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Este é o primeiro texto de análise do novo livro ” O Fim da Idade Média e o Início da Idade Mídia”, de Walter Longo, que Luiz Felipe Pondé, no Prefácio, chamou de ensaio.

” Ensaio é obra de reflexão que versa sobre determinado tema, sem que o autor pretenda esgotá-lo, exposta de maneira pessoal ou mesmo subjetiva. “

Podemos dizer que um ensaio é algo sem o chamado compromisso da recorrência, com baixa preocupação científica.

Preocupação Científica, do ponto de vista das ciências humanas seria:

  • preocupação com a diferença conceitual do que é essência estrutural do que é aparência conjuntural;
  • evitar comparações de conceitos incomparáveis;
  • recorrência histórica dos fenômenos analisados.

Nossas leituras críticas (você pode participar por aqui):

https://sun.eduzz.com/296087

Têm um foco: ajudar aos adeptos da Escola a aprender com os erros e acertos dos autores analisados.

Walter Longo, sem precisar adentrar no livro, só pela orelha e a contra capa (aonde se pode analisar o “argumento” da obra) é o que podemos chamar de cronista que resolveu se aventurar na cientificidade.

Cronista (ou ensaísta, se preferirem) é aquele que mais trabalha com percepções do que conceitos.

Quando você começa a desenvolver conceitos e compará-los – Idade Mídia versus Idade Média adentra num terreno que exige uma série de requisitos.

Gosto mais de autores ensaístas, como faz, por exemplo, Clay Shirky, que mais conta casos e os comenta do que aqueles que se arriscam a conceituar sem muita preocupação.

Discordo de Pondé quando ele classifica a obra de ensaio, pois o autor resolve desenvolver algumas regras, tais como:

Idade Mídia – algo inusitado – aumenta a individualidade do ser humano, em detrimento da mediocridade (média) do passado.

Está ocorrendo um aumento de individualidade, ou individualização? Sim, está mais por causa de MAIS UM ou de uma NOVA mídia e não por causa da MÍDIA, como se antes não houvesse nenhuma.

A brincadeira Idade Média e Idade Mídia foi muito sedutora e fez com que o livro partisse disso, com baixa cientificidade.

A opção conceitual o colocou no meio do caminho entre a crônica e o trabalho acadêmico, numa zona de tiro de alto risco.

O autor defende, assim, uma narrativa na qual só estamos concluindo a Idade Média agora.

Mas note que Idade Média é uma definição história para se colocar entre dois mundos o antes (antiguidade), o do meio e a atual (Contemporaneidade).

Contrapor Idade Média com idade Mídia é uma bizarrice científica.

Se analisarmos a história, como nos ensinam os Antropólogos Cognitivos Canadenses, todas as Idades tiveram suas mídias.

A cada nova mídia, o ser humano inaugura uma nova Era, uma nova Civilização.

Toda Era é Midiática, o que varia é o tipo de mídia, mais ou menos centralizadora, o DNA de cada uma.

O autor defende que antes a taxa de individualidade e da meritocracia era menor, mais mediana e agora se aumentou a taxa, faz sentido.

Porém, se percebe o sintoma, mas não a causa.

A mídia impressa, em 1450, que decretou o fim da Idade Média, aumentou a taxa da individualidade, o que nos permitiu criar a república e o livre mercado.

E agora, de novo, temos o aumento da taxa de individualidade com mais uma revolução de mídia.

Não estamos acabando a Idade Média, mas a Idade das mídias analógicas, abrindo uma nova civilização.

Longo se equivoca ao tentar utilizar a história para defender seus argumentos, que poderiam ser apresentados de outra forma, através de cases, como faz Clay Shirky, evitando o atoleiro.

Temos, assim, no livro de Longo sintomas existentes apresentados por causas inconsistentes.

Traz mais ruído do que sinal.

É o primeiro texto do livro, no qual analiso o argumento geral, agora vamos aos detalhes, que pode ter algo interessante.

A ver.

É isso, que dizes?

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