, tardiamente, eram o Mundo Oral 2.0, em um entrelaçamento de processos, com a massificação da voz, ainda de forma unilateral.

O mundo digital reúne todos os outros mundos e os conecta, integrando, deixando-se recuperar, potencializando todos os outros meios e permitindo, pela primeira vez, a difusão a distância das conversas de grupo, o que Lévy chamou de muitos para muitos.

Durante todo esse processo a Inteligência Coletiva esteve presente em velocidades compatíveis com as necessidades humanas, quanto mais demanda, mais se procurava aumentar potencializar essa canal de troca.

Assim, a Web 2.0, como a Escrita 2.0 e  o mundo oral 2.0 são a capacidade de uma determinada mídia se popularizar e ganhar escala de massa, abrindo a possibilidade de influenciar a maneira da sociedade se ver.

Essa etapa de popularização, vindo da periferia, questionando a estrutura de poder, é uma fase intermediária de introdução do novo canal, que se abre, no momento seguinte para a fase de grandes questionamentos das verdades vigentes, que estavam sufocadas pela repetição e omissão da mídia anterior.

Ou seja, podemos afirmar que estamos vivendo uma civilização prenha de uma nova, que está por vir, precisando apenas dos parteiros, que irão questionar uma serie de dogmas, que beneficiaram muita gente que controlava a mídia anterior, mas agora perde o sentido.

Os valores vigentes não são também mais compatíveis.

Iremos ver questionados, como já são, o conceito de Deus, da verdade, da justiça, da democracia, da economia, do ensino, a relação que temos com os demais seres vivos.

É um pré-iluminismo, nos quais irão surgir os grandes filósofos, líderes espirituais, políticos, que prepararão a civilização para a etapa seguinte.

Quando?

A Idade média teve um ciclo de 550 anos, do surgimento da prensa ao momento atual.

Nesse período todos os conceitos da sociedade foram reformulados, em contraposição, aos 550 anos anteriores, depois do surgimento das religiões, frutos do mundo oral, apoiadas pelos livros manuscritos.

O ritmo atual é de mais velocidade, mas uma mesma geração tem o seu limite para aceitar tantas mudanças.

Diria que o quando está em aberto, mas se a história puder nos ajudar em algo, seguirá uma trilha similar a que assistimos ao do livro impresso, adaptado a um mundo em que os poderes não são tão claramente definidos como na Idade Média, num mundo certamente mais complexo, porém necessitando da mesma dose de reformas.

Veja o roteiro.

Versão 1.1 – 09.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Podemos notar que é comum na história humana mudanças de mídia.

Mas existem mudanças e mudanças.

  • A passagem do livro manuscrito para o livro impresso, foi uma mudança radical.
  • A passagem do livro impresso para os jornais, rádio e tevê, foram mudanças incrementais.

Quais as diferenças?

A passagem do livro manuscrito para o impresso abriu as comportas para novos autores publicarem suas ideias, era uma mídia bem mais barata que a anterior, o controle era impossível, ou seja, houve um descontrole informacional daqueles que detinham o poder e, portanto, controlavam as mídias da época;

A chegada dos jornais, do rádio e da televisão, apesar de tecnologicamente terem sido saltos quânticos, em relação ao livro impresso, entretanto, foram mídias de reforço da estrutura de poder. Quem controlava a mídia, ampliou o seu poder, utilizando os novos meios. Eram meios caros, de difícil acesso e fácil controle.

Note que a Internet se assemelha enquanto mudança muito mais a passagem do livro manuscrito para o impresso, do que deste para o rádio e a televisão.

Assim, podemos classificar as mudanças de mídia de duas maneiras:

  • – aquelas que por sua característica reforçam a estrutura de poder vigente;
  • – e aquelas que por sua característica criam um descontrole da estrutura de poder vigente, que chamarei de mídias de oxigenação social;

A web está neste segundo bloco, que tem como características:

  • – fácil acesso;
  • – fácil divulgação independente, a baixo custo;
  • – dificuldade de controle.

Como vimos antes, estas novas mídias surgem para desestruturar poderes vigentes, que passam a ser incompatíveis com o volume das demandas humanas, que crescem com o aumento da população.

O que o passado nos mostra, assim, é que quando estamos diante de mudanças de mídias de oxigenação social, que cria um novo ambiente informacional, que permite a troca de ideias de novos atores e o espaço para visionários e revolucionários a utilizarem para reformar as instituições vigentes.

