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“É preciso evitar uma filosofia ocasional, não consciente, contraditória e, por consequência, letal.” – Ayn Rand
Introdução
O presente artigo procura chamar a atenção sobre algumas percepções, que circulam no Senso Comum, que precisam ser refletidas com mais cuidado:
- A fantasia de que nós NÃO vivemos dentro de uma Bolha Informacional – acreditamos muitas vezes que o outro vive numa Bolha, mas eu não. E de que, quando eu quero inovar, eu preciso “sair da caixa (bolha)”, como se isso fosse possível. O que nós fazemos é, com muito esforço, método e perseverança, olhar para a Bolha e procuramos aperfeiçoá-la;
- A fantasia de que eu tenho controle sobre tudo que eu penso – boa parte dos nossos Valores e Conceitos foram herdados sem muitos questionamentos e qualquer processo de mudança passa NECESSARIAMENTE por conhecê-los e avaliar quais, entre eles, são úteis e os que não são;
- O NÃO conhecimento dos diferentes níveis dos Valores Humanos – como vivemos, basicamente, os dias, semanas ou meses, não temos uma visão mais histórica e civilizacional dos diferentes níveis dos Valores Civilizacionais: Super Estruturais, Estruturais e Conjunturais. Conhecer o passado dos Valores e Conceitos é fundamental para que possamos conhecer melhor nossa Personal Bolha.
É, assim, adequado chamar a atenção de que:
Pessoas, na maior parte do tempo, não têm consciência da sua própria Bolha Informacional. Mudar, portanto, é um processo de consciência da mesma.
Por fim, para concluir a introdução, classificamos o texto como um Artigo Bimodal Rompedor, pois é a primeira vez que abordamos tais questões dessa maneira.
Faz, assim, parte da expansão das Fronteiras Conceituais da Bimodais, sempre em expansão.
Vamos ao artigo
Marshall McLuhan (1911 – 1980), um dos nossos Conceituadores Disruptivos Preferidos numa entrevista disse o seguinte:
“Independente de qual canal de televisão você assiste, o fato de assistir a tevê está mudando você”.
McLuhan defendeu a ideia que a civilização humana vive dentro de um Tecnoplaneta (conceito adaptado pelos Bimodais) e que quando temos novas tecnologias, o Tecnoplaneta se altera.
Podemos definir Tecnoplaneta da seguinte maneira:
Tecnoplaneta é onde o Sapiens vive, cercado sempre de tecnologias, diferente dos outros animais que vivem no planeta.
O que McLuhan nos deixou de legado é o seguinte:
Conceitos e Valores são fortemente marcados pelo Ambiente Tecnológico, que nos cerca a cada período da história.
McLuhan, assim, defendeu que vivemos em uma Bolha Tecnomidiática (outra adaptação dos Bimodais).
Concordamos com ele, mas queremos ir além.
(Nossa missão aqui na Bimodais é sempre procurar aperfeiçoar o trabalho dos nossos Conceituadores Disruptivos Preferidos.)
Além das Bolhas Tecnomidiáticas vivemos também em Bolhas Informacionais Individuais e Coletivas.
Bolhas Informacionais Individuais e Coletivas estão dentro das Bolhas Tecnomidiáticas.
Muita gente, hoje em dia, diz que o outro vive numa Bolha Informacional e ele não.
Porém, todos nós, querendo ou não, vivemos em Bolhas Informacionais, que estão inseridas em Bolhas Tecnomidiáticas.
O que há de diferença entre as diferentes pessoas e as respectivas Bolhas Informacionais?
- há pessoas que têm mais consciência de suas Bolhas, outras não;
- algumas Bolhas são mais próximas dos fatos, outras mais distantes;
- algumas Bolhas permitem pessoas e grupos a sobreviver melhor, respeitando o direito alheio, outras, não.
Bolhas Informacionais têm no Senso Comum o nome de “caixa”.
