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A primeira linguagem humana que deixou rastros foi a escrita, permitindo que pudéssemos acessar as ideias dos nossos antepassados.

A oralidade era uma linguagem sem rastros, até a chegada das gravações por voz.

O rastro é aquilo podemos chamar de informação que pode ser armazenada, que permite que pessoas acessem e possam, entre outras coisas, tomar decisões.

Rastros, portanto, já existem há milênios, desde que a escrita foi inventada.

O armazenamento das linguagens orais (sons e imagens) e escrita (texto) para ser decodificado precisava, até há bem pouco tempo, de um ser humano para decodificar o conteúdo.

Os rastros humanos, assim, não são novidades.

Quando tivemos a chegada do digital, com as ações das pessoas disponibilizadas em rede, tivemos a possibilidade de deixar novos tipos de rastros, que não se podia antes.

Hoje, posso saber quanto tempo uma pessoa ficou lendo um texto, com quem ela mais se relaciona, que música ela aumentou o volume ou baixou. Qual filme ela acelerou ou viu mais vezes.

A relação humana entre telas e não fora das telas (analógica) me permitiu uma quantidade muito maior de rastros – que não existiam antes.

É o que muitos chama de BigData, o que era impossível de ser aferido agora se pode.

Do ponto de vista de armazenamento de informação, podemos dizer que a humanidade está muito mais rastreada do que era antes.

Hoje, organizações estão procurando aprender a usar essa avalanche de dados para ampliar a sua competitividade.

Porém, além do uso que as organizações tradicionais estão fazendo deste oceano de dados para decidir, temos novas organizações no mercado que passaram a usar os mesmos rastros de forma diferente.

Vejamos o desenho:

Qual a diferença entre os dois modelos?

  • Na organização tradicional os rastros servem para que o Gestor tome decisões a partir deles;
  • Na organização uberizada, os rastros servem para que o Curador transfira a decisão para que o algoritmo ajude a comunidade de consumo ou mesmo tome a decisão, a partir dela.

Note que estamos falando aqui de Rastros que permitem que haja a Reintermediação Gerencial e não Operacional.

  • Um chip colocado num equipamento que liga e desliga no campo, a partir da quantidade de chuva é uma reintermediação operacional, que faz parte da digitalização dos processos;
  • A reputação dos motoristas do Uber que permite que alguns saiam da plataforma e outros apareçam com destaque para os clientes é uma reintermediação gerencial.

Vejamos:

  • No primeiro caso, podemos ter o mesmo modelo de comando e controle que sempre tivemos, conhecido como gestão;
  • No segundo caso, temos um novo modelo de comando e controle que é a curadoria.

Quando tentamos entender o fenômeno, procuramos dar um nome para essa nova Linguagem Humana, que permite que decisões sejam tomadas de nova maneira.

Não sei bem, hoje já tenho dúvida, se o melhor nome é Linguagem dos Rastros, podemos dizer que é um tipo de Linguagem Digital, ou Linguagem Algorítmica.

A grande diferença é:

  • As linguagens oral e escrita – em função da complexidade de compreensão, exige uma pessoa ou um robô, mas sempre em uma escala baixa de tomada de decisão – o que cria determinados limites do modelo de comando e controle da Gestão;
  • A linguagens digital/algorítmica/rastros – em função da simplicidade de compreensão pelos algoritmos, permite em uma escala muito maior a tomada de decisão – o que quebra os limites do modelo de comando e controle da Gestão e cria novo patamar.

Assim, o que é importante não é a Linguagem em si, ou os rastros, mas a possibilidade da criação de um novo modelo administrativo, com novo modelo de comando e controle, que a linguagem permite.

É isso, que dizes?

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