Não seria pretensioso dizer que Chris Anderson tem razão: vivemos uma mudança de época, no qual as instituições farão uma revisão com o passado e iniciaremos um novo ciclo civilizacional em que um conjunto de novos valores sairão do mundo alternativo para a hegemonia, passando a constituir a base de uma nova sociedade.

Reafirmo: não por causa da tecnologia da rede, mas pela troca de ideias que ela viabiliza!

Veja o roteiro.

Versão 1.1 – 09.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Basicamente, por que hoje somos 7 bilhões de habitantes.

O sistema de troca informacional anterior não dava mais conta.

Saltamos de 3 bilhões de 1960 para o dobro hoje.

Precisávamos de um sistema de conhecimento compatível.

Foram lançando produtos e serviços de forma isolada e a inteligência coletiva foi costurando.

Pegou o que facilitou, descartou o que atrapalhava.

Assim, a rede é uma plataforma baixa de conhecimento, que vem ao mundo para:

  • 1- aumentar a velocidade da troca de ideias;
  • 2- lidar com ambientes cada vez mais complexos, devido ao aumento do volume de dados e da especialização de cada pessoa, grupo, região, etc.

Esta plataforma baixa de conhecimento cria um novo ritmo informacional, que facilita e abre espaços para as mudanças sociais, preparando a reforma de todas as instituições, que não são mais capazes em lidar com a complexidade atual.

Entretanto, similar a Idade Média, precisaremos dos visionários para saber rimar a nova rede com novos conceitos e começar o processo de revisão de todas as instituições para gerar essa nova compatibilidade.

O processo se inicia com a tecnologia, abre espaço para a oxigenação, mas precisa do impulso dos visionários para se consolidar, que saberão, como ninguém, usar a nova mídia.

Escolas, hospitais, empresas, justiça, parlamento não são mais compatíveis com o mundo atual e nem com o “sistema informacional” da vez.

Ou seja, a Internet é um novo ambiente de conhecimento que veio ao mundo para nos ajudar a criar uma nova civilização mais adequada ao número de habitantes.

Vamos eliminar tudo, estruturas e conceitos,  que nos impedem o crescimento.

Haverá resistência, mas a realidade dos fatos e números será mais forte.

Entretanto, esse processo, como no passado, não será homogêneo, trará grandes novidades, novos conceitos e novas injustiças, em um eterno ciclo, podendo, dependendo do processo em curso, alargar distância ou diminuir.

Isso está e sempre estará em aberto.

Veja o roteiro.

Na era em que vivemos, o que faz a diferença são o conhecimento que as pessoas dominam e a interação entre elas, o que gera conhecimento coletivo. O decisivo é o fator humano, condição que dá a cada indivíduo o direito de sentir-se sócio e comportar-se como dono da organização onde trabalha – Emílio Odebrecht (na Folha, 07/02/10), da minha coleção de frases.

Grosso modo, vivemos três etapas distintas da relação das pessoas com as empresas produtivas na sociedade:

  • O tempo do trabalho por imposição e cerceamento – escravidão, em quase extinção;
  • O tempo do trabalho por negociação de troca de horas por salário, com o controle da hora de trabalho braçal  – emprego, hoje no início do declínio;

  • O tempo do trabalho por  envolvimento  –  emprego-acionista, nova forma de relação trabalhista em ascensão, ainda semente, que vai virar muda, árvore e floresta.

Justifica-se na nova era de trabalho por adesão os seguintes fatores lógicos:

  • mais e mais o diferencial das empresas será a sua capacidade de se reinventar;
  • assim, o diferencial que importará nos empregados é a sua capacidade de criar;
  • as empresas tendem a contratar mais gente que cria;
  • a criação não pode ser medida por nenhum instrumento externo ao cidadão (não se pode saber se fulano está dando tudo);
  • é preciso, então, criar uma relação por adesão, motivação e envolvimento, o que nos leva necessariamente a outra forma de contrato, desde a participação mais e mais nos resultados, na transformação do empregado em empreendedor e deste para semi ou completo acionista do negócio.

Pode parecer que esse discurso soe até velho, pois já se fala isso há tempos, mas a rede veio acelerar a velocidade da inovação, o que fará necessariamente que a sociedade (empresas dentro do bolo) tenham outro ritmo e essa mudança seja cada vez mais evidente, pois o concorrente terá um outro tipo de relação com sua rede de colaboradores.

