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O futuro não acontece simplesmente. Ele é construído. Ele é aberto e não fechado. É divergente e não convergente – Eunice Soriano de Alencar – da minha coleção de frases.

Estamos concluindo a primeira fase, nos últimos seis meses, do projeto de ampliar a comunicação entre diversas regiões, utilizando ferramentas colaborativas, em  um departamento da Dataprev, tendo como foco equipes de desenvolvedores de software trabalham em diversas regiões do país.

O objetivo inicial do projeto era estreitar os laços e abrir canais de comunicação.

Pois bem, ali, acredito, está o germe de um Governo 2.0.

O que fizemos?

  • 1- reunimos as liderenças formais que indicaram alguns subordinados para um primeiro encontro presencial;
  • 2- definimos de forma conjunta uma estratégia, que girou em torno da criação de “mesas virtuais”, nas quais os empregados iriam postar reflexões sobre o trabalho. A tecnologia escolhida foi um programa de blogs (WordPress), articuladas, através de RSS, que formaram um portal, automático, saiu na mesa virtual, automaticamente vai para o portal;
  • 3- cada post, das diferentes mesas formam um repositório, de todas as mesas virtuais, de pessoas daquele departamento e outros de fora que também resolveram aderir voluntariamente ao projeto;
  • 4- além de um Twitter interno que foi criado, reavaliação dos wikis individuais de cada região, que estão em um processo de unificação e outras iniciativas em paralelo que estão em curso, dependendo de desenvolvimentos mais robustos.

Houve uma boa adesão e depois de alguns meses de trabalho, pode-se observar que pessoas (a princípio sem expressão na empresa) começaram a se destacar entre a multidão.

Ou pela qualidade dos posts, pertinência, regularidade.

Fizemos um segundo encontro de avaliação, seis meses depois, no qual os convidados, como uma espécie de prêmio e valorização, já era o pessoal que vou chamar de os “fora-da-caixa”, aqueles que se destacaram nas suas mesas virtuais.

Ou talvez, as futuras lideranças adormecidas.

Nesse segundo encontro, já evoluímos para, além dos posts normais, envolver outros setores da empresa responsáveis pelos procedimentos, ou como a empresa deve realizar determinadas tarefas.

Ou seja, saltando de um fase incial de postagens aleatórias para o início de uma fase de revisão de processos e procedimentos de trabalho baseados na filosofia 2.0.

Evoluindo de um processo apenas de interação, ou de comunicação aos moldes antigos, via posts, para o início de uma reavaliação permanente e coletiva de procedimentos.

A meu ver, quando começarmos a implantar essa segunda fase, utilizando ferramentas colaborativas modernas para começar a mudar a empresa de baixo para cima, aumentando a velocidade e ganhando competitividade, está dado o primeiro passo para o chamado Governo 2.0, ou Governo aberto, como chamam os americanos.

Que nada mais seria que em processo contínuo de aprendizado, a partir da prática, acertando erros e se aproveitando de oportunidades, melhorando a sua qualidade, através as novas ferramentas web colaborativas, envolvendo incialmente o pessoal internet e, mais tarde, os próprios clientes.

Esse foi o grande ganho de termos reunidos os “fora-da-caixa”.

Podemos dizer, assim, que o primeiro passo da colaboração, mais do que a comunicação, é a descoberta de pessoas anônimas, que estavam escondidas na organização passam a ter voz e ser reconhecidas pelas suas ideias, introduzindo uma nova onda de meritocracia.

E num processo de troca, evoluindo como a empresa pode ganhar com a nova forma colaborativa de se repensar!

Cada um vale não por quem o conhece, ou indica, mas por suas ideias, o que é algo bem interessante.

Diria ainda que amadureço mais duas coisas que ficarão para outros posts:

1- que um projeto de redes sociais é um projeto de comunicação, ou um resgate da verdadeira comunicação, na qual os dois lados estão dispostos a ouvir e mudar. Ou seja, é um processo de comunicação para mudar processos, sendo assim um avanço na minha cabeça em relação ao post passado, sobre fogo e fumaça, respondendo de forma mais adequada a pergunta do André Cardoso:

Sem comunicação não se muda processos. E sem mudar processos não há comunicação!

2- por fim, há uma ilusão que processos de mudanças são massivos – não são. Surgem  os fora-da-caixa que já trazem em si uma latência do futuro e a transforma em ações, multiplicando, a partir deles e influenciando os mais reticentes, que ao absorverem novos conceitos, por temperamento, consolidam as mudanças, estabelecendo um novo “modus-operandi” mais coerente com um mundo mais veloz, mais complexo e populoso.

É isso.

Que dizem?

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