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Versão 1.0 – 09.02.10 (sujeito sempre à alteração)

Parte do novo livro: “A Internet não é um disco voador!”

Hoje, é interessante, mas ao afirmarmos que estamos na Web 2.0, partimos do princípio que já estivemos na 1.0 e iremos para uma possível 3.0.

É interessante observar que existem similaridades nas etapas de evolução das novas mídias, a saber:

  • Fase 1- latência social e fase de laboratório, no qual a tecnologia emerge de forma tímida e atrai os primeiros interessados;
  • Fase 2– visionários e empreendedores percebem o seu potencial e começam a transformá-la em um negócio, iniciando o processo de popularização;
  • Fase 3– a massificação se estabelece, a partir de uma redução brutal de custo, a partir da evolução da mídia, que ganha volume e escala, se preparando para saltar de mídia alternativa para hegemônica.

Podemos dizer que a Mídia Escrita trilhou esse processo.

Só houve a sua massificação, ou o que podemos chamar de Escrita 2.0, quando o livro manuscrito foi sucedido pelo livro impresso.

Naquele momento, tivemos uma tecnologia (prensa) que barateou em muito o custo do livro e fez com que os panfletos, jornais, livros se popularizassem, estabelecendo a segunda fase de sua evolução, o que poderia ser chamada da escrita 2.0.

O mundo digital também assistiu o mesmo processo.

Vivemos a queda dos preços dos computadores e da comunicação, explodindo serviços e produtos, a partir do surgimento da banda larga, em 2004, que explode o uso da rede, eliminando o alto custo do pagamento da linha discada.

Isso aliado ao custo cada vez mais crescente da banda larga, potencializou o uso do novo meio.

É interessante notar que a Escrita trazia ao mundo a possibilidade de expandir a voz de um ou mais autores a distância, o que se seguiu depois com o rádio e a televisão, que, na verdade, são a evolução de uma mídia anterior ao da escrita que é a do mundo Oral, a tevê e o rádio, tardiamente, eram o Mundo Oral 2.0, em um entrelaçamento de processos, com a massificação da voz, ainda de forma unilateral.

O mundo digital reúne todos os outros mundos e os conecta, integrando, deixando-se recuperar, potencializando todos os outros meios e permitindo, pela primeira vez, a difusão a distância das conversas de grupo, o que Lévy chamou de muitos para muitos.

Durante todo esse processo a Inteligência Coletiva esteve presente em velocidades compatíveis com as necessidades humanas, quanto mais demanda, mais se procurava aumentar potencializar essa canal de troca.

Assim, a Web 2.0, como a Escrita 2.0 e  o mundo oral 2.0 são a capacidade de uma determinada mídia se popularizar e ganhar escala de massa, abrindo a possibilidade de influenciar a maneira da sociedade se ver.

Essa etapa de popularização, vindo da periferia, questionando a estrutura de poder, é uma fase intermediária de introdução do novo canal, que se abre, no momento seguinte para a fase de grandes questionamentos das verdades vigentes, que estavam sufocadas pela repetição e omissão da mídia anterior.

Ou seja, podemos afirmar que estamos vivendo uma civilização prenha de uma nova, que está por vir, precisando apenas dos parteiros, que irão questionar uma serie de dogmas, que beneficiaram muita gente que controlava a mídia anterior, mas agora perde o sentido.

Os valores vigentes não são também mais compatíveis.

Iremos ver questionados, como já são, o conceito de Deus, da verdade, da justiça, da democracia, da economia, do ensino, a relação que temos com os demais seres vivos.

É um pré-iluminismo, nos quais irão surgir os grandes filósofos, líderes espirituais, políticos, que prepararão a civilização para a etapa seguinte.

Quando?

A Idade média teve um ciclo de 550 anos, do surgimento da prensa ao momento atual.

Nesse período todos os conceitos da sociedade foram reformulados, em contraposição, aos 550 anos anteriores, depois do surgimento das religiões, frutos do mundo oral, apoiadas pelos livros manuscritos.

O ritmo atual é de mais velocidade, mas uma mesma geração tem o seu limite para aceitar tantas mudanças.

Diria que o quando está em aberto, mas se a história puder nos ajudar em algo, seguirá uma trilha similar a que assistimos ao do livro impresso, adaptado a um mundo em que os poderes não são tão claramente definidos como na Idade Média, num mundo certamente mais complexo, porém necessitando da mesma dose de reformas.

Veja o roteiro.

One Response to “Para onde vamos e como isso vai afetar a sociedade?”

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