E se o concorrente se mexe…

Modelos de gestão de pessoas com o do Google, Microsoft, entre tantas, que hoje parecem a exceção, serão a regra, independente o setor, pois todos, de alguma forma, terão que acelerar o passo.

(Por fim, vale lembrar que os processos de mudança não são uniforme, são diferenciados entre regiões e mesmo nas mesmas regiões por tipos de avanço de desenvolvimento de cada empresa. Não resta dúvida, a meu ver, entretanto, que as locomotivas, os as candidatas a, da economia mundial vão abraçar esses conceitos.)

A lógica é esta, você teria algo que se contraponha a isso?

Diga lá!

Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos – Benito Paret – da minha coleção de frases;

Por onde deve começar o projeto Wiki corporativo?

Perguntou o pessoal da Prodesp (Empresa de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) na palestra que fiz na semana passada para o projeto de uso interno de Redes Sociais, coordenado pelo Crie/UFRJ.

Existem dois caminhos, que abordei no post passado.

Ou fingir que está se adaptando ao novo mundo e aí cria-se um projeto de comunicação ou mesmo de gestão de conhecimento eunuco. Ou seja, fingir que estamos fazendo algo para continuar tudo no mesmo lugar.

Um projeto lançador de fumaça!

Ou iniciar uma gestão de mudanças para valer, como, aliás, prevê as ISOs, através de uma revisão constante de processos, produtos e serviços, se utilizando de recursos das novas ferramentas interativas na Internet, que são para lá de poderosas, pois aceleram a Inteligência Coletiva.

Um projeto criador de fogo!

(Dizem que a Inteligência Coletiva começa com a Internet, mas, a meu ver, sempre compartilhamos ideias, mas não com tanta facilidade, de forma tão barata a distância e passível de rápida recuperação de qualquer lugar e a qualquer tempo.)

Se imaginarmos que todos os registros sobre os processos das organizações, formas de se produzir ou de se estruturar os serviços passam a ser armazenadas em um ambiente Wiki, a ser construído coletivamente, no qual todos podem alterar, comentar e acrescentar textos, áudios e vídeos.

E, portanto, passamos a colocar todo o aprendizado, conhecimento, reflexão sobre erros, melhores práticas, dicas, etc integrados e fazendo sentido nesse mesmo ambiente, como uma grande rede social, cujo coração pulsante e mutante é a maneira que a empresa opera.

E esta maneira está sempre em evolução coletiva, teremos, de fato, outra empresa, a wikiempresa!

A diferença entre uma e outra será aquela que aprende mais rápido e consegue ver problemas e oportunidades , primeiro.

Assim, deixamos para trás a empresa feudalizada que não aprende, ou aprende muuuuuito devagar, para uma que aprende rápido e coletivamente, no ritmo que o planeta super-populoso exige.

Assim, respondendo a pergunta acima, por onde deve começar os projetos wikis: pelas normas, quanto mais elas evoluírem com a colaboração coletiva, mais a empresa estará pronta para o novo cenário!!!

Se estas regras estão disponíveis e prontas para serem melhoradas, a partir da experiência de todos, mudam, com o processo,  sempre para melhor, de formas mais adaptada por quem está no campo, de baixo para cima, com mais eficácia, isso é o conceito básico de excelência 2.0!!!

Ou seja, hoje o pessoal da comunicação, dos responsáveis pelos repositórios da informação, a galera da gestão do conhecimento, da gestão de mudanças, de pessoas  e ainda da qualidade trabalham de forma dispersa e não na mesma direção, não no mesmo lugar, salvando experiências, um processo, a meu ver, pouco eficaz.

Numa wikiempresa, há um novo coração, a forma do wiki-trabalho, que deve estar em um mesmo lugar, no qual todos colaboram com sua experiência (a verdadeira gestão do conhecimento para resultados), aonde se aprende, adota-se e muda-se cada vez mais rápido, a partir do que se aprende com a realidade.

Tudo linkado entre si: melhores práticas, áudios, vídeos, treinamento, etc….

Você aprende para mudar e muda com que aprendeu!

Se não for assim, qualquer projeto de gestão de conhecimento  fica completamente neurótico, pois aprende-se com os erros, mas não mudam-se as regras, o que  tende a se esvaziar por falta de resultados!!!

