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Todo ser humano precisa sobreviver.

E existem duas formas.

  • oferecer serviços e produtos de forma voluntária para os clientes;
  • oferecer serviços e produtos de forma impositiva aos clientes.

A primeira forma é a do livre mercado, no qual cliente e fornecedor se escolhem livremente – sempre terminando num “obrigado” ao final da troca por ambas as partes.

É a ética da sobrevivência pela descentralização, por atos voluntários das partes.

A segunda forma é a que é a do monopólio do mercado (estatal ou privado), no qual o cliente é obrigado a escolher um fornecedor, através de imposições não voluntárias.

É a ética da sobrevivência pela centralização por atos impositivo de uma parte sobre a outra.

Podemos dizer que na Ética da Centralização, que gosto de chamar de ética da mesada, o fornecedor, aquele que trabalha para a organização monopolista, tem poder sobre o cliente, pois este não tem escolha: é obrigado a pagar o imposto ou consumir em apenas um lugar.

Ou ali, ou ali mesmo.

A sobrevivência centralizadora, baseada nessa ética, assim, não precisa, como regra básica, se esforçar ou servir ao cliente, pois, independente do serviço prestado, o final do mês está garantido.

O cliente não tem poder de escolha, pois é obrigado a consumir/pagar impostos daquela forma e daquela maneira.

Isso gera uma forma de agir e pensar sobre o mundo, no qual o cliente pode ser bem atendido ou não, a gosto.

Atender bem não é uma imposição, mas uma opção – e isso faz muita diferença.

A sobrevivência que segue uma ética descentralizadora por outro lado, precisa se esforçar para servir ao cliente, pois o ganho ao final do mês, depende do serviço prestado, nada estará garantido se o serviço não for bem prestado.

Isso gera uma forma de agir e pensar sobre o mundo, no qual o cliente precisa ser bem atendido, de forma obrigatória.

  • Sobrevivências centralizadoras, podem reparar, sempre defendem o interesse de quem trabalha nos monopólios e NUNCA de quem consome – que é a maioria da população;
  • Defendem um ESTADO GRANDE/ou Monopólios privados, no qual a ética centralizadora pode ser praticada, na qual não serve, mas se serve do consumidor.

Por outro lado, sobrevivências descentralizadoras, podem reparar, sempre defendem o interesse do consumidor e NUNCA de quem trabalha, pois quem consome é a maioria da população, que escolhe sempre o melhor custo/benefício.

  • Sobrevivências centralizadoras tendem, quase sempre, ao corporativismo, seja privado ou estatal;
  • Sobrevivências descentralizadoras tendem, quase sempre, ao anti-corporativismo, em defesa do consumidor.

A sobrevivência descentralizadora defende, por causa disso, um estado pequeno e a concorrência privada nas quais a ética descentralizadora pode ser praticada, pois todos precisam estar o tempo todo focado em atender bem, numa ação voluntária entre as partes.

Note, assim, que é falsa a dicotomia privado x estatal, mas o que é fato é a oposição entre a centralização (privada ou estatal) versus a descentralização, de preferência, privada.

As duas éticas, formadas por diferente tipo de educação, desde a família, escola, são o epicentro do pensamento social, político e econômico das pessoas.

Me diga a ética de sobrevivência que você abraçou e te direi, quase sem errar, que tipo de posição política tens na sociedade.

Quanto mais temos uma sociedade estatista/monopolizadora privada, mais a ética centralizadora vai imperar e vice-versa.

O problema da ética centralizadora, além da questão moral, é a sua inviabilidade econômica, pois sempre terá um custo maior com benefícios piores, levando a sociedade a crises no curto e médio prazo (vide Argentina agora).

Vejamos.

Se tenho organizações privadas ou estatais que não se esforçam por atender bem e resolver as demandas da sociedade, há um custo que está sendo pago, de forma impositiva, com um resultado provavelmente pior.

Paga-se para se ter algo e se tem, ou não, conforme o humor/clima/perfil de quem atende – não por obrigação ou por consequência natural da relação “não atendeu bem/ferrou”.

Na ética da sobrevivência descentralizadora, tende-se a um custo menor, a um atendimento melhor, pois o tempo todo se está dinamicamente, ajustando para atender melhor possível, como obrigação, incluindo o parâmetro algo melhor que os concorrentes.

O Brasil está, aos poucos, passando da hegemonia da ética centralizadora para a descentralizadora – ainda bem.

Por fim, quanto mais temos éticas centralizadoras difundidas e praticadas, mais uma sociedade estará servindo a um grupo cada vez menor que está nas organizações monopolizadas e monopolizadoras.

E menos qualidade de vida terá.

É isso, que dizes?

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