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Vivemos hoje um macro processo de passagem de ambiente de comando e controle mais centralizado para outro mais distribuído.

Isso é consequência natural de dois fatores obrigatórios:

  • aumento populacional – que nos obriga a aumentar o poder das decisões dos indivíduos;

  • nova mídia – que nos permite aumentar a quantidade de informação circulante, de forma horizontal, com novos canais – e experimentar novo modelo de comando e controle, a partir da nova Linguagem dos Rastros.

Este movimento da nova Ordem Espontânea tem duas fases, a partir da experimentação do uso das novas tecnologias disponíveis (mídia e agregados):

  • a digitalização – que basicamente elimina intermediações operacionais, flexibilizando tempo e lugar (caixas eletrônicos, ingressos online, aplicativos de todos os tipos);

  • a uberização – que basicamente elimina intermediações gerenciais, através de novas tecnologias (Uber, AirBnb, Youtube), introduzindo a possibilidade de se praticar novo modelo de comando e controle.

Na digitalização há uma reintermediação operacional e na uberização, gerencial,

Poderíamos dizer que existem dois tipos de perfis e grupos de pessoas diante dessa nova Ordem Espontânea:

  • Os otimistas –  que acreditam nas oportunidades abertas e os ganhos que poderão obter e passam a ser a favor de uma ordem espontânea mais distribuída;
  • Os pessimistas – que percebem os riscos e as perdas e passam a ser a reticentes ou mesmo contra a nova ordem espontânea mais distribuída.

É o que posso perceber de diferenciação, por exemplo, entre o livro do Harari “21 lições para o século XXI” e o do Longo “Da Idade Média para a Idade Mídia”.

Harari é pessimista e Longo é otimista.

Podemos traçar um primeiro mapa para entender o que leva cada um a ter posições distintas.

Diria que temos as diferenças dos temperamentos, da posição política e, por consequência disso, o foco das palestras e livros.

  • Walter Longo me parece mais inovador, liberal e escreve para empreendedores;
  • Harari me parece mais reacionário, coletivista e escreve para as organizações tradicionais.

Diria que viveremos neste novo século um embate parecido com o que tivemos no fim da Idade Média entre duas Ordens Espontâneas conflitantes.

Temos agora momento historicamente similar.

Lá, tivemos no final da Idade Média de um lado:

  • A igreja oral (em latim) controladora, absolutismo, feudalismo e escravidão;
  • A igreja escrita (em língua corrente) mais distribuída, república, livre mercado e carteira assinada.

Agora teremos:

  • Organizações tradicionais com modelo de comando e controle analógico, com alguma digitalização;
  • Novas Organizações com modelo de comando e controle digital, com uberização e depois blockchenização.

Toda a luta organizacional e política deste novo século girará entre estas duas ordens espontâneas conflitantes: a tradicional e a uberizada.

E teremos em diversos autores atuais a divisão entre pessimistas e otimistas, a partir do seu ponto de vista do conflito.

girará entre estas duas ordens espontâneas conflitantes.

É o que podemos aprender com o passado.

É isso, que dizes?

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