Assim, uma verdadeira wikiempresa é aquela que muda seus procedimentos de forma coletiva, utilizando o que há de mais moderno em termos de tecnologia colaborativa para realizar a sua tarefa. O resto é blá, blá, blá….

Pergunta-se: mas as pessoas vão colaborar?

Isso é outra etapa do processo, que passa a ser o ponto central do novo capitalismo, que deixa de ser o capitalismo por coação, pelo chicote do relógio de ponto e passa ao da adesão, ao envolver as pessoas como acionistas da empresa, que já está em curso e se acelerará com as redes sociais, pois ninguém dá de si o melhor sem estar motivado.

Papo para um outro post.

Que dizes?

A maior vantagem competitiva de uma empresa é a visão do futuro – Hamel e Prahalad, da minha coleção de frases.

A partir de reflexões após o Wikishop na Dataprev, (valeu André Cardoso de Santa Catarina!), a palestra na Prodesp e discussão com alunos da Infnet, Marketing Digital.

Ao se pensar em projetos de redes sociais nas empresas, há sempre  um dilema na mesa virtual:

  • Será um simples e siliconado projeto de comunicação?
  • Ou de reestruturação da organização, na qual será feita uma revisão dos valores da empresa que passa à procurar uma nova e revisada relação com colaboradores externos e internos?

A primeira opção passa e fica no departamento de comunicação ou marketing, gerando fumaça.

A segunda envolve toda à organização para produzir fogo.

Projetos reducionistas e pobres de pseudo-comunicação geram interação, mas não se comunicam, pois os pedidos de mudanças não terão eco.

A comunicação não tinha e não tem como missão promover gestões de mudança.

Quem colabora, entretanto, no blog corporativo, no twitter,  tem alguma sugestão e quer ver algo acontecer, sob o risco de sumir do mapa.

É preciso evitar, assim, de criar um canal de diálogo de surdos e sem saída, de uma empresa que não quer mudar, apenas fingir que está mudando.

Cedo ou tarde um blogueiro perdido vaí apontar a contradição, que logo vai repercutir por aí num comunidade virtual qualquer e chegar à grande mídia.

É o chamado marketing do castelo de carta, que vive correndo para apagar o incêndio 2.0!!!

Projetos de rede social aliam uma nova visão, turbubinada de conceitos, que estimula para valer a comunicação colaborativa para ajudar na revisão constante dos processos organizacional e produtivo das empresas.

Quanto mais se recebe colaborações procedentes, mais a organização muda se adequa ao novo mundo mais dinâmico e, por consequência mais gera valor e mais competitividade.

Este é o espírito 2.0 da coisa.

Cuidado para não transformá-lo apenas em uma coisa.

A fumaça, cedo ou tarde, se desfaz.

Que dizes?

Tudo vale a pena se a alma não é pequena Fernando Pessoa, da minha coleção de frases.

Um certo desabafo pelos poréns que vejo quando se tem contato com ideias alheias.

Ouça e comente:

Não se liberta um prisioneiro simplesmente raspando-se a ferrugem de seus grilhões – Thomas Henry Huxley – da minha coleção.

Um podcast reunindo  os conceitos de inovação, liberdade, riqueza, controle e Internet.

Ouça aí e comente:


A Internet nua

Não há nada mais prático do que uma boa teoriaKant – da minha coleção de frases;

Tentando resumir e detalhar minha visão, em apenas um podcast, sobre o fenômeno Internet.

Ouça e comente:

Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui salvo Manoel de Barros – da minha coleção de frases.

Reflexões sobre a eterna luta entre a modéstia e arrogância.

Para mudar é preciso um grande amor ou uma grande dor Santo Agostinho  – da minha coleção de frases.

Reflexõs sobre quem, afinal, deve “tocar” projetos 2.0.

Ouça e comente!

A maior vantagem competitiva de uma empresa é a visão do futuroHamel e Prahaladda minha coleção de frases.

Este podcast foi feito, a partir da leitura do livro “A Organização inconformista”, Celso Campos, FGV. Tudo está lá:  os conceitos de empresa 2.0, sem as ferramentas da Web 2.0.

Diga o que achas:

O destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitosMontaigne –  da minha coleção de frases.

Dando continuidade à reflexão que comecei aqui, melhor, desenvolvo, detalho o podcast da semana passada.

