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Existe hoje certa dificuldade dos liberais em explicar a crise que vivemos nas sociedades mais abertas.

Se as sociedades com valores liberais, são tão melhores, por que entraram em crise neste início de milênio?

Falta para essa resposta três conceitos filosóficos relevantes: o Demografismo, o Tecnicismo e o Cognitivismo, que conseguem inverter a lógica comum do que vem sendo dito.

(Ver a Revisão Metafísica que sugiro aqui.)

Vejamos a nova narrativa.

A sociedade moderna é criada a partir da chegada da prensa em 1450, quando durante 350 anos pensadores liberais clássicos, ou podemos chamar de Liberais Impressos, como gosto de chamar, reestruturam a sociedade.

Liberais clássicos promoveram o ajuste entre duas Eras Cognitivas Civilizacionais (pré e pós prensa), a partir da incorporação dos valores liberais ao potencial das novas mídias, que permitiu o modelo atual.

O processo filosófico-teórico, podemos dizer, durou longos 350 anos, quando tivemos o modelo da república/livre mercado estabelecido.

Assim, tivemos da chegada da prensa duas etapas: uma primeira filosófico-teórica da renascença e ajustes das ideias gregas ao novo momento;

E, só então, a segunda, metodológica, que se inicia em 1800 com as revoluções liberais (inglesa, francesa e americana).

O gráfico demográfico vai demonstrar que é justamente a partir deste período, 1800, a passagem das filosofias e teorias para as metodologias que temos o salto demográfico de um para sete bilhões.

É justamente o mérito do pacote filosófico, teórico e metodológico do Liberalismo Impresso que permitiu o boom demográfico de um para sete bilhões de Sapiens, que tivemos depois.

Sem os valores liberais, nunca o Sapiens teria atingido a meta de sete bilhões de habitantes no planeta.

Porém, como é natural, o crescimento demográfico gerou nova complexidade que transbordou as possibilidades das sociedades abertas existentes, baseadas na velha mídia de plantão, oral, escrita e eletrônica.

Há, assim,  crise do Liberalismo Impresso/Eletrônico, mas não da filosofia liberal, que precisa ser atualizada para criar o Liberalismo Digital.

Não é, portanto, a filosofia liberal que está em cheque, mas principalmente as metodologias criadas no passado em função das mídias existentes,que precisam ser atualizadas para a nova complexidade.

Como nossos antepassados fizeram, é preciso atualização filosófica, teórica e metodológica liberal que consiga incorporar a nova complexidade demográfica, com as novas mídias disponíveis!

Tal passagem demanda, a partir da nova complexidade e agora empoderada de novas mídias, salto filosófico, teórico e metodológico para o ajuste.

Este é o papel dos grandes pensadores liberais na macro-história: promover ajuste entre três instâncias: placa-mãe (mídias), sistema operacional (filosofias e teorias) e aplicativos (metodologias diante dos problemas).

As sociedades mais abertas atuais assistiram ao aumento radical da população, que vem com demandas justas emergentes de novas soluções, que o atual modelo Liberal Impresso não é mais capaz de atender.

É preciso dizer em claro e bom tom: o liberamos impresso ficou obsoleto!

O problema não está, assim, nos valores filosóficos liberais, mas na adaptação destes para o novo ambiente midiático-tecnológico digital emergente.

É preciso atualizar os valores liberais para que, com as novas mídias, entremos em outro círculo virtuoso, que nos permita viver com liberdade em novo patamar de complexidade.

A Uberização e o Bitcoin, é fato, precisam agora de banho de loja filosófico-liberal.

O que precisa ser feito agora, como fizemos no passado, é ajustar valores filosóficos às novas mídias, abrindo novo ciclo liberal para uma complexidade de 7 bilhões.

É isso, que dizes?

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