Quando alguém diz que “saiu da caixa“, no fundo, o que está dizendo é que conseguiu olhar de fora para dentro para a sua própria Bolha Informacional, a partir de determinada provocação dele mesmo ou de alguém.
Nós, isso tem que ficar claro como a luz do sol, nunca saímos das nossas Bolhas Informacionais.
O processo de mudança implica OBRIGATORIAMENTE a tomada de consciência da Bolha Informacional.
Ao “muscularmos” nossa Bolha Informacional, vamos escolhendo Valores e Conceitos mais adequados.
Um ser humano, assim, se diferencia dos demais animais pela sua capacidade de construir, de forma consciente, a sua própria Bolha Informacional.
Cada pessoa recebe, ao longo da sua formação pessoal, e adapta, de forma mais ou menos consciente, a sua própria Bolha Informacional.
A Bolha Informacional Individual é, em geral, próxima da Bolha Informacional Coletiva, formada pelo seu círculo de parentes, amigos e das suas fontes de informação.
Me diga qual fonte de informação você consome e te direi quem és!
Me diga em qual Bolha Informacional Coletiva você transita que te direi quem és!
Da mesma maneira que a Bolha Tecnomidiática é quase invisível para nós, a nossa Bolha Informacional Individual e Coletiva também.
Com o tempo, passamos a confundir nosso ego com os conceitos que usamos.
Há uma Simbiose Egoica Conceitual Tóxica da nossa identidade com a nossa Bolha Informacional.
Quanto maior é a simbiose entre a Bolha Civilizacional e o ego, mais dificuldade aquela pessoa têm de promover mudanças.
Num cenário de alta Taxa de Simbiose Egoica Conceitual não sabemos mais quais foram os conceitos que herdamos, daqueles que escolhemos.
Quais são os conceitos válidos e úteis e quais não são.
Quando não praticamos, a atividade de pensar como pensamos, vamos Invisibilizando em nós os conceitos, o que dificulta mudanças.
E, aos poucos, vamos achando que a nossa forma de pensar o mundo foi escolhida e não herdada, muitas vezes, com poucos questionamentos.
Muitas vezes a alta Taxa de Simbiose Egoica Conceitual leva a pessoa a considerar que a sua maneira de ver o mundo é a melhor, a única, é insubstituível sem nenhuma necessidade de testá-la na realidade.
Numa alta Taxa de Simbiose Egoica Conceitual, a pessoa, simplesmente, não consegue mais avaliar as consequências da forma como pensa com o faz e a relação de causa e consequência entre as duas.
Quando temos uma alta Taxa de Simbiose Egoica Conceitual uma mudança na forma de pensar e agir fica cada vez mais difícil.
Quanto mais você tem certeza sobre as coisas, mais terá dificuldade de enfrentar mudanças.
Quanto mais acreditamos na imutabilidade das nossas Bolhas Informacionais, mais vamos tendo dificuldade de:
- lidar com mudanças;
- fazer modificação nas nossas narrativas e conceitos;
- entender as Bolhas Informacionais alheias.
Passemos agora a detalhar melhor as Bolhas Informacionais.
Elas são formadas por:
- Valores e Conceitos Super Estruturais – geradas por Cosmovisões, que variam pouco ao longo de milênios e séculos. Exemplo: Cosmovisão Cristã;
- Valores e Conceitos Estruturais – geradas, a partir das Cosmovisões, tais como narrativas religiosas, ideológicas, filosofias de vida, que variam ao longo de séculos e décadas. São uma espécie de “aplicação” das Cosmovisões. Exemplo: as diferentes igrejas evangélicas;
- Valores e Conceitos Conjunturais – geradas pelas narrativas variadas, temos opiniões sobre os fatos, a partir dos Valores Estruturais, que variam em ao longo dos anos. Exemplo: a opinião de um evangélico sobre determinado fato.