Veja abaixo discussão sobre o conceito da Internet como Mídia de Oxigenação Social.

A íntegra do texto:

Dependendo da idade, temperamento ou interesse, olhamos a mídia Internet de diferentes maneiras. Os mais conservadores insistem em comparar a web com o rádio e a televisão.Dizem eles: “é mais uma normal e tradicional mudança de mídia”. Por outro lado, os mais arrojados garantem que estamos lidando com algo, digamos, “sui generis”, um fenômeno que chega às raias de algo marciano.

De fato, a Internet, como a chegada do rádio e da televisão, introduz uma nova mídia – isso é um fato. Mas, é interessante notar que, tanto o rádio quanto a TV, que tiveram sua importância histórica nos rumos da sociedade, pois eram mídias que reforçavam e expandiam praticamente as mesmas vozes que se expressavam nos grandes jornais. Eram mídias – e são ainda – de forte controle em função dos elevados custos ou do seu fácil monitoramento. Podemos chamá-las, assim, de mídias de reforço de estruturas vigentes de poder.

A web, entretanto, não se encaixa nesse tipo de ambiente, pois ela introduz na sociedade, a baixo custo e de difícil monitoramento, a multiplicação de vozes. Não, não se trata, portanto, de algo de Marte, pois tivemos o mesmo fenômeno (algo similar) com a chegada do livro impresso, frente ao monopólio do livro manuscrito – pilar este de dominação da Igreja e da monarquia na Idade Média.

Podemos chamar, assim, a web de uma mídia de oxigenação social, que abre espaço para novas vozes. Este fato – e não a tecnologia – marca (e marcará) as mudanças que assistiremos e já estamos assistindo.

Mídias de oxigenação social abrem um terreno fértil para a troca de ideias e, portanto, para amplas mudanças.

O livro impresso, lembramos, viabilizou a libertação dos escravos, o voto das mulheres, “introduziu” a alma nos negros e nos índios e criou uma possibilidade de terminar uma opressão – que nós estamos assistindo até hoje este processo na sociedade. Além disso, introduziu o conceito de democracia, da economia do próprio capitalismo e da ideologia hoje vigente.

A próxima civilização que se abre  com a possibilidade da troca de ideias pela Internet fará um acerto de contas com este passado,  fazendo uma revisão profunda em conceitos hoje já questionados, porém vigentes. Passando, por exemplo, pela ecologia, pelo lucro das empresas, pelas diferenças sociais.

Estamos à beira de um upgrade civilizacional necessário, que estabelecerá uma nova elite, em outro patamar de civilização.  Elite esta que deve controlar a mídia até que uma mídia venha oxigenar a sociedade, num fluxo civilizacional, que vai entrando e saindo de mídias para outras mídias.

É isto. Muito obrigado.

Pessoal, fechando o grupo de estudos, vejam do que se trata, quem tiver interesse, me avise urgente, pois temos apenas cinco vagas, das 20 previstas.

Foco dos encontros: O que é a atual ruptura 2.0 e como me posicionar melhor?

Dinâmica: leitura de textos pré-selecionados, a princípio um texto por semana, imagino começar com três básicos e depois ver os desdobramentos,
conforme nosso sentimento coletivo, desdobrando-se nos demais. Primeira aula será apenas de apresentação e de uma geral sobre o tema, sobre
os autores escolhidos, etc…teremos, assim, sete textos, que imagino que três pessoas devem ficar de “mentoras” e apresentar ideias centrais,
discussões, a cada semana para a turma.

Ou seja, é preciso contar que os encontros para serem bem vividos terão um encontro presencial e mais umas três horas de trabalho individual
em casa. Os textos não serão longos, podendo ter alguma coisa em inglês, um ou dois, no máximo;

Perfil dos participantes: pós-graduandos, estudantes de MBA de Gestão de Conhecimentos, mestrandos e doutorandos na área  de marketing, informação, comunicação e conhecimento. Idades variadas.

(O pessoal que se inscreveu é a galera que mais se interessou pelo meu tema em diversos cursos e palestras. Acredito que teríamos uma
boa troca de diversos lugares, tem o pessoal do MBKM, da pós da Facha, da pós do Senac, do curso 2.0 da Embratel, etc…)

Duração: oito encontros:

Março: 15, 22, 29;
Abril: 05,12,19,26;
Maio: 03.

Se tiver algum feriado no caminhar, que não achei, andamos mais para frente.

Encontros: segundas feiras, 19 horas às 22 horas;

(podendo ser adiantado para 18:30, estamos discutindo isso.)
Endereço: Rua Ouvidor, 161 / 1305 – Centro;

Data de início e término: 15 de março até 03 de maio;

Investimento: parcela única de R$ 400,00 (quem tiver problemas com o valor, me mande e-mail para negociarmos. Não pense em não fazer por causa de grana!!!)

Me mande e-mail (Carlos@nepo.com.br) detalhando:

O que você faz nesta área e como isso teria um link com o grupo de estudos.

Nepô

Grato.

Companies should respond to online attacks with the truth Barry Libert and Rick Faulk from my phrase collection in Portuguese

As we know them today, companies are the result of a long process initiated with the Industrial Revolution, after the arrival of the printed book, which created an environment for information exchange highly favorable to centralized powers.

Basically, companies emerged and developed to offer products and services to help us in solving social problems.

We all need to dress, eat, drink, and entertain ourselves….

And corporations are here to respond to these demands.

Something is offered to the market and a given remuneration is obtained for the service/product.

Thus, the logic of profit was established as a need to stimulate someone to provide society with solutions for the problems. A stimulus to solve problems and get everybody happy with the relationships cost/benefit, client/supplier.

So, it should be clearly stated:

Companies originally arrived to solve society’s problems and, THEREAFTER, to be remunerated for this, to generate profit.

With capitalist advances, after the French Revolution, company owners began to strongly influence the central power. They also felt free to make profit into the heart, the driving force of the process, pushing problem solving into the background.

Stimulating a market law in which the client would have several choices and the strongest would prevail.

A good company is a profitable company!

Solving society’s problems becomes secondary, or at least just necessary to continue having profits – in a dialectical relationship.


Anyway, this approach managed to keep consumers content, in a framework of only partially available information.

In fact, consumer satisfaction was based on little information and no participation.

Often, the marketing and advertizing used were based on disinformation and manipulation to hide the fact that the final objective was not the shareholder but a consumer deceived by illusions.

Despite going against common sense, this was maintained as the basic motto of capitalism.

Clients are always right, after the shareholders, of course!

On one side, companies with their greedy shareholders and their public authorities to ensure a certain degree of control, reinforced by the media. On the other, the passive and manipulated consumer.

The popular singer who drinks X but advertises Y.

All this was grounded in an information environment controlled to give the illusion that the consumer was king, while in truth the shareholder was the majesty.

Smoke, smoke, smoke.


Moreover: the product arrived ready for consumption at the baby’s table.

Look at the plane…open the mouth

Now, things have changed.

The logic of putting profit first, and ahead of problem solving will be revised because the new information technology changes the environment for sharing of ideas, in which control is no longer the same.

There is no longer the vital silence among consumers to support the previous ethic.

There are dissenting voices that can be recovered through Google.

And now, what?

As in a magic trick, the environment controlled by the media in which corporations had total control over what circulated, as they sponsored the advertisements that supported their functioning, was ruptured.

Of course, there have always been some small gaps, but nothing that couldn’t be fixed by a talk between the company president and the newspaper owner in moments of crisis.


As there was no space to clarify positions that privileged profits to the detriment of problem solving, the space for manipulations was quite big.

On television, the company talks about your bank, your real estate company, your home appliance manufacturer, but behind the scene there were a thousand maneuvers so what you bought had a Trojan horse: first the profit, then you.

This was the lie maintained by a system based on the information control of the Media Ages.

Today, with information sharing between consumers, via electronic networks, the space for this kind of manipulation is increasingly narrower.

It might change the face of the very concept of capitalism.

It will be increasingly easier for consumers – and this includes citizens in the face of the state – to monitor and find out how much a company/government is focused on the problems of the consumer/citizen or on the shareholders/government friends.

In addition:


Now, even the problem to be resolved at the market end, which justifies the product and the service, is rapidly changing!!!

Thus, a partnership with the consumer for cooperative production becomes necessary to develop products.

This leads the company to bring the former manipulated consumer into its decision-making process, at higher and higher levels. Hence, consumers acquire a status formerly reserved only to shareholders.

This has been taking place slowly, but it’s a strong trend.

Consumers want to see their problems solved and they accept the profit, provided there is a logic that protects their interests.

The space for the Trojan horse is much narrower!!!