Os Valores e Conceitos Super Estruturais de cada pessoa determinam os Valores e Conceitos Estruturais e, por sua vez, os Conjunturais – as opiniões cotidianas.
Quanto mais invisíveis são os Valores e Conceitos Super e Estruturais, mais arraigada será a forma da pessoa ver e agir diante do mundo e vice-versa.
Nós vivemos e questionamos, basicamente, os Valores e Conceitos Conjunturais e pensamos muito pouco, ou quase nada nos Estruturais. E quase nunca nos Super Estruturais.
Os Valores e Conceitos Estruturais geram Narrativas, que são um agregado de conceitos, que acabam fazendo sentido para todos que estão dentro daquela Bolha Individual ou Coletiva.
As Bolhas Informacionais são, assim, filhas dos Valores e Conceitos Super Estruturais e Estruturais.
Há uma coerência interna dentro das diferentes Bolhas Informacionais, que faz sentido para quem a utiliza.
Há uma organização interna dentro da Bolha Individual de cada um.
Há uma uma organização dos conceitos, alinhados de uma determinada maneira, que gera um sentido e ajuda a pessoa a pensar e agir no mundo.
Como nos ensinou Ayn Rand (1905 – 1982), o Sapiens é um ser vivo como outro qualquer e para viver precisa escolher a sua Bolha Informacional.
Diferente dos vegetais e outros animais, que têm Bolhas Informacionais Genéticas, o Sapiens cria a sua.
O Sapiens faz escolhas, a partir das suas Bolhas Informacionais e estas decisões resultam em melhoria ou piora da qualidade de vida individual ou coletiva.
(Bolhas Informacionais têm sobre elas questões éticas, pois não basta eu resolver os meus problemas se violento os de outras pessoas.)
Assim, há uma métrica possível para poder aferir a qualidade das Bolhas Individuais e Coletivas.
Quanto mais determinada Bolha Informacional se afasta dos fatos, mais tenderá a levar as pessoas a tomar decisões equivocadas em termos de sobrevivência e vice-versa.
E aí cabe perguntar:
- a sua Bolha Informacional Individual está te ajudando a viver melhor ou pior?
- a sua Bolha Informacional Coletiva ajudou no passado a sociedade a viver melhor ou pior?
Quando falamos em inovação e mudança, palavras tão badaladas hoje em dia, diante do Mundo Pós-Digital pouca gente, muito pouca, entende que:
O processo de mudança de qualquer pessoa passa NECESSARIAMENTE pelo questionamento da sua Bolha Informacional.
Se você NÃO pensa sobre a sua Bolha Informacional, toma consciência dela e passa a aprimorá-la a chance de mudar algo na sua vida é próxima de zero!
Todas as Bolhas, sejam elas Individuais e Coletivas, se estruturam em Narrativas, um agregado de Conceitos e Valores.
Assim, se você quer começar a questionar Bolhas Informacionais, terá que OBRIGATORIAMENTE começar a rever os conceitos. E de Conceito em Conceito, ir, aos poucos, revendo toda a Narrativa e, por fim, diversos Valores.
É necessária uma Metodologia de Mudança, que vou apresentar de forma mais detalhada no próximo artigo.
É isso, que dizes?
Colaborou com o artigo o seguinte Bimodal: Rodrigo Palhano.
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GRIFOS EM NEGRITO: CONCEITOS BIMODAIS
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PALAVRAS EM CAIXA ALTA E NEGRITO: CHAMANDO A ATENÇÃO DO LEITOR PARA ALGO ESPECÍFICO, DO TIPO OBRIGATORIAMENTE.
Os parágrafos que estão deslocados foram selecionados como as melhores frases do mês ou as definições conceituais mais relevantes, que são enviadas regularmente para os Bimodais e incluídas no Mapa Mental dos Bimodais para consulta permanente.
O presente artigo se encaixa nos seguintes tópicos no ROTEIRO/MAPA MENTAL BIMODAL:
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