This process is not imposed but it advances through convincing people. This changes the basic DNA of the profit versus problem concept.

It is increasingly disseminated the idea that creating partnership networks with suppliers, employees and consumers is key for accelerating innovation.

However, those networks can’t be based on manipulation, but on a commitment from all to solve the problem at the origin which, by the way, is now increasingly mutant.

Of course, it is expected that someone delivering a service be remunerated, but not for placing profit before problem solution activities.

This is the deepest change capitalism will undergo in this information environment we are now entering.

To create social networks is to revise old concepts.

That means again placing consumers and their problems into the foreground, and shareholders in second place, because if consumers migrate to the competitor, who is going to adopt the same network, its shareholders will be the ones to benefit.

It’s an environment that revises everything.

So, take note:


The creation of social networks involving consumers – a discourse now prevailing in the market – presupposes revision of the concept of profit versus problem solving.

How many are actually ready for this new stage?

A new ethic is being established in which the consumer’s problem is above everything, as there is an effort to ensure not only loyalty, but his/her involvement in thinking through together the solution.

This alliance can’t be based on the past ethic.


Shareholders should be the first to awaken to this, as profits will go to those who first understand the new ethic.

No, it’s not the Internet that is changing capitalism.

The Internet only brought along a new technology that enabled a new environment for sharing and articulating human actions at a distance. In this environment corporate kings and popes no longer can demand that everybody pray in Latin or kneel on maize grains in he same way.

Today, the faithful is no longer the same.

They share amongst themselves on a global scale.

And, they are much quicker at catching lying priests.

They want another church to consume, in which they will be proactive participants. Above all, they need to believe the priests are on their side, keeping within reach their powerful weapons to find out when they lie.

What do you say?

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Translated by Jones de Freitas. Edited by Phil Stuart Cournoyer.

(This article in Portuguese.)

http://nepo.com.br/2009/12/01/capitalismo-2-0-a-revisao-da-etica-do-lucro/


Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos Eduardo Galeano da minha coleção de frases.

Um papo filosófico sobre o que é “pensar fora da caixa”.

Texto integral:

Não tem jeito. Somos todos “encaixados” desde que nascemos. E só existem duas formas de lidar com esta situação. Aceitá-la, sem reclamar, ou seja, ignorá-la até o ponto de afirmar “eu sou a ‘caixa’ em que me meteram”, tentando até “encaixotar” os outros, ou procurar se relacionar com ela de forma consciente. Sim, “estou na caixa”, em um processo eterno e cotidiano de “desencaixação”.

É, assim, impossível, sob este ponto de vista, aceitar a expressão “pensar fora da caixa”, pois viver é estar em alguma “caixa”.

A sabedoria, a meu ver, é conseguir, apesar desse fato, nunca acreditar que somos a “caixa” em que no momento estamos.

Ouça e comente.

A verdade que é revolucionária não é a ilusão; temos que ver as coisas como elas são – Ferreira Gullarda minha coleção de frases.

No Podcast, reflexões sobre população, novas demandas e necessidade de inovação, como formas de compreender o surgimento da Internet.

No Podcast, reflexões sobre população, novas demandas e necessidade de inovação, como formas de compreender o surgimento da Internet.

Texto integral:

Somos 7 bilhões de habitantes no planeta que consomem, acreditem, 21 bilhões de refeições por dia – do café à janta.[i]São 21 bilhões de dados processados na logística da comida, sem falar na massa de informação que envolve saúde, educação, habitação, transporte, lazer.

Perguntas: Era possível avançar nessa jornada planetária na armadura da falta de interação dos jornais, rádios e TVs? No isolamento dos computadores com suas bases de dados fechadas à visitação?

A Internet veio trazer esse ajuste, da mesma maneira que o livro impresso oxigenou os castelos fechados da Igreja e da monarquia, que não permitiam a civilização crescer. A web cria, assim, o ambiente de informação, comunicação e conhecimento propício para avançarmos na logística necessária para sustentar 7 bilhões de almas que não param de se multiplicar. Possibilita, por fim, resolver a dicotomia entre a velocidade latente da demanda versus a lentidão da oferta. Por isso, se dissemina tão rápido e traz tantas mudanças. Na verdade, o show não pode parar.

É isso. Obrigado.

[1] O americano come 5 vezes e o africano come uma, o que na média dá 3 refeições por dia.

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